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Copyrigh da selec inerodgio © 2009 Jy Pari rf ctualzeda segundo 0 Acordo Ortogrifice da Linge Pontuguea de ggon gue evron em ogorno Bra em 2008, enguinand he cine ogo dade ues ate einer nd unrest edema of Penguin Boos Led ner Pega Group url Tne Und wih een. Polished by Compan dss Letras in ation with egu Cooup ot ne Tsp The Lae Wise of Leo Toy al Lou, lod Ware rneranagion ny Corde ita Nakata Laclane Hens Gomide Dado nnn de Casas Pb iam ado OS anor da! Le Tl. — So Paso: Penguin 1 Bees raza ~ Boge Beare an = ola“ inet es soy bon! Todos o diitos det sig reservados 3 ‘us Bandelta Paulista, 79% 4.32 ‘4§33-001 — Sto Paulos ‘Telefon: en) 5707-3500 Fas (8) 3707-3591 ‘ww: penguincompanhiacom be Sumario Tntrodugdo — Jay Perini (0S ULTIMOs DIAS De Uma cena De O primeiro degra [i891] Onde esté o amor, Deus também est 1885] De O reino de Deus etd em v6s 1893} De O que éarte? [18396] (Carea a Emest Howard Crosby, de Nova York, sobre a ressténcia no violenta [1836] CCareas sobre Henry George [1897] CGincia moderna {r898] (Carta a um oficial dp baixa patente [2899] [De Mas precisa mesmo ser essim? [3900] “No matards” [1900] Patriotismo ¢ governo [1900] Resposta& determinagio do Sinodo de excomunhio, ‘de 20-2 de Fevereiro, eis cartas recebidas por mim a ese espeto (1901), De O que é religido em que consiste sta essenca? (1902) Carta sobre a educagio [rs02} Apel ao clero (r902] “O trabalho, a more ado “Tats perguntas (1903) Aliocha, Fote [2905] (Uma lends) [293] 9 36 ss 6 9s 105 8 m4 Bs 143 151 159 185 23 ay 23 246 a5 184 uisy rousror aos governos nla fundamentada, e quando penetrarem, corajosamente, no campo da ideia superior de unidade irmanada entre os povos que ha muito se manifesta e de todas as partes os chama a si. Se as pessoas compreendessem que néo sio filhas de nenhuma patria ou governo, mas filhas de Deus, ¢ que poor isso no podem ser escravas nem inimigas de ou tras pessoas, essas instituicdes perniciosas, insensatas, inteiramente desnecessérias e antiquadas chamadas go- vernos, ¢ os sofrimentos, as violéncias, as destruigdes ¢ (s crimes que elas provocam seriam eliminados. Liev rotstor Pirogovo, x0 de maio de z900 {Tradugdo de Denise Regina de Sales] |. 4 Resposta a determinacio do Sinodo de excomunhio, de 20-22 de fevereiro, e as cartas recebidas por mim a esse respeito [x90] ‘Quem: comega por amar o eristianismo mais do que a ver- dade logo passa a amar a prépria seta ou a propria igreja mais do que 0 cristianismo e termina por amar a si pré- rio mais do que tudo. A principio, eu néo queria responder & resolucio do Si- rnodoa meu respeito, mas essa resolucio originow muitas cartas de remetentes que me so desconhecidos — al- guns me repreendem por repudiar aquilo que nao repu- io, outros me exortam a acreditar naquilo em que ndo deixei de acreditar, outros ainda manifestam sua con- Cordancia comigo, que dificilmente existe de verdade na pritica, e sua compaixo, de que difcilmente sou mere- cedor; por isso decidi responder tanto a prépria resola- fo, apontando 0 que nela hé de injusto, quanto ao que ‘me foi enderegado por remetentes desconhecidos. A resolugao do Sfnodo, em geral tem muita falhass € ilegitima ou propositadamente ambiguas € arbitréria, infundada, inveridica e, além disso, contém caltinia ein- citagGo a maus sentimentos e comportamentos. ~Filegitima ou propositadamente ambigua porque, se pretende ser uma excomunhao da parte da Igreja, en- 130 ndo satisfaz as normas religiosas com base nas quais 186 uiny roxsrés deve ser proferida uma excomunhio; por outro lado, se & uma decaracao de que quem nio cré na lgrejae em seus dogmas a ela nio pertence,entio iso jie eviden- te por sis6,e2 declaracio aio pode ter nenhum outro objetivo a nao sero de, sem consstressencialmente em, uma excomunho, parecere com uma, 0 que de fate aconteceu, pois assim foi compreendida Eln € arbitcévia porque acusa apenas a mim de nfo «rer nos pontos citados na resolugo, insubstancial come Poucas, enquanto quase todas as pessoas cults na Rds. sia comparcilham dessa incredalidade e a tém expressa- do sem cessar em suas conversas, em suas leturas, em seus folhetos ¢ em seus livros. E Ha ¢infundads porgus, como pracipal moto de sua publicagio, apzesenta @ ampla propagacio de mi na flsa doutrina, que desencaminha as pessoas, caso uatido en sei muito bem que as pessoas que compart tam de meu ponto de vista difcilmente chegam a uma centena, e que a propagagio dos meus escrtos sobre rel aio, gracas a censura, € 20 insignificance quea maria dos que leram a resoluslo do Sinodo no faz a menor ideia do que escrevi sobre rligido, como estéevidenter sas carta ori esha Ela contém uma evidene inverdade por afrmar que, da parce da Igri, fram fete tentativasititamente fracassadas de me persuadir, quando na verdade no hhouve nada semelhante. Ela contém o que na linguagem juridica se denomina calinia, porque nla se encerram afimagées notoriamen: te injstas etendenciosas, destinadas a me prejudicaz Finalmente, tratase de wma incitagio a maus sen- timentos e maus comportamentos porque despertou, como era de esperar, edlerae dio contra mim por parte de pessoas incultas¢ insensatas, a ponto de me fazerem ameagas eexpressarem iso nas cartas que reeci, “Ago. ra voce foi excomungado e, apés a morte, passaré a0 (05 SuTIMOS DIAS DE rOLSTO! 