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gem - Profe ssores ~ Pedagogia OS PROFESSORES COMO INTELECTUAIS 1997 s sociais existentes © contexto histérico 0 € 0 legado que tanto esconde ¢ fungao politica. Por outro lado, Freire aj uma forma de anélise hist6rica, Neste sentido, a historia torna-se na obra de Freire porque € usada para distinguir o presente enquanto dado © © presente enquanto portador de pos: ides de emancipacao. Esta erspectiva torna o presente, na medica em que con: sociedade mais el em termos dle suas po naiias, ¢ assim aponta para a necessidade de um despertar critico (o que Freire poderia chamar de processo de dentincia e anunciacao), o qual se fundamenta na ‘maclo social oferece uma prixis € intengdes, favor de Freire demonstra mais uma vez que ao € apenas homem do presente; é também homem do futuro. goes, calor e visio representam um modo de reconhecer © ci ilo que vive perigosamente & beira da destrui obra e presenca de Freire estio af no apenas para nos lembrar 0 que somos, mas também para sugerir no que podemos nos transformar, Professores como Intelectuais Transformadores HENRY A. GIROUX iferente de muitos movimentos de reforma educacional do pasado, apelo por mudanca educacional apresenta aos professores anto uma ameaca quanto um desafio que parecem sem preceden- nacao. A ameaca vem na forma de uma série de {que mostram pouca confianga na capacidade dos ‘i ranga intelectual € professores da e: moral para a juventude de ‘c6es que surgiram no atual debate ignoram o papel q desempenham na preparacao dos aprendizes para serem igerem reformas que ignoran os professores poderiam oferecer em tal debate. Quando serem objeto de reformas preparacio dos professores, dos programas de treinamento no trabalho € das formas dominantes da escolarizagio. De forma semel oferece aos professores a oportunicade de se organiza para melhorar as condigoes em que trabalham, e demonstrar ao pi Papel fundamental que eles devem desempenhar em qualquer tentati reformar as escolas publicas. Para que os professores ¢ outros se engajem em tal debate, € necessa- rio que uma perspectiva tedrica seja desenvolvida, redefinindo a natureza da crise educacional € a0 mesmo tempo fornecendo as bases para uma visio alternativa para o treinamento e trabalho dos professores. Em resus mo, © reconhecimento de que a atual crise na educacio tem muito a ver com a tendéncia crescente de enfraquecimento dos professores em todos os niveis da educacio é uma precondicao teorica necessiria para que eles efetivamente se organizem e estabelegam uma voz. coletiva no debate atual Além disso, tal reconhecimento ter que enfrentar nao apenas a crescente perda de poder entre os professores em torno das condicdes de seu traba- iho, mas também as mudlaneas na percep¢io do publico quanto a seu papel de praticantes reflexivos. Gostaria de dar uma pequena contribuicio te6rica para este debate e 0 desafio que ele suscita examinando dois problem: es que preci- sam ser abordados no interesse de melhorar a qual ‘atividade docen= te", 0 que inclui todas as tarefas administrativas ¢ atividades extras, bem como a instrucio em sala de aula, Primeiramente, eu acho que € imperativo examinar as forcas ideolégicas € materiais que tém contribuido para 0 que desejo chamar de proletarizacao do trabalho docente, isto é, a tendéncia de reduzir os professores ao status de técnicos especializados dentro da burocrt- cia escolar, cuja funcao, entio, torna-se administrar € implementar prograe mas curriculares, mais do que desenvolver ou apropriar-se criticamente de que satisfacam objetivos pedagégicos especificos. Em segundo existe uma necessidade de defender as escolas como instituicdes inutencao e€ desenvolvimento de uma democracia critie transformadores ante, o debate Iver estes pontos ¢ concluir examinando suas im des para © fornecimento de uma visio alternativa da atividade docente. Desvalorizacio ¢ Desabilitagio do Trabalho Docente maiores ameacas aos professores existentes e futuros nas escolas € 0 desenvolvimento crescente de ideologias instrumentais que enfatizam uma abordagem tecnocritica para a preparacao dos professotes ¢ também para a pedagogia de sala d jo cerne da atual énfase nos fatores instrumentais € pragmaticos da vida escolar colocam-se diversas © apelo pela separacio hecimento escolar