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Disponibilização : Juuh Allves

Tradução : Jeh Antunes

Revisão Inicial : Lunna

Revisão Final : Rosane

Leitura Final : Maia

Formatação : Juuh Allves


Sinopse

Burn continua de onde terminou Ignite. Sara está nas


mãos de Remy "Reaper" Martinez, o vice-presidente da muito
temida Black-backed Jackals MC. Seguindo uma violenta
discussão que deixa a vida de Sara em perigo, ela é empurrada
para o mundo dos Jackals, onde confiar nas pessoas é
complicado ... especialmente quando há um espião no meio.
Uma espiã que só responde a um homem e apenas um homem
: Jaxon Barlow. ** ATENÇÃO: Há muitas situações adultas
neste livro que possa ser ofensivo para alguns leitores:
situações sexuais (não-consensuais e consensuais) e de
linguagem especialmente forte.

Livro é destinado a leitores maduros.


Capítulo Um

O clube Chacal do Dorso Negro era um edifício industrial


todo pintado de preto com janelas escurecidas e portões de
ferro. A exceção era um muro de cimento com altura de três
metros em volta da área inteira.

Haviam câmeras em todos os lugares, segurança voltada


para todos os cantos do grande perímetro, e transmissão para
todos os seus membros, verificando sua vizinhança.

Atualmente, havia cinco almas que estavam na frente do


portão, e um filho da puta com raiva rosnando para a câmera.
Na verdade, ele estava lá rosnando por algumas horas. Eles o
haviam ignorado tempo suficiente – o filho da puta não iria
embora.

E agora ele tinha uma arma na mão. Filho da puta.

Remy olhou para a tela, observando o babaca colocar o


braço para o ar. Na distância, tiros foram ouvidos. A qualquer
momento, Prez ia entrar na sala – "O que diabos está
acontecendo?!" Bem na hora. O grande homem de cabelo
branco invadiu a sala de vigilância, fechando seu jeans. Sua
camisa estava aberta, gordura e músculo combinados e
carregados com tinta, tomando cada polegada de seu torso.

Ele deu um único olhar para a tela, passou por todos os


tipos de vermelho possíveis, e mudou seus olhos para Remy.
As veias do pescoço ficaram salientes agora, o que era ruim.
As veias sempre eram um mau sinal. "O que, em nome de
Deus, aquele filho da puta está fazendo dando tiros pra cima
contra a porra do meu complexo, Remy?"

Remy ficou lá por alguns instantes sentindo o calor do


olhar de Prez, bem como o olhar de todos os outros homens
saindo do seu sono. Eram quatro da manhã e todo mundo
estava chateado.

"Ele não vai embora", ele simplesmente declarou ao Prez.

"O que quer dizer que ele não vai embora? Quanto tempo
ele está lá?"

"Poucas horas agora".

Os olhos de Prez se contraíram uma vez. Em seguida,


eles se contraíram novamente, como se considerasse o seu
vice-presidente. Remy sabia que ele sabia. É claro que ele
sabia. Ele odiava que ele o conhecia. Prez sabia de tudo.

"O. Que. Você. Fez?"


Em sua visão periférica viu dois de seus homens ficarem
a sua volta – os mesmos homens que tinham ajudado Remy
oito horas antes. Remy não respondeu. E quando Remy não
respondia, Prez sempre perdia a merda.

"Eu vou perder minha merda!", Ele gritou. Todos se


encolheram, menos Remy. Prez tinha birras, mas não com ele,
mas ainda assim, todos faziam o que ele queria. "Eu não
acredito nessa porra! Você foi atrás da minha porra de volta,
não é? Seu filho da puta! Você filho da mãe fodido."

"Eu tive que ir," Remy interrompeu, mas o homem


continuou a levar a raiva adiante.

"Por uma mulher, porra! Um pedaço maldito de boceta


que você pode obter em qualquer lugar que você quiser! Por
um pedaço de..."

"Ele matou Brett!"

Prez calou a boca. Seu rosto ficou em branco com as


palavras. Brett não era um deles, mas ele era irmão de Remy.
Uma parte da família. Prez não gostava da merda que Brett
fazia, mas ele era o seu melhor parceiro de pôquer. Pôquer era
importante para Prez. Encontrar um bom parceiro de pôquer
para jogar com era muito difícil para Prez. Assim, o fato que
ele amava pôquer e seu parceiro favorito estava morto era
grande. Muito grande.

No entanto, isso era diferente. Os Chacais e Escorpiões


estavam em bons termos agora, e o que tinha feito iria foder
tudo. Eles eram essenciais para os Chacais. Esta merda estava
complicada, e Prez odiava merda complicada.

"Você fez isso por ela?", Perguntou ele, mais calmo agora.

Remy deu-lhe um único aceno de cabeça.

Os olhos de Prez vagaram para a tela novamente. "O que


você quer fazer?" Remy tinha todo o direito de retaliar.
Dependendo de quão grave essa retaliação fosse,
inevitavelmente agitaria o ninho se a matança envolvesse
Jaxon Barlow.

"Eu quero a garota."

As palavras deixaram Prez desprevenido. Ele olhou para


o homem de olhos escuros. Remy sempre foi um maldito
difícil de ler, mas agora a emoção da certeza era profunda
naqueles olhos escuros. Ele queria a menina como retaliação?
Fale sobre se esquivar da porra de uma bala! Se uma boceta
iria manter a paz, então Remy poderia tê-la.
Prez deu um passo mais perto dele. Eles se igualavam em
altura e, embora Prez tivesse mais músculo e gordura, o filho
da puta ainda era forte como o inferno.

"Então você vai lá fora e resolva isso", ele exigiu com


firmeza. Seus olhos azuis gritaram para que ninguém mais ao
redor da sala pudesse ver. Eles disseram: Remy, você foda isso
e eu te vou te foder também. Um aviso que Remy tinha
concordando com a cabeça.

"Eu vou voltar para a cama. É melhor eu acordar e não


haver cadáveres, e alguém, por favor, tranque esses malditos
gatinhos no quarto de Darcy?!" Eles assistiram Prez ir embora,
e depois todos se dispersaram.

Haviam apenas três homens de pé na sala: Remy, Fritz e


Logan.

Mais tiros à distância.

"Esse cara tem que perder sua merda", murmurou


Logan. "Eu vou pegar algumas armas do quarto de artilharia.
Combater fogo com fogo, ok?"

"Não", disse Remy. "Nós não precisamos dessa merda."

Fritz olhou desconfortavelmente. "Esse filho da puta está


irritado o suficiente para atirar."
"E se ele fizer, está ferrado. Ele não vai atirar."

Remy vestiu o colete e saiu. Ele sabia que estava sendo


um burro presunçoso saindo sem uma arma. Era uma
afirmação: que os chacais eram muito mais poderosos do que
os Escorpiões. Que eles poderia bater em seus burros em um
piscar de olhos.

Luzes do ponto do perímetro se acenderam quando


Remy e os homens saíram para o frio cheio de névoa da
manhã. O vento era feroz, as bochechas estavam dormentes
num tom claro de vermelho. Eles estavam expirando nuvens, e
respirando fumaça gelada. O fodido tinha estado neste tempo
por três horas. Bom. Com as luzes acesas, ele já não era uma
silhueta. Quanto mais Remy fechou o espaço entre eles, mais
das suas características apareceram, e não era bonito. Jaxon
Barlow era um homem possuído pela raiva. Ele estava
encharcado de chuva da cabeça aos pés, respirando
pesadamente, uma mão segurando a arma com força.

Quando conectaram os olhos, Remy teve que lutar contra


o sorriso que estava implorando para sair. O homem estava
uma bagunça. E ele amava aquela porra.

Ele parou no portão. Ambos ficaram em lados opostos. Se


encarando.
"Onde ela está?" Jaxon disse entre dentes.

Remy olhou para ele e os quatro Escorpiões a vários


metros atrás.

"Não sei do que você está falando, cara," Remy


casualmente respondeu, distraidamente coçando o queixo.

As narinas de Jaxon queimaram quando ele saltou para a


frente e agarrou as barras de ferro que os separavam.

"Não minta para mim! Eu sei que você a pegou..."

"Quem?"

"Damien me contou tudo. Você está de pé no gelo fino,


Remy. Eu juro por Deus, porra, se você não entregar ela pra
mim..."

"O quê?" Remy respondeu, dando um passo mais perto


do portão. "O que você vai fazer, Escorpião? Não há nada que
sua bunda pode fazer contra nós."

"Você quer apostar, porra?"

Remy riu, olhando para Jaxon como se ele tivesse


sessenta centímetros de altura. "Você vai iniciar outra guerra
que não pode ganhar, cara? Quem é o laranja de todas aquelas
empresas que você e seu chefe conseguiram?
Independentemente do que acontecer, eu tenho o que quero.
Eu tenho as minhas respostas. Respostas que você foi covarde
para me dizer."

"Onde ela está?!" Pânico varreu seu rosto quando


agarrou o portão mais apertado. "Eu juro, se você a
machucar..."

"Ela é a porra de um Chacal, seu idiota", Remy se


conteve. "Você sabe disso há algum tempo também. Ela não
está machucada."

"Me dê ela de volta." Remy viu a vulnerabilidade nessas


palavras. Jaxon estava perdendo a merda. O homem parecia
desesperado.

"Não," Remy disse calmamente. "Você não vai receber de


volta. Ela não vai fazer parte do seu mundo. Não vai passar
por aí como uma prostituta. Será que você realmente quer lhe
dar esse tipo de vida?"

O rosto de Jaxon caiu. "Eu nunca a teria compartilhado..."

"Você não tem escolha! Isso é o que aconteceria com ela


se você a tomasse, porra!"

A raiva de Remy começou a vir à tona. "Ela teria sido


fodida como um animal naquele clube nojento."
"Você age como se fosse muito melhor, porra", Jaxon
interrompeu, olhando como se quisesse furar buracos em sua
cabeça.

"Como você é uma porra de assassino. Todos vocês!


Vendendo porcaria..."

"E é nosso pagamento que mantém seu negócio, caipira


estúpido. Você age como se não tivesse sangue em suas mãos
também. Posso, porra, lembrá-lo do que seus homens fizeram
a nossa cidade três anos atrás? Queimaram a merda,
ameaçando todas as empresas, monopolizando a cidade com a
porra de um jogo..."

"Nós limpamos a porra das ruas enquanto a polícia


estava cheia de assassinos e chutava traseiros..."

"E você só está aqui por causa de nossa misericórdia,


ladrão pedaço de merda! Lavam a porra do nosso dinheiro
para manter seu barco flutuando e limpo..."

"E nós temos mais negócios do que seus traseiros punk,


então não acho que, por um segundo, contamos com você..."

"É assim mesmo? Poderia muito bem cortar a oferta


agora, então, e ver como isso vai, hein?"
Jaxon não respondeu. Remy o cercou. O homem estava
blefando. A maior parte de sua renda vinha dos Chacais, mas
Remy estava blefando também. O acordo de negócios entre os
dois clubes era essencial porque os Escorpiões eram
proprietários da maioria das empresas na cidade agora. O que
eles não compravam, os Chacais faziam, mas não era
suficiente para lavar nem mesmo um décimo de seu ganho
ilegal.

"Agora, esta é a forma que as coisas acontecem." disse


Remy, retomando a sua calma. "Você matou meu irmão, e se
eu retaliar como qualquer outro Chacal, o seu fornecimento
será cortado fora e você vai afundar em águas profundas. Eu
vou para a sua bunda, você e sua maldita mãe serão mortos.
Isso é o que qualquer outro homem teria feito. Estou dando
para sua bunda alguma misericórdia que não merece. Você vai
deixá-la sozinha. Ela está além de nós, sempre esteve, e vai ser
minha."

"Diabos, que vai ser! Salvei sua bunda do ataque do seu


irmão. Ele a atacou e você sabe disso!"

Uma sensação desconfortável invadiu o peito de Remy


com o pensamento de sua Birdy nas mãos de seu irmão. O
babaca estava certo.
"Se alguém está em dívida, é você", Jaxon rosnou. "E se
você fosse homem o suficiente, estaria neste lado da porra da
parede resolvendo isso como homens. Então vamos lá! Venha
aqui e vamos ver quem tem isso!"

Remy sorriu. "Eu não quero ficar coberto de hematomas.


Eu tenho uma senhora para impressionar agora."

Sim, isso fez Jaxon explodir. Chutou as portas como uma


criança, gritando insultos, ao mesmo tempo sabendo que não
havia nada que pudesse fazer. Remy ganhou esta.

"Ela vai ser bem cuidada", disse Remy, enquanto


observava o babaca sendo arrastado por seus homens.

Jaxon Barlow estava oficialmente quebrado. Missão


cumprida. Remy sorriu, porque sabia exatamente onde isso
levaria.

*****

Ele não tinha dormido todo o resto da noite. Estava no


quarto de Rita, embalando algumas roupas para Sara. Porra,
ele teria uma palavra com Rita, quando ela voltasse, sobre
algumas das merdas que ela usava. Vagabunda.

Ele pegou algumas coisas no armário: escova de dentes,


sabonete, uma garrafa de xampu feminino, tampões e
absorventes com abas ou alguma besteira assim. Ele olhou
pelo armário, procurando um pente, secador de cabelos e toda
essa merda que as meninas usavam.

Sara estava na casa dos vinte. Meninas em seus vinte


anos gostavam de música pop e filmes de romance, certo?

Ele passou pelos filmes de sua irmã, separando aqueles


que apareciam casais se beijando na capa. Ele leu algumas
histórias enquanto subia, e os meninos variavam de todos os
tipos de merda ridícula: ricos, lindos homens caindo por
meninas pobres; bad boys caindo por boas meninas; fodendo
amigos que se tornaram mais; porcaria sobre o destino e
amantes. Muito-bom-para-ser-verdade.

Nenhuma mulher maravilha.

Nunca feliz...

E a música? Ele não tinha a menor ideia! Ele olhou para


todos os nomes, sem saber por onde começar. Depois de cinco
minutos homicidas, ele separou um punhado de CDs que eram
vagamente familiares.

Certamente Sara escutava merda como Miley Papyrus e


Lady Moomoo – ou qualquer merda que eram chamados. Bom
o suficiente para ele.
Eram oito da manhã, quando ele finalmente saiu.

"Você está realmente certo disso?", Perguntou Fritz,


pouco antes de chegar à porta.

Remy parou e olhou para o homem de meia-idade. "Por


que não eu estaria?"

"O homem matou o seu irmão, e tudo que você está


fazendo é roubar sua mulher. Será que ela realmente vale o
custo de não ser capaz de enterrar seu irmão e matar o idiota
que o levou de você?"

Remy considerou suas palavras por um momento. Fritz


amava violência, e ele odiava os Escorpiões mais que Remy, o
que era muito. Ele estava ansioso para irritar a merda entre as
gangues. Coisas como isso era grande o suficiente para
começar. Eles teriam a chance de recuperar seu território e
obter de volta o que era deles, por direito. Embora houvesse
alguma lógica nas palavras do homem, o destino dos
pensamentos de Remy sempre o levou de volta para aqueles
olhos castanho-avermelhados. Ele queria ela. Ele esperou
muito tempo. Porra ela vale a pena.

"Sim", respondeu ele, a convicção de espessura em sua


voz. "Ela vale."
Se alguém não o tivesse impedido, Brett a teria
estuprado. Teria provavelmente matado também, só que ele
não iria voltar para os Escorpiões. Ele puxou uma faca para
ela. Tinha a mão enrolada em seu pescoço. Sara disse a Remy
tudo. Ele teria matado também. Mas Jaxon o fez e tinha
apresentado a oportunidade para um negócio como este, e o
destino tinha agarrado Remy pelas bolas e gritado, não a
perca!

Agora, é uma história que deve ser feita como um filme


de romance, se alguma vez já viu um.

Em seu caminho para o bunker, ele pegou o café da


manhã e pediu todos os tipos de alimentos que sua Birdy
pudesse gostar. Ele saberia tudo sobre ela: seu café da manhã
favorito; a música que ouvia; seu gênero favorito de filmes; se
ela gostava de merda decorativa em seu cabelo; se seus
absorventes tinham a porra de abas sobre eles...

Ele conheceria tudo. Cada centímetro do seu corpo


também.
Jaxon

"Eu tenho que me preocupar com você?"

Desde quando o idiota se preocupou com ele? Boa


tentativa do caralho. Vestindo sua falsa preocupação, Finley
era um mestre manipulador e as pessoas caíam em sua teia de
charme sem perceber.

Jaxon nunca foi enganado, nem por um segundo.

Ele olhou nos olhos do homem e, sem hesitação, disse:


"Não."

Finley recostou-se na cadeira com as mãos cruzadas


sobre o peito, enquanto continuava a assistir Jaxon fingir que
tudo era merda no mundo. Ele gostava do desconforto que as
pessoas sentiam sob o seu olhar penetrante, mas Jaxon era um
dos poucos sem medo dele. Ele só olhou para trás.

"Se for esse o caso", respondeu Finley, "então por que


diabos iniciou um tiroteio em seu composto?"

"Eu precisava de respostas."

"Você está tentando estragar a paz?"


"Não."

"Então deixe a maldita garota ir."

Jaxon rangeu os dentes e não deu nenhuma resposta.

"É uma porra de menina, Jaxon. Você pode encontrar dez


mil outras, da mesma idade, caminhando por esta cidade.
Você fodeu tudo. Você matou o irmão do Reaper, pelo amor de
Deus. Você sabe o que poderia significar para nós? Isso
poderia ter sido um maldito banho de sangue, com seu nome
escrito por todo lado. Você é o melhor homem que eu tenho
por aqui. Eu coloquei um monte de poder em suas mãos, e se
você continuar a fazer essas merdas, Jaxon, eu vou ter que
procurar outro lugar para alguém como você, que não é sobre
um fodido pedaço de boceta. Entendido?"

Jaxon deu um aceno de cabeça. "Entendido."

"Bom. Agora dê o fora."

Jaxon levantou-se e, sem olhar para trás, saiu batendo a


porta atrás de si.

A raiva e o ódio corriam em suas veias. Ele queria


explodir, porra!

"Hey, Jaxon", disse algumas das garotas que ele viu


através do bar.
Foda-se, ele gritou internamente.

Mãos em volta do seu pescoço, de repente, e ele olhou


furiosamente para a menina sem nome.

"Tire sua porra longe de mim", ele falou. Ele realmente


não queria ter que descarregar a sua raiva em uma maldita
mulher que ele teria fodido qualquer outra noite, neste
pedaço de merda de lugar. Ele queria uma mulher – uma
porra de uma mulher, e ela tinha ido embora!

Ele agarrou as mãos e empurrou para fora dele. Em


seguida, ele saiu do bar e para o ar gelado.

*****

Jaxon se sentou ao volante do carro e olhou para o


prédio de apartamentos. Ele tinha ido a três horas. Eram três
horas miseráveis de contemplar todas as besteiras que ela
tinha lhe empurrado através do últimos seis meses.

Ele sabia que merecia coisa melhor. Ele sabia que


deveria ter saído da sua vida há muito tempo. E enquanto ela
empurrou-o antes e, por vezes, lhe deu um tapa, nunca deixou
as marcas que tinha agora.

Ele correu os dedos ao longo das arranhões. Eles


estavam com uma crosta de sangue velho e doía. Ele olhou
para as gotas de sangue em seus dedos em descrença. Ela o
tinha ferido pra caralho. Ele devia ir até lá, arrumar sua merda
e sair, foda-se. A parte racional em seu cérebro estava dizendo
a ele para fazer isso. Dizia que Sara é uma cadela fodida e só
vai piorar, e você só vai se machucar. Vá para longe, porra.

Mas o amor não é racional. É uma bagunça do caralho,


isso é o amor. Você não pode controlar a maneira como você
se sente. Se fosse esse o caso, ele nunca ia querer ela, em
primeiro lugar. Ele ficaria com prazer no lugar de irmão dela,
no dia que a salvou da intimidação de Jade Smith. Ele a teria
mantido segura e longe, e nunca abriria seu coração para ela.

O amor era uma entidade completamente diferente. Ele


escolheu o que queria. Ele ignorou a lógica... Inferno, ele cagou
na lógica – e, em seguida, enterrou longe a dor, encheu o
coração com sentimentos eufóricos, que iria esquecer tudo de
ruim só para sentir, mesmo por um minuto.

Claro, ele merecia algo melhor. Mas ele não queria


ninguém melhor. Ele queria Sara com todas as suas falhas e
toda a sua raiva. Essa era uma parte dela que poderia ser
curada. Afinal, ela nunca tinha sido assim.

Ela era sua única fraqueza, privando-o de todas as suas


forças até que não passava de uma porra de massa na palma
de suas mãos. Se ela queria deixar a massa escorregar por
entre os dedos não importava. Ele lutaria contra tudo para
obter a sua Sara de volta – a verdadeira Sara.

Ele saiu do carro e correu para dentro. Apenas alguns


momentos e ela estaria em seus braços novamente. Apenas
alguns...
Capítulo Dois

Contei-lhe tudo.

Tudo.

Como ele prometeu, manteve sua palavra. Não me tocou,


nem sequer xingou. Seus olhos passivos assistiram a minha
boca até que as últimas palavras saíram. Em seguida, o
silêncio encheu a sala, e levou tudo em mim para não
perguntar o que ele estava pensando. Ele tinha o tipo de
paciência que eu nunca vi antes. Ele tinha.

Levei uma eternidade para conseguir dizer as palavras, e


agora tudo o que eu queria era que ele dissesse alguma coisa.

Qualquer coisa.

Finalmente, ele se levantou da cama e disse calmamente:


"Eu preciso ir. Vou estar de volta na parte da manhã com
algumas coisas para você. Tente dormir um pouco."

Então, só assim, ele se foi.


Senti uma pontada de dor no peito, enquanto tentava
decifrar o rosto sem vida de Remy. Eu aprendi com Jaxon que
um homem com cara de pedra escondia emoções até de si
mesmo. Remy ficou ferido? É claro que ele está ferido! Ele só
descobriu que seu irmão está morto!

Pela primeira vez em horas, saí da cama. Minhas pernas


vacilaram no meu caminho para a porta de aço.

Coloquei minha mão contra a superfície fria, prendi a


respiração e descansei minha orelha contra ela. Eu não podia
ouvir nada do outro lado. Onde diabos eu estava? Onde quer
que fosse, eu me senti completamente isolada.

Eu sabia, antes de tentar, que a porta estaria trancada,


mas verifiquei qualquer maneira. Trancada.

Soltei minha mão da maçaneta e olhei para o quarto com


muito mais clareza. Agora que eu estava sozinha, coerente e
capaz de colocar dois pensamentos juntos, eu poderia
realmente dar uma olhada ao redor e ver tudo o que havia.

O quarto estava vazio. As paredes de cimento deram-me


uma sensação de aprisionamento, como se eu fosse o que está
no centro de um vazio inevitável. Eu não era claustrofóbica,
mas não era fã de ficar tão sozinha. Eu sempre tinha o meu
telefone preso ao meu quadril porque mesmo uma voz pode
afugentar o desamparo, pensamentos que eu teria de outra
forma se afogaram.

O quarto não era assustador, realmente. Os lençóis azuis


tinham um cheiro impecável de novo. Se este era o quarto de
Remy, ele não o usava muitas vezes. Era um quarto de
hóspedes? Havia apenas uma cama e cômodas em ambos os
lados... Meus olhos se arregalaram e meu coração pulou uma
batida quando vi uma porta no canto contra a mesma parede
da cama.

Corri para ela e girei a maçaneta. Abriu-se livremente e


fui atingida por um cheiro séptico que, por vezes, acompanha
o cheiro de banheiro. Obrigado por isso, porra! Minha bexiga
era uma barragem que estava prestes a explodir.

Era um pequeno banheiro com chuveiro e box de um


lado, vaso e uma pequena pia, do outro.

Havia uma coisa parecendo tijolo branco que assumi ser


uma barra de sabão que não tinha sido utilizada por cerca de
um século. Sem xampus ou toalhas. Por favor, Deus, se você
estiver aí, dê-me um pouco de papel higiênico, pelo menos!
Sim, havia um deus. Uma pilha de rolos de papel higiênico ao
lado do vaso sanitário.
E de bom grado fiz meu negócio, joguei água no rosto e
lavei minha boca. Estava sentindo gosto de sangue seco em
um lado da boca por um momento, até que eu assobiei pela
dor do lado direito. Tinha parado de sangrar, pelo menos, por
isso não deve ter sido grave. Eu teria dado qualquer coisa para
uma espelho, para ver como eu parecia.

Infelizmente, a exaustão prevaleceu, e eu caminhei de


volta para a cama, tropeçando na mesma coisa que eu tinha
tropeçado quando saí dela antes. Olhei para um par de botas
pretas. Abaixei-me e empurrei-as para debaixo da cama,
amaldiçoando baixinho que, mesmo nos quartos, os homens
tinham que encontrar um lugar para despejar sua merda.

Parei então, ajoelhando-me para dar uma olhada


adequada debaixo da cama. Havia uma pequena caixa marrom
contra uma das pernas da cama. Agarrei-a e coloquei sobre a
mesa de cabeceira, e então levantei a tampa e espiei dentro.

Intranquilidade me envolveu quando vi o revólver e o


punhal que estavam dentro.

Hesitante, peguei o revólver e inspecionei-o, virando-o


em minhas mãos. Estava carregado?

Fascinada pela simplicidade de uma arma tão mortal,


estudei-a por algum tempo. Era um seis cilindros, a única
coisa que eu sabia. Eu assisti filmes de faroeste, com Jaxon
quando criança, o suficiente para saber que para atirar você
precisa puxar a alavanca para trás e apertar o gatilho.

Rapidamente guardei de volta antes que meus


pensamentos, induzidos pelo sono, tentassem me convencer
de intrometer em torno com isso. Eu não quero saber se
estava carregado. Quem diabos se importava? Eu não tinha a
intenção de atirar em ninguém, muito menos em Remy.

Eu inspecionei punhal ao lado. Parecia rústico, com um


marrom e desgastado cabo com botão de prata. Eu apertei o
botão na extremidade do cabo e puxei a lâmina para fora. Huh.
Sua lâmina tinha apenas com alguns centímetros de
comprimento, o suficiente para causar danos se você
empurrar no lugar certo. Dobrei-o de volta e coloquei dentro
da caixa, então deslizei a caixa de volta para debaixo da cama
onde a encontrei.

Subi na cama e envolvi o edredom ultra-quente a minha


volta.

Levei uma eternidade para adormecer.

Tudo o que eu pensava era em Jaxon.

*****
O barulho da porta se abrindo me acordou. Eu sabia
antes de abrir meus olhos que era Remy, e depois de uma
noite solitária, eu estava grata por ver alguma pessoa.

Usando as mesmas roupas, ele parecia pior do que


ontem: jeans e uma camisa de manga comprida preta com seu
colete por cima. Seu rosto estava pálido, os olhos esmaecidos
por exaustão e seus movimentos eram mais lentos. Eu o vi
colocar algumas coisas para baixo. O cheiro da comida
flutuava no meu nariz e meu estômago se contraiu com fome.

"Bom dia", ele disse, colocando um grande saco marrom


na cama ao meu lado. "Peguei algum café da manhã."

Sentei-me e apoiei as costas contra a cabeceira da cama.

"Obrigada", eu disse.

Ele balançou a cabeça em troca e começou a esvaziar o


saco... Esvaziar e esvaziar. Cristo, não tinha um fundo para
esse saco, eventualmente. Meus olhos se arregalaram
enquanto olhava para os recipientes de panquecas, tiras de
bacon, ovos mexidos, bagels e salsichas.

"Você realmente foi com tudo para fora", comentei


secamente.
Ele balançou a cabeça novamente, sem uma palavra, e
me entregou um prato de papel e um garfo de plástico. Depois
sentou-se na beirada da cama, e seus olhos cansados me
observavam sem hesitação, observando todos os meus
movimentos.

Não vou fingir que isso não era estranho. Era


insanamente embaraçoso, porra. Por que ele estava me
olhando como se eu fosse algum experimento de laboratório?
Limpei a garganta e olhei para a comida, tentando o meu
melhor para não sentir o calor de seu olhar quando estendi a
mão para as panquecas. Coloquei duas no meu prato e, em
seguida, coloquei alguns ovos e salsichas e... bem, eu consegui
colocar tudo no maldito prato. Eu estava morrendo de fome,
meus olhos maiores do que o meu estômago, e o cheiro de
tudo tinha sido demais para resistir.

"Você deve comer, também," eu disse, apontando para a


comida.

Sem os talheres necessários, ele agarrou uma salsicha e a


comeu em duas mordidas, e então foi para um pouco mais.
Comemos em silêncio, e o embaraço não me incomodou
porque estava me alimentando de alimentos gordurosos.
Alimentos gordurosos me fazem feliz. Uma mulher feliz é uma
mulher alimentada, certo?
"Qual é o seu favorito em tudo isso?", Ele perguntou
aleatoriamente, mastigando calmamente enquanto me olhava.

"Na comida?"

"Sim."

"Agora eu estou amando as batatas."

"O que você costuma ter de manhã?"

"Cereal".

Ele parou por um momento e sua mandíbula ficou tensa.


"Eu não tenho cereal. Como diabos eu perdi isso?"

Será que ele estava seriamente odiando a si mesmo por


causa disso? Eu pressionei meus lábios com força para lutar
contra o sorriso.

"Não é nenhum grande negócio. Esta é realmente uma


boa mudança. Eu mal encontrei tempo na última semana para
tomar café da manhã."

Ele continuou a comer, e seus olhos continuaram a me


observar da cabeça aos pés. Embora ele fosse impossível de
ler, normalmente, eu sabia que vi o olhar de fascínio naquelas
íris escuras de seu olhos. Pelo que ele estava fascinado, eu não
tinha ideia.
"Você parece cansado", eu comentei, tentando iniciar um
pouco de conversa entre nós.

Ele assentiu. Eu gostaria que ele parasse com os acenos


malditos e apenas falasse! Ele tinha sido atento e falante na
noite passada. Agora, ele ficou em silêncio e calmo. Será que
ele ia me odiar depois que pensasse sobre seu irmão?

Era fascínio realmente ou apenas aversão? Merda, ele


estava me culpado pela morte de seu irmão?

Olhei para a minha comida nervosamente e disse, "Você


sabe, sobre a noite passada... As coisas que eu disse a você...
Eu entendo se há rancor. Eu não espero que você seja bom ou
me entenda depois do que eu disse que aconteceu..."

"Sem qualquer rancor", ele interrompeu com firmeza.


"Você não fez nada errado. O que aconteceu foi culpa de Brett.
Não sua. Compreendeu?"

"Sim."

Ele se inclinou e empurrou meu prato ainda mais em


mim. "Continue. Continue a comer, Birdy. Você parece tão
esgotada."
Meu nervosismo morreu imediatamente. Eu olhei para
ele, curiosamente, com uma certa palavra repetida chamando
mais atenção em meus pensamentos.

"Birdy. Por que você me chama assim?"

Ele sorriu como se a pergunta fosse divertida para ele e


parou de pegar comida. Dando-me sua atenção, ele
respondeu: "Eu estive chamando você assim desde que tinha
três anos. Quando as pessoas estavam ocupadas e você era
uma merdinha irritante, eu fui jogado para acalmá-la."

Eu não podia resistir ao meu sorriso de orelha a orelha.

"Brinquedos não faziam nada para você", continuou ele,


o rosto suavizando com suas palavras. "Você costumava jogá-
los fora e gritar como um chimpanzé no fogo, berrando até
que seu rosto estivesse roxo. A única coisa que iria calar sua
boca era um livro, e a única razão pela qual eu aprendi isso foi
porque você roubou meus quadrinhos favoritos das minhas
mãos uma vez e rasgou-o em pedaços. Mas você fez isso em
silêncio, de modo que era a porra de um grande avanço."

Eu ri levemente. "Oh, meu Deus. Era um bom


quadrinho?"

"Era ‘O Espetacular Homem Aranha’ com o Kraven na


frente ou alguma merda. Meu favorito no momento."
"Oh, não. Sinto muito."

"Você devia sentir. Essa merda era difícil de chegar a


mim. Tinha de pagar ao Chacal trinta centavos por isso."

"Trinta centavos?"

"Todo o meu dinheiro no momento." Ele sorriu


largamente para o meu riso, e foi um belo sorriso.

O tipo que iluminou sua expressão.

"De qualquer forma, eu comecei a ler para você. Tentei


pegar de você o que ler, porque tinha acabado de gritar e
nunca usava palavras. Seu favorito era o livro de safari, e foi a
coisa mais triste que já tinha visto, páginas desgastadas e
esfarrapadas. Era, provavelmente, da porra da idade das
trevas ou algo assim. Então, eu apontava para cada animal em
todas as páginas e lia-os para você. Você exigia que repetisse
os nomes e estava mais interessada em ouvir. Eu imitava os
sons que eles fazem, e você ria mais alto que uma tempestade,
olhando para mim rugindo como um maldito leão, ou urso ou
outra merda. Nunca podia levá-la a repetir até que um dia
você pegou o livro para si mesma e folheou as páginas,
procurando algo. Você parou e apontou para um pássaro e
gritou, 'piu, piu’, uma e outra vez. Você estava muito
orgulhosa de si mesma também, como uma criança possuída
pelo chilrear de pássaros; ninguém poderia levá-la a calar-se
depois disso. Eu te chamei de ‘Birdy’ porque esse era o único
som animal que você fazia, e respondia ao nome como se fosse
o seu próprio."

Meu coração se apertou no peito e meu rosto ficou


quente. Era tão estranho um desconhecido falar sobre um
momento da minha infância que eu não conseguia sequer
lembrar. Foi também calmante. Mamãe nunca falou comigo ao
longo dos anos. Nunca soube da minha infância, o dia em que
nasci, o que eu era... Ela permaneceu uma sombra, preferindo
se distanciar de mim.

"Então, o nome pegou, eu acho", disse Remy com um


encolher de ombros. "Se você não gosta dele..."

"Eu gosto muito," eu interrompi com um sorriso


convincente. "Eu não sei nada sobre isso na minha vida. Eu
não me lembro de nada. Me contar sobre isso ajuda.
Obrigada."

Remy dá um aceno com a cabeça.

Quando terminamos de comer, começamos a embalar o


lixo dentro do saco de papel. Foi então que percebi os sacos
no chão, ao lado da porta.
Ele seguiu o meu olhar. "Eu lhe trouxe alguns
suprimentos."

Suprimentos? Eu saí da cama e caminhei para os sacos.


Abaixei-me e olhei para alguns. Eu encontrei roupas em um
saco e produtos de higiene em outro com... absorventes? Que
porra é essa?

Eu, confusamente, virei-me para Remy. "Quanto tempo


você vai me manter aqui?"

Ele estava limpando as mãos com alguns guardanapos e


não encontrou o meu olhar. Eu não me sentia bem sobre isto.

"Há um pouco de confusão por você", ele murmurou,


jogando os guardanapos no saco.

"Por mim? Por quê?"

"Vamos ter de nos sentar."

Eu me sentei com as costas contra a cabeceira da cama e


observei-o, cautelosamente, com um saco de lixo.

"Eu fechei um acordo com os Escorpiões", ele disse,


finalmente, jogando o saco no chão antes de olhar nos meus
olhos. "Falei com Jaxon..."
Minhas entranhas se apertaram com a menção de Jaxon,
e fiquei rígida. Ele percebeu e me olhou com cuidado.

"Ele matou o meu irmão, Sara." Sua voz era baixa,


ilegível. "Ele cruzou a linha."

"Ele me salvou", eu sussurrei, olhos lacrimejando por


causa da dor que foi aumentando. "Eu te falei isso."

"Independentemente disso, há consequências."

"Não o machuque!" Interrompi histericamente. Isto é o


que eu temia que fosse acontecer e o motivo que não queria
contar a ele sobre Brett. "Por favor, não faça nada. Por favor."

Remy franziu os lábios, com claro desgosto em seu


comportamento tenso. "O que ele fez é motivo para retaliação,
Birdy. Algo que eu escolhi não fazer, no final."

Agora fiquei ainda mais confusa. "Qual é o problema?" Se


significava que não havia confusão por minha causa, então
tinha algo a ver comigo.

"Você."

Eu? "O que você quer dizer?"

"Dei a Jaxon uma orientação clara sobre você. Que você


era um Chacal. Que você não merece o tipo de vida que teria
sido oferecido. O caso é Jaxon não consegue seguir as regras,
se você está de volta lá fora, e se ele não seguir as regras, a
merda vai ficar feia. Não há muita paz entre os clubes. Uma
explosão como esta pode acabar mal para todos os envolvidos.
Eu preciso de você aqui até que a merda esfrie."

Ele falou com Jaxon? Quando? Eu só tinha sido tomada


ontem à noite!

"Jaxon veio por mim", eu disse baixinho, olhando para as


minhas mãos agora. Essa foi a única explicação.

"Sim."

Oh, Jaxon.

Tudo que eu queria era ver a cara dele, senti-lo ao meu


redor. Meu peito se contraiu de forma dolorosa, e tive que
colocar minha mão contra ele. Coração quebrado de novo, e
mais uma vez a culpa era minha. Eu queria ele. Eu o queria
tanto, porra, mas sabia que tinha razão na escolha. Eu não
poderia estar envolvida nos assuntos de sua gangue, e agora
eu estava sendo duramente jogada em outro.

"Eu não quero ficar aqui, Remy," Eu disse a ele,


encontrando a escuridão de seus olhos mais uma vez. "Eu só
quero ir para casa. Você pode me levar para Winthrop, não
pode?"
"Não. Aqui é onde você pertence." Suas palavras, firmes e
resolutas, eram cheias de emoção também. Ele olhou para
longe de mim e se levantou, chutando o saco de lixo enquanto
pegava os sacos ao lado da porta. Ele pegou todos e jogou-os
mais ou menos na cama. Eu o olhei de perto, a forma como a
sua sobrancelhas estavam franzidas e sua mandíbula tensa.

