Você está na página 1de 15

Normas e modelos para elaboração de trabalho para a XI FECTI

Prezados alunos e professores, esse documento foi produzido com o intuito de guiá-los
e de ser utilizado como base para a elaboração do trabalho escrito, exigido para a inscrição na
FECTI. Prestem atenção nas formatações de texto indicadas, tais como: tamanho do papel,
tipo e tamanho da fonte, margens, espaçamento, alinhamento, cor, destaques (negrito e itálico)
e número de linhas em branco entre as partes do texto. Observe que algumas configurações
podem variar, dependendo da seção do texto.
Para facilitar, o modelo mostrado a partir da próxima página já se encontra formatado
para papel A4 e com margens esquerda e superior de 3,0 cm e margens direita e inferior de
2,0 cm. Toda a parte textual também se encontra dentro da formatação exigida, bastando
apenas apagar o que está escrito e escrever o seu texto no lugar. Onde estiver escrito “linha
em branco” vocês deverão apagar e deixar uma linha em branco, porém, com a formatação
descrita (fonte e tamanho). Lembre-se que ao copiar e colar algum texto, a formatação
pode ser perdida. Por isso, sugerimos fortemente que não utilizem esse recurso.
Gostaríamos de salientar que trabalhos escritos fora das formatações exigidas serão
devolvidos para correções e, caso continuem fora dos padrões, serão excluídos da seleção para
participar da feira. Cabeçalhos e rodapés não serão permitidos. Figuras, fotos, tabelas e
gráficos deverão estar alinhados com o texto e NUNCA à frente do texto ou com o mesmo ao
redor. Ao terminar de escrever seu trabalho, as fotos deverão ser compactadas: clicar na
foto/figura, depois, na aba “Formatar” e, no lado esquerdo da barra de ferramentas, clicar em
“Compactar Imagens”. Na caixa que abrirá, selecionar os seguintes itens: “Todas as imagens
do documento”, “Impressão”, “Compactar imagens” e “Excluir áreas cortadas das imagens”.
Clicar em “OK” ou “Aplicar”. Somente serão aceitos os seguintes tipos de arquivo: doc
(documento do word 97-2003), docx (documento do word) ou rtf (formato rich text). O
arquivo deve ocupar um máximo de 10 MB e ser verificado quanto à presença de vírus.
ATENÇÃO: O trabalho completo deve ser enviado na inscrição, de 13 de junho até 1º. de
setembro de 2017. Para inscrever seu projeto, acesse a página da XI FECTI no site da
Fundação CECIERJ (http://cederj.edu.br/divulgacao/fecti/), leia as normas gerais, clique no
link das inscrições, informe o título de seu trabalho, preencha a ficha de inscrição com os
dados pedidos de escola, professores e alunos, e anexe o trabalho elaborado segundo estas
normas. Antes de preencher a ficha de inscrição, verifique se, caso seu trabalho seja
selecionado, o responsável legal pelo aluno menor de idade permitirá sua participação na
mostra final da FECTI na cidade do Rio de Janeiro, em novembro de 2017.
TITULO (em letras maiúsculas, máximo de 75 caracteres com espaços),
alinhamento centralizado, fonte Times New Roman 14, negrito, cor preta,
espaçamento 1,5 entre linhas. O título deve ser claro e objetivo,
apresentando a ideia central do trabalho
(linha em branco, fonte Times New Roman12)
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
Alunos (três no máximo): alinhamento centralizado, fonte Times New Roman 12 regular,
espaçamento 1,5. Colocar nome e todos os sobrenomes. Separar os nomes dos alunos
participantes com vírgulas.
Orientador: alinhamento centralizado, fonte Times New Roman 12 regular, espaçamento 1,5.
Coorientador: alinhamento centralizado, fonte Times New Roman 12 regular, espaçamento
1,5 entre linhas
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
Escola: alinhamento centralizado, fonte Times New Roman 12 regular, espaçamento 1,5.
Endereço postal completo da escola: alinhamento centralizado, fonte Times New Roman 12,
regular, cor preta, espaçamento 1,5.
e-mail: (somente do autor para correspondência)
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
Resumo (fonte Times New Roman 12, Negrito, alinhado à esquerda)
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
Insira aqui o resumo do trabalho, sem recuo de parágrafo, espaçamento 1,5 entre linhas,
alinhamento justificado, fonte Times New Roman 12 regular, cor preta. O resumo deve conter
no mínimo 150 e no máximo 300 palavras, sem divisão em parágrafos. Para contar palavras:
selecione o texto do resumo, clique no menu “Ferramentas” ou “Revisão” do editor de texto e
