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OS REGISTROS RUPESTRES NO RIO NEGRO, AMAZÔNIA OCIDENTAL: ESTADO ATUAL

DOS CONHECIMENTOS, PROBLEMAS E HIPÓTESES

Raoni Bernardo Maranhão Valle (1)


figueiradoinferno@hotmail.com
(Núcleo de Pesquisas em Ciências Humanas e Sociais [Npchs] do Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia [Inpa]); (Projeto Amazônia Central – Mae – Usp).

1. Resumo
Introdução: Apresentamos aqui uma síntese das informações gerais sobre a arte rupestre na
Amazônia Ocidental brasileira à luz dos conhecimentos até o presente disponíveis. Focamos,
sobretudo, a região do rio Negro, área praticamente inexplorada, do ponto de vista
arqueológico, aonde vem sendo desenvolvido atualmente um esforço de pesquisa preliminar
sobre o tema, concentrando-se inicialmente no seu baixo curso. Objetivo: O objetivo geral é o
mapeamento arqueológico extensivo dos sítios rupestres da bacia, sítios a beira de rios, ainda
não inventariados e muitos ainda desconhecidos. Secundariamente buscamos formas de, a
partir de um conhecimento preliminar das características gráficas e ambientais desses sítios,
estabelecermos hipóteses de trabalho quanto às autorias culturais e sua dispersão geográfica.
Metodologia: Primeiramente estamos localizando através de prospecções fluviais nas
estações secas, geo-referenciando e documentando fotograficamente sítios com gravuras
rupestres (petroglifos), para em seguida analisá-los no sentido de segregar autorias culturais
hipotéticas situando-as num quadro de dispersão geográfica e posteriormente tentar relacioná-
las no contexto da pesquisa arqueológica amazônica mais abrangente. Resultados: Foi
implementado um conjunto de prospecções para aplicação desses procedimentos numa área
amostral no baixo rio Negro, a 240 km em linha reta a NW de Manaus. Entre a foz do rio Jaú
(Parque Nacional do rio Jaú) e a foz do rio Unini (Reserva Extrativista do Unini), afluentes do
Negro, onde foi possível a coleta de uma iconografia orientada pelas necessidades
metodológicas da pesquisa. Conseguiu-se, assim, além de um banco de dados imagético
específico, a formulação de duas hipóteses preliminares que seguirão para futuros testes ao
longo das prospecções na bacia. Conclusão: Basicamente, trata-se de sítios rupestres sem
condições de escavação, portanto, não sendo possível a obtenção de cronologias
absolutamente datadas nem indiretas para esse material, nem tampouco correlação com os
vestígios arqueológicos de outros sítios escavados, datados e melhor conhecidos na área (as
Terras Pretas). Esses sítios rupestres poderão unicamente, a partir do conhecimento
disponível no momento, ser objeto de uma análise gráfico-estilística preliminar e de um
diagnóstico de conservação. O estabelecimento de relações contextuais com o registro
arqueológico mais amplo da região, por enquanto, não é possível. O que se mostra como um
empecilho para o conhecimento dessa parte da Pré-História amazônica e um desafio para a
pesquisa multidisciplinar da arqueologia.

2. Breve histórico e síntese da bibliografia


Tradicionalmente a fonte privilegiada da arqueologia amazônica tem sido o registro cerâmico.
Deve-se isto a fatores como: as condições inerentes de conservação na região, a abundância
de ocorrência enquanto cultura material vestigial, bem como, as linhas de pesquisa
historicamente desenvolvidas na região, sistematicamente desde os anos 50 (Meggers &
Evans, 1957; Hilbert, 1958) que privilegiavam a análise da cerâmica como marcador cultural
das sociedades amazônicas.
Edithe Pereira (2003), pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeldi, e pioneira no estudo
arqueológico da arte rupestre amazônica, afirma que “essa opção de pesquisa gerou um
desequilíbrio no nível de informação entre cerâmica e as figuras rupestres da região, o que
implicou um conhecimento fragmentado da pré-história amazônica”.
Na literatura não arqueológica do século XIX e começos do XX, voltada para Amazônia
ocidental, encontraremos relatos de viajantes, naturalistas e antropólogos, como Alfred Russel
Wallace (1979 [1889]), Ermano Stradelli (1900), Theodor Kock-Grünberg (1907, 2005[1909]) e