Eu não entendia as suas mudanças de comportamento,


então calmamente pegou o saco de roupas esvaziando e
espalhando todas as roupas sobre uma parte do colchão. Tops
curtos, pijamas de seda e jeans que eram de um tamanho
muito pequeno – onde ele tinha encontrado tudo isso?

Quando olhei para ele, já estava em seu caminho para a


porta. O pânico tomou conta de mim imediatamente. "Você
está indo embora?" Eu não quero ficar sozinha neste quarto
nem mais um minuto.

"Vá para o chuveiro", respondeu de volta para mim. "Eu


vou arrumar o quarto para você."

Ele abriu a porta e me deixou. Por que ele estava tão


possesso de raiva? O que eu fiz?

Homens de merda, eu pensei amargamente ao escolher


uma roupa para vestir. Peguei um saco cheio de xampu,
aparelho de barbear, sabonete e uma toalha rosa
absurdamente macia. Pelo menos estaria limpa e perfumada
nessa prisão.

Pequenas coisas.
Capítulo Três

Eu o traí. Prometi-lhe que ia ficar. Fiz o contrário.


Alguma vez me ocorreu que talvez houvesse uma saída para a
forma como os Escorpiões tratavam suas mulheres? Remy
tinha dito que Jaxon era o segundo em comando. Certamente
lhe deu poderes para me livrar de ser passada em torno como
uma prostituta sem pagamento. Esta era a Sara esperançosa,
tentando pensar positivamente.

Ele deveria ter me dito, droga! Deveria ter sido direto


sobre o que estava envolvido. Sentei-me no chão irregular e
áspero, observando a água desaparecer pelo ralo.

Olhava lamentavelmente para a drenagem, assistindo a


minha própria vida desaparecer, também, pelo ralo de merda
da vida.

Quais eram as minhas opções agora? Remy não ia me


deixar ir. Embora a resposta de manter-me fora dessa
quadrilha tinha parecido honrosa, não fazia sentido ele ficar
com raiva como aquela. Havia algo mais, e eu sabia o que era.
A maneira como ele olhou para mim, o fato de que tinha
estado cuidando de mim todos esses anos... O cara me queria.

Eu realmente tentei me lembrar da sua cara no bar todo


esse tempo atrás. Por que ele tinha ido lá? Para manter o
controle de alguém – algo que a maioria faria de longe. Em
seguida, apareceu no trabalho, e flertou de forma provocativa.

Eu fiz uma careta com a memória. Jaxon tinha visto tudo.


Oh, merda, ele tinha reconhecido Remy lá? Se ele fez...

"Você está bem?"

Eu pulei e apressadamente trouxe meus joelhos ao meu


peito. Remy estava de pé no meio do banheiro, sem a porra de
um cuidado. Será que ele não tinha maneiras?!

"O que você está fazendo?" Eu quase gritei.

"Eu gritei para você antes, e você não respondeu."

"Então você só decidiu caminhar até aqui?"

Sem os lábios franzidos, sem as sobrancelhas franzidas,


parecia que Remy tinha se acalmado. Ele estava mesmo
escondendo um sorriso de lábios fechados preguiçosamente
coçando o nariz. Ele tinha um rosto bonito sob sua barba.
Embora a própria barba acrescentasse uma borda áspera
para seu olhar, eu imaginava que abaixo dela existia uma
beleza juvenil escondida, na esperança de enfatizar sua força.
Seus olhos eram grandes com cílios negros e grossos, seus
lábios eram finos e avermelhados , mas como um vermelho
sangue quando ele os lambeu. Foi muito perturbador.

"Você ficou aqui por muito tempo. Estava apenas


verificando se estava bem", afirmou, ainda de pé exatamente
no mesmo ponto, a poucos passos de distância. Ainda olhando
também. Seus olhos não fizeram nenhuma tentativa em ser
discretos. Eles me revistaram da cabeça aos pés, embora eu
duvide que havia muito para ver, exceto grandes olhos, uma
menina de cabelo desarrumado enrolado para o lado.

"Bem, eu estou." A irritação no meu tom era evidente, e


fiz a melhor carranca possível. Minha tentativa de intimidação
falhou espetacularmente, porque agora ele estava cheio de
sorrisos.

Bastardo presunçoso.

Então, ele deu alguns passos para a frente, até que a água
foi levemente pulverizada nele, e inclinou-se.
Meu corpo ficou tenso e meus olhos o assistiram em
choque, quando... desligou a água. Filho da puta insolente. Ele
agarrou a toalha macia e jogou para mim.

"Apresse-se, Birdy." Sem esperar por uma resposta, ele


se virou e saiu.

Abracei a toalha ao meu peito. Nós estranhos se


formaram no meu ventre com sua abrupta intrusão. O homem
era todos os tipos de estranho. Pelo menos ele não está mais
com raiva. Não, ele certamente não estava.

O ilegível Remy foi lentamente se desvendando diante de


mim.

Não consegui nenhum avanço a partir dessa pausa


chuveiro. Eu ainda estava confusa como o inferno. Um coisa
que eu sabia era que, se Remy tinha tomado um gosto por
mim, iria usar isso a meu favor. Horrível esse pensamento
egoísta, eu sei, mas não quero estar dentro destas quatro
paredes por um longo tempo. Se eu pudesse convencê-lo a
confiar em mim...

Bem, então o quê? Suspiro. Voltando para a realidade.

Coloquei um par de jeans apertados e um top vermelho


de seda que tinha um cordão dourado fibroso com padrões na
gola. Merda cigana estranha. Honestamente, de onde ele tirou
essa roupa? Então rapidamente passei meus dedos pelo
cabelo e saí.

Remy estava certo. Eu estive no chuveiro por um longo


tempo porque, enquanto eu estava pensando na minha vida e
quão longe na merda eu estava, Remy tinha transformado o
quarto em um lugar confortável.

A primeira coisa que notei foi a televisão colocada sobre


um carrinho marrom resistente, e uma porrada de filmes
empilhados nas prateleiras do mesmo. Um pequeno armário
tinha sido colocado ao lado da mesma parede, e havia
prendedores de cabelo, pentes e grampos arrumados
ordenadamente. Havia um frigobar ao lado da cama e uma
pilha de revistas em cima dele.

Tudo estava em um estado de caos organizado, com


caixas empilhadas ordenadamente para o lado do quarto e
ainda proporcionava algum espaço. Ele estava no meio da
criação de suporte para um espelho oval no canto quando
reapareci. Eu não sei como eu estava me sentindo; havia um
bando de estranhas e contraditórias emoções. Foi legal da
parte dele considerar meu conforto, mas apenas confirmou
que eu ficaria presa neste quarto por algum tempo. Senti a
mordida do medo que se afundou em mim.
A realidade da minha situação me bateu forte. Eu não
tinha escolha, a não ser ficar aqui. Minha liberdade tinha sido
revogada.

"Você pode trabalhar rápido", comentei.

O colete foi retirado e as mangas de sua camisa preta


estavam enroladas. Ele tinha os braços grandes e ombros
largos, muito em forma... Só de olhar para ele, eu me
perguntava quantos anos tinha.

"Quantos anos você tem?" A pergunta saiu, e eu me


sentia idiota por perguntar. Fale sobre alguma merda
aleatória.

"Trinta e três", respondeu ele, virando-se para olhar para


mim. "Por que você perguntou?"

Eu dei de ombros. "Curiosidade". Quando eu tinha


quatorze anos, ele tinha vinte e dois. Não foi tão ruim ficar
caída por um homem apenas oito anos mais velho do que eu.
Na minha cabeça, pensei que ele era mais velho.

Sentei-me de volta na cama e o assisti andar pelo quarto,


organizando as coisas em pouco tempo.

"Tem a intenção de me deixar aqui sozinha com um


monte de filmes para combater o tédio?"
Ele parou de desempacotar uma caixa e encontrou meu
olhar. "Eu não estou indo a lugar algum este fim de semana.
Pensei que poderia torná-lo mais confortável para nós dois."

Bem, então. O que você diz sobre isso? Eu simplesmente


dei-lhe um aceno de cabeça e fingi que era uma coisa
fascinante de observar. Eu segui os padrões quadrados,
mantendo o controle de seus movimentos através minha visão
periférica. Nós íamos ficar aqui durante dois dias, no mínimo.
Exatamente o que ele estava tentando provar ao fazer isso?

"Você não tem um clube impressionante e mega-enorme


onde todos vocês se encontram?" Eu perguntei.

"Sim", foi sua resposta vaga.

"Por que você não me leva até lá?"

"Quem disse que você não está na sede do clube agora?"

Minhas sobrancelhas estão erguidas e estudei seu rosto.


Sr. sério olhou para trás. De jeito nenhum que nós estávamos
na sede do clube. Estávamos?

Ele pegou um monte de filmes e jogou-se na cama de


frente pra mim. "Diga-me o que você quer assistir. Vai ser uma
boa maneira de passar o tempo, assistindo algo na tela."
Eu olhei para os filmes, a maioria eu tinha visto, outros
que queria ver. Eu atirei-lhe um olhar dúbio quando notei
uma tendência. De jeito nenhum esse cara tinha este material.
Eles foram todos os filmes de romance, o meu tipo de gênero.
Eu gostava de me atormentar ao longo dos anos assistindo
histórias de amor com doce e clichê felizes para sempre.
Parecia que eu estava indo para fazê-lo novamente... com um
grande Jackal ao meu lado.

Não era uma questão de escolher o que assistir. Era uma


questão de escolher o que assistir primeiro porque, a julgar
pela forma que Remy se apoiou na outra extremidade da
cama, confortavelmente relaxado, estaríamos em um longo
curso.

*****

"Você tem que colocar o carro em sentido contrário para


voltar, pequena."

Eu atirei-lhe um olhar irritado quando me sentei ao


volante de nosso velho Toyota 4x4. "Eu sei, Jaxon. Pare de
repetir."

Jaxon sorriu. "Você está sendo a pior motorista do


mundo, você sabe disso?"

"Por quê?"
"Porque você nem sequer sabe como colocá-lo em
sentido contrário. Olhe para você, está parando."

Eu lhe bati no ombro, mas não admiti que ele estava


certo. Eu não sabia como dirigir um carro manual. Sentei-me
ao volante e olhei longo e duro no deslocamento da fila. Por
que a vida não podia ser fácil?

Eu tinha implorado para um automóvel. Automáticos


eram simples. Eles se encaixam comigo facilmente.

"Você comprou um carro manual de propósito, não é?


Provavelmente fez isso de propósito, para que eu não saia do
apartamento quando chegarmos a Winthrop."

Ele riu. "Nem tudo é sobre como transformar sua vida


num inferno, Sara. Eu comprei o carro porque era mais barato
do que um carro automático. Para de enrolar e começa a
dirigir."

"Você vai me dizer como!"

Ele começou a me mostrar os passos. Segui com o


melhor de minhas habilidades. Ele me guiou na periferia de
Gosnells e nas longas estradas vazias na área agrícola. Ele se
recusou a guiar, me dizendo uma e outra vez para me esforçar
mais, pensar sobre o que eu estava fazendo, e parar de
choramingar sobre desistir porque era muito difícil.
Eu merecia um tapinha nas costas até o final da minha
aula de três horas. Eu não tinha deixado o carro parar uma
única vez, e para uma menina que era multitarefa em um
trânsito lento e irritante, foi uma enorme realização.

O sol estava começando se pondo quando Jaxon,


finalmente, assumiu. Ele parou o carro em uma via de
emergência ao lado de um campo gramado elevado, que
beirava um vinhedo. Quando nós dois saímos, ele pegou
minha mão e nós caminhamos na grama, sentindo o calor final
do sol antes de desaparecer. O verão tinha sido horrível.
Ficamos dentro de casa a maior parte dele, de frente para o ar
condicionado na sala de estar. Nós colocamos um colchão no
chão, para que pudéssemos dormir durante as noites sem
derreter.

Lucinda também pegou um espaço na sala de estar, ao


dormir no sofá ao nosso lado. E então assistíamos a um filme
na televisão. Quando Lucinda, finalmente, adormecia
exatamente às dez horas, Jaxon e eu saímos cautelosamente
das cobertas. Duas épicas semanas com essas sessões, incapaz
de dar um amasso ainda mais porque estávamos perto de sua
mãe, e era apenas errado.

Tantas noites eu sentia a dureza dele contra mim, se


esfregando por algum sentimento de alívio. A excitação em
seu rosto era suficiente para me ter doendo por minha
própria libertação. Pela manhã, nós éramos malcriados,
irritáveis e com tesão como o inferno, mas o clima tão
repugnantemente quente, era um extintor em nossa libido.

Durante os nossos momentos mais desesperados, ele me


levou para o chuveiro e nós... esfriamos o calor. Nada era mais
quente do que um chuveiro com Jaxon lambendo cada gota de
água em mim. Foi também a primeira vez que experimentei
isso com ele.

"Você sempre quer fazer outras coisas?" Eu perguntei


ansiosamente.

"Eu sempre quero fazer outras coisas'", respondeu ele, o


riso em seus olhos com a minha pergunta vaga.

"Quero dizer, você quer que eu... você sabe... faça mais
com você?"

Ele suspirou com irritação. "Sara, se você quiser tentar


alguma coisa, é só me avisar."

"É embaraçoso. Isto ainda é novo para mim, Jaxon."

"Você pode ser a maior puta no mundo, às vezes, e ainda


assim não pode ser vulgar quando está fodendo?"
Eu fiquei tensa com suas palavras. "Você tem que fazer
parecer tão sujo?"

Ele sorriu, passando as mãos pelo longo cabelo molhado.


Porra, ele era sexy. Porra, eu comeria ele como um...

"Eu sou um homem sujo, pequena. Agora me diga o que


você quer fazer."

Eu não quero dizer a ele. Em vez disso, eu olhei para o


seu comprimento e, em seguida, para ele. Então eu fiz isso
uma e outra vez, esperando ele fazer a conexão. Ele
simplesmente ergueu as sobrancelhas e se fingiu de bobo.

"Jaxon!"

"Basta dizer."

Minhas bochechas ficaram quentes, e eu rapidamente


espirrei água no rosto para evitar o fluxo de sangue.

"Eu gosto quando você vai para baixo em mim", eu disse


calmamente. "Quero retribuir o favor."

Ele abriu um grande sorriso, embora eu pudesse ver que


seus olhos escureceram ao mesmo tempo. "Então você quer…"

Eu exalei. "Eu quero…"

"Sim?"
"Eu quero... chupar seu pênis."

Ele fez uma careta de repente. "Isso foi, possivelmente, a


coisa menos sexy que já foi dita."

Eu empalideci. "O quê?"

"Pequena, você não diz pênis em situações sexuais,


especialmente nas preliminares."

Fiz uma careta agora. "Pinto?"

"Não." Ele me deu um olhar duro. "Diga, então. Você


conhece a palavra."

Apertei os lábios. Discussão sobre como fazer isso era


uma situação embaraçosa! Me senti ranzinza e malcriada.

Eu não estou fazendo essa merda, decidi.

Ele me lê como um livro. "Pequena, eu vou retribuir o


favor também."

Meu coração deu um pulo. Oh, o sentimento de sua boca


lá! O calor dele era suficiente para explodir os circuitos no
meu cérebro. "Eu quero chupar seu pau." Eu disse
rapidamente.

"Diga isso de novo."


"Jaxon."

"Diga a palavra de novo", ele exigiu, nem um pouco


divertido.

Revirei os olhos. "Pau".

"Continue a dizê-lo. Quanto mais você diz, mais fácil será


para dizê-lo novamente."

"Paupaupaupaupau."

Ele riu levemente. "Agora essa é a coisa mais sexy que eu


já ouvi."

Revirei os olhos. "Eu sei. Eu sou tão romântica, hein?"

"A mais romântica. Fique de joelhos." O sorriso em seu


rosto desapareceu no segundo que eu fiquei em meus joelhos
no áspero pavimento em mosaico. Por que essa merda era tão
desconfortável?

"Você vai me dizer o que fazer?" Eu perguntei a ele,


porque estava em um mar desconhecido.

"Não é ciência de foguetes, pequena .Tenho certeza que


você vai pegar o jeito."

Bem, que grande ajuda ele era! Ele já estava duro no


segundo que o levei na minha mão e acariciei de cima a baixo.
"Você vai mesmo caber dentro de minha boca?", Eu
murmurei, em dúvida.

"Eu agradeço o elogio, mas vou lhe pedir para parar de


falar e começar a fazer, pequena, ou então eu vou bater meu
pau dentro de sua boca sem a sua permissão."

Bom, então.

Eu o levei para minha boca, imediatamente; depois de


alguns momentos e os sons de sua garganta grunhindo, me
senti estranhamente eufórica. Isto estava realmente me
deixando ligada! Seu pau ficou maior e ele estremeceu
enquanto trabalhei nele lentamente, me familiarizando com
sua bela ferramenta do homem.

Depois de um tempo, ele agarrou meu cabelo e se moveu


mais rápido, com cuidado para não ir muito profundo na
minha primeira vez. Apesar do fato que minha boca estava
dolorida e meus joelhos estavam gritando obscenidades para
mim, eu me senti poderosa e me despertou além da medida os
barulhos que ele fazia.

Assim como ele me adorava, eu fiz o mesmo, aprendendo


ao longo do caminho que o prazer estava ao alcance das mãos.
Fiquei surpresa como aconchegante era o gosto dele.

"Eu estou vindo, Sara," disse ele, tenso. "Afaste-se."


Eu não saí, e ele veio com fúria em minha boca. O gosto
abrupto de sal era inquietante, e eu o cuspi imediatamente.

Engolir não era uma coisa para Sara Nolan, eu decidi.

"Isso foi tão bom pra caralho," ele gemeu, com o rosto
vermelho como se tivesse corrido uma maratona.

"Realmente?"

"Oh, sim."

Eu me senti tão... orgulhosa! E então eu me senti como


uma puta por me sentir orgulhosa. Quer dizer, eu apenas dei
ao meu namorado um boquete e queria ouvir o quão incrível
eu fui, como se eu fosse um animal de estimação implorando
por um afago.

"Agora é a minha vez!" Eu disse rapidamente, porque


nenhuma mulher deve dar um boquete quebra-joelho e ser
roubada de seu próprio prazer!

Depois que ele retornou o favor, nós saímos e nos


secamos. Ele abriu a porta enquanto eu falava sobre o meu
desempenho.

"Então, você realmente gostou?" Eu sorri. "Você quer que


o chupe mais duro? Mais rápido?"
"O que é isso, em nome de Deus!" A voz de Lucinda me
fez pular.

Ela estava no corredor, separando um cesto de roupa.


Seu rosto parecia imperdoável, e eu prendi a respiração e
esperei pela explosão. Jaxon não pareceu se importar,
continuando a secar-se quando lentamente foi para o nosso
quarto.

"No banheiro?", Ela gritou, bloqueando seu caminho. Ela


olhou entre nós com nojo e desaprovação. "Esta casa é
pequena, você seu insolente merdinha! Nós temos uma
banheiro! Um! E você decidi envenená-lo como um bordel?
Sexo, vocês dois? No meu banheiro? Em. Meu. Banheiro!"

Eu congelei e Jaxon parecia irritado, revirando os olhos


para o teto. "Está quente como o inferno, mãe. Não há nenhum
outro lugar para..."

"Eu não quero saber os detalhes da sua vida sexual


decadente! Eu só não quero isso feito no meu banheiro! Agora
volte lá e limpe-o. Eu quero cada centímetro do banheiro
limpo!"

Cada centímetro dele foi limpo.


Teve a maldita certeza de que estava limpo, de pé na
porta, como Stalin, ordenando com uma dureza que não
combinava com ela.

Um lugar que poderíamos fazer sexo foi riscado. E


quando duas semanas de sessões reprimidas se seguiram,
Jaxon estava revirando os olhos. O que nos traz de volta ao
campo, depois que ele virou o carro na faixa de emergência.

Eu poderia dizer que neste dia, em particular, ele tinha o


suficiente. Ele decididamente me levou para o campo.
Palavras não eram necessárias. Nós dois estávamos na mesma
página. Quando ele encontrou um lugar, pegou meu rosto em
suas mãos e me beijou com força. No meio do nosso beijo, me
afundou no chão, ele por cima.

"Eu estou tão excitado, estou prestes a estourar", ele


respirou contra a minha boca.

"Eu também", eu gemi, moendo minha pélvis


descaradamente contra ele. Em outro momento, eu teria
ficado constrangida por isso. "Eu amo a sua mãe, mas porra,
ela é um saco."

"Pequena?"

"Hmm?"
"Não vamos falar sobre a minha mãe agora, ok?"

Ele não ficou nu. Só empurrou suas calças para baixo –


oh, quão fácil os homens fazem isso! Enquanto isso, eu tenho o
fim de merda do pau. Ele arrancou meu short e calcinha antes
de empurrar-se para dentro de mim. Sorte de Jaxon que ele é
sexy, caso contrário eu não teria gostado de ser fodida
enquanto minha bunda estava raspando contra a terra.

O calor era forte, mas estar ao ar livre tornou suportável.


Era grotescamente erótico ter a sensação escorregadia de
nossos corpos se esfregando. Combinado com a nossa
respiração quente, frenética, gemendo ao ar livre, e a maneira
como ele descuidadamente lambeu meu pescoço, não se
importando com o suor... Foi a maneira mais doce para passar
uma hora no calor do verão. Nós dois enrolados em
desconforto, buscando o prazer do outro, e dirigindo a própria
necessidade. De que outra forma eu podia me sentir mais
ligada?

Era ainda tão novo para mim. Claro, a sensação de um


orgasmo é especial – o tipo de coisa que leva para o auge da
loucura se for tirado de você. Mas um orgasmo é algo que você
pode alcançar sozinha. Eu sei, porque tinha experimentado o
suficiente enquanto crescia. Isso não era novo para mim.
Não, o novo para mim era estar com um homem e
assistir a satisfação fora do seu corpo. Vendo a forma como a
sensação me levou às alturas era como um orgasmo da mente;
de modo satisfatório e mais duradouro, a imagem por si só
poderia saciar para sempre. Tudo o que você precisava fazer
era queimá-lo em sua memória para sempre, e lembrar. Basta
lembrar e talvez, até mesmo no mais breve momento, ele pode
ser tão real quanto foi uma vez.

"Oh, merda," ele gemeu, enterrando os dedos em minhas


coxas enquanto se movia freneticamente. Sua testa molhada
pressionada contra a minha. Com as costas da mão, ele
empurrou as mechas suadas de cabelo para longe do meu
rosto e beijou a merda fora de mim.

Eu pressionei minha mão na parte inferior das suas


costas, incitando-o a mover-se. "Mais rápido."

"Diga por favor", ele ordenou. Ele sabia que podia me


obrigar a fazer qualquer coisa quando eu estava me
aproximando do meu auge, e eu odiava isso mais tarde, mas
no momento eu estava presa em suas mãos.

"Por favor, por favor, por favor", eu cedi.

Ele pressionou a língua contra a minha e eu gemi alto,


enquanto se movia mais rápido. Cada impulso foi profundo,
beijando minhas paredes de maneira que me fez choramingar.
O calor não importava mais, o desconforto foi esquecido, e
nada existia fora desta necessidade selvagem de estar
satisfeita.

Eu gritei e ele seguiu com seus próprios gemidos e


então... então nós dois estávamos finalmente, gloriosamente,
relizados. Pegajosos também. Ele olhou para mim com um
sorriso travesso, e eu sorri de volta para ele. Esses malditos
olhos. O belo sorriso dele. Toda a tensão sexual diminuiu, mas
eu sabia que poderia voltar em uma questão de minutos...

Um carro buzinou várias vezes e gritos explodiram em


algum lugar nas proximidades. Jaxon olhou para a estrada,
com a boca se abrindo em um sorriso ainda maior.

Ah, não. Oh, merda, não.

Fechei os olhos com força. Eu não queria ver o nosso


público. Eu fechei meus olhos e fingi que não estavam lá...
"Ponto, mano! Punhos no ar pelo bombeamento!", gritou um
homem muito animado.

Para meu espanto, Jaxon pôs os punhos ar bombeando


de volta. Mais barulho e gritos. Então o som de rodas
derrapando na estrada, sumindo na distância.
"Foda minha vida", eu sussurrei. "Atire em mim agora.
Quantos caras estavam no carro?"

"Pequena, não faça perguntas quando você não quer


ouvir as respostas." Eu senti as mãos no meu rosto aquecido, e
então ele me beijou lenta e levemente neste momento.

"Sério, quantos?", Perguntei entre beijos.

"Um ônibus cheio deles. Tinham câmeras também. Eu


acho que eles estavam filmando."

"O QUÊ?"

Jaxon riu com força contra mim, seu peito vibrando


quando desabou seu peso em cima de mim, empurrando
minha bunda ainda mais no chão. Risque essa merda sobre
querer isso de novo.

"Você é um idiota, Jaxon Barlow." Eu bati-lhe com força


na parte de trás e, em seguida, tentou empurrar dentro de
mim.

"Sim, mas você me ama, pequena."

*****

A memória me trouxe lágrimas e, graças a Deus, elas só


começaram a correr pelo meu rosto no final do filme que
estávamos assistindo; caso contrário, Remy teria sabido que
algo estava acontecendo.

"Filme triste", eu murmurei, limpando meu rosto


rapidamente antes que ele pudesse ver o sistema hidráulico
completo em ação.

"Sim...", foi a resposta evasiva de Remy.

Eu olhei para ele e teria rido se não fosse por essa


memória. Ele tinha um "o que o diabos eu acabei de assistir"
olhar em seu rosto. Obviamente não estava acostumado com
isso.

Ele apareceu com outro filme e abriu um saco de batatas


fritas. Colocou ele entre nós e mastigava. Eu poderia dizer
que não estava prestando atenção ao enredo, aparentemente
perdido em seu próprios pensamentos. Eu tentei
desesperadamente me concentrar no filme, mas o peso no
meu peito estava pesado demais para ignorar.

Eu só queria Jaxon. O que ele estaria fazendo agora? Ele


estava sentindo em seu próprio coração o mesmo profundo
vazio que queimava no meu?

"Hey, Remy?"

"Hã?"
"Você acha que eu posso usar seu telefone? Eu gostaria
de chamar um amigo meu." Se ele realmente o desse para
mim, eu teria chamado Lexi. Principalmente, tinha perguntado
porque queria saber realmente como eu estava presa.

"Não há sinal aqui, Birdy".

Huh. Tanta coisa para ser na sede do clube.


Capítulo Quatro

Ela estava chorando. Como totalmente, porra, chorando.


Ao longo do filme mais merda que ele já viu. Enquanto isso ele
queria atirar na cabeça do herói que era chicoteado pela
boceta, apoiando a cadela mais insossa que ele já tinha visto
em sua vida. Como, diabos, filmes como este faziam sucesso?

Então, novamente, ele não estava sendo um idiota


chicoteado por boceta? Ele havia carregado o caminhão com
coisas essenciais de menina para tornar a estadia de Sara, em
seu bunker, mais fácil e confortável. Em seguida, ele foi até ela
como um filhote de cachorro apaixonado, enquanto estava no
chuveiro, porque não tinha respondido dois segundos depois
que ele chamou seu nome. Pânico completo havia soprado em
seu peito pelo silêncio dela... Fale sobre uma reação
exagerada.

Ele não entendia os sentimentos em seu peito. Eles não


eram como antes, quando seu desejo por ela foi puramente
baseado em algo que ele nem sequer entendia. Agora, ele
estava se sentindo quente e... estranho. Ela estava queimando-
o lentamente apenas por estar ao seu redor. Ele nunca se
sentiu tão atraído antes... Então trouxe o nome do babaca para
a conversa só para ver seu rosto se contorcer com uma
tristeza que agitou suas entranhas com raiva. Ela adorava
aquele babaca.

Calmo e paciente, Remy agora era um apaixonado, idiota


ciumento, irritado e chicoteado por boceta. Malditamente
adorável. O lado racional dele disse para ir embora e partir
desta, imediatamente. Ele não precisa deste tipo de
concorrência. Ele não tinha chance com uma mulher que era
tão obviamente apaixonada por outro homem, não importa
quão idiota o homem era.

No entanto, a raiva do lado ciumento, apaixonado,


chicoteado por boceta disse para perseverar. O
relacionamento dela com esse caipira estava condenado. Ele
esteve condenado ao longo de anos. Então ela voltou e se
juntou com ele. E daí? Isso não quer dizer nada. Não era como
se ela pudesse soltar seus ossos por meses.

Daniel. Ora, havia um filho da puta que a tinha tocado


durante meses e meses. Talvez mesmo anos. Ele ainda não
tinha ordenado que cuidassem do filho da puta, mas era
apenas uma questão de tempo antes que ele quebrasse alguns
ossos. Com o instinto homicida que ele estava
experimentando atualmente apenas pensando nisso, ele
imaginou que era melhor esperar um pouco. Reagir por
impulso não era o que ele fazia. Até ela, é claro. Além disso,
Daniel era protegido por seu pai, e seu pai era o maldito
melhor advogado desonesto por aí. Ele não queria pisar
naqueles calos do pé... muito.

"Posso te perguntar uma coisa?", Veio sua pequena voz


ao lado dele.

Como na noite passada, ela parecia hesitante novamente.


Ele que a intimidou? Não ajudava que estivesse carrancudo
olhando o filme e vendo tudo vermelho, porque a garota
acabou de trair o namorado com um surfista vagabundo.

"Pergunte", ele respondeu.

"Você disse que estava mantendo o controle sobre mim.


Por que não me avisou quando minha mãe morreu?"

Ah, foda-se. A honestidade iria estragar tudo agora. A


menina era emotiva e, por isso, se ela soubesse a resposta
para isso ia acabar com todo o fim de semana. Ela saberá a
verdade, eventualmente, mas agora não ia acontecer.

"Não foi o momento", disse ele, sentindo-se como o


maior idiota do mundo. "Ninguém, sabia onde você estava."
Ela olhou para ele por um longo momento, e ele
percebeu que ela o pegou na mentira. Era um maldito
mentiroso de merda. Ele fez questão de manter os olhos
firmes nos dela, nenhum movimento que pudesse indicar que
era um idiota mentiroso.

Ela finalmente concordou com a cabeça e voltou para o


filme. Suas mãos entrelaçadas no colo e os polegares
circulando um sobre o outro. Ela estava pensando. Foda-se,
ela estava sempre pensando. No momento, seu olhar taciturno
estava fazendo ele se sentir como merda.

Então ela abriu a boca novamente, fez uma pausa de


alguns segundos, e disse: "Você a conhecia bem?"

Oh, ele conhecia Joanne bem, muito bem, na verdade.


Mas ele respondeu com "Eu acho".

"Ela estava perto de sua irmã." Isso saiu como uma


afirmação, não uma pergunta.

Ele deu de ombros passivamente. "Elas estavam perto,


sim."

"Sua irmã me mandou uma mensagem na noite passada


e disse que, quando estivesse de volta na cidade, poderia
conversar sobre a minha mãe, e eu seria capaz de descobrir o
que eu queria saber."
Remy rangeu os dentes. Porra, Rita. Sempre intrometida
e não sabia como manter sua porra de boca fechada. Essa
reunião não iria bem mas, novamente, Sara não tem que saber
isso.

"Certo", foi sua resposta direta.

"Está tudo bem?"

Ele cruzou os braços e olhou para ela. "Rita... Ela não é


uma margarida. Ela é o sapato que pisa em margaridas. Você,
Birdy, é uma margarida. E ela vai pisar em você num piscar de
olhos."

Confusão nublou o rosto. "Por quê?"

"Rita é uma cadela", afirmou ele casualmente. "Não é


uma cadela quer. Ela é uma puta, psicótica, delirante cadela."

Os olhos de Sara se arregalaram. Mais pensamentos. Em


seguida, "Por que minha mãe gostava de estar em torno de
uma cadela?"

Porque Joanne foi a maior puta de todas, pensou.

"Eu não tenho certeza", ele respondeu.

Ela finalmente parou de falar sobre isso, e Remy relaxou


significativamente. Ele odiava mantê-la no escuro, mas não
queria que o tempo com ela fosse contaminado com más
notícias.

Em vez de olhar o filme, ele olhou para ela. Era um


inferno de visão muito melhor do que a merda que ela estava
encarando atualmente. Toda vez que ele olhava para os lábios,
o coração disparava com adrenalina.

Ela tinha os lábios mais carnudos e beijáveis que ele já


tinha visto – naturais, de qualquer maneira. Havia algo tão
suave sobre sua aparência; ela irradiava inocência e
vulnerabilidade, mas ele sabia que havia mais. Havia algo
instável sobre ela, também. Estava naqueles olhos, traindo
suas feições suaves, presos com uma espécie de escuridão
esperta que ele não tinha certeza se podia confiar.

Ela olhou para ele também, mas duvidava que ela


estivesse admirando ele. Sara era observadora, tipo tranquila.
Quando ele vigiava – sem o seu conhecimento, claro, aqui e lá
– ela estava sempre por conta própria, estudando o mundo ao
seu redor. Com esse mesmo olhar profundo dirigido a ele. Ela
estava tentando entendê-lo e, pela primeira vez em eras, ele
estava esperando que ela gostasse do que iria encontrar.

Ele tinha essa oportunidade única, e queria que ela o


quisesse.
Não.

Ele faria com que ela o quisesse.

Ele sabia como era fodido da cabeça. Rita lhe disse


muitas vezes antes que o nível de obsessão que desenvolveu
para uma garota que mal conhecia era doente. Mas ele sabia
tudo dela. Ele esteve dentro e fora de sua vida durante anos,
vendo-a crescer e mudar diante de seus olhos.

Então, e daí se era doente? E daí se ele manipulou e


mudou seu mundo para que ela girasse em torno dele? E daí
se ele tinha problemas mentais óbvios do seu fodido passado?
E daí se ele era um maldito bastardo egoísta que fez coisas
horríveis para chegar até ela? No final do dia, ela estava aqui,
em seu bunker, e ela não ia fugir.

Ele nunca disse que ele era um bom rapaz.


Jaxon

Ela simplesmente desapareceu.

Os dias passaram.

Uma semana.

Duas.

Em seguida, três.

Na quarta, ele estava à beira de perder a sanidade. Onde


seria que esse filho da puta a escondeu? Ele não estava no
composto Chacal. Jaxon sabia que ele estava gastando cada
momento que podia com ela.

"Ele é um ninja, porra", disse Damien após voltar de


outra ronda ao clube. "O cara sabe através de uma milha de
distância, se alguém está vigiando. É realmente muito
impressionante."

Jaxon jugou punhais com seus olhos para o rosto


encantado de Damien. "Então nós temos que encontrar uma
outra maneira."
Damien ficou de costas contra o balcão. As contusões em
seu rosto e na cabeça tinham praticamente desaparecido, mas
ainda haviam arranhões curando sobre seus braços.

"Jaxon", ele começou, e sua voz assumiu uma gravidade


que teve Jaxon desligando imediatamente. "Finley percebeu
sua ausência. Ele está de olho em você, mano."

"Que porra é essa? Eu não me importo com o que Finley."


Jaxon estalou.

"Você não tocou uma boceta desde que ela..."

"Deus me livre, porra, eu não quero tocá-las, ok? Uau.


Vão me crucificar porque não quero essas vagabundas
pulando em cima de mim, para chamar a atenção."

Damien franziu a testa. "Você sabe que essa merda não é


tolerável. É parte do que é o clube."

"Por quê? Porque Finley ordenou?"

"Sim..."

"Bem, foda-se Finley."

Damien olhou ao redor do bar, certificando-se que eles


estavam fora do alcance da voz dos Escorpiões em suas
mesas. Quando ele estava convencido de que não poderia ser
ouvido, ele se virou para Jaxon.

"Ela não queria você", ele simplesmente declarou. "Ela


mudou sua mente..."

"Por sua causa!" Jaxon friamente o interrompeu. "Porque


você disse a ela o que se passa por aqui. Se não fosse por você,
ela ainda estaria aqui!"

"Se não fosse por mim, ela teria sido fodida por ele
enquanto nós falamos! Agora, você mantém esta merda e ele
vai começar a rastrear seu paradeiro para se certificar que
você fique longe. É isso que você quer?"

Jaxon teve que suprimir o desejo violento de socar


Damien. Claro que ele resistiu, e não porque ele não queria,
mas porque socar Damien era a porra de uma
impossibilidade.

"Eu fiz o que pude para protegê-la", continuou Damien,


mantendo seu olhar intacto. "Disse-lhe que você era uma
merda para ela – qualquer coisa para tirá-la desta vida. Você
conhece Finley. Ele a teria levado apenas para provar que tem
mais poder do que você."

Jaxon não respondeu.


"Você precisa deixá-la ir. Você tem irmãos aqui que se
preocupam com você. Eles se voltam para você quando
precisam de alguém. Não balance o barco, irmão. Ninguém
merece morrer por causa de um homem egoísta."

Embora Jaxon valorizasse a amizade de Damien, ele a


odiava também, porra.

Mas ele estava certo. Sua ganância só iria resultar em


graves repercussões e, apesar de alguns dos homens daqui ter
problemas morais questionáveis e serem revoltados além da
medida, a maioria deles eram como família.

Ela decidiu ir embora, e quando ele pensava sobre isso,


sua temperatura se elevava a ponto de ebulição. Ele não tinha
a ideia do que fazer, porra. Um minuto eles prometiam tudo
um ao outro, e no outro ela queria sair. Quanto mais desta
incerteza que podia tirar dela?

Como último recurso, ele pegou o telefone e enviou a


mensagem de texto número infinito e dois.

Por favor, me diga onde diabos ela está.

Ele sabia que não haveria resposta, mas sempre valia a


pena um tiro.

*****
O coração de Jaxon parou. Não havia outra maneira de
descrever. Ele apenas... parou.

Quantos dias se passaram? Quantas lágrimas tinham sido


derramadas? Quantas horas tinham sido gastas se consumido
por sua partida e onde ela poderia ter ido? Ele estava
perdendo sua mente. Ele não conseguia nem respirar sem
sentir uma dor lancinante no peito.

