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Miguel Carlos Madeira Anatomia da Face BASES ANATOMOFUNCIONAIS PARA A PRATICA ODONTOLOGICA a Se 62 edigGo Introducao ao estudo da face Cranio Anatomia aplicada do cranio Musculos da face Articulacéo temporomandibular Boca Sarvier Vascularizacao sangiiinea e linfatica da face Nervos da face Apresentacao da 6° edicado Desde 2004, quase todos os capitulos desta obra estio incorpora- dos ao livro “Anatomia facial com fundamentos de anatomia sis- témica geral” (Edit. Sarvier, Sao Paulo), redigido por mim em parceria com 0 Prof. Roelf J. Cruz Rizzolo. ‘A intengfo era continuar a oferecer uma anatomia especifica da face, porém acrescida de nogdes de anatomia humana geral, como se fossem dois compéndios em um s6. A justificativa era que a unio desses assuntos correspondia ao contetido total da discipli- na de Anatomia, do curso de Odontologia. Apesar de mais com- pleto, continuaria a ser um livro apenas, o que traria vantagem econémica na sua aquisicao. Realmente, “para uma boa formacao em Anatomia odontolégica, deve-se dar atencao especial ao esttdo da face, mas também é preciso obter um conhecimento, pelo menos bésico, de todo 0 cor- po humano”, Mas, como uma parcela dos leitores, tais como alunos de cursos de especializacdo, interessa-se apenas por uma publicagao especifica sobre a face, este livro “Anatomia da face” continua a ser editado. Foi feito um especial esforco para simplificar esta 6* edicio, a fim de oferecer mais objetividade e manter as condigdes de compra. Para tanto, como principal modificacdo, foram excluidos os sete textos de estudo dirigido, sob a denominacao “Saiba mais sobre o viscerocranio...sobre miisculos cefalicos...sobre ATM etc.”, que es- tavam incluidos no “Apéndice”. Mas, como esses textos abrangem assuntos fundamentais e per mitem ao leitor re-estudar e avaliar seu aproveitamento no es- tudo, por conta prépria, eles ndo podem simplesmente ser ex- clufdos. Devido a sua importancia, passaram a constar do site www.anatomiafacial.com e podem ser achados, sob os mesmos titulos, no link “Aprendendo Anatomia” e, a seguir, “Estudo diri- gido”. Os testes de auto-avaliacdo (avaliagao formativa) nos finais dos capitulos, que jé faziam parte da 5° edi¢io, permanecem. Na “Apresentago” da edigao precedente havia um texto dirigi- do aos estudantes, sob a forma de recomendacées, que compu- nham um cédigo de comportamento do estudante no estudo, no relacionamento interpessoal e na vida universitéria Esse texto foi modificado, ampliado, e hoje também faz parte do mesmo sife www.anatomiafacial.com, podendo ser encontrado sob 0 titulo “Recado aos alunos ingressantes” no link “Aprendendo anatomia” e, a seguir, “Reflexdes sobre educagio universitéria’. Outros textos, dirigidos a alunos e professores, podem ser encontrados no mesmo link. Um deles, “A nociva cultura da cola na escola”, versa sobre o artificio de colar durante as avaliagdes escolares. Esse texto ad- verte sobre praticas ilicitas, ao simular situacdes possiveis, de maneira muito peculiar. Ao destacar o valor da ética como necessidade incontes- fe, insta os alunos a fazerem um esforco inteligente tendo em vista o cutltivo de bons habitos eo reconhecimento da consciéneia de seu valor ¢ de suas possibilidades. Encontram-se no mesmo link “Aprendendo anatomia” (“Reflexdes sobre educagio universitéria”), do site wou.anatomiafacial.com, os textos se- guintes: “Ensino, pesquisa, exlensio”, “Reflexdes sobre Educacito (dentro 2 forn da sala de aula)”, “O ensino da Anatomia e suas dificuldades” — em duas partes -, “Modelo de plano de ensino de Anatomia para cursos de Odontologia”, “Os dois lados da aula expositiva," “Avaliagio discente (aspectos pritices da zerificacio do rendimento escolar)”, “Estudo dirigi- do” © “O porgué de ser bom professor”. Os cinco primeiros textos citados referem-se a reflexdes sobre a Edsicagito = como condicio vital para o progresso do pais -, sobre o papel co profes- sor ma escola e fora dela e, especificamente, dentro do ensino da Anato- ‘ia, com conceituagbes e pareceres sobre algumas priticas docentes. A redagiio sobre a aula expositiva pondera as criticas que ela tem recebi- do pela sua propalada ineficiéncia e, ao contririo, procura valorizé-la como estratégia de aprendizagem. Ao término sio indicados varios pro- cedimentos para 0 aprimoramento desse meio de ensino. A “avaliagto discente” aborda inicialmente a avatiagto diagndstica, que é lembrada como uma necessidade, Mas a maior parte do texto refere-se 4 avalingiio somatioa, em Anatomia odontolégica. Varios exemplos de como formular questoes sao oferecidos. Em “Estudo dirigido”, alumas modalidades sto mostradas por meio de exemplos, na dren de Anatomia para dentistas. Sito roteiros de um esti do adicional ou comiplementtar, preparados de antemdo, que propdem nova maneira de entender, recordar e consolidar um assunto que ji foi estuda- do (recém-estudado, de preferéncia). No mais, 0 “Anatomia da face” mostra nao ter perdido sua iden- tidade, nem se desviado de seu projeto inicial de incorporar a Anatomia ao contexto da Odontologia ‘A redacao mantém-se de acordo com a “Terminologia Anat6mica Internacional”, da Federagio Internacional de Associagées de ‘Anatomistas, traduzida por uma comissio da Sociedade Brasilei- rade Anatomia, como nao poderia deixar de ser. Os termos cons- tantes do Glossario foram destacados ao longo do texto mediante a utilizacao de um asterisco (*) Este livro tem utilidade comprovada para alunos de graduacio, mas 6 também oferecido a profissionais da area da satide, que freqiientemente necessitam de recordagio e reciclagem. Seu con- tetido esté sujeito a atualizaghes e corregdes, que esses profissio- nais, notadamente os colegas professores, certamente propordo para seu constante aprimoramento. E 0 que desejo. MIGUEL CARLOS MADEIRA e-mail: madeira@anatomiafacial.com memadeir@terra.com.br Contetido CAPITULO 1 Introdugao ao estudo da face 1 A face as 3 capfruLo2~ Cranio 5 Vistas do orinio 7 Topografia dentoalveolar® 29 CAPITULO 3~ Anatomia aplicada do cranio 37 Anatomia radiografica do cranio.... 39 Biomecanica do esqueleto facial 44 Fraturas do esqueleto facial 48 Maxilares desdentados. 50 Anatomia e implantodontia! 54 Aspectos sexuais, etérios e antropomnétricos do cranio... 59 CAPITULO 4~ Meésculos da face o7 Mtisculos da expressao facial See gO Expresso facial ane 76 Miisculos da mastigacS0 nner en ra80 Masculos supra-hidideos nes 288 Misculos da lingua 93 Misculos do palato 96 CAPITULO 5 ~ Articulagao temporomandibular 101 A articulagao temporomandibular (ATM) 103 Dinamica da ATM a = 108 Posigdes e movimentos da mandibula ooen een iat Desordens temporomandibulares® é 17 caPiTuLo6~ Boca 123 A boca. A lingua = 183 As glandulas salivares. phere 7185) ConsideragSes anatémicas sobre propagacoes ce infeccBes odontogénicas en 142 CAPITULO 7~ Vascularizacao sangiiinea e linfatica da face 153 ‘A artéria carotida externa e seus ramos Be e555 Drenagem venosa wn. 3 164 Drenagem linfatica'.... ie 169 © Hordcio Faig Leite ® Paulo Sérgio Perri de Carvalho ® Alicio R. Garcia © Miguel Carlos Madeira e Roelf J. Cruz Rizzolo ® Ariovaldo Antonio Martins CaPiTuLo 8~ Nervos da face O nervo trigémeo (V)® Os nervos facial, glossofaringeo, vago e hipoglosso “Anatomia das vias trigeminais centrais” .. Anatomia e anestesia .. _ 194 | 199 204 Apéndice GLOSSARIO® RESPOSTAS DOS TESTES INDICE REMISSIVO ‘© José Américo de Oliveira © Roelf J. Cruz Rizzolo ® Miguel Carlos Madeira e Roelf J. Cruz Rizzolo CAPITULO 1| Introducao ao Estudo da Face OBJETIVO I Discutir generalidades sobre a face, considerando aspectos filo- genéticos, morfolégicos e antropolégicos 1 A face “A face serve para: 1) orientagdo no espaco, 2) deteccao de fontes de energia (alimento), 3) orientacao do animal fonte de energia, 4) captura de energia, 5) comunicacao (no homem).” E.L. Du Brul ‘Nos animais, a cabeca é o principal 6rgao de preensao, de defesa ede ataque. Modificacdes filogenéticas, contudo, fizeram com que no ser humano a cabeca passasse a ter a funcao de recepcao de alimento e ar e se tomasse o centro das emocoes ¢ da fala. Nesse capitulo da evolucdo biol6gica, o grande evento é a postu- ra ereta, que traz consigo uma série de modificagdes ou rearran- jos somaticos. Para se adaptar & essa postura, 0 cranio ficou mais alto e mais curto. Assim, quase esférico, melhor se equilibra sobre a coluna vertebral, sem a necessidade de uma musculatura nucal muito possante. A evolucao do encéfalo concomitante com a re- dugao da face tornou possivel a visao estereoscépica. A visio me- Ihorada facilitou a coordenacao dos movimentos nas extremida- des. O homem, entio, usando as maos na defesa e ataque e no preparo de ferramentas e de seus alimentos, dispensou as exigén- Gas de maxilares robustos, libertand assim o cranio de forte pres- so muscular. Dessa maneira, as modificagdes do aparelho masti- gador referem-se a um pequeno desenvolvimento dos maxilares € de seus miisculos, combinado com a reducio do niimero e ta- manho dos dentes. Na face, desenvolvem-se 03 muisculos da expressao facial, carac- teristicos do mamifero. Do peixe ao réptil (Sem tecido muscular entre a ctitis € os ossos do cranio), as expressdes faciais sao limita- das a abertura e ao fechamento da boca e dos olhos. No homem, a movimentagio da pele da face aleanga alta hierarquia, permitin- do a exteriorizagio das emogGes e sentimentos, com grande varie dade de detalhes. O resultado das expressdes habituais do indi duo, transmitidas a face para espelhar seus estados animicos, é 0 que se define como fisionomia. E a imagem real do individuo, dada pela relacdo de sua personalidade (imagem interna) com sua aparéncia fisica (imagem externa), as quais, ajustadas, se apro- ximam da unidade. Dessa forma, a face representa a pessoa toda! Ela atrai nossa atengao desde que somos bebés continua a nos fascinar por toda a vida. E natural, portanto, que nela se concen- trem os maiores esforcos de promogao e conservacao de sua esté- tica e beleza. Verdadeiros milagres sao produzidos para tornar uma face estética (distribuicao proporcional, harménica e combi- nada de suas formagoes anatémicas superficiais) e bela (resulta- do de uma estética e de uma s& personalidade refletida) dentista tem papel preponderante na manutengao da estética facial, visto que a normalidade dos arcos* dentais e dos maxila- res* € essencial & harmonia e ao equilibrio das linhas da face. O interesse do dentista pela face refere-se também a observagio cri- teriosa, que pode revelar certas condigoes orientadoras do diag- néstico. Em medicina é elemento importante para o diagnéstico de muitas doencas. Quanto a morfologia*, as variadas formas de contomo da face le- varam a sua classificagao em quadrada, ov6ide e triangular. O dente 3 incisivo central superior tem seu contomo correspondente a es- sas formas geométricas fundamentais para uma face harmoniosa. O contomo da face € afetado por variagées no desenvolvimento muscular, proeminéncia da glandula parétida e distribuicéo da gordura subcutanea. Os tracos faciais so adquiridos por hereditariedade. Podem, na- turalmente, mais tarde, ser reforcados ou enfraquecidos pelo uso ounao-tiso. Somente o relevo da pele é adquirido individualmente. ‘A cor da pele depende sobretudo do agrupamento de pigmentos presentes, da espessura da epiderme e da circulagao. Nos bran- Cos, epiderme espessa: cor amarelada ¢ que aumenta com a ida- de; delgada: tom réseo, devido aos vasos do cério. Nos negros, a quantidade do pigmento 6 maior ¢ 0 fluxo de sangue provocado elo frio ou por excitacéo psiquica torna a pele baga. Neles, a dimi- nui¢ao do afluxo sangiiineo ou na presenga de anemia (palidez nos brancos) poe em evidéncia a cor da pele (fica mais escura). Os artistas copiam muito a face, resultando dai a necessidade do conhecimento da anatomia* e de normas de proporcio ou cénones naturais (ideais). Um dos critérios estéticos faciais fun- damentais ¢ 0 que divide a face em trés segmentos iguais: do ni- vel de implantacao dos cabelos ao nivel das sobrancelhas (fron- te); desse nivel até a base do nariz; e da base do nariz a base da mandibula, no mento. O espaco entre os