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| ALITERATURA IMPENSAVEL, Quem procura delimitar em sua singularidade o ser da cosa t- teriiaesbarra em primeico lugar na opacidade de um nome. A pala fra treratura parece, realmente, otada de notivel capacidade de ap fr as operagBes que a constiuiam como objeto tebrico, Historica Frente,» nosso se impis como por suepeesa num desizamento de tentido nfimo o bastante em sua operagZo para que alguns possam fimplesmente tél ignorado, radical o bastante em seus efeitos para jue outron possan ter feito da literatura um sacerdécio ou uma nova bees ‘© deslzamento histrico pode, em primeira anilise, ser desig ado de manciza muito simples: € passagem de um saber para uma tte, No século XVIll, como se sabe literatura nto era a arte dos ertores,erao saber dos leads, aqulo que Thes permiia apreciar tv belavetras, Estas, por sea lado, eram artes bem definidasy 2 poe Sine elogincia. Uma e outra se dividiam em géneros determina tls segundo varidves espeificas assunto de que tratavam, 08 sen- timentos que tentavam provocar, os modos de composi e métrica [gue utlizavam. Génerosesubgéneros punham em priea sere pre nos correspondentes as eés grandes atividades usadas na constra- ‘ho da obras a venti, que determinava os assunts, a dispasito, que tpanimva ax partes do poema ou do diseurso, a elocati, que dava os caracteres a0s episddios o tom e os complementos que com nihaat 2 dignidade do género a0 mesmo tempo que & espesificidade tio assunto, Regras ténicasindicavam os meios de produrir efeitos txpressvos especificos. Regras de gosto permitiam jlgar quais eet for deviam ou nao deviam ser produzidos. As aulas de literatura do oulo dezoto ensinavam o ltrado a apreciar as obras a pati des: ses saberes edessas normas. ‘No século XIX, essa palavea literatura, que designava um saber, passardadesignarseu objet, A literatura storna propriamente aati dade dagocle queescreve, Ora esa mudanga denatutera ede assunto parece ac fazer sem que ningugm note. Aanla de literatura no séeulo Pola di sca 2 Avo esnava a preci as bras delaras, Anes a obra da ert Aucosas osrem cones apa Yes sido mudados um noe un pone de fosoga les tim adtado o nome de erature, 9 posta dee ey decid do aber do spend pars coheed ee siapareaa do rode Parc fain wegurada scone belilerasde tanto pas irate Erno gar aa Inert revel mui prprio uo anti pun andar hee tide pect. Puer pei nln nares dade 0 conjnt das ares da ingen» prime dan texossigradoresaberesretrcsatostomancor alone do pln rane seen potices ignore nen st pct coninldae conta n crs os paradxo, pariclarmentedeecivlna lar dolvdc Ene hobo Ce Later epi dade Mita ktina. Catia ree goon se ama contin de ated derabnengeaee ee ‘a moderna. sa comiiade eta mares ee een teruptadessersctanbim porumceronimede opened ninam unameama eed far cum meamocttas tole tea, Carn rere com ded rar coop deters gore ensinaré a scoimento de um prio comin ia cat em stato acts dvi ped coals, Mas a perunta que cle do pode ase ‘eum ser que no hi precumentecomeaga ete» pets den sabes tradicionaito surgment dea ea dlcratesene ee t rerospectvmentecompreender numa mesma oslo sass or sen sabres dling? A Tterstua tomas precast none somoaatvidadepcia dag queexcvem potnomenooas a herana” se denne Elio Caguloquesuede eke eae porém agilo que as spre Hi erature quandocerene ae ose as ares potas cedem ga a0 sto mdifremada cd ae oe Bre singular de exrever-Esabido gucosdolsgtnrormtavceon elaseconkve como tl sf preiamenteos dn acon one ‘ora poo lia, siuadamargem da grande poe ope Sa intca eo romaneestuado 3 margem da aieaca Pera dele ue # vol romanian pena et Mera fe color como uma expriniac una pits atonomas da lingeee, Foiasimqulasedetniucomouma capdcidae propa oie, “manera absolata de veras cos” (atber) que receign de oka Aina da lctio. A Iteratin veo asim ase dascon ans i Jacques Ranciére cme moe i i eae vara com a lingua, onde ética e estilistica se Se renga utc, pla pea de Mallarmé como See “sozinha, com excegio de tudo”. lana eof oe Nene drsone nena nn 2a tcl esc a uo ds ae ceanlonins stop sha. ce aera cin ef cosemo- eae rams ova de se herons, Teapot dav. Eada oj coxem