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A Espada e A Espátula Nº5 V1 PDF
A Espada e A Espátula Nº5 V1 PDF
2 | Projeto Spurgeon
A Espada e a Espátula é uma publicação BI-
bimestral de Projeto Spurgeon – Proclamando
a CRISTO Crucificado & Projeto Ryle – Anun-
ciando a Verdade Evangélica, inspirada na
original “The Sword and the Trowel”, lançada
por C.H.Spurgeon em 1865.
• Editor:
Armando Marcos
• Colaboradores:
Marcelo Lemos
Sara de Cerqueira
Josep Rossello
Walter Mcalister
Caio Andrade
Atila Calumby
• Revisão e prova:
Atila Calumby
• Capa e diagramação:
Victor Silva
• Fotos:
Pesquisa de imagens, Wikipédia e arquivo de
Projeto Spurgeon e associados.
• Contato:
Email: projetospurgeon@gmail.com
• Twitter:
@ProjetoSpurgeon
• Facebook:
https://www.facebook.com/projetospurgeon
https://www.facebook.com/BispoJCRyle
• Site:
www.projetospurgeon.com.br
www.projetoryle.com.br
EDITORIAL
A
gora em julho, comemoramos os 3 anos de criação do nosso
site, o Projeto Spurgeon, proclamando a CRISTO crucificado;
para mim é um uma benção que nesses tempo todo, eu tenha
tido a possibilidade de divulgar daquilo que o Senhor tem usado
para minha vida, o Evangelho de Cristo e o próprio Cristo, para
amigos virtuais e reais; realmente, um privilégio, uma responsabilidade
e um trabalho que eu encaro como algo que o Senhor tem usado e que
poderá a vir seu usado pelo Espírito no futuro.
Até aqui o Senhor nos ajudou, e contamos pela fé que continue a nos
abençoar a trabalhar nessa obra, que nesses 3 anos, não se restringiu só
aos textos e sermões de Spurgeon, mas que também se expandiu a textos
de outros pregadores, especialmente o bispo J.C.Ryle com o Projeto Ryle,
e a essa mesma revista: com isso quero evitar, de minha parte, de fazer
de um pregador um tropeço a perfeição da devoção a Cristo, e cair numa
carnalidade condenável; também, assim, continuar na pregação do evan-
gelho e no anuncio de Cristo com a valiosa colaboração de todos nossos
cooperadores por outras formas diversas, levando a mensagem do cristia-
nismo bíblico a todos de várias formas.
A Rebeldia Cristã
Por Atila Calumby��������������������������������������������������������������26
Cristã, valorize-se
Por Sara de Cerqueira���������������������������������������������������������30
O Alvo da Felicidade
Por Bispo Walter McAlister���������������������������������������������������35
N
o último livro de Steven Lawson, O on afirmou que se não fosse pela eleição de
Foco Evangélico de Charles Spurgeon, Deus de Seus escolhidos, ninguém se salva-
Lawson sustenta que o compromisso ria.
fervente de Charles Spurgeon para com as O que perece elege perecer, mas o
doutrinas da graça “modelou” seu “foco que se salva se salva, porque Deus es-
evangélico.” Então, o que Spurgeon cria colheu salvá-lo. —Spurgeon
exatamente sobre os cinco pontos do calvi-
nismo? Usando extratos de O Foco Evangé- Igual que todas as doutrinas que Spur-
lico de Charles Spurgeon, vamos responder geon celebrou, ele que cria nessa verdade
a essa pergunta: Hoje descobrimos o que porque estava convencido de que estava
Charles Spurgeon cria sobre a doutrina da firmada e fundamentada na Bíblia: “Tudo
Eleição Incondicional. o que se pode dizer acerca da doutrina da
Charles Spurgeon fervorosamente sus- eleição, está escrito na Palavra de Deus
tentou a doutrina da eleição incondicional. como que com uma linha de ferro, e não
Necessariamente, essa verdade bíblica de- há forma de se livrar disso.” Em seu ser-
riva da crença na depravação humana. De- mão intitulado “A Eleição”, pregado em 2
vido que a vontade do homem está comple- de setembro de 1855, Spurgeon leu muitas
tamente morta e não pode escolher a Deus, passagens que, sem espaço para duvidas,
Deus tem que exercer Sua vontade soberana ensinam essa verdade doutrinária. Entre os
para salvar. Aparte da massa da humanida- textos que citou e explicou estavam Lucas
de caída, Deus fez uma eleição eterna, que 18:7, João 15:16; 17:8-9, Atos 13:48, Roma-
a distingue. Antes da fundação do mundo, nos 8:29, 33; 9:11-13; 11:07; 1 Coríntios 1:
Ele determinou quem se salvaria. Spurge- 26-29, Efésios 1:14, Colossenses 3:12, 1 Tes-
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A Espada e a Espatula
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O Foco Evangélico de
Charles Spurgeon
(Steven Lawson)
CONFIRA AQUI
w w w. l o j a f i e l . n e t
A Espada e a Espatula
Por J. C. Ryle
LEITOR,
H
á esperança no Evangelho a qualquer Eu nunca me preocupo com qualquer
homem, enquanto ele viver. Há infini- que se torne um cristão, o que quer que
ta boa vontade em Cristo para perdoar esta pessoa tenha sido em tempos passa-
pecados. Há infinito poder no Espírito Santo dos. Eu sei quão grandiosa é a mudança da
para transformar corações. morte para a vida; Eu sei que montanhas de
Existem muitas doenças do corpo que divisão parecem ficar entre alguns homens
são incuráveis. Os doutores mais sábios não e o Céu; Eu sei das dificuldades, dos preju-
podem curá-las. Mas, graças a Deus! Não ízos, da pecaminosidade desesperadora do
existem doenças incuráveis da alma. Todas coração natural; mas eu lembro que Deus
as espécies e quantidades de pecados po- o Pai fez este glorioso mundo do nada. Eu
dem ser lavados por Cristo. O mais difícil e lembro da voz do Senhor Jesus que pôde
perverso dos corações pode ser mudado. alcançar Lázaro quando este tinha quatro
Leitor, eu digo novamente, enquanto dias de morto, e o chamou de volta, mesmo
há vida, há esperança. O mais velho, mais da sepultura; Eu lembro das incríveis que
vil, o pior dos pecadores pode ser salvo. o Espírito de Deus venceu em cada nação
Apenas deixe-o vir a Cristo, confessar seus debaixo do Céu; Eu me lembro disso tudo e
pecados, e clamar por perdão – apenas dei- sinto que nunca devo me desesperar. Sim!
xe-o lançar sua alma em Cristo, e ele será Estas mesmas pessoas que agora parecem
curado. O Espírito Santo será enviado ao seu mais completamente mortas em pecados,
coração, conforme a promessa de Cristo, e podem ainda ser tornadas nova criatura e
ele será transformado pelo seu grandioso andar diante de Deus em novidade de vida.
poder, em uma nova criatura. Por que não deveria ser assim? O Espí-
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rito Santo é um Espírito poderoso, miseri- fáceis e as mais poderosas objeções derre-
cordioso e amoroso. Ele não se volta de nin- terem como neve na primavera. Ele pode
guém por causa de sua vileza. Ele não deixa cortar as barras de metal e arrebentar os
de visitar porque seus pecados são preto e portões do prejuízo. Ele pode encher cada
escarlate. vale e fazer cada lugar árduo, suave. Ele
Não havia nada nos coríntios para que tem feito isto regularmente, e pode fazer
ele viesse e os vivificasse. Paulo relata que novamente.
eles eram, “fornicadores, idólatras, adúl- O Espírito pode usar um judeu – o mais
teros, efeminados, ladrões, cobiçosos, be- amargo inimigo da cristandade, o mais fe-
berrões, maldizentes, roubadores.” “Tais roz perseguidor dos verdadeiros crentes, o
como”, ele diz, “eram alguns de vocês.” mais forte defensor das noções farisaicas, o
No entanto, mesmo a eles o Espírito vivifi- opositor mais prejudicial da Doutrina Evan-
cou. “Fostes lavados,” ele escreve, “fostes gélica – e transformar este homem em um
santificados, fostes justificados, no nome pregador zeloso da mesma fé que uma vez
do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso ele tentou destruir. Ele já fez isso – Ele fez
Deus.” (1 Co, 6.9-11) isso com o Apóstolo Paulo.
Não havia nada nos colossenses para
que Ele visitasse seus corações. Paulo nos
fala que eles andavam em “fornicação, im-
pureza, afeiçoes desordenadas, concupis-
cências malignas e avareza que é idolatria.”
No entanto, a eles também o Espírito vivifi-
cou. Ele os fez, “despir-se do velho homem O braço do Espírito não está
e seus feitos, e vestir-se do novo homem
que é renovado em conhecimento, segundo encolhido; Seu poder não está
a imagem daquele que o criou.” (Colossen-
ses 3.5-10). deteriorado. Ele é como o Se-
Não havia nada em Maria Madalena
para que o Espírito devesse tornar viva sua nhor Jesus – o mesmo ontem,
alma. Ela esteve possuída por sete demô-
nios. Tempo houve, se o relato é verdadei- hoje e para sempre.
ro, que ela foi uma mulher proverbial para a
vileza e iniquidade. No entanto, mesmo ela
o Espírito fez uma nova criatura, - separou-
-a de seus pecados – trouxe-a a Cristo – a fez
a última na cruz e a primeira na tumba.
Nunca, nunca o Espírito Santo se volta O Espírito pode usar um monge católi-
de uma alma por causa de sua corrupção. co romano, criado no meio da superstição
Ele nunca fez isso; Ele nunca fará. É Sua romana – treinado desde sua infância para
glória que ele tem purificado a mente dos crer na falsa doutrina, e obedecer o Papa –
mais impuros, e feito deles templos para mergulhado com seus olhos no erro – e fazer
sua própria morada. Ele pode ainda pegar o deste homem o mais claro defensor da jus-
pior dos que leram este folheto e fazer dele tificação pela fé que o mundo já viu; Ele já
um receptor da Graça. fez isso – Ele fez com Martinho Lutero.
Por que não deveria ser assim? O Espí- O Espírito pode usar um funileiro in-
rito é um Todo-Poderoso Espírito. Ele pode glês, sem estudo, patronagem ou dinheiro,
mudar um coração de pedra em um coração - um homem uma vez conhecido por nada
de carne. Ele pode destruir os maus-hábitos menos que blasfemar e praguejar, - e fazer
mais fortes, como uma estopa no fogo. Ele este homem escrever um livro religioso, o
pode fazer as coisas mais difíceis parecerem qual permanece sem rival e inigualado em
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A Espada e a Espatula
seu modo, por qualquer um desde o tempo Senhor! Oh que muitos deles possa aprender
dos Apóstolos. Ele já fez isto – Ele fez com a depender menos de seus ministros e a orar
John Bunyan, o autor de “O Peregrino.” mais pelo Espírito Santo! Oh, que todos pos-
O Espírito pode usar um marinheiro, samos aprender a esperar menos de esco-
afundado em mundanismo e pecado – um las, folhetos e aparatos eclesiásticos, e, ao
depravado capitão de um navio negreiro, - mesmo tempo usando todos os meios dili-
e fazer deste homem um dos mais bem-su- gentemente, buscarmos mais intensamente
cedidos ministros do Evangelho; um escritor um derramamento do Espírito.
de cartas que são o celeiro da religião ex-
perimental; e de hinos que são conhecidos
e cantados em qualquer lugar onde a língua
inglesa é falada. Ele já fez isto. Ele fez com
John Newton.
