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Soldagem & Inspego. 2015;20(4):467-478 toi /f4x.do\.org/10.1590/0708-9224/5I2008.13 Atigos Técnicos Microestrutura de uma Solda Dissimilar entre o Aco Inoxidavel Ferritico AISI 4105 e 0 Aco Inoxidavel Austenitico AISI 3041 Soldado pelo Processo FSW Tathiane Caminha Andrade!, Cleiton Carvalho Silva’, Hélio Cordeiro de Miranda‘, Marcelo Ferreira Motta! Jesualdo Pereira Farias', Luciano Andrei Bergman, Jorge Fernandes dos Santos* * Laboratério de Engenharia de Soldagem, Departamento de Engenharia Metalurgica e de Materials, Universidade Federal do Ceara - UFC,, Campus do Pici, Fortaleza, CE, Brasil » Solid State Joining Processes, Institute of Materials Research, Helmholtz-Zentrum Geesthacht, Geesthacht, Germany. Resumo: 0 dissimilar ent AISI 304L pelo pr Recebido; 04 Set, 2015 Aceto: 18 Dez, 2015, sso fret resente trabalho visa investigar a microestrutura formada na soldagem chapas de acosinoxidavels frriticos ASI 4105 eacos inoxidavels austentticas n stir welding. A soldagem foi realiza 19 ajuste dos Email cleiton@metalmatufebr (ccs) _SeBuintes parSmetros: rotagdo 450 rpm; velocidade de soldagern de 1,0 mm/s; e forga axial 40 KN. O ago AISI 4105 foi posicionado no lado de avanco enquani do de retracesso, A andlise consist de prepar a dtica e microscopia eletronica ce varredurs. iada com ferrita na zona ‘ecanicamente afetada (ZTMA) e na zona afetaca pelo cal a5 do processo de soldagem FSW resultaram nurir ido no caracterizag0 microestrutural por micros Para 0 ago AISI 410S foi observada a formaga de mistura (2M), zona ter (ZAC). As caracteristi que 0 ago AIS! 304. metalogréfica e 10 de gra ara 0.260 inoxidével ferrtico, posiionado ne lado de avango, tanto na ZM quanto nas ZTMA e ZAC, O mesmo comportamento néo fol abservado para o lado austenitic Palavras-chave: Soldagem dissimilar; Friction str welding; Ago inoxidével; Refino de gro Microstructure of AISI 4105 Ferritic Stainless Steel and AISI 304L Austenitic Stainless Steel Dissimilar Weld Joined by FSW Process Abstract: This study alms to investigate t microstructure formed in dissimilar welding elween Als! 4105 ferrti stainless steel and AISI 304 austenitic stainless stee's plates by n stir welding process. The welcing was performed setting the folowing parameters: rotation 450 rpm; welding speed of 1.0 mms; and axial force 40 KN. The AISI 4108 was positioned on the advancing side while the AIS 304l steel was 3 The analysis consisted of metallographic preparation and mcr ‘optical microscopy and scanning electron microscopy. For AIS itionedin the retracting side. scturalcnaracteriaa found martensite formation in association with ferriteinthestr zone (SZ), thermomecharieal\y affected zone (TMAZ) and heataffected 20 (HAZ). The characteristics ofthe FSW welding process for the feritc stainless steel resulted in grain refining, whether in the SZ, TMAZ and HAZ. In the austenitic stainless steel sie, the same behavior was not found Key-words: Dissimilar welding; Frict 1.Introdugao ion stir welding; Stainless steel; Grain refining, ‘Quando comparados 20s acos inoxidéveis austeniticos, os aos inoxidévels ferrticos fornecem aproximadamente a mesma resisténcia 8 corrosio, porém possuem mais baixa ductilidade, tenacidade e soldabilidade (1), Podem ser usados em uma grande variedade de aplicagdes quando a resistencia & corrosdo por pites e/ou resisténcia & corrosao sob-tensdo & mais requerida do que resisténcia mecanica (2). Outra grande vantage dos a¢0s inoxidaveis ferriticos & a auséncia de niquel em sua composi¢ao, visto que 0 niquel é um dos elementos de liga mais caros, o que eleva consideravelmente os custos dos acos inoxidaveis austeniticos em comparagdo com os agos ferriticos, sendo esta uma grande motivagio para a substituiglo total ou parcial de acos inoxidaveis austeniticos por ferriticos, desde que sejam atendidos critérios de propriedades mecanicas e resistencia, 2 corroso. Comparativamente, algumas vantagens dos agos inoxidaves ferriticos em relago aos austeniticas que podem ser destacadas s40, por exemplo, sua balxa expansio, 3 dnsejpntoersnteeiin tas) térmica; excelente tesisténcia& oxidago em alta temperatura sendo menos susceptivels & descamaco que os austeniticos; alta condutividade térmica, ou seja, conduzem o calor de forma mais uniforme que os austeniticos; quando estabilizados ao nidbio, apresentarn Andrade etal excelente resisténcia a fluéncia; s4o significativamente menos susceptivels @ recuperagio eléstica durante a conformage a frio; apresentam um maiar limite de escoamento (similar aos agos