selecione “Contar palavras”. O resumo deve conter, de forma concisa, a essência do trabalho,
informações sobre o tema da pesquisa, o objetivo do trabalho, a metodologia utilizada (como
foi realizado), os principais resultados e conclusões. Esse tópico precisa permitir que o leitor
tenha clareza sobre o que foi desenvolvido no trabalho. O resumo é a “propaganda” do
trabalho, que levará à leitura de todo o texto.
Importante: não inclua nesta seção referências, figuras, gráficos, etc.
Palavras chave: até três, devem ser iniciadas em letra maiúscula e separadas entre si por
ponto final, alinhamento justificado, fonte Times New Roman 12 regular, cor preta.
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
Introdução (fonte Times New Roman 12 negrito, alinhado à esquerda)
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
Insira aqui a introdução, com recuo de parágrafo de 1,25 cm, espaçamento 1,5 entre linhas,
alinhamento justificado, fonte Times New Roman 12 regular, cor preta.
A introdução deve conter a relevância do trabalho, apresentando o contexto no qual o trabalho
se insere de forma clara, a fim de situar o leitor no tema, levantando as questões ou problemas
identificados e justificando a importância do assunto estudado. Utilize referências
bibliográficas específicas sobre o tópico abordado e/ou apresente um histórico do problema. Por
exemplo: em um trabalho sobre o desenvolvimento de uma caneca inquebrável, a introdução
deverá descrever a forma e a utilização de uma caneca, os tipos de material empregados, o
que outros trabalhos falam sobre o tema, a importância da indestrutibilidade da caneca e que
contribuições isso pode trazer.
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
Objetivo (fonte Times New Roman 12 negrito, alinhado à esquerda)
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
Os objetivos compõem a finalidade para qual o seu trabalho foi desenvolvido, ou seja, a meta
que se pretende atingir com a elaboração da pesquisa. Aqui você deve escrever a ideia central
do seu trabalho, mostrando porque foi desenvolvido; o que se pretende alcançar e/ou o que
você espera obter como resultado.
Importante: Para escrever os objetivos, utilize verbos no infinitivo como, por exemplo,
contribuir, analisar, descrever, investigar, comparar etc.
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
Materiais e Métodos (fonte Times New Roman 12 negrito, alinhado à esquerda)
(linha em branco, 12)
Este tópico deve ser utilizado para descrever os materiais utilizados e os métodos por meio
dos quais a pesquisa foi realizada. Assim, você deve descrever como sua pesquisa foi conduzida,
para que o leitor entenda e, caso queira, consiga reproduzi-la. No texto devem ser encontradas
respostas para as seguintes perguntas: Quais materiais e equipamentos foram utilizados? Onde
e quando você desenvolveu sua pesquisa? Quais foram os procedimentos utilizados e o passo
a passo na realização dos mesmos?
Texto com recuo de parágrafo de 1,25 cm, espaçamento 1,5 entre linhas, alinhamento
justificado, fonte Times New Roman 12 regular, cor preta.
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
Resultados e Discussão (fonte Times New Roman 12 negrito, alinhado à esquerda)
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
Insira aqui texto com recuo de parágrafo de 1,25 cm, espaçamento 1,5 entre linhas,
alinhamento justificado, fonte Times New Roman 12 regular, cor preta.
Esse tópico deve conter os resultados obtidos com a pesquisa, além da interpretação e
de comentários sobre os mesmos. Exponha seus resultados de forma detalhada, clara e
objetiva.
Os dados obtidos podem ser apresentados, também, na forma de Tabelas e/ou Figuras.
Porém, não se esqueça de, antes de inserir uma tabela ou figura, colocar no texto o título, os
dados, os percentuais, ou seja, a descrição de tudo que estiver na tabela ou figura.
Tabelas e/ou Figuras (fotografias, gráficos, desenhos) devem ser inseridas no texto e
numeradas com algarismos arábicos. Nas Tabelas, o título deve ficar acima e nas Figuras o
título deve ficar abaixo. Evite apresentar os mesmos dados na forma de Figuras e Tabelas.
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
Tabela 1 – Inserir a tabela desejada após o título (cuidado para não ficar fora das margens!) (fonte
Times New Roman 11 negrito, texto centralizado, espaçamento simples.)

