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Introdução
Além das péssimas condições de certas estradas no Brasil, o usuário se depara com a
falta de conhecimento do risco que representa transportar produtos perigosos. Isso
porque são poucos os motoristas que trafegam pelas rodovias que sabem identificar o
perigo de uma carga pelo painel laranja obrigatório dos quase 3.100 produtos
considerados perigosos.
As condições gerais dos veículos que transportam produtos perigosos, assim como a sua
sinalização, de acordo com o código internacional estabelecido pela Organização das
Nações Unidas são aspectos fundamentais para garantir a segurança dos usuários das
vias públicas, do meio ambiente e também dos próprios condutores desses veículos.
Todos os envolvidos devem estar cientes das exigências estabelecidas na legislação
pertinente e nas normas técnicas nacionais sobre transporte de produtos perigosos, além
de manterem-se constantemente atualizados e bem treinados, garantindo a eficiência em
todos os processos e operações de carga, transporte, descarga, transbordo, limpeza e
descontaminação dos veículos e equipamentos utilizados no transporte. Acidentes de
transporte que provocarem danos ambientais por não atenderem às normas vigentes
serão enquadrados na Lei de Crimes Ambientais (art. 56 da Lei 9.605 de 13 de fevereiro
de 1998), a qual prevê multa, reparação do meio ambiente atingido e até mesmo pena de
reclusão de dois a quatro anos aos infratores.
No Brasil, a identificação no veículo é feita por meio de retângulos laranjas, que podem
ou não apresentar duas linhas de algarismos, definidos como Painel de Segurança; e
losangos definidos como Rótulos de Risco, que apresentam diversas cores e símbolos,
correspondentes à classe de risco do produto a ser identificado. No retângulo, a linha
superior se refere ao Número de Risco do produto transportado e é composto de no
mínimo dois algarismos e, no máximo, pela letra X e três algarismos numéricos. A letra
X identifica se o produto reage perigosamente com a água. Na linha inferior encontra-se
o Número da ONU (Organização das Nações Unidas), sempre composta por quatro
algarismos numéricos, cuja função é identificar a carga transportada. Caso o Painel de
Segurança não apresente nenhuma identificação, significa que estão sendo transportados
mais de um produto perigoso.
Os dados levantados pelas concessionárias mostram que em 2007, 77% dos acidentes
envolvendo o transporte de produtos perigosos 49% são da classe de risco III (líquidos
inflamáveis), 15% da classe II (gases) e 13% corrosivos. (SET, 2007). A Agência
Nacional de Petróleo - ANP apud CETESB (2005) associa a o volume expressivo de
produtos derivados de petróleo comercializados no país ao fato de boa parte dessa
produção ser transportada pelo modal rodoviário. Sendo assim, essa quantidade
expressiva desses derivados pode apresentar-se como uma justificativa pelo
denvolvimento, em maior número, dos produtos da Classe 3 (líquidos inflamáveis) nas
estatísticas de acidentes no transporte rodoviário de produtos perigosos.
A segunda causa dos acidentes é a colisão de veículos com 19,1%, seguida da
falha mecânica e operacional com 18,2% e 16,1% respectivamente, conforme Figura 5.
Outra característica que merece ser apresentada refere-se ao horário de pico em
que ocorrem esses acidentes. Tanto nas rodovias como nas vias urbanas eles acontecem
das 06h00min ás 18h00min, em horário comercial de atividades industriais, e sofrem
redução no período compreendido entre 18h00min e 06h00min horas.
Em síntese a cauda dos acidentes acontece:
3. Documentação
Para transportar produtos perigosos sem correr o risco de ser multado ou ter o veículo e
a carga apreendidos o motorista deve ficar atento com a documentação obrigatória:
4. Cuidados
- Afaste os curiosos e tente neutralizar o produto e/ou contenha-o com areia (não usar
pó de serra ou material orgânico). O produto pode ser neutralizado com um agente
alcalino, como cal, calcita, dolomita, etc...
- Se houver fogo, com o recipiente exposto às chamas, mantenha-o frio, jogando água
(quando o produto permitir).
- No caso da poluição, se houver derrame que contamine o solo, rio ou represa, avisar a
Polícia Rodoviária e ao órgão de Defesa Civil. Isole a área que poderá ser atingida pelos
vapores do produto.
- Se houver pessoas envolvidas, atingida nos olhos, lave-os imediatamente com bastante
água durante 15 minutos, pelo menos.
