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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS


ENGENHARIA DE MINAS E MEIO AMBIENTE

MINERAIS E ROCHAS INDUSTRIAIS


(ARGILA)

Marabá/PA
2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS
ENGENHARIA DE MINAS E MEIO AMBIENTE
José Lucas Cordeiro de Mattos 201443020015
Jonas Varão dos Santos 201443020014
Matheus Montenegro de Araújo 201443020020

Pesquisa apresentada como requisito parcial


para obtenção de nota da disciplina de
Minerais e Rochas Industriais, Universidade
Federal do Sul e Sudeste do Pará, campus 2,
sob orientação da professora Ana Luiza
Coelho Braga.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 4

2 PROPRIEDADES ...................................................................................................................... 4
2.1 ARGILAS COMUM ................................................................................................................. 4
2.2 ARGILAS PLÁSTICAS ........................................................................................................... 4

3 DISPONIBILIDADE ................................................................................................................. 5

4 PUREZA ..................................................................................................................................... 5

5 GÊNESE DOS DEPÓSITOS..................................................................................................... 7


5.1 ARGILA COMUM ................................................................................................................... 7
5.2 ARGILAS PLÁSTICAS ........................................................................................................... 7

6 TAMANHO DO DEPÓSITO .................................................................................................... 8

7 ROTAS DE PROCESSOS ......................................................................................................... 8


7.1 ARGILA COMUM ................................................................................................................... 8
7.2 ARGILA PLÁSTICA ................................................................................................................ 9

8 VOLUMES DE PRODUÇÃO ................................................................................................... 9


8.1 ARGILA COMUM ................................................................................................................... 9
8.2 ARGILA PLÁSTICA .............................................................................................................. 10

9 APLICAÇÕES E FUNÇÕES .................................................................................................. 10


9.1 ARGILA COMUM ................................................................................................................. 10
9.2 ARGILA PLÁSTICA .............................................................................................................. 11

10 ESPECIFICAÇÕES ............................................................................................................... 11
10.1 ARGILA COMUM ............................................................................................................... 11
10.2 ARGILA PLÁSTICA ............................................................................................................ 12

11 VALOR ................................................................................................................................... 12

12 PERFIL DA DEMANDA INTERNA E EXTERNA ........................................................... 14

13.GRAU DE COMPETIÇÃO NO MERCADO NACIONAL E INTERNACIONAL ....... 16

14 RAIO DE COMÉRCIO ......................................................................................................... 18

15 VULNERABILIDADE À SUBSTITUIÇÃO ....................................................................... 18


15.1 ARGILA COMUM (COMMON CLAYS) ........................................................................... 18
15.2 ARGILA PLÁSTICA (BALL CLAYS) ............................................................................... 18
16 CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 19

BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................... 20
4

1 INTRODUÇÃO
Com o aumento da população mundial a cada década, viu-se necessário a criação de novos
métodos para se produzir determinados bens, descoberta de novas jazidas minerais, maior
produção de alimentos, entre outras coisas.
No caso da mineração de argilas, em particular no Brasil, essa produção é de menor escala,
por não ter reservas lavráveis o suficiente, bem como tecnologia necessária para a explotação desse
bem. Porém, o peso desses na economia brasileira é bem relevante, logo, deve-se ter uma maior
atenção e entendimento dos processos que geram esses valores.
Devido ao seu uso na construção civil, estética e outros ornamentos, a busca por esse bem
mineral cresce cada dia mais, porém, o que vai ser exposto no trabalho é que alguns requisitos e
situações devem ser observados para uma otimização do processo de fabricação da argila para seus
futuros usos, sejam eles: cerâmica, ladrilhos, telhas, tijolos, produtos de beleza, entre outros.

