Você está na página 1de 25
Tinctatecan beh (ie emt a 4. DO FUTURISMO AO SURREALISMO “Ando nestes dias obcecado por escultura! Penso que posso conceber uma ren desta arte mumificada’~ datada de 15 de marco cultura comesara no inicio daquele em 17 de agosto de 19 sa contribuigao & renovagio da ai ainda persist. 192 ESCULTURA MODERNA (DO FUTURISMO AO SURREAUSINO 113, 7 rnin de ero negra ever, 1914 10 Boston), Coloration, 1914 cAnicos e dos materiais manufaturados. Em Vico Baer, desta vez de n dat: a outra carta a Esta al ‘mas provavelmente es- ‘na bastante evidente sua magio cubistas e dos escu apropriada para distinguir os futuristas dos Jo Cubismo, como Ar~ ‘verdadeira revolugdo da uma mudanga de e © Cubismo como um todo no parece asso, a pintura se move pouco e ce verdadeira revolucao da nko deealu para o areaico e o bxirbaro, jeoldgicas da arte como atividade humana, e de acordo com a nova ideologia haveria novas imagens, novos ma- teriais, novas fungdes 0 'es plisticas es. | tavam envolvidas — a poesia, a arquitetura, o drama e, até mes toda a sociedade na idéias, a ica que a FIMO AO SURREALSMO 195 rho ro esac, 1918 98 esc 122 ESCULTURA MODERNA Braque, 0 propésito definitive da geometrizagao dos planos 6 enfatizar a estrutura formal do motivo representado. No Cubis- mo sintético de Juan Gris, o propésito definitivo é criar um pa- drao formal efetivo, sendo a geometrizagao um meio para este im. No caso de Delaunay, é uma questdo de transmi gia radiante da luz, ou talvez o“espaco que ja nao existe”. Mas a fragmentagao presente na pintura futurista tem um objetivo bastante distinto ~ criar elementos lineares (“linhas-de-forca”, como s8o denominadas) que possam ser “serializados” para dar o efeito de movimento (0s desenhos de Boccioni de“esta dos de espirito” sao sempre sensacdes mentais transmitidas por has ). Se, nao obstante, estes elementos ‘composigao” uma estrutura formal geral, é ape- ‘a delineagao arbitréria imposta ao artista pela érea bidi- mensional da tela. A coeréncia formal tem uma importai secundaria Quando Boex mesmos princi jue publicou em 11 de abril de 1912, por mais pol que seja seu objetivo, é de qualquer modo uma profunda an ticos da escultura, Boct monétona” da escultura de todo o pais: Gio cega ¢ tola de férmulas herdadas do passado”.”Em todas estas manifestacées da escultura... perpettia-se 0 mesmo erro: ‘opia o nu e estuda o estatwério cléssico com a convic- gio obtusa de que pode encontrar um estilo correspondente & lade moderna sem abandonar o conceito tradicional i tem pouca dificuldade de de- monstrar a absurdidad objetivo, e declara, entio, que o pode haver nenhuma renovaggo na arte, qualquer que sea, se a propria to de arte da escultura iiicleo cent de descobrir as n inculam, de m ASTICO APARENT! devemos comesar 125 ue Seis, Mr 124 SCULTURA MODERNA (00 FUTURISMO AO SURREAUSMO 125, jo TRANSCENDENTALISMO ido foi por ltura deve dar vida aos dardo primi 127. ur chit, Menina feta 1983-45 ia grande consi- de planos”.A suRacausMo 127 [DO FUTURISMO AO SURREAUSMO 129, mente expt em sua monografia sobre o ar Pisco no epago, 1919 180 ESCULTURA MODERNA combina a mover livremente,. un interior. Amal formas pol; pesada com planos de superficie que se imagem vivida que parece repleta de vida rntemente formas geom Embora esta obra seja, possivelmente, como Dr. Taylor sug re,“apenas um longo passo dado a partir das cabecas livremen- te modeladas de Rosso", ela ainda nao constitui um avango tio revoluciondrio como 0 Desenvoio Em alguns aspectos, esta pega extremam tecipagao de Copo de absinto de Picasso, de 1914, em que o espa- arrata & exposto e torna-se possivel suger de da substncia (vidro) por meio do ritmo dindmi ral aberta, Ingénua como é, e ela habilidade com que Boccioni, em sua monumental ias tinicas ca cont rio espago, consegue transmitir 0 oz avango de uma figura humana — sentimo-nos tentados