7 ‘martirio eterno, vai estrebuchar como um cdo [..] vocé um excomungado, diabo velho [...] maldito seja", es- creve um. Outro recrimina 0 governo por eu ainda nao estar preso em um mosteiro, e enche a carta de xinga ‘mentos. Um terceiro escreve: “Se 0 governo ndo cuidar de voc’, nds mesmos o obrigaremos a se calar”; a carta termina com maldigbes, “Para arcuinar voce, seu ca~ nalha”, escreve um quarto, “vou encontrar meios.” Se- ‘guem-fe xingamentos indecorosos. Sinais dessa mesma célera, apés a resoluedo do S{nodo, tenho notado tam- bém em encontros com algumas pessoas. Jé no dia 25 de fevereico, quando foi publicada a resoluclo, 20 passar por uma praca, ouvi as seguintes palavras a mim diigi- das: “Ai esté 0 diabo em forma de gente” e, se a mult «dao fosse composta de outro modo, muito provavelmen- te teriam me matado, como mataram, faz alguns anos, tum homem na capela de sio Pantaledo. Pottanto, a resolugio do Sinodo, em geral, € péssima coisa; 0 fato de, no final da resolugio, dizerem que as pessoas que a assinaram esto rezando para que eu me torne alguém como eles néo a faz melhor. Isso se refere a resolugdo como um todo, mas, tam- bbém em suas partes, ela € injusta no que se segue. Na resolugdo esté escrito: 0 conde Tolst6i, escritor conhecido no mundo inteiro, rusto de nascimento, ortadoxo por batismo ¢ formagio, seduzido por sua orgulhosa inteligncia,insurgiu-se inso- leatemente contra 0 Senhor, contra Cristo e contra toda a sua herangasagradae diane derodos, enegoucaramen- / tea Igreja Ortodoxa, a mle que o alimentou e educou. Dizer que eu reneguei a Igreja que se chama Ortodo- xa, Tsso € inteiramente justo, Porém eu a reneguei nao porgue tenha me insurgido contra o Senhor, mas, a0 con- tétio, apenas porque queria servi-lo com todas as forgas 8 uisy rousror denial, Arends eet dad com Sy ene a cern ns endo dutdviode cova orga ed Simms al fae ecu aden Scramamene delgtarcetee meieseinonanes Ceara ae eas aia at aeeama! erindo Cloveriuarslegenan tae bioe felipe Ualgead earcticct cena: aig e chcteeal on cae sean Suede rain sue coals soca E eu de fato reneguei a Igreja, deixei de seguir seus * TeWined Satine ecu ome sess * Basta lermos o missal e seguirmos aquelas ceriménias rea- lizadas inincerrupramente pelo lero ortodoxo e consideradas- ofcios ristios para nos convencermos de que essa cerimo- ss nada mais sio do que sessdes variadas de sortilégios adaptados a todas as situagdes de vida possiveis. Para que o bebe vé para 0 paraiso caso morra,€ preciso que ele sea un sido com éleo e bankado enquamto se pronunciam determi nadas palavras; para que a progenitora deixe de ser impura, & preciso pronunciar determinadas formulae sacraments; para ‘que a pessoa cena éxito nos negécios ou ima vida tranqui- Ja na casa nova, para que 6s cereais cressam bastante, para (que a seca tena fim, para que a viagem seja bem-sucedida, pra que a pessoa se cure de uma doenga, para atenuar a siv tuagio do moribundo no outro mundo, para tudo iso e para mihares de outras circunstancias, ha formulas sacramentais especiicas que, em um lugar especiicoe diante de oferendas ronunciadas pelo sacerdote (Liev Tosti) # fd (08 Ourimos pias bE rousr61 189 nenhum tiga de Smale sssrameasl nem orasSes sobre Be come 3 descarta quelguer cous repugnant ¢ deme. ania a5 que fl dito ~ que “dedca sua ativdade lterdria e o talento que Ihe fo dado por Deus & prope: acio, entre o povo, de ensinamentos conta Cristo © Igreja™e assim por dante, e também que “em suas obras carta, nviedas em grande quancidade por ele «seus discipulos 20 mondo inciro, em particular dentro des fronteiras de nossa pri querida; que ele preg com zo de fantico, a derrocada de todos 0s dogmas da lgreja Ortodorae da propria esstcia da fe cit” — isso tam ‘bém € injusto. Jamais me ocupei da propagacio de meu proprio ensinaiento. & verdade que eu, para mim mes- Imo, expres cm mints obras o modo como compree- doo ensinamento de Cristo endo excond esas cbras das pessoas que queiam conbectla, mas nunca eu prépeio £5 publique #6 falava ds pessoas sobre o modo como ‘compreendo oensinamento de Cristo quando me pergun- tavam sobre iso. Aessas pessoas eu dzia o que peso ea dias dava meus livros quando tinbaalgara dees cago Depos foi dito que “ele repudia © Deus glorifcado na Senta Trindade criador e provedor do universo, nega D seahor Jesus Cristo, Dees fete homem, redentoresl- vador do mundo, que sofreu pelos homens e pela nos- $e salragioe restusltou dos mortot, nega a imaculada Concepet do Crist Senhor como homem e 4 virginde- de da pura mae de Deus antes da natividadee depos da natividade” ‘Diger qe cu repudio a incomprensive Trindade ea lenga sobre 4 qledi-do-paieire homem, que nfo tem S menor sentido no nosso tempore a histOria sacrleRa_ i us Deus nase de ama virgin alaor dah @ Deugamor,¢ Deus ini ¢ prineipin-de. tudo eu nfo rats pu Som a come eam ou ‘ 190 sy vousror oi dito Sinda"Fle nao reconhece avid de além-ei- com a compreensio. = io €, além disso, uma violac3o dos preceitos mais-dire- Ce ae foste de mestre, pai ou gua (Mateus, 25: 10). "For di, Roelmente, como grau derradlro e mais grave de miaha culpa, que eu, “praguejando contra as tnais samtificadas matrias da fe, nfo rive receio de sub meter ao escarnecimento o mais sagrado de todos 08 s2- cramentos — a eucaristia”.