2 PROPRIEDADES

2.1 ARGILAS COMUM


As argilas comuns têm como principal característica a cor de queima avermelhada. Essa
propriedade advém do alto conteúdo de óxido de ferro que apresentam, maiores que 4%
(Facincani, 1992).
Possui minerais filossilicatados, ou seja, silicatos que formam lâminas, adquirido assim
uma boa clivagem e baixa dureza.
Outra propriedade bem interessante é de que as argilas possuem enorme capacidade de
absorção, podendo chegar a níveis de absorção maiores que 100% seu próprio peso.
A plasticidade é dada por conta da formação de folhas, a água, ao se introduzir entre elas,
funciona como um lubrificante, permitindo que as folhas deslizem umas sobre as outras. Devido a
isso, motoristas sentem dificuldade para dirigir em solo argiloso nos dias de chuva. O solo fica
extremamente liso, tornado assim, difícil manter o veículo alinhado na estrada.

2.2 ARGILAS PLÁSTICAS


Os dois principais constituintes mineralógicos das argilas plásticas são a caulinita e o
quartzo, entretanto, as argilas plásticas podem apresentar matéria orgânica em sua composição, o
que se manifestará com uma coloração preta. A resistência à ruptura desta aumenta com o conteúdo
de material carbonoso, no entanto a partir de certo limite poderá prejudicar as propriedades dos
corpos cerâmicos. (Wilson, 1996; Menezes et al. 2003.).
5

Possuem umidade variando entre 18% - 22%; granulometrias entre 0,5 µm – 1,0 µm; e
cores variadas dependendo da sua composição e características.
Segundo Souza Santos (1992), a plasticidade de uma argila é atribuída à: 1) presença de
matéria orgânica sob a forma de sais húmicos, que agem como se fossem colóides protetores das
partículas de caulinita, resultando na formação de películas de água adsorvida na superfície das
partículas, funcionando como agente lubrificante de forma a promover o deslizamento das
partículas lamelares da caulinita, umas sobre as outras; 2) presença da esmectita ou illita, em
granulometria fina, por estarem adsorvidas às partículas lamelares da caulinita, dificultam a
formação de agregados do tipo face-aresta; 3) elevada proporção (80%) de partículas com
granulometria abaixo de 2 µm; 4) lâminas bem finas hexagonais de caulinita das argilas plásticas.

3 DISPONIBILIDADE
Os estados detentores de maiores concentrações de argila (sem discriminação dos tipos)
são São Paulo, Minas Gerais e Paraná, com reservas lavráveis nas quantidades de 1.085.578.769
t, 586.949.573 t, 213.050.221 t, respectivamente. São Paulo se destaca em todas as categorias de
reservas (lavráveis, inferidas, medidas, indicadas) com números muito maiores que os demais
estados, confirmando ser o estado com maior disponibilidade de argila, porém, discriminando as
mesmas em comum e plástica, São Paulo domina os depósitos de argila comum, e Minas Gerais,
os de argila plástica.

4 PUREZA
A composição química das argilas em geral, depende dos processos diagenéticos dos
depósitos, onde dependendo do teor de cada espécie suas propriedades físicas irão alterar, isso é o
que define em qual setor de bens que essas argilas poderão ser utilizadas, os gráficos abaixo
mostram a pureza da argila comum e plástica.
6

Pureza da argila comum


1%

7%

22%

70%

SiO2 Al2O3 Fe2O3 TiO2

Gráfico 1: composição química média da argila comum no Brasil


Fonte: (ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO, 2010).

