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Brasil

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(desambiguação).
Brasil
República Federativa do Brasil

Bandeira Brasão de armas


Lema: Ordem e Progresso

Hino nacional: Hino Nacional Brasileiro

Gentílico: brasileiro; brasiliano

Localização do Brasil no mundo.


Capital Brasília
15°45′S 47°57′O

Cidade mais populosa São Paulo


Língua oficial Português[1]
Governo República federativa
presidencialista
- Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
- Vice-presidente José Alencar Gomes da
Silva
- Presidente da Câmara dos Michel Elias Temer Lulia
Deputados
- Presidente do Senado José Sarney de Araújo
Federal Costa
- Presidente do Supremo Antonio Cezar Peluso
Tribunal Federal (STF)
- Número de ministérios 38
Independência de Portugal
- Declarada 7 de setembro de 1822
- Reconhecida 29 de agosto de 1825
- Descoberta 22 de abril de 1500
- Colônia 1500-1815
- Império 1822-1889
- República 15 de novembro de 1889
Área
- Total 8 514 876,599 km² (5º)
- Água (%) 0,65
Fronteira Argentina, Bolívia, Colômbia,
Guiana Francesa (França),
Guiana, Paraguai, Peru,
Suriname, Uruguai e
Venezuela
População
- Estimativa de 2010 192 924 506[2] hab. (5º)
- Censo 2000 169 799 170
- Densidade 22 hab./km² (182º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2009
- Total US$1,995 trilhão*
USD (8º)
- Per capita US$10 296 USD (70º)
Indicadores sociais
- Gini (2008) ▼ 49,3[3] – alto
- IDH (2007) 0,813[4] (75º) – elevado
- Esper. de vida 72,4[5] anos (92º)
- Mort. infantil 19,3/mil nasc. (106º)
- Alfabetização 90,0[6]% (95º)
Moeda Real (BRL)

Fuso horário (UTC−4 a −2, oficial: −3.[7]


Hora atual: 11:43 a 13:43)
- Verão (DST) (UTC-4 a UTC -2[8])
Clima Tropical, subtropical,
temperado, equatorial e
semiárido
Org. internacionais ONU (OMC), Mercosul,
OEA, CPLP, ALADI,
OTCA, UNASUL, CI-A,
UL e OIE.
Cód. ISO BRA
Cód. Internet .br
Cód. telef. +55

Website governamental www.brasil.gov.br

O Brasil, oficialmente República Federativa do Brasil,[9][10] é uma república federativa


presidencialista localizada na América do Sul, formada pela união de 26 estados
federados e por um distrito federal, divididos em 5 565 municípios. Faz fronteira a norte
com a Venezuela, com a Guiana, com o Suriname e com o departamento ultramarino da
Guiana Francesa; ao sul com o Uruguai; a sudoeste com a Argentina e com o Paraguai;
a oeste com a Bolívia e com o Peru e, por fim a noroeste com a Colômbia. Os únicos
países sul-americanos que não têm uma fronteira comum com o Brasil são o Chile e o
Equador. O país é banhado pelo oceano Atlântico ao longo de toda sua costa norte,
nordeste, sudeste e sul. Além do território continental, o Brasil também possui alguns
grandes grupos de ilhas no oceano Atlântico como os Penedos de São Pedro e São
Paulo, Fernando de Noronha (território estadual de Pernambuco), Trindade e Martim
Vaz, no Espírito Santo, e um complexo de pequenas ilhas e corais chamado Atol das
Rocas (pertencente ao estado do Rio Grande do Norte).[11]

Com 8,51 milhões de quilômetros quadrados de área,[12] equivalente a 47% do território


sul-americano, e com cerca de 190 milhões de habitantes,[2] o país possui a quinta maior
área territorial do planeta e o quinto maior contingente populacional do mundo. O Brasil
é o único país falante do português das Américas,[13][14] além de ser uma das nações mais
multiculturais e etnicamente diversas do mundo, resultado da forte imigração vinda de
muitos países.
O Brasil foi uma colônia do Império Português desde o desembarque de Pedro Álvares
Cabral em 1500 até 1815, quando se tornou um reino unido com Portugal. Em 1822 o
país se tornou independente, formando o Império do Brasil, época em que esteve sob a
soberania da família imperial brasileira, um dos ramos da Casa de Bragança, por quem
era governado desde 1500, no Brasil Colônia. Em 1889 torna-se uma república, embora
a legislatura bicameral, agora chamada de Congresso, remonte à ratificação da primeira
Constituição em 1824. Desde a proclamação da república brasileira em 1889, o Brasil
tem sido governado por três poderes, o judiciário, legislativo e o executivo, em que o
chefe do último, eleito a cada quatro anos pelo voto popular, é o presidente do Brasil.

Nona maior economia do planeta em paridade do poder de compra (2008) e maior


economia latino-americana,[15] o Brasil tem hoje forte influência internacional, seja em
âmbito regional ou global.[16] Em 2005, encontrava-se na 39ª posição entre os países
com melhor qualidade de vida do planeta,[17] além de possuir entre 15 e 20% de toda
biodiversidade mundial,[18] sendo exemplo desta riqueza a Floresta Amazônica, com 3,6
milhões de km², a Mata Atlântica, o Pantanal e o Cerrado. O Brasil é membro fundador
da Organização das Nações Unidas, do G20, do Mercosul, da União de Nações Sul-
Americanas e é um dos países BRIC.

Índice
[esconder]

• 1 Etimologia
• 2 História
o 2.1 Período pré-colonial, colonização portuguesa e expansão territorial
o 2.2 Independência e império
o 2.3 República velha e era Vargas
o 2.4 Regime militar e era contemporânea
• 3 Geografia
o 3.1 Clima
o 3.2 Meio ambiente
• 4 Demografia
o 4.1 Idioma
 4.1.1 Idiomas indígenas e de imigrantes
o 4.2 Religião
• 5 Governo e política
o 5.1 Lei
o 5.2 Política externa e forças armadas
• 6 Subdivisões
o 6.1 Regiões
o 6.2 Estados
 6.2.1 Distrito Federal
o 6.3 Municípios
o 6.4 Antártida brasileira
o 6.5 Zona econômica exclusiva
• 7 Economia
o 7.1 Componentes
o 7.2 Turismo
• 8 Infraestrutura
o 8.1 Educação
o 8.2 Ciência e tecnologia
o 8.3 Saúde
o 8.4 Transportes
o 8.5 Energia
o 8.6 Comunicação
• 9 Cultura
o 9.1 Feriados
• 10 Ver também
• 11 Referências
o 11.1 Bibliográficas
o 11.2 Leitura adicional

• 12 Ligações externas

Etimologia
Ver artigo principal: Etimologia de Brasil

As raízes etimológicas do termo "Brasil" são de difícil reconstrução. O filólogo Adelino


José da Silva Azevedo postulou que se trata de uma palavra de procedência celta (uma
lenda que fala de uma "terra de delícias", vista entre nuvens), mas advertiu também que
as origens mais remotas do termo poderiam ser encontradas na língua dos antigos
fenícios. Na época colonial, cronistas da importância de João de Barros, Frei Vicente do
Salvador e Pero de Magalhães Gândavo apresentaram explicações concordantes acerca
da origem do nome "Brasil". De acordo com eles, o nome "Brasil" deriva de "pau-
brasil", a designação de um tipo de madeira empregada na tinturaria de tecidos. Na
época dos descobrimentos, era comum aos exploradores guardar cuidadosamente o
segredo de tudo quanto achavam ou conquistavam, a fim de explorá-lo vantajosamente,
mas não tardou em se espalhar na Europa que haviam descoberto certa "ilha Brasil" no
meio do Atlântico, de onde extraíam o pau-brasil (madeira cor de brasa).[19]

De acordo com a tradição, o nome Brasil é oriundo do pau-brasil. Porém só a tradição


não basta, devido desde 1339 (século XIV) o termo Brasil já aparecer em mapas. Nos
planisférios dos cartógrafos Mediceu, Solleri, Pinelli e Branco mostravam uma Ilha
Brasil (a oeste da ilha de Açores).[20] O gentílico "brasileiro" surgiu no século XVI,
referindo-se inicialmente apenas aos que comercializavam pau-brasil.[21] Entretanto foi
só em 1824, na primeira constituição brasileira,[22] que o gentílico "brasileiro" passou
legalmente a designar as pessoas naturais do Brasil. Há ainda a possibilidade do uso do
gentílico brasiliano para designar os naturais da República Federativa do Brasil.

Antes de ficar com a designação atual "Brasil" as novas terras descobertas foram
designadas de: Monte Pascoal (quando os portugueses avistaram terras pela primeira
vez), ilha de Vera Cruz, Terras de Santa Cruz, Nova Lusitânia, Cabrália, etc. Em 1967,
com a primeira Constituição da ditadura militar, o Brasil passou a chamar-se República
Federativa do Brasil, nome que a Constituição de 1988 conserva até hoje. Antes, na
época do império, era Império do Brasil e depois, com a proclamação da República,
Estados Unidos do Brasil.[23]
Os habitantes naturais do Brasil são denominados brasileiros, cujo gentílico é registrado
em português a partir de 1706. [24]

História
Ver artigo principal: História do Brasil

Período pré-colonial, colonização portuguesa e expansão territorial

"A Primeira Missa no Brasil", por Victor Meirelles.


Ver artigos principais: Periodização da História do Brasil, Pré-História do
Brasil, Povos indígenas do Brasil, Descobrimento do Brasil, Colonização do
Brasil, Brasil Colônia e Capitanias do Brasil.

Quando descoberto pelos portugueses em 1500, estima-se que o atual território do


Brasil (a costa oriental da América do Sul), era habitado[25] por 2 milhões de indígenas,
do norte ao sul.[26]

A população ameríndia era repartida em grandes nações indígenas compostas por vários
grupos étnicos entre os quais se destacam os grandes grupos tupi-guarani, macro-jê e
aruaque. Os primeiros eram subdivididos em guaranis, tupiniquins e tupinambás, entre
inúmeros outros. Os tupis se espalhavam do atual Rio Grande do Sul ao Rio Grande do
Norte de hoje.[27] Segundo Luís da Câmara Cascudo,[28] os tupis foram «a primeira raça
indígena que teve contacto com o colonizador e (…) decorrentemente a de maior
presença, com influência no mameluco, no mestiço, no luso-brasileiro que nascia e no
europeu que se fixava». A terra agora chamada Brasil (cuja origem do seu nome é
contestada) foi reivindicada por Portugal em abril de 1500, com a chegada da frota
portuguesa comandada por Pedro Álvares Cabral.[29] O português encontrou nativos da
Idade da Pedra divididos em várias tribos, a maioria das quais compartilhavam a mesma
família linguística, o Tupi-Guarani, e lutaram entre si.[30]
Formação do estado brasileiro (em verde escuro) e dos países sul-americanos desde
1700.

