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Osciladores
Prof. Eng° Luiz Antonio Vargas Pinto
© 2000

Oscilador de Bloqueio ........................................................... 8


Oscilador de Deslocamento de Fase ................................... 10
I Oscilador de Duplo T ............................................................. 9
Introdução ............................................................................. 2 Oscilador de modo paralelo ................................................ 16
Oscilador de Relaxação ....................................................... 12
Oscilador Hartley .................................................................. 6
M Oscilador Pierce a cristal ..................................................... 16
Multivibrador Astável .......................................................... 11 Osciladores á Cristal ............................................................ 13

O
Oscilador Colpitts .................................................................. 7

1
2

Introdução
Hertz aproximadamente, mas como
ons são produzidos, quan- existem animais que podem perce-
do uma corrente elétrica que mu- ber frequências maiores o espec-
da constantemente de sentido ou tro de áudio não é limitado so-
ainda sofre variações periódicas mente por estes valores.
de intensidade, circula através Em eletrônica as frequências
de um transdutor apropriado, co- de faixa de áudio são aquelas
mo por exemplo: a cápsula de um que vão até aproximadamente
fone ou um autofalante. 100.000 Hz, conforme mostra a
Para que tenhamos sons audí- figura 1.
veis a frequência desta corrente
deve estar entre 15 e 15.000

Figura 1

Por outro lado, para que te- mais baixas até bilhões de Hertz
nhamos ondas de rádio ou ondas sejam aplicadas a uma antena. As
eletromagnéticas é preciso que frequências desta faixa formam o
correntes também variáveis de espectro das rádio frequências
frequências que podem ir de al- ou RF, conforme mostra a figura
gumas dezenas de KHz ou mesmo 2.

Figura 2

Com as divisões de radiofrequência determinadas pelas FCC Federal


Communications Comission)
temos atualmente:

VLF
3 KHz a 14 KHz Não alocado
14 KHz a 20 KHz Comunicação embarcação-costa
20 KHz a 30 KHz Sonar
LF
30 KHz a 300KHz Comunicação marítima
OM
300KHz a 415 KHz Navegação marítima
415 KHz a 490 KHz Telegrafia
490 KHz a 510 KHz Frequência internacional de emergência
535 KHz a 1,65 MHz 107 canais de 10 KHz AM
1,8 MHz a 2 MHz Radioamadorismo faixa de 160m
2,85 MHz a 3,025 MHz Rotas aéreas internacionais.
HF (Ondas curtas)
3,5 MHz a 4 MHz Radioamadorismo, faixa de 80 m
5,95 MHz a 6,2 MHz Radiodifusão internacional de OC faixa de 49m
3

