Transfourier PDF

l
ita
ig
Transformada de Fourier
Reginaldo J. Santos
D
Departamento de Matemática-ICEx
Universidade Federal de Minas Gerais
http://www.mat.ufmg.br/~regi
ia
5 de abril de 2017
óp
2
Sumário
l
1 Definição e Propriedades 3
ita
Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2 Inversão 16
Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3 Convolução 20
Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
ig
4 Aplicações às Equações Diferenciais Parciais 24
4.1 Equação do Calor em uma barra infinita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
4.2 Equação da Onda em uma Dimensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4.3 Problema de Dirichlet no Semi-plano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
7
D
Tabela de Transformadas de Fourier
Relação com a Série de Fourier e a Transformada de Fourier Discreta
Respostas dos Exercı́cios

30
31
35
ia
óp
3
1 Definição e Propriedades
l
ita
f (x)
ig
fˆ(ω )
D
Figura 1: Transformada de Fourier como uma “caixa”
A transformada de Fourier de uma função f : R → R (ou C) é definida por
F ( f )(ω ) = fˆ(ω ) = √
1
2π
Z ∞
−∞
e−iωx f ( x )dx.
ia
para todo ω ∈ R tal que a integral acima converge. Representaremos a função ori-
ginal por uma letra minúscula e a sua variável por x. Enquanto a transformada de
Fourier será representada pela letra correspondente com um chapéu e a sua variável
por ω. Por exemplo, as transformadas de Fourier das funções f ( x ), g( x ) e h( x ) serão
representadas por fˆ(ω ), ĝ(ω ) e ĥ(ω ), respectivamente.
Se f : R → R, então
óp
Z ∞ Z ∞
ˆ 1
F ( f )(ω ) = f (ω ) = √ cos(ωx ) f ( x )dx − i sen(ωx ) f ( x )dx ,
2π −∞ −∞
e fˆ(ω ) é real se, e somente se, f é par. Neste caso também fˆ é par.
Vários autores definem a transformada de Fourier de maneiras diferentes, mas que
são casos particulares da fórmula
s
Z ∞
|b|
fˆ(ω ) = f ( x )eibωx dx,
(2π )1−a −∞
4
para diferentes valores das constantes a e b. Estamos usando aqui ( a, b) = (0, −1).
l
Algumas definições também bastante usadas são com ( a, b) = (0, −2π ) e ( a, b) =
(1, −1).
ita
Seja I um subconjunto dos números reais. A função χ I : R → R chamada de função
caracterı́stica de I é definida por

1, se x ∈ I,
χ I (x) =
0, caso contrário.
Exemplo 1. Seja a um número real positivo. Seja χ[0,a] : R → R dada por

1, se 0 < x < a,
ig
χ[0,a] ( x ) =
1 ∞ Z
1 a
Z
F (χ[0,a] )(ω ) = √ e−iωx f ( x )dx = √ e−iωx f ( x )dx
2π −∞ 2π 0
1 e − iωx a 1 1−e − iaω
= √ = √ , se ω 6= 0,

F (χ[0,a] )(0) = √
D 1
2π −iω 0
Z ∞
2π −∞
− ax
f ( x ) = e u0 ( x ) =
2π
f ( x )dx = √ .
0,
a
2π
iω
Exemplo 2. Seja a um número real positivo. Seja f : R → R dada por

se x < 0
e−ax , se x ≥ 0
ia
1 ∞ Z
1 ∞ Z
F ( f )(ω ) = √ e−iωx f ( x )dx = √ e−iωx e−ax dx
2π −∞ 2π 0
1 e −( a + iω ) x ∞ 1 1
= √ = √ .

2π −( a + iω ) 0 2π a + iω
óp
Teorema 1 (Dilatação). Seja a uma constante não nula. Se a transformada de Fourier da

função f : R → R é fˆ(ω ), então a transformada de Fourier da função
g( x ) = f ( ax )
é
1 ˆ ω
ĝ(ω ) = f ( ), para ω ∈ R.
| a| a
Em particular F ( f (− x )) = fˆ(−ω ).
5
Demonstração. Se a > 0, então
l
1 ∞ Z
ĝ(ω ) = √ e−iωx f ( ax )dx
ita
2π −∞
Z ∞
1 x0 1 ω
= √ e−iω a f ( x 0 )dx 0 = fˆ( ).
a 2π −∞ a a
Se a < 0, então
1 ∞Z
ĝ(ω ) = √ e−iωx f ( ax )dx
2π −∞
Z −∞
1 x0 1 ω
ig
= √ e−iω a f ( x 0 )dx 0 = − fˆ( ).
a 2π ∞ a a
f (x)
f ( ax )
D F
ia
fˆ(ω )
1 ˆ ω
f( )
| a| a
óp
Figura 2: Teorema da Dilatação

ax
ax e se x < 0
f ( x ) = e u0 (− x ) =
1 se x ≥ 0
Como f ( x ) = g(− x ), em que g( x ) = e−ax u0 ( x ), então pelo Exemplo 2 temos que

1 1
F ( f )(ω ) = F ( g)(−ω ) = √
2π a − iω
6
l

1, se − a < x < 0
f ( x ) = χ[−a,0] ( x ) =
ita
0, caso contrário
Como χ[−a,0] ( x ) = χ[0,a] (− x ), então pelo Exemplo 1 temos que


 √1 eiaω −1 , se ω 6= 0,
fˆ(ω ) = F (χ[−a,0] )(ω ) = F (χ[0,a] )(−ω ) = 2π iω
a
 √ , se ω = 0.
2π
ig
Observe que
lim fˆ(ω ) = fˆ(0),
ω →0
ou seja, fˆ(ω ) é contı́nua. Isto vale em geral.
D
Teorema 2 (Continuidade). Se f : R → R é tal que
contı́nua.
R∞
−∞ | f ( x )| dx < ∞, então fˆ(ω ) é
ia
Teorema 3 (Linearidade). Se a transformada de Fourier de f ( x ) é fˆ(ω ), e a transformada de
Fourier de g( x ) é ĝ(ω ), então para quaisquer constantes α e β
F (α f + βg)(ω ) = αF ( f )(ω ) + βF ( g)(ω ) = α fˆ(ω ) + β ĝ(ω ), para ω ∈ R.

óp
Demonstração.
1 ∞ Z
F (α f + βg)(ω ) = √ e−iωx (α f ( x ) + βg( x ))dx
2π −∞
Z ∞ Z ∞
α β
= √ e−iωx f ( x )dx + √ e−iωx g( x )dx
2π −∞ 2π −∞
= αF ( f )(ω ) + βF ( g)(ω )
7
f (x)
l
g( x )
α f ( x ) + βg( x )
ita
F
fˆ(ω )
ig
ĝ(ω )
ˆ
α f (ω ) + β ĝ(ω )
Figura 3: Transformada de Fourier de uma combinação linear
D
Exemplo 5. Seja a um número real positivo. Seja χ[−a,a] : R → R dada por
χ[−a,a] ( x ) =

1, se − a < x < a
0, caso contrário
Como χ[−a,a] ( x ) = χ[−a,0] ( x ) + χ[0,a] ( x ), então pelos Exemplos 1 e 4 temos que

ia
e − 1 1 − e−iaω
iaω
1 2 sen( aω )
F (χ[−a,a] )(ω ) = √ + =√ , se ω 6= 0
2π iω iω 2π ω
2a
F (χ[−a,a] )(0) = √ .
2π
óp
f ( x ) = e− a| x | .
Como f ( x ) = e ax u0 (− x ) + e−ax u0 ( x ), então pelos Exemplos 2 e 3 temos que