Tudo isto o Espírito tem feito, e muito
mais, do qual eu não posso falar em parti-
Comece imediata-
cular. E o braço do Espírito não está enco-
lhido; Seu poder não está deteriorado. Ele é
mente à orar pelo
como o Senhor Jesus – o mesmo ontem, hoje
e para sempre. Ele ainda faz maravilhas e
fará até o fim dos tempos.
Espírito Santo. Não
Eu não ficarei surpreso em ouvir, mes-
mo nesta vida, que o homem mais severo
pense que está emu-
que eu conheço, tenha se tornado quebran-
tado, e o mais orgulhoso, tenha tomado lu-
gar aos pés de Jesus como uma criança.
decido e sem espe-
Eu não ficarei surpreso de encontrar
muitos à mão direita no dia do Juízo, os
rança: O Espírito
quais eu deixei, quando morrer, viajando
pelo caminho largo.
Eu nunca me desespero porque eu
Santo é prometido
creio no poder do Espírito Santo. Nós, mi-
nistros, podemos bem nos desesperar, mas
aos que lhe pedi-
ao olharmos nosso próprio desempenho. Es-
tamos frequentemente doentes de nós mes-
mos. Podemos nos desesperar quando olha-
rem.
mos para algumas pessoas que pertencem
as nossas congregações; parecem tão duras
e insensíveis quanto uma pedra de moinho.
Mas nos lembramos do Espírito Santo e do Leitor, você se sente menor se aproxi-
que Ele já fez. Nos lembramos do Espírito mando de Deus? Existe a menor inquietação
Santo e refletimos que Ele não mudou. Ele sobre sua alma imortal? Sua consciência lhe
pode descer como fogo e derreter os mais diz neste dia, que você ainda não sentiu o
duros corações; Ele pode converter os pio- poder do Espírito, e que você quer saber o
res homens ou mulheres entre nossos ouvin- que é isso? Ouça, e eu lhe direi.
tes, moldar todo seu caráter em uma nova Por um lado, você deve ir imediata-
forma. E assim nós pregamos. Temos espe- mente ao Senhor Jesus Cristo em oração,
rança por causa do Espírito Santo. Oh, que e rogar-Lhe que tenha misericórdia de
nossos corações possam entender que o pro- você, e lhe envie o Espírito. Você deve ir
gresso da verdadeira religião depende não diretamente aquela fonte de águas vivas, o
de nossa força ou poder, mas do Espírito do Senhor Jesus Cristo, e receberá o Espírito
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Santo (João, 6.39). Comece imediatamente está escrito “recebeste dons dentre os ho-
à orar pelo Espírito Santo. Não pense que mens, e até dentre os rebeldes, para que o
está emudecido e sem esperança: O Espíri- Senhor Deus habitasse entre eles” (Salmos
to Santo é prometido aos que lhe pedirem. 68.18). Eu sei que é seu ofício especial bati-
Seu nome é Espírito da Promessa e Espírito zar com o Espírito Santo, e que “Nele habita
de Vida. Não Lhe dê descanso até que Ele toda plenitude.” Não ouso tentar ser mais
venha e lhe faça um novo coração. Clamai sistemático que a Bíblia. Eu creio que Cristo
vigorosamente ao Senhor – dize-Lhe, “Aben- é o ponto de encontro entre Deus e a alma:
çoa-me, mesmo também a mim: vivifica- e meu primeiro conselho a qualquer um que
-me, e faze-me vivo.” queira o Espírito, deve sempre ser, “vá a Je-
sus, e conte suas necessidades a Ele.”
J.C.Ryle foi um religioso inglês, o primeiro bispo de Liverpool da Igreja da Inglaterra. Ele foi
educado em Eton e em Christ Church, em Oxford. Ryle foi um forte sustentador da escola evangé-
lica e um crítico do ritualismo. Ele tornou-se um líder da ala evangélica na Igreja da Inglaterra e
foi notório por seus ensaios doutrinários e seus escritos polêmicos.
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DANDO NOME AO ELEFANTE
Cosmovisão Como um Conceito
Formato: 14 x 21cm
Nº de páginas : 246 p.
Miolo em papel polen soft LD 80g
Capa em Cartão Supremo 250g
CONFIRA AQUI Editora Monergismo
Ano: 2012
www.monergismo.com
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U
m dos pilares sustentadores da Refor- pais na fé encontraram descanso para suas
ma Protestante foi o Solus Christus, almas. Preferimos pregar o “velho” Evange-
uma expressão latina que significa lho; estudar os “velhos” Credos, Catecismos
“Somente Cristo”. Esse brado pela centrali- e Confissões de Fé; preferimos a “velha”
dade e exclusividade de Cristo era extrema- teologia, centrada em Cristo e não no ho-
mente necessário àquela época, quando o mem; preferimos a “velha” fé, sim, aquela
sacerdotalismo católico-romano obscurecia fé que “uma vez por todas foi entregue aos
o ofício mediador de Cristo; quando a tra- santos” (Jd 3), ainda lembra dela (Lc 18.8)?
dição e o magistério romanos tinham mais A centralidade e exclusividade de Cris-
peso que as próprias Escrituras; quando o to estão longe de serem assuntos de um
senhorio de Cristo sobre a Sua Igreja era ca- passado distante, mas são temas fundamen-
ricaturado na figura do Papa. tais, pelos quais a igreja é, ou não, Igreja
Séculos passaram desde a Reforma, e de Cristo! Da mesma forma como acontecia
cá estamos nós, quase quinhentos anos de- no século XVI, o evangelicalismo atual pro-
pois. “Por que isso agora?” – alguns podem move um assalto ao senhorio de Cristo; uma
perguntar – “Para quê ficar falando em re- tentativa de espoliar Cristo da Sua glória.
forma, em solas e tudo mais?” Apesar do es- “Como?” – alguém pode perguntar – “Nunca
pírito pós-moderno (que prontamente rejei- vi isso em parte alguma? Isso é extremis-
ta tudo que é antigo como sendo antiquado) mo!” – continuam insistindo.
nós preferimos trilhar pelas “veredas anti- Isso acontece quando a autoridade de
gas” (Jeremias 6.16), pois por elas nossos Cristo é substituída pelas tradições huma-
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A Espada e a Espatula
nas (Marcos 7.8); quando a igreja satisfaz Cristo: Profeta, Sacerdote e Rei. O
a “coceira nos ouvidos” dos homens (2 Ti- grande “EU SOU” (João 8.58); o “Alfa e o
móteo 4.3-4), pervertendo o Evangelho do Ômega” (Apocalipse 1.8); o “sol da justi-
nosso Senhor (Gálatas 1.6-7). ça” (Malaquias 4.2); a “brilhante Estrela da
Isso acontece quando fazemos do Cris- manhã” (Apocalipse 22.16); o “Cordeiro de
tianismo apenas um sistema filosófico, pa- Deus, que tira o pecado do mundo” (João
lavras bonitas e nada mais; quando chama- 1.29); o nosso Salvador (Mateus 1.21).
mos Cristo de “Senhor!” e não fazemos o Solus Christus! Ele deve ser o centro da
que Ele nos manda (Lucas 6.46); quando es- nossa teologia, da nossa vida, do nosso cul-
quecemos que a ortodoxia anda junto com a to; Ele deve ocupar o trono da nossa vida,
ortopraxia, ou seja: doutrina e piedade, fé se é que Ele é o nosso Salvador, e se Ele o é,
e obras! então também é o nosso Senhor! Não ape-
Isso acontece quando buscamos no- nas a centralidade, mas também a exclusi-
vas revelações, esquecendo que nos “últi- vidade de Cristo deve ser um fato na nossa
mos dias [Deus] nos falou pelo Filho” (He- teologia, na nossa vida e no nosso culto.
breus 1.2) e que Sua Palavra é a Verdade Cristo não é uma alternativa, uma opção,
(Jo 17.17). Isso acontece quando buscamos uma saída; mas Ele é o Senhor, o caminho, a
pastores, bispos ou “apóstolos” para che- verdade, a vida, não há caminho para Deus
garmos a Deus, quando há apenas “um só senão por Ele (João 14.6); Ele é a porta
mediador entre Deus e os homens, Cristo (João 10.9), a única e apertada porta que
Jesus” (1 Timóteo 2.5), o nosso Sumo-Sa- conduz ao caminho, igualmente único e es-
cerdote (Hebreus 2.17; 4.14). Isso acontece treito (Mateus 7.13-14), caminho este que
quando desprezamos o governo de Cristo so- dá na Nova Jerusalém (Apocalipse 22.2),
bre a Sua Igreja, e achamos que ela é nossa, onde Deus nos “enxugará dos olhos toda lá-
transformando a noiva do Cordeiro (Apoca- grima, e a morte já não existirá, já não ha-
lipse 21.9) em uma aberração acéfala, pois verá luto, nem pranto, nem dor” (Apocalip-
“Cristo é o cabeça da Igreja” (Efésios 5.23). se 22.4). Esse é o Cristo em quem cremos,
Ele é o “Rei dos reis”, com Ele e por Ele por isso também O confessamos (Romanos
nós também venceremos (Apocalipse 19.16; 10.10).
17.14).
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A Vida de David Brainerd
Jonathan Edwards
CONFIRA AQUI
www.escolacharlesspurgeon.com.br
A Espada e a Espatula
J
á passamos do meridiano de 2012, e ção. Ele é quem faz possível para nós ser-
faltam 5 meses para o Natal chegar. mos salvos do pecado, resgatados de sata-
Contudo, o que celebramos no Natal nás e reconciliados com Deus e uns com os
se faz presente hoje. Celebramos o Natal a outros.
cada ano, mas poucos se perguntam porque Somente pela graça, podemos viver
celebramos o nascimento de Jesus. essa nova vida em Cristo pelo poder do Es-
Nos últimos anos, tenho visto como pírito Santo que nos santifica e nos permite
muitas palavras tem mudado de significado, ser transformados dia a dia. Esta realidade
e como, as vezes, falamos de “amor” quan- nos liberta e nos ajuda a descobrir uma li-
do queremos falar de “sexo.” As palavras berdade que nem sabíamos que existia. En-
mudam através dos anos, mas ainda hoje quanto éramos pecadores, pensávamos que
existe uma palavra que permanece inamo- éramos livres, fazendo aquilo que desejá-
vível, “graça.” Por este motivo, Jesus veio vamos, mas somente conhecemos a verda-
2,000 anos atrás. Por esse motivo, cada ano deira liberdade quando fomos regenerados
trocamos presentes, como um memorial de pelo Espírito de Deus. Só então, percebe-
que o maior presente nos foi dado de graça. mos que vivíamos em uma prisão, enquanto
Nós como cristão de tradição reforma- nos enganávamos acreditando que éramos
da reconhecemos que tudo é um presente livres.
de Deus. A vida, a família, a salvação e até Isso demosntra como estávamos erra-
mesmo cada novo dia. Por este motivo, de- dos ao pensar que éramos sábios aos nossos
sejamos seguir vivendo esta vida de graça a próprios olhos. O ser humano pensa que é
cada instante. Sabemos que nossa salvação sábio, mas não percebe o seu próprio estado
depende inteiramente em Cristo: Sua vida, e nem suas limitações. Porem, isso somente
Seu ministério, Sua morte e Sua ressurrei- se observa quando olhamos com atenção a
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graça infinita e maravilhosa de Deus. der algo que não nos pertence, e ainda que
A graça nos encontra no estado onde nó percamos a vida, somente estamos ga-
estamos, longe de Deus e na escuridão da nhamos a vida eterna.
nossa própria existência. Lá, Ele nos trans- A esperança, a fé e o amor surgem a
forma para que possamos encontrar um ca- partir desta realidade. Portanto, nosso co-
minho cheio de graça e misericórdia. Assim, ração se entrega a essa graça que se nos faz
as palavra do livro de Lamentações se con- presente na Cruz do Calvário. Cristo ressur-
vertem em nossas próprias palavras, “as mi- reto é a eterna imagem do amor, como o
sericórdias de Deus são novas cada manha.” Natal é a eterna imagem da graça de Deus
Como escreveu o Rev . Thomas Adams que se faz homem para que nos pudéssemos
(1612-1653), “A graça vem na alma, como o renascer em Cristo.
sol da manhã para o mundo; amanhecer um Quando encontramos a graça, realmen-
primeiro, em seguida, uma luz. E, finalmen- te nunca mais seremos os mesmos, ainda
te, o sol em seu brilho máximo e excelen- que tentemos voltar aos caminhos de onde
te.” viemos. Não em vão, Spurgeon escreveu, “a
Com certeza, nós, como cristãos, so- graça não elege um homem e, depois, deixa
mos filhos de Deus pela graça imerecida de ele como ele é.”
