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O APAGAMENTO DA HISTÓRIA INDÍGENA NA CIDADE DE JUNDIAÍ

Tiago Gonçalves de Lima


Faculdade Campo Limpo Paulista
Rua Guatemala, 167, Jd. América
13231-230 Campo Limpo Paulista, SP, Brasil
(11) 4812 9400
professortigonzales@gmail.com

RESUMO 1636), passando por Sebastião da Rocha


Pita(1660-1738), do poeta inglês Robert
O presente artigo pretende desmistificar Southey(1774-1843) até Francisco Adolfo
a alcunha de cidade italiana tão presente na Varnhagen(1816-1878) trata-se da história do
cidade de Jundiaí revelando como se deu o homem branco português, bravo, corajoso,
ocultamento da presença indígena na região. aventureiro(para usar um adjetivo de Sérgio
Levando em consideração os indícios da Buarque de Holanda), pouco se fala das
presença indígena na cidade como o nome da mulheres, dos negros e indígenas e, quando
cidade, de bairros e ruas e a hipervalorização da estes constam na história, quase sempre de
cultura italiana em detrimento de outras forma desumanizada. Nessas obras o negro é
culturas, principalmente a negra e a indígena, retratado como coisa, como propriedade, “uma
faz-se necessária a investigação do massa amorfa e sem nome”, só ganha
desaparecimento da cultura indígena na cidade características humanas quando se destacam ao
de Jundiaí que deu lugar a cultura europeizada agir em favor dos interesses dos brancos. O
presente. Este artigo não tem a pretensão de ser indígena, quando não é apenas descrito como
uma explicação completa e terminada sobre a mais um elemento da natureza brasileira, como
presença indígena em Jundiaí, mas o começo de os rios, as árvores e os recursos naturais, é
pesquisas que recuperem a memória dos grupos descrito como bestial, selvagem, animalesco e,
historicamente excluídos e de maneira alguma assim como o negro, só apresenta
se pretende apagar a memória e a influência individualidade e valor quando se coloca em
imigrante na cidade de Jundiaí, reconhecemos favor dos brancos, por exemplo, nas lutas contra
sua importância, mas que a memória daqueles as invasões holandesas e contra a resistência
que até hoje tiveram pouco ou nenhum espaço quilombola.(1)
seja considerada tão importante quanto a Em entrevista ao site Goethe-Institut no
memória imigrante. Brasil, o teórico e pesquisador da Unicamp
Márcio Seligmann-Silva faz uma comparação
Palavras-chave entre o tratamento que se dá à história nos
Memória, indígena, Jundiaí, apagamento. países da América Latina e destaca que no
Brasil
O que é o apagamento da história?
A história do Brasil é uma história de apagamento
Quando tratamos a História como a da violência, de não inscrição da violência. Existe a
história dos heróis, história dos vencedores, construção de uma história monumental, heroica,
onde nossos grandes mitos pertencem às classes
história dos governos, enfim, histórias dos
superiores. Isso vem desde o genocídio indígena,
poderosos, daqueles que detinham o poder de que começou em 1500, e está aí até hoje. E desde
escrever a história denominada oficial, estamos que a população africana veio para o Brasil para
tratando da história de grupos dominantes, ser escravizada e até hoje tem uma situação de
normalmente dos homens, brancos e ricos, e disparidade sócio-econômica. Mesmo os governos
excluímos todos os outros grupos que foram chamados de esquerda não pararam esse processo.