sisi ee a ‘as quais a continuidade de uma mesma arte pet oe ‘ata Pav guamentos da literatura que fazem a descobera, ain inti den, de om aves obscure lncoo doings anaemic edu ingle induie pam gape ein ree gues pms rua € 0 ome com qual atalent e sai dca Se oes to yao sot eeijerdanniow nme son pane seco Mr hipdtese é que, a0-se proceder assim, deixa-se escay es samen) “rope cueoni se ef epee especifico de uma coisa a é ce ee Suite sme te que essen A reitonominalist ae .asversais que tém a propriedade de desman- furan elagpes even cnr nomes dias obs nt com as aa saberes ou os modos do a eaaersl is Tess, tirana pence es dla ees gue a rere nde st faem ese desfaem ab rages entre orem ee el ee ger shake pec aly mae eek cc = Fer eee eat pares so, ars lato, duplament enganado~ doe rol que nos apres dewses que desmentem apr rsiprio do dis 1 prpria realidade que exist, n Poles da Beri Prin ideia do divino; em sua less, quando escondem sua palavra poalavea de seus personagens. Mas ese duplo engano & definve pa ‘duem sabe define os aributos da divindade e enumerar as poco Dossveis de um falance em relagio ao discurso de que cle éo pas Ene ‘tio € posivel por de volta em seu lugar o imitadorcujossimulacros @ hhom@nimosintroduziam a desordem do dupo na cidade onde cada in deve fazer seu proprio negécio. O pesto que excluio poeta nioé ‘onseqicia do gesto qu the design seu lugar. Essa designagdo éo Principio de uma delimitagio esivel dos dscursos que poder se pres ‘ar reabilitagSo da techné poética. Olegislador tecnico da Podticg ‘caliza entio, melhor que oleislador politico da Republica, acolo «fo do poema em seu gar. Maso abandono da escrita exposto pelo mito do Fedo de natareza completamente dversa,Posel fart 0 "pa do discurso” a qualquer determinagio Este ji nao esté cult, e sim ausente. fibula mentitosa, devedora para coma vedade daquilo que ia, onde seo escrito defo que no se deixa mais confeontar com sta verdade. O simalacro poétco é um corpo. mais que deixareconhecer sua textura de ilusfo edenuncia seu pai. Em compensagao,¢ prdprio do escrito apagar semelhanca que permite atrbuir um dscarsoa seu ai.O compo da letra sefurta tornando sua almainvsivel. A letra muda! fagarela nao separa apenas o filésofo do logSgrafo, Ela apaga as del rmitagdes entre os modos do diseurso ao faze desa sn recer 0 principio: ‘que permite identfcar um discurso ao reconheeer seu pai Talvez seja nesse apagamento que literatura tem seu lugar vir. ‘ul, Ea notivel arquitetura do Fedro, ese didlogo que s6 comsegue ‘xorcizara perturbagio da eserita A custa de multipliatos nivel as, formas da escita, a paréia das formas e dos tons, o enrelagamento to discursoe de su comentirio, certamente sntométia: ela dispde, «m1 suma, todos os elementos daguilo que Bakhtin chamari o di logismo © a polifonia romanescos, como que para fechar por anteci- Bacio essa desordem das vores e dos corpos que vid a tomar o nome ste romance. Aquilo que vinta ser recobecto pelo nome “ineterm= nado” de literatura podera entio sero redesdobramento da ‘qui estéfechado, © conjuntaaberto sem lei ‘om falta de um corpo, onde a dlimitagao dos dscurson no pra de se apagar,volinido a tomar figura sem cesar, bouigdoleitima das posigdes de enunciagao de sem contornos dos sees falantes. © ser da literatura se gua onde esa se furta as ordenagies que dio aos corpos vores pro silo que das aventuras da letra ‘onde qualquer distri- sdesaparece na comunida ser da 8 Jacyoes Rancitee So: uma perturbacso x em sua fang: uma peu ay cnnertica dos corpos quando 86 ce ear cl conjurase a inquitacio deste reuzineh> Pee ea Hnn é ua desordem que a fosof Se sgano da flbula ea posigto d I cra. Ee 2, efetivamente, dar 20 Peck ficgio seu lugar legitimo, & gis ese ede bao ua comand co fo porta, O engano homérico © Me A es Pe da abut do dips 8 7 Jap enemo dees poet re era o3 Hy30 6 1 som ao pom secorrodevrad eet ara supendera quote dae ouvno po Povo a afatagao do que s pose laren we Eo eri pat una nia ea 0 Pe nae saz de um auto-engendramento” mene gece dem ge deraflego he ene o pas otic a pla peacoat ai, aren npc noma le ole on da form poss. Pocum ado Ps Eiposeada m0 28 ela are