carbonos comuns) que os austeniticos tipo 304; e so menos suscetivels & corrosdo por ites € corrosio sob-tensio [34 Todos estes fatores tém atraido a atengao de indmeros setores industrials como, por exemplo, indstria automotiva, indistrias ferrovidria e metrovidria, petréleo e gis, sucroalcooleira, petroquimico, industria naval, farmacéutico, alimentos, bebidas, eletrodomésticos, utensilios de cozinha, construcio civil e arquitetura, dentre outros. As potencialidades desta classe de materials, especialmente no Brasil, so as mais interessantes, inclusive em relagdo & reducdo de custo e aumento de competitividade proporcionada pela escolha adequada dos acos Inoxidéveis feriticos em substituigdo aos austentticos, dependendo da aplicacdo e das exigéncias em termos de resisténcia a corrosio. Contudo, a expansio das aplicagdes dos agos inoxidéveis ferriticos & limitada por problemas metalurgicos decorrentes da soldagem destes acos, especialmente o intenso crescimento de gro [s). Em geral, ecomenda-se {que esas ligas sejam soldadas com um baixo aporte térmico e altas velocidades de soldagem para manter a zona de crescimento de gros o mais estreita possivel 6,7. Técnicas avancadas de soldagem como feixe de elétrons e laser, a5 quais so caracterizadas por um curto tempo de interacao com alta densidade de energia também tém sido Investigadas (601. Qutras técnicas come pulsaco de corrente e adigdo de agentes nucleantes na tentativa de refinar os grdos da zona fundida em processos autégenos tém sido tentadas, mas sem alcancar o sucesso esperado (11.12) Noinicio da década de 1990 foi desenvolvido no TW (Inglaterra) um novo processo de soldagem por fricgo denominado friction stir welding (FSW) [33], ¢ qual tem sido considerado mais significative desenvolvimento lem unio de metais das Gltimas décadas, sendo um tema de grande interesse cientfico e com forte aplicacao industrial (14) 0 processo FSW tem como principio bésico a unio de materiais no estado sélido com 0 uso de uma ferramenta n3o-consumivel que rotaciona inserida entre as bordas das chapas a serem unidas, descrevendo a ‘rajet6ria ao longo da junta a ser soldada I151, O aquecimento ¢ resultado do atrito da ferramenta enquanto 0 lescoamento de material para a coalescéncia entre as partes a serem unidas € devido a um severo processo de deformacao plastica (15) Dentre as vantagens reportadas para este processo, pode ser destacada sua vocagio para a producio de solda com baixa tendéncia de crescimento de graos, devido &s menores temperaturas alcancadas se comparado 8 processos de fusio, bem como por fendmenos associados & conformacao pléstica [07 Embora existam trabalhos na literatura sobre a soldagem de agos inoxidavels pelo processo FSW, uma grande lacuna cientifica tem sido identificada na literatura, a qual corresponde a soldagem dissimilar entre agos inoxidéveis feriticos e agos inoxidaveis austeniticos pelo processo FSW. Considerando a importincia destas ligas para o setor industrial ea existéncia de varios fendmenos de transformacio e degradacio de suas propriedades, especialmente em decorréncia das etapas de processamento destes materials, orna-se de fundamental importancia Co desenvolvimento de estudos que possibilitem nao s6 a aplicablidade do processo & unio com sucesso destes rmateriais mas também possibilitem a identifiac3o e a compreenso dos fenémenos ocorridos durante a soldagem, contribuindo de forma decisiva para 0 avango cientifico e tecnoldgico. O presente trabalho visa contribuir um ppouco com este tema, iavestigando a microestrutura formada na soldagem dissimilar pelo processo Friction Stir Wielding de chapas de acos inoxidavels ferrticos e austeniticos, 2.Metodologia Para a realizago do presente estudo foram utilizadas chapas dos acos inoxidavels AISI 410S (Ferrtico) e AISI 3041 (austenitico) com 4,0 mm de espessura. A composicao cuimica das respectivas ligas é apresentada na ‘Tabela 1. Fo! utilizado argénio puro como gés de purga para minimizar oxidacao superficial. Tabela 1. Composigio quimica do metal de adigo e do metal de base (3% em peso) Composisio quimica (% em peso) Item c & Ni Mo Mm Si NTH N Fe Agosios gore = 11S? |S te Bal Ago30M 002317768 ONT) 53s tO 468 Soldagem & Inspegio. 