Você está na página 1de 44

P ORT

Luís
FÓL
Ferr
IO
eira
Rua Dom Frei Rodrigo da Cunha, 153 1ºD »»index
Luís Filipe 4465-737 Leça do Balio _ Matosinhos
Portugal

Neves Silva +351220140068


+351963441418

Ferreira luisfilipesf1@hotmail.com
luisfilipensf@gmail.com

Educação Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto


Matr. 030201061
Setembro de 2003 - Julho 2007 (4 anos)

Politecnico di Milano
Matr. 720170
Setembro de 2007 - Julho 2008, 5º ano, ao abrigo do programa Erasmus

Experiência Edigaia imobiliária, S.A. . Vila Nova de Gaia


profissional Estágio profissional
Setembro de 2008 - Março 2009

VA studio . Porto
Estágio de admissão à Ordem dos Arquitectos
Janeiro 2010 - Julho 2010

Competências Software
Autodesk Autocad . Autodesk VIZ . 3Ds Max . Sketchup Pro
Rhinoceros . Adobe Photoshop, Illustrator e Indesign . Microsoft Office linha de tempo

Linguísticas
Inglês . Italiano . Espanhol
académico

habitação colectiva piscina e ginásio planeamento urbano espaço cénico dissertação de Mestrado
Boavista . Porto Carcereira . Porto Abu-Dhabi . Emirados Árabes Unidos Milão . Itália urbanismo nos Emirados Árabes Unidos
2005 2006 2007 2008 2009

estágio Edigaia

resort turístico e desportivo


Ras-Al-Khaimah . Emirados Árabes Unidos

2008

e s t á g i o VA s t u d i o

concurso para reabilitação concurso open-source concurso escola secundária


Massarelos . Porto Accra . Ghana Sesimbra . Setúbal

2010
habitação colectiva
»renders_planta e perspectiva do conjunto

»lado direito_planta
//Planeamento_Organização

A primeira fase do exercício passou pela


organização volumétrica e espacial do
N

local em estudo, cumprindo as exigên-


cias prévias a nível de área edificada.

As ideias mais fortes na intervenção são


a continuação da rua a Este, criando um
atravessamento viário a meio do local,
a criação de um grande espaço público
central e o espaço verde privado criado
nas traseiras do edifício mais longo.
BOAVISTA_PORTO

As cérceas e a morfologia dos edifícios da


envolvente próxima foram objecto de aten-
ção: o edifício em U como remate para a tip-
ologia de baixa densidade a Este e o volume
singular que se ergue na vizinhança dos
volumes do “Foco”, como seu semelhante. »alçado este
Projecto III
//Desenvolvimento

Desenvolveu-se então, numa segunda fase,


o volume singular, de acesso vertical múltiplo.

O edifício, de oito pisos, volta-se para o


espaço público principal na intervenção,
numa fachada que se caracteriza pela ab-
ertura de grandes vãos, ao mesmo tempo
triplamente pontuada com os volumes
correspondentes aos acessos verticais.

Do lado oeste, destaca-se o envasamento


do edifício em placagem de alumínio, este

06
rematando nos topos do volume. É de sa-
lientar o rosto mais pontuado desta fachada 4 1 3
e a introdução de materiais em cerâmica.
6

A resolução do módulo habitacional passou 5


pela agregação de apartamentos T2 e T3 à ex-
6
cepção do topo sul, onde se juntam T2 com T4. »planta módulo
2 7 1_átrio
7 2_sala
3_cozinha
5 4_lavandaria
6 5_quartos
6_w.c.
»render lado oeste 7_espaços exteriores
//Contexto urbano

piscina e ginásio A área de intervenção em estudo é ca-


racterizada fundamentalmente por um
grande volume de tráfego rodoviário, pois
o quarteirão, antigo terminal para ca-
mionetas e autocarros, é envolvido pela
avenida Sidónio Pais, um dos pontos de
entrada/saída da cidade a partir da VCI.
O terreno possui uma forma irregular
e a sua dimensão é imensa em rela-
ção à dimensão do programa pedido.