- No caso de pele atingida, lave com bastante água e sabão. Se tiver bicarbonato, ponha-
o imediatamente no local atingido e depois lave novamente com água e sabão
5. Fiscalização
A PRF informa que são realizadas pelo menos dez operações por mês, no Estado de São
Paulo e que os valores das multas variam de acordo com o infrator e a infração
cometida.
O que é fiscalizado
Dos transportadores:
Do expedidor:
A proporção dos danos advindos de um acidente com este tipo de carga é, via de regra,
muito superior ao acidente envolvendo o veículo transportador de carga comum. Vários
produtos, como gás de cozinha, gasolina, álcool e cloro, entre outros, são transportados
em grande quantidade por via rodoviária e em caso de algum vazamento podem causar
danos incalculáveis ao maio ambiente, à saúde pública e as pessoas que forem
diretamente atingidas.
A classificação adotada para os produtos considerados perigosos, feita com base no tipo
de risco que apresentam e conforme as Recomendações para o Transporte de Produtos
Perigosos das Nações Unidas, sétima edição revista, 1991, compõe-se das seguintes
classes, definidas nos itens 1.1 a 1.9:
Classe 1 - EXPLOSIVOS
Classe 2 - GASES, com as seguintes subclasses:
Subclasse 2.1 - Gases inflamáveis;
Subclasse 2.2 - Gases não-inflamáveis, não-tóxicos;
Subclasse 2.3 - Gases tóxicos.
Classe 3 - LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS
Classe 4 - Esta classe se subdivide em:
Subclasse 4.1 - Sólidos inflamáveis;
Subclasse 4.2 - Substâncias sujeitas a combustão espontânea;
Subclasse 4.3 - Substâncias que, em contato com a água, emitem
gases inflamáveis.
Classe 5 - Esta classe se subdivide em:
Subclasse 5.1 - Substâncias oxidantes;
Subclasse 5.2 - Peróxidos orgânicos.
Classe 6 - Esta classe se subdivide em:
Subclasse 6.1 - Substâncias tóxicas (venenosas);
Subclasse 6.2 - Substâncias infectantes.
Classe 7 - MATERIAIS RADIOATIVOS
Classe 8 - CORROSIVOS
Classe 9 - SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS DIVERSAS.
8. Número de Risco
Os números que indicam o tipo e a intensidade do risco, são formados por dois ou três
algarismos. A importância do risco é registrada da esquerda para a direita.Os algarismos
que compõem os números de risco têm o seguinte significado:
A letra "X" antes dos algarismos, significa que a substância reage perigosamente com
água.
A repetição de um número indica, em geral, aumento da itensidade daquele risco
específico.
Quando o risco associado a uma substância puder ser adequadamente indicado por um
único número, este será seguido por zero (0).
As combinações de números a seguir têm significado especial: 22, 323, 333, 362, X362,
382, X382, 423, 44, 462, 482, 539 e 90 (ver relação a seguir).
20 Gás inerte
22 Gás refrigerado
223 Gás inflamável refrigerado
225 Gás oxidante (favorece incêndios), refrigerado
23 Gás inflamável
236 Gás inflamável, tóxico
239 Gás inflamável, sujeito a violenta reação espontânea
25 Gás oxidante (favorece incêndios)
26 Gás tóxico
265 Gás tóxico, oxidante (favorece incêndios)
266 Gás muito tóxico
268 Gás tóxico, corrosivo
286 Gás corrosivo, tóxico
30 Líquido inflamável (PFg entre 23ºC e 60,5ºC), ou líquido sujeito a auto-
aquecimento
323 Líquido inflamável, que reage com água, desprendendo gases inflamáveis
X323 Líquido inflamável, que reage perigosamente com água, desprendendo
gases inflamáveis (*)
33 Líquido muito inflamável (PFg < 23ºC )
333 Líquido pirofórico
X333 Líquido pirofórico, que reage perigosamente com água (*)
336 Líquido muito inflamável, tóxico
338 Líquido muito inflamável, corrosivo
