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LOURO, Guacira Lopes. Nas redes do conceito de gnero. In: LOPES, M. J. D.

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MEYER, D. E.; WALDOW, V. R, (orgs.). Gnero e sade. Porto Alegre, RS: Artes
Mdicas, 1996.
A autora deste texto pretende mostrar as caractersticas e a instabilidade do
conceito de gnero. Com um pequeno histrico, descreve como o conceito comeou a ser
utilizado na dcada de 80, disputando espao com os estudos sobre a mulher, tema de difcil
aceitao no campo universitrio. Na gnese do conceito, portanto, est o carter militante
do movimento feminista. Mas o conceito sofre transformaes a partir do momento em que
a Histria, a Sociologia e a Literatura entram no debate, suscitando discusses tericas
sobre o tema e tambm dando visibilidade ao sujeito feminino.
O conceito de gnero veio contrapor-se ao conceito de sexo. Se este ltimo referese s diferenas biolgicas entre homem e mulher, o primeiro diz respeito construo
social e histrica do ser masculino e do ser feminino, ou seja, s caractersticas e atitudes
atribudas a cada um deles em cada sociedade. O que quer dizer que agir e sentir-se como
homem e como mulher depende de cada contexto scio-cultural.
A abordagem de gnero possibilitou a discusso das relaes de poder entre
homens e mulheres e explicitou a construo da desigualdade entre eles na histria das
sociedades ocidentais. Hoje, o rompimento da dicotomia que destinava os homens ao
domnio pblico e as mulheres ao domnio domstico no esgotou a necessidade de se
discutir as relaes de gnero, j que as relaes de poder so inerentes elas e todas as
relaes sociais sofrem transformaes constantes e contnuas ao longo da histria.

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