Se necessário, inserir notas logo abaixo da tabela, em fonte Times New Roman 10 regular, alinhado à esquerda.
A tabela não é fechada nas laterais e é utilizada para dados numéricos ou estatísticos, apresentados sem linhas
divisórias. O Quadro é utilizado para descrições, com o texto disposto em linhas e colunas.
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)

Figura 1 – Inserir a figura e o título logo abaixo, em fonte Times New Roman 10, negrito, centralizado
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
Procure comparar os resultados da sua pesquisa com os encontrados na literatura,
evidenciando os pontos de divergência e/ou semelhança. Sendo importante, dialogar com os
textos/trabalhos dos autores que você citou na introdução e na bibliografia. A Discussão deve
destacar os achados mais importantes e/ ou os conhecimentos novos revelados no
desenvolvimento da sua pesquisa.
As perguntas abaixo podem facilitar na hora de estruturar esse tópico:
O que você conseguiu obter com seu trabalho? Saiu como você esperava? Se sim, que
contribuições isso trará? Se não, por que você acha que não e o que deve ser feito?
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
Conclusões (fonte Times New Roman 12 negrito, alinhado à esquerda)
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
Insira aqui as conclusões, em texto com recuo de parágrafo de 1,25 cm, espaçamento
1,5 entre linhas, alinhamento justificado, fonte Times New Roman 12 regular, cor preta.
A conclusão deve ser escrita tomando por base os resultados e as discussões que foram
apresentadas no artigo. É preciso prestar atenção para não citar conclusões que não tenham
relação com os objetivos do trabalho, pois esse tópico é decorrente dos dados obtidos ou dos
fatos observados, portanto não devem ser introduzidos novos argumentos, apenas a análise do
que foi encontrado no decorrer do estudo. A conclusão deve ser o desfecho do trabalho. Sendo
assim, tente fazer um apanhado de tudo o que o trabalho apresentou e exponha algumas
sugestões para o uso prático dos seus resultados. Reforce a importância do seu trabalho e
apresente dicas do que pode ser feito futuramente para melhorá-lo e/ou completá-lo.
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
Agradecimentos (fonte Times New Roman 12 negrito, alinhado à esquerda)
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
Insira os agradecimentos, em texto com recuo de parágrafo de 1,25 cm, espaçamento
1,5 entre linhas, alinhamento justificado, fonte Times New Roman 12 regular, cor preta.
Nesta seção, os autores devem expressar os agradecimentos às instituições e às
pessoas que contribuíram para o desenvolvimento da pesquisa (exceto o professor orientador),
seja em forma de apoio financeiro, de infraestrutura ou científico.
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
Referências (fonte Times New Roman 12 negrito, alinhado à esquerda)
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
Insira no mínimo 3 (três) referências, preferencialmente livros ou artigos científicos,
utilizadas para a elaboração do trabalho, com alinhamento à esquerda, sem recuo de
parágrafo, com espaçamento simples entre linhas e separadas entre si por linha em branco em
espaço 1,5, fonte Times New Roman 12 regular.
Devem ser listadas as referências em ordem alfabética do sobrenome, pelo primeiro autor.
Dois ou mais autores, separar por ponto e vírgula. Os títulos dos periódicos não devem ser
abreviados. Recomenda-se seguir as normas vigentes da Associação Brasileira de Normas
Técnicas – ABNT (NBR 6023: 2002).
Nome do livro ou do periódico devem estar grafados em itálico.
Em caso de texto de internet, o título do texto deve estar em itálico.