a actescentar“através do espago", mas, jé que nos disseram que”o espago jé ndo existe", é presumivel que a intencao seja sugerir “uma ponte entre o infinito plastico exterior e o infinito plastico ide bem ser uma frase sem sentido, mas Boc- e”08 objetos ja finitas de harmonias simpaticas ide é de movimento, e nao de espa dade pléstica e a ambiggo criativa de Boccio (1871-1958) experimentou monta; wente ao mado do Cai rasa de 1914, na Peggy Guggenheim Collection, ada construgio em madeira, papelio e metal. As obras de deste tipo parecem ter perecido, com excegio da escultura nston Col farga (1913), Esta pega exibe neros material o+Cavale (DO FUTURISWIO AO SURREALISMO 131 132 Jao Ap, Tro ee madame com cha 1. 1916 ta semelhanga com a Lute de boxe de Archipenko (1913) 124 outros paralelos a tragar-se entre a e e Boccioni e contemporan istas: seu conceito de uma es \do em 1910, um momento em que os laboravam as ISM AD SURKEAUISIO 133, 132 ESCULTURA MODERNA, 138 Jean Ap, Rove, 1916 da ao Desenvoh irada no mesmo pri 124 ESCULTURA MODERNA 135 saree Duchame, dium brag qucrad, [DO FUTARISIO AO SURREAUSMO 135, 136 ESCUTURA MODERNA bo Furunt 138 esc TUBA MODERNA, [DO FUTURISIO AD SURREALISM 139 r desta dis- “cubis- gem conceitual da arte. Ap tingao estabelecendo uma categori "em que inclufa os por ele denominada’ eiramente esta- 5 presentes dias, wziu em Moscou jé, 20 repro turas como se influentes imento moderno. Mesmo obras 130 como Paissaro projeto que deveria se ex; para preencher a abobada celeste”) de Bra de Pevsner (1924), tém proposi 142 ESCULTURA MODERN [00 FUTURSMIO AO SURREALSMO 143, ido que o real Muito significativa para o desenvolvimento futuro da esc tura foi a eliminagao de toda distingao formal entre a relevo, a esc indrica e 0 ol onto. De fato, muitas obras dos dadafstas podem ser classificadas indiferentemente como pinturas ou esculturas, de modo que as separar em funcao ia ordenada de cada categoria se destruir seu de uma DO FUTURISMO AQ SURREAUISMO 145 Homem aportand, 1917 significado historic nao é uma pintura, énem uma escultu inet d'art, mas em. um sentido que esta expressdo nem sempre encerra; é um obje- to sem qualificages. Foderia ser, como Marcel Duchamp perce- beria, um objeto pronto — quer dizer, um objeto comum investi- do de significado ao ser removido de seu ambiente ou posigao normal, ao ser simplesmente, por exe bai. A historia desta fase da escultura moderna pode ser mais bem a se comentarmos um pardgrafo escrito pelo proprio Arp: 146 escULTURA Mot Em 1914, Marcel Duchamp, Francis Picabia e Man eck, Emmy Hennings, ym regozijo aos bragas fe um protesto contra a ra Meus guaches, relevos e plisticos eram 4 base, foram geradas por met 10 depois nos mucamos para o Tyrol, eT a nos na boa obra. Em Colonia, Max Est e eu inhoca. Exatamente nom 1a empresa da cascavel consumada e a empresa do Fata de Max Ernst fundiram-se so ‘atagaga, e podem ser trazidas de volta a vida a q squeira. O que no Dada inte, a mim nome d DO FUTURISIO AO SURREALSMO 147 wia esquecido ~a son essencialmente uma guerra de maquinas, ¢ © lado que inventa as maquinas mai . Ao protestarem contra a mecanizacio do istas protestavam contra a guerra etas rutas da drvore do Dada... foram geradas por ¢ por mim en Coldnia” — 0 movimento JRA MODERNA te TURISMO AO SURREALISMO 149 isumada” era enganoso identificar 0 hamento po | para este Dada cor 49, een Arp Etre, 1939-60 12 i 1m 450 ESCULTURA MODERNA nsuportivel A cascavel de Dionisio pade se voltar contra cascavel da empresa de Laocoonte e seus Filhos”. 