Deus. Percebemos que não merecemos essa Hoje, observamos a graça que se faz
graça, e não entendemos porque a recebe- presente no amor de Deus pelo seu povo
mos. Diante de tal dom, desejamos viver e eleito. O Senhor reina, e nos chama para
ser tudo para Ele. Em consequência , dese- que sejamos parte de Seu propósito. A noi-
jamos amar e servir a Deus onde seja quer te escura já passou enquanto o amanhecer
Ele nos chama. chega diante de nós. Assim, podemos seguir
Nesse aspecto, observamos como que em frente, em meio a dor e das dificulda-
os cristãos de tradição refomada são pes- des, porque a graça de Deus nos dá força
soas que tem participado intensamente da em meio a tudo para nos transformar na-
transformação do mundo, lutando contra a quilo que Deus está nos moldando a ser, a
escravidão, formando escolas, os primeiros imagem de seu Filho para Sua glória.
orfanatos, e indo a lugares longinguos para Nós cristãos reformados afirmamos,
pregar o evangelho ou dando tudo para que “Reafirmamos que na salvação somos res-
outros possam conhecer as boas novas de gatados da ira de Deus unicamente pela sua
Cristo, ao longo da história, e deveriamos graça. A obra sobrenatural do Espírito San-
ter essa posição também hoje, como resul- to é que nos leva a Cristo, soltando-nos de
tado de nossa compreensão da graça que nossa servidão ao pecado e erguendo-nos da
veio em Cristo e por Cristo que veio. morte espiritual à vida espiritual.” (Decla-
A graça nos transforma para dar frutos ração de Cambridge)
do Espírito. Assim, a igreja se faz presente Um cristão reformado é, e sempre
no meio do mundo, mostrando Cristo para será, um cristão eternamente agradecido a
um mundo em escuridão, e o Reino de Deus Deus. Cada segundo da vida é um novo dia
se faz visível, contra o reino da Escuridão. cheio de oportunidades em Cristo. Somente
Somente a graça pode quebrar os me- com a compreensção da maravilhosa graça
dos e temores que alimentam a vida de tan- do Espírito atuando através de nós, como
tos. Contudo, o temor não existe em nós, parte do povo eleito de Deus, que seremos
porque conhecemos que não podemos per- transformados de glória em glória.
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A Espada e a Espatula
1 Bispo Rossello, o senhor é espanhol, mas mora no Brasil a alguns anos; nos conte o que
o motivou a mudar-se para o Brasil e a se firmar aqui; nos conte um pouco da formação
da Igreja Anglicana Reformada; quantos bispos tem nessa igreja? Como ela surgiu?
Minha vinda ao Brasil foi devido ao fato de ter casado com minha esposa Patrice,
que é brasileira. Nós oramos e buscamos discernir a vontade de Deus por um ano.
Acreditamos que Deus nos orientou para viver no Brasil, assim que eu mudei para
o Brasil. Naquela época, eu passava muito do meu tempo viajando e visitando as
igrejas que estavam sobre minha jurisdição, então de fato tanto fazia se morava na
Espanha ou no Brasil. A Igreja Anglicana Reformada surgiu na sua primeira etapa,
como uma igreja local em Bragança Paulista em 2005. Foi fruto do trabalho do Bispo
Francisco Buzzo. Naquela época, a Igreja Anglicana Reformada era uma paroquia da
Igreja Episcopal Reformada do Brasil, mas esta igreja teve problema éticos muito
sérios com seu principal líder. Assim, o bispo Buzzo saiu da igreja. Hoje, a Igreja
Episcopal Reformada do Brasil não existe mais. Na segunda etapa, a Igreja Anglicana
Reformada foi constituída como uma missão anglicana para alcançar todo o Brasil a
partir de 2009. A Igreja Anglicana Reformada tem um bispo ativo, que sou eu, e o
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Bispo Buzzo é o nosso Bispo Emérito. Ele segue servindo nos diversos conselhos da
igreja e, também, como reitor da congregação local de Bragança Paulista.
2 Relate aos nossos leitores no que consiste o Anglicanismo genuíno; o anglicanismo sur-
giu realmente na época da Reforma Protestantes, ou é simplesmente uma igreja apar-
tada por conta de um capricho de Henrique 8º?
3 Quais os pontos em comum que a Igreja Anglicana tem em comum com o Catolicismo
Romano, alem dos históricos de antes da Reforma; a Igreja Anglicana Reformada no
Brasil é uma legitima expressão da Igreja da Inglaterra dessa época da Reforma?
Bem, em comum a Igreja Anglicana afirma os credos Universais, temos bispos com
sucessão apostólica e reconhecemos que a Igreja tem 2,000 anos de historia. Assim,
afirmamos que Deus nunca abandonou sua igreja, e sempre teve um remanescente
na Igreja em cada época da história. Contudo, isto pode também ser dito da Igreja
Reformada da Hungria e das Igrejas Luteranas Nórdicas. Eu acredito que a Igreja
Anglicana Reformada representa os valores, doutrinas, culto e governo da Igreja de
Inglaterra dessa época da Reforma. Sentimos orgulhosos do que Deus faz na Inglater-
ra e dá Sua misericórdia com a nação inglesa ao abrir os olhos daqueles que estavam
na escuridão. Os Anglicanos tem abençoado as igrejas cristãs através dos séculos.
Nunca temos tentado tomar a honra e glória que somente Deus merece. Agora bem,
se tomarmos um tempo para estudar cuidadosamente, iremos encontrar que sempre
houve algum ministro anglicano envolvido nesse mover de Deus.
4 Explique para nossos leitores um pouco sobre o Anglo Catolicismo: é realmente um ex-
pressão legitima do Anglicanismo? Realmente ele tem razão de que o Anglicanismo não
é de fato reformado em sua essência?
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A Espada e a Espatula
A Igreja Anglicana Reformada mantém uma relação fraternal e dialogo com a Dio-
cese de Recife e a Igreja Cristã Episcopal (esta igreja deve ser considerada conver-
gente, mais que anglicana). Contudo, não temos relação com as outras igrejas que
se chamam anglicanas no Brasil. Algumas delas são liberais demais, e outras acredi-
tamos que são igrejas questionáveis. Entendo que nem todas as igrejas que se cha-
mam anglicanas são anglicanas. Acredito que existem somente duas formas de serem
anglicanas, ou sendo parte da Comunhão Anglicana ou sendo Anglicanos confessionais
(afirmarem os 39 Artigos, usar o Livro de Oração Comum e ter um governo sinodal
sobre a liderança de bispos). Infelizmente, muitas igrejas “anglicanas” têm muito
cacique e pouco índio, isso quando estas igrejas não são virtuais. A Igreja Anglicana
Reformada não tem relação oficial com a Igreja de Inglaterra, ainda que mantém
uma relação fraternal com alguns ministérios e sociedades reformadas da Igreja de
Inglaterra.
6 Como o senhor, que não é brasileiro nato, tem enxergado o cristianismo de confissão
reformada no Brasil? Muito frio, intelectual, com falta de zelo? Como o Sr. encara o
pentecostalismo brasileiro?
7 A Igreja Anglicana Reformada tem tido uma grande preocupação em formação de igre-
jas locais, em comunidades locais, desenvolvendo até mesmo um projeto com algumas
conexões em São Paulo e no Nordeste: como tem sido o desenvolvimento desse trabalho?
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Agosto/2012
Tem sido uma grande aventura. Temos poucos recursos – humanos, financeiros e
acadêmicos – assim que, tentamos fazer as coisas de forma diferente. Temos tenta-
do ser criativos: Temos tido experiências boas e não tão boas, mas temos aprendido
com os erros e temos visto a mão de Deus nos sucessos. Estes anos tem sido anos de
aprendizagem. Temos crescido muito mais do que pensávamos. Agora, precisamos
fortalecer as congregações locais, crescer de forma saudável e formar ainda mais
nossos ministros para serem mais eficazes no seu ministério. Finalmente, o Projeto
Connexion foi lançado com o desejo de plantar novas igrejas missionais no Brasil.
Acreditamos que isto pode ajudar a fazer visível o Reino de Deus e transformar o
Brasil.
8 Qual sua visão sobre o papel do discipulado nas igrejas? Acredita que ele vem sendo
praticado de forma correta? Como desenvolver isso plenamente nas igrejas?
Fala-se muito, e se faz pouco. Nas poucas igrejas que fazem, se confunde discipu-
lado com escola dominical ou estudo bíblico. Isto não ajuda muito. Acredito que as
igrejas devem repensar toda a concepção de discipulado. Se desejarmos impactar
verdadeiramente a vida em todas suas esferas – social, cultural, humana, econômi-
ca – isto requer que sejamos capazes de fazer verdadeiros discípulos de Cristo que
obedeçam tudo o que Jesus ensinou. Uma comparação que ajuda a perceber o verda-
deiro discipulado tem sido a mesma de nutrir a um bebe recém-nascido. O processo
é o mesmo. Ele precisa comida, amor, cuidados, e ele não sabem discernir o que é
bom do que é ruim para ele. Estão ansiosos por aprender, mas devem ser ajudados
a aprender corretamente. Por isso, precisamos passar tempo com os novos cristãos,
ensinando com palavra, exemplo e instrução. Assim, poderemos ter cristãos que
crescem saudavelmente.
9 O Sr. acredita que precisamos de um avivamento no Brasil? Como o Sr. tem visto o gran-
de interesse sobre as doutrinas reformadas históricas? Acredita que existe um risco de
um aumento de um intelectualismo sem uma ação concreta, mas sim somente especula-
tiva? Avivamento?
Projeto Spurgeon | 23
A Espada e a Espatula
Exatamente. Isto é devido a que a Igreja tem perdido o foco. Ninguém se salva por
ter uma teologia 100% certa. Isso não é o evangelho. Somos salvos pela graça de Deus
mediante a morte de Cristo na Cruz que se faz nossa pela fé. Contudo, gostamos de
ver as diferenças, enquanto que os Testemunhos de Jeová, os Mórmons, os Adventis-
tas, entre outros grupos, seguem crescendo no nosso Brasil amado. Evidentemente, a
sã doutrina é importante, mas acho que temos deixado a igreja nas mãos dos mestres
e pastores, e temos esquecido os outros dons. Assim, a igreja parece uma universi-
dade e um hospital, conquanto a Igreja é um exercito chamado a tomar a Terra das
mãos do reino da escuridão e estabelecer o Reino de Deus. Espero que, logo, desper-
temos; do contrario, estamos a umas poucas gerações de que aconteça o mesmo que
estamos vendo na Europa. Inglaterra só precisou de 60 anos para passar de um país
cristão a ser um pais pós-cristão.