silenciados, que não tiveram voz, que não E isso existe também em relação às nossas
tiveram oportunidade de se colocar na história. ditaduras: tanto com relação à de Getúlio Vargas,
Na história do Brasil, por exemplo, quanto à última, de 1964 a 1985, não temos espaço
desde a obra de Frei Vicente do Salvador(1564- para a memória. Nesse sentido, a cultura brasileira
é sui generis. As outras culturas latino-americanas
deram essa virada para pensar sob o ponto de vista esses ainda resistem e, com movimentos
dos direitos humanos e perceber a importância de se organizados, procuram seu espaço da sociedade
lembrar dessas violências, para que não sejam argentina. Essa obra traz em seu prefácio escrito
repetidas. No Brasil, a gente enterra, esquece e tem pela Professora Doutora Florentina Souza a
esse discurso sempre do “vamos olhar para frente”, concepção de que
“chega de revanchismo”. Confunde-se direitos
humanos com revanchismo. Não se criou uma
É sabido que o silenciamento e o esquecimento são
cultura da memória. Na Colômbia, por exemplo,
formas de desvanecer a cultura e a história dos
está acontecendo uma enorme discussão
grupos e terminam por apagar suas vidas e seus
internacional sobre essa questão: como negociar
saberes. Recusando aos negros o direito à inscrição
essa passagem entre a Guerra Civil, que deixou
na memória do país, a história oficial esmaece o
dezenas de milhares de mortos? Aqui temos só o
registro de sua atuação, de suas lutas e resistências
Memorial da Resistência, em São Paulo: são 200
metros quadrados para dar conta da talvez maior e promove o epistemicídio.(3)
ditadura da América Latina nos últimos anos.(2)
O apagamento da história é uma
Na mesma entrevista Márcio Seligmann- ferramenta utilizada para excluir determinados
Silva fala sobre o apagamento da história em grupos sociais em prol de um grupo social
relação ao período que países da América Latina dominante, mas isso não significa que, mesmo
sofreram com regimes militares e faz numa empreitada de sucesso como é o caso da
comparação da forma como Chile e Argentina Argentina em relação ao negro, os grupos
preservam a memória dos tempos de ditadura e excluídos historicamente não desapareceram e
como isso faz com que os Direitos Humanos pode-se recuperar ao menos parte dessa história
estejam sempre na pauta de discussões enquanto a partir dos indícios que ainda restam de sua
no Brasil o apagamento da história desse atuação. A autora Ana Maria Silva Carmo
período faz com quem Direitos Humanos sejam conclui que
relativizados como “algo meio saudosista, de
esquerda”. Por outro lado, no mesmo país onde O mito do desaparecimento da população afro-
argentina foi, aos poucos, sendo inserido nos
há tamanho esforço para a preservação da
discurso sociais. Muitos negros morreram nas
memória dos tempos ditatoriais, a Argentina é guerras, outros em razão de doenças e, assim, a tese
um país onde o apagamento da história foi uma de desaparecimento se solidificou, os negros foram
ferramenta utilizada com sucesso quando trata extirpados dos ambientes de convívio e,
da história do negro. A dissertação da autora posteriormente, suas contribuições esquecidas. No
baiana Ana Maria Silva Carmo, apresenta entanto, a população negra não desapareceu como
reflexões resultantes de investigação, muitos historiadores propagavam, já no século XIX
mapeamento e análises de representações do contestava as versões apresentadas pelos jornais e
negro no contexto das narrativas nacionais outros veículos de informação e, posteriormente, no
argentinas, trazendo como foco a obra Fiebre século XX, pode-se observar relatos de
Negra, escrita pelo autor argentino Miguel representantes dessa comunidade relegada ao
Rosenzvit, publicada em 2008 e mostra como o esquecimento.(4)
apagamento da história do afroargentino, foi um
projeto institucional que obteve sucesso e traz Voltando à História do Brasil, O
consequências até os dias atuais quando, intelectual italiano Ettore Finazzi-Agrò,
segundo a própria autora, numa população negra professor catedrático de Literatura Portuguesa e
reduzida de 30% no século XIX para 10% nos Brasileira na Faculdade de Ciências Humanas
dias atuais, a falta de representatividade e de da Universidade de Roma “La Sapienza”, nos
movimento organizado que preze pelos traz outro aspecto do apagamento da história
afroargentinos faz com que a tese da que, não apenas está presente na historiografia
branquitude seja propagada pelo país sem dar brasileira, mas esta depende dele, ou seja, para
espaço para outras considerações sobre a que os autores dessa historiografia a
identidade nacional argentina. Adjetivos como propusessem da maneira como a fizeram, a
“o país mais europeu da América Latina” traz a relação entre memória e esquecimento foi
ideia de que o negro sequer exista no país. O fundamental. Para tais autores, majoritariamente
mesmo acontece com os povos indígenas, mas brancos e ligados a elite, o apagamento da
história, de forma a excluir os grupos mas que oculta a história dos negros da capital.
socialmente minoritários foi essencial para o Os elementos que remetem aos negros estão
registro da História do Brasil, seja ela uma condenados ao esquecimento como denotam
continuação da história de Portugal, uma Beatriz Hubner, Fernanda Galloni, Paloma
história luso-brasileira, seja uma história da Neves, Stela Mori
mestiçagem que tem o branco como personagem
principal e o negro e o indígena como No entorno do Caminho Histórico(Glória-Lavapés)
coadjuvantes e sem grandes contribuições para a há um processo de apagamento da memória negra.