impli g sia ex sempre a erie, ic nn, om el es | < Sanaa anes a en i goa char aso da igue™ emai desc © primeico proved lias hepeiana da poesia chamaraheresiaromisize hostrada na concep se » ols da Eri ho seta de Ptich Shae tei da poesia eoram oy curso filoséfico, © fir z condi inal de ode ‘quado para dar corp ni corp ign Mas essa opera, or 2 sobo nome dei Plea por une Pro da det caso. We separa a poesia de eratura, sua peépria fil ‘operagio que fixe, diane de sa pretensio a se tor losofia, rem de ser com. ss. 8s pretensio, um 1m mesmo movimiento, delim lade poticn que, terreno onde el eprom Sido encarnado propio pares conceituaizag Sifidade do Aristeles, mo inverter 0 valor dela, louvende oar ere aquele que sahe desaparccer Sto" haste tte Hegel toa teach aera ee Ercan Aa oe Homeroweend Ir amen ae I poems. Avon de Poerna na meet dividual, Homero¢inecitamene poe Preto dea shed 8 Vt no the perenne ee Bisa “propriedeaen aa Sica que se conhece atrarés dene Hoe Pade” do pores opte a uma gta De Hegel refta com significative vigor ipdtese especitica que its de trechos escrtos juntados unane o fips bet ts nao nc 1, ej ce mas homércos a jam NS Tor aor ren ssa ii, para Hegel, inaceitdvel ea » gis Rance el oo em Plato, é aquele que leva a poténcia de seu pal feito por um s6. Mas € também feito por um s6 na medida JMlo€ "eto" por ele em que estendo o produz como resulta- Imengio de fabricagio. A unidade que fia o poema a seu (60 unidade imediata de uma vox e de um corpo, de uma lade singulare de uma comunidade ca. O poeta exprimea que Plato recusa a cle e realiza a arte que Arsttees reco- helena medida em que ele € tanto o filho quanto o pai de seu Homero € ese paifilho exemplar que se ope 20 arificio fe que simplemente pai (Virgilio aa Eaeida) ou a fauidade da- que sio apenas filhos de sew can (os autores andnimos dos los populares. Essa unidade imediata de uma voz individual e de ‘comunidadeérica ext exemplaemeate realzada na epopéia por 6 proptio mundo hersco cantado pela epopéia é mareado pela lade imediatists da comunidade tia substancal e das vontades jetivas que, em seu préprio enfrentamento, manifetam sec Ter por sso que Homero pode sero pa inceiramente presente in- Iwirameriteescondido de seu dscurso. A relagio que ele mantém com feu poema € homeloga & dos heeds que, no proprio desdobramento Ae sa “ive individvaidade” exprimem a espcificidade da comuni- dade écica. A condigio do poema épico €a postvidade indiferencia- ths de um poetico, no sentido estrto: um mundo onde a unidade do poiein ainda nao esté rompida pela separagio dos modos do fazer propria &civlizagao da eseria, O mundo heebico que dé a epopéia, Seu cho e sua matéria € 9 mundo de antes da separacio entre os re tistros diferentes de atvidade, de anes da eacionaldade industrial e tstatal nee o univesa dos objetos coridianos nio se separa daquele losnegicios pablicos nem se ope a personalidade dos indviduos. Nel ‘o principe eo senhor de guerra nao se dstinguem do chefe da casa © ddoartesto hab. Exe éo estado original, essa “urspriielich poetische Welteustand™ descrita por trechos particularmenteinsprados da Es- tetica:*Aquilo de que o homem precisa para sua vida exterior, casa e ‘campo, tenda, cama elanga, harco para singraro mar, caro que o leva 4 batalha, corimento e abate de animals, comer e beber, nada disso deve tse rornado pars ele um meio morto, mas le deve sentir tudo igso coma sendo parte viva dele mesmo, e, em razio deste vinculo tstreito que liga todos esses objets e todos esses atos ao individuo Fhumano, eles devem levar um selo humano como se partcipassem da alma individual.) cetro de Agamenon é um hasto da familia que au Pola da scion lido cle Tétis” (Vorlesiingen itber die Aesthetik, Werk <0 emblema para sempre. Deixo de lado 0 peso que essa utopia nos. ue a ficeao ¢ a diego dependem de um mesmo principio, manifes, tam a unidade dos modos do ser, do fazer e do dizer. E certamente € A problemética do pai escondido ow ausente é apenas a do est : ‘usa & manifestagio do esprzo que se exprimedietamenteem sua nunca é senio sentido vindouro, a 2 Jacques Rance 342s xemplarmente, «come gue de una ver por todas, trea