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Avaliando o range de seu adversário

A diferença entre o poker e jogos como o xadrez é que, nestes, as peças estão à
vista de todos, enquanto no primeiro, as informações são incompletas.
A diferença entre o poker e os jogos de azar é que, no cassino, os jogos são
estatísticos de informação completa: por mais que você jogue com desvantagem
estatística em relação ao cassino, indubitavelmente as informações dos jogos estão
completas, visíveis na mesa e todos têm acesso a elas. Quanto ao poker, trata-se de um
jogo estatístico de informação incompleta.
Ao sentar-se numa mesa, você conhece a estrutura do jogo (regras, blinds,
modalidade etc.). Pode-se observar os stacks de todos os jogadores, o tamanho de cada
pote, as cartas comunitárias, as reações físicas das pessoas ao enfrentarem as apostas e
uma série de outras informações que deverão ajudá-lo a tomar suas decisões.
No entanto, há uma informação que não fica disponível a todos os jogadores da
mesa: as cartas dos demais jogadores.
Logicamente, não podemos simplesmente pedir licença aos demais adversários
para olhar cartas deles antes de tomarmos a nossa decisão. Assim, um bom jogador de
poker deve saber reunir e relacionar o maior número de informações disponíveis, para, a
partir delas, inferir os dados que estão ocultos, ou seja, intuir com que cartas os demais
oponentes estão jogando.
Compreender o modo como o jogador a sua frente analisa as situações-problema
que o jogo seguidamente lhe propõe e como ele reage a cada uma delas é a habilidade
mais difícil de se dominar numa mesa de poker. Difícil porque extremamente complexa:
além das cartas da sua mão e das comunitárias, o comportamento de cada oponente é
constantemente influenciado pelas decisões das demais pessoas envolvidas na mão.
Enquanto determinados jogadores adotam padrões de apostas facilmente perceptíveis,
outros mais atentos variam quando notam que estão sendo observados. Além disso,
algumas vezes, fatores externos à dinâmica própria do jogo podem afetar o
comportamento de algum jogador, como, por exemplo, receber um telefonema no meio de
uma mão.
Essa complexa dinâmica comportamental faz do jogo de poker um excelente
exercício de raciocínio lógico, matemático e de memória, sendo inclusive recomendado
para pessoas que apresentam prejuízo dessas áreas com o avanço da idade.
Vamos tentar entender como funciona esse raciocínio lógico através da seguinte
situação:
Cash Game live, blinds 5-10, todos os jogadores com aproximadamente 3.000 fichas. Oito
pessoas à mesa. Logo após dois darem fold, você decide subir a aposta para 30 com
A♠T♠. Outros dois jogadores também largam. Um simpático homem, vestindo um belo
terno com camisa aberta e algumas correntes à mostra e fumando charuto paga sua
aposta, que também é paga pelo garoto discreto de boné de está no big blind ouvindo o
seu iPod.

O flop para três jogadores vem com T♣9♣3♥, dando-lhe o maior par da mesa. O garoto do
boné dá check e é sua vez de agir. Como acertou uma boa mão no flop, você decide
apostar algo próximo ao que tem no pote, e pega uma ficha de 100 e joga na mesa. O
jogador com o dealer na frente prontamente paga, e o garoto que estava na posição de big
blind dá fold.

Avaliando a situação: você sabe que esse jogador, que até agora se mostrou bastante
ativo e agressivo, provavelmente daria reraise pré-flop com qualquer par maior que as
cartas do bordo (JJ, QQ, KK e AA) e, contra dois oponentes e um bordo tão perigoso,
também daria reraise se tivesse trincado ou acertado dois pares no flop. Assim, o range
dele agora está reduzido a projetos de sequência e/ou flush, e mãos que acertaram algum
par no flop. Além disso, há ainda a possibilidade do seu adversário estar usando a
vantagem da posição para roubar o pote no futuro, tendo em vista que, apesar de ele o
considerar um jogador bastante seguro, sabe que você é capaz de tentar um blefe nessa
situação.
O crupiê vira um 4 no turn. Sendo o primeiro a falar, você aposta mais 300, e nosso
adversário displicentemente pega algumas fichas de 100 e joga na mesa, dizendo: “eu
pago”.

Avaliando a situação: o turn é uma excelente carta e, a essa altura, você está confiante de
que tem a melhor mão. Como no range dele há muitos draws e pares piores, apostar um
valor alto é bom para extrair valor de sua mão e evitar que o jogador no button tenha odds
para dar um call lucrativo. Mesmo sem ter boas odds para um flush ou straight draw – e
aparentemente sem se preocupar com isso – ele pagou a sua aposta. Agora podemos tirar
completamente os pares altos, trincas e dois pares do range de nosso oponente, que
certamente jogaria a mão de forma mais agressiva no turn. Além disso, podemos diminuir
consideravelmente a probabilidade de ele possuir o segundo ou o menor par da mesa,
pois você sabe que ele lhe daria crédito na sua segunda aposta consecutiva. Desse modo,
você tem 90% de certeza que está enfrentando uma dentre três situações: um draw para
flush, um draw para duas pontas ou um par de dez com kicker menor (como TJ, TK, etc).

O river traz um 9♠, dobrando a segunda maior carta da mesa. Você pensa por alguns
instantes e dá check. O jogador no button imediatamente aposta 750.

Avaliando a situação: o river dobrou uma carta no bordo, mas pelas informações que
conseguiu extrair até agora, você está convicto de que ela só melhora a mão de seu
oponente se ele tivesse o 9♣ com outra carta de paus. Além disso, você sabe que, ao
apostar no river, o button provavelmente dará fold, já que o projeto que ele estava
tentando montar não apareceu na última carta. Logo, ao pedir mesa você aparentou medo
da carta dobrada e deu a ele uma oportunidade tentar roubar o pote.