Pureza da argila plástica


1% 2% 2%

33%

62%

SiO2 Al2O3 K2O Fe2O3 TiO2

Gráfico 2: composição química média da argila plástica no Brasil


Fonte: (ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO, 2010).
7

5 GÊNESE DOS DEPÓSITOS

5.1 ARGILA COMUM


Existem dois tipos principais de depósitos de argila: argilas quaternárias e argilas de bacias
sedimentares.
Para as quaternárias, dois locais são especialmente propícios para o acúmulo de argilas:
planícies aluvionares (mais tradicional) e a planície costeira, junto às regiões litorâneas. São locais
com zonas saturadas em água, ou sujeitas a inundações periódicas, onde, com as camadas
argilosas, comumente acumula-se matéria orgânica, por isso, possuem alta umidade e plasticidade.
De forma geral, no território brasileiro, as argilas aluvionares constituem-se de caulinitas
detríticas, devido à disponibilidade desse mineral nas regiões que serviram de suprimento para a
formação dos depósitos sedimentares. Ocorreu, posteriormente, a erosão e carreamento detrítico
nas estações chuvosas. Ocasionalmente, em áreas mais restritas, pode-se encontrar, também,
argilas detríticas mistas, compostas de caulinita e ilita (eventualmente esmectita), devido à
contribuição na fonte de rochas menos alteradas, ou pelas condições locais mais áridas, que
possibilitaram o enriquecimento nesses minerais.
As argilas aluvionares formam depósitos lenticulares, com tamanhos variando de poucos
hectares até quilômetros quadrados, de acordo com a extensão da planície de inundação.
Nas planícies costeiras, ocorrem também importantes depósitos de argilas cauliníticas,
geralmente de espessuras delgadas, como é o caso da região de Campos dos Goytacazes no Estado
do Rio de Janeiro.
Já as bacias sedimentares são aquelas relacionadas às unidades geológicas antigas – as
principais bacias sedimentares brasileiras são de eras Paleozóica e Mesozóica (570 a 65 milhões
de anos) à Terciária (65 a 1,8 milhão de anos). Constituíram grandes áreas com depressões que
acumularam sedimentos durante longos períodos, em grande parte em ambientes marinhos. Com
a evolução geológica, esses sedimentos sofreram processo de litificação, transformando-se em
rochas compactas, e encontram-se hoje parcialmente expostos no continente, modelados na forma
de colinas e morros. As rochas de interesse cerâmico nas bacias sedimentares são os folhelhos,
argilitos, siltitos, ritmitos.

5.2 ARGILAS PLÁSTICAS


As argilas plásticas são constituídas por caulinita, quartzo, mica (illita), algumas vezes
esmectita, clorita, podendo conter minerais contaminantes como óxidos de ferro, pirita, siderita, e
titânio, gipsita e dolomita, sendo os principais os dois primeiramente citados.
8

Tendo como base a Inglaterra, os principais depósitos de lá se formaram no Período


Terciário Inferior, em clima sub-tropical, onde as condições de muito calor e umidade resultaram
num intenso manto de intemperismo sobre os granitos e ardósias. Os feldspatos dos granitos se
transformaram em caulinita. O processo de intemperismo converteu a clorita e alguma illita (mica)
contidas nas ardósias, em caulinita desordenada. Sedimentos derivados da espessa camada de
intemperismo foram transportados através dos rios para os vales. A argila, silte e vegetação foram
depositados em lagos rasos.
Em regra, os depósitos cauliníticos estão concentrados, em larga escala, nas bacias
sedimentares e nas zonas de intemperismo supérgeno.

6 TAMANHO DO DEPÓSITO
Em nível de Brasil, o tamanho dos depósitos, em toneladas, de acordo com dados do
anuário mineral brasileiro de 2010, são mostrados na tabela abaixo:

Tabela: Volume dos depósitos minerais.

Fonte: (ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO, 2010)

7 ROTAS DE PROCESSOS

7.1 ARGILA COMUM


Um procedimento comum é a permanência da pilha de argila no pátio de estocagem por
um período de alguns meses, o que melhora a trabalhabilidade da massa cerâmica.
Outras operações podem incluir partes de cominuição, associados à classificação
granulométrica, secagem ao ar livre, formação de pilhas de estocagem e blendagem para
composição de massa cerâmica. A cominuição pode exigir operações de britagem e moagem,
tendo assim britadores em um ou dois estágios (primário e secundário) sendo eles de mandíbulas,
giratórios, rotativos e de rolos dependendo da necessidade, e podem ainda estar associados a
moinhos para obtenção das frações finas. Tais operações são intercaladas com sistemas de
peneiramento para classificação das frações de argila obtidas no processo.
9

Uma ordem na rota de processamento seria a seguinte: secagem, moagem, alimentação e


dosagem, desintegração, laminação, homogeneização, estocagem, laminação, extrusão,
prensagem, secagem, queima, seleção e expedição.