//Conceito
[Vapor de água Estar submerso Não ver
claramente]
O edifício é uma peça uniforme, des-
CARCEREIRA_PORTO

pertando curiosidade pelo carácter do ma-


terial translúcido que o reveste. É quase
um objecto estranho que aparece na ci-
dade. Sendo perceptível que é um equi-
pamento, no primeiro contacto é difícil de
ser reconhecido como piscina e ginásio.
//Implantação

Projecto IV
A peça implanta-se no centro do ter-
reno, dominando-o por completo. Na ten-
tativa de ultrapassar a carência volumé-
trica do lugar, ergue-se um quadrado de
65 metros de lado com cobertura inclinada.
O edifício atinge no máximo 7,5 metros, uma
altura razoável mas não exagerada para um
equipamento como este, para além de que res-
peita as cérceas dominantes da envolvente.
O pavimento em granito e os muros de
betão branco, juntamente com as árvores,
compõem os arranjos exteriores, destacan-
do-se o grande muro/banco em forma de L

07
que encaminha para a entrada do edifício.
Em resumo, é uma peça que ganha um ca-
rácter de domínio numa zona bastante des-
qualificada da cidade. É um edifício que mos-
tra a sua pele e esconde o que é o seu interior.

N
piscina e ginásio
CARCEREIRA_PORTO

B B
A
Projecto IV
//Distribuição interna
A sua organização, sectorial, é bastante
clara. A cada lado do edifício corresponde
um tipo de utilização, quer sejam piscina,
sala de musculação, salas polivalentes e
balneários/serviços. Todas estas zonas
voltam-se para o pátio, elemento que será
de uma grande flexibilidade funcional, quer
como zona de prática desportiva ao ar livre corte A
em dias de sol, quer como esplanada da ca-
fetaria nele implantada como um pequeno
apêndice do edifício. O pátio é também do-
tado de uma grelha no chão em todo o seu
perímetro que permite a circulação de ar
para o piso técnico, situado num piso abai-
xo, na prumada da totalidade do edifício.
A circulação interior no edifício é fei-

07
ta por grandes percursos perimetrais.
A monotonia dos mesmos é quebra-
da por sucessivos acontecimentos.
A estrutura e a modulação do edifício
foram aspectos lapidares na sua definição
e organização interior. Toda a peça apa-
rece como um múltiplo de 5. É de 5 em
5 metros que aparece a estrutura. Tudo
o resto organiza-se recorrendo à subdivi- corte B
são dos 5 metros, os percursos mais lar-
gos têm 2,5 metros, a largura do espaço
do cais é de 22,5 metros, a largura das
salas é de 10 metros. A estrutura serviu
também na definição dos vãos para o pá-
tio: 5 metros de largura por 2,5 de altura.
planeamento urbano

a vermelho_área geral de intervenção


ãoo

//Localização a sudeste de Abu-Dhabi


bii

24°22’52.74’’N
ABU-DHABI_EMIRATOS ÁRABES UNIDOS

54°35’46.57’’E

//Objectivo
Interpretação de um plano previamente dado_
projectar a zona federal da cidade
extensão _ 3 x 1.7 Km
//Conceito O conhecimento e constante reformulação do que poderia ser o eixo central que faria a ligação entre a cidade de Abu-Dhabi e a nova zona federal foram o grande gerador do plano. Olhando

Landscape design
para os exemplos de Brasília e Washington, ambos apresentam um eixo recto onde o tratamento e o resultado dos espaços públicos levam-nos a uma certa monotonia. O objectivo nestee plano
plano foi
o de escapar a essa única direcção, apresentando um eixo dinâmico, que nos remete para as características da arquitectura árabe. Os espaços públicos ao longo do eixo sucedem-s
sucedem-se
se sempre com
diferentes características, tamanhos e formas. Ao longo deste eixo e voltando-se para esses espaços, encontram-se os edifícios mais importantes – edifícios federais, o parlamento,
parlamennto, a mesquita..