ica aque o poa tem de responder, ade apeentat "0 fda cosa ese estar como una she mexna aldade dene th epesentacio™(Vorlesingn,X, 3,276 le consege lak eC olioda vida eu povo,a expresso de um mundo onde ede cada indvaealiadeexpine cra unde tos de coleviade Uopa pls virtual, pemament depos em peso una uipia do pote como moment fez da produ endo, unidade da sign desu corp que € promessa agen daoura ida, ade un sentido qu encontswa prose uno rainal a forma imal de sua expresso ransparete. nomcte éico™ siento desba design como momento Pa teslr do por da psa, As figs que 0 povoum fo come prof dh ela da ine eu clement dpi. Livro de vida ou ens do povo, epopia end nua som por sobre oda a Et Mes Ha opte su corpo exemplar de verdad I ers gue 0 0 far sepron do mando age hres dem rp Ahesit erage que derviam oacabanntoraconal da pros pata povascincrmansvel svete dosent. esas heres tera aloes erature sea o nome gndrio e frma romaneca oer ode manifeasio privegiada ‘Qurlgue que eco co, patido ado por Lkacseseus Aicpaos confssos ow incon dss pouaslnkas da Estas Ire ovomante oma “epopamdrnu burgess” tat des "m0- tina pope, ade “devolverse iteita perdi” uma poesia que {prong do mundo conta, permanece kana problema fa A sprevoge de seu modelo, Wabeln Mester de Goebel tegen oeconherinento Jo ies ctico dereconsinode tina ila potca eo esirnos abe oromancic dos aos de aren indo ao im dos quis oes torna um teu como tos. E fs poslbidade do ero romanecos encanta cteunscrias co tren coma barges de ou contsido ca pretest innit de uma forma infreme qualquer conto, ea peed infiita que Megat denuncia na cova schikgeliana do Wi ena pica do humor proprio aos romances de Jean-Paul cas istrasem quo roman trezmanesa tao mais como pide sus fle quanto ets tenrcoinc ses hsm ie roman bh rsonagenscos ng, eoma sem pra slvr que dei de pra Tomentarscus hose tse dialer quale postnidadc na liber Polis ace clade infinita de sua fantasia. Nesse humor, para Hegel, it ssc humor, para Hegel, é disso ‘imbolica primeira da forma da sigificagio que retorna, correla ‘mente dabsolutizacio da subjetvidade do auror, “Mina hipStese€ de que nose trata a da apreciagdo de um a impropiedade eer qu €exaceban nserver sanedo omancita humors ene objeurago da bce ene riopoversubjetv de fabulagdo. A "ia ends denunada sot & em eos platnics, ato de una patemiate a a ee deuaca seu pp xr deroerodicisa ean es de onfandade Eum fntaxa de vor gue nina so longs denn 4 texto sem nunca tomar corpo nem da orp iba Reco daria roninic ahetas tsasincimeca ge {Selon pos dost do dieun, opogs ao rare ana sitasdode oranda Alege dee pote aavel Vide ibe onde an Paultransormact penomneee eae comun dsabvediiossleese organza cum desasheneas core 2 reuio casual de flhasepalhada de um lo perdido ease sadam pas, coposdescarve on pape part enbraiernn Ene oar dtishuniedocomanes predated impress, sempre ameagadadevolasseepapclnaesea eo csv a subwanciidade da elagio ico pocics Ehren ie bul do ra cane, d eto taformado em fas decoteages, ser ivereida nesies pequenos nos aniplaticorca ae ote dopo? dose XD comrto sun en ee oe conto «do dectramento des ccs som nome que salen cmbraos ou enolam a comida do pobre vida pessoal de eg Imre”, dotexto ao qua prprioabanlonovere ce ae comagielsa quem ni compet odcusocdepetar ston cacaen ue determina para cada sm o que “Inecoagee, As “idan vind" do humorist nao psa portant de uma fur parla des andanea da lea mulatagarcoee soo sia sbstancadade do coro pose, dafars ves tare ets ico herdico pelo Estado moderno, = parece como que uma de- fue € 0 inicio de um recomego infin: a literatura, ot sea, tuma outta prosa que vem horrar a passagem do estado postico do reqs Rance eee Poni devia na na do dpi de i co ado frente itor a lenda, iro, a Biblia de um povo” ren prs eee side. Na unido da figura ert ¢ da figura pag do liv de vida — LITERATURA E FICCAO. “Tamate ne segundo cxamplo mpd sun et renzmente nos sua mute longs de Plato e de qualquer problems- ‘Svcs dns de oe Sn penton cb ere Rerimente ne ares iptv rae dari sseo'itune crocus roan ator i eae {numa condo capes ade festa do campo de reflex, por 3s Polis Ecsta sma “ising clement, coco de ertur