7.2 ARGILA PLÁSTICA


De uma maneira geral, as argilas plásticas são explotadas pelo método de lavra a céu aberto.
Fora do Brasil, em camadas sedimentares mais antigas, podem existir também lavra subterrânea
quando se deseja extrair argila em camadas mais profundas e de qualidade superior.
As argilas são lavradas de acordo com as características químicas e físicas dos produtos
solicitados pelos clientes. A argila, depois de minerada, deve ser envelhecida nos pátios de
estocagem, para adquirir as características necessárias. A oxidação e o ataque bacteriano, sobre a
argila explotada, alteram e degradam a matéria orgânica com o passar do tempo. Sabe-se também
que o envelhecimento da argila, nos pátios de estocagem, tem um efeito muito grande sobre os
corpos cerâmicos, além de auxiliar no processo natural de secagem, contribuindo para diminuir os
custos de produção (MacCuistion e Wilson, 2006).
A maioria das argilas é comercializada após fragmentação onde a forma mais comum de
processamento é moagem, onde a argila é inicialmente seca, desintegrada em pó e algumas vezes
submetida a uma microsseparação, após isso, o produto é acondicionado em sacos, paletizados e
enrolados com plástico.

8 VOLUMES DE PRODUÇÃO

8.1 ARGILA COMUM


O volume de produção anual é da ordem de 30 bilhões de peças, a grosso modo distribuído
em 85% de blocos, lajotas e pisos, e 15% de telhas, o que resulta em um faturamento anual da
ordem de R$ 6 bilhões (US$ 3,0 bilhões).

Figura 1: Dados da produção anual de argila comum no Brasil


Fonte: (LUZ e LINS, 2008)
10

8.2 ARGILA PLÁSTICA


Dados do CETEM estimam que em 2007 tenham sido consumidas por volta de 20 milhões
de toneladas de argilas plásticas, distribuídas entre placas cerâmicas (17 milhões t), sanitários (1,1
milhão t), porcelana e louças de mesa (1,2 milhão t) e isoladores elétricos (0,3 milhão t). A
regionalização da produção é liderada pela Europa (11 milhões t), seguida da Ásia e Oceania (6
milhões), América do Sul (1,5 milhão t) e América do Norte (EUA, 1,1 milhão). Quanto aos
principais países produtores destacam-se a China (4 milhões), Ucrânia (3,5 milhões t), Alemanha
(3 milhões), EUA (1,1 milhão) e Inglaterra (1 milhão).
No Brasil, a produção estimada em 2007 é de 1 milhão de toneladas de argilas plásticas,
computando-se 900.000 t para revestimentos, sendo 700.000 t para a confecção de 150 milhões de
placas não-porcelanizadas e 200.000 para 33 milhões de m 2 de porcelanato, 70.000 t para 20
milhões de peças de materiais sanitários, 10.000 t para isoladores, e 10.000 t para 200 milhões de
peças de porcelana e louça de mesa (Motta, 2007).