08
//Intervenção

planeamento urbano
O plano passou por muito experimentalismo, sobretudo tendo em vista o eixo principal. A estrutu-
ração da rede viária em diálogo com o sistema de água e consequentemente com a organização
e definição de espaço público ao longo do território foram os pontos-chave para a posterior
definição da totalidade do plano.
Em termos funcionais, separaram-se zonas residenciais (a laranja na imagem), zona das em-
baixadas e mesquita (a roxo) e zona governamental (a azul). Os edifícios mais importantes estão
ao longo do eixo, como é o exemplo da mesquita e das 7 torres correspondentes aos estados
dos Emiratos.
Esta volumetria está localizada na parte central do território e é recebida pelos espaços públicos
de maior dimensão - o balanço entre volumetrias e vazios foi outra das considerações no plano.

te
cor
ABU-DHABI_EMIRATOS ÁRABES UNIDOS
//Sistema de água

Landscape design
O uso da água na intervenção é justi-
ficado pela ideia de criar um caminho
para a sua chegada às zonas mais inte-
riores da nova cidade, que serão zonas
residenciais, bem como usá-la como
qualificadora de espaço público.

Os canais aparecem no plano continu-


ando e aproveitando os rasgos de água
pré-existentes, assumindo cada um di-
ferentes carácter e papel – como canal
propriamente dito, como um estreito
curso de água com fins decorativos,

08
como um grande espelho de água que
rodeia um edifício importante ou ainda
transformando-se num grande lago de
um parque verde.

A água não terá apenas um papel de-


corativo e de lazer – é de realçar a for-
ma como o canal central acaba, numa
estação de tratamento de água que fu-
turamente servirá a população da zona
residencial da cidade.
//Real
[local_]
A proposta da realização de um palco cénico num
espaço cénico

dos sítios mais movimentados de Milão foi encarada


com algumas reservas, pois não se pretendia inter-
romper o normal funcionamento da estação central
com quaisquer tipos de entraves físicas. Pretendeu-
se assim criar algo de efémero e que pudesse cha-
//planta geral da intervenção
mar à atenção dos utilizadores da estação.
ESTAÇÃO CENTRAL _MILÃO_ITÁLIA

[intervenção_] //em cima_corte longitudinal pelo interior da galeria_


em baixo_fotografias da maquete
O local escolhido foi a “Galeria delle Carozze”, átrio
coberto que precede a entrada na estação. Todo o
seu interior foi envolvido por telas translúcidas que,
suportadas por uma estrutura metálica, distavam
2 metros das paredes em pedra. Também criados
foram cilindros em tela provenientes do tecto da es-
tação e que desciam até à altura do espectador.
Scenografia
//renders
//Virtual
[conceito_]
Toda esta intervenção não se tornaria um espaço
cénico sem a integração dos actores. O conceito
base da intervenção é movimento – interacção – re-
acção. A estação central é um lugar de movimento,
assim, os actores dispersam-se nos patamares da
estrutura metálica atrás da tela, descem pelos cilin-
dros, chegam ao público, dá-se o espectáculo.

08
//corte transversal [realidade//ficção_]
O jogo entre a realidade e a ficção foi outra das
apostas nesta intervenção. Atrás da tela, para além
dos actores de carne e osso, estão projectores que
animam o cenário, projectando também outros ac-
tores, estes virtuais, que criam a dúvida no espec-
tador e cativam ainda mais a sua atenção, criando
efeitos de surpresa e inesperado.
esquissos

colaboração com a arquitecta Tânia Gama


RAK sports city
Zona 1\\habitação, hotel e escritórios enfatizar a torre central de escritórios (C), mais alta. volumetria do plano geral

[Edifício_1] A torre C é abraçada por um edifício (torre D) numa


É um edifício que se desenvolve na horizontal, com zona de carácter mais privado da praça, tomando a
quatro pisos, servindo de suporte e envasamento a sua linha orientadora da zona central.
cinco torres (torre A, B, C, D e E). [Edifício_2]
O edifício prolonga-se no terreno, criando uma Em tudo semelhante ao edifício 1, desenvolve-se
curvatura sinuosa que se desenvolve e interliga simetricamente ao mesmo. O edifício serve os
RAS-AL-KHAIMAH_EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

com a praça. Quanto à sua implantação, o volume mesmos propósitos que o seu semelhante a nível
horizontal é vazado a nível do rés-do-chão, com 3 de suporte, envasamento e enquadramento face à
pisos que se sobrepõem e estão suportados pela praça. A nível programático, o edifício inclui zonas
própria estrutura do edifício. As torres localizam-se de trabalho, escritórios e salas para reuniões.
pontualmente ao longo do mesmo, direccionando Aproximando-se das suas extremidades, as torres
os seus topos para a praça, cada uma possuindo F e G emergem para dar resposta a um programa
a sua altimetria. Esta diferença, a par com as que contempla habitação colectiva. No centro, 2
inclinações das coberturas nas torres A, B e E, vão volumes (torres H) gémeos dão forma ao grande
hotel. perfil sul

