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Satide da Comunidade Tamami |kuno 262 CURSO DIDATICO DE ENFERMAGEM INTRODUGAO Savide da comunidade € a disciplina que es- tuda a satide publica em scus aspectos da pro- mogio, prevencao e reabilitagao, de acordo com a evolugao da sociedade e do homem. Visa ao estudo e & solugdo dos problemas que condi- cionam a satide dos individuos integrados em seu meio ambiente, segundo planos € progra- mas coordenados em diversos niveis: mundial (representado pela Organizagio Mundial da Satide - OMS), federal (Ministério da Satide), estadual (Secretaria Estadual da Satide) e mu- nicipal (Secretaria Municipal de Satide). Todas essas instituigées devem estar organizadas de acordo com o poder de decistio ¢ a competéncia de cada um. Para tornar vidvel a satide da comunidade (individuo e familia), uma parcela expressiva da populagio se vé compelida a barganhar as con- digdes de venda de sua capacidade de trabalho. Contudo, nem todas as necessidades so- ciais sio contempladas de modo satisfatério através da renda direta gerada pelo trabalho. Dependem de agdes governamentais para sew equacionamento € nao se resolvem apenas na esfera do mercado. As questdes de educagio, satide, assisténcia (bens e servigos piiblicos). Denomina-se bem piiblico o resultado de uma ago coletiva ou governamental que pode beneficiar a todos, niio provocando perda para nenhum dos membros da comunidade, nem sendo privilégio de individuos ou grupos. DEFINIGAO Segundo Winslow, em 1920, satide publica é“a arte de evitar a doenga, prolongar a vida e promover a satide fisica e mental e a eficiéncia, através de esforgos organizados da comunida- de”. O campo de ago da satide piblica varia em cada época, pais ou regiio, de acordo com as necessidades apresentadas pela comunidade. A OMS considera a satide como o “estado de completo bem-estar fisico, mental e social, ¢ nfo apenas auséncia de afecsao ou doenga”. A doenga pode ser definida como “qualquer con- digo ou fator que possa impedir a realizacéo destas fungdes”. © Ministério da Satide concei~ tua doenga como “alterago ou desvio do estado de equilibrio de um individuo com 0 meio”. Nenhuma pessoa esta totalmente saudével ou totalmente doente, visto que a satide nao é um processo estitico e, sim, dindmico. Esse € 0 objeto de estudo da epidemiologia, que estuda © processo satide-doenga e analisa a distribui- G0 € os fatores que determinam as enfermi- dades e os agravos & satide coletiva, seguindo medidas de prevengio, controle ou erradicagio de doengas. HISTORIA NATURAL DA __ DOENGA E DA PREVENCGAO A histéria natural da doenca é um conjun- to de processos interativos que compreende as inter-relagées entre o agente etiolégico, o sus- cetivel (homem) e o meio ambiente. O homem responde a esse estimulo patolégico, que pode- 14 resultar em sua recuperacio, cronicidade da doenga, invalidez ou morte. Essa histéria com- preende os seguintes processos: Meio ambiente + ente causal especifico Ps 4 Reservatério ‘ Porta de saida 1 Modo de transmissio do agente J Porta de entrada do novo hospedeiro t Suscetibilidade O seguimento dessa histéria engloba todas as etapas que fazem parte da ocorréncia e da evolugao da doenga no organismo humano, in~ cluindo 0 proceso satide-doenga. Periodo de Pré-patogénese + Interagdes de fatores; * alteragdes precoces; + primeiros sintomas; + promogio da satide; * protecio especifica; + prevencio primaria. Este periodo envolve as relacdes entre os agentes etiolégicos, o homem suscetivel ¢ os fa~ tores predisponentes (ambientais, econdmicos, culturais, psicossociais e genéticos) que estimu- lam o desenvolvimento da doenga. Podem ocorrer situagées de risco minimo ou maximo. Por exemplo, risco minimo: pre- disposigiio de pessoas abastadas ¢ moradores de paises desenvolvidos, com saneamento ba~ sico adequado, a adoecerem de célera; risco maximo: predisposigio de usuarios de drogas injetveis que usam coletivamente uma mesma agulha a contaminarem-se com o virus HIV. Periodo de Patogénese + Doenga avangadas + convalescenga; + limitagao do dano; + reabilitagao; 5 | SAUDE DA COMUNIDADE 263 + prevengio secundaria; + prevencio tercidria. E a fase com implantagio da doenga e sua evolugao no homem, provocando: + alteragées bioquimicas, fisiolégicas ¢ histo- légicas: periodo de incubagio, no qual néo se percebem alteragées clinicas ou em exa- mes laboratoriais; + sinais ¢ sintomas: estégio denominado cli- nico, com alteragées funcionais no orga- nismo, cujo final pode ser, nas moléstias agudas, cura, cura com sequela ou morte, e, nas moléstias crénicas, um prolongamento dessa etapa, inicialmente com alteragées na fungo ¢ a seguir com alteragGes irreversi- veis na morfologia. Pode evoluir para cura com sequela ou morte. Niveis de Prevencdo A epidemiologia estuda a histéria natural da doenga e sua prevengio. Cabe as estruturas politicas e econdmicas a responsabilidade pela programacao, e ao profissional da satide, a pre- vengio a partir da conscientizagao da comuni- dade em que atua, agindo como educador. A prevengiio em satide publica deve estar baseada no conhecimento da histéria natural da doenga, com o objetivo de interromper ou anular sua evolugio, Devem ser conhecidos os miltiplos fatores relacionados a0 agente, a0 suscetivel, a0 meio ambiente e a evolusio da doenga no individuo acometido. A prevengio deve acontecer em seus trés niveis: + Prevengio priméria: age na fase pré-pato- génica da doenga e inclui: = ptomogio da sade: medidas amplas que visam ao aumento do bem-estar 264 CURSO DIDATICO DE ENFERMAGEM geral e da qualidade de vida. Por exem- plo: moradia adequada, escolas, reas de lazer, alimentagao adequada, educa- cdo sanitaria, conservacao da natureza; = protegio especifica: imunizagio, saide ocupacional, higiene pessoal, protecio contra acidentes, aconselhamento ge~ ico, saneamento ambiental, trata~ mento de gua e esgoto, tratamento do lixo e controle de roedores e vetores, vacinagio de animais. + Prevengo secundiria: realizada no indivi duo sob ago do agente causador da doen- a, compreende: = diagnéstico e tratamento precoces: procura de casos na comunidade, exa~ mes periédicos individuais para a de- tecgdo precoce de casos, isolamento para evitar a propagacio das doengas tratamento para evitar sua progressio; = limitagio da incapacidade: ages para controlar a doenga instalada e evitar fituras complicagées e sequelas. + Prevengao tercidria: reabilitagao (impedir a incapacidade total), fisioterapia, terapia ocupacional e ocupasio para o reabilitado. Equipe de Satide Publica A equipe de satide deve conhecer profan- damente o dia a dia da comunidade, bem como suas necessidades, para prestar atendimento e estimular 2 participasio de cada membro na resolugio dos problemas. Para isso, € necessirio que a equipe esteja integrada com os membros da comunidade (autoridades, entidades, asso- ciagdes locais, politicos, religiosos, Ifderes etc.).. ‘A educagio em satide publica é um ob- jetivo a ser alcangado a curto, médio e longo prazos, pois visa 4 mudanga de comportamento do individuo, da familia e da comunidade, sen- do necesséria a participacio ativa de todos os envolvidos. Muitas vezes, esbarra-se em obsti~ culos estruturais e impedimentos que depen- dem da liberagéo de verbas governamentais ¢ da aprovasao de leis; em razio disso, quanto mais organizada, orientada e atuante for a co- munidade, maiores as chances de alcangar seus objetivos A equipe de satide publica é multiprofis- sional; dela fazem parte o médico, o assistente social, © psicélogo, o terapeuta ocupacional, © fisioterapeuta, a equipe de engenharia, a de odontologia e a de enfermagem. ‘A equipe de enfermagem participa de acordo com os planos da equipe da unidade ¢ executa atividades no atendimento individual, de grupos especificos e de desenvolvimento co- munititio, atividades de vigilancia epidemio- logica e todos os programas ¢ subprogramas. Além disso, a enfermagem deve ter atitudes éticas com base no respeito ¢ na solidariedade, saber seus limites de atuagao e saber trabalhar em equipe e com competéncia. Fungées do técnico de enfermagem 1. Recepcionar o usuério na unidade e prepa- ri-lo para 0 exame médico. 2. Providenciar e coletar exames laboratoriais, 3. Administrar medicamentos ¢ fazer curati- vos, quando prescritos. 4. Preparar e esterilizar materiais. 5. Aplicar vacinas. 