11 Como o senhor interpreta e reage que uma grande parte dos evangélicos protes-
tantes de linha reformada batista e presbiteriana, terem uma tendência natural em
serem contrários a Igreja Anglicana, como ela uma igreja formalista ou sem vigor evangé-
lico? Não seria isso uma reação com base em um puritanismo deformado? Puritanismo no
sentido de que alguns consideram a Igreja da Inglaterra como TODA ELA em erro e como
“meia-reformada.”
Se eu não conhecera a Igreja Anglicana, como conheço, pensaria igual que eles.
Acho que suas criticas são em parte verdade aqui no Brasil. Recentemente, percebi
que os anglicanos nem aparecem no Censo como um grupo distinto como as outras
igrejas históricas missionais, depois de mais de 150 anos de presença no Brasil. Algu-
ma coisa deu errada no Brasil. Gostaria acreditar que a Igreja Anglicana Reformada
possa ajudar a mudar isso, mas sou realista. O desafio é muito grande. E, ao final,
temos que enfrentar o jeito e a cultura brasileira, como todas as outras igrejas.
Portanto, precisamos orar por verdadeira conversão, como primeiro passo para a
santificação e o discipulado. Assim, a igreja anglicana poderá participar na Missão de
Deus, plenamente.
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Igreja Anglicana
Reformada
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A Espada e a Espatula
N
o Cristianismo existem algumas verda- para a justiça? Logicamente que em Deus
des inegociáveis e essas máximas de- através de sua Palavra.
vem estar ligadas entre si. Umas des- Pois bem, acontece que há muito tem-
sas verdades é que a Escritura é a Palavra po que a justiça de Deus não faz mais os
de Deus e tanto o Antigo como o Novo Testa- corações dos cristãos. Nossas vidas, nossas
mento fazem parte dela. Outra coisa é que leis, nossa cultura e, consequentemente,
como Palavra do Deus vivo, elas não erram nossa política, tem sido exclusivamente in-
nem se contradizem e são a pura expressão fluenciadas pelo iluminismo, humanismo,
da vontade, justiça e querer de Deus para cientificismo, por pessoas como Russeou,
o homem. Montesquieu, Voltaire, Karl Marx, Keynes,
Com isso, a Bíblia torna-se em primeira no entanto, nenhum desses homens são dig-
mão nosso único pressuposto real e verda- nos de confiança, a não ser que a Palavra de
deiro, fazendo com que todas as demais coi- Deus estivesse em seus pressupostos, algo
sas estejam necessariamente subordinadas que não é verdadeiro. Baseamos nossas Leis,
à sua autoridade, como Palavra de Deus. Economia, Politica, Moral e Cultura mera-
Outra grande verdade é que no Éden, o mente pelo pensamento de seres decaídos e
homem se desconectou de Deus de tal forma depravados, sem Deus. Deus tornou-se mal
que sua natureza se corrompeu totalmente. e Eles viraram sinônimo de bondade, mise-
A Bíblia diz claramente que: “não há um só ricórdia e justiça.
justo sobre a Terra, ninguém que pratique o Cristãos modernos defendem com mais
bem e nunca peque” (Eclesiastes 7:20). Isso intensidade essas ideias esdrúxulas do que a
nos leva a seguinte pergunta: Se o homem própria lei de Deus. E é impossível que algo
é injusto e mentiroso, um ser decaído e de- seja mais justo e misericordioso do que a
pravado, aonde o homem encontrará a luz Palavra de Deus. A verdade é que não deve-
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Economia, Política, Mo- bo. O que por sinal tem sido algo frequen-
te, já que na ausência de filhos de Deus, o
Diabo tem achado lugar e permissão para
ral e Cultura meramen- colocar seus filhos como autoridade sobre
o povo, e não é sem razão que as leis, e a
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A Espada e a Espatula
O livro de Provérbios diz que o principio do leva a acreditar que já não o encontram em
conhecimento é temer ao Senhor (Provér- seu interior.
bios 1:7) e temer o Senhor é ODIAR o mal Contra a rebeldia só existe um remé-
(Provérbios 8:13a), logo, não há outra saí- dio: Submissão! Obediência àquele que não
da, ou o cristão odeia e luta contra o mal, poupou seu próprio filho por amor de mui-
ou é um defensor da maldade. tos. Faça hoje a vontade de Deus e ama-
Temos muita gente se queixando e nhã teremos um mundo muito melhor para
pouquíssimas fazendo alguma coisa. E as os nossos filhos e netos. Saiba que você em
pouquíssimas que ainda se predispõe a obe- Cristo pode fazer a diferença, haja, prati-
decer a Deus, são severamente criticadas que, estude, conheça e transforme.
pelos doutos da teologia-teórica, que são A Rebeldia Cristã em nossos dias tem
incapazes de trocarem uma simples lâm- sido a causa da derrocada da Igreja e do
pada em sua Comunidade Local. E seu tes- Colapso do sistema como um todo, pense
temunho muito das vezes é tão podre que nisso. Pois somos o corpo de Cristo e apesar
pagãos é quem os criticam por sua maldade. de nos “felicitarmos” que a doença do outro
Aos que fazem a diferença minha ora- braço não seja minha, ou a doença do outro
ção é que vocês não desanimem, saibam olho não seja sua, no final das contas essa
que por mais que mil lutem contra vocês, doença é tanto minha quanto sua, pois se
Deus estará convosco. Vocês terão triste- algo no corpo padece tudo padece. Você é
zas, frustrações e desanimo que é comum também culpado.
de nossa natureza, mas tendes bom ânimo, Seja o melhor político, juiz, médico,
foquem sempre na Cruz de Cristo que reno- advogado, pastor, seja o melhor em tudo,
vará todas as suas forças. por que o que você faz glorifica aquele que
Aos que lutam contra Deus e criticam te salvou. Lute por leis melhores, por uma
sua verdade, minha oração é que se arre- economia coerente, pela defesa do ecossis-
pendam enquanto ainda é tempo. Mudem, tema, em fim para que em tudo Deus esteja
transformem-se pelo evangelho, deixem sendo obedecido. Vida e doutrina, submis-
de críticas frívolas e inúteis. Alguns tentam são e prática, simples assim!
achar tanto a Deus externamente que me
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JUSTIFICADOS EM CRISTO
John Piper
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A Espada e a Espatula
A
ntigamente, quando dizíamos que 1. Nossas vestes insinuantes.
éramos cristãos, as pessoas tinham 2. Nosso vocabulário de baixo nível.
mais respeito; hoje, nem sequer nos 3. Nossas conversas com rapazes.
levam a sério. Isso acontece porque perde-
mos nossa identidade. Em algum momento Antes de falar sobre esses três pontos,
da história, deixamos de lado o que foi dito gostaria de deixar claro que minhas opini-
por Jesus a Deus, em João 17:14, “porque ões estão firmadas na Bíblia, a Palavra de
eles não são do mundo, como também eu nosso Deus e Pai. Portanto, se alguém que
não sou”, e nos deixamos ser seduzidos pelo não comunga da mesma fé que a minha vier
mundo. a ler esse texto e discordar, não há nada
A partir disso, começamos a nos mol- que eu possa fazer, a não ser explicar tudo à
dar ao mundo, a considerar certas atitudes, luz das escrituras e orar para que o Espírito
vestimentas e palavras como algo normal, Santo mostre a verdade para você.
quando não são.
Nós, como cristãs e filhas do Altíssi- 1. Nossas vestes insinuantes.
mo, precisamos ter um cuidado especial
com nosso comportamento, porque, infe- A Bíblia não nos diz o que devemos e
lizmente, estamos saindo dos nossos tronos o que não devemos usar, tampouco o que
de princesas, para nos equipararmos a mu- devemos ou não vestir, mas ela deixa claro
lheres mundanas, que não tem nada a nos que devemos nos portar com decência e isso
acrescentar. nos basta para analisarmos certas roupas
Três atitudes me chamam atenção no que permeiam as vestimentas dos cristãos.
meio feminino cristão: Como disse o apóstolo Paulo aos Corín-
tios: “todas as cousas são lícitas, mas nem
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todas convêm; todas as cousas são lícitas, Agora, pois, glorificai a Deus no vosso
mas nem todas edificam”. I Co 10:23 corpo” I Co 6:19,20.
Quando falamos nesse assunto, muitas
meninas já olham de forma desconfiada, Não esqueçamos também que a forma
com pedras nas mãos e dizendo: “roupa não com que nos vestimos pode fazer com que
molda caráter”, “roupa não qualifica a pes- outras pessoas caiam em pecado e tenham
soa como pecadora”, “não é a roupa que pensamentos maliciosos. Provocar o pecado
importa, mas as atitudes”. nos irmãos é algo vergonhoso e condenado
Realmente, tudo isso é verdade. Não é nas escrituras.
porque uma pessoa usa uma saia que chega Esse culto ao corpo é idolatria e preci-
a arrastar no chão, usa uma blusa de man- samos lutar contra isso. Essa nossa vontade,
ga comprida e não põe maquiagem, que ela muitas vezes sutil e não perceptível, de ser-
será menos pecadora. Não é porque alguém mos elogiadas, admiradas e desejadas não é
se porta com decência que ela tem um ca- bíblica e mostra o quanto precisamos orar e
ráter reto. suplicar a Deus por misericórdia, para que
Entretanto, quais são nossas intenções não sejamos objeto nas mãos do diabo para
ao usarmos roupas curtas, exibindo nos- a queda de irmãos em Cristo.
sas pernas e seios; ou roupas que moldam
o corpo, enaltecendo nossas curvas? Como “Disse Jesus a seus discípulos: É inevi-
glorificamos a Deus quando postamos fotos tável que venham escândalos, mas ai
que ressaltam nosso corpo e nada mais? O do homem pelo qual eles vêm! Melhor
que desejamos quando usamos uma blusa fora que se lhe pendurasse ao pescoço
tão decotada que, ao conversarmos com uma pedra de moinho, e fosse atirado
alguém, essa pessoa não consegue nem se- no mar, do que fazer tropeçar a um
quer olhar para o nosso rosto? Será que o destes pequeninos” Lc 17: 1,2
nosso intuito é honrar o nome de Deus?
E quando vamos à praia com aquele bi-
quíni minúsculo, será que as pessoas vêem
a Cristo em nós? Será que não estamos mais
preocupadas em expor nosso corpo, em nos
sentirmos desejadas e admiradas, do que
Como glorificamos a
Deus quando postamos
fazer com que a luz de Deus transpareça em
nós?
Irmãs, mesmo não havendo uma regra
para a forma de nos vestir, devemos lem-
brar que nosso corpo é o templo do Espírito fotos que ressaltam
Santo e, como tal, devemos zelar por ele
em toda circunstância, para que em tudo o
nome de Deus seja glorificado.
nosso corpo e nada
Nosso corpo não foi feito para que nos
gloriemos a nós mesmos, mas ao nosso Deus mais?
Pai, que nos escolheu dentre uma multidão
de pecadores e nos remiu de todos os nossos
pecados. Nosso corpo não é mais nosso, mas
dele!
“Acaso não sabeis que o vosso corpo é 2. Nosso vocabulário de baixo nível.
santuário do Espírito Santo, que está
em vós, o qual tendes da parte de Foi-se o tempo em que as pessoas,
Deus, e que não sois de vós mesmos? principalmente as mulheres, tinham ver-
Porque fostes comprados por preço. gonha de proferir alguma palavra torpe e
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A Espada e a Espatula
obscena. Já hoje, a cada dez palavras que 3. Nossas conversas com rapazes.
pronunciamos, onze são palavrões!
