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Abertura dos Portos: ntegra do documento do

prncipe regente
Conde da Ponte, do meu Conselho, Governador e Capito-General da
Capitania da Bahia, Amigo.
Eu, o Prncipe-Regente, vos envio muito saudar, como quele que amo.
Atendendo representao que fizestes subir minha Real presena, sobre se
achar interrompido e suspenso o comrcio desta Capitania, com grave prejuzo
de meus vassalos e da minha Real Fazenda, em razo das crticas e pblicas
circunstncias da Europa; e querendo dar sobre este importante objeto alguma
providncia pronta e capaz de melhorar o progresso de tais danos: sou servido
ordenar interina e provisoriamente, enquanto no consolido um sistema geral,
que efetivamente regule semelhantes matrias, o seguinte:
Primo: Que sejam admissveis nas Alfndegas do Brasil todos e quaisquer
gneros, fazendas e mercadorias, transportadas ou em navios estrangeiros das
potncias que se conservam em paz e harmonia com a minha Real Coroa, ou
em navios dos meus vassalos, pagando por entrada 24 por cento; a saber, 20
de direitos grosso, e 4 do donativo j estabelecido, regulando-se a cobrana
destes direitos pelas pautas ou aforamentos, por que at o presente se
regulam cada uma das ditas Alfndegas, ficando os vinhos, guas ardentes e
azeites doces, que se denominam molhados, pagando o dobro dos direitos que
at agora nela se satisfaziam.
Secundo: Que no s os meus vassalos, mas tambm os sobreditos
estrangeiros, possam exportar para os portos que bem lhe parecer, a benefcio
do comrcio e agricultura, que tanto desejo promover, todos e quaisquer
gneros e produes coloniais, exceo do pau-brasil ou outros notoriamente
estancados, pagando por sada os mesmos direitos j estabelecidos nas
respectivas Capitanias, ficando entretanto como em suspenso e sem vigor
todas as leis, cartas-rgias ou outras ordens, que at aqui proibiam neste
Estado do Brasil o recproco comrcio e navegao entre os meus vassalos e
estrangeiros. O que tudo assim fareis executar com o zelo e atividade que de
vs espero.
Escrita na Bahia, aos 28 de janeiro de 1808.

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