Exemplos:
Livros:
AGAREZ, F.V.; RIZZINI, C.M.; PEREIRA, C. Botânica: taxonomia, morfologia e
reprodução dos Angiospermae - chaves para determinação das famílias. 2. ed. Rio de Janeiro:
Âmbito Cultural, 1994. 256p.
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
Artigos de periódicos científicos:
MOREIRA, I.C.; MASSARANI, L. A divulgação científica no Rio de Janeiro: algumas
reflexões sobre a década de 1920. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v.7, n.3, p.627-
651, 2001.
(linha em branco, fonte Times New Roman 12)
Documentos eletrônicos:
NJR. O que é Divulgação Científica? Núcleo José Reis de Divulgação Científica. Disponível
em: < http://www.eca.usp.br/nucleos/njr>. Acesso em: 8 maio 2006.

A SEGUIR, SEGUE UM TRABALHO COMO MODELO:


A CIÊNCIA QUE OPRIME TAMBÉM INVESTIGA E PROTEGE: CSI
INVESTIGAÇÃO CRIMINAL

Franciele Abreu da Penha, Juliana Bomfim Zanconato, Yuri de Souza Victorino


Orientador: Maria de Fátima D’Assumpção Castro

CIEP 449 Governador Leonel de Moura Brizola - Brasil - França


Rua Carlos Ermelindo Martins S/N Charitas Niterói
mariaassumpcao@gmail.com

Resumo

A partir das manifestações de servidores públicos do Estado do Rio de Janeiro, inclusive dos
professores, onde foram utilizadas diferentes formas de “controle”, tais como spray de
pimenta e bomba de gás lacrimogêneo, que produziram diversas publicações, reportagens e
discussões, tivemos inicialmente a curiosidade de pesquisar os efeitos desses artefatos sobre o
organismo humano e, posteriormente, resolvemos montar uma apresentação, simulando uma
cena de crime como nos filmes seriados relacionados à investigação criminal – CSI (Crime
Scene Investigation). Assim sendo, incluímos outros elementos para que pudéssemos utilizar
as etapas da metodologia científica, buscando evidências, como digitais, amostras de DNA
(ácido desoxirribonucleico) e vestígios de sangue na suposta cena. Passamos a pesquisar
como são preparados tais artefatos, como se evidencia digitais e resíduos de sangue, bem
como se extrai ou evidencia DNA. Na cena produzimos em giz, o contorno de um corpo, com
todos os elementos pessoais da suposta vítima e adicionamos os demais artefatos, como se ali
tivéssemos recolhido todo o material para a investigação e solução do caso. No laboratório,
preparamos e realizamos experimentos, como a extração de DNA (vegetal), revelação de
digitais, observamos e maceramos as pimentas (Capsicum frutescens), para extrair a
oleorresina, fizemos pesquisas bibliográficas sobre as substâncias responsáveis pela irritação
dos olhos e das vias aéreas, ações no organismo humano e buscamos informações sobre
técnicas através das quais é possível evidenciar digitais e sangue. Assim, durante essa
“investigação” foi possível utilizar as etapas do método científico de forma criativa e nos
transformamos cientistas forenses.

Palavras chave: Ciência. Investigação. Aprendizagem.