Ficou algo tão banalizado, que já nem Partindo do pressuposto que meninas
sequer reparamos quando falamos pala- cristãs compromissadas não ficam de con-
vrões em nossas conversas. Eu, pessoalmen- versinhas galantes com outros rapazes, diri-
te, tenho uma dificuldade enorme com isso jo-me às meninas que, como eu, são soltei-
e tenho lutado diariamente contra minha ras.
carne, para superá-la. Minha internet trava?
Praguejo. Bato meu mindinho na quina da
cama? Praguejo. Saio de casa e esqueço al-
gum material? Lá estou eu, com minha boca
imunda, falando besteira novamente.
Esse quadro só começou a mudar de-
pois que minha vida foi moldada por Deus e Nosso alicerce deve ser sempre
meu coração foi continuamente aperfeiço-
ado por Cristo. É normal termos um voca- a Bíblia e devemos buscar, con-
bulário baixo quando nossas amizades não
são adequadas, quando o que lemos e as- tinuamente, a santificação da
sistimos não nos ajudam a crescer e quando
nosso coração está tomado por coisas mun- nossa alma, do nosso corpo e da
danas.
Mas a partir do momento em que pre-
nossa mente.
enchemos nossos corações com o Espíri-
to Santo, por mais que ainda falemos algo
ruim, não é com a mesma frequência de an-
tes, porque além de nos policiarmos mais,
nossa mente e nossos pensamentos come- Como é natural da mulher gostar de ser
çam a buscar as coisas do alto. cortejada e hoje perdemos completamente
Em Lucas diz “porque a boca fala do o pudor, então cada vez mais somos insi-
que está cheio o coração” (Lc 6:45). Com nuantes no nosso falar, para conseguirmos
o que nosso coração tem sido alimentado mais cortejos e elogios.
diariamente? Com programas de humor de Entramos no chat e das cinco pessoas
baixo calão? Com novelas que nunca nos falando conosco, quatro são rapazes e, to-
acrescentam nada de positivo? Com conver- dos, de certa forma, dando em cima. Por
sas inúteis com pessoas que nos influenciam gostarmos de ser cortejadas, damos bola.
para o caminho do mal? Às vezes as conversas não são imorais e o
Se não preenchermos nossa vida com a rapaz pode até ter boa intenção, mas nós,
Palavra de Deus, com louvores a Ele e com muitas vezes, mesmo não tendo nenhum in-
conversas edificantes com amigos, parentes teresse por ele, continuamos conversando
e irmãos, será cada vez mais difícil ocupar- de forma imprópria, alimentando aquela
mos nosso coração com o que realmente é paixão que ele nutre por nós, simplesmente
agradável ao Pai. pela necessidade que temos de ter o nosso
Como cristãs, devemos fugir disso. ego massageado.
Nossos exemplos não devem ser a menina Você se encontra nessa situação? Se
popular da escola, que fala o que quer, sem não, louvado seja Deus por isso! Mas, se
medir as palavras, ou aquela cantora com sim, acredite, você não está sozinha no bar-
músicas obscenas. Nosso alicerce deve ser co.
sempre a Bíblia e devemos buscar, continu- Muitas vezes, até mesmo sem querer,
amente, a santificação da nossa alma, do damos a corda para o rapaz se enforcar. “Ah,
nosso corpo e da nossa mente. é que eu não quero ser grossa com ele”,
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“que nada, ele é só meu amigo”, “não, não, Com atitudes como essas, muitas vezes
ele fala isso pra todo mundo, por isso não afastamos homens que nos tratariam da for-
me importo”. Muitas vezes pensamos assim, ma com que um homem cristão deve tratar
não? uma mulher cristã. Através de um testemu-
Eu, pelo menos, já passei por essa épo- nho murcho, um rapaz que está verdadeira-
ca e se puder evitar que outras meninas vi- mente interessado em nós pode se acanhar
vam o mesmo que vivi, ficarei feliz. e não vir falar conosco.
Primeiro, quando um rapaz está inte- Nós não devemos trocar um futuro ao
ressado em você, mas você não está, por lado de um homem verdadeiramente santo,
questão de bom senso e amor a ele, você por um presente ao lado de cortejos sem
deve ser clara e explicá-lo que seu interesse sentimento algum e cujo objetivo, no final,
por ele não passa de amizade. Isso não é ser não é glorificar a Deus. Você merece muito
grossa, pelo contrário, demonstra o respei- mais do que isso!
to que você tem por ele. Portanto, meninas, valorizem-se e não
Segundo, amigo não dá em cima, ami- permitam que o mundo molde o seu falar e
go respeita. Se ele fosse só amigo seu, iria o seu vestir. Não deixe que o mundo tome
se interessar pelo que você está fazendo ou o lugar de Deus e da Bíblia em sua vida.
qual livro está lendo, mas não ficaria soltan- As consequências dessa troca não valem
do indiretas. à pena. O seu coração é muito importan-
Terceiro, se ele fala isso pra todo mun- te para ser entregue a qualquer pessoa, a
do, o problema é dele, mas você não é todo qualquer conversa e a qualquer moda. Valo-
mundo e, como filha de Deus, merece um rize-se!
homem que lhe dê atenção exclusiva. Se
você permite que homens desse nível pre-
encham seu tempo, então analise e veja
bem se você está se valorizando da forma
com que uma princesa - a filha do Rei dos
reis - deveria se valorizar.
Acredite, Deus quer lhe dar um homem
que lhe ame tanto, que nem sequer pensa-
rá em cortejar outras meninas. Você será Nós não devemos trocar um
única para ele, assim como ele será o único
para você. Não haverá “todo mundo”.
futuro ao lado de um homem
verdadeiramente santo, por um
“Segundo é santo aquele que vos cha-
mou, tornai-vos santos também vós presente ao lado de cortejos sem
mesmos em todo o vosso procedimen-
to, porque escrito está: sede santos, sentimento algum.
porque eu sou santo” I Pe 1:15,16
Projeto Spurgeon | 33
A ESPADA e a Espátula Junho de 2012
Paul Washer
estará em 2012 nos seguintes eventos:
P
oucos conhecem o nome de Horátio pois as chamas também ceifaram a vida do
Spafford. Os que conhecem, sabem a seu filho.
sua história. Para os que ainda não o Ele e a sua esposa, Anna, ficaram de-
conhecem, permita que eu a conte. No fim vastados. O seu mundo veio abaixo. A dor
do século 19 houve um advogado de Chica- da perda do filho em muito ofuscou a dor
go que, pelo seu trabalho árduo, acumulou da perda da sua fortuna. Mas com o pouco
grande fortuna. Casou-se. Teve cinco filhos, que lhe restou, ele decidiu fazer uma via-
sendo um homem e quatro filhas. Um pilar gem de navio para a França. Certamente,
da sociedade. Cristão, marido e pai devota- num país distante poderiam esquecer, sarar,
do, era um exemplo e até motivo de inveja achar consolo em Deus. A viagem foi marca-
de muitos. Seus investimentos o levaram a da para 1873. Só que, na última hora, Ho-
comprar muitos prédios à beira do lago em rátio não pôde embarcar e teve de mandar
Chicago, área nobre, tornando-o rico e po- a sua família na frente. Prometeu seguir as-
deroso. Certamente, para os seus irmãos na sim que pudesse.
fé, esse homem era um exemplo do poder Em poucas semanas chegou um tele-
e das bênçãos de Deus. Sua fé, seu esforço grama da sua esposa, com as seguintes pa-
e sua integridade tinham lhe proporcionado lavras: “Salva, mas só”. Houve um naufrá-
uma vida “abençoada”. gio. Anna estava bem, mas as quatro filhas
Em 1871, houve um grande incêndio do casal pereceram no mar. Ela aguardava,
que destruiu a cidade de Chicago. As cha- aflita, a chegada do marido. Os dois pode-
mas dizimaram a população. Também des- riam chorar juntos aquela aflição de Jó. Ho-
truíram as propriedades de Spafford. Em um rátio pegou o primeiro navio disponível para
dia, ele teve a sua fortuna dramaticamente se juntar à esposa enlutada. No reencontro,
reduzida. Mas a tragédia foi ainda maior, concordaram que seria melhor voltar para
Projeto Spurgeon | 35
A Espada e a Espatula
casa. O acidente tinha acontecido perto do que passam pelo vale da sombra da morte.
litoral francês. Ao passar pelo local do nau- O apóstolo Paulo escreveu: “Se é so-
frágio, o capitão do navio solenemente assi- mente para esta vida que temos esperança
nalou que fora ali que ocorrera a tragédia. em Cristo, dentre todos os homens somos
Ao contemplar o lugar, Horátio pegou uma os mais dignos de compaixão” (1 Co 15.19).
folha de papel e rascunhou palavras que, De fato, se a nossa vida cristã se resume
hoje, compõem um hino cantado inúmeras aos benefícios que podemos obter nesta
vezes, sem que a maioria saiba a sua ori- vida, somos patéticos, dignos de pena. Re-
gem. duzimos tudo a um bem-estar passageiro. O
fato é que tudo passará. Nossa juventude
Se paz a mais doce eu puder desfrutar dura muito pouco. Nossa saúde também. Os
Se dor a mais forte sofrer, tempos bons, os tempos maus, tudo passa.
Oh, seja o que for, Tu me fazes saber Temos poucas décadas para vivermos aqui.
Que feliz com Jesus sempre sou! Bens estragam. Amizades desapontam. So-
fremos desilusões, perdas, acidentes, aban-
Sou feliz, com Jesus. donos.
Sou feliz com Jesus, meu Senhor. Nos esquecemos do fato de que este
mundo está se apagando. Vivemos num pe-
Embora me assalte o cruel Satanás, ríodo de superposição de duas eras. A nova,
E ataque com vis tentações; i.é, o Reino de Deus, está entre nós e ainda
Oh, certo eu estou, apesar de aflições por vir, na sua plenitude. Provamos dessa
Que feliz eu serei com Jesus! era vindoura, como disse o autor da carta
aos Hebreus (“experimentaram a bondade
A vinda eu anseio do meu Salvador. da palavra de Deus e os poderes da era que
Ao céu Ele vai me levar há de vir...” – Hb 6.5). Mas vivemos, tam-
Em breve eu irei para sempre morar bém, numa era que está se esvaindo, desa-
Com o salvos por Cristo Jesus. parecendo. Paulo disse assim: “...a forma
presente deste mundo está passando” (1 Co
O mundo midiático no qual vivemos nos 7.31b).
bombardeia com mensagens de alegria per-
pétua, qualidade de vida, sonhos e a pro-
messa de uma vida “que merecemos”. Não
falo só de tele-evangelistas. Falo de lança-
mentos imobiliários, anúncios de perfumes
e toda sorte de bens e serviços que vá nos Se a nossa vida cristã se resu-
proporcionar a vida boa.