6. Acompanhar usuarios em caso de emer- géncia e auxiliar no atendimento emergen- cial. 7. Orientar 0 usuirio apés a consulta médica sobre 0 tratamento e os cuidados, SISTEMA DE SAUDE NO BRASIL A partir da Revolugéo de 1930, comecou a se intensificar 0 processo de industrializagio ¢, sobretudo, de urbanizacao. Surgiram muitas fabricas e com elas muitos empregos. As indiis- trias trouxeram um répido crescimento para as cidades em que se instalaram, Nessa mesma época péde-se observar um novo tipo de direito a satide, voltado para as pessoas que tinham um trabalho formal e, principalmente, para as categorias que impul- sionavam a economia brasileira, ou seja, traba~ Ihadores da industria, do comércio, bancérios, trabalhadores do transporte maritimo e ferro- vidrio, estivadores e funcionérios publicos. A Legislagio trabalhista e previdenciéria foi criada durante 0 governo Gettilio Vargas. Com isso, surgiram os Institutos de Aposen- tadorias e Pensdes (IAP), que prestavam be- neficios como aposentadoria ¢ pensao — alguns incluiam até assisténcia médica. Os IAPs formaram a base da politica de assisténcia médica previdenciéria, dando ori: gem ao Instituto Nacional de Previdéncia So- cial (INPS), em 1966. Muitas denominagdes se sucederam a esta, assim como aumentou o nuimero de érgios ligados a Previdéncia Social. O iiltimo elo, responsavel pela assisténcia hos- pitalar, foi o Instituto Nacional de Assisténcia Médica da Previdéncia Social (INAMPS), ex- tinto no final dos anos 1980. A Revolugao Industrial trouxe como con- sequéncia 0 crescimento acelerado ¢ desorde- nado das cidades e o aparecimento dos “bolsGes de miséria”, aglomerados de casas com pessoas que viviam em condigées sub-humanas, Essa situagio trouxe como consequéncia a promis- cuidade, a delinguéncia e doengas comuns na populacao de baixa renda (como tuberculose e doengas sexualmente transmissiveis, por exem- " SAUDE DA COMUNIDADE 265 plo). Esses fatos conduziram a uma concepgfo do processo satide-doenga, alertando para as influéncias socioeconémicas no desenvolvi- mento das moléstias. Em 1978, realizou-se a Conferéncia Inter- nacional sobre Cuidados Primérios de Saude em Alma-Ata, na Russia, na qual decidiu-se que até o final do século os paises deveriam atingir niveis de saiide e de desenvolvimento social aceitaveis, inspirados em uma concepsio de justiga social. Na década de 1980 a Previdéncia Social migrou de um modelo de seguro-satide (recebe beneficios apenas quem paga) para um desenho onganizacional tipico da seguridade social (di- reito independente de pagamento), sendo esta nova forma amplamente incentivada. A partir dessa data, os fatos mais marcan- tes na érea da satide foram: + 1980: as comunidades eclesiais de base (pastorais da satide) iniciaram a atuacao nas bases, com énfase na atengao priméria (Satide para Todos). + 1983: implantagio das Ages Integrais de Satide (AIS), com o objetivo de promover a integracdo programitica entre as institui- ges de satide federais, estaduais, munici- pais ¢ os demais servigos de satide. + 1986: realizagao da 8* Conferéncia Na- cional de Satide, que estabeleceu as bases do Sistema Unico de Satide (SUS) cujos princfpios bésicos sto: universalidade do atendimento, integralidade da atengao, re- gionalizacao e hierarquizagio dos servicos. A partir do SUS ocorreu a democratizagio da satide, pois todas as pessoas deveriam ter garantia de assisténcia a satide, indepen- dentemente de contribuirem ou nfo com a previdéncia. Nesse mesmo ano ocorreu a 18 Conferéncia Internacional sobre Promogio de Satide (Carta de Ottawa), que estimulou 266 CURSO DIDATICO DE ENFERMAGEM | MCDUL os paises da América Latina a elaborarem projetos denominados “Municipios saudé- veis”, fundamentados no principio de que, para que a comunidade ou 0 individuo te- nha satide, € necessério, além de habitagio, educagio, alimentacio e renda, incluir tam- bém um ecossistema estavel, recursos sus- tentaveis, justiga social e equidade. + 1988: promulgada a Constituigio da Re- piiblica Federativa do Brasil, cujos arts. 6° € 7 refetem-se aos direitos sociais, ¢ 08 arts. 196 a0 200, aos direitos da satide + 1990; estabelecimento da Lei Organica da Satide (Leis n, 8.080 e 8.142), em que fo- ram definidas as competéncias dos niveis federal, estadual ¢ municipal em relagio a satide. + 1998: aprovasio da Portaria n. 3.925, que determinou as metas e a atengao bisica. + Primeira década do século XXI: ainda no ha definigdo em relagio a questées como © financiamento da satide, 0 atendimen- to dado & populagio pelo governo ou por entidades sob cons6rcio intermunicipal, a municipalizacao etc. TERMINOLOGIA Caso: pessoa ou animal infectado ou doente, com caracteristicas clinicas, laboratoriais ¢ epi- demiolégicas especificas. Endemia: ocorréncia coletiva de determinada doenga que acomete grupos de individuos den- tro de uma determinada érea de abrangéncia 20 longo de um periodo. Epidemia: ocorréncia de determinada doenga em grande mimero de pessoas a0 mesmo tem- po, em érea especifica ¢ delimitada num perio- do especifico. Caracteriza-se por elevagio pro- gressiva, crescente, inesperada ¢ descontrolada da doenga, ultrapassando os valores considera~ dos dentro da normalidade. Erradicagio: interrupgio da transmissio da infeccao pela extingao artificial da espécie do agente causador, permitindo a suspensio de qualquer medida de controle ou prevengao. Por exemplo: variola. Fator de risco: caracteristica ou circunstincia que aumenta a probabilidade da ocorréncia do fator indesejado (doenga). Imunidade: estado de resistencia, geralmente em decorréncia da presenca de anticorpos, que atuam especificamente sobre o micro-organis- mo causador de determinada doenga. Incidéncia: nimero de novos casos de uma doenga em uma coletividade, em um intervalo de tempo determinado em relagéo a popula- io exposta ao risco de adquirir essa doenga no mesmo periodo. Individuo imune: pessoa que possui anticor- Pos protetores especificos, em consequéncia de infecgo ou imunizagio anterior, ou que é capaz de reagir com eficicia na prevengio de infeogdes ou doengas clinicas, quando exposta a0 agente infeccioso, Individuo infectado: pessoa ou animal que alo- ja um agente infeccioso e que apresenta sinais clinicos da doenga ou infeccao inaparente. Individuo resistente: aquele que, por mecanis- ‘mo natural ou imunizagio artificial, torna in- viivel a reprodugio de agentes infecciosos em seu organismo. Letalidade: poder que uma doenga tem de pro- Vocar a morte em pessoas, Morbidade: conjunto de individuos que adqui- riram doengas em um dado intervalo de tempo. Quimioprofilaxia: administragio de uma dro- ga, inclusive antibistica, visando a prevenir a infecgao ou a progressio da doenga. Recaida: reaparecimento ou recrudescimento dos sintomas de uma doenga antes da cura to tal do individuo. Recidiva: reaparecimento do process mérbido apés sua aparente cura, Resisténcia: sistema de defesa do organismo que impede a difusio ou a multiplicacio de agentes infecciosos ou os efeitos nocivos de seus produtos téxicos. Risco: probabilidade de ocorréncia de um re~ sultado desfavorivel, de um dano ou de um fe nomeno indesejado. Suscetivel: pessoa on animal que nao possui resisténcia contra determinado agente patogé- nico, podendo contrair a doenga apés contato. Zoonoses: doencas ¢ infeccdes transmissiveis de animais para o homem. PROGRAMAS DE SAUDE Os programas de satide sio subsidiados por dados fornecidos pelas Unidades Basicas de Satide ao Sistema de Informagao e Vigilancia Epidemiolégica (SIS). Esse sistema de infor- magio tem como objetivo facilitar a formulago € aavaliagao de politicas, planos e programas de satide. Eis alguns desses sistemas: + Sistema de Informagio de Mortalidade (SIM): por meio da declaraso de dbito, a Vigilancia Epidemiol6gica pode calcular a taxa ou 0 coeficiente de mortalidade in- fantil, materna etc. No municipio de Si Paulo, esses dados séo coletados ¢ anali- sados pelo Programa de Aprimoramento das Informagées de Mortalidade (PRO- AIM). Por exemplo: no periodo de janeiro a marco de 1998, a quantidade de dbitos na cidade de Sao Paulo, dividida segundo as principais causas de morte, foi: doengas do sistema cardiovascular (31,796); neoplasias (16,996); causas externas (14,9%); doengas SAUDE DA COMUNIDADE 267 do sistema respiratério (9,79); doengas parasitarias (6,0%); doengas do sistema di- gestério (5,296) e doengas endécrinas/nu- tricionais (3,9%). + Sistema de Informagao de Agravos de No- tificagio (SINAM): os dados sao obtidos por meio do Sistema de Notificagio Com- pulséria das Doengas (SNCD), atualmente substituido pela Ficha Individual de Noti- ficagao (FIN). + Sistema de Informagao de Nascidos Vi- vos (SINASC): por meio da Declaragao de Nascido Vivo, siéo obtiddas as proporgées de nascidos vivos com baixo peso, prema~ turidade, partos hospitalares etc. Consideragées Gerais Os programas de satide sio definidos, ela- borados, planejados e executados pelos érgtios governamentais de satide, cada qual desempe- nhando um papel espectfico na execugao dos programas, Estes sio determinados de acordo com as necessidades de cada comunidade, em- bora o planejamento seja de competéncia na- cional (do Ministério da Satide), cabendo aos niveis locais (unidades basicas de satide muni- cipais e municipalizadas) colocé-los em pritica, com base na realidade do local de atuagio. O objetivo de um programa de saiide é ser- vir a todas as pessoas, levando em consideracio a comunidade como um todo. Atualmente, sfo realizados pela rede pu- blica programas voltados aos seguintes seg- mentos: satide do adulto, da mulher, da crianca, do adolescente, do idoso e da familia, além de programas de agentes comunitarios, de satide mental, de satide bucal, de prevencao de DST/ ‘Aids, de controle da tuberculose e da hansenfa- se € © Programa Nacional de Imunizagio. 