X338 Líquido muito inflamável, corrosivo, que reage perigosamente com água
(*)
339 Líquido muito inflamável, sujeito a violenta reação espontânea
36 Líquido sujeito a auto-aquecimento, tóxico
362 Líquido inflamável, tóxico, que reage com água, desprendendo gases
inflamáveis
X362 Líquido inflamável, tóxico, que reage perigosamente com água,
desprendendo gases inflamáveis (*)
38 Líquido sujeito a auto-aquecimento, corrosivo
382 Líquido inflamável, corrosivo, que reage com água, desprendendo gases
inflamáveis
X382 Líquido inflamável, corrosivo, que reage perigosamente com água,
desprendendo gases inflamáveis(*)
39 Líquido inflamável, sujeito a violenta reação espontânea
40 Sólido inflamável, ou sólido sujeito a auto-aquecimento
423 Sólido que reage com água, desprendendo gases inflamáveis
X423 Sólido inflamável, que reage perigosamente com água, desprendendo gases
inflamáveis (*)
44 Sólido inflamável, que a uma temperatura elevada se encontra em estado
fundido
446 Sólido inflamável, tóxico, que a uma temperatura elevada se encontra em
estado fundido
46 Sólido inflamável, ou sólido sujeito a auto-aquecimento, tóxico
462 Sólido tóxico, que reage com água, desprendendo gases inflamáveis
48 Sólido inflamável, ou sólido sujeito a auto-aquecimento, corrosivo
482 Sólido corrosivo, que reage com água, desprendendo gases inflamáveis
50 Produto oxidante (favorece incêndios)
539 Peróxido orgânico, inflamável
55 Produto muito oxidante (favorece incêndios)
556 Produto muito oxidante (favorece incêndios), tóxico
558 Produto muito oxidante (favorece incêndios), corrosivo
559 Produto muito oxidante (favorece incêndios), sujeito a violenta reação
espontânea
56 Produto oxidante (favorece incêndios), tóxico
568 Produto oxidante (favorece incêndios), tóxico, corrosivo
58 Produto oxidante (favorece incêndios), corrosivo
59 Produto oxidante (favorece incêndios), sujeito a violenta reação
espontânea
60 Produto tóxico ou nocivo
63 Produto tóxico ou nocivo, inflamável (PFg entre 23ºC e 60,5ºC)
638 Produto tóxico ou nocivo, inflamável (PFg entre 23ºC e 60,5ºC), corrosivo
639 Produto tóxico ou nocivo, inflamável (PFg entre 23ºC e 60,5ºC), sujeito a
violenta reação espontânea
66 Produto muito tóxico
663 Produto muito tóxico, inflamável (PFg até 60,5ºC)
68 Produto tóxico ou nocivo, corrosivo
69 Produto tóxico ou nocivo, sujeito a violenta reação espontânea
70 Material radioativo
72 Gás radioativo
723 Gás radioativo, inflamável
73 Líquido radioativo, inflamável (PFg até 60,5ºC)
74 Sólido radioativo, inflamável
75 Material radioativo, oxidante
76 Material radioativo, tóxico
78 Material radioativo, corrosivo
80 Produto corrosivo
X80 Produto corrosivo, que reage perigosamente com água(*)
83 Produto corrosivo, inflamável (PFg entre 23ºC e 60,5ºC)
X83 Produto corrosivo, inflamável (PFg entre 23ºC e 60,5ºC), que reage
perigosamente com água(*)
839 Produto corrosivo, inflamável (PFg entre 23ºC e 60,5ºC), sujeito a violenta
reação espontânea
X839 Produto corrosivo, inflamável (PFg entre 23ºC e 60,5ºC), sujeito a violenta
reação espontânea e que reage perigosamente com água(*)
85 Produto corrosivo, oxidante (favorece incêndios)
856 Produto corrosivo, oxidante (favorece incêndios), tóxico
86 Produto corrosivo, tóxico
88 Produto muito corrosivo
X88 Produto muito corrosivo, que reage perigosamente com água(*)
883 Produto muito corrosivo, inflamável (PFg entre 23ºC e 60,5ºC)
885 Produto muito corrosivo, oxidante (favorece incêndios)
886 Produto muito corrosivo, tóxico
X886 Produto muito corrosivo, tóxico, que reage perigosamente com água(*)