Após a aposta de seu adversário, você observa toda situação com olhar firme. Confiando
nas informações que coletou durante todo o processo desta mão, você separa as fichas
necessárias e anuncia o call, vendo o seu adversário sorrir e dizer: “Bem pago, eu tentei
blefar essa!”, enquanto mostra A♣6♣.

Você orgulhosamente vira suas cartas sobre a mesa e mostra que seu A♠T♠ é suficiente
para que ganhe um belo pote com mais de duas mil fichas. “Boa mão”, diz o garoto de
boné, enquanto você separa uma ficha de 5 para dar de “caixinha” ao dealer, e observa as
pilhas do seu novo stack, que passa de 4 mil fichas.

É uma situação cotidiana nas mesas de poker mundo afora. Parece simples. Intuição.
Palpite. Mas você sabia exatamente o que estava fazendo.

Igor “Federal” Trafane é presidente da Confederação Brasileira de Texas Hold´em (CBTH).

http://www.cardplayerbrasil.com/site/revistas_ver2.asp?ed=20&cod=202
Um Papo Sobre Range de Mãos

Nesse artigo vou falar sobre range.

Quando começamos e estudar poker, um dos primeiros termos que escutamos é


“range de mãos” e durante toda nossa jornada dentro desse belo jogo vamos conviver com
esse termo. Mas antes de continuarmos vamos definir range. O significado da palavra
inglesa “range” é: 1 – série, 2 – variedade, 3 – intervalo. No poker o que se aplica melhor é
“variedade”.
Assim, range de mãos é a variedade de mãos que algum jogador de poker possa
ter. Colocar o seu adversário em uma mão ou em poucas variedades de mãos nós ajuda a
tomarmos decisões mais precisas e assim mais lucrativas no longo prazo. Há duas
maneiras de colocarmos nosso adversários em uma pequena variedade de mãos:

1 – Analisando as informações.

Nesse método nós analisamos todas as informações possíveis, as quais são: nossa
imagem e do adversário, nossas posições na mesa, a quantidade de fichas de cada um, o
histórico entre ambos, as ações pré-flop e pós-flop de ambos e as cartas na mesa. Para
ficar mais claro, vamos a dois exemplos:

Exemplo A:

Todos com 100 big blinds, jogador 1 da limp UTG,


Leitura da situação: jogador fraco passivo / muito limp e call raise no pré-flop com mãos
fracas / paga muito pós-flop / nossa imagem é de jogar sólido, mas esse tipo de adversário
não da atenção a isso.
Todos largam até nós que aumentamos no button com KQ do mesmo naipe. Os
blinds largam e o UTG paga, como previsto.
Range do adversário: praticamente qualquer duas cartas. Fora do range apenas
mãos muito fracas como 82, J3, Q5 etc.
Flop trás K97 com flush draw de outro naipe.
Nosso adversário, fora de posição, pede mesa. Sendo passivo ele vai pagar nossa
aposta com o range de qualquer par e qualquer draw. Assim nosso top par e bom kiker
está bem na frente do range dele e vamos apostar por valor. Reparem que definir um
range para ele nos ajuda bastante a tomar a melhor decisão na hora de agirmos. Com
esse range podemos concluir que seria lucrativo apostar por valor com uma mão como A9
ou Q9, pois seu range que pagará a aposta é muito amplo.

Exemplo B:

Todos com 100 big blinds, chega em fold até a gente no cut off (uma posição antes do
button) e aumentamos com AA. O button e o small blind largam e o big blind faz uma 3bet
(re-aumento).
Leitura da situação: Jogar maníaco / faz muita 3bet / muito agressívo / Ele gosta de
pressionar e desiste fácil se pressionado / nossa imagem é de que jogamos muitas mãos,
mas somos bons.
Eu considero comum jogar contra jogadores com essas características.
Range do adversário: Qualquer par na mão maior que 55. Duas cartas altas.
Algumas cartas baixas conectadas e do mesmo naipe, como 87 de copas.
Contra esse range somado às características do adversário podemos concluir que
é mais lucrativo fazermos um slowplay pré-flop e apenas pagarmos sua 3bet, pois estamos
em posição, nossa mão é muito mais forte que o range do adversário, ele é muito
agressivo e assim apostará no flop, se fizermos outro re-aumento pré ele vai desistir a
maioria das vezes.