Essa mensagem achou seu paralelo no me aos benefícios que podemos
meio evangélico. Não é preciso ser do arraial
da teologia de prosperidade para abraçar o obter nesta vida, somos paté-
ideal de vida “abençoada”. Qualquer um
que já virou a sua face para Deus e pergun- ticos, dignos de pena.
tou “por quê?” já pode se considerar infec-
tado pela teologia do bem-estar. Quando as
coisas vão bem, descansamos. Oramos me-
nos. E quando as coisas vão mal, frequenta- Então como viver? O próprio apóstolo
mos a igreja um pouco mais. Pedimos ora- respondeu: “O que quero dizer é que o tem-
ção. E nos indagamos sobre o que pode ter po é pouco. De agora em diante, aqueles
dado errado. Como isso veio a acontecer? que têm esposa, vivam como se não tives-
Nossas palavras são de consternação. É cer- sem; aqueles que choram, como se não cho-
to que louvor não é uma reação comum aos rassem; os que estão felizes, como se não
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Agosto/2012
estivessem; os que compram algo, como se Isso quer dizer que a mensagem majoritária
nada possuíssem” ( 1Co 7.29-31a). Então dos púlpitos modernos nos aponta para uma
sejamos estoicos? Façamos de conta que vi- autorrealização cada vez maior. Apontam-
vemos sempre “vitoriosos”, “felizes”, “de -nos para um bem-estar, uma vida “boa e
bem com a vida”? Ou simplesmente enter- certa”. Apontam-nos para uma vida vivida
remos a emoção e neguemos que estejamos longe da presença constante de Deus.
vivendo uma tragédia? De maneira alguma.
“Felizes são os que choram, porque serão
consolados” (Mt 5.4). Não deixamos de vi-
ver, de sofrer, de chorar, de casar e dar em Os que estão em Cristo vivem
casamento. Vivemos a vida que Deus nos
concede. Mas fazemos isso à luz de algo que a condição de felizardos.
é infinitamente mais precioso e perene do
que qualquer bem ou alegria que podería-
mos desfrutar nesta vida. O próprio deísmo que tanto influenciou
O autor da carta aos Hebreus falou as- os pais da constituição americana, como
sim: “Pois não temos aqui nenhuma cidade Thomas Jefferson e outros, afirma que Deus
permanente, mas buscamos a que há de vir” criou o mundo e depois deixou tudo “em pi-
(Hb 13.14). “Buscamos”? Jesus nos instruiu loto automático”. Dizendo que, se tão so-
a não correr atrás das coisas que tanto pre- mente seguirmos as regras, tudo irá bem.
ocupam os gentios: o que comeremos, o que Isso infundiu a Igreja evangélica de um
beberemos, ou com o que nos vestiremos. pragmatismo que há 200 anos predomina,
Falou que devemos buscar em primeiro lu- tanto lá quanto aqui. A pergunta que surgiu,
gar “O Reino de Deus e a sua justiça” (Mt e continua a ser feita, é: “A fé serve para
6.33). o que, então?” Sim, pois se a fé não serve
Horátio resume essa visão, reconhe- para me proporcionar uma vida melhor, para
cendo que sofremos dor e somos vítimas de que serve? Se eu não sou feliz com Cristo,
tentações satânicas. Mas tudo acontece à então aonde devo ir para achar a felicida-
luz do fato de Cristo estar preparando um de? De fato, é o alvo-mor desta geração: ser
lugar eterno para nós. Isso não foi a expres- feliz. Mas Spafford disse “sou feliz”. Embo-
são de um tele-evangelista. Aquele hino não ra... apesar de... não obstante... eu sou
foi composto por um monge. Foi um advo- feliz. Felicidade é uma condição de privi-
gado piedoso que, em meio a uma tragédia légio, não de emoção. Alegria certamente
de proporções inimagináveis, pôde voltar os vem e vai. Mas o felizardo é aquele que foi,
seus olhos para o que realmente importa na e continua sendo, privilegiado. Esse privilé-
vida. gio, nos termos cristãos, não é um estado
Mas sejamos francos. A fé cristã não é de espírito. Não é uma condição emocional.
mais a mesma. Antigamente os fiéis ouviam É uma condição que só se define pelo telos,
falar sobre o Céu com uma frequência ex- pelo fim.
pressivamente maior do que se ouve em nos- O que nos define não é o que temos. O
sos tempos. Somos imediatistas. Tudo tran- que nos define não é o que somos ou faze-
sita em nosso mundo à velocidade da banda mos neste mundo. O que nos define é o que
larga. Tudo em nossa época se resolve nos nos espera.
poucos minutos de um episódio televisado É a mesma condição de um herdeiro
e antes dos reclames. Compramos máquinas que ainda não desfruta inteiramente da sua
que nos oferecem uma vida mais expedida, fortuna mas tem por certo o que está por
mais compacta, mais prática e eficiente. Os vir. Quantos já não se perguntaram quan-
púlpitos não apontam para o Céu. Os púl- do a Rainha Elizabeth II vai finalmente dar
pitos proporcionam o que Michael Horton uma chance ao filho para reinar? Quando é
chamou de “Deísmo Moralista Terapêutico”. que ela passará o cetro? Vemos o príncipe
Projeto Spurgeon | 37
A Espada e a Espatula
Walter Mcalister é Bispo Primaz da Aliança das Igrejas Cristãs Nova Vida. Fundador e Presi-
dente do IBRMEC. Lauzanne Movement 2010 (Capetown), Autor dos livros: O Fim de Uma Era, O Pai
Nosso, A Coleção Café Espiritual.
http://www.waltermcalister.com.br
38 | Projeto Spurgeon
Agosto/2012
LANÇAMENTO
Neopentecostalismo
A História não Contada
Walter Mcalister
AQUI
“Este livro traz uma contribuição significativa não só à história da Igreja
Cristã Nova Vida, mas também a todos aqueles que estudam de uma maneira
séria o protestantismo no Brasil, em especial a origem do pentecostalismo.
Com toda certeza as novas gerações do pentecostalismo brasileiro terão
que obrigatoriamente passar pela vida e pelo ministério do Bispo Roberto se
desejarem conhecer não só sua própria história como a dos seus pioneiros.”
Projeto Spurgeon | 39
www.editoraannodomini.com.br
A Espada e a Espatula
B
oa parte dos meus leitores no blog evangélicos não aceitam a Infabilidade do
“Olhar Reformado” já me viu falar so- Papa, a Intercessão dos Santos e o valor das
bre “deixar de ser evangélico”. Nem procissões, porém, isso não nos diz nada so-
todos reagem bem, o que é compreensível bre qual é a natureza do Evangelho.
diante do seguinte fato: muitos confun- Então, qual é a natureza do Evange-
dem um sistema religioso autodenominado lho? Foi essa a pergunta originou a Reforma
‘evangélico’ com o próprio evangelho. Protestante. Foi essa pergunta que dividiu
Mas, o que muitos parecem não entender o Ocidente entre “católicos” e “evangéli-
neste debate é que considerar-se evangéli- cos”. Lutero não se rebelou contra o Papa,
co tem haver com uma bem definida com- nem contra os dias santos, ou qualquer ou-
preensão do que é o Evangelho de Cristo. tra coisa que os evangélicos de hoje odeiam
Irei comentar alguns dados históricos e te- no Catolicismo. Sim, com o tempo, Lutero
ológicos, e ao terminar espero que o leitor acabaria combatendo tais coisas, mas não
pergunte a si mesmo: Sou realmente um foi isso que deu origem a Reforma. Lutero
evangélico? se deu conta que a Igreja, ou uma parte sig-
Por razões históricas mais ou menos nificativa dela, havia perdido o significado
justificadas, boa parte de nós toma o termo real do que era o Evangelho. De fato, a Re-
“evangélico” como sinônimo de “não cató- ligião Cristã estava envolvida em exigências
lico”, ou pior ainda, de “anticatólico”. Pen- e regras tão pesadas, e vinha mesclando-
so que é uma analise estreita do problema, -se a superstições tão absurdas, que a Boa
e sem muito valor teológico. No máximo, Notícia tornara-se um grande fardo. Lutero
tal compreensão tenta nos dizer o que um compreendeu que a salvação dava-se exclu-
evangélico não faz, sem esclarecer nada so- sivamente “pela fé”, e isso mudaria a histó-
bre o que ele faz e crê. É bom saber que ria do Ocidente.
40 | Projeto Spurgeon
Agosto/2012
temos em Cristo
mamente simples. O Evangelho não carece
de ritos, estruturas burocráticas ou rituais
místicos. O Evangelho resume-se em uma
única coisa: confiar em Cristo. Não é algo
extremamente simples? De fato é. Porém,
ouso dizer que é muito mais simples do que
para alcançar-
talvez você esteja concluindo ao ler isso.
Sim, pois há o risco de confundir a confiança
em Cristo com a confiança na fé em Cristo.
mos a salvação
O Evangelho é tão simples, tão simples, que
não pode sequer ser compreendid0 com ter
fé na fé! Não precisamos ter fé na fé que
– apenas preci-
temos em Cristo para alcançarmos a salva-
ção – apenas precisamos ter fé em Cristo!
Ainda que às vezes o cristão possa duvidar
samos ter fé em
de si mesmo, ainda que possa questionar a
qualidade da sua fé pessoal, se ele de fato
compreende a simplicidade do Evangelho,
Cristo!
não questionará a fidelidade de Cristo! Ain-
da que sua fé seja pequena, frágil e capaz
de dúvidas, o cristão joga-se nos braços de
Cristo. Se entender isso, compreendeu a
simplicidade do Evangelho. “Se formos infi-
éis, ele permanece fiel; não pode negar-se qual Deus nos conduz a Seu Filho.
a si mesmo” (II Timóteo 2.13). Que isso tem haver com ser evangéli-
O Arcebispo Tomas Cranmer, um dos co? A resposta talvez esteja enublada pela
mais importantes Reformadores da Igreja da extrema confusão dos nossos dias. Nossos
Inglaterra, escreveu sobre isso. “A nossa fé evangelistas pregam as mais variadas e
em Cristo nos diz isso: ‘Não sou eu [a sua fé criativas regras para a salvação: desde não
pessoal] quem paga os seus pecados, senão tomar Coca-Cola a não escutar Bossa Nova.
somente Cristo; e somente a Ele te envio Nossos pastores nos convencem do valor
para tal propósito, esquecendo até mesmo e da eficiência de ritos como tomar água
as tuas boas obras, palavras e pensamentos, “orada”, comprar lenços ungidos e coisas
Projeto Spurgeon | 41
A Espada e a Espatula
semelhantes. Que isso tem haver com ser o que fazem para Deus. Eles acreditam -
evangélico? Absolutamente nada, pois nada ainda que não confessem - que a salvação
disso tem haver com tudo aquilo que expu- depende de seus próprios méritos. Não são
semos até agora! É decepcionante ter de herdeiros de Lutero.
fazer tal denúncia, mas o fato é que a Igre- Outros seguem inabaláveis em suas
ja Evangélica de hoje prega tudo, menos o convicções anticatólicas. Porém, isso não
Evangelho. Parece contraditório, mas “dei- lhes impede de acreditar na infabilidade de
xar de ser evangélico” pode ser uma mani- pastores ou levitas. Combatem a idolatria e
festação de desejo por voltar a ser, de fato, a superstição dos outros, mas são incrivel-
“evangélico”. mente tolerantes com suas próprias blasfê-
Uma multidão de evangélicos troca de mias contra o Evangelho. Não são herdeiros
salvação mais vezes que de camisa. Se es- da Reforma!
tão bem consigo mesmos sentem-se salvos, A pergunta que fica é uma só: você é
mas se estão deprimidos, se percebem que evangélico? Uma pergunta ariscada, que
cometeram alguma falha, sua confiança se talvez mostre ao leitor que uma resposta
esvai. Eles se sentem salvos hoje, mas nada positiva não obriga ninguém a estar preso
garante a respeito de seu próprio futuro. ao sistema que se apoderou do título.