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Bernardo Ramos (1930) assinalando ocorrência de gravuras rupestres ao longo da bacia do rio
Negro, principalmente no seu alto curso nos rios Uaupés e Içana, e no médio Amazonas no rio
Urubú. Alguns desses autores chegaram a elaborar as primeiras tentativas de análise do
acervo rupestre, porém, seguindo metodologias próprias, estavam destituídos de um quadro
teórico-metodológico arqueológico, nessa categoria Ramos (1930) é quem melhor se encaixa,
pois logrou nos anos 20 traduzir as gravuras rupestres do médio Amazonas, do fenício para o
português.
Nos anos 60 e 70 do século XX antropólogos e etnobotânicos (Schultes & Hofmann, 1982;
Reichell-Dolmatoff, 1976, 1978) prospectam intensamente a área do alto rio Negro. Levantam
dados e evidências acerca dos repertórios mágico-religiosos das populações indígenas locais,
como Tukano, Tariano e Dêsana. Trabalham com a utilização de plantas alucinógenas
(banisteriopsis sp.) em rituais de xamanismo com atividade gráfica associada. Apontam a
possibilidade de relação entre a ingestão dessas substancias psicoativas, as práticas gráficas
rituais desses povos e as gravuras rupestres (petroglifos).
Somente a partir dos anos 80 poucos estudos começam a aparecer na literatura arqueológica
específica para a região ocidental da Amazônia. Três estudos pontuais focados em registro
rupestre foram executados na Amazônia ocidental brasileira: um em Rondônia, no alto rio
Madeira, prospectado por Eurico Miller (1992), Outro em Balbina – AM (Miranda, 1994), e um
terceiro em Boa Vista – RR (Ribeiro et al. 1985, 1986, 1987).
Os trabalhos de Eurico Miller (1992) em Rondônia, especificamente nas bacias dos rios Abunã
e Alto Madeira, levaram este autor a identificar 3 estilos de gravuras rupestres definidos como
estilo A, B e C. Segundo ele o estilo A se caracterizava pela técnica da picotagem, figuras
geométricas, zoomorfos complexos e máscaras estilizadas. O estilo B também definia como
picoteado, mas o motivo principal são antropomorfos frontais. Tanto A quanto C ocorrem em
ambas as bacias percorridas. O estilo C só foi identificado num único sítio e apresenta-se pela
técnica de incisões em “v” com muito geometrismo e mascaras antropomorfas triangulares.
Segundo Edithe Pereira (2003), o autor não encontrou elementos que relacionassem as
gravuras com as ocupações cerâmicas e pré-cerâmicas da região. Configurava-se numa
variável arqueológica isolada e sem contexto, como ocorre com a maior parte das gravuras
rupestres no Brasil.
Marcos Miranda (1994) produz uma dissertação de mestrado concentrada, majoritariamente,
em gravuras, na área de impacto direto do lago da UHE – Balbina, onde foram localizados 22
sítios rupestres. Já Pedro Mentz Ribeiro na década de 80 (1985, 1986, 1987) executou um
grande levantamento de pinturas rupestres e gravuras de sítios ameaçados por depredação no
entorno da capital de Roraima e em algumas bacias próximas. Ambos os estudos definiram
estilos de fenômenos gráficos diferentes para suas respectivas áreas, assinalando já aí
indícios de diversidade cultural nas manifestações gráficas. Em relação à cronologia Ribeiro
(1986) chega a escavar o sítio Pedra Pintada em Roraima, um abrigo com pinturas, onde foi
obtida uma datação absoluta de 4.000 anos antes do presente (A. P.), mas, sem relação clara
com os grafismos (Pereira, 2003).
Michael Heckenberger (1997) da Universidade da Flórida, EUA, prospecta a bacia do rio jaú,
tributário do baixo Negro nos anos 90, e assinala a ocorrência de diversos sítios cerâmicos e
de pelo menos 3 conjuntos de gravuras rupestres entre o sítio histórico da cidade de Ayrão
Velho e a barra do rio Jaú, sem, no entanto, fazer nenhuma observação específica acerca dos
grafismos. Por último, Valle (2006a) retorna à área do rio Jaú se estendendo até a bacia do rio
Unini para dar início efetivo à localização georreferenciada e documentação fotográfica
sistemática das gravuras no baixo Negro.
Para a Amazônia Oriental a situação é bem diferente, Edithe Pereira (1990, 1996 e 2003),
obteve os maiores resultados na sistematização arqueológica de diversos conjuntos gráficos
rupestres. Sua investida concentrou atenção dentro das fronteiras do Pará, embora também
tenha abarcado bacias hidrográficas nos estados de Tocantins e Maranhão. Observa-se que
este tipo de trabalho, um inventário sistemático de grandes proporções, é a base de dados
ideal para se proceder ao trabalho analítico onde diferentes estilos de registros são
classificados e geograficamente situados. Trabalhos esses que ainda se encontram em fase
embrionária na Amazônia ocidental.