2015;20(4):467-478 Microestrutura de ume Solde Dissimilar entre o Ago Inoxidével Ferritico AISI 4108 e o Ago Inoxiddvel Austenitico AISI 304L Soldado pelo Processo FSW Asoldagem dissimilar das chapas em configurago de topo foi realizada utillzando o HZG Gantry System, do Helmholtz-Zentrum Geesthacht (Alemanha), o qual éapresentado na Figura 1. equipamento permite um controle preciso dos pardmetros durante a execusio da solda, als como as forsas, 0 torque aplicado pela ferramenta e a velocidade de rotacdo e translacao da ferramenta. Os seguintes pardmetros selecionados foram rotagao 450 rpm, vvelocidade de soldagem de 1,0 mm/s, e forca axial 40 kN. Fol usada uma ferramenta de nitreto de boro cubico policristalino (PCBN) cam pino de 9,2 de diametro, 3,75 mm de comprimento e um ombro de 36,8 mm. Achapa de ago inoxidavel ferrtico AIS! 4108 foi posicionada no lado de avango da ferramenta, enquanto a chapa de aco inoxidével austenitico AISI 304L foi mantida no lado de retrocesso (Figura 2). Esta configuracio foi adotada com base em estudos preliminares envolvendo a seleco dos parimetros de soldagem [18 Figura 1. Sistema pértico HZG utilizado na soldagem das chapas de aco inoxidével pelo processo friction stir welding (FSW). Sentido de rotacao da ferramenta Lado de avango o> Lado de retrocesso Figura 2. Configuragio da junta de topo dissimilar na qual o aco inaxidavel ferritico fol posicionado no lade de avango da ferramenta e 0 ago inoxidavel austenitico fo! posicionado no lado de retrocesso. A avaliagdo microestrutural consistiu de preparacdo metalogréfica convencional, por meio de ixamento até a granulometria de 600 mesh e polimento com pasta de diamante até % de micron, seguido de ataque quimico. Para a revelaco da microestrutura de ambas as lgas foram utilizados diferentes reagentes quimicos. A estrutura austenitica fol atacada com dcido oxalico 10% em peso eo aco inoxidavel ferrtico fol atacado com reagente Vilella ‘As andlises microestruturais foram realizadas no Laboratério de Engenharia de Soldagem da UFCe na Central Analitica da UFC. Para a avaliagSo inicial foi utlizado um microscépio ético Carl Zeiss Axio Observer Z1 com Sistema de aquisi¢do de imagens integrado. Andlises de microscopia eletrdnica de varredura foram realizadas na Central Analitica da UFC. Utilizou-se um microscépfo FEI Quanta FEG 450, com sistema de microanalise de EDS Oxford e sistema de andlise de EBSD Oxford acoplados. 3. Resultados [primeira etapa das andlises das juntas soldadas consistiu na inspego visual do acabamento superficial das soldas. Esta etapa permite a identficagio de defeltos macroscépicos como trincas, cavidades, poros e rebarbas ras bordas. Além disso, também foi avaliada a geometria da solda bem como a penetracio. Soldagem & Inspec0, 2015;20(4):467-478 469 Andrade etal (Os resultados mostraram que a junta apresentou bor acabamento superficial. O furo de saida da ferramenta ‘também foi examinado e ndo foram observadas quaisquer evidencias de trincas ou defeitos. A Figura 3 mostra trechos representatives da superficie da junta dissimilar apresentado bom acabamento superficial em termos de zona de mistura com minima formacio de rebarbas ao longo das bordas da zona de mistura. O formado da zona de mistura segulu a geometria aproximada da ferramenta FSW. Também fol confirmada por andlise macro fe microestrutural da seco transversal a auséncia de defeitos internos e um preenchimento completo da zona de mistura Forga: 40 kN; Rotac3o: 450 rpm Figura 3. Acabamento superficial da solda (a) e seco transversal da junta; (b) MB — Metal base; ZAC — zona afetada pelo calor; ZTMA — Zona termomecanicamente afetada; ZM-S ~ Zona de mistura superior; ZM-I~ Zona dde mistura inferior. ‘Armicroestrutura da junta soldada fol investigada por diversas técnicas. De uma forma geral literatura indica a existéncia de quatro zonas principais a saber: zona de mistura (2M) ~ consiste na zona que experimenta intensa deformacio plistica e aquecimento com subsequente recristalizacdo dindmica total ou parcial dependendo co ‘material; zona termomecanicamente afetada (ZTMA) ~ que corresponde & zona que sofreu os efeitos tanto da ddeformacdo pléstica quanto do aquecimento; zona termicamente afetada (ZTA) ~zona que experimentou somente efeito do aquecimento; e metal de base (MB) ~ 0 qual ndo foi afetado nem por calor nem por deformaco 119 ‘Além estas zonas, como a soldagem consiste na unio de duas ligas diferentes, existe ainda outra zona de interesse que no est contemplada na nomenciatura descrita anteriormente e corresponde a regio da interface. Anslises especificas da microquimica e crstalografia da interface serdo publicadas posteriormente. [A macrografia da seco transversal da solda dissimilar AISI 410S/AISI 304L obtida por microscopia ética indicando as diferentes regibes da junta soldada apresentada na Figura 3, serve de base para inccar as posicdes de onde foram adquiridas as imagens de micrografia,€ possivel observar