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Para uma comunicacao eficiente, s necessério ordenar as idélas. Primeiro, fazer uma previsio do que seré exposto e planejar o itinerério a seguir, com ponto de partida e de chegada. Depois, desenvolver o tema por partes e concluir em poucas palavras. ido Boaventura apresenta as minticias dessas etapase de um plano de exposigao. Edivaldo Boaventura é livre-docente em Educagio pela Universidade Federal da Bahia ¢ pela Universidade de Québec, no Canadé, ¢ doutor em Administragéo Educacional pela Universidade Rstadual da Pensitvénia, nos Estados Unidos. série QD rincipios 128 Edivaldo Boaventura Como ordenat as idéias . conduzir por ordem os meus pensa- ‘mentos, comecando pelos mais simples e mais féceis de conhecer, para subit pouco @ pouco, como por degraus... Descartes 1 Introducgao A arte de bem exprimir o pensamento consiste em sa- ordenar as idéias. Ordem que dé clareza a toda comu. nicagao. E como se ordenam as idéias? Fazendo a previsio do ue se vai expor. Da reflexdo, passa-se ao plano. Elaborar o plano é fi- xara ordem do desenvolvimento da exposi¢&, uma vez que le ndo € outra coisa sendo previsdo. Dispor as idéias de ma- ue se tornem um instrumento eficaz para o expo! © plano é 0 itinerdrio a seguir: “um ponto de partid: de se indica 0 que se quer dizer, e ‘um outro de onde se conclui. Entre os dois, hé as etapas, isto é, “as par- tes”” da composicao. Construir o plano é, em iiltima analise, estabelecer as divisdes. O segredo de toda arte de exprimir consiste, para Jean uitton, em dizer a mesma coisa trés vezes: Partindo dai, eu ensinava aos meus alunos que o segredo de toda a arte de so expressar consiste em dizer @ mesma coisa 38 vezes. Anuncla-se; desenvolve-se;f , resume:se ppoucas palavras. Em seguids, passa-se a uma out meus alunos daquela época transfermaram estas re ma cangéo: z-se 0 que se tom a dizer tema é de todos, mas o plano é de cada um. Ea con- tribuigdo pessoal. Dizia um aluno, expressando o que havia de seu, em trabalho escolar: “— Professor, de meu, nessa Prova, s6 existe o esquema’” Assim é o verdadeiro plano, trabalho original. ‘Ninguém, como os franceses, soube estabelecer as re- gras para ordenar o pensamento. Descartes ensina: “ duzir por ordem os meus pensamentos, comegando pelos mais simples e mais faiceis de conhecer, para subir, pouco a pou- co, como por degraus (...)”” André Maurois indaga se existem métodos que peek ‘tam ao homem conduzir seus pensamentos de tal maneira, seus atos, em sua continuidade, encontrem camino fill entre 0s seres € as coisas. Essa reflexio sobre a arte de exprimir em ordem os pensamentos nasceu na Franca, B uma questao de método. Mas, para que ordenar as idéias? Todo aquele que tem algo para dizer deve saber es- quematizé-lo. Plano para tudo, pois “tudo depende do pla- no”, segundo Goethe, E Obvio que, em todo trabalho a ser feito, um plano é necessario. O arquiteto faz a planta antes de construir a ca- sa. O empresério projeta a indiistria que ve tado programa a ai deve-se antever, refletida e metodo- ai comunicar. 6 itil quer em razdo da comunicagdo, quer por motivo pedagégico. Quanto & comunicacao, ¢ possivel demonstrar que, pe- 10 plano, 9 escrever, as dificuldades depressa comesam a surgir. Sem pla- no, ha o risco de se perder sem se aprofundar em nenhum aspecto e pode-se acabar por fazer um trabalho superficial. , eis a primeira recomendacao: 0 plano traz clareza 4 exposicao. A utilidade do plano é inconteste, so- ipo'de comunicago, como a prova, a pre- Ho, a aula, o discurso, a conferéncia, 0 relatdtio,.o artigo. Se hd um tema para tratar, como arrumar as idéias? Percebe- tratard a seguir: pensar nos pressupostos e nas questdes pré- vias que ajudam a ordenar o pensamento. Primeiro pensar, para depois expressar. A auséncia do plano implica rep. 40. B quem a suport entalmente pronta, sev @ haver sequer, materialmen- iciado, Feito o plano, estd pronta a estrutur: Elaborar o plano é simplesmente prever 0 que serd comunicado. Acrescente-se que construir o plano & encon- iar as combinagées buscar as partes do tas que se amavam: “Eu procuro as notas que se amam’ Laboriosa e pequena agonia ¢ fazer e refazer o esquema: risea-se; anota-se; rasgam-se folhas de papel até aleanar “o ‘Bonito da possibilidade”, de que falava Retz. ~~ Refletindo acerca da previsio do que se vai anun observam-se pontos que precisam ser definidos logo no i cio, outros que devem aparecer no corpo da exp. guma coisa, finalmente, deve ser dita para con staré harménico e prftito se howv Antes de tudo, convencer-sé da necessidade de dizer 0 que se vai expor. Em primeiro lugar, anunciar o assunto. B 4 introduclo: o $84 papel € colocar o temas Uma ver prometido, desenvolvero tema nor partes. A reflexdo inicial fornecen os aspectos principais e, ao se fir- mar neles, deve-se construir as partes da comunicaga. Por titimo, que haja « preocupagdo em deixar alguma coisa de tudo 0 que se disse, Saber marcar, Resumir em pou cas palauras,em-um-sétraco, Fa conclusio. Em trés partes serd exposto como se ordenam as ou se organiza um texto. E, também, a aplicagao do plano em exemplos, como fez Leon Fletcher. Formato do plano da exposicao Introdugo — 0 amincio do ten 2. Corpo da exposi¢éo — o desenvolvimento por o — o resumo marcante, 2 O aniincio do tema sroduedo. Ao se receber uma ea porta, Da mesma forma, ‘A introdueo encerra, implicitamente, toda a exposi¢ao, de como sera desenvolvida, Para tal, ela precisa io. Acender os flashes principais da exposigo, pres- tando atengdo para o ponto de partida. Preparar-se para a ‘marcha inicial. Nao se comesa viagem sem se saber 0 destic no; fazem-se provisGes e previsOes; avisam-se os ami convidar. Mas para que se possa pensar ‘“o que vou dizer” preciso haver rei sobre o assunto, pois anunciar pressupde reflexdo prév cero jf prevenia: jo causa, E 0 exdrdio que dé ums he serve de recomendagdo; é preciso pois, logo e ganhe os auvintes. 2 Refletir antes de anunciar ias? Antes de tudo, &ne- pi a partir do enun- ciado. Para tanto, aj em descobrir 0 alcance, implicacdes e limites do tema central. Entranhar-se nele e possuir 0 seu sentido até que ele se torne absolutamen- ir a exposicdo, como os sinais de trAnsito orien- tam 0s motoristas. Saber reservar essa parcela de tempo para © trabalho inteiramente mental, mesmo antes de expressar qualquer palavra ou denotar qualquer ponto. E uma santa vagabundagem mental, o penoso caminho de ida a fonte pes- soal. Deve ser um suspense. Desligar-se de tudo € concentrar- versio que antecede a expresso. A Busca das idéias é seme- Ihante ao trabalho do mineiro que extrai o carvaio nas galerias. Feita esta escavacdo mental, esperar que os pensamentos aflo- rem: eles vém como chuva, ora de vez, ora aos pingos. Con- tudo, chegam sempre desordenados. Aparé-los, recolhé-los, junté-los e anoté-los tal como surgem é “a arte de inventa- riar 0 capital de nodes iteis que trazemos sempre tamente, em nés mesmos”, afirma Ducassé. “Antes de Nessa busca interior da mente, proceder & colheita e de- pois a escolha. H4 0 que reter, o que aprofundar eo que aban- donar... Ha idéias principais e secundérias. As que centralizam ¢ as que ilustram 0 assunto. O estudante deve toro daquelas que poclem fazer girar 0 tema cen- ias principais sero as vigas da futura comunica- ‘eH; elas sto os embrides das partes da composicao. Dai Porque so poucas, duas ou trés, no méximo. Uma casa é coberta por vérias telhas, mas as vigas de suporte so poucas e fortes. Do recolhimento & selego, vai surgindo a ordem: via real, do simples a0 complexo, do conhecido ao desconheci- 13 do..., segundo Jean Guitton, O assunto vai sendo arruma- encadeamento dos pensamentos engendra o plano, que serd to pessoal quanto for 0 esforco interior eto auténtico quanto for o atrito mental. 