1 1 1 1 2a
F ( f )(ω ) = √ + =√ .
2π a − iω a + iω 2π ω + a2
2
8
l
Teorema 4 (Derivadas da Transformada de Fourier). Seja fˆ(ω ) a transformada de Fourier
ita
de f ( x ).
R∞ R∞
(a) Se −∞ | f ( x )|dx < ∞ e −∞ | x f ( x )|dx < ∞, então
d fˆ
F ( x f ( x ))(ω ) = i ( ω ).
dω
R∞
ig
(b) Se também −∞ | x
2 f ( x )| dx < ∞, então
d2 fˆ
F ( x2 f ( x ))(ω ) = − ( ω ).
dω 2
D
Demonstração. Pode ser demonstrado que sob as hipóteses acima a derivada pode ser
calculada sob o sinal de integração.
(a)
d fˆ 1
Z ∞
d −iωx
(ω ) = √ e f ( x ) dx
ia
dω 2π −∞ dω
Z ∞
i
= −√ e−iωx x f ( x )dx
2π −∞
= −i F ( x f ( x ))(ω ).
óp
(b)
Z ∞
d2 fˆ 1 d2 −iωx
(ω ) = √ e f ( x ) dx
dω 2 2π −∞ dω 2
Z ∞
1
= −√ e−iωx x2 f ( x )dx
2π −∞
= −F ( x2 f ( x ))(ω ).
9
f (x)
l
x f (x)
x2 f ( x )
ita
F
fˆ(ω )
ig
i fˆ0 (ω )
− fˆ00 (ω )
Figura 4: Derivadas da Transformada de Fourier
Observamos que
Df (x) =

| x | se − a < x < a
0 caso contrário
ia
f ( x ) = | x |χ[−a,a] ( x ) = − xχ[−a,0] ( x ) + xχ[0,a] ( x )
= − xχ[0,a] (− x ) + xχ[0,a] ( x ).
Como para ω 6= 0 temos que

óp
1 − e−iaω

d i d
F ( xχ[0,a] ( x ))(ω ) = i χ [ (ω ) = √
dω [0,a] 2π dω iω
i − a ωe − i a ω − i (1 − e − i a ω ) 1 i a ωe−i a ω + e−i a ω − 1
= √ = √
2π (iω )2 2π ω2
e
1 −i a ωei a ω + ei a ω − 1
F (− xχ[0,a] (− x ))(ω ) = F ( xχ[0,a] ( x ))(−ω ) = √ ,
2π ω2
10
então temos que
l
fˆ(ω ) = F (− xχ[0,a] (− x ))(ω ) + F ( xχ[0,a] ( x ))(ω )
ita
i a ωe−i a ω + e−i a ω − 1 −i a ωei a ω + ei a ω − 1

1
= √ +
2π ω2 ω2
1 2 a ω sen ( a ω ) + 2 cos ( a ω ) − 2
= √ , para ω 6= 0
2π ω2
2
ˆf (0) = √a .
2π
ig
Teorema 5 (Transformada de Fourier das Derivadas). Seja f : R → R contı́nua com
transformada de Fourier fˆ(ω ).
(a) Se f 0 ( x ) é seccionalmente contı́nua e lim | f ( x )| = 0, então
x →±∞
D F ( f 0 )(ω ) = iω fˆ(ω ).
(b) Se f 0 ( x ) é contı́nua, f 00 ( x ) é seccionalmente contı́nua e lim | f 0 ( x )| = 0, então
F ( f 00 )(ω ) = −ω 2 fˆ(ω ).
x →±∞
ia
Demonstração. (a) Vamos provar para o caso em que f 0 ( x ) é contı́nua.
1 ∞ Z
0
F ( f )(ω ) = √ e−iωx f 0 ( x )dx
2π −∞
óp
∞ Z ∞
1 −iωx 1
= √ e f ( x ) − (−iω ) √ e−iωx f ( x )dx

2π −∞ 2π −∞
= iω fˆ(ω ),
pois lim e−iωx f ( x ) = 0.

x →±∞
(b) Vamos provar para o caso em que f 00 ( x ) é contı́nua. Usando o item anterior:
F ( f 00 )(ω ) = iω F ( f 0 )(ω ) = (iω )2 fˆ(ω ) = ω 2 fˆ(ω ).

11
f (x)
l
f 0 (x)
f 00 ( x )
ita
F
fˆ(ω )
ig
iω fˆ(ω )
ω 2 fˆ(ω )
Figura 5: Transformada de Fourier das Derivadas
D
Corolário 6 (Transformada de Fourier
ˆ
R x da Integral). Seja f : R → R contı́nua com trans-
formada de Fourier f (ω ). Se g( x ) = 0 f (t)dt é tal que lim | g( x )| = 0, então
F ( g)(ω ) =
fˆ(ω )
iω
x →±∞
, para ω 6= 0.
ia
Demonstração. Pelo Teorema 5 temos que
fˆ(ω ) = F ( g0 )(ω ) = iω ĝ(ω ).

De onde segue o resultado.
óp
2
Exemplo 8. Seja f ( x ) = e−ax . Derivando obtemos
f 0 ( x ) = −2ax f ( x ).
Aplicando-se a transformada de Fourier a ambos os membros obtemos
iω fˆ(ω ) = −2ai fˆ0 (ω ).

Resolvendo esta equação diferencial obtemos
2
fˆ(ω ) = fˆ(0)e− 4a .
ω
12
Mas,
l
Z ∞ Z ∞ Z ∞
1/2
1 − ax2 1 − a ( x 2 + y2 )
fˆ(0) = √ e dx = √ e dxdy
ita
2π −∞ 2π −∞ −∞
Z 2π Z ∞
1/2 Z 2π ∞ 1/2
1 − ar2 1 − ar2
= √ e rdrdθ = −√ √ e dθ =
2π 0 0 2a 2π 0 0
1
= √ .
2a
Logo
1 ω2
ig
2
F (e−ax )(ω ) = √ e− 4a .
2a
Em particular
x2 ω2
F (e− 2 )(ω ) = e− 2 .
D
Teorema 7 (Translação). Seja a uma constante. Se a transformada de Fourier da função
f : R → R é fˆ(ω ), então
(a) F ( f ( x − a))(ω ) = e−iaω fˆ(ω ),
(b) F (eiax f ( x ))(ω ) = fˆ(ω − a).
para ω ∈ R. e
ia
Demonstração. (a)
1 ∞ Z
F ( f ( x − a))(ω ) = √ e−iωx f ( x − a)dx
2π −∞
Z ∞
1
óp
0
= √ e−iω ( x +a) f ( x 0 )dx 0 = e−iaω fˆ(ω ).
2π −∞
(b)
1 ∞ Z
F (e iax
f ( x ))(ω ) = √ e−iωx eiax f ( x )dx
2π −∞
Z ∞
1
= √ e−i(ω −a) x f ( x )dx = fˆ(ω − a).
2π −∞
13
l
f (x)
ita
f ( x − a)
ig
fˆ(ω )
e−iaω fˆ(ω )
f (x)
D
Figura 6: Teorema da Translação (a)
ia
eiax f ( x )
F
óp
fˆ(ω )
fˆ(ω − a)
Figura 7: Teorema da Translação (b)

14
Exemplo 9. Seja f : R → R dada por
l

cos ax se − b < x < b
f (x) =
ita
0 caso contrário
Como
eiax + e−iax

f ( x ) = (cos ax )χ[−b,b] ( x ) = χ[−b,b] ( x ),
2
e pela linearidade da transformada de Fourier e pelo Teorema da Dilatação (Teorema
1 na página 4), para ω 6= 0 temos que
ig

F (χ[−b,b] )(ω ) = F χ[0,b] (− x ) + χ[0,b] ( x ) (ω )
!
1 eibω − 1 1 − e−ibω 2 sen(bω )
= √ + =√ , para ω 6= 0,
2π iω iω 2π ω
2b
F (χ[−b,b] )(0) = √
fˆ(ω ) =
1
2
2π
D
então, pelo Teorema da Translação (Teorema 7 (b) na página 12) e pela linearidade da
transformada de Fourier, temos que
F (χ[−b,b] )(ω − a) + F (χ[−b,b] )(ω + a)

sen b(ω − a) sen b(ω + a)