9 APLICAÇÕES E FUNÇÕES

9.1 ARGILA COMUM


Tradicionalmente usada de matéria-prima para uma grande variedade de produtos, como
blocos, tijolos maciços, telhas, tubos, lajotas, cimento, construção civil, construção/manutenção
de estradas, esses materiais possuem outras aplicações, como na fabricação de vasos ornamentais,
utensílios domésticos, cimento, agregado leve e revestimentos.
O setor de cerâmica vermelha utiliza a chamada massa monocomponente, composta,
basicamente, só por argilas, ou seja, não há a mistura de outras substâncias minerais como caulim,
filito, rochas feldspáticas, talco, que busca obter características como:
 Plasticidade: propiciar a moldagem das peças;
 Resistência mecânica à massa verde e crua: conferir coesão e solidez às peças moldadas,
permitindo a sua trabalhabilidade na fase pré-queima;
 Fusibilidade: favorecer a sinterização e, consequentemente, a resistência mecânica e a
diminuição da porosidade;
 Drenagem: facilitar a retirada de água e a passagem de gases durante a secagem e queima,
evitando trincas e dando rapidez ao processo;
 Coloração das peças: atribuir cores às cerâmicas por meio da presença de corantes naturais
(óxidos de ferro e manganês).
11

9.2 ARGILA PLÁSTICA


A argila plástica desempenha um papel importante na formulação de uma variedade de
cerâmicas brancas, nas aplicações industriais e na produção de:
 Grês sanitário;
 Porcelana, grês e louça de mesa e artística;
 Placas cerâmicas (revestimento de parede e de piso);
 Porcelana elétrica.
No processo industrial, a argila plástica desempenha funções na etapa de conformação das
peças, conferindo resistência mecânica; reologia adequada nos processos de conformação a úmido
e plasticidade nos processos tornearia e prensagem. Fornece cor (branca) às peças queimadas.
Três são os principais processos de conformação:
 Colagem (sanitários; parte das porcelanas; louças de mesa)

 Extrusão (pratos, tigelas, canecas, grandes peças de isoladores elétricos)

 Tornearia e prensagem (placas cerâmicas; alguns isoladores; bolas para moinhos)

10 ESPECIFICAÇÕES

10.1 ARGILA COMUM


Segundo Sousa Santos (1989), para determinar os usos potenciais de uma argila plástica
para cerâmica vermelha, essa deve ser submetida a uma caracterização tecnológica, que consiste,
basicamente, na realização de ensaios de laboratório: análise granulométrica, umidade, limite de
plasticidade e ensaios cerâmicos em corpos de prova moldados manualmente. A seguir, esses são
levados ao forno para queima em temperaturas que variam de 950 a 1.250°C. Após a queima os
corpos de prova são submetidos a ensaios físicos (Normas ABNT) de: retração linear (%), tensão
de ruptura à flexão (kgf/cm2), absorção de água (%), porosidade aparente (%), massa específica
aparente (g/cm3) e cor após a queima.
A partir das características das cerâmicas no estado cru e após a queima nas diferentes
temperaturas, comparam-se os valores medidos com os valores limites requeridos para cada uso
na fabricação de tijolos, telhas, ladrilhos de piso etc.
Para a fabricação de tijolos, as argilas devem ser moldadas facilmente, apresentar valores
de tensão de ruptura de médio a elevados, cor vermelha após a queima, poucas trincas e
empenamentos. Deve ainda apresentar teores elevados de ferro divalente e baixos teores de
elementos alcalinos e alcalinosterrosos. Para fabricação de telhas, as argilas devem ter plasticidade
adequada para a moldagem, tensão de ruptura à flexão elevada quando secas, de forma a permitir
12

o manuseio durante o processo de fabricação. Após a queima deve apresentar baixa porosidade
aparente e baixa absorção de água e não apresentar trincas e empenamentos após secagem e
queima. A cor, após a queima, dever ser vermelha, visto que a tradição do mercado brasileiro é
pelas cores vivas, variando de alaranjado ao vermelho.