A colonização foi efetivamente iniciada em 1534, quando D. João III dividiu o território
em doze capitanias hereditárias,[31][32] mas esse arranjo era problemático e em 1549 o rei
atribuiu um governador-geral para administrar toda a colônia.[32][33] Os portugueses
assimilaram algumas das tribos nativas,[34] enquanto outras foram escravizadas ou
exterminadas em longas guerras ou por doenças europeias para as quais não tinham
imunidade.[35][36] Em meados do século XVI, o açúcar tornou-se o mais importante
produto de exportação do Brasil[30][37] e escravos africanos começaram a ser importados
pelos portugueses[38][39] para lidar com a crescente demanda internacional.[35][40]

Através de guerras contra os franceses, os portugueses lentamente expandiram seu


território para o sudeste, tomando o Rio de Janeiro, em 1567, e para o noroeste,
tomando São Luís em 1615.[41] Eles enviaram expedições militares para a Amazônia e
conquistaram fortalezas britânicas e holandesas, fundando aldeias e fortalezas em 1669.
[42]
Em 1680 eles chegaram ao extremo sul e fundaram a Colônia do Sacramento, na
margem do Rio da Prata, na região da Faixa Oriental (atual Uruguai).[43]

No final do século XVII as exportações de açúcar começaram a diminuir,[44] mas a


descoberta de ouro por exploradores da região que mais tarde seria chamada de Minas
Gerais, em torno de 1693, e nas décadas seguintes nos atuais Mato Grosso e Goiás,
salvaram a colônia de um colapso econômico iminente.[45] De todo o Brasil, bem como
de Portugal, milhares de imigrantes vieram para as minas.[46] Os espanhóis tentaram
impedir a expansão dos portugueses para o território que lhes pertencia de acordo com o
Tratado de Tordesilhas de 1494, e conseguiram reconquistar a Faixa Oriental em 1777.
No entanto, essa conquista foi em vão, visto que o Tratado de San Ildefonso, assinado
no mesmo ano, confirmou a soberania portuguesa sobre todas as terras provenientes da
sua expansão territorial, criando assim a maior parte das atuais fronteiras brasileiras.[47]

Em 1808, a família real portuguesa, fugindo das tropas do imperador francês Napoleão
Bonaparte, que estavam invadindo Portugal e a maior parte da Europa Central,
estabeleceram-se na cidade do Rio de Janeiro, que assim se tornou a sede do Império
Português.[48] Em 1815, Dom João VI, então regente em nome de sua mãe incapacitada,
elevou o Brasil de colônia a Reino soberano unido com Portugal.[48] Em 1809, os
portugueses invadiram a Guiana Francesa (que foi devolvida à França em 1817)[49] e em
1816, a Faixa Oriental, foi posteriormente rebatizada para Cisplatina.[50]

Independência e império

Declaração da Independência do Brasil pelo Imperador Pedro I em 7 de setembro de


1822.
Ver artigos principais: Independência do Brasil, Império Brasileiro, Período
Regencial e Golpe da Maioridade.

D. João VI retornou à Europa em 26 de abril de 1821, deixando seu filho mais velho, D.
Pedro de Alcântara, como regente para governar o Brasil.[51] O governo português tentou
transformar o Brasil em uma colônia, uma vez mais, privando-a dos seus resultados
desde 1808.[52] Os brasileiros se recusaram a ceder e D. Pedro ficou com eles,
declarando a independência do país de Portugal, em 7 de setembro de 1822.[53] Em 12 de
outubro de 1822, Pedro foi declarado o primeiro imperador do Brasil e coroado D.
Pedro I em 1 de dezembro de 1822.[54]

Naquele tempo quase todos os brasileiros eram a favor de uma monarquia e o


republicanismo teve pouco apoio.[55][56] A subsequente Guerra da independência do
Brasil propagou-se quase todo o território, com batalhas nas regiões norte, nordeste e
sul.[57] Os últimos soldados portugueses renderam-se em 8 de março de 1824[58] e a
independência foi reconhecida por Portugal em 29 de agosto de 1825.[59]
Imperador Dom Pedro II em 1873. Devido ao "tempo de governo e as transformações
que ocorreram, nenhum outro chefe de Estado já teve um impacto tão profundo na
história do país".[60]

A primeira constituição brasileira foi promulgada em 25 de março de 1824, após a sua


aceitação pelos conselhos municipais de todo o país.[61][62][63][64] D. Pedro I abdicou em 7
de abril de 1831 e foi para a Europa para recuperar a coroa de sua filha, deixando para
trás seu filho de cinco anos e herdeiro, que viria a ser Dom Pedro II.[65] Como o novo
imperador não pôde exercer suas prerrogativas constitucionais até atingir a maturidade,
a regência foi criada.[66] Disputas entre facções políticas levaram a rebeliões e uma
instável, quase anárquica, regência.[67] As facções rebeldes, no entanto, não estavam em
revolta contra a monarquia,[68][69] embora algumas declarassem a secessão das províncias
como repúblicas independentes, mas só enquanto Pedro II era menor de idade.[70]
Devido a isso, D. Pedro II foi declarado imperador prematuramente e "o Brasil
desfrutou de quase meio século de paz interna e progresso material rápido."[71]

O Brasil ganhou três guerras internacionais durante os 59 anos de reinado de Pedro II (a


Guerra do Prata, a Guerra do Uruguai e da Guerra da Tríplice Aliança)[72] e testemunhou
a consolidação da democracia representativa, principalmente devido à realização de
eleições sucessivas, e irrestrita liberdade de imprensa.[73] A escravidão foi extinta após
um lento processo, mas constante que começou com o fim do tráfico internacional de
escravos em 1850[74] e terminou com a abolição da escravatura em 1888.[75] A população
escrava estava em declínio desde a independência do Brasil: em 1823, 29% da
população brasileira era composta por escravos, mas em 1887 o percentual havia caído
para 5%.[76]

Quando a monarquia foi derrubada em 15 de novembro de 1889,[77] houve pouca


vontade no Brasil para mudar a forma de governo[78] e Pedro II estava no auge de sua
popularidade entre seus súditos.[79][80] No entanto, ele "foi o principal, talvez o único, a
responsável pela sua própria derrubada."[81] Após a morte de seus dois filhos, Pedro
acredita que "o regime imperial estava destinado a terminar com ele."[82] Ele pouco se
importava com o destino do regime[83][84] e por isso não fez nada, nem permitiu que outra
pessoa fizesse algo, para evitar o golpe militar, apoiado por antigos proprietários de
escravos que se ressentiam da abolição da escravatura.[85][86][87]

República velha e era Vargas

O Golpe de 1930 levou Getúlio Vargas (centro com uniforme militar, mas sem chapéu)
ao poder. Ele iria governar o país por quinze anos.
Ver artigos principais: Proclamação da República, República Velha, Era
Vargas e Estado Novo.
O "início do governo republicano foi pouco mais do que uma ditadura militar. O
exército dominou os assuntos, tanto no Rio de Janeiro quanto nos estados. A liberdade
de imprensa desapareceu e as eleições eram controladas pelos detentores do poder."[77]
Em 1894, os civis republicanos subiram ao poder, abrindo um ciclo de "prolongada
guerra civil, desastre financeiro e incompetência do governo."[88] Em 1902, o governo
começou um regresso às políticas prosseguidas durante o Império, prometiam a paz e a
ordem em casa e uma restauração do prestígio do Brasil no exterior.[88] O país também
foi bem sucedido na negociação de diversos tratados que expandiam (com a compra do
Acre) e garantiam as fronteiras brasileiras.[89]

Na década de 1920 o país era assolado por diversas rebeliões causadas por jovens
oficiais militares.[90][91] Em 1930, o regime foi enfraquecido e desmoralizado, o que
permitiu que o derrotado candidato presidencial Getúlio Vargas alcançasse o poder
através de um golpe e assumisse a presidência.[92] Vargas deveria assumir a presidência
temporariamente, mas em vez disso, ele fechou o Congresso Nacional, extinguiu a
Constituição, governou com poderes de emergência e substituiu os governadores dos
estados por seus partidários.[93][94] Em 1935, os comunistas se rebelaram em todo o país e
fizeram uma tentativa mal sucedida para chegar ao poder.[95] A ameaça comunista, no
entanto, serviu como pretexto para Vargas lançar outro golpe de Estado em 1937 e o
Brasil tornou-se uma ditadura completa.[96][97] A repressão da oposição foi brutal, com
mais de 20 000 pessoas presas, campos de concentração criados para os presos políticos
em regiões distantes do país, prática generalizada de tortura pelos agentes do governo e
repressão e censura à imprensa.[98][99]

O Brasil manteve-se neutro durante os primeiros anos da Segunda Guerra Mundial até o
governo declarar guerra contra as Potências do Eixo, em 1942.[100] Vargas então forçou
imigrantes alemães, japoneses e italianos em campos de concentração[101] e, em 1944,
enviou tropas para os campos de batalha na Itália.[102][103] Com a vitória aliada em 1945 e
o fim do regime nazi-fascista na Europa, a posição de Vargas tornou-se insustentável e
ele foi rapidamente deposto por um golpe militar.[104] A democracia foi restabelecida e o
General Eurico Gaspar Dutra foi eleito presidente, tomando posse em 1946.[105] Vargas
voltou ao poder em 1951, desta vez, democraticamente eleito, mas ele foi incapaz de
qualquer governar sob uma democracia ou de lidar com uma oposição ativa, cometendo
suicídio em 1954.[106][107]

Regime militar e era contemporânea

A transição pacífica da presidência entre Fernando Henrique Cardoso e Luís Inácio Lula
da Silva em 2003 revelou que o Brasil, finalmente, conseguiu alcançar a sua tão
esperada estabilidade política.
Ver artigos principais: Governo JK, Ditadura militar, Abertura política e
Nova República.
Vários governos provisórios breves sucederam-se após o suicídio de Vargas.[108]
Juscelino Kubitscheck se tornou presidente em 1956 e assumiu uma postura
conciliadora em relação à oposição política que lhe permitia governar sem grandes
crises.[109] A economia e o setor industrial cresceram consideravelmente,[110] mas sua
maior conquista foi a construção da nova capital, Brasília, inaugurada em 1960.[111] Seu
sucessor, Jânio Quadros, renunciou em 1961, menos de um ano após assumir o cargo.
[112]
Seu vice-presidente, João Goulart, assumiu a presidência, mas suscitou forte
oposição política[113] e foi deposto em abril de 1964 por um golpe que resultou em um
regime militar.[114]

