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0 QUE E ECONOMIA? Jconomia. A palavra nos faz. pensar em todo 0 tipo de ima- ciipula em uma capital européia, um sisudo Ancora de telejornal dando boas ou mis noticias sobre a situagao econdmica... Cada um de 1nés, “provavelmente”, ouve falar de economia com muita freqiién Mas o que é, exatamente, sua definigao? Primeiro, economia é uma ciéncia social, 0 que significa que pro- cura explicar algo sobre a sociedade. Nesse sentido, tem alguma coisa em comum com a psicologia, a sociologia ¢ as ciéncias politicas, mas fo que a diferencia é aquilo que os economistas estudam e a maneira como 0 fazem. Os economistas fazem perguntas fundamentalmente distintas eas respondem por meio do uso de ferramentas que os demais cientistas sociais consideram exéticas. ECONOMIA, ESCASSEZ E ESCOLHA Uma boa definigto de economia, capaz de destacat a diferenca entre ela e as demais ciéncias sociais, & a seguinte: Economia é o estudo da escolha sob condigées de escassez Essa proposigdo pode parecer estranha. Onde estdo as palavras que estamos habituados a associar & economia, como “dinheiro", “agdes", “titulos”, “pregos', “orgamentos”..? Como veremos em breve, a econo- mia trata de todas essas coisas e de outras mais, Mas vamos, primeiro, estudar um pouco mais a fundo duas importantes idéias presentes nessa definigio: escassez e escolha ESCASSEZ E ESCOLHA INDIVIDUAL. Pense um pouco em sua propria vida - em suas atividades rotineiras, nos bens que vocé possui e aprecia, no ambiente em que vive. Ha algo que voc8 nio tenha no momento ¢ que gostaria de ter? Algo que vor’ {a tenha, mas gostaria de ter em maior quantidade? Se a sua resposta cAPITULO RESUMO DO CAPITULO Economia, Escassoz Escalha Escasse e EscohaIndiaqval Fscasse eEscona Socal Escassez@ Economia (Mundo da Economia Microzconomia€ Macrovconamia Eeonomia Post eEeanomie Normatva Por Que Estuda Economia? Para Compreander Melhor 0 Mundo Para Aagutir Atocontanga Para Reaizar Mudangas Socials Para ajudar ra Preparagio para Outas Caracas Para se Tomar un Eeoromista 0s Métodas da Economia ‘Ate da Consrugo de Modelos Evonbmicos Promissas¢ Canclusbes (0 Processo em Quatro Etapes Matematica, Jargdoe Outros Conceitas (Coma Estudar Economia Eeanomia 0 estudio 6a esclna sb condigdes de escassez Eseasser uma situagdo em que a ‘quantidae esponive! ago nao ¢ su clone para satstazer 0 cese0 por for “ndo”, parabéns! Ou voc® ji estd bem avangado no caminho do ascetismo Zen ou entdo é parente préximo de Bill Gates. A vasta maioria, no entanto, sente a ptessao das restri¢des ao padrio material de viver. Essa verdade encontra. 8¢ no coragio da economia e pode ser reescrita da seguinte maneira: todos enfrentamos problema da escassez, A primeira vista, pode parecer que vocé softe de uma infinita variedade Ge caréncias. Sio tantas as coisas que voc® gostaria de ter exatamente agora = uma sala ou um apartamento maior, um carro novo, mais roupas.. A lista é intermindvel. Um pouco de reflexdo, porém, sugere que nossa limitada capa- Cidade de satistazer esses desejos se baseia em duas limitagdes mais essenciais: escassez de tempo € de poder aquisitivo Como individuos, deparamixnas com escassez de tempo e de poder aqui- sitive, De posse de mator quantidade de quaisquer das duas coisas, po- deriamos ter mais dos bens @ servicos que desejamos. A escassez de poder aquisitivo é, sem dlivida, familiar a vocé, Todos ja quisemos ter renda maior para comprar mais das coisas que desejamos, Entre tanto, a escassez de tempo ¢ igualmente importante. Muitas das atividades de que gostamos ~ ir ao cinema, tirar férias, dar um telefonemia — exigem tanto fempo quanto dinheiro. Assim como 0 poder aquisitivo é limitado, teros um ‘mimero finito de horas por dia que podemos dedicar a satisfacdo dos desejos. Devido a escassez de tempo e a de poder aquisitivo, somos forgados a fazer escolhas. Precisamos distribuir 0 escasso tempo entre diferentes atividades: trabalho, diversio, educagao, sono, compras e outras coisas mais. Precisamos também distribuir 0 escasso poder aquisitivo entre diferentes bens ¢ servigos: abrigo, alimento, méveis, viagens e muitas outras coisas. Cada vez que esco- themos comprar ou fazer uma determinada coisa, estamos também escolhendo ndo comprar ou nao fazer outra. Os economistas estudam as escothas que precisamos fazer como individuos © amaneira como essas decisdes moldam a economia. Por exemplo, na préximma década, cada um de nds poderé ~ como individuos ~optar por fazer maior quan- tidade de compras pela Internet. Coletivamente, essa resolugdo determinard uais firmas e industrias crescerdo e contratardo novos empregados (por exem- plo, firmas de consultoria para a Internet e fabricantes de tecnologia para a Internet) ¢ qusis firmas se contrairdo e demitirdo empregados (como 0 varejo tradicional) Os economistas também estudam os efeitos mais sutis e indiretos da escolha individual sobre a sociedade. A maioria das pessoas continuard a viver em ‘casas ~ como se deu com os europeus ~ ou a maioria acabara em apartamentos? Teremos uma populacio educada e bem-informada? Os engarrafamentos nas Gidades ficardo cada vez piores ou haverd uma luz no fim do tinel? Poderd a Internet gerar crescimento econémico acelerado e padrées de vida em ascensio ‘mais répida por muitos anos ou sera apenas uma pequena explosio de atividade econdmica que breve ira diminuir? Essas perguntas giram, em grande parte, em toro das decisdes individuais de milhGes de pessoas. Para responder clas, € preciso compreender como os individuos fazem escolhas sob condigdes de escassez, ESCASSEZ E ESCOLHA SOCIAL Pensemos, agora, em escassez e escolha do ponto de vista da sociedade. Quais silo as metas da sociedade? Queremos um padrao de vida mais elevado para os cidadios, ar limpo, ruas seguras, boas escolas e muito mais. O que nos impede de realizar todos esses objetivos de uma maneira satisfatéria para todos? A resposta é ébvia: a escassez Yo caso da sociedade, o problema é uma escassez de recursos ~ as coisas que usamos para produzir bens e servigos que nos ajudam a atingir os objetivo. Os economistas classificam os recursos em trés categorias 1. Trabalho é o tempo que as pessoas despendem produzindo bens e servigos. Capital corisiste em instrumentos duradouros que as pessoas usam para produzir bens e servicos. Isto inclui capital fisico, que reine coisas como prédios, maquinatia e equipamentos, ¢ capital humano ~ as habilidades ¢ © treinamento que t8m os trabalhadores. 