7 MHz a 7,3 MHz Radioamadorismo, faixa de 40 m


9,5 MHz a 9,775 MHz Radiodifusão internacional de OC, faixa de 31 m
11,7 MHz a 11,975 MHz Radiodifusão internacional OC faixa de 25 m
13,36 MHz a 14 MHz Faixa de uso industrial, científico e médico. Equipamentos de dia-
termia em 13,56 MHZ 0,05%
14 MHz a 14,25 MHz Radioamadorismo, faixa de 20m
15,1 MHz a 15,45 MHz Radiodifusão internacional OC faixa de 19 m
17,7 MHz a 17,9 MHz Radiodifusão internacional OC faixa de 17 m
21 MHz a 21,45 MHz Radioamadorismo faixa de 15m
21,45 MHz a 21,75 MHz Radiodifusão internacional OC faixa de 14 m
25,6 MHz a 26,1 MHz Radiodifusão internacional OC faixa de 11 m
26,96 MHz a 27,26 MHz Faixa do cidadão, classe D com 23 canais alocados em portadoras
de 26,965 MHz a 27,255 MHz, e KHz entre si.
28 MHz a 29,7 MHz Radioamadorismo, faixa de 10 m
VHF (Very High Frequencies)
30 MHz a 50 MHz Radiodifusão de estações fixas, segurança pública (polícia, bombei-
ros, etc.)
50 MHz a 54 MHz Radioamadorismo, faixa de 6 m
54 MHz a 72 MHz Canais 2, 3 e 4 de televisão em VHF (6MHz cada)
72 MHz a 76 MHz Serviços governamentais e não governamentais (radiofarol, por
exemplo).
76 MHz a 88 MHz Canais 5 e 6 de televisão em VHF
88 MHz a 108 MHz Radiodifusão comercial de FM, dividida em 100 canais, com 200 KHz
cada um.
108 MHz a 122 MHz Navegação aeronáutica (controle de tráfego aéreo, nesta faixa e em
123,575 MHz a 128,825 MHz e também de 132,025 MHz a 136 MHz
144 MHz a 148 MHz Radioamadorismo faixa de 2m
150,8 MHz a 162 MHz Difusão de segurança pública (dentro desta faixa, de 156,25 MHz a
162 MHz encontram-se as comunicações de embarcações de recrea-
ção tais como lanchas, iates, etc.
162 MHz a 174 MHz Serviços governamentais e não governamentais
174 MHz a 216 MHz Canais 7 a 13 de televisão em VHF
220 MHz a 225 MHz Proposta da Faixa do cidadão, classe E
225 MHz a 400 MHz Aviação civil
UHF (Ultra High Frequencies)
400 MHz a 402 MHz Faixa de operações espaciais
406 MHz a 406,1 MHz Faixa de satélite meteorológico
420 MHz a 450 MHz Radioamadorismo
450 MHz a 470 MHz Faixa do cidadão, classe A, com 16 canais
470 MHz a 806 MHz Canais 14 a 69 de televisão em UHF (6MHz cada)
806 MHz a 890 MHz Canais 70 a 83 de televisão em UHF, exclusivamente para estações
repetidoras
947 MHz a 952 MHz Linhas de comunicação entre o estúdio e o transmissor de Televisão
2,7 GHz a 2,9 GHz Radar de aeroporto
SHF (Super High Frequencies)
3 GHz a 3,7 GHz Radares
3,7 GHz a 4,2 GHz Comunicação do Satélite Intelsat IV com a Terra
4,2 GHz a 4,4 GHz Radio-altímetros
5 GHz a 5.25 GHz Faixa proposta para um sistema internacionais de comunicação ter-
restre por micro-ondas
5,925 GHz a 6,425 GHz Comunicação da terra com o Satélite Intelsat IV
10,7 GHz a 30 GHz Faixa de utilização nas comunicações via satélite
EHF (Extra High Frequencies)
41 GHz a 43 GHz Satélite para radiodifusão
outras faixas Comunicações com satélites ou de órgãos governamentais.
4

Para produzir correntes elé- a seguir.


tricas em frequências que cor- Para que um transistor osci-
respondem tanto a faixa das áu- le, a técnica usada é muito sim-
dio frequências (AF) como das ples: tomamos o sinal amplifica-
rádio frequências (RF) são usa- do na saída de um transistor
dos circuitos denominados osci- usado como amplificador e o
ladores. aplicamos de volta a sua entra-
Basicamente um oscilador na- da, ou seja, fazemos um circuito
da mais é do que um amplificador com realimentação positiva. O
que será ligado de tal maneira sinal de saída volta para a en-
que em sua saída tenhamos um si- trada e novamente é amplificado
nal com frequência e amplitude resultando em novo sinal de saí-
definidas. As propriedades elé- da que volta à entrada, num ci-
tricas dos transistores permitem clo que dura indefinidamente
que estes componentes sejam usa- (enquanto o ciclo for alimenta-
dos em osciladores. O modo como do), produzindo assim oscila-
cada tipo de oscilador funciona ções, conforme sugere a figura
caracteriza seu tipo e existem 3.
muitos deles, dos quais veremos

Figura 3

A velocidade com que o sinal se enfraquece um pouco mais. O


é aplicado a entrada determina o novo ciclo ainda mais fraco só
tempo de percurso do sinal num dará origem a uma saída ainda
ciclo completo e portanto a fre- menor. O sinal gerado vai então
quência de operação de oscila- reduzindo de intensidade dando
dor. origem ao que chamamos de "osci-
Veja que é de fundamental lação amortecida" conforme mos-
importância que o "ganho" do am- tra a figura 4.
plificador seja maior que 1, ou
seja, o sinal de salda deve ser
"mais forte" que o de entrada.
Se tivermos um circuito com ga-
nho menor que 1, o sinal de saí-
da será mais fraco que o de en-
trada, e não mais conseguirá ex-
Figura 4
citar o circuito com a mesma in-
tensidade no ciclo seguinte que

É evidente que um circuito feito já teremos um sinal mais


com ganho exatamente de uma vez fraco na entrada e as oscilações
não serve para uma aplicação amortecem. Para que possamos
prática, pois não podemos "ti- usar o sinal gerado é preciso
rar" qualquer parcela do sinal que, o ganho seja bem maior que
para uso externo. Se isso for um, para "sobre" uma boa parte
5

do sinal para uso externo. Uma


outra condição importante para
se projetar um oscilador é que o
sinal aplicado na entrada tenha
fase apropriada.
Não basta simplesmente ligar
a saída (coletor) de um transis-
tor na configuração de emissor
comum na sua entrada (base) con-
forme mostra a figura 5, para
que o circuito entre em oscila- Figura 5
ção, ou seja, a condição é insu-
ficiente para haver oscilações.