dois angulos mediais* dos olhos deve ser igual a largura de cada fenda palpebral e largura da base do nariz. A altura do nariz deve ser igual ao com- primento da rima da boca. ‘Mas nao ha face verdadeiramente simétrica. O que ha é uma assi- metria normal, com as metades direita e esquerda ligeiramente diferentes, Os artistas esto cientes de que essa variacéo normal é necessaria para dar vida as suas pinturas. Dizem que uma face perfeita € monotona e inexpressiva, como as imagens em cera nos museus. Por ser a face altamente valorizada como o segmento corpéreo mais representativo da pessoa e como centro das atencdes para uma busca estética, a sua alteracdo com a chegada da velhice traz jinmeras preocupacées. Mas ¢ a deformagio ou desfiguragao fa- cial que faz 0 individuo reagir com um profundo sentimento de dor, medo e ansiedade, relacionado com o grau de afetividade reprimida dentro de si. Esse trauma pode levar a depresséo, mar- ginalizacao e alienacao social. Resta agora uma indagacdo. Podem-se prever modificagdes para a face humana do futuro? Efetivamente, nés nao somos os representantes de um estigio fi nal de evolucao. Os estudos sugerem fortemente que a face tende ase modificar mais e mais. A reducao gradativa sofrida pelo apa- relho* mastigador deverd continuar ainda. Ha evidéncias de que 05 dentes terceiro molar ¢ incisivo lateral superior iri desapare- cer. A Antropologia” ja demonstrou que hé apenas mil anos (um. breve lapso de tempo) a face dos ingleses era mais larga no seg- mento respiratério (talvez isso dependesse de uma maior vida no ‘campo, ao ar livre). Agora, se as tendéncias presentes continua- rem, 0 homem do futuro tera maxilares menores e sua capacida- de encefélica sera, em média, maior. Cranio OBJETIVOS 1 Reconhecer os ossos do cranio, analisando sua forma, tamanho, nuimero, tipo morfoldgico e posicao I Identificar os acidentes (de- talhes) anatémicos do cranio nas vistas anterior, superior, lateral, posterior, inferior, interior e medial I Descrever, detalhadamente, manila e mandibula dentadas, com todos 0s seus acidentes anaté- micos I Desenhar o contorno e as porgdes formadoras da mandi- bula e da maxila, com riqueza de detalhes I Citar os elementos (artérias, veias, nervos, glandulas) que passam através de fora- Anali- sar detalhadamente a topografia dentoalveolar na maxila ena man- dibula, justificando seu significado ou aplicabilidade 1 Responder corretamente aos Testes 1, 2 € 3 I Desenvolver o estudo dirigido “Viscerocranio” 1 mes ¢ canais do cranio e que se situam em fossas ¢ sulcos Vistas do cranio O cranio em geral Constitui-o,esqueleto da cabeca e pode ser dividido em viscero- cranio* e neurocranio*. O viscerocranio corresponde & face e nele estio situados os 6r- ga0s dos sentidos e 0 inicio dos sistemas* digest6rio e respiraté- rio, E formado por 14 ossos irregulares unidos entre si por articu- lagoes fibrosas (suturas*), com excecdo da mandibula que € movel ese liga ao cranio por uma articulacao sinovial (de amplos movi- mentos). Além da mandibula, os demais ossos do viscerocranio sio: duas maxilas, dois zigomaticos, dois palatinos, dois nasais, duas conchas nasais inferiores, dois lacrimais e um vémer. Todos ‘esses ossos se articulam com as maxilas, que vém a constituir as- sim a porgao mais central e importante do esqueleto facial. © neurocranio é formado por oito ossos planos e irregulares rigi- damente unidos entre si por meio de suturas. Sao eles: dois tempo- rais, dois parietais, um frontal, um occipital, um esfendide e um etméide. Arranjam-se de tal forma a constituir uma grande cavida- de* — cavidade do cranio ~ na qual se aloja o encéfalo. A parte mais alta do neurocranio é conhecida como calvéria (calota craniana) e pode ser obtida seccionando-se o cranio transversalmente, tendo como referéncias a glabela e a protuberancia occipital externa. Os ‘8808 que compéem a calvéria consistem de duas laminas de subs- tincia compacta — laminas externa e interna — que encerram uma camada* de substéncia esponjosa, que no cranio é conhecida por diploe. A lamina interna, por ser muito mais fragil que a externa, fratura-se extensamente nos traumatismos, e isto pode provocar rupturas de artérias que se situam entre ela e a dura-mater’. A remocao da calvaria expoe a cavidade do cranio e deixa ver a base do cranio em seu interior. Ela também pode ser vista por fora, unida ao viscerocranio e parcialmente encoberta por ele. A base do crénio coincide com um plano inclinado que secciona 0 cranio na altura dos pontos craniométricos nésio e basio. Ela é formada por ossos irregulares e caracterizada pela presenga de varios forames* e canais*, por onde trajetam nervos e vasos, 0s quais podem ser lesados nos traumatismos cranianos, principal- mente naqueles acometidos de fraturas. Vista anterior do cranio (norma facial) (Figs. 2-1, 2-2 e 2-3) Para o exame do cranio deve-se posicioné-lo conforme o plano auri- culo-orbital, segundo 0 qual as margens* infra-orbitais e as margens superiores do poro aciistico extemo estéo em um plano horizontal. ‘A descricdo seré feita com os termos no singular, como se estives- se sendo descrita uma das metades (simétricas) do cranio. Pela vista anterior, o tergo superior do cranio é caracterizado pelo oss0 frontal, do qual se distingue sua parte mais extensa, lisa e con- vexa, a escama frontal, que se estende desde o vértice do cranio até igura 2-1 — Norma” facial, Visea anterior do crino. Escama frontal ‘Arco supercar Glabela Margem supra-orbital Ineisura supra-orbital Sutura feontonasal Sutura frontomanxlar Processo zigomitico do frontal Proceso frontal do zigomatico Linha temporal Margem infra-orbital Forame infra-orbital Fissura orbital superior ‘Asa maior do esfendide Processo frontal da maxlla Espinha nasal anterior Septo ésseo do nariz Fossa conina Processo zigomatico da maxila Processo maxlar do zigomitico Sutura zigomético-maxiar Forame zigomético-faclal Févea incisiva Eminéncia carina Crista zigomatico-alveolar Prowuberdncia mentoniana “Tubérculo mentoniano Forame mentoniane Boréa anterior do ramo da, rmandibula Angulo da mandibula as 6rbitas ¢ os ossos nasais. Sua superficie mostra uma convexidade mais pronunciada acima de cada érbita, o tiber* frontal. Entre 0 ttiber frontal ea 6rbita ha uma elevacao linear, romba, curva, 0 arco* superciliar, Encontram-se ambos os arcos superciliares numa rea mediana* em relevo, a glabela. A aguda margem supra-orbital 6 interrompida entre seus tergos intermédio* e medial" pela incisura™ supra-orbital, por vezes transformada em forame*. Entre as érbi- tas, 0 osso frontal conecta-se com os ossos nasal (pela sutura* fron- tonasal) e maxila (sutura frontomaxilar). No angulo do adito* da 6rbita, formado pelas margens supra-orbital e lateral*, 0 oss0 fron- tal apresenta uma projecio forte e saliente, o processo* zigomatico, que leva este nome por unir-se ao osso zigomatico por meio da su- tura frontozigomatica (0 processo do zigomatico que se liga ao fron- tal se chama processo frontal). A margem péstero-lateral do pro- cesso zigomitico inicia-se como uma crista* aguda e, & medida que se prolonga para cima e para tras, vai tornando-se menos saliente ¢ se transforma na linha’ temporal, que alcanca 0 0sso parietal. Figura 2-2 -Vista anterior de uma sila separada do crinio, 1 2 3 a 5 Proceso frontal Espinha nasal anterior Processo alveolar com feminéncias alveolares Forame infra-orbital Fossa canina Proceso zigomatico Figura 2-3 —Vista anterior de uma andibula separada do crinio. 2 3 ‘Cabeca da mancibula (céndilo) Processo coroncide Linha obliqua| Fossa mentoniana Processo alveolar com ‘eminéncias alveolares Protuberincis mentoniana Forame mentoniane ‘Além do frontal, os ossos que completam o Adito da érbita sao 0 zigomatico e a maxila. O primeiro faz o contorno létero-inferior, a maxila, 0 contorno médio-inferior. Entre ambos, a sutura zi- gomatico-maxilar é bem distinta na margem infra-orbital. Essa sutura, preenchida por tecido fibroso, pode ser distinguida nas pessoas como um ressalto que pode ser palpado sob a delgada ctitis dessa drea. Uns 7 ou 8 mm abaixo, perpendicularmente, acha-se 0 forame infra-orbital. A drbita, larga no ddito, vai agu- gando-se no fundo devido & disposigao convergente de suas pa- redes. A parede superior (teto) é formada, na sua maior exten- sao, pela parte orbital do frontal, que exibe uma depressio na porcao lateral, a fossa* da glandula lacrimal. A parede lateral € composta pela asa maior do esfendide e porgdes dos ossos zigo- mitico e frontal. A parede medial é formada pela lamina orbital do etméide, lacrimal e porgdes da maxila e esfendide. A parede inferior (soalho) é formada pelo zigomatico e face orbital da ma- xila, a qual é escavada pelo sulco* ¢ canal* infra-orbital, com 9 10 inicio na fissura* orbital inferior. Tanto esta quanto a fissura orbital superior séo fendas alargadas que separam as paredes superior, lateral e inferior e convergem para o fundo da érbita. Nesse local, 0 canal dptico é bem visivel. Nele passam o nervo Gptico e a artéria oftalmica. Medialmente a érbitahé uma extensao da maxila, 0 proceso fron- tal, que se une ao osso nasal pela sutura nasomaxilar. A margem livre do nasal de ambos os lados inicia 0 contorno superior da abertura piriforme, que é completado nos lados e abaixo pelas maxilas, as quais, em sua unio, delimitam uma saliéncia pontia- guda mediana, a espinha* nasal anterior. A abertura piriforme permite a visdo, no interior da cavidade* nasal, do septo* ésseo e das conchas nasais inferior e média. Ao lado da abertura piriforme, a maxila 6 cOncava (fossa cani- na) € apresenta o forame infra-orbital, que continua atras com 0 canal infra-orbital até o sulco infra-orbital, todos percorridos pelo nervo e vasos infra-orbitais. Mais lateralmente, a maxila termina se unindo ao zigomético por meio de seu processo zi- gomético. O zigomatico, por sua vez, esta encaixado entre 0 viscerocranio e 0 neurocranio, ligando a maxila ao frontal e a0 temporal. O zigomatico tem um corpo* e trés processos, cuijas denominacées correspondem aos nomes dos ossos a que esta conectado ~ processo maxilar, processo frontal e processo tem- poral. Na sua face lateral, abre-se 0 forame zigomético-facial, que dé passagem a um nerve homénimo. As duas maxilas (maxilar*) articulam-se no plano mediano pela sutura intermaxilar, ao lado da qual se situa a févea* incisiva. Entre as fossas incisiva ¢ canina vé-se a eminéncia* canina, sali- éncia que recobre a raiz. do dente canino. Na maxila, 0 processo alveolar, larga expansio que prové alvéolos* para os dentes, evi- dencia as eminéncias alveolares, das quais a canina costuma ser a mais saliente. Mais lateralmente, como contomo final da maxila nesta vista anterior do crénio, vé-se a crista zigomstico-alveolar, uma condensagao dssea que se estende do processo zigomatico da maxila ao alvéolo do primeiro molar. Finalmente, a mandibula articulada com a base do cranio mostra sua superficie antero-lateral, na qual se nota a protuberancia* men- toniana, forte condensacao dssea mediana delimitada por uma saliéncia na base da mandibula, o tubérculo* mentoniano, ¢ pela fossa mentoniana, uma ligeira depressao abaixo dos alvéolos dos incisivos. © processo alveolar, semelhante ao da maxila, nao pos- sui eminéncias alveolares acentuadamente salientes. Abaixo do alvéolo do segundo premolar, 4 meia distncia da base da mandi- bula e da borda livre do processo alveolar, situa-se o forame men- toniano, para nervo e vasos mentonianos. Se for baixada uma _ perpendicular do forame supra-orbital, esta linha vertical passa- 1 sobre (ou bem préximo) os forames infra-orbital e mentoniano. Mais lateralmente, é evidente a borda* anterior do ramo da man- _ dibula, que se continua inferiormente como linha obliqua, uma espessa clevacao linear romba que esmaece & medida que avanca sobre 0 corpo da mandibula. O angulo da mandibula é uma érea que se destaca lateralmente como uma projecdo bem evidente. Figura 2-4 — Norma vertical sta superior do critic. 