com alorizacao do trabalho primazia de considera- ‘ses priticas.? Este tipo de racionalidade instrumental encontra uma de suas expres- 's historicamente mais fortes no treinamento de futuros professores. O o de que os programas de treinamento de professores nos Estados Us dos h muito tém sido dominados por uma orientagio ¢ énfase behaviorista Os problemas desta abordagem sio evidentes com 0 argumento de John Dewey de que 0s programas de treinamento de professores que ‘enfatizam somente © conhecimento técnico prestam um desservico tanto 2 natureza do ensino quanto a seus estudantes. Em vez de aprenderem a refletir sobre os principios que estruturam a vida e prética em sala de a 6 futuros professores aprendem metodologias que parecem negar a pria necessidade de pensamento critico. © ponto é que os programas de treinamento de professores muitas vezes perdem de vista a necessidade de educar os alunos para que eles examinem a natureza subjacente dos pro- blemas escolares. Além disso, estes programas precisam substituir a lingua- gem da administragio e eficiéncia por uma andlise critica das condicoes menos dbvias que estruturam as priticas ideoldgicas e materiais do ensino. Em vez de aprenderem a levantar questoes acerca dos principios que subjazem os diferentes métodos didaticos, técnicas de pesquisa e teorias da educagao, os estudantes com frequiéncia preocupam-se em aprender o “como fazer”, “o que funciona” ou 0 dominio da melhor maneira de ensinar um dado” corpo de conhecimento. Por exemplo, 0s semindrios obrigat6rios de pritica no campo consistem na partlha das técnicas utiizadas pelos estudantes para administrar e controlar a disciplina em sala de aula, organi var as atividades do dia e aprender a trabalhar dentro de cronogramas especificos. Examinando um programa destes, Jesse Goodman levanta al- nas questoes importantes ace! incorpora. Fle escreve: Nao has questionamento d dos siléncic Por exemplo, a “necessidade” de recom aprenderem’ er da como st abordadas. Nao se ir érlanga por aprend Passavam sem quest 10 satistizer 0s eronogramas nesta discussdo era a d ‘As racionalidades tecnocriticas ¢ instru tro do proprio campo de ensino, na redu planejam do pacotes curriculares referentes 2 aprendiza tornando-o compar ‘g0es de alunos © que fica claro nes escolar em torno de especi quais se reserva a tarefa de igem ¢ de sala de aula. Ni ‘As defnigoes de ‘io caderno de exereicios como “leitura”, tempo enol sem’, © finalizar o material dentro do bondrio como “obj remto. Os sent pr imentos, suposigdes ou Prova de professor’.” A fundam cente de muitos destes pacotes re: s que o mest tarefacomo “aprendiz vo do ensino” = todk nentais também operam den- € desempenham um papel cada vez maior 10 da autonomia clo professor com respeito ao desenvolvimento € to curricular e o julgamento e implementaga 1 implementacao de instrucao em sala de aula. Isto é bastante evidente na proliferacao do que tem se chama- pedagogias de geren= ido em partes diferentes, padro- i los, € medidos através de formas de avaliago predeterminadas, As abordagens curriculares deste tipo so pedagogias de gerenciamento porque as principals questoes re m sto reduzidas ao problema da administrago isto 6, “como alocar recursos (professores, estudantes materi 4 duzir'o ntimero maximo de estudantes..ai signado’* A suposicao te6rica subjacente gia é a de que © comportamento dos pr bordagem € que a mesma organiza a vida tas em curriculo, instrucio e avaliagao, aos = concepeao, 20 passo que os professores S10 reduzidos & tarefa de implementacio. O efeito nao se reduz acitacio dos professores para afasti-los do processo dle deliberacao € reflexito, mas também para tornar rotina a natureza da pedagogia de is © sociais em quais on fagao subjas serva aos professores o simples papel de executar procedimentos de contetio e instrugao predeterminados. O metodo © objetivo de tais pacotes ¢ legitimar 0 que chamo de ciamento. Isto é, 0 conhecimento é subdividi nizado para serem mais facilmente gerenciados e consu iais) para pro= iplomados dentro do tempo de- que orienta este tipo de pedago- 0 rolessores precisa ser controlado, rivel e previsivel entre as diferentes escolas e popula pmente a apren- E preciso dizer que os principios subjacentes Pedagogias ce gerenciamento estio em desacordo com a premissa de que 