Cilndricas ou prismticas, quadradas ou rectangulares, simples ou
elaboradas, as chamins algarvias so um smbolo da regio, fruto da influncia de cinco sculos de ocupao rabe.
No Algarve no havia duas chamins iguais, porque os motivos decorativos
dependiam sempre dos dias de construo e das posses do proprietrio. Alis, era costume entre os mestres pedreiros perguntar quantos dias queriam de chamin, para avaliar o valor do trabalho. Quanto mais delicada e difcil a sua elaborao, mais dispendiosa se tornava. A cor predominante era o branco da cal, mas existem honrosas excepes, sobretudo em ocres e azuis.
Mais do que pura utilidade, as chamins tinham um valor ornamental. A
chamin de uso, e tambm a mais simples e funcional, ficava na diviso onde se faziam as refeies, enquanto a chamin rendilhada, mais pequena e personificada, ocupava um lugar de destaque na cozinha, onde apenas se recebiam visitas.
Em termos prticos, a chamin era considerada um sinal de presena de
pessoas, um bom indcio do estado do tempo, e o local onde era marcada a data de construo da casa.
O interior do Algarve, especialmente Querena, Martinlongo e Monchique, so
os locais onde melhor se podem contemplar estas seculares chamins, smbolos da arte popular, prova da percia do pedreiro e motivo de orgulho para qualquer proprietrio.