1 Escama do frontal 2 Tiber frontal 3. Sutura coronal 4 Sutura sagital 5 Bregma & Tuber parietal Vista superior do cranio (norma vertical) (Fig. 2-4) O aspecto geral é de um contorno oval, com uma superficie con- vexa formada por partes dos ossos frontal, occipital e parietais. Sao unidos por suturas serrdteis denominadas: coronal, entre © frontal e os parietais; sagital*, entre os parietais; lambddidea, entre 0 occipital e os parietais. 5 ossos que compdem as suturas do crinio fixam-se por meio da interposicao de tecido conjuntivo denso, constituindo uma articula- so fibrosa, e por meio das saliéncias e reentrancias de suas bordas (cemelhantes aos dentes de uma serra), que se interpenetram e dao rigidez a articulacao. Faz excecao a sutura escamosa, cujos 0ss0s temporal e parietal se ligam em bisel, a moda das escamas de peixe. Ent crantios de fetos, os ossos so separados por mentbranas fibrosas, numa construct frouxa que permite a caludria sofrer modificagtes durante 0 parto, comhecidas como “moldagem”. Na primeira infaincia, as suturas ainda mo: fram grande separacio entre os oss0s ¢ constituem importante local de cresci- u ra 2-5 ~Vista superior de um crinio de recém-nascido, em que aparece o fonticulo anterior (maior), fentre as suturas coronal e sagital,¢ 0 fonticulo posterior (menor), entre as suturas sagital e lambdoidea. np] mento do cranio, O cranio cresce por remodelagda* — umn processo comtbintado de ‘aposigio e reebsorcao” com predominio da primeira — e por crescimento sutural Com 0 avangar da idade, as suturas gradualmente se fecham, 03 0380s se fusio~ nam e a linha de separacio desaparece, fendmeno este denominada sinastose® Alguoas suturas comegam a se fechar antes dos 30 anos de idade; outras desapa- recemt bem mais tarde. A despeito das variagoes individuais e de variagdes relacio~ nnadas com o sexo e 0 grupo racial, as sinustoses podemt ser usadas como um guia para se estimar a idade de indiciduos desconhecidos por ocasifo de sua morte. © ponto de encontro das suturas coronal e sagital é chamado breg- ma. Na época do nascimento, uma drea membranosa losangica per- siste por algum tempo e é chamada fonticulo* anterior (Fig. 2-5). Esta condigho, de importincia obstétrice, permite 0 toque para determina a posi da caboga do foto e também a verificagdo da pulsagao. Antes de seu desaparecimento no segundo ano devi, ofontculo anterior pode ser usado para seestimar a press intracraniana e para se coletar sangue do seo sagital superir através dele. Ao lado da sutura sagital, 0 forame parietal deixa passat uma veia emisséria, que liga as veias do couro cabeludo com o seio sagital superior. Ainda no parietal, uma convexidade mais acen- tuada, o tiber parietal, determina, com a do lado oposto, a re- gi0 de maior largura do cranio. nina temporal (Crista supramastsiden 4 Surura escamosa 5 Asa maior do esfendide Vista lateral do cranio (norma lateral) (igs. 2-6, 2-7, 2-8 e 2-9) Alguns acidentes anatémicos jé observados nas vistas anterior e superior do cranio podem ser identificados, agora, por outro Angulo. A linha temporal, na vista lateral, pode ser examinada por intei- ro; € uma linha arqueada que se inicia no frontal, avanca pelo parietal e encurva-se mais para alcancar a parte escamosa do temporal e continuar com a crista supramastéidea. Ela presta insergao a fascia* temporal e as fibras mais superiores e posterio- res do miisculo temporal. Circunscreve a fossa temporal, na qual Figura 2-6 ~ Norma lateral Vista lateral do cranio. ‘Arco 2igomatico 12. Espinka nasal anterior 16 Forame zigomitico- Processo mastoide 13. Crista zigomético- facial (trplo neste Sutura lambdidea alveolar crinio) Ramo da mandibula 14. Osso lacrimal 17 Sutura Corpo da mandibula 15 Lamina orbital do frontozigomética Linha obliqua ennéide 18 Glabela 13 Figura 2-7 —Vista lateral de uma ‘maxila separada do cranio. 1 Processo frontal Face orbital Sulco infra-orbita Tuberosidade da maxila Procasso zigomitico Espinta nasal ancerior Figura 2-8 Vista lateral de uma rmandibula separada do cranio. I Processo coronside 2 Processo condilar (com colo e céncilo) Févea pterigdidea Inclura da mandibula Linha obliqua Tuberosidade massetérica Angulo da mandibula Forame mentoniano se distingue a sutura escamosa, entre a escama do temporal e 0 parietal. A fossa temporal é mais profunda antero-inferiormente, local onde 0 mtisculo temporal que a preenche é mais volumoso. A dren da fossa temporal é a mais delgada e mais fraca do neurocriinio; a art ages (por dentro) e casos dé meniugen média passa em suas imedi dos com injiiria desse vaso sto comuns, e fratura associa Da parte escamosa projeta-se anteriormente 0 proceso zigomé- tico, que se une ao processo temporal do zigomatico para consti- tuir o arco zigomatico. Corresponde a uma ponte entre 0 neuro- cranio e o viscerocranio, achatada médio-lateralmente e, portanto, com uma borda* superior onde se prende a fascia temporal, € uma borda inferior de onde se origina o mtisculo masseter. O arco zigomatico separa a fossa temporal da fossa infratemporal O arco zigomiitico ¢ 0 osso zigomético freqientemente sofrem frmturas em ack dentes. As disjuctes (afundamento) do zigomstico, ao nivel de suns trés sui ras com os ossos frontal, mala e temporal, sto uma forma consume de Teste desse osso. Quando a fratura compromete o soaiho da érbita, 0 bulbo ocular cx port um nfoel mai inte diplopia. 14 Figura 2-9 — Detalhe aumentado da vista Interal do crinio: fossa infratemporal sem a mandibula Sutura zigomatico-temporal 9. Fissura timpanoescamosa Eminéncia articular 10. Espinha do esfendide Fossa mandibular 11 Processo pterigéide Processo retroarticular (amine lateral) Parce timpanies do temporal 12. Fissura pterigomaxilar Pora actistico excerno 13. Fossa pterigopalatina Processo mastoide 14 Tuberosidade da maxila Céndilo eccipiel eV auren— © ramo da mandibula assemelha-se a um retangulo, Suas bordas posterior e inferior se encontram no angulo da mandibula, onde se distingue a tuberosidade” massetérica. A borda superior é uma curva, conhecida como incisura da mandibula, disposta entre o proceso corondide, em cujas bordas e face medial se insere 0 muisculo temporal, e 0 proceso condilar composto de um estrei- tamento chamado colo* da mandibula e uma saliéncia robusta, a cabeca (cOndilo*) da mandibula. Fsta se relaciona com o tempo- ral na fossa mandibular, tendo a frente a eminéncia articular ¢ atrds 0 processo retroarticular. Mais atras hé uma ampla abertura de contorno circular, 0 poro actistico externo, delimitado quase que totalmente pela parte tim- panica do temporal. Dé acesso a0 meato* actistico externo, am- plo canal que se insinua pela parte petrosa do temporal. Durante a vida, ele é fechado na sua extremidade medial pela membrana do timpano, que o separa da cavidade timpanica. Entre a parte timpanica e 0 osso occipital encontra-se uma salién- cia rugosa e robusta que se projeta em direcao inferior e anterior, 15 Figura 2-10 —Terceiros molares superiores com fragmentos Ssseos ligados a eles devido a fraturas no momento da extragio. 16 © processo mastéide. Dele se originam os misculos esternocle domastéideo, esplénio da cabeca ¢ longo da cabeca. Seu interior © co, com células mastéideas que se comunicam com a orelha m= dia. Na base do processo mastéide, proximo a sutura occipitoma= t6idea, observa-se o forame mastéide, para uma veia emisséria. Abaixo da parte timp4nica vé-se © processo estiléide, uma proje- ‘cdo Antero-inferior em forma de estilete, que dé origem aos mus- culos estilo-hiGideo, estilofaringeo e estiloglosso e ao ligament estilo-hidideo. processo estil6ide, que normalmente mede de 2 a 3 emt, pode apresentar-se alongado (até 8 cm) e 0 ligamento estilo-hibideo pode ossificar-se parcial ow totalmente. En ambas as condicies, o paciente se vé acometido, em maior ow menor grew, por dores, disfagia, disfonia, movimentagio limitadn do pescoco, sensagio de corpo estraho alojado na garganta e outros sintomas que caracte- rizam a sindrome estlo-hiidea (de Eagle). Ainda no contorno da base do cranio se avista uma saliéncia rom- ba - 0 c6ndilo occipital — que faz a articulagdo do cranio com 0 atlas*, a primeira vértebra cervical. Boa parte da escama do occi- pital 6 vista por norma lateral; nela, pode-se identificar a protu- berancia occipital externa (de perfil) e as linhas nucais superior e inferior, que dao origem anatomica aos muisculos trapézio, semi- espinal da cabega, obliquo superior, reto posterior maior e reto posterior menor da cabeca. Separando-se a mandibula do cranio pode-se ver a fossa infra temporal aberta posteriormente e com seu limite antero-medial formado pela lamina lateral do processo pterigéide e tuberosi- dade da maxila. Nesta érea nota-se o perfil do hamulo* pterig6i- deo, que é uma extensao da lamina medial do processo pterigdi- dee se relaciona com o muisculo tensor do véu palatino eo ligamento pterigomandibular A tuberosidade faz parte do corpo da maxila e limita-se no alto com a fissura orbital inferior e na frente com a crista zigomético-alveolar. Ela é perfurada por dois ou trés fora mes alveolares que se continuam como canais alveolares e contém 0s nervos e vasos alveolares superiores posteriores. Nas extragoes do terceiro molar superior, a tuberosidade da maxita e, particu- Tarmente, sua extensao inferior emt forma de tubérculo logo atrés desse dente {ican amencadas de fratura, A ameaga é maior quando a tuberosidade & tornada ‘0ca por auariento do seio* maxilar ow quando so usados extratores exercendo pressio distal. As fraturas comprometem extensdes dsseas vnriiveis (Fig. 2-10) ¢ podem provocar tana comuicagao bucossinusal. A complicagto € maior ainda quando o himulo pterigbideo € envolvide na fratira ou quando é fraturado isoladamente. Neste caso, 0 nriscudlo tensor do vu palatino fica sem suporte e 0 plato mole perde poder de enrijecimento no lado correspondente. Essa “queda” do palato pode levar 2 disfonia e a disfagia (¢ a uma agio judicial!) Na profundeza da fossa infratemporal, ha uma fenda vertical - a fissura pterigomaxilar ~ que dé acesso a fossa pterigopalatina formada pela lamina perpendicular do palatino e processo pteri- goide. A artéria maxilar, depois de transitar pela fossa infratem- poral, invade a fossa pterigopalatina. O nervo maxilar cruza 0 alto da fossa e seu ramot, nervo palatino maior, percorre toda ela para atingir o palato 6sseo pelo forame palatino maior. No fundo da fossa pterigopalatina, o forame esfenopalatino a poe em co- municagao com a cavidade nasal. Depois de ter estudado até este ponto, vale a pena verificar seu rendimento escolar através de uma auto-avaliacao. Para isso, res- ponda ao teste 1, na pagina 34, depois de ler as instrug6es para as respostas. Vista posterior do cranio (norma occipital) (Figs. 2-11 e 2412) Os ossos que tomam parte na formagao da parte posterior do cré- nio s4o os dois parietais, o occipital e a érea mastdidea dos tem- porais. Por este aspecto, pode-se ver também a mandibula. Alguns acidentes anatémicos visiveis na vista posterior j4 foram descritos nas vistas superior ¢ lateral. Entretanto, alguns deles podem ser mais bem observados por essa vista. F 0 caso da sutu- ra lambdéidea, que nao raro mostra no seu trajeto um ou mais ossos suturais. A protuberéncia occipital externa e as linhas nu- cais olhadas por tras dao uma idéia mais completa da sua forma. O desenvolvimento dessas elevagées depende do desenvolvimento da musculatura nucal. O processo mastéide visto por tras mostra sua delimitacdo medial bem caracterizada pela incisura mast6i- dea, onde se prende o ventre posterior do muisculo digéstrico. ‘A mandibula, por esse Angulo de observacao, exibe a sua face interna. No corpo ha uma saliéncia dupla, irregular, mediana, as espinhas mentonianas, onde se prendem os misculos genioglos- 50 e génio-hidideo. Acima das espinhas mentonianas localiza-se 0 forame lingual ou retromentoniano superior que, quando pre- sente, é atravessado por um ramo da artéria sublingual. Mais abai- xo, na base da mandibula e também no plano mediano, outra aber- tura inconstante — 0 forame retromentoniano inferior ~ dé passagem a um ramo do nervo milo-hidideo em 50% dos casos. A fossa digdstrica, uma depressio paramediana na base da mandi- bula, da insergao ao ventre anterior do muisculo digastrico. ‘Ao lado das espinhas mentonianas surge uma saliéncia que A me- dida que se dirige obliquamente para tras e para cima vai tornan- do-se mais elevada e termina depois do alvéolo do iiltimo molar — 6a linha milo-hididea, onde toma origem 0 misculo milo-hidi- deo. A linha milo-hididea separa duas fossas rasas mal demarca- das: uma sipero-medial, a fovea sublingual, e outra infero-late- ral, a févea submandibular, assim chamadas por alojarem as glandulas sublingual e submandibular. Nessa drea, nas proximidades dos premolares e molares, pode manifestar-se ‘uma protuberiincia de carter hereditario, o toro® mandibular, que tende a ser bilateralmente simétrico. Figura 2-1 | — Norma occipital Vista posterior do cranio. 