0 atrito é a condigio do nasci- mento. Do interruptor que se liga, vem a luz. Da mente que reflete, que correlaciona, surge o plano — pequena centelha da criagio. A fungiio da introdugao Autores 0s mais diversos salientam 0 papel da introdu- he parte da leitura, por- pensamento que orientou Os receptores, ow ‘o sentido geral do tema, Nao esquecer que se est mum mundo de multiplas solicitagdes e atengSes que, de repente, ‘convergem para 0 autor, para o que esté dizendo ou escre- far a entrada, a intercomunicagao, elu- cidando 0 que se vai dize da redacdo é a de elucidacio do assunto proposto, diz Ducassé eluidasdo que prepara odespertar 8 “ a pel ada, a nfo ser a submissdo a0 objeto”. _— ‘Antes de precisar os requisitos da introduco, indicar- -se-4 como aprender a arranjar as idéias ¢ a conceber um mo- do de ordené-las. indo, com Descartes, como ‘formar’” este com que frre um mito, pele aual me parses, tenho ego sumer gradvalmento, 0 meu conhocmento ede “ —— ee elevar, pouco @ pouco, ao mals alto ponto a que a mediocrida dde do meu espirio ea curta duragéo de minha vida Ihe "ao cheger, E 0 proprio Descartes que fala. Para quem procura sis- tematizar a experinca, extraindo o que a vida vai general zando, quem busca ordenar a sua razdo a de considera que as questées de método sto as mais importantes, Hi um afon tismo de Nietzsche que nto deve ser esquecido: “As verda: des mais preciosas so aquelas que se descobre jas verdades mais preciosas si métodos"™ pessoa ird sempre se deparar na vida éom situag6es em que sera imperioso pensar, ordenadamente, antes de far Jar ou escrever. E, muitas vezes, ndo saberd como faze-lo, hnem tampouco teré conhecimento de que existe una mane, ra sistematica de arrumar as idéias. Ao fazer o primeira com. curso, por exemplo, 0 candidato pensa pouco antes de compor. Elabora um esquema simplista e primario, pots preocupa-se mais com o contetido do que com a maneite de expor. AOS poucos, vai-se aprendendo, no iboratério pes- seal, que antes de escrever é preciso pensar an- tevendo tudo. Se uma prova dura seis 1oras, gasta-sé mais de uma em refletir. Remexer a mente. Concentrar totalmen, te espirito. Anotar o que vier & cabeca, Ao cabo de algem tempo, sintetizare reuni tudo em partes. Eis 0 que étentar fazer planos sem perceber que hd um stodo para isso. zer planos sem saber, & semelhanca do célebre Personagem de Moire, Monsieur Jourdan: “era como M. Jourdan, es. crevia prosa sem 0 saber" Hovia um seminério, na Universidade de Pars, para en- sinar estudantes estrangeiros a fazer 0 plano da prova, O pro. fessor dava o tema para reflexdo e para se tracar 6 plane Expunha-se em aula ediscutia-se; com esse ensalo de ac -etro ia-se aprendendo, Nao é f to sobre o assunto, pois asstematizapao do pensamento é algo 15 inerente ao préprio espitito franc8s, dai a dificuldade. No caso brasileiro, existe um livro que ensine a jogar futebol? Apés algumas reflexes, vai-se aos poucos desentravando dos li- vros 0 material procurado. Os franceses sfio mestres no oficio da arte de pensar € do cultivo do raci deixar guiar por Descartes, no cléssico todo, lendo, pelo menos, a segunda centreter-se com os seus préprios pensamentos, Além de Des- cartes, deixar-se acolitar pelos modernos; entre eles, Sertil- Janges, em cuja obra, A_vida intelectual, o interessado aprenderd as condicdes e os métodos de reflexio; Jean Guit- ton, em O trabalho intelectual, aconselha aos que pretendem escrever a pensar, a colocar em ordem notas e sugestdes e a tragar o plano de trabalho intelectual. E como obra di ciagdo, para se tornar um afeicoado ou um especialista do pensament lum trecho de Arte de viver, de André Maurois: *( como se regula hoje a circulacio dos ‘Yeiculos, os homens tentam regular a circulacdo das palavras. Eo que chamaram, mais tarde, de . Todo aquele que medita sentird a necessidade de conhe- cimentos menos cientificos talvez, porém bem mais profun- dos. F 0 nio se contentar com a altura ri da cigncia, é buscar imy além deles. igo. E 0 descobrimento das 5 0 despertar xpressando, talvez, seme- Ihante atitude, considera que a filosofia “(...) deixa de ser uma igo que se aprende, como era costume na Escoléstica decadente, para ser uma meditagio pessoal, ¢ a cada um & pedido que, por sua conta, a refaga”, Foi assim que nasceu esta reflexdio. O cot a refletir sobre as condigdes prévias da comunicacao veio a0 encontro de um intenso desejo de transmitir esta experién- cia de ordenaco do texto e da fala, 0 Como se faz, entio, uma boa introdugdo? Quais os re- uisitos? So os elementos de uma futura teoria do antincio. Para bem elicidero asst, detrminados requis tos a preencher que do vida the sean eos teressam a quem escuta. Ei possivel iniciar sem definir 0 as- ‘sunto? Sem situd-lo no contexto? Sem despertar a atengao? ‘Sem indic ipais? Um profesor, a comenar os panos dos alunos i- : “Na introdugdo, define-se a questo, mostrando-se 0 ob. Jeto, situando-se o problema, despertando o interesse e decompondo os damenor” Ness hae ee of basics da inwocinte, Annuncia-se o assunto da seguinte maneira: irame te definese a quesao e depois indica seo camino a sou Esser dois reqlstosdefnstosgdigae eso elie as Todavin, quando tas comporta rfrtcia ca ou ower necasidade dest ines eens Sc aaloge aaa Siicaia aun comme tere eee vs dgnentar nortan outs prin dose ; rodeskas atengto dene on Sra indicacao —e dois acidentais — sence scent siato, adda do assunto: Ao protien von a0 aeee ee questo, uma vez que leitor ou 0 0 wuvinte quer 1 uestbo, ‘quer saber do qui Para que a idéia geral possa ser entendida, precisa ser expressa de maneira exata, dai a necessidade de se definir 0 objeto da exposigdo. A idéia deve estar clara na ment para que possa ser oferecida aos receptores. Escolher os ter- ‘mos que a encerram, pois “a primeira pancada é que mata a cobra”, Um professor que trabalhava com esta técnica ava “dar uma idéia geral, encerrando 0 assunto ir-se, delimita-se, Dentre os muitos aspectos por que se pode tratar o assunto, escolhem-se alguns © circunscreve-se ai o Ambito da exposigao. Q tema central é desprezar 0 que dele se afasta. A torna-se necesséria sobretudo nas de suma importancia aj pesquisa investiga apenas a sdbia ligdo de Capita as nogdes necessérias para poder entrar, em seguida, sem di- ficuldade, no coracao do assunto”. O essencial é fornecer a idéia precisa e delimitada; en- , quando o assunto comportar referéncia de ordem © que & sempre possivel, torna-se aconselhavel ria, na pai- sagem geogréfica ou na discussdo teérica, sem se esquecer de que o tema ocupa lugar na dimensao espacial ou temporal. ‘A trajetéria historica é