O novo regime se destinava a ser transitório,[115] mas gradualmente, fechado em si


mesma se tornou uma ditadura completa com a promulgação do Ato Institucional Nº 5
em 1968.[116] A repressão de opositores da ditadura, incluindo a guerrilha urbana,[117] foi
dura, mas não tão brutal como em outros países da América Latina.[118] Devido ao
extraordinário crescimento econômico, conhecido como um "milagre econômico", o
regime atingiu seu mais alto nível de popularidade nos anos de repressão.[119]

O General Ernesto Geisel assumiu a presidência em 1974 e começou seu projeto de


redemocratização através de um processo que, segundo ele seria "lento, gradual e
seguro."[120][121] Geisel acabou com a indisciplina militar que havia assolado o país desde
1889,[122] bem como a tortura de presos políticos, censura à imprensa[123] e, finalmente, a
própria ditadura, depois de extinto o Ato Institucional Nº 5 em 1978.[116] No entanto, o
regime militar continuou, com o seu sucessor escolhido General João Figueiredo, para
completar a transição para uma democracia plena.[124] Os civis voltaram totalmente ao
poder em 1985, quando José Sarney assumiu a presidência,[125] mas, até ao final de seu
mandato, ele tinha se tornado extremamente impopular devido à crise econômica e a
incontrolável e invulgarmente elevada inflação.[126] O mal-sucedido governo de Sarney
permitiu a eleição, em 1989, do quase desconhecido Fernando Collor, que
posteriormente foi deposto pelo Congresso Nacional em 1992. Collor foi sucedido pelo
seu vice-presidente, Itamar Franco, que nomeou Fernando Henrique Cardoso como
Ministro da Fazenda.[127]

Cardoso criou o muito bem sucedido Plano Real,[128] que trouxe estabilidade para a
economia brasileira.[129] Fernando Henrique Cardoso foi eleito como presidente em 1994
e novamente em 1998.[130] A transição pacífica de poder para Luís Inácio Lula da Silva,
que foi eleito em 2002 e reeleito em 2006, mostrou que o Brasil finalmente conseguiu
alcançar a sua, há muito procurada, estabilidade política.[131]

Geografia
Ver artigos principais: Geografia do Brasil, Relevo brasileiro e Hidrografia
do Brasil.
Ver página anexa: Lista de rios no Brasil
Mapa topográfico do Brasil.

O território brasileiro é cortado por dois círculos imaginários: O Equador que passa pela
embocadura do Amazonas, e o Trópico de Capricórnio, que corta a cidade de São Paulo.
[132]
O país ocupa uma vasta área ao longo da costa leste da América do Sul e inclui
grande parte do interior do continente,[133] que compartilham fronteiras terrestres com o
Uruguai ao sul; Argentina e Paraguai a sudoeste; Bolívia e Peru a oeste; Colômbia a
noroeste e Venezuela, Suriname, Guiana e o departamento ultramarino francês da
Guiana Francesa, ao norte. O país compartilha uma fronteira comum com todos os
países da América do Sul exceto Equador e Chile. Ele também engloba uma série de
arquipélagos oceânicos, como Fernando de Noronha, Atol das Rocas, São Pedro e São
Paulo e Trindade e Martim Vaz.[13] O seu tamanho, relevo, clima e recursos naturais
fazem do Brasil um país geograficamente diverso.[133]

Pico da Neblina, o ponto mais alto do país.

O Brasil é o quinto maior país do mundo, depois da Rússia, Canadá, China e Estados
Unidos, e o terceiro maior das Américas, com uma área total de 8.514.876,599 km²,[134]
incluindo 55.455 quilômetros quadrados de água.[13] Seu território abrange três fusos
horários, a partir de UTC-4 nos estados ocidentais, a UTC-3 nos estados do leste (e hora
oficial do Brasil) e UTC-2 nas ilhas do Atlântico.[135]

A topografia brasileira também é diversificada e inclui morros, montanhas, planícies,


planaltos e cerrados. Grande parte do terreno se situa entre 200 metros e 800 metros de
altitude.[136] A área principal de terras altas ocupa mais da metade sul do país.[136] As
partes noroeste do planalto são compostas por terreno, amplo rolamento quebrado por
baixo e morros arredondados.[136] A seção sudeste é mais robusta, com uma massa
complexa de cordilheiras e serras atingindo altitudes de até 1.200 metros.[136] Esses
intervalos incluem a serra da Mantiqueira, a serra do Espinhaço e a serra do Mar.[136] No
norte, o Planalto das Guianas constituem um fosso de drenagem principal, separando os
rios que correm para o sul da Bacia Amazônica dos rios que desaguam no sistema do rio
Orinoco, na Venezuela, ao norte. O ponto mais alto no Brasil é o Pico da Neblina com
2.994 metros e o menor é o Oceano Atlântico.[13]

O Brasil tem um sistema denso e complexo de rios, um dos mais extensos do mundo,
com oito grandes bacias hidrográficas, que drenam para o Atlântico.[137] Os rios mais
importantes são o Amazonas (o segundo maior rio do mundo e o maior em termos de
volume de água), o Paraná e seu maior afluente, o Iguaçu (que inclui as Cataratas do
Iguaçu), o Negro, São Francisco, Xingu, Madeira e Tapajós.[137]

Clima

Ver artigo principal: Clima do Brasil

Clima tropical em Cabedelo, na


Neve em São Joaquim, Santa Catarina.
Paraíba.

O clima do Brasil dispõe de uma ampla gama de condições de tempo em uma grande
área e topografia variada, mas a maioria do país é tropical.[13] Segundo o sistema
Köppen, o Brasil acolhe cinco principais subtipos climáticos: equatorial, tropical,
semiárido, tropical de altitude, temperado e subtropical. As diferentes condições
climáticas produzem ambientes que variam de florestas equatoriais no Norte e desertos
semi-áridos no Nordeste, para florestas temperadas de coníferas no Sul e savanas
tropicais no Brasil central.[138] Muitas regiões têm microclimas totalmente diferentes.[139]
[140]

O clima equatorial caracteriza grande parte do norte do Brasil. Não existe uma estação
seca real, mas existem algumas variações no período do ano em que mais chove.[138]
Temperaturas médias de 25°C,[140] com mais variação de temperatura significativa entre
a noite e o dia do que entre as estações.[139] As chuvas no Brasil central são mais
sazonais, característico de um clima de savana.[139] Esta região é tão extensa como a
bacia amazônica, mas tem um clima muito diferente, já que fica mais ao sul, em uma
altitude inferior.[138] No interior do nordeste, a precipitação sazonal é ainda mais
extrema. A região de clima semiárido geralmente recebe menos de 800 milímetros de
chuva,[141] a maioria do que geralmente cai em um período de três a cinco meses no
ano[142] e, por vezes menos do que isso, a criação de longos períodos de seca.[139] A
"Grande Seca" de 1877-78 no Brasil, a mais grave já registrada no país,[143] causou cerca
de meio milhão de mortes.[144] Outra em 1915 foi devastadora também.[145]

O sul da Bahia, perto de São Paulo, a distribuição de chuva muda, com chuva caindo ao
longo do ano.[138] O Sul e parte do Sudeste possui condições de clima temperado, com
invernos frios e temperatura média anual não superior a 18 °C;[140] geadas de inverno são
bastante comuns, com ocasional queda de neve nas áreas mais elevadas.[138][139]
Meio ambiente

A arara é um animal típico do Brasil. O país tem uma das mais diversificadas
populações de aves e anfíbios do mundo.[146][147]
Ver artigo principal: Biodiversidade no Brasil

A grande extensão territorial do Brasil abrange diferentes ecossistemas, como a Floresta


Amazônica, reconhecida como tendo a maior diversidade biológica do mundo,[148] com a
Mata Atlântica e o Cerrado, sustentando também grande biodiversidade.[149] No sul, a
Floresta de araucárias cresce sob condições de clima temperado.[149]

A Floresta Amazônica, a mais rica e biodiversa floresta tropical do mundo.

A rica vida selvagem do Brasil reflete a variedade de habitats naturais. Os cientistas


estimam que o número total de espécies vegetais e animais no Brasil seja de
aproximadamente de quatro milhões.[149] Grandes mamíferos incluem pumas, onças,
jaguatiricas, raros cachorro-vinagre, raposas, queixadas, antas, tamanduás, preguiças,
gambás e tatus. Veados são abundantes no sul e muitas espécies de platyrrhini são
encontradas nas florestas tropicais do norte.[149][150] A preocupação com o meio ambiente
tem crescido em resposta ao interesse mundial nas questões ambientais.[151]

O patrimônio natural do Brasil está seriamente ameaçado pela pecuária e agricultura,


exploração madeireira, mineração, reassentamento, extração de petróleo e gás, a
sobrepesca, comércio de espécies selvagens, barragens e infraestrutura, contaminação
da água, alterações climáticas, fogo e espécies invasoras.[148] Em muitas áreas do país, o
ambiente natural está ameaçado pelo desenvolvimento.[152] A construção de estradas
abriu anteriormente áreas remotas para a agricultura e comércio; barragens inundaram
vales e habitats selvagens e minas criaram cicatrizes na terra e poluiram da paisagem.
[151][153]

Demografia
Ver artigos principais: Demografia do Brasil, Composição étnica do Brasil,
Imigração no Brasil, Migração no Brasil, Brasileiros, Brasileiros brancos,
Brasileiros negros, Brasileiros asiáticos e Povos indígenas do Brasil.
Cor da pele Porc.(%)
Ver página anexa: Lista de ou (valores arredondados)
cidades do Brasil Raça 2000[154] 2007[155]
Brancos 53,7% 49,4%
A população do Brasil, conforme registrado
pela PNAD de 2008, foi de Pretos 6,2% 7,4%
aproximadamente 190 milhões de Multirraciais/
habitantes[156] (22,31 habitantes por 38,5% 42,3%
Pardos
quilômetro quadrado), com uma proporção
de homens e mulheres de 0,95:1[157] e 83,75% Amarelos 0,4%
0,8%
da população definida como urbana.[158] A Ameríndios 0,4%
população está fortemente concentrada nas Não declarados 0,7% (?)
regiões Sudeste (79,8 milhões de habitantes)
e Nordeste (53,5 milhões de habitantes),
enquanto as duas regiões mais extensas, o Centro-Oeste e o Norte, que formam 64,12%
do território brasileiro, contam com um total de apenas 29,1 milhões de habitantes.