1
ia
= √ + , para ω 6= ± a
2π ω−a ω+a

ˆf (− a) = fˆ( a) = √1 2b +
sen 2ab
.
2π 2a
óp
15
Exercı́cios (respostas na página 35)
l
1.1. Determine a transformada de Fourier das seguintes funções f : R → R
ita

1 − | x |/a, se − a < x < a,
(a) f ( x ) = (1 − | x |/a)χ[−a,a] ( x ) =

sen( ax ), se − b < x < b
(b) f ( x ) = sen( ax )χ[−b,b] ( x ) =
2
(c) f ( x ) = xe− x .
2
(d) f ( x ) = x2 e− x .
ig
e−(a+ib) x ,

se x > 0
(e) f ( x ) = e−(a+ib) x u0 ( x ) = para a > 0 e b ∈ R.
0, caso contrário,
e(a+ib) x ,

se x < 0
(f) f ( x ) = e(a+ib) x u0 (− x ) = para a > 0 e b ∈ R.
D
ia
óp
16
2 Inversão
l
ita
R∞
Teorema 8. Se f : R → R é seccionalmente contı́nua e tal que −∞ | f ( x )| dx < ∞, então
lim fˆ(ω ) = 0.
ω →±∞
Demonstração. Pelo Lema de Riemann-Lesbegue, temos que
ig
Z M Z M Z M
−iωx
lim e f ( x )dx = lim f ( x ) cos ωxdx + i lim f ( x ) sen ωxdx = 0.
ω →±∞ − M ω →±∞ − M ω →±∞ − M
R
Para todo e > 0, existe M > 0 tal que | x |> M | f ( x )| dx
< e. Logo
√
Z ∞
2π lim | fˆ(ω )| = lim e−iωx f ( x )dx

ω →±∞ ω →±∞ −∞
≤ lim
Z M

De −iωx
Z

f ( x )dx +
ω →±∞ −M
| f ( x )|dx ≤ e.
| x |> M
ia
R∞
Lema 9. Se g : R → R é seccionalmente contı́nua tal que −∞ | g ( x )| dx < ∞, g(0) = 0 e
g0 (0) existe, então Z ∞
ĝ(ω )dω = 0.
−∞
óp
Demonstração. Seja
 g( x ) , se x 6= 0,

h( x ) = x
 0
g (0), se x = 0.
R∞
Então g( x ) = xh( x ) e −∞ | h ( x )| dx < ∞. Logo
Z ∞ Z ∞ ∞
ĝ(ω )dω = i ĥ0 (ω )dω = i ĥ(ω ) = 0,

−∞ −∞ −∞
pelo Teorema 8.
17
l
R∞
ita
Teorema 10. Se f : R → R é seccionalmente contı́nua tal que −∞ | f ( x )| dx < ∞, então
Z ∞
1
f (x) = √ eixω fˆ(ω )dω,
2π −∞
para todo x ∈ R em que f é contı́nua.
ig
Demonstração. Vamos demonstrar para o caso em que f 0 ( x ) existe. Seja g : R → R
definida por
x 02
g( x 0 ) = f ( x + x 0 ) − f ( x )e− 2 .
Como g(0) = 0, pelo Lema 9 temos que
0 =
=
Z ∞
−∞
Z ∞
−∞
D
ĝ(ω )dω =
Z ∞
−∞
e
√
ixω
eixω fˆ(ω )dω − f ( x ) 2π.

fˆ(ω )dω − f ( x )
Z ∞
−∞
e−
ω2
2 dω
ia
R∞
Corolário 11. Se f : R → R é contı́nua tal que −∞ | f ( x )| dx < ∞, então
óp
F ( fˆ)(ω ) = f (−ω ).
Demonstração. Pelo Teorema 10 temos que

Z ∞
1 0
f (−ω ) = √ e−iω ω fˆ(ω 0 )dω 0 = F ( fˆ)(ω )
2π −∞
18
l
1
f (x) =
ita
x2 + a2
1 2a
Como F (e−a| x| )(ω ) = √ , então
2π ω 2 + a2
√
2π −a| x|
f (ω ) = ĝ(ω ), em que g( x ) = e .
2a
Logo
ig
√
2π −a|ω |
F ( f )(ω ) = F ( ĝ)(ω ) = g(−ω ) = e .
2a
Corolário
R∞ 12 (Injetividade).
D
R ∞ Dadas duas funções f ( x ) e g( x ) seccionalmente contı́nuas tais
que −∞ | f ( x )|dx < ∞ e −∞ | g( x )|dx < ∞, se
F ( f )(ω ) = F ( g)(ω ), para todo ω ∈ R,
então f ( x ) = g( x ), exceto possivelmente nos pontos de descontinuidade.

ia
Demonstração. Pela linearidade da transformada de Fourier, basta provarmos que se
F ( f )(ω ) = 0, então f ( x ) = 0 nos pontos em que f é contı́nua. Mas isto é decorrência
imediata do Teorema 10.
Exemplo 11. Vamos determinar a função f : R → R cuja transformada de Fourier é

óp
1
fˆ(ω ) = , para a > 0 e b ∈ R.
a + ib + iω
1 1
fˆ(ω ) = =
a + ib + iω a + i (b + ω )
√ √
f ( x ) = e−ibx 2πe−ax u0 ( x ) = 2πe−(a+ib) x u0 ( x ).
19
l
2.1. Determine as funções f : R → C cujas transformadas de Fourier são dadas
ita
1
(a) fˆ(ω ) = .
(2 + iω )(3 + iω )
1
(b) fˆ(ω ) = .
(1 + iω )2
iω
(c) fˆ(ω ) = .
1 + ω2
1
ig
(d) fˆ(ω ) = 2
.
ω +ω+1
1
(e) fˆ(ω ) = , para a > 0 e b ∈ R.
a + ib − iω
1
(f) fˆ(ω ) = 2
.
4 − ω + 2iω
(a) f ( x ) =
(b) f ( x ) =
x
1 + x2
x
.
(1 + x 2 )2
D
Calcule a transformada de Fourier das funções f : R → R:
.
ia
óp
20
3 Convolução
l
A convolução deRduas funções f : R R→ R e g : R → R seccionalmente contı́nuas,
ita
∞ ∞
limitadas e tais que −∞ | f ( x )|dx < ∞ e −∞ | g( x )|dx < ∞, é definida por
Z ∞
( f ∗ g)( x ) = f (y) g( x − y)dy, para x ∈ R.
−∞
(
1, se 0 ≤ x ≤ 1,
Exemplo 12. Seja f : R → R definida por f ( x ) = χ[0,1] ( x ) =
ig
Z ∞ Z 1
( f ∗ f )( x ) = χ[0,1] (y)χ[0,1] ( x − y)dy =
χ[0,1] ( x − y)dy
−∞ 0

 0, se x < 0,
Z 1 Z 1 
x, se 0 ≤ x < 1,

= χ[−1,0] (y − x )dy = χ[−1+ x,x] (y)dy =
2 − x, se 1 ≤ x < 2,
0
Teorema 13 (Convolução).
D 0 


0,
Sejam f : RR → R e g : R → R seccionalmente contı́nuas,

se x ≥ 2.
R∞ ∞
limitadas e tais que −∞ | f ( x )|dx < ∞ e −∞ | g( x )|dx < ∞. Então
ia
√
F ( f ∗ g)(ω ) = 2π fˆ(ω ). ĝ(ω )
óp
Demonstração. Pelas definições temos que

Z ∞ Z ∞

1 −iωx
F ( f ∗ g)(ω ) = √ e f (y) g( x − y)dy dx.
2π −∞ −∞
Sob as hipóteses consideradas pode-se mostrar que podemos trocar a ordem de

integração para obtermos
Z ∞ Z ∞

1 −iωx
F ( f ∗ g)(ω ) = √ f (y) e g( x − y)dx dy.
2π −∞ −∞
21
Fazendo-se a mudança de variáveis x − y = z obtemos
l
Z ∞ Z ∞
1 − iω (z+y)
F ( f ∗ g)(ω ) = √ f (y) e g(z)dz dy
ita
2π −∞ −∞
Z ∞ Z ∞
1 − iωy − iωz
= √ e f (y) e g(z)dz dy
2π −∞ −∞
√
= 2π fˆ(ω ). ĝ(ω ).
ig


 0, se x < 0,
x, se 0 ≤ x < 1,

f (x) =

 2 − x, se 1 ≤ x < 2,
0, se x ≥ 2.