2 – Pela experiência.
Há seis anos eu jogo poker e penso já ter jogado alguns milhões de mãos. Assim eu já
observei a mesma situação ocorrer diversas vezes. Algumas dessas situações possuem
uma característica peculiar que é: o adversário quase sempre tem o mesmo range. Com
isso nós podemos tirar proveito de já ter uma leitura precisa do seu range sem fazermos
esforço. Eis algumas dessas situações:
• Limp-raise pré-flop.
O limp-raise pré-flop sinaliza um adversário que quer montar uma armadilha com uma
range de mãos muito forte. Em geral eu não enfrento um adversário que usa essa linha
sem ter uma mão muito forte.
• Donk bet (sair apostando) no flop.
Donk bet significa um movimento onde o adversário que só pagou o aumento no pré-flop e
sendo o primeiro a falar aposta no flop. Esse movimento em limites baixos, em geral, é
feito com a intenção de ver onde estar ou roubar primeiro. Logo, o range do adversário é
fraco. Assim, quando eu tenho uma mão fraca eu sempre dou raise frente à donkbet.
• Call pré-flop / call flop / bet turn
Essa linha onde o adversário só paga pré-flop e flop e sai apostando no turn, em geral,
também é um range de mãos fracas querendo levar o pot a força. Aqui o meu maior
argumento é já ter vivido essa situação milhares de vezes e ter observado sempre um
range fraco por parte dos adversários. Minha estratégia é sempre dar raise forte turn
quando tenho um mão fraca e só pagar turn com uma mão forte com a intenção de extrair
mais no river.
• Call pré-flop / call flop/ check-raise turn
Quando o adversário apenas paga pré-flop e flop e depois aplica o check-raise no turn ele
tem um range de mãos muito forte. Existe um teorema muito difundido pela internet que
chama-se Teorema do Baluga e trata exatamente dessa linha. O autor afirma o mesmo
que eu: “eu já enfrentei essa linha diversas vezes e ela sempre é uma mão forte”. Assim
eu não recomendo continuar na mão contra essa linha se não tivermos pelo menos dois
bons pares.
• Call pré-flop / call flop / call turn / bet river
Enfrentar essa linha onde o adversário paga passivamente desde o pré-flop até o turn e
sai apostando no river é enfrentar uma linha que possui um range extremamente forte. Nós
demostramos força durante toda a mão e mesmo assim no river o adversário faz uma
aposta. Pensando nisso nós já vemos que ele pretende muito mais extrair valor a blefar.
Ainda há o fato de eu já ter observado essa linha varias vezes e sempre o adversário tem
um range forte.
Quero ressaltar que alguns jogadores muito bons vão perceber que você conhece
o range padrão dessas linhas de ação e vão jogar exatamente com o range contrario para
te confundir. Fique tranquilo, pois esses jogadores são raros e na primeira vez que eles
usarem desse raciocínio você já estará “vacinado” para as próximas mãos.
Outro aviso é para vocês não ficarem confusos e entrarem num jogo de “ele sabe
que eu sei que ele sabe….”. Tenha em mente que ninguém conhece essas linhas e que
ninguém sabe que você as conhece até que o adversário prove o contrário.
Espero ter ajudado.

Diogines Malaquias
http://diogenesmalaquias.com.br/artigos/um-papo-sobre-range-de-maos/
Ranges & Equidade (1): Introdução aos Ranges

Se soubesses qual a mão do teu adversário, serias capaz de tomar sempre a


decisão perfeita em todas as situações. Mas, infelizmente, isso é impossível e
raramente vais conseguir colocar o teu adversário numa mão específica. Em
vez disso, podes contar com o teu conhecimento, com a tua experiência e as
tuas observações para colocares o teu oponente num possível número de
mãos. A este conjunto de mãos chamamos range.
Um range é, portanto, um conjunto de mãos que um jogador poderá ter numa
determinada situação. Esta compilação de mãos pode ser um número de mãos
iniciais individuais, mas também pode ser constituída por um determinado
ranking de mãos, como dois pares, sets e flush draws.
Se o teu adversário tem um set numa board T84, o range dele é: TT, 88, 44.
O conceito de ranges é uma ferramenta essencial que precisas usar caso
pretendas ser um jogador de poker bem-sucedido. Este permite que tomes
nota sistematicamente de suposições sobre as possíveis mãos do teu
adversário, para que possas analisá-las. Além disso, é um instrumento
indispensável para te ajudar a identificar o melhor curso da ação.
Esta lição vai mostrar-te como podes definir ranges e como podes escrevê-los
seguindo uma notação convencional.

Um range é um número de mãos que um jogador pode ter em uma certa


situação!

Definindo e escrevendo ranges: como funciona e qual o objetivo?


Para poderes analisar uma mão, precisas escrever e resumir o range do teu
adversário numa forma que te permita fazer a sua avaliação usando um
software de poker, como o Equilab.
Existe uma convenção geral sobre a forma como tomas nota dos ranges.
Quando aprenderes esta convenção e começares a aplicá-la, terás as
seguintes vantagens:

 Podes trocar informação com os teus companheiros jogadores de poker de forma mais
fácil quando, por exemplo, estás a estudar mãos.
 Podes identificar a probabilidade do teu adversário ter um determinado tipo de mão
(como flush draws, sets e pairs) mais rapidamente.
 Analisar ranges com ferramentas como o Equilab é muito mais simples; podes
trabalhar mais rápido e de forma mais precisa.

A seguinte tabela oferece-te uma visão geral dos vários tipos de mãos e como
escrever os mesmos:

Notação de ranges
Categoria da mão Exemplo de ranges Exemplo de notação de ranges

Todos os pares 22, 33, 44, ..., AA 22+

Sequência de pares 44, 55, 66, 77 77-44


consecutivos

Sequência de suited connectors 65s, 76s, 87s, 98s, 65s+


T9s, JTs, QJs, KQs, AKs

Sequência de mãos suited 74s, 75s, 76s 74s+

Todas as combinações que A2s, ..., AKs, A2+


incluem um Ás A2o, ..., AKo

Todas as combinações de Ás A2s, ..., AKs A2s+


suited

Todas as combinações de Rei K2o, K3o, ..., KQo, AKo AKo, K2o+
off-suit

Sequência de suited gap- 86s, 97s, T8s, J9s, QTs, AQs-86s


connectors KJs, AQs

Os x % de mãos mais fortes 5% 88+, AJs+, KQs, AKo

Existem duas regras para a notação de ranges:


Sequências de cartas com um ou mais gaps entre a carta mais baixa e a
carta mais altasão ordenadas com a carta mais alta primeiro. Por exemplo, um
range de 96+ compreende 96, 97 e 98.
No entanto, para mãos com cartas diretamente adjacentes, sem gap, como
65+, ambas as cartas vão crescer em ordem ascendente até atingirem AK i.e.
65, 76, 87, ..., AK.
Os ranges podem ser definidos em relação à força da mão. Se for esse o caso,
então o range vai alterar de forma a refletir combinações de mãos em relação à
board. Vamos supor que acreditas que o teu adversário poderá ter um flush
draw, então o range dele não vai simplesmente indicar a mão inicial mas
também um naipe concreto.