Será que ela não sabe o quanto ele a amava? Era tão fácil
para ela sair do jeito que fez?

Mas, então, não pode ser isso. Ela havia tirado fotos com
ele. Você não cria memórias de algo que você não se preocupa.

No entanto, nem toda a esperança estava perdida. Lexi


tinha fugido também. Aquelas duas eram inseparáveis.
Certamente elas estavam juntas. É claro que elas estavam
juntas! Talvez elas estivessem apenas viajando ou se
escondendo em algum lugar para esfriar. Independentemente
disso, elas voltariam. Elas não abandonariam dois anos de
escola depois de todo o trabalho duro que colocaram nisso.
Sara voltaria a tempo para o novo semestre e ele iria
encontrá-la lá. E se, em toda a sua improbabilidade, ela não
fizesse, tinha sua mãe. Sara jamais abandonaria Lucinda.
"Eu nem sabia que as coisas estavam indo mal", sua mãe
tinha dito, quando ele ligou a décima milionésima vez.

"As coisas não estavam tão ruins. Eu não quero falar


sobre isso. Apenas me diga quando chamar e me deixe saber o
que ela diz. Eu preciso saber onde ela está."

"Claro."

Era só uma questão de tempo e ele iria vê-la novamente.


Talvez horas. Talvez dias. Ele ia corrigir isso.

Ele desligou o telefone e olhou para seu apartamento.


Estava vazio pra caralho sem ela. Ele estava tentando se
segurar mas tudo o que ele queria fazer era quebrar. Ele não
podia, não com Trevon aparecendo sempre no apartamento
como um mau cheiro.

Quando soou uma batida na porta, seu coração disparou.


Será que era ela? Tinha que ser ela.

Era ela.

Ela tinha voltado.

Correu para a porta e abriu, quase arrancando as


dobradiças com a quantidade de força que usou.

O que viu afastou cada pingo de esperança que ele tinha.


Dois policiais estavam diante dele com expressão e
comportamento desagradáveis. Ele soube, imediatamente,
que algo estava muito errado. Seu sangue gelou e seus
pensamentos repetiram a mesma frase uma e outra vez.

Por favor, não me diga que aconteceu algo ruim com ela.
Por favor, diga que nada aconteceu com ela. Por favor...

Mas eles não estavam lá por ela.


Capítulo Cinco

Os dias passavam e o tempo tornou-se uma ilusão. Ele


estava escorregando pelas minhas mãos até que eu não
poderia diferenciar um minuto de uma hora. No início, minha
mente estava entorpecida pela repetição. No entanto, eu
nunca perguntei a Remy quando isso ia acabar. Quando ele me
deixava de manhã, eu sentia perda e solidão. Sentada sozinha
em um quarto durante todo o dia sem maneira de sair, minha
sanidade estava recuando, deixando-me pateticamente
carente e com falta de interação.

Eu fiquei louca.

Eu fiz tudo o que pude para passar o tempo. Eu li os


livros que ele me trazia, assistia a filmes até meus olhos
doerem, ouvi a música mais bosta de sempre... No início, eu
me ressentia profundamente. Tantas vezes eu queria gritar
com ele e perguntar por que estava fazendo isso comigo! Eu
sentava e ensaiava meu discurso; as maldições que vieram à
mente eram tão coloridas e dolorosas, eram palavras que você
não diria nem a seu pior inimigo.
Então, à noite, ele voltava... e eu estava viva novamente.

Eu esquecia todas as palavras bem escolhidas eu


colocava de lado por ele, porque se eu não o tenho, o que o
diabos sobra? Eu queria chegar mais perto dele; sentir a carne
de outro ser humano como um lembrete de que eu não estava
sozinha. A voz de Remy tornou-se música para os meus
ouvidos, e fecho meus olhos quando ele fala, às vezes, e
apenas ouço suas palavras profundas, sua voz. Elas me
acalmam e enchem a solidão com sua presença, e eu estava
me tornando dependente rapidamente.

O mundo exterior não parecia existir. Às vezes, eu não


ouvia nada em torno de mim por horas a fio. Eu fecho os olhos
e me lembro da sensação do vento contra o meu rosto, mas
nunca era suficiente.

Eu fiquei alheia. A tudo. Memórias não me consolavam


porque eu tinha revivido-as uma e outra vez. Eu tinha a opção
de falar para mim mesma, mas não estava naquele nível de
loucura... ainda. Nem mesmo o rosto de Jaxon trazia uma
agitação em meu peito, porque eu não podia lembrar da sua
voz, ou as linhas do seu rosto, ou a sensação de suas mãos no
meu corpo. Eu nem sequer sonhava com qualquer coisa.

A solidão é uma doença, e eu estava agarrando a única


coisa que eu tinha na época: Remy.
Noites frias na cama me empurravam para seu lado,
procurando seu calor. Ele nunca se afastou de mim, mas
nunca chegou mais perto também. Não que estivesse me
empurrando. Na verdade, foi o completo oposto. Isto era ele
me dando o poder. Para fazer o quê? Bem, eu já sabia. Ele me
queria, e ele estava esperando que eu fizesse a jogada.

Eu nunca fiz.

A realidade estava confundindo a merda sempre viva


fora de mim. Atração por outro ser humano não devia
acontecer dessa forma. Esta dependência de sua presença não
era saudável. Minha mente estava dizendo isso com muita
clareza e foi reconfortante saber que eu ainda tinha lógica
quando, às vezes, duvidava da minha sanidade.

No entanto, no meu coração, o assunto era


completamente diferente. Ele estava ansiando por contato
humano, anseio de ser cuidada e amada. A luta do meu
coração com a minha mente era exaustiva, e era o mais difícil
nas noites quando sentia o calor de um homem que queria me
controlar.

Quando fiquei muito desesperada, alimentei a ideia de


dar esse passo extra. Parecia fácil – muito fácil, realmente. Eu
poderia aceitar que era um Chacal. Eu seria bem-vinda no
clube ao seu lado, e seria a relação mais simples. Quando
penso em Remy, pessoalmente, não há nada remotamente
ruim sobre ele. Saiu de seu escudo, envolvido em conversas,
ouviu-me falar com interesse incansável. Ele escolheu estar
aqui comigo, quando poderia ir a qualquer outro lugar.

E não diminuiu o problema. Minha confusão estava


distorcendo a pouca lógica que eu era capaz de reter. Ele me
colocou aqui e eu senti... gratidão, quando ele veio ficar
comigo. Eu sabia que não deveria. Eu sabia que estava errado
e que a sua desculpa para me manter aqui era fraca, na melhor
das hipóteses. Apenas... eu não podia ajudar a mim mesma.

Eu odiava meus sentimentos. Eu odiava o quão rápido


eles foram crescendo e como impotente eu me senti com tudo.
Eu não poderia ficar longe dele para impedi-los de acontecer,
e não queria ficar longe também. Eu não queria ficar sozinha.
Eu estava tão cansada de estar sozinha.

Mas, ao mesmo tempo, eu não confiava em mim. Eu não


faria nada com ele – disto eu estava muito certa.

Jaxon. Jaxon. Jaxon. Minha mente só repetia seu nome em


tempos de crise, disparando por puro instinto. Ele era uma
oração em meus lábios.

Jaxon. Jaxon. Jaxon.

*****
"Onde você nos vê daqui a dez anos?", Eu lhe perguntei
na primeira noite no nosso apartamento em Winthrop.

Estávamos nus e exaustos depois de um dia de batismo


da cama – a cama que era a nossa única mobília no
apartamento. Não me importava nem um pouco estar dentro
de um apartamento vazio com a única peça de mobiliário
debaixo de mim. Eu estava tão feliz de estar com ele!

"Você debaixo de mim e eu dentro de você", ele


respondeu sonolento com um beijo preguiçoso no meu
ombro.

Eu o cutuquei com o cotovelo e tentei mudar a nossa


posição, mas ele me segurou com o braço em volta da minha
cintura, e não permitiu.

"Estou falando sério", eu disse. "Onde você nos vê daqui


a dez anos?"

Ele respirou fundo e se moveu, saindo do seu estado


sonolento.

“Você está querendo alguma resposta clichê? Porque é


tudo que eu vou dar, pequena."

"Eu quero a sua honestidade."

Silêncio.
Então, "Eu nos vejo casados. Vejo sua barriga de quatro
filhos meus. Eu estarei careca do estresse de ter quatro filhos.
Nós estaremos dirigindo a van da família mais emocionante
que você já viu em sua vida, levando as crianças para a escola,
deixando a pequena em sua aula de balé e o pequeno Jax no
boxe – porque não é meu filho se não está aprendendo lutar."

"Nós estaremos em uma casa de bom tamanho. Cada


criança terá seu próprio quarto. Você e eu teremos um quarto
principal com nosso próprio banheiro privativo, porque as
crianças vão deixar manchas de merda sobre os banheiros. E
eu não vou sentar-me em manchas de merda a menos que elas
sejam minhas. Vou trabalhar em algum trabalho de merda,
mais provável. Você estará fazendo o que ama, eu espero. De
qualquer forma, vamos estar em casa a tempo para o jantar,
porque se há uma coisa que mamãe me ensinou, é sempre ter
tempo para a família, pelo menos uma vez por dia.

"Então nós vamos colocar as crianças na cama


relativamente cedo, e vão, provavelmente, nos odiar por isso e
secretamente ficarão acordados. Nesse ponto, nós iremos
para nosso quarto onde vamos continuar a foder como
coelhos. É isso, e chamo isso de uma maldita boa vida daqui a
dez anos."
O silêncio encheu o quarto por um longo minuto. Eu
refleti sobre suas palavras, segurando minha boca para
esconder meu sorriso igualmente vertiginoso.

"Feliz com isso?", Ele perguntou então, traçando círculos


ao longo do meu estômago com as unhas.

"Feliz por você achar que vou ser gorda?"

Ele riu alto. "Estou feliz por você se concentrar no menor


detalhe."

"Não é o menor. É um detalhe bem grande, se você me


perguntar."

"Você precisa de um pouco de peso, querida. Eu vou


desfrutar da sua feminilidade. Eu vou ficar pior. Se você ainda
não ouviu, eu vou ficar careca."

Eu trouxe minha mão para a parte de trás da minha


cabeça, onde ele estava descansando seu rosto e puxei seu
cabelo. "Não tenho certeza que eu poderia ficar com você, se
estiver careca."

"O cabelo tem que ir em algum momento,


independentemente. Eu não posso manter longo para
sempre."
"Agora você está quebrando meu coração. Eu não quero
que você o corte."

Ele beijou a minha mão enquanto eu acariciava sua


bochecha. "Não se preocupe. Vai ficar o tempo que seu
coração quiser, pequena."

"Bom." Me movi para cima e dei-lhe um beijo rápido nos


lábios. "Estou feliz que você pode nos ver como uma família.
Eu sempre pensei..." Eu parei, sem saber como dizer o que
estava pensando.

"Você sempre pensou o quê?"

"Como você não tem um pai por perto... Eu sempre


pensei que você não gostaria de ser pai."

Eu olhei para seu rosto, cuidadosamente. Eu não queria


perturbá-lo. O tema de seu pai nunca foi algo que ele gostasse
de tocar.

"Ter um pai que enganou e abandonou minha mãe antes


de eu nascer, é incentivo suficiente para eu ser o melhor pai,
quando for o tempo, Sara", explicou com um sorriso suave e
tranquilizador.

Eu balancei a cabeça. "Fico feliz."


"O mesmo vale para você. Você teve a infância de bosta
com o pior pedaço de merda de pai que já vi e uma mãe que se
preocupava mais com ela e o álcool do que com sua própria
filha. Tem certeza que que não deixou você com cicatrizes?"

Eu balancei minha cabeça com firmeza. "Não. O modo


como eles me trataram nunca vai afetar quem eu sou. Eu não
sou como eles e eu nunca o serei."

Eu tinha certeza disso, quando lembrava cada coisa ruim


que fizeram para mim. As palavras que eles diziam, sempre
me culpando e me odiando, e me chamando de destruidora de
vida. Quando cresci, eu percebi que minha mãe era jovem
quando me teve, e ela tinha sofrido com uma gravidez
porcaria que resultou no meu nascimento prematuro. Mesmo
sem fazer nada de errado, fui chamada ‘pequena coisa com
defeito de nascimento”.

Nenhum filho meu iria sentir a dor mental que essas


palavras criavam.

Eu virei minha cabeça e a descansei nos braços de Jaxon,


sentindo seu calor de proteção e sabendo que eu nunca iria
ser maltratada por ele.

*****
Senti a mão de Remy se movendo ao longo do meu
quadril e, em seguida, alguns fios de meu cabelo foram
afastados do meu rosto e colocados atrás da minha orelha.
Meu primeiro pensamento coerente, na agitação do meu
sonho, foi como era estranho ele me tocando pela primeira
vez.

Eu conhecia bem suas mãos. Eu tinha procurado por elas


mais vezes do que posso contar no meio da noite. Elas eram
sempre quentes e suaves, não o que eu esperava de um
grande Chacal como ele. Eu poderia colocá-las em qualquer
lugar do meu corpo e tinha calor garantido – e não, ele nunca
colocou em qualquer lugar íntimo.

Minha pele sentiu seu calor e o espalhou da cabeça aos


pés.

A mão agora tocou minha clavícula e, em seguida,


arrastou-se pelo meu pescoço. Senti um frio estranho e meu
coração saltou imediatamente.

Não era a mão de Remy.

Instinto me fez abrir a boca para gritar. Nada saiu.

Áspera tensão pressionada contra o meu pescoço, e eu


tentei empurrar meu corpo para ficar longe dele. Ele estava
olhando para mim – um homem grande e pesado, com olhos
azuis pálidos e uma espessa barba castanha. Eu nunca o tinha
visto antes em minha vida, e ele estava aqui, dentro do
bunker, tentando me matar.

Onde está Remy? Eu não conseguia ver nada, exceto o


rosto redondo a minha frente e suas roupas negras a
centímetros do meu rosto.

Vou morrer! É como eu vou morrer.

A dor explodiu em volta do meu pescoço, a minha


respiração estava cortada até que o meu peito apertou
dolorosamente. Minha visão ficou embaçada e um véu de
escuridão começou a se formar em torno das bordas.

Tudo o que eu queria fazer era gritar, chorar e implorar


por misericórdia, mas esse homem tinha a intenção de me
matar, e eu estava parando de lutar. Se a morte era inevitável,
eu posso aceitá-la.

Eles dizem que a vida passa diante de seus olhos antes


de morrer. Besteira, ou talvez eu não estivesse tão perto
quanto eu pensava. Mas uma coisa apareceu como um flash a
minha frente, e era o rosto de Jaxon. Gostaria que ele soubesse
que sempre o amei. Eu queria que não tivesse que acabar
assim... É chocante quanto o pensamento pode se estender
por um segundo no tempo; remorso me inundada em todas as
coisas horríveis que eu tinha feito, e então a dor em saber que
nunca teria a oportunidade de corrigir os meus erros. Sinto
muito, eu ficava pensando, me desculpe. Eu nunca fiz isso
direito.

A pressão imediatamente foi tirada de mim, e na


vertigem, a sala girou repetidamente enquanto eu abri minha
boca tanto quanto possível e inalei a maior quantidade de ar
que pude. Profundas respirações entraram e, em seguida, para
fora e para fora, uma e outra vez até que os meus sentidos
estavam de volta e eu podia ouvir os sons de grunhidos
pesados apenas a alguns passos de distância.

Visão manchada, eu pisquei rapidamente e sentei-me,


olhando com horror como o corpo molhado e nu de Remy
atacou o homem. Era uma luta desigual – o assassino era tão
grande, que tinha Remy preso por seu pescoço e o bateu
contra a parede. Em pânico e medo assisti como uma covarde,
à margem, esperando o resultado.

Que porra você está fazendo?! Levante-se!

Levante-se!

LEVANTE-SE!

Eu praticamente caí fora da cama. Minhas pernas


estavam moles, incapazes de funcionar adequadamente.
Adrenalina e tremores fundidos num só, e eu me vi pulando
nas costas do assassino. Minhas mãos arranhando
descontroladamente o seu rosto, e um de seus braços soltou o
pescoço de Remy e agarrou-me por trás, puxando e
arrancando meu cabelo.

Gritei de dor, mas continuei cavando meus dedos em seu


rosto. Ele rosnou alto e abruptamente me puxando para o seu
lado, me derrubando de suas costas. Eu colidi com o espelho
oval no canto da sala e ele caiu. Dor irrompeu do meu quadril.

Eu ajudei o suficiente para soltar os braços do assassino


contra o pescoço de Remy. Ele estava esmurrando agora, e
eles ainda estavam caindo ao redor, grunhidos pesados no ar,
punhos contra carne. Que porra eu poderia fazer a não ser
tentar novamente? Eu, dolorosamente, voltei e saltei para
cima dele, gritando loucamente quando cravei minhas unhas
em seu rosto novamente. Uma delas entrou em seu olho e eu
podia sentir uma sensação mole e molhada enquanto
continuei a arranhá-lo.

Ele gritou e recuou vários passos. Mãos frias agarraram a


minha e puxou para fora de seu rosto. Uma força bateu contra
ele e caímos. Ar escapou de mim quando caí no chão de
cimento com ele em cima. Eu mal podia respirar e me agitava
freneticamente debaixo dele, procurando mais uma vez por
ar.

Eu vi Remy sobre ele, levantando-o para uma posição


sentada. Havia um pedaço de espelho em sua mão. Eu me
afastei quando ele cortou profundamente a sua garganta.
Ruídos guturais altos saíram do assassino, e fechei meus olhos
enquanto Remy continuou a trabalhar o espelho em seu
pescoço, de orelha a orelha. O olhar em seu rosto me gelou até
os ossos – a contração de seus lábios, a raiva em seus olhos, a
calma com que ele comandou o pedaço de espelho que estava
usando para matar.

Sangue se espalhou por toda parte; sobre seu corpo e


sobre o meu. Eu nem estava ciente de que eu ainda estava tão
perto até que Remy o soltou e ele caiu alguns centímetros
perto de mim, e um rio de sangue fluía de sua cabeça quase
decapitada.

Isso não foi como Brett.

Um rio de lágrimas me escapou. Tremores selvagens da


cabeça aos pés, olhos arregalados como pires agora, tendo
essa visão diante de mim – de um homem que levou meros
segundos para morrer nas mãos do homem que eu busquei
calor toda a noite.
"Pare de olhar'", veio a voz de Remy.

Braços em volta de mim, me pegou e levou para o


banheiro. Olhei sobre seu ombro, para a poça de sangue e ao
inanimado homem pálido caído de lado.

Morto.

"Pare de olhar, Sara," Remy repetiu.

Ele se sentou no assento do vaso sanitário e me embalou


em seu peito, mas eu não estava nem aí para senti-lo. Minha
mente há muito tempo separada do meu corpo;
autopreservação total me dirigindo para longe do horror. Eu
não podia sentir. Eu precisava de dormência, usando-a
desesperadamente para manter o choque distante.

Eu não percebi sua reação. Embora ele estivesse


calmamente me segurando, eu ouvi os frenéticos movimentos
e senti o tremor de seus ombros. Abri os olhos e procurei o
barulho. Era ele enxugando vigorosamente o sangue de suas
mãos com papel higiênico. Sua pele parecia crua do quão duro
ele estava esfregando o sangue endurecido entre as dobras da
sua pele. Eu podia ouvir sua respiração instável ecoar no
banheiro.
Depois de um tempo, ele parou. Imaginei que ele não
quisesse tirar o sangue em mim, mas eu estava coberta com
isso. Isso era estranho.

"Olhe para mim", ele disse então, em voz baixa. Ele me


afastou de seu peito e trouxe uma mão para meu queixo,
levantando-o até encontrar seus olhos. Ele olhou nos meus
por algumas batidas e me balançou levemente "Sara, olhe
para mim. Pare."

Eu estava olhando através dele, e ele sabia disso. Após


alguns momentos, ele me trouxe de volta em seu peito e me
segurou com força contra ele. Eu enterrei meu rosto em seu
peito, agarrando tão apertado quanto eu podia em torno de
seus braços.

"Ele se foi. Você está bem agora, Birdy. Você está bem.
Não pense sobre isso. Não pense sobre isso. Acabou. Está
feito." Ele continuou dizendo essas palavras para mim, como
se a qualquer momento elas pudessem me tirar do torpor.

Não funcionou. Eu estava me perdendo muito


rapidamente.
Capítulo Seis

Ele queria me manter no banheiro enquanto limpava a


cena, me disse para não sair não importa o houvesse. Quando
ele tentou sair, eu o agarrei como se fosse uma extensão
minha. Em pânico, lhe disse para não ir. Que eu precisava dele.
Que ele não poderia me deixar.

"Eu preciso de ajuda para resolver isso, Birdy. Dê-me


quinze minutos para fazer uma chamada..."

"Não! Você não pode me deixar!" Não, não, não. Ele não
podia ir. Ele me acalmava. Mantendo os maus pensamentos a
distância. Se ele saísse, eu sentiria o choque do que aconteceu
e perderia toda a sanidade.

"Birdy."

"Você não vai me deixar!" Eu gritei em seu peito e cravei


minhas unhas em seus ombros, recusando-me a ceder sobre
este assunto.
Ele exalou profundamente e acariciou meu cabelo. "Tudo
bem", ele finalmente disse. "Mas você vai fechar os olhos. Você
entendeu? Você não vai abri-los."

Eu balancei a cabeça freneticamente. Tudo o que ele


quisesse eu faria. Apenas... apenas... "Só não vá."

Ele me levou de volta para o quarto e se abaixou para


pegar o que senti como roupas. Eu não tinha parado para
pensar que ele ainda estava nu. Qualquer pessoa agradável lhe
teria permitido um pouco de privacidade para se trocar. Mas
fodam-se as pessoas agradáveis. Ele poderia se trocar comigo
agarrando-o como uma videira. O homem era capaz o
suficiente.

Eu mantive meus olhos fechados, mesmo quando saímos.


A luz da aurora perfurando através das minhas pálpebras e,
quando finalmente olhei, assisti árvore passar por árvore. Ele
estava me levando através de um pesado arbusto, passando
por cima de grandes galhos caídos. Olhei para o chão e vi uma
folha fina de geada que o sol logo iria derreter. Esta foi a
minha primeira vez ao ar livre desde... desde... bem, quanto
tempo agora? Quatro semanas? Eu estava finalmente
respirando ar fresco, sentindo o vento contra mim, e o frio do
inverno rapidamente me reduzindo a arrepios nos braços
fortes de Remy.
Ele pisou em uma estrada de terra dura e foi ladeira
acima até que eu vi uma caminhonete branca. Ele destrancou
as portas, me acomodou no banco do passageiro e prendeu o
cinto de segurança. Ele recuou e, em seguida, congelou com os
olhos presos no meu pescoço. Seus dedos suaves e quentes
tocaram em torno de minha garganta. Eu tinha começado a
conhecer Remy muito bem. Eu podia ler a expressão em seu
rosto. Era tristeza.

"Você está ferida", ele disse calmamente. Senti o calor de


sua respiração no meu rosto.

Ele estava sem camisa, vestindo apenas seu jeans e


sapatos sem as meias. Eu realmente deveria ter deixado ele se
vestir adequadamente. Oh, que moça necessitada me tornei.

"Você também está", eu sussurrei.

Havia hematomas por todo seu peito tatuado e


estômago, e respingos de sangue ao redor de seus cotovelos e
braços. Não é seu sangue, Sara.

"Isso não é nada, Birdy".

Ele recuou e fechou a porta, andando para o lado do


motorista. Quando ele entrou, ligou o aquecedor e o carro.
Poucos segundos depois, nós estávamos indo... e eu sabia
exatamente para onde estávamos indo.
*****

É claro que eu nunca tinha estado dentro do clube. Ao


crescer, as crianças falavam sobre isso aos sussurros,
inventando histórias de horror que me fizeram olhar para o
prédio preto como se fosse uma mansão assombrada.

"Uma vez que você está dentro, nunca vai sair", eles
diziam.

Minha imaginação selvagem conjurou todos os tipos de


cenas assustadoras. Eu pensei em fantasmas e monstros, e
vítimas gritando em agonia, amarradas e torturadas. Sim, eu
era uma garota muito perturbada. É apenas o MC que não
representava nada de bom. Eles eram um símbolo do medo e
poder. Nem mesmo a polícia fodeu com eles. Gosnells era
como o oeste selvagem, exceto qe nossos cowboys
eram motoqueiros com um temperamento realmente
desagradável.

Em seguida, após a noite nos balanços com Remy, eu


havia me tornado intrigada. Você só podia ver a estrutura do
edifício quando estava na porta. Em qualquer outro lugar
havia uma parede de 3 metros de altura a sua frente. Às vezes,
eu ficava longe o suficiente, no meio da estrada, olhando o
último andar. O silêncio no meio da estrada em torno dessa
área era sinistro, o que aumenta ainda mais minha
curiosidade.

E agora aqui estamos nós, às portas, com uma câmera


olhando diretamente para nós. Depois de Remy ter
pressionado um botão e olhado diretamente para a lente, os
portões se abriram. Nós não tinhamos dito uma palavra desde
que entramos no carro, e a viagem foi de quarenta e cinco
minutos de silêncio tenso. Olhei para ele, muitas vezes, em
busca de algum tipo de garantia de que tudo ficaria bem. Não
me ofereceu nenhuma, e minha dependência por ele
continuou a subir. Qual era o meu maldito problema?

Ele estacionou o carro ao lado da entrada do clube.


Motocicletas estavam posicionadas em uma linha ao nosso
lado, juntamente com alguns carros de primeira linha. Saímos
do carro e Remy me pegou pela mão, orientando-nos para a
entrada. Esse contato físico foi o primeiro desde o bunker, e
me senti empurrando contra seu lado para mais de seu toque.
Eu estava incrivelmente ligada a ele.

Na luz da manhã, ele parecia pior do que eu percebi. As


contusões eram enormes, decorando seu torso em tons de
vermelho. E um visível inchaço estava começando a se formar
sob seu olho direito.
Na entrada era necessário um cartão-chave. Ele deve tê-
lo deixado para trás porque acabou batendo asperamente na
porta com o punho. Demorou alguns minutos antes que ela se
abrisse. Um homem alto e gordo, com o cabelo cinzento e
longo e uma igualmente longa barba cinzenta apareceu, olhos
grogues e irritados.

No segundo que seus olhos caíram sobre Remy, a


carranca que ele usava saiu.

"Que porra aconteceu com você, Reap?" Sua voz era


única; o tipo de som áspero que lembrava de dobradiças
enferrujadas. "Vi você pressionar o botão no portão e agora
você está aqui de pé parecendo um vagabundo espancado."

"Merda veio abaixo, Barge. Tenha os homens juntos


agora." As palavras de Remy não admitiam argumentos. O
homem imediatamente saiu correndo, e nós seguimos para
dentro.

Eu fui para a sala grande quando Remy me guiou. Havia


um enorme bar no canto e, em seguida, um enorme salão,
onde vários grandes sofás estavam situados na frente de uma
tela de televisão enorme. Dois homens estavam em um sofá e
uma mulher meio nua dormia no tapete de pelúcia no chão ao
lado deles.
Garrafas de bebida espalhados pela área em torno deles.
Uma mesa de bilhar e várias outras mesas redondas situadas
no outro lado. Fichas de jogo e cartões estavam nas mesas
junto com mais garrafas de cerveja vazias e restos alimentos.
Esta sala inteira parecia ser a área de entretenimento,
fedendo a cigarros e álcool.

Atravessamos o salão e caminhamos por um amplo


corredor, passamos por escritórios e salas fechadas. Remy me
levou até uma longa escada para um segundo andar, onde
mais intermináveis portas fechadas estavam. Eu,
distintamente, ouvi sons abafados de gemidos e o ranger de
uma mola na cama de um quarto. Olhei Remy com o canto do
meu olho. Os sons não pareciam perturbá-lo.

Ele abriu a última porta e me fez entrar. O cheiro de seu


perfume me bateu duro. Estávamos em seu quarto e era
enorme. Não havia nada de interessante sobre isso, lembre-se,
apenas o essencial para um homem que ia para o seu quarto
apenas para dormir e trocar de roupa.

"Vá para a cama, Birdy", disse ele, me empurrando para


sua cama king size. "Você precisa descansar um pouco depois
desta manhã."

Ele tentou largar a minha mão, mas eu segurei mais


apertado. Olhei para ele com olhos irritados e disse:
"Você está me deixando aqui, não é?"

Ele me olhou, percebendo minha ansiedade com


sobrancelhas e lábios apertados. "Sente-se, Sara."

Notei que ele só dizia meu nome em momentos graves. O


resto do tempo era Birdy. Eu fiz como me disse e me sentei na
beira da cama. Ele se ajoelhou na minha frente até que
estávamos cara a cara. Havia conflito naqueles olhos.

"Eu deixei você cair", ele começou, olhando para minha


garganta enquanto falava. "Eu queria mantê-la segura no
bunker, não ter você nas mãos de um homem para te
estrangular até a morte".

"Mas você parou. Você me salvou."

"E se eu não tivesse saído do chuveiro, eu não teria


parado. Eu nem, porra, sei porque fiz também." Ele balançou a
cabeça com amargura. "Se eu tivesse chegado um minuto mais
tarde..."

"Mas você não chegou tarde," eu interrompi. "Então, qual


é o ponto desses ‘ses’?"

"O ponto é que nunca deveria haver ‘ses’, Sara. Eu


deveria ter te colocado aqui, em vez disso. Pelo menos aqui
você está sob a proteção de todos os chacais e não só a minha.
Eu estava sendo egoísta. Eu queria você para mim e não
pensei. Realmente, porra, estúpido da minha parte."

"O ataque não foi culpa sua. Pare de falar como se fosse.
Você não é responsável pelo que aconteceu."

Embora ele não acreditasse em minhas palavras, acenou


com a cabeça. "Sim, bem, agora é minha responsabilidade
descobrir quem fez isso com você. Isso significa que preciso
de você aqui. Preciso que você descanse para que eu possa
falar com os rapazers. Eu tenho que descobrir essa merda lá
fora com eles. Entendeu?"

Eu não respondi. Ele pegou minha mão e apertou-a com


força. "Birdy, tenho que fazer isso."

"Então, deixe-me ir também. Eu não quero ficar sozinha."

"Você não pode. Negócios do clube de merda. Você tem


que respeitar isso agora que está aqui."

Com o coração pesado, finalmente concordei. "Certo."

"Ok. Volto em breve. Isso é uma promessa."

Quando ele soltou a minha mão, se levantou e me levou


para a cama. Me acomodei para descansar a cabeça no
travesseiro. Ele agarrou os cobertores e os jogou em cima de
mim.
"Descanse um pouco, Birdy".

Eu o assisti sair e pensei: Por que eu sinto como se fosse


feita de vidro? Eu estava com tanto medo, maldição. Olhei
para o quarto e tentei ouvir sons de qualquer lugar. Inferno,
eu ficaria feliz em ouvir as pessoas fazendo sexo no corredor
se isso significasse escapar do silêncio. Porque o silêncio
significava estar sozinha, e eu não poderia lidar com isso.

*****

Milagrosamente, eu adormeci. Sem lágrimas derramadas,


tampouco. Ainda anestesiada pelo que aconteceu, eu fiquei
feliz por escapar do choque. Eu não podia suportar o silêncio
em torno de mim. Não podia ficar me ouvindo respirar. Era
como estar no bunker de novo. Eu precisava do calor de
Remy, porque as imagens de sangue, repetidas em minha
cabeça, me deixava fria até os ossos.

Os gritos me acordaram. Minhas mãos estavam suadas,


meu coração estava disparado... Que porra era essa agora? O
medo tomou conta de mim quando a porta se abriu, de
repente. Sentei-me, quando uma morena entrou no quarto
como uma tempestade, com tanta raiva que deixaria
um brutamontes com vergonha.
"Você é uma porra de um erro!" Ela gritou, apontando o
dedo para mim. "Onde quer que você vai, porra, você faz uma
bagunça de merda! Agora é meu irmão?! Faça-nos um favor e
apenas, porra, morra já! Se você acha que vai mandar outro
irmão para longe de mim, puta, vai ter outra coisa chegando!"

"RITA!" A veemência da voz de Remy me assustou. Ele


correu para o quarto com o olhar de ira em seu rosto e tentou
agarrá-la. Ela se esquivou dele e deu alguns passos para trás,
continuando a apontar para mim enquanto se virou e olhou
para ele.

"Você, porra, não fez nosso irmão ser enterrado por


causa dela?! Esta cadela aqui?! Por que você sempre a colocou
em primeiro lugar? Sempre! Esta porra de obsessão tem que
parar! Ela é ruim para você, Remy! Joanne também disse. Ela é
nada mais do que uma pequena cadela horrível. Por que você
acha que Joanne não queria nada com ela?!"

"Cale a boca, Rita," Remy retorquiu.

"Não! Se sua mãe não a queria, por que diabos você


quer?! Ela vai arruiná-lo, Remy..."

"FECHE ESTA PORRA DE BOCA, RITA!" Ele agarrou-a


pelo braço e arrastou-a para fora do quarto. Seus gritos foram
ouvidos muito tempo depois que ela saiu.
"Ela nunca quis você, mesmo quando ficou melhor! Você
vai ser arruinado Remy!"

Remy fechou a porta. O caos continuou a se desenrolar


no corredor mais alguns minutos. Em seguida, outras vozes de
homens dizendo-lhe para "calar a boca" ou que eles fariam
isso por ela. Eu poderia dizer que ela estava sendo arrastada
porque os gritos ficaram mais distantes a cada segundo.

Remy estava de costas para mim, de frente para a porta


ainda, fazendo absurdamente longas respirações. Ele não
estava mais sem camisa e agora estava vestindo uma camisa
lisa branca que enfatizava sua pele bronzeada. Quando ele,
finalmente, se virou para mim, vi remorso naqueles olhos.

"Sinto muito sobre minha irmã", ele pediu desculpas.

Dei de ombros passivamente. "Não posso ajudar.


Presumo que ela descobriu sobre..."

Ele assentiu. "Sim, estava sendo a cadela intrometida que


ela é."

"Então ela, obviamente, cuida de você."

Ele se aproximou e sentou-se ao meu lado. "Ela exagera o


tempo todo, diz coisas que não sabe. Não leve isso a sério."
Eu não tento esconder o ceticismo no meu rosto. Eu
levanto uma sobrancelha para ele. "Vamos, Remy. Pare de me
sacanear. Eu confio em você e quero que seja honesto comigo.
Sem honestidade, não há nada."

Ele lambeu os lábios vermelhos e, por um segundo, me


lembrei de um outro homem que fazia o mesmo.

"O que você quer saber?", Ele perguntou


cuidadosamente.

"Ela está dizendo a verdade, não é? Sobre a minha mãe


não me querer."

Após alguns segundos, meticuloso, ele acenou com a


cabeça. "Sim."

"Ela disse por quê?"

Ele balançou a cabeça novamente. "Ela... ela disse que a


lembrava do mau em sua vida. Mesmo depois de ficar limpa,
ela ainda via você como o mal."

Eu já não podia disfarçar o desgosto. Eu não quero sentir


nada. Estava no meu limite. Descubra as respostas e lide com
elas.

"Por quê?" Ele sabia o porquê. Ele estava contornando


magistralmente.
Sem me olhar nos olhos, ele suspirou e disse: "Você foi o
produto de um estupro, Birdy. O clube colocou o homem que
fez isso com ela no chão, mas... ela nunca superou. Ela teve
depressão pós-parto depois do parto prematuro, e todo
mundo achou que ela ia ficar melhor com o tempo. Ela não
ficou. Seu pai tentou tudo por você, tentou mostrar que ela
estava colocando a culpa em alguém inocente. Rita se virou
para Norman porque ele se incomodava com você. Isso a fez
sentir que tinha todo o direito de te odiar, porque ele também
odiava."

Risque o que eu disse sobre a falta de espaço para


quebrar o coração. Porque meu coração se partiu. Mais. Em
pedaços irregulares em meu peito. Eu mordi meu lábio, mas
uma lágrima surgiu do meu olho e caiu desajeitadamente
minha bochecha. Eu rapidamente limpei, não aceitando essas
lágrimas repentinas. Eu enfrentei uma quase experiência de
morte e ainda assim estava toda emocional sobre isso? Eu
tinha alguns problemas psicológicos graves.

"Continue," eu exigi baixinho.

Ele exalou hesitante. "Sara..."

"Continue, Remy."
"Quando ela ficou limpa, sabia que tinha tratado você de
forma errada. Como eu disse, apenas disse a Rita que era uma
reação exagerada. Ainda assim, Joanne não queria ter nada a
ver com você. Queria apenas lembranças de quando você era
um bebê, antes que você percebesse tudo. Sua mãe estava
muito fodida, Sara. Ela era muito volátil."

"Por que ela queria que você cuidasse de mim, então?"

"Ela devia isso a você. Queria que você não precisasse


lutar. Havia amor ali, eu tenho certeza. Ela apenas... Ela
simplesmente não podia olhar para você como uma mãe
olhava para seu filho. Essa é a verdade, porra."

"E qual é a verdadeira razão que você nunca entrou em


contato comigo depois que ela morreu?"

Ele ficou tenso. Ele ficou surpreso que eu percebi sua


mentira. "Ela... Ela tirou você de seus contatos de emergência.
Deixaram tudo para... para Rita. Eu queria que você soubesse.
Não acho que foi justo da parte dela fazer isso com você.
Pensei que quebraria você mais do que a morte."

"Oh." Meus temores foram confirmados. Ela estava ligada


a Rita e não queria nada comigo. Deixaram tudo para ela. E
eu? Eu fui deixada com nada. Como uma pessoa poderia lidar
com esse tipo de notícia?
No fundo do meu coração eu sempre soube que ela
nunca me amou como uma mãe amava seu filho. Eu,
realmente, tentei me convencer de que o seu alcoolismo
distorceu suas emoções e a tornou fria e insensível. Não foi.
Agora eu sabia. Ela havia sido estuprada e ficou comigo. O
trauma deve ter sido extenso, se ela nunca foi capaz de olhar
para mim como se eu fosse parte dela. Isso explicava muito,
agora que eu refleti sobre minha infância.