* Dizer que nao tive receio de descrever de modo simples e objetivo aquilo que-o-sacer doe faz para as preparacies do que se chama sacramen- 16, iso € infeiramente justo; porém, que aquilo que se cframa de saeramento é algo santo ¢ que-o-descrever de pes, como cle de fato acontece, consiste ems crilegio, sso TeiramentsTjusto. O sacilégio no std cm vaso de vaso e nko de GbsAoe assim por dante; ‘ sorilgio Tals terrivel,revoltance, incessante esti no fato de que as pessoas, uilizando-se de todos os meios possveis de fraude e hipnose, garantem a criangas € 20 ovo simplério que, se cortarmos pedacinhos de plo por fleterminados meios e pronunciarmos determinadas pa- lavras e colocarmos estes pedacinhos de pao no vinho," nto nelesentraré Deus; ¢ que aquela pessoa em nome dda qual é pego um desses pedacinhos fcard cura ‘que.o morto em nome do qual é pego um desss pedaci- thos ficara melhor no outro mundo; e que naquele que comer um desses pedacinhos entraré Deus. “Isso é tercivell Seja como for que compreendam a pessoa de Cristo, seu ensinamento, que destréi o mal do mundo e con cede 0 bem 3s pessoas de modo tio simples, facil in- discutivel, bastando apenas que elas nao 0 distorcam, ese ensinamento est inteiramente oculto, inteiramente transformado em um sortilépio grossero de banhos, un- 6es com éeo, gestos, férmulas sacramentas, deglatiglo de pedacinhos de pao e assim por diante, de modo que do easinamento nada restou. E, se em algum momento alguém tenta lembrar as pessoas que ndo é nessas bew ras, nem em te-déuns, missas, elas e feqnes que see contra oensiianento de Cristo, € siti Em que a8 pessoas Stiem-uinas is outs, ndo-panuem o mal como mal ‘2g julguem, no matem uma a outra, entdo se ergue iim lamento de indigoacao daguiles aos quais sas Fale dex sfo eis, © essa pessoa, em alto e bom som, com ‘inconcebivel insoTéncia, falamt em igreas-eescrevem em juramento (6 peejrio) nec proibiu oassasinato (x cages Ueras que oensinamento de que nfo devemon usar de violencia pare combater o mal fo! engendrado com astcia satinica pelos inimigos de Cristo” E terrivel sobretudo que as pessoas &s quais isso é dtil enganem no apenas os adultos, mas, tendo poder para isso, também as criancas, aquelas a respeito das quais Cristo disse que quem as enganar ira sofrer. E terrivel aque essas pessoas, em beneficio de suas pequenas vanta- gens, fgam um mal tao terrive,escondendo das pessoas a verdade revelada por Cristo ¢ que Thes daria um bem gue nfo se iguala nem a milésima parte da vantagem que levam, Eas ¢ comportam como aquee ladrio que mata uma familia inteira, de cinco, seis pessoas, para levar tum casaco velho e quarenta copeques em diaheiro. A ele teriam dado, voluntariamente,roda a roupa evodo 0 dinheiro, desde que ndo os matasiem, Mas ele nfo pode agir de outro modo, O mesmo acontece com 03 fat dadoces religiosos, Poderfamos concordar em mantélos dez vezes melhor, no mais grandioso dos luxos, desde que les nfo sceuinassem a8 pessoas com suas frauds. Mas eles nfo podem agit de outro modo, Eis 0 que € * Discurso de Ambrésio,bispo de Khacko. (Liev Tols6i) (05 OLTIMos Dias bx roLsr6! = terrvel Pr iso, enftaquece sus fraudes & no apenas possivel, como também imprescindive. Se hd algo sages {o, de modo algum & 0 que ceschamam de sarameneo, tnas exatamente 3 Obrigado de enfraquecer sua fraude relgioss quando a vemos. Se um tcbuvaque lanbuza sen idolo de ereme de ete on acoita, eu poss passer direto indiferente, porque ele o faz em nome de uma superstigao que me éestranha, e isso ndo se trata do que * para mim € sageados rumerosas que sejam, por mais antiga que seja sua su- Perstigao e por mais poderosas que sejam, em nome do Deus pelo qual eu vivo e do ensinamento de Cristo que me deu a vida ¢ pode dé-la a todas as pessoas, pregam uum sortilégio grosseiro, ndo posso ver isso com tranqui- lidade. E, se eu chamo pelo nome aquilo que elas fazer, 86 estou fazendo aquilo que devo fazer, aquilo que nao posso deixar de fazer se acredito em Deus e no ensina~ ‘mento cristio. Se elas, em vez de se horrorizar com 0 proprio sortilégio, chamam de sacrilégio o desmascara- ‘mento de sua fraude, entdo isso apenas comprova a forca de sua fraude e deve somente aumentar esforgo das pessoas que creem em Deus € no ensinamento de Cristo para arruinar essa fraude, que oculta das pessoas 0 ver~ dadeiro Deus. A respeito de Cristo, que expulsou do templo bois, ovelhas vendedores, deviam dizer que ele cometeu um sacrilégio. Se ele viesse ao mundo agora e visse 0 que se} faz na igeeja em seu nome, provavelmente, com ira ainda maior e mais legtima, jogaria fora todos esses mantés, langas, eruzes, vas0s, velas, ‘cones, e tudo por meio do} ‘qual — usando de sortilégios — eles ocultam Deus ese ‘ensinamento do pove. Aqui estd 0 que é justo e o que éinjusto na resolugio do.Sinodo a meu respeito. De fato ndo creio naquilo em {que eles dizem crer. Porém creio em muito do que eles ‘querem provar as pessoas que nao creo. mas quando as pessoas, por mais ¢ Eu crio no seguiate: rio em Deus, que compreendo cnet, camo sar co 0 pip eo Sree rere rennet de Deus