A população do Brasil aumentou significativamente entre 1940 e 1970, devido a um


declínio na taxa de mortalidade, embora a taxa de natalidade também tenha passado um
ligeiro declínio no período. Na década de 1940 a taxa de crescimento anual da
população foi de 2,4%, subindo para 3,0% em 1950 e permanecendo em 2,9% em 1960,
com a expectativa de vida subiu de 44 para 54 anos[159] e para 72,6 anos em 2007.[160] A
taxa de aumento populacional tem vindo a diminuir desde 1960, de 3,04% ao ano entre
1950-1960 para 1,05% em 2008 e deverá cair para um valor negativo, de -0,29%, em
2050,[161] completando assim a transição demográfica.[162]

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) de 2008, 48,43% da


população (cerca de 92 milhões) descreveu-se como brancos; 43,80% (cerca de 83
milhões) como Pardos (Multirracial); 6,84% (cerca de 13 milhões) como Negros; 0,58%
(cerca de 1,1 milhões) como Asitáticos e 0,28% (cerca de 536 mil) como Indígenas,
enquanto 0,07% (cerca de 130 mil) não declararam sua raça.[163] Em 2007, a Fundação
Nacional do Índio relatou a existência de 67 diferentes tribos isoladas, contra 40 em
2005. Acredita-se que o Brasil possua o maior número de povos isolados do mundo.[164]

A maioria dos brasileiros descendem de povos indígenas do país, colonos portugueses,


imigrantes europeus e escravos africanos.[165] Desde a chegada dos portugueses em
1500, um considerável número de uniões entre estes três grupos foram realizadas. A
população parda[166][167] é uma categoria ampla que inclui caboclos (descendentes de
brancos e índios), mulatos(descendentes de brancos e negros) e cafuzos (descendentes
de negros e índios).[165][166][167][168][169][170] Os caboclos formam a maioria da população nas
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.[171] A população mulata grande pode ser
encontrado na costa leste da região Nordeste, da Bahia à Paraíba[170][172] e também no
norte do Maranhão,[173][174] sul de Minas Gerais[175] e no leste do Rio de Janeiro.[170][175] No
século XIX o Brasil abriu suas fronteiras à imigração. Cerca de cinco milhões de
pessoas de mais de 60 países migraram para o Brasil entre 1808 e 1972, a maioria delas
de Portugal, Itália, Espanha, Alemanha, Japão e Oriente Médio.[176]

Em 2008, a taxa de analfabetismo era de 11,48%[177] e entre os jovens (15-19 anos) de


1,74%. Ela foi maior (20,30%) no Nordeste, que tem uma grande proporção de pobres
rurais.[178] O analfabetismo foi alto (24,18%) entre a população rural e menor (9,05%)
entre a população urbana.[179] O catolicismo romano é a fé predominante no país. O
Brasil possui a maior população católica do mundo.[180] De acordo com a do Censo
Demográfico de 2000 (o levantamento da PNAD não pergunta sobre religião), 73,57%
da população segue o catolicismo romano; 15,41% o protestantismo; 1,33% espiritismo
kardecista, 1,22% outras denominações cristãs; 0,31% religiões afro-brasileiras; 0,13%
o budismo, 0,05% o judaísmo, 0,02% o Islã; 0,01% religiões ameríndias; 0,59% de
outras religiões, não declarado ou indeterminado, enquanto de 7,35% não têm religião.
[181]

As maiores áreas metropolitanas do Brasil são São Paulo, Rio de Janeiro e Belo
Horizonte - todas na Região Sudeste - com 19,5, 11,5 e 5,1 milhões de habitantes,
respectivamente.[182] Quase todas as capitais são as maiores cidades de seus estados, com
exceção de Vitória, capital do Espírito Santo, e Florianópolis, a capital de Santa
Catarina. Existem também regiões metropolitanas não-capitais nos estados de São Paulo
(Campinas, Santos e Vale do Paraíba), Minas Gerais (Vale do Aço), Rio Grande do Sul
(Vale do Rio dos Sinos) e Santa Catarina (Vale do Itajaí).[183]

Cidades mais populosas do Brasil ver • editar

Posiç Cidade Estado Populaç Posiç Cidade Estado Populaç


ão ão ão ão

1 São São 11 037 5 11 Porto Rio 1 436 12


Paulo Paulo 93 Alegre Grande 3
do Sul São Paulo
2 Rio de Rio de 6 186 71 12 Guarul São 1 299 28
Janeiro Janeiro 0 hos Paulo 3
3 Salvado Bahia 2 998 05 13 Goiânia Goiás 1 281 97
r 6 5
4 Brasília Distrito 2 606 88 14 Campin São 1 064 66 Rio de Janeiro
Federal 5 as Paulo 9
5 Fortale Ceará 2 505 55 15 São Maranh 997 098
za 2 Luís ão
6 Belo Minas 2 452 61 16 São Rio de 991 382
Horizo Gerais 7 Gonçalo Janeiro
nte Salvador

7 Curitib Paraná 1 851 21 17 Maceió Alagoa 936 314


a 5 s
8 Manau Amazona 1 738 64 18 Duque Rio de 872 762
s s 1 de Janeiro
Caxias
9 Recife Pernamb 1 561 65 19 Nova Rio de 865 089
uco 9 Iguaçu Janeiro
10 Belém Pará 1 437 60 20 São São 810 979
0 Bernard Paulo
o do
Campo
Fonte: IBGE, estimativa populacional 2009[184]
Guarulhos e São Bernardo do Campo fazem parte da Região Metropolitana de São Paulo.
Duque de Caxias, Nova Iguaçu e São Gonçalo fazem parte da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Idioma

Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, o primeiro museu do mundo dedicado a um


idioma.
Ver artigos principais: Língua portuguesa e Português brasileiro.

A língua oficial do Brasil é o Português,[14] que é falado por quase toda a população e é
praticamente a única língua usada em jornais, rádio, televisão e para negócios e fins
administrativos. A exceção a isso é no município de São Gabriel da Cachoeira, onde ao
Nheengatu, uma língua indígena da América do Sul, foi concedido o estatuto cooficial
com o Português.[185] O Brasil é o único país que fala Português nas Américas, tornando
o idioma uma parte importante da identidade nacional brasileira e dando-lhe uma
cultura nacional distinta da dos seus vizinhos falantes do espanhol.[186]

O Português do Brasil teve o seu próprio desenvolvimento, influenciado pelas línguas


ameríndias e africanas.[187] Como resultado, a língua é um pouco diferente,
principalmente na fonologia, do idioma Português de Portugal e de outros países
lusófonos. Essas diferenças são comparáveis àqueles entre o Inglês americano e o Inglês
britânico.[187] Em 2008, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que
incluía representantes de todos os países com o Português como idioma oficial,
chegaram a um acordo sobre a reforma do Português em uma linguagem internacional,
ao contrário dos dois divergentes dialetos da mesma língua. A todos os países da CPLP
foi dado o prazo de 2009 até 2014 para se adaptarem as mudanças necessárias.[188]

Idiomas indígenas e de imigrantes

Hotel em estilo alemão no Lago Negro, em Gramado, no Rio Grande do Sul: na região,
o dialeto alemão é uma das principais formas de comunicação.
Ver artigos principais: Línguas do Brasil, Línguas indígenas do Brasil e
Povos indígenas do Brasil.
Ver páginas anexas: Lista de povos indígenas do Brasil e Lista de línguas
indígenas do Brasil
As línguas minoritárias são faladas em todo o país. Cento e oitenta línguas indígenas
são faladas em áreas remotas e uma série de outras línguas são faladas por imigrantes e
seus descendentes.[187] Há comunidades significativas de falantes do alemão (na maior
parte o Hunsrückisch, um alto dialeto alemão) e italiano (principalmente o Talian, de
origem veneziana) no sul do país, os quais, são influenciados pelo idioma Português.[189]
[190]

Na época do descobrimento, é estimado que falavam-se mais de mil idiomas no Brasil.


Atualmente, esses idiomas estão reduzidos a 180 línguas. Das 180 línguas, apenas 24,
ou 13%, têm mais de mil falantes; 108 línguas, ou 60%, têm entre cem e mil falantes;
enquanto que 50 línguas, ou 27%, têm menos de 100 falantes e metade destas, ou 13%,
têm menos de 50 falantes, o que mostra que grande parte desses idiomas estão em sério
risco de extinção.[191]

Nos primeiros anos de colonização, as línguas indígenas eram faladas inclusive pelos
colonos portugueses, que adotaram um idioma misto baseado na língua tupi. Por ser
falada por quase todos os habitantes do Brasil, ficou conhecida como língua geral.
Todavia, no século XVIII, a língua portuguesa tornou-se oficial do Brasil, o que
culminou no quase desaparecimento dessa língua comum.[191] Com o decorrer dos
séculos, os índios foram exterminados ou aculturados pela ação colonizadora e, com
isso, centenas de seus idiomas foram extintos. Atualmente, os idiomas indígenas são
falados, sobretudo no Norte e Centro-Oeste. As línguas mais faladas são do tronco
Tupi-guarani.[191]

Religião

Ver artigo principal: Religiões no Brasil

A maior parte da população brasileira é seguidora da Igreja Católica Apostólica


Romana, religião que teve profunda influência ao longo do desenvolvimento histórico
do país. Não obstante grande sincretismo religioso, o Brasil é considerado o maior país
católico do mundo em números absolutos. A Igreja Católica teve seu estatuto jurídico
reconhecido pelo governo em outubro de 2009,[192] ainda que o Brasil seja atualmente
um estado oficialmente laico.[193]

Religião no Brasil (Censo de 2000)[194]


Religião Porcentagem
Catolicismo   73.8%
Protestantismo   15.4%
Sem religião   7.4%
Espiritismo   1.3%
Religiões afro-brasileiras   0.3%
Outras religiões   1.8%

A predominância do catolicismo tende a decrescer em virtude da recente ascensão do


protestantismo e a importância histórica das religiões afro-brasileiras, o Candomblé e a
Umbanda, na formação cultural e ética do povo brasileiro. Apesar de terem sido
perseguidas até o começo do século XX, quando a prática religiosa não-católica era
reprimida pela polícia. O censo demográfico realizado em 2000, pelo IBGE, apontou a
seguinte composição religiosa no Brasil:[194]

• 73,8% dos brasileiros (cerca de 125 milhões) declaram-se católicos;


• 15,4% (cerca de 26,2 milhões) declaram-se evangélicos (evangélicos
tradicionais e pentecostais);
• 7,4% (cerca de 12,5 milhões) declaram-se sem religião, podendo ser agnósticos,
ateus ou deístas;
• 1,3% (cerca de 2,3 milhões) declaram-se espíritas;
• 0,3% declaram-se seguidores de religiões tradicionais africanas tais como o
Candomblé, o Tambor-de-mina, além da Umbanda;
• 1,8% declaram-se seguidores de outras religiões, tais como: as testemunhas de
Jeová (1,1 milhão), os budistas (215 mil), os santos dos Últimos Dias ou
mórmons (200 mil), os messiânicos (109 mil), os judeus (87 mil), os esotéricos
(58 mil), os muçulmanos (27 mil) e os espiritualistas (26 mil).