Como, pelo Exemplo 12, f = χ[0,1] ∗ χ[0,1] , então
fˆ(ω ) =
√
[
2π (χ
D 2
[0,1] ( ω )) =
√
2π

√
1 1 − e−iaω
2π iω
2
= −√
1 (1 − e−iaω )2
2π ω2
.
Teorema 14. A convolução satisfaz as seguintes propriedades:

ia
(a) f ∗ g = g ∗ f
(b) f ∗ ( g1 + g2 ) = f ∗ g1 + f ∗ g2
(c) ( f ∗ g) ∗ h = f ∗ ( g ∗ h)
óp
(d) f ∗ 0 = 0 ∗ f = 0
Demonstração.
(a)
Z ∞ Z −∞
( f ∗ g)( x ) = f (y) g( x − y)dy = f ( x − y0 ) g(y0 )(−dy0 ) =
−∞ ∞
Z ∞
= f ( x − y0 ) g(y0 )dy0 = ( g ∗ f )( x ).
−∞
22
(b)
l
Z ∞
( f ∗ ( g1 + g2 ))( x ) = f (y)( g1 ( x − y) + g2 ( x − y))dy =
ita
−∞
Z ∞ Z ∞
= f ( x − y) g1 ( x − y)dy + f ( x − y) g2 ( x − y)dy =
−∞ −∞
= ( f ∗ g1 )( x ) + ( f ∗ g2 )( x ).
(c)
Z ∞
(( f ∗ g) ∗ h)( x ) = ( f ∗ g)( x − y)h(y)dy =
ig
−∞
Z ∞ Z ∞
0 0 0
= f (y ) g( x − y − y )dy h(y)dy =
−∞ −∞
Z ∞ Z ∞
= f (y0 ) g( x − y − y0 )h(y)dydy0 =
−∞ −∞
Z ∞ Z ∞
(d) ( f ∗ 0)( x ) =
R∞
−∞
D =
=
−∞
Z ∞
−∞
0
f (y )
−∞
0

g( x − y − y )h(y)dy dy0 =
f (y0 )( g ∗ h)( x − y0 )dy0 = ( f ∗ ( g ∗ h))( x ).
f (y − x ) · 0 dy = 0 = (0 ∗ f )( x ).
ia
óp
23
l
3.1. Calcule a convolução f ∗ g para f , g : R → R dadas por
ita
−x
− x e , se x > 0
(a) f ( x ) = e u0 ( x ) = ,
−2x
e , se x > 0
g( x ) = e−2x u0 ( x ) = .

1, se − 1 < x < 1
(b) f ( x ) = χ[−1,1] ( x ) = ,
0,
−x caso contrário,
e , se x > 0
ig
− x
g ( x ) = e u0 ( x ) = .
3.2. Determine, usando convolução, as funções f : R → C cujas transformadas de

Fourier são dadas
1
(a) fˆ(ω ) = .
(2 + iω )(3 + iω )
(b) fˆ(ω ) =
(c) fˆ(ω ) =
1
1
2
D
(1 + iω )2
4 − ω + 2iω
3.3. Resolva a equação
.
Z ∞
f (y) 1
ia
2
dy = 2
−∞ ( x − y) + 4 x +9
óp
24
4 Aplicações às Equações Diferenciais Parciais
l
4.1 Equação do Calor em uma barra infinita
ita
Vamos determinar a temperatura em função da posição e do tempo, u( x, t) em uma
barra infinita, sendo conhecida a distribuição de temperatura inicial, f ( x ), ou seja,
vamos resolver o problema de valor inicial
 2
 ∂u = α2 ∂ u
∂t ∂x2
u( x, 0) = f ( x ), x ∈ R.

ig
Vamos supor que existam a transformada de Fourier da solução u( x, t) em relação
∂u ∂u ∂2 u
a variável x e de suas derivadas , e . Além disso vamos supor que
∂t ∂x ∂x2
∂u R∞
limx→±∞ |u( x, t)| = 0, limx→±∞ = 0 e −∞ | f ( x )|dx < ∞. Então aplicando-se
∂x
D
a transformada de Fourier em relação a variável x na equação diferencial obtemos
∂û
∂t
(ω, t) = −α2 ω 2 û(ω, t).
Resolvendo esta equação diferencial obtemos que
û(ω, t) = c(ω )e−α

2 ω2 t
.
ia
Vamos supor que exista fˆ(ω ). Neste caso, usando o fato de que û(ω, 0) = fˆ(ω ) obte-
mos que
2 2
û(ω, t) = fˆ(ω )e−α ω t .
2 ω2 t
Seja k̂ (ω, t) = e−α . Então
x2
óp
1 −
k ( x, t) = √ e 4α2 t
2α2 t
e pelo Teorema da Convolução (Teorema 13 na página 20) temos que
Z ∞ ( x − y )2
1 1 −
u( x, t) = √ ( f ∗ k)( x, t) = √ f (y)e 4α2 t dy. (1)
2π 2 πα2 t −∞
Pode-se provar que se f é seccionalmente contı́nua e limitada, então a expressão

dada por (1) define uma função que satisfaz a equação do calor e
lim u( x, t) = f ( x ),
t →0+
25
y y y
l
t=0 t=5 t = 10
ita
x x x
ig
y y y
t = 20 t = 100 t = 1000
x
D x x
Figura 8: Solução da equação do calor, u( x, t), do Exemplo 14

ia
nos pontos em que f é contı́nua.
óp
Exemplo 14. Vamos resolver, usando a transformada de Fourier, o problema de valor

inicial
2

 ∂u = ∂ u

∂t ∂x2
 x2
u( x, 0) = e− 4 , x ∈ R.

x2 √ 2
Seja f ( x ) = e− 4 . Então fˆ(ω ) = 2e−ω e
2 √ 2 (1+ t )
û(ω, t) = fˆ(ω )e−ω t = 2e−ω .
26
Logo a solução do problema de valor inicial é
l
2
1 − x
u( x, t) = √
ita
e 4(1+ t ) .
1+t
4.2 Equação da Onda em uma Dimensão

Vamos resolver a equação diferencial da onda em uma dimensão usando a trans-
formada de Fourier
∂2 u 2
2∂ u
, x ∈ R.
ig
= a
∂t2 ∂x2
Vamos supor que existam a transformada de Fourier da solução u( x, t) em relação
∂u ∂u ∂2 u ∂2 u
a variável x e de suas derivadas , , e 2 . Além disso vamos supor que
∂t ∂x ∂x2 ∂t
∂u
limx→±∞ |u( x, t)| = 0, limx→±∞ = 0. Aplicando-se a transformada de Fourier em
D ∂2 û
∂t2
∂x
relação a variável x na equação diferencial obtemos
(ω, t) = − a2 ω 2 û(ω, t).

ia
 φˆ1 (ω )e−iaωt + ψˆ1 (ω )e+iaωt , se ω > 0,

û(ω, t) = c + c2 t, se ω = 0,
 ˆ1 − iaωt + iaωt
φ2 (ω )e + ψˆ2 (ω )e , se ω < 0.
Definindo
óp
φˆ1 (ω ), se ω > 0, ψˆ1 (ω ), se ω > 0,

φ̂(ω ) = ψ̂(ω ) =
φˆ2 (ω ), se ω < 0, ψˆ2 (ω ), se ω < 0,
temos que
û(ω, t) = φ̂(ω )e−iaωt + ψ̂(ω )e+iaωt . (2)
e pelo Teorema da Translação (Teorema 7 na página 12) temos que
u( x, t) = φ( x − at) + ψ( x + at),
que é a solução de D’Alembert para a equação corda elástica.