identidade nacional. Para além de refletirem o No período colonial foram implantados diversos
pensamento da época na qual escreveram, esses aparatos do uso da força os quais serviram como
autores legitimaram o apagamento da história, símbolo do Estado absolutista da época. Entre eles
não apenas através do “esquecimento” da está o Largo da Forca (atual Praça da Liberdade),
atuação dos grupos não brancos como cujo entorno foi utilizado como primeiro cemitério
preenchendo esses espaços com interpretações público da cidade de São Paulo, denominado como
quase fantasiosas sobre esses grupos Cemitério dos Aflitos, destinado a escravizados,
indigentes, condenados à morte e não batizados,
De fato, tanto na escrita da história quanto naquela
tornando-se um espaço de diversos cultos religiosos,
artística temos a ver, por um lado, com a
consciência culpada de alguns grandes intelectuais com forte raiz africana. Em 1774, no mesmo local, é
que souberam assumir o peso da falta e lamentar o construída a Capela de Nossa Senhora dos Aflitos,
incontornável alheamento da cultura brasileira que que, embora mantida pela Santa Casa de
vem dessa não aceitação da ausência de um Misericórdia, recebia forte influência africana em
fundamento próprio (poderia citar as obras de seus cultos católicos. Embora a construção
Sérgio Buarque de Holanda ou de Antonio Cândido, represente um resquício e, portanto, resistência da
mas prefiro mencionar apenas a famosa definição
de Paulo Emílio Salles Gomes sobre “a dialética memória negra, encontra-se em péssimo estado de
rarefeita entre o não-ser e o ser-outro”), enquanto, conservação.(6)
por outro lado, assistimos às tentativas incessantes
de rasurar o vazio, isto é, de criar fetiches de Ao pesquisar a história da cidade de
identidade sobre os quais basear uma continuidade Jundiaí temos a impressão de que ela se
e uma norma consequencial, de fato inexistentes ou confunde com a história da imigração no Brasil
imaginadas. Penso, por exemplo, em Sérgio Romero a partir da segunda metade do século XIX,
ou em Afrânio Coutinho, grandes autores que principalmente a imigração italiana. Isso se
tentaram inventar – a partir, cada um, de uma reflete também nos discursos cotidianos ouvidos
perspectiva diferente – uma coerência entre passado nos bairros mais tradicionais como Vila Arens,
e presente na qual embasar uma ideia de Pátria e de Colônia e Eloy Chaves, legitimados pelos
comunidade nacional.(5) governantes que passam pela prefeitura e
câmara municipal, pelos eventos comemorativos
O apagamento da história tem sido muito anuais como a Festa da Uva, que ocorre no
discutido quando se fala daqueles que foram Parque Comendador Antônio Carbonari, o
deixados de fora por muito tempo da História Parque da Uva, Festa Italiana no bairro Colônia
Oficial, tanto a nível nacional quanto a nível e Festa das Nações, organizada pela Paróquia
regional. Exemplos não faltam no Brasil para Nossa Senhora Perpétuo Socorro São José
falarmos sobre o apagamento da história. A Matriz no bairro Cidade Nova I e por algumas
exclusão dos grupos sociais não brancos faz obras como o livro Raízes de Jundiaí(7) da
parte propositalmente da historiografia jornalista Cláudia Marin que discorre sobre
brasileira de forma a priorizar a história de famílias tradicionais jundiaienses, todas de
grupos dominantes. Tal apagamento se faz origem europeia e o livro Jundiaí na História(8)
principalmente contra a memória de negros e da editora Porto de Ideias que, apesar de iniciar
indígenas e para isso se usa até mesmo alguma o livro num período muito anterior à imigração
outra cultura não branca para “cobrir” a história italiana, dá ênfase principal ao desenvolvimento
daqueles que foram escravizados no Brasil. É o da cidade a partir da chegada dos italianos.
caso do bairro da Liberdade em São Paulo, hoje Não é difícil entrar pessoas que
amplamente conhecido como bairro japonês, professam pertencer a família italiana, mesmo
que seus antepassados imigrantes tenham chego negociante de secos e molhados, morador na rua
nessa região a mais de um século e a condições São Bento. Praticado o delito, os homicidas, seus
sociais no Brasil serem muito diferentes da filhos e escravos, abandonaram a vila de S. Paulo
Itália. Um engano muito bem desmistificado por dirigindo-se a uma região desabitada, coberta de
matas virgens, onde corria o rio dos jundiás e, em
Jessé de Souza no livro A Elite do Atraso.