as diferengas em termos de material, estando 0 ago AISI 4108 & esquerda e 0 ago AIS! 3161 8 cireita, conforme Figura 3b. Além das zonas reportadas anteriormente (2M; ZTMAe ZAC) foram observadas ferencas em termos de microestruturaetamanho de gro na ZIMiAe, principalmente, na 2M entre a porcéo superior e inferior do ago feritico. Na ZM deste aco fi observado uum gradiente de granulometria,Porisso, foram denominades as zonas de mistura superior (2M) e inferior (2M-!), as quais foram influenciadas térmica e mecanicamente pelo ombro e pelo pino da ferramenta,respectivamente. Para o lado do aco inoxidével feritico (4105) foram observadas alteracées significativas de microestrutura, especialmente na ZM, sendo estabelecidas duas regi6es. A primeira regigo localizada na parte superior da chapa até préximo da meia espessura (2M-S) foi caracterizada por gros equiaxiais de ferrita (claros) aproximadamente igual ao metal de base, cicundados por grdos menores de martensita (escuros), como pode ser observado nas Figuras 4a e 4b. Foi utlizada microscopia eletrénica de varredura para confirmar a presenga de ambas as fases. Na Figura 5 & apresentado o resultado da andlise de MEV operando no modo SE da microestrutura da zona de rmistura com alta magnificago, na qual é possivel identifica inequivocamente a presenga de martensita (M) juntamente com grdos de ferrta(F). No caso da ZM-S, houve uma aparente manutenco do tamanho de gro ferritico, visto que o fendmeno de crescimento dos gros ferriticos comumente observado ns soldagem por fusdo destes agos (21, fol suprimide pela ‘menor temperatura de pico alcancada durante a soldagem com FSW. Além disso, a transformacdo parcial da ferrita em austenita em alta temperatura, cuja nucleaco acorre ao longo dos contornos de grio da ferrita é outro fator limitante para o crescimento dos gros, resultando num tamanho de grdo da ferrita aproximadamente igual aos ros equiaxiais ferrticos observades no metal de base. Esta austenita formada no aquecimento, se transforma 470 Soldagem & Inspegao. 2015;20(4):467-478 Microestrutura de ume Solde Dissimilar entre 0 Ago Inoxiddvel Ferritico AISI 4105 e 0 Ago Inoxiddvel Austenitico AISI 3041 Soldado pelo Processo FSW Figura 4. Microestrutura das principals regides da solda dissimilar no lado do ago inoxidavel ferrtico AISI 4105. (2)Zona de mistura superior préximo & interface (2M-S};(b) Zona de mistura superior distante da interface (2M-S); (€)ZTMA superior; (d) ZAC na regido superior; (e) Zona de mistura inferior préximo a interface (2M); (f) ZTMA, na regigo inferior da solda, Figura 5. Micrografia obtida por MEV operando no modo SE com alta magnificago confirmando a presenga de rmartensita (M) e de ferrta (F) na zona de mistura. lem martensita no resfriamento subsequente. Tal zona foi denominada de “zona de mistura superior” (2M-S), a qual teve influéncia direta do contato com o ombro da ferramenta. Assim, a formacio da ZM-S foi atribuida & maior quantidade de calor produzida na parte superior da junta, Os aspectos microestruturals desta regio podem estar associados & temperatura de pico alcangada nesta regio. De acordo com os resultados de Darvazi and Iranmanesh (20) para a simulacio térmica do aco inoxidvel austenitico AISI 304L com espessura de 3,2 mm, existe um gradiente de temperatura entre a regio do topo e do ‘undo da junta soldada, como pode ser observado na Figura 6. Tal resultado é suportado por outros estudos 121 Comportamento semelhante também tem sido encontrado para agos inoxidavels ferriticos (22). No trabalho de Lakshminarayanan and Balasubramanian (23, fol eportado uma microestrutura semelhante ara a regio do topo da solda do aco inoxidvel ferritico AISI 409M constituida por ferrita e martensita. Contudo, a granulometria observads foi considerada refinada. Os autores consideraram que 0 refino de gro neste caso. {ol ocasionado pela grande deformacdo pléstica causada pelo ombro da ferramenta. Esta deformagio pldstica juntamente com a alta temperatura experimentada é responsivel pelo fenémeno de recristalizacSo dinémica do qual resulta a formagdo de gros finos e equiaxiais (2425) Soldagem & Inspecdo, 2015;20(4):467-478 an Andrade etal Lado de avango Lado de retrocesso ‘Temperatura (°C) mn ==" age BL REBSES as 620r Figura 6, Distribuicio de temperatura na seco transversal da solda FSW do aco noxidavel austenitic AISI 304L 20, ‘A segunda regido corresponde @ porgdo inferior da ZM, na qual foi observada uma microestrutura bastante refinada formada predominantemente por grios pequenos de martensita. Esta zona foi denominada de “zona de rmistura