letvamente ao 1 iS wagos comune ad aoa tein oma “as conics necssian ese ara qe am texts ers to" os ferro» 102) Lief en eign ua de cinq tomamen ml a um campo do sc ue una propiedad nema deste camo Eta una formule Sue pderianossubsceter Mat o problema todo xm ace cone *ntretamos que sno duos att” ecome pens na desta de“propsedade intra” Orn, Searles erp plo, rinho mais ure: mals do qi pr em cous appa lade "p Irisdad", de eolepriviearasmpler lao d intro oan 0 {xterno: slo propia Interns a eto qucotorne Rea, slesimplsmete edu gue oo redid de um gene exter, Despreand a hiridade poopeia do comet de er tura todo 0 wabatho de sun sutoselaborago, cle smplesmen o seep ola dtm “ean er cis hs ‘undo tertura”. A eatrs ca asim empurada para. cm da scnloia do ulgaento de oxo ermanes eno em gua ‘6 fs, send que te dev o ror pode pensadoser tos nio mais de abit, pos de convengio soca Eleven ten hy af Sel propredader texts que analem or tor de io O que on carci fea porate squem dle na tide dager os enuciam. Os enmcaos de ees ding dos oto or rege 0 mode de an seg, rege es orem ser xpress neptvament ferent do seo de esencndos “seis” autor de enuncladosBiconts oS engsa noma see dide do gue enunea em resto em sa propia rete nena er de, E como dizer que cl no fr naverdadesqio gus parse fae, ‘sess. Oatorde fan fa de conta” queens saute dle “imita”oato de fata Asim como o “dsl home cm Hegel categoria patna da mimeseretorna como pica powitv, para aasaraperzrbao dese mod de eta “oem ror Priedade interna” que € erat, Ins Murdoch, em sua, de Conta quest ferndo anes do mesmo mode qu Homers, fund Maro, fai de conta qc ena “axndn® si pode tou gereton A resol postr a neo mpc ape nn prablas como & que on do Figen or pute de ectons ‘chido pao que € Como € aoe fionse ae nar pes mentum at smear dno de sua ela? & rents gue 4 Jacques Rais nica 6 dada nos termos de Protigora:é conveno que funciona ‘9 escritor €0 leitor. O enunciado fcc érecchido exatamente ue é— nem realidade, nem mentira — porque o excritoreoletor os combinam suspender as egras normais da asserco. ssa solagdo simples deixa Searle num paradox singolae. Ela 0 ign a negar 0s critéris de distingio onde eles so manifesto para loci-los onde cles ni0 podem ser determinados. Kate Hamburger sinalou a strana do exemplo excolhido por Searle para demoas- fa auséncia de propriedades textuaisdistintivas, ou sea, 0 inicio lum romance de Iris Murdoch assim redigido:“Ainda de dis glo- Flosos sem cavalos! Assim pensava o segundo lagartenente Andrew (hase-White,recentemente tansferide para o distintoregimento do (xvalo-do-Rei-Eduardo, enquanto passeava agradavelmente por um Janlim dos artabaldes de Dublin, numa ensolaada tarde de domingo Mleabvilde 1916”. E cereamenre dtc imaginar um texto maissarucado fe este de indices defccionalidade ede literaridade:primeiroo act mulo de adjetivose advérbios, mas principalmente a mangita—aber- ante num enunciado informativo mas propria & enteada romanesca in medias res — de nos introduze dretamente no pensamento de um personagem que ainda ndo conhecemos, Estamos adiante de wma das Imanerasclissicas de como a fico cria um personage supondo-o ji conhecido, em resumo, numa solucio litera padronizada da re- lagi mimeseldiegese. Searle recusa-sea vera diferenga onde ela € mais ‘manifesta. Recusa-se a vé-la onde existe matéria para dstingo. Com iss, el tes de procurd-la para ts do texto, onde a dstngSo e seu funcionamento nunca podem ser mostrados, apenas legados, na in- tengio do autor — seu “engajamenta” em relagio a suas asserges— ‘eas convengdesfetas entre o aur eo eitor para suspender as regras fnormais da linguagem. Seale no nos diz nada sobrea maneita como ‘sss convengies sao fetas. Elas permanecem nio enunciadss, alo ‘enunciveis. Resta uma petcio de princpio ou uma tautologi: a fc- lo existe por convencdo de suspensio das convengdes, a convengio ‘existe por convencio. ‘O que a explicacio de Searle manifesta éem sums o simples de- sejo de icarlivre da pereurbacio itera, Para tanto, basta fixar uma relagdoestivel entre o enunciador e aguele que recehe sua mensagem, ta relagio que fixe a mancira como a mensagem deve ser eecebida, ‘A