268 CURSO DIDATICO DE ENFERMAGEM Programa de Satide da Mulher A preocupagio com a satide da mulher deve comegar nos primeiros anos de vida, com aten- Gao especial a seu desenvolvimento biolégico, fisiolégico (sexualidade), psicossocial e espiritu- al, assim como na concepgio do ser feminino na atual conjuntura da sociedade. Fazem parte dessa atengdo 0 acompanhamento do pré-natal, a prevengio de cancer ginecolégico e de mama € outras agdes que permitem o acompanhamen- to da mulher fora do ciclo gravidico-puerperal, como as voltadas para 0 climatério, o planeja- mento familiar, a prevencio de DST/Aids, en- tre outras. Programa de Satide Mental Aequipe de satide mental é composta basica~ mente por psicslogo, assistente social e equipe de enfermagem; dependendo da unidade, a equipe € complementada por psiquiatra, fonoaudiélogo € terapeuta ocupacional. Essa equipe faz aten- dimentos individuais ou em grupos a pacientes portadores de distiirbios ou doengas psiquistri- cas, dependentes de alcool ou drogas ilicitas. tratamento de dependentes deve ser en- carado como um compromisso entre 0 profis- sional e 0 usuario —o resultado positivo esta di- retamente relacionado ao desejo e a necessidade de o usuario curar-se. O consumo de substin- clas que provocam dependéncia (tabaco, dleo- ol, drogas) deve ser combatido, com base nas atividades de prevengao e agdes educativas. O individuo dependente representa um sério pro- blema social, por desencadear desagregagio fa- miliar, problemas de satide, abandono da escola edo trabalho, além de alteragées de humor e de comportamento. Tendo em vista o aumento do consumo de Alcool, tabaco e drogas por parte da populagio jovem, as secretarias estaduais de satide e da educagao estio desenvolvendo algumas agdes conjuntas nas escolas. Por meio de palestras de orientacio e esclarecimento, os profissionais das areas de satide e de educacao pretendem di- minuir a incidéncia da dependéncia de drogas entre os jovens. Quando necessitio, estes sto encaminhados a unidades de satide para terapia e aconselhamento individual ou em grupo, Programa de Prevencdo de DST/ Aids A Aids é uma doenga cuja incidéncia vem aumentando progressivamente e, de acordo com a faixa etéria, é a primeira ou segunda causa de morte mais recorrente. Q acompanha- mento médico busca melhorar as condigdes de satide do portador, por meio de assisténcia mé~ dica, orientago, acompanhamento da evolugio da doenga, exames laboratoriais ¢ tratamento que inclui fornecimento de medicamentos. Para conter a transmissio perinatal, deve- se dar atengio especial a0 pré-natal, com profi~ Iaxia medicamentosa da gestante soropositiva ¢ do recém-nascido, com medicamentos anti-re- trovirais. Porém, a melhor solugdo para a Aids ainda continua sendo a prevengiio, incentivada por ages educativas para toda a populacio. No municipio de Sao Paulo, existem os se~ guites servicos: + Centro de Orientagao e Apoio Sorolégico as DSTs-Aids (COAS Aids/DST): realiza testes para deteccio do virus HIV e dispo- nibiliza sorologia para sifilis. + Centro de Referéncia e Tratamentos de DST-Aids: funciona em nivel ambulato- rial, hospitalar e domiciliar, controlando e acompanhando o portador de HIV+ e das infecgdes oportunistas. Quando o pacien- te necessita de internagio, é encaminhado para os hospitais especializados. Programa de Atencdo Integral a Satide do Adulto (PAISA) Até a década de 1980 as agdes programé- ticas do governo estavam voltadas apenas ao pronto-atendimento ¢ a demanda espontinea. Com a reorganizagio da assisténcia A satide proposta pelo SUS, ocorreu a priorizagao de atendimento a agravos especificos relacionados a0 perfil epidemiolégico da populagio. Esse programa prioriza 0 cuidado & hipertensio ar- terial, ao diabetes mellitus, a tuberculose e han- senfase. Programa de Atencdo Integral a Saude da Crianca (PAISC) Programa voltado & maximizagio do alean- ce da assisténcia satide infantil, incluindo a oferta de servigos de satide com poder de reso lugio dos problemas mais comuns e relevantes para essa idade. Dentre as estratégias do Ministério da Satide, est o acompanhamento do crescimento € desenvolvimento, do aleitamento materno ¢ orientagio para o desmame, controle de doen- as diarreicas, controle de infeccdes respiraté- tias agudas e controle de doencas que podem ser prevenidas por meio de imunizacio. Tais ages receberam 0 nome de asées basicas na as- sisténcia integral a satide da crianga. Em 1984 foi elaborado 0 primeiro Cartio da Crianga, destinado ao acompanhamento in- dividual das criangas nas unidades de satide e ao diagnéstico presumivel de desnutrigio ener- gético-proteica. © programa prioriza criangas com 5 anos de idade ou menos. Aproximadamente 10 mi- IhGes de criangas morrem por ano nos paises em desenvolvimento. SAUDE DA COMUNIDADE 269 Programa de Atencdo a Satide do Adolescente (PROSAD) Em outubro de 1988, 0 Ministério da Satide oficializou o PROSAD. As ages bisi- cas propostas pelo programa fundamentam-se numa politica de promogao de satide, identifi- cacao de grupos de risco, deteccdo precoce dos agravos, tratamento adequado ¢ reabilitagio. Foram consideradas dreas prioritarias 0 acom- panhamento do crescimento e do desenvolvi- mento; a sexualidade; a satide bucal; a satide mental; a satide reprodutiva; a satide do escolar adolescente; a prevengao de acidentes; o traba~ tho cultural; o lazer e 0 esporte. Programa de Atencdo a Satide do Trabalhador (PAST) Segundo a Lei n, 8.080/90, entende-se por satide do trabalhador 0 conjunto de atividades que se destinam & promogio e a protesio da satide dos trabalhadores, por meio de ages de Agilancia epidemiol6gica e vigilancia sanitéria, além da recuperagao e reabilitagdo da satide dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condigdes de trabalho. ‘A Norma Operacional Basica do Sistema Unico de Satide 01/96 (NOB-SUS 01/96) orienta os princfpios e diretrizes do sistema, incluindo a satide do trabalhador, como campo de atuagio da atengio A satide. A partir dessa norma, foi elaborada 2 Norma Operacional da Satide do Trabalhador (NOST), publicada na Portaria n, 3.120, de 12 de julho de 1998. Cabe a cada estado, regio ou municipio, guardadas as suas caracteristicas, buscar a me~ Thor forma de estabelecer suas proprias estra- tégias de vigilancia, ainda que alguns pressu- postos possam ser considerados em relacao a0 SUS como um todo. A Constituigiio Federal incumbe o Ministério do Trabalho da inspegio 270 curso DIDATICO DE ENFERMAGEM do trabalho em nivel nacional, através dos dis- positivos legais em vigéncia. Programa de Assisténcia Integral & Satide do Idoso (PAIS!) Apenas recentemente comegaram a se delinear no Brasil politicas de satide voltadas cspecificamente & populagao idosa. As mudan- as verificadas nfo ocorreram por acaso. Foram motivadas, de um lado, pelo visivel crescimento desse grupo etério e pela mudanga do perfil de adoecimento e morte da populacio (chamada transigdo epidemiolégica); de outro lado, foram pautadas em avangos verificados no sistema de atengao ~ 0 SUS. E 0 Ministério da Satide, por meio da Se- cretaria de Politicas de Satide, em articulagao com as Secretarias de Satide dos estados, do Distrito Federal e dos municipios, e em con- sondncia com a Lei Organica da Satide e com a Lei 8.842, de janeiro de 1994, que dispoe so- bre a politica nacional, Assim, a partir dessa lei sio estabelecidos os objetivos e as estratégias do Programa de Atencio Integral 4 Saide do Idoso, que envolve um conjunto de agées vol tadas a promogao, a prevencio e a recuperacio da satide ou A manutengao de uma qualidade de vida mais digna. Segundo o Ministério da Satide (2001), 0 objetivo fundamental do PAISI é “conseguir a manutengdo de um estado de satide com a fi- nalidade de atingir um méximo de vida ativa, na comunidade, junto & familia, com o maior grau possivel de independéncia funcional e au- tonomia”, Programa Satide da Familia (PSF) Programa Satide da Familia (Ministério da Satide, 1998) tem como principal objetivo contribuir para a reorientagio do modelo as- sistencial a partir da atengao bisica, em con- formidade com os principios do Sistema Uni- co de Satide (MS, 1991). Isso imprimiria uma nova dindmica de atuagio as unidades bsicas de satide, com definigao de responsabilidades entre os servigos de satide e a populagio. Além de prestar assisténcia na unidade de satide,o PSF visa a desenvolver tradicionalmente as agdes de satide no domicilio, numa perspecti- va de ago integral em que todos os membros de uma determinada familia sio acompanhados. O programa intervém sobre os fatores de risco aos quais a populagao esta exposta e ainda estimu- Ia a organizagdo da comunidade para o efetivo exercicio do controle social. Mesmo assim, os PACS se fortalecem nos municipios, demons- trando resultados concretos nos indicadores de mortalidade infantil e sendo bem avaliados pela propria populagao, Com isso, as contradigdes cresceram, pressionando as unidades bisicas de satide a implantarem o programa. Programa Nacional de Imunizagdo (PNI) © PNI foi instituido em 1973, com a fi- nalidade de integrar e ampliar as atividades de imunizagio distribuidas em diferentes progra- mas. Atualmente, procura atingir dois objeti- vos: estabelecer as linhas gerais para a adminis- tractio dos imunobiolégicos na rede de servicos de satide e padronizar e disciplinar os critérios ¢ técnicas para a administragao de vacinas ¢ soros. utilizados pelo PNI. OPNI é de responsabilidade do Ministério. da Satide e das secretarias estaduais de satide. A Secretaria de Saiide do Estado de Sao Paulo, por meio do Centro de Vigilancia Epidemio- logica Prof. Alexandre Vranjac, revisa ¢ publica periodicamente suas normas técnicas. A eficicia da imunizagao pode ser avaliada quando se consegue erradicar ou controlar a in- cidéncia