1 Sucura sagital Forame parietal Sutura lambdéidea Ossos suturais (varios neste cranio) Linha nucal superior Linha nucal inferior Protuberancia occipital externa Proceso mastéide 9 Incisura mastdidea 10 Forame mast6ide 1 Forame da mandibula 12. Linha milo-hiidea 13. Espinhas menconianas Figura 2-12 ~ Detalhe aumentado da vista posterior do erfnio, | CBndilo occipital Processo estidide Proceso pterigside Processo condifar Forame da mandibula Suleo milo-hidideo Linguia da mancfbula Tuberosidade prerigéidea 9 Linka milo-higides 10 Févea submandibular 1 Févea sublingual Espintias mentonianas Fossa cigistrica 18 No centro do ramo da mandibula ha um amplo orificio, 0 fora- me da mandibula, que continua interiormente com o canal da mandibula. Ambos dao passagem ao nervo, artéria e veia alveo- lar inferior. O forame da mandibula ¢ limitado anteriormente pela Iingula* da mandibula, local em que se insere o ligamento esfe- nomandibular. Uma estreita escavagao se inicia no contorno in- ferior do forame da mandibula e se estende obliquamente para baixo e para diante, com o nome de sulco* milo-hidideo. Ai se alojam o inicio do nervo e vasos milo-hidideos. Abaixo e atrés. do sulco milo-hidideo, ja na area do angulo da mandibula, en- contra-se 0 campo de insercdo do miisculo pterigsideo medial, caracterizado por um conjunto de asperezas denominado tube- rosidade pterigdidea. Separando-se a mandibula do cranio, pode- se examinar melhor a face medial do ramo. O processo corondi de é menos liso do que na face lateral; de seu Apice, alonga-se em. direcao inferior a crista temporal, que termina no trigono retro- molar, uma drea triangular logo atras do ultimo molar. Na crista temporal ¢ em toda a face medial do proceso corondide insere- se o muisculo temporal; em algumas pessoas prolonga a insergaio até 0 trigono retromolar. © proceso condilar mostra 0 colo* bem evidente e, na sua porcio anterior, uma fossa rasa, a f6vea pteri- géidea, para a insergao do maisculo pterigsideo lateral. Do pélo medial da cabeca (c6ndilo) da mandibula parte para baixo e para a frente uma condensacio linear, a erista medial do colo. A porgao superior da cabeca da mandibula corresponde face articular inferior da articulacio temporomandibular. E uma su- perficie de contomno elipsdide e em forma de tenda, com uma vertente anterior e outra posterior. Na oclusao dos dentes, a ver- tente anterior choca-se contra a vertente posterior da eminéncia articular do temporal. As alteragdes de forma e contorno da cabe- ca da mandibula sao freqiientes, principalmente em individuos desdentados ¢ idosos. Vista inferior do cranio (norma basilar) (Figs. 2-13 e 2-14) Com a mandibula removida, a parte anterior do cranio, por esse Angulo de observacao, € ocupada pelo palato dsseo, que é forma- do pelo processo palatino da maxila e pela lamina horizontal do palatino, de cada lado. Essas quatro pecas dsseas so separadas por suturas, a saber: sutura palatina mediana e sutura palatina transversa. Em cranios de criangas encontra-se presente a sutura incisiva, que separa 0 osso incisivo da maxila. Anteriormente, a fossa incisiva interrompe a sutura palatina mediana e recebe, de cada lado, uma abertura do canal incisive, 0 forame incisivo, que da passagem ao nervo nasopalatino. A maxila é, depois da clavicila, 0 osso de desenvolvimento mais precoce. Du- ante sua ossificagito, anabos os processos palatinos podem permanecer separ dos, com uma fissura entre eles, através da qual a boca se comurtica com a convidade nasal. A fissure palatina pode combiraar-se com ima possfoel persis- tencia da sutura incision, de um ow de ambos os lados. Essa anomalia dificulta sobremaneira as acdes de falar e deglutir e pode provocar a aspiracito de alimen- fo polo sistema respirat6rio até os pulmdes. 19 ‘capionsewoinss 2ureiog ayn! ouei0g canoes eur, TeAo aueog crouuidso aureiog prquayse op eyuidsg eapignseu eins, st ve a @ Iz ou 6 spigaseul essen04g pioduea op eueduis arsed soUe2sa0uRdWR INSSEy eynqipueas #5503 spponue eouQUIL loonpuodiz oxy souedns jeonu eur 049) e2nu eYUFT oufew aureiog 81 a 91 SI v1 el u al seypuo> jeue) yids0 oppues Jesodusaa op esomnad sn. ‘optuane| itso reado30 op s2yseq 22.0 euro apiodlusad ossa2044 sore ouneyed suseioy ‘o2ss0 creed | ‘ugs> Op JOUayUl BSIA “ESE PUNON ~ €1-2 BANS Nee ean see B s * Processo palatino da maxila Lamina horizontal do palatine Sutura patina mediana Sutura palatina transverse Forame incisivo Forame palatino maior Forame palatino menor Espinha palatina Suleo palatine Espinha nasal posterior Himulo pterigéideo Fossa prerigdidea Fossa eseafoide (Oss0 vomer Sincondrose esfeno-occipital Parte basiar do occipital Figura 2-14 — Detalhe aumentado da vista inferior do cranio: palato dsseo. 21 22 No angulo postero-lateral do palato 6sse0, ao lado do tiltimo molar, ocaliza-se o forame palatino maior, que constitui abertura inferior do canal palatino maior e, portanto, faz comunicagao com a fossa pterigopalatina. Deixa passar 0 nervo palatino maior e vasos homé- nimos. Atrés do forame palatino maior situam-se geralmente dois forames palatinos menores, clos quais saem nervos e vasos palati- nos menores. O processo palatino é rugoso, ao contrario da lamina horizontal, que ¢ lisa; na frente do forame palatino maior, pequenas proeminéncias, as espinhas palatinas, circunscrevem dois ou mais sulcos palatinos, de diregao antero-posterior. O centro do palnto dsseo, a0 longo da sutura palatine medtiana, é freqlentemen- te elecado, Mas, as vezes, forma uma eminéncia grande, a ponto de ser indivi dualizada com @ denominacao de toro* palatino. Sua presenca pode dificultar a estabilidade de uma prétese total. Ocorre cont alguma fregiléncia emt certas ragas e mais freniientemente em mulheres. Ndo hf evidéncia de sua associagio com 0 toro mandate. © processo alveolar limita antero-lateralmente o palato 6sseo. Com: os dentes removidos pode-se reconhecer cada alvéolo* separado de seu vizinho por um septo* interalveolar. Os alvéolos dos den- tes bi e trirradiculares, por serem multiloculares, posstiem septos inter-radiculares. Interna e externamente, as laminas dsseas* ves- tibular e lingual completam o alvéolo. ‘Aborda posterior do palato ésseo é formada por duas linhas cur- vas, cOncavas posteriormente, que se encontram numa saliéncia chamada espinha nasal posterior. 1Na vista inferior aparece bem o processo pterigéide com sua fos- sa pterigéidea (entre as duas laminas), local de origem do miis- culo pterig6ideo medial, O misculo pterigdideo lateral se fixa na face lateral da lamina lateral. Acima da fossa pterigsidea, uma outra menor, a fossa escaféide, dé fixacdo ao miisculo tensor do véu palatino. Entre as laminas mediais, e parcialmente coberto por extens6es destas e pelas asas do vomer, esté 0 corpo do esfendide. A sua frente, a porcao posterior da cavidade nasal pode ser vista atra- és das coanas. O corpo do esfendide se solda com a parte basi- lar do occipital. Até os 16 ou 17 anos de idade, esta unio tem a interposicio de cartilagem e se denomina sincondrose esfeno-oc- cipital, um importante centro de crescimento da base do cranio 1no sentido antero-posterior. Lateralmente, a parte petrosa do tem- poral se avizinha do esfendide e do occipital, e delimita o forame lacerado, que no vivente preenchido por cartilagem. Posterior mente, 0 amplo forame magno permite que o tronco encefilico, proveniente da cavidade do cranio, continue com a medula espi nal no canal vertebral. Ao lado do forame magno, 0 cOndilo occipital oculta uma escava- cao horizontal transversal, o canal do hipoglosso, que transmite © nervo hipoglosso. Atrés do condilo, o inconstante canal condi Ir de disposicao antero-posterior é passagem de uma veia emis- saria. As formagoes anatémicas situadas atrés do forame magno ja foram mencionadas. Voltando agora para a superficie mais lateral da norma’ basilar, nota-se 0 conjunto maxilo-zigomatico-temporal-esfendide que cir cunscreve as fossas temporal e infratemporal. Aqui, a face articu- lar superior da articulacéo temporomandibular, pertencente a par- te escamosa do temporal, pode ser bem examinada. A eminéncia articular é um relevo transversal, com suas extremidades eleva- das. Seu limite anterior é indistinto; sua vertente posterior incli- em diregao a uma escavacao de profundidade variavel, elip- tica com 0 maior eixo transversal, a fossa mandibular. O fundo da fossa mandibular é feito de uma lamina éssea muito delgada, Na sua porcao lateral, a margem lateral da fossa tem uma proeminén- cia de perfil triangular mais ou menos desenvolvida, que € 0 pro cesso retroarticular. Atrés dele localiza-se a parte timpanica do temporal, separada da fossa mandibular e do proprio processo re- troarticular pela fissura timpanoescamosa, que se relaciona com o nervo corda do timpano. Ainda que o processo retroarticular seja limitado a metade lateral da fossa mandibular, qualquer deslo- camento exagerado da mandibula para tras nfo provocard impacto contra a parte timpanica, mas sim contra o processo retroarticular, nas Medialmente, a fossa mandibular tem como limite a espinha do esfendide, ao lado da qual aparece o forame espinhoso, que vei- cula a artéria meningea mécia para dentro do cranio. Logo a fren- te do forame espinhoso, localiza-se o forame oval, que ¢ atraves- sado no ser vivo ou no cadaver pelo nervo mandibular. O forame redondo nao pode ser visto pela norma basilar. Os trés forames mencionados encontram-se na asa maior do esfendide. Esta se relaciona mais atrés com a parte petrosa do temporal, que é bas- tante irregular. Na face inferior da parte petrosa se inicia o canal carético, um ttinel através do qual a artéria carétida interna viaja para dentro da cavidade do cranio. Por estar em relagio imediata com as orethas méiia e interna, os batimentos da artéria contra o oss0 que a separa das orethas poder ser ouvides em momentos de excitagiio ou de grande esforco fisico, Mais atrés, a fossa jugular delimita com a incisura jugular do occi- pital o forame jugular, importante passagem para a veia jugular interna e 05 nervos glossofaringeo, vago e acess6rio. Lateralmente ao forame jugular aparecem os processos estildide e mastdide, e entre ambos, o forame estilomast6ideo, saida do nervo facial. Vista interior do cranio (cavidade do cranio) (Fig. 2-15) Ao se remover a calvaria seccionada, deve-se examinar suas bor- das (substancia cortical, diploe, seio frontal) e por dentro. Fla é cOncava e apresenta depressées como os sulcos arteriais (para ramos da artéria meningea média), 0 sulco do seio sagital supe- rior que acompanha a sutura sagital e, ao lado deste, as fovéolas granulares que abrigam granulacées aracndideas. A base interna do cranio é rica em acidentes anatOmicos. Habitu- almente, é dividida em trés fossas, cada qual em um nivel dife- rente da outra. 23 Figura 2-15 — Cavidade do cranio. Vista interior do cranio. 