Odival Pereira Junior ARTES VISUAIS, 3 Ano Matutino
GULLAR, Ferreira. Teoria do no-objeto
No texto, Ferreira Gullar aponta que a arte mais avanada deste sculo se afastava de suas modalidades tradicionais, produzindo objetos especiais, que ele denominou noobjetos. Nem pintura, nem escultura, eles se realizariam "fora dos limites convencionais da arte", e teriam como inteno a necessidade desse rompimento dos limites impostos pela tradio artstica. O autor deixa claro o que o no-objeto no : objeto negativo, oposto do objeto, antiobjeto (uma crtica clara arte conceitual). Ele : objeto especial, sntese de experincias sensoriais e mentais, corpo transparente ao conhecimento fenomenolgico, no deixa resto, pura aparncia. O no-objeto dura s um instante. Trata-se do subentendido, ou seja, de todo conhecimento que a obra agrega em seu tempo de vida. Ela se coloca, fala por si, transforma o espao, toma conta de um lugar, como Ferreira Gullar mostra no texto quando fala da retirada da moldura. Creio que nesse texto, ao colocar os problemas do no-objeto, e de sua vital necessidade de ser, o que Gullar pretende desfazer o n metafsico que envolve o prprio conceito de coisa. Ou seja, a luta contra o objeto me parece um embate entre o fenmeno que ele nos causa e a coisa em si, seu real significado. O no-objeto a formulao primeira do mundo, a resposta dada pela obra no instante mesmo de nosso contato com ela, o que ela , e ao mesmo tempo o que a tornamos. O no-objeto o que se d no intervalo entre essas duas verdades.