Este artigo tem como discussão central a emergência e legitimidade
da questão social no Brasil. Como resultado das lutas sociais históricas,
partimos do reconhecimento de suas raízes, ainda que latentes, como
provenientes dos antagonismos da sociedade e da economia colonial-
-escravista; mesmo compreendendo que a questão social só adquire
reconhecimento e publicização tardia nas primeiras décadas do século
XX com o desenvolvimento do capitalismo moderno e mediante o processo
de industrialização e urbanização da sociedade brasileira. Nesse
contexto, constituem-se novas classes fundamentais que, a partir da
sua posição antagônica nas relações sociais de produção, dão nova qualidade
à questão social e contribuem, dessa forma, para o processo de
implantação do Serviço Social no Brasil. Sua vinculação e seu papel no
enfrentamento da questão social é outro aspecto aqui discutido.
Este artigo tem como discussão central a emergência e legitimidade
da questão social no Brasil. Como resultado das lutas sociais históricas,
partimos do reconhecimento de suas raízes, ainda que latentes, como
provenientes dos antagonismos da sociedade e da economia colonial-
-escravista; mesmo compreendendo que a questão social só adquire
reconhecimento e publicização tardia nas primeiras décadas do século
XX com o desenvolvimento do capitalismo moderno e mediante o processo
de industrialização e urbanização da sociedade brasileira. Nesse
contexto, constituem-se novas classes fundamentais que, a partir da
sua posição antagônica nas relações sociais de produção, dão nova qualidade
à questão social e contribuem, dessa forma, para o processo de
implantação do Serviço Social no Brasil. Sua vinculação e seu papel no
enfrentamento da questão social é outro aspecto aqui discutido.
Este artigo tem como discussão central a emergência e legitimidade
da questão social no Brasil. Como resultado das lutas sociais históricas,
partimos do reconhecimento de suas raízes, ainda que latentes, como
provenientes dos antagonismos da sociedade e da economia colonial-
-escravista; mesmo compreendendo que a questão social só adquire
reconhecimento e publicização tardia nas primeiras décadas do século
XX com o desenvolvimento do capitalismo moderno e mediante o processo
de industrialização e urbanização da sociedade brasileira. Nesse
contexto, constituem-se novas classes fundamentais que, a partir da
sua posição antagônica nas relações sociais de produção, dão nova qualidade
à questão social e contribuem, dessa forma, para o processo de
implantação do Serviço Social no Brasil. Sua vinculação e seu papel no
enfrentamento da questão social é outro aspecto aqui discutido.
Este artigo tem como discusso central a emergncia e legitimidade
da questo social no Brasil. Como resultado das lutas sociais histricas,
partimos do reconhecimento de suas razes, ainda que latentes, como provenientes dos antagonismos da sociedade e da economia colonial- -escravista; mesmo compreendendo que a questo social s adquire reconhecimento e publicizao tardia nas primeiras dcadas do sculo XX com o desenvolvimento do capitalismo moderno e mediante o processo de industrializao e urbanizao da sociedade brasileira. Nesse contexto, constituem-se novas classes fundamentais que, a partir da sua posio antagnica nas relaes sociais de produo, do nova qualidade questo social e contribuem, dessa forma, para o processo de implantao do Servio Social no Brasil. Sua vinculao e seu papel no enfrentamento da questo social outro aspecto aqui discutido.