uma de suas margens, construíram dois casebres de
pau a pique, núcleo seiscentista da futura cidade de
“Para responder às três questões essenciais para
Jundiaí”(11)
compreensão da singularidade de qualquer
sociedade – de onde viemos, quem somos e para
onde vamos -, o culturalismo racista constrói a A controvérsia se dá em relação à data
fantasia da continuidade cultural com Portugal, que da chegada do casal e se eram realmente
é falsa da cabeça aos pés. Ela se baseia em uma criminosos. Sobre a data, a maioria das versões,
tese clássica do senso comum – que é uma espécie como de Azevedo Marques, Jacinto Ribeiro,
de sociologia espontânea dos leigos – que imagina Taunay e Varnhagen, remete à ao ano de 1615,
que a transmissão cultural se dá de modo apenas o Cônego Estanislau José Soares de
automático como o código genético. Nessa leitura Queiroz diz que a fundação da cidade data de
de senso comum, imagina-se que alguém é, por 1651, o que pode ser apenas um lapso da
exemplo, italiano apenas porque o avô era italiano.
transposição dos algarismos finais.(12) Em
Depende. Se as condições sociais forem outras, essa
pessoa não tem nada de italiano, a não ser o código
relação se Rafael e Petronilha eram ou não
genético.” (9)
criminosos, o capítulo III de Elementos para a
História de Jundiaí traz argumentos de
A História Oficial de Jundiaí contestação para o crime do qual foram
acusados. Citando obras de Afonso de
A história da cidade de Jundiaí tem Escragnolle Taunay, os autores procuram
início com uma controversa versão da chegada desmentir acusação de assassinato do marido de
do casal Rafael de Oliveira e Petronilha Petronilha e argumentam que adjetivo de
Rodrigues Antunes à “porta do sertão”, ‘criminoso’ comumente dado a Rafael de
conhecido como Oliveira refere-se ao crime de ser bandeirante,
pois à época São Paulo sofria com o abandono
Mato Grosso de Jundiahy, começo do “tenebroso por muitos homens que se embrenhavam no
sertão, mais ignoto e ameaçador do que a selva sertão em busca de riquezas e a deixavam a
mattogrossense de hoje dentre Madeira-Araguaya. mercê de invasões inimigas, levando os
Povoavam-no monstros e abantesmas; phenomenos governantes a proibirem que os habitantes
e prodígios; os “coruqueamas” com quinze pés de participassem das bandeiras, sob pena de multa
alto e os “guayazis”, minúsculos, mas ferozes e e até reclusão, crime facilmente perdoado
innumeraveis; os “matuyus”, homens de pés para quando os serviços militares dos bandeirantes
traz e corredores agilimos e os “gibouçus”, eram requisitados em defesa da cidade. Os
serpentes cujas carnes, putrefactas, durante as autores defendem que Rafael de Oliveira fazia
intermináveis e penosíssimas digestões se refaziam
parte desses bandeirantes e, ao fugir de São
constantemente, toda esta fauna teratológica que
tão pittorescamente nos descreve o velho chronista
Paulo para a ‘boca do sertão’, estavam fungindo
Simão de Vasconcellos e à porfia referem os das penas que a Justiça lhe implicaria por
copiadores uns após os outros, dando-se ares de participar das bandeiras.(13)
contar cousas originais”(10) Muito tempo e muitas páginas foram
dedicadas a resolver essa controvérsia do século
Região que configurava rota obrigatória XVII e depois a história oficial dá um salto para
das bandeiras paulistas e que, segundo o século XIX quando “a lei n. 24 de 28 de
Taunay(1921) era “refúgio de criminosos e março de 1865, elevou a Villa de Jundiahy a
homisiados”, ou seja, fugitivos da justiça, que cidade”(14), o início da construção da ferrovia
era o caso de Rafael e Petronilha. São Paulo Railway Company que ligava Jundiaí
a Santos e, mais tarde, a chegada dos imigrantes
“Rafael de Oliveira, o velho, apaixonado por sua italianos. Mas o que houve nesse período de
comadre Petronilha Rodrigues Antunes, ajudou-a no dois séculos? Os trechos acima citados trazem
assassinato do marido, José de Camargo Antunes, referências a povos indígenas que habitavam
essa região, o que houve com eles? Dizem Tamoio Bairro de Do Tupi Guarani
também que Rafael e Petronilha fugiram para Jundiaí Tamuía – o avô, o
Jundiaí levando escravos, quem era esses antepassado.
escravos? Indígenas ou africanos? Houve
Indivíduo do povo
escravidão indígena em Jundiaí? Se houve, ela
atendia à Lei sobre a Liberdade dos Gentios foi indígena Tamoios, do
promulgada por Sebastião I de Portugal em 20 tronco linguístico
de março de 1570?(15) Se houve, como se deu a tupi, já extinto(21)
transição para a escravidão de africanos?
