Você está na página 1de 8

Carvão Mineral

O carvão mineral é formado por troncos, raízes, galhos e folhas de árvores


gigantes que cresceram há 250 milhões de anos em pântanos rasos. Essas
partes vegetais, após morrerem, depositaram-se no fundo lodoso e ficaram
encobertas. O tempo e a pressão da terra que foi se acumulando sobre o
material transformaram-no em uma massa negra homogênea – as jazidas de
carvão.

Paulatinamente, a partir da época dos grandes descobrimentos, o carvão


mineral foi substituindo a lenha, até então considerada como a principal fonte
de energia utilizada pelo homem.

A combustão direta do carvão, para produção de vapor, foi a principal


alavanca para o progresso da humanidade em direção à industrialização.

As máquinas a vapor, alimentadas pelo carvão, surgiram em meados de 1700


e foram aperfeiçoadas por Watt, que passou a construí-las, comercialmente,
em Birmingham, na Inglaterra, de 1774 a 1800.

Apesar do fato de as máquinas a vapor terem sofrido grandes melhorias no


decorrer do tempo, os princípios básicos, estabelecidos por Watt,
permaneceram inalterados.

Atualmente, o principal uso da combustão direta do carvão é na geração de


eletricidade, por meio de usinas termoelétricas. Essa tecnologia está bem
desenvolvida e é economicamente competitiva.

Os impactos ambientais das usinas a carvão são grandes, não só pelas


emissões atmosféricas, mas também pelo descarte de resíduos sólidos e
poluição térmica, além dos riscos inerentes à mineração.

Este tipo de usina ocupa grandes superfícies, ao redor de 4 km 2 por usina,


excluindo-se instalações de armazenamento e vias de acesso. A própria infra-
estrutura dessas usinas, como os corredores para os fios de alta tensão,
chaminés, torres de resfriamento, trechos de acesso e de eliminação de
resíduos, apresenta altos riscos potenciais ao meio ambiente e aos operários da
usina.

A melhoria do processo de combustão poderia reduzir as emissões de


monóxido de carbono e nitrogênio, a partir da dessulfurização dos gases de
combustão ou da utilização de carvão com baixo teor de enxofre. E também o
calor residual da usina poderia ser aproveitado nas suas proximidades, para
evitar perdas energéticas, como por exemplo: aquecimento de caldeiras,
movimentação de motores, etc..

Gaseificação do carvão

A gaseificação do carvão é praticada desde a primeira metade do século XIX e


tem a finalidade de converter o carvão mineral em combustível sintético de
aplicação direta na produção de energia.

Existem diversos processos industriais de gaseificação do carvão, e o Brasil já


domina essa tecnologia.

Os impactos ambientais e riscos aos operários nas usinas são aqueles


relacionados à mineração e transporte do minério e, também, aos problemas
do processamento, como riscos de incêndio e exposição humana a agentes
cancerígenos, e exposição a altas temperaturas.

Liquefação do carvão

O carvão, até 1961, era a principal fonte primária mundial de energia, quando
foi suplantado pelo petróleo. No entanto, mantém-se até hoje como fonte
energética nobre, pois sua conversão produz o combustível sintético líquido
que mais se assemelha ao petróleo de ocorrência natural.

O processo de liquefação do carvão é bastante recente e visa transformar o


carvão, que é encontrado em estado sólido na natureza, em combustível
líquido. Nos EUA já existem usinas de liquefação de carvão, no entanto o
processo é bastante sofisticado e caro. O Brasil ainda não domina essa
tecnologia, embora pesquisas já estejam sendo desenvolvidas nesse sentido.

Até a Segunda guerra mundial, o carvão era o combustível mais utilizado no


mundo. A descoberta dos combustíveis derivados do petróleo, que permitiu o
desenvolvimento dos motores a explosão e abriu maiores perspectivas de
velocidade e potência, e o surgimento da energia nuclear, relegaram o carvão
a condição de fonte subsidiária de energia. No entanto, a disponibilidade de
grandes jazidas de carvão mineral e o baixo custo do carvão vegetal ainda
conferem a esse combustível um papel relevante.
Carvão é um material sólido, poroso, de fácil combustão e capaz de gerar
grandes quantidades de calor. Pode ser produzido por processo artificial, pela
queima de madeira, como o carvão vegetal; ou originar-se de um longo
processo natural, denominado encarbonização, pelo qual substâncias
orgânicas, sobretudo vegetais, são submetidas à ação da temperatura terrestre
durante cerca de 300 milhões de anos e transformam-se em carvão mineral.
Em função da natureza desses processos, o carvão vegetal é também chamado
de artificial, e o carvão mineral, de natural.