3."0 que no Dada ¢ importante, a mim parece, é que os da- dafstas desprezavam 0 que é normalmente considerado art. declaramos que tudo o que se tora ser ou € feito pelo homem € arte. A arte pode ser md, enfadonha, selvagem, doce, perigosa, eufénica, feia, ou um deleite para os olhos.” Em outras palavras, © Dada representava uma completa liberagao do impulso criati- vo ¢ era portanto capaz de encertar as mais surpreendentes contradigbes, sobretudo a contradigao de que, a despeito de suas 5, § artistas dadaistas retornaram a certas esstncias da arte sua arte - as esculturas de Amp, 8 cologens de Schwitters, as pinturas de Max Emst ~ mostrou-se tao dura~ doura quanto qualquer arte do século XX."Tentei ser natural”, ado revolucionério 1odo algum © mesmo do Dada, pois que ser natural nao é de que ser“fiel & natureza” (© Dada, seja qual for sua coeréncia, nio sobreviveu ao fim da Primeira Guerra Mundial, mas, neste curto perfodo, Arp pro- dluzira algumas obras de grande significado para o futuro da es- cultura, notavel ims relevos em madeira pintada (como © Torso de mad 1916, e Floresta, 1916) Depois da guerra, formaram-se grupos em Ber over (0 que novamente enfatiza o carater germanico do movi- mento), com ramificagGes menores na Basiléia e em Barcelona. Arp foi se juntar a0 novo grupo em Colénia, e lé tornou a reu- nir-se com Max Ernst, que conhecera em 1914. Arp tem em sua posse uma Emst em 1913, € 0 relevo pintado de 1919 (Fruto de uma longa experiéncia, Colegao Roland Fentose) pode ainda ser considera- cdo uma escultura dadaista. Esta dltima pega se aproxima dos re- levos pintados que Kurt Schwitters produziu quase ao mesmo tempo, como a Cor rz, de 1919, que nao sobrevivew’ (O*método" de todas essas esculturas é colar*objetos-encontra- dos’ formando uma relagdo com significado, para criar um tipo cde metéfora plastica que tem @ mesmo poder evocativa de uma metéfora em poesia, Este método, entretanto, é também o mé- todo da escultura surrealista, e neste sentido, pois, ha uma ple- na continuidade entre o Dada e 0 Surrealismo. ‘20 FUTUISNO AO SURREALSIAO 151 © que pode ser chamado de a apoteose do objeto pronto é, no entanto, um chiste peculiar ao Dada, e que talvez possa ser atribuido exclusivamente a Marcel Duchamp. A idéia parece ter surgido no decurso da utilizagao das sombras dispostas por ob- jetos prontos como elementos de um esbogo. Robert Lebel, em seu estudo sobre Duchamp", cita uma nota extraida da Caixa verde de Duchamp, uma pasta de fotografias, desenhos e anota- ‘Ges manuscritas publicada em Paris em 1934 Sombras dispostas por objetos prontos. Sombras dispostas por 2,3, 4 objetos prontos cnlocados listo, para derivar dela uma figura formada por uma igual /exten- io! (por exempta) tomada em cada objeto pronto ¢ tomnando-se por projecio uma parte da sombra disposta, Tomar estes”torand deles fazer um tragado sem natu- ralmente mudar a posigio de cada umm com relagio aos outros na projesio original Os objetos prontos de Duchamp comegam com 0 Pieu de bi- icleta de 1913 e é importante compreender a intengao do artista ao escolher e expor um objeto pronto, lista intengao nao & em sentido algum estética, como é a titima intengao dos surrealis- 1S em apresentar (e mesmo montar ou estruturar) um objet trou ‘i muito menos uma intengao de utilizar materiais prontos, como vimos que os cubistas faziam, por suas inerentes qualida~ des decorativas ou plisticas. Como observa Robert Lebel com muita sagacidade, a intengdo de Duchamp era interromper qualquer contra-ataque de gosto. Ele no selecionou tum pneu de bicicieta como um belo objeto modemo, como o faria lum futurista; eleo eseolheu porque Nao era sendo ‘um pneu, como uma eentena de outeas, ¢ de fato se fosse perdido ppodleria logo ser idénticas. Durante aque- Mas existe algum ato de escolha inteiramente arbitrério? Po- de alguma ago pessoal ser deserita comointeiramente a 152 ESCULTURA MODERNA tia”? E concebivel que os objetos escolhidos por Duchamp — um pneu, uma garrafeira, um mictério (de cabega para baixo), uma pa de neve, um pente, um cabide de chapéu pendurado no teto etc. ~ devam ter alguma associagdo inconsciente para o artista; ¥¢ nao, 0 objeto propr sua configuragao ou Ges gum significado oculto.