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3.

INTERPRETAO ANALGICA

A interpretao extensiva no pode ser confundida com a interpretao analgica.

Na interpretao analgica (ou irztra legem) o Cdigo, atendendo ao princpio da legalidade,


detalha todas as situaes que quer regular e, posteriormente, permite que aquilo que a elas
seja semelhante possa tambn: ser abrangido no dispositivo.

o que ocorre, por exemplo, no artigo 121, 2, I, do Cdigo Penal, que dispe ser qualificado
o homicdio quando cometido ''mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro
motivo torpe" (grifas aditados). Percelx:-se que o legislador fornece uma frmula casustica
("mediante paga ou promeso.a") e, em seguida, apresenta uma frmula genrica ("ou por
outro motivo torpe")50

Deste modo, o significado que se busca extrado do prprio dispositivo, levando-se em conta
as expresses abertas e genricas utilizadas pelo legislador. Existe norma a ser aplicada ao
caso concreto. Depois de exemplo;, o legislador encerra de forma genrica, permitindo ao
aplicador encontrar :meras hipteses.

Diferenciando os dois tipos de interpretao, Rogrio Greco assevera que: "a interpretao
extensiva o gnero, no qual so eS?cies a interpretao extensiva em sentido estrito e a
interpretao analgica". Para identificar de que espcie se trata, conclui o autor que se deva
considerar a lei penal e verificar se a mesma traz as frmulas casustica e genricas
(interpretao analgica) ou no ~orne:e uo padro (interpretao extensiva em sentido
estrito), neste caso deixancb :i. cargo de intrprete a extenso do contedo da lei objeto de
inrerpretao5 1

Por fim, a interpretao extenva e a inte:pretao analgica distinguem-se da analogia (ver


tpico abaixo), por ser esta uma regra de integrao do ordenamento jurdico. A analogia
decorre, portanto, de Lma la:una, um Yazio normativo - e no de uma lei pendente de
interpretao.

49. Manual de direito penal brasileiro- Parte Geral. iol. 1. 8~ ed. So Paulo: RT, 2009, p. 170.
50. Tambm exemplifica a interpretao anal<'>ica a norma prevista no art. 306 do Cdigo de
Trnsito Brasileiro, que prescreve a conduta de ~onduo de veculo automotor sob efeito de
lcool (frmula casustica) "ou sob a influncia de que/quer outra substncia psicoativa que
determine dependncia" (frmula genrica). 51. Ob. cit., p. 44.

MANUAL DE DIREITO PENAL- Parte Geral- Ro9rio Sanches Cunha

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