08 professores deveriam estar ativamente envolvidos na produgao de ‘materiais curriculares acequados aos contextos cultura ensinam. Mais especificamente, o estreitamento das opcdes curticu Fes 20 formato de retorno aos fundamentos e a introdugio de pecagogia inflexi- n a partir da suposicio errénea de que todos a partir dos mesmos materiais, técnicas de isticas, fferentes é estrategicamente ignorada dentro da légica € Jade da teoria pedagogica acministrativa. Professores como Intelectuais Transformadores No que se segue, desejo argumentar que uma forma de repensar e reestruturar atureza da atividade docente é encarar os insformadores. A categoria de intelectual € til de diversas maneiras. Pri- meiramente, ela oferece uma base teérica para examinar-se a atividade docente como forma trabalho intelectual, em contraste com sua definicao em termos puramente instrumentais ou técnicos. Em segundo lugar, el esclarece 0s tipos de condigdes ideolégicas € priticas necessirias para que os professores funcionem como intelectuais. Em terceiro lugar, ela ajuda a esclarecer 0 papel que os professores desempenham na produgio magio de interesses politicos, econémicos € sociais variados através das pedagogias por eles endossadas e utilizadas. ‘Ao encarar os professores com tante idéia de que toda a atividade humana envolve alguma forma de pensa- mento. Nenhuma atividade, independente do quo rotinizada possa se tor- nar, pode ser abstraida do funcionamento da mente em algum nivel. Este ponto € crucial, pois ao argumentarmos que o uso da mente é€ uma parte geral de toda atividade humana, nés dignificamos a capacicade humana de integrar o pensamento € a pritica, € assim destacamos a esséncia do que significa encarar os professores como profissionais reflexivos. Dentro deste discurso, os professores podem ser vistos nao simplesmente como “opera- dores profissionalmente preparados para efetivamente atingirem quaisquer metas a eles apresentadas. Em vez disso, eles deveriam ser vistos como homens e mulheres livres, com uma dedicacao especial aos valores do intelecto € a0 fomento da capacidade critica dos jovens”? Encarar os professores como intelectuais também fornece uma vigoro- a te6rica das ideologias tecnocraticas € instrumentais subjacentes 2 educacional que separa a conceitualizacao, planejamento e organiza- dos processos de implementagio e execugio. E importante assumir responsabilidade ativa pelo podemos elucidara impor- € quais Slo as metas mais amplas pelas q a significa que eles devem assumir um papel responsivel na formacao dos propésitos ¢ condigdes de escolarizacao. Tal tarefa € impossivel com uma divisto de trabalho na qual os professores tem pouca influéncia sobre envolve a educagio de ut mento de uma sociedad. 4 categoria de intelectual tornase uma maneira de unir a finalidade da educagio de professores, escolarizagll Publica ¢ treinamento profissional aos préprios principios necessiios pant © desenvolvimento cle uma ordem e sociedade demoeriticas Eu argumentei que, encarando os professores como intelectuais, nbs Podemos comecar a repensar e reformar as tradigdes e condigdes que tei impedido que os professores assumam todo o seu potencial como estudio, S08 € profissionais ativos ¢ reflexivos, Acredito que é importante nao ape: mas também contextualizar em termos politicos ¢ non fungSes sociais concretas desempe- nhadas pelos mesmos. Desta forma, podemos ser mais especificos acenen das diferentes relagdes que os professores tém tanto com seu trabalho como com a sociedade cdominante Um ponto de partida para interrogar-se a funcao social dos professores anto intelectuais é ver as escolas como locais econdmicos, culturals © que estio inextrincavelmente atrelaclos as questoes de poder e con- tole. Isto significa que as escolas fazem mais do que repassat de maneifa objetiva um conjunto comum de valores © conhecimento. Pelo contnitio, as fscolas so lugares que representa formas de conhecimento, priticas de linguagem, relagdes € valores sociais que sto selecdes ¢ exclusdes particu: fares da cultura mais ampla. Como tal, as escolas servem para introduzis @ legitimar formas particulares de vida social. Mais do que instiuigdes obj tivas separaclas cla dindmica da politica © poder, as escolas sa, de fato, esferas controversas que incorporam e expressam uma disputa acerca