3. Terra é. espaco fisico em que se dé a producdo, além dos recursos naturais nela encontrados, como petrbleo, ferro, carvio e madeira. Qualquer coisa pradiyéida na economia resulta de alguma combinagio des- ses recursos, Pense na ditima palestra & qual vocé assistiu na faculdade, Vocé estava consumindo um servigo ~ uma palestra universitiria. O que foi usado na produgio desse servico? Seu instrutor forneceu trabalho, Também foram usadas ‘muitas formas de capital, O capital fisico incluiu coisas como mesas, cadeiras, Jousa ou retroprojetor e o proprio prédio da faculdade. Incluiu , também, 0 com- putador que seu instrutor pode ter usado para preparar o texto da apresentagio. Além disso, ha o capital humano ~ 0 conhecimento especializado de seu instrutor ¢ sua habilidade como palestrante, Finalmente, ha a terra ~o terreno em que foi construido o prédio da faculdade. Além dos trés recursos, outras coisas também foram usadas para produzir a palestra. O giz, por exemplo, € uma ferramenta usada pelo instrutor € poderiamos pensar que se trata de uma forma de capital, mas isso seria um erro. Por qué? Porque nio é duradouro, De maneira geral, os economistas somente consideram uma ferramenta como capital se ela tiver duragdo de alguns anos ‘ou mais. O giz é consumido a medida que se desenrola a palestra, de modo que € considerado como matéria-prima, nao capital Um pouco de reflexdo deve bastar para nos convencer de que o proprio giz € produzido a partir de alguma combinagio dos trés recursos (trabalho, capital e terra), Na verdade, todas as matérias-primas usadas para produzir a palestra — a energia usada para aquecer ou refrigerar o prédio, o papel que o instrutor uusou para fazer anotagdes sobre a palestra, etc, ~ vém dos trés recursos da sociedade. E a escassez desses recursos, por sua vez, causa a escassez de todos ‘8 bens e servigos a partir deles produzidos, Como sociedade, nassos recursos ~ ferra, trabalho e capital = so ingu= Jicientes para producir a totalidade dos bens e servigas que desejamos. Em outras palavras, a sociedade enfrenta uma escassez de recursos. Essa dura verdade a respeito do mundo nos ajuda a entender as escolhas que a sociedade precisa fazer. Queremos um povo mais educado? Claro que sim, mas isso exigiré mais trabalho — operirios para construir mais salas de aula e Recursos A tra, 0 trabalio eo capital usados para procuie bens servigos, Trabalho 0 tempo ue as pessoas deca a produgdo de bens e servis, Capital Os instu- monies duradouros usados para procuir ons servigas, Capital Humana as habiidades eo ena: mento oa forga de trabano Tara 0 espago isco fem que sedi 2 produgto «0s recur sos natras oe centrale, Microsconomia Gestuce 40 comp. tamento das falas, fia e goveros: a6 escohas que west intaragem em merca os espectica, professores para ensinat. Exigiré mais recursos naturais ~ terra para instalago das salas e madeira para sua construgdo ¢ também mais capital ~ betoneiras, caminhées, ete, Mas esses estos recursos poleriam ser usados para produzit outras coisas que desejamos, como casas, hospitais, carros ou filmes. Como resultado, toda sociedade deve dispor de algum método de alocago de seu: recursos escassos para escolher quais dos muitos desejos concorrentes serio satisfeitos ou nao, Muitas das perguntas mais importantes de nossos tempos giram em torno das diferentes maneiras como os recursos podem ser alocados. As mudangas cataclismicas que abalaram o Leste Europeu ¢ a antiga Unido Soviética durante © inicio da década de 90 se deveram a um simples fato: 0 método pelo qual esses paises usaram durante décadas para alocar recursos nao estava funcionando, Por outro lado, os intermindveis debates entre democratas e republicanos nos Es- tados Unidos refletem diferengas de opinigo sutis, porém, abordam sempre como alocar recursos. Em muitos casos, discutem se 0 setor privado deve lidar sozinho com a alocagio de recursos ou se deve haver envolvimento do governo. ESCASSEZ E ECONOMIA Acscasser de recursos ~ © as escothas que somos forgados a fazer — & a Fonte de todos os problemas que estudaremos em economia, As familias tém rendas. limitadas, a partir das quais buscam satisfazer seus desejos, de modo que precisam escolher cuidadosamente como alocar seus gastos entre diferentes bens e servigos. As firmas desejam ter 0 maior lucro possivel, mas precisam pagar por seus recursos e por isso escolhem cuidadosamente 0 que produzir, quanto produzit e como produzir. Agéncias governamentais federais, estaduais € municipais operam com orgamentos limitados, por isso precisam escolher cuidadosamente as metas as quais pretendem se dedicar. Os economistas estu- dam essas decisdes tomadas por familias, firmas e governos para explicar como opera o sistema econdmico, a fim de prever o futuro da economia e sugerir meios para chegar a um futuro melhor. 0 MUNDO DA ECONOMIA O campo da economia é surpreendentemente amplo. Vai do rotineiro (por que tum quilo de picanha custa mais do que um quilo de frango?) ao pessoal ¢ profundo (como os casais decidem quantos filhos ter?). Com um campo tio grande, ¢ aconselhavel ter algum meio de classificar os diferentes tipos de problemas estudados pelos economistas ¢ os diferentes métodos que eles usam em suas analises. MICROECONOMIA E MACROECONOMIA © campo da economia se divide em duas partes principais: microeconomia ¢ macrocconomia, Microeconomia vem da palavra grega mikras, que significa “pequeno”. Dedica-se a uma visio em close da economia, como se estivesse olhando a economia através de um microscépio, A microeconomia se dedica a0 comportamento de agentes individuais no panorama econdmico — familias, em- presas © governos. Avalia as escolhas que esses ayentes fazem e as interagdes que ha entre eles quando se encontram para negociar bens e servigos especificos. I \ f © que acontecer’ com o preco dos ingressos para 6 cinema.dos préximos cinco ‘anos? Quantos empregos serio criados no setor de fast-food”? Todas essas questes sto de natureza microeconémica porque analisam partes individuais da economia e nfio @ economia como um todo. Macroeconomia ~ da palavra grega makros, que significa “grande” ~ adota uma visio geral da economia, Em vez de se concentrar na produsao de cenouras ou computadores, a macroeconomia agrega todos os bens e servigos ¢ aborda «8 producdo total. Em vez de enfocar 0 emprego na industria de fastfood ou no setor de manufatura, considera o emprego ‘otal da economia, Em vez de perguntar por que os cartdes de crédito cobram taxas de juros mais altas do que as de hipotecas residenciais, questiona o que faz as taxas de juros em geral subirem ou cairem, Em todos esses casos, a macroeconomia se concentra no panorama geral e desconsidera os pequenos detalhes. ECONOMIA POSITIVA E ECONOMIA NORMATIVA AA distingdo entre micro e macro se baseia no nivel de detalhamento que dese- {amos considerar. Outra distingo importante tem que ver com o propésito da ‘anélise de um problema. A economia positiva lida com 0 que é~a maneira como a economia funciona, pura e simplesmente, Se reduzirmos as aliquotas do Imposto de Renda no ano que vem, a economia poderd crescer mais rapidax mente? Em caso positivo, quanto mais? E que efeito isso tera sobre o emprego total? Essas so perguntas de economia positiva, Podemos discordar quanto 8s respostas, mas todos havemos de accitar a existéncia de respostas corretas para as perguntas — s6 & preciso encontré-las A economia normativa se refere ao que deveria ser. E usada para tecer julgamentos sobre a economia, identificar problemas e prescrever solugdes. Enguanto a economia positiva se preocupa somente com os fatos, a normativa cexige que fagamos julgamentos de valor. Quando um economista sugere que se diminuam os gastos governamentais ~ medida que beneficiaré alguns cidadaos € prejudicard outros -, ele