Nesta configuração, o tran-


sistor inverte a fase do sinal, Conforme veremos a seguir,
o que significa que, para o cir- os diversos tipos de osciladores
cuito, o sinal reaplicado à en- vão se diferenciar segundo a
trada não provoca reforço mas forma como o sinal é retirado da
sim enfraquecimento do processo. saída e reaplicado â entrada, e
Não há oscilação. Num circuito como ocorrem as inversões de fa-
como este, para haver oscilação se quando necessárias.
ao se reaplicar o sinal à entra- Conforme veremos todos os
da é preciso intercalar um sis- osciladores têm suas limitações,
tema qualquer que inverta a fase o que os tornam aplicáveis em
do sinal, conforme mostra a fi- determinadas faixas de frequên-
gura 6. cias e aplicações.

Figura 6
6

Oscilador Hartley
Este é um tipo de oscilador por uma bobina e um capacitor.
LC, ou seja, em que a frequência Na figura 7, temos a configura-
do sinal produzido é determinada ção básica deste oscilador.

Figura 7

Os resistores R1 a R4 fazem a Com isso, novamente temos a pre-


polarização do transistor Q e o dominância da polarização pelos
capacitor C1 faz a realimenta- resistores que fazem o transis-
ção, ou seja, "joga" parte do tor conduzir e um novo ciclo tem
sinal obtido na saída para a en- início.
trada do circuito. O funciona- O transistor fica então nes-
mento do circuito é o seguinte: se "vai e vem" entre o corte e a
Quando ligamos o circuito, saturação produzindo-se um sinal
os resistores polarizam o tran- cuja a frequência é determinada
sistor próximo da saturação, ha- pelas bobinas L1, L2 e por C3 em
vendo então sua condução. Uma paralelo, já que a indução que
forte corrente circula entre o vimos também leva em conta a
coletor e a fonte de alimenta- carga e descarga do capacitor
ção, ligada à tomada central, C3.
pela bobina L1. O sinal deste oscilador pode
O resultado é que esta cor- ser retirado tanto do coletor de
rente em L1 induz na outra metade Q como de um enrolamento adicio-
da mesma bobina uma corrente que nal feito sobre L1.
é aplicada novamente à base do Este tipo de oscilador pode
transistor através do capacitor ser usado para produzir sinais e
C1. frequências que vão de alguns Hz
O sentido de circulação da (áudio) até algumas dezenas de
corrente é tal que o transistor MHz (RF). A principal limitação
é levado quase ao corte. Como que encontramos para este tipo
resultado cai a corrente de co- de oscilador quando operando na
letor e portanto em L1, com um faixa de áudio é que precisamos
efeito que reduz a indução da de bobinas de grande indutância.
corrente na outra metade da mes- A frequência deste circuito
pode ser calculada por:
ma bobina (L2) e portanto através
de C2 e da base do transistor.
7

1
fo
2 L
1 L
2 C
3

Oscilador Colpitts
O oscilador Colpitts tem um negativos. Veja que a frequência
princípio de funcionamento bas- é dada pela bobina L1 e pelos ca-
tante semelhante ao oscilador pacitores em paralelo.
Hartley, com a única diferença de Este circuito opera em uma
que o sinal para realimentação faixa de frequências que vai de
positiva é retirado numa deriva- alguns Hz até algumas dezenas de
ção feita com base em capacito- MHz.
res, conforme mostra a figura 8. Observamos que tanto para o
O transistor se mantém em caso de transistores no oscila-
condução durante os semi-ciclos dor Hartley como Colpitts é possível
positivos do sinal e é levado a construção de configuração
próximo ao corte nos semi-ciclos equivalente com válvulas.