Além das curiosas e exageradas Botujuru Bairro da Na língua tupi-
referências sobre os povos indígenas presentes cidade de guarani, Botujuru
no recorte citado sobre o sertão de Mato Grosso Campo Limpo tem o significado de
de Jundiahy, ainda hoje há elementos na cidade Paulista
“boca dos ventos”(22)
de Jundiaí e cidades vizinhas que outrora
fizeram parte do território denominado Jundiaí
que nos remetem a presença indígena nessa MaracanãBairro da se origina do tupi
região a tabela a seguir traz alguns deles: cidade de maraka'nã
Jarinu (Semelhante a um
Nome Denominação de Significado chocalho).(23)
Jundiaí Cidade termo de origem tupi
que significa "rio dos
jundiás (peixes)(16) Além dessas, há outra referência no
nome do bairro jundiaiense Caxambú, porém a
Itatiba Cidade “ajuntamento de palavra “Caxambu” tem etimologia discutida.
pedras” (itá = pedra Existem várias interpretações:
+ tyba = •Tem origem no termo tupi kaxabu, que
ajuntamento)(17) significa “mandacaru”;
Cabreúva Cidade “Cabreúva”, provêm •Tem origem no termo de origem africana
do tupi caburé iwa, “caxambu”, que designa um grande tambor, um
“árvore do caburé”(18) gênero musical, um gênero de dança ou morro
em forma de tambor.(24)
Cajamar Cidade Termo nheengatu,
que significa “fruto
Outro caso interessante é o bairro
colorido e também jundiaiense Ivoturucaia e o significado
manchado”(19) desse termo encontramos no livro Museu de
Itupeva Cidade Do tupi antigo Jundiaí vol. II(1974) editado pelo Pe. Antonio
Toloi Stafuzza, orientador do Museu de Jundiaí
ytupeba, que na época, onde consta todo o acervo de
significa “cascata documentação e informações para História de
aplainada” (ytu, Jundiaí até então e traz um texto de autoria do
“cascata” + peb, Dr. Walter Gossner, antigo morador da cidade
“aplainada” + a, que conta que
sufixo nominal)(20)
Os historiadores nos ensinam que, no início do
século XVII, o “Mato Grosso de Jundiaí” era a
famosa “Boca do Sertão”, onde começava o
desconhecido, a terra cujos donos eram os índios
Bilreiros (Ibirajaras), Cataguazes, Guaianazes, etc.,
todos da Grande nação Tupi-Guarani. O tupi era
ainda a “língua geral” da região. A parte de
Jundiaí, entre os rios Jundiaí-Guaçu, Jundiaí-
Mirim, o Rio Atibaia, e o Morro do Jaraguá era
chamado Hibiturucaia, Buturucaia, Voturucaia,
Hoviturucaia, Bitarulaia e Ivoturucaia, mudando
pronuncia e grafia conforme os entendimentos dos
primeiros povoadores brancos. Pela análise das
sílabas o nome parece indicar “rios que descem dos
morros queimados”. É fato conhecido que os
aborígenes já tinham o costume de pôr fogo às
matas e aos descampados, para fazerem as suas
toscas roças de mandioca e milho, hábito que
transmitiram aos colonizadores europeus e que, até
hoje, tão grandes prejuízos causa ao Brasil. (25)

Repare que nesse trecho, além de trazer


a referência a presença indígena da região, até
denominando os povos que faziam parte da
Grande Nação Tupi-guarani, o autor faz ainda
um juízo de valor responsabilizando os nativos
pelo hábito de queimadas dos colonizadores e, A edição nº3102 da Imprensa Oficial de
por consequência, de seus descendentes. Jundiaí relata que “o índio entre as árvores é um
Até mesmo o brasão da cidade traz uma curuquim. Diz a lenda, que eram indígenas
referência aos indígenas da região. Entre as gigantescos e corpulentos que habitavam estas
árvores há a figura de um homem indígena tão matas”.(27) Sua lenda era popular na época da
algo quanto as próprias árvores. No site oficial colonização da cidade e se tornou um símbolo
da Prefeitura da cidade de Jundiaí diz que presente no brasão de Jundiaí, que representa,
até hoje, os povos indígenas que habitavam a
O brasão de Jundiaí apresenta versão resultante dos cidade. O curuquim apresenta as mesmas
estudos realizados pelo Instituto Histórico e características dos “coruqueamas” já citados e
Geográfico de São Paulo. O autor é Afonso d
podem ser o mesmo personagem folclórico.