"Eu gostaria de ficar sozinha", eu sussurrei.

Tempo para bater e queimar. Para ver o quão forte eu


realmente sou. Para parar esta dependência estranha que eu
tinha desenvolvido por Remy. Fugir de emoções nunca
funcionou. Elas me pegavam em algum momento, e se isso ia
me mudar para sempre, então... bem, o que diabos eu tenho a
perder de qualquer maneira?
Jaxon

A mensagem de texto foi uma dádiva de Deus. Ele estava


perdendo a cabeça. Ele precisava estar de volta no topo.
Sentado no degrau da casa de sua mãe, ele leu o texto uma e
outra vez até que sua mente não podia mais aguentar.

Houve um ataque a ela. Direcionado explicitamente para


sua morte. Ela está segura de volta no clube. R não vai deixá-la
fora de sua vista. Ela não vai a nenhum lugar tão cedo. Você
tem pouca chance de vê-la. Ela se agarrou em cima dele, e fica
sozinha poucas vezes. Desejaria lhe dizer mais, mas todo
mundo está no escuro.

Um ataque? Jaxon segurou o telefone tão apertado que o


canto da tela rachou. Inalou bruscamente, tentando acalmar
cada célula de fúria em seu corpo. Se Damien não tinha sido
capaz de descobrir onde Remy escondeu ela, como diabos
esse assassino contratado pode fazê-lo? Algo não estava certo
e ele precisava descobrir o quê.

Ele passou as mãos pelo cabelo e, em seguida,


rapidamente respondeu.
Eu preciso que você faça algo.

*****

Jaxon descansou no apartamento de volta em sua cama


de espessura de duas polegadas, olhando para o teto de
cimento degradado.

Eles o chamavam "Fish"; uma palavra depreciativa que


era dada aos novos prisioneiros. Ele nunca se sentiu tão
sozinho em sua vida.

Como diabos sua vida virado para isso? Seu peito parecia
que tinha passado pela porra de um triturador. Ele olhava
para a escuridão e tudo o que podia ver era o rosto dela. Por
que ela fez isso? Por quê… Por que ela foi embora? O que ele
fez de tão errado? Ele esfregou o rosto e fechou os olhos que
ardiam.

Ele não deveria ter deixado ela naquela noite. Deveria ter
ficado e fechado a sua porra de boca e deixá-la ter sua fúria,
desde que isso significasse que ele podia segurá-la. Ele não
deveria ter empurrado, não deveria ter exigido que ela falasse,
não deveria ter incitado...

Seu corpo estremeceu quando lutou para suprimir a dor.


Ele não deveria ter saído. Se ele tivesse ficado...
De alguma forma ele sabia que nada disso teria
acontecido se tivesse ficado, merda!

Agora olhe para ele: um patético ninguém se agarrando a


uma menina que não se preocupou em ver como ele estava
uma única vez, e ainda estava usando-a como uma forma de
força para sair deste maldito lugar de merda.

"Você já ouviu falar dela?" Ele perguntou a Lucinda, na


sala de visitas.

Lucinda balançou a cabeça. "Não, Jaxon. Eu não ouvi."

Ela o observou cerrar os punhos com força com um olhar


perturbado no rosto. "Você vai me contar o que aconteceu?"

Suprimindo a dor, ele balançou a cabeça. "Eu nem sei o


que aconteceu, mamãe. Eu nem mesmo sei, porra. Ela vinha
agindo de forma estranha nos últimos meses. Estava falando
sobre ser independente e essas merdas. De repente, eu estava
sempre no seu caminho, e então ela começou a me acusar de
merdas, como se não confiasse em mim. Eu tentei, mãe. Eu
realmente tentei, porra."

Lucinda não respondeu por alguns momentos. De


repente, ela parecia para baixo por alguma coisa; uma
memória, talvez.
"Se você ouvir dela", disse Jaxon, parecendo mais
desesperado do que pretendia, "Por favor, mamãe, avise-se.
Diga-lhe para vir me ver. Por favor."

"Claro que vou, Jaxon. Claro."

Mas sua mãe sempre voltava sem nenhuma palavra dela


e um aceno de cabeça que tinha seu coração lutando. Ele
estava caindo em um poço sem fundo. Ele nunca se sentiu tão
desesperado, trancado quando poderia estar lá fora
procurando por ela. Algo aconteceu com ela? Porra. Aquele
era o pior pensamento que ele poderia ter.

Ele tinha que se concentrar no agora e no que precisava


ser feito nessas paredes. Ele tinha que agir rápido.

Eles eram piranhas e estavam indo para a festa em cima


dele.

Ele era, virtualmente, impotente e tinha tentado todos os


dias manter a si próprio. Infelizmente, para o bom peixe, ficar
sozinho não era algo que os condenados estavam
interessados. Um dia ele teve o rosto esmagado tão ruim que
não podia ver com seu olho direito durante seis dias, e a pior
parte era que não sabia quem tinha feito aquilo. Ele tinha
saído de trás na sala de tanque, onde a multidão de presos não
fizeram nada, exceto começar um motim.
Ele sabia desde o início que, para sobreviver a isto,
precisava ser parte de uma gangue. Eles estavam por toda
parte e tinham algo que ele estava desesperado para obter:
poder e proteção.

Mas antes que ele pudesse se juntar ao grupo, precisava


provar a si mesmo. E com a infância que teve, onde lutas eram
a norma, sabia que a única maneira de sair vivo era incutir a
mesma atitude dura de violência.

Ele tinha que ser um lutador.


Capítulo Sete

Passei dois dias trancada no quarto de Remy, de braços


cruzados olhando para o teto como se fosse fascinante e não
era. Não conseguia comer, o que levou Remy ao limite. Ele
estava constantemente colocando pratos de comida na mesa
de cabeceira, mas eu não podia engolir uma mordida.

Depois de dois dias de solidão, eu surgi como uma


marmota fora de seu buraco e para o luz do dia. Os
motoqueiros tinha se aglomerado em torno da área do bar
conversando sobre carros e o "moradores enganadores" que
precisam ser colocados para fora.

Remy estava na parte de trás, em silêncio, olhando para


uma loira pequena ao seu lado. Ela estava dizendo algo e ele
estava olhando para ela, vagamente interessado. Eu conhecia
esse olhar. Era o eu-realmente-não-dou-a-porra-sobre-que-o-
você-está-dizendo-mas-eu-sou-muito-bom-para-dizer-isso-
na-sua-cara. Remy era um cara doce quando não estava
fazendo buracos de bala em sua cabeça.
Eu gostei como ele rapidamente se animou quando me
viu aproximar. Eu estava hesitante no início, não querendo ser
intrusiva. Eu não sabia os meus limites aqui.

A julgar pela feliz surpresa nele, eu diria que estava tudo


bem. Ele acenou para ir para ele e eu fiz, parando perto. A
pequena loira estava chacoalhando como se pisasse em pneus
e, em seguida, parou abruptamente quando reparou em mim.

"Você está fora de sua caverna," Remy afirmou com a


sombra de um sorriso.

Eu dei de ombros. "O teto estava ficando chato de


assistir."

"Provavelmente assistiu até o gesso desaparecer, hein?"

Eu sorri timidamente e olhei nervosamente para os


meus dedos. Por que ficar perto dele em um círculo social de
repente era tão estranho? Eu estava tão acostumada a tê-lo
em privado que este tipo de interação era inquietante.

"Você vai me apresentar, Reaper?" Falou a loira.

Remy suspirou em aborrecimento. "Sara, esta é a Darcy.


Darcy, esta é a Sara. Darcy é sobrinha de Prez e a senhora de
Barge."
Eu estendi minha mão desajeitadamente. Não era a
saudação das senhoras? Ela ignorou minha mão e me abraçou.
O abraço me pegou desprevenida, e eu parecia uma criança
aterrorizada acariciando um leão.

"Você é a neta de Felix. Uma de nós. É tão bom ter você


aqui, Sara", disse ela em meu cabelo.

"Obrigado, Darcy."

O abraço tinha silenciado a sala em torno de nós, e


quando ela se afastou, notei que todos os homens tinham se
virado para olhar para nós.

"Apresente ao resto de nós, Reap", disse um atraente


homem de cabelo loiro. Remy fez, e eles se aproximaram,
ficando em torno de mim durante as apresentações com
curiosidade indisfarçável.

Levaria um par de semanas para aprender os seus


nomes. Havia Fritz e Logan. Fritz tinha uns 30 anos, com
longos cabelos escuros e uma barba desgrenhada; ele estava
fedendo a álcool e, provavelmente, vivia dele. Logan era um
homem lindo, loiro com olhos verdes penetrantes e quase tão
solidamente construído como Remy. Esses dois, descobri mais
tarde, eram os sargentos de armas no clube e amigos mais
próximos de Remy.
O próximo a ser apresentado foi Barge, e ele era um
homem gordo, de olhar desleixado com uma pesada barba e
olhos redondos e escuros. Ele era o tesoureiro do clube, e
também o marido da pequena Darcy.

Fale sobre o choque com isso...

Um velho desgrenhado ruivo, chamado Wilson, estava ao


lado. Ele era o secretário do clube, atendia chamadas, marcava
reuniões e respondia perante o presidente. Você nunca o vê
sem um charuto na mão, e se não estava na sua boca, ele
estava dizendo as piadas mais brutas e sexualmente explícitas
que enojam até mesmo os homens.

O restante era os membros de patch: Bandeja, Russo,


Finn e Vince, todos caras jovens com incumbências próprias.
Todos estavam ocupados, no momento, servindo todo mundo
que bebia. Um em particular, era um jovem magro que eles
depreciativamente chamavam Broom. Eu acho que seu nome
verdadeiro era Steve.

Fiquei surpresa ao encontrar Frank que também estava


lá, pairando no fundo. O empresário que tinha comprado os
móveis da mamãe, às vezes, invadia meus pensamentos.
Tenho a impressão de que ele a conheceu de alguma forma.
Ele realmente não me cumprimentou. Apenas me olhou com
um olhar triste.
Então, é claro, havia Manny – embora todo mundo só o
chamasse de Prez. O homem não tem um osso amigável em
seu corpo, mas suponho que a intimidação é fundamental se
você é o presidente de um clube motociclista cheio de
testosterona, então eu tentei não levá-lo pessoalmente. Eu não
gostava de ser vigiada por seu olhos azuis iridescentes. Isso
me fazia autoconsciente e com um pouco de medo,
especialmente quando ele usava seu cenho franzido como
característica permanente.

Eu ficava ao lado de Remy e ele, finalmente, nos levou a


uma mesa redonda onde se sentou e me forçou em seu colo.
Havia uma quantidade ridícula de olhares para nós, olhos
curiosos se deliciaram com o braço musculoso em volta da
minha cintura. Não é que eu estivesse desconfortável sentada
sobre ele, é como vejo a mensagem que ele estava enviando
para todos ao nosso redor. Que eu era dele. No meu coração
eu sabia que não era. Mas que escolha eu tinha? Era uma
situação difícil que o teria humilhado se eu tivesse tentado
fugir.

À medida que a noite avançava em música alta e álcool,


eu aprendi rapidamente que os homens que eu cresci
temendo eram normais. Sim, era isso, mas você pode ver que
eles estavam ligados por uma fraternidade que ia muito mais
profundo do que participar de um clube, fazer merda ilegal e
andar de moto. Era família. Havia amor aqui.

Era fácil sentar e admirá-los, e depois de estar sozinha


por tanto tempo, um pouco de mim queria ser parte disso,
também. Eu queria sentir esse tipo de amor e ser bem-vinda
na família. O fascínio estava profundamente presente. Eu
estava caindo ainda mais no buraco do coelho, onde uma
fudida e incrivelmente emocinante realidade existia. Só que
eu sabia, no fundo, não era onde pertencia, mas o desespero
me fez querer tentar.

À noite, uma multidão de pessoas inundou o clube. Um


punhado deles eram pessoas procurando um lugar no clube.
Outros eram mulheres seminuas claramente em busca de um
motoqueiro para enraizar. Eram as regulares que já tinham
seus caras escolhidos. Eu fiquei tensa observando algumas
delas olhando ao redor da sala em busca de um cara em
particular. Eu estava esperando por Remy de ser abordado
por sua própria regular a qualquer momento.

Não é o meu negócio, se ele quer uma mulher, pensei. Ele


não tinha me pressionado em nada sexual, graças a Deus. Eu
não conseguia pensar em nada mais constrangedor do que
dispensá-lo se ele fizesse um movimento. Depois de um tempo
eu estava paranóica de que ele quisesse mais de mim. Me deu
alívio a possibilidade, mas eu sabia que a ideia era ruim. Ele
tinha me colocado em seu colo, caramba. Era declaração
suficiente. Mas se ele era um tipo de cara fiel, eu não sabia.

Fui apresentada a algumas outras senhoras: Dayna que


pertencia a Manny, e Tessa que pertencia a Wilson. Elas nunca
se calavam. Enquanto conversavam comigo, Remy saiu para
se juntar com os homens em torno do balcão, deslizando-se
para o lado de Logan e Fritz. Eu discretamente notei um
punhado de mulheres olhando para ele, e elas fizeram
calmamente o seu caminho em torno dos três homens.

Não é o meu negócio, meu cérebro reiterou. Eu estava


apaixonada por outro homem. Eu não deveria estar sentindo
qualquer coisa por Remy. Estava errado. Emoções puramente
carentes com base em minhas quatro semanas de solidão e
sua atenção eterna para mim... que, de repente, ele não estava
me dando.

Desculpei-me com Tessa e Dayna e fui ao banheiro.


Sentei-me por um longo tempo escutando as vozes inundando
a partir de todas as áreas do clube. Uma quantidade absurda
de risadinhas a partir de uma quantidade absurda de
mulheres me fez revirar os olhos. Por que estas mulheres
acham atraente dormir com homens que as tratam mal? Eles
não eram nada mais do que foda sem amarras. Assim como o
que você fazia com Daniel, eu pensei amargamente. Uau, eu
estava totalmente possuída... por mim. Poderia haver algo
mais triste?

Eu não tinha pensado em Daniel por um longo tempo.


Desde a noite em que Remy tinha me mostrado a pequena
cobra que ele era. Eu desejei que o arranjo todo nunca tivesse
acontecido. Eu era uma menina estupidamente ingênua, mas
isso foi em outro tempo. Agora eu estava me transformando
em outra pessoa, de novo.

Saí do banheiro depois de algum tempo. Quando eu


entrou no salão, encontrei um inferno de muito mais
mulheres centradas em torno de Remy e Logan. Fritz não
podia ser visto. Com as costas de Remy voltadas para mim, eu
não sabia se ele estava olhando para as mulheres dançando
provocativamente na frente dele ou para Logan. O segundo
que uma mão manicurada de uma bela morena arrastou seus
dedos para baixo do seu braço, eu decidi agir.

Corri até o segundo nível e para o quarto de Remy. A


música estava abafada aqui, mas o sons de sexo eram
barulhentos como o inferno em um par de quartos. Este era,
obviamente, o lado sem bom gosto dos chacais.

Dentro do quarto, eu estava de pé com as costas contra a


porta com o sentimento de Sara Feia novamente; perdida e
sozinha, mesmo quando eu estava cercada por pessoas. Como
diabos faz algum sentido? Ele me deixou para estar com seus
amigos e aquelas meninas... Eu queria desligar meu cérebro.
Estúpida, necessitada Sara.

Peguei algumas roupas da cômoda que Remy tinha


colocado para mim. Não eram pequenas, graças a Deus.
Apenas normais, comuns e grandes. Eu me senti confortável.
Desabotoei minha calça jeans e puxei-as para baixo, mas um
som estranho me fez parar abruptamente. No segundo que eu
parei, o ruído foi embora. Então, eu tentei de novo, puxando
minha calça para baixo e ouvi, mais uma vez, o ruído estranho.

Eu coloquei minha mão sobre os bolsos das minhas


calças jeans. Algo embolou e fez barulho quando eu empurrei
contra ele. Confusa, eu coloquei minha mão no bolso e tirei
um pedaço de papel dobrado. Eu não senti a protuberância ou
ouvi o barulho antes das últimas horas. De onde o papel veio?

Acendi a luz e, rapidamente, desembrulhei o pequeno


papel cuidadosamente dobrado. Quando abri, vi um número
de telefone... mas o meu coração disparou na linha abaixo
dele.

Ligue para este número, pequena.


Pequena. Meus olhos molharam imediatamente e minhas
mãos tremiam. Apenas uma pessoa me chamava Pequena. Era
ele? Oh, Deus, tinha que ser ele!

Meu corpo estava tremendo com a ansiedade e


propósito. Olhei ao redor do quarto, incapaz de pensar
racionalmente e buscando apenas uma coisa: um telefone!

Os anjos de misericórdia estavam sorrindo para mim


esta noite. Remy tinha deixado o seu telefone celular sobre a
cômoda. Agarrei-o e corri para o banheiro, fechando a porta
atrás de mim. Crescia a esperança dentro de mim e o meu
coração rugia como um trovão no meu peito.

Disquei tremulamente cada número e, em seguida,


coloquei o telefone no meu ouvido. Fechando meus olhos,
pressionei meus lábios e esperei. Ele tocou seis vezes – seis
vezes terríveis, imensuráveis e longas.

Em seguida, ele atendeu.

Eu não ouvi nada do outro lado, nem mesmo o ruído de


fundo. Por alguns segundos, não havia nada além de silêncio,
prendi a respiração enquanto esperava ansiosamente pela voz
que eu queria ouvir.

Ainda assim, não havia nada.


Por que ele não estava falando? Talvez ele estivesse
esperando por você.

"Jaxon?", Eu sussurrei, sentindo lágrimas quentes


escorrer pelo meu rosto.

Uma exalação alta soou do outro lado. "Sara".

Aquela voz! Que bela voz! Eu tinha esquecido a sua


beleza.

Meu coração estourou no peito. "Oh, meu Deus. Eu-eu..."


Eu não sabia o que dizer. Senti como eras desde que eu ouvi
falar dele.

"Você está bem?", Ele perguntou suavemente.

"Eu estou, estou..." Eu tentei respirar através do meu


gaguejar.

"Você foi atacada. Eu sei tudo sobre isso, Minúscula. Eu


preciso saber se você está bem. Ele machucou você?" A
preocupação em sua voz me trouxe mais lágrimas. "Sara, fale
comigo."

"Estou bem."

Outro exalar. "Foda-se, eu estava tão preocupado, porra,


Sara."
"Eu sinto muito a sua falta." As palavras começaram sair
de mim. "Você precisa me tirar daqui. Eu preciso tanto de
você, Jaxon. Ajude-me a sair daqui. Eu não acho que ele vai me
deixar ir. Por favor, por favor, por favor, por favor…"

Houve alguns longos momentos de silêncio na outra


extremidade. Por que ele estava tão quieto? Ele nunca foi bom
em tranquilidade, caralho. De repente, tive uma sensação
muito ruim no meu peito.

"Sara", sua voz não estava mais cheia de preocupação,


agora estava firme. "Foi feito um acordo."

"Eu sei tudo sobre isso", eu interrompi. "Está tudo bem.


Podemos encontrar um caminho, certo? Você pode encontrar
uma maneira e nós vamos sair dessa e..."

"Você estava indo embora."

Suas palavras bateram o ar de dentro de mim. Olhei à


frente sem palavras. Oh, merda. Ah, porra nenhuma.

"O acidente foi a duas quadras depois do apartamento.


Explique para mim, Sara." Quando eu não fiz, ele pressionou.
"Me explique porque você não foi deixada no apartamento."

Eu esfreguei os olhos e suspirei. A honestidade é, por


vezes, uma cadela, certo? "Eu estava indo para casa. Eu
escolhi, porque... porque eu descobri o que realmente se passa
no seu clube e eu não quero ser passada de mão em mão."

"Você, realmente, acha que eu teria permitido que isso


acontecesse com você, Sara?" Descrença surgiu na voz dele.
"Você não acha que eu teria protegido você desse tipo de
coisa?"

"Você teria sido capaz?" Eu perguntei. Damien tinha


deixado claro que não havia como sair. Uma vez que você está
dentro, você é sua propriedade. Ele havia pintado em preto e
branco para mim.

"Gostaria de ter encontrado uma maneira", foi sua


resposta.

"Em outras palavras, não".

"Gostaria de ter encontrado uma maneira", sublinhou


novamente com força. "Eu teria morrido antes de deixar
alguém mais tocar em você. Você me prometeu, Sara. Você
prometeu longo prazo e partiu dentro de horas."

"Jaxon..."

"Você me jogou sob o ônibus. Disse a ele sobre Brett.


Agora eu estou preso neste lado e eu não posso ajudar você..."
"Ele me colocou em uma sala sem ter para onde ir", eu
chorei.

"E eu teria encontrado você!", Ele retorquiu


raivosamente. "Assim como eu fiz agora! Eu teria encontrado
você e trazido de volta."

"Então me leve de volta. Eu quero estar fora daqui


agora."

"O acordo foi feito, Sara. Não há nenhuma forma de


escapar disso. Se eu balançar o barco, o inferno vai estar a
solta. Seria egoísta da minha parte arriscar a vida de cada
Escorpião porque quero uma mulher que me jogou livremente
sob o ônibus com o inimigo. Você é sua propriedade agora,
Sara. Esse foi seu ato de retaliação."

Choque.

Desesperança.

Dores horríveis no peito.

Este era o desgosto mais uma vez – a interminável


constante na minha vida. Ele ia me deixar ir.

"Eu te amo tanto", eu sussurrei. Golpe baixo, eu sei. Eu


queria que ele ouvisse sobre o meu amor e apoiasse essas
palavras. Há sempre uma maneira. Ele encontrará um
caminho...

"Sara, você sabe que eu sempre vou te amar." Porra, ele


estava realmente acabando com isso?

"Então me ajuda a sair daqui, porque não há nenhuma


maneira de sair sozinha. Eles têm câmeras e homens em todos
os lugares..."

"Eu não posso ajudá-la", ele interrompeu de novo, a voz


mais severa do que antes.

Exalei irremediavelmente. "Então é isso? Você só vai me


deixar presa aqui?"

"Está fora das minhas mãos. Eu não posso... Eu não posso


fazer nada para ajudá-la. Eu estou impotente."

"Você tem que fazer alguma coisa! Por favor, Jaxon. Por
favor, por favor."

"Está feito. Você não pode sair dessa."

"Você vai me abandonar? Apenas me deixar aqui, como


se fosse nada? Como você pode..."

"Se você não tivesse fugido, se você apenas decidisse


ficar como prometeu, nada disso teria acontecido! Nada disso.
Você quebrou sua palavra e agora você vai ter que viver com
ela. Meu coração dói, Sara. Ele não pode lidar com mais nada
disto. Eu tentei. Eu tentei o meu caralho maldito mais difícil e
você se afastou. Eu não posso mais aguentar sua incerteza!"

Limpei as lágrimas e assenti com a cabeça à frente.


Realmente não havia maneira de corrigir isso, e era horrível
pressioná-lo. Ele estava em uma situação de merda e eu tinha
quebrado a minha promessa.

Mais uma vez. Mas foda-se, não foi como se eu fiz isso de
forma premeditada.

"Basta dizer as palavras, Jaxon", eu sussurrei em


resignação: "Diga-me que você está feito comigo. Termine
com isso."

"Sara", ele fez uma pausa, e eu podia ouvir sua


respiração irregular e profunda preenchendo o silêncio até
que ele terminou. "Eu tenho outros dependendo de mim. Eu
não posso fazer isso. Eu tenho que deixá-la ir."

Lágrimas caíram dos meus olhos. "Ok."

"Sara, eles vão cuidar de você melhor do que eu jamais


poderia..."

"Como você sabe disso?"


"Porque sua segurança é a melhor. Eu não poderia
oferecer a mesma coisa. A verdade é que os chacais são mais
fortes, e agora você precisa de proteção se alguém tem a
intenção de ver você morta."

"Jaxon, por favor..."

"Pare de implorar, Sara. Está feito."

"Tudo bem," eu raivosamente enxuguei as lágrimas dos


meus olhos. "Você quer me deixar aqui? Você quer deixar me
ir? Então faça. Siga em frente e... e cuide de si mesmo."

"Sara..."

Eu imediatamente terminei a chamada. Eu coloquei o


telefone para baixo duramente e me inclinei para a frente,
segurando os meus braços em torno de meu estômago. Eu me
sinto doente. Malditamente doente. Minha cabeça estava
girando e quase vomitei lá mesmo, com a ansiedade nadando
em minha barriga. Eu merecia. Eu sabia. Eu o deixei,
estupidamente, por ouvir outro homem quando deveria
apenas ter ficado. Eu deveria ter ficado, porra!

Mas Remy teria chegado para mim de qualquer maneira,


e teria encontrado uma maneira de me manter.
Mas eu deveria se eu tivesse ido para o apartamento,
Jaxon poderia ter lutado mais para me levar de volta.

Oh, karma! Eu abandonei ele, e agora o jogo tinha virado.


E está ferido, caralho.

De certa forma eu estava feliz por ele. Ele precisava viver


a sua vida, não ser dissuadido por uma mulher que o traiu
duas vezes agora.

Remy sabia a verdade? A confiança é uma coisa


inconstante. Eu apenas assistia a ligação entre irmãos nesse
clube mais profunda do que o núcleo do caralho da terra. No
entanto, alguém tinha colocado este bilhete em meu bolso.
Alguém tinha feito o que Jaxon tinha pedido.

Alguém daqui trabalha para ele? Será que isso ainda


importa?

Ele é sua alma gêmea, e você só disse a ele para seguir


em frente.

Algumas dores valem a pena, lembra?

*****

Eu languidamente passei meus dedos acima e abaixo do


seu torso enquanto me sentei por cima dele. Ele agarrou meus
quadris e me balançou para trás e para frente. Fechei os olhos,
concentrando-me na sensação dele quando a minha
respiração falhou.

"É isso aí", ele sussurrou com voz rouca. "Venha para
mim, Sara."

E eu fiz. E foi, merda, incrível.

Ele se dobrou debaixo de mim, me apertando ainda mais,


e foi emocionante como veio, gemendo em voz alta para o ar.
Eu desmoronei em seu peito, descansando meu rosto contra
sua pele suada.

"Nunca envelhece", ele disse calmamente, acariciando


meu cabelo quando prendeu a respiração.

Ele ainda estava dentro de mim, minutos depois. Eu não


queria separar-me dele. As coisas tinham sido dificeis
ultimamente, e não tinha nada a ver com ele, é claro. Eu queria
saborear este breve momento de felicidade.

"Eu tenho algo para você", disse ele algum tempo depois.

Até então eu estava dormindo em seus braços. "Hmm?"

Ele saiu de mim e se levantou. Então, voltou à cama e se


apoiou no cotovelo, olhando para mim com um pequeno
sorriso em seu rosto.
"Eu tenho algo para você", ele repetiu.

Observei-o por um momento. "O que você tem?"

Seu pequeno sorriso se alargou. "Você tem que prometer


que não vai ficar chateada comigo."

"O que você fez, Jaxon?"

Ele traçou o dedo ao longo da minha mandíbula com um


olhar presunçoso, malicioso no rosto. "Prometa-me, Pequena."

Agora eu estava curiosa. "Eu prometo que não vou ficar


chateada."

Ele se arrastou até a mesa de cabeceira e abriu a gaveta.


Eu ouvi o barulho de coisas aleatórias sendo movidas e então
ele fechou-a de volta e se virou para mim. Em sua mão estava
um pequeno presente embrulhado descuidadosamente.

"Feliz aniversário atrasado, Sara," disse ele.

Meu queixo caiu. "Eu te disse sem presentes!"

Ele riu. "Eu sei e eu não fiz. Eu estava honrando isso, mas
então... Eu vi isso e pensei em você."

"Sorrateiro. Muito sorrateiro." Eu não poderia segurar o


meu sorriso.
"Pegue."

Quando eu peguei ele acendeu o abajur ao lado da cama.


Sentei-me e olhei com reprovação simulada, quando na
verdade eu estava explodindo de alegria por dentro. Ele ainda
estava apoiado no cotovelo, deitado de lado, olhando-me
agora com olhos excitados.

"Vá em frente", ele me conduziu. "Abra-o."

"Veja como ele está lindamente embrulhado", eu


respondi. "Seria uma vergonha arruinar este trabalho de
arte."

"Cale-se e rasgue o papel de embrulho, Pequena."

Eu rasguei o papel. Depois de admirar a preta, quadrada,


caixa de joias em minhas mãos, eu lentamente abri. Eu abri
um sorriso ainda mais largo na minha primeira joia
verdadeira. Era uma pulseira de prata, uma corrente e um
coração, e parecia incrível.

"Leia o coração", ele sussurrou ao meu lado.

Peguei o coração pendurado em minhas mãos.


Diamantes brilhavam sob a luz quando eu o virei. As palavras
gravadas na parte traseira eram: Você é a minha última.

"Uau, ela é linda, Jaxon."


"Estou feliz que você gostou."

Ele tomou meu pulso e colocou a pulseira; durante todo


o tempo eu o assisti, cuidadosamente, escondendo minha
melancolia. Eu estava tratando ele mal, ultimamente. Minha
raiva o pegou de surpresa, e ele parecia agradecido com meus
momentos curtos de normalidade.

"Pulseira bonita para uma mulher bonita," ele admirava,


trazendo a minha mão à boca para um beijo.

"Você não tem que fazer isso", eu lhe disse em voz baixa.
Depois de ser uma namorada merda, a última coisa que eu
merecia era uma bela pulseira como esta.

"Eles dizem que você pode julgar quão bem uma mulher
é cuidada por suas joias", ele respondeu, me olhando com seus
ternos olhos azuis. "Eu quero que você esteja cuidada. Eu
quero que este seja a primeira de muitas. Eu quero mimá-la
com cada centavo que eu tenho."

Eu sorri brilhantemente. "Então eu vou usar para sempre


a minha primeira joia."

Infelizmente, esse não foi o caso. Eu tinha deixado para


trás a pulseira na minha pressa para sair e não tinha
percebido isso até muito tempo depois.
Era mais um pesar da minha outra vida.
Capítulo Oito

Ele não tropeçou para o seu quarto. Ele caminhou


assertivamente com alguns erros menores aqui e ali...

Ok, ele tropeçou para o seu quarto. Ele estava um pouco


bêbado, mas tinha sido um longo tempo desde a última vez.
Remy tinha sido tão consumido em sua conversa com Logan,
que perdeu completamente a noção do tempo. Após empurrar
para longe vários braços delgados que pertenciam a uma série
de mulheres que não queria, ele foi em busca de Sara.

O primeiro pensamento que entrou em sua mente


quando ele não a encontrou com Tessa e Dayna foi: foda, ela
fugiu? Ele não teria ficado surpreendido. Esta foi a sua
primeira verdadeira liberdade com ele.

Todo mundo estava preocupado com a sua própria


merda. Partes na sede do clube eram selvagens, e ninguém a
teria impedido de abandonar as instalações. Eles nem teriam
notado!

Foda-se, ela foi embora. É claro que ela fugiu, porra. elEle
a manteve cativa e tentou seu mais duro para fazê-la precisar
dele. Pode ser que ela percebeu suas intenções cruéis e saiu.
Se ela foi de volta para ele? Deus, ele o mataria se ela foi.

Mas no segundo que abriu a porta de seu quarto, ele a


viu em sua cama. Ele soltou uma respiração aliviada quando
fechou a porta atrás de si. Ela estava dormindo pacificamente
do lado dela, com as mãos juntas em concha sob o queixo.
Remy jogou seu colete de couro e, em seguida, suas botas,
observando intensamente, embora ela não fizesse nenhum
movimento.

Ele subiu na cama atrás dela. Normalmente paciente,


Remy agora era uma bola embriagada de sentimentos
irreprimíveis. Ela não fugiu. Ela ficou aqui. Talvez ela quisesse
isso. Talvez ela pudesse ser confiável afinal.

Ele não podia ajudar a si mesmo. Seu autocontrole havia


desaparecido significativamente depois de todo o álcool. Ele
acariciou levemente seu braço nu, sentindo sua pele suave
como seda sob as pontas dos dedos. Era eletrizante que um
simples toque da sua pele lhe desse arrepios de prazer.
Imagine mais. Ele descansou de lado apenas atrás dela e
continuou a acariciar-lhe o braço. Seu rosto se aproximou da
parte de trás de sua cabeça, aspirando o perfume de
framboesa do xampu que ela lavou os cabelos, merda. Era a
porra da morte.
Embriagado, Remy esfregou seu nariz até que sentiu a
pele na parte de trás de seu pescoço. Em seguida, ele arrastou-
se até sua orelha, fechando os olhos com força no calor que
irradiava em seu ser. Esta garota.

Esta.

Porra.

Menina.

Seu leve movimento jogou fora seu controle. Sua cabeça


virou-se para ele, e podia sentir sua respiração contra o seu
rosto. Ele abriu os olhos e olhou para sua Birdy. Para sua
surpresa, ela estava bem acordada e a quase uma polegada de
seu rosto. Seus olhos olharam diretamente para os seus e, em
seguida, para seus lábios, emanando uma vulnerabilidade que
não podia decifrar rápido o suficiente. Ela propositalmente
baixou a guarda para ele. Isto era ela oferecendo-se a ele? Era
permissão?

Ele não queria perguntar. Ele só queria ter.

Pareceu tão natural mover-se para o beijo.

Embriagado, Remy estava chicoteado pela boceta e não


pode segurar o gemido que escapou de sua boca no segundo
que seus lábios fizeram contato. Eles eram tão macios. Tão
cheios.

Porra. Porra. Porra. Ele estava caindo aos pedaços


dentro de segundos. Ele levou a mão ao seu rosto, mantendo-a
em nível para que ele pudesse continuar a saborear a melhor
coisa que ele já tinha tocado.

Ela o beijou de volta, abrindo a boca mais larga para


deixá-lo entrar. O segundo que sua língua roçou contra a dela,
ele se perdeu. Absolutamente, porra, perdido.

Portanto, esta é a perfeição.

De repente, Remy entendeu tudo o que é considerado


besteira sobre o amor. Quem teria imaginado que aqueles
filmes de romance horrendos estavam certos? Você
aguentaria o pior tipo de mal só para ter um gosto disso. Ele
sentiu o coração explodir em um milhão de pedaços, e não deu
uma merda por mergulhar fundo. Naquele momento, ele
estava envolto em uma espécie de êxtase que era puro céu. O
anjo abaixo dele valia a pena. Ele sempre soube disso, e agora
foi solidificado.

Ela passou um braço em volta do pescoço e puxou-o


ainda mais em sua boca. Ele não queria parar, mesmo quando
ele precisava respirar; ele estava feliz se afogando nela. Ele
sentiu a outra mão deslizar para baixo de suas costas e, em
seguida, ela estava puxando a camisa dele.

Porra. Sim.

Ele jogou-a e agarrou a dela. Ele gentilmente retirou-a


sobre a cabeça, e então ela enrolou as pernas em torno de
seus quadris. Ele estava completamente duro e o atrito que
ela estava tentando criar contra sua vagina apenas o iria fazer
gozar.

Porra nenhuma.

Ele não faria isso. Ele nunca ficou tão desfeito em


preliminares antes. O que ela estava fazendo a ele?

Remy descansou sobre ela novamente, sentindo sua pele


nua contra a dele. Ele moveu a mão para cima e para baixo em
seu corpo, parando várias vezes em seus seios. Ele não queria
nada mais do que rasgar o sutiã fora e lamber seus mamilos,
mas ele não podia obter o suficiente de sua boca. Havia algo
sobre o beijo dela; parecia que estava derramando sua alma
dentro dela e ela estava sugando-o seco e possuindo ele – que
era fodido porque ele sempre teve a intenção de ser o
possuidor. Mas, merda, quem se importa? Ele ficaria feliz em
ser a cadela, se ela fosse o mestre.
Sara levantou o rosto e duramente trouxe sua boca para
seu pescoço. Ela parecia oferecê-lo, mas para quê? Será que
ela quer ser marcada? Porra. Porra. Porra. Ele lambeu seu
pescoço e então sugou ferozmente, saboreando a suavidade
de sua pele. Ela gemeu alto e agarrou seu cabelo até que seu
couro cabeludo queimou.

Perfeição. Ele se mudou de volta para a boca, moendo-se


contra ela. Sim. Sim. Sim. Ele faria um inventário do seu corpo.
Ele iria profundo em poucos momentos. Ele a ouviria gritar de
prazer e se contorcer, e ele não pararia. Ele iria gozar dentro
dela e fazê-la sua para sempre. Ele não dava a mínima para as
consequências.

Ele adorava o gosto doce dela. Ela era deliciosa. Ele


sugou o lábio inferior, rodou sua língua contra a dela,
entregando-se ao gosto inacreditável de sal...?

Que porra é essa?

Respirando pesadamente, ele se afastou e olhou para seu


rosto.

Lágrimas. Em todos os lugares. Fluindo de cada olho,


como duas pequenas cachoeiras. Por que diabos ela estava
chorando?
"Hey," ele sussurrou suavemente, secando as lágrimas de
seus olhos.

Ele permaneceu em cima dela, mas certamente não


estava se movendo e, embora ele estivesse duro como uma
rocha abaixo da cintura, não havia nenhuma maneira que ele
estaria dentro de um anjo chorando. Ele não era um bêbado.

"Eu sinto muito", ela se desculpou em constrangimento,


os lábios trêmulos.

"Hey, hey, não se desculpe. Você não tem nada que se


desculpar, Birdy." Ele continuou a secar as lágrimas de seus
olhos, e então ele saiu com dificuldade de cima dela. Esta foi,
provavelmente, a coisa mais difícil que ele já fez. Todo o seu
corpo estremeceu com a necessidade de continuar com ela.