Figura 8

O sinal gerado por este cir-


cuito, pode ser, tanto retirado
do coletor do transistor como a
partir de um enrolamento, for-
mando um secundário de transfor-
mador, desde que seja isolado,
tal como nos mostra a figura 9.
Por sua vez a frequência ge-
rada pode ser calculada por:

1 Figura 9
fo
C1 C2
2 L
C
1 C 2
8

Oscilador de Bloqueio
Uma configuração bastante de operação juntamente com o va-
importante e usada para oscila- lor de C.
dor com transistores é mostrada A frequência de operação é
na figura 10 e consiste num os- determinada também pela indutân-
cilador de bloqueio, com um cia da bobina e pelo capacitor
transistor na configuração de em paralelo.
emissor comum. Veja que este circuito deve
ser disparado por um pulso ex-
terno, mas existem versões que
são "auto-disparadas" ou seja,
entram em funcionamento quando a
alimentação é estabelecida.
As versões que precisam ser
disparadas externamente são mui-
to usadas em televisores para a
elaboração dos circuitos de sin-
cronismos em que um sinal exter-
no controla o oscilador que é
Figura 10
responsável pela manutenção da
estabilidade da imagem. O mesmo
O coletor do transistor é circuito pode ser feito com um
ligado ao enrolamento primário transistor ligado na configura-
de um transformador cujo secun- ção de base comum, conforme mos-
dário corresponde ao circuito de tra a figura 11.
realimentação e está ligado à
sua base.
O transistor é ligado próxi-
mo à saturação pela ligação do
resistor Rb.
Quando ligamos a alimenta-
ção, o resistor polariza a base
do transistor que conduz e pro-
duz um pulso de corrente no pri-
mário do transformador (L1). Es- Figura 11
te pulso induz no secundário uma
corrente que se opões a polari- Veja então que o sinal é re-
zação de Rb levando o transistor tirado do coletor e na reaplica-
ao corte. do ao emissor, havendo uma pola-
Com isso o transistor "des- rização fixa na base do transis-
liga" e novamente entra em ação tor.
a polarização do resistor fazen- O pulso de disparo é aplica-
do com que o novo pulso seja do à base. Estes circuitos podem
produzido no coletor. ser usados em frequências que
O capacitor C1 controla tan- vão de alguns Hz até algumas de-
to a corrente de polarização, zenas de MHz.
carregando-se com ela, como a
que se opõe descarregando-se.
Determinando assim a frequência
9

Oscilador de Duplo T
O nome deste oscilador se É importante observar que as
deve à rede de alimentação que formas de onda dos sinais dos
proporciona uma inversão de fase osciladores dependem bastante
do sinal e que usa apenas resis- das configurações.
tores e capacitores, conforme Normalmente procura-se gerar
mostra a figura 12. sinais senoidais em todas as
Para que o duplo T funcione, versões que vimos, mas dependen-
proporcionando a inversão de fa- do das características dos com-
se desejada, os componentes que ponentes usados podem ocorrer
o formam devem manter uma rela- deformações.
ção bem definida, de valores. Para o caso do oscilador du-
Assim: R1 = R2 = 2 x R3 e C1 = C2 = C3 plo T o sinal é senoidal.
/2
A frequência de operação do
oscilador é dado pela fórmula
F=1/(2 RC)
Onde R = R1 = R2
C = C1 = C2
= 3.14
f = Frequência em Hz

Figura 13
Figura 12

Na figura 13, temos a confi-


guração de um oscilador de duplo
T, completo, com um transistor
na configuração de emissor comum
e valores típicos para os resis-
tores.
Os capacitores devem ser se-
lecionados de acordo com a fre-
quência de operação desejada.
Podemos alterar levemente a
Figura 14
frequência de oscilação até ob-
ter oscilações amortecidas com a
utilização de um Trim-pot ou po-
tenciômetro para R3 conforme mos-
tra a figura 14.
Este oscilador se presta
principalmente para a produção
de sinais na faixa de áudio.
10

Oscilador de Deslocamento de Fase


Neste tipo de oscilador, te- A frequência de operação é
mos a rede de resistores e capa- dada pela fórmula F=1/(2 RC 6).
citores que forma o circuito de Neste circuito, cada resis-
realimentação, deslocando de tor em conjunto com um capacitor
180º a fase do sinal. Desta for- desloca em 60º a fase do sinal,
ma, temos a inversão de fase ne- de modo que, com 3 células temos
cessária a manutenção das osci- um deslocamento de 180º na fase
lações. Na figura 15 temos o do sinal, ou seja, obtemos a sua
circuito do oscilador de deslo- inversão. Os osciladores por
camento de fase com um transis- deslocamento de fase, são usados
tor. apenas para produzir sinais de
frequências na faixa de áudio.