Carvão mineral. De acordo com a maior ou menor intensidade da


encarbonização, o carvão mineral – também chamado carvão fóssil ou de
pedra – pode ser classificado como linhito, carvão betuminoso e sub-
betuminoso (ambos designados como hulha) e antracito. A formação de um
depósito de carvão mineral exige inicialmente a ocorrência simultânea de
diversas condições geográficas, geológicas e biológicas. Primeiro, deve existir
uma vegetação densa, em ambiente pantanoso, capaz de conservar a matéria
orgânica. A água estagnada impede a atividade das bactérias e fungos que, em
condições normais, decomporiam a celulose. A massa vegetal assim
acumulada, no prazo de algumas dezenas de milhares de anos – tempo curto
do ponto de vista geológico – transforma-se em turfa, material cuja
percentagem de carbono já é bem mais elevada que a da celulose.

Na etapa seguinte, que leva algumas dezenas de milhões de anos, a turfa


multiplica seu teor de carbono e se transforma na primeira variedade de
carvão, o linhito, cujo nome provém de sua aparência de madeira. Na etapa
seguinte, surge a hulha, primeiro como carvão betuminoso, depois como sub-
betuminoso. Na fase final, a hulha se transforma em antracito, com teores de
até noventa por cento de carbono fixo.

Quanto maior o teor de carbono, maior também é o poder energético. Por


isso , a turfa, que em teores muito baixos e altas percentagens de umidade,
nem sempre pode ser aproveitada como combustível, e nesse caso serve para
aumentar a composição de matéria orgânica dos solos. Encontrada nos baixos
e várzeas, ou em antigas lagoas atulhadas, a turfa caracteriza-se pela presença
abundante de restos ainda conservados de talos e raízes. Já o linhito, muito
mais compacto que a turfa, é empregado na siderurgia, como redutor, graças a
sua capacidade de ceder oxigênio para a combustão como matéria-prima na
carboquímica. Quando o linhito se apresenta brilhante e negro, recebe o nome
de azeviche.

A hulha é composta de carbono, restos vegetais parcialmente conservados,


elementos voláteis, detritos minerais e água. É empregada tanto como
combustível quanto como redutor de óxidos de ferro e, graças a suas
impurezas, na síntese de milhares de substâncias de uso industrial. O antracito,
última variedade de carvão surgida no processo de encarbonização,
caracteriza-se pelo alto teor de carbono fixo, baixo teor de compostos voláteis,
cor negra brilhante, rigidez e dificuldade com que se queima, dada sua
pobreza de elementos inflamáveis. É usado como redutor em metalurgia, na
fabricação de eletrodos e de grafita artificial. Uma de suas principais
vantagens consiste em proporcionar chama pura, sem nenhuma fuligem.

O carvão mineral, em qualquer de suas fases, compõe-se de uma parte


orgânica, formada de macromoléculas de carbono e hidrogênio e pequenas
proporções de oxigênio, enxofre e nitrogênio. Essa é a parte útil, por ser
fortemente combustível. A outra parte mineral, contém os silicatos que
constituem a cinza. As proporções desses elementos variam de acordo com o
grau de evolução do processo de encarbonização: quanto mais avançado, mais
alto o teor de carbono na parte orgânica e menor o teor de oxigênio.

Em virtude dessa estrutura complexa e variável, o carvão mineral apresenta


diversos tipos. Seu emprego para fins industriais obedece a uma classificação
que toma como base a produção de matéria volátil e a natureza do resíduo.
Assim, há carvões que se destinam à produção de gás, de vapor ou de coque,
que é um carvão amorfo, resultante da calcinação do carvão mineral, e de
largo emprego na siderurgia.

Para combustão em caldeira, é preferível o carvão com pequenos teor de cinza


e quantidades moderadas de matéria volátil, condições que proporcionam bom
rendimento térmico. É preferível que apresente também o mínimo de enxofre
e poder calorífico elevado, já que o calor por ele gerado vai ser utilizado
diretamente ou transformado em outras formas de energia. Para a produção do
coque metalúrgico com propriedades mecânicas para uso em altos fornos, o
carvão mineral precisa apresentar propriedades aglomerantes ainda maiores e
teores mais baixos de enxofre e cinza. Na destilação do carvão para produção
de gás combustível ou coque metalúrgico, obtêm-se também águas
amoniacais, das quais extraem-se a amônia e o alcatrão.