desgraa ¢ precisamente que esa condigio necessira e sufiiente 6 impossvel de se encontrar. O “pe6prio" da lteranuea € a auséncia de Poltcas d scsita ” regra fixando uma dupla rela sdeconjurara perur uraraperturbacio, ou seja, de jogar Patdo contra latdo thas ite em reuni as tes instncias do texto, do autor edovea dent na totaidade, a outra consist, ao contrio de se, den .SE TIS © pte es Act dis dem Giaor do dein. Amborsto eee se ‘mo tempo as stages de cage Jens eto lenucindss por Mate poden Ingaralmicn pls decomem ee tad Sieiextvament, im too ox modo de ferde cae ee % Mas eganadoes,oclato ma pines pees os ‘que se tornam para Searle os “melhores” casos, eat 5 camento de acento especifico. O telato na, jeer ce ado prank o arr mn eno ser" quer die fal at emma gue en danaraio els = Y Pa tes eantador que estabelece uma cr a ra "isistir 08 referentes do relato na esfera propria da ns a a "adore at-dn como diene do sre aa Oe {mca Sinaia ds psonage doe, Far de um io de nas princira pone ee 38 oqus Rane a rags irc sors de eancaae ea sn tes eis los do parma Maisexatrsns hee ae x nos deta na ineiso quanto spas do autor, do nar cdo pesonagn (Ala reherce du tops ped guano cleconta Fa que cent pode saber (Tristram Shand) ou qu 0 fis contr (Mombrispstanas de Bris Ciba. O desiocamento ainda mae sigifiativo no segundo exempo thd por Searle, do teatro, O stor dame, segundo ce, nfo pe ac anes El fan args sis. Fo comedians gue Ma igimemo,O autor indica a0 comedian com flo. Di it~ penser sobre a mans de fae nergies t sias EST “Sins um meio deat umna “recta” para Bing Assia pos lotic damental cetera pestvada Yor Paco tear dave logar& mena abolua da mimes onde 0 itor singa” scr Agamenon ou Orestes prtrbasio da entific {act dona no epecador,acsendo a dvida pel vis do pre. Aha so convince o lar da boa Rego precisament oraue tito cas aseme da cena vt pel epesador HA um corpo, do nein, que dé coninencia & gso mum agar propio, segundo tegnscapecfca Es so exemplar dx paps supe, ature tra do mito ancl do texto etal Com feo, adamons- traci de Sar (ee somone sobre a instugbes de una pega de Galswonby Gndcandoprnipalment otabalbo do cena). A onlin do suceso da demonstag8o, em sma, gut owes est freq pra stornaracoltinea das indicages que nica os non {oso poppe. Arbon situa gue earl exo pra ‘fonts bq teins seabam ettanament xe unindo 3 ue tm Borges tnagira para faver a expos de ses pderes infos “rua. Enectano chem vie ag qe cle peseguecbstinada sto shegan encontrar oinveno:a opi de uma bo stagio A fala em qu cade um esi em eu lgar. Ao fazer desoparscer ta eel op de too rel {fa pc em ses lgares ces o sur consi como oganiador ae os ite do espeticulo, o espectador, que de espeticulo, 0 ator, execu ‘em vero espeticulo como espetéculo num lugar materialmentedes- Tinado ao teatro como pritiea socal e coltural. Basta que @ propria fala se deine esquecer para que a utopia venha se encarnat no corpo do ator, tomando nelea realidade da fegio como mateializagio ‘amente da “convencio", Polis da acen » A TMmormueDaDE LireRaRia A Irate, defo, comess onde ex “re sah ltr, deft comers ode es “red dade da fo Poss tm questo. Comera com o bom gape decade Dan oes ot ues dobom orp econ ee ra eos Poh dn mania deb oe pate Foe re tor gue Dom Que nse ae fr ade, Mase dade. Dign the Sancho o qe diver, dle sedan eave Daleingia suas damas de honrs nas tc componses de Toes aie crisis na ponders Don ee econhecer aquilo que fundamenta a pratica de Mestre Peds of Cade a Sle ia dua rag conenonntaca entre realidad fgo. Parson companheitn de Don Ganson ara John Sar, hum pcp ce ended ese omorem ue paca ip i es eaten srl Eee a ona sin var ones gece tee tet act ode onde subtree eed ines eo ele yaaa cee ‘fam que se recubram o campo do verificivel eo. zo Willion Nelo, aco fton The dln of ee a Ors Bon Gs eae Rene te 3st lvso que organiza a logo demo da eadate Nin sprain oo ps ic ae 4 hist6ria € verdadeira, € preciso ir em socorro da pobre prin é fala, que razio temos is para nos reunite ngh nes eee regrasériadondo-srio alo hidvisto nate onee lato do filisofo. le reepdea questo nano ea Aavela questo do corpo da raquo procs cence Jeques Rance Wo