Ela se enrolou em uma bola contra seu lado e, por um


momento, ele não queria estar em qualquer lugar perto dela.
Ele não achava que teria o autocontrole para parar. Qualquer
segundo e ele estaria em cima dela novamente.

"Você é tudo que eu tenho. Por favor, não me odeie." As


palavras entre soluços pegou-o desprevenido. Odiá-la?

Foda-se, isso é uma coisa absurda a dizer.


Ele passou um braço ao redor dela e segurou-a com força
contra ele. "Eu não odeio você", ele disse a ela firmemente. "A
última coisa que eu poderia fazer é te odiar. Você é incrível,
porra."

"Eu não sou. Eu nem sei porque fiz isso."

"Ninguém vê o bem em si mesmos em primeiro lugar,


Birdy. Vemos a merda que nós detestamos. Tire isso de mim,
eu sei o que faz alguém ser ruim e odiado, e você está longe
disso."

"Eu tenho feito coisas ruins na minha vida. Coisas que


você não sabe."

"Você já matou alguém com suas próprias mãos?"

"Não."

"Então o que você fez, não é tão ruim."

Ele ouviu-a respirar por alguns minutos. Ele ainda estava


duro como uma rocha, mas a necessidade de saltar sobre ela
havia acalmado. Ele estava confortável com ela assim. Ele
sentia tudo, e a vida parecia importar um inferno de muito
mais, de repente.

"Você descobriu alguma coisa sobre aquele homem?"


"Ainda não." No entanto, outra mentira. Ele queria ser
honesto mas, verdade seja dita, quanto mais no escuro ela
estivesse sobre isso, melhor.

Remy refletiu sobre o dia que levou os rapazes para o


bunker. O lugar estava uma porra. Não havia nenhuma
maneira que ele pudesse limpar o sangue sem queimar todo o
lugar. Logan tinha assobiado de espanto e Fritz tinha quase se
dobrado pelo fedor do homem morto – embora, aos olhos de
Remy, Fritz não tinha cheiro melhor.

"O que você quer fazer, Reap?", Perguntou Logan.

"Nós vamos tirá-lo", respondeu Remy, rapidamente


embalando a roupa de Sara em um saco.

Logan e Fritz trocaram olhares de nojo, mas não se


queixaram. Tinham feito muito pior a medida em que estavam
no clube.

"Eu vou precisar de muito mais bebida para esta merda",


murmurou Fritz. "Você quase separou a cabeça."

Ele teria preferido mantê-lo vivo. Métodos de tortura nas


mãos de Remy sempre teve comprovada... eficácia. Ele poderia
fazer um chimpanzé mudo cantar longo e duro com as
ferramentas certas. Mas o cara era enorme e o ataque foi tão
repentino, com o motivo claro de matar Sara, que tudo o que
ele queria era vê-lo morto.

Depois que eles despojaram cada peça de roupa fora,


Remy começou a inspecionar cada centímetro do corpo do
homem. Ele estava à procura de uma marca. Tudo o que ele
estava vendo eram tatuagens de caveiras e pin ups.

"Veja isto", disse Logan, chutando a perna do homem


morto.

Remy olhou para a canela do homem. Havia um bloco


preto cobrindo toda a tatuagem. Ele cerrou os dentes com
raiva e foi para o outro lado do quarto.

"Tudo o que ele era, não é mais", Fritz franziu a testa.

Remy tinha esperado a tatuagem de um emblema – algo


para indicar a qual gangue ele estava afiliado. O homem
cobriu isso por completo, em um esforço para esconder suas
raízes. Era uma tendência cada vez mais popular ultimamente.
Homens que se tornam assassinos eram obrigados a esconder
suas marcas para que não pudesse ser associado à quadrilha
quando a merda azedava.

"Ele é, obviamente, um Escorpião", afirmou Fritz quando


caminhou até onde Remy estava. "Quem mais gostaria de
atingir essa garota?"
"Não há nenhuma maneira de Jaxon enviar alguém para
matá-la", Remy refutou. "De jeito nenhum. Além disso, ele a
queria para si mesmo. Não foram os Escorpiões."

"Quem mais poderia ser?"

Remy tinha a porra da pista. Eles transportavam os


produtos das gangues de outras cidades e vilas, e todos
operavam pacificamente enquanto a demanda era atendida.
Com os chacais fazendo todo o cozimento, eram
essencialmente intocáveis. Eles ofereceram o melhor retorno,
eliminaram qualquer concorrência e controlaram a cada
empresa de transporte deste lado do país. Quem gostaria de
alvejar a garota?

Ele odiava a si mesmo por deixar sua proteção para


baixo. Ele nem sequer imaginou que chegariam ao bunker. Ele
tinha coisas para fazer, dívidas de negócios para resolver...

Quem quer que fosse tinha descoberto sobre sua


localização mas, porra, ele estava certo de que não tinha sido
seguido durante as viagens que ele fez pra lá. Como?! Mas
acima de tudo, por quê?

Essa era uma questão que continuava a atormentar a


mente de Remy. Ele a segurou muito tempo depois ela caiu no
sono em seus braços. Como poderia uma pequena senhora
assustá-lo tanto? Se algo acontecer com ela... Não, não. Nada
iria acontecer com ela. Ele tinha certeza disso. Suas lágrimas
secaram, mas seu nariz estava entupido. Ela respirava
calmamente pela boca. Ele descansou ao lado dela e esfregou
no seu rosto, aspirando seu perfume inebriante. Ele se
perguntou por que ela tinha chorado assim. O que teria
passado por sua cabeça naquele momento para arruinar o que
teria sido a melhor noite de sua vida? Nos confins da sua
mente, ele já sabia a resposta para isso.

Jaxon.

"Hey, Remy?" A voz grogue da Sara agitou-o fora de seus


devaneios. Ela ainda estava acordada, embora seus olhos
estivessem fechados.

"Sim, Birdy?"

"Por que eles chamam você Reaper?"

Remy apertou os lábios com força um contra o outro.


Foda-se, ele odiava esse nome. Com um suspiro, ele disse,

"É apelido para ceifador."

Silêncio.

"Por que eles chamam assim?"


"O você acha, Sara?"

Ela abriu os olhos e percorreu seu rosto com


curiosidade. "É porque você... mata pessoas?"

"Não", respondeu ele. "É porque eu sou bom em matar


pessoas, e elas nunca escapam."

Ele viu uma labareda de horror em seus olhos e


rapidamente colocou a mão sobre sua bochecha, acalmando,
esfregando o polegar sobre ela. "Você nunca tem que ter medo
de mim. Eu nunca iria machucá-la. Os homens são canalhas de
qualquer maneira."

"Você...", ela hesitou. "Você gosta de fazê-lo?"

Remy respirou fundo, quando admitiu: "Não, Birdy. Eu


não. Eu odeio isso. Odeio cada vez que eu faço. Eu odeio a
maneira como eles olham para mim. Eu odeio os seus gritos.
Eu odeio a porra do sangue em minhas mãos depois. Eu odeio
o sangramento."

"Então por que você faz isso?"

"Lembra-se da primeira noite no bunker quando eu disse


que não era um monstro?"

"Sim."
"Eu menti." Sim, porra, admitindo a merda de homem eu
sou. "Eu sou o pior deles. Os conheço há tanto tempo quanto
me lembro, eu entrei oficialmente nos chacais quando tinha
dezesseis anos, fiz o que eu podia a partir do zero, estava
disposto a assumir mais trabalho do que tinha. Logo no início
eles notram como minhas habilidades eram eficazes. Eu faço o
serviço sujo e ninguém escapa impune. É como o medo – ele
envia uma mensagem para não cruzar. Ninguém sobe fileiras
do clube, na minha idade, sem fazer as coisas que eu fiz. O
clube é tudo que eu conheço."

Viu-a refletir sobre suas palavras. O cérebro dela estava


acelerado. Qualquer merda passando por ela. Ele era a
escória, afinal de contas, mesmo que só acabasse com a
escória também. As coisas que tinha feito para si... "Você não é
um monstro", ela sussurrou.

As palavras enviaram um calafrio abaixo do corpo de


Remy e acenderam algo dentro dele. Era como um bálsamo
para suas feridas mentais, levando-o a um sentido
momentâneo de paz. Pelo flash de um segundo, ele acreditou.
Ela era um anjo dizendo que ele não era um monstro, e ele
queria acreditar – Deus, ele queria seguir essa linha e seguir o
seu curso de cura em todo seu corpo, mas...
"Eu sou", ele respondeu asperamente, recordando o seu
passado. "Você não me conhece ainda, Birdy. Você não sabe
nada."

"Eu sei que você me ajudou todos estes anos", ela


respondeu rapidamente. "Eu sei que há bem por dentro você.
Caso contrário, eu teria trabalhado em um emprego merda
nas favelas de Winthrop."

Ele não podia acreditar que fez isso por algum tempo.
Embora ela estivesse certa sobre isso, ele sabia que não teria
feito isso por qualquer outra pessoa. Esse fato por si só era
suficiente para confirmar que ele certamente não era bom. Ela
podia convencer-se dessa mentira se fazia sentir-se melhor,
embora.

"Remy", ela começou, a voz dela como a seda em seus


ouvidos. "Eu sei sobre monstros. Norman era um deles. Eles
escolhem os fracos e inocentes. Eles machucam para sua
própria satisfação. Você é assim?"

Remy não queria mais falar sobre isso. Ele apenas


suspirou em resposta e trouxe-a para mais perto.

"Eu sei que a resposta é não", ela murmurou mais tarde


antes de adormecer.
Jaxon

"Onde está o dinheiro?", Perguntou Jaxon, segurando a


arma desajeitadamente na cabeça do homem. "Vamos lá, cara.
Não me faça disparar em você."

O viciado estremeceu sob a arma, dobrando os joelhos


em seu peito. Jaxon não sabia se ele estava tremendo porque
estava com medo de morrer ou porque estava desesperado
por outra dose. Isto era, porra, ridículo.

Será que ele realmente tem que bater no cara, merda? E


por que diabos ele estava mesmo aqui? Ele deveria cuidar dos
livros, dos negócios, fazendo o que ele realmente gostava em
vez de perseguir alguns drogados esqueléticos que não
podiam pagar.

Finley estava fazendo isso de propósito, aquele pedaço


de merda. O cara gostava de apertar botões, e com Jaxon
começando em torno das funções do Escorpião, ele era agora
o alvo. Só de pensar nisso se irritava. Ele não deveria estar
aqui, em algum beco no meio da noite do caralho! Foda-se
Finley e foda-se este babaca idiota que trocou sua vida
furando seu braço pelo prazer temporário.

Ele deveria matá-lo. Esse era o propósito disso, depois de


tudo. Seus dedos pousaramm em torno do gatilho...

Empurrou a arma de volta em seu jeans e puxou o


homem para cima, pelo colarinho de sua camisa. Então bateu-
lhe com força contra o edifício e sacudiu-o com raiva
incontida.

"Você é um pedaço patético de merda", Jaxon rosnou,


assistindo horror atingir o rosto do homem que resmungava
lamúrias. "Pegando empréstimos de um chefe da máfia, porra,
para financiar seu vício em drogas e ser incapaz de pagar essa
merda de volta? Você é um idiota de merda! Se fosse qualquer
outra pessoa de pé neste local, e teriam disparado em sua
bunda patética."

"Por favor..."

"Cale a boca quando estou falando com você! Você vai


dar o fora da cidade antes do nascer do sol e nunca voltar.
Você volta e está morto. Entendeu?"

Como um boneco, o garoto balançou a cabeça uma e


outra vez. Jaxon empurrou-o para o chão e deu-lhe um chute
na bunda. O drogado imbecil correu pelo beco e para fora do
local em tempo recorde.

Jaxon suspirou e descansou sua testa contra a lateral do


prédio. Este não era ele. Este não era ele. Nada disso era ele.

Ele não aguentava mais.

*****

Jaxon sentiu pena do cara, mas o que diabos ele podia


fazer sobre isso?

Ele não podia fazer nada além de assistir de longe a


maneira como eles bateram e então endureceu, quando foram
para os banheiros para estuprar a merda fora dele. Mais uma
cara bonita que não tinha nenhuma chance no segundo que
ele pisou aqui.

Contanto que não fosse ele, isso é tudo o que importava


no momento. Se outro peixe tinha de ser fodido para manter a
atenção fora dele, então que assim seja.

Uau. Apenas a direção desses pensamentos lhe


surpreendeu. Que porra é essa que eu me tornei? A pergunta o
atormentava enquanto ele passava sobre seus dias.

Ele teve sorte porque era um maldito bom lutador, e


agora que sabia que estes homens eram um bando de
covardes que se escondem atrás de uma fachada de força,
nunca dava as costas para ninguém.

Ele observou os presos de perto, para descobrir quem


estava no topo e quem não estava. Continuou a observar
sutilmente, e começou a juntar as peças do que estava
acontecendo por aqui. Ele sabia onde o poder descansava e
precisava chegar até ele.

E começou a organizar. Ele ia fazer isso, ele disse a si


mesmo. Depois que fosse feito, ele subiria e terminaria a
sentença ileso. E se conseguisse terminar seu tempo e sair
fora daqui... Ele iria encontrá-la. Ele iria encontrá-la e exigir
respostas. Em seguida, ele iria fazê-la sua novamente, porque
ele era um idiota apaixonado que faria qualquer coisa por ela.

Mais tarde, ele assistiu o mesmo homem alto e bonito


sair tropeçando dos banheiros. O homem mal conseguia
andar. Jaxon esmagou sua piedade e seguiu em frente. A
última coisa que ele precisava era sentir pena de alguém que
não fosse ele mesmo.
Capítulo Nove

A vida continuou. Dias passados por alto. O mundo


continuava o mesmo. E eu mudei.

Eu nunca deixei o clube naquele inverno. Remy não


permitia isso. Ele me queria segura. O perigo, segundo ele,
ainda estava alto, e se alguém me queria morta, eles estariam
observando cuidadosamente. O que, normalmente, teria me
apavorado não o fez. Eu deveria estar assustada, foda-se. Eu
não estava. Eu apenas não me importava mais.

Eu estava integrada no clube também. Eu ficava junto a


todos. Rita não estava por perto muitas vezes. Rapidamente
aprendi com as senhoras que ela era bastante promíscua e
tinha tentado em várias ocasiões prender um Logan
indiferente, mas Remy não queria nada disso. Ele
aparentemente tinha dito que ela não estava apta para a vida
do clube, e eu me perguntei o que fazia alguém "certo" para a
vida do clube.

Seu destino era Winthrop, geralmente, e ela estaria fora


por dias a fio com seus amigos.
Remy odiava seus amigos, odiava seus passeios, odiava
saber que ela estava pulando de cara em cara, mas ele
resignou-se. Ela não era uma garotinha. Todo mundo
lembrava de que uma e outra vez ela não respondia suas
chamadas. Se ela quisesse ficar em Winthrop e levar homens
aleatórios para casa, era o seu próprio negócio, ele decidiu.

Nas ocasiões em que ela estava por perto, eu percebi


alguns olhares sérios de morte. Como se para testar a minha
paciência, ela murmurava obscenidades. Era fácil ignorá-la
quando estava preocupada com os deveres clube. Eu cuidava
das crianças pequenas. Embora as crianças não fossem
autorizadas na sede do clube, havia uma exceção com a
sobrinha de Prez, Darcy. Ela deixava-os no clube quando
precisava de um tempo sozinha com Barge, e os meninos de
Darcy, Jake e Mathew, eram pequenas coisas selvagens que
amavam confusão e me mantinham atrás deles.

Apesar de Remy me permitir percorrer o clube


livremente, eu ainda estava sendo observada atentamente por
qualquer motoqueiro que estivesse por perto – e eu estava
sempre em torno de um motoqueiro. Acho que esperava
minha fuga a qualquer momento, mas eu realmente não tinha
vontade de fugir. Minha vida estava em ruínas. Eu não podia
chamar Lexi com medo de arrastá-la nessa bagunça. E não
tinha certeza de que podia confiar nela. Depois de saber sobre
Daniel, sentia a minha vida ridiculamente orquestrada, como
se eu estivesse cercada por bonecos em vez de amigos. Eu sei
que é estúpido pensar dessa forma de sua melhor amiga de
sete anos, mas Daniel havia mentido impecavelmente para
mim, e esse tipo de desconfiança tinha me deixado paranóica
e desconfiada.

Eu ligava de vez em quando, no início. Ela ficava


perturbada toda vez. A feroz Lexi, eu aprendi, amava gritar na
outra extremidade a cada vez, me implorando para sair de
Gosnells e voltar para casa. Depois de um tempo, eu parei
completamente de ligar. Eu estava cansada de tropeçar na
culpa e me sentia como merda machucando-a, até que ela
percebeu o meu abandono. Eu não podia falar como a minha
vida estava fodida. Então, ela estava confusa, mas não
completamente alheia à escuridão em que eu estava.

"Se algo está errado, você precisa me dizer", ela repetia


para mim a cada momento. "Sara, eu estou tentada a ir vê-la.
Amigos não fazem isso uns com os outros. Você precisa me
dizer o que está acontecendo."

"Nada está acontecendo", eu respondia. "Eu estou


gostando de meu tempo em Gosnells, Lexi. Por favor, não se
preocupe."
Em seguida, havia Lucinda. Toda vez que liguava,
chegava a um beco sem saída. Nunca havia resposta. Eu tinha
deixado correio de voz após mensagem de voz, até mesmo
disse a ela que eu ia chamá-la novamente, mas nada. Eu queria
vê-la, mas se Remy soubesse teria a ideia errada – que eu
ainda queria Jaxon e estava usando-a como uma desculpa.

Mas é claro que eu ainda queria Jaxon. Eu sempre quero


ele.

Remy era outra coisa completamente diferente. As coisas


mudaram depois daquela noite que eu quase dei-lhe o meu
corpo. No meu estado quebrado, eu tinha pretendido usá-lo
como costumava fazer com Daniel: como uma maneira de
esquecer Jaxon até mesmo por alguns momentos. Eu me senti
mal por isso. Era errado, e eu prometi nunca usar outra
pessoa novamente. Com Daniel tinha sido mútuo, mas com
Remy era diferente. Ele queria mais. Não, ele precisava de
mais. Ele mesmo disse depois daquela noite. Bem... disse no
modo Remy.

"Ninguém aqui vai olhar para você de uma maneira que


não precisa ser olhada", ele me disse depois que saí do
chuveiro. Ele estava de pé no meio do quarto, como se isso
fosse algo que precisava ser compreendido e aceito.
"O que você está falando?", Perguntei, levantando uma
sobrancelha. Eu odiava esse código porcaria, e eu mal podia
entendê-lo, por vezes, quando ele falava esse tipo de jargão.

"O que eu estou dizendo, Birdy, é que aqui, entre nós,


chacais, você é minha e não de outra pessoa." Seu olhar era
sério, autoritário.

"Hum... Ok, Remy." Eu diria qualquer coisa para acalmá-


lo.

Algo lhe ocorreu então. "Isso acontece com qualquer


outra pessoa fora dos chacais. Assim, enquanto você está
dormindo comigo toda noite, ninguém vai olhar para você."

Eu balancei a cabeça e, em seguida, desajeitadamente


tentei passar por ele. Ele me agarrou levemente pelo braço e
me colocou bem na frente dele.

"Estou falando sério, Sara."

Eu balancei a cabeça novamente. "Eu sei, mas Remy, eu


não posso controlar a forma como as pessoas olham para
mim."

"Eu estou dizendo é que você não deve incentivá-lo. Eu


quero a sua lealdade. Eu quero..." Ele apertou os lábios em
uma linha quando o conflito brilhou em seu rosto. Este era um
território novo para ele.

"Eu entendo", eu disse suavemente. "Só vai ser você."

Ele apertou meu braço ao ouvir as palavras e deu um


pequeno aceno de cabeça. Ele estava demonstrando suas
emoções. Preocupava-me, por vezes, testemunhar sua
necessidade desesperada de me ter, por razões que eu não
entendia. Muitas vezes eu me perguntei se ele entendeu,
também.

Eu não esperava o beijo até que seus lábios estavam


pressionados contra os meus, e isso fez meu coração pular
uma batida. Seu primeiro movimento real, e não foi
descuidado ou apressado. Era suave e lento, e ele disse, "Vou
esperar o tempo que for preciso." Remy, sempre paciente.

Eu não antecipei o relacionamento. Apenas aconteceu.


Toda vez que ele saía para "negócios", me beijava antes de ir.
Não importava onde eu estivesse, na frente dos outros ou até
mesmo sozinha, ele me beijava com tanta ternura, que meus
lábios formigavam muito tempo depois que ele tinha ido. Isso
não estava errado, eu consolava a mim mesma. Eu não estava
usando ele. Eu realmente me senti... bem, quando fiz isso.
Jaxon não atormenta minha mente quando Remy está por
perto. Eu acho que meu coração estava descongelando para
ele. Eu ainda sentia como se houvesse uma parede glacial por
dentro, mas era como se ele estivesse cortando-a com uma
pequena picareta.

As noites eram as mais tentadoras. Começou com um


rápido beijo de boa noite, depois de alguns dias, demorou
mais tempo do que o habitual. Depois de algumas semanas,
eram sessões de amassos. Eu o apertava com força pelos
ombros, as unhas cavando em sua pele, combatendo os
tremores entre as minhas pernas que imploravam para me
render a ele. Eu nunca levei mais longe, e ele nunca tinha
empurrado.

Eu simplesmente não conseguia. Não podia... porque e se


lá fora, ele ainda estivesse esperando por mim?

*****

"Eu não vou levar isso tão longe," Eu salientei, me


sentindo pressionada e irritada.

Lucinda me ignorou quando estacionou em frente à


farmácia. Ela tinha a minha receita em sua bolsa depois da ida
ao médico.

"Lucinda, por favor", eu implorei.


"E se ele for longe?", Ela respondeu, virando seu corpo
para mim. A gravidade em seu olhar me deixou sem palavras.
Aquele olhar geralmente era reservado a Jaxon, não a mim. "E
se você está beijando Jordan e as coisas ficam um pouco
quentes e fortes?"

Meu rosto queimou. Eu não podia olhar nos olhos dela.


Era muito estranho.

"Bem, me responda, Sara! Eu quero saber."

Eu dei um encolher de ombros. "Eu não sei! Eu diria a ele


para parar."

"Então, você é uma idiota", ela retrucou. "Você já beijou


antes, obviamente. Certo?"

"Sim…"

"Alguma vez você quis continuar?"

A qualquer segundo minhas bochechas iriam explodir


em chamas. "Eu-eu não sei. Na verdade, não. Às vezes eu
quero colocar meus braços em volta de seu pescoço."

Ela me olhou pateticamente. "Braços em torno de seu


pescoço? Que diabos? Pobre Jordan, se isso é tudo o que você
está disposta a fazer... "
Meu queixo caiu, e ela ergueu as sobrancelhas
desafiadoramente. "Me desculpe, eu não estou me enroscando
enquanto falamos!" Eu disse sarcasticamente e rolando meus
olhos.

"E se ele quiser mais? Você vai conseguir segurar?"

"Se ele quiser mais, ele pode esperar até que eu queira
isso também."

"Você esteve com ele durante um ano, Sara..."

"E o que é mais quatro?" Eu estava sendo um pouco


atrevida. Eu tive que morder minha bochecha interna para
deixar de sorrir com as minhas palavras ridículas.

"Sara, eu estou falando sério", ela respondeu. Ela passou


a mão através de seu cabelo loiro e olhou para fora do para-
brisa por alguns momentos. Seus olhos azuis estavam
perdidos em algum tipo de pensamento que transformou a
atmosfera em algo mais pesado, mais triste. "Há apenas
algumas vezes que um homem pode ouvir não. Somente
algumas vezes antes que seu autocontrole atinja o limite. Um
homem razoável se detém, mas um homem obcecado vai
continuar, ele pode até tentar até que não consegue segurar."

Uau. Jordan era apenas um garoto com 15 anos de idade.


Nada que fazemos é sério. Nos beijamos como loucos, mas
quando eu parava, ele parava também. Ele era tímido sobre
sua sexualidade e giraria para esconder sua ereção marcando
suas calças, como se fosse a coisa mais humilhante.

Fale sobre estranho...

"Você precisa estar preparada. Você precisa estar


protegida. Apenas no caso, Sara."

Eu exalei em derrota. "Bem. Você quer drogar meu corpo


com porcaria hormonal, vamos para isso."

"Deus nos ajude quando você está assim", ela murmurou


enquanto saía do carro. "Você está virando uma bruxa."
Capítulo Dez
Uma vez por mês, cada Chacal em Gosnells aparecia na
sede do clube para um churrasco. Eu não sei porque eles
chamam de churrasco, no entanto. Não havia churrasco real,
porra; apenas um monte de comida caseira feito pelas
senhoras.

Eu observei que este churrasco dos Chacais, em


particular, tinha mais caras do que já tinha visto antes.
Quando eu perguntei a Remy sobre eles, ele disse que estavam
chutando em torno para "negócios". Esses homens eram de
diferentes lugares, e suas novas caras me deixaram
desconfortável. Eles pareciam mais agitados do que os outros,
entrando pelas portas gritando e uivando como um bando de
homens detestáveis. Eles trouxeram uma quantidade absurda
de álcool e, a julgar pela forma como eles eram barulhentos
sóbrios, eu temia como ficariam quando bebessem.

Um homem em particular, com o nome de Edge, era o


mais assustador de todos eles. Ele era um homem enorme,
volumoso, pelo menos 1,90 de altura. Vestindo apenas a calça
jeans e o colete com nada por baixo, seu físico me lembrou de
Damien. Mas onde Damien tinha uma natureza bondosa, este
homem não tinha. Sem um traço de humor, seus olhos me
fizeram lembrar de aço frio e duro.

Enquanto eles socializavam, eu andei ao redor,


mantendo um olho em Mathew e Jake que perseguiam um ao
outro com pistolas de água. Senti dois pares de olhos em mim.
O primeiro conjunto de olhos era de Frank, mas eu já estava
muito acostumada a eles. Toda vez que o velho aparecia, ele
me olhava como um falcão com uma expressão indecifrável no
rosto. E, na verdade, piorou no dia que Darcy celebrou o meu
aniversário. Ela era a planejadora na sede do clube, e um
aniversário esquecido, a seus olhos, era o maior pecado do
mundo. Quando Frank apareceu na mini-festa, tinha um olhar
de raiva tão afiada que fez meu coração saltar uma batida. Ele
virou-se e saiu. Desde então, ele manteve distância, mas
encarou e olhou. Enquanto eu tinha sido autoconsciente sobre
isso no início, sua regularidade já não me intimidava. Se ele
queria ficava e encarava, em seguida, saía.

No entanto, vou admitir isso, era reconfortante em um


momento como este, porque o segundo par de olhos era de
Edge. Ele estava sentado em uma das mesas redondas ao lado
de um homem gordo com uma barba que atingia seu peito.
Era uma barba dura demais, como se tivesse ficado uma hora
aplicando spray de cabelo ou alguma outra merda.
"Você tem um fã", disse Tessa, emergindo ao meu lado
com uma garrafa de cerveja em cada mão. Ela me ofereceu
uma e eu peguei.

"Ele vem sempre aqui ?", Eu perguntei-lhe calmamente,


embora eu duvidasse disso porque estive aqui por meses e
nunca o vi.

Nos viramos para a linha de visão do Edge, e eu odiava


que Tessa olhava livremente para ele.

Ela poderia deixar ainda mais óbvio que nós estávamos


falando sobre ele?

"Não. Ele vem em torno de vez em quando. Ele é o VP no


clube em Northam, que é perto da fronteira, então você pode
imaginar como eles são importantes para nós."

Eu refleti sobre as palavras de Remy. Para ser um jovem


VP não era fácil. A julgar pelo Edge, ele parecia estar em seus
trinta anos, que era jovem para seu cargo, era alguém a ser
temido, eu tinha certeza disso.

"Oi, Sara-bara," Logan disse atrás de mim. Eu me virei,


revirando os olhos para o estúpido apelido que ele estava
usando ultimamente.

"O quê?"
"Remy quer falar com você." Ele estendeu seu telefone
celular.

Eu peguei e coloquei ao meu ouvido. "Hey, Rem,"

"Estou nas lojas. Que porra é essa que você disse que
queria?"

"Eu preciso de alguns tampões."

"O que diabos são tampões?"

"Você sabe o que são."

"Qual a marca?"

"'Ladies Comfort'."

Eu ouvi alguns barulhos na outra extremidade. "Não há


nenhuma merda 'Ladies Comfort' aqui. É um pesadelo maldito
nesta seção. Vovós estranhas em toda parte, olhando para
mim como se eu fosse alguns tampão esquisito. Eu estou
vestindo algo que pertence a você?" Eu ouvi um suspiro
assustado em segundo plano. "Sim, vá embora."

"Relaxa, Remy, e para de assustar as mulheres no


corredor do tampão. Eu teria conseguido isso sozinha se você
me deixasse sair."

"Não, Darcy tem alguma merda por aí?"


"Não, ela não tem. Eu perguntei a ela."

"Você está mesmo em seu período?"

Suspirei, percebendo Tessa inclinando-se para mim e


ouvindo a nossa conversa com um enorme sorriso no rosto.

"Apenas esqueça sobre isso", eu disse a ele. "Eu vou com


Darcy e Tessa para as lojas e amanhã pego algum."

"Você não vai sozinha com elas. Você pode levar Russo
com você. E Vince. E Broom, também. Inferno, eu apenas vou
com você."

Eu suspirei de novo. Ele sempre teve um Chacal ou dois


perseguindo-nos se alguma vez saímos do composto.

Isso era uma raridade, no entanto. "Tudo bem, Remy.


Ok."

"Qualquer outra coisa que você queria?"

"Cereal".

"Esse merda de arco-íris desagradável que você come?"

"Sim, esse mesmo."

"Bem. Estarei aí em breve."

"Tudo bem, tchau."


Ele desligou. Eu costumava pensar que ele era rude, ele
nunca dizia adeus no final de uma chamada. Então percebi
que era apenas mais uma coisa Remy, e havia um monte de
coisas Remy.

"Você tem esse homem envolvido em torno de seu dedo


mindinho," Tessa sorriu. "Nunca o vi agir assim desde... bem,
nunca. Você tem arco-íris saindo de sua vagina ou algo
assim?"

Eu fiz uma careta para ela. "Realmente, Tessa?"

"Deve ter! Quero dizer, ele nunca, nunca, nunca, nunca,


nunca abrandou com uma mulher antes. Nunca. Jamais..."

"Entendi. Nunca."

"Sim, o que significa que você deve ser a configuração da


sua vida."

Eu ri fracamente com ela. Não havia nenhuma maneira


que eu fosse admitir que, na realidade, eu certamente não era
a configuração da sua vida, porque nós nunca tínhamos fodido
ou feito essa cena fora do palco. Eu não tinha certeza de
quando eu estaria pronta para isso. Claro, meu corpo queria
sempre que ele beijava o inferno fora de mim – e Deus, o
homem podia beijar – mas meu coração estava protestando
com força total, e eu estava ouvindo-o pela primeira vez.
"Edge ainda está olhando para você", ela murmurou.

Olhei para Edge, e minhas bochechas ficaram vermelhas


quando eu olhei em seus olhos. Ele era aterrorizante. Eu me
sentia olhando para os olhos de um leão. Eu desviei o olhar
rapidamente e saí novamente em busca de Mathew e Jake.
Aqueles meninos sempre se mantinham em movimento, e isso
é exatamente o que eu precisava agora.

*****

"Por que você não usar merda como elas, Sara-bara?"


Logan perguntou um pouco mais tarde, depois que os
meninos foram para a cama. Logan apontou para as garotas
que estavam atualmente se intoxicando e dançando
conforme a música. Elas também estavam vestindo quase
nada além de uma parte de si mesmas, a roupa de groupie
do clube – "desesperada por um chacal, vestida para
sacanagem" – porque elas tinham o mesmo tipo de roupa:
couro, pele, saias justas que atingiam a parte inferior de suas
nádegas, solta, e com seus sutiãs empurrando tudo até seus
queixos.

"Os meus dias de prostituta acabaram, Logan," Eu disse-


lhe secamente.
Ele riu e, em seguida, seu rosto ficou ainda mais
interessado. "Você era uma prostituta?" Logan não era... o
lápis mais brilhante na caixa. Não era possível decifrar o ABC
se sua vida dependesse disso e nunca pegava o sarcasmo de
qualquer tipo. Sua mente estava sempre errante. Isolado, até o
fato de que ele era um cara jovem pensando somente com seu
pau. Ele estava sempre mexendo com as meninas, e elas
adoravam Logan. Ele era um belo rapaz para olhar – bonito
demais para o meu gosto – e nunca precisava jogar duro para
conseguir.

"Sim, eu era uma prostituta total", eu menti, lutando


contra um sorriso.

Agora a curiosidade o encheu. "Que tipo de merda que


você fazia?"

"O que fazem as prostitutas, Logan? Pense."

"Mas como... você não é um tipo de prostituta. Você é


mais um tipo de acompanhante. É isso o que você era?
Acompanhante?"

Eu mordi o interior da minha bochecha, sentindo-me


cruel por alimentar sua fantasia. "Oh, sim. Totalmente."

"Você fazia merda?"


"Mhm."

"Você é a favor do caralho real?"

"Totalmente."

Seus olhos verdes brilhavam com fascinação. "Você


ainda..."

"Não."

"Mas será que você..."

"Não."

"Mas nós poderíamos..."

"Não."

Ele exalou em frustração. "Bem! Divirta-se com o Reaper.


O trem de Logan está se movendo para sempre, Sara-bara."
Ele se afastou, olhando para mim com o tipo de petulância que
eu vi em crianças como Jake.

Minutos mais tarde e ele estava ocupado com duas


mulheres, pronto para deixá-las treinar em sua locomotiva,
sem dúvida.

Chugga-chugga-ho-ho.
Eu fiz o meu caminho para o bar onde Wilson estava
servindo bebidas.

"Sara!", Ele me cumprimentou com o seu sorriso quente.


"Quer ouvir uma piada?"

Eu suspirei. " Agora não, Wilson. Eu gostaria de manter a


minha comida no estômago, obrigada."

"Faça como quiser. O que você quer beber?"

Eu me mantive rigorosamente na cerveja. Não ia ficar


bêbada em torno dos novos chacais, especialmente quando
eles estavam fazendo suas rondas de mulher para mulher. Eu
precisava estar firme nos meus pés. Eu não tinha Remy para
me esconder atrás, e senti uma pontada estranha com isso.
Mesmo depois de todo esse tempo, desde o bunker, eu não
tinha certeza de como agir sem ele lá para me guiar.

Quando peguei a minha garrafa de cerveja, eu assisti


Wilson ir de feliz para fervilhante, correndo para Tessa e
discutindo sobre seu estado de nudez. Afastei-me do bar e fui
até uma parede. Olhei para cima e sufoquei um suspiro
quando fiz contato com os olhos marrons mais bonitos que eu
já vi. Eles pertenciam a Edge, e eram intimidantes como o
inferno.
"Eu quero você no corredor, estômago contra a parede,
bunda para fora", ele me ordenou com sua voz rouca e
profunda.

Fiquei parada por um segundo. Não tinha entendido suas


palavras ainda. Repeti-as dentro da minha cabeça por cerca de
uma dúzia de vezes e...

"Agora", ele exigiu, narinas infladas.

No corredor. Estômago contra a parede. Bunda... para


fora.

Comecei a rir, e isso era totalmente estranho vindo de


mim. Eu deveria tê-lo esbofeteado.

Maldito. Inferno, eu deveria dar uma joelhada nas suas


bolas.

"Algo engraçado?"

Eu ri mais e sufoquei, "Você está me zoando, certo?"

Agora ele parecia malditamente ofendido. "Não, eu não


estou zoando você."

Eu apontei para a multidão de mulheres que estavam no


centro da sala, esfregando excessivamente seus corpos umas
contra as outras. "Vá perguntar uma daquelas meninas. Tenho
certeza que elas vão te lamber de cima a baixo." E elas iriam.
Seu olhar mau ganhou muitos pontos no meu livro Chacal.

Ele me agarrou pelo braço e me puxou ainda mais perto


dele. "Você acha que isso é uma merda de piada? Você veio a
este lugar e é esperado que abra a porra das suas pernas!"

"Eu não vou abrir qualquer coisa, além de uma lata de


foda-se!" Eu rosnei, lutando para soltar meu braço.

Seus olhos se arregalaram, e eu tinha certeza de que


receberia minha bunda entregue em uma bandeja. Em vez
disso, olhou para mim com olhos iluminados e um pequeno
sorriso. "Eu recebo o que eu quero", ele simplesmente
declarou. "E eu quero carne fresca."

Procurei por ajuda em torno de mim, mas a maioria dos


que nos rodeavam eram do seu clube e estavam ocupados em
sua própria merda, e eu duvidava que gostariam de ficar no
caminho de Edge, de qualquer maneira.

"Você não está recebendo nada", eu disse então,


decididamente, mantendo minha voz tão apertada como
possível. "Eu pertenço a Remy."

Deus, eu odiava dizer isso, mas era a única maneira de


levá-lo a seguir em frente.
Agora seu sorriso se transformou em um sorriso
arrogante. "Não seja estúpida. Ninguém pertence Reaper."

"Bem, eu faço."

Nós olhamos um para o outro por vários momentos.

"Saia de perto dela, Edge."

Edge virou-se para Remy, que veio diretamente para


ele... com um saco de cereal em sua mão. "Eu não estou indo
para foda me repetir, Edge."

Suas sobrancelhas se ergueram. "Está falando sério?


Quantas outras peças de bocetas estão lá..."

"Ela é minha garota, seu merda."

"Ela é sua senhora?"

"Ela é a minha garota." Remy repetiu com os dentes


cerrados.

"Mas não a sua senhora."