esd expresse do modo mais claro ¢compreenst. amo Dak eter ake eu comida ¢ mal Ss sactlgio, Crelo que overdadciro bem part O ser humane #6 cumprimeno da vonade de Deve ¢ 2 vontade Dele ee em que at petsoe amem tate Silo que gostariam que lhes Bzesem, como est dita no Bvangeho, porque nel es toda afl eon profess, Cela que, portant, osetido da vide de cad ser bus tmano espelico & apenas frtaleerem so amon, que © fortalecimento do amor leva cada ser humano, nesta fe eee ede 2 morte, concede he um bem-estar tanto maiatGuanto Imai amor houver melee juno ho, ¢ mai ainda do fey era ieee area then do reine de Deus no mundo, ou sla de uma dit posicto da vide em que asco,» aude 8 ol. Gia que rinam agora seo substiidas por concérdia, verdad e amor fraternal enze a8 pessons. Cro er para o éxito do amr, s6exine um tor oagio, ne {oragtocoletiva em tomplos, dctament potide por itt (Mateus 6-1, masa oragdo eu modelo hos dew préprio Caso oragio resold, que conse tm cecapera efter ta propia conscicin Sant Ficado-da propria vida e de sua dependéncia apenas da ‘Vontade de Deus. ~~ Aida que essas minhas crengas ofendam, desgostem cn enganem quem quer que tear acomdem alge ou al uci, desaradem a algeém, cu pon mud aslo to como posso mudar meu corpo. Teabo de viver sot tbo. pot mim mesmo, ¢ tenho de more sono, pot, Siete woke Pari nla outer 0s derisios pias oe ToLsTOE a de outsa modo a como casio. Estou me preparando para ir ter com aguele Deus do qual vim. io digo que minha crenga seja a tinica verdadeira em todos os tempos, mas no vejo outra mais simples, clara harménica com todas as exigéncias de meu intelecto e coragio; caso eu veja uma outra, entdo logo a tomare, porque Reus nio precisa de nada além da verdade. Nao ‘posso de modo algum voltar aquilo de que, com tantos sofrimentos, mal acabei de sair, assim como um passaro {que j vos no pode entrar na casca do ovo do qual sit “Quem comega por amar o eristianismo mais do que a vverdadie Togo passa a amar a propa seta ou a préoria Ifteja mais do que a0 crstanismo e termina por amar as proprio a propria tranquilidade] mais do que tudo”, sr Caletge Ear fiz o caminho inverso. Comecei por amar minha profissio de f€ ortodoxa mais do que minha tranquli- fade deo passa amar o etiam maid dea ‘mundo Eat este momento, para mim, a verdade/ istianistio como eu 0 corm preendo. | eee ‘e, nessa pede aace| _Profesio, vivo com franguilidade eslegria e com tran- “qiildede € agra me aproximo da morte. fo ser do m LEV ToLstOr Moscou, 4 de abril de 290r [Traduglo de Denise Regina de Sales) De O que é religido e em que consiste sua esséncia? [r902] 1 Em todas as sociedades humanas, em determinados pe- riodos de sua existéncia, houve época em que a religido comegou a se afastar de seu sentido original, e depois se, afastou mais © mais, perdeu esse sentido original e, por” fim, se petrficou de vez em formas fixas, de modo que sua influéncia sobre a vida das pessoas foi se tornando ‘cada vez menor. Nesses perfodos, a minoria culta, tendo deixado de rer no ensinamento religioso existente, apenas fingia acreditar nele, por consideré-lo necessirio 20 controle das massas populares no modo de vida jé estabelecido; as massas populares, por sua vez, embora por inércia mantivessem as formas religiosas preestabelecidas, jé no conduziam sua vida cotidiana por ensinamentos re- ligiosos, mas apenas por habitos geraise eis do governo. Assim aconteceu muitas vezes em diferentes socieda- des humanas. Mas nunca houve © que esté acontecendo agora em nossa sociedade crista. Nunca houve um mo- mento em que a minoria rica, governante e culta, que cexerce maior influéncia sobre as massas, além de acreditar na religido existente, também se convencesse de que em sua época nao ha necessidade de religido al- guma, e incutisse nas pessoas que duvidam da verdade da religido professada nao algum ensinamento religio- so mais razodvel e mais claro do que o existente, mas a dia de que a religito em gral cosa obsolete pasion a ser ume insiugio no apenas intl como tab prejuiial vida da sociedad, 3 semelhanga do apd cecal no organism do ser humano. A rligdo€ con Siderada por esas pessoas nao algo falar por mcio da txpeiéncia interior, mas um Fenmeno extern, como time doco, pela qual alguns fica obcecados «qual 56 poe er econhecia por sintrnasexternos. 1 rligto,naopnio de algunas desas petoes, o> sioouse da espistualizagdo das diversas manifestagBes Estar imino ini de cs oo cesta falecdox; na opini de outras ainda, do medo Giant da fore da natures. ‘No ean, posequem os homens de ciécia de nos so tempo em seu raciocinio, a clnca demonseou que ftvorese pein no poder se sees aimados he 0s anes oe eam com 0 dems vivos, que as manietabes da naturena so ex Plcads por razbesntorais assim ula ecenidade de lima regi, e também de todas aquelslimiages qv, Como consequtncia das convcgdscligots as petoat Costmavam impor as mesma Naopnito dos dents tao howe uma paca de inorinia a aca eliions. sca epoca hi muito teria sid superada pela humanida dey dela restariam taro stvion sna, Depo tera havido a epoca da metafsic, cesta também teria sido superad. Agora nos, pestoas iutradas,vivertamos aa fpocesetien na epoca da céacia posta, que sobs {ura raigio econduy a bumaniade a um elevado grav de