de que formas de autoridade, tipos de conhecimento, formas «le regulacho moral ¢ verses do passado ¢ futuro devem ser legitimadas ¢ transmitidas aos estudantes. Esta dispu ‘el, por exemplo, nas demandas de grupos religiosos de direita que atualmente tentam instituir a reza nas esco. os das bibliotecas escolares e incluir certas formas de ientos religiosos no curriculo de ciéncias. F claro que demands de Guito tipo sio felts por feministas, ecologistas, minorias, e outros grupos de interesse que acreditam que as escolas deveriam ensinar estudos femini. Ros, cursos sobre meio ambiente, ou hist6ria dos negros. Em resumo, as escolas nao sio locais neutros e os professores nito podem tampouco assur mir a postura de serem neutros. Num sentido mais amplo, os professores como intelectuais devem ser vistos em termos dos interesses politicos e ideolégicos que estrut HIS, relacdes sociais em sala de aula ¢ valores que eles tividade de ensino, Com esta perspectiva em mente, tuais vital para o desenvolvie rofessores deveriam se tornar intelectuais trans- ar os estudantes para serem cidadaos ativos € sencial para a categoria de intelectual transformador € a necessidade Je tomar o pedagégico mais politico ¢ o politico mais pedagégico. Tornar peas inserir a escolarizacio diretamente na xedagogico mais politico significa inserir a escol police, argumentando-se que as excolasrepresentam tanto um esforco ini Jet, Dentro desta perspecti 7 Uo projeto social fundamental de ajudar os estudantes a. desenvolverem a Ferprofunda e dradour na lta para superar injusteas economics, it m-se ainda mais como parte desta Iu politcas e sociais, e humanizarem-se aind: . Neste caso, 0 conhecimento e-o poder estlo inextrincavelmente igados 8 pressuposicao de que optar reconecer a necesstae de apf goats ter denoeitico< qualisiro part tie a peas, ica Compreender as precondigdes necessarias para lutar-se reer o-pokiiea mals paclgcgioe aifine avlintr formas ie pease it atureza emancipadort; jue incorporem interesses politicos que tenham n ts &, ull forenns de pedapoda eae teas. ow exmadancn ono agentes ‘i lematico; utilizar o didlogo critico € icos; tornar 0 conhecimento problematico; : afirmativo; ¢ argumentar em prol de um mundo qualitativamente melhor cara todas as pessoas. Em parte, isto sugere que os intelectuais transformado- fes assumam seriamente 4 necessidade de dar aos esiuclantes voxzaiva em suas experiéncias de aprendizagem. ‘Também significa desenvolver Ui inguagem critica que esteja atenta aos problemas experimentados em nivel da expetiéncia cotid iticularmente enquanto relacionados com as experiéncias pedagogicas ligadas pritica em sala de aula, Como tal, 0 ponto de partida destes intelectuais nao € 0 estudante isolado, e sim indivi- ist s senvolver um discurso que intelectuais transformadores precisam desenvolver um Singin on Stier oa ng iaeen cl psesulars; ce heat ae educadores sociais reconhegam que podem promover mudangas. Desta maneira, eles devem se manifestar contra as injusticas econémicas, politicas © sociais dentro e fora das escolas. Ao mesmo tempo, eles devem trabalhar para criar as condigdes que déem aos estudantes a oportunicade de torna- rem-se cidadios que tenl que 0 desespero nao pena travar. Proceder de outra maneira é negar aos educadores a chance de telectuais transformadores. assumirem 0 papel de intelectuais transformado es A. T Educational Studies The etl che Teachers Coleg Rec 75 C8 ms , Herbert Klicban “The Quesion of Teacher Ey Teacher Bicone Ps be 4, Kenneth M. Zeichner, “Al Education 34 (Maio-junho of Theory to Practice” Reflection on Interchange 15 (1984): 15, 7. Apy em Meany ‘isco: Jossey-Bass, 1973), a "¢ Paradigm on Teacher Education’, fournal of Teacher , Education and Power !non, “Mastery Learning in Reading an dl Shannon ny ig in Reading and Control of Teac 9. Scheffler, “University Scholarship", p. 11 is, Language Ants 10 Estudo Curricular e Politica Cultural HENRY A. GIROUX E ROGER SIMON eja qual for o ponto de partida para uma nova directo do estudo S curricular cleve-se levar em consideracdo a divisio historica e da dentro dos maiores departamentos curriculares da América do Norte. Ha cerca de sessenta anos 0s educadores comecaram a elucidar os teresses e suposicdes existentes de uma maneira que produziu dois mo- dos bastante distintos de se pensar o estudo curricular.’ Estamos aqui: nos indo a divistio classica entre interesses “administrativos” e ‘cient talvez expressa de forma mais simples na diferenca ‘0s professores devem ensinar? e (2) Qu +t obtidas a partir da compreensio do desenvolvimento «ano € dos processos de aprendizagem? Na a estas : Nossa preocupacio € o desenvolvimento de uma nova forma de estu- do académico curricular que sustente © que chamamos de const ia est preocupa- iam aliados? Vamos comecar sendo programa acaclémico tem que estar re- uma clientela, Para aqueles de nés que sao educadores, podemos também enfrentar a estrutura le somos parte. N6s oferecemos uma mercadoria. apenas com outras univer: 12 A Educaciio de Professores e a Politica de Reforma Democratica HENRY A, GIROUX E PETER MCLAREN te6ricos criticos dla primeira geracio, tais como Max Horkheimer, ‘Theodor Adorno e Walter Benjamin, asseveram que nas democracias ocidentais a capacidade de razio critica estt desaparecendo ra damente. Apontando para a usurpacio do Estado, a indistria cultural © a cconcentracao de riqueza em ntimero cada vez menor de maos, estes pensado- res receiam que as cond ‘$ € materiais que tornaram a interagao publica e o pensamento critico possiveis estejam sendo solapadas pela cres- cente padronizagio, fragmentacao € comer afirmam também que a medi lizada” e abarrotada com imagens de ganfncia e indi 6 o da democracia iri desaparecer da vida pt ica ate perigosamente domesticada pela c opa do século dezoito e dez © para ponderarem sobr * Ampliando a crenga de Dewey de que a ago soc inteligente guarda a melhor promessa para uma sociedade mais humana, os nos anos 30 40 argumentavam em prol de uma ica de individualidade social na qual os imperativos da democracia Poderiam ser buscados nfo apenas nas escolas mas em todos os locais Pedagégicos que reconheciam a prioridade da pol Sob a légica desta pc entre conhecimento e px © agir, compromisso e luta coletiva, Com efeito, a esfera pal penas para produzir a linguagem da Iiberdade, como também mantinha viva a esperanca dle que os grupos subor- dinados um dia pudessem produzir seus proprios intelectuais: em termos de Gramsci, isto signifi criagao de *intelectuais orginicos” que pudes- sem preencher 0 espaco entre as instituicdes académi ‘operacdes especificas da vida cotidiana. Isto 6, tais intele fornecer as € politicas nec $0es de educacio popular e culturas e crencas alternativas.? Parte de nossa intencao neste capitulo é argumentar que as institu ses de formacao de professores precisam ser reconcebidas como esferis publicas. Tais in: mente existem, sio prejudi- lente desprovidas de consciéncia social. Como resultado, & preciso desenvolver programas nos quais os futuros professores possam ser educa, clos como intelectuais transformadores que sejam capazes de ire pra- ticar o discurso da liberdade ¢ democra perspectiva, a pedagogia © cultura podem ser impos de Iuta que se sobrepdem. O cariter contradit6rio do discurso pecagégico que atualmente define reza da atividade docent escolar cotidiana e a finalidade da escola- rizagio pode ser submetido a um questionamento mais radi cificamente, 0 problema que queremos de como os educadores radicais podem c tos professores tomarem com setiedade o sempenha na unito de conhecimento e poder. Em suma, gost explorar como uma forca docente radicalizada pode con forta vir tanto para Para o fortalecimento, falhas dda educagio norte-americana tem sido sua de oferecer aos futuros professores os meios © imperativos 80 € Conjunto de acordos mais criticos em fundamentais da escolarizacaio. A formagio dos professores raramente ocupou um espaco critico, quer publico quer Politico, dentro da cultura contemporinea, no qual o significado do soci Poderia ser recuperado € recolocado de forma que as histérias cultura incapa 8 pessoais: pletiva de professores alunos tivessem a n pessoais © vontade coletiva d s v it esfers oportunidade de se unir em torno do desenvolvimento de um: esforgos anteriores de John Dewey ¢ outros para reforma- izacto segundo a l6gica da democracia radical ¢ das recentes 5 dos tedricos educacionais de esquerda de ligar a ideolo- 40 aos imperativos do estado capitalista, o espaco politico le professores ocupa hoje continua, de m: a dando énfase 8 Iva pelo foralecimento dos professores, pital