esté fazendo uma anélise normativa. A economia positiva € a notmativa esto intimamente relacionadas na pratica. Por um lado, mio podemos argumentar sobre o que deveria ou no ser feito, a menos que saibamos alguns fatos reais sobre o mundo, Toda analise normativa é, portanto, baseada em uma anélise positiva subjacente, mas, embora uma anélise positiva possa, pelo menos em tese, ser realizada sem julgamento de valor, uma anélise normativa sempre se baseia, pelo menos em parte, nos valores da pessoa que a realiza Por Que os Economistas Discordam A diferenga entre a economia positiva e a normativa pode nos ajudar a entender por que 08 economistas as vezes discordam. Suponhamos que estejamos assistindo ‘a uma entrevista na TV em que se pergunta a dois economistas se os Estados Unidos deveriam remover todas as barreiras impostas pelo governo ao coméreio com o resto do mundo, O primeiro diz: “Sim, com certeza”, enquanto 0 outro responde: “Nao, definitivamente, nao”, Por que essa divergéncia? A diferenga de opinidio pode ser de natureza positiva: 08 dois economistas podem ter opinides diferentes sobre 0 que aconteceria se fossem eliminadas as barreiras comerciais. Diferengas como esta, por vezes, surgem porque nosso Macroezonomta Cestuce da econa- ‘ma como um toca, ‘Economia positive esto co que e como a econo funciona, Economia normativa Oestuto do que vera ser; sade para fazr hgarentos 8 vaor,dentcat problemas epres- Creve slugoes, ‘conhecimento da economia é imperfeito ou por causa de divergéncias em relagio a determinados fatos. E mais provavel, contudo, que a desavenca seja normativa, Os economistas, como todo o mundo, tém diferentes valores. Neste caso, os dois economistas poderiam concordar com a hipétese de que a abertura ao comércio internacional seria benéfica para a maioria dos americanos, mas causatia danos a alguns deles. Ainda assim, poderiam discordar quanto 4 mudanga de politica por terem diferentes valores. O primeiro economista poderia dar maior énfase 40s beneficios para a economia como um todo, enquanto o segundo poderia dar maior énfase a prevensio de danos a um grupo especifico. Aqui, os dois ‘economistas chegariam & mesma conchusio positiva, mas seus diferentes valores 6s levariam a diferentes conclusdes normativas. Nos meios de comunicaco, os economistas raramente dispSem de tempo suficiente para explicar as bases de suas opinides, de forma que o pablico uve 36 a divergéneia. As pessoas podem concluir ~ erroneamente ~ que os economistas nio conseguem chegar a um consenso sobre a maneira como a economia funciona, quando a verdadeira divergéncia é quanto as metas mais importantes para a sociedade. POR QUE ESTUDAR ECONOMIA? 5 alunos fazem cursos de economia por diversos motivos, PARA COMPREENDER MELHOR 0 MUNDO. A aplicagio das ferramentas da economia pode ajudé-lo a entender eventos globais e cataclismicos como guerras, fome, epidemias e depresses, mas tam- bem pode ajudé-lo a compreender muito do que se passa com vocé local ¢ Pessoalmente — a detetioragao das condigdes do transito em sua cidade, 0 ‘aumento que vocé espera conseguir no seu trabalho este ano ou a longa fila de pessoas esperando para comprar ingressos para um concerto. A economia tem o poder de nos ajudar a entender esses fendmenos porque eles resultam, em grande parte, das escolhas que fazemos sob condigdes de escassez, E claro que a ciéncia econémica tem suas limitagdes. £ dificil, no entanto, identificar qualquer aspecto da vida a respeito do qual a economia nao tenha pelo menos a/go importante a dizer. A economia nilo é capaz de explicar por que tantos americanos gostam de assistir A TV, mas pode explicar como as emissoras decidem quais programas oferecer. A economia nao pode nos proteger de um ssalto, mas pode explicar por que algumas pessoas optam por se tornarem ladrdes e por que nenhuma sociedade escolheu erradicar completamente o crime, A economia no pode melhorar sua vida amorosa, resolver conflitos inconscientes remanescentes de sua infincia ou ajudé-lo a superar 0 medo de avidio, mas pode nos dizer quantos terapeutas, sacerdotes e conselheiros treinados ha para nos ajudar a lidar com esses problemas. PARA ADQUIRIR AUTOCONFIANCA AAs pessoas que jamais estudaram economia, muitas vezes, tém a impressio de ue forsas misteriosas e inexplicdveis conduzem suas vidas, jogando-as de um } | lado para o outro, como se fossem uma bolinha em uma maquina de fliperama, determinando se so ou nio capazes de conseguir um emprego, qual serd seu salério, se conseguirio comprar uma casa e em qual bairro ela sera. Se vocé & ‘uma dessas pessoas, tudo isso est para mudar, Depois de aprender economia, poder se surpreender com o fato de nao jogar mais fora a seso de economia de seu jornal simplesmente porque ela parece estar escrita em uma lingua in- compreensivel. Talvez nio pegue correndo o controle remoto da TV para mudar de canal assim que ouvir “a seguir, noticias sobre a economia..”. Vocé poderé se descobrir ouvindo relatérios econémicos com espirito critico, encontrando erros de légica, declaragdes enganosas ou coisas que sio mentiras, pura e simplesmente. Quando compreender bem a economia, vocé terd adquirido um senso de dominio sobre o mundo e, com isso, sobre sua propria vida. PARA REALIZAR MUDANGAS SOCIAIS Se 6 de seu interesse fazer do mundo um lugar melhor, a economia ¢ indis- pensivel. Nao ha falta de graves problemas sociais dignos de atengdo como desemprego, fome, pobreza, doenca, abuso infantil, drogas, crimes violentos. ‘A economia pode ajudar a entender as raizes desses problemas, explicar por {que os esforgos dedicados a resolvé-los falharam e nos permitir eriar solugdes novas e mais eficazes. PARA AJUDAR NA PREPARAGAO PARA OUTRAS CARREIRAS ‘A economia ha muito é a graduagao de nivel superior mais popular entre as pessoas que pretendem trabalhar em administragao de firmas, Mas, nos titimos 20 anos, tornou-se também popular entre aqueles que planejam fazer carreira ‘em politica, relagdes internacionais, direito, medicina, engenharia, psicologia outras profissdes. E por um bom motivo: os profissionais, em todas essas reas, muitas vezes se deparam com questdes econdmicas. Por exemplo, os ‘advogados cada vez mais lidam com sentengas baseadas no principio de eficiéneia econdmica. Os médicos precisam entender como novas tecnologias na area de laser ou mudangas estruturais das firmas de seguro-saiide poderéo afetar seus consultérios. Psicélogos que atuam em firmas precisam compreender as implicagdes econdmicas de mudangas que podem promover no ambiente de trabalho como flexibilizacdo de horatios ou 0 oferecimento de creches. PARA SE TORNAR UM ECONOMISTA ‘Apenas uma minoria dos leitores deste livro optata pela carreira de economista £ uma boa noticia para os autores, e, depois de estudar os mercados de trabalho em seu curso de microeconomia, voce entender o porqué. Mas, se decidir tornar-se um economista ~ obtendo um mestrado ou mesmo um doutorado encontrar muitas oportunidades de emprego. Dos 16.780 membros da American Economic que responderam a uma recente pesquisa,’ 65% estavam empregados em faculdades ou universidades; os demais se dedicavam a