de uma doenga. Por exemplo, a variola e a poliomielite estio erradicadas no Brasil, ¢ tan to 0 tétano neonatal quanto as mortes causadas por tuberculose na inflincia estio controlados em Sao Paulo. ‘As doengas que podem ser prevenidas por vacinagio sio controladas por meio de notifica~ a0 de suspeitos e doentes, busca ativa, controle de foco e dos comunicantes, assisténcia ambu- latorial e domiciliar ete. IMUNIZACAO Para que ocorra uma doenca transmissivel, € necessério que um agente infeccioso penetre no corpo de um individuo e desenvolva-se nos tecidos. Esses agentes sio seres vivos ¢ muitos deles sio tio pequenos que nado podem ser vis- tos sem a ajuda de um microscdpio. Popular- mente, so chamados de micrébios ou germes. Os principais agentes infecciosos que pro- vocam algumas doengas sio as bactérias ¢ os virus, além de outros micro-organismos pre- sentes no meio ambiente. A tesisténcia esta relacionada aos meca~ nismos naturais inespecificos que se opdem doenca (progressio da invasio ou multiplicagio dos micro-organismos). A imunidade, por sua vez, diz respeito ao mecanismo de defesa rela- cionado a anticorpos especificos. A imunidade pode ser humoral ou tecidual: + imunidade passiva humoral: pode depender da transferéncia de anticorpos maternos para o feto ou da inoculacdo de anticorpos especificos (imunoglobulina humana); * imunidade ativa tecidual: desenvolve-se em consequéncia de uma infeceao natu- ralmente adquirida, acompanhada ou no oe 271 de manifestagdes clinicas; a vacinasio é 0 recurso pelo qual se pode desenvolver arti- ficialmente a imunidade ativa. ‘A imunidade ativa depende da imunidade tecidual, conferida pela sensibilidade do linfo- cito T. No processo de imunizagéo adquirida apés vacinagio, podem ocorrer dois tipos de resposta: priméria e secundétia. A resposta priméria compreende trés pe- riodos: laténcia, que € 0 periodo entre a admi- nistragao da vacina e.o aparecimento dos an- ticorpos séricos; crescimento, que € 0 perfodo em que ocorre o aumento da taxa de anticorpos (IgM); e diminuigao, que € 0 periodo em que, depois de atingir sua concentragio maxima, a taxa de anticorpos cai ~ esse periodo geralmen- te € longo, correspondendo ao intervalo entre as doses das vacinas. Na resposta secundéria, a0 introduzir a se- gunda dose ou mais doses posteriores, observa- se um aumento na quantidade de anticorpos; 0s linfécitos possuem memeéria especifica para cada estimulo da vacina ou da doenga. Como os anticorpos atravessam a placenta e fazem parte da composigao do colostro, é fundamen- tal para a protecio do recém-nascido a vacina~ a0 da mae com a dupla tipo adulto (dT) e 0 aleitamento materno. CONSIDERAGOES SOBRE OS IMUNOBIOLOGICOS ‘As vacinas podem ser formadas com virus vivos, atenuados ou inativados, bactérias mortas € toxoides (tetanico e diftérico). Podem con- ter: um imunizante (caso da vacina isolada da polio ~ Sabin, sarampo, hepatite, tuberculose — BCG); dois ou mais agentes imunizantes (vaci- na combinada da DPT, triplice viral). 272 CURSO DIDATICO DE ENFERMAGEM Tabela 5.1 Calendario basico de vacinagao (2006) Idade Vacina Doenga evitada Ao nascer BCG - 1D Dose nica Formas graves de tuberculose 3 Vacina contra hepatite B" ‘18 dose Hepatite B 1 més Vacina contra hepatite B dose __Hepatite B 2 meses oP (vacina oral contra pi 18 dose Poliomielite ou paralisia infantil Vacina tetravalente (DTP + Hib)" 18 dose Difteria, tétano, coqueluche, meningite € outras infeegdes causadas pelo Haemophilus infiuenzoe tipo B Vacina oral contra rotavirus 18 dose _Diarreia por rotavirus 4 meses VOP (vacina oral contra pélio) 28 dose Poliomielte ou paralisia infantil Vacina tetravalente (DTP + Hib) 28 dose Difteria, ttano, coqueluche, meningite € outtas infecgdes causadas pelo Haemophilus influenzae tipo B ______Vacina oral contra rotavirus 2 dose Diarreia por rotavirus 6 meses VOP (vacina oral contra pélio) 38 dose Poliomielite ou paralisia infantil Vacina tetravalente (DTP + Hib) 3* dose Difteria, tétano, coqueluche, meningite ¢ outras infecgdes causadas pelo Haemophilus influenzae tipo B SD Vacina contra hepatite B Hepatite B 9 meses Vacina contra febre amarela® _Febre amarela SRC (triplice viral) Dose diniea __ Sarampo, rubéola e caxumba 15 meses VOP (vacina oral contra pélio) _-Reforgo Poliomielite ou paralisia infantil DIP (triplice bacteriana) _1reforgo _Difteria, tétano e coqueluche 4a6anos DIP (triplice bacteriana) 2reforco __Difteria, tetano e coqueluche SRC (triplice viral) _Reforeo 6at0anos BCG- ID Reforco Formas graves de tuberculose Acima de10 anos dT (dupla adulto} Reforco Difteria, tétano e coqueluche {intervalo de 10 em 10 anos) Vacina contra febre amarela Reforgo. Febre amarela (1) A primeira dose da vacina contra a hepatite B deve ser administrada na materniade, nas primeiras 12 horas de vida do recém- ‘asco. 0 esquema bisico constitu-se de 3 doses, com intervalos de 20 dias da primeira para a segunda dose ¢ 180 dias da primeira para a tereira dose. (2) 0 esquema de vacinacdo atual & feito aos 2, os 4 € 20s 6 meses de idade com a vacina tetravalente e 2 reforcos com a tripice boacterans (OTP].O primero reforgo aos 15 meses e 0 segundo entre 4e 6 anos, (3) A vacina contra febre amarela esté indicada para criancas a partir dos 9 meses de idade, que residem ou que iro viajar para deca cnlémica (estado: AP, TO, MA, MT, MI, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF, drea de transicao (alguns municjpios dos estados: Pl, BA, MG, SP, PR, SCe RS) e drea de rsco potencial (alguns municipios dos estadas BA, ES e MG), Em caso de viagem para dreas de risco, vecinar contra febre amarels 10 dias antes da viagem. (4) Em alguns estados, esta dose ndo foi implantada, Aguardando conclusio de estudos reerentes & efetividade da dose de reforc, Fonte: Secretaria de Vigilancia em Saide, 2008; Centro de Vigitincfa Epidemiolégica. Disponivel em: |Acesso em: 10 de mal. de 2008 SAUDE DACOMUNIDADE 273 Tabela 5.2 Calendario de vacinagéo para pessoas com 7 anos de idade ou mais Intervalo entre as doses Vacina Esquema Primeira visita BCG" Dose tnica Nad Dose unica dT Primeira dose ‘ ___Poliomielite Primeira dose ‘2meses apds a primeira dose ar Segunda dose Poliomielite Segunda dose Febre amarela"* ___Dose inicial 6 meses apds a segunda dose aT Terecira dose oc Poliomielite _ Terceira dose O anos € por toda a vida ore Reforgo * As vacinas BCG, 1Ve contra poliomiclite séo indicadas, priortariamente, para pessoas com até 15 anos de idade, * Nas regies em que hiouverindicacio, de acordo com a situaglo epidemiolégica, com reforgo a cada 10 anos, "Em caso de gravidez € na profilaxia do tétano apds alguns tipos de ferimento, deve-se reduzir esse intervalo para § anos. Podem ser adicionados a vacina conservan- tes e antibisticos, para evitar o crescimento de fungos e bactérias, e compostos de aluminio, que aumentam seu poder imunizante. Existem diferengas entre uma vacina e ou- tra, de acordo com sua composicao: + BCG: vacina contra a tuberculose; liofili- zada, necessita de reconstituicao com Agua destilada. + Tetravalente: vacina combinada; DPT+ Hib (imuniza contra tétano, difteria ¢ co- queluche + meningite e pneumonia). + DPT: é a triplice bacteriana, resultado da associagio entre toxoide diftérico e tetani- co ¢ a Bordatella pertussis, imuniza contra tétano, difteria e coqueluche. + DT (dupla infantil) e dT (dupla tipo adul- to): possuem a mesma quantidade de to- xoide tetinico ¢ menor quantidade de to- xoide diftérico contida na DPT. + Poliomielite: contém trés tipos de polio- virus atenuados; imuniza contra a paralisia infantil, Sarampo: contém virus vivos atenuados, + TV: éa triplice viral, que contém virus vi- vos atenuados dos agentes etiolégicos de caxumba, rubéola e sarampo. + Hepatite B: contém antigeno de superficie do virus da hepatite com o adjuvante hi- dréxido de aluminio; deve ser administrada na dose de 0,5 ml para menores de 20 anos € 1,0 ml para maiores de 20 anos. Calendario de Vacinagdo para Pessoas com 7 Anos ou mais Em 1998, no estado de Sao Paulo, este ca~ lendario foi introduzido para as pessoas sem comprovacio de vacinagio anterior. Caso a pessoa apresente documento com esquema de vacinacio incompleto, deve-se apenas comple- tar 0 esquema jé iniciado. Situacées Especiais Na vigéncia de surtos em creches, escolas, instituigGes ou em casos de epidemia (munici- pal, estadual ou nacional) de doengas abrangidas pelo PNI, pode-se tomar medidas de controle, 274 CURSO DIDATICO DE ENFERMAGEM como vacinagio em massa da populagio-alvo, que nao precisam estar implicitas nas normas de vacinacdo (faixa eviria, dose de reforco ete.). ‘As campanhas e/ou a intensificagao das va~ cinas sao estratégias que visam ao controle das doengas de maneira intensiva ou a extensiio da cobertura vacinal para a complementagio do servigo de vacinagao de rotina. A vacinagio de escolares/estudantes per- mite a atualizaeao do esquema vacinal de crian- sas, adolescentes ¢ adultos que frequentam cre- ches e escolas. Contraindicagées a Vacinagao ‘As vacinas produzidas a partir de bactérias ‘ou virus vivos atenuados nao devem, em prin- cipio, ser administradas a pessoas com imuno- deficiéncia congénita ou adquirida, acometidas por neoplasia maligna, em tratamento com cor- ticosteroides em altas doses ou submetidas a outras terapias imunodepressoras (quimiotera~ pia antineoplisica, radioterapia etc.) e gravidas (exceto em situagdes de alto risco de exposigio a alguma doenga imunoprevenivel, como febre amarela). Adiamento da vacinagado As situagGes em que se recomenda adiar a vacinagao sfo as seguintes: + até 3 meses apés o tratamento com imu- nodepressores ou corticosteroides em altas doses (vilido também para componentes de vacina mortos ou inativados), pela pos- sivel inadequacao da resposta; + administragdo de imunoglobulina ou de sangue ¢ derivados, devido a possibilidade de 0s anticorpos presentes nesses produtos neutralizarem o virus vacinal; + durante a evolugio de doengas agudas fe- bris graves. Falsas contraindicacées + Afeccées comuns, como doengas infeccio- sas ou alérgicas do trato respiratério supe- rior com tosse e/ou coriza, diarreia leve ou moderada e doengas de pele (lesdes impe- tigosas esparsas, escabiose); * _ histérico e/ou diagnéstico clinico de tuber- culose, hepatite B, coqueluche, difteria, téta~ no, poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola e febre amarela; essas doengas no contra~ indicam a aplicagdo das respectivas vacinas; + desnutrigio; + uso de qualquer tipo de antimicrobiano; + vacinagao contra raiva; + doenga neurolégica estavel (por exemplo, convulsées controladas), com presenga de sequelas; * — antecedentes familiares de convulsdes; * tratamento sistémico com corticosteroi- des nas seguintes situagdes: curta duraco (inferior a duas semanas) independente- mente da dose; doses baixas ou moderadas independentemente do tempo; tratamento prolongado em dias alternados com corti- costeroides de agao curta; doses de manu- tengio fisioldgica; + alergias, exceto as relacionadas aos compo- nentes das vacinas; + prematuridade ou baixo peso ao nascer. Exccto no caso da BCG, nao se deve adiar 0 inicio da vacinagio; + internacio hospitalar, desde que néo haja contraindicagio formal. Situacées especiais As criangas infectadas pelo HIV, reconhe- cidas como tais por meio de provas sorolégicas positivas, poderio receber todas as vacinas pre- vistas no calendario de vacinagao. Quanto aos portadores do virus HIV, essa mesma conduta é valida, exceto no caso da BCG, que nao deve ser aplicada, Nesses pa- cientes, a vacina oral contra a poliomielite nao é contraindicada; entretanto, havendo disponibi- lidade da vacina a base de virus mortos (vacina Salk), esta deve ser a primeira escolha. Reacao Pés-vacinal Os seguintes sinais e sintomas locais ou sis- témicos podem ocorrer no periodo pés-vacinal: + BCG: dileera maior que 1 cm de diametros abscesso subcutineo; linfoadenopatia su~ purada; cicatriz queloide e reacao lipoide. Condutas: notificagio, limpeza local e tera~ pia com isoniazida. + DPT: vermelhidao; edema e dor local; abs- cess0; {ebre alta; sonoléncia; irritabilidade; ‘vomito; choro persistente e convulsées. Condutas: administragio de compressas frias, tratamento sintomitico, notificagao e substituigao da préxima vacina pela DT (atengo 20s eventos adversos). + TV: ardéncia; enduragao; eritema local; lin- fadenopatia; febre discreta; cefaleia; iritabi- lidade; conjuntivite; manifestagio catarral; exantema; convulsées de evolugao benigna; parotidite de evolugio benigna; meningite e encefalite. Condutas: tratamento sintomatico, investi- gagdo de surtos e suspensio da préxima va~ cina na presenga de meningite e encefalite. + DT/AT: dor; edema e eritema locais; febres cefilleia e mal-estar. Condutas: tratamento sintomético, notifi~ casio e investigagio de surtos. + Sarampo: dor; rubos, calor; abscesso; fe- bre; exantema; cefaleia; reacao anafilatica; SAUDE DA COMUNIDADE 275 urticaria; edema labial; sibilos; espasmos; hipotensio e choque. Condutas: administragio de analgésico, antitérmico, compressas frias, notificagio suspensio da préxima vacina na presenga de reagdes mais graves. CUIDADOS COM OS IMUNOBIOLOGICOS E muito importante ter certeza quanto a qualidade da vacina que se aplica na populacao. Os érgios que as distribuem e recebem devem verificar as condigées de conservacao, a presen- a de substancias estranhas e alteragdes na cor ena consisténcia das vacinas. Cuidados Gerais Ao receber os lotes de vacina ou ao ma- nipuli-los, também devem ser observadas as instrugdes do fabricante a respeito de: prazo de validades volume da dose a ser aplicada; colora~ sao da vacina; temperatura em que as vacinas deve ser conservadas; necessidade de dilui 40, tipo de diluente e a quantidade deste a ser introduzida no frasco; e tempo de validade da vacina apés a diluiga Rede de Frio E o sistema de conservacio dos produtos imunobiol6gicos. Inclui seu armazenamento, transporte ¢ manipulacio em condigées ade~ quadas de refrigeragao, desde o laboratério pro- dutor até o momento em que sio administrados. Manuseio inadequado, defeitos no equipamen- to ou falta de energia elétrica podem interrom- per o processo de refrigeracdo, comprometendo a poténcia dos imunobiolégicos. 276 CURSO DIDATICO DE ENFERMAGEM Nos niveis nacional, centro-estadual, regio- nal, municipal e local devem existir instalagoes ¢ equipamentos adequados para o armazena- mento ¢ o transporte dos imunobiolégicos de um nivel para outro. ‘Nos niveis nacional e centro-estadual, so instaladas camaras frias para conservar as vaci- nas a~20 °C (freezer nos niveis regional e mu- nicipal) e refrigeradores para conservar entre 42048°C. No nivel local (centros ¢ postos de satide, hospitais ¢ ambulatérios), todos os produtos sio conservados em geladeira entre +2 € +8 °C: os de estoque em um refrigerador e os de uso diario em outro. Os imunobiol6gicos que podem ser conge- ados sto as vacinas contra poliomielite, saram- po, febre amarela e meningite C; os que nio podem ser congelados sio as vacinas DPT, dT, DT, toxoide tetanico, BCG ID, contra raiva, meningite BC, hepatite B e febre tifoide, além dos soros. Assisténcia de enfermagem na utilizagao do refrigerador Para a correta conservacéo dos imunobio- Iogicos no reftigerador, recomenda-se a adogio dos seguintes procedimentos: Cuidados gerais 1, Manter o refrigerador distante de qualquer fonte de calor (estufa, autoclave, raios sola- res), nivelado e afastado 20 cm da parede. 2. Usar tomada ou conexio elétrica exclusiva para o reftigerador, evitando o uso de ben- jamim ou similares. 3. Nao utilizar refrigerador tipo diiplex em locais com oscilagdes na corrente elétrica, pois, nessas condigées, esse tipo de refrige- rador n@o mantém a temperatura exigida devido a separagio dos dois comparti- mentos, 4, Regular o reftigerador de forma que a tem- peratura interna permaneca entre +2.e +8°C 5. Usar o reftigerador tnica e exclusivamente para os imunobioldgicos, nio permitindo que nele sejam guardados medicamentos, materiais de laboratério, materiais odonto- logicos, alimentos, bebidas e outros. Organizagéo do refrigerador tipo doméstico 1. Arrumar os imunobiolégicos em bandejas perfuradas (como porta-talheres de plistico), € nunca em caixas térmicas ou sacos plisti- cos, jd que impedem a condugao do frio. 2. Colocar as bandejas no refrigerador na seguinte ordem: na primeira prateleira, as vacinas virais (contra a poliomielite ¢ 0 sa~ rampo); na segunda e na terceira, as vacinas bacterianas, 0s toxoides ¢ os soros; a vaci- na contra hepatite B deve ficar na segunda prateleira. 3. Arrumar os produtos que permanecem na embalagem original da mesma maneira, mas de forma que se mantenha uma dis- tancia de aproximadamente dois dedos en- tre as caixas,a mesma distancia que se deve manter das paredes do reftigerador. 4, Nao guardar imunobiolégicos na porta na parte de baixo do refrigerador, por se- rem as primeiras partes a sofrer oscilagdes de temperatura com a abertura da porta, 5, Retirar a gaveta plistica, caso exista, co- locando em seu lugar garrafas com agua € corante (para evitar que seja bebida), o que contribui para estabilizar a temperatura in- terna do reftigerador. 6. No congelador, conservar gelo comum ou reciclavel em sacos plisticos ou em reci- pientes plisticos tampados, para manter 10. 1. por mais tempo a temperatura interna; esse gelo também podert ser utilizado pelas equipes méveis de vacinagio e em situa~ goes de emergéncia. Colocar o termometro de maxima e mini ma na prateleira central, em posigao verti: cal, para evitar a quebra da coluna de mer- cit Verificar a temperatura duas vezes ao dia, registrando no mapa de controle diario fi- xado na porta do reftigerador. ‘Manter as prateleiras limpas ¢ organizadas, retirando vidros ¢ caixas vazias. Colocar na frente os produtos com prazo de validade mais préximo do vencimento, para serem usados primeiro. Colocar os diluentes no teftigerador no minimo 6 horas antes do uso, para que, no momento da aplicacao, eles estejam na temperatura da vacina (0 estoque de di- Iuentes pode ser mantido em temperatura ambiente). Gelo reciclavel Vacinas virais Termémetro \Vacinas bacterianas Estoque de vacinas Garrafas Aquas|Corante Figura 5.1 SAUDE DA COMUNIDADE 277 12, Evitar abrir o refrigerador de estoque des- 13. necessariamente, abrindo-o apenas duas vezes a0 dia: no inicio e no final de cada dia de trabalho. Fazer uma previsio do niimero de usuétios que procurario a unidade de satide no dia; re- tirar as vacinas acompanhadas dos diluentes, acondicioné-las no refrigerador de uso difrio ou na caixa térmica com gelo ¢ termémetro. Organizacao da caixa térmica Se o servigo de satide dispuser de apenas um reftigerador, a conservacio dos imunobio- ldgicos de uso diario deve ser feita em caixa tér- mica do tipo retangular e com tampa ajustada (evitar 0 uso de caixas do tipo “cumbuca”). Ao iniciar as atividades diarias, deve-se ter os se~ guintes cuidados: 1. Manter a temperatura interna da caixa en- tre +2 e +8 °C, controlando-a com o ter- mémetro. Nao colocer imunobiolégicos Organizagio dos imunobiolégicos no refrigerador tipo doméstico. 