Exemplos para definir e escrever ranges


Os exemplos abaixo vão dar-te a oportunidade de colocares em prática a maneira
como defines e escreves o range do teu adversário.

Exemplo 1: A board é e o range do teu adversário é construído por top


pairs, OESDs (open-ended straight draws) e ace-high flush draws. Como constróis o
range dele com esta informação?
Primeiro, escreves as combinações de mãos que refletem os vários rankings de mãos:

Top pair: AQ, KQ, Q9-Q3, QJ (Q2 e QT podem ser descartadas já que seriam dois-
pares)
OESD: KJ, J9
Flush draw: As3s, As4s, As5s, As6s, As7s, As8s, As9s, AsTs, AsJs, AsKs

Portanto, o range completo dele é: AQ, KQ, Q3-Q9, QJ, As3s, As4s, As5s, As6s,
As7s, As8s, As9s, AsTs, AsJs, AsKs, KJ, J9

Exemplo 2: Provavelmente já ouviste algum jogador experiente a responder à


seguinte questão: "Com que range o meu adversário daria call neste flop?". Como
neste exemplo:

“O flop trouxe ; eu apostei forte e ele deu call. Ele era muito passivo,
por isso, vai dar call com todos os sets, nunca vai fazer raise. Posso no entanto
excluir QQ, porque ele faria push pré-flop com essa mão; o mesmo para AA e
KK. Também não o estou a ver foldar top pairs bons. O range dele também
deve incluir top two-pair. Tenho quase a certeza que ele também daria call com
open-ended straight draw. Quanto a TT e JJ, não tenho bem a certeza, mas
acho que ele também daria call pelo menos uma vez no flop.“
Depois de leres esta declaração, já deves ser capaz de transformá-la num
range completo. De acordo com a convenção que agora já conheces, podes
escrever o range de call do adversário da seguinte forma:
Sets: 99, 44
Bons top pairs: AQ, KQ, QJ, QT
OESD: JT
Top-Twopair: Q9
Mãos Específicas: JJ, TT
Combinando isto, ficas com o seguinte range completo: JJ-99, 44, AQ, KQ, Q9+, JT
Resumo

 Ranges representam um número de mãos que um jogador pode ter em uma determinada situação.
 Existe uma notação convencional para escrever ranges.
 Escrever ranges permite que tu partilhes informação com outros jogadores e analises as tuas mãos mais
rapidamente com a ajuda de softwares.
 Analisando ranges estarás mais habilitado para tomar melhores decisões.

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Ranges & Equidade (2): Combos & Remoção de Cartas

Já estás familiarizado com o conceito de ranges e sobre a sua notação. Agora vamos
imaginar que o teu adversário tem um range de QQ e AK.
Qual a mão mais provável, QQ ou AK?
Podes assumir que a probabilidade dele ter qualquer uma destas duas mãos é a mesma,
já que tanto QQ como AK representam uma mão inicial específica.
No entanto, a resposta correta é bastante diferente. Existem 27% de hipóteses do teu
adversário ter QQ e 73% de hipóteses dele ter AK. Isto deve-se ao facto de ambas as
mãos serem compostas por uma quantidade diferente de combinações de cartas -
chamados combos.
A contagem de combos é necessária para uma correta análise de ranges. Nesta lição vais
aprender a fazer isso. Também vamos mostrar como as tuas cartas, as cartas do teu
adversário e as cartas da mesa influenciam os combos e a sua contagem.

Como contar combos para mãos ou ranges específicos


Existem quatro damas no baralho e, portanto, seis possíveis combinações de cartas que
nos dão a mão QQ. No entanto, para construir AK, existem 16 possíveis combinações de
cartas. Quatro ases combinados com quatro reis dão-te 4 x 4 = 16 combinações.

Nota que a ordem das cartas dentro de um combo não importa; é a mesma mão
que .
A soma de todos os combos para um range específico (ou parte de um range) é um fator
importante para podermos avaliar a probabilidade do nosso adversário ter uma
determinada mão. Quantos mais combos existirem numa mão ou range, maior a
probabilidade de estares perante este range e vice-versa.
Para facilitar o processo, usamos o símbolo "#" para indicar a quantidade de combos que
constitui um range. O range QQ, AK tem 6 + 16 = 22 combos, o que significa que a forma
abreviada de escrever isto é:
QQ, AK (#22)
Um combo é uma combinação de duas cartas que constituem uma determinada
mão. A soma dos possíveis combos para criar uma mão, ou um range de mãos, é
uma informação importante para fazermos uma estimativa da força da mão do
nosso adversário com base no seu range.

A tabela abaixo mostra-te uma visão geral do número de combos possíveis para
determinadas categorias de mãos iniciais:

Combos
Categoria da Mão Exemplo
possíveis

Par de mão 6 QQ

Mão offsuit 12 AKo

Mão suited 4 AKs

Mão suited/offsuit 16 AK

Influência da remoção de cartas na contagem de combos


Remoção de cartas refere-se ao facto de que as cartas comunitárias e a tua própria mão
influenciam diretamente a probabilidade do range do teu adversário incluir determinadas
mãos ou número de combos.