diversas atividades, tanto do setor privado (21%) quanto no governo (14%). Os economistas sto ccontratados por bancos para avaliar os riscos de investimentos no exterior; por i Review, dezembro de 1993, p. 635. Modelo ina vopre- antago abstata da reaidaee. empresas de manufatura, para ajudar na determinacdo de novos métodos de fabricagio, comercializagao e formagao de prego de seus produtos; por Srgios governamentais, para ajudar a criar politicas de combate ao crime, & doenga, a pobreza ¢ i poluigdo; por organismos internacionais, para ajudar a criar progra- ‘mas de auxilio a paises menos desenvolvidos; pelos meios de comunicagio, para ajudar o piblico a interpretar eventos globais, nacionais e locais; e até mesmo por organizagies sem fins lucrativos, para oferecer conselhos sobre como obter maior eficigncia no controle de custos e no levantamento de recursos, OS METODOS DA ECONOMIA Uma das primeiras coisas que vocé percebe 4 medida que comega a estudar economia ¢ a forte confianga em modelos. De fato, a disciplina supera todas as outras cigncias sociais em relag3o a insisténcia de que toda teoria pode ser representada por um modelo explicito e cuidadosamente construido, ‘Voce certamente ja encontrou muitos modelos em sua vida. Quando crianga, voce brincava com modelos de trens, avides ou mesmo pessoas ~ bonecas. No curso de Ciéncias do colegial, provavelmente viu algum modelo de um étomo = algo feito de plistico e arame, com bolinhas vermelhas, azuis e verdes que tepresentavam protons, néutrons e elétrons. Também pode ter visto os modelos em papelio que arquitetos fazem de seus prédios. So modelos fisicos, réplicas tridimensionais que podemos pegar com as maos. Os modelos econémicos, pot outro lado, nao so feitos de cartdo, pléstico ou metal, mas de palavras, diagramas e afirmagdes matematicas, O que é, exatamente, um modelo? Umi modelo ¢ uma\rbpresenlagab\abstrata'da realidade. As duas palavras-chave dessa definigio so representagdo ¢ abstrata Um modelo nao tem por objetivo ser idéntico a realidade. Pelo contrario, ele representa 0 mundo real por meio de uma abstragdo, algo que ¢ extraido do mundo real e que tos ajuda a entender como ele funciona, Em qualquer modelo, tuitos detalhes da vida real so deixados de lado. A ARTE DA CONSTRUCAO DE MODELOS ECONOMICOS Ao construit um modelo, vocé sabe quais detalhes sero considerados e quais serio deixados de fora? Nao existe uma resposta simples a essa pergunta. O nivel apropriado de detalhamento depende, em primeiro lugar, da nossa meta ao construir 0 modelo, Hé, contudo, um principio orientador: 0 modelo deve see einai Simples'posshvel para poder atingir seit objetivo. z Isso significa que os modelos devem conter apenas os detalhes necessdrios Para entender tudo isso um pouco melhor, considere um mapa. Um mapa é ‘um modelo ~ representa parte da superficie da Terra ~, mas deixa de lado muitos detalhes do mundo real. Em primeiro lugar, os mapas so bidimensionais, de modo que sempre deixam de lado a terceira dimensio ~ a altitude — do mundo real, Em segundo lugar, os mapas sempre ignoram pequenos detalhes como Arvores, casas e buracos no asfalto, Em terceito lugar, um mapa ¢ muito menor do que a area que representa, Mas quando compramos um mapa, que nivel de detalhamento desejamos que ele tenha? Digamos que voce est em Boston ¢ precisa de um mapa (seu objetivo) para descobrir a melhor maneira de chegar até o aeroporto Logan partindo do Centro de Convengdes no centro da cidade, Nesse caso, vocé iria querer um mapa bem detalhado da cidade que mostrasse com clareza cada rua, parque € praca, porque um mapa rodovidrio, que deixaria de lado esses detalhes, no resolveria seu problema Suponhamos agora que seu objetivo seja outro: escolher a melhor rota entre Boston e Cincinnati, Voce precisa entdo de um mapa rodoviério, Um mapa que mostre todas as ruas que ha entre uma cidade e outra seria detalhado demas, Toda a informagao adicional que ele contém s6 confundiria aquilo que voce realmente precisaria ver. Embora os modelos econdmicos sejam mais abstratos do que mapas de ruas, 0 mesmo principio se aplica a sua construcdo: 0 nivel de detalhamento {que seria ideal para um objetivo geralmente seria excessivo ou insuficiente para outro. Quando, ao ler este texto, vocé discordar de algum modelo por causa de um detalhe que foi deixado de lado, lembre-se do objetivo para o qual o modelo foi construido. Na introdugdo 4 economia, 0 objetivo ¢ inteiramente didatico. (Os modelos foram projetados para ajudar a entender alguns principios simples, porém, importantes, sobre a maneira como a economia opera, Manter a sim- plicidade dos modelos facilita a percepgdo de como os principios funcionam ea lembrar-se deles depois, E claro que os modelos econdmicos tém outros objetivos além do ensino. Podem ajudar as firmas na tomada de decisdes sobre formagio de prego ¢ producdo, ajudar familias a decidir como ¢ em que investir seu dinheiro € ajudar governos e drgios internacionais na formulacdo de politicas. Os modelos construidos para tais fins serdo muito mais detalhados do que os encontrados neste texto e vocé aprenderé sobre cles se fizer um curso mais avangado de economia. Mas até os modelos mais complexos so construidos em torno de ‘uma estrutura muito simples ~ a mesma estrutura que vocé aprendera aqui, PREMISSAS E CONCLUSOES Todo modelo econdmico comega com supasides sobre o mundo. Ha dois tipos de suposigSes nos modelos: as simplificadoras e as criticas. Uma suposigio simplificadora € exatamente o que diz seu nome ~ um meio pelo qual se pode simplificar um modelo sem sacrificar suas conclusbes importantes, O objetivo de uma suposigao simplificadora ¢ eliminar do modelo detalhes excessivos, para que suas caracteristicas essenciais possam ser mais, facilmente visualizadas. Um mapa de ruas, por exemplo, adota uma suposigao. simplificadora: “nao ha arvores” porque, no mapa, clas s6iriam atrapalhar. Da mesma forma, em um modelo econdmico, podemos adotar a suposicao de que 6 ha dois bens dentre os quais as familias podem escolher ou de que s6 ha dois paises no mundo. Adotamos essas suposigées ndo porque sejam verdadeiras, ‘has porque facilitam 0 acompanhamento do modelo e nao alteram nenhuma das conclusdes importantes que podemos dele tirar Suposigaosimpli- Weadora Qualqur suposiga que simp ‘ique um modelo sem atetar quale uma 4e suas coneustes importantes, Supotigt erties valgus suposigao ‘ue alete as conelu- 04s eum ocala 2 ume manele portante ‘Uma suposigio critica, por outro lado, tem efeito relevante sobre as conclusdes do modelo, Quando usamos um mapa de ruas, por exemplo, adotamos a suposiczo critica: “Todas estas ruas esto abertas ao trfego”. Se a suposigdo for incorreta, a conclusio ~ 0 melhor caminho a ser tomado — também poderd estar errada Em um modelo econémico, ha sempre uma ou mais suposigdes criticas, Nio é preciso procutar muito por elas, porque os economistas tém o habito de expliciti-las logo de inicio. Por exemplo, ao estudarmos 0 comportamento de firmas, nosso modelo assumiré que elas procuram obter, para seus proprie- trios, o lucto mais elevado possivel. Declarando logo de inicio essa