desenvolvimento, qu ela nunca lcangatia se eivesae subjuged aeninamentos celigiosos supesiixes, No infio deste anode 290, ofaoso cei fan- cts Berthelo poferi um dscueo"em que comunicou * Revue de Paris, janeiro de 190. (Liew Tosti) wt sv Towser 1 seu piiblico a ideia de que a época da religido havia passado e que na atualidade a religido seria substitu pela ciéncia. Eu cito esse discurso por set 0 que primeiro veio parar em minhas mos e por ter sido proferido na capital do mundo culto por um cientista renomado, mas ssa ideia se manifesta sem cessar e em toda parte, em tratados filos6ficos e em artigos de jornais. O st. Ber- thelot diz nesse discurso que outrora havia dois prinei- pios motores da humanidade: a forga e a relighio. Hoje, orém, esses motores se tornaram obsoletos, porque em seu lugar esté a cigncia, Evidentemente, o st. Berthelot, assim como todos os que creem nela, entende como ciéa- cia aquela que abarca todo o campo dos conhecimentos hhumanos, relacionados harmonicamente e clasificad entre si por grau de imporcancia, e também aquela cién® cia cujos métodos sio tais que todos os dados obtidos por ela consistem em verdades inquestionéveis. Porém, ‘considerando que essa ciéncia na realidade nio existe — 0 que se chama de ciéncia consiste na reunido de co- tnhecimentos ocasionais, em nada relacionados uns com 6s outros, com frequéncia inteiramente desnecessérioss assim, em lugar de verdades inquestionaves, costumam apresentar os mais grosseicos erros, hoje expostos como verdade ¢ amanhi refutados —, torna-se evidente que no ha 0 tal objeto que deveria, segundo o st. Berthelot, substiuir a religido. Por isso, a afirmagio do sr, Berthe lot e dos que concordam com ele sobre a ciéncia substi- tuir a religido € de todo arbitréria e baseia-se na cren- | sa, inteiramente injustificada, em uma ciéncia infalivel, semelhante em tudo & crenga em uma igreja infalivel Anda assim, os que se denominam ¢ sio considerados cientistas tém total convicedo de que jd existe uma cin: cia que deve e pode substituir a religido e que, inclusive, ji faz esse papel “A religido se romnou obsoleta; crer em outra coisa que no na ciéncia é ignordncia. A cigncia organiza tudo o que 0s SLriMos pIAs DE ToLsTOL 9 preciso, e na vida devemos nos guiar apenas pela cién cia, pensam e dizem esses mesmos cientistas, assim como aquelas pessoas da moltidao que, embors esis muito distantes da cincia, eeem nos cientistas ¢ com ces afi ‘mam que a religido é uma erenca obsolete que na vida, deverios nos guiar apenas pela ciéncia, ou seia, Por nac em paticola, porque ss ncn, po scupréprioobietiva a Finvestigagdo de todo ser vivo apazde fore cer orientagao alguma para a vida das pessoas. Em nosso tempo, os homens de citciadeidram que jf substiay pom €fato gue agora, assim como trora, na sotedade humane, nem um dic homem ta Gone pode viver sm elgo (eu digo homem econl porque 0 homem inaiona, do inesmo modo gue um final, pode vive em seligio). Eo homem cacionl to pod vives son mliglo porque someats aga df to Homem raconal a nceoiria orienta sobre 0 sie fever, 0 qe faze antes eo qu fart depois. © homem taclcal nfo pode vier sao eligo jmtamente pore Todo animal orienta o proprio comportarieto — com cxcedo daquees que sto arrested pela necidade imecinta de satifagio de sue desjos—~ conierando te consequtacasdireas dese comporsmento, Cons Seo es cosine ue pos, o animal age de aordo com else sempre, sem tadeioen, age de una nia manic, de condo tom suas coonderniex. Ari par nap wath voa em busa de neta eo leva clea, porque no pa seus filhos eal desasconsidrages la nada Ue sabe © nada pode saber; assim também se comporta a ave, que constr6i seu ninho ou migra do norte para o sul € vice-versa. Assim também se comporta qualquer ani- ‘mal que age levado ndo por uma necessidade imediata ¢ momentinea, mas por considerages fundamentadas ern ‘consequéncias esperadas. Mas nio é assim com o ser hu ‘mano. A diferenga entre o ser humano eo animal é que as capacidades cognitivas do animal se limitam ao que chimamos de instinto, enquanto a capacidade cognitiva elementar do ser humano &a razio. A abelha, que cole- ta 0 alimento, néo pode ocorser nenhuma divida: serd bom ou ruim coleté-lo? Mas o ser humano, ao fazer a ceifa de eereais ou a colheita de frutas, nao pode deixar de pensar: ndo estaria arruinando o desenvolvimento fu ‘turo dos cereais ou das frutas? E nao estaria, com essa? colheita, privando de alimento seu préximo? Também ‘do pode deixar de pensar: o que sera das eriancas que cle esta alimentando agora? — e muito mais. As ques ‘es mais importantes, relacionadas 20 modo como 0 homem racional conduz a propria vida, no podem ser solucionadas de modo definitivo justamente por causa da abundancia de possiveis consequéncias, das queis talvex cle nem tenha consciéneia. Qualquer pessoa racional, se no sabe, pelo menos sente que, nas questoes mais im ortantes da vida, ndo pode se guiar nem por impulsos sentimentais pessoais nem por consideragdes sobre as consequéncias imediatas de sua aglo, pois percebe que essas consequéncias sio muita, diversas e com frequén= cia contraditérias, ou seja, so tais que, provavelmente, podem ser benéficas ou maléficas tanto para cla propria Quanto para outras pessoas. Hé