12

11

10

1
Estágio profissional
8

edifício 2 edifício 1

G A planta geral . escala 1.5000

\\Materiais
Zona 2 B O aspecto exterior do edifício 1 será caracterizado
H Zona 1
pelo uso do betão, do vidro e do metal.
O betão será utilizado através de palas sinuosas,
C D
com a finalidade de criar sombra, peitoril e ao
mesmo tempo promover uma linguagem estética no
edifício. O vidro e as grelhas em metal caracterizam
F E também a sua fachada, dissimulando os aparelhos
de ar condicionado, no caso das grelhas, e
intercalando-se com as palas.

08/09
Construída em betão e vidro, a torre C cresce,
numa primeira fase, com estes dois materiais,
estabelecendo uma relação a nível estético com a
envolvência dos edifícios habitacionais, assumindo-
habitação e centro comercial estádio e pavilhão polidesportivo hotel 5 estrelas edifícios de habitação e praça principal se posteriormente como um volume em vidro,
terminando com cobertura plana.
As torres A, B e E terão o mesmo aspecto exterior
que o edifício 1 na medida em que serão empregues
o mesmo tipo de materiais, embora a coloração do
metal seja diferente nestes casos.
RAK sports city
\\Tipologias

2 
6

[Edifício_1]
Com 339 apartamentos distribuídos por 3 pisos, o
edifício 1 tem uma área bruta total de 45846 m2,
divididos da seguinte forma:
rés-do-chão – 22 apartamentos, com uma área
bruta de 3398 m2;
RAS-AL-KHAIMAH_EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

piso 1 – 105 apartamentos, área bruta de 13764


m2; piso 2 – 106 apartamentos, área bruta de
14342 m2; piso 3 – 106 apartamentos, área bruta
de 14342 m2.

planta geral piso 1 . escala 1.2500


alçado
 

Estágio profissional
4 7_triplex 13o piso 14o piso 15o piso

08/09
RAK sports city
evolução da proposta

Zona 2\\centro comercial, desportivo e habitação


[shopping]
RAS-AL-KHAIMAH_EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

Será constituído por três pisos, que compreenderá


ao nível do rés-do-chão um hipermercado, uma zona
de armazenamento com cargas e descargas, uma
renders_primeira solução Conceito renders_solução final pista de gelo, um bar de gelo, uma zona de estar
[dunas no deserto] Uma grande cortina de vidro irrompe na zona tendo como apoio um café/ bar, lojas ancora, lojas
As paredes exteriores do centro comercial de entrada, de dentro para fora, como que uma satélite e as respectivas zonas complementares
apresentam um ângulo menor que 900 e revelação orgânica no interior da capa conformada que um centro comercial oferece. Ao nível do 1º
desmultiplicam-se em vários planos, proporcionando pelas paredes de travertino. piso será destinado para lojas satélite e lojas âncora
um maior sombreamento para o interior, ao qual a assim como os acessos às bancadas climatizadas
luz natural é feita chegar através dos vazios zenitais do estádio. No piso 2 existem lojas satélite e âncora
presentes entre os mesmos planos (ver corte em e uma grande zona de restauração que tira partido
esquisso). da vista para o estádio. Na cobertura existe uma
As lajes de piso marcam também a fachada, zona de lazer feita através de um percurso pedonal
convertendo-se simultaneamente em plataformas que será delineado por diferenças de pavimento,
de circulação e palas de sombreamento. zonas ajardinadas e cursos de água.
Estágio profissional
esquisso . proposta para a fachada

