Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O que é Mecânica? A Mecânica pode ser definida como a ciência que descreve e
prediz as condições de repouso ou movimento de corpos sob a ação de forças. É dividida
em três partes: Mecânica dos Corpos Rígidos, Mecânica dos Corpos Deformáveis e
Mecânica dos Fluidos.
Mecânica dos
Corpos Rígidos
Conceitos Fundamentais
1
Na mecânica Newtoniana, espaço, tempo e massa são conceitos absolutos, sendo
independentes um do outro. Por outro lado, o conceito de força não é independente dos
outros três. Isto é indicado por um dos princípios fundamentais da Mecânica.
O estudo da Mecânica elementar repousa em seis princípios fundamentais, baseados
em evidências experimentais, os quais são:
A Lei do Paralelogramo para Adição de Forças. Estabelece que duas forças atuantes
sobre um ponto material podem ser substituídas por uma única força, chamada resultante,
obtida pela diagonal do paralelogramo cujos lados são iguais às forças dadas, como será
visto em seguida.
O Princípio de Transmissibilidade. Estabelece que as condições de equilíbrio ou de
movimento de um corpo rígido permanecerão inalteradas se uma força que atua num dado
ponto do corpo rígido for substituída por outra de mesma intensidade, direção e sentido,
mas que atua em um ponto diferente, desde que as duas forças tenham a mesma linha de
ação.
As Três Leis Fundamentais de Newton. Formuladas por sir Isaac Newton em fins do
século XVII, essas leis podem ser enunciadas como segue:
Primeira Lei. Se a intensidade da força resultante que atua sobre um ponto material é
zero, este permanecerá em repouso (se estava originalmente em repouso) ou permanecerá
com velocidade constante e em linha reta (se estava originalmente em movimento).
Segunda Lei. Se a força resultante que atua sobre um ponto material não é zero, este
terá uma aceleração proporcional à intensidade da resultante e na direção desta, com o
mesmo sentido. Esta lei pode ser expressa pela equação 1.
F = m⋅a (1)
sendo, F a força resultante que atua sobre o corpo, m a sua massa e a a sua aceleração.
Terceira Lei. As forças de ação e reação entre corpos em contato têm a mesma
intensidade, mesma linha de ação e sentidos opostos.
Lei de Gravitação de Newton. Estabelece que dois pontos materiais de massas M e m
são mutuamente atraídos com forças iguais e opostas F e –F de intensidade F dada pela
fórmula apresentada na equação 2.
M ⋅m
F =G (2)
r2
2
1. ESTÁTICA
1.1 Forças e Momentos
Uma força representa a ação de um corpo sobre outro. Ela é caracterizada por seu
ponto de aplicação, sua intensidade, direção e sentido.
A intensidade de uma força é definida por um certo número de unidades medidos em
newtons (N); a direção é definida por sua linha de ação, a qual é caracterizada pelo ângulo
que forma com algum eixo fixo; e o sentido da força pode ser caracterizado por uma seta,
conforme apresentado na figura 3.
10 N 10 N
A 30o A 30o
P+Q=R
A Q A Q A
P P
P
Vetores Vetores
iguais opostos
-P
P -Q
P-Q P
P - Q = P + (-Q)
Q
3
A intensidade da força resultante pode ser definida graficamente, desde que os vetores
estejam apresentados em escala e posição corretas. Uma forma mais prática faz uso da
regra do triângulo, a qual está ilustrada na figura 7.
P
P
R
P+Q=R
β R2 = P2 + Q2 – 2PQ cosβ
A Q A Q
Outra opção seria utilizar a lei dos senos, como ilustrado na figura 8.
A
B
C+A=B M γ
α
C β A
M
A B C
C = =
sin α sin β sin γ
Figura 8 – Aplicação da lei dos senos.
θ
F = Fx i + Fy j
x
Fx
Figura 9 – Decomposição de um vetor em componentes cartesianas no plano.
4
F = F (cos θx i + cos θy j + cos θz k) (6)
y y y
Fy Fy Fy
F F F
θy
θx x x x
Fx Fx θz Fx
Fz Fz Fz
z z z
P2 P1
Problema físico real Diagrama espacial Diagrama de corpo livre
Figura 11 – Típico problema de engenharia mecânica.