uma lenda sobre um anjo que desceu a Terra, a casa de uma familia temente « Deus, matou a crianga que estava no berco e, quando the perguntaram por que havia feito iss0, explicou que 4 crianga seria um homem extremamente cruel ¢ faria familias infelizes. No entanto, no apenas a questio de al vide humana & tin ou maléfc, mas todas fs questoes mais importantes da vida fo impossvis de fer soluionadas por um homem racional com base na consideragio de sas relagbeseconsequéncias diets. O fomem racial ndo pode se contentar com as mesma cone im compute dots O set mano pode se considrar um animal no meio deanimais que vive o da present, pode se consierar tmembro de uma familia, de urna scidade e de wm povo Gur existe hi sculos, pode e até deve, obigatoramen- te (porque a iso condar ierepeimivlmente sua az), Poriso, ser himano devia faze, sempre fer em rel {fo 20s fendmenos nfntamentepequenos da vida que vd fear seu comportamentoyo que na matemtica recharged uso eaablecent dela Ges nfo apenas com os fenbmenos diets da vid, mat om todo o mando ifito no rerapoe no espago, com preendendo-o como uma uniade, Eo etabeecimento desea rlacio do sex humano com 0 todo, 46 qual ee se SEnte parte ¢ no qual busca orientagio para seu compor ‘aientg, Fevaramente o que se chamava ¢ se chama reli. gio. Por isso a religido sempre foi enéo pode deixar de secondo isin insuperiel pana vid do home. racional e da humanidade racional, xiv “Mas serd que existe a verdadeira religido? Todas as re- ligides sio infinitamente diversas, ¢ nao temos 0 direito de chamar nenhuma delas de verdadeira por ser ela a aque mais eaproxima de moso gosto diem os au {gam a religifo por suas formas externas, como alguma ddoenga da qual se sentem livres, mas que afeta 0 restante Ciedade esteja corrompida, sempre velam com a propria vida 6 fogo sagrado da religiao, sem o qual no poderia| existir a vida humana. Ha épocas (ea nossa é uma delas}| em que essas pessoas ndo slo vistas, em que, inteiramen- te desprezadas ¢ humilhadas, levam uma vida obscura entre nés — no exilio, em prisdes, em batalhdes disci- plinares; mas elas existem ¢ mantém uma vida humana sensata. Esses religiosos, por menor que seje seu nime- +0, so 0s que podem romper ¢ com certeza romperio © circulo vicioso em que as pessoas se encontram agci- Ihoadas. Eles podem fazer isso porque todos os danos perigos existentes como obstéculos no caminho do ser humano mundano que deseja mudar o sistema de vida existente nao apenas ndo existem para a pessoa religio- sa como fortalecem seu afi de lutar contra a fraude _— 05 derimos pras oe TOLSTOL ae de pregar, com palavras ¢ agdes, 0 que considera a ver~ dade de Deus. Quando essa pessoa pertence as classes dirigentes, nfo apenas no quer ocultar a verdade em prol de sua posigio como, ao contrério, por odiar essas vantagens, emprega todas as forcas de sua alma para se desprender dela e pregar a verdade, uma ver que em sua vida jf nao ha nenhum outro objetivo a no ser servic a Deus. Quando pertenee is classes escravizadas, tam- bém, do mesmo modo, renunciando ao desejo comum a gente de sua posigio de melhorar as pr6prias condigBes da vida carnal, ela nio tem nenhum outro objetivo a nao ser arealizago do desejo de Deus de desmascarar a frau de e pregar a verdade, e nenhum sofrimento ou ameaga ‘ capaz de obrigé-la a deixar de viver em conformidade com 0 sentido reconhecido por ela para a propria vida. FE aquele primeiro e ese segundo vio se comportar tio, naruralmente quant «pestoa uc abalha, suportando privagdes, para a aqusigio de riquezas ou para agradar a0 dominador do qual espera vantagens. A pessoa eeli- giosa age assim porque a alma ihuminada pela religizo vive nfo apenas a vida deste mundo, como vivem 0s nl religiosos, mas a vida eterna e infinita, para a qual sio to insignficantes 0s sofrimentos e a morte desta vida como sio insignificantes para o trabalhador do campo tas bolhas nas maos eo cansago dos membros. Pois essas pessoas romperlo 0 circulo vicioso em que 0s outtos estéo agora agrilhoados. Por mais que seiam oucas, por mais que Sejam inferores suas posigées na sociedad, por mais que sejam fracas sua erudigdo ou sua intligéncia, elas com coda certeza, assim como 0 fogo arcebata a estepe érida,arzebatarac todo 0 mundo, todos 08 coragées iridos, em consequéncia de uma longa Vida sem religido, e vidos pelo renascimento A religfo ndo é uma crenca estabelecida de modo ‘turais ocorrides outrora, em algum momento distante, € a ovignavidae de cri ‘nls omben ao ame col € oragies predetermi- Ge eestou das supersticdes de um passado de ignor cia, sem significado em nossa época c sem aplicaco em posse vida: a religiao € a relacio do homer a vida eterna ¢-com Deus, em conformidade com a jazi com o6 _-Bhisimentos contemporaneos, e faz_a humanidade pro: sedirem direct ao objetivo sue Ibesté nederanatee “A alma humana éo casigal de Deus", diz uma sbia sméximna judsica. Ohomem € um se fracoeinfelizenquars to-em sua alma néo arde a luz de Deus. Porém, quando are essa luz (esta 86 ade na alia ilaminada pela tl so omen orn os as pore do mun E no pode ser de outro modo, pois 0 que entio passa a agit. sobre ele nao € sa prpria fry masa fry de Deus, Eis, portanto, o que é a tligifo e em que consiste a [Tradugdio de Denise Regina de Sales) & = Carta sobre a educacao! [902] Querida Sénia,” FFiquei muito feliz com a conversa que tive com Iliu- cha” sobre a educagio das criancas. Embora se trate de tum enfoque negativo, tanto ele como eu concordamos gue as criancas devem estudar 0 menos possivel. Efeti- vamente, nao é um fato tio grave que as criangas cres- am sem conhecer uma coisa ou outra; mais grave € 0 {que ocorre com a maior parte das criangas, em especial quando, desconhecendo as matérias que os filhos estu- dam, as mies orientam sua educacio. Com isso quero dizer que as criancas ficam com indigestion de estudo, € E por isso que se voltam contra ele. Uma crianga, ou um, Adulto, 86 aprende quando sente gosto pelo objeto de es- ‘do, Sem isso ocorre um dano, um terrivel dano intelec: tual, que transforma as pessoas em deficientes mentais.. elo amor de Deus, querida Sénia, se vocé nao concor- * Sania é diminutiva de Sofia. A destinairia é Sofia N. Tol tia (1867-1934), nora de Tolséi,casada com Ilié L. Tolst6i, seu filho, Na traduZo para o ingls desta carta, feita por Ayl- mer Maude, contemporineo e cortespondente de Tosti, fo ram omitidos o aomes de Séniae Ili, assim como qualquer teferéncia aos dois. ** Diminutivo de Ti a ey rotsr61 da totalmente comig,screit em mim e scree gue, se essa questo nfo fore da mas alta importnca" ce ni The escreveria sobre cla, Acreice sbretao em see marido, que enxrga as coisas de mancies somata O argumento contri no entanto, com frequcia 6: seas exiangas nfo estudarem, de que se ocupario? De todos stposderlcsepatifarias com ae ehamiar camponesas? Levandos em conta nososbabos go “finos de vid, tal objegdo provem de un saci log co. Mas serfnecessrio abituar as eangas a una vila bi-ina, ou sj, de modo que elas sibum gue todas as suas necesidades, jam quai orem, sero saistas Sem nenhum efrgo da parte dls? Po isos a prmcia condo para uma boa educagao que a clang sabe au tudo aquilo de que ela precisa no eat pronto do 4, mas € 0 restado do trabalho de outras pessoas, Compreender que tudo qua cicundn cena do tba tho alhio, do trabalho de gente desconhecda © que ndo necessaviamente a ama est bem acima da compresnsio da eianga (Deus quia que cn entnda iso quando t tornar adult}, mat ela deve entender que peica em Aue uring €esvaziado elvado sem neahum peep sus babi ou pela rad, e que o mesmo ocr com ss borinase galochas, que ela encontra sempre lavadas¢ limps ase eo nao por mies acm or amor ela mas por rzbes ue la gorau ela pode e deve emender, eda quae deve se energonhar. Seca no sete vergonba, ee continua se aprvetar dss, isso indo da por edeagio, qc a mararépofunds mente porta a vida. Evia iso é, no enano, muito fcr a he pi emg estilo mats poco) do met eto de morte, que pratique isso com seus hos. Dexe-osfaercom empeso, tudo © que precisarem ater par si propios:dscartar asp. fee, pega 6g do ogo, var lou, evunar O gusto impr os sapato a5 oupasaumar 4 mesa (0s OtTIMos DIAS DE TOLST6! a5 «assim por diante; deixe-os fazer sozinhos. Acredite em ‘mim, por mais insignificantes que tais tarefas possam pa- recer, elas sito muito mais importantes para a felicidade de seus fillos do que o conhecimento da lingua france sa, de histéria, e assim por diante, £ verdade que entio surge a principal difculdade: as eriangas fazem com pra- zet apenas aquilo que seus pais fazem, e € por isso que Ihe fago essa siplca (a voc®, que é tio corajosa, e, tenho certeza, capaz). Se Ilié no proceder dessa forma (espere~ mos que isso no aconteca) nao seré nenhum problema. Queica Deus, para o bem dessas criangas, que voc? pon: dere o que eu disse. Com esse prinefpio, eliminamos duas aquestBes de uma s6 ver: ele permite que se estude menos, utilizando 0 tempo da maneia mais proveitosa e natural, acostuma as criancas & simplicidade, 20 trabalho © utonomia. Por favor, por favor, eu lhe pero, faca isso. Voc# fcard satisfeita desde o primeiro més, eas criancas ficaro ainda mais, Seria muito bom se pudéssemos acres- centar 0 trabalho na terra — como uma horta, por exem~ plo—, ainda que essa atividade seja uma brincadeira na ‘maior parte do tempo. A necessidade de que cada um cui- de de si mesmo e de que limpe o que suja € reconhecida em todas as melhores escolas, como a de Bedales,’ onde 0 ‘proprio diretor aderin a esse exemplo. ‘Acredite em mim, Sénia, sem essa condicdo no hi ceducagdo moral nem cristd, nem a consciéncia de que to dos os homens sio irmaos ¢ iguais entre si. Uma crianga é capaz de entender que um adulto, que seu pai — seja cle banqueiro, torneiro, artista ou feitor —, cujo traba- Iho alimenta a familia, pode ser dispensado dessas tare- fas caso estas o impecam de dedicar todo o seu tempo a + Escola pablica inglesa localizada em Hampshire. Fun- ‘ada em 1893 por John H. Badley, Bedales foi a primeira escola mista do pais e ficou conhecida por seu ambiente liberal selizgio de seu tabalo. Mas como uma eran pe- auena, qu anda nao tem habildade para fazer nada Dode ser capaz de entender que otros feyam pars el ilo qu The € natural aves sozinha? Anca explicago para era questlo que as pes soas se dvdem em da seo senhores esr; or mais que expliguemos i cianga as palaveas "liber dade” "Feaeridade, as pessoas e121 manciva como cls vivem, dee que lvantam