Zona 2\\centro comercial, desportivo e habitação dos elevadores e escadas de emergências (vêm
[habitação] desde cave) que se encontram já no miolo do
Esta habitação desenrola-se a partir do 3º piso edifício, ligando-se às passerelles que dão acesso
e tem características muito específicas, ou seja directo às habitações, tirando partido de elementos
desenvolve-se apenas em Tipologias T0 e T1, qualificadores como jardins interiores e quedas de
podendo assim reunir as necessidades por água. Todas as tipologias viradas a norte, ou seja,
axonometria parcial . tipologias
tempos determinados de quem usufrui, ou seja os T1, dispõem de espaços exteriores cobertos.
poderá ter um carácter de alojamento mas que Os materiais predominantes na fachada deste
permite ao utilizador ter o mínimo de condições edifício são o vidro e o betão. No miolo, as
que uma habitação de carácter permanente tem. passerelles serão feitas através de estruturas
metálicas.

08/09
O acesso a este edifício é feito por duas entradas
independentes que se fazem ao nível do rés-do- Com 1080 apartamentos distribuídos por 10 pisos,
chão e nos conduz ao 3º piso, depois os acessos o edifício K tem uma área comercial total de 62909
esquissos de interiores (em cima)
renders do espaço exterior, com os passadiços de acesso aos outros pisos (3º ao 12º piso) fazem-se através m2, sendo que cada piso tem 5719 m2.
dissertação de Mestrado
O Golfo de água doce económico, potenciado pela sua riqueza em recur- ciando um estilo de vida familiar ao imigrante/turista Seja no campo turístico ou no campo laboral, a
urbanismo nos Emirados Árabes Unidos sos naturais (petróleo e gás natural) e total abertura ocidental, tolerando os seus vícios. Abu-Dhabi, a economia e desenvolvimento dos Emirados Árabes
[Resumo] comercial com o resto do mundo. capital, afundada em recursos petrolíferos, tem um foi desde sempre alimentada pela sua população
Num intervalo de três décadas, o seu território vê-se desenvolvimento mais contido numa primeira fase, imigrante. Hoje em dia, os imigrantes constituem
A arquitectura e o urbanismo praticado em alguns
dominado pela ânsia de dar a conhecer ao mundo juntando-se recentemente ao Dubai na megaloma- cerca de 80% dos habitantes do país. A grande
países árabes têm revelado um sentido exponencial
a riqueza e potencial de um país, as suas cidades nia projectual e abertura comercial. maioria vem em busca da fortuna sempre por um
de crescimento e um grau de espectacularidade a
constroem-se a um ritmo frenético movidas pela Fazem-se hoje sentir as repercussões a nível so- determinado período de tempo. Os Emirados Ára-
que ninguém pode ficar alheio. Entre todas as na-
ambição dos seus governantes na colocação dos cial e ecológico de um ritmo de crescimento urbano bes adquirem assim um estatuto de país com uma
ções da Liga Árabe, existe um país muito badalado
Emirados Árabes no capítulo global. exponencial baseado na adopção de linguagens demografia virtual – a população imigrante voltará
pelos seus feitos, especialmente nestes campos -
arquitectónicas e urbanísticas alienadas do que é à sua origem sem olhar para trás ao mínimo sinal
os Emirados Árabes Unidos. A adopção de linguagem moderna nas suas ci-
a realidade social e climática do país. Estratégias de crise.
Com uma economia sustentada em grande parte dades foi acreditada desde os primórdios da sua
governação como um pré-requisito para o seu urbanas isentas de criticismo e mega-projectos com O contexto climático também foi descurado: o mo-
pelos seus recursos petrolíferos e exercendo uma
reconhecimento a nível mundial e também para a entrada garantida no livro do Guiness captaram a dernismo genérico que domina grande parte das
política de neutralidade face a todos os conflitos
captação de investimento externo. Dubai, a cidade atenção do mundo, mas foram também os mesmos cidades do país obriga a um gasto desmesurado
que povoam a sua vizinhança, esta federação cons-
mais mediática, também conhecida como a cidade (e a estratégia política subjacente a eles) que con- de recursos – o excessivo dispêndio energético na
tituída por sete emirados adquire a sua independên-
dos superlativos, torna-se num oásis para a capta- tribuíram para o clima de segregação social que refrigeração dos espaços e o extremo consumo de
cia em 1971 e cedo toma o caminho do crescimento
domina o território dos Emirados Árabes. água que diversas estruturas requerem são facto-
@ PORTO, PORTUGAL