colocada apenas porque ela for- nece luz para o desenvolvimento global do tema. Atencao pa- ra as longes introduces histéricas. Nao olvidar que “a hist6ria justifiea 0 que se quer’, segundo Paul Valéry. O que interessa é o estudo sistematico do tema. Bvidente que, se a composigao é de natureza histérica, toda ela sera realizada dentro desse ponto de vista, como se verd no cap\ j ‘Se o tema é controvertido, que se faca, com brevidade, um apanhado das discussées. Excolhido o assunto, deve-se saber colocé-lo, Nada vi- ve isolado, tudo tem o seu ambiente. A motivacao do tema é de capital importancia, mor- mente nas comunicagdes orais, havendo o empenho de de- ‘monstrar a importancia do assunto ou o seu interesse prético, Naintroducdo, hi muito de convite. Cabe atrair a aten- ‘so desde 0 comeco, colocando-se uma pitada de tentacio bara induzir A Jeitura ou 4 audiefo. A introducao deve ser -como a isca que se mostra fascinante para atrair e pegar. Guzir 0s receptores no ponto de partida, para viajarem tos em toda a exposigdo. Para prender é preciso despertar. E despertar sobretudo uma impressiio favordvel. ‘Como despertar o interesse? "Nao diga que questo al- ‘guma é mais capital ou mais apaixonant tre, a fim de que se ligue ao seu desem . que o assunto merece ser examinado”, E uma prudente recomen- dagdo do mestre Mazeaud Pode-se motivar especialmente pela atualidade, A atua- lidade presente e a eterna atualidade dos classicos. Impor- tante pelo interesse teérico, como pelo pratico, funcional, profissional e politi Acerca da motivagao na exposio oral, André Couquet, interroga: Que fazem os publ Procurar ter um pouco da vivacidade do camel6 ow do vendedor ambulante das pracas com empatia. Comprometer 0 auditério com 0 seu ponto de vista. Jé.a motivacdo, na exposicio escrita, é mais um proble- ‘ma de convencimento I6gico, Mostrar por que 0 assunto me- rece a atencdo do autor, quais os motives ¢ por que se foi levado a tal. Algo ainda falta para completar a introduc&o: indicar as idéias centrais, » ‘Quando jé se tem uma idéia do assunto, precisa-se co- ahecer 0 caminho a seguir. Dar-lhe a rota. Tanto a reflexdo como o estudo possibilitam as inferén- cias ¢ as idéias-mestras sobre o tema. Nao esperar 0 desen- volvimento para expd-las. Os pontos mais dedugdes maiores devem ser expressos de i do aqueles pontos considerados basicos e que dao o tom ao los logo no inicio. Fornecer 0 fio condutor sem permitir que adivinhem 0 que se quer di- i @ exposiedo e qual o caminho que seguird o plano é 0 mais important ‘A introdugto encerra a ex ma, sua erisélida. Mostrar as idé decomposisao dos elementos, para se introdugao deve ser plena e copiosa de indicagées sugestivas. Fazer tudo de maneira co lo claramente, com énfase ¢ com certa dose de solenidade. A solenidade faz parte da economia do antincio, O fim da introdugdo € 0 momento préprio. Fazé-lo enfaticamente e em oucas palavras, . Tenha idéia do tema, Entre nele, Esteja na at- mosfera, para, s6 ent@o, poder segui-lo. Na literatura, hé o enredo do romance, mas em uma exposigéo universitaria, (a necessida iretrizes ¢-0 pla ng/ Um trabalho no é um conto policial. E obra de sistema € reflexdo. Caso se vé falar dos “‘Efeitos da aboligao da es- cravatura no Brasil”, no fim da introducdo comunicar que o assunto serd tratado em duas partes: ira parte — A Abolicdo e as relagdes de trabalho. * Segunda parte — A Aboligio ¢ a instabilidade do regime 20 politico. Abordando “O papel do Estado no desenvolvi- mento do Nordeste”’, no fim da introdugfo deveré constar: * Primeira parte — O Estado coordenando os seus recursos. * Segunda parte—O Estado incitando as ini © amtincio do tema. ia geral do tema, ‘uar na histéria, na teoria, no espago e no temp * Motivar para prender a atencao. * Fornecer as idéias diretrizes. ‘+ Anunciar 0 plano. O item exemplificativo que se segue aclara o que foi vis- to até agora. Hé todo um sentido altamente pedagdgico no exemplo, levando a passar dé it iva em cada capitu- lo. Néo basta dizer como se faz; & preciso fazé-lo. © exemplo a ser considerado — “O papel do setor pii- ico no desenvolvimento do Nordeste"” — trata de estudar interveneao ordenada na principal érea-problema brasilei- ra. Foi uma exposicio apresentada na Franca e nela aplicou- -se esta metodologia. ‘Nido interessa o contedido, e sim a maneira como f nejado; logo, aqui o que importa é a maneira como foi ela borado. Conforme o apresentado neste capitulo, depreende-se que ela deve permitir: © fornecer a idéia geral do tema a ser transmitido; « situd-lo na histéria, na teoria, no espaco, no tempo, quan- do possivel ‘© motivar 0 assunto para prender a atenc&o, sobretudo na comunicagao 0: ‘dar as idéias diretrizes e anunciar 0 plano. Aplicando ao caso, inicialmente sera dada a idéia geral do assunto: a regio ¢ 0 setor pliblico. Bis os principais tre- chos da introdug: odendo-se subetituir a nogéo tradicional dos Nosso objetivo ser, pois, estudar uma dessas regi ‘Serd observado 0 papel desempennado pelo se- Procurou-se situar 0 assunto no contexto geogritfico, comparando-o com os niveis de renda do pais: A situagdo googritcn Fora da dvisto dos Estados-membros da Federago,pode-se nitro om cinco regdes, segundo oo. dotade pelos organismos regions de pianclamento: 2) regio Nordeste (els algumas cifras ~ st- partlcl de 1600 000 kn Populagdo de mals Ge 80000000 de Para motivar, numa exposi¢ao oral sobre 0 Nord: pode-se atentar para as disparidades de renda entre as regides. Indicaram-se as idéias diretrizes, tais como 0 aument a presenca do setor privado na programagao; em seguida, foi sugerido o itinerdrio — o plano — em duas partes. O trecho seguinte demonstra a indicagfo aludida: Procurando of fa parle — A ago do Estado na coordenagao dos seus ‘Segunda parte — A apo do Estado na Incitagdo a Invest A introdugao do exemplo dado se resume, esquemat nos seguintes itens: papel do setor piiblico no desenvolvimento do Nordeste 1. Introdugo. © A regio eo setor piiblico (idéia geral do tema). © A situagio geografica (situagdo do assunto). * As disparidades de renda entre as regides (moti- vacdo, idéias diretrizes). * A acio do Estado na coordenago de seus recur- 0S € na incitago ao setor privado (amtincio do plano). 2 ‘© mesmo exemplo serd utilizado & proporeao que capi- tulos forem sendo desenvolvidos. ‘Terminada a introdueao, sugerido o plano, passa-se a0 desenvolvimento por partes. Posteriormente, deve-se sinteti- zar tudo num resumo marcante. Estardo al as trés partes pa~ ra uma boa exposicio. 