Por exemplo, sabemos que um par de mão consiste em seis combos, e que uma mão
suited específica consiste em quatro combos; isto pode variar dependendo das cartas
comunitárias que vêm no flop. Vamos analisar a seguinte situação:

Estamos a assumir que o nosso adversário tem um range de sets ou um open-ended


straight draw, e queremos determinar qual destas duas hipóteses é mais provável.
Tomar nota dos ranges já não é um problema para ti, por isso sabes que o seu range é
QQ, 99, 44, JT.
Tendo em conta o que já aprendeste, é natural assumires que QQ, 99 e 44 têm seis
combos cada e que JT tem 16 combos. Isto faz 18 combos para set e 16 combos para
OESD, tornando o set mais provável.

Mas isto não tem em consideração as cartas da mesa. As cartas da mesa não podem ser
usadas para o range do teu adversário; o vilão não pode ter uma carta que já está na
mesa. Este efeito é chamado de remoção de cartas.
Uma vez que a já está na mesa, restam apenas três damas que podem construir QQ
como uma das mãos.

Isto significa que existem apenas três combos que fazem um set com QQ. No total, são
apenas nove os combos que fazem um set com qualquer uma das três cartas
comunitárias.

Sem remoção de cartas Com remoção de cartas (em

Por outro lado, para um OESD, uma board como continua a permitir que todos
os 16 combos sejam possíveis, já que a mesa não apresenta nenhum valete ou dez.
No total, existem 16 combos para OESD ao contrário dos 9 combos para set. Portanto, as
chances de um OESD são 64%; 36% para um set.

Utilizando a remoção de cartas para determinares o número exato de possíveis combos


que constituem uma mão com uma determinada força, podes calcular a probabilidade
dessa mão dentro de um range. Esta é uma ferramenta muito importante para tomares
melhores decisões com base na tua análise da situação.

A remoção de cartas inclui a tua própria mão


A remoção de cartas não inclui apenas as cartas da mesas, inclui também a tua própria
mão.
Então, quantos combos existem para que o teu adversário possa estar a segurar QQ na
mão abaixo?
Nesta situação, existem ainda menos damas disponíveis para fazer um set do que na
situação analisada anteriormente. Devido à remoção de cartas, tens que excluir a que
está na mesa, bem como a que tu estás a segurar, deixando apenas a ea -
exatamente um combo.

O efeito da remoção de cartas


A remoção de cartas não desempenha apenas um papel importante em relação à
probabilidade dos sets, mas também quando estás perante mãos muito mais comuns,
como top pair.
Numa board com existem apenas 12 em vez das habituais 16 combinações
para construir uma mão como AQ: 4 ases x 3 damas = 12.
Se assumirmos que tu também tens uma dama na tua mão (talvez ), então existem
apenas oito combos restantes para AQ: 4 ases x 2 damas. Se tiveres um às, vamos
supor , existem nove combos restantes para AQ; 3 ases x 3 damas.
A tabela abaixo mostra-te como a remoção de cartas influencia os possíveis combos para
diferentes mãos:

Mão Com remoção de cartas em : Sem remoção de cartas

Tu tens Tu tens

AQ 12 8 9 16

AQs 3 2 2 4

Q6 9 6 16

Q6s 2 1 4

QQ 3 1 6
Resumo

Combos são combinações de cartas individuais que constituem uma


mão inicial específica. O número de possíveis combos depende do tipo de mão inicial:

 Pares de mão: 6 combos


 Mão suited: 4 combos
 Mão offsuit: 12 combos

Remoção de cartas significa que as cartas comunitárias e as cartas da tua mão não
podem ser incluídas no range do teu adversário. Isto influencia a probabilidade do vilão
segurar determinadas mãos dependendo das cartas da mesa e das tuas próprias cartas.
http://pt.pokerstrategy.com/strategy/bss/2246/1/
Ranges & Equidade (4): Equidade - Calls Finais

adversário, ou seja, se ele fosse apenas all-in com JJ+, a tua equidade contra esse range seria
exatamente 40%. Esse seria quase exatamente o mesmo valor da equidade necessária. Um call
seria break even e, portanto, acabaria por não ser lucrativo devido ao rake.

Se o teu adversário apenas fosse all-in com QQ+ e AKs, só terias 29% de equidade a segurar QQ.
Isso é menos do que os 40% de equidade necessária, então deves fazer fold.

Enfrentando uma aposta no river


$25 NL Hold'em (6 handed)
100BB Stacks

Pré-flop: Hero is Button with


2 folds, CO raises to $0.75, Hero calls $0.75, 2 folds

Flop: ($1.90) (2 players)


CO bets $1.30, Hero calls $1.30

Turn: ($4.50) (2 players)


CO bets $3.00, Hero calls $3.00

River: ($10.50) (2 players)


CO bets $7.00, Hero?

Passo 1: Calcula a equidade necessária


Equidade necessária = preço a pagar / (tamanho do potee + preço a pagar)

O preço a pagar são $7 e o tamanho do pote são $17.50.

Equidade necessária = 7 / (17,50 + 7) = 7 / 24,50 ≈ 0,29 = 29% equity

Passo 2: Coloca o teu adversário em um range


O range de aposta no river do teu adversário pode consistir no seguinte:

 Mãos feitas: AA-QQ, 99, 33, AQ


 Ar (flush draws falhados): As2s, As4s, As5s, As6s, As7s, As8s, AsTs, AsJs, AsKs, KsJs, KsTs, JsTs

Passo 3: Calcula a tua equidade contra o range do teu adversário


Podes usar o Equilab para calculares a tua equidade. Neste exemplo terias 32% de equidade. Isso
é mais do que os 29% necessários, o que significa que podes dar um call lucrativo.

Como a remoção de cartas afeta a equidade


Imagina que no último exemplo estás a segurar uma mão diferente: Em vez de estás
agora a segurar .

A tua mão parece melhor agora, a força absoluta da tua mão aumentou.