24 Fossa anterior Fossa média| Fossa posterior ‘Asa menor do esfencide risa gall Lamia erbriforme Canal dptico Tubérculo da sela Fossa hipofisiria Dorso da sela Forame redondo Forame oval Forame espinhoso Forame lacerado Innpeessio trigeminal Parte petrosa do temporal Pore acistico interno: Forame jugular lwo Forame magno Fossa cerebelar Protubersncia occipital A fossa anterior, de nivel mais superior, aloja 0 lobo frontal do cérebro. Tem como limites posteriores a asa menor do esfendide soalho 6, em maior parte, formado pelo frontal e na porcao mediana sobressai a crista galli, uma extensao superior da lami- na perpendicular do etméide, e a lamina cribriforme, que veicu- la numerosos neryos olfat6rios para a cavidade nasal. Mais atrés, © canal éptico, na extremidade do sulco pré-quiasmatico, leva & 6rbita o nervo dptico e a artéria oftélmica. ‘A fossa média é formada pelo esfendide e temporal e acomoda 0 lobo temporal do cérebro. Seu limite posterior € 0 dorso da sela e a margem superior da parte petrosa. No centro da fossa média locali za-se a sela turca, limitada anteriormente por um tubérculo e pos: teriormente pelo dorso da sela. Entre estes limites esté escavacla a fossa hipofiséria, para a hipéfise. A fissura orbital superior situa- se entre as asas menor e maior do esfendide; através dela quatro nervos penetram na érbita. Na asa maior do esfendide véem-se en- fileirados os forames redondo (nervo maxilar), oval (nervo mandi- bular) e espinhoso (artéria meningea média). Posteriormente, a face anterior da parte petrosa mostra, préximo ao seu Apice, uma de- presstio causada pelo ganglio trigeminal — a impressao trigeminal. ‘A fossa posterior é a de nivel mais inferior. Formada pelo tempo- ral e occipital, aloja a ponte, o bulbo e o cerebelo, O que chama mais a atencao 6 0 forame magno. A sua frente, unindo-o ao dorso da sela, encontra-se uma depressao rasa denominada clivo e, mais ao lado, o canal do hipoglosso. Posteriormente, localiza-se a am- pla fossa cerebelar, separada da do lado oposto pela crista occi- pital interna, que termina na protuberancia occipital interna. nesta saliéncia © ponto de encontro de sulcos de seios venosos da dura-mater*. Termina ai o sulco do seio sagital superior e se ini- cia, de cada lado da protuberancia, o sulco do seio transverso, que continua lateralmente como sulco do seio sigméide até o fo- rame jugular. Na face posterior da parte petrosa destaca-se 0 poro aciistico interno, que continua para dentro como meato actistico interno ¢ transmite os nervos facial e vestibulococlear. As fraturas da base do crinio sto extremamente perigosas e podem ser acompa- rihadas de derrame de liquor, com saida pelo nariz ou orelha, de compressao ou lesfio de nerves cranianos, de rompimento de vasos com hentorragia. As hemor- ragias através da orelha podem ser por fraturas da fossa media do crdnio, © as asais, por fraturas da fossa anterior. Vista medial do hemicranio (seco sagital mediana do cranio) (Figs. 2-16, 2-17 e 2-18) Se a secgdo for realmente mediana, ver-se-4 na cavidade nasal 0 septo nasal constitufdo pela limina perpendicular do etméide e pelo vémer. Ao lado do septo nasal (no soalho da cavidade na- sal), abre-se superiormente o canal incisivo, cerca de Lem atras da abertura piriforme. Esta vista medial permite ver toda a exten- sao do canal incisivo. Se o septo nasal for removido, aparecerd a parede lateral da cavi- dade nasal, formada pela maxila (proceso frontal e face nasal do corpo), lacrimal, lamina perpendicular do palatino, lamina medial do processo pterigdide, etméide com suas conchas nasais média e superior e a concha nasal inferior. As trés conchas e 0 soalho da cavidade nasal delimitam os trés meatos nasais superior, médio e inferior. Préximo a extremidade posterior da concha nasal média fica o forame esfenopalatino que poe em comunicacao a cavidade nasal com a fossa pterigopalatina. No meato nasal médio ha uma abertura do seio* maxilar, coberta pela concha nasal média A secgao sagital mediana do crinio expde os seios frontal (atrés da glabela) ¢ esfenoidal (atras das conchas nasais média e supe- rior). O seio maxilar e as células etmoidais somente serao vistos se 0 0850, que os fecha, for removido. Os seios paranasais sio cavidades pneumsticas escavadas nos ossos (levam o nome de cada 05s0) que se dispdem em toro da cavidade nasal e se comunicam com ela por meio de pequenas aberturas. No vivente, estas aberturas podem estar ocluidas de- vido a congestao da membrana mucosa que € comum (continua) aos seios ¢ a cavidade nasal. 25 Figura 2-16 ~ Seco sagital mediana do cranio sem mandibula. Vista medial parcial 1 sso nasal 6 Canal incisivo u 2 Crista gall 7. Processo alveolar 12 3. Septo Osseo da cavidade nasal 8 Hamulo prerigbideo 13 4 Lamina perpendicular do etmoide 9 Selo esfenoidal 4 5 Vemer 10. Sela eurea 15 Figura 2-17 —Vieta medial de uma rmaxila separada do crani. Processo frontal Sule lacrimal Crista da concha Hiato* maxllar Processa palatino (Canal incisive Sulco palatino maior 26 Dorso da sela Parte basilar do occipital Pore ackstleo interno ‘Canal do hipoglosso Céndilo occipital Figura 2-18 —Vista péstero-medial e uma mandibula separada do |. Processo corondide 2 Crista temporal 3 Procesto condiar 4 Incisura da mandbula Forame da mandibula Suleo milo-hibideo Tuberosidade pterig6idea Linha milo-higides Fovea submandibular Fovea sublingual Fossa digistrica Os seios frontal e esfencidal so septados sagitalmente, no mais das vezes, de maneira assimétrica com desvio para um dos lados. Enquanto 0 seio frontal se abre anteriormente no meato nasal mé- dio, o seio esfenoidal abre-se posteriormente no meato nasal su- perior. Entre ambos se situa o seio etmoidal, que na realidade composto de oito a dez células etmoidais de forma e tamanho. variaveis. As células anteriores comunicam-se com 0 meato nasal médio, e as posteriores, com 0 meato nasal superior. O seio maxilar (Figs. 2-17 e 2-19) é 0 maior de todos e o primeiro a se desenvolver. Ao escavar o corpo da maxila, fica conformado entre as paredes anterior (voltada para a face), posterior (para a fossa infratemporal), medial (para a cavidade nasal), superior ou {elo (para a érbita) e inferior ou soalho (para o processo alveolar) O soalho fica em um nivel abaixo do soalho da cavidade nasal. Ele nao ¢ liso; tem septos incompletos que se estencem superior- mente a alturas variaveis. O seio maxilar e o soalho formam bol- sas nas quais produtos inflamatérios podem estagnar e também interferir na remocao de raiz dental que, porventura, tenha sido deslocada para dentro do seio. ‘Nas paredes superior, anterior e posterior do seio maxilar hi cnnais para o trdn- sito de nervos e oasos, Esses canis dsseos podem tomar-se deiscentes* & expor 0s nneroos no interior do seio (cobertos apenas por mentbrana sinusal no vivente). As infecgdes* sinusais podem afetar 0s nercos e provocar dor. Alids, 0 seio maxilar é o que mais feqiientemente se torna sede de infecgdes, por nos motivos, e dentre cles 0 odontogénico. A abertura natural do seio macilar situa-se mam nivel muito alto para a drenagen natural de pus", de tal forma que este pode ficar contido (estagnndo). Apesar de tudo, de todos 05 seios paranasnis € 0 minis fil de irriga. Quanto as rias funcdes atribuidas aos seios paranasais, hd uma mais prowétoel. Desde que a temperatura do ar no seu interior seja mais elewada do que a do ar rao, 0s seins paramnasais funcionam como insuladores para as ols e 0 cére- lo, Sua camaa de ar & de lenta renooacto (16 minutos no sei frontal do ato) e, portanto, solam as estruturas newrais na drbita ¢ fossas anterior © media do cri no, protegendonas assint do resfriamento e injeiria pela passagem nasal de ar fio. Mas 0 modo de crescimenta desproporcional do esqueleto da face tambént pode explicar a presenta dos seios paranasais, No caso do sso frontal, por exentplo, © crescimento ca sua lina interna € relaticamente lento em relacio 10 cre cimento da lamina externa. Esse crescimento diferencial causa uma separacao 7 de ansbas ¢ 0 aparecinento da espaco (seio frontal). No caso do seio maxilar, existe uma adaplagto da maxila & forma arquitetdnica do cranio, principalmen- tea regio supra-orbital, que é bastante projetada para a frente, A maxila aumenta f projeta-se parn a frente com sua lamina externa, para ficar a prumo com a fronte, e 0 seio maxilar passa a ocupar um Grea maior (que de qualquer modo niio seria preenchida por 0350) O exame do hemicrénio pela vista medial pode ser completado com o reconhecimento de outros detalhes anatémicos jé estuda- dos por outros angulos de observacio. O osso hidide Sem se articular com nenhum outro osso, é apenas ligado ao cra- nio por mtisculos e ligamentos, situa-se no pescogo, ao nivel da terceira vértebra cervical. Consiste de trés partes: Corpo — uma lamina retangular recurvada com a face anterior convexa e a posterior c6ncava; na face anterior inserem-se os muis- culos génio-hidideo, milo-hidideo, esterno-hidideo, omo-hidideo, tireo-hidideo e estilo-hidideo. Corno* maior ~ extensao bilateral dirigida para tras, para cima para 0 lado, onde se inserem os muisculos constritor médio da faringe e 0 hioglosso. Corno menor - situado no ponto de encontro do como maior com a corpo, € cartilaginoso nos jovens e ossifica-se 4 medida que a idade avanca; liga-se ao processo tilGide pelo ligamento estilo-hidideo. Resumo dos forames, canais do cranio e elementos que os atravessam VISTA ANTERIOR ‘= canal Optico: nervo éptico e artéria oftélmica ‘ fissura orbital superior: nervos oculomotor, troctear, oftélmico, abducente e veias oftélmicas ‘= fissura orbital inferior: nervo maxilar, veia e artéria infra-orbitais = incisura (forame) supra-orbital: nervo € artéria supra-orbitais * forame (¢ canal) infra-orbital: nervo, artéria e veia infra-orbitais, * forame (¢ canal) mentoniano: nervo, artéria € ‘mentonianos = forame zigomatico-facial: nervo zigomético-facial VISTA SUPERIOR «= forame parietal: veia emisséria parietal VISTA LATERAL = forame mastdide: veia emissaria masiGidea «= forames (¢ canais) alveolares: nervos e artérias alveolares superiores posteriores s forame esfenopalatino: artéria esfenopalatina nervos nasais posteriores superiores VISTA POSTERIOR = forame lingual (retromentoniano superior): artéria sublingual 28 = forame da mandibula: nervo, artéria ¢ veia alveolares inferiores VISTA INFERIOR 1 forame (¢ canal) incisivo: nervo nasopalatino, 1 forame (¢ canal) palatino maior: nervo, artéria e veia palatinos maiores 1 forames (e canais) palatinos menores: nervos, ariérias e veias palatinos menores 1 forame espinhoso: artéria meningea média 1 forame oval: nervo mandibular 1 forame jugular: nervo glossofaringeo, nervo vago, nervo acess6rio e vela jugular interna 1 fissura timpanoescamosa (petrotimpanica): nervo corda do timpano ‘canal cardtico: artéria carétida interna 1 forame estilomastéideo: nervo facial 1 forame magno: artéria vertebral, nervo acessério, medula espinal = canal condilar: veia emisséria condilar VISTA INTERTOR = lamina cribriforme: nervos olfatérios + forame redondo: nervo maxilar + poro (e meato) actistico interno: nervo facial, nervo vestibulococlear Topografia dentoalveolar Hordcio Faig Leite Topografia* dentoalveolar é a relacdo que ocorre entre os dentes superiores, inferiores e seus respectivos alvéolos, bem como aquela ‘mantida com 0s acidentes anatémicos localizadlos nos ossos maxila e mandibula, com os quais estes mantém relagdes de proximidade. © conhecimento dessas relactes topogréficas tem grande impor tancia para 0 dentista, devido a sua aplicabilidade clinica em es- pecialidades como a cirurgia, a prétese e a endodontia Descreveremos inicialmente as relagdes alveolodentais, seguidas das estruturas anatomicas que se relacionam topograficamente com 0s dentes da maxila e da mandibula. Na maxila Primeiramente, seria importante lembrar que ao se realizar um corte horizontal no processo alveolar, nota-se que cada lamina 6ssea alveolar’, a externa ou vestibular e a interna ou lingual, é formada por duas corticais (Figs. 2-19 e 2-22): uma € a superficie externa compacta do 0ss0, e a outra, a cortical* alveolar que forra 0 alvéolo e que, em radiologia, é conhecida como lamina dura* (Fig. 3-1), Na regido dos dentes anteriores, a lamina alveolar (ves- tibular) apresenta-se bastante delgada, chegando mesmo a tor- ‘Ambas as corticais (superficie externa e cortical alveolar) estao inti mamente unidas, principalmente nos tergos cervical e médio da por- gio radicular, Uma pequena quantidade de tecido ésseo esponjoso pode estar presente préxima aos apices desses dentes, principalmente © incisivo lateral, devido a sua inclinacéo para lingual. Podem-se encontrar, na superficie externa do osso, saliéncias ou relevos provocados pelas raizes dentais, as chamadas eminéncias alveolares. A que mais chama atencio quando da observacio de um cranio seco é a eminéncia canina. Nos premolares, as lAminas ésseas alveolares externas também se mostram delgadas, sem apresentar tantos relevos como nos den- tes anteriores. Quando o primeiro premolar possui duas raizes, a lamina alveolar externa mostra-se mais delgada ainda. Na regiao dos molares, a lamina externa pode apresentar-se com maior espessamento, principalmente na regiao do primeiro e, as vezes, do segundo molar, devido a presenca da crista zigomatico- alveolar nessa regiao. Na regido posterior ao tiltimo molar irrompido, a lamina éssea externa une-se & interna (Fig. 2-19). ‘A lamina 6ssea interna (lingual) adquire caracteristicas variéveis, devido & inclinagao dos dentes superiores e a situacao do teto da cavidade bucal. 