3 O desenvolvimento por partes desenvolvimento do corpo do assunto deve ser feito por partes. Dividir 0 assunto como se dividem as dificulda- Ges em parcelas, para torné-lo mais comunicativo. Esta é @ ‘mais importante e fundamental de todas as recomendagOes, Descartes, na segunda regra, aconselha: ‘“O segundo precei- to é dividir cada uma das dificuldades que tivesse que exami- nar no maior mimero possivel de parcelas que se tornassem necessérias para melhor resolvé-las"”. A decomposigao como condigao da compreensdo CO enunciado do tema encerra um mundo de sugest6es, mas, pela reflexdo, deve-se eleger o que interessa, ¢, em tor no disso, centrar o ponto de vista. No caso de uma exposi- do, decompor os elementos do tema. E a anélise que antecede a sintese. Ha intima relag&o entre compreensdo e decompo- sigdo, Para compreender é preciso explicar, e s6 se explica, realmente, decompondo, Ha mais necessidade de ser com- preendido, claro, do que ser ‘“profundo”’. E quanta ‘‘pro- fundidade”” que nfo é sendo confusto. Bsta regra de Jean Guitton é magnifica: “Para se fazer compreender & preciso, pois, decompor, tanto quanto se possa dizer apenas uma coisa de cada vez”. Dizer coisa por coisa, parte por parte, sego por seso, pardgrafo por pardgrafo, ponto por ponto. Expressar uma idéia de cada vez. Emitir uma opinigo, depois outta, Destrin- car o pensamento. Tracar o plano de trabalho e escrever & estabelecer as divisdes. oportunt repetir 8. Mateus: “Deixai crescer uma e ou- é jempo da ceifa direis aos segado- res: Colhei primeiro a cizania, e atai-a em molhos para a queima; 0 trigo, porém, recolhei-o no meu celein Aproximagao do plano definitive Evidente que no se encontram as partes subitamente, uma vez que aspectos novos surgem e relagées aparecem, e, sobre o mesmo, ir trabalhando. Se jé existem as idéias do tema, umas vo dominando as outras. Denunciam-se as par- cia-se o primeiro esbogo. Ao comecar uma tese, por ndo se pode, de pronto, tragar um plano definiti- vo..O plano provis6rio servird para delimitar 0 assunto em estudo. Recomenda-se, entretanto, desde o comero, pensar s para estabelecer as partes da obra a ser elaborada, plano definitivo surge & proporeao que o trabalho se desenvolve — pesquisas ¢ reflexes modificam 0 esbogo, des- locam matérias, invertem o que estava, momentaneamente, estabelecido. Quando tudo houver entrado no esquema, com ordem, propriedade, unidade e equilfbrio, o plano vai-se con- figurando. Chegando neste ponto, parar e esperar um pouco para assentar melhor o que foi produzido. ‘Quando se pode afirmar, verdadeiramente, que o plano foi estabelecido? Responde Ducassé: tentre 0 con} tire sous diversos aspectos. ido satisfaz ao modo de encarar 0 assunto. Certo, no ‘de conseguir um “plano absolt ‘yardadeiro plano”, ou um “*inico plano”. Néo ‘pa planos mais ou menos bons; ito. Ha plano relativo 20 as- convém a determinado propésito. Ha pl a como, planos pensados ¢trabalhados que contém as idéias Gesenciais. © mesmo tema comporta varios planos. "aonde leva a redagao com um bom plano? Responds ainda Ducassé: \de & preciso Ir, nos faz pas ‘0 caminho que #6 deve 8e- mado, para ser compreendido, para (que nos léem, nos escutam ou participam de nossos trabalhos. © tempo ¢ 0 objetivo da exposicao entram no Process) de elaboragio. Um plano de prova nfo é 0 mesmo ae 0 Cima tese. Aquele é um ordenamento etm poucos minutos, &m tgue se prevé o que dizer em duas partes. O da ese rah! ae go periodo e passaré por varios estégios. Uma infos- magao pode ser dada em poucos instantes, ma Gemanda um maior periodo de tempo. . ‘No processo de elaborago, parte-se do esbovo i que, com tempo, reflexdo e estado, vaisetransformando, chegar ao plano definitivo. - ‘Depols dessas ponderapées de decomposiso ¢ de ela- ‘cerne do capitulo: mostrar como s€ Pro um relatério oragéo, entra-se no i ivi. , cose ‘Se a divisdo do assunto € 0 que ‘ha de mais importante: nestas indicagées, maior atengao serd dispensada a0 proble- ma, Em quantas partes se divide o assunto? Como se Qual a légica da divisdo? Como encontrar o eq partes? A quantidade das partes Dividir é distribuir um todo em suas partes. Hé tan- 108 tipos de divisées quantas espécies de todo. O corpo do assunto pode conter duas partes, no minimo, ou trés, no mé- ximo. Todo tema tem dois ou trés grandes aspectos. sempre no plano em duas partes, por ser mais acess plano em duas partes é mais cémodo e mais facil por- ue basta opor a segunda a primeira. O bom-senso indica, afirma Ducassé, que sao necessarias, ao menos, duas idéias ou duas asseredes para serem ordenadas, a fim de que se ex- Perimente a necessidade e se tenha a possibilidade de dispé- las segundo uma ordem significativa. Pode-se hierarquiza- -las ou colocé-las no mesmo nivel, com introdugdo que pre are e conclusio que resuma o resultado ol Com trés idéias ou trés afirmacdes, continua Ducassé, © esquema se complica. Entre a introdugio e a conclusio, as tr@s partes podem constituir simples enumeracdo 0 rarquia a trés termos ou, ainda, preparacfo de uma estrutu- ra mais complexa. Deve-se fixar o plano em duas partes, Todavia, para que assim se possa quantificar, & preciso ter bem definidas as idéias principais. Ea reflexdio inicial que fornece as idéias aprofundadas as partes do plano. Nao dividir é considerar tudo dentro da mesma hierarquia — questées principais iguais @ questdes secundérias, Para bem dividir é preciso que se te- nha pensado previamente e bastante sobre o assunto. A ques- {io considerada mais significativa deve ser colocada na primeira parte, 29 ‘Ha correlagfo entre a divisto ¢ a importancia da obra a ser realizada. A diviséo em duas partes é o mimero ideal para provas, teses, ensaios de cunho universitério e artigos, A divisfo em trés ou mais partes € reservada para grandes obras, verdadeiros tratados, trabalhos que cobrem todo um ramo de conhecimento. Henri Guitton dividiu o seu Flutua- (¢Ges e crescimento econdmico em trés partes. Trata-se de obra em quatrocentas paginas. Note-se a légica nessa divisio: © Primeira parte — A observacio dos movimentos eco- némicos. * Segunda parte — A explicagdo dos movimentos eco- slo. O excesso de divisdes impede que se possa seguir o de- senvolvimento, e para segui-lo é preciso guardar o plano < 6 jstes no deve dis. sempre presente na meméria. \As subdivi air a atenco do leitor do tema principal, sugerindo-Ihe ou-) tes, é preciso, em seguida, esmiucar. A minudéncia corres- onde & busca dos elementos que integram as partes. Partir, nJlo da enumeracdo para a mintcia, mas desta para aquela. Aceste respeito, ¢ oportuno lembrar a quarta regra de Des- cartes: “fazer, a propésito de tudo, recenseamentos to com- plexos ¢ revisdes to gerais, que me sentisse certificado de idir € um pouco classificar; ao pormenorizar, nao © que tem relagao significativa com o tema cen- luas maneiras de representar as subdivisdes: a clds- los ete; a modemna, a numeracao ica ou tradicional comeca com as partes e vai até indiscul * cada parte se dividird, se necessario, em titulos; entretan- to, a reparticao em capitulos seré suficiente (um dera ter as partes divididas somente em capiti cada capitulo 4 em secdes; * as sepdes se dividiréo em pardgrafos; * conforme a necessidade de desenvolver as idéias, os pard- grafos poderaio comportar indicagSes de miimeros romanos ou ardbicos, ou de letras mahisculas ou miniisculas. Fa li- eGo do mestre Capitant. Todas as subdivisdes devem ser rubricadas ou titula- das ‘‘com formas curtas ¢ bem cunhadas”. Quanto a outra maneira de representar as subdivisées, imeracio progressiva (..) aplica-ee & redagéo de todos os tipos de documentos: (Wormas brasileiras em docu Bastam duas partes para o desenvolvimento do corpo do assunto; mas como estabelecé-las? Como dividi-las? Bis a questo. ‘A melhor maneira de dividir 0 assunto 6 opor as partes. Se as duas se opGem, tem o desenvolvimento um desenrolar com vida e ldgica. Para Mazeaud, “(...) fo os ramos da idéia geral que devem dar a trama. E tudo estard perfeito se esses dois ramos se opdem”*. 