suposigao, podemos perceber imediatamente de onde vém as conclusdes do modelo, 0 PROCESSO EM QUATRO ETAPAS Ao ler este livro, vocé aprender como os economistas usam modelos econd- ‘micos para abordar uma gama de problemas, No Capitulo 2, por exemplo, voce veré como um modelo econémico simples pode nos dar insights importantes a respeito das escolhas de produgio da sociedade. Capitulos subseqiientes apresentario diferentes modelos que nos ajudario a entender a economia dos Estados Unidos e 0 ambiente econdmico global em que ela opera. A medida que avangar na leitura, poder haver 2 impressdo de que hi muitos modelos para aprender e dos quais se lembrar. Hé um entendimento sobre a ciéncia econdmica que, uma vez dominado, fard com que sua tarefa se torne mais facil do que vocé poderia imaginar. Ha ‘uma forte semelhanga entre os tipos de modelos construidos por economistas, entre as suposi¢des a eles subjacentes e entre as coisas que os economistas efetivamente fazem com seus modelos. Na verdade, voeé vera que os econo- mistas seguem um mesmo processo em quatro etapas para analisar quase «qualquer problema econémico. As duas primeiras Etapas-Chave explicam como 0s economistas constroem um modelo econdmico ¢ as duas iltimas Etapas- have explicam como eles utilizam o modelo. ‘Quais sdo essas quatro etapas que dio sustentagdo @ abordagem econdmica a qualquer problema? Desculpe-me o suspense, mas voce tera de esperar um _ poco ~ até o fim do Capitulo 3 ~ para ter a resposta, Quando chegarmos 14, ‘vocé ja tera aprendido um pouco mais sobre economia € 0 processo. de quatro etapas far mais sentido para voce MATEMATICA, JARGAO E OUTROS CONCEITOS Os economistas muitas vezes exprimem suas idéias por meio de conceitos matemiticos e de um vocabulério especial, Por qué? Essas ferramentas permi- tem que 0s economistas se expressem de forma mais precisa do que com @ linguagem comum. Por exemplo, alguém que jamais tenha estudado economia poderia dizer: “Quando ha disponibilidade de livros-texto usados, os alunos nio ‘compram livros novos", Essa declaragio pode niio ineomodé-lo por enquanto, mas, depois de terminar seu primeiro curso de economia, voc8 diré a mesma coisa mais ou menos assim: “Quando cai o prego dos livros-texto usados, a curva de demanda por livros novos se desloca para a esquerda” ‘A segunda declaragao soa estranha para voce? Pois deveria, Primeiramente, usa um termo especial ~ curva de demanda ~ que vocé ainda nfo aprendeu. Em Qteeek ec! live anc dig que cor ati na api de Sig ele res segundo lugar, usa um conceito matemético ~ deslocamento da curva ~ com ‘0 qual vocé pode nao estar familiarizado. Embora a primeira declarago possa significar muitas coisas diferentes, a segunda declaragao ~ como veremos no Capitulo 3 ~ s6 pode ter um significado. Sendo precisos, podemos nos desviar de confusdes desnecessirias. Se vocé estiver preocupado com 0 vocabulirio especial da economia, pode relaxar, Todos os novos termos serio definidos explicados cuidadosamente conforme forem apresentados. Na verdade, este livro nao parte do principio de que vocé tem algum conhecimento especifico em economia. Ele pretende ser, verdadeiramente, um “primeiro curso” no campo da econoimia, E quanto & matematica? Também, neste caso, nao ha a necessidade de preo- cupagio, Embora os economistas profissionais usem, freqiientemente, célculos matematicos sofisticados para resolver seus problemas, para entender os prin- cipios econdmicos bisicos basta um pouquinho de matematica. E quase toda a ‘matemética vem da dlgebra e da geometria do gindsio. ‘Ainda assim, pode ser que vocé tenha se esquecido da matemtica que apren- deu na escola. Se for este 0 caso, aconselha-se uma revisio. E por isso que incluimos um apéndice no final deste capitulo, Ele abrangeri alguns dos conceitos ais bisicos — como a equagdo de uma linha reta, 0 conceito de inclinagao ¢ © ccleulo de variagées percentuais ~ que vocé necessitard neste curso, Pode ser uma ‘boa idéia dar uma olhada no apéndice agora mesmo, s6 para saber o que pode ser encontrado ali, Daqui pot diante, de tempos em tempos, voc® sera lembrade dele quando necessirio. COMO ESTUDAR ECONOMIA Enquanto Ié este livro ou ouve seu instrutor,voc® poder se surpreender meneando ‘a cabeca ¢ achando que tudo esté fazendo sentido, A economia pode até parecer facil. Realmente, é bastante cil acompanhar a matéria,j4 que ela esta fortemente ancorada na légica simples. Mas acompanhar e aprender sio duas coisas muito diferentes, Voo8 acabard descobrindo (antes da primeira prova, de preferéncia) ‘que a economia deve ser estudada ativamente, no passivamente. Se estiver lendo estas palavras deitado no sofa, com 0 telefone na mao ¢ controle remoto da TV na outra, vocé estard indo pelo caminho errado. Estudar ativamente significa ler com um lépis na mao ¢ uma folha de papel em branco nna mesa, Significa fechar 0 livro de tempos em tempos e reproduzir 0 que aprendeu, Fazer uma lista dos passos de cada argumento l6gico, refazer as etapas de causa e efeito de cada modelo e desenhar os gréficos que o tepresentam. Significa, ainda, pensar sobre os principios basicos da economia e sobre como cles se relacionam com o que se esti aprendendo, E um trabalho arduo, mas 0 resultado é uma boa compreensio da economia ¢ um methor entendimento de sua vida e do mundo & sua volta RESUMO Economia & 0 estudo da escolha sob condi¢des _temos ilimitados anseios por bens e servigos. ‘de escassez, Como individuos e como sociedade, _Infelizmente, os recursas — terra, trabalho € ¢&- pital — necessérios para a produgdo desses bens e servigos so escassos. Assim, precisamos es- colher quais desejos satisfazer e como esses de- Sejos serdo satisfeitos. A economia proporciona ferramentas para explicar essas decisbes, © campo da economia se divide em duas areas principais. A microeconomia estuda 0 comportamento individual das familias, firmas governos a medida que se interagem em mer- cados especificos. A macroeconomia, por ou- tro lado, se’preocupa em estudar 0 compor- tamento da economia como um todo, levando «em consideragdo variaveis como producao total, emprego total e o nivel geral de precos PALAVRAS-CHAVE economia escassez recursos trabalho capital capital humano terra 1. Discuta (separadamente) como surge a escas- sez para as familias, firmas ¢ governos. 