poemaivzo do povo como na cepesentaio do ivrlmado fA icratur ni esimplesmente esa re indeterminada de uc varia nlbjada nor vaio ou as margesesquecidas da ia dn poesia da cloiacin, A lieatira € uma dramatce da fn dee rjc deer desncorporada qu pode tomar qualace nem seu lar nessa djngdo propia conceit dees fi accom qua propia ops do los vivo eda esa mor- bs coloqu casa densi o mito de otra srt, de um es nme que eto J desta esa pos singular da “que (sc ee ao nov pss acon ed vinci lgarcia pode se condenada ano cm ome er cits ajuca gue ncrere na alia Em sega og © Jeo ecserso que nel divide o logos vivo e ea morta em le fem, que se dar soba forma da indiceribidade do logos edo Ito. Em tec Inara que deve pea escit t Migr te le mesmo, qe se drum corpo complex de srt que pigs os elatoy elas gun vole sem cess a al tira esti do pai do dicurso.O proprio impréprio da ierarara snr esa duno da cera, Aseria sempre significa mas Geo mo empire de seu traado, la mtaforin uma repo ene 1 dem de dcr ea ordem dou corpon em comunidad Toda s Sra desenba a0 mesmo tempo um mito da sca ue insti linas Seino ene mas do se, iba de non ode do orpote teases lepimas ou ginas ete umas outta mo de ‘nds tsi opr reds se jogo pe em cena oprande mito de our sta, una exit nis que ert, um logos ncorporado. Antes de se polseia {ueminago, «sera evs, Fé aes dvs qe terra Spur, ao reexpor sem cesar a questo do pda dscuso ed compo Unie Elser seu ato no ono que dxf elas eae de ‘tldadee da fg oud filosfin edo pocma, pare devlver toda Ihara de fiegto 0 td ritmo postin so estat dara aban “Tada Teva cmancipada gue apa dvs de lepimidade na co- Sumida nr os sees lanes, kta df procura desu cor pode verdad. Eealver esa dpla igh do abasono dé iterature ‘steno espe, Seu movimento se dexdobra no iervalo de das Scns mo imtervalo que separa fibula da eta abandonaa df fl do coro de verdad do logos ques torn care sensivel do rund, Politicas da Escrita i Podesseentio manter ao mesmo tempo dois enunciados apaens temente contraditGrios: a literatura & 0 modo do discurso que desl «a legislaiofilosfia do poétco ou do ccionalyadivsio dos discon ¢ dos corpos, Mas isso também quer dizer que ela tem seu lar unk «amente na disjungio da esrita. “Escrever" diz Kafka”, “nde ean js em si mesmo”. A dificuldade em que cla pea filsofia nao woe Pondids por nenhum saber lteririo do “pe6prio” do litre, Poi recisamente, no hi escrta propria, estado ou uso especifice da th {5ggen em que oleic posa se conhecer como tal Onde ta su £2“ alojaraeem si mesma”, definic esse ser prio ou ese saber pe prio do literéio, a literatura éobrigada a se fazer flosofa, a voli a Jogar com a legislagi filoséfica das divisdes do dscutso e vom ator ia filosofica de uma esria mais que esrta Eécertamente no exer for que, mais que qualquer outro, encarnou a absoltizagao da iter: tra, quero dizer, em Mallarmé, que essa necessidade se manifesta com mais evidénca (© aue se pode entender exatamente, com efeito, na petensio imallarmesna a uma literatura que existe “com excegio de tudo”, na “devosdo as vintee quatro letras", ena separagao que ce procama tntre dois estados da lingua? Uma tradigdo de pensamento mercada «em particule peas andises de Maurice Blanchot ew de bom prada uma reversio da fungio da linguagem: esta se separaria de soe fe ‘letanstva ou comunicacona, para se afundar em sua propia pros fundidade, para se ize simesms Mas conceited intanstviade, ruitasvezes afirmado, para dizer a verdade nio waz nenhume las {tonceira entre um uso transitivo ¢ um uso ineanstivo da linguagern ‘fo tem conssténcia ingistica, Pertence as utopia da divisio lox tie cursos. E 0 que surge com clareza na oposigio mallarmcana de dase formas radicalmente antagonists do escrito, ojornal eo poeta: imal, on sti, 0 lgae de despeo,iniferente,o escrito que iemeas como puro instrumento de crculagio, como a moeda que se pases silenciosamente para a mio do vzinho; 0 poema, ou sci verso, no ‘sentido forte da palaea, a “palayra total, nova, estranha lingua” yes também o estado rtmado,o estado medio da lingua. Nio existe at, Propriamente, uso intransitvo que se opbe a uso transitive, Tarte ‘espejo quanto o verso