29 Figura 2-19 — Processo alveolar rmaxilar seccionado horizontalmente 20 nivel do tergo médio das raizes dos ences. A area do primeiro molar ‘extraido fo} Invadida pelo selo maxilar. A inclinacao entre as raizes dentais e o palato varia, dependendo do tipo facial do individuo, sendo maior nos individuos lepto- pros6picos (face alta e estreita), por apresentarem palato ogival, € menor nos euriprosdpicos (face baixa e larga), uma vez que eles apresentam palato plano. Entre a parede lateral do palato ¢ a porgio lingual dos dentes superiores ha grande quantidade de substdncia Gssea esponjosa Esta vai diminuindo progressivamente da regido dos dentes an- teriores, onde é bastante acumulada, para os posteriores, onde se toma menos evidente. * Crista zigomatico-alveolar: devido a sua presenca, a lamina alveo- lar vestibular da regido dos primeiros molares apresenta-se mais espessa; também se apresenta diferente conforme 0 tipo facial do individuo. E um acidente anatimico ulilizado como ponto de reparo nas anestesias* dos dentes posteriores, cece ser leondo em conta durante as exodontias dos mola- res, principalmente dos primeiros, porque pode dificultar a sua lnxacit. = Tuberosidade da maxila (Fig. 2-20): a tuberosidade é a regiao mais posterior da maxila, que mantém relacdes de proximidade com 0 processo pterigéide, constituindo também a parede posterior do seio maxilar. : E uma zona de tecido dsseo bastante delgado, na qual encontra- mos, além dos dois tltimos molares irrompidos, pequenos fora- mes que permite a passagem dle vasos ¢ nervos. Devido a sua topografia e a espessura de sua parede, é uma regio que requer cuidados especiais durante as exodontias dos tltimos molares, principalmente dos terceiros, para ndo remover parte dele, expondo assim 0 seio maxilar. = Hamulo pterigéideo: o hamulo é um acidente anatémico encon~ trado na porgao inferior da lamina medial do processo pterigéide Figura 2-20 ~ Relacio de proximidade Ss ralzes dos dentes com um seio axclar bastante amplo. A tuberosida = 42 maxila também foi exposta para ostrar suas delgadas paredes. que estabelece relagdes de proximidade com a face distal do Ultimo molar irrompido, na regio mais inferior da tuberos dade da maxila. E wma estrutura que deve ser levada em consideragto quando de intervengoes cirtirgicas para a remogio de terceiros molares irromapidos ow iaclusos. Movimien- tos abruptos durante o ato cirtrgico podem causar a sua fratura, o que ocasiona- via a queda do palato mole do lado fraturado. Isto ocorre porque é no hémulo PerigGideo onde se localiza a polia de reflexto do miisculo tensor do véu palatino. = Cavidade nasal: os dentes anteriores e superiores podem estabe- lecer intimo contato com o soalho da cavidade nasal. Isso se deve principalmente ao tipo facial do individuo Nos individuos clasificados como leptopros6picos, as raizes dos dentes incisivos esto mais afastadas do soalho nasal; enquanto nos individuos do tipo euriprosépico, essas raizes podem manter intimo contato com 0 soalho, principalmente as raizes dos incis vos centrais. Devido a essa proximidade, infeccoes", principalmente dos incisions centrais, podem causar eleoagdes ou mesmo invadir 0 soalho da cavidade nasal = Seio maxilar (Figs. 2-20 e 2-21): normalmente as raizes dos dentes anteriores nao estabelecem relacdes de proximidade com o seio maxilar. Ja as raizes dos dentes premolares e molares esto em contato bastante intimo com o soalho sinusal, podendo nele cau- sar até mesmo elevacdes, denominadas ctipulas alveolares. Em casos anormais, podem-se encontrar raizes de certos dentes com © tergo apical localizado totalmente no interior do seio maxilar O seio maxilar pode apresentar varias formas e tamanhos, depen- dendo também de diversos fatores como, por exemplo, tipo facial do individuo, idade e nimero de dentes presentes. Ele tende a invadir os espagos deixados pelos dentes que vao sendo progres- sivamente extraidos, tornando-se geralmente bastante desenvol- vido nos pacientes desdentados. 31 Figura 2-21 —Seccao horizontal de um maxilar desdentado pouco acima do forame infra-orbital, para mostrar soalhos e paredes anterior, posterior & medial dos seios maxilares, Figura 2-22 — Processo alveolar ‘mandibular incompleto seccionado horizontalmente ao nivel do tergo médio das raizes dos dentes. Notar menor espessura da lamina éssea ‘externa, com deiscéncias nos alvéolos dos caninos, 32 Os dentes que apresentam seus dpices radiculares mais proximos do soalho sinusal em ordem decrescente de relacdo sao: o segun- do molar, o primeiro molar, o terceiro molar, o segundo premolar e 0 primeiro premolar. O canino pode estar muito préximo apes nas em casos de seios extremamente desenvolvides. O conhecimento da topografia dento-sinusal é muito importante na endodontial e principalmente na cirurgia. Na mandibula Na mandibula, as laminas dsseas interna e externa dos alvéolos sao muito mais fortes e resistentes que as da maxila, caracteristica esta que esta presente em toda a compacta éssea mandibular (Fig, 2-22) Na regio dos dentes incisivos e também na dos caninos, as duas corticais dsseas esto fortemente unidas, tanto por vestibular come. por lingual, fazendo com que as laminas alveolares vestibular e lingual apresentem praticamente a mesma espessura. Algumas vezes pode-se notar a presenca de eminéncias alveolares. Jana altura dos dentes premolares, a lamina alveolar externa apre- senta as duas corticais unidas, freqtientemente sem a presenca de tecido 6sseo esponjoso interposto entre elas. No lado intemo, de vido & presenga da linha milo-hididea, nota-se o aparecimento de certa quantidade de tecido 6ésseo esponjoso, entre a cortical 6ssea e a cortical alveolar; isto ocorre devido ao posicionamento oblt quo destes alvéolos em relagéo ao corpo da mandibula, Na regio dos dentes molares, observa-se a separacao entre a direcao do corpo da mandibula e a inclinacdo dos alvéolos des- ses dentes, que se deslocam cada vez mais para lingual, bem come © aparecimento de estruturas como a linha obliqua. Com isso, nota-se que a cortical dssea externa vai tornando-se progressiva: mente mais espessa, apresentando-se finalmente bastante espes- sada na altura do terceiro molar. Devido a esse fato, encontra-se entre a superficie dssea externa ¢ a cortical 6ssea alveolar dos dentes molares considervel quantidade de substancia dssea e ponjosa. Esse espessamento tem grande importancia clinica para as exodontias realizadas nessa regio. Devido ao espessamento da lamina alveolar externa e o desloca- ‘mento dos alvéolos para a lingual, a lamina alveolar interna apre- senta-se bastante delgada, nao havendo, portanto, tecido Gsseo esponjoso interposto entre as suas duas corticais. Em decorréncia da angulacao que passa a existir entre os alvéolos dos dentes molares e a superficie medial do corpo da mandibula, freqiientemente o alvéolo do terceiro molar se apresenta saliente em relacdo a esta superficie, como se fosse um balcao (ou sacada) = Canal da mandibula (Fig. 2-23): localiza-se no interior do corpo, da mandibula, apresentando um trajeto que tem inicio no forame da ‘mandibula, exteriorizando-se no forame mentoniano, podendo ou nao continuar seu trajeto intra-sseo em direcdo a regio do mento, como um canal tinico. Este canal se apresenta curvo de posterior para anterior, cruzando obliquamente todo 0 corpo da mandibula. Figura 2-23 — Hemimandbuia sexcionada longitudinal e verticalmente Se mostrar 0 tipo mais comum de <== da mandibula, Inicialmente, o canal da mandibula esté localizado mais proximo da lamina alveolar interna até atingir a face mesial do primeiro ‘molar, depois vai se aproximando da lamina alveolar externa até atingir o forame mentoniano, Existem varios tipos de relagGes entre os apices radiculares e 0 canal da mandibula, contudo, aceita-se que estas relagdes ocorram basi- camente da seguinte maneira: 1. 0 tipo mais encontrado é aquele no qual o canal da mandibula esta em contato com o fundo do alvéolo do terceiro molar, distanciando-se progressivamente dos outros 4pi- ces radiculares; 2. o segundo tipo caracteriza-se pelo canal da man- dibula que nao estabelece nenhuma relacao de proximidade com as raizes dentais; 3. finalmente, o terceiro tipo, muito menos freqtiente, € aquele no qual o canal estabelece relacdes de proximidade com as raizes de todos os molares e do segundo premolar. E de sum importincia o comkecimento de topografia do canal da mandtbula para 2 interpretagto correta das imagens radiografian e dos aspects clinco-cirirgicns. Responda aos testes 2 € 3 nas paginas seguintes. Antes de respon- der, leia as instrugées de como proceder. Em seguida, desenvolva 0 estudo dirigido “Viscerocranio”, no site www.anatomiafacial.com. ‘Acesse 0 link “Aprendendo Anatomia” e, em seguida, “Estudo dirigido”. 33 Teste 1 (Avaliacao Formativa sobre o Cranio) Considerando que vocé jé estudou boa parte da anatomia cranio, faga agora uma auto-avaliacao. Em cada um dos bloc de quatro alternativas abaixo escolha aquela que jugar correta confira suas respostas na pagina 229, em “Respostas dos testes! Se comecar a responder errando muito, deixe para reiniciar teste depois de se preparar melhor. Se acertar nas primeiras te tativas, mesmo assim, leia as demais respostas, porque elas co! tém informacdes preciosas. 0 osso zigomatico Lal. ou arco zigomstico é a mesma coisa a2. possui um processo esfenoidal 4.23. possti duas sutures em unizo com 0350s préxi- mos ‘Lad, articula-se com a maxila e a sutura zigomitico- ‘maxilar resultante e estende-se até a margem in- fra-orbital; cerca de7 a 8 mm abaixo desse ponto se encontra 0 forame infra-orbital Os ossos nasais {LI. situam-se entre os processos frontais das maxilas 12, nko se articulam com o osso etméide 183. articulam-se entre si e com 05 05505 préximos por todas as suas bordas ‘Lb. ao se articularem com 0 osso frontal apresentam uma depressio, a glabela Na érbita J.cl. a fisstra orbital inferior separa as paredes medial e inferior 41.c2. o.canal dptico dé passagem apenas a0 nervo 6p- tico 1.<3, a fossada glindulalacrimalsitua-se na porgio an- teromedial do teto ‘Led, a fissura orbital superior dé passagem as veias of talimicas e a alguns nervos cranianos A cavidade nasal .d1. ou abertura piriforme é a mesma coisa 1.2. posstt um septo nasal formado pelo osso vmer 1.d3. comunica-se com a fossa pterigopalatina através do ducto lacrimonasal 1.44. apresenta no soalho, a0 lado do septo nasal, as aberturas superiores dos canais incisivos Mandibula e maxila ‘Lel. namandibula do adulto e forame mentonianoacha- se localizado entre o primeiro eo segundo premo- ares 1.e2. amaxilatem seu processo alveolar invadido pela crista zigomdtico-alveolar 1.3. amaxila mostra, em sua face anterior a fossa cani- nna localizada medialmente e acima da eminéncia canina ‘Led. bord anterior do ramo da mandibulae linha obli- guia s20 a mesma coisa forame infra-orbital 1.41. canal infra-orbital significam a mesma coisa 1.2. eo stilco infra-orbital limitam (ficam em cada ex" ‘tzemidade do) o canal infra-orbital 113. situa-se no extremo superior da eminéncia canins fd. € palpavel nas pessoas Pronto. Pergunte-se como est seu aproveitamento na aprendiz i gem da anatomia do crénio, tendo em vista o seu desempenho n fe teste, Sera que nao vale a pena estudar um pouco mais? Ni Entao continue a ler até a pagina 33 e passe para os Testes 2 e 3. 