2, Poderia cada uma das alternativas abaixo ser classificada como microeconomia ou macroeconomia? Por qué? a, Uma pesquisa sobre por que a taxa de crescimento do produto total se elevou durante a década de 90. b. Uma teoria sobre como os consumidores decidem 0 que comprar. ©. Uma andlise da participagio da Dell ‘Computer no mercado de computadores pessoais. Uma pesquisa sobre por que as taxas de juros estavam mais elevadas do que 0 normal no fim da década de 70 e comeco da década de 80 Discuta se cada uma das afirmativas abaixo € exemplo de economia positiva ou econo- A economia faz uso intenso de modelos ~ representagdes abstratas da realidade — que sio construidos com palavras, diagramas e concei- tos matemiticos que nos ajudam a compreender como a economia opera. Todos 0s modelos so simplificagdes, mas um bom modelo conterd apenas o volume exato de detalhes para o ob- jetivo a que se propoe. Na andlise de praticamente qualquer pro- blema, os economistas seguem um proceso em quatro etapas para a construcdo e uso de mo- delos econémicos. Esse processo ser apresen- tado no fim do Capitulo 3 microeconomia macroeconomia economia positiva economia normativa modelo suposigio simplificadora suposigao critica ‘mia normativa, ou se contém elementos de ambas a, Uma elevagdo do imposto sobre a renda de pessoas fisicas fard diminuir a taxa de crescimento da economia b. A meta da politica econémica de qualquer pais deveria ser elevar o bem-estar de seus cidadios mais pobres ¢ vulnerdveis. c. A excessiva regulamentagdo das peque- nas firmas esti sufocando a economia, As pequenas firmas foram responsiiveis pela maior parte do crescimento do emprego nos tiltimos dez anos, mas a regulamen- tagdo esté afetando severamente sua capa- cidade de sobrevivéncia e crescimento, d. Os anos 90 foram desastrosos para a economia americana, A mé distribuigio de renda chegou a seu maior nivel desde antes da Segunda Guerra Mundial. so der so era ob 4 O que determina o nivel de detalhamento que s economistas admitem em seus modelos? PROBLEMA Crie uma lista de suposigdes criticas que possam estar por tris de cada uma das afir~ mativas a seguir. Discuta se cada suposigao poderia set classificada como positiva ou normativa, a. Os Estados Unidos stio uma sociedade democritica. 5. Qual a diferenga entre uma suposigdo sim- Plificadora e uma suposigdo critica? b. Os filmes europeus sio melhores do que 0s americanos, ©. Quanto maior uma cidade, melhor é a qualidade de seu jornal, GRAFICOS E OUTRAS FERRAMENTAS UTEIS ‘TABELAS E GRAFICOS Uma breve olhada sobre este texto Ihe dir por que os graficos so importantes, Eles so uma forma conveniente de apresentar dados, Tome- seo exemplo da Len & Harry's, fabricante em franca expansio de sorvetes premium, locali- zada no Texas. Suponhamos que voce tenha sido contratado para encabegar o departamen- to de Publicidade da firma e queira aprender ‘© méximo possivel sobre como a propaganda pode ajudar a aumentar as vendas da firma A Tabela A.1 registra o dispéndio mensal a firma com propaganda na coluna da esquer- da, sendo as vendas de sorvete no mesmo més mostradas na coluna da direita. Note que os dados estdo organizados de maneira que o in- vestimento em publicidade aumenta a medida que nos movemos para baixo na primeira co- luna, Em muitos casos, basta olhar para uma tabela como essa para perceber padrdes sites. Nesse caso, parece que maiores gastos com pu- blicidade esto associados a maiores vendas mensais, Isso sugere que pode haver alguma relacdo causal entre publicidade ¢ vendas. Para explorar de forma mais aprofundada essa relagdo, podemos optar por plotar os dados e desenhar um grafico (ver Figura A.1), Antes, precisamos escolher unidades para representacio das duas varidiveis. Medimos tanto a publicidade PUBLICIDADE E FATURAMENTO DALEN & HARRY'S ‘quanto as vendas em milhares de délares. Os diferentes valores de uma varidvel sio, entio, medidos ao longo do eixo horizontal, aumentan- do & medida que nos deslocamos para a direita a partir da origem, Os valores correspondentes da outra variével sio medidos ao longo do eixo vertical, elevando-se a medida que nos desloca- mos para cima a partir da origem. Usando os dados da tabela, seja X 0 desem- bolso mensal de publicidade e ¥ o faturamento mensal. Note que cada linha da tabela nos dé um par de niimeros: o primeiro € sempre 0 valor da variavel que denominamos X, e 0 segundo € 0 valor da varidvel que chamamos ¥ Muitas vvezes eserevemos 0s pares sob a forma (X.Y). Por exemplo, escreveriamos as trés primeiras linhas da tabela como (2, 46), (3, 49) ¢ (6, 58), respectivamente, Para plotar o par (X,Y) em um grifico, par timos da origem, onde os eixos se encontram. Conte. unidades para a direita ao longo do eixo horizontal, ¥ unidades para cima no eixo vertical e marque o ponto obtido. Por exemplo, para plotar o par (2, 46), vamos 2 unidades para a diteita no eixo horizontal e depois subimos 46 unidades no eixo vertical, chegando ao ponto A marcado na Figura A.1. Para plotar o par se- guinte, (3,49), vamos 3 unidades para a direita a partir da origem e subimos 49 unidades, chegan- do ao ponto chamado B. Repetindo 0 processo, Faturamento ($1,000 por més) 46 4 58 6 3 76 sto Feturamento ($1,000 por més) $4567 8 9 101 12 Publicidade (1.000 por més) podemos plotar todos os pares remanescentes da Tabela A.1, representados como os pontos C, °F Se ligarmos os pontos de 4 a F, veremos aque eles se encontram ao longo de uma mesma linha reta. Agora estamos chegando a algum lugar. A relagdo que descobrimos parece, com base no grafico, ser altamente regular. Estude cuidadosamente o grafico. Vocé per ceberd que toda vez que os gastos com publici- dade se elevam (movimento para a direita) em $1,000, ¥ se desloca para cima em $3.00. Por exemplo, quando as despesas com publicidade se elevam de $2.000 para $3.000, o faturamento sobe de $46,000 para $49,000. Verificando a diferenga entre quaisquer outros dois pontos do ‘grafico, vooé vera que sempre que X aumenta horizontalmente em uma unidade (aqui, a u dade é $1,000), ¥ eleva-se verticalmente em trés ‘unidades (aqui, em $3.00). Assim, conclui-se que a taxa de variagdo de ¥ € de trés unidades de Y para cada unidade de X. ‘A inclinagdo de um grafico nos diz a raz8o qual a varidvel ¥ varia para cada variagio de uma unidade da variavel X. A inclinagao de uma linha reta entre dois pontos quaisquer (1 ¥)) e (Xa, J5) € definida como a variagao em ¥ ~a“elevagao vertical” — dividida pela variagio ‘em X— 0 “avango” horizontal. £ por isso que fem muitos casos a inclinagao € descrita como elevagio sobre avango"”. Suponha que partamos de (1%, )) ¢ terminemos em (¥, #2); variagdo da varidvel X'€ (X—X). A variagio correspon- dente da variivel ¥ 6 (I - ¥;). Dessa maneira, calculamos assim a inclinagio: Inclinagio Elevagio ao longo dafinha —_ __doeixo vertical_ de (Xi, K) ‘Avango ao longo a(X, 8) do elxo horizontal Por vezes usamos a letra gregamaiuiscula A (delta) para designar a variagdo de uma varidvel. Aqui, escreveriamos AX'=X; ~ Xj para denotar a variagdo de X,e AY= }; - Yi para denotar a variagdo correspondente de ¥. Entdo, poderia ‘mos reescrever a formula da inclinago de ma- neira mais compacta, Inclinagao da linha de (Xi, WO BY * RY GRAFICOS NAO-LINEARES Embora muitas das relagdes que encontramos ‘em economia sejam representadas por graficos de linhas retas, também hé muitas que nao 0 sio, Ainda assim, os graficos podem nos ajudar entender as relagdes subjacentes e o conceito de inclinago permanece muito itil Por exemplo, vejamos os dados da Tabela A.2, que registra o prego de uma ago da Len & Harry's em diferentes pontos no tempo, desde Que @ aedo foi langada no mercado, Para en- tender como o prego dessa ago se comportou 0 longo do tempo, podemos, mais uma vez, comesar plotando um grafico a partir dos dados da tabela. Parece natural medir 0 tempo - em “semanas a contar do langamento” — no eixo X © 0 prego da acdo ~ em “délares por agio” ~ no eixo ¥ Como se pode ver na Figura A.2, © camino