Como já sabes, deves sempre tomar a tua decisão com base na força relativa da tua mão. Por
isso, tens de calcular novamente a equidade da mão que estás a segurar contra o range do teu
adversário.
O resultado: A tua equidade caiu dos 32% para 26%. Na verdade, a tua equidade é pior e deves
fazer fold.

A razão é a seguinte: Devido à remoção de cartas, o já não pode ser incluido no range do teu
adversário. Isso significa que estás a bloquear grande parte do range de bluff do teu adversário. O
range dele agora consiste no seguinte:

 Mãos feitas: AA-QQ, 99, 33, AQ (#20)


 Ar (flush draws falhados): AsKs, AsJs, As8s, As7s, As6s, As5s, As4s, As2s, AsTs, KsJs, KsTs, JsTs,
(#12, #3)

Se estiveres a segurar em vez de , o range de bluff no river do teu adversário


agora consiste em três combos em vez dos 12 anteriores. Contra esse range tens apenas 26% de
equidade, que é consideravelmente menos.

Então, deves fazer fold, apesar da força absoluta da tua mão ser efetivamente maior. A base da
tua decisão deve ser sempre a força relativa da tua mão, que é a equidade da tua mão contra o
range do teu adversário.

Resumo

Se és confrontado com um all-in ou uma aposta no river, deves seguir os três passos seguintes
para decidires se deves dar o call ou fazer fold:

 Passo 1: Calcula a equidade necessária.


Equidade necessária = preço a pagar / (tamanho do pote + preço a pagar)
 Passo 2: Coloca o teu adversário em um range.
 Passo 3: Calcula a tua equidade contra o range do teu adversário.
Pós-Flop: Texturas do Flop

Introdução

Neste artigo

 Texturas importantes
 Quão bem as cartas comunitárias jogam juntas
 Quantas mãos podem ter acertado em um determinado board (cartas comunitárias)

Textura
A textura é definida pela
estrutura e "interação" com as
cartas comunitárias (com
oboard). Isto significa, por
exemplo, qual e
quantos draws oboard permite.

Uma importante habilidade de todo jogador de poker deveria ter é a capacidade de analisar
rapidamente a situação no flop para avaliar sua mão e a mão do adversário. A textura do flop tem
um papel importante no processo de análise.

As três principais categorias de textura do flop são:

 Suitedness:
Quantas cartas do mesmo naipe (suited) tem na mesa? Um flush draw ou um flush feito é
possível?
 Connectedness:
Quantas cartas conectadas, ou próximas, estão na mesa? Um straight draw ou uma seqüência
pronta é possível?
 High Cards:
Quantas cartas altas, boas cartas, ou ases estão na mesa? Cartas altas são bastante jogadas.
Quanto mais cartas comunitárias altas estiverem na mesa, maior a chance de alguém ter acertado
alguma coisa

Primeiramente você deve avaliar a possibilidade de cartas conectadas e a possibilidade de cartas


do mesmo naipe na mesa. O próximo aspecto importante é o número e a classificação das cartas
altas, como também pares, na mesa.

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Tabela Expandida Para o Jogo Pré.Flop

O quadro-resumo das Odds e Outs

Rainbow-Flops

O primeiro passo para avaliar a textura do flop é determinar quantas cartas do mesmo naipe
o floptrouxe, e o quão alta essas cartas são. Um flush draw ou um flush feito é possível?
Há três diferentes tipos de configuração neste caso:

 Rainbow flops - Todas as três cartas do flop são de naipe diferente.


 2-suited flops - Duas cartas do flop são de mesmo naipe
 3-suited flops - Todas as três cartas do flop são de mesmo naipe.

RAINBOW FLOPS

Em 40% dos casos o flop é rainbow: 3 naipes diferentes. Nestes casos, flush draws não são
possíveis. Backdoor draws – quando precisa de ambas as cartas, turn e river, para completar o
seu jogo – acerta somente 4% dos casos.

Duas formas típicas de flop rainbow são flops com uma cartas alta (2.2.) e flop com cartas baixas
(2.3). Claro que também pode haver mais cartas altas ou um par.

Se você acerta um draw relativamente fraco, como overcards, par médio ou o menor par em tal
flop, você tem uma chance relativamente alta de ganhar por causa da ausência de draws para
flush. Com as pot odds corretas, você pode tentar ver um showdown com esse tipo de flop.

RAINBOW COM UMA CARTA ALTA

Rainbow com uma carta alta é um flop com 3 cartas de naipes diferentes, porém traz consigo uma
carta alta. Este flop relativamente comum raramente é útil, pois poucos straights draws e nenhum
flush draw é possível.

Top pair muitas vezes é uma mão forte nesse tipo de flop, pois a chance de acertarem draws é
muito baixa.

No caso de haver poucos jogadores no flop e você acertar um par médio ou o menor par, é
provável que tenha a melhor mão e você deve apostar. Se você acertar uma trinca, então você
tem uma mão extremamente forte, às vezes pode-se fazer slow play.

Entretanto, se o pote já estiver demasiado grande ou tem um calling station (jogador que paga
todas as apostas) na mão, então você nunca deve fazer slow play, e sim apostas e aumentos.

Os nossos adversários raramente acertam alguma coisa em um flop rainbow com uma carta alta,
esta é uma boa configuração para um blefe.

Um exemplo típico: Você está na posição da big blind e o flop vem rainbow. Além de você, há
somente mais um jogador que entrou somente pagando a big blind (entrou de limp) e o jogador
que está na posição da small blind. O small blind passa a jogada para você. Agora você pode fazer
um blefe ou um semi-blefe, pois há 3 small bets no pote e você vai investir 1 SB para ganhá-lo.
Seu adversário tem que desistir da mão em apenas 25% dos casos para que o blefe seja lucrativo.

