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1.

O TRÁFICO DE ESCRAVOS TORNOU –SE DURANTE O SÉCULO XIX


ELEMENTO FUNDAMENTAL DA ECONOMIA DE MOÇAMBIQUE.

A exploração massiva de escravos durante o século XVIII, com especial incidência nos
últimos anos, contribuiu para a criação em Moçambique de uma pequena classe mercantil
que levou a organizar-se em companhias e tentou apoderar-se do comércio local,
nomeadamente, a importação e exportação e o próprio tráfico de escravos. Não há dúvida
de que o tráfico não é benéfico para a população camponesa que tinha a sua agricultura
de subsistência e desenvolvia seu comércio local.

Este tráfico já havia demonstrado o seu inicio antes do Século XVIII como relatam fontes
Árabes e portuguesas que tanto mulheres como homens, já haviam saído de
Moçambique .Mas só a partir de 1762 é que a situação muda. Estes escravos eram
adquiridos pelos franceses, ingleses, brasileiros e portugueses para as plantações de
açúcar, café, nas ilhas Mascarenhas no Índico, América, Camarões, Madagáscar, entre
outros. As populações mais sacrificadas foram as de origem macua que foram levadas
para as regiões acima mencionadas dentro das quais também Zanzibar, Golfo pérsico,
Brasil e Cuba.

O tráfico contribuiu para a economia de Moçambique na medida em que os portugueses


por cada cabeça de individuo ou família, ganhava muito dinheiro para desenvolver a sua
economia local (criação de infraestruturais e redes de comércio local que em parte
também beneficiou os moçambicanos).

Enquanto que para os portugueses e seus aliados o tráfico significou acumulação de


capitais para desenvolver as suas actividades, para os moçambicanos significou
despovoamento da força do trabalho dando estagnação das sociedades, O abandono das
populações das suas terras de cultivo, fuga maciça para outras regiões circunvizinhas
deixando as suas zonas despovoadas e sem o comércio seguro e permanente semeando
assim fome e miséria .Houve também degradação dos valores morais e sociais

É com base neste tráfico que Moçambique aumenta a sua capacidade económica,
consegue alimentos, vestuários, louças, tecidos para desenvolver o seu artesanato local.
Consegue também missangas, objectos preciosos entre outros num período em
Moçambique carece de ajuda externa.

Não se pode dizer que o tráfico tenha destruído a economia de todos os moçambicanos
pois alguns GOVERNADORES locais como é o caso de Vasconceles e Cirne grandes
exportadores de escravos obtiveram também privilégios alfandegários para permitirem a
passagem destes escravos. Isso demonstra que a sua rede era grande do que se podia
pensar. ESTES chefes locais ganharam com este negócio desumano muito dinheiro e
objectos preciosos. Alguns residentes de QUELIMANE dizem ter visto chegar de Brasil
inúmeras vezes muitos barcos vazios que depois saiam carregados de escravos para
vários destinos. fizeram-se grandes fortunas em Quelimane.(Segundo RENÉ
PELISSIÉR).
Em 1822, Quelimane era considerada maior porto de tráfico de escravos na costa oriental.
Os escravos eram trocado por bagatelas, panos coloridos, armas, pólvora, latão, cutelária,
missangas, etc.

Os governadores dos portos subalternos trataram de ficar com o negócio para si e


governador Geral pretendia a legalização deste tráfico de modo a conseguir mais
imposto. Estes viram neste tráfico uma boa oportunidade de negócio, talvez uma parte
deste dinheiro tenha servido para desenvolver a economia local.

Com este negócio Moçambique vem resolver muito dos seus problemas económicos
criando outros problemas já acima mencionados.
Este tráfico passa a ser a base de desenvolvimento da economia moçambicana pois todas
as atenções viram-se para este negócio.

2. A HISTÓRIA DE MOÇAMBIQUE FOI ESCRITA PARA ILUSTRAR O


PONTO DE VISTA MARXISTA DOS SEUS AUTORES SOBRE O
IMPERIALISMO.

De que forma a abordagem desenvolvido na obra espelha um carácter marxista.

Porque os autores desta obra estão preocupados em trazer para nós um material histórico
que eleva mais PORTUGAL e a FRELIMO (partido que governa Moçambique)
escondendo uma parte da real história do país(Segundo MALY NEWITT).esta obra é
feita com a finalidade de ignorar ou apagar o registo histórico, os factores que muitas
vezes dividiam os moçambicanos. Trazem-nos apenas o que realmente lhes interessa
baseado em suas ideologias. Os próprios autores vem usar a sociedade moçambicana
como forma de atrair mais adeptos para a sua ideologia e REGIME. A história é feita
para o povo com certo fim de elevar os portugueses que são tidos como imperialistas e
capitalistas e retratar que os camponeses sempre foram obrigados a trabalhar. Nas
páginas 194-196 do 2º volume da HISTÓRIA DE MOÇAMBIQUE verificamos que os
camponeses correspondiam as exigências do Mercado e desenvolveram culturas que
eram vendidas através da rede estabelecida pelos comerciantes indianos. Para estes
autores a nossa história se ajusta à evolução das relações capitalistas modernas.

Estes autores procuram trazer uma boa imagem de Portugal e um pouco negativa dos
moçambicanos.

Segundo MALY NEWITT muitos dados acerca de Portugal não são revelados de modo a
esconder sua fraqueza económica e não demonstrar que Portugal sempre precisou das
ideias dos moçambicanos para se desenvolver e que este não tinha capacidade de
governar sozinho o seu país ,pois o imperialismo tinha que começar primeiro no seu
próprio país .

Portugal era uma potência economicamente fraca ,mais foi colocada numa posição forte.
A HISTÓRIA DE MOÇAMBIQUE ajuda a fortificar Portugal e dá pouca informação
sobre estes dados por exemplo: sobre as flutuações do comércio e da balança de
pagamento em Moçambique, sobre como é que as variações de preços mundiais
afectaram a produção de culturas ou como as políticas económicas afectaram os diversos
sectores da economia, todos estes temas analisados em profundo no THIRD
PORTUGUESE EMPIRE, de CLARENCE SMITH.

É portanto um livro que carrega consigo uma História que está por um lado PORTUGAL
e por outro CAMPONESES((moçambicanos).

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