fundamentam uma comunicagios como «acto silenciosa da circulacio “monetiria” dos puros signosdle nergy 02 comunicasao numerada dos “puros motivos ritmicos do ser" Tanto um quanto o outro fndamentam uma comunidade pelea ‘i Jacques Ranciéee cosamene sas cdi dos cers qu desea senio cine ; jada multidio, “guardia do mistério” e chamada ps fes aon joso da linguagem namo ora nm eo len de ngeeen toe eared omni Eanes meso ume ove anes, do mundo, ai ainda eo silencio da troca. Mallarmé pie re eda pi daca ela nn Senet, lmao ana mnt do 6 sd poeta. A para do logos vivo eda lea m jurectest on opido eso dodo. F an gu vrmundo de Hgtou oi desde Sa, at . ‘do conceito de literatura, Na partilha mallarmeana, 0 qt is inipe 1 é justamente a aventura moderna dessa prosa que Is ertibahegebae lestinado a ser ou assun- puta heglana,O romano “soa stn po de ror po si te ("Eales") SOBs dos termos em ica See diz nada, ov 0 poema que fixa Fs rmicos do sec fandamenia Noss 3 . Jira um futuro da comunidade. A pura lingua do ser nao € Deed Fee env seniss dling El 0 com a renee ce eee ern penn dace, oda sta va" A cn rais que escrita. Esse mito de uma escrita “que re (0s ges: onda tia” stique”) toma, em Mallarmé, quatro figuras maio- reir lugar o iv rascal da ia fraconads nur Ir dmson anspor a” edn poles “pel come desta ule mobi” econ ager dos rnd wor ese "pacts tis on oe rt apr arroyo some : fico de uma “escrita corporal” onde a dangarina, sil a ern ‘maneira de wm Signo que ela é”, escreve aquilo. que pe a renee a a one am ro “lr ce guage pro dos" (Balle) nse eyo se ae ee onic” E talento mito ara, * Posts da scien 4a pigna ou do lvro materialmentesemelhantes em sua disposigio & significagio que carregam. Fstou pensando,€ claro, naquelaealigra- fia do “Coup de dés", onde Valérysaudava a novidadeinéita de um “espago que pensa, mas onde o proprio Mallarmé exprimia mais bru talmente o ideal de um texto semethante a0 que ele diz fazendo no. papel mimica da forma da constelagao eo movimento do barco que funda, pois “o ritmo de uma frase a respeito de um ato ou um obje- os tem sentido se ee os imiae, fgurado no papel, retomado peas letra sua estampa de origem, tem que transmit alguma cosa des: ‘a assim mesmo” (carta a Andeé Gide, 14 de maio de 1897), [Naverdadea esriararefsia, vltada paraaneuralidade de uma’ linguagem que sediza s mesma em sua indferenga, toda uma drama- turgia do verdadero corpo da escrita que é desdabrada pelo projeto mallarmeano de uma “expansio total da letra, um excesso mimtico radical que dea ao encango do poeta o cuidado de realzae legisla lo filosfica, de fixara misica da alma edo mundo por meio da qual 1 ordem das palavras ea ordem dos corpos extio em harmon Ali teraturasozinha, com exceglo de tudo” éna verde alierata lev ‘daao limite em que ela se supeime, em que a poesia abole sua percut= hago fazendo-sefilosofia. Nao hi escrita pura, modo prépei 8 lin- ‘uager literria. A literarura existe precisamente por falta da escrita ‘pura ou do livro da encarnacio. Ela exist na flta de seu proprio mio, Enada oexprime melhor do que aqueletrecho de prsianeinzem que ‘onarrador proustiano, a0 ouvir osepreto de Vintuil ope is palavras indferentes da conversa aquelainguagem orginal da comnicagao das almas cus lembranga € evocada pela misica.E esse mito de uma ln _Ruagem esquecida que sustentao projeto de escrever. Mas ese projto 6 pode se realizar 8 custa de um desvio radical A “frase celeste” de ‘Vinten nfo passa ela mesma de uma reconstiuigso, do rato dot ‘allo realizado em cima dos hirSglifosilegives de Vineul por aque- Ja mesma que abreviow a vida do maisico, a perversa amiga de sua f- tha. E, do mesmo modo, o trabalho de esrita no qual ea empenha narrador tem que passar por um trabalho em cima dos signos que é 0 ‘contrério do mito da comunicaso musical das almas. Tem que passar pela expergncia da perversioe polo deciframento dos herglfos aque ‘corpo de mensza, corpo de perversiode Albertine este “er de faa”, ‘obrigao apaixonado ciumento. A fibula proustiana que faz documento ‘autor exemplar do livre arruina a utopia épica do coepo de verdade,

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