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  • Confusões Patriarcais - Carole Patman PDF

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    © renaimento do movimento feminis ognizad, no al dos anos 60 rune “putin” de vols 2 wo comete ular esademic, Hout vis discuss ete a frinias reo sigieade de “pare cab queer a come in nos sociedad temo deve sr una em seu sentido fen de govern pares s 0 ptiatend ¢ wa cacti mana univer oe € hin e aralmente vase acne ona igualade snl exam lgoma Ye faba eld, como sansen eo mundial i ca do seo feminine (gs tae + dams Formalaso de ingels);! se as relagdes patriarcais esto essencialmente estabeleci- Boe iin ead el como unto, clo poder pana; © quai a lg exits ente rede ou domingo sel pilimo, ou domineeo Glane Nao exe um conenso sera de nenbua des «mn iam ono pti” em a endo Algumas agunentan que os problemas com ocon- Be ceo goo gus de. dre seo. Sse 3 ino represen na inka manera de entender, 2 peda ti eon poles feninitm, do ico concro que se ee cient suo da mie, qu singular «forma inc poco que tedoe ox homens exerem plo fo de form horens. Seo problema nfo for nomen, o pataeado 1d muito bem se hablment jogido na obcariade, por haze das ecg conven da andi pois ‘Sbvnmene, poses fnvemar-um tro pars servi 205 neznesproporias que “pttareads” eh vos candi die nrc ut eomo toca «outros temos ale elconadon {ome andrcenrismo e lags de genre, Enea lm do froma de muita dese iene no nenhurm bom mor top se sanonar otros patarad, pial «pata Gamo. Geande parte da confuso sige porque “para” Sind nt por er devenclad da teres pais de teu signed. Ai as dca feminar tender a permane- 2 Confusoes patriarcais A hist6ria do contrato original fomece ums narativa hipo- tética das origens do patiarcado moderno, Antes que et poss recuperar ahistria perdida do contrato sexu, algo tem que set dito espeito do “patriarado”. O tarmo ¢ muito controvero ese significado, problemitico. ‘Patiarado" refee-se a uma forma de poder politico mas, apesar de os térios pallens terem gas ‘muito tempo discutindo a respeto da legitimidade e dos funda- ‘mentos de formas de poder politico, o modelo patraral foi quase que totalmente ignorado no séeulo XX. A interpreta tradicio= tal da histéria do pensamento politico modemo ¢ a de que a tcoria € 0 direito patrarais esto mortas ¢ enterrados hi 300, anos. Desde o final do séeulo XVI as feministas observam que 05 tebricos politicos modernos tém sustentado, de fto, explicita ‘ou implicitamente, 0 direito patrareal. Elas também tém em= preendido algumas campanhas polticaslongas, efreqdentemente basance violentas, contra a subordinagso patriareal, Entretanto rnenhuma dessas cimpanhas foi suficiente para persadir todos a ‘fo ser uma pequena minoria de teércos e atvitas politicos do sexo masculino de que o direito patiareal ainda existe, e de que: cle merece um estudo minucioso, além de ser um antagonista to importante quanto o poder da aristoceacia de dase ou de outtss formas de poder. » ' anny oe i. E urgente que se faga uma histéria feminisea do conceito eee ee ee Guineas, assim como a citagio de Weber, jf refetida,® mas as dis- cece ee ee Bere eee nes Soe eee eel eee a Sa os ae a Se ee ays eee ado e ainda ese4 em curso, an a : eee ae Coen nee oe Sone eee See ee eee pe aera 16 dt dimen de snplde de Betas eect eee Tae eo See eae ims recs See Se ee 0 txemplo quae pets de uma interpreta ier e series de Toke, enor de mui sobre a pres da Kini do coato tera do que sabre o modo como Locke e Fier tatram a5 Flags seus: Ber sugere que osc de Locke a repeto ths mules eo conta scl decane do fo de endo ue fee indpor com su pic (msetng). Ea abe sure feos amumentos de Locke dezam em aber posible eas mulheres podeem fr pte do conto soe “A visio We Locke sobre st mulheres de scordo com Bue, “exemplif- ‘ewa o seu individualismo”.