Segundo pesquisa do Datafolha divulgada em março de 2010, 61% dos brasileiros são
católicos e os evangélicos são 25%.[195]

Governo e política

Congresso Nacional do Brasil, sede do Poder Legislativo.


Ver artigos principais: Governo do Brasil e Política do Brasil.
Ver página anexa: Lista de presidentes do Brasil

A Federação brasileira é a "união indissolúvel" de três entidades políticas distintas: os


estados, os municípios e o Distrito Federal.[196] A União, os estados, o Distrito Federal e
os municípios, são as esferas "do governo". A Federação está definida em cinco
princípios fundamentais:[196] soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, os
valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político. Os ramos
clássicos tripartite de governo (executivo, legislativo e judiciário no âmbito do sistema
de controle e equilíbrios), é oficialmente criado pela Constituição.[196] O executivo e o
legislativo estão organizados de forma independente em todas as três esferas de
governo, enquanto o Judiciário é organizado apenas a nível federal e nas esferas
estadual/Distrito Federal.[197]

Todos os membros do executivo e do legislativo são eleitos diretamente.[198][199][200]


Juízes e outros funcionários judiciais são nomeados após aprovação em exames de
entrada.[198] O voto é obrigatório para os alfabetizados entre 18 e 70 anos e facultativo
para analfabetos e aqueles entre 16 e 18 anos ou superior a 70 anos.[196] Juntamente com
vários partidos menores, quatro partidos políticos destacam-se: o Partido dos
Trabalhadores (PT), Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), Partido do
Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), e Democratas (DEM). Quase todas as
funções governamentais e administrativas são exercidas por autoridades e agências
filiadas ao Executivo.[201]

O Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo.

A forma de governo é a de uma república democrática, com um sistema presidencial.[196]


O presidente é o chefe de Estado e o chefe de governo da União e é eleito para um
mandato de quatro anos,[196] com a possibilidade de reeleição para um segundo mandato
consecutivo. O atual presidente é Luiz Inácio Lula da Silva que foi eleito em 27 de
outubro de 2002,[202] e reeleito em 29 de outubro de 2006.[203] O Presidente nomeia os
ministros de Estado, que auxiliam no governo.[196] As casas Legislativas de cada
entidade política são a principal fonte de direito no Brasil. O Congresso Nacional é a
legislatura bicameral da Federação, composto pela Câmara dos Deputados e pelo
Senado Federal. Autoridades do Judiciário exercem funções jurisdicionais, quase
exclusivamente.[197] Quinze partidos políticos estão representados no Congresso. É
comum que os políticos mudem de partido e, assim, a proporção de assentos
parlamentares detidos por mudanças particulares mudam regularmente. Os maiores
partidos políticos são o Partido dos Trabalhadores (PT), Democratas (DEM), Partido do
Movimento Democrático Brasileiro (PMDB-centro), Partido da Social Democracia
Brasileira (PSDB), Partido Progressista (PP), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB),
Partido Liberal (PL), Partido Socialista Brasileiro (PSB), Partido Popular Socialista
(PPS), Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Partido Comunista do Brasil
(PCdoB).[204]

Lei

Edifício do Supremo Tribunal Federal, sede do Poder Judiciário.


Ver artigos principais: Poder Judiciário do Brasil e Criminalidade no Brasil.

A lei brasileira é baseada na tradição do código civil.[205] Assim, os conceitos de direito


civil prevalecem sobre práticas de direito comum. A maior parte da legislação brasileira
é Codificada, apesar de os estatutos não-codificados serem uma parte substancial do
sistema, desempenhando um papel complementar. Decisões do Tribunal e orientações
explicativas; no entanto, não são vinculativas sobre outros casos específicos, exceto em
algumas situações. Obras de doutrina e as obras de juristas acadêmicos têm forte
influência na criação de direito e em casos de direito. O sistema jurídico baseia-se na
Constituição Federal, que foi promulgada em 5 de Outubro de 1988 e é a lei
fundamental do Brasil. Todos as outras legislações e as decisões do Tribunal devem
corresponder a seus princípios.[206] Os estados têm suas próprias Constituições, que não
devem entrar em contradição com a Constituição federal.[207] Municípios e o Distrito
Federal não têm constituições próprias; em vez disso, eles têm leis orgânicas.[208]
Entidades legislativas são a principal fonte dos estatutos, embora, em determinadas
questões, organismos do poder judiciário e executivo podem promulgar normas
jurídicas.[197]

A jurisdição é administrada pelas entidades do poder judiciário, embora em situações


raras a Constituição Federal permita que o Senado Federal interfira nas decisões
jurídicas. Existem também jurisdições especializadas como a Justiça Militar, a Justiça
do Trabalho e a Justiça Eleitoral. O Tribunal mais alto é o Supremo Tribunal Federal.
Este sistema tem sido criticado nas últimas décadas devido à lentidão, em que as
decisões finais são emitidas. Ações judiciais de recurso podem levar vários anos para se
resolver e, em alguns casos, mais de uma década para expirar antes das decisões
definitivas serem feitas.[209]

Política externa e forças armadas

Encontro do Presidente do Brasil, Lula, com o dos Estados Unidos, Barack Obama.

O porta-aviões NAe São Paulo da Marinha do Brasil.


Ver artigos principais: Política externa do Brasil e Forças Armadas do
Brasil.
Ver página anexa: Missões diplomáticas do Brasil

Embora alguns problemas sociais e econômicos impeçam o Brasil de exercer poder


global efetivo,[210] o país é hoje um líder político e econômico na América Latina.[211][212]
Esta alegação, porém, é parcialmente contestada por outros países, como a Argentina e
o México, que se opõem ao objetivo brasileiro de obter um lugar permanente como
representante da região no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Entre a Segunda
Guerra Mundial e a década de 1990, os governos democráticos e militares procuraram
expandir a influência do Brasil no mundo, prosseguindo com uma política externa e
industrial independente. Atualmente o país tem como objetivo reforçar laços com outros
países da América do Sul e exercer a diplomacia multilateral, através das Nações
Unidas e da Organização dos Estados Americanos.[213] A atual política externa do Brasil
é baseada na posição do país como uma potência regional na América Latina, um líder
entre os países em desenvolvimento e uma superpotência mundial emergente.[214] A
política externa brasileira em geral tem refletido multilateralismo, resolução de litígios
de forma pacífica e não intervenção nos assuntos de outros países.[215] A Constituição
brasileira determina também que o país deve buscar uma integração econômica,
política, social e cultural com as nações da América Latina.[196][216][217][218]

As Forças Armadas do Brasil compreendem o Exército Brasileiro, a Marinha do Brasil,


e a Força Aérea Brasileira.[196] As Polícias Militares Estaduais são descritas como uma
força auxiliar do Exército pela Constituição, mas sob o controle de cada estado e de
seus respectivos governadores.[196] As forças armadas brasileiras são as maiores da
América Latina. A Força Aérea Brasileira é o ramo de guerra aérea das Forças Armadas
Brasileiras, sendo a maior força aérea da América Latina, com cerca de 700 aviões
tripulados em serviço.[219] A Marinha do Brasil é responsável pelas operações navais e
pela guarda das águas territoriais brasileiras. É a mais antiga das Forças Armadas
brasileiras e a única Marinha da América Latina que opera um porta-aviões, o NAe São
Paulo (antigo FS Foch da Marinha Francesa).[220] Já o Exército brasileiro é responsável
pelas operações militares por terra, contando com uma força de cerca de 290 000
soldados. Por fim, como o Brasil adota o serviço militar obrigatório, sua força militar é
uma das maiores do mundo com efetivo calculado em mais de 1 600 000 homens em
idades de reservista por ano.[221]

Subdivisões
Ver artigo principal: Subdivisões do Brasil
Oceano
Atlântico
Oceano
Pacífico
Região Norte
Região Nordeste
Região Centro-Oeste
Região Sudeste
Região Sul
Acre
Amazonas
Pará
Roraima
Amapá
Rondônia
Tocantins
Maranhão
Bahia
Piauí
Ceará
Rio Grande
do Norte
Paraíba
Pernambuco
Alagoas
Sergipe
Mato Grosso
Mato Grosso
do Sul
Distrito
Federal
Goiás
Minas Gerais
São Paulo
Rio de Janeiro
Espírito Santo
Paraná
Santa Catarina
Rio Grande
do Sul
Argentina
Bolívia
Chile
Colômbia
Guiana Francesa
Guiana
Paraguai
Peru
Suriname
Uruguai
Venezuela
Mapa político do Brasil, mostrando a divisão por estados e regiões.