ção desse investimento, livre de impostos e propi-


Mestrado Integrado
res que colocam os Emirados Árabes no topo da lis-
ta dos países com a maior pegada ecológica, sendo
alvo de diversos alertas por parte da comunidade
internacional.
Recentemente, há um sinal positivo no tratamento
de todos estes assuntos pelo governo, reflectido
por abordagens ao planeamento que contemplam a
generalidade das suas cidades e das suas diversas
camadas sociais, de estratégias porventura mais
eficientes de diversificação da sua economia e de
incursões sérias na utilização das energias reno-

09
váveis.
Seguirão os Emirados Árabes Unidos no sentido da
sustentabilidade do seu território e do seu regime?
Museu carro eléctrico
à esquerda_fotos do edíficio original
à direita_modelo conceptual

\\Conceito

As linhas de força que lideram a actual estrutura ral e passa a adquirir a definição abstracta do traço
museológica denunciam uma rigidez ortogonal ge- manipulador na modelação do conceito inicial. Este
radora de uma complexa separação espacial/funcio- gera uma composição dinâmica que se reflecte na
nal. Estas condicionantes geométricas aliaram-se à criação de espaços fluidos, associados ao movimen-
necessidade de encontrar um equilíbrio formal que to humano.
unificasse os espaços e simultaneamente os libertas-
se, respeitando sempre o valor patrimonial do Museu O espaço projectado começa assim a surgir, como
pré-existente. consequência de um conjunto de intenções e solu-
requalificação_PORTO_PORTUGAL

ções programáticas. Aliado à ambiguidade natural/


A linha de água, matéria fluída no gesto inato da con- intencional molda-se o percurso expositivo, praticado
quista e adaptação sinuosa do território, veio gerar por um conjunto de deformações intencionais que
o conceito base no sentido de se adaptar aos espa- se interligam, marcado por momentos que nos pro-
ços e unificá-los, através da componente natural e porcionam diferentes emoções, direccionando-nos
orgânica. delicadamente por malhas sensoriais numa espécie
de dinamismo sensitivo sem nunca as desagregar da
O elemento orgânico, sob a forma de uma matéria linha contínua espacial.
foto-montagem
heterogénea, confina-se ao seu próprio limite corpo- vista aérea
Estágio OA
B
A A

10
planta piso 0 . escala 1.1000 alçado sul . escala 1.1000
B
Museu carro eléctrico
1. a opção foi criar uma nova linguagem abstracta que contrastasse com a ortogonalidade espacial
do Edifício do Museu do Carro Eléctrico, sem nunca pôr em causa o seu valor enquanto edifício,
memória e património.

2. a linha de água foi o elemento inspirador que se aliou à vontade de criar uma componente
orgânica unificadora de um espaço pré-existente. Este elemento caracteriza-se, sobretudo, pela
capacidade de se adaptar aos espaços que percorre e pela facilidade com que esta matéria fluida
conquista território.

3. aliamos ao conceito inicial as vontades humanas e as necessidades de resposta programática,


introduzindo a compressão/ fragmentação/ agregação na criação de espaços dinâmicos,
intensificando as condicionantes naturais e conservando as pré-existências espaciais.

4. a concepção construtiva da nossa proposta cria uma membrana em torno de toda a


em cima_imagens da proposta com e sem a cobertura original intervenção. Esta opção gerou uma “pele” que envolve todo o espaço proposto, unificando-o, tal
em baixo_corte A . escala 1.750
requalificação_PORTO_PORTUGAL

como acontece nos organismos vivos – cobra.