“Seu temperamento é ca- prichoso tal como o temperamento caprichoso de uma a das decisoes arbitrérias da I6gica adulta”, ‘No entanto, tem-se a susp dem estar se vingando do art poder evidentemente real, pois desde sua consagragao nunca deixaram de inspirar um culto devotado”— diz novamente o Sr. Lebel. Mas substituir 0 culto estético pelo culto magica nao pa- rece ser 0 tipo de liberagdo que os dadafstas procuravam, e du- vido que Duchamp, que comparava seu objeto pi “espécie de encontro’, tivesse pretensdes como estas. a nogdo de magia contradiz a tinica distingzio que acredito que possa ser feita entre o Dadafsmo e o Surrealismo. Em junho de 1915, Duchamp decidiu deixar Paris e segui cra-Ihe sem diivida forgosa, devido & atmosfera de guerra em Pa- ris (Duchamp havia sido dispensado do servigo mi mum com os sum paiblico i Duchamp era um deles, mas, {inico eritico que o apreciasse, ele se manteve um dos poucos artistas dadaistas au tinica, especialmente na Am volvimento da escultura moderna nos Estados Unidos que nao possa ser diretamente atribudo ao exemplo de Duchamp. Isso do é negar que ele tenha desempenhado um importante papel no desenvolvimento do movimento surrealista em no mesmo espirito com que trabalhava como bi do muito jovem ~"Eu estava sempre disposto a fornecer qual- quer informagao que pudesse a qualquer pessoa que me pedis- se com educagio."# 152.9 Homan e rather, 1956-81 154 {SCULTURA MODERN Se ha alguma dvida quanto a intengio de Duchamp a vestir seus objetos prontos de magia, ndo hé nenhuma d de que o“objeto-encontrado” (objet trowwé) dos surrealistas, de algum modo parecido com aqueles, era selecionado por sua st posta qualidade magica.”Magia” é uma palavra ambigua; 0 que normalmente significa aqui é estranheza ou fantasia, ou o que André Breton denominou “humor objetivo” -“uma sintese no sentido hegeliano da imitagdo da natureza em stias formas aci- dentais, de um lado, e do humor, de outro". O préprio Breton ntese em seu Poeme-abjet de 1935, que ma prancha, de um ovo art dago quebrado de um espelho ¢ as asas de um passaro ou anjo provavelmente destacadas de algum brinquedo. € um longo ca- minho da integridade escultérica de um Rodin ou de tm Matis- tos com os SUIT lembrar pelas categorias formais —falavam, portanto, de” abjetos”, e nao 153. Joa Mia, sar, 194s (D0 FUTURSMIO AO SURREALSMO 155 Exava, 1956 de “escultura”. Bastante diversas, entretanto, eram as intengSes de Alberto Giacometti (n. 1901), que desde o inicio era obceca~ do especificamente pelo tema escultérico das relagdes espaciais. No momento da construgao de sua obra mais surrealista, O pa- 142 ios 4 horas (1932-33, atualmente no Museu de Arte Moder- na de Nova York), cle escreveu Giro no vazio, Em plena luz do dia contemplo o espago € as es- preto, braneo, vermelho, fe a mecanismos precisos 46 156 ESCULTURA MODERNA Ura vez que o objeto é construido, tendo a \- dos e deslacados, fatos que me emocionaram profun - tas vezes sem que eu me apercebesse; formas que senti bastante préximas de mim, ainda que muitas vezes sem ser capaz de as iden- tifcar, o que as faz todas ainda mais perturbadoras. Nestas duas afirmagdes, expressa-se todo o propésito e efei- to de uma escultura surrealista - a construcao no espago de me~ canismos precisos que nao tém uso algum, mas sao, todavia, pro- fundamente perturbadores. As construgées se tornariam poste- riormente (a partir de 1940) figuras humanas, is vezes dispostas em grupo, como figuras em uma rua ou praga, cada foco em seu proprio propésito ou direco, mas constituindo, na totalidade de seus movimentos, uma textura espacial. Giacometti ainda de- nominava esses grupos humanos” construgées’~"Nunca consi- derei minhas figuras como uma massa compacta, mas como construgées transparentes’—e o efeito persistente de surrealida- jevido a este fato. Houve tentativas de atribuir mo na arte, ou mesmo ao humanismo, mas ‘0 corpo humano tem para ele tao-somente o significado de ser ‘0 simbolo externo de uma subjetividade intangivel. Um sentido pesaroso de vacuidade interior, que em nenhum sentido pose serpreanchd’, talvez possa ser redimido por algum si sélido. Cumpre, porém, que o simbolo nao seja demasiado s5ldo ou preciso, pois a vacuidade nao tem contomos pr ~ dai ser 0 gesso seu meio preferido.