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3. Fundamentação teórico-metodológica
A base teórico-metodológica aqui utilizada na documentação e análise de gravuras rupestres,
a partir do registro fotográfico, foi inicialmente aplicada no Nordeste do Brasil (Pessis, 2002;
Valle 2003). Tinha o objetivo de responder ao problema de identificação de variabilidade
cultural no registro gráfico gravado, levantar hipóteses sobre as autorias culturais dos registros,
partindo do pressuposto de inter-relação entre apresentação gráfica (2) e apresentação social
(Pessis, 1989), ou seja, da inter-relação hipotética entre etnia e grafismo já constatada no
registro rupestre pintado na região.
O pressuposto teórico fundamental dessa abordagem é que os grafismos pré-históricos seriam
sistemas de comunicação gráfica das comunidades pré-históricas e, portanto, poderiam ser
estudados através de uma abordagem lingüística semiológica baseada no estudo do
significante e do significado simbólico (Saussure, 1969). Admite-se que o significado do
grafismo rupestre é restrito à comunidade autora, portanto, a dimensão material e morfológica
do significante ganha maior importância analítica.
Num estudo no sertão do Seridó Potiguar e Paraibano (Valle, 2003), abarcando sítios
relacionados a cursos d’água, sem condições de escavação, numa área de geo-diversidade foi
colocada a seguinte questão: Estas gravuras seriam produto de um povo com a mesma
apresentação gráfica (portanto, social), ou de uma diversidade cultural gravadora, desta
maneira, portando diversas identidades gráficas intra-regionalmente diferenciadas?
A investigação desse problema pressupunha respondermos algumas questões prévias de
ordem mais analítica concernentes a uma amostra quantitativamente pequena: os perfis
gráficos dos sítios são semelhantes ou diferentes? Apresentam padrões gráficos entre
eles? Quais?
O cerne dessa estratégia é a identificação e a quantificação analítica da permanência ou
variação nos caracterizadores técnicos, morfológicos, cenográficos e geoambientais
(Geomorfologia e petrografia do suporte) em dados conjuntos rupestres. Este procedimento
tem se mostrado ferramenta útil na definição de perfis gráficos de gravuras (Valle, 2003)
comparáveis, hipoteticamente, a perfis sociais da Pré-história, na perspectiva de se começar a
segregar identidades gráficas (3) (Pessis, 1992 e 1993) regionalmente diferenciadas. Os
diversos corpi gráficos dispersos numa região.
Seria possível assim, levantar um quadro de dados que viesse a dar subsídios para
formulação de hipóteses sobre parcela do povoamento pré-histórico da área, na tentativa de
elucidar diferenças e semelhanças entre os grupos sociais que gravaram naquelas rochas. Isto
é, prover hipóteses sobre as autorias culturais subjacentes ao fenômeno das gravuras
rupestres encontradas na região.
A ferramenta básica adotada para identificação e sistematização destas relações designativas
da identidade gráfica é denominada perfil gráfico (Pessis, 1992, 1993 e 2002; Valle 2003).
Trata-se de uma estruturação sistêmica de atributos flexíveis (categorias de entrada),
hierarquizados segundo menor grau de ambigüidade, orientados, em linhas gerais, no sentido
de segregar as características próprias do acervo gráfico de uma determinada área,
marcadoras de sua(s) identidade(s), os isomorfismos parciais (4) (Piaget, 1973) dentro do
corpus.
No caso de gravuras rupestres esses marcadores são basicamente: 1) de ordem técnica
(relativos aos procedimentos técnicos de execução do registro rupestre); 2) de ordem
cenográfica (referentes ao agenciamento e isolamento das unidades no espaço gráfico, suas
dimensões e disposições espaciais e geomorfológicas) e; 3) de ordem morfológica (relativas às
formas das unidades gráficas). Tentou-se adaptar, nestas três categorias, as dimensões:
material, temática e de apresentação gráfica (Pessis, 1989) do fenômeno gráfico derivadas do
estudo do grafismo reconhecível pintado.
Parte-se do princípio de que as inter-relações entre os caracterizadores acima apontados,
técnica, cenografia e geo-ambiente, são frutos de escolhas culturais, não aleatórias,
empiricamente contrastadas, alteradas e/ou mantidas por gerações, adequando-se aos