da Len & Harry's foi tumultuado desde seu aparecimento no mercado. Nas pri- meiras dez semanas, 0 preeo da agdo subiu, de modo que a inclinagao da relagio subjacente foi Positiva durante o petiodo. Mas tudo mudou nas dez semanas seguintes: 0 prego da agdo caiu, de forma que a inclinagdo da relagdo passou a ser negativa. Entre as semanas 20 ¢ 30, as coisas se estabilizaram: no houve variagio do prego da aso ¢, com isso, a inclinagao do grafico foi zero no periodo. Entretanto, as coisas melhoraram entre as semanas 30 e 40, fazendo com que a inclinagdo voltasse a ser positiva, jé que o prego da agio se elevou, A partir deste exemplo, podemos perceber que: a inclinagao € positiva quando uma elevagdo em X esté associada a uma elevagdo em ¥; ® inclinagdo é negativa quando uma clevagao em X est associada a uma queda em ¥, a inclinagio é zeto quando a elevagdo em X nfo esta associada a nenhuma variagio em ¥ EQUAGOES LINEARES Voltemos, agora, a relagdo entre a publicidade € 0 faturamento, como mostra a Tabela A.1. E se ‘PREGO DAS ACOES DA LEN & HARRY'S APOS. CO LANCAMENTO 3 10 8 20 8 30 40 precisdssemos saber qual o faturamento que a firma poderia esperar se gastasse $5,000 em pu- blicidade no préximo més? E se gastasse $8,000 ‘ou $9,000? Nao seria bom poder responder a Perguntas como esta sem precisar de tabelas € grificos? Ocorre que, sempre que a relagao objeto de estudo tem um grafico em linha reta, é fileil descobrir a equasio da relagio como lum todo, Podemos, entio, usar a equagdo para responder a qualquer pergunta do género, Todas as linhas retas t8m a mesma forma genérica, Se ¥¢ a varidvel representada no eixo Vertical e X¢ a representada pelo eixo horizontal, toda linha reta terd a seguinte equagio P=a+sx onde a eb so dois nimetos quaisquer. O nimero 4 € chamado intercepto vertical porque marca © ponto em que o grafico dessa equacao atinge {intercepta) 0 eixo vertical. Isso se di quando X 6 igual a zero. (Se vocé colocar ¥= 0 na equagio, verd que, de fato, Y= a.) O mimero € inclinagdo da reta, o que nos diz quanto ¥ varia cada vez que X aumenta em uma unidade. Para confirmar, observe que, medida que se eleva de 0 para 1, Y passa de a para a + © nimero 6 é portanto, a variagdo de ¥ que corresponde a uma variagdo de uma unidade de X, exatamente o que nos diz a inclinago do Brifico. De forma mais geral, se X varia de um valor 4 para outro valor %4, ¥ varia de Yna+ox, para K=a+bXy Se subtrairmos ¥; de ¥ para calcular a variagdo de ¥ (AY), veremos que ‘Semanas Apos Langamento Prego da Agi a linha Ow inclinag valores Quando ceptae« linha pre 2 6 nega eixo Fai wea pu 00 ler a velas ago, reta, omo para eixo ontal, ular a ee Prego da Apdo ($ por Ago) pdndice on esos Fenn 10 15 20 2 90 35 40 Somanas Apés ‘ Langamento| AY=%-K = (a+ bX) - (a+ bX) = at bX; = b(%-X) bAX Dividindo os dois lados da equagéo AY = AX por AX, teremos AY. AE =b © que confirma que 5 realmente m inclinagao. Se b for um nimero positivo, um aumento de X igual a uma unidade fara com que ¥ se eleve em b unidades, de modo que o gritfico de nossa reta terd inclinagdo ascendente, como itustra a linha preta do painel (a) da Figura A.3 Se b for um nimero negativo, uma elevagio de X igual a uma unidade fara com que Y dit rnua em b unidades, de modo que o grafico ter inclinagio descendente, como mostra a linha cinza-clara do painel (a). E claro que b poderia, ainda, ser zero. Nesse caso, uma unidade de aumento em X nio causaria qualquer variag30 em ¥'e, com isso, a reta'seria horizontal, como a linha einza do painel (a). © valor de a nao tem nenhum efeito sobre a inclinagdo do grafico. Pelo contririo, diferentes valores de a determinam a posigao do grafico. Quando a é um numero positivo,o grafico inter- cepta o exo Yacima da origem, como mostra a linha preta do painel (b) na Figura A.3. Quando a é negativo, entretanto, o grifico intercepta eixo ¥ abaixo da origem, como mostra a linha de a cinza claro no painel (b). Quando a ¢ igual a zero, 0 grafico intercepta o eixo ¥ na origem, como faz a linha cinza do painel (b) ‘Vejamos se podemos descobrit qual a equa- fo da relagio ilustrada pela Figura A.l, Ali, X representa a publicidade ¢ ¥, 0 faturamento. No grifico, é fécil ver que quando a despesa em publicidade € zero, o faturamento é de $40,000. ‘Nossa equagio tem, portanto, um intercepto ver- tical de a = 40, Anteriormente, calculamos que a inclinagio desse grafico era 3. Assim, aequacdo tem b= 3, Reunindo essas duas observagoes, concluimos que a equacdo da linha da Figura Ae y= 40+ 3x Agora, se vocé precisa descobrir quanto a mais de faturamento deve esperar de um deter- minado investimento em publicidade, ja pode chegar a uma resposta: basta multiplicar o valor gasto em propaganda por 3 ¢ somar $40,000. Para confirmar, solucione a equagio usando como. quaisquer dos valores de gastos em pu- blicidade encontrados na coluna da esquerda da Tabela A.1. Vocé vera que o resultado sera 0 valor correspondent de faturamento da coluna da direita COMO SE DESLOCAM AS RETAS EAS CURVAS EAS CURVAS ‘Até aqui, concentramo-nos em relagdes nas 4quais alguma varifvel ¥ depende de uma unica outra varidvel X, Mas em muitas teorias reco- nhecemos que alguma varidvel de nosso inte- resse é afetada, na verdade, por mais de uma varidvel. Quando ¥ € afetada tanto por X quan- to por alguma terceira varidvel, alteragées da terceira variavel geralmente causam um deslo- camento do grifico que relaciona X e ¥. Isso Porque, sempre que tracamos um grafico de Xe Yestamos mantendo constantes todas as demais vatiéveis que poderiam afetar ¥ Unt grifico de duas varidveis Xe ¥ somente reflete sua relacdo quando to= das as demais varidveis que afetam ¥ so ~ “constantes. Mudancas em uma ou mais dentre essas outras varidveis causariio deslocamento do grafico de Xe ¥. Voltemos & relagdo entre publicidade e fatue ramento, Anteriormente, admitinos que o fatura- mento dependesse apenas da publicidade, Mas suponhamos que fagamos uma importante des- coberta: as vendas de sorvete sto afetadas tam- ‘bém pela temperatura. E mais, todos os dados da Tabela A.1 em que estivamos baseando a anzilise eram de junho, quando a temperatura média no Texas € de 30 graus. O que acontecer em julho, ‘quando a temperatura média no Estado se eleva para 40 graus? Na Figura A, refizemos o geiifico da Fi- gura A.1, agora indicando que a reta se refere a “junko”, Em muitos casos, um bom meio de determinar como um grafico se deslocara é fax zer um experimento simples: coloque @ ponta do seu lapis em qualquer ponto da reta que re- caso, ¢ oO dente cenden Figura uma et subir que og para ci express elevacd ra quai elevacé qualqu: relagaio aeleva, fatu- tura- Mas des- ‘am- sda ilise ano tho, leva Fie fere vde fae nta re 58 Faturamento ($1.00 por més) presenta junho ~ 0 ponto C, por exemplo, Ago- ra faca a seguinte pergunta: se o investimento em publicidade for mantido em $6.000, devo esperar vender mais ou menos sorvete quando a temperatura subir, em julho? Se vocé espera vender mais, o faturamento correspondente a $6,000 em propaganda estaré acima do ponto Cem um ponto que chamaremos C’, A partir isso, sabemos que o grifico se deslocar pa- ta cima com a elevagdo da temperatura, Em setembro, contudo, quando a temperatura cai, 0 faturamento correspondente a $6,000 em pro- paganda ser menor que 0 do ponto C, sendo Tepresentado por um ponto como 0 C’’ Nesse 850, 0 grifico se deslocari para baixo. © mesmo procedimento funciona indepen- dentemente de ser 0 grafico ascendente ou des- cendente ¢ de ser uma reta ou uma curva. A Figura A.S ilustra dois exemplos. No painel (a), uma elevagao de uma terceira varidvel, Z, faz subiro valor de ¥ para cada valor de.