“Pétrissant le plate, il eée le vide a partir de plein”, nas palavras de Sartre™.”Amassando 0 ‘gesso, da plenitude ele cria a vacuidade.” i nos leva para além do tema ir mas esta foi sempre a ambigtiidade ¢, pode~ ado mais profundo de um movimento que reivin- dicava a maior liberdade espiritual possivel, Nao se pode esta- para a imaginacdo humana - esta era a teivi cago especifica do Manifesto de Breton (1924); mas, se ndo ha (es, ndo ha regras restritivas, fato este que sempre tornou di ‘um sentido coerente um movimento surrealista. Es lando, nunca houve mais que um aque- que escreveu os manifestos. Admiragao e afeigao (ou um de- jo natural de tomar parte em uma publicidade téo brilhante- tritamente (D0 FUTURISMO AO SURREAUSMO 157 155, oan Mi, Caters, 1961 mente organizada) trouxeram intimeros adeptos as va nifestagdes que ocorreram entre 1924 e 1936, mas estavam to- dos pagando tributo, talvez primeiramente ao poeta e encora dor do movimento, mas mais significativamente ale seul mot de liberté”. & certamente possivel interpretar 0 Surrealismo de iacometti neste sentido. ‘O caso de Max Emst é um pouco diferente. Enquanto escul- tor, como vimos, ele comegou com 0 Dada notivos eram to destrutivos quanto os do restante do grupo. Entretanto, tal como Arp e Schwitters, ele seria também seduzido pela beleza. “O rouxinol é um grande artista.” Em uma carta a Carola Gie- dion-Welcker, Ernst relata Alberto Giacometti e eu nos afligimos coma febre da escultura “Trabalhamos sobre blocos de granito, grandes e pequenos, da more: na do Forno Glacier. Maravilhosamente polidos pelo tempo, sgeada e pelo clima, so em si mesmos fantasticamente belos. Por ry om us 1a 158 {SCULTURA MODERNA o deixar o trabalho preparatério aos elementos e res~ 18a arranhar neles as runas de nosso priprio mi atualmente em Pedras similares foram trabalhadas quando Ernst vivia no Ari- zona (1946-49). Em 1938, ele ocupou tima casa em Saint-Martin @Ardéche, aproximadamente cingiienta quilémetros ao norte de Avignon, ¢ neste perfodo cobriu as paredes com gigantescos relevos escultéricos. Mas a est istica de Max Emst, original na forma e fantastica na concepeao, pert Esta série de composigSes modeladas (fundidas subseqiien- temente em bronze), mostra a maestria de Ernst em uma técni- ca que cle apenas esporadicamente praticou, ¢ sem nenhum prejuizo conduz ao interior da escultura a espirituosidade e a fan- {asia de suas pinturas. Ha pegas excepcionais, como A mesa es posta (1944), que parece ter algum significado espac cente do Modelo para uma praga em madeira d (1930-31), mas a maioria delas sao figurativas na preendendo-se que as figuras nao sao deste mundo. Suas f goes ( ‘ansioso € Moon Mad, 1944) sao uma regressao ao bronze Lady Bird de 1934-35, mas a peca de maior sucesso & O re jogando coma rainha (1944), que tem uma semelhanga pu- ramente adventicia com Rei e minha de Henry Moore, esculturas de Max Ernst permanecem no reino do” Dior nigmatico, € nao € espiritual em y" mundo em que elas nos mas infra-real, antes plutdni moderna, mas, em sua maior parte, fora do perfodo de atividade coerente do grupo. Joan Miré, por exemplo, fez uma série de " m 1929 que, no entanto, sao relevt a pintura que a escultura sd didas em bronze (por exe lo, 0 Passaro de 1944-46, a Mulher 0 FUTURISIIO AO SURREALISMO 159 cada caso, multférias, jade, para introduzir w mento de sua grande contribuigo para a arte da samos considerd-los sob uma nova rubrica, a

Você também pode gostar