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recursos ambientais disponíveis ao longo da história cultural de um grupo humano e das
mudanças ecossistêmicas.
Diante do exposto, como ferramenta metodológica na ordenação dos dados para uma dada
amostra de sítios rupestres, o perfil gráfico partiria destas duas dimensões do fenômeno
gráfico, tendo como categorias de entrada na análise, tanto a realização técnica, quanto a
segregação de unidades gráficas, através de recorrências nas disposições dos agenciamentos
e isolamentos espaciais. Assim, seria possível, hipoteticamente, a identificação de um elenco
de comportamentos técnicos e cenográficos que espelhassem as escolhas culturais próprias
do(s) grupo(s) gravador(es), ou seja, o esboço de sua(s) identidade(s) gráfica(s) .
A partir desta base, anexaram-se dados oriundos de duas disciplinas geológicas, que
funcionariam como variáveis ambientais consideradas junto ao fenômeno gráfico. A
geomorfologia dos sítios e as características petrográficas do suporte rochoso, tais como,
dureza, constituição e estruturação dos minerais (também consideradas nas escolhas
técnicas), para possibilitar o estabelecimento de um quadro de inter-relações culturais e
ambientais recorrentes dentro de dada amostra de sítios.
Este conjunto de componentes funcionaria como base para o estabelecimento de inter-
relações, objetivando a segregação das características mais recorrentes dentro da amostra de
sítios. Sendo estas então, apresentadas como componentes de um perfil gráfico hipotético do
corpus.
Dentro do aspecto cenográfico da análise aqui adotada, 3 parâmetros são preliminarmente
considerados, dois relacionados às disposições espaciais e um relacionado à freqüência de
ocorrência. São eles respectivamente: o isolamento, a noção de centro e periferia, e a
recorrência.
A condição de isolamento é perceptível quando, numa mancha gráfica (ou painel), uma
unidade posiciona-se separada das outras a distâncias superiores à proporção média dos
espaços guardados entre as outras unidades. Também é possível que uma única unidade
ocupe determinado nicho no espaço gráfico, tornando a identificação do isolamento mais fácil,
mediante um posicionamento exclusivo, visivelmente à parte do conjunto. A noção de centro e
periferia partiu da constatação empírica de que algumas unidades gráficas podem ocorrer nas
zonas periféricas das manchas com determinada recorrência. Se entende por zona periférica
da mancha, setores menos densos em seus preenchimentos gráficos, situados entre, a zona
de maior concentração de agenciamentos (centro) e o perímetro externo da mancha. O
parâmetro da recorrência está circunscrito às repetições intra e extra-sítio, de agenciamentos e
isolamentos associados a morfologias de unidades também recorrentes. Dois níveis de
precisão podem ser aplicados na identificação de morfologias recorrentes, um por analogia
onde formas semelhantes são segregadas, e outro por homologia onde exatamente as
mesmas formas nas mesmas orientações e disposições no espaço gráfico são segregadas e
contabilizadas. A recorrência funciona como elemento indicativo dos padrões cenográficos.
Para a análise técnica são considerados três parâmetros básicos: a cadeia técnica
operacional, a matéria prima do suporte e o instrumental técnico utilizado para gravar. A
cadeia técnica operacional compreende a seqüência de gestos e ações característicos dos
procedimentos técnicos de realização do gravado. A bibliografia (Pinheiro, 2000; Pessis, 2002)
cita quatro modalidades básicas de gestos técnicos, que já foram constatadas em sítios
nordestinos: 1 - picotagem; 2 – lascamento; 3 – raspagem; e 4 – polimento. Ressalta-se que,
além destas modalidades, também são observadas combinações entre técnicas diversas,
sendo as mais freqüentes nas amostras já analisadas picotagem/raspagem e
picotagem/polimento. Na matéria prima do suporte rochoso manifestam-se as disponibilidades
e escolhas de caráter geológico (petrográfico), constituindo uma variável que atua tanto como
condicionante ambiental quanto como escolha técnica. O tipo preciso de suporte, sua
morfologia estrutural e dureza dos minerais constitutivos são as informações relevantes no
condicionamento de cadeias operativas. O instrumental técnico utilizado diz respeito aos
recursos materiais empregados para a realização das gravuras, sendo determinado pela
escolha técnica adotada e pelo tipo de suporte rochoso. Parte-se do princípio de que os tipos
técnicos identificados a partir de inter-relações recorrentes entre cadeias operacionais,

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matérias-primas de suporte e instrumental técnico, também são frutos de escolhas culturais
não aleatórias.

3.1 – Do registro fotográfico:


A fonte de dados primordial desta análise é o registro fotográfico. Todo trabalho analítico é
baseado na observação direta e no exame de imagens fotográficas. Neste sentido, campanhas
para a captação desta “iconografia”, devem ser empreendidas seguindo alguns objetivos de
registro e análise próprios das necessidades da pesquisa.
De maneira geral, o registro fotográfico aqui tratado obedece a um protocolo que contempla,
basicamente, três níveis de dados: dados ambientais, relativos ao entorno geomorfológico do
sítio; dados do sítio, sua estrutura física e sua situação no ambiente; dados do registro
rupestre, relativos às características das gravuras rupestres.
Assim, a estrutura básica das seqüências de planos fotográficos partiu de uma divisão
baseada no enquadramento e nas distâncias focais. Considerou-se, em condições ideais, um
esquema tripartido em etapas com objetivos diferenciados: Etapa 1 – Contextualização
geomorfológica, o sítio e o entorno ambiental, planos abertos. Tiradas em torno de 8 metros do
objeto focal, com aberturas panorâmicas. A interface sítio/ meio ambiente é o alvo que deve
ser preferencialmente captado com lente grande angular (18 mm a 28 mm).
Etapa 2 – Planos intermediários de aproximação. As estruturas antrópicas e naturais do sítio
são registradas, tais como manchas de gravuras e marcas paleo – hidrológicas. Os planos são
tomados em distâncias focais variantes entre 8 metros e 2 metros. Esta etapa serve de
subsídio importante para a seguinte. Usar preferencialmente lente 50 mm.
Etapa 3 – Os planos de segregação das unidades de análise e os planos microfotográficos de
maior aproximação, obtidos entre 2 metros e 20 centímetros dos objetos focais, que foram
selecionados por apresentarem um melhor estado de conservação e, em alguns casos, maior
contraste entre a superfície externa da rocha e superfície interna do sulco. As informações
objetivadas com esses planos de grande aproximação são, sobretudo, a respeito da técnica de
confecção dos grafismos, das características petrográficas das rochas suporte e dos
processos intempéricos atuantes. Podem ser usadas lentes 50 mm e Macro 90 mm/ 100 mm.
Adotam-se duas disposições básicas nos planos de aproximação ceno-técnicos:
1. Fotografar em planos perpendiculares ao eixo central dos grafismos, sempre que possível,
para se evitar distorções de ângulo.
2. Usar rebatedor, fontes alternativas de luz, ou fotografar em horários solares adequados para
evitar a projeção de sombras no interior dos sulcos gravados, que venham a mascarar
detalhes técnicos, como vestígios de pigmento ou estrias transversais indicativas de polimento.
Para o foto-registro propriamente, temos usado câmeras digitais com sensores acima de 8 MP,
reflex com lentes intercambiáveis: 50mm 1.4 F; Macro 105 ou 60 mm 2.8 F; Telezoom 18-200
mm, 3.5 F e Grande Angular 20 mm a 24 mm de 2.8 F. Arquivos em formato RAW,
preferencialmente. Sempre no tripé, com rebatedores e fontes de luz artificial a disposição.
Planos sempre referenciados por escala gráfica.

4. Sítios rupestres localizados no baixo rio Negro, entre as Unidades de Conservação do


rio Jaú e do rio Unini.
I) Pedral do Velho Airão - Gravuras rupestres distribuídas, a princípio, em 8 concentrações que
se estendem por 430 metros na linha de praia sentido E/W do ponto S 01° 55' 09.9" W 061° 24'
14.8" no extremo E até S 01° 55' 09.8" W 061° 24' 27.0" no extremo W. Sujeito à submersão
em sua maior parte.
II) Pedral Jaú 1 – Gravuras rupestres situadas há 500 metros direção W da base do Ibama na
mesma margem – direita (sul) - distribuídas em duas concentrações separadas por 200 metros
sentido W/E, uma em S 01° 54' 15.8" W 061° 26' 07.2" no extremo E e outra a S 01° 54’14.7” e
W 061° 26’ 17.2” no extremo W. Parcialmente sujeito à submersão.
III) Pedral Jaú 2 – Gravuras rupestres dispostas numa única concentração (painel) situadas
nas coordenadas S 01° 54’ 43.2” W 061° 27' 31.9" . Sujeito à Submersão.

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IV) Pedral Jaú 3 - Gravuras rupestres dispostas numa única concentração (painel) situadas
nas coordenadas S 01° 53' 41.4" W 061° 32' 07.6". Sujeito à submersão.
V) Pedral rio Negro 1 - Gravuras rupestres nas margens do Negro distam 2400 metros na
direção NW da boca do Jaú. Apresentam – se distribuídas em 3 concentrações ao longo de
50 metros sentido E/W, estando uma em S 01° 53' 01.2" W 061° 26' 35.5" no extremo E, outra
35 metros a W desta, em S 01° 53' 01.1" W 061° 26' 36.6" e uma terceira há 10 metros W
desta última em S 01° 53' 01.1" W 061° 26' 36.9" marcando o extremo W do conjunto. Sujeito
à submersão.
VI) Sítio Unini 2 – Gravuras rupestres sobre pedral granítico (Rosáceo, proterozóico, complexo
Jauaperi), dispostas em três concentrações sendo duas delas distantes 7 metros a N uma da
outra e referenciadas, portanto, no mesmo ponto S 01° 40’ 12.8 ” W 061° 47' 32.2 ", marcam o
extremo E do conjunto. Distando 90 metros direção W, encontra-se outra concentração nas
coordenadas S 01° 40' 13.0" W 061° 47' 34.6" marcando o extremo W do conjunto.
Parcialmente sujeito à submersão.