10.2 ARGILA PLÁSTICA


Devido às variações dos processos de produção, das formulações de massas entre os
diferentes produtos e indústrias, bem como das diferenças composicionais das argilas (variações
entre depósitos e entre camadas do mesmo depósito), não existem especificações rígidas ou
procedimentos padrões que caracterizem uma argila plástica para os seus diversos usos em
cerâmica branca. Desta forma, as indústrias geralmente efetuam os seus próprios ensaios
experimentais nas argilas individualmente e as testam em suas formulações. Contudo, alguns
parâmetros básicos, como composição química e mineralógica, características físicas e ensaios
cerâmicos preliminares são utilizados como referência para orientar os prováveis usos.
A composição química revela a constituição, em óxidos, dos principais elementos,
permitindo analisar alguns parâmetros de desempenho tecnológico. Destacam-se os seguintes
componentes: Alumina (Al2O3) - o conteúdo de alumina revela a quantidade de argilomineral
presente, ou seja, quanto mais alumina, maior a quantidade de caulinita e outros argilominerais.
Óxido de ferro - considerado o principal elemento cromóforo (junto com o titânio), a sua presença
não é desejável, sobretudo em teores acima de 1% (em peso). Quando testada isoladamente,
observa-se que a partir de valores de óxido de Fe ao redor de 4% acentuam-se as tonalidades
avermelhadas, prejudicando os produtos de cor clara. Óxido de potássio (K2O) - tratando-se de
óxido fundente, é importante a presença desse elemento para tornar a massa menos refratária.
Sílica - maior componente químico das argilas, pois está presente em todos argilominerais, no
quartzo, feldspato, etc. A sua presença em excesso revela a contaminação de quartzo, uma
impureza que deve ser controlada e equilibrada com o quartzo presente em outras matérias-primas,
quando na preparação das massas.

11 VALOR
Os gráficos abaixo estão divididos em argila bruta, beneficiada e também a soma delas, de
forma que possamos observar o que cada umas das suas formas geram de valor no estado
comercializado.
13

70,000,000

60,000,000

50,000,000

40,000,000 Bruta
Reais

30,000,000 Beneficiada

20,000,000
Total

10,000,000

0 ES

PA

RN

TO
BA

RO
PB
PE

RS
PI
PR
RJ

RR
CE
DF

MA

MS
GO

MG

MT

SP
AL
AM

SC
SE
Gráfico3: VALOR DA PRODUÇÃO MINERAL COMERCIALIZADA - 2009(Argilas Comuns)
Fonte: (ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO, 2010)

6,000,000

5,000,000

4,000,000
Bruta
Reais

3,000,000
Beneficiada
2,000,000
Total
1,000,000

0
BA GO MA MG MS PA PB PE PI PR RO RS SE SP

Gráfico 4: VALOR DA PRODUÇÃO MINERAL COMERCIALIZADA - 2009(Argilas Plásticas)


Fonte: (ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO, 2010)

35,000,000
30,000,000
25,000,000
20,000,000 Bruta
Reais

15,000,000 Beneficiada

10,000,000 Total
5,000,000
0
AL BA DF ES GO MG PB PE PI PR RS SC SE SP

Gráfico 5: VALOR DA PRODUÇÃO MINERAL COMERCIALIZADA - 2009(Argilas Refratárias)


Fonte: (ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO, 2010)

As argilas comuns são de longe as que geram mais valor, seguido pelas refratarias e bem
mais atrás tem-se as plásticas. O valor total gerado pelos estados em todas as suas formas é de R$
332.567.945.
14

12 PERFIL DA DEMANDA INTERNA E EXTERNA


Neste tópico é possível observar como se comporta a demanda da argila considerando o
mercado interno e externo de forma a compara-los, como mostrado nos gráficos seguintes:
30
25
20
15
%

10
5
0

Gráfico 6: MERCADO CONSUMIDOR - PRODUTOS BRUTOS - 2009


Fonte: (ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO, 2010)

30
25
20
15
%

10
5
0

Gráfico 7: MERCADO CONSUMIDOR - PRODUTOS BENEFICIADOS - 2009


Fonte: (ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO, 2010)
1% 11%
2% 1% 1% 34%
2%
3%
6%

18%
22%
Cerâmica Vermelha Construção Civil
Pisos e Revestimentos Cimento
Aterro Cerâmica Branca
Construção/Manutenção de Estradas Artefatos de Cimento
Comércio de Materiais de Construção Refratários
Extração de Petróleo/Gás Tintas, Esmaltes e Vernizes
Produtos de Borracha Outros Produtos Químicos