inferior” (2M-I)e est indicada na Figura 3. Esta zona tem influéncia direta da deformacao e aquecimento produzido pelo pino da ferramenta. As Figuras 4e e 4f apresentam exemplos de micrografias obtidas por microscopia 6tica desta zona. Buscando comparar de forma apropriada o refino de gro produzido nesta zona, esto postas Jago a lado na Figura 7 duas micrografias tomadas em mesma magnificaglo, sendo a primeira correspondente & 2M-S ea segunda da 2M, além da microestrutura do metal de base (AISI 4108). Figura 7. Microestrutura da zona de mistura do lado ferrtico (Ago AISI 4105) obtida por microscopia ética. (a) ZS; (b) 2M4t () MB; Aumento: 200K. £ possivel comprovar por esta imagem o diminuto tamanho dos gros na ZMI. Alguns pontos padem ser elencados para discutir a formagdo desta zona. O primeiro pode estar relacionado 8 menor quantidade de calor econsequente menor temperatura de pico alcangada. Além disso, o escoamento pldstico produzido na regio do pino da ferramenta proporciona uma recristalizagao dinmica continua desta zona, refinando consideravelmente 0s gros. E por fim, esta recristalizaco dindmica somada as transformagées de fases de ferrita em austenita, resultando em martensita em condigées de répido resfriamento, conduzem a diminuiggo do tamaanho dos gros de ferrita pela substituigao parcial desta fase por martensita. Vale ressaltar que para a junta soldada por FSW, tanto 2 ZM-S quanto a ZM-| apresentaram tamanho dos {ros consideravelmente menores quando comparado aqueles produzidos na “zona fundida” e na “zona afetada pelo calor” de soldas produzidas por processos de fusdo para o mesmo ago [26.271 indicando um forte potencial para o refinamento dos gros para agos inoxidaveisferriticos por esta técnica, Para a regido do topo da junta do lado ferritico (AISI 4105) também foram avaliadas a microestrutura da ZIMA e da ZAC. As imagens de microscopia eletrénica de varredure da obtidas no modo SE da ZTMA mostram laramente a presenga de gros de ferrita em maior dimensdo se comparado aos grdos de martensita, seguindo uma an. Soldagem & Inspe¢o, 2025;20(4):467-478 Microestrutura de ume Solde Dissimilar entre o Ago Inoxidével Ferritico AISI 4108 e o Ago Inoxiddvel Austenitico AISI 3041 Soldado pelo Processo FSW 0 espeeifica, a qual é determinada pelo escoamento plastico do material durante a soldagem (Figura 8). Uma analise detalhada da ZAC utilizando MEV revelou uma microestrutura maisrefinada, coma estrutura ferritica que corresponde @ matria em gimensdo inferior ou praticamente proporcional aos gros de martensita que as circundam, coma pode ser observado na Figura 8b. Figura 8. Imagens de microscopia eletrénica de varredura no modo SE da regio do topo da junta dissimilar para 0 lado do ago inoxidavelferrtico AISI 410S. (a) Zona de mistura;(b) Zona afetads pelo calor. Emostrado ainda que em certas regides da solda foram observadas cavidades na interface ferita/martensita apés 0 ataque quimico, as quails correspondem a valas devide a uma provavel precipitagio de carbonetos de cromo, provavelmente Cr.,C, A precipitagao ocorreu, a principio, nos contornos de gro da austenita prévia em alta temperatura. Embora a liga em estudo apresente uma concentragao de carbono balsa, @reducso dos teores de carbono abalxo de 0,03% nBo previne a sensitizagdo, visto que a precipitacdo de carbonetos de cromo pode ocorrer rapidamente quando estes acos se encontram dentro da faixa temperatura para precipitacéo [23], Van Niekerk e colaboradores [31 verificaram a ocorréncia de sensitizago.em um ago inoxidévelferitico contendo 12% Cr, mesmo com uma concentragio de carbono de 0,011%, dependence da energia de soldagem aplicada. Matthews eta. [20 reportam que para menores velocidades de resfriamento a transformago martensitica é precedida de uma precipitagao de carbonetos nos contornos de gréo da austenita em alta temperatura. Outros autores também reportam a precipitagao de carbonetos na soldagem de aos bifésicos ferrtico-martensiticos 31.21. Vale ressaltar que embora tenha sido observada tal precipitacso, esta nao ocorreu em toda a regigo da solda, sendo observada somente em pontos especificos. Destaca-se ainda que 0 grau de recipitagao foi bem pequeno,classificado como uma estrutura levemente dual eaceitavel sob o ponto de vista de operacio, A Figura 9 apresenta o detalhe da micrografia para as diversas zonas da sold dissimilar, adquiridas no lado do ago inoxidavel austenitico (3041). Neste grupo de imagens as Figuras 9a-9c sao todos da parte superior da junta, referentes i: (2M-S) zona de mistura superior préximo a interface (a), (ZTMA-S) zona termomecanicamente afetada superior (b) ¢(MB-S) metal de base superior. Nestas imagens verificam-se os contornos de grSo da austenita, bandas escuras que correspondem a ferrita 8, e pontos pretos que podem ser ainda algum precipitado de carbonetos Cr,,C,nos contornos de grdo. Tanto no metal de base quanto na regido da soldaé possivel observara presenca das bandas de fertita 8, em concentragBes aparentemente similares. Observando o tamanho dos gros, aparentemente ‘também nio foram observadas alteracées significativas em termos de granulometria para o aco austenitic Analisando a microestrutura, veifcou-se uma alteracao na orientagdo das bandas de ferritae uma caracteristica serrilhada nos contornos da 2M devido & intensa deformagao pléstica. Contudo, a geometria dos grdos de austenita permaneceu de uma forma geral poligonal. Comparando a morfologia dos contornos de grao da zona de mistura com a do metal de base, verifica-se que os grdos também so poligonais, no entanto os seus contornos s80 retilineos. Além disso, as bandas de ferrita 6 seguem a orientacio de laminacao da chapa. A mesma anélise foi executada para a porcio inferior da junta, as quais s8o apresentadas na Figuras 9d-9f. Oa mesma forma que na anélise do topo, ndo foram observadas alteragdes significativas em termos de microestrutura e tamanho de gro. Soldagem & Inspec0, 2015;20(4):467-478 473 Andrade etal O I Fi Figura 9. Microestrutura do aco Alsi 304L obtida por microscopia stica. (a) Zona de mistura superior (ZM-S); (b} zona termomecanicamente afetada superior (ZTMA-S); (c) Metal base superior (MBS); (4) Zona de mistura na ppor¢do inferior (ZM-I;(e)z0na termomecanicamente afetada na por¢do inferior (ZTMA.!)(f) Metal base inferior (MB-1). Aumento: SOOX. De fato, 0 crescimento do grio ferritico para o aco AISI 410 normalmente ocorre efetivamente quando 0 ‘material esté em alta temperatura (superior a 1.200 °C), ou seja, o material estard no campo monofésico ferritico. ‘A Figura 10 apresenta o diagrama de fases em equilibrio para a composi¢ao do metal de base do ago AISI 410S calculado pelo programa Thermo-Calc* com base no principio da minima energia livre de Gibbs. Neste diagrama (Figura 10) 0 eixo horizontal corresponde a temperatura eo ebxo vertical denota a fragao molar das fases formadas (NPM), especialmente em termos de fraggo de ferrita (ccc) e austenita (cfc). Embora as transformagdes de fases decorrentes dos ciclos de aquecimento e resfriamento em soldagem ocorram fora das condigées de equillorio, e isso possa resultar em alteracdes nas temperaturas efetivas em que estas transformagbes ocorrem e na propria ‘ransformacio, podendo inclusive suprimir parcialmente ou por completo alguma transformagzo. Ainda assim, este diagrama é bastante util, ajudando a compreender as provivels alteragées nas estruturas com base numa abordagem considerando condigées de equilibrio termodinamico. a “400600 200 1000 1200 1400 1600 TEMPERATURA ("C) Figura 10. Diagrama de fase no equilibrio para © ago inoxidvelferitico AISI 4108 simulado utlizando 0 programa "NPM ~ fragio molar das fases. 478 Soldagem & Inspe¢o, 2025;20(4):467-478 Microestrutura de ume Solde Dissimilar entre o Ago Inoxidével Ferritico AISI 4108 e o Ago Inoxiddvel Austenitico AISI 304L Soldado pelo Processo FSW Avaliando o diagrama é possivel verificar que no aquecimento, a partir de 808 "Co material comeca a nuclear austenita, até que em 881 °Co material torna-se completamente austenita. O material se mantem completamente austenitico até alcangar a temperatura de 1062 °C, cima da qual ocorre a reversio da austenita novamente para ferrita, completando esta transformagao em 1293 °C. Assim, temos duas faixas de temperaturas em que o aco AISI 4108 é constituido por duas fases correspondendo 8 ferrita e austenita: 808 “Ca 881 “Ce entre 1062 °Ca1293°C; ‘e uma na qual o materia se transforma completamente de ferrita em austenita que corresponde ao campo entre 881°C 1062 °C. Da temperatura ambiente até 808 °C e acima de 1293 °C o material é completamente ferritic. Em geral, o erescimento do grdo ferritico corre acima de 600°C, porém a velocidade é to répida quanto ‘maior for a temperatura. Aliado a isso, tem-se que o crescimento intenso ocorre especialmente quando o material se encontra em alta temperatura e completamente ferritico, com isso, seria necessério que a ZM alcancasse ‘temperaturas superiores a 1293 °C, conforme diagrama. Visto que no processo FSW as temperaturas alcancam valores da ordem de 80% da temperatura de fusdo, é provével que o pico de maxima temperatura correspondesse a0 