5. Conclusões preliminares:
A área que engloba de Velho Airão até o rio Unini apresentaria, em princípio, pelo menos 2
perfis gráficos distintos em técnica, temática, apresentação gráfica e em escolha geológica, ou
seja, em termos de registros gráficos pré-históricos temos indícios hipotéticos de pelo menos
dois grupos humanos com distintas apresentações sociais que gravaram nas rochas seus
sistemas de comunicação gráfica.

5.1. Gravuras do Unini –


Parece-nos ocorrer um perfil gráfico próprio da área do rio Unini, gravado no granito rosáceo,
do proterozóico (complexo Jauaperi), através de polimento com predominância de zoomorfos
apresentados com traços de identificação que permitem reconhecimento morfológico,
sobretudo morfologia cefálica, que leva à distinção de “gêneros” de animais diferentes, sempre
em aparente movimento. Em determinado setor, no que se convencionou como área de
concentração 1, há a ocorrência de uma fileira bastante intemperizada de antropomorfos
estáticos, onde se contam cerca de 9 indivíduos, que aparentemente se situaria abaixo dos
zoomorfos.
Essa relação de superposição torna-se mais evidente ao observar o que seria a calda de um
grafismo serpentiforme no canto W do painel 1 e a extremidade do conjunto de antropomorfos.
O que ainda precisa ser mais bem definido, porém está claro que não integram o mesmo
momento gráfico. A formação granítica onde se encontram estende-se por 5 quilômetros em
ambas as margens do rio e os poucos grafismos que puderam ser localizados estão tão
intemperizados que só aparecem sombras sutis de sua presença, sugerindo uma grande
antiguidade, considerando o desgaste lento desse tipo de rocha dura, ígnea.
No entanto, não temos traços indicativos de como poderiam ter sido em seus aspectos
originais, se apresentavam maior profundidade ou texturas outras, apesar disso a ocorrência
de abrasão (polimento) é evidente por contraste entre as áreas trabalhadas e não trabalhadas
dos corpos rochosos. Este conjunto necessita ser mais bem conhecido, pois quantitativamente
trata-se de uma amostra bastante reduzida em termos gráficos e espaciais, bem inferior se
comparado ao material do Jaú e Velho Airão.

5.2. Gravuras do Jaú e Velho Airão –


Na área do Jaú e adjacências as gravuras mudam notadamente, tanto quantitativamente,
considerando a abundância de unidades gráficas, e qualitativamente, pois, apresentam uma
conjunção de grafismos puros (abstratos) com antropomorfos estilizados dispostos
estaticamente com membros abertos e com designação de atributos sexuais.
Chama atenção “cenas de partos” onde antropomorfos de reduzidas proporções se situam
entre as pernas e o setor correspondente à genitália de antropomorfos maiores, sendo este

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motivo um grafismo emblemático do conjunto de gravuras do Pedral do Velho Airão dada a
sua recorrência.
Uma outra questão que se observa nesse conjunto é o fato de alguns blocos apresentarem
concentrações de antropomorfos dispostos de cabeça para baixo, possivelmente indicando
que os blocos podem ter sofrido deslocamento após a confecção dos grafismos, ou que se
trataria de uma escolha gráfica. Qualquer uma das duas possibilidades tem que ser
averiguadas com maior profundidade.
Os motivos antropomórficos predominam como tema central neste conjunto, executados no
arenito Prosperança friável e bastante intemperizado, com diversas apresentações gráficas até
sua decomposição em formas geométricas estilizadas, que remetem aos grafismos puros. A
técnica é a percussão indireta, com implemento provavelmente lítico de gume impactante em
torno de 1 cm. Possivelmente, sem abrasão, no entanto o estado de conservação não
permitiria avaliar com precisão as características técnicas originais. Como se mostram hoje
sugere abrasão, contudo, percebe-se clara ação intempérica nas superfícies conferindo uma
aparência textural homogênea semelhante à aplicação de técnicas abrasivas passando uma
falsa impressão. No contraste com a superfície rochosa externa ao gravado percebe-se essa
homogeneização textural resultante do processo intempérico atuante.