ie ara reproduzir as ideologias tecnocriticas € c ivas Ate canctenzam so sockedades Jominantee De to, ¢ odvel alegar que 8 programas de formacao de professores sao de: que atuem no interesse do estado, cuja fungio soc tar e legitimar o status quo. Por que 0s educadores deixa que thes esto disp fomentar nov tentat ‘gia da escol que a formac ‘de emancipagto? Acreditamos que uma das princi- «80 dos pensadores esquerdistas ¢ outros educado- a. Isto 6, 05 discurso critico que liga as i decorre que serves fidcipalmente, como aici cejremrodueAp eel bel atar trabalhadores déceis ¢ cbedientes para o Estado; 0 conbecimento sdquk Fido em sala de aula é geralmente considerado parte de uma estrutura le “falsa consciéncia"; € os professores parecem esmagadoramente presos a tuma situacio em que nao fii como vencer. A agonia desta posicto € que cla impediui que os educadores de esquerda desenvolvessem uma lingua pudessem teorizar paraas escolas. Em vez disso, ram principalmente sobre as escolas e, procedendo desta manei- 10 de novas esferas piblicas Nao ha em seu discurso uma linguagem de im Laclau e Mouffe, proponha a “constitui- ao de um imagit Em nosso caso, um. imagindrio radical re- presenta um discurso que ofereca novas possibilidades de relacoes soci democrat critica da formagio de prof A Formagio de Professores ¢ 0 Abandono do Politico A formacio de professores constitui um conjunto de priticas institucionals que raramente resulta na radicalizacao dos professores. Os programas de educagao de professores poucas vezes estimulim os futuros professores a assumirem seriamente o papel do intelectual que trabalha no interesse de luma visio de emancipaciio. Quando € se os professores de fato deci engajar em formas de politica radical, isto ocorre invariavelmente dep h4 muito terem abandonado suas insti macaio. Nossas proprias experiéncias na formagio de professores — primeiro como estudantes € depois como instrutores — confirmaram 0 que € geralmente aceito como Fr comum na maioria das escolas e faculdades de educagio em toda a América do Norte: estas instituicées definem a si mesmas como institui¢des de servico. Elas sto impulsionadas pela logica da tecnologia de instrucao sto idas pelo estado a fornecerem conhecimento técnico ¢ adminis Elas desempenham quaisquer funcdes consideradas ne- S pelas varias comunidades escolares nas quais os estudantes reali- de pritica ou colocagio no campo.” Isto nao quer dizer que os criticos de educagao nao fizeram propostas inadas a radicalizar os programas de formagio de professores. Pelo contririo. O problema € que quando tais propostas de fato aparecem, elas geralmente restringem-se a exaltacdo de modos mais refinados e reflexivos de investigacio e métodos de instrugao, ou entio ficam restritas a pristo da anilise critica. Uma preocupacao urgente que surge deste dilema é a inca- icidade dos liberais e radicais de constituirem uma nova teoria € espaco Social para a redefinicao da natureza da atividade docente e a funcao social do ensino, Em outras palavras, 0 que geralmente esti ausente no projeto ico que informa estes discursos é a tentativa de relacionar a escolarizacao. luta mais ampla por uma democracia radical. Os educadores da esquerda mais radical geralmente nao caem na ar- a de tentar reformar a educacdo de professores a fim de torni-los ficientes na resolugao de pr tecnicamente compe- tentes em seu dominio de um contetido, Estes educadores geralmente evo. m a linguagem da critica, auto-reflexao e unito de teoria e pritica, Mas ipesar de sua tentativa de problematizar o conhecimento e ligar a teoria & Pritica, este tipo de esforco pedagdgico carece da capacidade de ir a educacao de professores como parte de um projeto pol lo ou Tuta social em geral. Ele deixa de definir os programas de prepara. So de professores como parte de uma esfera contraptiblica ampliada que Poderia funcionar de maneira coordenada para educir os intelect stejam dispostos a desempenhar um papel central na ampla mocracia € just Com efeito, a linguagem da critica que informa este tipo de discurso € excessivamente pessimista ¢ tende a permanecer Presa a logica da reprodugao social. Sua linguagem deixa de apreender © conceito as sugestoes prog rent presas as limitace : Vale a pena elaborar a distingao entre estas duas categor tencia refere-se a um tipo de “lacuna” autOnoma em todas as partes © a condicao foi definida como um uitas vezes carece de um projeto politico exp! mre . vatieas socials que s20 informais, desorganizadas, nao politicas e no u s pode reduzir-se a uma recusa irre- ‘s por natureza. Em alguns casos p cua i fletda ederrotista em aquiescer a diferentes formas de dominacio; em algumas ocasides pode ser vista como uma rejeieto cinica, arrogant, ou mesmo ingénua de formas opressivas de regulacao moral ¢ politica. fs A contrichegemonia, por sua ver, implica uma compreensio ee 6 itica natureza da dominacio quanto le tica, tebrica e critica tanto da natureza \ i ‘oposicio ativa que engendra. Ainda mais importante, o Conceito niio ape- ie como também refere-se & criagdo de novas relagdes sociais e espacos publicos que incorporam formas alternativas de uta e experiéncia. Como dominio reflexivo da ago politica, a conta hegemonia transfere a natureza caracteristica da luta do terreno da critica part o terreno coletivamente consruido da esferacontrapalic, Detivemo-nos distingao porque acreditamos que ela aponta para formas nas quais os programas de educacio de professores foram € conti- nuam sendo isolados de uma visio e conjunto de Priteas que omen com ei : ‘a social. Parte deste problem riedade a uta por democracia € $0 Problema ea fita de uma teoria social adequada que possa forne a base para repensar-se a natureza politica da atividade docente © 0 papel rogramas de formagio de professores. t é ee hoje em dia apontam para a falta de énfase dos eeulos na questo do ci ino estudo da teoria social critica der e sua distribuicao hierarquica e social critica. Pertemente inflyenciada pela psicologia comportamental € ognitiva pre- dominante, a teoria educacional tem sido construida em torno de ut is curso € conjunto de priticas que enfatizam aspectos metodolégicos imedi- os © mensurdvels ca aprendizagem., Ausentes estio as questoes referenten natureza do poder, ideologia e cultura e como estas eonstituem nogbes especificas clo social e produzem formas particulares dle experiencia este plura categoria da 0 individualism possessivo do individuo auténo- mo no cerne da ideologia liberal. Pelo contririo, a diferenca estaria funda- r jos grupos sociais e esferas publica cujas vozes singulares € priticas sociais contém seus proprios principios de validade, enquanto ao iscurso. Essencial para uma filosofia publica que reconhega os ind assim crie uma ica de confianca e solidariedade que sustente uma vida comum basea- em principios democriticos que criem as precondicdes ideolégicas anto da diversidade quanto do bem ptblico.” to nos leva a nossa terceira consideraclo para revitalizar © conceito de cicadania ¢ democracia de futuros professores. Um discurso revitalizado de democracia nao deveria basear-se exclusivamente em uma linguagem de andlise critica, 0 qual, por exemplo, limita sua atencao nas escolas 2 iminacao das relacdes de subordinacio e desigualdade. Esta é uma preocu- pacao politica importante, mas tanto em termos te6ricos qual ‘os é leta. Como parte de um projeto politico radical, iscurso da democracia também precisa de uma linguagem de possibilida- de, a qual combine uma estratégia de oposiclo com uma estratégia de reconstrucao da nova ordem social. Tal projeto representa tanto uma luta em torno da tradigio hist6rica quanto a construcao de um novo conjunto de relagdes sociais entre 0 individuo € a comunidade mais ampla. Mais especificamente, a esquerda precisa situar a luta pela democracia em um projeto ut6pico que articule de maneira ativa uma visio de futuro fundamen- tada em uma linguagem programatica de responsabilidade civica e bem piiblico, Emst Bloch deu atengao signifi & importincia do Uut6pico no pensamento radic: ode imagens daquilo dos devaneios, rio é, como 0 do sonho Ele relaciona.se, ‘que, em ver de recon 10 € pod imaginadas na A énfase de Bloch na dimensio ut6pica dos devaneios leva a uma quarta consideracao. Em nossa visio, a insisiéncia em incorporar a nogdo t6pica de “possibilidades nao realizadas” na teoria radical fornece uma base para analisar e constituir as teorias criticas do ensino escolar e cidada- lar quanto a forma de cidadania que ele legitima podem ser desconstruicos como um tipo de narrativa hist6rica ¢ ideol6gica wna uma introdugao, preparacao € legitimagio de formas