O Brasil é uma Federação constituída pela união indissolúvel de 26 estados-membros,


um Distrito Federal e municípios.[222]

Os estados e municípios possuem natureza de pessoa jurídica de direito público,


portanto, como qualquer pessoa em território nacional (cidadão ou estrangeiro),
possuem direitos e deveres estabelecidos pela Constituição Brasileira de 1988. Estados
e municípios possuem auto-administração, autogoverno e auto-organização, ou seja,
elegem seus líderes e representantes políticos e administram seus negócios públicos sem
interferência de outros municípios, estados ou da União. De modo a permitir a auto-
administração, a Constituição Federal define quais tributos podem ser coletados por
cada unidade da federação e como as verbas serão distribuídas entre eles.[196]

Estados e municípios, atendendo ao desejo de sua população expresso em plebiscitos,


podem dividir-se ou se unir. Porém, não têm assegurado pela constituição o direito de se
tornarem independentes.[196]

Regiões

Ver artigo principal: Regiões do Brasil

As unidades da federação são agrupadas em regiões com o propósito de ajudar as


interpretações estatísticas, implantar sistemas de gestão de funções públicas de interesse
comum ou orientar a aplicação de política públicas dos governos federal e estadual. As
regiões, mesmo quando definidas por lei, não possuem personalidade jurídica própria,
nem os cidadãos elegem representantes da região. Não há, portanto, qualquer tipo de
autonomia política das regiões brasileiras como há em outros países.[196]

Os estados brasileiros são agrupados em cinco regiões geográficas: Centro-Oeste,


Nordeste, Norte, Sudeste e Sul. Essa divisão tem caráter legal e foi proposta, na sua
primeira forma, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1969.
Além da proximidade territorial, o IBGE levou em consideração apenas aspectos
naturais na divisão do país, como clima, relevo, vegetação e hidrografia; por essa razão,
as regiões também são conhecidas como "regiões naturais do Brasil".[223]

Há também uma outra forma de regionalização não-oficial criada por especialistas em


geografia, na qual o Brasil é dividido em três complexos geoeconômicos, chamados de
Amazônia, Nordeste e Centro-Sul. Essas regiões não se baseiam em fronteiras mas sim
os aspectos histórico-econômicos. Existe ainda a regionalização proposta pelo geógrafo
Milton Santos, baseada na diferenciação pelo meio técnico-científico-informacional,
que divide o país em quatro regiões.[224]

Estados

Ver artigo principal: Unidades federativas do Brasil

Os estados brasileiros são entidades subnacionais autônomas (autogoverno, auto-


legislação e auto-arrecadação) dotadas de governo e constituição próprios que juntas
formam a República Federativa do Brasil.[196] Atualmente o Brasil é dividido política e
administrativamente em 27 unidades federativas, sendo 26 estados e um distrito federal.
[196]
O Poder Executivo é exercido por um governador eleito quadrienalmente. O Poder
Judiciário é exercido por tribunais estaduais de primeira e segunda instância que cuidam
da justiça comum.[196]

Cada estado possui uma Assembleia Legislativa unicameral com deputados estaduais
que votam as leis estaduais. As Assembleias Legislativas fiscalizam as atividades do
Poder Executivo dos estados e municípios. Para isto, possuem um Tribunal de Contas
com a finalidade de prover assessoria quanto ao uso de verbas públicas. Apenas 2
municípios (São Paulo, Rio de Janeiro) possuem Tribunais de Contas separados e
ligados às suas Câmaras de Vereadores.[196]

Distrito Federal

Ver artigo principal: Distrito Federal

O Distrito Federal tem características comuns aos estados-membros e aos municípios.


Ao contrário dos estados-membros, não pode ser dividido em municípios. Também não
possui tribunais próprios sendo este poder exercido pelo Judiciário Federal. Por outro
lado, pode arrecadar tributos atribuídos como se fosse um estado e, também, como
município.[196]

Municípios

Ver página anexa: Lista de municípios do Brasil

Mapa político do Brasil: divisão por municípios.

Os municípios são uma circunscrição territorial dotada de personalidade jurídica e com


certa autonomia administrativa, sendo as menores unidades autônomas da Federação.
Cada município tem sua própria Lei Orgânica que define a sua organização política,
mas limitada pela Constituição Federal.[196] Os municípios dispõem apenas do poder
Executivo, exercido pelo prefeito, e Legislativo, sediado na câmara municipal (também
chamada de câmara de vereadores). O Poder Judiciário organiza-se em forma de
comarcas que abrangem vários municípios ou parte de um município muito populoso.
Portanto, não há Poder Judiciário específico de cada município.[196]

Há cerca de 5 565 municípios em todo território nacional, alguns com população maior
que a de vários países do mundo (cidade de São Paulo com cerca de 11 milhões de
habitantes), outros com menos de mil habitantes, alguns com área maior do que vários
países no mundo (Altamira no Pará é quase duas vezes maior que Portugal), outros com
menos de 4 km². O estado-membro com menos municípios é Roraima com apenas
quinze, enquanto o estado de Minas Gerais possui 853 ou mais municípios.[225]

As capitais Goiânia, Fortaleza, Belo Horizonte, Brasília e Curitiba estão entre as cidades
mais desiguais do mundo entre 141 cidades de países em desenvolvimento e ex-
comunistas, segundo relatório da ONU divulgado em 2010.[226]

Antártida brasileira

A Estação Antártica Comandante Ferraz.


Ver artigos principais: Antártida Brasileira e Base Antártica Comandante
Ferraz.

O Brasil sinaliza uma reivindicação territorial semi-oficial para uma região do


continente antártico. Esta reivindicação foi primeiro formalizada por Therezinha de
Castro, através da Teoria da Defrontação, a qual postula que os Estados defrontantes do
Hemisfério Sul têm direitos sobre o continente antártico, através de meridianos
compatíveis com seus respectivos marcos litorâneos a Leste e Oeste, até o Pólo Sul.[227]

Em 1986 o país estabeleceu uma base no continente, base essa que passou a ter o nome
de "Comandante Ferraz" e que serve de base para pesquisas científicas no continente.
As instalações da base são capazes de abrigar 46 pesssoas.[228]

Zona econômica exclusiva

Ver artigo principal: Zona Econômica Exclusiva do Brasil

A zona econômica exclusiva do Brasil, também chamada de Amazônia azul ou águas


territoriais brasileiras, é uma área de aproximadamente 3,5 milhões de quilômetros
quadrados e poderá ser ampliada a 4,4 milhões em face da reivindicação brasileira
perante a Comissão de Limites das Nações Unidas, que propõe prolongar a plataforma
continental do Brasil em novecentos mil quilômetros quadrados de solo e subsolo
marinhos que o país poderá explorar.[229][230]

Economia
Ver artigos principais: Economia do Brasil e Problemas econômicos do
Brasil.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os líderes de outros países do BRIC.

O Brasil é a maior economia nacional na América Latina, a oitava maior economia do


mundo a taxas de mercado de câmbio e a nona maior em paridade do poder de compra
(PPC), de acordo com o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.[231][232][233] O
seu PIB (PPC) per capita é de 10.200 dólares, colocando o Brasil na posição 64ª posição
de acordo com dados do Banco Mundial. O país tem grandes e desenvolvidos setores
agrícola, mineração, manufatura e serviços, bem como um grande mercado de trabalho.
[234]
As exportações brasileiras estão crescendo, criando uma nova geração de magnatas.
[235]
Os principais produtos de exportação incluem aeronaves, equipamentos elétricos,
automóveis, álcool, têxtil, calçados, minério de ferro, aço, café, suco de laranja, soja e
carne enlatada.[236] O país tem vindo a expandir a sua presença nos mercados financeiros
internacionais e mercados de commodities e faz parte de um grupo de quatro economias
emergentes chamadas de países BRIC.[237]

Brasil atrelou a sua moeda, o real, ao dólar americano em 1994. No entanto, após a crise
financeira da Ásia Oriental, a crise russa em 1998[238] e uma série de eventos adversos
financeiros que se seguiram, o Banco Central do Brasil alterou temporariamente sua
política monetária para um regime de flutuação gerenciada, enquanto atravessava uma
crise de moeda, até que definitiu a modificação do regime de câmbio livre flutuante em
janeiro de 1999.[239] O país recebeu um pacote de resgate de US$ 30,4 bilhões do Fundo
Monetário Internacional, em meados de 2002,[240] uma soma recorde. O Banco Central
brasileiro pagou o empréstimo do FMI em 2005, embora pudesse pagar a dívida até
2006.[241] Uma das questões que o Banco Central do Brasil recentemente tratou foi um
excesso de fluxos especulativos de capital de curto prazo para o país, o que pode ter
contribuído para uma queda no valor do dólar frente ao real durante esse período.[242] No
entanto, o investimento estrangeiro direto (IED), relacionado à longo prazo, menos
investimento especulativo em produção, estima-se ser de US$ 193,8 bilhões para 2007.
[243]
O monitoramento e controle da inflação atualmente desempenha um papel
importante nas funções do Banco Central de fixar as taxas de juro de curto prazo como
uma medida de política monetária.[244]

O Brasil é visto por muitos economistas como um país com grande potencial de
desenvolvimento, assim como a Rússia, Índia e China, os países BRIC. Alguns
especialistas em economia, como o analista Peter Gutmann, afirmam que em 2050 o
Brasil poderá vir a atingir estatisticamente o padrão de vida verificado em 2005 nos
países da Zona Euro.[245] De acordo com dados do Goldman Sachs, o Brasil atingirá em
2050 um PIB de US$ 11.366.000 e PIB per capita de US$ 49.759, a quarta maior
economia do planeta.[246]

Componentes

Ver artigos principais: Agricultura no Brasil e Indústria no Brasil.

Plataforma petrolífera P-51 da estatal brasileira Petrobras. Desde 2006 o país é auto-
suficiente na produção de petróleo.[247]

A economia brasileira (recentemente classificada como "grau de investimento") é


diversa,[248] abrangendo a agricultura, a indústria e uma multiplicidade de serviços.[249]
[250]
Atualmente o país tem conseguido impor sua liderança global graças ao
desenvolvimento de sua economia.[251] A força econômica que o país tem demonstrado,
deve-se, em parte, ao boom mundial nos preços de commodities e de mercadorias para
exportação, como a carne bovina e a soja.[250][251] A perspectivas da economia brasileira
têm melhorado ainda mais graças a descobertas de enormes jazidas de petróleo e gás
natural na bacia de Santos.[252] Potência mundial na agricultura e em recursos naturais, o
Brasil desencadeou sua maior explosão de prosperidade econômica das últimas em três
décadas.[253]

A agricultura e setores aliados, como a silvicultura, exploração florestal e pesca


contabilizaram 5,1% do produto interno bruto em 2007,[254] um desempenho que põe o
agronegócio em uma posição de destaque na balança comercial do Brasil, apesar das
barreiras comerciais e das políticas de subsídios adotadas pelos países desenvolvidos.
[255]

Colheitadeira em uma plantação de soja brasileira.

