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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CENTRO DE TECNOLOGIA-CTEC

O REFLEXO DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS NA REDUÇÃO DAS EMISSÕES


DE CO2

Letícia Leite Machado

Engenharia Química

Professor Geoberto Espírito Santo

Maceió – AL

18 de maio de 2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CENTRO DE TECNOLOGIA-CTEC

O REFLEXO DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS NA REDUÇÃO DAS EMISSÕES


DE CO2

Trabalho apresentado ao professor

Geoberto Espírito Santo como

requisito para avaliação na disciplina

Eletrotécnica.

Maceió – AL

18 de maio de 2015
1. Introdução

De indispensável presença na vida humana, a energia é um fator essencial para o


suprimento de diversas necessidades ser-humano. Dessa forma, grande parte da busca de
conhecimento adquirida pelo homem é voltada para este assunto, desde a busca e
obtenção dessa energia, até a conformação energética que melhor se ajuste à suas
necessidades.

Até meados da década de 1970 o homem buscava um aumento de eficiência energética


tendo em mente apenas as plantas geradoras, em detrimento dos recursos energéticos.
Para o homem desta época, apenas a ampliação das plantas geradoras era necessária para
uma ampliação da potência energética. No entanto, a partir desta década, as repercussões
das crises energética, financeira e econômica dos Estados Nacionais deram força política
a ideia que contestava o caráter estratégico do setor energético até então, fazendo com
que o modelo tradicional do setor perdesse sua credibilidade.

Desde então, como resultado da quebra do padrão tradicional do setor energético, é


notável a pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias energéticas. Neste sentido, o
desenvolvimento das denominadas energias alternativas complementares, também
conhecidas como energias renováveis, é reflexo direto das novas orientações
institucionais e superação da antiga ideia do crescimento da potência energética baseado
exclusivamente na crescente ampliação da capacidade das plantas geradoras.

A noção de energia renovável faz menção ao tipo de energia que se pode obter de
fontes naturais virtualmente inesgotáveis, uma vez que contêm uma imensa quantidade
de energia ou que podem se reestruturar naturalmente ao longo do tempo. Com o
surgimento das pesquisas a respeito das alterações climáticas consequentes do
aquecimento global(efeito estufa alterado) e da ideia de desenvolvimento sustentável,
essas energias vem ganhando força a cada dia. Dentre as principais características que
relacionam as energias renováveis e as alterações climáticas está o potencial de redução
da emissão de dióxido de carbono que as fontes limpas podem realizar: É possível reduzir
entre 220Gt e 560Gt, entre os anos de 2010 e 2050, utilizando essas novas energias. Ou
seja, um aumento na participação das energias renováveis na matriz energética mundial
pode levar ao que mais tem sido buscado nos últimos anos: uma estabilização das
emissões dos gases do efeito estufa e o mais importante: na faixa prevista como segura
pelos cientistas(450ppm).
2. CO2 e o meio ambiente

O efeito estufa é um fenômeno natural que mantém a temperatura atmosférica


aproximadamente constante, sendo assim, essencial para a vida no planeta. Para alcançar
a temperatura ideal a Terra emite a mesma proporção de energia que recebe de radiação
solar. A radiação incidente atravessa as diversas camadas da atmosfera e seu retorno
ocorre na forma de radiações térmicas, que são absorvidas pelo dióxido de carbono. No
entanto, nos últimos anos as atividades antrópicas resultam em contribuições adicionais
de gases de efeito estufa, acentuando a concentração dos mesmos na atmosfera e,
consequentemente, ampliando a capacidade de absorção de energia, provocando
aumentos de temperatura descontrolados. Este é o efeito estufa alterado.

Tendo em vista essa relação entre quantidade de dióxido de carbono na atmosfera e


aumento da temperatura global (Gráfico 1) e em resposta à ameaça do aquecimento
global, o Protocolo de Kyoto determinou que os países industrializados signatários
reduzissem em 5,2% suas emissões de carbono em relação aos níveis de 1990 no período
de 2008 a 2012. O acordo gerou a adoção de uma série de metas de redução regionais e
nacionais, o que impulsionou o uso das energias renováveis.

Gráfico 1. Fonte: Etheridge et al, 1998.


3. Energias renováveis

3.1 Energia Eólica

A energia eólica, gerada pelo vento ao passar por turbinas(aerogeradores), é uma das
energias renováveis promissoras que geram uma diminuição na emissão de dióxido de
carbono. Muito usada atualmente em países como a Dinamarca, Alemanha, Estados
Unidos e Espanha, vem ganhando espaço no Brasil durante os últimos anos. As regiões
Nordeste e Sul foram as escolhidas pelo PAC(programa de aceleração do crescimento)
para construção de usinas eólicas, tendo em vista que essas regiões possuem a maior
incidência de ventos do país. Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica
no primeiro semestre de 2014, a geração de energia eólica no Brasil evitou a emissão de
um milhão de toneladas de gás carbônico (CO2) na atmosfera.Com isso, em 2014, a
redução de emissão de CO2 foi o dobro do que observou-se em 2013.