‘ De certo mode, isso ¢ verdade — ms nfo porque, come Buter se, ondvielismo de Locke fo genuimamente universe copa de incorpora a mulheres fins yore, coferne prendo demenararno rokimo cp Tule indvidao” de Locke € masculine Recenemente a dit tambem que 2 pose de Locke meno aver com sux posta em fo 3+ mulheres do ‘com sua visio da separagio da familia e do politico”,’ No ano, ses das appectos dscns de Lace io podem st lsoadox fo € postvel comprender naira do pata filo medemo ons contro tire fundamental de Locke fu neon, sem compeende também qu separ da faa de vita pln ears inimameterlacon nv de Locke sobre a mulheres. O sign da separ od aia pola, ou de rv blo (ci) mente tiareado quando clocado no context do contrat sexu medida cm que seins se onentam pls eure trl Sede Lock eile podese comprenderssocedale mo- dna como px patra eapreender o putrarcdo como una forma cel pré moderna el ani. O ptinrado pode nto, fer mennente redid substi dae primers cages fi Ila pelo dominio pole. Come di Jen Elan, amar Forielale contemporinea de “patra?” €“eonfundir editor tera elidade [1 pred come fama soil no funciona tuts pelo menor no nas scdades industri evangadas™. a patrarcado é, de outro modo, um simbolo, uma metfora, uma Tinguagem; “nosso vocabuliro polticoresoa termos cuos sign fides sfo extraidos de nosasprimeins rapes sodas dent da ffi Iso pode muito hem ser verdade, mas destacat ese aspeco dese voeabulicio reforg a interpretabes pattaeas da sociedade do final do sécul. A continua dominagio dos homens adultos sobre as mulheres adults toma-einvisvel quando o par tvateado € redurido linguagem e asimbolos do poder pattno (6u talver parental) sobre bebés e ciangas. Zillah Bisenscin proporciona um questionamento inco- ‘mum da interpretagio pateareal do debate entre Locke e Filmer. Surpreendentemente, Eisenstein no tem wma compreensio si- perficial da derota do poder pateno eda separagio dos poderes politico © pateo e, portato, entende Locke come um “entipa- traralistapatsiareal". Ela argumenta que, embora “o modelo do paieflho tenha sido substiuido pelo modelo da igualdade lib ral"/no se asseguram, em decortaca dis stam iguais as ho- sens © As mulheres. Bitenstcin aponta que a énfase de Locke ites is ee Oar Sede ame ae me") prescrever a autoridade dor pais, e nio apenas a paterna, sobre os filhos, nfo significa que ele questione o poder dos ho- mens enquanto maridos. Locke, ela arguments, “asa a igualdade ‘entre homens e mulheres na edo dos filhossomente para des- mascara @ nature despéticae absolutes do poder paternal entre tmarido ¢espo".O maridoainds exec poder sobre a sua mulher, mas ese poder no chega ase absoluo, Esenstcin, condo, nunca foi seduzida pela categoria de Locke do “poder putemal” 20 50 ‘eft a “poder paternal ene mado e mulher". © poder conja- sal nfo ¢ patero,e sim par do dito sexual masclin, poder ue 0s homens exercem enquanto homens eno enguanto pai. Para se compreender melhor significado politico do satus atribuldo 3s mulheres na formulagfo de concepgio moderna do patiareado, 0 trmo “patiaredo” tem que ser desvenclhade de ‘dri presupostos patriacas sobrepostose quest refrgam mu 2 tuamente alguns dos quis podem ser vists em funcionamento na diseussfo entre Locke e Filmer, a que me rferi hi pouco. mais eficr deles € o de que “patriareado” ¢ corretamente com- preendido no seu sentido lieral de govern do pai ou de direico patcrno. AS dificldades ¢ mal-entendidos que esse prestuposto provoca slo agravados, visto que quase todos os paricipantes do Aebateatual sobre o patsiarcado supSem que o pai pode simples- mente ser visto de uma mancira consigrada pelo senso comum enguanto um dos dois pais, Esranhamente, presti-se pouca tengo 20 sentido politico da patemnidade patiarcal. A interpre- ‘agie literal estérelacionads com um outro pressuposto comum por ela estimulados que ae relagbes patiacaissio families. A Concepgio genética de pariarcado também est ligada 2 percep- ‘fo bastante comum de que o