Até aqui, se considerou que cada corpo poderia ser tratado como um ponto material.
No entanto, nem sempre isso é possível e, de maneira geral, um corpo deve ser tratado
como um conjunto de grande número de pontos materiais, ou corpo rígido. O tamanho do
corpo deve ser considerado em virtude do fato de as forças atuarem em pontos diferentes.
5
As forças que atuam em corpos rígidos podem ser classificadas em dois grupos, de
acordo com a figura 12.
F F
Momento de uma força. O momento Mo de uma força pode ser definido como a
tendência de uma força F fazer determinado corpo rígido girar em torno de um eixo fixo
definido. A intensidade deste momento pode ser definida como o produto escalar da
intensidade da força aplicada pela menor distância existente entre a linha de ação da força
até eixo definido. A figura 14 ilustra a vista superior de uma porta articulada em A,
sofrendo a ação de forças aplicadas em direções distintas e seus respectivos momentos.
A A A
d
90o r r
F F
θ F
Mo = Fd Mo = Fd = Fr sen θ Mo = Fd = Fr sen0 = 0
Figura 14 – Momento sendo gerado em uma porta.
6
Do ponto de vista matemático, o momento é dado pelo produto vetorial entre o vetor
posição r e o vetor força F (Mo = r x F). Assim, o vetor que representa o momento deverá
ser perpendicular ao plano que contém o vetor força e o vetor posição e seu sentido é
definido pela regra da mão direita, onde o dedo polegar indica o sentido do vetor Mo e os
demais dedos encurvados no sentido da rotação que F tende a comunicar ao corpo rígido.
Assim, no caso apresentado na figura 14 temos o vetor que representa o momento
apontando para fora do papel, ou seja, a porta tende a girar no sentido anti-horário. Por
definição, nesta situação o momento Mo é considerado positivo.
A propriedade distributiva do produto vetorial permite fazer a seguinte relação:
d
dy
90o r
Fx
θ x
F dx
θ
Fy
F
Mo = Fd = Fr sen θ Mo = Fxdy - Fydx
Figura 15 – Aplicação do Teorema de Varignon.
i j k
M o = rx ry rz (8)
Fx Fy Fz
7
1.2 Treliças Planas
Os problemas estudados até o momento consideravam o equilíbrio de um único corpo
rígido, e todas as forças consideradas eram externas ao corpo rígido. Consideraremos,
agora, problemas tratando do equilíbrio de estruturas compostas de várias partes
interligadas. Esses problemas tratam não apenas da determinação das forças externas que
agem sobre uma estrutura, mas também da determinação das forças que mantêm unidas as
várias partes da estrutura. Do ponto de vista da estrutura como um todo, essas forças são
denominadas forças internas.
Considere-se, por exemplo, o guindaste ilustrado na figura 16a, que suporta uma
carga P. As forças externas que agem no guindaste estão representadas no diagrama de
corpo livre da figura 16b, as quais são P, as duas componentes Ax e Ay da reação em A e a
forças T exercida pelo cabo D. As forças internas que mantêm unidas as varias partes do
guindaste não aparecem no diagrama. Se, contudo, o guindaste fosse desmembrado,
conforme a figura 16c, e se fosse traçado um diagrama de corpo livre para cada uma de
suas partes componentes, as forças que mantêm os componentes da estrutura unidos
deveriam também ser representadas.
Deve-se notar que a força exercida pela barra BE sobre o ponto B da barra AD foi
representada como igual e oposta à força exercida no mesmo ponto da barra BE pela barra
AD. Isto está de acordo com a terceira lei de Newton, que estabelece que forças de ação e
reação entre corpos em contato possuem o mesmo módulo, a mesma linha de ação e
sentidos opostos. C E F
D D D P
T T
E F E F
C C C
(c)
P
B P B B
A A A
G Ax Ax E
Ay Ay
(a) (b)
B
Uma das estruturas consideradas neste tipo de análise são as treliças. As treliças são
projetadas para suportar cargas e são, usualmente, estruturas estacionárias, totalmente
vinculadas. São formadas unicamente por elementos retilíneos conectados em juntas
localizadas nas extremidades de cada elemento. Dessa forma, nos membros de uma treliça
8
atuam duas forças de mesmo módulo e direção, porém de sentidos opostos. As treliças
oferecem, ao mesmo tempo, uma solução prática e econômica a muitas situações de
engenharia, especialmente no projeto de pontes e edifícios. Em geral, as barras de uma
treliça são delgadas e podem suportar pequena carga lateral. Sendo assim, todas as cargas
devem ser aplicadas às várias juntas e não às barras em si. A figura 17 ilustra uma treliça
típica.