Em relatório divulgado em 2010 pela OMS, o Brasil é o terceiro maior exportador de


produtos agrícolas do mundo, atrás apenas de Estados Unidos e União Europeia.[256]

A indústria de automóveis, aço, petroquímica, computadores, aeronaves e bens de


consumo duradouros contabilizam 30,8% do produto interno bruto brasileiro.[254] A
atividade industrial está concentrada geograficamente nas regiões metropolitanas de São
Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Campinas, Porto Alegre, Belo Horizonte, Manaus,
Salvador, Recife e Fortaleza.[257] O país responde por três quintos da produção industrial
da economia sul-americana e participa de diversos blocos econômicos como: o
Mercosul, o G-22 e o Grupo de Cairns.

Embraer ERJ-135, jato desenvolvido pela empresa brasileira Embraer.

O Brasil comercializa regularmente com mais de uma centena de países, sendo que 74%
dos bens exportados são manufaturas ou semimanufaturas. Os maiores parceiros são:
União Europeia (com 26% do saldo); Mercosul e América Latina (25%); Ásia (17%) e
Estados Unidos (15%). Um setor dos mais dinâmicos nessa troca é o de agronegócio,
que mantém o Brasil entre os países com maior produtividade no campo. Em 2010, a
OMS apontou o país como o terceiro maior exportador agrícola do mundo, atrás apenas
de Estados Unidos e da União Europeia.[258][259] Dono de sofisticação tecnológica, o país
desenvolve de submarinos a aeronaves, além de estar presente na pesquisa aeroespacial,
possuindo um Centro de Lançamento de Veículos Leves e sendo o único país do
Hemisfério Sul a integrar a equipe de construção da Estação Espacial Internacional
(ISS). Pioneiro na pesquisa de petróleo em águas profundas, de onde extrai 73% de suas
reservas, foi a primeira economia capitalista a reunir, no seu território, as dez maiores
empresas montadoras de automóveis.[260]

Turismo

Ver artigo principal: Turismo no Brasil

Fernando de Noronha, um dos principais polos turísticos do país.

O turismo no Brasil é uma atividade econômica importante em várias regiões do país.


Com 5,0 milhões de visitantes estrangeiros em 2008,[261][262] o Brasil é o principal destino
do mercado turístico internacional na América do Sul, e ocupa o segundo lugar na
América Latina em termos de fluxo de turistas internacionais.[262][263]

Os gastos dos turistas estrangeiros em visita ao Brasil alcançaram 5,8 bilhões de dólares
em 2008, 16,8% a mais do que em 2007[264] e o país abarcou 3,4% do fluxo turístico
internacional no continente americano em 2008.[262] Em 2005, o turismo contribuiu com
3,2% das receitas nacionais advindas da exportação de bens e serviços, responsável pela
criação de 7% dos empregos diretos e indiretos na economia brasileira.[265] Em 2006,
estima-se que 1,87 milhão de pessoas foram empregadas no setor, com 768 mil
empregos formais (41%) e 1,1 milhão de ocupações informais (59%).[266]

O turismo doméstico representa uma parcela fundamental do setor, contabilizando 51


milhões de viagens em 2005.[267]

Infraestrutura
Educação

Ver artigo principal: Educação no Brasil

Universidade Federal do Paraná, uma das mais antigas instituições de ensino superior
do país, fundada em 1912.

A Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)


determinam que o Governo Federal, os Estados, o Distrito Federal e os municípios
devem gerir e organizar seus respectivos sistemas de ensino. Cada um desses sistemas
educacionais públicos é responsável por sua própria manutenção, que gere fundos, bem
como os mecanismos e fontes de recursos financeiros. A nova constituição reserva 25%
do orçamento do Estado e 18% de impostos federais e taxas municipais para a
educação.[196][268][269]

Segundo dados do PNAD, em 2007, a taxa de literacia da população brasileira foi de


90%, o que significa que 14,1 milhões (10% da população) de pessoas ainda são
analfabetas no país, já o analfabetismo funcional atingiu 21,6% da população.[6] O
analfabetismo é mais elevado no Nordeste, onde 19,9% da população é analfabeta.[270]
Ainda segundo o PNAD, o percentual de pessoas na escola, em 2007, foi de 97% na
faixa etária de 6 a 14 anos e de 82,1% entre pessoas de 15 a 17 anos enquanto o tempo
médio total de estudo entre os que têm mais de 10 anos foi, em média, de 6,9 anos.[155]
[271]

O ensino superior começa com a graduação ou cursos sequenciais, que podem oferecer
opções de especialização em diferentes carreiras acadêmicas ou profissionais.
Dependendo de escolha, os estudantes podem melhorar seus antecedentes educativos
com cursos de pós-graduação Stricto Sensu ou Lato Sensu.[269][272] Para frequentar uma
instituição de ensino superior, é obrigatório, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação,
concluir todos os níveis de ensino adequados às necessidades de todos os estudantes dos
ensinos infantil, fundamental e médio,[273] desde que o aluno não seja portador de
nenhuma deficiência, seja ela física, mental, visual ou auditiva.[274]

Ciência e tecnologia

Ver artigos principais: Ciência e tecnologia do Brasil e Agência Espacial


Brasileira.

Fotografia panorâmica do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, em Campinas,


estado de São Paulo, o único acelerador de partículas do hemisfério sul.

A produção científica brasileira começou, efetivamente, nas primeiras décadas do


século XIX, quando a Família Real Portuguesa, chefiada por Dom João VI, chegou no
Rio de Janeiro, fugindo da invasão do exército de Napoleão em Portugal, em 1807. Até
então, o Brasil era uma pobre colônia portuguesa, sem universidades e organizações
científicas, em flagrante contraste com as ex-colônias americanas do império espanhol,
que apesar de terem uma grande parte da população analfabeta, tinham um número
considerável de universidades desde o século XVI.[275][276]

A pesquisa tecnológica no Brasil é em grande parte realizada em universidades públicas


e institutos de pesquisa. Alguns dos mais notáveis polos tecnológicos do Brasil são os
institutos Oswaldo Cruz, Butantan, Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial,
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e o INPE.

Marcos Pontes (à esquerda), o primeiro astronauta brasileiro, e a tripulação da Soyuz


TMA-8.

O Brasil tem o mais avançado programa espacial da América Latina, com recursos
significativos para veículos de lançamento, e fabricação de satélites.[277] Em 14 de
Outubro de 1997, a Agência Espacial Brasileira assinou um acordo com a NASA para
fornecer peças para a ISS.[278] Este acordo possibilitou o Brasil treinar seu primeiro
astronauta. Em 30 de Março de 2006 o Cel. Marcos Pontes a bordo do veículo Soyuz se
transformou no primeiro astronauta brasileiro e o terceiro latino-americano a orbitar
nosso planeta.[279] O urânio enriquecido na Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), de
Resende, no estado do Rio de Janeiro, atende a demanda energética do país. Existem
planos para a construção do primeiro submarino nuclear do país,[280] além disso, o Brasil
é um dos três países da América Latina[281] com um laboratório Síncrotron em operação,
um mecanismo de pesquisa da física, da química, das ciências dos materiais e da
biologia.[282]

Segundo o Relatório Global de Tecnologia da Informação 2009-2010 do Fórum


Econômico Mundial, o Brasil é o 61º maior desenvolvedor mundial de tecnologia da
informação[283].

Saúde

Ver artigo principal: Saúde no Brasil

O sistema de saúde pública brasileiro é gerenciado e fornecido por todos os níveis do


governo, enquanto os sistemas de saúde privada atendem um papel complementar.[284]
Há vários problemas no sistema de saúde público do Brasil. Em 2006, as principais
causas de mortalidade infantil, taxa de mortalidade materna, mortalidade por doença
não-transmissível e mortalidade causado por causas externas: transporte, a violência e o
suicídio.[284][285]

Transportes

Ver artigo principal: Transportes no Brasil

Aeroporto Internacional do Recife.

Existem cerca de 2 498 aeroportos e aeródromos no Brasil, incluindo as áreas de


desembarque. O país tem o segundo maior número de aeroportos em todo o mundo,
atrás apenas dos Estados Unidos.[286] O Aeroporto Internacional de São Paulo,
localizado nas proximidades de São Paulo, é o maior e mais movimentado aeroporto do
país, grande parte dessa movimentação deve-se ao tráfego comercial e popular do país e
ao fato de que o aeroporto liga São Paulo a praticamente todas as grandes cidades de
todo o mundo. O Brasil tem 34 aeroportos internacionais e 2 464 aeroportos regionais.
[287]
Viadutos da Rodovia dos Imigrantes atravessando a Serra do Mar, entre São Paulo e a
Baixada Santista, no estado de São Paulo.

Possuindo cerca de 1,8 milhões de quilômetros de rodovias, as estradas são as principais


transportadoras de carga e de passageiros no tráfego brasileiro.[288] Os primeiros
investimentos na infraestrutura rodoviária deram-se na década de 1920, no governo de
Washington Luís, sendo prosseguidos no governo Vargas e Gaspar Dutra.[289]. O
Presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961), que concebeu e construiu a capital
Brasília, foi outro incentivador de rodovias. Kubitscheck foi responsável pela instalação
de grandes fabricantes de automóveis no país (Volkswagen, Ford e General Motors
chegaram ao Brasil durante seu governo) e um dos pontos utilizados para atraí-los era,
evidentemente, o apoio à construção de rodovias. Hoje, o país tem instalado em seu
território outros grandes fabricantes de automóveis como Fiat, Renault, Peugeot,
Citroën, Chrysler, Mercedes-Benz, Hyundai e Toyota. Atualmente, porém, o governo
brasileiro, diferentemente do passado, procura incentivar outros meios de transporte,
principalmente o ferroviário, um exemplo desse incentivo é o projeto do Trem de Alta
Velocidade Rio-São Paulo, um trem-bala que vai ligar as duas principias metrópoles do
país. O Brasil é o 7º mais importante país da indústria automobilística.[290] Há 37
grandes portos no Brasil, dentre os quais o maior é o Porto de Santos.[291]

Energia

Ver artigos principais: Política energética do Brasil, Energia renovável no


Brasil e Etanol como combustível no Brasil.

Usina Hidrelétrica de Itaipu, a maior usina hidrelétrica do planeta por produção de


energia.