campo bifésico austenita-ferrita do diagrama. Para esta discussdo, é importante destacar que os grios de austenita formados durante 0 aquecimento encontram-se num estado metaestavel, e no resfriamento répido devido ao ciclo térmico de soldagem, sofrerdo transformagio martensitica, dando origem aos gros de martensita, como os vistos nas micrografias A transformagao de fase no estado sélido de ferrita em austenita e de austenita em ferrita acarreta em processos de nucleacdo de crescimento de novos gros. Isto implica necessariamente em refino de grdos, desde que ndo sejam alcancadas condigées termodinamicas para o crescimento exagerado dos novos gréos. Assim, pode-se atribuir em parte o refina de gro observado na zona de mistura do ago inoxidavel frritico AISI 410S 8 estas transformagbes. Yano et al. [33] estudando a soldagem FSW para um ago Inoxidivel feritico-martensitico contendo 11% Cr tencontraram que as estruturas com gros uniformemente equiaxiais foram alcancadas com rotacdo da ferramenta de 100 rpm. Contudo, os autores no reportam se esta microestrutura foi observada ao longo de toda a zona de mistura. Os autores ressaltam ainda que com o aumento gradual de rotacio da ferramenta até 300 rpm, foi observado um aumento na fragdo de martensita e maiores tamanhos de gro, Isto esté associado ao aumento da quantidade de calor produzida com o aumento deste pardmetto. No presente trabalho, conforme jé destacado, houve uma regiiio mais préxima da superficie (ZM-S) em que se observou uma maior fragéo de ferrita meio aos gros de martensita, Neste, caso, se comparado ao metal de base, praticamente ndo houve aumento do tamanno dos grdos. £ provavel que a maior velocidade de rotacdo da ferramenta (450 rpm) usada neste trabalho tenha sido alta o suficiente para proporcionar um aumento na quantidade de calor e, consequentemente, a manutencdo do tamanho do grdo ferritico em alta temperatura, especialmente na regido superior da zona de mistura (2-5), cujas tempperaturas de pico s8o maiores ea velocidade de resfriamento é mais lenta. Por outro lado, tals regides no foram acompanhadas por um processo intenso de refino gros por transformacao da ferrita em austenita, a0 ponto de alcancar uma granulacio to refinada quanto ‘a observada na ZN, Este comportamento pode estar associado & menor densidade de contornos de gros para nucleacdo de grdos de austenita e 8 menor taxa de nucleacdo, dificultando 0 consumo do grao ferritico pela austenita em alta temperatura 44 para a porcao inferior, cujo aquecimento é menos intenso e depende somente do atrito com o pino da ferramenta, observou-se uma microestrutura extremamente refinada. Isto pode ser o resultado de um menor aporte térmico, o que possibilitou um maior efeito da recristalizagdo dindmica e a uma densidade de contornos de grios suficiente para a promosiio de uma maior taxa de nucleago de novos grdos de austenita e subsequente transformago destes grdos em martensita Contudo, o mesmo nio se aplica a0 aco inoxidvel austenitico AISI 30AL, visto que o mesmo é praticamente ‘monofésico da falxa de temperatura alcancada durante a soldagem. Ainda assim, um segundo mecanismo de refino de grio associado & recristalizagio é bem estabelecido na literatura para explicaro refino de gro na soldagem FSW. De acordo com Lakshminarayanan and Balasubramanian (2310 processo de refinamento de gro na soldagem por FSW pode ser explicado de forma simples com base no escoamento plistico e recristalizagdo dinamica \Vrios estudos tém demonstrado que o fendmeno da recristalizagio dinémica, causado pelo aquecimento devido a fricgdo da ferramenta contra a pesa, & 0 responsive pela geragdo de gros finos e equlaxlals [23.2434 Soldagem & Inspec0, 2015;20(4):467-478 475, Andrade etal ‘Com base na teoria da nucleaco em recrisallzagSo dindmica, materials submetidos a condigBes de deformago ‘a quente como na soldagem FSW, sofrem nucleaco preferencialmente nos contornes de grSo por um mecanismo denominado de formagio de colares sucessivos, no qual pequenos gros s80 nucleados em etapas que avancam do contomo de gréo para interior do gr8o original [5.31.0 processo de recristalizago dingmica ocorre por melo de dols diferentes processos em funcao de cada material: A recrstalizagdo dinémica continua, na qual novos gréos so desenvolvidos gradualmente pelo aumento da desorientagao entre os sub-grdos. 