Bem, isso era estranho. Qual era a maldita diferença? De


qualquer forma, eu preferia que Remy me chame sua
namorada em vez de sua... senhora. Essa merda só queria
dizer velha. Velha? Velha?! Eu sou jovem, caramba. Eu serei
chamada de velha quando estiver nos noventa, no mínimo.
Mas a maneira como eles estavam olhando um para o
outro sobre essa palavra... você poderia cortar a tensão no ar
com uma faca, maldição.

"Eu sou sua senhora," Eu falei para Edge, com o pior


olhar que eu poderia reunir. "Eu apenas prefiro ser chamada
de sua garota."

Edge, de repente, pareceu desinteressado. "Sim, claro,


que diabos você está fazendo?" Ele soltou meu braço, mas
ficou parado ali, olhando para Remy. "Desde quando você tem
ido solo? Você costumava colocá-lo em todos os lugares."

Deus, por que os homens eram tão malditamente brutos?

"Desde quando você pensa que me conhece


completamente?" Remy respondeu. "A última vez que me
lembro, você não queria nada comigo. Então foda-se ou saia."

Ooh, não havia nada de bom entre estes dois. Edge


parecia prestes a lutar, e de repente todos em torno de nós
perceberam o que estava acontecendo. Silêncio total.

"Sara," Remy disse, sem tirar os olhos de Edge, "vá para o


nosso quarto. Agora."
Apesar de querer saber onde isso estava indo, corri para
fora de lá. Quando Remy fala com você nesse tom sério, é
melhor fazer como ele disse!

*****

Enquanto eu estava deitada na cama esperando por


Remy, tentei dormir, mas o sono não veio. Como de costume, a
minha mente incansável foi para Jaxon. Quem estava na cama
com ele neste momento? Ela era linda? Será que ele a ama?
Todas as questões venenosas com base na realidade terrível
que o tempo muda as pessoas, especialmente quando você
não está lá para testemunhar isso. Poderiam ser mudanças
insignificantes, e que pessoas próximas a você não vão
perceber porque estar constantemente perto de alguém
escurece sua consciência do mesmo. Você evolui com a
pessoa, participa da sua mudança e cresce junto. Mas para
pessoas de fora, pequenas variações acumuladas podem te
transformar em um um estranho. Eu estava com medo que
isso estivesse acontecendo.

Eu tive um impulso exasperante para chamá-lo. Eu ainda


tinha o papel escondido no bolso do mesmo jeans. É claro que
eu falei da boca para fora. Eu consegui desligar o telefone de
forma bastante dramática.
Chamá-lo depois de tanto tempo seria, sem dúvida,
errado e injusto com ele.

Mas quem colocou o papel no meu bolso? Essa pergunta


me confundia. Um Chacal tinha feito isso, porque eles eram os
únicos que eu tinha ao redor. Mas quem? E, mais importante,
por quê?

O nó no estômago estava apertado. Isso não fazia


sentido. Se alguém aqui, intencionalmente, ajudou Jaxon
passar uma mensagem para mim, o que mais tinha feito? Eu
revi, em minha mente, o rosto de cada Chacal que estava lá
naquele dia.

Se eu fosse o tipo leal, teria dito a Remy. Diria que havia


um dedo-duro aqui, seguindo ordens de um Escorpião. Que
ele precisava tomar cuidado no caso de algo ruim acontecer.

Ha, você é uma idiota. Como se você pudesse dizer a


Remy algo contra Jaxon. Esta era verdade. Nunca tive a
intenção de lhe dizer porque a ordem foi dada por Jaxon.
Porque uma parte de mim sabia que isso era fundamental
para ele. E porque uma parte de mim não queria sabotar essa
forma de comunicação, no caso dele pensar em falar comigo
novamente. E por último, obviamente, a esperança de uma
mulher de coração partido que gostava de sonhar.
Eu fui pega no meio. Devo ser fiel a um homem que eu
nunca mais terei? Ou para o homem que estava aqui comigo
me dando tudo dele? Eu amei Jaxon. Ele tinha sido a constante
na minha vida antes de jogar tudo para o alto, mas eu estava
sentindo algo para Remy também. Claro, no começo não havia
nada. Eu fui forçada em um quarto, por quatro semanas, com
ninguém além ele. Minha dependência a ele foi inevitável.
Dentro do meu coração eu sabia que ele tinha a intenção que
isso acontecesse, mas eu não o odiava por isso. Porque aqui,
ele tinha me dado uma família que realmente parecia se
importar. Ele não tinha sido nada além de paciente e
carinhoso comigo, e eu sabia que, a este ritmo, eu encontraria
a felicidade com ele.

Bem, essa era resposta suficiente, não era?

Você é leal a Remy agora.

Interrompendo meus pensamentos, a porta se abriu. Eu


assisti Remy tirar sua camisa antes de subir na cama. Eu não
conseguia tirar os olhos de seu torso tatuado. Este homem
bonito era uma obra de arte; os desenhos intrincados com
tinta corriam junto de um dragão vermelho em seu peito
superior esquerdo com fios como galhos que se estendiam
para o outro lado do peito que levavam ao que pareciam
datas. Eu me perguntava o que significavam essas datas.
Abaixo das datas e começando em sua caixa torácica havia a
palavra HONRA em negrito.

Ele era refrescante para olhar, e não ostentava qualquer


uma das tatuagens que os outros homens no clube faziam.
Nada de pin-ups ou crânios decorando sua pele. Ele tinha o
emblema dos Chacais, mas só cobria a parte de cima das
costas. Os braços estavam sem tatuagens, o mesmo no resto
do corpo. Tenho a impressão que ele era um cara muito
exigente, e tudo o que cobria sua pele era muito importante
para ele. Eu queria saber o que era.

"Está tudo bem?", Perguntei.

"Sim, está tudo bem, querida," ele respondeu.

Ele me puxou para seu peito e envolveu um braço a


minha volta. Ficamos em silêncio por algum tempo. Eu
poderia dizer pela sua respiração, que ainda não estava
dormindo. Algo o incomodava.

"Edge é um idiota", ele disse de repente, irritação


espessa em sua voz. "Ele sabia que era minha no segundo que
viu você. Ele tentou fazer algo para ver onde sua lealdade
estava. Ele fez merda como esta no passado."

Que diabos? "Por que ele faria isso?"


"Para olhar por mim, mesmo não estando fechados mais.
Nós crescemos juntos, antes de ele ser levado para Northam
como um prospecto, muitos anos atrás. Ele é realmente um
bom rapaz debaixo de sua manipulação."

"Então, o que ele fez lá em baixo, era um teste?"

"Sim, Birdy, foi sua fodida maneira de testar você."

Isso me irritou. Que idiota! Apesar de suas intenções...


estranhamente honrosas de olhar por seu companheiro
Chacal, não tornava a situação melhor. Podia ter me enganado,
especialmente quando foi tão malditamente convincente.

"Você sabia que ele ia fazer isso?" Eu perguntei então,


desconfiada.

"Não, eu nem sabia que ele estava aqui. Se eu soubesse,


não teria deixado você sozinha com eles. Eles vão embora pela
manhã, então não se preocupe em vê-lo novamente."

Graças a Deus por isso. "Você parecia realmente zangado


com ele."

"Nós já passamos por muito. Passado difícil que eu


gostaria de colocar para trás." Em outras palavras, não se
intrometa.

Eu não fiz.
Ele virou meu rosto para ele e beijou meus lábios
suavemente. Fechei os olhos e deixei-o explorar minha boca
durante alguns minutos. Ele sempre foi tão suave contra a
minha boca, mas suas mãos falavam uma história diferente.
Ele agarrou meu quadril com força, resistindo à vontade de
continuar.

Então ele puxou de volta, como sempre fez. Sua


respiração estava pesada e seu corpo tremia um pouco, mas
ele se mantinha sempre no controle. Ele me virou e aninhou-
se a mim.

"Você me faz insaciável", disse ele em meu ouvido.


"Sempre tem um gosto tão bom."

"Você não tem um gosto tão ruim também," Eu sorri.

Ele beijou meu ombro e passou a mão para cima e para


baixo no meu braço. Fechei os olhos para sentir o suave
carinho. Como poderia um homem tão assustador possuir
esse lado suave e macio? Eu sabia que era uma das poucas
pessoas que tiveram a oportunidade de ver esta parte dele.

"A propósito," ele murmurou, antes de adormecer, "por


que diabos Logan fala sem parar sobre você ser uma
acompanhante?"

Eu sorri e balancei a cabeça. Aquele cara era um idiota.


Capítulo Onze

Por que ele estava fazendo isso?

Era noite e eu estava na parte traseira da moto de Remy


seguindo o resto dos Chacais para um dos seus bares. Isso
cheirava mal. Remy tinha sido inflexível sobre eu ir com ele
para a festa. Esta não era a primeira vez que ele me pedia para
ir com ele. Eu lhe dizia que não e ele nunca insistiu.

Até agora.

Foi logo antes de eu subir que ouvi Fritz rosnar como


sempre fazia. "Hora de jogar bonito com os malditos
inimigos", ele cuspiu no chão quando pegou seu capacete,
enfiando os cabelos longos atrás das costas. "Não sei porque
nós não saltamos e assassinamos o filho da puta. É hora de
começar a ter nossa cidade de volta, pelo amor de Deus. Eles
não só roubaram nossos negócios, mas nossas bocetas
também! Estou cansado das mesmas cadelas passeando por
aqui."
"Cale a boca, Fritz," Remy retorquiu. "Você fala dessa
maneira em torno deles e estamos nisso. A última coisa que
nós precisamos é de uma briga por causa de sua boca de
bunda louca".

Meu rosto disfarçou o pânico que eu sentia por dentro.


Por que diabos ele estava me levando para um de seus
encontros de paz com os Escorpiões? Eles estavam jogando
frequentemente como um meio para manter os dois grupos
acalmados. Darcy me disse uma vez que eles ficavam bêbados
juntos como se fosse amigos de escola. Era a maneira perfeita
para aliviar as tensões e tentar deixar o passado sob a ponte.
Então, o que eu tenho a ver com isso?

O grande bar que entramos era velho como o inferno, um


dos primeiros a abrir na cidade. Foi comprado mais tarde por
um Chacal e remodelado de cima a baixo. De dé na entrada, o
bar ficava em sua linha de visão. O salão em si,
propositadamente velho com paredes vermelhas como sangue
e piso de madeira, foi dividido em várias áreas. Uma curta
caminhada até a área de estar onde as mesas quadradas de
madeira estavam. Ao lado da escada havia uma pista de dança,
e estava lotada de Escorpiões e mulheres, bebendo e
dançando, e fazendo outros movimentos interessantes...

Eu certamente não imaginava que eram passos de dança.


Havia um corredor ao lado da área do bar que se
estendia a vários quartos, e eu podia ver Escorpiões fluindo
para dentro e para fora destes quartos totalmente
despenteados e fechando as calças. Você não tem que ter
inteligência acima da média para saber o que se passava
dentro deles.

Prez, que eu imediatamente soube que não era do tipo


fiel, agarrou pelo braço uma mulher que passava. Ele a trouxe
para mais perto do peito e disse algo em seu ouvido que eu
não pude ouvir. A menina, que não poderia ter mais do que
dezoito anos, arregalou os olhos com medo e acenou
rapidamente para ele. Ainda segurando o braço dela, ele a
conduziu pelo corredor para um quarto.

Remy se inclinou para o meu lado. "Encontre uma mesa


lá em cima e eu vou buscar algo para beber."

Ele caminhou para o bar e eu passei por uma multidão


de pessoas. Subi alguns degraus e, quando cheguei ao topo,
não queria nada mais do que voltar. As mulheres estavam em
torno de alguns homens não muito longe, pressionando-se
provocativamente contra eles. Meu estômago virou em
náuseas, e eu fiquei feliz como o inferno que havia uma mesa
livre.
Sentei-me e olhei para os meus dedos por três segundos
antes que meus olhos percorrem toda a sala novamente. Eu
queria erguer minhas mãos para o ar, gritar todos os tipos de
insultos, e sacudir cada pessoa maldita aqui! Era apenas um
mar de porcaria. E pensar que eu achei o clube agitado – isso
era algo completamente diferente.

Então é isso que os Escorpiões fazem, eu pensei


melancolicamente. Este é o tipo de merda de que me livrei.

Obrigada

Porra.

Eu nunca poderia participar de nada disso. Não era o


objetivo de cada mulher aqui que me fazia enjoada, e sim a
aceitação a tudo aquilo.

Ugh. Por que, Remy? Por que você me trouxe aqui?

Olhei para o bar à procura dele. Para meu horror, ele não
estava lá. Ele me disse para esperar enquanto pegava algumas
bebidas.

Tremendo, levantei-me e continuei a procurá-lo. Ele não


faria isso. Não, não, não Remy. Ele não estaria em um desses
quartos. Só havia uma razão para ele fazer isso. Oh, merda. Ele
não seria estúpido o suficiente para me trazer aqui e depois
me abandonar para foder alguma garota. Você está pensando
o pior dele, relaxe, foda-se. Bem, era difícil relaxar quando ele
ficou privado de sexo por muitos malditos meses.

Eu recuei das mãos bruscas me tocando. Eu procurei por


um Chacal e alívio varreu-me quando vi Logan com os braços
ao redor da cintura de uma mulher, dançando.

"Onde está Remy?" Eu perguntei sem fôlego após


avançar através de incontáveis corpos.

Logan olhou em volta, sua metade inferior mais


preocupada com a mulher se esfregando contra ele. "Não sei.
Você olhou o bar?"

Eu dei-lhe um olhar irritado. "Claro que eu tentei o bar,


idiota".

Mais mãos me tocaram. "Foda-se!" Eu gritei,


empurrando-os para longe.

"É melhor ter cuidado", sorriu Logan, os olhos verdes


brilhando para os homens em torno de nós. "Esta é a menina
de Remy. Não queremos tocar isso, está bem?"

Instantaneamente aquelas mãos desapareceram. Bem,


fiquei contente em saber que havia vantagens em ser a
"menina de Remy."
Eu tentei o bar novamente, só para ter certeza, mas não
estava lá. A raiva surgiu em mim. Ele, porra, não o faria. Oh,
mesmo que ele não fez, eu teria algumas palavras bem
escolhidas por me abandonar na decadente central do sexo.
Isto foi apenas para a porra! Ele era sempre protetor comigo.
Ele não teria ido caçar boceta.

Ele não era assim.

Ele não era!

Fritz passou pela minha visão periférica. Olhei para as


duas mulheres penduradas nele e reprimi um
estremecimento. A higiene do homem era questionável. Seu
cabelo era gorduroso, sua barba irregular e as suas unhas
eram negras de óleo e sujeira. Ele praticamente morava no
sofá na sala de entretenimento – tinha uma grande mancha
sobre ele, na forma de sua bunda, como prova – onde ele
fumava e bebia uísque ao longo do dia todo, aporrinhando as
pessoas e falando sobre começar uma guerra com os
Escorpiões. Vocês poderia me pagar um milhão de dólares
para tocá-lo e eu não iria, e ainda assim essas mulheres
estavam levando-o por... pura vontade.

Eu deveria ir de volta à minha mesa e pacientemente


esperar Remy. Eu deveria, mas caramba eu não podia.
Acostumada a ser fodida por aqueles que eu menos esperava,
queria ter certeza de que poderia não era o caso. Se havia uma
coisa que eu sabia, era que as pessoas são capazes de tudo, e
alguns deles são excelentes mentirosos.

Meu coração batia loucamente quando passei pelo


corredor. Era como a formatura novamente, exceto que eu
estava pronta – e quase certa – que encontraria Remy fazendo
o impensável. Ficarei muito tempo insensível ao sexo, depois
de abrir três portas e ser recebida com imagens que eu teria
que queimar meu cérebro para esquecer. Fiquei
especialmente enojada ao encontrar Prez enterrado entre as
pernas daquela mulher que, para minha grande consternação,
não deveria ter nem mesmo 18 anos de idade. Eu tinha pena
de Dayna.

Então aconteceu.

Na quarta porta, todo o ar me escapou. Eu congelei e


pisquei forte para garantir que isso era real. Para ter certeza
que não estava em um pesadelo doente e torcido.

Havia uma menina. Uma menina muito bonita beijando-o


e, em seguida, fazendo o seu caminho abaixo da cintura
enquanto ele estava sentado com os olhos fechados e a cabeça
voltada para cima. Sua boca estava ligeiramente aberta e sua
língua rodou seu lábio inferior quando a mulher começou a
desabotoar o cinto.
Jaxon.

Alguém me esfaqueou? Porque eu tenho a certeza da


porra que era como isso. Eu não podia sequer olhar para
longe, e isso era tudo que eu queria fazer. Basta olhar para
longe, fechar a porta e seguir em frente. Vá embora, vá
embora... Meus pés estavam enraizados, uma atração invisível
forçando-me a assistir.

Como se me sentindo, ele abriu os olhos e olhou


diretamente para mim. O segundo que nossos olhos se
encontraram, a minha inércia foi cortada. Levei quase um
segundo para virar e correr. Bati em caixas, espremida através
de pessoas, empurrei as mulheres fora do meu caminho e, em
seguida, mãos duras agarraram meus ombros.

Atordoada, eu olhei para o rosto que eu teria prazer em


arrancar os olhos fora.

Finley segurou meus ombros dolorosamente. "Você está


bem? Viu algo você não gostou?" O olhar perverso em seus
olhos me disse que sabia exatamente o que eu tinha visto.

"Solte-me," eu exigi.

"Por quê? Não é isso que você queria fazer parte?"

"Me solta!", Eu repeti mais dura desta vez.


Ele fez e me virei e corri novamente, sentindo espinhos
na minha espinha com seu riso atrás de mim. Não parei de me
mover até que eu estava fora do bar e de pé no
estacionamento.

Eu estava zonza, olhando incrédula ao meu redor,


esperando o fim do meu pesadelo. Minha visão ficou turva e
eu quase caí ali mesmo. Choque passou pelo meu corpo e senti
como se uma corrente elétrica queimasse meus sentidos e
fiquei olhando para a rua movimentada com fascínio. Eu me
lembro de pensar, eu só quero morrer.

Como eu poderia ter sido tão estúpida?! Como eu


poderia pensar que ele ainda estava pensando em mim de
alguma forma? Que ele não poderia simplesmente seguir em
frente, não depois de tudo o que disse para mim todos os
meses atrás? Enquanto eu me sentia culpada beijando Remy,
cada maldito tempo ele estava fora fodendo mulheres.

"Eu quero que você veja as imagens novamente, porque


essa merda não está fazendo sentido." A familiar voz me
afastou dos meus pensamentos. Virei-me para ela e encontrei
Remy de pé ao lado de sua moto, falando em seu telefone.

Nenhuma mulher ao redor. Sem luxúria em seus olhos.


Meu sempre paciente, fiel, Remy.
E eu o odiava, porra.

Eu fui em sua direção. Quando ele me viu, desligou o


telefone imediatamente, confuso com minha raiva quando eu
agarrei seu colete com minhas mãos.

"Você me deixou lá!" Eu gritei, lágrimas fluindo pelo meu


rosto. "Você me deixou sem uma porra de palavra!" E foi culpa
sua que encontrei ele. Sua culpa que eu fui procurá-lo e
encontrou Jaxon em vez disso!

"Acalme-se, acalme-se", ele repetiu, baixinho agarrando


minhas mãos. "Eu não tive a intenção de deixá-la. Recebi um
telefonema enquanto eu estava esperando as bebidas, Birdy.
Saí para cuidar da merda..."

"Você deveria ter me dito!" Interrompi friamente.

"Eu não achei que fosse demorar muito."

"Não há nenhuma desculpa, Remy! Você me deixou nessa


porcaria de orgia!"

"Porra, eu sinto muito." Ele pediu desculpas novamente e


me trouxe em seu peito, acariciando minhas costas enquanto
colocava beijos na minha cabeça. Eu soluçava em seu peito,
sentindo como se ele soubesse o que estava errado, como se
ele estivesse tentando fazer tudo melhor.
Eu me afundei totalmente nele. Seus braços eram o que
me mantinham na posição vertical, e me segurou com ele por
um tempo que parecia se estender. Minhas lágrimas
desaceleram e minha respiração normalizou. Perdida na
sensação de seu relaxante balanço, com minha bochecha
contra seu peito, eu finalmente abri meus olhos. Meu coração
se apertou com o que eu vi.

Jaxon estava de pé ao lado da porta de entrada, no


escuro, me observando. Eu vi seu peito se expandir e os
nossos olhos se encontraram.

Não.

Eu não iria me torturar assim. Ele me arruinou. Fechei os


olhos, empurrando-o para longe, não querendo ter nada a ver
com ele. Depois que alguns minutos se passaram, eu os abri
novamente.

Ele se foi.
Capítulo Doze

Ele seguiu seu olhar fixo para a entrada. Não havia


ninguém lá.

"Que tal a gente ir para casa?", Ele sussurrou em seu


ouvido. Ele sentiu seu assentimento contra o peito.

Na viagem de volta a sua mente se dividiu em duas. Um


lado estava tentando digerir a notícia que ele recebeu antes
do colapso da Sara. Não pode ser possível. Não há nenhuma
maneira do caralho...

O outro lado estava tentando lidar com a raiva dela.


Foda-se, a garota era forte.

Apesar do rumo dos acontecimentos, ele tinha que se


concentrar nela. Ela estava evidentemente abalada e, a julgar
pelo aperto em torno de seu torso, ela precisava dele.

Uma vez dentro do clube, ele a seguiu até a cozinha, onde


ela pegou um bloco de chocolate e engoliu em menos de um
minuto. Sua mente estava longe, e seus olhos eram maiores do
que o habitual.

"Você quer assistir a um filme?", Perguntou a ela.


Certamente que a história de amor de entorpecimento mental,
com o homem de cabelo arrumado flutuando ao vento na capa
do caralho do DVD, iria animá-la.

"Ok", ela respondeu num sussurro.

Uma vez dentro do quarto, ele colocou o filme e trouxe-a


perto de seu peito. Ela enrolou-se em volta dele como um
pretzel, enterrando a cabeça em seu peito enquanto eles
assistiam. Obrigado diabos que ele tinha bebido um pouco de
cerveja – isso anestesiaria seus sentidos durante as duas
longas, longas, horas de besteira melodramática.

Ela adormeceu antes que o filme terminasse. Ele a deitou


na cama, acariciou o cabelo para longe de seu rosto e traçou
seu dedo carinhosamente pelo seu rosto. Foda-se, ele pensou
que ela era bela. Ele se levantou e jogou as cobertas sobre ela.
Em seguida, desceu as escadas e foi à sala vigilância onde fez
uma chamada importante.

"Eu quero ver o tape amanhã, Frank", disse ele. "Eu


preciso saber se essa merda é verdade."
Quando desligou, ele caminhou pelo clube por horas,
bebendo cerveja após cerveja. Seus dedos estavam instáveis –
a necessidade crua de fumar surgiu nele neste tipo de situação
estressante. Ele lutou contra isso. Ele não pegou um cigarro
em três malditos anos e recebeu notícia muito pior do que
esta.

Bem... um pouco. Esta era muito ruim, porra.

A necessidade de uma distração continuou a aumentar


até que ele era um feixe de nervos. Foda-se essa merda.

Foda-se essa merda. Foda-se toda a merda do mundo.


Foda-se dez vezes, vinte vezes, de cabeça para baixo, lado
direito, foda-se. Foda-se tudo!

Ele parou e inclinou-se para a parede mais próxima,


descansando a cabeça contra ela.

Se isso for verdade? Se o que está na fita for verdade... E


depois? Que merda, então? Pela primeira vez, Remy não sabia.

O som de risos irrompeu da entrada. Logan tropeçou na


entrada com duas meninas. O homem estava tão bêbado que
nem sequer podia dar dez passos. Ele desmaiou no sofá – o
mesmo sofá do caralho onde Fritz praticamente vivia fodendo,
eca – e as meninas caíram sobre ele. Mais risos e, em seguida,
o som de beijos molhados e o zíper de seus jeans.
Remy fechou os olhos com força. Ele estava tão
acostumado a essa merda, tinha visto sempre de passagem,
mas foda, esta noite roía-lhe algo horrível. Ele não tinha
estado dentro de uma mulher desde... desde... Ah, foda, ele não
conseguia sequer lembrar. Fazia meses. Luxúria formou no
peito dele como se tivesse a noção de finalmente ser fodida.
Ao estalar de dedos ele poderia ter aquelas duas mulheres,
aqui e ali, as pernas abertas, bocetas de fora. Vantagens de ser
VP – ele estava mais acima do que Logan na cadeia alimentar.

Os sons o fizeram endurecer instantaneamente. Agora,


seria a distração perfeita. Apenas uma palavra, uma ordem e
iria tornar...

Ele virou-se e correu até as escadas.

Não.

Porra.

Fora.

Ele não seria como o doente de seu pai. Ele não faria isso
com Sara. Ela era tudo o que ele queria, não aquelas duas
falsas bundas maconheiras, que implorariam por uma raiz e
que podem foder com todos na esperança de obter a sua dose
de drogas mais tarde.
Ele precisava dela. Precisava dela pra caralho, ele estava
tremendo. Ele entrou no quarto e subiu na cama. Jogando as
cobertas, ele virou-a de costas e descansou sobre ela. Ela
começou a despertar quando necessitadamente ele começou a
beijá-la. Assustada, ela abriu os olhos e moveu de seu rosto
para longe.

"Você está bem?", Ela perguntou com cautela.

"Não", respondeu ele, antes de tomar seus lábios


novamente. Ele empurrou profundamente em sua boca,
saboreando sua língua contra a dele. Porra, ela era uma
corrente de ar fresco. Ela era tão perfeita.

Incapaz de conter-se, suas mãos percorriam cada


centímetro dela, segurando cada curva suave como se fosse ar
para seus pulmões. Ele a encurralou como uma presa,
arrancando suas calças, reagindo puramente por sua própria
autogratificação.

"Remy", ela disse, sem fôlego, puxando-o para longe de


seu rosto. "Você andou bebendo..."

Ele arrastou a língua pelo pescoço e chupou ferozmente,


do jeito que ela gostava. Seu corpo não podia resistir ao que
ele queria. Ela tentou não esfregar-se contra ele. Ele
empurrou sua camisa para cima, mas ela puxou-a
rapidamente de volta, não querendo tirá-la.

Ele não cedeu. Rasgou sua calcinha em menos de um


segundo, e ela ficou apreensiva imediatamente.

"Remy", disse ela, mas saiu como um pedido. Um apelo


para quê? Para mais? Foda, sim. Foda-se, um milhão de vezes,
sim.

Ele apressadamente soltou seu cinto e puxou o zíper


para baixo. Ele não queria nem tirar as roupas. Ele esperou
muito tempo para isso. Ele só queria estar dentro...

"Remy", Sara disse novamente, mais forte do que antes.


"Não, Remy. Você andou bebendo."

Ele calou-a com a boca, mas as pernas fecharam


automaticamente no segundo que ele tentou espalhá-las.

"Pare, pare," ela disse, afastando-se de seu rosto. "Pare


com isso, Remy. Não!"

"Deixe-me entrar", ele ordenou rispidamente, segurando


seu quadril mais apertado do que pretendia. "Deixe-me
entrar, Birdy. Deixe-me, porra, dentro."

Ele sentiu tremer a cabeça.


"Deixe de dizer a porra do não!", Ele rosnou.

Ele dominou-a e abriu suas pernas. Ele esperou tempo


suficiente. Muito tempo. Foda-se se ela achava que podia dizer
não a ele mais uma vez! Essa merda não estava acontecendo.
Seu corpo estava preparado para isso; ele estava perdido na
necessidade desesperada, e todo o pensamento racional lhe
escapou.

"Por favor", ela chorava histericamente.

Ele agarrou o travesseiro onde sua cabeça estava e


apertou a merda fora dele. A ponta de seu pênis estava bem ali
– na entrada, porra! Como um vulcão, sua raiva explodiu e
gritou incoerentemente, deixando seu quadril quando se
afastou dela. Todo o seu corpo tremia, o sabor da raiva era
palpável em sua língua e ele queria golpear alguma coisa!

E ele fez. Ele bateu com tudo na cômoda e derrubou a


televisão. Ele foi para o chão quando passou ambas as mãos
pelo cabelo e parou abruptamente na porta. Ele bateu sua
cabeça contra ela uma vez, e depois mais duas vezes.

Por quê? Por que ela estava fazendo isso?

"Você é nada além de uma porra de provocação", ele


amaldiçoou, respirando rapidamente contra a madeira da
porta.
Seus gritos irritaram ainda mais. Ele se virou e ela
recuou com o olhar dele, como ela deveria, porra! Ele nunca
ficou tão puto antes. Nem mesmo as notícias de hoje à noite o
havia derrubado como isto. Ele estava cheio disso tudo e a
odiava por foder ainda mais chorando desse jeito que ela
fazendo, da maneira que aumentou a dor no seu coração.
Foda-se ela e sua manipuladora besteira! Ela me puxa e me
empurra. Como ondas de tempestade contra um penhasco.
Havia um limite para o que ele poderia tomar.

"Mova-se, porra!", Ele gritou com ela, a cabeça tão cheia


de raiva que ele só queria explodir.

Ela trouxe os joelhos para seu peito. Ele reconhecia esta


ação muito bem. Ela fazia isso quando se sentia ameaçada e
com medo. Foda-se, ela tinha medo dele? O único homem que
levaria uma bala por ela sem duvidar por um momento?

"Ele não quer mais você", ele grunhiu, apontando para


ela em tom de acusação. "Eu estou cansado dessa besteira! Ele
não quer você mais! Quanta foda mais você precisa para
acreditar? De que outra forma eu posso provar isso a você?"

"Você me levou para lá de propósito!", Ela o


interrompeu. Mesmo no escuro da sala a viu corar com sua
própria raiva. "Você queria que eu o visse! Essa é a única
razão pela qual você me levou lá..."
"Como o resto, diabos, eu precisava mostrar-lhe que ele
não se importa com você! Ele seguiu, porra, se liga! Nem
sequer me incomodou desde a noite que queria você de
volta!"

As palavras eram como balas. Ela se encolheu, a dor


permeando suas feições, e então teve a audácia de sacudir a
cabeça!

"Pare com essa merda de negação. Eu tenho certeza,


porra, Sara. Eu sabia que você não queria acreditar. Eu estou
tão cansado de esperar por você."

"Eu nunca pedi que você esperasse, Remy," ela


respondeu. "Você está perdendo seu tempo comigo. Vá
procurar alguém disposto para você."

Ele não a deixou ver o pânico que essas palavras lhe


causaram. Encontre alguém? Ele não queria alguém mais. Ele
seria uma concha vazia sem ela.

"Isto não é sobre colocar para fora, Sara", ele disse a ela
calmamente. Deus, o que diabos ele tinha acabado de fazer?
Isto ocorreu-lhe rapidamente – a cena que acabara de
desdobrar, sua cobrança para ela abrir-se para ele, as várias
vezes ela disse não... Ele se sentiu mal.
Ele tropeçou à beira da cama e caiu sobre ela. Cotovelos
apoiados em cada joelho, ele olhou para o chão escuro e
descansou sua testa contra cada mão. Ele deixou o silêncio
acalmar a raiva até que...

"Eu estive esperando por você desde que você tinha


quatorze anos," ele sussurrou. Ah, porra, ele realmente apenas
disse essas palavras? Talvez ela não ouviu-as...

"Quatorze? Desde os balanços." Seu tom tinha suavizado


pela sua calma. Ele não queria brigar com ela. Ele só queria
que ela soubesse como se sentia e quão difícil era lidar com
sua rejeição constante.

"Sim", ele suspirou. "Bonito fodido, né?"

"Por que você não fez nada?"

"Você tinha quatorze anos, Sara. E quatro anos, porra,


para deixar de ser adolescente. Você sabe o quão doente é
isso? Você sabe o quão doente eu me senti? Eu vi você
andando pela rua em, porra, estranhos pijamas de pato, e seus
quadris estavam balançando a cada passo. Eu fiquei vesgo
apenas assistindo você. Eu pensei que você tinha dezesseis, no
mínimo. Eu sou um pervertido de qualquer forma, não é?"

"Você não é pervertido."


"Me apaixonar por uma adolescente de quatorze anos,
com vinte e dois? Isso é merda pervertida, Sara."

Sua respiração diminuiu. Sim, ele admitiu, porra. E daí?


Ele virou a cabeça para ela. Ela estava olhando para ele com
um olhar perdido, incrédulo.

"O que está errado, Birdy? O gato comeu sua língua?" Ele
precisava ouvi-la falar. O silêncio era brutal.

Para sua surpresa, ela sorriu timidamente para ele. "Eu


tinha a maior queda por você depois daquela noite."

"Isso é verdade?"

Ela assentiu com a cabeça. "Sim, eu me odiei por não


perguntar o seu nome. Eu estava tentada a procurar os
Chacais que possuíam lojas e perguntar sobre você. Eu não
pude, obviamente. Eu tinha muito medo deles."

Bem, merda. E agora? Ele sempre imaginou que ela


achava que ele era alguma loucura, uma ocorrência
inconsequente que desapareceu com os anos.

"Sinto muito", disse ele, o remorso em sua voz. "Eu perdi


minha mente agora e..." E era um pedaço de merda por isso.

Ela balançou a cabeça. "Você parou. Isso é tudo o que


importa."
"Eu não queria parar."

"Eu sei. Eu não queria que você parasse também, mas..."


Ela exalou hesitante, olhando nervosamente para os dedos.

"Mas o quê, Sara?"

"Eu não acho que posso fazer isso com você, Remy", sua
voz quebrou. Ela rapidamente limpou seu lágrimas. "Eu odeio
ver você assim. Isso estava vindo, eu sabia. Lucinda me avisou
que um homem só pode esperar por um tempo."

"Eu esperaria mais onze anos por você", ele interrompeu


de forma inequívoca. "Eu não me importo com o tempo. Eu só
quero você. Isso é tudo que eu sempre quis. O que aconteceu
agora, foi um momento de fraqueza combinado com o álcool e
outras... merdas estressantes. Eu não vou deixar isso
acontecer novamente. Apenas... Basta ter paciência comigo,
Sara. Tudo bem?" Implorando como um tolo.

Sim, eu sou um idiota chicoteado por boceta, ele pensou.


Eu nem me importo mais.

"Depois de toda a paciência que você tem me mostrado,


você merece muito mais de volta", disse ela. "Eu só não sei..."

"Não sabe o quê?"


Ela olhou para ele com olhos tristes. "Eu não entendo o
que há em mim que você quer muito, Remy."

"Você."

"Mas por quê?"

O que ela quis dizer com por quê? Ele acabou de dizer.
Ela era a única constante em sua vida. Ela sempre foi a menina
que dependia dele e não sabia. Tinha-lhe dado propósito –
para olhar por alguém quando tudo em torno dele desabava.
E, de repente, queria que ela soubesse o que ele queria e
sentisse o que é essa dependência. Talvez sentir-se
importante para alguém, ou talvez se trancando em uma coisa
boa depois da merda que ele passou. Independentemente
disso, manifestou-se em amor, de um jeito incondicional.

"Eu só quero", respondeu ele.

Ela assentiu com a cabeça, mas não disse mais nada.

Ele subiu na cama e a tomou em seus braços. Ele tinha


certeza de que ela podia ouvir o violento bater do seu coração;
esta era a reação dele toda vez que ela estava por perto. Pela
primeira vez, ele não se preocupou em esconder. Ele queria
que ela soubesse que ele era dela. Ela precisava ver como ele a
amava. Se ela visse, então talvez... apenas talvez, ela seguiria
em frente com ele de uma vez por todas.
Jaxon

Bem, nada poderia foder mais, porra. Ele foi o mais baixo
dos baixos.

Quais eram as chances de merda que ela estaria aqui esta


noite? E, porra, ela tinha apanhado ele em uma situação que
não seria capaz de defender-se, não importa o tanto que ele
tentasse.

Mesmo que ele não fez merda. Não desde que ela se foi,
de qualquer maneira. Ele beijou a mulher, para empurrá-la
longe de suas calças e, em seguida, encontrou Sara ali de pé.
Porra encantadora.

Porra, Finley estava sempre olhando para ele, sempre


jogando mulheres em sua cara e esperando que agisse como
antes de ela ressurgir. Quanto mais ele fazia isso, mais odiava.

Finley era um veneno que arrasava tudo em seu rastro.


Ele era astuto, manipulador e interesseiro de toda forma. Se
Jaxon não retomasse, Finley iria tomar o assunto em sua
próprias mãos. E a última coisa que Jaxon queria era um alvo
em Sara, por causa de um psicótico que queria controlar todas
as coisas vivas ao seu redor.

Isso fazia sentido para ele. Se ela estivesse fora de


cogitação, Jaxon estaria de volta no bando como antes. Ele
suspeitava a um longo tempo que Finley enviou um assassino
para livrar Jaxon de sua distração e dilema moral. Antes dela
voltar, ele era implacável. Agora... agora nem tanto.

Ele se levantou e deixou o quarto vazio que fingiu estar


reservado. Caminhou até o corredor do bar, onde havia
bêbados e mulheres seminuas. Ele estava dormente... e
patético. Como ele foi atraído para este estilo de vida nojento?
Como ele permitiu ficar tão desesperado?

Agora, ele era apenas mais uma peça de xadrez na vida


bem orquestrada de Finley. E tinha acabado de chegar ao seu
limite.

Ele ficou de fora e olhou para o local onde ela estava,


abraçando-o. Ela estava chorando. Ele não podia apagar a
imagem de sua mente, e tanto quanto ele queria dizer que o
que ela viu não era o que parecia, ele não podia fazer isso sem
Remy explodí-lo em pedaços. Ele tentou, ultimamente,
transmitir a Finley que ela tinha sido esquecida, e um golpe
para cima de Remy teria fodido tudo.
Deus, ela foi para casa com ele. Maldito lunático
obsessivo, porra! Será que eles... eles foderam?