Estágio OA
B
A A

10
B

planta piso 1 . escala 1.1000 axonometria explodida


Museu carro eléctrico

AUDITÓRIO EVENTOS ADMINISTRAÇÃO ESCOLA ÁREA


EXPOSITIVA

O espaço projectado começa a surgir como o resultado de um conjunto de intenções/soluções programáticas. Sempre articulados à ambiguidade
conceptual (natural e intencional) e à principal intenção programática – criar um percurso expositivo – a nossa intervenção deu origem a um

organismo de densidade heterogénea.


requalificação_PORTO_PORTUGAL

corte B . escala 1.750


Estágio OA
B
sala audiovisual

A A

10
percurso
B

planta piso 2 . escala 1.1000 bar camarins


casa vernacular

sistema funcional
sistema grelha

Open Source House \\Conceito

A cobertura da casa vernacular ganesa tem um papel no seu interior. área total da casa

muito importante na definição espacial da habitação, Os materiais utilizados (madeira e bamboo) são
bem como a nível de controlo climático. Partindo acessíveis localmente e a construção não requer
deste princípio, gerou-se a “Casa Cobertura”, na qual mão-de-obra qualificada, assegurando uma con-
a cobertura define um espaço de convívio familiar strução acessível a todos. serviços

conceito em evolução
protegido do quente sol africano. O objectivo principal do projecto foi a melhoria das
condições de vida da população ganesa através
\\Descrição da habitação, ao mesmo tempo promovendo o de- configuração
espacial
A configuração espacial da “Casa Cobertura” surgiu senvolvimento, a sustentabilidade e a confiança na
a partir da reinterpretação do conceito de família lo- população local, tendo sempre em conta todos os
cal - as relações estabelecidas num espaço exterior aspectos sociais, culturais, técnicos e tecnológicos.
partilhado, o pátio, que por sua vez se relaciona com cobertura

exposição solar
o interior da casa, funcionando tudo como um con-
junto, um todo.
Com uma imagem exterior definida pelo carácter do
seu material/pele, o bamboo, a casa transforma-se
ACCRA_GHANA
Estágio OA
Sistema modular

B
2 quartos + área estar dupla

3 quartos + área estar dupla

4 quartos + área estar dupla

5 quartos + área estudo

B
A
corte B . escala 1.200 planta tipologia 8 pessoas . escala 1.200

10
6 quartos + área refeições

7 quartos + área descanso

10 quartos = 12 pessoas

corte C . escala 1.200


alçado norte . escala 1.200
Open Source House \\Sistema modular
“Mefie”
=
2 quartos

A estrutura definiu um sistema de grelha, painéis minha casa


amovíveis fizeram a casa flexível, permitindo dife- minha família tipologia base
rentes configurações espaciais gerando diversas
opções de configuração.
A expansão da tipologia base da casa tem lugar ap-
enas no seu interior, com a adição de novos painéis.
Por razões económicas, tanto a estrutura como a
cobertura são elementos fixos, deixando aos residen-
tes a possibilidade de evolução futura, reorganizando 2 quartos 3 quartos 4 quartos 5 quartos 6 quartos 7 quartos

internamente a casa através da adição/subtracção


de painéis.

Para construir a tipologia de 10 quartos será necessário

6 painéis tipo fole


Evolução tipológica
19 painéis janela

Serviços
ACCRA_GHANA

9 painéis porta
28 painéis fixos

Área de estar

Quartos tipologia maior


8 quartos
Estágio OA
esquema climático processo construtivo

pele bamboo

protecção solar

água da chuva

ventilação subestrutura

\\Sustentabilidade

10
Para a construção da “Casa Cobertura”, optou-se pela uti-
cobertura

lização do maior número possível de elementos naturais de


forma a assegurar o uso racional dos recursos para constru-
ir, iluminar e ventilar a casa, assim como reduzir o impacto
ambiental e o uso de energias poluentes.
Os materiais utilizados são ecológicos, uma vez que são re- painéis

tirados directamente da Natureza, recicláveis e reutilizáveis.


Para além disso, foi estudado um processo de forma a arma-
zenar e a reaproveitar a água das chuvas.