Introdução

As atividades foram realizadas por alunos do 2º ano do ensino médio, buscando


desenvolver habilidades e competências relacionadas à metodologia científica e divulgação da
Ciência, temas trabalhados na disciplina denominada Atelier Científico na Escola Estadual
Brasil França / Ciep 449 – Gov. Leonel de Moura Brizola. A fim de contextualizar as
atividades escolares com temas atuais, partimos dos acontecimentos ocorridos durante as
manifestações referentes à greve dos profissionais da educação do estado do Rio de Janeiro no
corrente ano, onde foram utilizados artefatos não letais para controle de multidões, como
spray de pimenta e bomba de gás lacrimogêneo. Esses acontecimentos implicaram
diretamente nossa escola e nossa vida.
Durante a greve e consequentes manifestações, muitos servidores públicos,
professores, funcionários ativos e aposentados e até mesmo alunos, foram atingidos por
substâncias, contidas no spray de pimenta e bomba de gás lacrimogêneo, sofrendo lesões
corporais, tornando-se notícias de jornais/telejornais e gerando discussões em diversos níveis
da sociedade, inclusive em nossa comunidade escolar. Assim sendo, diante de tantas versões e
conversas, também nós, ficamos interessados em entender como tais artefatos são produzidos,
como atuam no organismo humano e o real perigo que oferecem a saúde.
O spray de pimenta, também chamado gás pimenta ou OC (de Oleorresina Capsicum)
é um composto químico, que contém basicamente, em sua formulação, porcentagens variadas
de oleorresina de capsicina, que possui como princípio ativo a capsicina, extraída da pimenta
malagueta (Capsicum frutescens) e um solvente - um álcool - ou ainda substâncias como o
silicone, quando o spray tem o objetivo de impregnar o ambiente. Irrita os olhos e causa
lacrimejo, dor e mesmo cegueira temporária, sendo geralmente lançado diretamente sobre
uma pessoa. Já o gás lacrimogêneo na forma de CN (cloroacetofenona) ou CS
(clorobenzilideno malononitrilo) é lançado na forma de granadas ou latas de aerossol de
maneira que o líquido possa ser dispersado no ar. Tanto o CN quanto o CS são irritantes, para
as membranas mucosas dos olhos, nariz, boca e pulmões causando lacrimejo, espirro e tosse.
(IN VIVO FIOCRUZ, 2016), têm por objetivo reduzir a eficiência do inimigo e os efeitos
desaparecem após certo tempo, mas dosagens elevadas podem causar uma incapacitação por
longo período ou até mesmo o óbito. (FRAGASA, 2016)
A orientação para o desenvolvimento das atividades desse projeto, além de permitir
uma prática pedagógica baseada na autonomia e na descoberta, partiu do cotidiano através de
acontecimentos difundidos pela mídia, remetendo a Vygotsky. L. (1988), quando preconiza
que o desenvolvimento cognitivo não pode ser entendido sem estar atrelado ao contexto
social, histórico e cultural em que ocorre. Segundo ele, os processos mentais superiores, como
o pensamento e a linguagem, têm sua origem em processos sociais; o desenvolvimento
cognitivo é a conversão de relações sociais em funções mentais.
Gradualmente, fomos estendendo a pesquisa e como várias pessoas sofreram lesões
corporais, propusemos a montagem de uma “cena de crime”, semelhante àquelas dos filmes
CSI, incluindo a busca por evidências, como por exemplo, amostras de DNA (Ácido
Desoxirribonucleico), que foi descoberto em 1869, pelo bioquímico alemão Johann Friedrich