Gráfico 8: MERCADO CONSUMIDOR - PRODUTOS BRUTOS - 2009


Fonte: (ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO, 2010)
15

1% 5%
2% 1%
2%
37%
8%

14%

26%

Cimento
Pisos e Revertimentos
Construção Civil
Cerâmica Vermelha
Pelotização
Construção/Manutenção de Estradas
Fundição
Refratários
Comércio de Materiais de Construção
Graxas e Lubrificantes
Ração Animal
Extração e Beneficiamento de Minerais
Cerâmica Branca
Gráfico 9: MERCADO CONSUMIDOR - PRODUTOS BENEFICIADOS
Fonte: (ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO, 2010)

África do
Sul
37% Estados
Unidos
19%
Outros Paraguai
20% 9%

Chile
6%

Outros
55%
El Argentina
Salvador 8%
7%
Argentina
20% Angola República
Equador 4% Dominicana
10% 5%

Gráfico 10: EXPORTAÇÃO - PRINCIPAIS PAÍSES Gráfico 11: EXPORTAÇÃO - PRINCIPAIS PAÍSES
DE DESTINO (Bens Primários) DE DESTINO - 2009(Manufaturados)
Fonte: (ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO, 2010) Fonte: (ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO, 2010)
16

Os gráficos 4 e 5, totalizam 25.166.209t e 4.314.135t respectivamente onde são divididos


nas mais diversas áreas da industrias como visto nos gráficos 6 e 7. Ao comparar os gráficos de
exportações aos de mercado consumidor, temos uma noção de como se dá a demanda interna e
externa de modo a perceber que internamente o estado de São Paulo é maior consumidor e
externamente temos a África do Sul nos bens primários e os Estados Unidos como manufaturado.

13.GRAU DE COMPETIÇÃO NO MERCADO NACIONAL E INTERNACIONAL


Ao que tange a competição no mercado tem-se a Argentina como líder na categoria bens
primários, já no semimanufaturados importamos quase que totalidade dos Estados Unidos, em
contrapartida importamos mais de 50% de manufaturados da China.

Índia Outros China,


Alemanha
4% 6% 0.42
1%
Grécia
5%

Estados
Unidos Estados
34% Argentina Unidos,
50% 99.58

Gráfico 12: Importação bens primários Gráfico 13: Importação semimanufaturados


Fonte: (ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO, 2010) Fonte: (ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO, 2010)

Outros
16%

Espanha
4%
Bélgica
6%
China
Alemanha 56%
8%

Estados
Unidos
10%

Gráfico 14: Importação Manufaturados


Fonte: (ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO, 2010)
17

Todas importações totalizam 132.929t de bens primários, 274.648t de semimanufaturados


e 5.137t de manufaturados.
Na competição interna temos São Paulo na comercialização de argilas comuns em sua
forma bruta com quase 8.000.000t e na sua forma beneficiada o estado também está à frente, mas
com um número menos expressivo. Nas argilas plásticas temos Sergipe com os maiores números
nas duas categorias. Nas argilas refratárias, Santa Catarina está muito superior aos outros estados
na beneficiada e a frente só que mais próximo na categoria bruta. Tudo isto citado pode ser
observado com mais detalhes no gráfico abaixo.
Somando tudo se tem um total de 25.166.209t para a argila bruta e 4.314.135t para
beneficiada.
8,000,000
7,000,000
6,000,000
Tonelada

5,000,000
4,000,000
3,000,000
2,000,000
1,000,000
0
AL AM BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO

Bruta Beneficiada

Gráfico 15: QUANTIDADE DA PRODUÇÃO MINERAL COMERCIALIZADA - 2009(Argilas Comuns)


Fonte: (ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO, 2010)

QUANTIDADE DA PRODUÇÃO MINERAL COMERCIALIZADA -


2009(Argilas Plásticas)