RAINBOW TODAS BAIXAS


Este tipo de flop raramente ajuda alguém que não tenha uma free play (estava na big blind e
ninguém aumentou), pois os jogadores usualmente seguram cartas altas. No entanto, um jogador
que entrou de limp pode ter acertado uma trinca e um jogador loose pode facilmente ter acertado
um par.

Uma mão muito forte aqui seria obviamente uma trinca, ou dois pares se você for o jogador que
pagou a big blind. Com dois pares você sempre aposta ou faz um check/raise (passar a jogada e
depois aumentar a aposta do adversário), pois essas mãos não são suficientemente fortes para
justificar slowplay. Quando você acertar uma trinca, você deve apostar e aumentar diretamente
no flop para extrair o máximo valor da sua mão.

Se ninguém tem uma mão forte, então um overpair geralmente é a melhor mão. Overpairs no flop
são uma mão muito vulnerável, então você sempre deve proteger sua mão com apostas e
aumentos.

Geralmente o blefe tem pouco sucesso nesse tipo de board, pois os adversários geralmente
continuam com quaisquer duas cartas. De fato, não há nenhuma carta alta que assuste.

Muitas vezes você acerta um par baixo nesse tipo de flop quando tem uma free play a partir do
big blind. Por exemplo, T6 em um flop 652 rainbow. Contra um ou dois adversários você sempre
deve apostar, pois há uma boa chance de que você tenha a melhor mão.

Com mais adversários nessa mão normalmente é melhor você passar a jogada e avaliar o que
fazer no caso de alguém apostar. Dependendo de como a mão é jogada, um check/raise é
aconselhável para diminuir a quantidade de adversários (diminuir o field). Se, por exemplo, todos
passaram a jogada até o button, que é um jogador agressivo e aposta, então você deve fazer um
check/raise para diminuir a quantidade de adversários na mão. Se alguém em posição inicial fizer
um check/raise, então você tem que desistir facilmente da sua mão (easy fold) porque raramente
você está à frente

Flops com cartas do mesmo naipe

2-SUITED FLOPS

Somente em torno da metade dos casos (55%) o flop virá com duas cartas de mesmo naipe.
Nesta situação flush draws são possíveis, caso alguém tenha duas cartas do mesmo naipe que as
duas do board. Se você tem um flush draw, então normalmente você deve jogá-lo até o river.

Flush draws são mãos fortes, pois em 35% dos casos o draw torna-se uma mão forte até o river.

Flush draws perde significativamente seu valor se aparece um par na mesa, pois há o risco de um
adversário com dois pares ou uma trinca acertar o full house e bater o seu potencial flush. Apesar
disso, até mesmo nesses casos o flush draw pode ser jogado, embora você possa ser menos
agressivo com ele.

Mãos feitas, especialmente top pair, têm um valor menor em um flop com duas cartas do mesmo
naipe do que em um flop rainbow, pois há o risco de seu adversário ter um flush draw. Entretanto,
top pair deve normalmente ser jogado agressivamente no flop com apostas e aumentos, pois seu
adversário dificilmente vai desistir de um flush draw, é muito importante fazer com que ele pague
caro para ver a próxima carta, admitindo que temos a melhor mão.

Por causa da possibilidade de flush draw, draws mais fracos devem ser jogados somente com boas
odds e rainbow boards. Muitas vezes as outs para gutshots ou pares pequenos podem ser falsas
se elas também trouxerem o flush. Também há o perigo da pessoa acertar a sua mão no turn e
ainda assim perder visto que alguém acertou seu redraw no river. Por causa disso, você deve se
separar mais facilmente de draws fracos e jogá-los somente quanto tem bons pot odds

Um jogador com um ás ou um rei do mesmo naipe das duas cartas "naipadas" (do mesmo naipe)
do flop tem um backdoor flush draw, e acerta o flush até o river em apenas 4% dos casos. Um
backdoor flush draw sozinho não é forte o bastante para continuar jogando, embora pudesse ser
ligeiramente mais forte que mãos marginais.

3-SUITED FLOPS

Cerca de 5% dos flops têm as três cartas do mesmo naipe. Nestes casos, um flush já no flop é
possível.

Se você tem a sorte de acertar um flush já no flop, então você sempre deve (exceto quando você
tem a nut flush - flush mais alto possível) apostar e aumentar sempre que possível para proteger
a sua mão contra um possível draw para um flush maior.

Por outro lado, se você tem a nut flush, você segura uma mão muito forte e deve avaliar a melhor
forma de jogar. Aqui novamente é aconselhável jogar agressivamente, tanto por valor no caso de
alguém acertar um flush menor ou uma trinca, e visto que se aparecer uma quarta carta na mesa
do naipe do flush a ação irá acabar. No entanto, se você suspeita que seus adversários têm mãos
muito fracas, então fazer slow play com a nut flush às vezes é justificável.

Se você segura a maior, ou segunda maior, carta do flush junto com uma carta de outro naipe,
então você normalmente pode jogar a sua mão até o river; fazer semi-blefes nessas situações
pode trazer lucros. Flushes draws mais baixos, no entanto, deve ser imediatamente jogado fora
caso qualquer ação ocorra, pois há um alto risco de perder o pote mesmo quando completa a sua
mão (isto é, você tem uma mão batida).

Se ninguém tem o flush, então qualquer um que tenha uma trinca ou uma seqüência está
claramente à frente. Qualquer top pair ainda pode ser jogado em um flop com todas as cartas do
mesmo naipe, apesar de que você deve jogá-lo de uma forma mais conservadora. Mãos piores
como um par médio ou o menor par e straight draws devem ser deixadas de lado se houver
alguma ação.