Miescher que, nessa época, deu o nome à substância de nucleína. Esta descoberta foi feita
enquanto buscava determinar glóbulos brancos contidos no pus. (BIOMOL, 2016). Em março
de 1953, Francis Crick e James Watson, na Inglaterra, concluíram que a molécula do DNA
tem a estrutura de uma dupla hélice. A representação a que chegaram é a de uma longa
molécula, constituída por duas fitas enroladas em torno de seu próprio eixo, como se fosse
uma escada do tipo caracol. Graças ao conhecimento da estrutura do DNA e ao posterior
desenvolvimento da biologia molecular, hoje a medicina vislumbra a possibilidade da geração
de novas técnicas terapêuticas e cura para diversas doenças. (COMCIÊNCIA, 2016). No
decorrer da década de 1990, com a popularização do exame “reação em cadeia da polimerase”
(PCR, do inglês: polymerase chain reaction), desenvolveram-se técnicas cada vez mais
sensíveis, capazes de identificar a origem de amostras biológicas com muito pouco DNA,
utilizadas pela genética forense. (WIKIPEDIA, 2016)
Também incluímos a pesquisa e a revelação de digitais, pressupondo assim, dar
continuidade a identificação de pessoas envolvidas na cena fictícia do crime. Francis Galton,
antropólogo britânico, começou seu trabalho com impressões digitais, em 1880, embasado
nos trabalhos de Herschel e Faulds. Em 1892, publicou seu livro "Impressões digitais", onde
incluiu o primeiro sistema de classificação das impressões digitais, onde três padrões básicos
de impressões digitais, (laçada, arqueada e Whorl/verticilo), eram classificados
alfabeticamente e distribuídos por entre os dez dedos das mãos, por exemplo: LLAWL
LWWLL . (PAPILOSCOPIA, 2016)
Não podíamos deixar de lado os vestígios de sangue, que atualmente são evidenciados
a partir do uso do luminol, um produto usado para descobrir manchas latentes de sangue em
qualquer superfície, mesmo as que foram lavadas. Pesquisadores da Universidade Federal do
Rio desenvolveram o luminol brasileiro, com a mesma eficiência e com menor preço que os
demais. A reação acontece quando as moléculas do luminol entram em contato com o sangue.
As moléculas de ferro existentes na hemoglobina, uma proteína do sangue, se “acendem”.
O luminol nacional é feito de maneira diferente do que é fabricado nos Estados Unidos. Lá, o
produto é submetido a altas pressões e temperaturas. Aqui no Brasil, a produção é quase
artesanal, com a utilização do nióbio, um metal abundante no país, além de não necessitar da
luz ultravioleta para revelar a mancha de sangue, o que facilita a perícia. (INVENÇÕES
BRASILEIRAS, 2016).
Movidos pela curiosidade e por temas do cotidiano, participamos de forma ativa e de
certa forma lúdica da iniciação e metodologia científica, contribuindo para uma aprendizagem
significativa, que de acordo com Ausubel (1963) é partindo-se da aprendizagem significativa
que o significado lógico dos materiais de aprendizagem se transforma em significado
psicológico para o aprendiz. Dessa forma, apesar da cena fictícia e dos materiais alternativos
utilizados, realizamos diversas pesquisas, formulamos hipóteses, realizamos experimentos,
analisamos os resultados já obtidos e concluímos um trabalho de investigação, que nos
aproximou do realismo das atividades científicas forenses e ainda nos permitiu produzir esse
documento para divulgação do trabalho.