¥, de modo que 0 grafico da relagdo entre Xe ¥ se destoca para cima com a elevacdo em Z. Geralmente expressamos isso da seguinte maneira: “Uma elevacio em Z causari uma elevagio em ¥, pax ra qualquer valor de X”. No painel (b), uma elevagdo em Z faz diminuir o valor de ¥ para qualquer valor de X, de modo que o grafico da relagao entre Xe ¥ se desloca para baixo com a elevacdo em Z. “lunho Setembro Pubjicldade (81.000 por mes) RESOLVENDO EQUACOES Quando derivamos pela primeira vez a equago da relacZo entre publicidade ¢ faturamento, que- riamos saber que nivel de faturamento esperar a partir de diferentes valores investidos em pu- blicidade. Entretanto, e se a pergunta for um pouco diferente? Suponhamos, agora, que the tenha sido dito que 0 comité de vendas fixou uma ambiciosa meta de $64.000 para o fatura- mento do préximo més, A tesouraria quer saber qual devera ser o oreamento para publicidade e abe a vocé dar a resposta Uma vez que sabemos como funciona a relacdo entre publicidade e vendas, devemos ser capazes de chegar & resposta. Um meio seria simplesmente estudar 0 grafico da Figura A.1 Ali, poderiamos, primeiro, localizar um fatura- mento de $64,000 no eixo vertical. Depois, se- guindo a linha para a direita e em seguida para baixo, poderiamos encontrar o investimento em publicidade necessério para gerar tal nivel de vendas, No entanto, mesmo com um diagrama cuidadosamente tragado, nem sempre é facil Petceber exatamente qual seria o investimento necessario, Se quisermos set precisos, serd me- Ihor usar a equagio do grafico, Segundo a equagdo, faturamento (¥) e pus blicidade (X) estdo relacionados da seguinte maneira: a EE — Umawevegto em zt * © Yaumentar para qualquer valorcex CO) ina efagao em fax Y-diminul para qualauer valor dex" Y= 40+3x No problema que estamos estudando, sabe- mos 0 valor do faturamento € precisamos so- luciond-lo para a quantia correspondente em publicidade, Substituindo a meta de faturamento de $64,000 por ¥, temos de encontrar o valor de X para que 64= 40+ 3X Aqui, 6 incégnita para a qual queremos ‘encontrar 0 valor. Sempre que solucionamos uma equaso pa- ra uma incégnita, precisamos isolar X de um lado do sinal de igual e deixar todo o resto do outro lado do sinal. Isso é feito por meio de operagdes matemiticas idénticas dos dois lados do sinal. Aqui, podemos primeiro subtrair 40 dos dois lados, obtendo 24=3X Podemos, entdo, dividir 0s dois lados por 3 e obter 8x Earesposta que queremos. Se pretendemos atingir um faturamento de $64.000, precisamos zgastar $8,000 em publicidade det de: ‘une par Se sol me de lin, fur de: se eee todo jo de lados vir 40 por 3 lemos amos Analisando em retrospecto 0 que acabamos de fazer, podemos criar uma formula itil eapaz de ajudar a resolver equagdes semelhantes. Par- tindo de uma equacao =a+bX primeiro subtraimos a dos dois lados para obter Y-a=6x € depois dividimos os dois lados por & para obter a resposta: (@-a-Xx 6 E uma formula que podemos usar para re- solver para ¥ sempre que.¥’e Yestiverem linear- mente relacionados e sempre que b for diferente de zero. f claro que nem todas as relagdes slo lineares, 0 que significa que essa formula no funciona em todas as situagdes. Mas, indepen- dentemente da relagdo subjacente, 0 conceito se mantém: Para solucionar para X em qualquer ‘equacdo, ela deve ser reorganizada se- gundo as regras algébricas de maneira tal que X fique de um lado do sinal de igual e todo 0 resiante da equacdo fique do outro lado. VARIAGOES PERCENTUAIS Muitas vezes pode ser conveniente expressat va~ riagSes em termos percentuais € nio absolutos. Embora estejamos todos habituados a pensar em termos de porcentagens, pode ser itil fazer uma breve revisio de como clas sio calculadas. Se alguma variavel X parte de um valor e termina em outro, a variagao percentual de X, chamada AX, € calculada da seguinte maneita’ valor final de X valor inicial de X valor inicial de X %WAX= x 100 Vamos estudar essa formula por um mo- ‘mento, Ela nos diz que, para caleular a variag: percentual de X, calculamos primeiro a variagdo de X, subtraindo do valor final o valor inicial dividindo pela “base” 0 valor encontrado ou valor inicial, de X. A fragao resultante & multi- plicada por 100. A formula demonstra que Sempre que o valor déuma varivel dimi- ‘ui, a variago percential énegativa. Sempre que 9 valor de wna varidvel au. ‘menta, a variacdo percentual ¢ positiva, As veres, queremos calcular a variagio per- centual de um produto ou de uma taxa. Ha al- gumas regras de bolso que podem simplificar esses célculos. Mais especificamente, temos: Regra para SeA=BXC, Produtos: entio %AA = %AB+ %AC Regrapara Sea= 2, Quocientes: tao Yad —%AB™ %AC ‘A regea para produtos nos diz que quando A 6.0 produto de B e C, para encontrar a variaglo percentual em A basta somar a variagdo percen- tual em B com a variagdo pereentual em C. A regra para quocientes nos diz que quando A é © quociente de B/C, pata encontrar a variaglo percentual em A basta subtrair a variaglo per- centual em C da variagdo percentual em B Tecnicamente falando, essas regras fo aproximacdes. Sio mais precisas quando as variagSes pereentuais em B e em C sio muito pequenas. Contudo, desde que tais variagbes Se mantenham dentro dos limites do “razoa- velmente pequeno”, as regras levarto a aproxi- mages “razoavelmente boas". Alguns exem- plos bastardo para convencé-lo disso Suponhamos que B se eleve de 100 para 103 e C, de 20 para 21, Para maior clareza, re- cordamos os dados importantes na Tabela A.3 AAs duas primeiras linhas indicam os valores inicias e finais de B e Ce a variagdo percen- tual de cada variivel. As duas diltimas linhas rmostram 0s valores iniciaise finais do produto B x Ce do quociente B/C, respectivamente ea variagdo percentual de cada um, calculada com preciso. Agora vejamos 0 que temos & nossa dispo- sigio. Seguindo a terceira linha, vemos que 0 produto B x C se eleva de 2.000 para 2.163, PARA VARIACOES PERCENTUAIS uma elevagdo de 8,15% quando calculada com preciso. Note que esse valor é muito préximo do que obteriamos se aplicdssemos a regra do produto, somando a variagio de 3% em Ba de 5% em C, obtendo uma estimativa de 8% ‘no que se refere ao produto B x C. Assim, a aproximagao se mostra aceitével, Da mesma for- ‘ma, seguindo a quarta linha, vemos que 0 quo- ciente B/C declina de 5 para 4,905, uma queda Percentual de exatamente 1,9%, Se tivéssemos aplicado a regra do quociente, teriamos tomado a elevagdo de 3% em B e dela subtraido a elevagio de 5% em C para chegar a 3% ~ 5% = -2% ~ mais uma vez, um valor muito préximo da variagdo exata de 1,9%,

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