27
Vamos resolver o problema de valor inicial
l
 2 2
∂ u 2∂ u
, x ∈ R.
ita
= a


∂t2 ∂x2

 u( x, 0) = f ( x ), ∂u ( x, 0) = g( x ), x ∈ R.


∂t
Além do que já supomos anteriormente vamos supor também que f , g : R → R sejam
seccionalmente contı́nuas, limitadas e tais que
Z ∞ Z ∞
| f ( x )|dx < ∞ e | g( x )|dx < ∞.
ig
−∞ −∞
Aplicando-se a transformada de Fourier nas condições iniciais em relação a variável x

obtemos
∂û
û(ω, 0) = fˆ(ω ), (ω, 0) = ĝ(ω ).
∂t
Substituindo-se t = 0 em (2) obtemos
Dfˆ(ω ) = û(ω, 0) = φ̂(ω ) + ψ̂(ω ).
Derivando-se (2) em relação a t e substituindo-se t = 0 obtemos
ĝ(ω ) = iaω (−φ̂(ω ) + ψ̂(ω )).

ia
Logo
1 ĝ(ω )
ψ̂(ω ) = fˆ(ω ) + ,
2 iaω

1 ĝ(ω )
φ̂(ω ) = fˆ(ω ) − .
2 iaω
óp
Substituindo-se em (2) obtemos

1 ˆ ĝ(ω ) −iaωt 1 ˆ ĝ(ω ) +iaωt
û(ω, t) = f (ω ) − e + f (ω ) − e .
2 iaω 2 iaω
Aplicando-se a transformada de Fourier inversa obtemos

Z x+ at
1 1
u( x, t) = ( f ( x − at) + f ( x + at)) + g(y)dy.
2 2a x − at
que é a solução de d’Alembert do problema de valor inicial.

28
4.3 Problema de Dirichlet no Semi-plano
l
Vamos considerar o problema de Dirichlet no semi-plano
ita
 2 2
 ∂ u + ∂ u = 0, x ∈ R, y > 0

∂x2 ∂y2
u( x, 0) = f ( x ), x ∈ R.


Vamos supor que existam a transformada de Fourier da solução u( x, y) em relação

∂u ∂u ∂2 u ∂2 u R ∞
a variável x e de suas derivadas , , e e | f ( x )|dx < ∞. Além disso
∂y ∂x ∂x2 ∂y2 −∞
ig
∂u
vamos supor que limx→±∞ |u( x, y)| = 0, limx→±∞ = 0. Então aplicando-se a
∂x
transformada de Fourier em relação a variável x na equação diferencial obtemos
2 ∂2 û
−ω û(ω, y) + 2 (ω, y) = 0.
∂y
D
û(ω, y) = c1 (ω )e−|ω |y + c2 (ω )e|ω |y .
Como limω →±∞ û(ω, y) = 0, então c2 (ω ) = 0. Vamos supor que exista fˆ(ω ). Neste
caso, usando o fato de que û(ω, 0) = fˆ(ω ) obtemos que
ia
û(ω, y) = fˆ(ω )e−|ω |y .
Seja k̂ (ω, y) = e−|ω |y . Então

2y 1
k ( x, y) = √
2π x + y2
2
óp
e pelo Teorema da Convolução (Teorema 13 na página 20) temos que

Z ∞
1 y f (t)
u( x, y) = √ ( f ∗ k )( x, y) = dt. (3)
2π π −∞ ( x − t )2 + y2
Pode-se provar que se f é contı́nua e limitada, então a expressão dada por (3) define
uma função que satisfaz a equação de Laplace e
lim u( x, y) = f ( x ).
y →0+
29
l
4.1. Resolva o problema de valor inicial
ita

 ∂u + 2 ∂u = g( x )
∂t ∂x
u( x, 0) = f ( x ), x ∈ R.

4.2. Resolva o problema de valor inicial

 2
 ∂u = α2 ∂ u − γu
ig
∂t ∂x2
u( x, 0) = f ( x ), x ∈ R.

Aqui γ é uma constante positiva.
4.3. Resolva o problema do calor em uma barra infinita com convecção (existe troca
D
de calor da barra com o ambiente)
Aqui k é uma constante.



∂t
2
 ∂u = α2 ∂ u + k ∂u
∂x2 ∂x
u( x, 0) = f ( x ), x ∈ R.
ia
4.4. Determine a temperatura como função da posição e do tempo de uma barra infi-
nita com uma fonte externa de calor, ou seja, resolva o problema de valor inicial
 2
 ∂u = α2 ∂ u + g( x )
∂t ∂x2
óp
u( x, 0) = f ( x ), x ∈ R.

4.5. Resolva a equação diferencial a seguir usando a transformada de Fourier
∂2 u 2
2∂ u ∂u
2
= a 2
− 2α − α2 u, x ∈ R.
∂t ∂x ∂t
Aqui α é uma constante positiva.
30
5 Tabela de Transformadas de Fourier
l
ita
Transformadas de Fourier Elementares
f ( x ) = F −1 ( fˆ)( x ) fˆ(ω ) = F ( f )(ω )

(
1, 0 ≤ x < a 1 1 − e−iaω
χ[0,a] ( x ) = √
0, caso contrário 2π iω
(
ig
1, se x < 0 1 1
e−ax u0 ( x ) = − ax
√ ,a>0
e , se x ≥ 0 2π a + iω
√
1 2π −a|ω |
, para a > 0 e
x2 + a2 2a
2 1 ω2
D
e−ax , para a > 0
f ( ax ), para a 6= 0
x f (x)
√ e− 4a
2a
i
1 ˆ ω
dω
f( )
| a| a
d fˆ
(ω )
ia
f 0 (x) iω fˆ(ω )
Rx fˆ(ω )
0 f (y)dy iω
óp
f ( x − a) e−iaω fˆ(ω )
eiax f ( x ) fˆ(ω − a)
fˆ( x ) f (−ω )
R∞ √
( f ∗ g)( x ) = −∞ f (y) g( x − y)dy 2π fˆ(ω ). ĝ(ω )
31
6 Relação com a Série de Fourier e a Transformada de
l
Fourier Discreta
ita
Usando fórmula de Euler podemos escrever a série de Fourier de uma função
f : [− L, L] → R seccionalmente contı́nua com derivada também seccionalmente
contı́nua como
∞ ∞
a0 nπx nπx
f (x) = + ∑ an cos + ∑ bn sen
2 n =1
L n =1
L
a 1 ∞ inπx inπx
1 ∞ inπx inπx

= 0 + ∑ a n e L + e − L + ∑ bn e L − e − L
ig
2 2 n =1 2i n=1
a0 1 ∞ inπx 1 ∞ inπx
= + ∑ ( an − ibn )e L + ∑ ( an + ibn )e− L
2 2 n =1 2 n =1
a0 1 ∞ inπx 1 −∞ inπx
= + ∑ ( an − ibn )e L + ∑ ( a−n + ib−n )e L
2 2 n =1 2 n=−1
em que
=
n=−∞
cn =
1
2L
∞
∑
D
cn e
Z L
inπx
L ,
f ( x )e−
inπx
L dx, para n = 0, ±1, ±2, . . .
−L
ia
pois
1 L nπx
Z
an = f ( x ) cos dx para n = 0, 1, 2, . . .
L −L L
1 L nπx
Z
bn = f ( x ) sen dx, para n = 1, 2, . . .
L −L L
óp
Seja f : R → R uma função tal que f ( x ) = 0, para | x | > L. Então

Z L
ˆf nπ = √1 2L
inπx
f ( x )e− L dx = √ cn para n = 0, ±1, ±2, . . .
L 2π − L 2π
32
A transformada de Fourier discreta (DFT) de um vetor Y ∈ Cn é definida por
l
X = FN Y,
ita
em que
 
1 1 1 ... 1
1 2 N −1
 1
 e−i2π N e−i2π N ... e−i2π N 

1  2 4 2( N −1)
e−i2π N e−i4π N e−i2π

FN =  1 ... N  (4)
N .. .. .. ..