Flops conectados

O segundo passo na avaliação da textura do flop é entender o quão conectado o board está; o
quão próximo estão as cartas, se são possíveis straights draws e se há a possibilidade de uma
seqüência feita. Os dois principais tipos de flop assim são:

 2-connected Flops: Quando tem duas cartas conectadas no flop, por exemplo JT
 3-connected Flops: Este consiste de três cartas conectadas e há a possibilidade de uma
seqüência pronta
2-CONNECTED FLOPS

Cerca de 40% das vezes o flop virá com duas cartas conectadas, no qual straight draws são
possíveis, assim como dois pares também é provável, pois a maioria dos jogadores preferem jogar
com cartas conectadas na mão inicial.

Primeiramente, um OESD em um flop rainbow é uma mão relativamente forte. Acertará a


seqüência em 32% das vezes.

Quando você tem duas overcards além do straight draw, é uma mão muito forte no flop e deve
jogá-la agressivamente.

Um exemplo típico é KQ em um flop JT2 rainbow. Outra mão de draw que pode ser jogada é um
gutshot com duas overcardas, como um AK nesse flop.

3-CONNECTED FLOPS

Três cartas conectadas no flop traz a possibilidade de algum jogador ter feito uma seqüência. Por
causa disso, este tipo de flop é bastante perigoso para as outras mãos.

A nut straight (seqüência mais alta possível) não é absolutamente forte como a nut flush, pois é
possível perder para um flush até o river. Além disso, se mais cartas da seqüência aparecer no
turn ou no river, o jogador que tinha a nut straight no flop pode apenas ficar com a metade do
pote, ou até mesmo perder para uma seqüência maior. No entanto, sempre que acertar uma
seqüência no flop você deve jogá-la agressivamente.

Straights draws devem ser jogados somente se tiver a ponta mais alta da seqüência (high-end).
Com a ponta mais baixa da seqüência (também chamada de "idiot end") há uma grande chance
de perdermos para uma seqüência maior.

Overpairs e top pairs devem ser jogados com cautela, pois há o perigo de perder para um
adversário com dois pares (a maioria dos jogadores gostam de jogar com cartas conectadas).

Overpairs são significativamente fortes quando são combinados com um straight draw, por
exemplo JJ em um flop 987. Às vezes, até mesmo duas cartas com um gutshot podem ser
jogadas.

Par na mesa

17% das vezes aparece um par na mesa. Obviamente, um trio (trips) é uma mão muito forte
nesse tipo de flop. Porém, sempre que tiver um trio com um baixo kicker e tiver muita ação, então
você deve tomar cuidado, pois um oponente pode ter um trio com um kicker melhor que o seu ou
mesmo ter um full house.

Flushes draws e straights draws perdem muito valor por causa do alto risco de full house e de
redraws fortes.
Muito raramente (uma em 425 mãos) o board traz uma trinca (three of a kind). Um jogador com
uma quadra terá, claramente, a melhor mão. Na maioria das vezes, no entanto, ninguém tem a
quadra. Nestes casos, pares na mão (pocket pairs) são fortes, quanto maior melhor. Se ninguém
tem um par, então o ás alto será a melhor mão.

PAR ALTO

Um flop com um par alto é especialmente perigoso, cartas altas são muito jogadas. Se muitos
jogadores na mão estão investindo dinheiro então, na maioria dos casos, algum deles tem pelo
menos o trio (trips).

Com poucos jogadores no flop, um overpair, top pair ou até mesmo um ás alto frequentemente
será a melhor mão, pois o board com um par só pode ser combinado com outras cinco cartas, ao
invés de nove como nos outros boards.

PAR PEQUENO

Geralmente as mesmas regras aplicadas à pares altos são aplicadas aqui. No entanto, é
improvável que um bom jogador em posição inicial ou média acerte o trio nesse tipo de board. Em
um flop com T44, um jogador tight raramente jogará com um 4 na mão. Nestes casos, um
overpair ou top pair pode ser jogado agressivamente. Com outras mãos, se jogadores looses ou os
jogadores que pagaram as blinds estiverem no pote, então você deve considerar a possibilidade
de que eles tenham o trio.

Com pares baixos no board em um pote que não teve aumentos antes do flop (unraised pot), você
tem uma boa oportunidade de fazer um bluff, por exemplo em um flop rainbow J44. Se três
adversários viram o flop e o jogador que pagou a small blind não está no jogo, ou passou a
jogada, então há uma chance razoável de que ninguém tenha acertado o trio e podemos
representá-lo muito bem estando na big blind.

Somente cartas altas

Um outro flop especial é quando aparece no board somente cartas altas, por exemplo AKT ou QJ9.
Nestes cassos precisa-se de uma mão melhor do que nos outros casos para continuar em jogo.

A razão por isso é que a maioria dos jogadores normalmente jogam com cartas altas, e então é
bastante provável que alguém tenha acertado alguma coisa.

Normalmente para ganhar o showdows quando tem um flop com cartas altas, precisa-se de pelo
menos top pair com um bom kicker.
Draws fracos como par médio ou o par menor podem ser descartados, pois o risco de melhorar a
mão e ainda sim perder é muito alto. Pois três cartas altas sempre estarão coordenadas, e têm
uma chance relativamente alta de estar jogando contra uma seqüência.

Resumo

Suitedness, connectedness e high cards são os três principais critérios para avaliar a textura do
flop. Em cima disso, o board também pode trazer um par alto ou baixo. Quantas mãos iniciais
conectam-se com esse board? Quão perigoso é o board para uma mão feita? Existe uma boa
chance de que meu adversário tenha acertado algo nesse board? Essas são algumas questões que
você tem que se fazer. Isso não vem naturalmente, mas deve ser aprendido à moda antiga:
prática, treinos, artigos e avaliação de mãos.

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