pattiareado € uma earacterstica Tinivesal da sociedad humana. Nos us perfodos de debate sobre 0 pattiareado muitos dos argumencos em confit levantaram dif fentes histrias hipotéticas sobre sua origem socal e politica. A nese da famfia(patrarcal)¢ feqlentemente entendida como sinénimo da origem da vida social propriamente dts, tanto a origem do pattiareado quanto a da sociedade sio tratadas como sendo.o mesmo process. ‘Ahhistéria de um contato original que era a sociedade civil também € demareada pelas controvérsias a rspeito das origens| Ao liberalism e do capitalismo. No séulo XX, as hist6ras hipe- téricas sobre orgens palit: moldaram pare das discusses sobre as telgGesente eaptalsmo epatiareado embors, curiasamente, quase nunca se mencione a hiseéria do contrato original nas discussdes socalstas-feminists em andamento. A interpetagio familial € paternal do pattiareado também é influente aqui. Se 0 patiat- ‘edo € universal, ele deve preceder o capitalismo; o patriareado pode aparece, poranto, como uma rliquia medieval ou wn tigio do antigo mundo do statu que institut ums esfera fami paternal, natutal, privads e distinta do mundo convencional, civil e piblico do contrato do capitaismo, “8 ‘Afi desimplifica virascomplexdades dos debates e des fiat algumas confuses, seria dil ditinguieeés formas de argue ‘mentasio pattareal nfo excladentes entre si. Chamarei a pri meira de pensamento patireal mdisional Durante séulos, 4 fais, sob o comando da autoridade prtera, foreceu 0 mo- delo ou a metfora para ax rclagGer de poder e autoridade de todos of tpos. A argumentagfo pattaral tradicional incorpors todas as relag6es de poder ao regime paterno. Na Inglterea do sculo XVII, a obeditncia dos aiditos 20 Estado era ensinada a par de ppt, wndose es alg No cio, 9 into Mandamento era inerpretado de modo a signifies, em cece ear ee Devs institu como Magisrado Supreme. [.] Ele € o pai cam de los ages te oo ua sre O pe ‘siento patiarel tradicional tarnbém esti repleto de hiring pres ehipstes eo mode como soon aie surge a patie da furia patiarcal ou da runifo de muita dese fanfis,e outs histérias semelhantes so contaas por virion, ‘tebricos clissicos. Gordon Schochet, em scu inestimavel estudo Gapesae de pataral) sobre as conttovénias do séeulo XVIL, O patriaralioo no pensamento police, observa que 0 debate pole ico referent is origens (20 qual ele chama de discusfo genetics) terminow no final do séulo XVIL: “depos de 1690, a justfiea sto genética ea idenifiago dos poderes fail e politico eram quests resolvides"? A percepsfo de que o poder finial, « tnais do que iss, © poder conjugal, era poder politico, enf qucceu apés a derrota desir Robert Filmer por Locke, mas iso fo quer dizer que a jusifcative gentica também tenha desepe- recido, A controvérsia acres do patiareado, iniiada em 1800, qestionava se os poderes paterno © matemo eonsniam na forma socal “origindie™. E possvel escutar os eos da argumen- {apfo patrara radicional ness discusses asim como nas his «6rias feminists recentes sobre o fim do matriarado ea orgem do patiarcado, Alem disso, embora Schochetenftize que a eo. 44 fia elisa do contrato sja uma discusio genética as teoras tcontemporineas do contrato também o so. Para os tebrios do contrat, as relagGes contratuas sfo leitimas justamente por fausa da maneira como soriginaram. Schochet enfatiza que sit Robert Filmer rompeu com a ar gumentagio patraral trdicional a declaar que os poderes po- Iticoe pater no eran simplesmenteandlogos e sim ident Filmer justificava a monarguia absoluta com o angumento de que os reis cram pais e os pais eram tes, € os anos entre 1680 ¢ 1690“ posi de Filmer quate tornou a ideclogi fal do Estado" Chamare a argumentagio de Filmer de patiarealismo clisio, A teria cisica — a segunda das tes formas de agu- rmentagio patriarel — fo a primeira que desenvolveu extensiva- mente uma teora do dtsito da obeditneia