´Escragnolle Taunay e a versão representa a cidade
como “porta do sertão”, que o próprio Taunay
Os povos indígenas da região de
afirmava ser “guardiã avançada dos civilizados”.
Jundiaí
Ao lado, as figuras de um bandeirante (à esquerda)
e de um oficial de milícias (à direita). A primeira
Até o início do século XVII, a região de
imagem reitera e institui, simultaneamente, o mito
do herói bandeirante. A presença de um oficial com Jundiaí era exclusivamente habitada por povos
trajes militares indica a força da origem européia, indígenas. Diversos grupos viviam em clãs
particularmente a portuguesa. A frase em latim familiares, sendo estes nômades. Já outros, eram
“etiam per me Brasilia magna” significa “também sedentários, de origem tupi-guarani, e se
por mim o Brasil é grande”. Os peixes que ocupam dedicavam à produção de mandioca e milho
o rio explicam o nome da cidade, são os jundiás, através da agricultura de coivara, ou seja, um
espécie de bagre, que foram abundantes nas águas trecho da mata era queimado e utilizavam para
da região. A exaltação da natureza pode ser produção. Quando a terra se esgotava devido à
encontrada na referência às matas e na imagem utilização das queimadas, mudavam para outro
folclorizada do índio que se encontra em meio a ela.
local e agiam do mesmo modo.
A roda dentada se refere ao processo de
industrialização e as parreiras de uva e ramos de Os povos indígenas que habitavam as
café à agricultura da cidade. Quanto às datas, terras de Jundiaí eram guerreiros, bons
indicam a fundação (1615) e a elevação à categoria caçadores e pescadores. Organizavam-se em
de Vila (1655).(26) aldeias compostas por cabanas circulares, feitas
de tronco e cobertas de palha. Em cada uma
delas, moravam várias famílias aparentadas do atual Estado de São Paulo e entrou em guerra
entre si. com os colonizadores brancos e aqueles que não
foram mortos ou escravizados, foram expulsos
Sobre quais povos habitavam essa
das terras, principalmente no oeste paulista
região, Taunay escreve sobre os saltos do Tietê e
invadido pelas fazendas de café.(31)
diz que no
Já os Cataguazes, ou Cataguás,
“terceiro, que está perto da barra, em que entra o
Rio Tietê no Rio Grande, chama-se Itapuyrás: é o habitavam onde hoje é o Estado de Minas
mais alto de todos; nele se varam por terra as Gerais. Vale lembrar que quando se falava no
canoas pela parte direita em pouco mais distância Grande Sertão do Mato Grosso de Jundiaí,
nas cachoeiras que há entre estes três saltos: Umas referia-se ao todo interior paulista, até então
se passam a sirga, em outras se descarrega, e a pouco explorado, que se expandia até onde hoje
maior parte a remo; a este último salto dizem que são os Estados do Mato Grosso do Sul e Minas
vem muitas vezes o gentio Cayapó (Caiapó) em suas Gerais, a região onde está a atual cidade de
jangadas. Este é o gentio que usa de porrete, ou Jundiaí era só a chamada “Boca do Sertão”, ou
bilro e o mais traidor de todos”.(28)
seja, o início. Povoado que cresceu servindo de
Esse trecho confirma a versão do Dr. parada de descanso para vacarias, tropeiros, que
Grossner sobre a etnia Caiapó que vivia nessa levaram gado e mulas carregadas para o
região e, mais uma vez, aponta um juízo de abastecimento das cidades mineiras como Vila
valor muito negativo em relação ao indígena. Rica(32) e, também, de bandeirantes que
Além dos Caiapós, Grossner também cita os invadiam os sertões em busca de riquezas
Ibirajaras, os Guaianás e os Cataguazes. naturais e nativos para escravizar. Temos hoje a
Rodovia Anhanguera que perpassa Jundiaí,
Pela etimologia da palavra, Ibirajara
Anhanguera é termo tupi para diabo velho e foi
seria algo como “senhor das árvores” pela
denominação de Bartolomeu Bueno da Silva,
junção das palavras Ybyrá que significa árvore,
bandeirante que partiu de São Paulo para
em tupi e yara que significa senhor, mas
desbravar o interior.(33) A citação do povo
também pode ser que tenha havido uma
Cataguás como habitante de Jundiaí pode ser
mudança de pronúncia e grafia tal qual ocorreu
uma referência ao Grande Sertão ou um indício
com a palavra Ivoturucaia e Ibirajara seja na
de expedições de aprisionamento indígena que
verdade Ubirajara do tupi übürai’yara que quer
deslocaram para Jundiaí povos distantes.