A salvação para eles é algo que depende
Marcelo Lemos é teólogo, casado e pai de dois filhos. Vem atuando como líder da Comuni-
dade Anglicana Carisma, em São Paulo, e edita o blog Olhar Reformado.
http://www.olharreformado.com/
42 | Projeto Spurgeon
Lançamento
Agonia de Cristo
Jonathan Edwards
64 Páginas | Formato: 14x21cm
“Os piedosos podem estar tranquilos nisto, que Cristo como seu
Sumo sacerdote ofereceu esse grande clamor a Deus. Todos que crêem
em Cristo e seus verdadeiros seguidores e servos, estejam tranquilos
nisto, que Jesus Cristo é seu Sumo sacerdote, que Cristo derramou em
agonia, caiu na terra por vocês, e que este intenso clamor foi feito a
Deus por vocês pra que a vitória de sua missão e sofrimentos servissem
de todo o bem que o mundo necessita e toda a felicidade fosse vivida.
CONFIRA
guidor de Cristo e devem segui-lo também neste exemplo. Claramentes
temos ouvido que o grande labor da alma de Cristo foi pela salvação
AQUI
de outros, e que grande e intenso clamor a Deus o acompanhou em sua
missão”
www.editorainterferencia.com
Curso ministrado por Juliano Heyse na Igreja Batista Reformada Vida Nova em Floria-
nópolis-SC aos domingos, nos meses de setembro a novembro de 2008. O áudio foi editado
para ser colocado na forma de episódios. As apresentações em Powerpoint exigem a versão
2007 ou o visualizador disponibilizado gratuitamente pela Microsoft e que pode ser baixado
aqui. Os vídeos podem ser assistidos acessando os episódios.
CLIRQUE E ACESSE:
w w w . bomcaminho . com
A Espada e a Espatula
Escreve ao anjo da igreja que está em Éfeso: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete
estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro: Conheço as tuas obras, e o teu traba-
lho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser
apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos. E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste
pelo meu nome, e não te cansaste. Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor.
Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, bre-
vemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres. Tens, porém,
isto: que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio. Quem tem ouvidos, ouça o
que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no
meio do paraíso de Deus. Apocalipse 2: 1-7
Vejamos o que o texto nos diz sobre quando confessamos, Ele trabalha para nos
Jesus. Primeiro, ele tem as Igrejas em suas tornar semelhante a Ele.
mãos e anda no meio da Igreja. Ele é um Agora, vejamos o que Jesus conhecia
Cristo que sustenta a Igreja e está no meio da igreja de Éfeso?
dela. Quão bom é saber que Cristo está no
meio de nós! Mas também devemos nos lem- 1) Seu trabalho (no original significa se
brar que Cristo tem olhos de fogo. Ele vê e esgotar em prol do trabalho). A igreja de
examina tudo que há nas igrejas. Isso é te- Éfeso era uma igreja empenhada na obra do
meroso, mas também é bom, pois significa Senhor até o ponto de se esgotarem.
que Cristo conhece Sua Igreja e, portanto,
não precisamos ser hipócritas diante dele; 2) Sua perseverança. Mesmo em meio
podemos confessar nossos pecados, pois ele a tanta resistência que havia em Éfeso con-
já o sabe. E a boa notícia é que se perten- tra cristianismo, eles perseveraram. Éfeso
cermos a Ele, Ele não nos condenará, mas, era uma cidade muito idólatra (templo de
44 | Projeto Spurgeon
Agosto/2012
Diana) e que mexia com feitiçaria. Paulo Todo cristão que já caminhou boa parte
disse que lobos vorazes sairiam do meio dos da jornada já passou por tempos de sequi-
presbíteros em Éfeso. Era uma igreja que dão. Então, o que fazer quando deixamos o
tinha problemas vindo de fora e de dentro e primeiro amor? O texto nos dá um remédio
mesmo assim eles perseveraram. de 3 passos: (1) relembre-se, (2) arrependa-
-se e (3) retorne.
3) Sua integridade. O texto diz que
eles não suportavam o homem mau. O co-
nhecimento da Palavra que tinham conferia
discernimento para testar as pessoas, sabe-
rem que eram más e rejeitá-las. RELEMBRE-SE!
4) Seu abandono do primeiro amor. No
verso 4 tem uma virada: eles abandonaram
seu primeiro amor (original: deixaram cair 1) Relembre-se
o primeiro amor). Precisamos entender que
apesar de Jesus nos amar, Ele não deixa de Muito da vida cristã é vivida na mente
notar nossos erros. Não podemos honrá-lo (Pensai nas coisas que são de cima, e não
em determinadas áreas, mas deixar algumas nas que são da terra – Colossenses 3:2 | Nós
de fora. Ele quer que o agrademos de todas temos a mente de Cristo – 1 Coríntios 2:16).
as formas. Se há uma área de sua vida que Precisamos ser um povo pensante. É por isso
você sabe que não está certa, os olhos de que doutrina é importante – ela enche nossa
fogo de Cristo a vêem e Ele tem isso contra mente com coisas certas para pensarmos.
você! E o que é perder seu primeiro amor? Então, o que Jesus nos chama a pensar? É
Perder nosso primeiro amor é quando Jesus pensar especificamente onde estávamos,
não é mais tão precioso para nós. Saiba que não doutrinariamente ou em questões de
o Senhor Jesus Cristo é um marido zeloso maturidade, mas as afeições que tínhamos
que quer o nosso amor. Ele demanda nos- por Cristo. Apesar de todos os defeitos que
so amor e faz isso sob a ameaça de tirar o tínhamos quando nos convertemos nós tí-
candelabro (a igreja) do meio de nós. Isso é nhamos uma comunhão deliciosa com Cris-
sério! Jesus Cristo é sério sobre nosso amor to. Você consegue se lembrar quando Ele
para com Ele. É maravilhoso pensar que o sussurrou para você: “os seus pecados, ape-
nosso amor por Jesus é assim tão importan- sar de muitos, foram perdoados”. Irmãos e
te para Ele. irmãs, você se lembra da alegria da comu-
nhão com Cristo?
É maravilhoso pen-
sar que o nosso ARREPENDA-SE!
amor por Jesus é as- 2) Arrepender-se
para Ele.
a Cristo e nos arrependermos. Arrependi-
mento é uma questão do coração. É uma
Projeto Spurgeon | 45
A Espada e a Espatula
3) Retorne
Tim Conway era presbítero na Community Baptist Church em Elmendorf (Texas), antes de
ser enviado com onze outros membros para formarem a Southside Grace Church, que mais tarde
seria chamada de Grace Community Church. Tim foi o primeiro pastor da Grace Comunnity Church.
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Agosto/2012
P
RIMEIRAMENTE tenho de reconhecer razão, que se você deixasse de alimentar o
que não há esforço humano, nem de seu bebé, seria culpado de homicídio diante
pastores nem de pais de família, que de Deus e da sociedade; nem você pode crer
possa ser eficaz para levar uma alma ao co- que pode dar a desculpa de que o encarre-
nhecimento salvador de Deus em Cristo sem gou ao milagroso cuidado divino enquanto
a colaboração das influências transformado- você o deixou desamparado sem subminis-
ras do Espírito Santo. Não obstante, você trar-lhe nada da ajuda humana. Tal pretex-
sabe muito bem, e espero que considere se- to só adicionaria impiedade à sua crueldade
riamente, que isto não debilita a sua obri- e serviria apenas para piorar o crime que
gação de usar com muita diligência os meios quis desculpar. Também seria absurdo que
corretos. O grande Deus tem declarado as nos enganássemos com a esperança de que
regras de operação tanto no mundo da gra- os nossos filhos fossem ensinados por Deus,
ça quanto na natureza. Ainda que não Se e regenerados e santificados pelas influên-
limite a elas, seria arrogante da nossa parte cias da Sua graça, se descuidarmos o cuida-
e destrutivo esperar que Ele delas Se desvie do prudente e cristão da sua educação que
a favor de nós ou dos nossos. quero agora descrever e recomendar...
Vivemos não só de pão, “mas também 1. As crianças devem, sem lugar a dúvi-
de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mt das, ser criadas no caminho da piedade e da
4:4). Se o Senhor tiver determinado conti- devoção a Deus. Isto, como você bem sabe,
nuar sua a vida ou a vida de seus filhos, sem é a soma e o fundamento de tudo o que é
dúvida, Ele alimentá-lo-á ou o sustentará realmente bom. “O princípio da sabedoria
com os Seus milagres. Não obstante, você é o temor do SENHOR” (Sl 111:10). Portan-
crê-se obrigado a cuidar com prudência do to o salmista convida os filhos a aproximar-
seu pão quotidiano. Concluiria você, e com -se dele com a promessa de instrui-los nela:
Projeto Spurgeon | 47
A Espada e a Espatula
“Vinde, meninos, ouvi-me; eu vos ensina- pronunciar esse nome grande e terrível: O
rei o temor do SENHOR” (Salmo 34:11). E, Senhor nosso Deus; que não O tomem em
algumas noções corretas do Ser Supremo vão, mas que O utilizem com a solenidade
devem ser implantadas na mente dos filhos que Lhe corresponde, recordando que nós
antes de que possa haver um fundamento e eles não somos mais do que pó e cinzas
razoável para lhes ensinar as doutrinas que diante dEle. Quando ouço os pequenos fa-
se referem particularmente a Cristo como lar do Deus grande, do Deus santo, do Deus
o Mediador. “Ora, sem fé é impossível agra- glorioso, como às vezes acontece, causa-me
dar-lhe, porque é necessário que aquele prazer. Considero isso como uma prova da
que se aproxima de Deus creia que ele exis- grande sabedoria e piedade daqueles que
te e que é galardoador dos que o buscam.” têm a seu cargo a sua educação.
(Hb 11:6). Mas temos de ter muito cuidado para
não limitar as nossas palavras a esses con-
ceitos extraordinários, não seja que o temor
a Deus os domine tanto que as Suas exce-
lências os levem a ter medo de aproxima-
É de muita importância que as rem-se dEle. Temos de descrevê-Lo não só
como o maior, mas também como o melhor
crianças sejam imbuídas de um sen- dos seres. Devemos ensiná-los a conhecê-Lo
tido de admiração para com Deus. pelo nome muito consolador de: ““Senhor,
Senhor, Deus compassivo e misericordioso,
paciente, cheio de amor e de fidelidade,
que mantém o Seu amor a milhares e per-
doa a maldade, a rebelião e o pecado.” (Ex
A prova da existência de Deus e alguns 34:6-7 NIV).