estrutura
Europan escolas
esquema conceptual

\\Território

O terreno de intervenção para a futura escola, encon- assume pela sua imensidão e imponência face ao
tra-se num lugar charneira entre o rendilhado urbano território.
construído da Quinta do Peru (Norte) e a serra – zona
florestal - que permite as vistas mais favoráveis sobre Desta forma, através da reinterpretação do lugar, as-
a Serra da Arrábida (Sul). sumimos o compromisso de não comprometer estas
duas realidades opostas, estudando um processo
Este lote, de relevante interesse, distingue-se por viável para a concepção da nossa proposta.
marcar esta transição assumindo uma dupla função.
Em continuidade com o estudo feito ao território, o
Por um lado, a Norte e a nascente o terreno remata a projecto para a escola da Quinta do Peru baseia-se
na ligação entre este dois mundos distintos – natural
SESIMBRA, PORTUGAL

mancha construída, caracterizada por ser ordenada


e rectilínea, interrompida por sistemáticos espaços e construído – que neste caso, comunicam de forma
verdes que animam o espaço construído. Por outro franca.
lado, a Sul e a poente, podemos desfrutar de uma
paisagem natural, indiscutivelmente bela que se vista aérea (fotomontagem com maquete)
imagem aérea da pré-existência

Estágio OA
espaço verde

10
espaço construído
N
à esquerda_planta à cota 35.00 . escala 1.2000
à direita_alçado oeste . escala 1.1500
LEARNING STREET CENTRALIDADE UNIDADE esquema ligações à cota 43.00
Europan escolas

\\Conceito

Uma vez que intervimos num lugar charneira, onde o limitam o terreno de intervenção que, segundo a sua
espaço verde supera o espaço construído, recorre- inclinação – mais ou menos acentuada – deixam ou
mos à analogia de um elemento natural – o monte – não entrar as pessoas no espaço escolar. As barrei-
elemento este, predominante na envolvente de inter- ras convertem-se em limites naturais e intencionais,
venção. Este princípio inspirador de todo o projecto proporcionando espaços de contemplação no declive
surge pela vontade de atenuar e ao mesmo tempo e na cobertura destes volumes, quer pela parte inte-
assumir esta responsabilidade de lugar transitório, rior do terreno (de acesso para os alunos) quer pelo
que inevitavelmente se apresenta como cenário/pai- espaço público (a qualquer cidadão).
sagem limitador de um território.
O estudo que realizamos para definir a implantação
e a configuração de cada volume, resultou num dina-
SESIMBRA, PORTUGAL

Agarrando todas as vantagens que o elemento na-


tural nos pode proporcionar, moldamos o terreno e a mismo formal e espacial que vem responder a uma
mancha de implantação (os montes) de acordo com série de questões de âmbito educativo e cognitivo,
as necessidades programáticas e vivências espaciais visto que os espaços resultantes permitem a inter-re-
que uma escola requer. São os próprios volumes que lação entre a comunidade e a escola, num ambiente
natural onde todos são convidados a intervir. estudos volumétricos
Estágio OA
comportamento térmico e acústico

controlo acústico\\ventilação

controlo solar

controlo solar\\ventilação

10
corte A . escala 1.2000

N
à esquerda_planta à cota 39.20 . escala 1.2000
à direita_alçado norte . escala 1.1500
\\transformação e adaptação do terreno à proposta

TERRITÓRIO + INTERVENÇÃO

TERRITÓRIO + VEGETAÇÃO
TERRITÓRIO REBAIXADO
TERRITÓRIO EXISTENTE
Europan escolas

\\Espaços sociais e de convívio

Uma vez que o volume 1 (ver plantas à direita) se


assume pela sua centralidade física e simbólica
no recinto escolar, optamos por concentrar a
planta volume 1 . escala 1.1000 cota 39.20
maior parte das actividades sociais e de convívio cota 35.40
neste espaço. No piso -1 (cota 35.40) este volume
contempla a sala polivalente, a associação de
estudantes, a loja escolar e o núcleo de alunos,
com o intuito de relacionar de forma directa, todo
este programa com o espaço exterior de recreio e
convívio. A permeabilidade destes espaços convida
SESIMBRA, PORTUGAL

os utentes a usufruírem destes mesmos de forma


livre, fomentando o sentido de comunidade e de
aprendizagem informal. Visto que, todas as circu-
lações no recinto escolar convergem neste mesmo
volume, garantimos a passagem frequente de todos
os utentes por este núcleo de carácter social e de cota 43.00 cota 46.80
convívio.
Estágio OA
10
corte B . escala 1.2000

N
à esquerda_planta à cota 43.00 . escala 1.2000
à direita_alçado este . escala 1.1500

Você também pode gostar