89 Produto corrosivo, sujeito a violenta reação espontânea
90 Produtos perigosos diversos
9. Tipo de inflação.
• Transportar produto cujo deslocamento rodoviário seja proibido pelo Ministério dos
Transportes
• Transportar produto perigoso a granel que não conste do Certi. cado de Capacitação
(produtos a granel)
• Transportar produto perigoso a granel em veículo desprovido de Certificado de
Capacitação válido;
• Transportar, juntamente com produto perigoso, pessoas, animais, alimentos ou
medicamentos destinados ao consumo humano ou animal ou, ainda, embalagens
destinadas a estes bens
• Transportar produtos perigosos incompatíveis entre si, apesar de advertido pelo
expedidor
• Não der manutenção ao veículo ou ao seu equipamento;
• Transportar produtos cujas embalagens se encontrem em más condições;
• Não adotar, em caso de acidente ou avaria, as providências constantes da Ficha de
Emergência e do Envelope para o Transporte;
• Transportar produto a granel sem utilizar o tacógrafo ou não apresentar o disco à
autoridade competente, quando solicitado
Transportar carga mal estivada;
• Transportar produto perigoso em veículo desprovido de equipamento para situação de
emergência e proteção individual;
• Transportar produto perigoso desacompanhado de Certi. cado de Capacitação para
oTransporte de Produtos Perigosos a Granel;
• Transportar produto perigoso desacompanhado de declaração de responsabilidade do
expedidor aposta no Documento Fiscal;
• Transportar produto perigoso desacompanhado de Ficha de Emergência e Envelope
para o Transporte;
• Transportar produto perigoso sem utilizar, nas embalagens e no veículo, rótulos de
risco e painéis de segurança em bom estado e correspondente ao produto transportado;
• Circular em vias públicas nas quais não seja permitido o trânsito de veículos
transportando produto perigoso;
• Não dar imediata ciência da imobilização do veículo em caso de emergência, acidente
ou avaria.
9. conclucao
Produto perigoso é toda e qualquer substância que, dadas, às suas características físicas
e químicas, possa oferecer, quando em transporte, riscos a segurança pública, saúde de
pessoas e meio ambiente, de acordo com os critérios de classificação da ONU, através
do ministério dos transportes.
Normas ABNT
Nesta seção encontraremos as principais normas da ABNT associadas ao transporte de
produtos perigosos.
Tipo Descrição
Esta norma estabelece os símbolos
convencionais e seu dimensionamento,
NBR 7500: SÍMBOLO DE
para serem aplicados nas unidades de
RISCO E MANUSEIO PARA
transporte e nas embalagens para
TRANSPORTE E
indicação dos riscos e dos cuidados a se
ARMAZENAMENTO DE
tomar no seu manuseio, transporte e
MATERIAIS - SIMBOLOGIA
armazenamento de acordo com a carga
contida.
Esta norma define os termos
empregados no transporte de produtos
perigosos, tais como: artigo explosivo,
NBR 7501: TRANSPORTE DE avaliação de emergência, tipos de carga,
PRODUTOS PERIGOSOS- compartimento, embalagem,
TERMINOLOGIA emergência, filtros (combinados,
mecânicos, químicos), gases
(refrigerados, dissolvidos, liquefeitos,
permanentes) entre outros termos.
Esta norma especifica as características
e dimensões para a confecção da ficha
NBR 7503: FICHA DE
de emergência e envelope para o
EMERGÊNCIA PARA
transporte terrestre de produtos
TRANSPORTE DE
perigosos. Ficha de emergência:
PRODUTOS PERIGOSOS –
documento resumindo os principais
CARACTERÍSTICAS E
riscos do produto e as providências
DIMENSÕES
essenciais a serem tomadas em caso de
acidente.
Esta norma estabelece um sistema para
NBR 8285: PREENCHIMENTO o correto preenchimento da ficha de
DA FICHA DE EMERGÊNCIA emergência para o transporte de
PARA O TRANSPORTE DE produtos perigosos; apresenta em anexo
PRODUTOS PERIGOSOS - o modelo desta ficha, explicando o
Substituida pela NBR 7503/2005. significado de cada um dos itens nela
contidos.
NBR 8286: EMPREGO DA Esta norma especifica as condições
SINALIZAÇÃO NAS necessárias para o emprego da
UNIDADES DE TRANSPORTE sinalização nas unidades de transporte e
de rótulos nas embalagens de produtos
perigosos. Sinalização que as unidades
de transporte devem possuir:
fornecer equipamentos e
mão de obra para a solução do
problema apresentado, tanto
do ponto de vista de
segurança, como ambiental e
de trânsito;
operacionalizar a remoção
do veículo e a transferência de
cargas;
fornecer informações
necessárias aos órgãos
envolvidos;
dois calços
jogo de ferramentas
adequado para reparos em
situações de emergência
durante a viagem
dispositivo para
sinalização/isolamento da
área.
NBR 10004: RESÍDUOS Esta norma classifica os resíduos
SÓLIDOS sólidos quanto seus riscos potenciais ao
meio ambiente e à saúde pública, para
que estes resíduos possam ter manuseio
e destinação adequados. Os resíduos são
classificados em:
resíduos classe I –
perigosos
( http://www.atividadesrodoviarias.pro.br/regulamentotranspp.html )
Site, http://www.ocarreteiro.com.br/modules/cargasperigosas.php
http://www.atividadesrodoviarias.pro.br/regulamentotranspp.html