politicos — ‘nfo cxistia uma teoria pateareal de obrigasio antes de 1603" — nas ela teve uma vida muito curt. A teorin patiacal, que se catinguiu no final do séulo XVI, oi a elisica, a de Flmer. Ese screveu, conforme Schochet demonstrou, em resposta 20 dess- fo langado pea declaragio dos trios do contrato de que todos os homens sio naturalmente lives. © angumento patraral cis- Sico era o de que oF flhos nasciam submetidos a pais © esta- tam, portant eles submetidos politicamente, © di ico era natural e no uma convengio — nfo envolvin 0 consentimento ou 0 contrato — eo poder potico era paternal, triginado no poder de teprodusio do pai. Analisaei a dscussio de sir Robert Filmer ea baudha entre o patiarcalismo clissico ©a teoria do contrat socal no expitlo 4, e demonstrarei como a teoriacsica foi transformada pels tebicos do contrato numa terceea forma, 0 patiarcido maderna, O patiaeado moderna é fraternal contrat e etrtura a sociedade civil capitalist, Uma das meiorsfontes de confusto nos debates a respeito do patriarcado deve-se ao fato de as histérashipotéica sobre 0 desenvolvimento da fami patireal ou da sociedade civil, in- clusive as dos teGricos elisicos do contrat serem apresentadst to poll. % ‘come histéras da origem da sociedade humana ou da civlzagfo. Freud, por exemple, excrete sas naan sobre pass ongal coma se esivesse excrevendo histras da génese da cvlzagto e, ‘numa influente incerpreagio feminista de Freud, Julie Mitchell endossa sua argumentagio sem lear em considera suas conse ailéncias. Mas “civilizagSo” ndo € sinfnimo de sociedade hu mana. O termo ‘civilasio pasou a ser amplamente utilizalo por volta do século XVII, sendo precedido pelo termo “civil dade", e expresava um “estgio final ou defintivo da evolugio hhisttica da sociedade curoptia’.” A idéin de civilizagio “cle. bro sentido de modemidade a cla asaciad umn ondigio de efinamento e de ordem conquistada™"® Em poucas palaveas, ‘iviegio" refers «uma forma histéria« ctluence ce tec de vide socal « 0 concito end goroumente sce tao A emergéacia dain de “hocedale cl” soceade ada sats do contrat orgnaD, Enftes no cape eos 0 sgnifiado de “cede chi” ¢ ambigu desde wna ski de compass conte com ents formas tose Una compaso € «que fren socolde cv so canta star, ms entender 0 sido nat come petal os oie sechl der ques socedade cil represents spp vid soe = + cen. Pan aumentr a confit, cts tec da conto soc enendem a fifa parr como sendo a fn social ogni mit eam» salad loa pola se desemvole, mo confgraio patna teicor a partir da familia ou das: cry ane ‘A segunda onda de debates sobre oputriarcado, que come- ou em 1861 com a publleso de a i amiga dei Hem Maine, € 0 ante mater de Johan Bachem, concen, \nis discuss sobre orgem da fama pare ou te cos $0. Mat como ies es dea do wes Xe comeso do tulo XX? A primi bth artes do ptr conforms f obser, ¢ nonmalmene comprrndids come nog combate em toro do poder pine ou onto do prs lo 46 sobre 0 dircto patviareal enquanto direito sexual, Rosalind Co- ward prope wma abordagem parecida da segunda bacalha, Ela ngumenta que, a parte de 1860, “as relagSes sexnais, no sentido fem que sfo aalisadas pelo feminism contemporinco, fo eram o verdadero objeto desses debates. O verdadero objeto era a natureza das aliangs politica ¢socais". Os debates eram a res peito da relago “entre formas familiares e « organizagio politica th ida" Mar no € porque istindores do dio, a- tropélogos © tericos da psicandlse discusiram sobre « farilia pare ea cago ques dz que o verdadero “objeto” fe sua discussfo nfo era emblm a rlagSesSexuais © conjugais Coward discute a hipétese de Freud sobre a origem da “civilize ‘6°, mas (como Juliee Mitchell alguns anos anes) ela I ashist- Fias de Freud através ds lentes patiarais de Lévi-Strauss ou de Lacan e, portant, entende que 0 objeto desss histrias sio a

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