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APOSTILA RESUMO
Recife, 2004
COBERTURA
Índice
1. COBERTURA................................................................................................. 3
1.1. Componentes do telhado .............................................................................................. 3
1.2. Estrutura de suporte .................................................................................................... 4
1.3. Telhas (adaptado de trabalho apresentado por Paliari, 2001) ................................. 5
1.3.1. Telhas cerâmicas........................................................................................................... 5
1.3.1.1. Tolerâncias dimensionais.......................................................................................... 6
1.3.1.2. Aspectos gerais........................................................................................................... 7
1.3.1.3. Inspeção...................................................................................................................... 8
1.3.1.4. Aceitação e rejeição................................................................................................... 9
1.3.1.5. Projeto e execução de telhados com telhas cerâmicas.......................................... 10
1.3.2. Telhas de concreto ...................................................................................................... 11
1.3.2.1. NBR 13.858 – 1 (1997)............................................................................................. 11
1.3.2.2. NBR 13.858 – 2 (1997)............................................................................................. 11
2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 13
1. COBERTURA
Entende-se por cobertura a parte superior da edificação, protetora das intempéries, constituída
por um elemento de suporte resistente (laje, estrutura de madeira, estrutura metálica) e conjunto
de componentes com função de vedação (telhado), podendo apresentar ainda isolação térmica,
acústica, forro e impermeabilização.
As normas brasileiras que tratam de telhas cerâmicas (NBR 8039 e NBR 13858) apresentam
definições importantes dos elementos presentes na cobertura, conforme representado na figura 1
e descrito a seguir.
Rufo
Água furtada
Cumeeira Espigão
Água
Beiral
A estrutura de suporte para os elementos do telhado pode ser constituída por lajes de concreto,
forros, estruturas metálicas e, especialmente, estruturas de madeira, a qual apresenta uma
armação principal (representada por tesouras, ou pontaletes, ou vigas principais) e outra
secundária, classificada como trama, composta pelas ripas, caibros e terças. Para um melhor
entendimento, os elementos principais desta estrutura estão indicados na figura 1.1 e descritos a
seguir:
Figura 1.1. Esquema de componentes do telhado
• Ripas (A): peças pregadas sobre os caibros, atuando como apoio para as telhas;
• Caibros (B): peças apoiadas sobre as terças, servindo de suporte para a ripas;
• Terças (C): peças apoiadas sobre as tesouras, pontaletes, ou mesmo paredes, servindo de
suporte para os caibros;
• Frechal (D): peças colocadas no topo das paredes, com a função de distribuir as cargas da
tesoura, vigas principais ou quaisquer elementos de sustentação;
• Cumeeira ou terça de cumeeira (E): terça correspondente à parte mais alta do telhado;
Para cobrir a estrutura de suporte do telhado podem ser utilizados diferentes tipos de telhas, a
depender dos materiais utilizados e do processo de fabricação. Alguns dos tipos mais conhecidos
de telhas comumente utilizadas são: telhas cerâmicas, de concreto, de alumínio, de fibrocimento
ou cimento amianto (gradualmente substituídas por fibras de celulose, devido a problemas
ambientais), poliestireno (transparentes), entre outros.
8948 1985 Telha cerâmica – verificação da Prescreve o método para verificação da impermeabilidade
impermeabilidade: método de em telhas cerâmicas
ensaio
6462 1987 Telha cerâmica tipo francesa: Prescreve o método para determinação da carga de ruptura
determinação da carga de ruptura à flexão em telha cerâmica tipo francesa
à flexão: método de ensaio
9602 1986 Telha cerâmica de capa e canal: Prescreve o método para determinação da carga de ruptura
determinação da carga de ruptura à flexão em telha cerâmica de capa e canal, englobando os
à flexão: método de ensaio tipos plan, colonial e paulista
8039 1983 Projeto e execução de telhados Fixa as condições exigíveis para o projeto e a execução de
com telhas cerâmicas tipo telhados com telhas cerâmicas tipo francesa
francesa
As telhas cerâmicas tipo capa e canal apresentam um formato de meia cana, fabricadas pelo
processo de prensagem, e caracterizadas por peças côncavas (canais), que se apoiam sobre as
ripas, e peças convexas (capas), que se apoiam sobre os canais. Dentre este grupo, existem ainda
a seguinte classificação:
• Tipo colonial: apresenta um mesmo tipo de peça tanto para os canais quanto para as capas;
• Tipo paulista: as capas possuem largura ligeiramente inferior à largura dos canais;
• Tipo plan: apresenta as formas acentuadamente retas, o que confere ao telhado características
arquitetônicas diferenciadas.