34 Teste 2 (Avaliacdo Formativa sobre 0 Cranio) Das quatro alternativas dos seis blocos abaixo, escolha uma delas e confira nas “Respostas dos testes”, a5 paginas 229-236. Confira, de preferéncia, todas as respostas de cada bloco porque elas tra- zem comentarios adicionais titeis & sua formacao, 2.2. possui saliéneias vestibulares denominadas emi- néncias alveolares, que so mais salientes na ma- xila do que na mandibutla 2.d3. tom sua lamina éssea alveolar vestibular ou exter- ‘No oss0 temporal Zal. ha. uma eminéncia articular limitada medialmen- te pela espinha do esfendide ‘222, ha um forame oval, por onde passa o nervo man- dibular za mais espessa do que a lingual ou interna ‘223, encontra-se uma das paredes da fossa infratem- 2-44. tem os septos interradiculares mais altos do que a 05 septos interalveolares ‘Zt. io passa nenhuma veia emisséria fears ceriane 2eel. as depresses denominadas fovéolas granulareslo- 0 osso occipital bi. se articula com o atlas pelo cOndilo occipital, ac ‘ma (na base) do qual se acha um canal que éatra- -wessado pelo nervo hipogiosso «alizam-se aos lads do suleo do seio sagital su- perios, que percorre a calviria antero-posterior mente z 2.2. 0 forame espinhoso deixa passara artéria menin- 52, forma com o temporal o canal car6tico, por onde etnies pe cinceoa iepoerene a dae passa a arféria carétida interna fe aera eg ois & cranio que possuiiuma parte © 9.63, o forame redondo situa-se atrés da fissura orbital oan Superiore comunica a fossa média do crénio com ‘254. apresenta duas linhas nucais inferiores em cuja Shae nekopamins . coniluéncia se encontra a protuberancia occipital 9.4. 4 uma deptessao meciana tinica formada pelo externa ‘© palato dsseo Zcl. apresenta uma sutura transversa formada pelas 1é- corpo do esfendide e a parte basilar do occipital chamada dlivo Topografia dentoalveolar rminas verticais e horizontais dos oss0s palatinos __2.f1,_a tuberosidade da maxila constitui a delgada pa- 22. freqiientemente exibe uma elevagao mediana cha- rede posterior do seio maxilar, junto a qual se en- ‘mada toro palatino contra o hamulo pterig6ideo £3. nao apresenta sulcos e sa tinica espinhaéanasal 2.2. ocanino € 0 dente cujo pice radicular fica muito posterio proximo do soalho do seio maxilar ‘Sct. fem um Angulo formado entre 0 tetoe oprocesso 2-3. a lamina éssea extema ou vestibular do processo alveolar, sendo muito mais acentuado préximo ao alveolar da mandibula é mais delgada do que a forame palatino maior interna ou lingual, tanto na regiao clos incisivos quanto na dos mofares © proceso alveolar 2.44. 0 tipo mais freqiiente de relacao entre 0s dpices Sai. da maxila possui septos inter-radiculares e o da ‘mandibula nao radiculares dos dentes eo canal da mandibula 6 aquele em que o canal fica distante do terceiro ‘molar e mais proximo dos demais dentes Vocé respondeu bem ao teste? Acha que seu aproveitamento no estudo da anatomia do cranio esté sendo bom? Se estas duas per- guntas merecem um sim como resposta, dedique-se agora as vi te questdes discursivas abaixo formuladas (Teste 3). Sao questdes de estudo de uma avaliacdo formativa, que permitirao a integra~ cao e organizacio de idéias relativas a aspectos morfofuncionais do cranio. Como as questdes nao sao estruturadas, nem semi-es- truturadas, permitem respostas livres ou discursivas, as quais podem ser conferidas com o texto do livro, com exame do cra- nio, com a comparacao a respostas dos colegas e com a troca de idéias com os professores. Portanto, para o Teste 3 nao ha respos- tas disponiveis no final do livro. 35 3aa2. 3.a3. Bat, bl. 3b2. 33, bd, 3c. 3.2. 36 Teste 3 (Perguntas de Respostas Livres sobre Anatomia do Cranio) Este 6 0 tinico, dos 14 testes do livro, cujas respostas ndo oferecidas. Se a sincondrose esfeno-occipital nao se formasse ‘ou se fechasse com uns trés anos de idade, 0 que aconteceria ao cranio? Quais sao as maiores diferengas entre o cranio da Grianga de 0.42 anos e o do adulto? Em que locais do cranio se inserem 0s misculos digastrico, milo-hidideo, genioglosso epterigéiddeo medial? ‘Onde se localizam e para que servema fissura or- bital inferior e 0 septo 6sseo da cavidade nasal? ‘Descreva as fossas pterigéidea e escafdide, com sans respectivas fungoes. ‘Por onde (por qual vista do eranio) se reconhece melhor a crista gali, a lamina cribriforme, a.con- cha nasal média, a lamina orbital do etméide €0 forame esfenopalatino? Quais sio as partes formacloras do osso temporal? Se nao existissem forames emissérios no eranio 0 {que poderia acontecer ao individuo? Escreva os romes de ts forames emissérios. ‘Como se denominam os process0s da maxila? Com ‘0 que se articulam? ‘Quais sao as porgdes da maxila e da mandibula que podem ser reconhecidas & palpagio no indi- viduo vivo? Apalpe-se, reconheca pelo talo, para facilitar a resposta. 3dl. 3.42, 3.43 3.4. Bel. 32. 3.3. 3e4, 3, Quais sao as processos da mandibula e para qui Desenho uma hemimandibula pela face lateral assinale seus acidentes anatémicos Quais sao as fossas ¢ foveas da mandibula e que sio formadas? Justifique a importancia do estudo do canal di ‘mandibula. ‘Dé a localizacio exata do forame da mandi do forame mentoniano e do forame infra-orbital (Quais sao os muisculos que se prendem am. ula? ‘Em que partes se divide o osso hiide? ‘Ogque ébase do cranio? Por que sua fratura é mui ‘perigosa? Emqual meatonasal se abre oseio manila? se denomina a abertura? Se voce introduzir sondas nos canais incisivo, latino maior e mentoniano, a partir dos for homénimos, onde as extremidades cessas sond: aparecerao? CAPITULO Anatomia Aplicada do Cranio OBJETIVOS 1Distinguir as porgdes normais do cranio visiveis em radiografias periapicais, panoramicas, péstero-anteriores e laterais 1 Interpre- tar o viscerocranio do ponto de vista biomecanico, justificando a formacao de trajetérias ¢ pilares nos maxilares I Localizar no vis- cerocranio os tipos mais comuns de fraturas Gsseas 1 Analisar as modificagdes dsseas faciais decorrentes da perda total dos den- tes, distinguindo os locais de maiores mudancas 1 Desenvolver explicacao sobre as bases da implantodontia, tendo em vista o conhecimento anatémico ja adquirido neste estudo I Relacionar 0 aspectos que determinam diferencas sexuais ¢ etérias do crénio I Enumerar os pontos, medidas, planos, angulos e indices cranio- métricos I Responder corretamente ao Teste 41 Anatomia radiografica do cranio Fiera 3-1 — Radiografia periapical do “eSrento molaripremalar de lado SSeedo da mandibula | emake BDentina = Gimara coroniria = Coral radicular 5 Sesto ineerdental © S5c0 interradicular 7 Ep2;0 periodontal = Cortical alveolar (limina dura) Aspectos radiogréficos normais do cranio, considerados relevan- tes dentro da Odontologia, devem ser bem conhecidos pelo es- tudante de Anatomia. Isso o tornara competente para identifi- car contornos e sombras das imagens radiograficas, sem erros de interpretacao, e o ajudaré futuramente no diagnéstico de en- tidades clinicas. As dificuldades na interpreingio sto devidas a superposicao de imagens (as formagoes anatdmicas tém trés dimensdes e as radiografias, duas), a direcdo de incidéncia dos raios X combinada com a distorgio de imagens, as variagdes biolégicas de posigao e tamanto dos acidentes anatinnicos e a presenca de pro- cess0s patoldgico. Os detalles anditomo-radiogrficos so mostrados em filmes negativos, nos quais 5 reas radiolicidas (menos densas) sao escuras ¢ as dreas radiopacas (ais ddensas) so claras, O tecido radiopaco, sendo denso, no permite a passagem de raios X através dele, absorvendo-os,e isso produrz drens brarncas no filme radio- grafico revelado. Ao contrétio, o tecido radiolicido nao é denso, permite a pas- sagem de raios X eo resultado & uma drea negra so filme. Numa escala dos corpos mais radioliicides aos menos radiolicidos, terse, por exemplo: gordu- 1a, tecidos moles, cartilagem, substancia dssea esponjosa, substtcia éssen com- acta, dentina, esmalte e restauragdes dentais metélicas. Radiografias periapicais (Fig. 3-1) Largamente utilizadas em Odontologia, focalizam os dentes, nos quais se pode reconhecer o esmalte (muito radiopaco; recobre a dentina coronaria), a dentina (com indice de radiopacidade menor que o do esmalte, mas maior que o do osso; da quase toda a forma ao dente), 0 cemento (0 menos duro dos tecidos calcificados do dente, assemelha-se ao osso; em condigées nor- mais, no € notado no exame radiogréfico, por ser de espessura insignificante) e a polpa (0 que se vé é a cavidade do dente que contém 0 tecido mole, a polpa, na cémara coronaria e nos canais radiculares). O espago periodontal, localizado entre a raiz do dente e a cortical alveolar, é ocupado pelo periodonto. Aparece como uma linha escura, que envolve toda a raiz do dente, com uma espessura abai- xo de 0,3 mm e que diminui com o avangar da idade. A cortical” alveolar é a substancia dssea compacta do alvéolo, que continua com as laminas corticais interna e externa do pro- cesso alveolar. Aparece bem radiopaca porque seu tecido dsseo muito denso, devido ao ntimero reduzido de lamelas ¢ fibrilas colgenas e grande quantidade de substncia cementante, a qual permite maior depésito de sais ésseos do que nos ossos lamela- tes, E também conhecida por lamina dura’. A substancia esponjosa (trabecular) alveolar preenche 0 espaco enire as corticais alveolares e as liminas corticais 6sseas interna € externa. Na radiografia, toma a forma de um septo triangular, que vai dos espacos interproximais (vértice) ao nivel das diver- géncias radiculares (base), 2 2 B 4 15 16 7 1B 19 20 2 2 2B 4 25 2% a cy » 30 31 22 3 4 35 36 7 38 33 4! 2 a 45 40 Cavidede do crénio Processo mastoide Processo estloide Bainha do proceso estibide Contorno da orelha Pore acistico externo Proceso retroarti- cular CCabeca da mandibula Fossa mandibular Eminéncia articular Incisura da man- dibula Lingula da mandibula Canal da mandibula Arco zigomitico Proceso corondide Crista temporal Linha obliqua Fssura peerigomaxlar Lamina lateral do processo prerigoide Tuberosidade da maxi Crista infratemporal Margem infe-orbital Processo zigomitico de rmaxila Sealho do seio rmaxilar (Canal infra-orbital Plato ésseo. Lina do tecido mole do rasofaringe Cavidade do nariz ‘Concha nasal méda Concha nasal inferior Soalho da cavidade nasal ‘Septo nasal Espinha nasal Canal incisvo Fossa incisva Linha do dorso da Hingua Forame mentoniano Canal mentoniana Base da mandibula: ccontarno superior da cortical 6ssea CContome inferior da cortical ossea Osso hiside Espinhas mentonianas Forame lingual Févea submandibular Vereebra cervical Radiografias panoramicas (Figs. 32 e 33) Figura 3-2 ~ Radiografia panorimica de um crinio seco, com o tragado das principais image fe acidentes anatémicos (gentileza dos Drs. Antonio Augusto F: Carvalho e J. Américo de Oliveira). Os ndimeros referem-se também aos da figura 3-3. Figura 3-3 — Radiografia panordmica de individuo de 20 anos com alguns acidentes anatémicos tragados sobre a radiografa (gentileza dos Drs. Anconio Augusto F Carvalho e J. Américo de Olivelra). Estas radiografias fomecem uma visualizago panoramica dos ar- cos dentais, dos maxilares* (maxilas e mandibula) e da ATM. Per- mitem a identificagio, entre outras, das seguintes formagdes ana- témicas (além_daquelas ja mencionadas nas periapicais). forame incisive é uma area escura entre 0s incisivos centrais, superiores e o canal incisivo é 0 seu prolongamento superior, junto a sutura intermaxilar. Acima deste nivel esto a espinha nasal anterior e 0 septo nasal. Uma linha reta horizontal, radiopaca, bem nitida sobre os Apices dos dentes corresponde ao palato ésseo; estende-se de ambos os lados até a tuberosidade da maxila e 0 processo pterigéide. ‘Acima da linha do palato sao visiveis as sombras mais ou menos delimitadas do seio maxilar e da cavidade nasal. O forame ¢ 0 canal infra-orbital tém seus contornos, as vezes, aparentes no meio dessas sombras. No contorno lateral do seio maxilar misturam-se as imagens radiopacas do osso zigomatico e do processo zigo- mitico da maxila, Mais lateralmente, vé-se toda_a extensdo do arco zigomitico e, na seqiiéncia, a eminéncia articular, a fossa mandibular, o pro- cesso retroarticular e o poro actistico externo. Em um nivel mais baixo, logo atras do processo condilar, acham-se os processos es- lildide e mastéide. ‘A mandibula 6 0 corpo mais nitido, mais isento de superposigées. Todo o seu contorno é perfeitamente visivel. A cabeca da mandi- bula aparece encaixada no temporal; 8 sua frente, a incisura da mandibula e 0 processo coronéide, com sua crista temporal, es- tio bem individualizados. A linha obliqua é o traco mais radio- paco da mandibula; na radiografia panoramica, parece set uma continuagao inferior da crista temporal. No centro do ramo, o forame da mandibula nem sempre surge nitidamente, mas os contornos da lingula e do canal da mandi- bula sim. Este tiltimo é uma sombra radiohicida, larga, que segue abaixo dos molares e se interrompe abaixo do segundo premolar, onde se destaca 0 forame mentoniano. Na regio dos molares, entre esses dentes e a base da mandibula, evidencia-se o contorno oval, escuro, da févea submandibular. No plano mediano, pouco acima da espessa base da mandibula, as espinhas mentonianas apresentam-se como um anel claro de centro escuro (forame lingual) ou como contornos nitidos de seus tubérculos mentonianos. Radiografias péstero-anteriores e laterais do cranio ‘As radiografias convencionais do cranio, que dao imagens em norma frontal e norma lateral completas, so usadas em ortodon- tia e também em cirurgia. Nelas, a superposicao de imagens & maior, 0 que torna a sua interpretaco mais dificil. Nas radiografias mostradas nas figuras 3-4 ¢ 3-5 so apontados alguns acidentes anatémicos de mais facil reconhecimento. 