5.3 - Gravuras do rio Negro (a NW do Jaú) –


Um terceiro conjunto de gravuras (Pedral Negro 1) quantitativamente inferior ao Jaú, destoaria
dos descritos acima por apresentar uma massiva presença de grafismos puros, executados
por percussão sobre o arenito Prosperança de matriz alaranjada. Se tecnicamente e na
geologia este conjunto se aproxima das gravuras do Jaú, se diferenciam em temática e na
apresentação gráfica.
Neste conjunto rupestre composto por 4 áreas de concentração gráfica, estando uma delas já
submersa no momento do contato, não foi possível, a rigor, a identificação positiva de
antropomorfos sem ambigüidade morfológica.
No entanto, determinadas morfologias podem ser correlacionadas aos grafismos puros do
Pedral de Velho Airão, ou antropomorfos deveras esquemáticos, o que se somados às
compatibilidades técnicas e geológicas, poderiam indicar aí relações culturais mais estreitas.
Tal constatação pode contribuir para a formulação de hipóteses acerca de um processo de
mudança histórica num mesmo grupo que vai se distanciando num dado espaço de tempo e
mudando suas escolhas gráficas e sócio-culturais, mas, ocupando territórios muito próximos se
consideramos os 6.300 metros que separam os sítios em linha reta. Também poderiam ser
grafismos contemporâneos, mas, funcionalmente diferentes, isto é, integrariam processos
rituais diferenciados em forma e função, mas ligados a um mesmo grupo cultural.
Seja de um jeito ou de outro nos parece, num primeiro olhar, que temos uma fronteira gráfica
entre os rios Jaú e Unini que pode representar uma fronteira cultural entre os autores desses
dois conjuntos de sítios rupestres situados no Pedral Negro 1/ Pedral Velho Airão e as
manifestações gráficas do rio Unini. Uma possível fronteira gráfica e cultural na pré-história do
baixo rio Negro.

6. Problemas, hipóteses e possibilidades:


Grosso modo, só foi permitido um conhecimento muito incipiente e preliminar deste conjunto
de sítios (o que é válido para toda a bacia do Negro), bem como um levantamento iconográfico
restrito às condições de tempo, logística e às imposições meteorológicas e ambientais. Faz-se
seguramente necessário um retorno à área para retomada do levantamento fotográfico dos
sítios e ampliação das prospecções.
Contudo, duas hipóteses formuladas com antecedência, baseando-se na malha hidrográfica e
no mapeamento geológico da região, puderam ser testadas incipientemente em campo.
Porém, não tendo se esgotado o estado probatório delas, ainda aguardam por confrontações
empíricas mais robustas.

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Hipótese 1 - A primeira diria respeito à situação da rede hidrográfica ter funcionado como
corredor cultural o que implicaria que os pontos de contato entre bacias provenientes de
direções distintas poderiam ter sido pontos de contato entre culturas também distintas. No
caso específico nos referimos ao contato entre a bacia do rio Negro e a bacia do rio Branco
que se encontram 56 quilômetros a NW da foz do Unini, sendo este o primeiro tributário de
influência descendo o Negro na margem direita. O que teria tornado toda a área favorável à
confluência de referências culturais do norte (Roraima/Venezuela/Guianas) pelo Branco e do
extremo NW da Amazônia Ocidental (alto rio Negro/Colômbia) pelo Negro.
Hipótese 2 - A outra hipótese tem por base as escolhas geológicas de fundo cultural, ou seja,
a escolha dos suportes rochosos serem funcionais enquanto elementos distintivos de tradições
gráficas gravadoras. Os povos autores das gravuras conheceriam suficientemente bem as
rochas para saber trabalhá-las com eficácia dentro de seus sistemas ideológicos, técnicos e
taxonômicos, para alcançar seus objetivos e significações quaisquer que fossem. Estariam,
pois, habilitados a selecionar criteriosamente a geologia de seus locais sagrados com tal
sistemática e refino que poderíamos encontrar gravuras culturalmente diferenciadas em rochas
diferentes, e, portanto, áreas de contato geológico, de geo-diversidade, seriam propícias à
ocorrência de diversidade no registro rupestre gravado.
Em princípio essas hipóteses não foram refutadas com base nas primeiras confrontações haja
vista que a área se mostrou diversificada em termos de registros gráficos. No entanto,
consideramos que ainda é prematuro julgá-las confirmadas pelos fatos, em virtude de que
pouco se conhece a respeito deles. Seguem, contudo validadas para futuros testes.
Um grande problema tanto de contextualização arqueológica quanto de conservação dessas
gravuras é a sazonal submersão e sujeição à hidrodinâmica do rio Negro e seus dois afluentes
aqui mencionados. Não há sítios passíveis de escavação com gravuras na área, portanto não
há como prover cronologias nem absolutas nem relativas e nem contextualizá-los com o
material cerâmico das Terras Pretas de Airão Velho, por exemplo.
Parte-se de um a priori que necessitaria de averiguações mais profundas para região
amazônica como um todo, mas que se baseia em datações radiocarbônicas para sítios
rupestres amazônicos e de outros lugares, situando-os numa escala de tempo anterior às
populações ceramistas representadas pelas grandes tradições e fases conhecidas e
prioritariamente estudadas pela arqueologia amazônica.
Esses dados acessórios contextuais têm que ser procurados em outras fontes para além do
registro arqueológico. Nesse sentido observamos que os indicadores da situação
geomorfológica desses sítios podem situá-los dentro de um contexto paleo-ambiental quando
os ritmos e intensidades do regime de secas e cheias do rio Negro eram diferentes dos
constatados hoje em dia. A visibilidade dos sítios na atualidade restringe-se aos meses de
outubro a dezembro, passam, pois, a maior parte do ano, submersos.
Podemos, pois, admitir a concreta possibilidade de existirem grafismos rupestres abaixo das
linhas atuais de seca e, portanto, serem interessantes indicadores cronológicos para situar as
gravuras rupestres hoje descontextualizadas num espectro de tempo na pré-história regional,
anterior à estabilização das características ambientais hoje predominantes. Fato este que
poderia ser quantificado, medido objetivamente.
Para tanto, faz-se necessário testar o emprego de ferramentas auxiliares. A reconstituição da
modelagem paleo-ambiental e sua história evolutiva para a área do rio Negro desde a
transição do pleistoceno para holoceno, há 12.000 anos atrás, poderia apontar momentos de
oscilações no nível das águas do Negro, onde superfícies hoje submersas poderiam estar
expostas para atividade gráfica.
Complementar a isso poderia ser testada uma outra abordagem que envolvesse técnicas de
prospecção submarina por sensoriamento remoto com monitoramento em vídeo, na busca por
manchas gráficas em patamares topográficos hoje permanentemente submersos, que podem
estar situados abaixo ou nas proximidades dos painéis contidos nos sítios hoje conhecidos.
São problemas metodológicos que precisam ser pensados para se trabalhar a arqueologia dos
sítios rupestres na bacia do Negro, intensiva e extensivamente, no sentido de responder, entre
outras, duas perguntas fundamentais para arqueologia em geral e especificamente para esses
sítios sem contexto: quem os fez? E quando os fez? Isto é, cultura e cronologia.