278 CURSO DIDATICO DE ENFERMAGEM 2. Usar gelo reciclavel ou sacos plisticos com gelo (nunca usar gelo fora de sacos plisticos). 3. Circundar os imunobiolégicos com gelo. 4, Colocar barreiras (como jornal ou papelo) entre os imunobiolégicos que ndo podem ser congelados € 0 gelo, para evitar 0 con tato direto e um possivel congelamento das vacinas. 5. Manter a caixa térmica fora do alcance da luz solar direta e distante de fontes de calor. 6. Verificar constantemente a temperatura no interior da caixa térmica, trocando o gelo sempre que necessério. 7. Ao finalizar as atividades do dia: desprezar as sobras das vacinas BCG-ID, contra sa~ rampo, febre amarela e meningite C; retor- nar ao refrigerador as que podem ser utili- zadas no dia seguinte; lavar a caixa térmica, cenxugi-la e guardé-la em local protegido. Limpexa do refrigerador tipo doméstico 1, Fazer a limpeza a cada 15 dias ou sempre que a camada de gelo atingir 1 cm. 2. Transferir os imunobioldgicos para outro refrigerador ou para uma caixa térmica, mantendo a temperatura recomendada. 3. Desligar a tomada, abrir as portas do re~ frigerador e do congelador aguardar 0 desprendimento do gelo (no usar facas ou objetos pontiagudos para auxiliar no des prendimento). 4, Nao mexer no termostato durante todo 0 processo. 5. Limpar o refrigerador com pano umedeci- do em solugio de agua com sabio neutro e enxugar com pano limpo e seco (nunca jogar agua em seu interior). 6. Apés a limpeza, ligar o refrigerador, reco~ locar o termémetro, as garrafas e os sacos com gelo, manter as portas fechadas por 3 horas ¢ recolocar as vacinas ¢ 08 soros nos seus devidos lugares, quando a temperatura estiver entre +2 e +8 °C. No caso dos refrigeradores de controle di- gital, devem ser seguidas as orientagdes do fa- bricante quanto aos cuidados na limpeza e a0 controle didrio da temperatura. Controle da temperatura A temperatura do refrigerador deve ser mantida sempre entre +2 ¢ +8 °C. Deve-se fa- zer a leitura do termémetro no inicio e ao final do dia, registrando os valores no mapa de con- trole didtio. Termémetro de maxima e minima Utilizado para verificar as variagdes de temperatura, fornece trés tipos de informagées: temperatura minima (mais fria e indicada no nivel inferior do filete azul na coluna da esquer- da), temperatura maxima (mais quente e indi- cada no nivel inferior do filete azul na coluna da direita) e a temperatura do momento (indi- cada pela extremidade superior das colunas de merctirio em ambos os lados). Os procedimen- tos sac 1. Verificar a temperatura do momento; tanto a coluna da direita como a da esquerda de- vern marcar a mesma temperatura. 2. Verificar a temperatura maxima atingida desde a tiltima verificacao, fazendo a leitura da coluna da direita. 3. Verificar a temperatura minima atingida desde a tiltima verificagio, fazendo a veri cago da coluna da esquerda. 4, Registrar as temperaturas, 0 dia e o perio- do no mapa de controle diario; notificar as, alteragdes (por exemplo, temperatura mé- xima acima do limite). 5. Anular as temperaturas maxima e minima, pressionando 0 boto central ou passando um ima, para reiniciar 0 processo de medi~ gio para 0 préximo periodo. 6. Quando a coluna de mercirio estiver in~ terrompida em razio de uso ou transpor- te inadequado, deve-se restabelecer sua continuidade afastando os filetes azuis de mercirio ¢ sacudindo o termémetro (pro- cedimento similar ao realizado com term. metro clinico). Termémetro de cabo extensor Utilizado para verificar a temperatura da caixa térmica usada na conservagio dos imu- nobiolégicos de uso dirio na sala de vacina~ 40, por ocasido da limpeza do refrigerador e na conservagio desses produtos durante o trans- porte. Os procedimentos sio: 1. Colocar o sensor entre as vacinas e o visor do termometro sobre a tampa da caixa, 2, Realizar a leitura do termémetro, obser- vando a coluna de mercirio (semelhante ao termémetro clinico). 3. No transporte de imunobioldgicos, verifi- car e registrar a temperatura no impresso de expedico e recebimento, que deverd es- tar acondicionado em saco plistico e den- tro da caixa térmica. Situagoes de emergéncia O reftigerador pode deixar de fancionar em razio de cortes na energia elétrica ou por defeito; nessas situagdes, deve-se manté-lo fe- chado até o retorno da corrente elétrica ou até a vinda do técnico para conserto. ‘As condutas a serem adotadas nessas situa des so: SAUDE DA COMUNIDADE 279 1. Manter os imunobiolégicos na geladei- ra no prazo de 4 a 6 horas, apenas quan- do o reftigerador estiver funcionando em perfeitas condigées, com controle diério de temperatura, ¢ contiver gelo reciclivel, sacos plasticos ou recipientes com gelo no congelador, bem como garrafis de agua. Nas regides quentes, considerar esse fator a0 decidir tolerar ou nao o prazo estabele- cido. 2. Manter os imunobiolégicos em caixas tér- micas com temperatura entre +2 ¢ +8 °C; caso 0 defeito nao seja solucionado em 6 horas, providenciar a transferéncia para 0 servigo de satide mais préximo ou de acor- do com a rotina. 3. Manter identificada, na caixa de forga elé- trica, a chave responstivel pela condugao de energia para a sala de vacinago, com um aviso para que a chave nunca seja desligada sem comunicagao prévia. 4, Manter comunicacio constante com a empresa local de energia elétrica, a fim de obter informagdes prévias sobre eventuais cortes. 5, Informar o nivel central/estadual ou regio- nal sobre as circunstiincias em que ocorreu 0 nfo fancionamento do refrigerador. Adotar as seguintes medidas, ao colocar um imunobiolégico sob suspeita: Suspender, de imediato, sua utilizagao, 2. Manté-lo sob reftigeragio adequada, iden- tifica-lo, registrar 0 mimero dos lotes, sua quantidade e data de validade, o local e as condigées de armazenamento. 3. Registrar o problema identificado, o tempo que o reftigerador ficou sem funcionar, a leitura da iltima temperatura e as tempe- raturas maxima e minima. 280 CURSO DIDATICO DE ENFERMAGEM 4, Contatar o nivel imediatamente superior ¢ discutir 0 destino do imunobioldgico; se for 0 caso, aguardar os resultados da rea nilise e orientacio para utilizar ou nfo 0 produto. E importante observar que todas as infor- macées devem ser registradas e que a decisio sobre a realizacio da reandlise dos imunobio- I6gicos ¢ de sua utilizagio depende da quan- tidade, do prazo de validade de cada lote ¢ do tempo em que 0 produto ficou exposto a con- servacio inadequada. Conservagdo para transporte e vacina¢do extramuros ‘Ao fazer a remessa de imunobiolégicos de um nivel para outro, ou em casos de remaneja~ mento, os responsiveis por essa atividade deve tio comunicar previamente ao érgio recebedor o horério de saida e de chegada do material e 0 meio de transporte utilizado (carro frigorifico, coletivo etc.). As remessas deverio ser feitas de forma que cheguem ao destino em horirio nor- mal de expediente, evitando horirios notumnos, fins de semana ou feriados. transporte deve oferecer a maior segu- ranga possivel, de acordo com o meio utilizado, preservando ao maximo as condigdes de con- servacio exigidas. O motorista ou responsavel pelo transporte deve estar capacitado para con- servar os imunobioldgicos ¢, quando necessé~ tio, tomar as providéncias corretas. Recomenda-se, no transporte dos imuno- biolégicos: + escolher uma caixa térmica de tamanho adequado; + acondicionar em uma caixa os imunobio- Iégicos que podem ser congelados e, em outra, as demais vacinas e soros; + estabelecer uma proporgio adequada de gelo e imunobiolégico: no caso dos que nio podem ser congelados, utilizar 1/3 de gelo para 2/3 de imunobiolégicos, no caso dos que podem ser congelados, 2/3 de gelo para 1/3 de imunobiolégicos; + utilizar barreiras (como jornal ou papelao) entre 0 gelo e as vacinas ¢ soros que nao podem ser congelados; + circundar (ilhar) os imunobiolégicos com gelo reciclavel ou sacos plisticos com gelo; + controlar com termémetro a temperatura no interior da caixa térmica; + colocar o termémetro na caixa térmica, entre os imunobiolégicos, por 30 minutos. ‘Apés esse periodo, verificar a temperatura, registrar e anotar data e hordrio de saida; + vedar a tampa da caixa com fita adesiva, sem deixar frestas ou folgas; + identificar externamente as caixas, indican- do o contetido € o destinatario; + manter a caixa longe do motor do veiculo e a sombra e manipulé-la com cuidado. SALA DE VACINA E 0 local destinado administragao dos imunobiol6gicos; suas instalagdes devem aten- der, no minimo, aos seguintes requisitos: ser arcjadas ¢ iluminadas (com protegio contra raios solares), possuir piso e paredes lavaveis, interruptores e tomadas de uso exclusivo para cada equipamento elétrico, portas de entrada e saida, Os componentes da sala sai + refrigerador para manter o estoque mensal; + reftigerador ou caixa térmica para conser- var as vacinas de uso dirio; + mesa tipo escrivaninha