dizer literalmente “senhor da lança, senhor da
vara”, era provavelmente o nome dado pelos Ainda sobre indícios de povos indígenas
índios a alguém que fosse muito habilidoso no em Jundiaí, nos livros de óbitos e casamentos
uso da lança, alguém que seria um bom Pertencente ao Museu Histórico e Cultural de
guerreiro, ou alguém que era bom caçador na Jundiaí e ao Arquivo da Cúria Metropolitana de
floresta, ou seja, não se trata de um povo mas Jundiaí, respectivamente, constam pelo menos
um título.(29) quatro denominações para os indígenas Carijó,
Kayapó, Paresi e Bororo(34), ou seja, além das
Quanto aos Guaianás, também
que já citamos, temos mais duas para identificar.
conhecidos como Guaianazes foram um povo
que habitou grande parte do território brasileiro, Os parecis ou paresí(nome dado por
do atual Estado de São Paulo, os três Estados do bandeirantes) se autodenominam Halíti ou Arití
da Região Sul até o Uruguai, se avizinhavam do e sua área de ocupação é o atual Estado do Mato
Tamoios(que dá nome ao bairro jundiaiense) e é Grosso assim como os bororos(nome também
provável ancestral do povo Kaingang.(30) Povo dado por bandeirantes, a autodenominação desse
Kaingang que ocupou grande parte do território povo é boe)(35), é plausível que a presença desses
povos na Vila de Jundiaí no século XVIII seja indígenas e seus descendentes como mão de
fruto da escravização feita pelos bandeirantes. obra escrava. Porém como forma de burlar a Lei
de Liberdade dos Gentios, não se usava a
O encontro entre brancos e indígenas
palavra “escravo” para designar o indígena
Em comemoração ao aniversário de 364 escravizado, usava-se a palavra
(38)
da cidade o jornal Tribuna de Jundiaí em sua “administrado”
publicação de 14 de dezembro de 2019 traz o A Lei de Liberdade dos Gentios
que intitulam de “A Verdadeira História de determinava que índios eram considerados
Jundiaí” livres desde que amigos ou aldeados, pois deles
partiria a ajuda contra os inimigos e a força para
Antes dos portugueses A região de Jundiaí era os trabalhos na lavoura e no transporte de
habitada por povos indígenas até o final do século mercadorias.(39) Em contrapartida, deveriam ser
17. Eles se dedicavam à produção de milho e pagos e bem tratados, suas aldeias respeitadas e
mandioca. No entanto, é difícil definir que grupos
direcionados para o cristianismo. A escravização
étnicos viviam na região. De acordo com Paulo
Vicentini, não houve um contato direto com esses somente seria permitida legalmente em caso de
povos indígenas quando houve o processo de guerra justa, quando os índios ameaçassem a
interiorização da colonização na região. “O que segurança dos colonos; resgate, quando os
você teve naquele período, nessa região que era
índios fossem salvos por colonos da morte ou
uma porta de entrar para o sertão, eram índios
escravizados. Daí que vem alguns nomes de bairros, cativeiro nas mãos de inimigos(40), ou ainda se
como Nambi e Tamoio, por exemplo”, explicou.(36) impedissem a pregação ou se aliassem aos
inimigos da Coroa.(41) Porém os colonos
Essa versão de Paulo Vicentini corrobora necessitavam de mão de obra para o trabalho na
a versão apresentada no site oficial da Prefeitura lavoura e faziam suas próprias expedições para
de Jundiaí que diz que “os novos colonizadores capturar e escravizar indígenas.(42) Essa prática
afugentaram os grupos indígenas, que se se deu até pelo menos os anos finais do século
embrenharam na mata”.(37) O questionamento XVIII, quando se inicia a substituição da mão
que fica diante dessa afirmação é como puderam de obra escrava indígena pela mão de obra
ser mantidas tantas referências da presença escrava africana.
indígena na região de Jundiaí, se essa fuga se Mas essa substituição não acontece do
deu com a chegada dos brancos? dia para noite, esse período de transição levou
A afirmação de Paulo Vicentini nos dá décadas, ou seja, por um período existiam em
uma pista para começar a responder a esses Jundiaí pessoas escravizadas de origem indígena
questionamentos. A presença de indígenas e africana, entretanto, apenas os negros eram
escravizados era uma realidade na Villa de denominados escravos, os indígenas eram
Jundiaí, porém, como já questionado, a Lei denominados “administrados”.
