Você está na página 1de 1

Associação Sócio - Profissional Independente da Guarda

Rua das Portas de Santo Antão nº 117 - 2º andar - Sala E

1150-226 Lisboa

Telemóveis: 917772449 e 966761930


Faxes: 213611127 e 263978741

COMUNICADO

A Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda Nacional Republicana (ASPIG)


repudia o facto do Governo ter optado pela criação de uma “Divisão de Trânsito e Segurança
Rodoviária, na Direcção de Operações, do comando Operacional, da Guarda” numa suposta
tentativa de colmatar o “erro” político que foi a extinção da Brigada de Trânsito.
A ASPIG não pode compactuar com medidas “esfarrapadas” que visam inquinar a certeza de
que só com uma Unidade com competência a nível nacional, como foi a Brigada de Trânsito,
porá, de alguma maneira, termo à “guerra civil” nas estradas portuguesas.
A característica mais marcante da Guarda é que está sob o controlo do poder político. Tanto o
recurso à força militar para atingir objectivos políticos, como a designação dos próprios
objectivos, são competências próprias dos Governos. Porém, a Guarda deve subordinação e
obediência ao poder político legítimo e democraticamente constituído, mas não lhe deve
submissão. Na realidade, é aos portugueses que, em última análise, prestará sempre contas.
Na opinião da ASPIG, a classe política tem vindo sistematicamente a destruir os alicerces
fundamentais da Guarda (com o acordo tácito das chefias, no mínimo por omissão), criando
expectativas, ludibriando e adiando regulamentação legal estatuária fundamental.
Nestes últimos anos o “stress” da actividade política tem despojada a Guarda da sua dignidade,
castrando-a dos seus princípios éticos fundamentais e, mais recentemente, adulterado e
corrompendo o conceito básico de disciplina militar, alicerçado no exemplo dos chefes,
substituindo-o por outro, incoerente e discricionário.
Nestes últimos anos, “nasceu” no seio da Guarda uma panóplia de valências (Comandos,
Divisões, Chefias) que em nada têm contribuído para a coesão entre os militares afectos a cada
uma delas. Um regime de subsídios diferenciados veio criar um fosso abismal entre os militares
afectos a certas valências e os que, paulatinamente, calcorreiam, diariamente, os caminhos rurais
e estabelecem uma relação de proximidade com as populações menos protegidas. Estes últimos,
os “patrulheiros”, são, actualmente, uma espécie de “guardas de segunda” quando na verdade é a
eles que a Guarda deve toda a sua razão de ser.
A ASPIG até reconhece o mérito de certos responsáveis de certas valências da Guarda
(Investigação Criminal, GIPs, SEPNA, etc…) que se “batem”, com recurso a todos os meios,
pela visibilidade das mesmas conseguindo, assim, os seus propósitos de forma espectacular. Por
outro lado, A ASPIG não pode aceitar que a grande maioria dos militares da Guarda, que
constituem os “patrulheiros”, não tenha merecido o justo reconhecimento do poder politico e do
Comando Geral da Guarda sendo que são eles o derradeiro garante da história da Guarda e da
tranquilidade das populações.

Lisboa, 29 de Agosto de 2010


O Presidente da Direcção Nacional

José Fernando Dias Alho

Você também pode gostar