16 arecristalizacio dindmica descontinua, 0s novos grdos so produzidos por nucleacao e crescimento por meio da migracao de contornos de sro de alto angulo (36.37. ‘Assim, adiferenca de refinamento dos grdos entre 0 aco inoxidével austenitico AIS! 304L e 0 aco inoxidvel ferrtico AISI 4105 pode estar associado, em parte, a0 mecanismo de recristalizacio dinémica associado a cada rmicroestrutura, as quais estio associadas as ciferencas de energia de falha de empilhamento entre estruturas ferrticas e austeniticas [24333839], Materials com baixa energia de falha de empilhamento apresentam maiores distancias entre discordancias parciais, cuja recombinago por escorregamento com desvio (cross:slip) e por escalada (climb) em um plano de escorregamentoé dificil erequer grande quantidade de energia, oque dificulta a reorganizagao de dreas defeituosas. 14 materials com maiores energias de falha de empilhamento possuem menor efeito de repulsdo entre as discordancias parciais, tornando-as mais préximas e facltando a sua recombinaglo tem planos de escorregamento, facilitando assim a reorganizacdo da regigo distorcida do cristal (23,36 40), Padilla (¢1] destaca que materiais com baixa energia de falha de empilhamento produzem maior densidade de discordancias, maior uniformidade na distribulglo dentro do volume do cristal, maior energia de deformacdo armazenada, Este comportamento implica em maior capacidade de encruamento, maior resisténcia& fluéncia e maior susceptibilidade & corrosao sob-tensao, Logo, agos inoxidéveis austentticos os quais possuer baixa energia de falha de empilhamento estio sujeitos, ‘a0 mecanismo de recristalizagio dindmica descontinua. Em contrapartida, os agos inoxidavels ferritics, cuja tenergia de falha de empilhamento ¢ alta, a recristalizagio dindmica ocorre de forma continua, favorecendo significativamente o refino dos grdos e resultando em microestruturas notadamente refinadas. 4, Conclusées Com base nos resultados apresentados neste estudo referente ao refino de gro na soldagem dissimilar entre 105 aG0s inoxidavels AISI 410S e AISI 3041. pelo processo friction stir welding foi possivel concluir que: + A microestrutura do ago inoxidével AISI 4105, inicialmente ferritica sofreu uma intensa austenitizagao e subsequente transformacdo martensitica no resfriamento, resultando em uma mistura de martensita e ferrita na zona de mistura (2M), zona termomecanicamente afetada (ZTMA) e zona afetada pelo calor (ZAC). + As caracterlsticas do processo de soldagem FSW para o ago inoxiddvel ferritico AISI 4105 resultaram num refino de gro na zona de mistura (2M), zona termomecanicamente afetada (ZTMA\, especialmente na regio inferior da solda + Para © a¢o inoxidvel austenitico AISI 304L néo foram observadas alteragdes microestruturais relevantes, nem refino de gréo evidente, permanecendo o tamanho do gro nas zonas das soldas aproximadamente ‘© mesmo do metal de base. * Foi observado um gradiente de refino de gro para o aco inoxidavel frritco AISI 410S, sendo o refine mals intenso observado na por¢do inferior da junta, na zona de mistura + Aiferenca de refino de grdo entre os agos inoxidéveis ferritcos e austeniticos foi atribuide &s diferencas de energia de falha de empilhamento entre as estruturas de ambos os acos, afetando o fenémeno de recristalizagao dindmica, * Outro fator que teve influéncia sobre a granulometria final da solda no lado do ago inoxidavel ferritico {AISI 410 fol 0 fato da liga sofrer transformacio de fase no estado sélido, o que acarreta no surgimento de novos gros e, consequentemente, num refinamento da estrutura, 476 Soldagem & Inspegao. 2015;20(4):467-478 Microestrutura de ume Solde Dissimilar entre o Ago Inoxidével Ferritico AISI 4108 e o Ago Inoxiddvel Austenitico AISI 304L Soldado pelo Processo FSW Agradecimentos Os autores gostariam de agradecer ao Laboratorio de Engenharia de Soldagem da Universidade Federal do Ceara e ao Solid State Joining Process / Helmholtz-Zentrum Geesthacht (Alemanha) pela infraestrutura para a realizagio do trabalho. Ao CNPq pelo financiamento da pesquisa e concessdo de bolsas. A FUNCAP/CAPES pelo incentivo a cooperacdo internacional. Os Autores agradecem a Central Analitica-UFC/CT-INFRA/MCTI-SISNANO/ Pré-Equipamentos CAPES. Referéncias 0 e a @ a m1 oT bl bho} bay 2) 3} ‘SmithWF. structure andpropertiesof engineering alloys. New ‘ork: MeGraw Hil 1993 LUppoldc Koteck DL Welding metallurgy and weldabilty of stainless Steels. New lersey: lon Wiley & Sos; 2005, LIK, LOR, Shek Ci Sania steel anintroducton and thee ‘econ developments. 1st ed, Srusses Bentham Socks 2012 Antunes PO, comes 0, arbota Riva EM, Paha dF, Guimares Pe. tect ofeldmetalenemisty on stess corrosion cracking behavior ofABSI44@fericstainlssatel weldmentsin boing horde solution. 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