 . . . .


N −1 2( N −1) ( N −1)( N −1)
1 e−i2π N e−i2π N . . . e−i2π N
ig
Seja f : R → R uma função tal que f ( x ) = 0, para | x | > L. Então
Z L
ˆf nπ = √1 N
nx
f ( x )e−iπ L dx, para n = 0, ±1, . . . , .
L 2π − L 2
Podemos, agora, aproximar a integral por uma soma de Riemann dividindo o intervalo
fˆ
nπ
L
≈√
1
2π k=− N/2
∑
2L
f
D
[0, 2L] em N subintervalos de comprimento 2L/N, ou seja,
N/2−1
N/2−1
2kL
2L
N
N

=

e−i2π N
2kL −i2π kn
kn
= √ ∑ f N e N=
N 2π k=− N/2
ia
!
N/2−1 N −1
2L 2kL −i2π kn 2kL kn
= √
N 2π
∑ f
N
e N +
∑ f
N
− 2L e−i2π N ,
k =0 k= N/2
N
para n = 0, . . . , 2 − 1.
óp
N/2−1
(− N + n)π 1 2kL kn 2L
fˆ
L
≈√
2π
∑ f
N
e−i2π N
N
=
k=− N/2
N/2−1
2L 2kL kn
= √
N 2π
∑ f
N
e−i2π N =
k=− N/2
!
N/2−1 N −1
2L 2kL −i2π kn 2kL kn
= √
N 2π
∑ f
N
e N + ∑ f
N
− 2L e−i2π N ,
k =0 k= N/2
N
para n = 2 ,...,N − 1.
33
Assim, definindo
l
2L t

2L 2L 2L
X = f (0) f ... f L− f (− L) f − L + ... f − ,
ita
N N N N
então
√ π t
2π ˆ π N π N π
Y = FN X ≈ f (0) fˆ · · · fˆ ( − 1) fˆ − . . . fˆ − .
2 L 2 L 2 L L
Calcular a transformada de Fourier discreta multiplicando-se pela matriz Fn tem

um custo computacional de N 2 produtos. Este produto pode ser calculado ao custo de
ig
N log N produtos usando um algoritmo chamado Transformada de Fourier Rápida
(FFT).

| x | se − 1 < x < 1
então temos que

f (x) =
fˆ(ω ) =
D
0 caso contrário
 √1
2π
1
√ ,
2 a ω sen( a ω )+2 cos( a ω )−2
ω2
, se ω 6= 0
se ω = 0.
2π
ia

1 1
f 34 − 43 − 12 − 14 ]t

X = [ f (0) f 4 f 2 f (−1) f f f
= [ 0 1 1 3 3 1 1 ]t
4 2 4 1 4 2 4
óp
Y = FFT( X ) = [ 0.5 −0.21 0.0 −0.037 0.0 −0.037 0.0 −0.21 ]t

√ h it
2π ˆ
≈ f (0) fˆ (π ) fˆ (2π ) fˆ (3π ) fˆ (−4π ) fˆ (−3π ) fˆ (−2π ) fˆ (−π ) .
2L
34
l
y
ita
1
0.5
ig
x
-1 -0.5 0.5 1
D
Figura 9: Função do Exemplo 15
Transformada de Fourier Discreta

Reginaldo J. Santos
Departamento de Matemática-ICEx
ia
Universidade Federal de Minas Gerais
http://www.mat.ufmg.br/~regi
18 de março de 2006
Sumário
1 Os Espaços CN 2
2 Aproximando os Coeficientes da Série de Fourier 5
3 Amostras Uniformes e Funções de Banda Limitada 8

3.1 Teorema de Shannon-Whittaker . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
óp
4 Convolução 15
5 D6 Wavelets 20
6 Amostras não Uniformes de Sinais 24
7 Imagens de Banda Limitada 29

7.1 Compressão de Imagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
8 Convolução em Dimensão 2 39
9 Amostras não Uniformes de Imagens 44
Figura 10: Transformada de Fourier e a Transformada de Fourier Discreta da Função

do Exemplo 15
35
7 Respostas dos Exercı́cios
l
1. Definição e Propriedades (página 15)
ita
1.1. (a)
|x| 1
f ( x ) = χ[−a,a] ( x ) − χ[−a,a] ( x ) = χ[−a,a] ( x ) − − xχ[−a,0] ( x ) + xχ[0,a] ( x )
a a
1
= χ[−a,a] ( x ) − − xχ[0,a] (− x ) + xχ[0,a] ( x )
a
[
dχ 1 − e−iaω

[0,a] d i
F ( xχ[0,a] ( x ))(ω ) = i (ω ) = √
ig
dω 2π dω iω
i − a ωe−i a ω − i (1 − e−i a ω ) 1 i a ωe−i a ω + e−i a ω − 1
= √ = √ .
2π (iω )2 2π ω2
1 −i a ωei a ω + ei a ω − 1
F (− xχ[0,a] (− x ))(ω ) = √
2π ω2
ˆf (ω ) = √1
= √
1
2π
2π

ω
D
2 sen( aω ) 1 i a ωe−i a ω + e−i a ω − 1 −i a ωei a ω + ei a ω − 1
−
a

ω2
+
2 sen( aω ) 1 2 a ω sen ( a ω ) + 2 cos ( a ω ) − 2

ω
2 1 − cos ( a ω )
−
a ω2

ω2

= √ .
aω 2
ia
2π
(b)
eiax − e−iax

f ( x ) = sen( ax )χ[−b,b] ( x ) = χ[0,b] (− x ) + χ[0,b] ( x ) .
2i
óp
!
1 eibω−1 1 − e−ibω
2 sen(bω )
F (χ[−b,b] )(ω ) = √ + =√ .
2π iω
iω 2π ω
ˆf (ω ) = √−i sen b(ω − a) sen b(ω + a)

−
2π ω−a ω+a
ω2
− x2 e− 4
(c) Seja g( x ) = e . Então ĝ(ω ) = √ .
2
ω2
− x2 d ĝ e− 4
F ( xe )(ω ) = i (ω ) = −iω √
dω 2 2
36
ω2
e− 4
l
2
(d) Seja g( x ) = e− x . Então ĝ(ω ) = √ .
2
ita
ω2 ω2
2 − x2 d2 ĝ e− 4 −
2e 4
F ( x e )(ω ) = − 2 (ω ) = √ −ω √
dω 2 2 4 2
1 1
(e) Seja g( x ) = e−ax u0 ( x ). Então ĝ(ω ) = √ . Seja h( x ) = e ax u0 (− x ).
2π a + iω
1 1
Então, ĥ(ω ) = ĝ(−ω ) = √ .
2π a − iω
1 1
ig
F (e(a+ib)x u0 (− x ))(ω ) = ĥ(ω − b) = √ .
2π a + ib − iω
2. Inversão (página 19)
2.1. (a) Decompondo em frações parciais,
1 A B
fˆ(ω ) =
1
D √
(2 + iω )(3 + iω )

=
encontramos que A = 1 e B = −1. Logo fˆ(ω ) = 2+1iω −
f ( x ) = 2π e−2x − e−3x u0 ( x ).
d ĝ i
+
2 + iω 3 + iω
,
1
3+iω .
(b) Seja ĝ(ω ) = . Então (ω ) = − . Logo