Muito embora os derivados de petróleo – como a gasolina, o querosene, o óleo


combustível e o diesel – e a energia termonuclear tenham deslocado o carvão
mineral como fonte de energia, sobretudo para as máquinas móveis, ainda é
significativa sua participação no total do consumo energético dos países
desenvolvidos – cerca de vinte por cento no final do século XX. A entrada em
operação de centenas de usinas hidrelétricas e termonucleares não conseguiu
diminuir drasticamente, como se esperava, a participação do carvão, não
somente porque essas fontes de energia representam grandes investimentos
iniciais e provocam sérios impactos no meio ambiente, mas também porque a
disponibilidade de grandes jazidas de carvão mineral é ainda grande.

HULHA

A hulha é um carvão mineral com 80% de carbono (abaixo de 80% ocorre o


linhito e, acima, antracito).

Os carvões minerais resultam da fossilização da madeira, ocorrida ao longo de


milhões de anos, provocada por pressão, temperatura e ausência de ar.

A hulha foi a mola propulsora da indústria do século passado, durante a


chamada Revolução Industrial, sendo substituída pelo petróleo no século XX.

Quantidade
Países produtores
(Milhões de toneladas/ano)
Rússia 600
Alemanha 570

Estados Unidos 450

China 420

Inglaterra 150

Polônia 150

Tcheca e Eslováquia 100

Índia 70

Japão 65

No Brasil, a hulha ocorre nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande
do Sul, e sua produção é de cerca de 10 milhões de toneladas por ano (a
produção não é o maior devido ao alto teor de cinzas e de enxofre que possui).
É usada como combustível de usinas termelétricas e nos altos-fornos
siderúrgicos, após aquecimento prévio para eliminar material orgânico (gases
e alcatrão).

VALORES CALORÍFEROS DOS COMBUSTÍVEIS

COMBUSTÍVEIS SÓLIDOS CALORIAS POR COMBUSTÍVEIS QUÍMICOS CALORIAS POR


QUILOGRAMA QUILOGRAMA
Carbono, Grafita 7.839,80 Alumínio 7.404,20

Carvão Antracito 7.064,90 Berílio 16.221,40

Carvão Betuminoso 5.229,10 – 8.2888,70 Boro 13.974

Carvão Vegetal 7.231,78 Diborano 17.461,90

Coque 7.009,20 Hidrogênio 28.707,40

Linhita 3.894,00 Lítio 10.269,10

Madeira (Seca ao Ar) 3.838,40 Hidreto de Lítio 9.885,20

Turfa (Seca ao Ar) 3.894,00 Magnésio 5.918,90

Pentaborano 16.215,80
Silano 9.545,90

Silício 7.320,70

Titânio 4.556

COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS CALORIAS POR COMBUSTÍVEIS GASOSOS CALORIAS POR


QUILOGRAMA METRO CÚBICO
Álcool Desnaturado 6.452,90 Acetileno 13.240,40

Álcool Etílico 7.321,30 Butano 30.182,42

Álcool Metílico 5.706,90 Butileno 28.385

Gasolina 11.904,60 Etano 15.918,73

Óleo Cru 10.825,40 Etileno 14.361,56

Óleo Diesel 10.875,40 Gases Manufaturados  

Óleos Combustíveis 10.191,20 – 10.931,10 Gás de Água 2.580,45

Querosene 11.020,10 Gás de Água Carbonado 4.804,98

Hidrocarbonetos Líquidos (Puros)   Gás de Carvão 4.893,96 – 5.116,41

Benzeno 10.607,30 Gás de Óleo 4.893,96 – 8.542,41

Decano 11.394,50 Gás de Gasogênio 1.201,24 – 1.557,17

Hexano 11.554,70 Gás Natural 8.631,17 – 10.677,74

Octano 11.454,50 Metano 9.031,59

Tolueno 10.868,20 Monóxido de Carbono 2.865,19

Xilênio 10.374,80 Pentano 37.372,10

Propano 22.894,86

Propileno 21.204,21

O Valor Calorífero dos Combustíveis é medido, pelo sistema métrico, em caloria. Os combustíveis
químicos, líquidos e sólidos são medidos por peso. Os combustíveis gasosos são medidos pelo volume. O
valor calorífero dos combustíveis depende de sua composição, de seu peso e de seu conteúdo de cinzas.

 
 

Você também pode gostar