até hora do jt, The provari o contra Alem disso, nos ensinamentos dos mas vlhos sobre moral, a erangapeceber, no fundo de sa ala que todos on sermées so enganosos el ein de ae tarem seus prdprios pais em seus meses, at mesg na necesiade de qualques moa, seja qual for Mais uma consideasio: cso ea impose fazer tudo 0 que mencione,determinadas siuagaes farfo com guess cranes percebanimedatamente as dean. ‘agent decorrentes de no cumpris certs treat “por exemplo, se a oupas eo spatos de passiondo cr vere limpot nem scos sett impossivel say sea gua Io for retrada do poco ou sea louga no for lava, serdimponiel beber. cin de tnd, nde toma ode le: Emnoventa pr cento dos aso, a mis ago #30 co. metas no mundo porque nio as cometer seria ride Dees pat ami, gy rousté1 {[Tradugio de Belkiss J. Rabello} a Apelo ao clero [xg02]} Sejam vocés quem forem — popes, cardeais, bispos, superintendentes, sacerdotes, pastores — e seja qual for sua fé religiosa, deixem de lado por algum tem- po a certeza de que vacés, justamente vocés, slo 0s nicos e verdadeiros discipulos de Cristo Deus, cha- mados a pregar seu tnico e verdadeiro ensinamento, e lembrem-se de que, antes de serem popes, cardeais, bispos, superintendentes e assim por diante, vocés sao, acima de tudo, seres humanos, ou seja, de acordo com seu proprio ensinamento, seres enviados ao mundo por Deus para 0 cumprimento da vontade Dele; lembrem- se disso e reflitam sobre © que tém feito. Toda a sua vida é dedicada a pregar, apoiar e propagar entre as pessoas um ensinamento que vocés dizem ter-Ihes sido revelado pelo proprio Deus, ¢ que por isso € 0 tinico verdadeio e redentor. ‘Mas em que consiste esse ensinamento ‘inico, ver- dadeiro e redentor pregado por vocts? Seja qual for s:chamada profissio de f6 cristi 4 qual pertencam — catdlica, ortodoxa, luterana, anglicana —, sea ensi- ‘namento é considerado por vocés préprios como um ensinamento manifestado, de modo exato ¢ integral, rio simbolo de fé estabelecido pelo Concilio de Niceia hi x600 anos. As resolugdes desse simbolo so as se- gaintes: r Primein hi wn Devs Pai (primeira pessoa da Tin dae) criador doce da trae de todos os anjos Segunda: um Gnicofiho de Dew Pain grad, imas nacido (a segunda pessoa da Trindade). Por elo Ass ho fol eto o mando, Teresi: para salvar os homens do pecado eda mor- ts, com os que foram todo eastigas pela desobe- diéncia de seu antepasnado Ao, 0 iho de Deas veto 8 tera, fers cane pelo Espirito Santo e pela Virgen Mari fomou-se homer Quarta: ese iho fi cruicado por causa do pe- cado dos homens. - ‘ Quinta: ele sof ef seputado,ressusciou ag teri dia come hava sid profetaado mos hvrok dos hebrew Sexta tendo subdo aos cn esi est semtado& dirca de Devs Pa. Sima: exe fio de Deus, no tempo devi, retoena- 14 tec para jugar os vivos eos motos. Ottava: ha un Epi Sano (atria pessoa da Tendade), 3 semelhanga do Pal, she fla por meio des profes, ont peta a poise defé mais propagedes) hi uma Gnica grein sana einfliel o, ai preisamen- te cosine contac infalel agudn ile & aual pertenceo profess). ssa ipa se compe de to ds os qu ala cree, vivose mores écimas(ambém pars as profesGes de mais pro- pandas) hi o sacramento do batsmo, por meio do gual 4 batizado se ranomte a fora do Eo Sano Décima print: no segundo advento de Crit, s almas dos mortos © iniro asus corpo, eles see ior Décima segunda: aps osegando advento ted incio 4 vida eterna dos justo no paras, em una nova terra i os BiriMos pias DE ToLsTOr a9 e sob um novo céu, e a vida eterna dos pecadores nos, ‘martirios do inferno. Sem falar nas profisées de f€ mais propagadas en- tre vocés — a catdlica e a ortodoxa —, nos santos ¢ na gio benéfica da adoragio dos despojos corporais desses santos ¢ de suas representages, assim como da represen= tagdo de Cristo e da Virgem Maria, nesses doze pontos ‘estdo as bases da disposicio dessa verdade, que, para a salvagio dos homens, como vocés dizem, Ihes foi reve- Jada pelo préprio Deus. Alguns de vocés pregam essas disposigées literalmente, assim como foram expressas; outros fentam Ihes dar um significado alegorico, mais ou ‘menos condizente com o conhecimento contemporineo com o bom-senso, mas todos, igualmente, nao podem deixar de reconhecer e reconhecem essas disposicdes como a expresso exata daquela verdade tinica, revelada pelo préprio Deus, e pregada por vocés as pessoas para a salvagio delas. Pois muito bem. Foi-lhes revelada pelo préprio Deus a ni cca verdade que redimiré a todos; € inerente as pessoas a busca da verdade, e quando esta Ihes é transmitida clara- mente sempre a recebem com alegria guiam-se por ela Por isso, para comunicar a todos sua verdade, reve- lada a vocés pelo préprio Deus capaz de salvar toda ‘a humanidade, parece-me que bastaria transmitir essa verdade de modo simples e claro, oralmente e por escri to, com razodvel conviceio, as pessoas capazes de aceité sla. E como vocés tém pregado a sua verdade? Desde @ @poca em que se formou a sociedade autodenominada Igzeja, seus antecessores pregaram essa verdade prefe- rencialmente pela violéncia. Eles preconizavam essa ver- dade ¢ castigavam os que no a reconheciam. (Milhbes ce milhes de pessoas foram martirizadas, assassinadas

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