1 + iω dω (1 + iω )2
ia
d ĝ √
f ( x ) = F −1 ( i )( x ) = xg( x ) = 2πxe−x u0 ( x ).
dω
√
1 2π −| x|
(c) Seja ĝ(ω ) = 2
. Então g( x ) = e .
1+ω 2
óp
√
2π x e−| x|
f ( x ) = F −1 (iω ĝ(ω ))( x ) = g0 ( x ) = − .
2 |x|
(d) Completando-se o quadrado:
1 1
fˆ(ω ) = = .
ω2 + ω + 1 (ω + 12 )2 + 34
Logo √ √
√ 3 |x| √ 3 | x |+ix
−i 2x 2π e− 2 2π e− 2
f (x) = e √ = √ .
3 3
37
(e)
l
1 1
fˆ(ω ) = = .
a + ib − iω a − i (ω − b)
ita
√ √
h( x ) = eibx 2πe ax u0 (− x ) = 2πe(a+ib) x u0 (− x ).
(f) O denominador pode ser visto como um polinômio do 2o. grau em iω:
1 1
fˆ(ω ) = = √ √ .
4 − ω2

+ 2iω iω− 3i +1 iω+ 3i +1
ig
Decompondo em frações parciais
A B
fˆ(ω ) = √ + √ .
iω + 3i +1 iω − 3i +1
i i
temos que A = √ eB=− √ . Assim,
e
D
2 3
i
fˆ(ω ) = √
2 3
√
2 3
i (ω +
i 6π −(1+√3i) x
1
√
3) + 1
√
−

i (ω −
1
√
3) + 1
!
f (x) = e − e−(1− 3i)x u0 ( x )

ia
6
√
1 2π −|ω |
2.2. (a) Seja g( x ) = 2
. Então ĝ(ω ) = e .
1+x 2
√
ˆf (ω ) = i d ĝ 2π ω e−|ω |
( ω ) = −i .
óp
dω 2 |ω |
√
1 2π −|ω | 0 2x
(b) Seja g( x ) = . Então ĝ(ω ) = e , g (x) = − , f (x) =
1 + x2 2 ( x 2 + 1)
2
1
− g0 ( x ) e
2 √
i 2πω −|ω |
fˆ(ω ) = − e
4
3. Convolução (página 23)

38
3.1. (a)
l
Z ∞ Z ∞
e−y e−2( x−y) u0 ( x − y)dy
ita
( f ∗ g)( x ) = f (y) g( x − y)dy =
(−∞ 0
0, se x ≤ 0
= Rx
e−2x 0 ey dy, se x > 0
= e−2x (e x − 1)u0 ( x ).
(b)
ig
Z ∞ Z 1
( f ∗ g)( x ) = f (y) g( x − y)dy = e−( x−y) u0 ( x − y)dy
−∞ −1

0, seR x ≤ −1

x
= e− x −1 ey dy, se − 1 < x ≤ 1,
 −x R 1 y
D =


e
 0,
 −x
− x
−1 e dy, se x > 1
x − 1
se x < −1,
e (e − e ), se − 1 ≤ x < 1
e (e − e−1 ), se x ≥ 1.
1 1
3.2. (a) Seja ĝ(ω ) = e ĥ(ω ) = .
ia
2 + iω 3 + iω
fˆ(ω ) = ĝ(ω )ĥ(ω ).
Assim,
óp
1
f ( x ) = √ ( g ∗ h)( x ),
2π
√ √
em que g( x ) = 2πe−2x u0 ( x ) e h( x ) = 2πe−3x u0 ( x ). Logo
1
Z ∞ √ Z ∞ −2y −3(x−y)
f (x) = √ g(y)h( x − y)dy = 2π e e u0 ( x − y)dy
2π −∞ 0
√ −3x
Z x √
= 2πe u0 ( x ) ey dy = 2πe−3x (e x − 1)u0 ( x )
0
√ −2x
= 2π e − e−3x u0 ( x ).
39
1 √
(b) Seja ĝ(ω ) = . Então g( x ) = 2πe− x u0 ( x ). Assim
l
1 + iω
1 1 ∞ Z
ita
f ( x ) = √ ( g ∗ g)( x ) = √ g(y) g( x − y)dy
2π 2π −∞
√ Z ∞ −y −(x−y)
= 2π e e u0 ( x − y)dy
0
√
= 2πxe− x u0 ( x ).
(c) O denominador pode ser visto como um polinômio do 2o. grau em iω:
ig
1 1
fˆ(ω ) = = √ √ .
4 − ω 2 + 2iω

iω− 3i +1 iω+ 3i +1
Sejam
1 1
ĝ(ω ) = √ , ĥ(ω ) = √ .
i (ω − 3) + 1 i (ω + 3) + 1
Então
Assim
g( x ) =
D
√
1
2πe
√
−(1− 3i ) x
f ( x ) = √ ( g ∗ h)( x ) = √
1
u0 ( x ),
∞
h( x ) =
g(y)h( x − y)dy
Z
√
2πe
√
−(1+ 3i ) x
u0 ( x ).
2π 2π −∞
ia
√ Z ∞ −(1−√3i)y −(1+√3i)(x−y)
= 2π e e u0 ( x − y)dy
0
√ √
−(1+ 3i ) x
Z ∞ √
2 3iy
= 2πe e u0 ( x − y)dy
0
√
i 6π −(1+√3i) x √
− e−(1− 3i)x u0 ( x ).
óp
= e
6
3.3. A equação pode ser escrita como

1
( f ∗ k)( x ) = ,
x2 +9
1
em que k( x ) = 2 . Aplicando-se a transformada de Fourier na equação ob-
x +4
temos √
√ 2π −3|ω |
2π fˆ(ω ).k̂ (ω ) = e .
6
40
Resolvendo esta equação obtemos
l
e −3| ω | 4
fˆ(ω ) = = √ e−|ω |
ita
k̂ (ω ) 2π
Logo
4 1
f (x) = .
π x2 + 1
4. Aplicações (página 29)
ig
4.1. Aplicando-se a transformada de Fourier em relação a variável x na equação dife-
rencial obtemos
∂û
(ω, t) + 2iω û(ω, t) = ĝ(ω ).
∂t
D û(ω, t) =
ĝ(ω )
2iω
+ c(ω )e−2iωt .
Vamos supor que exista fˆ(ω ). Neste caso, usando o fato de que û(ω, 0) = fˆ(ω )
obtemos que
ĝ(ω )
û(ω, t) = fˆ(ω )e−2iωt + 1 − e−2iωt .
ia
2iω
1−e−2iωt
Seja k̂ (ω, t) = 2iω . Então
√
2π
k( x, t) = χ[0,2t] ( x )
2
óp
e pelo Teorema da Convolução temos que
u( x, t) = f ( x − 2t) + (k ∗ g)( x, t)
1 2t
Z
= f ( x − 2t) + g( x − y)dy
2 0

rencial obtemos
∂û
(ω, t) = −α2 ω 2 û(ω, t) − γû(ω, t).
∂t
41
l
2 ω 2 +γ)t
û(ω, t) = c(ω )e−(α .
ita
obtemos que
2 2
û(ω, t) = fˆ(ω )e−(α ω +γ)t .
2 ω 2 +γ)t 2 ω2 t
Seja k̂ (ω, t) = e−(α = e−γt e−α . Então
e−γt − x22
ig
k ( x, t) = √ e 4α t
2α2 t

Z ∞
e−γt e−γt −
( x − y )2
u( x, t) = √ ( f ∗ k)( x, t) = √ f (y)e 4α2 t dy.
2π
D 2 πα2 t −∞

rencial obtemos
∂û
∂t
(ω, t) = −α2 ω 2 û(ω, t) + iωkû(ω, t).

ia
2 ω 2 −ikω ) t
û(ω, t) = c(ω )e−(α .
obtemos que
2 2
óp
û(ω, t) = fˆ(ω )e−(α ω −ikω )t .