3 {Bncontrar duas partes que se oponham ¢ ter achado a maiira mais completa de apresentar 0 assuntof Ai o tema jon aconselha a instalar em enga para nos contradizer. ‘Coloque-se essa idéia de oposi¢ao em exemplos. Mazeaud cita 0 caso do patrio poder. Ele é, ao mesmo tempo, poder e de- ver, comportando direitos e prerrogativas, como também obrigagies e encargos. Assim, um bom plano por oposigéo © Primeira parte — O patrio poder domporta direitos. + Segunda parte— fas ele opppnta, tame, qorieap Tr curso de eatin Batic at Unveseaice rede. ral da Baie, fot etabelecia a sguinteoposieo na exohi- 40 dos sistemas econdmico: Primeira parte — As limitagSes do planejamento na eco- nomia capit ‘© Segunda parte — O papel reduzido do mercado na econo- mia coletivista. ‘Ao tratar das associagdes de classe, os sindicatos, pode- -se pensar no seguinte plano: Primeira parte — A associacao dos empregados. © Segunda parte — A associagao dos patrdes. por oposigdo, pode demamente, pode ser vista de que cada vez mais ela se desmaterializa; no entanto, ela interessa ao financiamento de operagdes econémicas. Com idéias, é possivel tragar um plano por progressio, da seguinte maneira: «© Primeira parte — A moeda na perspectiva das operages bancérias. ‘© Segunda parte — A moeda na perspectiva do finan- ciamento. Foamas De ORGRUIRACHO DE CAN TULOS peg = aps ‘Quando hi esforco de oposieio ou de progress Ho caracteriza-se pela légica, pelo espitito de sistems tanto, quando nio for vidvel a dvisao por © recurso de “‘mascarar” a divis Bnfim, acerca dos critérios de divisio, o mais aconse- ‘or plano? E o plano Idgico ou as pr to quanto possfvel progressio ou Oposi¢ao. Tipos de divisées vitandos Hi certos enunciados que parecem sugerr o plano. Ore. © Plano é sempre um esforgo de coordenaelo, de ordenemmen, «de concatenaeii, Conseqient i 1do enseja fazer trabalho reflt de de repeticao. Prepara-se urn plan reza e lpia. Repetir seria frustrar 0 escolher um plano que obr Em tema geral, evtar fazer referencias particulates em 3 Segunda parte nao deveria consistir n0 caso 4g i Vamtaeens desvantagens. Muitas vezes, o enunciado 4 a impressao de que contém a divisio, O expositor deve evs, 3 tar sempre a divisio Fécil, procurando fazer o plano e desco- brindo nele préprio as partes. Isto ocorre com os enunciados sob a forma de vantagens e desvantagens. Colocar na primeira arte as vantagens e, na segunda, as desvantagens é por de- ‘mais vulgar, ndo reflete esforco e expée a comunicacio a du- plicagdes. Ora, segundo Mazeaud, ‘plano é divisto; aqui, entretanto, nao se dividiu. O plano deve ter diviséo, porque nem o leitor, nem 0 auditério suportam repisamentos"’. Se a suposta divisio do enunciado for a adotada, nao houve a composigio de um plano. Nao deu o autor a sua contri 0. Afastar sempre o plano que, & primeira vista, parece in- duzir & divisdo. IIL. Comparagdes. O assunto, as vezes, vem sob a for- ma de comparapao, entre dois pafses, duas instituigdes ou dois tro na segunda, deixando as dessemelhancas para a conclu- so, é por demais comodo. Ora, o plano é obra de esforco € de reflexéo. Num tema como esse, todo o trabalho deve ser de comparagdo. A idéia de comparagio envolve todo 0 plano. Ao elaborar o plano de um tema enunciado sob a for- de comparacdo, Mazeaud aconsell ) busques as ias gerais que governam a comparago ou os pontos prin- cipais sobre os quais a aproximacao das duas instituigdes apre- senta interesse © construa sobre esses pontos o plano”. Um exemplo: “0 Brasil e a Argentina’. O plano vul- gar colocaria o Brasil na primeira parte e, a Argentina, na segunda, Todavia, procurar ver o que hé de geral e de im- Portante nos dois e em torno disto preparar o plano. Apli- ai de origem portuguesa e a Argentina é de formago espanhola, o que jé Embora ambos estejam no mesmo contexto » pode-se colocar: * Primeira parte — A formacao luso-espanhola do Brasil e da Argentina. aM * Segunda parte — A posicdo argentino-brasileira na Amé- € que o divéreio rompe 0 vin- culo conjugal, enquanto a separacio de corpos (que corr onde ao desquite) acarreta, tdo-somente, o relaxamen desse vineulo, Além do mais, € po: converter a separacdo de corpos em divércio, o que permi indagar se a separacio de corpos nio € preliminar do div cio. Essas duas idéias — o corte do conjugal no di- v6rcio e a conversao da separacio de corpos em di podem ser desenvolvidas cada uma em sua parte. Assim, dispde-se: " + Primeira parte — 0 avércio tem efeitos mais extensor do ne separesdo de corpos + Segunda pare — A sparagto de corposconduz ao vireo, Loge. quando acompariio for eta, procurt ayia serais que governam os dos clement ¢ os pons pinch Pais de aproximapao, sem enqucer que a comparacto deve fnformar todo 0 plano TV. Causaseconsea nis, Sitar semelhante&com- paracdo€aquela em que oasunto dé margem ao erame ds causas ¢ das conseqiiéncias. Deste modo, colocam-se as cau- sas na primeira parte es conseqiénlas na sesund, deve. do todo o plano ser nfeixado pela ‘emia Exempl: Er pode-se organizar 0 seguinte plano: * Primeira parte — A Abolicdo e as relagdes de trabalho. * Segunda parte — A Abolicdo e a instabilidade do regime 35 Y. Teses opostas. Apresentar-se-d, as vezes, 0 assunto sob a forma de teses opostas. O falso plano colocaria uma em cada parte, 0 que ensej io. Neste caso, observa Mazeaud, sucede, muito freqiientemente, que o problema se presenta sob aspectos diferentes e, segundo a situaedo, a res- posta a ser dada ndo seré a mesma. VI. Tese tinica a defender. O essencial agora é conven- cor, Tudo deve ser argumentapio, O aconselhavel, para Ma- zeaud, & expor, na primeira parte, os argumentos e, na segunda, destruir os do adversfrio, com cautela, porque é um seguir € repartir 05 varios argumentos nos ‘‘pontos capitais da discussio”, tomando estes “‘pontos"” como base do plano. ‘As duas hipéteses referem-se especialmente & discuss0 oral. O plano, ede debate. VIL. Tema hist6rico, No te si por periodos? Por fase da histéria? O plano é obra de sistematizacdo e de logica. Sempre ¢ sempre. Os franceses con- denam o plano histérico com veeméncia, dai o esforco para encontrar idéias predominantes na evoluco e, em torno de- Jas, centralizar 0 plano. Mazeaud aconselha a tracar, na pri- meira parte, a evolugdo e a examinar a instituigo, em si mesma, no perfodo do seu maior apogeu, na segunda. Para ‘ratar da hist6ria de'uma-ciéneia, poder-se-é colocar toda a evolugo na primeira parte, deixando para a segunda a and- ise da contribuigdo da evolucdo; ai, serdo colocados os el do Habeas-corpus, pode-se organizar 0 seguinte: © Primeira parte — Evolugdo do instituto do Habeas-corpus no Brasil. © Segunda parte — Exame do instituto na Constituigao de 1891. VIIL. Critica. H4 a possibilidade de o tema enunciar a critica e de indicar a maneira coi ‘© que evitar na divisio. Apenas as hipdteses is de tepeticdo, de faclidade e de banalidade no cons. ttuir o plano foram apresentadas. Contudo, é praticanco que se aprende. Preparar plano para tudo. Para todos os exeref, cios. Em todo trabalho proposto, tentar e fazer a previcio Explicar ao aluno © modo de fa28-10 para exigir-Ihe depois