400,000
300,000
Tonelada

200,000
100,000
0
BA GO MA MG MS PA PB PE PI PR RO RS SE SP

Bruta Beneficiada

Gráfico 16: QUANTIDADE DA PRODUÇÃO MINERAL COMERCIALIZADA - 2009(Argilas Plásticas)


Fonte: (ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO, 2010)
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QUANTIDADE DA PRODUÇÃO MINERAL COMERCIALIZADA -


2009(Argilas Refratárias)
10,000,000
8,000,000
Tonelada

6,000,000
4,000,000
2,000,000
0
AL BA DF ES GO MG PB PE PI PR RS SC SE SP

Bruta Beneficiada

Gráfico 17: QUANTIDADE DA PRODUÇÃO MINERAL COMERCIALIZADA - 2009(Argilas Refratárias)


Fonte: (ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO, 2010)

14 RAIO DE COMÉRCIO
Ao analisar os todos gráfico mostrados aqui nesse trabalho, especialmente os 4, 5, 8, 9 e
13, 14, 15, nota-se que, apesar de exportamos a argila para alguns países sua maioria fica no Brasil,
basta comparar o total exportado que é de 132.929t de bens primários, 274.648t de
semimanufaturados e 5.137t de manufaturados, contra o total comercializado internamente de
25.166.209t para a argila bruta e 4.314.135t para beneficiada para percebermos a argila tem um
comercio mais regional isso fica evidente na comparação dos gráficos 13, 14, 15, com o 4 e 5 onde
se tem as maiores comercializações também tem as maiores demandas.

15 VULNERABILIDADE À SUBSTITUIÇÃO

15.1 ARGILA COMUM (COMMON CLAYS)


Enquanto substância mineral, pelas suas propriedades e abundância, não há materiais
naturais substitutos às argilas nos processos cerâmicos industriais.
 Rejeitos de serragem de rochas
 Finos de mineração
 Sólidos finos derivados de biomassa (palha de arroz, casca e caroço de oleaginosas)
 Borras de óleo mineral
 Finos de carvão vegetal e mineral

15.2 ARGILA PLÁSTICA (BALL CLAYS)


A maior parte dessas argilas plásticas produzidas está mais próxima de um caulim cerâmico
do que de uma verdadeira argila plástica. Em virtude disto, é muito comum se fazer a blendagem
de diferentes tipos de argila, para se obter um corpo cerâmico adequado.
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16 CONCLUSÃO
Tendo como base as características específicas das argilas, percebe-se uma enorme
importância e justificativa da utilização das mesmas nas mais diversas formas de uso.
Relativamente barata e de boa obtenção, é matéria-prima indispensável em âmbito mundial.
Dada sua alta demanda, tanto externa como interna, é justificável a busca por alternativas
que melhorem tecnologicamente o produto, bem como novas formas e locais de extração. A
quantidade de reservas lavráveis é alta, todavia, o número de inferidas é, também, elevado,
mostrando que a busca por formas de se viabilizar novos empreendimentos, buscando a atender a
crescente demanda, é necessária.
Tal fato de que a produção nacional ainda não é o suficiente para abastecer a demanda local
é demonstrado pelas taxas de importação do produto, fator que poderia ser mudado, caso fosse
aumentado a oferta no país.
O mercado das argilas é, com certeza, aquele que deve sofrer pouco com uma possível
queda, uma vez que é um produto indispensável. Portanto, nunca é demais o investimento feito no
setor em busca de melhorias e otimização de processos.
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BIBLIOGRAFIA
ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO. DNPM. Brasília. 2010.
BRANCO, P. D. M. CPRM, 2014. Disponivel em: <www.cprm.gov.br/publique/Redes-
Institucionais/Rede-de-Bibliotecas---Rede-Ametista/Canal-Escola/Minerais-Argilosos-
1255.html>. Acesso em: 22 nov. 2017.
LUZ, A. B. D.; LINS, F. A. F. (Eds.). Rocha e Minerais Industriais. 2ª. ed. Rio de Janeiro : [s.n.],
2008.

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