3.2 Biomassa

A biomassa é a matéria orgânica que pode gerar energia através de sua queima. Sendo
assim, a bioenergia resulta de todo tipo de matéria-prima orgânica utilizada em processos
de combustão ou compostagem. É alvo de muitas controvérsias no âmbito do meio
ambiente e das emissões de CO2. Enquanto que por um lado os biocombustíveis por um
lado são defendidos por liberarem menos carbono que os combustíveis fósseis(de acordo
com o balanço de CO2 absorvido pela fotossíntese e o equivalente liberado pela
combustão), por outro são acusados de causarem o aumento no preço de alimentos, devido
a menor quantidade de terras livres para a agricultura, além do desmatamento de florestas.
Porém, em oposição a estas controvérsias um estudo realizado pelo Instituto para
Pesquisa sobre o Impacto Climático de Potsdam (PIK) publicado no jornal Environmental
Research Letters, a biomassa é de fundamental importância para a diminuição das
emissões de dióxido de carbono, e, consequentemente, para o controle das mudanças
climáticas. Para saber como aliar ambos os lados da questão, o grupo de pesquisadores
analisou o potencial da bioenergia limitado pela proteção florestal, não apenas calculando
o potencial biofísico e estabelecendo que quantidade de bioenergia, competindo com
outras formas de energia, é, no fim das contas, rentável.
3.3 Energia Solar

Assim como a eólica e a bioenergia, a energia solar se caracteriza como inesgotável -


e é considerada uma alternativa energética promissora para enfrentar os desafios da
expansão da oferta de energia com menor impacto ambiental. As aplicações deste tipo
de energia podem ser divididas em três grupos: energia solar fotovoltaica, processo de
aproveitamento da energia solar para conversão direta em energia elétrica, utilizando os
painéis fotovoltaicos e a energia térmica (coletores planos e concentradores) relacionada
basicamente aos sistemas de aquecimento de água. Além de ser uma geração distribuída
e por isso, não provoca demanda por "upgrade" das linhas de transmissão. No âmbito de
redução na emissão de dióxido de carbono, o aquecedor solar (energia solar térmica),
em substituição ou uso conjunto com as termoelétricas é a peça chave: reduz de emissões
de gases ácidos ou poluentes e, por conseguinte, contribui para redução do efeito estufa
alterado. Essa energia solar térmica é obtida por meio de coletores planos ou de
concentradores solares. Diferentemente das células fotovoltaicas, a solar térmica é usada
para gerar calor, não somente para aquecimento de água no uso doméstico ou em
piscinas, mas também para secagem ou aquecimento industrial, enfim, para uma série
de aplicações essenciais.
4. Conclusões

O mundo industrializado precisa urgentemente repensar sua estratégia energética,


construindo sua economia sobre as bases sólidas de um fornecimento de energia
sustentável, baseada na educação socioambiental. Nesse aspecto, vem sendo criados
estratégias organizadas, um exemplo é o Fórum Latino-americano e do Caribe de
Carbono, que visa justamente estratégias que visam diminuir a emissão de dióxido de
carbono, além do plano CERINA que estabelece a proporcionalidade de emissão de CO2
e a obrigatoriedade dos países em investir nos recursos renováveis. Vale ressaltar que o
Brasil é o quinto maior investidor em energias renováveis do mundo, somando em 2010
cerca de US$ 7 bilhões. Os dados foram publicados pela ONU em 2013 e mostram que
os investimentos mundiais em inovação tecnológica em energias alternativas superaram
os investimentos em tecnologia para a energia fóssil; mas que, apesar dessa positividade
no cenário mundial, a busca pelas formas alternativas de energia não pode cessar.
5.Referências

 ETHERIDGE, D.M. et al. Historical CO2 records from the Law Dome DE08,
DE08-2, and DSS ice cores" em: A Compendium of Data on Global Change.
Carbon Dioxide Information Analysis Center, Oak Ridge National Laboratory,
U.S. Department of Energy, Oak Ridge, Tenn., U.S.A. 1998. Diponível em:
cdiac.ornl.gov/trends/co2/lawdome.html. Acesso em 16 de maio de 2015.
 UCZAI, Pedro. Caderno de Altos Estudos n. 10 (Energias Renóvaveis: Riqueza
sustentável ao alcance da sociedade).
 GUTIERREZ, Maria B.; MENDONÇA, Mário Jorge C. O efeito estufa e o setor
energético brasileiro. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Texto para
discussão Nº 719. Rio de Janeiro, abril de 2000.

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