dos atributos da natureza divina que mais Devemos apresentá-Lo como o Pai uni-
nos preocupam dependem de princípios tão versal, bondoso, indulgente, que ama as
singelos que até as mentes mais simples po- Suas criaturas e por meios corretos lhes
dem compreendê-los. O menino aprenderá provê o necessário para a sua felicidade. E
facilmente que como cada casa é constru- devemos apresentar-lhes particularmente
ída por algum homem e que não pode ha- a Sua bondade para com eles: que com a
ver uma obra sem um autor, assim tam- Sua ternura paternal os protegeu nos Seus
bém Aquele que construiu todas as coisas é berços, que com a Sua compaixão escutou
Deus. Partindo da ideia óbvia de que Deus é os Seus débeis prantos antes de que os seus
o Criador de tudo, podemos apresentá-Lo, pensamentos infantis pudessem dar forma a
com naturalidade, como extremamente uma oração. Temos de lhes dizer que vivem
grande e extremamente bom, a fim de que cada momento dependendo de Deus e que
aprendam já a reverenciá-Lo e amá-Lo. todo o nosso carinho por eles não é mais do
É de muita importância que as crianças que o que Ele põe no nosso coração e que
sejam imbuídas de um sentido de admiração o nosso poder para os ajudar não é mais do
para com Deus e de uma veneração humilde que o que Ele coloca nas nossas mãos. Deve-
ante as Suas perfeições e as Suas glórias. remos também recordar-lhes solenemente
Portanto, é necessário apresentá-Lo a eles que em pouco tempo os seus espíritos re-
como o grande Senhor de tudo. E, quando tornarão para este Deus. Assim como agora
lhes mencionamos outros agentes invisíveis, o Senhor está sempre com eles e sabe tudo
sejam anjos ou demónios, devemos... sem- o que eles fazem, dizem ou pensam, trará
pre apresentá-los como seres inteiramente toda a obra a juízo e os fará felizes ou infe-
sob o governo e controle de Deus... lizes para sempre, conforme são, em geral,
Temos de ser particularmente preca- encontrados obedientes ou rebeldes. Deve-
vidos quando ensinamos a estes infantes a mos apresentar-lhes também as descrições
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Projeto Spurgeon | 49
A Espada e a Espatula
modo tão caro. Com quanta alegria disse: podido aniquilar com uma palavra aos que
“Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua chegaram para capturá-lo (Jo 18:6)— mas
vontade.” (Hb 10:7, 9 ARC1995)! Para mos- com quanta paciência Se submeteu às feri-
trar o valor deste assombroso amor, deve- das mais cruéis: ser açoitado e deixar que
mos esforçar-nos, segundo a nossa débil Lhe cuspissem, ser coroado de espinhos e de
capacidade, por ensinar-lhes quem é este carregar a Sua cruz. Temos de lhes mostrar
Redentor compassivo, apresentar-lhes algo como esta Pessoa divina inocente e santa
da sua glória como Filho eterno de Deus e foi levada como um cordeiro o matadouro;
o grande Senhor de anjos e homens. Temos e, enquanto os soldados cravavam com pre-
de os instruir da Sua assombrosa condescen- gos, em lugar de carregar os de maldições,
dência ao deixar aquela glória para ser um orou por eles dizendo: “Pai, perdoa-os, por-
menino pequeno, débil e indefeso, e logo que não sabem o que fazem” (Lc 23:34). E
um homem aflito e de dores. Temos de guiá- quando os seus pequenos corações se te-
-los ao conhecimento dessas circunstâncias nham maravilhado e derretido ante uma
na história de Jesus que tenham o impacto história tão estranha, temos de contar-lhes
maior sobre a sua mente e para lhes incul- como Ele sofreu, sangrou e morreu por nós,
car desde pequenos, um sentido de gratidão recordando-lhes com frequência como eles
e amor por Ele. Temos de lhes contar quão estão incluídos nesses sucessos.
pobre Ele Se fez a fim de nos enriquecer a Temos de guiar os seus pensamentos a
nós, com quanta diligência andou fazendo fim de que vejam a glória da ressurreição e
o bem e com quanta disposição pregava o ascensão de Cristo, e contar-lhes com quan-
Evangelho aos mais humildes. Devemos con- ta bondade ainda recorda Ele o Seu povo
tar-lhes especialmente quão bom era com na Sua exaltação, defendendo a causa das
as crianças e como mostrou o Seu desagra- criaturas pecadoras, e utilizando o Seu in-
do aos Seus discípulos quando eles tentaram teresse no tribunal do Céu para procurar a
impedir que as crianças se aproximassem vida e a glória para todos os que creem nEle
dEle. A Bíblia diz expressamente que Jesus e O amam.
estava muito aborrecido e que disse: “Dei- Havemos logo depois de continuar a
xai vir a mim os pequeninos e não os impe- instruí-los nos pormenores da obediência
çais, porque dos tais é o Reino de Deus” (Lc pela qual a sinceridade da nossa fé e do
18:16 ARC1995) — um momento tenro que nosso amor receberá aprovação. Temos de
possivelmente ficou registado, pelo menos recordar-lhes constantemente a sua própria
em parte, por esta razão: para que as crian- debilidade e de lhes contar como Deus nos
ças de épocas vindouras o conhecessem e se ajuda enviando o Seu Espírito Santo a morar
vissem afetados por ele. em nosso coração para nos fazer aptos para
Por meio destas cenas da vida de Jesus, toda a palavra e obra boa.
temos de guiá-los a conhecer a Sua morte. É uma lição importante sem a qual a
Temos de lhes mostrar com quanta facili- nossa instrução será em vão e o que eles
dade teria Ele podido livrar-Se dessa morte ouçam será igualmente em vão!
—do que deu clara evidência de que teria
Philip Doddridge (26 de junho de 1702, Londres - 26 de outubro de 1751, Lisboa). Ministro
não-conformista (congregacional) inglês, educador, escritor e hinógrafo.
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Agosto/2012
Por C. H. Spurgeon
N
ão sei que argumentos usar contigo. lava de todo pecado. Ainda permanece frio
Apelo à seus próprios interesses. Oh, e indiferente? Por acaso o cego não me per-
meu pobre amigo, não seria melhor mitiria que o conduzisse para a festa? Meu
para você reconciliar-se com o Deus do Céu, amigo lesado não desejará colocar sua mãe
do que ser seu inimigo? O que você ganha em meu ombro e permitir-me que o leve
em se opor a Ele? Por acaso é mais feliz ao banquete? O pobre não consentirá que
sendo Seu inimigo? Responda, buscador de eu caminhe junto com ele? Devo usar pala-
prazeres: tem achado deleites nessa copa? vras mais fortes? Devo exercer alguma outra
Responda-me fariseu: tem achado descanso pressão para forçá-los a entrar? Pecadores,
para seus pés em todos seus trabalhos? Oh a isso estou resolvido nessa manhã, e se não
você, que se empenha em estabelecer sua são salvos vocês não terão desculpa. Vocês,
própria justiça, lhe ordeno que deixe sua desde o que sustenta suas cãs grisalhas ao
consciência falar contigo. Tem achado que é que está em sua infância, se não se aferram
um caminho feliz? Ah, meu amigo, “Por que a Cristo hoje, o sangue de vocês será sobre
gastai o dinheiro naquilo que não é pão, e suas próprias cabeças.
vosso trabalho no que não satisfaz? Ouvi-me Se há poder no homem para trazer a seu
atentamente, e comerei do bem, e vossa companheiro – como de fato existe quando
alma se deleitará em manjares.” o homem é ajudado pelo Espírito Santo –
Exorto por tudo que é sagrado e sole- esse poder será exercido essa manhã, com
ne, tudo que é importante e eterno, foge a ajuda de Deus. Vamos, não irei desanimar
para salvar sua vida! Não olhe para trás, não por suas recusas. Se minha exortação falha,
pare na planície, não se detenha até que te- tentarei outra coisa. Meus irmãos, lhes su-
nha provado, e encontrado um interesse no plico, lhes suplico que se detenham e con-
sangue de Jesus Cristo, esse sangue que nos siderem. Vocês sabem o que estão rejeitan-
Projeto Spurgeon | 51
A Espada e a Espatula
do nessa manhã? Estão rejeitando a Cristo, Não posso evitar pensar em vocês. Os
seu único Salvador. “Porque ninguém pode vejo atuar como suicidas essa manhã, e me
colocar outro fundamento que o que está imagino a mim mesmo parado ao lado de
posto.” “E em nenhum outro há salvação, suas camas escutando seus gritos, e saben-
porque não há outro nome debaixo do céu, do que estão morrendo sem esperança. Não
dado aos homens, em que possamos ser sal- posso suportar isso. Parece que estou junto
vos.” Meus irmãos, não posso suportar que a seu caixão agora, vendo seus rostos pálidos
vocês façam isso, pois eu sim recordo o que e frios, e eu digo: “esse homem desprezou
vocês estão esquecendo: o dia virá no qual a Cristo e descuidou da grande salvação”.
vocês necessitarão de um Salvador. Não fal- Penso que amargas lágrimas irei derramar
ta muito para que passem os cansados me- nesse momento, se penso que não lhes fui
ses, e sua fortaleza comece a declinar. O fiel; e como esses olhos permanentemente
pulso lhes falhará, sua força os abandonará, fechados na morte, me darão a impressão
e vocês e o horrendo monstro, A MORTE, se que me reprovam e dizem: “Ministro, assis-
enfrentarão entre si. O que irão fazer nas ti a suas pregações no famoso Music Hall,
grandes correntes do Jordão sem um Salva- porem, não se preocupou seriamente por
dor? Os leitos de morte são frios sem o Se- mim; divertiu-me, pregou-me, porem, não
nhor Jesus Cristo. me rogou! Não soube o que Paulo quis dizer
quando disse, ‘e como Deus os exorta por
meio de nós, rogamos em nome de Cristo:
reconciliem-se com Deus!’”
Suplico-lhes que permitam que essa
mensagem entre em seus corações, por ou-
tra razão. Imagino-me a mim mesmo de pé
Meu pobre amigo, não no tribunal de Deus. Como é certo que o Se-
nhor vive, o dia do juízo vem. Vocês crêem
seria melhor para você nisso? Vocês não são infiéis. Suas consciên-
cias não lhes permitiriam duvidar da Escri-
tura. Talvez vocês pretenderam fazer isso,
reconciliar-se com o porem, não podem. Sentem que deve haver
um dia que Deus irá julgar ao mundo em
Deus do Céu, do que ser justiça. Vejo-lhe em meio da multidão e o
olho de Deus está fixo em você. Para você
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Projeto Spurgeon | 53
A Espada e a Espatula
Você imagina que sua vida será longa, Muito frequentemente ficamos sabendo de
mas, acaso não sabe que curta é? Alguma pessoas que caem em nossas ruas, indo do
vez intentou medir que frágil você é? Já viu tempo à eternidade, por algum súbito ata-
o corpo de um morto cortado em pedaços que. Estás seguro que esse teu coração está
pelos estudantes de anatomia? Viu algo tão perfeitamente são? Seu sangue circula com
maravilhoso como a estrutura humana? – toda precisão? Estás completamente seguro
disso? E se é assim, quando tempo isso lhe
“Que estranho, que uma harpa de mil irá durar?
cordas,
Se conserve afinada por tanto tempo”
Porem, deixe que tão somente uma Vem o dia, quando a voz de todo mi-
corda se torça, que um pouco de comida vá
pela direção equivocada, e você pode mor- nistro do Evangelho será apagada,
rer. Por mais insignificante incidente, você
pode morrer a qualquer momento, quando
ao menos para você.
Deus o queira. Homens muito fortes têm pe-
recido em pequenos e ligeiros acidentes, e
isso pode passar contigo. Na capela, na cada Oh, talvez estejam aqui alguns que ja-
de Deus, existem alguns que caíram mortos. mais verão o dia de Natal. Pode ser que o
mandato já tenha saído: “Coloca sua casa
em ordem, porque irá morrer e não vive-
rá.” De toda essa grande congregação, não
poderia dizer com exatidão quantos estarão
mortos em um ano; porem, é certo que o
Preocupei-me seriamente grupo congregado agora nunca mais volta-
rá a se reunir por completo outra vez em
por minha alma, porem, outra assembleia. Alguns dessa vasta mul-
tidão, talvez dois ou três, partirão antes
Trecho do sermão “Força-os a Entrar”, disponível em Projeto Spurgeon – Proclamando a CRISTO Crucificado
http://www.projetospurgeon.com.br/2012/07/forca-os-a-entrar-sermao-inedito/
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Agosto/2012
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A Espada e a Espatula
Faze-me teu servo fiel, ó meu Deus, que eu te honre em meu tempo e em minha
geração, e que seja consagrado para sempre a teu serviço.
C. H. Spurgeon
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