Jaxon engoliu em seco e fechou os olhos. Deus, ele


esperava que não. É melhor que ela não fodeu. Porra, se ela
fodeu... Ele soltou um suspiro enquanto seus olhos
percorreram o local mais uma vez. Será que ela fodeu? Com
ele? Depois de tudo o que ele fez para Jaxon?

Ele não seria capaz de olhar para ela novamente.

Ele ouviu a porta abrir atrás dele.

"Você está bem, mano?" Damien perguntou.

"Não", respondeu Jaxon, sentindo como se sua garganta


estivesse na porra do fogo. "Eu não posso mais fazer isso, cara.
Eu quero sair dessa porra de clube, fora deste estilo de vida..."

"Você tem um homem que está atravessando o seu


caminho para isso."

"E ele tem toda a gente envolvida em torno de seu dedo


mindinho."

"Não", Damien discordou. "Ele não tem."

Jaxon o olhou fixamente. "O que você quer dizer?"


"Derek e Mark estão lá dizendo que ele estava falando
com o Chacal Prez sobre subornos por baixo da mesa. Eles não
sabiam que estavam sendo ouvidos. Aparentemente Manny
embolsou dinheiro da máfia do leste."

"Como?"

"Usando nossos caminhões para transportar as suas


armas."

"E o clube não sabe sobre isso?"

Damien balançou a cabeça e sorriu. "Aparentemente


não."

"E por que diabos ele estava dizendo a Finley isso?"

"Finley tem um mundo mais de conexões com os chefes


do crime organizado do que o Prez. Quer trazer ele para o
negócio para obter os nomes de peso e oferecer o mesmo
negócio. Finley, sendo o homem de negócios que ele é..."

"In-porra-crível."

"Sim, cara. A palavra está se espalhando e todo mundo


está pra baixo. Não quero que ele saiba que nós sabemos, ok?
Merda, está confuso..."
Jaxon suspirou e deu ao seu bom amigo um tapinha duro
na parte traseira. "Diga a todos para ficarem de olho. Podemos
muito bem encontrar uma maneira de enterrar esses filhos da
puta."

Em seguida, ele enviou um texto para seu informante


confiável.

Merda está se formando e eu vou precisar de você.

*****

Um olhar. Isso é tudo que tomou e Jaxon se encaminhou


para onde o homem calmo e sereno se sentava no canto do
pátio da prisão.

Finley.

Ele era o líder da gangue mais temida de lá. Pelo menos


quinze de seus homens o cercavam, encarando Jaxon com
olhar mortal e ele fingiu que não se intimidava. Então ele
parou, engoliu a necessidade de fazer uma careta em sua
agonia recente, e olhou para o líder.

Ele tinha um rosto enganosamente amigável. Você


percebia que havia uma febre lá, atrás daqueles olhos, e
desejei que ele mostrasse as suas cartas como todos os outros
psicopatas dali, jogando de líder e gritando suas
obscenidades. Não, este homem era reservado, muito mais
perigoso que o resto deles. E fazia essa porra pior.

"Eu estive observando você", disse ele, em voz baixa e


curiosa. Ele se inclinou para trás em sua cadeira – uma cadeira
de pelúcia que os outros não têm e que ninguém no presídio
conseguiu a partir dos guardas – e pendia um isqueiro em
suas mãos.

Jaxon fez questão de manter os olhos afastados. Por fazer


contato visual ele recebia uma grande quantidade de golpes.
Ele estava aprendendo a linguagem da prisão também.

"Você tem iniciado um monte de brigas por aqui. Vi a


última com os homens de suástica ali, quase conseguiu uma
sentença de morte."

A partir de suas observações, Jaxon aprendeu que a


única maneira de captar a atenção de alguém era estabelecer
a lei e não concordar com qualquer um. Tinha visto um
homem ser cuidado por uma gangue por começar brigas, e o
engraçado é que ele era um lutador merda. Jaxon, por outro
lado, não era.

Depois de ver isso, ele participou de muitas brigas. Se


alguém o empurrava, ele o transformava em uma polpa. Se
alguém sequer olhasse para ele, eles iam para o chão cuspindo
sangue, de tanto que batia neles. Era a sobrevivência do mais
forte nesta fossa doente e ele ia ser a mais forte maldição de
todos eles.

Em sua última luta ele ganhou uma semana no "buraco".


Ele irritou uma gangue, e enquanto conseguiu derrubar
alguns homens, toda a gangue finalmente se lançou sobre ele.
E então, no meio de uma surra muito dolorosa, toda a gangue
explodiu em torno dele. Dez minutos mais tarde e o pátio
virou o caos.

Infelizmente, os guardas testemunharam a coisa toda, e


sendo incapaz de suborná-los com qualquer coisa, ele ganhou
uma semana de isolamento. Mas não mexeu muito com ele.
Sabia que isso era a ponte de alguma forma. Ele provou que
suas bolas eram grandes, ele só esperava ficar ao lado
rapidamente, antes mesmo que a gangue o colocasse no
túmulo.

"Por que você está aqui, garoto?", Perguntou Finley.

Jaxon, ainda desviando o olhar, disse: "Algumas


acusações idiotas de drogas."

Era importante ser vago. Ele não podia dizer que era
inocente. Ele não iria lhes dizer uma maldita coisa. Ele
preferia deixá-los entender com base em sua própria
interpretação.

"Eu não gosto de drogas", Finley respondeu com


desgosto. "Sou um homem de negócios. Eu não trabalho com
esse material fora daqui. Entendeu?"

"Para ser honesto, eu não dou mais a mínima para o que


eu faço", respondeu Jaxon, e era estranhamente a verdade.

O homem sorriu. "Você joga duro, mas a maneira que


agiu na semana passada é porque está desesperado."

Jaxon não pôde resistir e olhou para ele agora, e ele


encarou com raiva.

"Eu admiro o que você fez, no entanto," continuou Finley,


ignorando a defensiva de Jaxon. "Você é um lutador muito
bom. Rápido e silencioso. Eu vi a maneira como você se move.
Você é experiente. Estou procurando alguém como você. Eu
tenho merda que precisa ser feita dentro destas paredes, e
preciso de alguém em quem possa confiar. Eu tenho muitos
caras ocupados e uma posição disponível. Posso não gostar de
manipular drogas, mas isso é negócio que faz mais renda
dentro dessas paredes. Desde que você é o Sr. da droga, eu
imagino que não vai incomodá-lo."
Jaxon não respondeu. Ele só esperou pela oferta que
estava por vir. O homem estava pensando em torná-lo um
garoto de recados. Ele sabia o que fazer. Se ele fizesse o que
era dito, e fizesse bem, ele seria recebido na gangue.

Então, a pergunta que ele recebeu o deixou perplexo.

"Até que ponto você está disposto a ir por sua proteção?"

Jaxon não sabia do que era capaz. Tudo o que ele queria
fazer era viver até que estivesse livre novamente. Ele estava
vazio por dentro. Seu coração tinha sido cortado para fora de
seu peito e a menina arrancou sem uma palavra; seu amigo o
traiu e nem sequer foi para a prisão; um policial havia
plantado provas contra ele e nem tinha ideia do porquê... A
vida dele estava fodida. Ele não tem uma razão para viver.

Exceto por Lucinda. Ela tinha estado lá para ele no bom e


no ruim e nunca duvidou de sua inocência por um segundo.

O quão longe ele iria por ela?

A resposta trouxe um sabor amargo em sua língua.


"Tanto quanto for preciso."
Capítulo Treze

Ele mudou. Era uma imagem difícil de engolir, mas


aconteceu; meu pior medo se realizou. O choque ainda estava
lá, migrando de um neurônio para outro, tentando entender o
que isso significava.

Se ele podia fazer isso, então eu também podia.

Passei os dias que se seguiram me esforçando


meticulosamente para estar lá para Remy. Eu beijei-o mais e
tentei sentir cada centímetro de seu torso no processo.
Certamente quanto mais eu fizesse isso, mais o meu corpo iria
querer o dele.

Lutei todos os dias com a culpa que sempre veio à tona,


mas a imagem daquela mulher com Jaxon... Me encheu de
tumulto e perseverança para tentar mais com Remy. Ele
levou-o lento. Muito, muito lento.

Algumas semanas se passaram, e suas mãos


continuavam me explorando, vagando para cima e para baixo
no meu corpo, arrastando os dedos no vale entre meus seios,
sobre a minha clavícula, em seguida, recuando pelas curvas do
meu corpo e para minhas coxas. Uma noite, eu tremia tanto
que meus dentes batiam de necessidade.

Quando isso acontecia, ele sempre se afastava e me


apertava contra o peito, murmurando palavras doces em meu
ouvido.

Eu rapidamente entendi o que estava acontecendo. Ele


queria me enlouquecer até que eu não pudesse suportar mais
do mesmo. Até pedir-lhe que tivesse tudo de mim.

"Você vai me deixar entrar?", Ele pedia frequentemente.

Meu silêncio era resposta suficiente para ele. Eu não ia


deixá-lo entrar. Não importa o quanto eu precisava dele, a
apreensão ainda permanecia na superfície, lutando contra o
meu corpo.

Isso não o derrubava. Ele empurrava as fronteiras que


diziam que, se eu não posso ir para dentro de você, vou levar o
que puder. Então ele me enlouquecia e me deixava querendo
mais até que eu precisasse beijá-lo, em busca da saciedade
através de nossas bocas mesmo sabendo que nunca seria o
suficiente.

Emoção variava de boa a ruim explodindo em mim, e


tudo que eu queria fazer era chorar pela culpa de gostar disto
e querendo mais dele. Meu coração estava tomado. Fui
tomada, tomada... e ainda assim ele estava criando outra coisa
dentro de mim, um coração separado que era reservado
especialmente para ele. Eu o odiava. Eu o amava. Era uma
droga a sua paciência, sua proteção, seu apego desesperado
por mim, até que estive totalmente dependente dele. Maldito
seja. Maldito seja...

"Você é a mulher mais linda que eu já vi", ele dizia para


mim no silêncio da noite.

Às vezes eu nem acho que ele sabia que eu estava


ouvindo. "Eu só quero você."

E eu... eu queria ele, mas não da maneira que ele fazia. Eu


não podia usá-lo sexualmente, mas eu me perguntava se,
subconscientemente, estava usando-o emocionalmente. Ele
estava desesperado para me ter, e eu estava desesperada para
preencher a dor.

Melancolia agitava meu interior quando eu pensava nos


três homens que haviam me capturado pelo caminho. Três
homens muito diferentes, com propósitos muito diferentes.
Um deles era o amor. O outro, luxúria. E o terceiro... o terceiro
era necessidade.

*****
A maioria dos dias eu pensava sobre o informante.

Dia sim, dia não, eu assistia a cada Chacal fazendo seus


negócios. Eu não podia encontrar um motivo para qualquer
um deles. Talvez Jaxon tenha chantageado um deles para
enviar essa nota para mim e apenas isso.

Mais uma vez, me lembrei daquele dia. As únicas pessoas


que chegaram perto de mim foram Remy e Darcy. Darcy
poderia ter deslizado a nota no bolso com seu abraço, mas ela
colocaria em risco perder seu relacionamento com seus filhos
e Barge?

Não. Não era Darcy.

"Você confia em todo mundo aqui?" Eu perguntei a Remy


uma noite.

"Eu confiava", ele respondeu honestamente. "Não mais."

"O que mudou?"

Ele estava escondendo alguma coisa de mim. Eu lia-o


bem agora e entendia mais do que ele percebeu.

"Eu confio neles, tanto quanto a minha vida está em


causa, mas não posso dizer que considero os seus interesses
antes de meu próprio."
Eu nem sequer fingi que entendia o que ele estava
dizendo, mas acenei de qualquer maneira. Às vezes, Remy
gostava de pensar mais do que gostava de falar. Alguma coisa
estava perturbando ele, algo que não estava pronto para falar.
Ele falaria quando estivesse pronto.

Tudo estava indo bem. Exceto pelo informante, eu estava


feliz com os Chacais. Até Prez era bom para mim... às vezes. A
minha vida estava finalmente se acalmando e eu estava
aceitando isso...

Até que o destino decidiu ser uma cadela novamente,


quando Darcy deu uma festa de aniversário para seu filho
Jake, e minha vida desmoronou mais uma vez.

Foi em um parque aberto que contorna a floresta. Eu a


ajudei a arrumar as mesas e decorações de aniversário,
encher balões, até que a minha cabeça parecia que iria flutuar.
Seus amigos da escola estavam lá, correndo e jogando. O
parque estava lotado com os pais e as famílias, a maioria dos
Chacais se juntaram também. Prez estava sentado em uma
confortável cadeira de piquenique com uma cerveja na mão. A
cerveja em si estava sendo distribuída por... espere... um Fritz
diferente.

Remy estava absurdamente longe ao lado de Logan. Eles


não gostam de crianças. Cada vez que um se aproximava
deles, eles endureciam a coluna e esperavam que o garoto
passasse por eles. Eu brincava com Remy implacavelmente,
mandando as crianças para perto dele apenas por
divertimento.

"Aqui está, Sara", disse Broom, entregando-me um prato


de papel. "Eles vão cortar o bolo em breve."

"Obrigada", eu sorri.

Ele balançou a cabeça e ficou ao meu lado, segurando um


punhado de pratos de papel em suas mãos. O cara era super-
estranho. Sua confiança era baixa, seu corpo andava
desconfortavelmente ao redor. Eu me perguntava por que ele
queria ser um Chacal, e se esse constrangimento se devia ao
fato de que ele estava em um baixo nível de prospecto
tentando ganhar suas listras.

"Quantos anos você tem, Broom?" Eu perguntei, curiosa.

"Dezoito", ele respondeu, e olhou para mim. "Por quê?"

"Por que você quer ser um Chacal?"

"Meu irmão era um deles."

"Mesmo?"
Ele acenou com a cabeça uma vez. "Sim, em outro clube.
Ele morreu. Um tiro no peito depois de um negócio... um
arranjo ruim.” Arranjo de negócios era código para: merda
ilegal que você não tem permissão para saber.

Eu dei um tapinha nas costas. "Lamento ouvir isso."

Ele deu de ombros. "Sim, bem, merda acontece. Ele era a


minha única família, e os Chacais vieram a mim e me
ofereceram um lugar. Então, eu disse sim. Percebi que seria
tratado como merda por um tempo, mas eu vou ficar igual a
eles um dia." Ele fez um gesto para Remy e Logan.

Logo em seguida, Remy assobiou para ele. "Venha aqui,


Broom!"

Como um filhote de cachorro, Broom obedeceu.


Rapidamente caminhou até ele com os ombros caídos e a
cabeça baixa. Garoto estranho. Então ele parou na frente de
Remy e acenou para o que ele estava dizendo.

Eu suspirei com cautela quando peguei Fritz fazendo o


seu caminho para mim, já podre de bêbado. Ele segurava uma
garrafa fechada de cerveja. "Pegue, Sara. Beba."

Revirei os olhos e balancei a cabeça. "Não vou ficar


bêbeda na festa de aniversário de uma criança, Fritz."
"Você não tem bebido porra nenhuma", reclamou ele.
"Que tipo de senhora faz isso?"

Eu não respondi. Eu odiava ser chamada de senhora, e


Fritz fazia isso o tempo todo. Era como se ele achasse graça no
desconforto que eu sentia.

"Você está feliz sendo a senhora do Reaper, Sara-bara?"


Ugh, damn. Logan passei para frente esse apelido. Todo
mundo estava usando-o agora.

"Claro", eu respondi com firmeza, olhando por cima do


ombro.

"Você ainda quer continuar a ser sua senhora?"

Eu dei-lhe um olhar peculiar. "O que você quer, Fritz?"

"Só quero uma resposta, Sara-bara." Fritz olhou para


mim seriamente, em seu ofensivo estado de embriaguez.

"Por que você não vai e assedia algumas mães ali?"

"Porque eu não quero."

"Então eu vou deixar Remy saber que você está me


incomodando."

Ele riu. "Você está sempre se escondendo atrás dele.


Remy está muito sério com você. Espero que você esteja tão
séria com ele quanto ele está com você. Nenhum de nós
gostaria do contrário, e ficaríamos realmente com raiva de
você. Você já nos viu com raiva, Sara-bara?"

Eu suspirei. "Faça-me um favor, Fritz, e vá beber em


outro lugar."

Sua diversão desapareceu. "Eu já estou até o pescoço


com favores que eu devo, Sara-bara, e eu não devo merda a
você."

A solenidade em seu rosto me fez desconfortável. Eu fui


para longe dele e continuei fingindo que olhava as crianças
brincarem. Ele finalmente caminhou para longe, levando
consigo o seu fedor alcoólico. O cara tinha alguns graves
parafusos soltos na cabeça.

Finalmente, depois de uma longa meia hora, Darcy


chamou todo mundo. Jake estava sentado em uma cadeira de
frente para um bolo gigante do Homem de Ferro. Nós ficamos
em torno dele e cantamos parabéns. Quando ele soprou a
velas, todos aplaudiram e comemoraram. Darcy apontou para
a montanha de presentes e ele agarrou o maior que pode
encontrar e rasgou a embalagem em pedaços.

Eu assisti o animado Jake com um sorriso no meu rosto


quando senti minha camisa se arrastando. Eu olhei para baixo,
para um menino de cabelos escuros com idade inferior a seis
anos.

"Eu deixei cair alguma coisa", ele disse para mim.

Ok. "O que você deixou cair?"

"Meu brinquedo. Pode me ajudar a encontrá-lo?"

"Hum. Ok."

Ele pegou minha mão na sua e me guiou para longe da


multidão. Olhei para trás e chamei Remy. Ele estava falando
com Logan com uma expressão de tédio no rosto e não me
ouviu em meio ao ruído com todos centrando a atenção sobre
o bolo do Jake.

"Você veio com sua mãe e pai?" Eu perguntei ao menino.


Ele percorreu uma boa distância, até que as vozes eram como
sussurros no ar. Ele poderia ter pedido ao adulto que veio
com ele para pegar o seu brinquedo maldito, e ainda mais
estranho, como é que o seu brinquedo ficou perdido aqui em
primeiro lugar?

O menino, em uma caminhada determinada, não me


respondeu. Ele agarrou minha mão com mais força quando
me levou para o início da floresta. Eu olhei para ele com mais
atenção. Eu não notei ele na festa. De repente, senti que estava
tudo errado.

Ele é apenas um garoto. Ele é apenas um garoto.

Ele parou abruptamente alguns metros antes do mato e


soltou a minha mão. Então olhou para mim, pressionando os
lábios com força como se estivesse tentando manter sua boca
fechada.

"Quem é você..." Eu fui cortada por uma mão sobre a


minha boca e, em seguida, um braço em volta da minha
cintura me puxando de volta para o peito de alguém grande e
musculoso.

O garotinho olhou por cima da minha cabeça e balançou


a cabeça. Então ele começou a correr para o fundo do mato,
para uma direção que ele, aparentemente, conhecia. Meu
coração disparou rapidamente contra o meu peito enquanto
eu tentava sair da firme aderência deste homem.

"Pare, pare," veio a voz. Eu acalmei imediatamente e


fechei os olhos. "Bom", Jaxon disse, deixando cair os braços
para baixo.

Nesse nanossegundo eu já fiz a minha mente. Sem me


virar para olhar para ele, eu corri alguns passos na direção da
festa. Braços apertaram em torno de mim novamente.
"REM..." Sua mão cobriu minha boca mais uma vez, mais
áspera do que antes, e bateu a traseira da minha cabeça em
seu peito.

"Você não ousaria, porra", ele rosnou com a boca na


minha orelha. "Você não tente me vender, porra, para fora
outra vez, Sara."

Ele me arrastou para trás até que ficamos bem


escondidos e parou contra uma árvore grossa e alta. Ele virou
meu corpo ao redor e empurrou minhas costas contra a casca
rígida. A mão ainda sobre a minha boca, ele baixou o corpo até
que seu rosto estava ao meu nível. Eu pisquei rapidamente;
desespero me consumido com a visão dos seus olhos azuis me
encarando. Meu corpo tremia em seu aperto.

Estava vestindo seu capuz de sempre e jeans, seu cabelo


tinha crescido um pouco desde a última vez que eu o tinha
visto. Havia uma sombra de barba chegando, como se ele não
se preocupou em preparar-se. Seus lábios, beijáveis e grossos,
estavam duramente pressionados juntos, e as suas narinas se
alargavam totalmente. Este era o olhar de um homem furioso.

"Você ia gritar por ele?" Descrença ofuscou a sua raiva.

Eu não fiz nenhum movimento. Eu só vi o choque em


seus olhos com uma sensação de mal-estar no meu peito.
"Você fodeu com ele?" A maneira dura com que ele fez a
pergunta me endureceu.

Eu não respondi. Eu estava muito furiosa. Se ele


pensasse que eu fiz... então ele podia sentir um pingo da
mesma dor que eu sentia por semanas. A mão dele apertou
contra a minha boca, sua raiva crescendo a cada segundo.

Meu silêncio transmitiu a mentira clara como o dia. Ele


deu um passo atrás como se eu tivesse lhe dado um soco.
Quando sua mão caiu, por uma fração de segundo eu
considerei gritar novamente. Mas não gritei, estava absorvida
na sua presença e confusa como o inferno.

O que ele poderia querer?

Por que fazer tal pergunta?

Por que estava aqui?!

"Você gosta de estar com ele?", Ele perguntou


amargamente, a voz mostrava sua angústia.

"Você quer falar sobre isso?", retruquei. "Você me disse


que estava me deixando ir. Nós terminamos..."

"E você pula direto para cama de outra pessoa."


"Eu não saltei diretamente para a cama!" Bem... não no
sentido sexual, de qualquer maneira. "Você disse que estava
me deixando ir! Meses se passaram! Você queria manter
minhas pernas fechadas para sempre, enquanto você fodia
todas as garot..."

"Eu não estive com ninguém desde você!", Ele falou


furiosamente entre dentes.

Enquanto suas palavras soaram verdadeiras, eu balancei


a cabeça em desgosto. "Eu vi você."

"Você me viu fazendo o papel!"

"Ela estava despindo você!"

"Nós nos beijamos, sim, mas isso foi tudo."

"Mentiroso!"

Ele veio para mim novamente, uma mão em cada ombro


e me empurrou ainda mais contra a árvore.

"Eu não vou mentir para você. Eu faço o papel por causa
de Finley..."

"Mentiroso!" Eu cuspi, novamente, de cara feia para ele.


Tentei empurrar meu corpo para longe, mas ele me segurou
ainda mais contra ele.
"Pare de me chamar disso. Olhe para mim e veja que eu
estou dizendo a verdade."

Eu não olhei para ele. Virei a cabeça para longe e para a


direção do parque. Eu podia ouvir a tagarelice feliz e fiquei
mais uma vez tentada a gritar. Eu não queria isso. Ele não
tinha direito de aparecer, foder com as minhas emoções e
depois mentir sobre o ele tinha feito, caralho. Eu o vi, claro
como o dia, com uma mulher que estava pronta para ir abaixo
nele. Como diabos eu iria acreditar nessa merda!

A dor explodiu em meu queixo quando ele agarrou-o e


forçou meu rosto em sua direção. Lutei contra ele, batendo em
um ponto em seu pé. Ele não vacilou. Foda-se ele e suas botas
cobertas de aço!

Eu não podia suportar olhá-lo nos olhos. Meu coração


não era tão forte. Eles eram janelas para a alma, e apenas um
olhar para eles e eu seria um caso perdido. Eu me mantive
olhando para seus lábios.

"Desde que você voltou, tem sido apenas você", ele


sussurrou. "Eu faço a cena, Sara. Está acabando, no entanto.
Eu prometo a você, vai ser longo. Aquele telefonema... eu disse
merda, porque eu estava tão fodidamente ferido pelo que você
fez." Ele soltou meu queixo e trouxe seus dedos contra a
minha bochecha. Ele suspirou longamente que senti em volta
do meu rosto. "Eu beijo algumas meninas. Isso é o mais longe
que posso chegar. Eu as escondo nos quartos, finjo que faço
todo o caminho para tirar Finley das minhas costas. Eu tenho
que fingir que estou bem para que ele me deixe sozinho.
Então, ele não percebe que você ainda está me afeta."

Meu corpo me enganou. Olhei em seus olhos, e lá estava:


a honestidade dele, e estava me queimando até o osso.

"Assim, ele poderia me deixar em paz? Não estou


entendendo. Será que ele... Será que ele enviou aquele homem
atrás de mim?"

"Eu acho que ele fez. Mas não tenho certeza."

"Como você sabe sobre isso? Como você conseguiu


enviar aquele bilhete para mim..."

"Por que você quer que eu diga isso?" Ele me lançou um


olhar amargo, passando os olhos para cima e para baixo do
meu corpo acusadoramente. "Você venderia essa pessoa em
um piscar de olhos quando voltar para o seu fodido homem."

"Não, eu não o faria. Você está dizendo isso só porque


está com raiva. Você sabe que pode confiar em mim."

"Não", ele discordou com um aceno de cabeça. "Eu não


sei mais, Sara. Você está naquele clube durante meses a fio.
Pelo que eu sei, você está em uma lavagem cerebral. Diga-me,
sinceramente, por que diabos você se deu para aquele cara.
Diga-me que não foi porque ele prendeu você em um quarto
por quatro semanas, até que você não tinha mais ninguém, e
dependia somente dele."

Engoli em seco o gosto ácido na boca. Eu virei o rosto,


mas eu tenho certeza que ele viu a verdade lá.

"Você me ama, Sara?"

Assustada, meus olhos voltaram para os seus.

"Ama ou não?" Ele apertou com firmeza. Eu assisti suas


mãos em punhos enquanto ele esperava pela minha resposta.

"Eu o amo também", eu soltei na derrota.

"Não, você acha que o ama. Você está confusa. Você


depende dele. Ele forçou-a. Eu sei que você me ama de
verdade. Você ainda me quer. Admita, pelo menos. Que você
ainda me quer."

"Eu não quero você! Eu segui em frente! Eu implorei a


você..."

"Você é a mentirosa agora. Você me quer. Eu sei que você


quer."
Eu não respondi. Estiquei minha cabeça na direção da
festa outra vez. Eu saí a muito tempo.

A qualquer momento Remy notaria a minha ausência, ou


talvez ele já notou. Eu não queria que ele se preocupasse, e eu
certamente não queria que ele me procurasse. Se ele nos
encontrasse conversando...

Mas, em seguida, o cheiro de Jaxon infiltrou em meus


sentidos. Ele se aproximou de mim até que senti seu peito
contra o meu. Suas mãos agarraram meus quadris e sua testa
pressionou contra a minha. Fechei os olhos e respirei seu ar,
tão perdida na sensação dele, que eu não queria que essa
bolha que nos envolve explodisse. Só um segundo em seu
abraço e eu estava arruinada.

"Você me ama?", Ele sussurrou. Sua respiração fez


cócegas em meus lábios e tudo que eu queria era que ele me
beijasse.

"Sim", eu disse com tristeza.

"Você me quer?" Suas mãos agarraram meus quadris e,


em seguida, lentamente vagaram até a minha cintura.

Eu exalei lentamente. "Estou com Remy agora, Jaxon. Ele


me ama."
"E quanto a mim?" Sua voz ficou tensa. "Eu não te amo?"

Eu não respondi novamente.

"Remy é uma cobra, e eu não estou dizendo isso só por


causa do que ele fez com você. Eu estou dizendo porque é a
verdade, raios. Ele é um homem de mentiras. Não confie em
uma palavra do que ele diz, Sara."

"Em quem eu deveria confiar? Eu nunca estive mais


sozinha."

"Em mim. Você pode confiar em mim. Sempre. Eu sou


seu desde o momento que você se deu para mim, naquela
noite da formatura. Você nunca vai encontrar ninguém mais
leal ou fiel do que eu. Eu vou fazer as coisas certas. Você vai
voltar para mim. Eu vou fazer isso direito. Apenas espere por
mim, Minúscula."

Suas palavras suplicantes quebraram minhas paredes –


as mesmas paredes que Remy estava lutando para quebrar
durante meses e foram demolidas em poucos segundos por
Jaxon. Seus lábios roçaram os meus, eu abri minha boca para
ele e deixei-o me beijar. Apenas o gosto dele na minha língua e
eu estava me afogando nele. Tudo o que estava morto dentro
de mim voltou à vida, e ele fez o de sempre: me inflamou. E,
porra, sim, eu queria queimar. Me queimar com este homem.
Foi um beijo suave, curto e falava de promessa. Seu calor
me deixou, e eu mantive meus olhos fechados porque eu não
podia suportar vê-lo sair. Eu sabia que quando os abrisse
novamente, ele teria ido.

Ele foi.

Mas o gosto dele ainda permanecia. Eu coloquei meus


dedos na boca e chorei.
Capítulo Quatorze
Quem quer que ele tinha infiltrado disse a Jaxon que eu
estava para baixo e precisava de tempo.

A minha carência para Remy, quando cheguei pela


primeira vez na sede do clube, era tão óbvia assim? Me senti
novamente como uma idiota ingênua.

Ele me disse que eu não podia confiar em Remy, mas


tudo o que testemunhei dele me dizia o contrário.

Jaxon instalou, propositalmente, a dúvida como uma


tentativa de mudar a maneira como eu me sentia sobre Remy?
Isto parecia plausível mas, novamente, ele não fez isso com
Daniel.

A minha vida era uma piada e por isso as pessoas


pensavam que poderiam mentir para mim? Eu não sei mais
em quem acreditar. Eu fingi estar doente quando voltamos.
Remy tinha me visto saindo da floresta, e seus olhos ficaram
desconfiados em busca de sinais de que algo estava errado.
Surpreendentemente, ele não me pressionou sobre isto. Eu
simplesmente disse que estava andando para aliviar uma dor
de cabeça pelo ruído da festa, e ele acenou com simpatia que
não encontrei em seus olhos.

Me senti uma cadela mentindo para ele. Eu me odiava


por acreditar nas palavras de Jaxon. Lá estava eu, andando em
círculos, novamente. Não importa o quão duro eu tentei
melhorar, seguir em frente, mudar e me contentar com o que
eu tinha, algo sempre me levava de volta para ele. Isso não era
o que acontecia com amor escrito nas estrelas. Era mais uma
janela de oportunidades.

Eu vou fazer isso direito. Apenas espere por mim,


pequena.

Eu só queria gritar! Eu tinha construído alguma coisa


aqui! Eu tinha começado a partir do zero, uma pequena peça
em cima de outra peça, construindo e construindo, apenas
para ver tudo desabar violentamente.

Naquela noite aproveitei meu tempo sozinha. Eu fui para


o quarto e olhei sob nossa cama, na cômoda de Remy, mesmo
nos bolsos de suas roupas. Eu não sabia o que estava
procurando. Como um monstro pegajoso, eu procurei em seus
pertences, à procura de algo que pudesse comprovar as
palavras de Jaxon.
Homens como Remy não eram sentimentais. Ele não
guardava lembranças. Ele mantinha tudo no mínimo. Eu
vasculhei os armários do banheiro, sem sucesso. Com um
suspiro, abri seu armário e procurei através de seus casacos e
roupas. Depois disso, eu me levantei na ponta dos pés e olhei
sobre o armário. Nada além de roupas, cintos, botas e a
colônia especial dele.

"Alguma coisa", murmurei, "Qualquer coisa." Sim,


algumas pessoas escondiam suas coisas, mas apenas
superficialmente. Nenhuma coisa neste quarto falava dele. Era
muito... vazio dele.

Se eu fosse Remy, onde esconderia a minha merda?

Eu soube a resposta para essa pergunta imediatamente,


porque era o único lugar que fazia sentido. Ele foi a este lugar
com muita frequência para contar. Saí da sala e desci os
degraus. Em seguida, fui pelo corredor, passei pela cozinha até
que eu estava bem no fundo do clube onde estava a sala de
vigilância. Havia alguém nesta sala em todos os momentos.
Normalmente era Barge e, em muitas ocasiões, eu ouvi Remy
reclamar que ele dormia no trabalho.

Abri a porta e entrei. Barge estava transbordando da


cadeira, com as mãos cruzadas sobre seu peito, o rosto para o
teto, boca aberta...
"GHWAWO!" Seu ronco era barulhento e
irrefutavelmente doentio. O homem precisava verificar o
colesterol.

Olhei para todas as telas na frente dele. Eita, havia


muitas câmeras em todos os lugares. A maior tela era a do
portão de entrada. Eu assisti as pessoas entrando e saindo de
quartos, vi Logan em um jogo de cartas com Vince. Darcy
estava carregando seus filhos ao redor, Broom estava
limpando a cozinha, e Fritz estava... sendo Fritz, desmaiado no
sofá com uma garrafa de uísque em sua mão.

Olhei ao redor da sala de vigilância. Os armários de


arquivos e o cofre contra a parede pegou minha atenção. Eu
corri a ponta dedos por eles e tentei abrir algumas gavetas. Os
armários de arquivos precisavam de uma chave, e o cofre
precisava de um código.

Bem, isto era um maldito fracasso.

Carrancudamente me virei e saltei à vista de Prez em pé,


casualmente, contra a parede ao lado da porta com os braços
cruzados. Olhando para mim.

O coração veio até a garganta, dei-lhe um sorriso fraco e


caminhei até ele. Eu tentei esconder o nervosismo, mas
tremores corriam para cima e para baixo da minha espinha.
Eu tinha acabado de ser pega. Apanhada do caralho.

"Você está bem?", Ele perguntou, e a questão simples


parecia atenta, tal como se houvesse outra pergunta lá.

Eu balancei a cabeça rapidamente. "Sim, eu estava


apenas procurando por Remy."

Ele me estudou, e não escondeu isso. Seus olhos


percorriam as minhas bochechas avermelhadas e para baixo
nas minhas mãos trêmulas. Foda-se, porra.

Fui para a porta tão indiferente quanto poderia. Ele, não


tão despreocupadamente, ficou na frente dela, bloqueando o
meu caminho. O homem era enorme e amplo, e embora
tivesse uma barriga de cerveja, seus braços tatuados eram
fortes, apertados contra as mangas de sua camisa branca. Seus
olhos azuis cintilantes me gelaram. Eles estavam ameaçadores
e pouco convidativos. Esse homem poderia agarrar meu
pescoço em um piscar de olhos, e isso não parecia ser
impossível no momento, percebendo meu estado, obviamente
apavorado, depois de ser pega bisbilhotando.

"Remy nunca te disse que essa sala está fora dos limites,
mesmo para as senhoras?"
Eu balancei minha cabeça. "N-não. E-Ele nunca me disse
isso." Essa era a verdade, também. Se ele tivesse falado, eu lhe
diria. Porque mentir para o presidente dos Chacais era algo
certo para o fim. Não, eu preferia viver sessenta anos ou mais.

"Bem, é malditamente fora dos limites, especialmente


para as meninas que tentam abrir armários trancados em uma
sala que elas sabem que é proibida. Entendeu?"

Eu balancei a cabeça várias vezes com suas palavras. Eu


estava suando a partir do medo. Isso não era como uma
detenção na sala do diretor. Mesmo Norman, no seu pior,
empalidecia ao lado desse cara.

"O quê, você ficou muda? Responda."

"Entendi."

Prez mudou-se para o lado – a sua maneira de me


despachar – e fui de bom grado. Abri a porta e corri para fora
como se minha bunda estivesse pegando fogo. Eu não parei de
correr até chegar ao meu quarto, e então me senti estúpida
como o inferno porque Prez deve ter visto minha bunda
correndo em cada uma daquelas telas.

*****
Eu tremi quando ouvi Remy na porta. Certamente Prez
lhe disse que me pegou bisbilhotando. Oh, porra. Isso ia ser
ruim. Assim, muito ruim. O tipo de ruim que você não sai ileso.

Ele abriu a porta e, como eu previ, seu rosto estava


escuro e sem emoção. Sem emoção em Remy era ainda pior do
que Remy irritado. Isso significava que ele estava pra lá de
enfurecido.

E estava destinado a mim.

Ah, foda vezes um milhão.

Eu não disfarcei o meu horror. Eu, vergonhosamente,


trouxe meus joelhos ao peito e esperei por sua agressão
verbal. O que dizia nos livros do clube para fazer a uma
mulher que é pega vasculhando a privacidade do clube? Este
crime era punível com a morte? Tenho certeza que Remy me
adora, mas se todo o clube me quisesse a seis pés no chão, eu
não acho que ele poderia me proteger.

Ele me olhou friamente, fechando a porta com sua calma


habitual. Ele puxou seu colete fora e jogou-o sobre a cômoda,
e então caminhou para mim. Ok, ok, seja legal. Desculpe-se
imediatamente.

"Sinto muito..."
"Cale a boca", ele cortou drasticamente.

Eu balancei a cabeça imediatamente. Porque, sim, eu vou


me calar com prazer. Eu vou fazer o que quiser, basta ter
alguma porra de misericórdia!

"Tire suas roupas," ele exigiu assustadoramente.

Eu ampliei meus olhos. "O quê..."

"Tire-as!", Gritou ele, com as veias do pescoço salientes


agora.

Eu não fiz. Com meus olhos implorei para que ele não
fizesse algo irreversível.

Ele passou em torno da cama e agarrou-me pelo braço.


Ele me puxou para o seu peito e gritou novamente em meu
ouvido. "Tire. Suas. Roupas."

Quando ele me soltou, eu apressadamente retirei minha


blusa e meus jeans. Eu estava chorando, e pela minha visão
periférica o vi se desfazendo do cinto. Oh, Deus, o que ele
estava fazendo? Que porra é essa? O que... Meus dedos
tremiam em torno do fecho do meu sutiã. Eu milagrosamente
consegui retirá-los e, em seguida, a minha calcinha.

"Deite-se de barriga agora."


Eu fiz como foi dito e me deitei com a cabeça para longe
dele, chorando mais forte no lençol. Eu ouvi seu jeans sair e,
em seguida, o afundamento do colchão atrás de mim. A dor
irrompeu quando ele me agarrou pelos cabelos e apoiou seu
corpo inteiro atrás de mim. Ele puxou o meu cabelo até que
meu rosto ficou bem longe da cama. Seu rosto ficou à vista
acima do meu ombro, e havia um trovão naqueles olhos
escuros. Era o olhar mais assustadoramente sinistro que eu já
tinha testemunhado nele. Eu estava olhando para o homem
que todos temiam e, de repente, eu senti medo pela minha
vida. Eu pensei que era isso, eu era um caso perdido.