Objetivo

Implementar as etapas do método científico de forma mais prática e próxima da nossa


realidade, reconhecer a necessidade da divulgação científica para validar os trabalhos
científicos, ampliar o estudo de conceitos biológicos, químicos e da saúde, utilizando-nos de
temas atuais, bastante controversos, despertando-nos grande interesse, levando-nos a um
envolvimento mais efetivo. Valorizar a observação, questionamento, pesquisa, coleta e
interpretação de dados e de resultados, bem como permitir o desenvolvimento da autonomia e
do protagonismo, uma vez que estamos atuando ativamente de todas as etapas do projeto,
tomando decisões, avaliando todos os procedimentos e redirecionando as atividades sempre
que necessário. Contribuir para a divulgação científica partindo também de alunos do ensino
médio e assim, gerar maior interesse nos temas que estudamos nessa etapa da formação
escolar.

Materiais e Métodos

O trabalho foi realizado por alunos do 2º ano do ensino médio, do CIEP 449- Gov.
Leonel de Moura Brizola – Brasil / França, no período de junho-setembro de 2016.
O grupo deveria escolher um tema a ser estudado nas aulas de Atelier Científico além
de um propor um meio para divulgá-lo, uma vez que fazia parte dos assuntos a serem tratados
na divulgação científica. Assim sendo, o tema ficou atrelado, inicialmente, aos efeitos do
spray de pimenta e gás lacrimogêneo no organismo humano. Em seguida surgiu à ideia de
simular um CSI, e assim foram incluídos, os demais assuntos como, extração de DNA,
pesquisa de digitais, através de técnicas papiloscópicas, além da pesquisa de sangue na cena
fictícia de lesão corporal, que também será feita com materiais alternativos.
Iniciamos pela pesquisa da composição química, procedimento do preparo e utilização
do spray de pimenta e do gás lacrimogêneo, bem como dos efeitos sobre o corpo humano. Em
seguida, utilizamos a técnica para obtenção do principio ativo do spray de pimenta. O spray é
produzido a partir de uma mistura entre a capsaícina, que é o componente que causa o ardor,
extraída da pimenta e um tipo de óleo sintético, que dificulta a retirada do produto quando
lançado em alguma pessoa. No laboratório, optamos pela visualização e maceração das
pimentas (Figura 1) para liberação de um líquido que seria utilizado para a produção do spray.

Figura 1- Pimentas malaguetas (Capsicum frutescens)


O gás lacrimogêneo contém em sua formulação uma mistura de gás pimenta e gás
irritante CN (cloroacetofenona) ou CS (clorobenzilideno malononitrilo) ou mesmo uma
mistura destes produtos (FRAGASA, 2016). Envelopamos e pintamos algumas embalagens, a
fim de representar o spray de pimenta (Figura 2) e a bomba de gás lacrimogêneo. Ao mesmo
tempo, solicitamos a Polícia Militar informações e amostras de embalagens vazias ou
qualquer outro material para exposição na escola e, sendo o caso, na X FECTI. Estamos
aguardando um posicionamento.

Figura 2 – Simulação com spray de pimenta

Procedemos à extração de DNA da banana, utilizando um procedimento bastante


simples, realizado com materiais alternativos. Abordamos as etapas da técnica, como a
maceração, ação mecânica para expor o conteúdo celular, a ação do detergente, do sal (cloreto
de sódio) e do etanol (álcool comum). Assim, o detergente dissolve as membranas lipídicas,
além de desintegrar os núcleos e os cromossomos, liberando o DNA. Com a ruptura das
membranas, o conteúdo celular, incluindo DNA e proteínas que se soltam e se dispersam na
solução. Um dos componentes do detergente, o lauril sulfato de sódio, desnatura as proteínas,
separando-as do DNA. A adição de sal, no início da experiência, proporciona ao DNA um
ambiente favorável, contribuindo com íons positivos Na+, neutralizando as cargas negativas
do DNA. As moléculas de DNA passam a não sofrer repulsão de cargas entre si, o que
favorece sua aglomeração. O álcool desidrata o DNA, de forma que este não mais fica
dissolvido no meio aquoso. Além disso, o DNA tende a não ser solúvel em álcool e, deste
modo, suas moléculas se agrupam. Como o DNA tem menor densidade que os outros
constituintes celulares, ele surge na superfície do extrato. (CDCC, 2016). Para a revelação de
digitais, utilizamos o pó de grafite, por ser de fácil obtenção e de fácil manuseio. Deixamos
propositalmente digitais sobre alguns objetos pertencentes à cena fictícia e esses objetos
foram recolhidos e sobre eles polvilhamos devagar o pó de grafite, em fina camada. Com
auxílio de um pincel macio retiramos o excesso do grafite e a digital se revelava no objeto.
Em alguns casos, cobrimos a digital com fita adesiva transparente, pressionamos e retiramos
cuidadosamente a partir de uma das pontas. A digital adere à fita e assim, prendemos a fita a
uma ficha de papel cartão a fim de preservar o material. Com relação ao uso do luminol para
detecção de sangue, ainda estamos buscando alternativas. Em princípio, após conseguirmos o
reagente, ferricianeto de potássio, que ainda não temos, realizaremos a produção do luminol
alternativo juntamente com o material existente nas pulseiras lightstick. Por enquanto não
temos esse resultado.

