Sntese do Livro II do Dicionrio da Eneida - A destruio de Troia
O Livro II da Eneida integra o segmento das Provaes composto pelos quatro
primeiros livros do poema, cuja narrativa se divide em dois grupos, a narrativa do tempo presente (Livros I e IV) e a narrativa do tempo passado (Livros II e III). O primeiro grupo narrativo, em terceira pessoa, marca a chegada e sada de Eneias da Lbia de ento, mais precisamente, do reino de Cartago, em construo pela rainha Dido. O segundo grupo narrativo, em primeira pessoa, marca a sada de Eneias, compelido pelos deuses, de Troia em destruio e a atribulada e errante viagem que ele est obrigado a fazer, em busca da nova terra, em que dever fixar-se. O Livro II inicia-se com Eneias atendendo ao pedido da rainha Dido, para narrar a sua histria. O narrador geral do poema ainda comanda os dois primeiros versos e s retomar as rdeas de sua narrativa nos versos 716-718, fechando o Livro III e os relatos do heri troiano. Nesse meio tempo, Eneias comandar, em primeira pessoa, a narrativa. Assim teremos, do verso 3 ao 804, o desenvolvimento do argumento do Livro II A Destruio de Troia. Este argumento se desenvolver a partir de um forte componente augural, presente nas falas do espectro de Heitor, que aparece a Eneias (versos 287-297); da cabeleira de Iulo em chamas, sem que o menino se queime (versos 681-686); do trovo de Jpiter, que determina a sada de Anquises com o filho (verso 703), cujo coroamento se d com o simulacro de Cresa, instruindo Eneias sobre os detalhes de seu destino (versos 776-789): passado o longo exlio e depois de arada a plancie do mar, Eneias chegar a uma terra frtil, lavrada pelos homens, onde corre o Tibre. Ali encontrar reino e esposa rgia, e posses abundantes (res laetae, verso 783).