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FERRY, L.; GAUCHET, M.

Depois da religio: o que ser do homem depois que a religio deixar de ditar a
lei? Rio de Janeiro: Difel, 2008.

Vivemos a morte de Deus ou, ao contrrio, o retorno do religioso?. (FERRY e GAUCHET, 2008, p. 7).

Assistimos, eles concordam, a um duplo processo, que Mareei Gauchet havia descrito em seu livro
Le dsenchantement du monde (Gallimard, 1985): de um lado, a "sada da religio" e, do outro, a
"individualizao do crer".
o Duplo processo
Sada da religio
Individualizao do crer
o De fato, o que se apaga, de modo definitivo, uma viso do mundo inteiramente estruturada
pela religio (como heteronomia), uma concepo em que o religioso impregna todos os
setores da vida pblica e privada. (FERRY e GAUCHET, 2008, p. 8).

Pensar o estatuto desse religioso inquieto, problemtico e incerto num universo laicizado.
o Como pensar o religioso depois da religio?

Para Luc Ferry, a poca contempornea caracteriza-se pelo cruzamento de dois processos
1. "HUMANIZAO DO DIVINO"
Linguagem do humanismo
o Traduo dos contedos tericos e prticos da religio
2. "DIVINIZAO DO HUMANO"
Ressurgimento da transcendncia
No mais vertical (entre os homens e o alm),
Mas horizontal (entre os prprios homens)
Humanismo do homem-Deus

esse duplo processo que faria do humanismo contemporneo um humanismo do homem-Deus. No corao
desse humanismo, nica alternativa a uma interpretao materialista e imanentista da vida humana, o
religioso no estaria destinado a se enfraquecer, mas, ao contrrio, a encontrar sua forma mais autntica.
(FERRY e GAUCHET, 2008, p. 9).

Marcel Gauchet
Afastamento e separao entre o transcendente e o imanente
Ele persiste assim na ideia de que vivemos a poca de um afastamento e de uma separao
entre o homem e Deus que no cessa de se ampliar.
Humanismo sem Deus
essa separao que teria atingido atualmente sua amplitude mxima, de tal forma que o
humanismo contemporneo, que deveria ser pensado ou inventado em nossos dias, no seria
aquele do homem Deus, mas, ao contrrio, aquele do homem sem Deus e do homem definitiva e
irrevogavelmente sem Deus. (FERRY e GAUCHET, 2008, p. 9, 10).
o A figura histrica do sagrado destinada a enfraquecer em proveito de um "absoluto
terrestre", cujas modalidades e formas ainda necessitam ser identificadas. (FERRY e
GAUCHET, 2008, p. 10).
A sabedoria do homem-Deus, longe de deixar lugar ao orgulho e desmedida (a hybris dos gregos),
tentar encontrar no indivduo finito e mortal os meios de sua justificao, de sua salvao e de sua
grandeza

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