Resultados e Discussão

As atividades propostas foram gradualmente nos estimulando, pois à medida que


formulávamos as hipóteses e montávamos a parte experimental, fomos percebendo a relação
direta entre um trabalho investigativo de uma cena de crime com a produção do conhecimento
científico. Também a realização das pesquisas, tanto bibliográficas, como as práticas no
laboratório, nos mostravam as etapas da metodologia científica e também a preparação para a
divulgação do trabalho por nós realizado.
Participamos de uma oficina, em nossa escola, juntamente com outra turma, da qual
participou a Profª Andréia Santos, também professora de Atelier Científico, onde pudemos
observar e manusear os diversos meios de divulgação científica, como revistas, periódicos,
teses, dissertações, artigos, painéis, dentre outros. Num outro momento assistimos a uma
palestra com a Profª Drª Helena Castro, do Departamento de Biologia da UFF (Universidade
Federal Fluminense) sobre a mesma temática.
Assim sendo, obtivemos além dos resultados das atividades práticas, como
visualização do DNA, extração do princípio ativo da pimenta malagueta, revelação das
impressões digitais, dentre outros, tivemos a oportunidade de ouvir, perguntar e conviver com
uma cientista, que trabalha diariamente com a produção e divulgação da ciência.
Conclusões

Nossa participação na elaboração desse trabalho nos permitiu vivenciar a iniciação


científica, de forma ativa e bastante atraente. O fato de termos nos transformado em cientistas
forenses modificou nossa maneira de realizar as etapas do trabalho, inclusive tivemos
momentos de parada para reduzir as tantas ideias que tivemos. Tanto nas pesquisas textuais,
como naquelas relacionadas aos procedimentos práticos e dos materiais alternativos, nos
proporcionou um grande prazer, talvez pelo fato de nos sentirmos investigadores, legistas,
técnicos em laboratório.
Com certeza as atividades nos prestaram um grande favor, uma vez que vem sendo
possível protagonizar todo um projeto, idealizar, desenvolver, redirecionar, todas as etapas.
Devemos ressaltar o fato de que nem todas as hipóteses foram confirmadas de primeira, nem
todos os experimentos foram conclusivos, entretanto nos foi muito valioso, pois podemos
afirmar que a busca permanente da ciência tornou-se mais concreta e espetacular. A grande
conclusão que chegamos e que não há nada que não possa mudar e nada que possamos
explicar para sempre.

Agradecimentos

Aos professores Alberto Lazzaroni, Andréia dos Santos e Helena de Castro pela
participação na oficina e na palestra sobre divulgação científica.

Referências

AUSUBEL, D.P. The psychology of meaningful verbal learning. New York, Grune and
Stratton, 1963.

BIOMOL. História: descoberta do DNA. Disponível em


<http://www.biomol.org/historia/existencia.shtml> Acesso: 25/08/2016

CDCC. DNA extração. Disponível em


<http://www.cdcc.usp.br/exper/medio/biologia/8dna.extracao_op.pdf> Acesso em: 29
ago.2016
COMCIÊNCIA. Patrimônio Genético. Disponível em:
http://www.comciencia.br/reportagens/genetico/gen09.shtml. Acesso em: 30 ago.2016

FRAGASA. PAULO R. M . Reação do “gás lacrimogêneo CS” e o óxido de benzofurazana.


Aplicação Qualitativa. Disponível em:
https://sec.sbq.org.br/cdrom/30ra/resumos/T0232-1.pdf Acesso em: 09 jul. 2016

INVENÇÕES BRASILEIRAS. Luminol com nióbio. Disponível


<http://www.invencoesbrasileiras.com.br/index.php/inventos/quimica/1084-luminol-com-
niobio> Acesso em: 22 jul.2016

IN VIVO FIOCRUZ. Armas não letais e seus efeitos no organismo. Disponível


<http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1375&sid=8> Acesso em:
26 jul. 2016

PAPILOSCOPIA. A historia da papiloscopia. Disponível em


<http://www.papiloscopia.com.br/historia.html> Acesso em: 15 jul. 2016

VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. 2° ed.. São Paulo, Martins Fontes. (1988).

WIKIPEDIA. Genética forense. Disponível em


<https://pt.wikipedia.org/wiki/Gen%C3%A9tica_forense> Acesso em: 23 jun. 2016

Você também pode gostar