O Brasil é o décimo maior consumidor da energia do planeta e o terceiro maior do


hemisfério ocidental, atrás dos Estados Unidos e Canadá.[292] A matriz energética
brasileira é baseada em fontes renováveis, sobretudo a energia hidrelétrica e o etanol,
além de fontes não-renováveis de energia, como o petróleo e o gás natural.[293] Ao longo
das últimas três décadas o Brasil tem trabalhado para criar uma alternativa viável à
gasolina. Com o seu combustível à base de cana-de-açúcar, a nação pode se tornar
energicamente independente neste momento. O Pró-álcool, que teve origem na década
de 1970, em resposta às incertezas do mercado do petróleo, aproveitou sucesso
intermitente. Ainda assim, grande parte dos brasileiros utilizam os chamados "veículos
flex", que funcionam com etanol ou gasolina e permite que o consumidor possa
abastecer com a opção mais barata no momento, muitas vezes o etanol.[294]

Usina nuclear Angra 1 no Rio de Janeiro, a energia nuclear responde por 3% da energia
produzida no país.[295]

Os países com grande consumo de combustível como a Índia e a China estão seguindo o
progresso do Brasil nessa área.[296] Além disso, países como o Japão e Suécia estão
importando etanol brasileiro para ajudar a cumprir as suas obrigações ambientais
estipuladas no Protocolo de Quioto.[297]

O Brasil possui a segunda maior reserva de petróleo bruto na América do Sul e é um


dos produtores de petróleo que mais aumentaram sua produção nos últimos anos.[298] O
país é um dos mais importantes do mundo na produção de energia hidrelétrica. Da sua
capacidade total de geração de eletricidade, que corresponde a 90 mil megawatts, a
energia hídrica é responsável por 66.000 megawatts (74%).[299] A energia nuclear
representa cerca de 3% da matriz energética do Brasil.[295] O Brasil pode se tornar uma
superpotência mundial na produção de petróleo, com grandes descobertas desse recurso
nos últimos tempos na Bacia de Santos.[300][301][302]

Comunicação

Ver artigos principais: Comunicação do Brasil, Televisão no Brasil e


Imprensa no Brasil.
Ver páginas anexas: Lista de rádios do Brasil, Lista de emissoras de
televisão do Brasil e Lista de jornais e revistas brasileiros
Sede da Rede Globo em São Paulo, a quarta maior rede de televisão do planeta.[303][304]

A televisão no Brasil começou, oficialmente, em 18 de setembro de 1950,[305] trazida por


Assis Chateaubriand que fundou o primeiro canal de televisão no país, a TV Tupi.
Desde então a televisão cresceu no país, criando grandes redes como a Globo, Record,
SBT e Bandeirantes. Hoje, a televisão representa um fator importante na cultura popular
moderna da sociedade brasileira. A televisão digital no Brasil teve início às 20h30 do
dia 2 de dezembro de 2007, inicialmente na cidade de São Paulo, pelo padrão japonês.
[306]

A rádio surge no Brasil em 7 de setembro de 1922,[307] sendo a primeira transmissão um


discurso do então presidente Epitácio Pessoa, porém a instalação do rádio de fato
ocorreu apenas em 20 de Abril de 1923 com a criação da "Rádio Sociedade do Rio de
Janeiro". Na década de 1930 começa a era comercial do rádio, com a permissão de
comerciais na programação, trazendo contratação de artistas e desenvolvimento técnico
para o setor. Com o surgimento das radionovelas e da popularização da programação, na
década de 1940, começa a chamada era de ouro do rádio brasileiro, que trouxe um
impacto na sociedade brasileira semelhante ao que a televisão produz hoje. Com a
criação da televisão o rádio passa por transformações, os programas de humor, os
artistas, as novelas e os programas de auditório são substituídos por músicas e serviços
de utilidade pública. Na década de 1960 surgem as rádios FM que trazem muito mais
músicas para o ouvinte.[308]

A imprensa brasileira tem seu início em 1808 com a chegada da família real portuguesa
ao Brasil, sendo até então proibida toda e qualquer atividade de imprensa — fosse a
publicação de jornais ou livros.[309] A imprensa brasileira nasceu oficialmente no Rio de
Janeiro em 13 de maio de 1808, com a criação da Impressão Régia, hoje Imprensa
Nacional, pelo príncipe-regente dom João.[310]

A Gazeta do Rio de Janeiro, o primeiro jornal publicado em território nacional,[311]


começa a circular em 10 de setembro de 1808. Atualmente a imprensa escrita
consolidou-se como um meio de comunicação em massa e produziu grandes jornais que
hoje estão entre as maiores do país e do mundo como a Folha de S. Paulo, O Globo e o
Estado de S. Paulo, e publicações das editoras Abril e Globo.[312]
Cultura
Ver artigos principais: Cultura do Brasil, Artes do Brasil, Arquitetura do
Brasil, Carnaval do Brasil, Culinária do Brasil, Pintura do Brasil, Escultura do
Brasil, Música do Brasil e Esporte no Brasil.
Ver página anexa: Lista do patrimônio histórico no Brasil

Machado de Assis, um dos maiores escritores do Brasil.

O núcleo de cultura do Brasil é derivado da cultura portuguesa, por causa de seus fortes
laços com o império colonial Português. Entre outras influências portuguesas
encontram-se o idioma Português, o catolicismo romano e estilos arquitetônicos
coloniais.[313] A cultura, contudo, foi também fortemente influenciada por tradições e
culturas africanas, indígenas e europeias não-portuguesas.[314] Alguns aspectos da
cultura brasileira foram influenciadas pelas contribuições dos italianos, alemães e outros
imigrantes europeus que chegaram em grande número nas regiões Sul e Sudeste do
Brasil.[315] Os ameríndios influenciaram a língua e a culinária do país e os africanos
influenciaram a língua, a culinária, a música, a dança e a religião.[316]

A cozinha brasileira varia muito de acordo com a região, refletindo a combinação de


populações nativas e de imigrantes pelo país. Isto criou uma cozinha nacional marcada
pela preservação das diferenças regionais.[317] Os exemplos são a Feijoada, considerado
o prato nacional do país;[318][319] e os alimentos regionais, como vatapá, moqueca, polenta
e acarajé. O Brasil tem uma grande variedade de doces como brigadeiros e beijinhos. A
bebida nacional é o café e a cachaça é uma bebida destilada nativa do Brasil. A cachaça
é destilada a partir de cana-de-açúcar e é o ingrediente principal do coquetel nacional, a
Caipirinha.[320]

A arte brasileira tem sido desenvolvida, desde o século XVI, em diferentes estilos que
variam do barroco (o estilo dominante no Brasil até o início do século XIX)[321][322] para
o romantismo, modernismo, expressionismo, cubismo, surrealismo e abstraccionismo.

O cinema brasileiro remonta ao nascimento da média no final do século XIX e ganhou


um novo patamar de reconhecimento internacional nos últimos anos.[323]

A música brasileira engloba vários estilos regionais influenciados por formas africanas,
europeias e ameríndias. Ela se desenvolveu em estilos diferentes, entre eles, samba,
música popular brasileira, choro, sertanejo, brega, forró, frevo, maracatu, bossa nova,
rock brasileiro e axé.

Estádio do Maracanã. O futebol é o esporte mais popular no Brasil.[314]

O futebol é o esporte mais popular no Brasil.[324] A Seleção Brasileira de Futebol foi


cinco vezes vitoriosa na Copa do Mundo FIFA, em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002.[325]
Basquetebol, futsal, voleibol, automobilismo e as artes marciais também têm grande
popularidade no país. Embora não sejam tão praticados e acompanhados como os
esportes citados anteriormente, tênis, handebol, natação e ginástica têm encontrado
muitos seguidores brasileiros ao longo das últimas décadas. Algumas variações de
esportes têm suas origens no Brasil. Futebol de praia,[326] futsal (versão oficial do futebol
indoor) [327] e futevôlei emergiram de variações do futebol. Nas artes marciais, os
brasileiros têm desenvolvido a capoeira,[328] vale-tudo,[329] e o jiu-jitsu brasileiro.[330] No
automobilismo, pilotos brasileiros ganharam o campeonato mundial de Fórmula 1 oito
vezes: Emerson Fittipaldi, em 1972 e 1974;[331] Nelson Piquet, em 1981, 1983 e 1987;
[332]
e Ayrton Senna, em 1988, 1990 e 1991.[333]

O Brasil já organizou eventos esportivos de grande escala: o país organizou e sediou a


Copa do Mundo FIFA de 1950[334] e foi escolhido para sediar a Copa do Mundo FIFA de
2014.[335] O circuito localizado em São Paulo, Autódromo José Carlos Pace, organiza
anualmente o Grande Prêmio do Brasil.[336] São Paulo organizou os Jogos Pan-
americanos de 1963 e o Rio de Janeiro organizou os Jogos Pan-americanos de 2007.
Além disso, o país vai sediar os Jogos Olímpicos de Verão de 2016, que serão
realizados na cidade do Rio de Janeiro.[337]

Feriados

Ver página anexa: Lista de feriados brasileiros

Feriados fixos[338]

Data Nome Observações

Confraternização
1° de janeiro Início do ano civil
Universal

21 de abril Tiradentes Em homenagem ao mártir da Inconfidência


Mineira

1° de maio Dia do Trabalhador Homenagem a todos os trabalhadores

7 de setembro Independência Proclamação da Independência de Portugal

2 de novembro Finados Dia de memória aos mortos

12 de
Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil
outubro[339]

Proclamação da
15 de novembro Transformação de Império em República
República

25 de dezembro Natal Celebração do nascimento de Cristo

Feriados móveis (Festas móveis do Cristianismo-Igreja Católica)

Data Observações

Tradicional festa popular que precede a Quaresma católica; embora não seja
um feriado nacional, o carnaval brasileiro é marcado pelo feriado na terça-
Carnaval feira anterior à quarta-feira de cinzas, porém tradicionalmente não há
trabalho na segunda-feira anterior também, formando assim os 4 dias de
carnaval.[340]

Sexta-feira
Data cristã na qual a morte de Cristo é lembrada.
santa[341]

Data em que a Igreja Católica comemora com Procissão Solene o


Corpus Sacramento da Eucaristia, devido à impossibilidade de fazê-lo no dia de sua
Christi instituição, a Quinta-Feira Santa, uma vez que na Semana Santa não se
recomendam manifestações de júbilo.

Dia de eleições
Data Observações

O primeiro turno, desde a edição da Lei nº 9.504/97, ocorre sempre no primeiro


domingo do mês de outubro. Caso seja necessário um segundo turno, este
ocorrerá no último domingo do mesmo mês. As eleições no Brasil ocorrem a
Eleições cada quatro anos. Para os cargos de vereador e prefeito dos municípios,
ocorrem nos anos bissextos. Para os cargos de deputado estadual, governador
de estado, deputado federal, senador e presidente da república, ocorrem 2 anos
após as eleições municipais.[342]

Ver também
A Wikipédia possui o

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