C
A D
B
P
RAx A D B
RAy P By
RAx A
D B
RAy P RB
(a) (b)
Figura 18 – Aplicação do método dos nós.
9
1.2.2 Análise de uma treliça pelo método das seções
O método dos nós é mais eficaz quando é necessário determinar as forças em todas as
barras da treliça. Se, entretanto, a força em somente uma barra ou a força em apenas poucas
barras forem desejadas, o método das seções será mais eficiente.
Supondo que se deseja determinar a força na barra BD da treliça ilustrada na figura
19a. Para tanto é necessário determinar a força com que a barra BD atua sobre os nós B e D.
Utilizando o método das seções, pode-se escolher como corpo livre uma parte da treliça
composta por vários nós e barras, desde que a força desejada seja uma das forças externas
que agem nessa parte. Além disso, a seção deve estar localizada de tal forma que exista um
total de, no máximo, três forças incógnitas agindo sobre ela. Assim, a força desejada poderá
ser obtida resolvendo-se as equações de equilíbrio para essa parte da treliça, considerando-a
como se fosse um corpo rígido sob ação apenas de forças externas. Após escolher o local da
seção pode-se utilizar como corpo livre qualquer uma das duas partes da treliça.
P1 P2 P3 P1 P2
B D B FBD
A G A
FBE
C E C FCD E
(a) (b)
Figura 19 – Aplicação do método das seções.
z z
P
y ∆ P1 y
y1
y
G
x x1
x x
10
Sua resultante é, então, uma única força na mesma direção, com módulo P = Σ∆Pn. ,
posicionado nas coordenadas x e y da placa, como ilustrado na figura 20. Para obter as
coordenadas x e y do baricentro G, onde a resultante P deve ser aplicada, escreve-se que os
momentos de P em relação aos eixos y e x são iguais à soma dos momentos
correspondentes dos pesos elementares conforme a equação 9.
11
1.3.4 Momento de Inércia e Raio de Giração
Considera-se a área A situada no plano xy e o elemento de área dA de coordenadas x
e y, conforme ilustrado na figura 21.
Y
dA
y
A
X
O x
∫y
2
Ix = dA (14)
A
∫x
2
Iy = dA (15)
A
Essas integrais são chamadas de momentos de inércia retangulares, uma vez que são
calculadas pelas coordenadas retangulares do elemento dA.
Da mesma forma, pode-se definir o momento de inércia polar da área A em relação ao
ponto O, como ilustrado na figura 22 e conforme a expressão 16.
dA
ρ
A
X
O
∫ρ
2
JO = dA (16)
A
Resolvendo as integrais apresentadas nas equações 14, 15 e 16 percebe-se que seus
valores são sempre positivos. No Sistema Internacional de Unidades eles são usualmente
expressos em m4 ou mm4.
É possível estabelecer uma relação importante entre o momento de inércia polar JO de
uma certa área e os momentos de inércia retangulares Ix e Iy dessa área, uma vez que
ρ2 = x2 + y2, conforme a expressão 17.
12
∫ρ ∫ (x + y 2 )dA = ∫ y 2 dA + ∫ x 2 dA
2 2
JO = dA =
A A A A
JO = I x + I y (17)
Ix
rx = (19)
A
Iy
ry = (20)
A
JO
rO = (21)
A
1.3.5 Teorema dos Eixos Paralelos
dA
y'
x'
y C
d A
X
13
∫y ∫ ( y '+d )
2 2
Ix = dA = dA
A A
∫ y' dA + 2d ∫ y ' dA + d 2 ∫ dA
2
Ix = (22)
A A A
I x = I x' + A ⋅ d 2 (23)
Da mesma forma pode-se deduzir uma equação para o momento de inércia polar.