Ianni (1991) apresenta uma anlise histrico-social sobre o
processo de formao da questo social no Brasil e afirma, textualmente, que a mesma resulta das diversas crises econmicas prprias do capitalismo brasileiro, via de regra, gerando processos sociais conflitivos no campo e na cidade, desde o perodo escravista2 . Partindo dessa premissa, nossa inteno foi a de demonstrar com base na historiografia e na sociologia que a questo social, latente ou explcita, sempre esteve no centro das lutas sociais travadas no interior da sociedade brasileira. Decerto, na maioria das vezes, essas lutas tiveram um carter elitista, mas sempre buscando a participao das massas: lutas pela terra, migraes internas, servido e extermnio do indgena, movimento negro, liberdade sindical, protestos sociais dos trabalhadores emergentes da industrializao tardia, etc3 . Na compreenso desse autor, a representao poltica da questo social constitui-se pelo descontentamento popular expresso nas lutas por reformas sociais, polticas e econmicas que, em conjunturas histricas diversas, adquire sempre uma nova configurao. Portanto, ela ganha visibilidade no mundo da poltica. 2 Para Ianni (1991), o tema da questo social tem sido objeto de diferentes interpretaes tericas em vrios campos das Cincias Sociais. Boa parte dos autores/as que tratam dessa temtica reproduz tal afirmao. 3 Ianni j demonstrava esse entendimento para a Sociologia em A Idia de Brasil Moderno (1992), num ensaio dedicado anlise e compreenso acerca da questo social no Brasil. Silva, I. M. F. da. QUESTO SOCIAL E SERVIO SOCIAL Braslia (DF), ano 13, n. 25, p. 261-278, jan./jun. 2013. 263 Em nossos termos, a questo social traduz-se nas lutas sociais, partidrias ou sindicais que os segmentos ou as classes sociais vm travando ao longo da formao socioeconmica capitalista do Brasil. Na maioria das vezes, o Estado, a Igreja e o mercado utilizam-se dessas lutas para harmonizar os conflitos e as contradies decorrentes das relaes sociais de produo, retardando seu reconhecimento ou legitimidade e dispensando- -lhe um tratamento que tem visado apenas garantir os interesses dos estamentos ou das classes dominantes. Assim, este artigo, entre outros aspectos, pretende mostrar as mudanas ocorridas na sociedade brasileira desde a Colnia. Mudanas que, sem dvida alguma, contriburam para as primeiras manifestaes da questo social, em especial na turbulncia e profuso de movimentos sociais e populares do curto perodo regencial pelo fim do estatuto colonial. E na sequncia, tem-se o golpe que instituiu a 1 Repblica Federativa do Brasil. Com base nessa compreenso, avanamos um pouco mais nosso roteiro de viagem para encontrar nas conjunturas, a partir de 30, tendo em vista o surgimento do Servio Social a expresso legitimada da questo social brasileira, ou, no dizer de Iamamoto (1993), o momento em que a questo social ganha uma nova qualidade na realidade brasileira. Passamos, assim, rapidamente, por outras conjunturas importantes: anos de 1940, ainda na vigncia do Estado Novo, numa mistura de populismo e ditadura no pas e, tambm, per- odo de institucionalizao do Servio Social como profisso inserida na diviso sociotcnica do trabalho, conforme Iamamoto (1993). Um pouco dos anos de 1950 incio do desenvolvimentismo e da consolidao da industrializao brasileira. Todavia, detivemo-nos mais nas dcadas de de 1960 e 1970, caracterizadas como anos difceis, ou ainda anos de chumbo, pois representaram mudanas substantivas para o Servio Social latino-americano. Nessa conjuntura, destacamos o Congresso da Virada em 1979, o qual permitiu ao Servio Social entrar os anos 1980 trilhando um caminho rico de determinaes poltico-sociais no Brasil, com o processo de redemocratizao da sociedade e de inteno de ruptura no Servio Social, como apresenta Paulo Silva, I. M. F. da. QUESTO SOCIAL E SERVIO SOCIAL Braslia (DF), ano 13, n. 25, p. 261-278, jan./jun. 2013. 264 Netto (1991); momento considerado como de amadurecimento ideopoltico e terico-metodolgico na profisso, apesar dos vrios equvocos j bastante analisados. Finalmente, chegamos aos anos 1990, mostrando que o projeto profissional do Servio Social colocou a questo social e o processo de trabalho como centralidade da formao em funo da reviso curricular determinada pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educao (Lei 9394/1996). Na verdade, tal centralidade decorrente de mudanas preconizadas desde 1992, no sentido de garantir a eficcia e a efetividade do currculo mnimo vigente. Desde logo, entendemos que existe uma vinculao entre o Servio Social e a questo social a qual no se deu por acaso, mas resultante de uma relao histrica. E, nessa perspectiva, importante trabalhar sua historicidade pela via da formao social brasileira para situarmos em que momento a questo social ganhou materialidade (objetividade) e protagonismo (subjetividade), isto , expresso e legitimidade no desenvolvimento do processo capitalista de produo, tornando-se, inclusive, base inegvel para o surgimento do Servio Social como profisso. Portanto, a formao histrica da questo social no Brasil constitui-se como o pano de fundo deste artigo. Vale esclarecer que as consideraes aqui condensadas foram extradas da nossa tese que se fez por um longo percurso de estudo histrico sobre a formao da questo social brasileira e sua vinculao com o Servio Social. Viagem que comea na sociedade colonial e chega sociedade em tempos globais, o que nos permite de imediato compreender que a vinculao anteriormente referida no pode ser compreendida fora das condies scio-histricas da formao social brasileira. Durante o trajeto, isso colocou-nos diante de uma sociedade cravejada de infortnios.