2 ω 2 −ikω ) t 2 ω2 t
Seja k̂ (ω, t) = e−(α = eikωt e−α . Então
2
1 − ( x+kt )
k ( x, t) = √ e 2
4α t
2α2 t

Z ∞ ( x −y+kt)2
1 1 −
u( x, t) = √ ( f ∗ k)( x, t) = √ f (y)e 4α2 t dy.
2π 2 πα2 t −∞
42
l
rencial obtemos
∂û
(ω, t) = −α2 ω 2 û(ω, t) + ĝ(ω ).
ita
∂t
ĝ(ω ) 2 2
û(ω, t) = 2 2
+ c (ω )e−α ω t .
α ω
obtemos que
ig
ĝ(ω )
c(ω ) = fˆ(ω ) − 2 2
α ω
e
ĝ(ω ) ĝ ( ω ) 2 2
û(ω, t) = 2 2 + fˆ(ω ) − 2 2 e−α ω t .
α ω α ω
ĝ(ω ) 2 ω2 t
Sejam ĥ(ω ) = − α2 ω2 e k̂ (ω, t) = e−α . Então
e h( x ) é a solução de
D k( x, t) = √
1
2α2 t
α2 h00 ( x ) = − g( x ).
e
− x2
4α2 t
Pelo Teorema da Convolução temos que

ia
1
u( x, t) = h( x ) + √ (( f + h) ∗ k)( x, t)
2π
Z ∞ ( x − y )2
1 − 2
= h( x ) + √ ( f (y) + h(y))e 4α t dy.
2 πα2 t −∞
óp

rencial obtemos
∂2 û 2 2 ∂û
2
( ω, t ) = − a ω û ( ω, t ) − 2α (ω, t) − α2 û(ω, t).
∂t ∂t
û(ω, t) = φ̂(ω )e(−α−iaω )t + ψ̂(ω )e(−α+iaω )t

= e−αt (φ̂(ω )e−iaωt + ψ̂(ω )e+iaωt ).
43
e pelo Teorema da Translação temos que
l
u( x, t) = e−αt (φ( x − at) + ψ( x + at)).
ita
Aplicando-se a transformada de Fourier nas condições iniciais em relação a
variável x obtemos
∂û
û(ω, 0) = fˆ(ω ), (ω, 0) = ĝ(ω ).
∂t
Substituindo-se t = 0 em û(ω, t) obtemos
ig
fˆ(ω ) = û(ω, 0) = φ̂(ω ) + ψ̂(ω ).
Derivando-se û(ω, t) em relação a t e substituindo-se t = 0 obtemos
ĝ(ω ) = (iaω − α)(−φ̂(ω ) + ψ̂(ω )).
Logo D ψ̂(ω ) =
φ̂(ω ) =
1
2
1
2

fˆ(ω ) +
fˆ(ω ) −
ĝ(ω )
iaω
ĝ(ω )
iaω

,
.
ia
Substituindo-se em û(ω, t) obtemos

1 ˆ ĝ(ω ) −iaωt 1 ˆ ĝ(ω ) +iaωt
û(ω, t) = f (ω ) − e + f (ω ) − e .
2 iaω 2 iaω
Aplicando-se a transformada de Fourier inversa obtemos

óp
Z x+ at
1 1
u( x, t) = ( f ( x − at) + f ( x + at)) + g(y)dy.
2 2a x − at

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Relação com a Série de Fourier e a Transformada de Fourier Discreta

Respostas dos Exercı́cios

A transformada de Fourier de uma função f : R → R (ou C) é definida por

Exemplo 1. Seja a um número real positivo. Seja χ[0,a] : R → R dada por

Exemplo 2. Seja a um número real positivo. Seja f : R → R dada por

Teorema 1 (Dilatação). Seja a uma constante não nula. Se a transformada de Fourier da

Demonstração. Se a > 0, então

Figura 2: Teorema da Dilatação

Exemplo 3. Seja a um número real positivo. Seja f : R → R dada por

Como f ( x ) = g(− x ), em que g( x ) = e−ax u0 ( x ), então pelo Exemplo 2 temos que

Exemplo 4. Seja a um número real positivo. Seja f : R → R dada por

Como χ[−a,0] ( x ) = χ[0,a] (− x ), então pelo Exemplo 1 temos que

ou seja, fˆ(ω ) é contı́nua. Isto vale em geral.

F (α f + βg)(ω ) = αF ( f )(ω ) + βF ( g)(ω ) = α fˆ(ω ) + β ĝ(ω ), para ω ∈ R.

Figura 3: Transformada de Fourier de uma combinação linear

Como χ[−a,a] ( x ) = χ[−a,0] ( x ) + χ[0,a] ( x ), então pelos Exemplos 1 e 4 temos que

Como f ( x ) = e ax u0 (− x ) + e−ax u0 ( x ), então pelos Exemplos 2 e 3 temos que

Figura 4: Derivadas da Transformada de Fourier

Exemplo 7. Seja a um número real positivo. Seja f : R → R dada por

Como para ω 6= 0 temos que

então temos que

(b) Se f 0 ( x ) é contı́nua, f 00 ( x ) é seccionalmente contı́nua e lim | f 0 ( x )| = 0, então

pois lim e−iωx f ( x ) = 0.

F ( f 00 )(ω ) = iω F ( f 0 )(ω ) = (iω )2 fˆ(ω ) = ω 2 fˆ(ω ).

Figura 5: Transformada de Fourier das Derivadas

fˆ(ω ) = F ( g0 )(ω ) = iω ĝ(ω ).

iω fˆ(ω ) = −2ai fˆ0 (ω ).

Figura 7: Teorema da Translação (b)

Exemplo 9. Seja f : R → R dada por

F (χ[−b,b] )(ω − a) + F (χ[−b,b] )(ω + a)

sen b(ω − a) sen b(ω + a)

Exercı́cios (respostas na página 35)

Demonstração. Pelo Lema de Riemann-Lesbegue, temos que

para todo x ∈ R em que f é contı́nua.

eixω fˆ(ω )dω − f ( x ) 2π.

Demonstração. Pelo Teorema 10 temos que

Exemplo 10. Seja a um número real positivo. Seja f : R → R dada por

F ( f )(ω ) = F ( g)(ω ), para todo ω ∈ R,

então f ( x ) = g( x ), exceto possivelmente nos pontos de descontinuidade.

Exemplo 11. Vamos determinar a função f : R → R cuja transformada de Fourier é

Exercı́cios (respostas na página 36)

Sejam f : RR → R e g : R → R seccionalmente contı́nuas,

Demonstração. Pelas definições temos que

Sob as hipóteses consideradas pode-se mostrar que podemos trocar a ordem de

Fazendo-se a mudança de variáveis x − y = z obtemos

Exemplo 13. Seja f : R → R dada por

Como, pelo Exemplo 12, f = χ[0,1] ∗ χ[0,1] , então

Teorema 14. A convolução satisfaz as seguintes propriedades:

f (y0 )( g ∗ h)( x − y0 )dy0 = ( f ∗ ( g ∗ h))( x ).

Exercı́cios (respostas na página 38)

3.2. Determine, usando convolução, as funções f : R → C cujas transformadas de

4 Aplicações às Equações Diferenciais Parciais

Resolvendo esta equação diferencial obtemos que

û(ω, t) = c(ω )e−α

Pode-se provar que se f é seccionalmente contı́nua e limitada, então a expressão

Figura 8: Solução da equação do calor, u( x, t), do Exemplo 14

Exemplo 14. Vamos resolver, usando a transformada de Fourier, o problema de valor

Logo a solução do problema de valor inicial é

4.2 Equação da Onda em uma Dimensão

(ω, t) = − a2 ω 2 û(ω, t).

Resolvendo esta equação diferencial obtemos que

φˆ1 (ω ), se ω > 0, ψˆ1 (ω ), se ω > 0,