par- ticulares de vida social nas qu: lugar central a uma visto do futuro, tum sentido de como a vida poderia ser. Dado o cariter antiutopico bisico que caracteriza grande parte do discurso radical hoje em dia, a incorpora- lo de uma l6gica ut6pica como parte de um projeto de possibilidade representa um importante avango no repensar do papel dos professores. Finalmente, os educadores precisam definir as escolas como esferas piiblicas nas quais a dindmica de engajamento popular e politica democra- tica possam ser cultivadas como parte da luta por um estado democréitico radical. Isto é, 0s educadores radicais precisam legitimar as escolas como esferas ptiblicas democriticas, como lugares que fornecam um servico pu- lico esse 40 de cidadios ativos, a fim de defender sua importancia fundamental na manutengao dk lade democritica € cidadania critica. Neste caso, 0 ensino escolar seria analisado por seu po- tene em fomentar a alfabetizagio civica, a participacao do cidadao, coragem moral. At ia da cidadania radical para programas de formacao de professores deve comecar a desenvolver papéis alternatives para os professores enquanto intelectuais dentro fora das escolas. Esta é uma questao importante porque salienta a necessidade de ligar a luta pol dentro das escolas a questes sociais mais amplas. Ao mesmo tempo, el sustenta para professores futuros e em exercicio a importa les e idéias em alianga com outros que es terreno da politica e cidad: O desenvolvimento de uma pedagogia radic geragdes futuras de estudantes € professores ex (o repensem a natureza de seus programas € suas priticas. Reconhece- mos, contudo, que o projeto que estamos descrevendo j esti em anda- mento. Os professores em formagao precisam de mais tempo nas salas de aula ~ mais do que geralmente se oferece em um ou dois anos de trein: mento ~ para explorar as conexdes tedricas que estivemos sugerindo en ensino escolar, subjetividade, cidadania poder. Precisam igualmente para a autorizacao das que as escolas de edu- prolongad Joras de professores em to poder."? ‘dente que uma agenda radical de reforma escolar tem que come- car em algum lugar, e pequenos grupos de professores trabalhando isola clamente em suas respectivas escolas nao sao suficientes para produzir as condicdes necessérias para tranformar as escolas em esferas contrapublicas. As condigdes para democratizar as escolas no interesse do fortalecimento de professores ¢ estudantes devem comecar nas escolas e faculdades de educaclo através de uma reconstituicio dos programas de formacio de professores da maneira como sugerimos. Igualmente importante para a re- forma radical € a necessidade de que os professores reconhegam que esferas contrapiblicas no podem ser criadas somente dentro de institui- des de treinamento de professores ou salas de aula, mas devem finalmente de resistencia. O projeto que descreve- © papel que os programas ¢ instituigoes de formago de pro- sores poderiam desempenhar na ampliacio do discurso da democracia. Mas tal projeto vai muito além destas instituicdes ¢ revela a necessidade de mudangas estruturais mais am mais amplas exigem nao apenas que os professores se engajem em novos movimentos sociais, mas que os programas de formagio de professores redefinam a natureza de por que € como eles funcionam na s Conclusao No momento atual, a politica publica pesa muito a favor dos valores interesses dos ricos e privilegiados. A gandncia tomou o lugar da comy ipulso por lucros relega todas as preocupacd forma de amnésia individual e social. Em risco no novo d gia neoconservadora e yuppie esto nao apenas os pobr heres € os idosos, mas também as escolas publicas, servicos si agéncias patra o bem-estar amos ao longo deste ca itaque geral tanto ao significado qui valores democriticos. As esferas publicas que pode: spaco ico para o desenvolvimento de movimentos sociais, ou que sustentariam, sociais de oposicdo compativeis com os mais importantes imp pri da democracia, tornaram-se objeto de rejeigo e escirni grupos de d ita dentro e fora do governo e, em n ameri- inagao ou redugao de fundos nificou o langamento de um ataque cana. Em um certo nivel, isto significou a para tais instituigdes. Em outro niv (os de tais instituigdes. Este é speito AS varias criticas € politicas

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