sobre a Liberdade dos Gentios foi respeitada? Durante essas décadas de escravidão
A resposta é não. As informações estão indígena e africana, é natural conceber que os
no livro onde registrou-se óbitos de escravos relacionamentos entre diferentes etnias
entre 1744 e 1787 e no livro de casamentos de passassem a ocorrer com certa frequência. De
escravos realizados entre 1739 e 1777 da “Vila forma que há registro de casamentos entre
de Nossa Senhora do Desterro de Jundiahy”, homens indígenas e mulheres negras e mulheres
esses documentos trazem dados sobre as indígenas com homens negros, além de homens
origens, condições sociais e culturais dos brancos com mulheres indígenas. Desses
agentes envolvidos e somente a partir de casamentos surgem os filhos mestiços que, nas
meados da década de 1760 os negros e seus palavras de Darci Ribeiro
descendentes passam a ocupar o lugar dos
“O brasilíndio como o afro-brasileiro existiam poderia jamais ser deixada de lado, porém a
numa terra de ninguém, etnicamente falando, e é a história dessa cidade pode ser tornar muito mais
partir dessa carência essencial, para livrar-se da rica e plural se passarmos a incluir todos os
ninguendade de não-índios, não-europeus e não- grupos que historicamente foram excluídos e
negros, que eles se vêem forçados a criar a sua tiveram suas memórias apagadas e suas vozes
própria identidade étnica: a brasileira”. (43) silenciadas.

Afinal, como afirmou Hill (1996), as histórias


Percebe-se que a partir da década de indígenas se entrelaçaram com as histórias dos
1760 o número de ‘administrados’ passa a europeus desde que eles chegaram à América. Para
declinar enquanto aumenta o número de a compreensão dos complexos processos históricos
de formação e desenvolvimento das sociedades
alforriados e dos denominados ‘pardos’, como
americanas é imprescindível levarmos em conta a
eram chamados os filhos de brancos com presença e o protagonismo significativos dos
indígenas inúmeros e distintos povos nativos do continente,
que foram todos chamados índios.(47)
Os indígenas e seus descendentes não
desapareceram simplesmente, mas passam a ser Incluir a influência indígena na história
vistos e registrados de outra forma. Não são mais de Jundiaí que apresenta tantas evidências da
tratados como “índios”, “administrados”, “gentio” presença indígena é de fundamental
ou “negro da terra”, pois a semelhança dos traços importância.
resultantes da carga genética, ocasionada por 250
anos de miscigenação, tornava cada vez mais difícil Referências Bibliográficas
distinguir, visualmente, quem era ou não indígena na
sociedade paulista.(44) 1-MOURA, Clovis. As Injustiças de Clio: O negro na
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características fenotípicas se destacam, os 2-A HISTÓRIA DO BRASIL É UMA HISTÓRIA DE
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constar no Livro de Óbitos um registro no qual
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o escrevente não sabia dizer qual a denominação 3-CARMO, Ana Maria Silva. Fiebra Negra:
racial do falecido, se branco ou pardo.(45) Dessa Revisitando a história do Afro-Argentino. 1. ed.
forma, não apenas a memória indígena foi Salvador/BA: Sagga, 2019. pag. 10
apagada, mas foi incorporada pelos brancos 4-CARMO, Ana Maria Silva. Fiebra Negra:
mais pobres e é plenamente possível que esteja Revisitando a história do Afro-Argentino. 1. ed.
camuflada entre os habitantes da cidade de Salvador/BA: Sagga, 2019. pag. 151
Jundiaí, porém ofuscada pela memória 5-FINAZZI-AGRÒ, Ettore. FANTASMAGORIAS DO
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dominante. história no espaço brasileiro. NELIC: Núcleo de
Se faz necessário o resgate dessa Estudos Literários & Culturais, Florianópolis/SC, v. 18,
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ainda mais as características de sua população. https://periodicos.ufsc.br/index.php/nelic/issue/view/27
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Quando os índios forem considerados sujeitos 6-HUBNER, Beatriz; GALLONI, Fernanda; NEVES,
históricos e os múltiplos processos de interação Paloma; MORI, Stela. Bairro da Liberdade: O
entre suas sociedades e as populações que surgiram apagamento histórico da memória negra em São
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com a colonização europeia forem recuperados,
https://www.archdaily.com.br/br/929303/bairro-da-
“páginas inteiras da história do país serão
liberdade-o-apagamento-historico-da-memoria-negra-
reescritas; e ao futuro dos índios reservar-se-á um em-sao-paulo. Acesso em: 11 nov. 2020.
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