A figura a seguir apresenta modelos de algumas das telhas cerâmicas apresentadas:
As tolerâncias dimensionais especificadas nas normas de padronização das telhas cerâmicas são
idênticas, conforme a Tabela 1.2.
Tabela 1.2 – Tolerâncias dimensionais expressas nas normas da ABNT – telhas cerâmicas
9600 Capa e canal tipo colonial Idem telha tipo francesa 400 mm
Na Tabela 1.3 são apresentados os termos definidos pelas normas, assim como as principais
características das telhas cerâmicas e requisitos de desempenho contidos nas normas de
especificação das telhas cerâmicas tipo francesa e tipo capa e canal.
Tabela 1.3 – Termos definidos pelas normas sobre telhas cerâmicas, requisitos de desempenho e
características das telhas cerâmicas
Francesa
Tipo de telha Capa e canal
NBR 7172 (ABNT, 1987)
NBR 9601 (ABNT, 1986)
Definições Telha cerâmica tipo francesa, empenamento, Telha cerâmica tipo capa e canal, telha tipo
esfoliação, fissura, rebarba, partida e lote plan, tipo colonial, tipo paulista,
empenamento, esfoliação, fissura, rebarba,
partida e lote
Identificação A telha deve trazer na face inferior, gravada em Idem telha francesa
alto ou baixo relevo, a marca do fabricante e a
cidade de sua fabricação
Unidade de compra Milheiro Idem telha francesa
Aspecto visual Não deve apresentar defeitos sistemáticos, tais Idem telha francesa
como fissuras na superfície que resultar,
expostas às intempéries, bolhas, esfoliações,
quebras e rebarbas
Característica sonora A telha deve apresentar um som semelhante ao Idem telha francesa
som metálico, quando suspensa por uma
extremidade e devidamente percutida
Empenamento Com a telha, apoiada sobre um plano Idem telha francesa
horizontal, com sua face inferior voltada para
cima, nenhum de seus vértices deve ficar
separado deste plano mais do que 5 mm
Massa da telha seca Não deve ser superior a 3,0 kg Determinada de acordo com a NBR 8947, não
deve ser superior:
Colonial: 2700 g
Plan: 2750
Paulista: 2650
Absorção de água Não deve ser superior a 20%, determinada de Idem telha francesa
acordo com a NBR 8947
Impermeabilidade A telha não deve apresentar vazamentos ou Idem telha francesa
formação de gotas em sua face inferior, sendo
porém, tolerado o aparecimento de manchas de
umidade (ensaio de acordo com a NBR 8948)
Carga de ruptura Determinada de acordo com a NBR 6462, não Determinada de acordo com a NBR 9602, não
deve ser inferior a 700 N (70 kgf) deve ser inferior a 1000 N (100 kgf)
1.3.1.3. Inspeção
As normas NBR 7172 (1987) e NBR 9601 (1986) apresentam, respectivamente, para as telhas
cerâmicas tipo francesa e tipo capa e canal, os critérios para a constituição dos lotes e os tipos de
amostragem para a inspeção geral ou inspeção por amostragem (Tabela 1.4).
Estas normas permitem que a inspeção geral possa ser feita por amostragem (no caso, dupla
amostragem) ou inspeção de todas as telhas de uma partida.