com gavetas para guardar os impressos; + porta-caneta, lapis e borracha; + carimbo com almofada; + impressos de uso diario: mapa didrio de vacinagio, cadernetas de vacinas e ficha de controle da temperatura do reftigerador; + impressos de uso mensal e ocasional; + duas cadeiras: uma para o usuario e outra para o profissional; + fichério com gavetas divisérias para guar- dar as fichas de registro, de acordo com 0 retomo agendado; + armério para guardar materiais descarté veis, alcool, algodio e diversos; + computador (opcional); + termémetro clinico; + janela ampla com cortina escura, para pro- teger os imunobiol6gicos dos raios solares; + toalheiro/suporte para toalha (as toalhas de pano devem ser trocadas diariamente); * pia para lavagem das maos; + bancada para preparo dos imunobioldgicos; + cesto de Lixo; + coletor descartivel para perfurocortante para receber material contaminado, frascos de vacinas vazios, seringas e agulhas; + recipiente para algodio e para alcool; + gelo reciclivel e garrafas com agua; + caixa térmica (mesmo se houver refrigera- dor); + campo plistico leitoso oleado (para forrar 0 local em procedimentos fora da unidade). Equipe de Imunizacdo Deve ser composta por dois técnicos ou au- xiliares de enfermagem, supervisionados por um enfermeiro, com treinamento especifico. Essa equipe precisa ter conhecimento técnico-cienti- fico, compreendendo desde a produgao da vaci- na,a cadeia de frio e o perfil epidemiolégico de sua area de atuagio até as condigdes sanitirias, sociais e econdmicas da comunidade, 281 As fungGes bisicas da equipe so: manter a limpeza e a ordem da sala, o material neces- sario em quantidade e em condigdes de uso, a conservago dos imunobiolégicos e a limpeza dos reftigeradores; encaminhar ¢ dar destino adequado aos residuos de imunobiolégicos materiais perfurocortantes; orientar e prestar assisténcia aos usuarios com seguranga, respon- sabilidade ¢ respeito; manter o arquivo em or dem e atualizado e avaliar sistematicamente as atividades desenvolvidas. Assisténcia de Enfermagem na sala de vacina 1. Olhare registrar a temperatura dos reftige- radores de estoque e de uso distio. 2. Estimar a quantidade de diluentes e vaci- nas a serem usados no dia e colocé-los no refrigerador de uso didrio. 3. Colocar os impressos necessirios na mesa. 4, Chamar o primeiro usuario, analisar a situagdo da caderneta de vacinagio, infor- mé-lo sobre a vacina a ser aplicada e suas possiveis reagdes; se necessdrio, preencher uma nova caderneta. 5. Observar as condigdes de satide da crianga (febre, diarreia etc.) e analisar a eventual necessidade de adiar a aplicacéo da vacina, 6. Se houver atrasos na vacinago, perguntar © motivo e orientar sobre a importancia do esquema vacinal. 7. Lavar as mfos e preparar a vacina, 8. Em criangas, pedir a mie para colocar a crianga na posigao: + aplicagao no gliteo: colocar a crianga de brugos. A mae deve manter as per- nas da crianga entre as suas; + aplicagéo no brago: a mae deve acon chegar a crianga no peito e deixar 0 deltoide livre; 282 CURSO DIDATICO DE ENFERMAGEM + administragao de gotas: sentar a crian- a no colo, com a cabega levemente in clinada para tris; 0 profissional segura suas bochechas, pinga as gotas na cavi- dade bucal e espera que a crianga en- gala o liquido; se ela desprez4-lo, deve- se pingar as duas gotas novamente; 9. Registrar na caderneta, na ficha e no mapa didrio a vacina administrada. 10. Orientar 0 usuério ou o responsével sobre as condutas perante as possiveis reagdes. 11. Orientar 0 usuério ou seu responsivel so- bre a importincia da conservacao da cader- neta de vacina: deve-se guardi-la como um documento, nao deixar a crianca manipulé- la, sempre levé-la a todas as imunizagoes e, no caso de perda, solicitar a 2 via no local onde a vacinagio foi iniciada. BIBLIOGRAFIA ASSISTENCIA de satide & comunidade. In: Apos- tila da Faculdade de Enfermagem da PUC-Campinas. Campinas, 1982. BRASIL. Constituigao da Repiiblica Federativa do Brasil. Brasilia, 1988. BRASIL. Ministério da Satide. Doengas infecciosas ¢ parasitdrias. Aspectos clinicos, vigilancia epidemialdgi- cae medidas de controle. Brasilia, 1999. Normas ¢ procedimentos para a colheita do material cérvico-uterino. Brasilia, 1985. - Procedimentos para vacinagao, Brasilia, 1993. CENTRO BRASILEIRO DE ESTUDOS DE SAUDE (CEBES). Divulgaao sade em debate. Londrina, dez. 1996, FORATTINI, O. P. Epidemiologia geral. Sio Paulo: Artes Médicas, 1980. GONCALVES, E. L. (Coord.). Administrayao de satide no Brasil. Sio Paulo: Pioneira, 1982. LESER,W. et al, Elementos de epidemiologia geral. Rio de Janeiro: Atheneu, 1988. PINHO,L.M. 0. SILVA,S.S. Manual do téenico e auxiliar de enfermagem. Goitnia: AB, 1995. PROGRAMA DST/AIDS. Boletim epidemioligico de AIDS no municipio de Sao Paulo, Si Paulo, ano 1,n.2, 1997. ROITT, I; BROSTOFF, J. MALE, D. Jmunolo~ gia, Sio Paulo: Manole, 1997. ROUQUAYROL, M. Z. Epidemiolagia & saiide. Rio de Janeiso: Médica e Cientifica, 1993, SAO PAULO (Estado). Secretaria do Estado da Saiide. Asssténcia a saide da mulher. $40 Paulo, 1985. SAO PAULO (Estado). Secretaria do Estado da Satide. Boletim informative do Centro de Vigilancia Epidemiolégica, Sio Paulo, 13(51), 1998 SAO PAULO (Estado). Secretaria do Estado da Satide. Normas do Programa de Imunizasio. Sto Paulo, 1998. EXERCICIOS 1. No Programa de Assisténcia Integral a Satide da Mulher, o Ministério da Satide, em suas di- retrizes gerais, afirma que © conceito de inte- gralidade da assisténcia pressupée: a) Métodos de regulagio da fertilidade. ) Agoes de recuperagio nutricional. ©) Atengdo especial ao desenvolvimento biopsi- cossocial espiritual. 4) Promogio do aleitamento materno. ¢) Aumento dos niveis de cobertura vacinal. 2. A busca por casos subclinicos e de portadores, assintomiticos, pelos contatos e pela vigilin- Ga, é realizada por meio da seguinte medida de prevengiio: a) Priméria. b) Tercidria, c) Secundaria, d) Quaternéria. ¢) Intermediaria, 3. O objetivo de prevenir que a crianga contraia sarampo, poliomielite, tétano, coqueluche, dif- teria ¢ tuberculose esta diretamente relaciona- do A atividade de: a) Promogio social b) Atengio primécia. ) Controle especial. 4) Cobertura vacinal. ¢) Protegio secundiria, Segundo o Programa Nacional de Imunizasio do Ministério da Sade (PNI/MS), as vacinas prioritirias no primeiro ano de vida de uma crianga so: a) Toxoide tetdnico, triplice viral, contra po- liomielite, contra hepatite B, tetravalente BCG-ID. b) Dupla, BCG-ID, contra hepatite B, contra poliomielite, tetravalente e rotavirus. ©) BCG-ID, contra hepatite B, contra polio- mielite, tetravalente, rotavirus e triplice vi- ral, 4) BCG-ID, contra hepatite B, contra polio- miclite, contra febre amarela, rotavirus ¢ tiplice bacteriana, ©) Contra a hepatite B, BCG-ID, toxoide te- tinico, rotavirus, triplice bacteriana e contra poliomielite. Entre as doensas abaixo relacionadas, aquelas cujas medidas de prevensfo incluem vacinagio sio: a) Sarampo, siflis e rubéola, b) Tétano, hanseniase e dengue. ©) Tuberculose, célera e difteria 4) Coqueluche, meningite e tétano. ©) Difteria, coqueluche e doensa de Chagas, (O Programa de Assisténcia Integral 4 Satide da ‘Mulher, do Ministério da Satide, preconiza as seguintes atividades: a) Assisténcia na adolescéncia, planejamento familiar e assisténcia no parto, 1b) Assisténcia ginecoldgica, assisténcia obsté- trica e assisténcia & terceira idade. ©) Assisténcia clinica e cirirgica, assisténcia obstétrica e assisténcia 20 puerpério imediato. 10. SAUDE DA COMUNIDADE 283 d) Assisténcia ao ciclo gravidico puerperal, as- sisténcia a0 recém-nato e assisténcia mental. €) Assisténcia clinico-ginecolégica, assisténcia, pré-natal e assisténcia ao parto ¢ ao puerpé- rio imediato. Para que sejam mantidas as condigdes ideais de conservacao dos imunobiolégicos, segundo normas do Ministério da Satide, a limpeza do reftigerador deve ser feita quando a camada de gelo atingir 1 cm de espessura ou a cada: a) 3dias, b) 7 dias. ) 15 dias. 4) 20 dias. ©) 30 dias. ‘A vacina constituida por suspensio de bacté- sias vivas atenuadas é a) Contrao sarampo. ‘b) Contra a raiva. ) Toxoide diftérico. 4) Toxoide tetanico. ¢) BCG-ID. De acordo com o Programa de Assisténcia In- tegral & Satide do Adolescente, 0 método con- traceptivo indicado para essa faixa etéria a) DIU. b) Ogino-Knaus. c) Anticoncepcional hormonal oral. 4) Preservativo. Quanto a conservagdo das vacinas, a medida incorreta €: a) Voltar as vacinas a0 congelados, uma vez descongeladas. b) Observar o prazo de validade estabelecido pelo fabricante. ©) Manter longe do sol, calor e claridade. 4) Desprezar os frascos que revelam presenga de flocos e grumos. ©) Manter as vacinas na geladeira fora do con- gelador de 2.a 8 284 u 12. 13. 14, 45. CURSO DIDATICO DE ENFERMAGEM O agente causador da coqueluche é: a) Treponema pallidum. b) Bordetella pertussis. c) Plasmodium vivax. 4) Salmonella typhi. De acordo com a orientagao da OMS, a vacina BCG-ID deve ser aplicada na regio: a) Gliteo direito. b) Dettoide esquerdo. ©) Dettoide direito. 4) Coxofemoral. ©) Ghiteo esquerdo. No reftigerador do posto de vacinagio sto acondicionados frascos com gelo para: a) Diminuir o risco de contaminagio. ») Evitar 0 congelamento das vacinas ¢ soros. ©) Aumentar 0 peso na parte superior do apa~ relho. 