JO = JC + A ⋅ d 2 (24)
14
2. CINEMÁTICA
P
O
x (m)
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
30
20
distância (m)
10
0
0
5
0.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
tempo (s)
-10
-20
15
A velocidade escalar média de um ponto material ao longo do tempo é definida
como o quociente entre o deslocamento ∆x e o intervalo de tempo ∆t.
∆x
Vm = (25)
∆t
∆x dx
v = lim = (26)
∆t →0 ∆t dt
∆v
am = (27)
∆t
x t a.t 2
∫0
dx = ∫ (vo + a.t )dt ⇒ x − xo = vo .t +
0 2
(31)
16
2.2 Movimento de vários pontos materiais
xB/A = xB – xA (33)
A B
x
O
xA xB/A
xB
Neste caso, um sinal positivo para xB/A significa que B está à direita de A e vice-
versa, independentemente da posição de A e B em relação à origem.
vB/A = vB – vA (34)
aB/A = aB – aA (35)
Quando um ponto material se desloca ao longo de uma curva qualquer, dizemos que
está em movimento curvilíneo. Para definir a posição P, ocupada pelo ponto material num
instante t, deve-se selecionar um sistema de referência fixo, tal como apresentado na figura
27, e traçar um vetor r unindo a origem O e o ponto P. O vetor r é denominado vetor
17
posição do ponto material, no instante t, e define completamente a sua posição em relação
aos eixos coordenados.
y
a v
x
z
Figura 27 – Movimento curvilíneo de um ponto material.
a
at
an
r
x
z
Figura 28 – Componentes normal e tangencial da aceleração.
18
Assim, a componente tangencial passa a ser responsável pela variação da velocidade
da partícula e a componente normal, a qual está apontada para o centro da trajetória
curvilínea, pela variação da direção do movimento, e são definidas pelas equações 38.
r r
r dv r v2
at = ; an= (38)
dt ρ
2.4 Rotação em torno de um eixo fixo
ρ
ω
θ
O x
dθ
ω= (39)
dt
v = ω ⋅r (40)
Sendo assim, a aceleração do ponto material tem a sua componente tangencial nula
e sua componente normal calculada conforme a equação 38.
19
pela sua componente normal como pela componente tangencial. Esta última está
diretamente relacionada com a aceleração angular (α) que é definida pela equação 41.
dω
α= (41)
dt
at = α ⋅ r (42)
α .t 2
θ − θ o = ω o .t + (43)
2
20
A.1 Centróides e Áreas de Figuras Planas
Figuras Planas x y A
y
C b h
Retângulo h b.h
2 2
x
b
h C b h b.h
Triângulo
x 3 3 2
b
y
Círculo C 0 0 π .r 2
r x
y
r C 4.r π .r 2
Semicírculo x 0
3.π 2
y
r
C 4.r 4.r π .r 2
Quadrante x
3.π 3.π 4
y b
Elipse C
x 0 0 π .a.b
a
A.2 Momentos de Inércia de Figuras Planas
Figuras
Ix Iy Jo
Planas
y y'
O b.h 3 b 3 .h b.h.(b 2 + h 2 )
h x' Ix = b.h 3 Iy = b 3 .h
Retângulo 3 I x' = 3 I y' = 12
12 12
x
b
y'
b.h 3
h C Ix = b.h 3 b 3 .h b 3 .h
Triângulo x' 12 I x' = Iy = I y' = -
x 36 12 36
b
y'
π .r 4 π .r 4 π .r 4
Círculo O x' I x' = I y' =
r 4 4 2
y'
π .r 4 (
r 4 9π 2 − 64 )
r C
x' Ix = I x' =
72π
π .r 4 π .r 4
Semicírculo x 8 I y' =
O 8 4
y y'
r π .r 4 (
r 4 9π 2 − 64 ) π .r 4 (
r 4 9π 2 − 64 )
C x' Ix = I x' =
144π
Iy = I y' =
144π
π .r 4
Quadrante x 16 16
O 8
y b
π .a.b.(a 2 + b 2 )
O
π .a.b3 π .a 3 .b
Elipse x 4
4 4
a