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Ler uma imagem historicamente mais do que apreciar seu esqueleto aparente, pois ela
a construo histrica em determinado momento e lugar, e quase sempre foi pensada e
planejada. A imagem fixada no existe fora de um contexto, de uma situao. Pedaos
desse contexto so encontrados tanto no interior quanto no exterior da imagem. No
campo historiogrfico a imagem no comunica com clareza, pois pode forjar realidades
e por isso so necessrios constantes e insistentes olhares, aliados a disposio dos
sentidos para captar aquilo que no vemos na superfcie, a fim de discernir contedos
que ultrapassem a primeira impresso que se tenta impor ou estabelecer.
Segundo Kellner, ler criticamente uma imagem implica aprender a apreciar, decodificar
e interpretar as imagens, analisando a forma como so construdas e operam em nossas
vidas. Nossas experincias e identidades so socialmente construdas e
sobredeterminadas por uma gama variada de discursos, imagens e cdigos.
Segundo Manguel (2001), nenhuma narrativa suscitada por uma imagem definitiva,
pois sempre enxergamos a imagem traduzida nos termos de nossa prpria experincia.
Propem ento uma leitura que parta das emoes do leitor, analisando como as
emoes afetam e so afetadas pela leitura da imagem.
Mitchell (1995) afirma que apesar da noo visual construir uma dimenso diferente da
linguagem verbal, isso no implica que a cultura visual considere esse aspecto
isoladamente, pelo contrario, inclui a relao com todos os outros sentidos e linguagens.
Chanda (2005) prope a aproximao dos artefatos visuais a partir da perspectiva do
observador, da perspectiva sociocultural do objeto e da perspectiva do produtor. As
descries e interpretaes de algum que no esta familiarizado com a cultura do qual
o artefato procede, refletiro unicamente os conceitos filosficos, os ideais e a historia
do observador e no os da cultura de origem do artefato. Sugere tambm olharmos para
nos mesmos no marco referencial do outro.