em todos os trabalhos. No fim de algum tempo, termina 0 ¢studante por aprender como afastar-se do plano féeil& pr. meira vista e a arranjar o tema com esforgo. ido 0 assunto em partes, chega 0 momento de no fim da introdugdo. Toda e qualquer divisio fcita deve ser anunciada, porquanto hd certa dose de énfase em todo Caniincio, Deve haver pausa que termine aintrodu, $40, atentando-se para o seguinte: 0 assunto vem encadea. do, motivado, situado, e agora é lancado aos ouvintes ¢ aos Jeitores. Quem anuncia deve criar a sensacZo de expectaliva, Proceder de forma que as partes do trabalho estejam ben claras. Ao falar, ser elogiiente. Quando escrever, grifar bem as palavras que titulam as partes. fas, como s6 se anuncia o que tem nome, Ses esubdivisses, batizando as partes que cot 98 conjuntos. O leitor procura os titulos, os amin sumérios. Assim, » em negrito, em itdlico, segundo as Ea asticias da tipografia, destacando os pontos importantes. A. galinha que pée ovos, cacareja, diz o refrao. Busca do equilibrio ‘Além de titular, para anunciar, cumpre ainda proceder as ligagGes entre as partes. Desse modo, nio se passa de uma so as pontes que permitem passar de um lado ao outro dos rios. Para tal, reservar as argamassas, as ligas, as sentencas- -chave, as palavras-elo, as frases-ponte, nao se esquecendo de colar tudo. As partes nao sao como os compartimentos estanques dos navios. Elas so elementos do todo; portanto, dor do incéndio. Sertillanges fala da luz. das ‘hd uma grande luz na descoberta das secretamente, as idéias ¢ os mais dis ‘Num manual de relate preciso cuidar, notadamer junto uma impressio de u a palavra, Jean Guitton: ‘Uma vez previsto 0 que dizer, langar ‘mento do plano. A exposi ce nada mais do que isto. El te raaeroproferi ums aula fora, oa Universidade Federal da Bahia, e na hora dos parabéns o repérter pediu-the nferéncia para publicar. Ble respondeu: “preciso bur © estudante deve proceder do mesmo modo com a sua ie Previsio, burilando, cortando, aumentando, pesando. Se um @specto particular foge ao tema ou se uma idéia nao tem a importancia devida, r ipiedosamente. Um porme- » Mas se sobra, deve ser eliminado, iquete de camisa esporte, Em uma o ‘0, 0 aluno debandou a falar da divisto da y $ economia em teoria e pritica. Por qué? Despropdsito total ne icontrado quando a previsao estiver 0 a do t Depois da eliminagio do excesso, observar a ntre as partes. E o momento de pesar 0 que se es ou € 0 que se dividiu, a comesar pela deve ser grande dem jor por- deve vir na primeira parte, ‘que a segunda. A conclusio deve 2. Que o plano tenha as proporgdes dos jar- imetria. Sombra. Realce. Perspectiva. E que » quem entra vé, no fundo, a escrivaninha do imperador e, mais para a frente, dois blocos iguais de parede que emolduram © recinto da carteira imperial. Ambos esto envoltos por es- tantes de livros; todavia, um esconde a escada, tendo a parte do fundo aberta, enquanto o outro se reveste de livros por todos 0s lados. Mazeaud dé, em medidas, um exemplo de equilfbrio para ‘a composig&o de cinco paginas: 2/10 do conjunto para a in- trodugao; 4/10 para a primeira parte; 3/10 para a segunda parte; 1/10 para a conclusdo. Em composicao de cinco pagi- nas, pode-se assim distribuir: uma pagina para a introducéo; cduas para a primeira parte; uma e meia para a segunda; meia ara conus ip exposich oral, de trnta minutos: es a ge ben Formato do plano da exposigdo * Anunciar 0 plano. Corpo da exposi¢éo.—.o. desenvolvimento- por jesenvolver por oposicao ou progresso, * Evitar o plano banal que leva a repeti¢&o: vanta- gens/desvantagens, comparacoes, causas/conse- aiiéncias, teses opastas etc. © Estabelecer ligagdes. . Concluséo — o resumo marcante, 40 trés para a conclusai Ein trabalho escrito de maior foleg to das paves Fin to de maior fleg, conclusdo ser em pon; © desenvolvimen- ior do que a introducao, devendo a Estudandose aagéo des £08 observamon as erase ona are os proba a3 secas Note regido. Em mente curta, ela foi a Numa prova, basta a divisdo em duas partes e alguns itens. Jaina elaboracao de tese, a situaco é outra: comporta a subdi- visdo em partes, capitulos e estes em sepées, em pardgrafos etc. ‘Ao desenvolver as partes, deve-se ter em mente 0 plano para que nfo se perca 0 “fio de Ariadne”. Eis a reprodueo de um pequeno trecho da segunda parte do exemplo: Segunda parte — A aco do Estado na incitagdo a investir Verificando-se ‘Ao examinar a acdo do Estado brasil inicia-se por observar como se coloca o setor privado na pro- gramagio. B dbvio que se depara com uma economia de dois setores: piblico e privado. Se cabe ao Estado construir a infra- -estrutura econdmica, ao setor privado, como centro gera- dor de poupanga, incumbe parcela ponderdvel de investimen- tos. Ha, assim, divisdo das atribuigSes programadas. Ao particularizar a acdo indireta do Estado, este foi o elemento evado em consideragao. elo exemplo, o estudante hd de concluir que ¢ mais f&- cil trabalhar com o plano dividido em duas partes, Basta opd- -las. Agio direta e acdo indireta. Para chegar a esta diviséo, todavia, foi necessario refletir sobre a regio. A inspiracdo ages ao setor piblico’ Levou-se em conta que, em politica de desenvolvimento, & fixarem-se, localmente, os capitais ai gerados. ir a promo¢ao do desenvolvimento — é de novo Furtado quem afirma — ao setor das obras puiblicas seria dei- xar de lado esse importante fator dinfmico do processo de 2 Grescimento, que é a aco empresarial. Tomando por base em sistema capitalista em desenvolvimento, as. sim se justifica a participacao do setor privado. Se os setores puiblico ¢ privado atuam conjuntamente, uais so os instruments de incitagéo? F. -gunda parte do exempl io. Procurou-se examinar as co: mentos regionais na estrutura econémica nacional, Desta ma: neira, esquematizou-se a segunda parte. A divisio das partes, no exemplo, se resume no quadro a segui © pan! do stor pie no atin ae | troducdo. 10 © 0 setor piiblico (idéia geral do tema), 1aso geografica (situagdio do assun * As disparidades de renda entre as regides (moti- vaeiio, idéias diretrizes). * A aso do Estado na coordenagéo de seus recursos £ na incitago ao setor privado (antincio do plano). Primeira parte — A ago do Estado na coordenacdo dos Sus recursos (desenvolvimento por partes — progressto) tica econOmica. | mento da planificacao. | cdo do Estado na incitagdo a investi. | 1 A participagdo do setor privado na programagio regional do Nordeste | I. Os mecanismos de incitagzo, la Osi ais na estrutura econdmi ©, entretanto, nfo estaré completo e falhiard, se nao contiver a previsdo da conclusio, 4 O resumo marcante pensar?” BI 7 10 do homem da rus Rerasnt sbea forma de ua amas (ela Po js, Em outros termos, o pensamento do egurdo co ponto de chegada”™ ae hegada, como a introdugao responder. Responder em atingindo 0 tema c isd0-¢ de 8 do, canal an, desenbors na concso esac. Alege cn Por que concuirnio ¢ termina, & aarpar@ i . ‘A conclusio no é o fim da ouco idéia nova, Ela ° JRexposto dat porque deve alargar ei gerl do tema de uunidos. Jusdo nd € qualquer resumo de pont ido. ia do conjunto. E 0 sub: Por fi do os ouvintes. E que tudo seja breve. Brevidade na conclusio primeiro cuidado de assunto ja foi dissecado mimiicias; agora, auem consi dizer o exsencial aan ane artes. Ja foi esclarecido em ie le dlonsns. Ne eva Cpa ferme de Edmond de Rowan, hd ama cas wee as for ‘que deve ser a conclus&o. Cyrano bate-se s ‘onde e, exatamente no término da ce1 Sarena espada edi: “No final da ropoiebsetabceidas a A cconclusio contém como que a stimula d¢ rmenaen’ oa do mestre Mazeaud a este r¢ ‘PC oo mah ‘esuma ai somente os argu : menos mac mum derraeiroesforg, lev &convaglo os hea 10 é - Em tese a sustentar, responder, com clareza, a hipétese levantada. Em relatério, sugerir as sol » Sugerir as solu- Ges para a decisio. A brevidade no concluir ex each ei oncluir exige férmulas ram com: E assim que... Vé-se por isso a mos que... Pode-se dizer que... Em suma.