Associação Sócio - Profissional Independente da Guarda
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COMUNICADO
A Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda Nacional Republicana (ASPIG)
repudia o facto do Governo ter optado pela criação de uma “Divisão de Trânsito e Segurança Rodoviária, na Direcção de Operações, do comando Operacional, da Guarda” numa suposta tentativa de colmatar o “erro” político que foi a extinção da Brigada de Trânsito. A ASPIG não pode compactuar com medidas “esfarrapadas” que visam inquinar a certeza de que só com uma Unidade com competência a nível nacional, como foi a Brigada de Trânsito, porá, de alguma maneira, termo à “guerra civil” nas estradas portuguesas. A característica mais marcante da Guarda é que está sob o controlo do poder político. Tanto o recurso à força militar para atingir objectivos políticos, como a designação dos próprios objectivos, são competências próprias dos Governos. Porém, a Guarda deve subordinação e obediência ao poder político legítimo e democraticamente constituído, mas não lhe deve submissão. Na realidade, é aos portugueses que, em última análise, prestará sempre contas. Na opinião da ASPIG, a classe política tem vindo sistematicamente a destruir os alicerces fundamentais da Guarda (com o acordo tácito das chefias, no mínimo por omissão), criando expectativas, ludibriando e adiando regulamentação legal estatuária fundamental. Nestes últimos anos o “stress” da actividade política tem despojada a Guarda da sua dignidade, castrando-a dos seus princípios éticos fundamentais e, mais recentemente, adulterado e corrompendo o conceito básico de disciplina militar, alicerçado no exemplo dos chefes, substituindo-o por outro, incoerente e discricionário. Nestes últimos anos, “nasceu” no seio da Guarda uma panóplia de valências (Comandos, Divisões, Chefias) que em nada têm contribuído para a coesão entre os militares afectos a cada uma delas. Um regime de subsídios diferenciados veio criar um fosso abismal entre os militares afectos a certas valências e os que, paulatinamente, calcorreiam, diariamente, os caminhos rurais e estabelecem uma relação de proximidade com as populações menos protegidas. Estes últimos, os “patrulheiros”, são, actualmente, uma espécie de “guardas de segunda” quando na verdade é a eles que a Guarda deve toda a sua razão de ser. A ASPIG até reconhece o mérito de certos responsáveis de certas valências da Guarda (Investigação Criminal, GIPs, SEPNA, etc…) que se “batem”, com recurso a todos os meios, pela visibilidade das mesmas conseguindo, assim, os seus propósitos de forma espectacular. Por outro lado, A ASPIG não pode aceitar que a grande maioria dos militares da Guarda, que constituem os “patrulheiros”, não tenha merecido o justo reconhecimento do poder politico e do Comando Geral da Guarda sendo que são eles o derradeiro garante da história da Guarda e da tranquilidade das populações.