Figura 15

Uma variante, utilizando um transistor FET, pode ser vista na fi-


gura 16:

Figura 16

Cuja frequência de oscilação pode ser definida como:

1
f0
2 RC6
11

Multivibrador Astável
Chegamos agora a uma confi- Tomando como base o circuito
guração que produz sinais de ma- acima, vejamos como ele funcio-
neira muito especial, pois além na: ao estabelecermos a alimen-
dos sinais terem uma forma de tação os dois transistores são
onda retangular, são usados dois polarizados de modo a irem a sa-
transistores. turação pelos resistores de ba-
Na figura 17 temos a confi- se.
guração básica de um multivibra- No entanto, devido à dife-
dor astável com dois transisto- renças de características, um
res NPN. deles conduz mais do que o outro
e logo satura. Com isso, o outro
transistor é impedido de condu-
zir e permanece no corte. Supon-
do que Q1 vá a saturação e Q2
volte para o corte, o capacitor
C1 começa a se carregar através
do resistor R1 até o instante em
que alcança-se uma tensão sufi-
ciente para polarizar Q2 no sen-
tido de fazê-lo conduzir. Quando
isso ocorre, o circuito comuta e
Q1 passa ao corte enquanto Q2
Figura 17 vai à saturação.
Neste momento é C2 que come-
Os dois transistores são li- ça a se carregar através de R2
gados de tal forma que a cada até que o transistor Q1 seja le-
instante quando um está no corte vado à condução.
o outro estar obrigatoriamente O circuito ficará trocando
saturado, ou seja, apenas um dos de estado por tempo indetermina-
transistores pode conduzir de do (enquanto houver alimentação)
cada vez. numa velocidade que vai depender
No multivibrador astável, dos valores dos capacitores e
conforme o nome sugere, a condu- resistores usados. Como a comu-
ção dos transistores não é uma tação dos transistores ocorre de
situação estável, de modo que maneira muito rápida, o sinal
cada transistor só pode ficar produzido tem a forma de onda
por um tempo limitado nesta con- retangular.
dição. Se os capacitores e os re-
Isso faz com que os dois sistores usados forem iguais, o
transistores do circuito fiquem tempo de condução e corte de ca-
constantemente trocando de esta- da transistor será o mesmo e te-
do, passando do corte a satura- remos então um sinal quadrado,
ção e vice-versa, numa velocida- ou seja, com tempos de nível al-
de que depende dos componentes to e baixo iguais, conforme mos-
usados. tra a figura 18.
12

Figura 18

Oscilador de Relaxação
Existem componentes que são cesso de realimentação: a tensão
mais apropriados que os transis- de base maior do PNP provoca no-
tores comuns para o projeto dos vamente um aumento da corrente
chamados osciladores de relaxa- do NPN.
ção, mas é interessante também Partindo do instante em que
estudarmos este tipo de aplica- o capacitor está descarregado
ção. existe então um instante em que
Na figura 19, temos o cir- a tensão nas suas armaduras faz
cuito básico de um oscilador de com que este processo de reali-
relaxação com dois transistores. mentação ocorre rapidamente le-
Os dois transistores são ligados vando os dois transistores a sa-
de modo a formar uma chave rege- turação.
nerativa, ou seja, um circuito O resultado é que o capaci-
que realimenta a si próprio. tor é curto-circuitado à terra e
Ligamos então na entrada se descarrega com a produção de
deste transistor uma rede de um pulso de corrente.
tempo RC e polarizamos a outra Após o pulso, os transisto-
entrada de modo fixo com um di- res desligam e o capacitor come-
visor com dois resistores. ça a se carregar novamente até
O transistor PNP tem sua ba- ser novamente atingido por um
se polarizado de modo a deixá-lo novo ponto de disparo.
perto da plena condução. O circuito produz então um
Quando a tensão no capacitor trem de pulsos cuja frequência
sobe à medida que ele se carre- depende da velocidade de carga
gue através do resistor R, o do capacitor através do resis-
transistor PNP aumenta sua con- tor.
dução e com isso a base do tran- No capacitor temos então uma
sistor NPN é polarizada no sen- forma de onda exponencial.
tido de também fazê-lo aumentar Este circuito é utilizado
sua condução. para gerar apenas sinais de fre-
O resultado do aumento da quências relativamente baixas,
corrente de base do transistor na faixa que vai entre 0.01Hz
NPN é uma polarização maior da até 10.000Hz ou um pouco mais.
base do transistor PNP num pro-
13