41 Figura 3-4 ~ Radiografia péstero-ancerior de um cri Musegante). Sutura lambdéidea Crista gall ‘Asa menor do esfendide ‘etmoidal Selo esfenoidal Fissura orbital superior 9 Parce petrosa do temporal Selo maxiiar seco de individuo adulto (gentileza do Dr. Jo: 16 7 18 9 20 Carlos N Linha obliqua Angulo da mandbula Forame mentonia Espinfias mentonianas Protuberdncia Figura 3-5 — Radiografa lat Pesezante), SSutura coronal Suleo arterial «frontal 50 nasal Suura frontonasal = Teto da orbiea (fossa hipofsira) Dorso da sela 10 Células mascbideas 14 Fissura peer HL Processo zigoméeico da 15 Incisura da maxi rmandibula 2. Palato osse0 13. Seio maxilar BiomecAnica* do esqueleto facial 44 Ha uma cerrada interdependéncia entre a estrutura interna do ‘sso com a sua fungao, o que, alids, é uma das leis fundamentais em Biologia. Tecidos so organizados para resistir a forcas as quais estdo sujeitos; 0 osso 6 organizado por meio de sua forma externa eestrutura interna para dar maior resisténcia com a minima quan- tidade de material, mostrando ser muito apropriadamente adap- tado a fung&o mecanica. Deve ser dita que as forgas nao determinam primariamente a forma slo osso Fatores intrinsecos determina sua forma geral, mas, secundariamente, orie= tagdes funcionais influenciam predomsinantemente para estabelecer seu arranje estrutural, Essas foreas mecinicas secundarias crescem em significagio com « ‘dade e podem ser responséveis pela manutencio da forma. £ 0 caso do processe corondide da mandibula, que sera reabsorvido se louver a remogio do mitisculo temporal, de cuja presenca e furtgao ele depende. O volume adicional do osse pode ser construfdo em resposta a acto de foreas mecinicas, como a tragio niu cular ao ntoel das linhas nucais, por exemple No 0350 esponjoso, a orientapio trabecular é fortemente influenciada pelas for ¢0s mecéinicas as quais 0 oss0 esd sujeito. Tais como as trajetérias funcionais evidentes nas principais linhas trabeculares do osso esponjoso, 0 0380 cortical também tem sua arquitetura; as camadas deste osso sfo formadas por vérias “trabéculas” paralels, juntas, “sem” espacos entre elas, Na esponjosa, as tri ‘éculas sto dispostas em dreas estratégicas para desempenar demandas furscio ais; © mesma acontece no oss0 compacto através de seu espessamento e sta arientagio, para servir como local de concentragto e dissipacao de foreas O cranio, além das foreas que sobre ele incidem devido a acao mus cular, suporta também forcas compressivas transmitidas da colune vertebral ao oss0 occipital, e também forcas geradas nos alvéolos dentais como decorréncia da funcao muscular na mastigacdo. Pos sui esteios de reforco ou sustentacao, inclusive alguns ligando 0 viscerocranio ao neurocranio, para ancorar firmemente o primei- ro ao segundo. No neurocranio estao representados, pela glabela, processo zigomatico do frontal, processo mastéide e protuberan- cia occipital externa que se unem por trés arcos de cada lado, ou seja, 0 arco superciliar, as linhas temporais e as linhas nucai Interessante & a adaptagto so tecido ésseo no nivel da origem de alguns mriscue Jos como 0 temporal e 0 masseter. A linha temporal é uma verdadeina trave que une 0 arco superciliar @ linha nuea! superior. Ela é curva, de convexidade supe- ior, com uma adaptagao do esqueleto para oferecer maior resistencia (ume arco com sua corda resiste muito mais @ tragito do que uma reta) © mesmo se pode dizer com respeito no arco zigomsstico. A tragto do masseter também encontra uma forma de arco naquela ponte 63sea, como ema adaptagto mecinica. A fitscia temporal o abraca e procura conté-lo, enquanto 0 mitsculo ‘masseter o pucxa para baixe, No viscerocranio também alguns esteios so evidentes. Eles sepa- ram as cavidades naturais da face, dando ao seu esqueleto um aspecto de estrutura* de um edificio. Nesses esteios dsseos, é patente a organizacio paralela das trabé- culas e o espessamento da substancia cortical como uma adapta- do mecanica as forcas exercidas por mtisculos e dentes. A tracao (0 080 é mais fraco sob tracdo do que sob pressao) dos miisculos Figura 3-6 —Trajecorias da mandibula. “Be setas indica a diracdo das forgas ‘ecinicas a partir dos dentes e das “ssersSes musculares. | Trjetéria marginal 2 Tiajetoria temporal 3 Teajetoria alveolar Figura 3-7 ~ Pilares do maxiiar Aecetas indicam a diresio das forcas ‘pecinicas a partir dos dentes. # Plar canino 2 Plar rigomético 3 Pilar pterigéideo mandibulares necessita de um reforgo especial, obediente & mag- nitude das forcas tensoras, para absorvé-las ou escoé-las. Organi- zam-se assim tacos de maior resisténcia, também conhecidos como trajetérias da mandibula (Fig, 3-6). Também, forcas com- pressivas exercidas no nivel dos arcos dentais superiores formam verdadeiras trajet6rias ou pilares do maxilar, como sio mais co- nhecidos (Figs. 3-7 e 3-8). Figura 3-8 — Pilares do maxilar Radiograffa panorémica onde aparece parte dos trés pilares de reforso de cada lado da face, identificados por linhas verviais radiopacas (gentileza do Dr. Alicio R. Garcia). 1 Pilar canino 2 Pilar zigomatico 3 Pilar pterigéideo 46 O miisculo masseter estende-se, de sua insercao, até o angulo da mandibula juntamente com a sua contraparte, que 6 0 mtisculo pterigdideo medial. Af tem origem a aco das forgas que tendem a se escoar pelas bordas posterior e inferior da mandibula (traje- t6ria marginal). Outro masculo mandibular que desempenha importante papel na biomecinica da mandibula é o pterigéideo lateral. Conside- rando 05 muisculos direito e esquerdo sob fungao (ou apenas um, 0 efeito é 0 mesmo), percebe-se que suas forcas tendem a dobrar a mandibula, puxando seus ramos para dentro; logicamente, a érea que mais sofre tensdo é aquela do mento. Algum reforco nessa re- giao é imperativo, tal como a robusta protuberancia mentoniana. Quando se tenta quebrar uma mandibula seca, forgando os ramos medialmen- fe, em que érea haverd fratura? Nato no plano mediano devido ao reforco mencio- nade. Prova disso séo as estatistcas de fratura de mandtbula e una experiéncia que se faz aplicando na mandtbula uns verniz usado ens indtistria("stresscoat”) pra testar resistencia de material 2 pressto ea tensto. Pressionansio-se entto 0s cOndilos ue de encontro ao outro, na directo da tracao do muisculo pterigéideo Interal, nota-se que as freturas do verntz, que representam as links de tens2o ¢ indicam as reas de menor resistencia, concentram-se (transversalmente a0 cor- po) em cnda tado da protuberdneia mentoniana, mas nao sobre ela Deve-se notar que o mento dsseo nao é apenas o sitio de encontro € absorgao da forca exercida pelos pterigsideos laterais, mas tam- bém por parte das forcas aplicadas pelos miisculos masseter ¢ pterigdideo medial, que se escoam pela base da mandibula, de cada lado, até o mento. ‘Uma segunda trajet6ria muscular comega no processo coronéide, pela acéo do misculo temporal, e prolonga-se para baixo, até o corpo da mandibula, E a trajetéria temporal. Uma tiltima trajet6ria da mandibula, agora ndo-muscular, rela- ciona-se com a pressao dos dentes inferiores nos alvéolos, trans- formada em tragdo dssea pela interposicao do ligamento perio- dontal. Tem como resultante a chamada trajetéria alveolar, que corre diagonalmente para cima e para trés ¢ termina na cabeca da mandibula. Essa trajetéria parte dos apices ou das bifurcacoes dos dentes e também da base dos septos interalveolares (a forma deste lembra um mastro, onde a base é mais larga, jé que os esfor- os das tragdes do periodonto se acumulam nela). Os esforcos mastigatérios do arco dental inferior sao transmitidos a base do cranio pela articulacao temporomandibular e de lA se distribuem. A articulagao temporomarndibular tem sua face articular superior em parte for- ‘mada pelas raizes do arco zigomuitico, que é wn esteio entre a face e 0 cranio ¢ um ponto de encontro de forgas provindas da face, e a regida mastéidea, No Angulo formado por aquelas ratzes, encontra-se a fossa mandibular, de pouco significado mecinico ou funcional, por ser de osso delgado, transparente mes- rio, A raiz trascersa ou eminéncia articular, por sua vertente posterior, espes- sa, 6 0 verladeira dren de pressdo e contato da cabeca de mandibuln, Também no maxilar, 0 0350 encarrega-se de desenvolver a subs- tancia dssea necesséria para lograr uma estrutura apta, para que as forcas sejam transmitidas e absorvidas por maior quantidade de tecido 6sseo. Ainda que o processo alveolar seja suportado pelo maxilar em toda a sua extensio, as forgas da mastigacdo sao transmitidas & base do cranio por trés sistemas de pilares (nome adotado para as trajetérias ou esteios do maxilar, em cada lado da face). Os pilares so chamados de canino (da regio do canino a regiao da glabela, depois de contornar a abertura piriforme); zigomati- co (da regiao do primeiro molar ao osso zigomatico e dai ao arco Zigomatico e ao proceso zigomatico do frontal) e pterigdideo (da regido dos tiltimos molares ao processo pterigéide do esfendide). Neles, © oss0 cortical & espessado e 0 esponjoso, bem condensa- do, Afora essas areas, a camada cortical da superficie éssea no maxilar nunca mostra a espessura encontrada na mandibula. E interessante notar que o pilar zigomatico também carrega for- cas liberadas diretamente pelo misculo masseter. Por nao serem retilineos, 0s pilares necessitam de reforgos horizon- tais que os conectem e evitem seu colapso. Os pilares canino e zigo- mitico so ligados abaixo e acima da érbita por dois arcos Gsseos. O arco superior, especialmente importante, adapta-se para resis- tir 4s forcas da pressdo mastigatoria. As forcas compressoras dos dentes, que ascendem centralmente no esqueleto da face, e forcas tensoras dos muisculos masseter e temporal, que descem lateral- mente, tendem a dobradura ou flexao de toda a regido supra- orbital e, portanto, concentram-se numa érea mediana (glabela ou proximidades). No caso de fronte inclinada, com eleoacao forte da glabela, a comcentragao das Jforcas é marcada na dren glabelar. Nas fiontes verticais, distribuem-se mais ‘cima porque elas resistemt & deformagéo com quase toda sua altura, wniforme- mente, enquanto a inclinada resiste somente com sua parte inferior ¢ conse atientemente esta riltima & considerada mais forte que a primeira, Conta carac- teristica sexual, a nsulher fem fronte vertical e 0 homem a tem: inclinada e por isso mesmo sew arco superciliar & mais proeminente, arco do palato dsseo reforca com boa dose o processo alveolar superior. © palato conecta o sistema de pilares de um lado e do outro e, por isso, forma um suporte em arco entre as bases dos processos alveolares direito e esquerdo. Parte da pressiio masti- 47

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