- Eig Em poucas palavras... Resumindo tudo... Ni que... Todos concordam... Em defini Em conseqiié - Em conseqiién- Jangar uma langar uma othadela para o futuro, projetan- 4s cia... Para terminar... Somos de opiniao... Parece que ha in- teresse em... Por fim... Em concluséo... [Nao basta que a conclusdo tenha os argumentos maci- 0s; € preciso saber nela plantar o ponto de vista. Marcar para plantar Em comunicacdo, diz-se que a mensagem do transmis- sor deve marcar 0 receptor. Na conclusdo, carece it para demarcar o ponto de vista, e para tal cumpre g0 de tudo quanto se disse. Ensinava um professor francés: “'Faca uma conclusio que compromet: "Assim como nao se deixa a casa sem pintura, da mesma forma nfo se chega ao fim sem causar impresso. Ora, por trds da pintura da casa existem os tijolos, mas é 0 acabamen- impressiona. E na conclusdo que se marca, impressio- nando, ouvintes ¢ leitores. (8s retéricos insistem-no levantamento do discurso; a peroragio. Os mestres da m selham 0 ““fecho-de-ouro”” do soneto. Os juizes condenam ou absolvem na conclusio da sentenca: “Resolve, pot tais fatos, condenr a firma Reclamada a pagar tudo aquilo que pede o Reclamante empregado””. Poucas palavras sio sufi conclusao. Nos relatériog, é na-conclusdo que se responde A ques ‘80 estudada, onde se sugerem medidas, onde se propdem so- luge. Conclusio é como a cimbalada no fim do trecho musi cal, compara André Couquet. Janela para o futuro Quando se causa alguma impressio, projetam-se 05 ou vvintes para a frente. Trazer em mente este ultimo conselho: ‘bra uma janela para a fret len de resanela ara a frente, projetando o seu tema para lenses novas, sobretudo sugerindo, clamando, 2 Caso haj gum ponto importante gu nhega sem profundidade, demons rar gue ee Formato do plano da exposigio 1. Introduslo — o anincio do tema 5 Fomeir aii geld ssa + Siar nahi na tora noo Stu tora, no espes0 eno tempo, M var para prender a atencao. m * Fomecer ates dienes * Amunciar plano Corpo da exposes 7 Corpo da exorieéo — 0 desenvolvimento por * Dvr por pares: dus ou * Subdividir de maneira tradeo licional e progr * Titular partes ¢ subdir Piers + Desenvolier por opsiedo ou prosresso, taro plano banal que leva &repeigto vanta, gens/desvantagens, comp: ose, mn , comparapbes, causas/come. qiléncias, teses opostas etc. some * Buscar o equltio, + Esabelet ies . Conclusto ~ o resumo marcante * Resumie os argumenton macige * Marea para plantar © Alatge 0 tema ger limites da competéncia do grupo. O presidente sugeri “Lancemos a questo como se fosse uma pluma, para cha- mar a atengo dos érgios responséveis"”. Raymond Barre s- creveu um livro sobre a andlise econémica; na conclusio, realgou a passagem da anélise & politica econémica. ‘Sobretudo se ha alguma aco a empreender, ¢ aconse- Ihavel 0 apelo, na conclusao. Exemplo de conclusao Na exemplificagao do plano, indicou-se como foi feita a introdugdo e como foram divididas as partes. Agora, ex- plicar como concluir é mais difl Conforme foi visto antes, a conclusio é 0 ponto de che- gada, O que foi prometido na introducZo seré entregue na conclusdo. Em ultima andlise, a conclusdo ¢ resposta. Se a ‘comunicasio visa persuadir, na conclusdo, com maior raz3o, ‘a intengdo de impressionar os receptores & bem definida. Em sintese, concluir argumentos macigos. Observar que, para bem cone! ciso fazer o recumo dos argumentos macigos, marcar 0 pré= prio ponto de vista e abrir perspectivas. sages ao exemplo, mostrar-se-4 que as disparidades regi ‘onstituem um dos grandes proble- mas brasileiros — a integridade. Assim, pretendeu-se fazer co resumo dos “‘argumentos macigos”, deixando claro que 0 problema do Nordeste implica a prépria seguranca nacional. Ficou bem definido o ponto de vista? Somente os ouvintes poderdo responder. Bis um trecho da conclusio: ‘As disparidades de crascimento no Brasil tomamse o maior problema brasileiro. Colocaré em causa a unidade nacional? 'N@o nos esquegamos de que o problema do subdesenvolvimen. to 6 questo de regio. As trocas, pele mecanene vorecem as regi6es mais de is eae neo Fr peeuleo, o Esta oncoela sa ncaa ut poupancas prac iwestinents ny 340 recente Sen ae ‘so des A nocssiades se gis ra da economia nacional, ame, , © que vem sen- al para o Brasil, inou-se alguma perspectiva? do feito no Nordeste serve de model e de modelo region: Serd que, deste modo, descorti ‘Veja-se um trecho ainda: ‘A oxperincia atual e 0 planejamento do futuro 3meG0. A experiénoia do mo- "mentos.que eervrdo de base para o plano do ” Desta forma, a conclusfo se resume em dois pontos co- locados no plano do exemplo a set O papel do setor | Biiblico no desenvolvimento do Nordeste Introduco. © A regio ¢ o setor publico (idéia geral do tema). * A situagao geogrdfica (sitwacdo do assunto). © As disparidades de renda entre as regides (moti vacao, ldéias diretrizes). © A agdo do Estado na coordenagiio de seus recur- sos e na incitagio ao setor privado (antincio do plano). Primeira parte — A ago do Estado na coordenagéo dos seus recursos (desenvolvimento-por partes — pro- Segunda parte — A aco do Estado na incitagdo a in- vestir. IA participacao do setor privado na programagio regional do Nordest II, Os mecanismos de 1. Os investimentos regionais na estrutura econdmi- ca nacional. Conclusio. I. O Nordeste e a unidade nacional, Il, A experincia e o planejamento do futuro, Espera-se que o exemplo tenha sido esclarecedor, con- 0, projetando ¢ insinuando em poucos, porém marcan- so Se Plano completo do exemplo O papel do Estado no desenvolvimento do Nordeste Introdugao. * A regio € 0 setor piblico, * A situacio geogréfica e econdmica, * As disparidades de renda e as regides, * Aacio do Estado na coordenagio dos seus recursos € na incitagdo ao setor privado. Primeira parte — A ago do Estado na coordenagio dos seus recursos. I. A evolucio da politica econdmica, A fase de combate as secas. * A fase da politica de desenvolvimento. UL, O estabelecimento da planificacao. © A despesa piiblica. * O plano ¢ a coordenagéo. IIL. Apreciacao, ‘Segunda Parte — A agdo do Estado na incitagdo a in- vestr, I. A participacio do setor privado na programacio regional do Nordeste * Para reter 2 poupanca, * Para participar no investimento, |. Os mecanismos da incitagao; + A incitagdo fiscal. © A incitacdo financeira, © A assisténcia técnica. - Os investimentos regionais na estrutura econémi- ca nacional. * A industrializacao regional e a estrutura eco- * A industrializacio © 0 excesso de mao-de-obra, Conclusito. * Nordeste ¢ a unidade nacional, * Avexperigncia ¢ 0 planejamento do futuro. 