4) Manter a temperatura baixa em caso de de- feito. ‘A prevengio em satide piblica deve estar ba- seada no conhecimento da historia natural da doenga, com 0 objetivo de interromper ou anular sua evolugio. Devem ser conhecidos os miiltiplos fatores relacionados ao agente, 20 meio ambiente ¢ a evolugio da doenga no in- dividuo acometido. Os niveis de prevengio em satide classificam-se em: a) Primério, secundario e terciario. b) Primatio, de acidentes e de doengas. ¢) Tercidtio, pré-patogénico e patogénico. d) Primério, quaternério e pré-patogénico. €) Patogénico, de reabilitagao e de diagnéstico precoce. Dentre as atividades da prevengio tercidria destacam-se as seguintes condutas: a) Controle de vetores. b) Vacinago da comunidade, ) Reabilitagao das incapacidades. 4) Tratamento curativo de hospedeiros. 16. A vacinagio em criangas € contraindicada na seguinte situagio: a) Emestado gripal. b) Durante 0 uso de antibistico. ©) Com histérico de prematuridade, 4) Sob acdo de imunossupressores. ©) Durante uso exclusivo do leite materno. 17. Para proteger a erianga contra a poliomielite so necessiiias trés doses de vacinas com inter~ valo de tempo entre cada uma de: a) Dois meses. b) Trés meses. ©) Quatro meses. d) Cinco meses. ©) Seis meses. 18. Qual a altima vacina implementada pelo Pro- grama Nacional de Imunizagio (PNI)? Assi- nale a opgio correta: a) Varicela. b) Rubéola. ©) Hepatite B. ¢) Gripe. ¢) Rotavirus. RESPOSTAS COMENTADAS 1c © Programa de Saiide da Mulher esté voltado ao ‘acompanhamento da mulher desde os primeiros anos de vida, com atencéo especial ao seu desenvolvimen- to biolégico, fisioldgico (sexualidade), psicossocial e spiritual, assim como na concepeao do ser feminino na atual conjuntura da sociedade. Fazem parte dessa ‘atenedo 0 acompanhamento de pré-natal, a prevencdo do céncer ginecolégico ¢ de mama e outras agdes que permitem 0 acompanhamento da mulher fora do ciclo gravidico-puerperal, como as voltadas para 0 climate ‘io, 0 planejamento familiar e a prevencdo de DST-Aids, entre outras. 2 C A prevengdo secundéria inclui um conjunto de medidas voltadas para 0 periodo em que a doenca jé existe, visondo a impedir sua evolugao e suas complicacdes. As agdes voltadas para o diagnéstico e tratamento precoce englobom medidas que tém por objetivo identificar 0 proceso patolgico antes mesmo do aparecimento dos sintomas. 3. «B A atenedo priméria engloba 0 conjunto de acdes volta~ dos & prevenedo da ocorréncia e engloba medidas que tém como objetivos atuar sobre o periodo que antecede @ ocorréncia da doenga € evitar o desencodeamento de fatores que possam causé-la visando é promogéo da sauide por meio da prevenedo de doencas, ou seja, do protecdo especifica. 4.0 Segundo 0 Programa Nacional de Imunizagéo, as vaci- fnas a serem administradas ao nascer sdo BCG-10 e con- tro hepatite B. Com 1 més de vida deve ser aplicoda a segunda dose contra hepatite B. Com dois meses devem ser administradas a vacina oral contra poliomielite, vocina tetravalente € a vocinal oral contra rotavirus Com 4 meses devem ser administradas a segundo dose da vacina oral contra poliomielite, @ sequnda dose da vacina tetravalente € a segunda dose da vacina oral contra rotavirus. Aos 6 meses devem ser administradas 4@ terceira dose da vacina oral contra poliomielite, a terceira dose da vacina tetravalente € a terceira dose da vacina contra hepatite B. Se 0 crianga reside ou ird viajar pora dreas endémicas, éreas de transig de risco potencial, aos 9 meses deverd ser administrada @ vocina contra febre amarela. Por fim, aos 12 meses deveré ser administrada a vacina SRC (tiple viral). 5. D Cogueluche, meningite e tétano so prevenidas com a vacina tetravalente, administrada em trés doses (com 2, 4.6 6 meses de idade). 6 E As proposigées bésicas de ago formuladas pelo Minis- tério da Saude para 0 Programa de Atengdo Integral SAUDE DA COMUNIDADE 285 @ Sacide da Muther (PAISM) devem ser situadas no contexto da politica de expansdo ¢ consolidagéo dos servicos bésicos de sade. Esse programa especifico foi oficializado na década de 1980 € configura-se como uma estratégia de destinagdo seletiva de recursos que permitam a operacionalizagéo de contetidos de grande prioridade vinculados & populagéo feminina. O programa foi desenvotvido com os seguintes objetivos: ‘aumentar a cobertura e a concentragéo do atendimen- to pré-natal, proporcionando iguais oportunidades de utilizagdo do servigo para toda @ populagao; methorar a qualidade da assisténcia ao parto, ampliando a cober- tura do atendimento prestado por pessool treinado, tanto no sistema formal quanto no informal (partei- ras tradicionais), diminuindo os indices de cesarionas desnecessérias; aumentar os indices de aleitamento ‘materno, fornecendo condigées para implementagéo do ‘alojamento conjunto; implementar ou ampliar as ativi- dades de identificagdo e controle do céincer cérvico-ute- rino e de mama; implementar ou ampliar as atividades de identificagdo € controle das doengos sexualmente transmissivels; implementar ou ampliar as atividades de identificagéo € controle de outras patologias de ‘maior prevaléncia no grupo; desenvolver atividades de regulagéo da fertilidade humana, implementando ‘métodos e téenicas de planejamento familiar, diagnos- ticando e carregando estados e infertiidade; e evitar a prética de aborto mediante prevengéio da gravidez inde- sejada, 0s conteddos da Assisténcia Integra! ¢ Savide da Muther sao desenvolvidos por meio de atividades de assisténcia clinico-ginecolégica, assisténcia pré-natal € assisténcia ao parto e 0 puerpério imediatas. Por assisténcia clinico-ginecoldgica entende-se 0 conjunto de agées © procedimentos voltados & identificagao, diagndstico e tratomento das patologias sistémicas das patologias do sistema genital, inclusive a prevencéo do céncer de colo uterino € mama, e orientagéo sobre plonejomento forntior 7 O refrigerador faz parte da rede de frio preconizada pelo Ministério da Sade para a conservagéo dos produtos imunobiolégicos. Inclui seu armazenamento, transporte € manipulagéo em condigées adequados de refrigera- $40. Manuseio inadequado, defeitos do equipamento 286 CURSO DIDATICO DE ENFERMAGEM, ‘ou falta de energia elétrica podem interromper o pro- cesso de refrigeragéo, comprometendo a poténcia dos imunobiolégicos. Quanto a limpeza do refrigerador tipo doméstico deve-se fazer a limpeza a cada 15 dias ou sempre que a camada de gelo atingir tem. 8 —E A vacina BCG intradérmica (10) é um tipo de vacina con- tra.a tuberculose. Trata-se de preporacéo lioflizada de uma linhagem viva atenuada de Mycobacterium bovis. % D Em outubro de 1988, 0 Ministério da Saude oficializou © Programa de Assisténcia Integra! Satide do Ado- lescente. Dentre 05 objetivos langados pelo programa, foi considerada érea prioritéria o acompanhamento da sexualidade. No intuito de evitar gravidez indesejada contaminagdo por doenca venérea, o preservativo & 0 ‘método contraceptivo mais indicado. 10. A ‘A maioria das vacinas perde sua efiedcia opés ser sub- ‘metida a0 congelamento; portonto, as vacinas nunca deverdo ser armazenadas no congelador e sim mantidas sob temperatura de +2 0 +8°C. 11. B Coqueluche € uma doenca infecciosa aguda caracteri- zada por um estégio catarral, que é seguida por uma tosse paroxistica peculiar e termina em uma inspiracéo estridulante decorrente da agéo de um bacilo gram- negative pequeno € sem motilidade conhecido como Bordetella pertussis, 12. C A questdo € autoexplicativa, 13. D ‘No refrigerador deve ser conservado gelo comum ou reciclavel em sacos plésticos ou em recipientes plis- ticos tampades, a fim de manter por mais tempo a temperatura interna em caso de defeito do equipamen- to ou queda de energia; esse gelo também poderd ser utilizado pelas equipes méveis de vacinagéo. 14. A Prevenir significa atuar antecipadamente, impedir determinados desfechos indesejados, quais sejam 0 ‘edoecimento, a invalidez, a eronicidade de uma doenga ou a morte. De acordo com a situagdo, os niveis de revencdo classificam-se em: primério (a¢do na fase pré-patogénica), secundiirio (realizado mo individuo sob a¢do do agente causador da daenca)¢ terciério (proces 0 de reabilitagao). 15. C ‘Na prevengdo de nivel tercidrio, a doenga jé se instalou € seu desenvolvimento deixou olgum tipo de sequela, As ‘medidas relacionadas englobam agdes voltadas 6 limi- tagdo do dano, & reabilitagdo do individuo apés a cura da doenca ¢ @ reintegragdo do trabalhador e cidadéo a uma nova vida. 16. D As vacinas produzidas a partir de bactérias ou virus vivos atenuados néo devem, em principio, ser adminis- tradas em pessoas com imunodeficiéncia congénita ou ‘adquirida, acometidas por neoplasia moligna, em trata ‘mento com corticosteroides em altos doses ou submeti- dos a outras terapias imunodepressoras ¢ em gravidas lexceto em situagdo de alto risco de exposigéo a alguma doenca imunoprevenivel, como a febre amarela). IA A vacina oral contra poliomielite deve ser administrada em trés doses, aos 2, 4 € 6 meses de idade, ou seja, com intervalos de dois meses entre as doses. 18. E £m margo de 2006 a vacina oral contra o rotavirus foi oficialmente incluida pelo Ministério da Saude no calendéirio vacinal do Programa Nacional de Imuniza~ $60 (PN), devendo ser administrada em duas doses, aos 2.64 meses de vido.

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