Para o caso da inspeção por ensaios, a amostragem é apresentada nas Tabelas 1.5 e 1.6,
respectivamente, para as telhas cerâmicas tipo francesa e capa e canal.
Tabela 1.4 – Constituição dos lotes e amostragem segundo a NBR 7172 (ABNT, 1987) e NBR 9601 (ABNT,
1986)
Identificação A telha deve trazer na face inferior, gravada em alto Idem telha francesa
ou baixo relevo, a marca do fabricante e a cidade de
sua fabricação.
Inspeção geral A inspeção geral deve ser feita em todas as telhas de A inspeção geral deve ser feita em todas as telhas de
uma partida, independentemente do número de telhas uma partida, independentemente do número de telhas
que a constitui; alternativamente, pode-se realizar a que a constitui; alternativamente, pode-se realizar a
dupla amostragem, sendo cada amostra constituída dupla amostragem, sendo cada amostra constituída
por 50 telhas. por 50 telhas (25 capas e 25 canais).
Inspeção por ensaio Telhas de cada lote são amostradas aleatoriamente. O Telhas de cada lote são amostradas aleatoriamente. O
número de telhas amostradas em cada lote é expresso número de telhas amostradas em cada lote é expresso
na Tabela 2.5. na Tabela 2.6.
Tabela 1.5 – Número e destinação das telhas amostradas, constituintes de um único lote – telha francesa -
NBR 7172 (1987)
Tabela 1.6 – Número e destinação das telhas amostradas, constituintes de um único lote – telha
tipo capa e canal [NBR 9601 (ABNT, 1986)]
Número de telha
Verificações
a a
1 amostra 2 amostra
6 (3 capas e 3 canais) 6 (3 capas e 3 canais) Dimensões, empenamento, massa e absorção de água
6 (3 capas e 3 canais) 6 (3 capas e 3 canais) Impermeabilidade e carga de ruptura à flexão
Ainda com relação à especificação de telhas cerâmicas, há que se destacar a NBR 13582 (ABNT,
1996) relacionada à telha cerâmica tipo romana, que possui, basicamente, as mesmas
especificações apresentadas para as telhas tipo capa e canal e tipo francesa.
As duas normas em questão apresentam procedimentos e critérios para aceitação ou rejeição dos
lotes avaliados quando do recebimento das telhas nos canteiros de obras. Resumidamente, os
principais procedimentos são:
• sempre que a responsabilidade do transporte não for do comprador, lotes com um limite
máximo de 3% de telhas quebradas acidentalmente durante o transporte serão aceitos
automaticamente pelo consumidor, desde que sejam cumpridas as demais condições de
aceitação;
• as telhas que foram rejeitadas na inspeção geral devem ser substituídas;
• no caso de ser adotada a inspeção geral por dupla amostragem, a aceitação ou rejeição do lote
fica condicionada ao disposto na Tabela 1.7 e 1.8;
Tabela 1.7 – Número de aceitação e número de rejeição, na inspeção geral por dupla amostragem – telha
francesa [NBR 7172 (ABNT, 1987)]
Tabela 1.8 – Número de aceitação e número de rejeição, na inspeção geral por dupla amostragem – telha
tipo capa e canal [NBR 9601 (ABNT 1986)]
Tabela 1.9 – Número de aceitação e número de rejeição, por ensaios, para cada uma das verificações
realizadas (dimensões, empenamento, massa, absorção de água, impermeabilidade e carga de ruptura à
flexão) (telha francesa) - NBR 7172 (ABNT, 1987)
Tabela 1.10 – Número de aceitação e número de rejeição, por ensaios, para cada uma das verificações
realizadas (dimensões, empenamento, massa, absorção de água, impermeabilidade e carga de ruptura à
flexão) (telha tipo capa e canal) - NBR 9601 (ABNT 1986)
• para que o lote seja aceito na 1a amostragem (inspeção geral por dupla amostragem ou
inspeção por ensaio) é necessário que o número de unidades defeituosas, para cada um dos
ensaios ou verificações consideradas, seja inferior ou igual ao 1o número de aceitação;