Figura 19

Osciladores á Cristal
Os cristais piezelétricos, 2. Eixo Y (mecânico): É perpen-
dos quais o quartzo é o mais co- dicular as faces paralelas da
mumente utilizado, são elementos secção do cristal
que, quando sujeitos a compres- 3. Eixo Z (óptico): É perpendi-
são desenvolvem uma determinada cular aos outros dois eixos e
diferença de potencial, ou quan- consequentemente, á secção do
do sujeitos a uma ddp deformam- cristal.
se mecanicamente.
Esses cristais são encontra- A figura 20 mostra um cris-
dos na natureza sob a forma de tal de secção hexagonal, onde
bastões com secção hexagonal, são indicados os três eixos elé-
onde podemos destacar 3 eixos. tricos, os três eixos mecânicos
e o eixo óptico.
1. Eixo X (elétrico): passa pe-
los vértices da secção hexa-
gonal e é perpendicular a Y

Figura 20
14

Em função das dimensões me- obtidas com o cristal operando


cânicas da lâmina de cristal que em "overtone", ou seja, numa fre-
é cortada a partir do cristal quência harmônica daquela de
bruto, fica definida uma fre- operação normal.
quência própria de ressonância Os cristais que operam na
para essa lâmina. frequência fundamental dificil-
Isso caracteriza o uso de mente ultrapassam os 15 MHz, en-
cristais para o controle da fre- quanto os que operam em overtone
quência de oscilação em circui- normalmente utilizam a faixa dos
tos osciladores. 15 MHz aos 200 MHz, trabalhando
A frequência de ressonância no 3º, 5º ou 7º harmônico da
de um cristal de quartzo pode frequência fundamental.
estar aproximadamente entre 1 Se considerarmos o cristal
KHz e 200 MHz, sendo o limite bruto a ser cortado, podemos de-
inferior definido pelas maiores finir dois tipos de corte funda-
dimensões de lâminas dos cris- mentais: o corte X, onde as fa-
tais brutos e o limite superior ces planas são perpendiculares
determinado por lâminas cuja es- ao eixo X (figura 21a) e o corte
pessura extremamente pequena Y, onde as faces planas são per-
tornaria o elemento muito frágil pendiculares ao eixo Y (figura
mecanicamente. 21b).
Além disso, as frequências
em torno do limite superior são

Figura 21

Para aplicação em telecomu- se uma frequência de ressonância


nicações, o corte mais utilizado na faixa de 500 KHz a 100 MHz
é o do tipo AT onde a lâmina so- (este extremo em overtone) e uma
fre um corte Y, formando 35,5º variação praticamente nula da
com o eixo Z, como mostra a fi- frequência para uma temperatura
gura 22. Neste corte Consegue- entre 60ºC e 80ºC.
15

Figura 22

Justamente em função dessa ciada … camada de prata deposi-


característica, os cristais para tada ás faces das lâminas para a
telecomunicações são mantidos em colocação dos contatos, ficamos
câmara térmica, revestida inter- com o circuito misto da figura
namente de amianto, com um ter- 23(b). Na figura 23(a) podemos
mostato que é regulado para li- observar o símbolo do cristal
gar em 65ºC e desligar em 75ºC, para circuitos elétricos e na
comandando um resistor de aque- figura 23(c) temos a curva que
cimento. Esta montagem, além de caracteriza a variação do módulo
minimizar o coeficiente de tem- da impedância do cristal com a
peratura do cristal, tem a van- frequência. Nesta curva observa-
tagem de tornar o componente mos duas frequências de resso-
mais robusto a choques mecâni- nância: a frequência série (fS) e
cos. a frequência paralela (fP) nor-
Do ponto de vista elétrico, malmente separadas de 2 KHz a 15
um cristal é equivalente a um KHz, sendo fP sempre maior que fS.
circuito RLC série, mas se con-
siderarmos a capacitância asso-

Figura 23

Os cristais cortados para cados para a frequência parale-


trabalhar na frequência funda- la. Mas o modo série é também
mental são normalmente especifi-
16

eficiente, sobremaneira nas fre- não na fundamental. Portanto a


quências abaixo de 500 KHz. compra de um cristal para esse
Os cristais para overtone sem- tipo de operação deve ser feita
pre operam no modo série e o que pela frequência de ressonância
é importante: o fabricante já série.
calibra o cristal no overtone e

Oscilador Pierce a cristal


Neste tipo de circuito não sintonia do núcleo de L1 pode
há previsão para o ajuste da ajustar o ponto de operação do
frequência de oscilação, mas a cristal.

Oscilador de modo paralelo

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