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7. Imagens de satélite da área

Imagem 1 – Vista geral do baixo rio Negro (fonte: Google Earth).

Imagem 2 – Área prospectada, rio Jaú embaixo e rio Unini em cima, sítios rupestres assinalados em vermelho. (Fonte:
Google)

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Imagem 3 – Baixo curso do rio Jaú desembocando no rio Negro, sítios rupestres em Vermelho. (Fonte: Google)
8. Fotografias

Foto 1 – Sítio Unini 2 (S 01° 40' 12.8" W 061° 47' 32.2").

Foto 2 – Sítio Pedral rio Negro 1 (S 01° 53' 01.1" W 061° 26' 36.6”)

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Foto 3 – Área de concentração 4.1 no Pedral Ayrão Velho (S 01° 55'09.8" W 061° 24' 23.1")

9. Notas
1 - Mestre em Pré-história pela UFPE (2003).
2 - O conceito de apresentação gráfica, segundo Pessis (1989), “baseia-se no fato de que uma
representação do mundo sensível seja pré-histórica seja moderna, é uma manifestação do
sistema de apresentação social ao qual o autor pertence. Aceitando-se que cada grupo cultural
e que cada segmento da sociedade tem procedimentos próprios para se apresentar a
observação de outrem,... pode-se pensar que tais procedimentos estarão presentes nas
representações gráficas de um grupo cultural.... A análise da obra gráfica do homem pré-
histórico, procurando identificar os padrões de apresentação das pinturas rupestres, constitui
um modo para aceder à sua cultura”.
3 - As identidades gráficas são “constituídas por um conjunto de características que permitem
atribuir um conjunto de grafismos a uma determinada autoria social. Essas características
constituem padrões de representação gráfica que correspondem a certas características
culturais”. (Pessis, 1993).
4 - De maneira geral, correspondências termo a termo entre dois conjuntos. Segundo o autor
citado trata-se de uma expressão proveniente da Lógica Formal que se expressaria de
maneira total e não parcial, significando “correspondência biunívoca entre elementos de uma
estrutura A e os da estrutura A’ e entre as relações que os unem em A e as que os unem em
A’, inclusive seus sentidos de orientação.” A existência formal, pois, de isomorfismos parciais
estaria condicionada a dois fatores: a “possibilidade de indicar os processos de transformação
capazes de conduzir de uma das estruturas comparadas à outra; e a possibilidade de fazer
corresponder essas transformações a um processo real e observável, de natureza histórica ou
genética (epigenética, etc.)” (Piaget, 1973).

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