• o lote deve ser rejeitado na 1a amostragem (inspeção geral por dupla amostragem ou inspeção
por ensaio) se o número de unidades defeituosas, para cada um dos ensaios ou verificações
consideradas, for igual ou superior ao 1o número de rejeição;
• caso o número de unidades defeituosas (inspeção geral por dupla amostragem ou inspeção
por ensaio), para cada um dos ensaios ou verificações consideradas, resulte maior que o 1o
número de aceitação e menor que o 1o número de rejeição, devem ser repetidos os ensaios ou
verificações que impossibilitaram a aprovação do lote, empregando-se as unidades
constituintes da 2a amostragem;
• para que o lote seja aceito na 2a amostragem é necessário que a soma das unidades
defeituosas da 1a e da 2a amostra seja igual ou inferior ao 2a número de aceitação; caso esta
soma resulte igual ou superior ao 2o número de rejeição, para qualquer um dos ensaios ou
verificações executadas, o lote é definitivamente rejeitado.
No que diz respeito às telhas cerâmicas, a única norma relacionada ao projeto e execução de
telhados existente trata esta questão apenas para a telha cerâmica francesa (NBR 8039, 1983),
não existindo algo semelhante para as telhas tipo capa e canal.
Nesta norma são apresentadas recomendações sobre a estocagem das telhas, assim como a
declividade mínima e máxima do telhado executado com este tipo de telha.
O conjunto normativo para este tipo de telha é composto por duas normas abrangentes, a saber:
• NBR 13.858-1 (ABNT, 1997) Telhas de concreto – Parte 1: projeto e execução de telhados;
• NBR 13.858-2 (ABNT, 1997) Telhas de concreto – Parte 2: requisitos e métodos de ensaio.
Esta norma fixa as condições exigíveis para o projeto e execução de telhados com telhas de
concreto. Contém as definições de água ou plano d’água, beiral, cumeeira, espigão, fiada faixa,
rincão ou água furtada, peça complementar, rufo, telha translúcida ou transparente e telhado.
Para o melhor entendimento destas definições, as mesmas são ilustradas em uma figura.
Com relação ao projeto de telhados com este tipo de componente, a norma apresenta
recomendações ao projetista, atentando-o para as condições climáticas locais, além das
propriedades das telhas.
Apresenta também uma tabela completa contendo a inclinação dos telhados em graus e em
porcentagem, o comprimento máximo da água, distância máxima (galga), sobreposição mínima,
número de telhas por m2 e o limite de inclinação a partir do qual há a necessidade de se proceder
a amarração das telhas.
No que diz respeito à execução apresenta recomendações ilustrativas para o manuseio e
estocagem das telhas de concreto.
Quanto à colocação das telhas, indica o sentido de colocação das telhas, alerta sobre a
necessidade de se distribuir os esforços sobre as telhas durante a sua colocação além de definir a
posição para a furação da telha, caso haja necessidade.
Com relação à execução da cumeeira e espigão, apresenta os procedimentos e recobrimentos
mínimos entre as cumeeiras e as telhas (80 mm) e entre as cumeeiras (70 mm). Quanto ao beiral,
alerta para a utilização de telha terminal esquerda.
Apresenta um conjunto considerável de detalhes de arremates e peças complementares.
Esta norma fixa os requisitos exigíveis para o recebimento e aceitação de telhas de concreto,
destinadas à execução de telhados.
Apresenta as seguintes definições: telha de concreto, aditivos, adições, empenamento,
desagregação, fissura, rebarba, forma, encaixe lateral, garras de fixação, nervura dupla ou
pingadeira, partida, lote.
2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FALCÃO BAUER, L.A. Materiais de construção. São Paulo, LTC, v.2, 1979.