5 Epilogo in ta mane armen na se acentuar a necessidade de reflexao sobre as condigdes pr “ consubstancia-se no controle da expressio. te €0 instrumento magistral para o controle da expresso. Que : Evitar o plano facil, procurando esforgar-se por criar 6 Vocabulario critico Anunciar: fazer conhecer ou fazer saber, indicando o que se pretende dizer. Anunciar, no presente trabalho, é precisa- mente apresentar pela primeira vez o que se vai desvendar lano da exposicdo. Tem 0 mesmo sentido que na B- blia: “o anjo do Senhor anunciou a Maria” Conclusiio: neste contexto, resumo marcante de tudo 0 que foi exposto. E 0 ponto de chegada, como a introdugao é © ponto de partida. A conclusdo deve conter os argumen- tos macigos, devendo permitir 0 alargamento da idéia ge- ral. E na conclusio que se planta, num derradeiro esforco, @ mensagem, Desenvolvimenté aqui, processo expositivo em que jento ao desenrolar do tema por partes, preferencialmente de uma maneira progressiva ou opos- ta, procurando o equilibrio entre elas. Desenvolver por par- tes 0 corpo do assunto & 0 ponto central da exposigdo e, em particular, deste trabalho. Dividir: é repartir 0 todo em suas partes, ma na introdugao, desenvolvendo-o por etapas e te concluindo, to; maneira de dizer ou expor. Exemplo: fez com elegan- ‘posigdo das suas idéias, Neste texto, refere-se & mancira de dizer, de comunicar, de desenvol ver 0 assunto encadeado por partes, € tomado no sentido comum de pensamentos, (© é, algo que se pretende comunicar. Introducao: aqui, parte inicial do desenvolvimento de um te- ma, localizada apés o preficio, quando houver, e onde se definem as questdes, indica-se 0 caminho a seguir, o mo. do como vai ser tratado o assunto e o aniincio do plano, A introdug&o é 0 ponto de partida, como a conclusio 0 de chegada. Na introdugdo devem estar presentes os pro- POsitos do que serd dito depois. Motivacdo: demonstracio da importancia do assunto ou de seu interesse pratico, posicdo: aqui, critério de divisto das partes no desenvolvi- mento do tema, de modo a eriar contraste, dando vida ¢ légica a exposigao, Ordenar: colocar em ordem, arranjar, dispor de uma manei- ra seqiiencial, por etapas, os varios itens, de modo acon. duzir & compreensio clara, légica e comunicativa. Plano: neste texto, &a previséo das disposigées do que se quer ExPor ou dizer, por etapas, contendo a introdug&o, onde se anuncia o que seré exposto, o desenvolvimento por par. tes do tema central e a conclusdo, com o resumo marean. tedo que ‘ano como oposieao a improvisacao. Potencial de idéias: conjunto virtual de pensamentos a serem desenvolvidos em ordem, no processo expositivo, por meio do plano. O inventario das idéias precede o seu ordena. mento no plano, Progressto: no contexto, critério de diviséo das partes no de« vimento do tema por meio de uma sucesso Tupta e constante das diversas etapas da exposigo. s Receptor: aquele que recebe a mensagem emitida por quem Resuro: nest trabalho, exposigfo abeviada de uma sues sto de acontecimentos, das caracteristicas gerais de algu- ma coisa etc., tendente a favorecer sua visio global. A. igo dos argumentos conclustio deve conter 0 resumo macigo dos argi expostos de uma maneira convincente. 7 Bibliografia comentada ‘AssociacAo Brasitetna pz Noaas Tent tudos de Docum Comissao de Es- itagio. Normas brasileiras em documen- tagdo. Edigao atualizada, Rio de Janeiro, 1978. Coletdnea de normas brasileicas sobre varios aspectos da iogréficas e apre- sentagio de artigos. Publicacdo extremamente ttl para to- dos os que escrevem, Capitan, Henri. La these de doctorat en droit. 4, ed. Pa- ris, Dalloz, 1951. desenvolvimento por partes André, Comment faire un exposé. Paris, Centu- Ensina como pensar, comunicar e avaliar uma exposicao oral. Particularmente direcionado a organizacao do pl inerério que conduz ao tesouro escondido”, par- tindo da introduedo, do corpo da exposicao e chegando A conclusao. Ducass#, P. Formation intellectuelle et méthodes d’expres- sion. Paris, Dut Livro de feigao técnica que visa relacionar a formagdio in- telectual com os métodos de expressdi pela eficdcia da co. municacao ¢ da informacao, assim como pelo controle do ensamento e da prépria expresso, Fiercurr, Leon. Como falar como um profissional. Trad. Octavio Alves Velho. Rio de Janeito, Record, 1983, Dentre as etapas para o falar bem, como o controle do medo, a escolha do assunto, a reuniao de macées, a etapa “‘como organizar seu material” & essen. cial. Nela deverd se estabelecer 0 formato para o discurso, Primeiramente a introduso, com captagao da atengao ¢ Tesumo do que seré dito; em segundo lugar, a apresenta. 40, onde sero expostos os pontos princi aco Idgica e sustentagio; finalmente, a concluséo, onde se recapitula e se faz uma afirmacao memoravel. Gurrron, Jean. Le travail intellectuel; conseils & ceux qui nt et & ceux qui écrivent, Paris, Aubier/Montaigne, ivro se destina a ajudar estudantes ¢ todos os que es- ctevem a pensar, a colocar em ordem suas notas, suges. {Ges € planos de trabalho intelectual, prevendo o que se izer, 0 que se disse e 0 que ficou dito. Do ponto de vista da metodologia do plano, talvez seja um dlos tra. balhos mais eficientes e exemy cesa de ordenar as idéias + 0M pequena filosofia da vi- lho e Alvaro Costa. 6. ed. Rio fet Sob seus diversos aspectos, ‘com regras sobre a conduta individual, como a arte de pen. Sar, amar, trabalhar e envelhecer, destacando-se o méto. do cartesiano, que busca eliminar do pensamento certas causas de erro, como a precipitagao e a prevensao. Mazeaup, Henri. Le plan. In:—. Nouveau guide des exerci- ces practiques. Paris, Montchrestien, 1964, Entre as virias disposigSes para os exercicios prticos, co- ‘mo cursos, livros, documentacao, estilo, falar em piblico ce exame, 0 Autor dispOs um capitulo acerca do plano co- mo condo da area. Para Mazeaud, desenvolver um assunto sem estabelecer um plano ¢ caminhar com oso! Fechados. O trabalho é excelente para o estabelecimento das partes do corpo do assunto. je son esprit, ses con- Sexruncanots, A. D. La vie intellectue sprit, ditions, ses méthodes. Paris, CERF, 1965. A destinagdo da vida intelectual exige vocacio ¢ dedica- ‘eo, condigées ¢ métodos. O Autor, baseado na experién- cia pessoal de fildsofo, traga assim o esbogo da vocagao intelectual. Vautnt, Paul. © pensumento vivo de Descartes. Trad. Ma sa de Lourdes Teer. Sto Paulo, Martins Fonts 1961 Autor apresenta o pensamento cartesiano de uma ma- nei clara atual atsinalando ot problemas do método iatro famosas regras: a da exposto por Descartes, nas quat tvidencia ade andise, ada snes ado recenseamento Considerando que a mancira da exposigo em introduso, desenvolvimento por partes econcuslo eth liga sora cionalismo, € itil conhecer 0 pensamento do filéso francés. Série Fundamentos + Fundamentardotedricaavangada,aprofundando a abordagem de mi ‘Abordagem critica e detalhada de um tema — ou conjunto de temas co — de uma determinada dis Alguns dos mais destacados autores nacionais ¢ Subsiios para o acompanamento de programa co a, agora, nosos timo langamentos

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