Ele ia me matar.

"Eu vou te estuprar, sufocá-la até a morte e queimar


todas as partes do seu corpo, se você mentir para mim agora"
ele rispidamente me disse. "Entendeu?"

Minhas lágrimas descontroladas não o perturbavam. Ele


olhou para mim não como sua Birdy, mas como um traidor
digno de dor. Não podia virar meu rosto, e tudo que eu queria
fazer era fugir daqueles olhos e soluçar nos lençóis abaixo de
mim. Eu estava assustada, com medo do que ele poderia fazer
se eu não respondesse. Então, balancei a cabeça e gaguejei, "S-
sim."
Sua mão apertou e meu couro cabeludo doeu ainda mais.
"Quem você viu no parque hoje?"

É claro que ele sabia. O homem era onisciente; nada lhe


escapava.

"Ninguém", eu disse. Proteger Jaxon era como uma


necessidade humana básica.

Eu gritei em agonia quando ele puxou ainda mais o meu


cabelo. Senti fisgadas no meu couro cabeludo entorpecendo
minha testa enquanto ele puxava ainda mais.

"Quem você viu?" Sua outra mão foi para o meu pescoço.
Oh, meu Deus. Ele vai fazer isso. Oh, meu Deus. O homem que
eu confiei que me amava...

"N-Ninguém!" Gritei, olhando diretamente nos olhos dele


com tanto ódio quanto eu poderia permitir, não me
preocupando mais com o resultado deste fodido jogo. Se ele ia
me matar, faça isso já! Eu não entregaria Jaxon, e se isso me
custasse a vida, caralho, que seja.

"Você mentiu para mim, Sara," ele rosnou. "Eu vou


estuprar e matar você. É isso que você quer, porra?"

"Então faça isso!" Eu cuspi fora antes que meu cérebro


racional pudesse dizer o contrário.
Mesmo em seu estado monstruoso a surpresa escapou
dele. Ele cerrou os dentes e jogou minha cabeça para baixo. Ar
substituiu onde seu corpo estava quando ele saiu da cama. Eu
não me mexi. Prendi minha respiração até que meu peito
doeu, então respirei tanto quanto podia. Meu corpo inteiro
estava tenso e minha mente silenciada pelo que acabara de
acontecer. Eu não podia processar qualquer coisa e, por um
segundo, pensei que tinha enlouquecido.

Então eu o ouvi em algum lugar atrás de mim.

"Isso é uma maldita armadilha, Sara?" A voz pertencia ao


Remy que eu conhecia, mas já não me confortava. "Você
estava me usando este tempo todo?"

"Não", respondi minha voz sem vida.

"Então como é que você viu Jaxon no parque hoje?"

Nem sequer me incomodou ele saber. Eu estava morta


por dentro. Nada importava.

"Eu não sei o que você está falando."

"Pare de mentir. Se você não parar, não posso te


proteger."

"Eu não me importo."


Ele ficou em silêncio, e pelo menos uma dúzia
batimentos de cardíacos se passou. Esperei ele agarrar meu
cabelo novamente, me sufocar, me estuprar, fazer tudo o que
ameaçou porque eu não ia ceder sobre este assunto. Ele não ia
conseguir a verdade.

"Por que você estava na sala de vigilância?"

"Eu estava procurando por algo." Essa verdade ele


poderia ter. Se isso não tinha nada a ver com Jaxon, acalmaria
Remy.

"O que você estava procurando?"

"Alguma coisa sua."

Ele exalou em irritação. "Seja específica, Sara. O que você


estava procurando?"

"Uma mentira."

"O que diabos você está falando?"

"Você está escondendo alguma coisa de mim. Eu não sei


o que é, mas está lá, e eu posso ver isso em toda parte neste
quarto. Você sabia que me traria aqui depois do bunker.
Então, você limpou e removeu tudo que fosse incriminador."
Ele zombou. "Uau. Você perdeu sua merda. Agora, por
que eu faria isso, Sara?"

"Porque você está obcecado por mim", eu sussurrei para


os lençóis, não ousando me virar e olhar para ele. Eu sabia que
ele veria o olhar de culpa, e eu queria poupá-lo. Mas não parei
por aí.

"Você quer que eu te ame. Você não quer que eu saiba


seus segredos."

Esperei ansiosamente e me perguntei como ele iria lutar


contra isso. Ele poderia jogar o cartão da negação, é claro. Ele
podia se recusar a responder e eu nunca teria a verdade.

Independentemente de saber se ele diria a verdade ou


não, não me importei. Eu fiquei quebrada pelo que ele fez, e
meu estúpido lado amoroso tentaria argumentar que ele tinha
razão. Que fez isso porque eu fui pega tentando espionar a
privacidade do Chacal. Isso me fazia parecer altamente
suspeita, especialmente depois de ver Jaxon horas antes.

Não importava. Ele me machucou. Doía muito e matou o


sentimento que eu estava construindo em mim.

Sua resposta veio na forma da porta se fechando.


Jaxon

Merda foi para baixo. Que porra você estava pensando ao


vê-la? Eu não sei como Remy soube – talvez ele esteja apenas
supondo porque ela saiu dessa porra de floresta parecendo o
inferno.

Agora há gritos vindos de seu quarto. Ela foi pega na


porra do quarto de vigilância bisbilhotando os cofres e Prez
está chateado com essa porra.

Merda. Merda. Merda.

"Que merda que eu fiz?", Ele sussurrou. Foi um


movimento estúpido vê-la, mas porra, ele não se conteve.
Desde aquela noite em que a viu chorar...

Ele esteve dormente nos últimos meses, mas agora tudo


o que ele podia fazer era sentir – e ele sentia tudo, porra. Ele a
queria de volta. Ele ia trazê-la de volta, foda, mesmo que o
matasse.

Ele passou por sua lista de contatos e discou um número.


"Olá", disse Lucinda na outra extremidade.

"Mãe," ele fez uma pausa e fechou os olhos.

"Você está bem?", Ela perguntou, suavemente.

"Eu preciso que você desapareça."

Silêncio.

"Mamãe?"

"Desaparecer? O que você está pretendendo fazer?"

"As coisas estão indo para baixo, mamãe, e eu preciso de


você fora de Gosnells, porra, agora."

"Será que isso tem algo a ver com Sara?"

"Sim."

"Posso pegar suas chamadas malditas?"

"Não. Agora embale a sua merda e suma ."

"Eu não vou a lugar algum! Eu tenho o cabelo enorme de


Janet Morrie para fazer amanhã e então tenho outros seis
marcados par..."

"Mãe, isto não é uma porra de pedido. É uma ordem.


Você vai sair. E só voltar quando eu disser."
Ele desligou o telefone e bateu contra seu queixo.

Pensando.

E pensando.

Finalmente voltou para o bar. Lá, se sentou no banco e


rodou uma cerveja em sua mãos.

"Os homens concordam", disse Damien, se juntando a


ele. "Eles estão com você, mano. Vamos fazê-lo."

Jaxon assistiu de perto a socialização dos Escorpiões em


torno dele. Eles estavam rindo, braços envolvidos em torno de
suas senhoras, mas a sua brutalidade de costume foi embora
substituída por olhares cautelosos em sua direção.

Finley foi jogar poker, sorrindo como sempre,


completamente alheio à mudança dos homens ao seu redor.

"Estamos do seu lado. Vamos cuidar disso", Damien


prometeu.

Sim, talvez... mas ele não ia esperar mais.

*****

Ele fez o que lhe mandavam.

E Finley, porra, amava.


No início foram pequenos recados: entrega de drogas a
pedido de detentos que queriam o seu próprio abastecimento,
negociação com os guardas da prisão sendo compensada por
Escorpiões fora das paredes, batendo em homens que não
pagam as suas dívidas até...

Bastante merda fácil.

Até agora.

Uma coisa impossível de passar por aqui na prisão eram


armas. Você contrabandeava de alguma forma, mas elas
sempre eram encontradas. Cada inspeção de rotina era
realizada pelos mais altos oficiais em vez dos guardas da
prisão, facilmente subornados, garantindo que o lugar
estivesse livre de armas. E quando uma prisão estava livre de
armas, significava uma coisa: você fazia a sua própria arma,
porra. De qualquer coisa que podia. E a merda que alguns
deles fizeram... Era tanto patético quanto impressionante.

"Você pode fazer isso, Jaxon," Finley disse solenemente


com o olhar fixo, "e tudo o que quiser, é seu."

Ele fez parecer como uma escolha.

Não era.
Ele recebeu a arma, e era a mais triste coisa que ele já
tinha visto: uma escova de dentes derretida com uma ponta
aguda. Ele escondeu-a na manga e caminhou ao redor do
pátio, circulando um homem que tinha esgotado a paciência
de Finley e recebeu uma pena de morte. O homem de meia-
idade, coberto de tatuagens da cabeça aos pés, estava
fumando ao lado de sua própria gangue, completamente
inconsciente que sua vida estava pendurada na balança.

Jaxon estava no piloto automático, circulando como um


tubarão quando encontra a sua presa, e esperou a
oportunidade para atacar. Pareceu uma eternidade antes que
o homem abandonasse o seu grupo para ir para os sanitários.

Jaxon enviou a Finley um olhar, e ele deu-lhe um único


aceno de cabeça.

Jaxon foi atrás dele. Ele não conseguia segurar o tremor


em seus braços enquanto o homem desaparecia no interior
dos sanitários.

Porra.

Porra.

Foda-se, ele não queria fazer isso.


Ele deu um passo para dentro, coração batendo dentro
do peito, e se aproximou do homem no mictório, de costas
para ele. Jaxon observava, tentando não dobrar sob a pressão,
porra. Ele queria sair daqui. Ele precisava de proteção. Ele
precisava de uma chance para encontrá-la.

Em seguida, ele apenas... fez isso.

Ele não conseguia sequer lembrar em detalhes o que


aconteceu. Foi como se seu cérebro desligasse, não aceitando
a realidade.

Tudo o que ele se lembrava foi colocar o braço em volta


do pescoço do cara... e então... e então estava olhando para o
homem no chão com a escova de dentes mergulhada em seu
coração. Ele sentiu dor nos braços e olhou para eles;
apareciam riscos e contusões se formando sobre eles, e não
tinha a porra nenhuma lembrança da luta que o homem
tentou antes de cair. Ele absorveu o que tinha feito por meio
minuto antes de se virar com um arrepio de horror.

Assim como o guarda prometeu, havia um uniforme


limpo em um dos cubículos. Não querendo ver o que suas
mãos foram capazes de fazer, Jaxon rapidamente se trocou.
Claro, o homem foi condenado por múltiplos assassinatos e
ninguém sentiria sua falta, mas isso não tornava certo o que
ele fez. Ele não tinha tempo para resolver suas emoções
dentro dessa porra de banheiro. Ele tinha que parecer o
indiferente garoto de recados, ou então isso tudo teria sido
para nada.

Ele deixou o banheiro e foi correndo de volta para Finley,


tentando acalmar sua mente abalada a partir do choque do
que fez. Seu corpo inteiro estava tremendo, e sua adrenalina
ainda estava voando alto. Ele andou e andou e, em seguida,
ouviu... o som de um homem chorando nas proximidades. Ele
parou abruptamente e seguiu os sons para o canto do pátio,
onde um homem magro e alto estava sentado, coberta dos pés
à cabeça com nódoas negras como seus cabelos compridos.

Jaxon o reconheceu imediatamente. Ele era o peixe que


tinha visto muitas vezes sendo arrastado para o banheiro. E
agora ele estava soluçando alto como se seu mundo tivesse
entrado em colapso – e ele estava fazendo isso no sangrento
pátio do caralho!

"Você é um idiota?" Jaxon estalou.

O homem se assustou e olhou para cima. "Por favor,


não... não..." Ele colocou os braços para cima, protegendo-se
dele.
"Eu não vou bater em você, porra", Jaxon respondeu.
"Você limpa essa merda fora de seu rosto agora. Você chora
como uma boceta e vai estar morto antes do fim da semana."

"Acha que eu me importo com essa porra? Eles já me


foderam." O homem amargamente passou as mãos pelo rosto.

Jaxon notou a rigidez em seu corpo. Também parecia


sentir dor ao se sentar corretamente, ele percebeu.

"Quem te fodeu?"

O homem não respondeu.

Jaxon suspirou e olhou em volta. Ele realmente devia


apenas deixar essa porra de peixe. A última coisa ele
precisava era dar a mínima para ele.

"Diga-me quem foi e eu prometo que nunca vai tocar em


você de novo", disse Jaxon.

O homem olhou para ele com surpresa. "Você não vai me


machucar?"

Jaxon franziu a testa. Isso é tudo o que ele tinha feito


neste maldito pedaço de merda: ferir as pessoas e, em
seguida, ele mesmo. E agora tinha sangue em suas mãos.

"Não, eu não vou te machucar. Qual é o seu nome?"


"Dean."

"Por que você está aqui?"

"Eu fiquei com a culpa de uma apreensão de drogas. Eles


garantiram que se eu conseguir sair daqui, sou parte deles.
Mas isso é uma grande merda de 'se' agora." A ira do homem
brilhou quando arrancou pedaços de grama do chão.

Jaxon teve pena dele. Ele tinha um rosto bonito, mas


nenhum músculo em qualquer lugar em seu corpo. Alvo fácil
para os mestiços em torno deles.

Talvez estivesse fazendo isso para aplacar sua culpa, ou


talvez para manter intacto o pouco valor moral ainda tinha. As
palavras caíram fora dele. "Ninguém vai tocar em você
novamente. Você tem a minha proteção."

"E o que você quer em troca?" O homem olhou


desconfiado para ele.

O que Jaxon quer mais do que qualquer coisa? Além da


menina que tinha roubado seu coração?

"Sua confiança... e alguns favores quando chegar a hora."


Capítulo Quinze

Ainda nua, me enrolei em uma bola com as cobertas.


Olhei para um canto lascado da mesa de cabeceira como se
estivesse me dizendo as respostas do universo. Uma risada
histérica escapou dos meus lábios quando ponderei os
acontecimentos da minha vida. Não poderia escrever sobre
tanta merda.

Então, rapidamente, mordi meu lábio e lutei contra as


lágrimas. Por que eu era sempre tão malditamente fraca?

Por que eu tenho que chorar tanto assim? Eu não queria


ser emocional. Eu não queria sentir, ponto final.

Sentimento era uma coisa ruim. O que há com as


emoções, de qualquer maneira? Amar alguém dá o poder de te
machucar. Eu me machuquei e feri de volta. Era uma forma
doente de karma? Ficar cinco anos longe de Jaxon, miserável e
machucada, não era punição suficiente para o que eu fiz com
ele?

Agora eu tinha de amar outro homem e sofrer tudo isso?


Apesar do meu talento para o melodrama, eu não queria
morrer. Eu tentei pensar em como eu poderia andar fora
daqui sem ser detectada. Minha estupidez seria apenas mais
um empurrão para os Chacais ficarem mais atentos na sala de
vigilância. Barge pode ter recebido uma bronca sobre isso e,
agora que estavam cientes do que eu fiz, provavelmente
ficariam em cima de mim. Sair daqui sem ser detectada estava
fora de questão.

Eu não podia pegar o telefone e chamar a polícia. Eu vi


policiais suficientes parando em frente dos clubes para coletar
seus rendimentos extras. Dinheiro para comprar o silêncio.

Os Chacais foram criados rolando (mais como


mergulhando) em dinheiro e propriedades. Em todos os
meses que estive aqui, nunca tinha visto qualquer atividade
ilegal dentro destas paredes. Eles sabiam que eram um alvo.

Meu corpo se apertou ao som da porta se abrindo. Eu


temia pensar em quem poderia ser. Poderia ser qualquer
pessoa que quisesse me ensinar boas maneiras depois da
briga. Ou talvez fosse Remy, novamente, pronto para cuidar
da promessa que ele fez. Eu ainda estava nua, então pelo
menos me pouparia essa parte.

Ouvi passos fazendo o seu caminho em torno da cama.


Eu vi Remy parar na minha frente, olhando para mim com um
olhar muito mais suave do que antes. Mesmo assim, ele
parecia sem emoção. Se sentou de frente para mim na ponta
da cama. Idiota, não pude deixar de admirá-lo. Ele era um
homem bonito para mim.

Um que ameaçou me sufocar, estuprar e matar. Porra


encantadora.

"Existe um segredo que eu tenho mantido escondido de


você", ele começou após o nosso olhar se encontrar. "Você é
perceptiva. Eu sempre soube disso, mas o quarto nunca foi
mudado. Eu não alterei nada nele, mesmo sabendo que você
ficaria aqui. Na verdade, eu não queria que você deixasse o
bunker. Por um tempo muito longo."

Ele distraidamente passou a mão pelo cabelo e olhou ao


redor do quarto. Remy não tinha sua autoconfiança habitual.
Ele estava inquieto e isso me deixou tensa.

"Eu cometi erros. Com você, isso foi o maior deles." Ele
pegou uma caixa preta de jóias de sua outra mão. Ele estendeu
a mão e fez sinal para eu pegar a caixa. Confusa, eu fiz, todo o
tempo olhando-o com curiosidade. "Bem, abra logo."

Enfiando os lençóis firmemente em torno do meu tronco,


sentei-me até que minhas costas estavam contra a cabeceira
da cama.
Girei a caixa, sem saber se a verdade que me aguarda era
o que eu queria, afinal. Ignorância é felicidade, certo?

Mas o meu piloto automático foi em frente. Eu não queria


pensar sobre a merda. Eu só precisava fazer isso. Abri e
congelei. Eu olhei para Remy e, em seguida, recuei. Então
engoli em seco, com a onda de choque passando por mim e
peguei a pulseira. Pisquei com força, e girei a corrente de
prata até que o coração caiu na palma da minha mão. Eu
pisquei ainda mais forte, tremendo, quando virei o coração e
encontrei as palavras que antes significavam tudo para mim.

Você é a minha última.

Ofegante agora, eu olhei acusadoramente para Remy. "P-


Por que você tem isso?"

Aflito e com remorso, ele abriu a boca devagar e disse


bem baixo: "Por que você acha, Birdy?"

Era o meu presente de aniversário dado por Jaxon. O que


eu pensei que nunca mais veria. O que eu me amaldiçoei,
repetidamente, por deixar para trás. Nossa conversa inundou
minha mente, recapitulando tudo o que me disse que
aconteceu depois que deixei ele. Ele foi para a prisão. Por algo
que ele não cometeu.

E... e...
"Eles foram avisados... o policial...", eu botei pra fora,
incapaz de acalmar o meu coração acelerado.

"Ele plantou drogas e... Oh, meu Deus." Eu olhei para ele
asperamente, com lágrimas explodindo de dentro de mim
como o meu coração. "Não me diga que foi você! Você não!"

"Eu não sabia o que havia acontecido com você",


retrucou Remy defensivamente. "Você desapareceu da face da
terra! E foi logo depois daquela noite que você conversou
comigo na frente dele. Que diabos eu deveria pensar? Eu
larguei tudo e procurei por você por semanas. Enviei homens
por toda a cidade. A única resposta, na época, era que ele tinha
feito alguma coisa para você."

"Por que você não perguntou a ele?!"

"Eu enviei a polícia para interrogá-lo; caso contrário, eu


teria matado, estava tão irritado, porra. Eles vasculharam por
todo o apartamento à procura de alguma pista. Foi estranho
pra caralho você, de repente, arrumar as malas e sair sem
dizer uma palavra. Era como se ele tivesse feito alguma coisa
para você. Só descobri meses depois, quando meus rapazes
encontraram seu currículo nas lojas de propriedade de alguns
Chacais. Você estava trabalhando em algum trabalho de
merda no lado errado da cidade, porra".
"Então você me encontrou e viu que eu estava bem."

"Sim..."

"Então por que ele não foi solto?"

Remy exalou, esfregando o rosto irritado com


resignação. "Por duas razões. Ele estava preso profundamente
com Finley dentro daquelas paredes. Fez um monte de
trabalho lá, já integrado nos Escorpiões, e até de dentro eles
coordenavam merda em Winthrop e cuidando para se
realocar em outros lugares. Se saísse, eu não queria ele perto
de você. E nem você perto de qualquer lugar da gangue. Além
disso, ele havia sido condenado. Eu não podia mudar a porra
de uma decisão como aquela."

"E a segunda razão?" Minhas palavras saíram


duramente, porque eu já sabia o que era.

Ele, exasperadamente, fechou os olhos por um momento.


Quando se abriram novamente, estavam cheios de cansaço.

"Você está certa. Eu sou obcecado por você. Eu nem sei o


porquê. Eu só... Eu queria que você me quisesse. Eu tive um
monte de merda acontecendo, depois que recebi o título de
vice-presidente. Eu queria que você tivesse um bom emprego,
seguro e confiável, de modo que quando eu pudesse ir para
você, nós dois ficaríamos bem.
"De qualquer forma, os Escorpiões se estabeleceram
aqui. Quando eu vi Jaxon, eu soube que seria importante para
o sistema se você não voltasse mais. Tentei manter alguma
paz com eles, aceitando o que eles fizeram na nossa cidade...
Então todo o controle me escapou com o que aconteceu com
sua mãe e tudo mais. Eu não queria você aqui, correndo o
risco de reencontrá-lo. Então, naturalmente, Rita empurrou a
porra do problema nas minhas costas, dizendo para o
sacerdote entrar em contato com você. O resto ficou fora das
minhas mãos. Você voltou e foi direto para ele. Eu percebi que
tinha que parar de esperar o melhor momento e apenas fazer
esse tempo acontecer com você. Então tirei você dele.
Novamente." Eu podia ouvir o som de incredulidade em sua
voz, como se ele estivesse atordoado com o que fez.

"Foi errado", ele continuou. "Eu sei disso. Eu tomei uma


decisão estúpida. Eu era egoísta e errado. Às vezes, o amor faz
você cometer a merda mais louca."

"Isso não é amor," eu afirmei amargamente. Isso é


obsessão. Obsessão do pior tipo.

"A maneira como eu me sinto por você é amor. Você não


quer chamar assim? Tudo bem. Mas cada vez que eu olho para
você, eu sinto isso. Eu sou um homem, porra, burro e fraco em
suas mãos. Depois que Manny me disse que pegou você
espionando na sala de vigilância, depois de desaparecer da
festa para ver, acredito que seja, Jaxon – como diabos eu podia
levar essa notícia, Sara? A possibilidade de você me enganar..."
Ele fez uma pausa e olhou para longe de mim, incapaz de
encontrar meus olhos. Ele estava machucado.

Eu não queria desmoronar. Não depois do que ele fez e


das notícias que eu recebi. Então, eu assisti a dor no seu rosto
enquanto ele tentava engoli-la de volta. Foi difícil me segurar
quando tudo que eu queria fazer era estender a mão para ele.
Achei apenas estranho, em seguida, como pode ver alguém
que você ama fazer as coisas mais horríveis e ainda queimar
por ele. O suficiente para entender Jaxon quando me disse que
não cabia a mim tomar a decisão de ir embora.

Haviam mais perguntas que precisavam de respostas.

"A mensagem de texto", eu disse, esperando que ele


fosse sincero novamente.

Ele franziu a testa. "O que você está falando?"

"Havia uma foto, enviada para o meu telefone, com uma


menina tentando beijar Jaxon em um clube. Uma foto que
quase nos separou."

"Não tenho nada a ver com isso. Se tivesse feito, diria a


você."
Droga. Eu estava mentalmente exausta e
emocionalmente esgotada.

"Obrigado por me dizer a verdade", eu murmurei. Ele


poderia, facilmente, ter me deixado no escuro sobre isso. Em
vez disso, confessou tudo correndo o risco de mudar como eu
me sentia a respeito dele.

Eu entreguei a pulseira de volta – ele roubou de Jaxon,


afinal, e manteve por todos esses anos – e ele olhou para
minha mão estupidamente. "É sua, Sara. Eu não quero isso."

Minutos se passaram. Eu balançava a pulseira em minhas


mãos, observando seu brilho sob a luz, me sentindo bem por
segurar algo que Jaxon já havia tocado.

"E agora?", Perguntei. "Todos os Chacais vão me fazer


sofrer as consequências de minhas ações?" Em outras
palavras, eu vou morrer?

"Eu não vou deixar nada acontecer com você", ele


respondeu suavemente. "Eu disse a Manny que te enviei para
a sala de vigilância para se encontrar comigo, mas que você
chegou lá antes de mim. Que você é apenas uma garota
curiosa. Eu não expliquei as regras para você."
E assim ele se redime por mentir para Prez, a fim de me
proteger. Mais conflito interno. "Ele pode não ter comprado
isso."

Remy deu de ombros friamente. "Isso não importa. É a


minha palavra contra a dele. Ele não pode fazer nada sobre
isto."

"Bem, obrigado. Por me cobrir."

Ele ia pegar minha mão, mas hesitou. Em seguida, bateu


os dedos contra o colchão, pensativo, e respondeu: "Da
próxima vez que vier a mim, eu prometo que vai obter suas
respostas."

Eu balancei a cabeça rigidamente.

O silêncio que se seguiu não era confortável. Era


estranho como o inferno. Ficamos imersos em nosso próprio
pensamento; a única forma de preencher a lacuna seria
mostrar alguma afeição. Eu poderia fazer as coisas ficarem
bem novamente, trazendo-o para o meu abraço e continuando
como se nunca houvesse mudado.

Mas os meus dias de fingir que estava tudo bem haviam


acabado. Eu não transformaria um faz de conta em realidade,
a fim de fazer os outros ao meu redor felizes. Então, não o
confortei.
Se levantou depois de um tempo, ficou olhando
carinhosamente para mim de uma forma que me roubou o
fôlego. Em seguida, deixou o quarto.

No momento em que ele saiu, apressadamente coloquei a


pulseira em torno de meu pulso, prendendo-a com um clique
que senti como se viesse do meu coração e não de qualquer
outra coisa.

*****

Lágrimas caíram dos meus olhos. No segundo que voltei


para a casa, fui empurrada para o chão por um braço gordo.
Minha cabeça bateu, e meus olhos doeram com a pressão que
ele estava colocando em mim.

"Onde diabos você estava?!", gritou. Sua saliva bateu no


meu rosto e ao redor da minha boca, fedendo a álcool e
cigarros.

"Eu estava com meu amigo!" Eu chorei.

"Deixe-a, Noman," minha mãe se arrastou atrás dele.

"Cale a boca, Joanne," ele rosnou. "Esta pequena puta


pensa que pode ir e vir quando ela quer, vestindo nada mais
que uma porra de top com as mamas se mostrando para o
mundo. Nenhuma filha minha vai fazer essa merda! Não a
porra da minha filha, você ouviu?"

Eu soluçava, sentindo o azulejo frio entorpecer minha


bochecha.

"Quantos anos você tem?!", ele gritou.

"D-D-doze," eu gaguejei.

"Então se vista como uma porra de 12 anos de idade!"

"Leve-a para a loja de usados", mamãe arrastou as


palavras novamente. "Ela vai precisar de roupas."

Norman me soltou abruptamente e se virou na direção


da mamãe. Eu apressadamente me levantei e assisti quando
ele a agarrou, de repente, pelos cabelos e arrastou-a para fora
do sofá. Surpreendentemente, ela não fez um som, mas seus
olhos estavam esbugalhados para fora de seu crânio,
enquanto esperava por seu ataque.

"Agora, por que eu iria levá-la para a loja que aquele


homem é dono?", Ele latiu para ela. Seus olhos esfriaram meu
sangue quando ele a trouxe para perto de seu rosto. "Ou é isso
que você quer? Responda-me, cadela!"

Joanne balançou a cabeça de forma convincente.


"Então, cale a porra da boca, cabeça gorda."

Joanne assentiu veementemente, dizendo-lhe uma e


outra vez que ele estava certo.

Eu saí sem seu conhecimento e corri para o meu quarto,


o tempo todo perguntando como a menção de um homem
poderia fazer Norman explodir tão de repente.
Capítulo Dezesseis

O terceiro dia desde que eu vi Jaxon no parque. E o dia


três de comunicação desajeitada com Remy. Ele estava
procurando maneiras de se manter ocupado, caso contrário,
estaria em algum lugar próximo, me olhando. Durante o dia
ele estava no "negócio" com os rapazes, e em dois dias ele
voltou com as mão ensanguentadas e um "não faça perguntas"
no olhar quando correu para lavá-las.

No terceiro dia ele arrumou as malas e disse que tinha


um outro negócio para executar a algumas horas fora da
cidade e que ficaria fora por duas noites. Sem um beijo de
adeus, ele saiu com a maioria dos caras. Eu fiquei sabendo o
que eram algumas dessas execuções de negócios, ouvindo
Fritz falar sem parar quando se levantou do sofá. Algumas das
coisas incluíam festas, beber muito e mulheres, porra.
Enquanto isso, as senhoras ficaram acompanhadas pelos
Chacais que ficaram e foram mantidas por perto com cuidado.
Legal, hein?
Eu estava vendo as coisas de uma perspectiva diferente.
Toda a minha estadia aqui era uma ilusão de liberdade. Eu
sabia, sem dúvida, que ele nunca me deixaria ir. E se eu
pudesse escolher? Bem, então… isso é o que me irritava mais.
Eu não sabia o que faria. Eu ficaria? Eu iria? Os meus
sentimentos por ele eram reais ou o resultado de nossa
companhia forçada todos esses meses?

No meu caminho para a cozinha naquele dia, ignorei os


olhares de reprovação de Rita. Claramente, ela não tinha um
bom olfato. Estava sentada no sofá, ao lado de um desmaiado
Fritz, e lia uma revista. Ela não tinha falado comigo desde o
churrasco, mas seus olhares enviavam ondas silenciosas de
ódio. Morte a Sara, diziam esses olhares.

Coloquei duas fatias de pão na torradeira e esperei,


pacientemente, ao redor do balcão da cozinha.

Enquanto eu colocava uma porrada de manteiga na


minha torrada um alarme soou, inesperadamente. Era uma
voz tão alta e brusca de alarme que precisei jogar minhas
mãos sobre meus ouvidos. Eu, vagamente, ouvi gritos... Então,
para meu horror, tiros.

Abandonei a minha obra de arte com manteiga e


cautelosamente saí da cozinha. Remy tinha me alertado sobre
os alarmes. Ele disse que se eu ouvisse isso deveria correr
para o meu quarto, logo que humanamente possível. Soaria
quando houvesse intrusos, e agora, fodidamente, eu sabia que
havia porque os tiros continuaram a soar por perto.

Com o coração na garganta, me apressei pelo corredor.


Ouvi Barge gritando. "Vão para os seus quartos. AGORA!"

O medo acalmou meus passos. Eu teria que passar pela


sala principal para chegar até a escada que leva ao quarto.
Porra. E se os intrusos estivessem lá? Que outra escolha que
eu tenho?

Eu corri, trêmula, pelo corredor e para o salão principal,


onde Barge, Fritz, Broom e Vince estavam. Eles estavam
espalhados ao redor das portas de entrada, e Broom estava
descarregando uma mochila cheia de armas. Olhei ao redor da
sala, à procura da ameaça.

"O que está acontecendo?" Eu gritei sobre o alarme.

Barge se virou para mim e seu rosto escureceu. "Vá para


seu quarto, porra, Sara!"

"Onde eles estão?"

"Lá fora", Broom me respondeu. "Dentro das paredes."

"Vá para seu quarto!" Barge repetiu.


"Quem são eles?"

Barge, parecendo além chateado agora, caminhou em


minha direção. Ele me agarrou pelo braço e, em seguida, me
empurrou para trás na direção da escada.

"Leve a sua bunda lá para cima agora", ele rosnou. "Eu


não vou explicar a Remy que você morreu porque tem a
cabeça muito burra para entender um comando."

Engoli em seco com surpresa e assenti. "T-tudo bem."

"Tranque sua porta."

Virei-me e corri para o meu quarto, tão nervosa que


acabei tropeçando uma vez ao longo do caminho.

Que diabos uma porta pode fazer? Se quem estava


atirando estava dentro, eles acabaram de quebrar as portas.
Em um dia que a maioria dos homens não está por perto,
merda tem que bater no ventilador no lugar que eu pensei que
estava a salvo.

Corri sem rumo pelo corredor e, quando cheguei a minha


porta, eu parei imediatamente. O medo em mim foi
multiplicado. Havia um homem com uma máscara preta e uma
arma em sua mão. Meus passos o alertaram, e se virou para
me encarar. Eu fiquei tensa em terror e, em seguida, dei um
descoordenado passo para trás, tropeçando em meus pés. Eu
caí duro em minha bunda, mas a dor que disparou do meu
cóccix mal foi sentida.

Gritar, esperando que alguém pudesse me ouvir, estava


fora de questão. Os alarmes eram ensurdecedores e, se eu
gritasse, o que este homem faria comigo?

Eu recuei e ele deu um passo adiante. "Por favor, pare!"


Eu soluçava. "Faça o que você veio para fazer. Eu não vou ficar
no seu caminho."

Ele parou de repente e, para minha surpresa, jogou a


arma no chão. Olhei para ela em confusão antes de olhar para
seu rosto. Ele levou uma mão à sua balaclava e puxou para
cima.

Meu terror foi lavado em um instante, mas minha


surpresa cresceu ainda mais. Os olhos de Jaxon passaram
lentamente sobre onde eu estava e, em seguida, ele estendeu a
mão. Eu peguei e ele me colocou de pé.

"O que você está fazendo aqui?" Eu exigi. "Você tem


alguma ideia do que está fazendo?"

Isso era realmente ruim. Ele não deveria estar aqui.


Havia câmeras em todos os lugares. Como diabos ele entrou?
Afastei-me dele até que minhas costas bateram na parede ao
lado da porta do meu quarto.

"Eu vim aqui por você", ele respondeu suavemente. "Eu


disse que ia fazer isso direito."

"Quebrar este lugar pode acertar as coisas?" Eu o


repreendi, lutando contra o desejo de empurrá-lo pela sua
estupidez. "Você não deveria ter tirado a máscara. Eles vão te
matar por isso!"

"Eu usava a máscara no caso de não esbarrar em você.


Agora escute, nós temos uma oportunidade, Sara. A decisão é
sua. Ou você vem comigo, ou você não faz."

Ir com ele? "Como é que vamos sair disso?"

Ele sorriu friamente. "Você tem que confiar em mim."

Isso era uma loucura. Não havia nenhuma maneira.


"Jaxon..."

"Decida agora! Você tem dez segundos, Sara. Você me


quer ou não?"

Eu me senti mal do estômago. Isso era muito fora de


lugar para mim. Eu só estava passando manteiga na torrada,
pelo amor de Deus! Todo o meu ser foi cortado pela metade.
Sorrindo agora, ele estendeu a mão para mim. Olhei para ele,
estupefata e insegura. Enquanto tudo me empurrava para ele,
eu não podia. Eu apenas olhei para ele, pensando em Remy e
como ele seria ferido se eu fizesse isso. Este tipo de engano
seria irreversível. Não haveria como voltar atrás.

Eu respirei fundo, descansando a mão contra meu


coração enlouquecido enquanto ele olhava nos meus olhos
com determinação. Ele tinha feito tudo isso por mim. Ele
estava arriscando o pescoço para me ter de volta.

"Você nos quer juntos?", Ele perguntou novamente.


"Porque, eu juro por Deus, Sara, não há como voltar atrás
depois disso. Uma vez que você é minha, é isso. Portanto,
decida."

Alguns segundos se passaram. Minha batalha interna me


mantinha em silêncio. Era a minha esperança voltando à vida:
a decisão de escolher se eu queria ficar ou ir. Era real, e isso
estava acontecendo agora. E ainda assim eu estava
apavorada...

Eu não podia...

Eu apenas não podia...

A esperança desvaneceu de seus olhos e sua mão vacilou.


Suas próximas palavras foram mais ásperas do que
antes. "Você vem ou não, Sara?"
Capítulo Dezessete

Remy assistiu ao filme uma dúzia de vezes. Como isso


pode ter acontecido cinco horas atrás, sob o nariz de todos?
Como ele entrou no clube? Houdini do caralho.

Eles repassaram cada quadro de cada câmera naquela


manhã. Em nenhum lugar, em qualquer quadro, ele viu Jaxon
passar. O homem apenas surgiu do nada no segundo andar,
como se tivesse lugares escondidos que ninguém sabia que
eram pontos cegos. Não só isso, mas sabia exatamente onde
estava indo. Ele marchou pelo longo corredor até que estava
na porta de Remy. Abriu-a, espiou e depois fechou-a.

Ele estava procurando por ela.

Todo o tiroteio externo foi uma distração, com alguns


homens mascarados na sua maioria atirando para o céu.
Nenhum dano ou destruição física, e permaneceu por quinze
minutos.

Remy continuou a assistir as filmagens, rangendo os


dentes, sua raiva multiplicando mais rapidamente quando
Jaxon se virou para encontrar Sara correndo para o quarto.
Ela caiu para trás, e Remy só podia imaginar como
aterrorizada ela deve ter ficado.

Com os alarmes tocando, ele não podia ouvir


absolutamente nada no vídeo. Ele observou Sara pegar a mão
do maldito e, em seguida, ela ficou de pé, olhando como se
estivesse repreendendo-o por algo. Eles conversaram, mas
sobre o quê ele não podia dizer. Ele se inclinou para mais
perto da tela, tentando ler os lábios de Jaxon. Vergonha, suas
câmeras eram ultrapassadas. A qualidade era uma porcaria,
mas nunca houve motivo para atualizá-las dentro dos muros
da sede do clube. Todos aqui as odiavam, porque invadiam a
privacidade. Os únicos lugares que não estavam instaladas era
dentro dos quartos, e acalmou-os apenas o suficiente para
suportarem sua presença.

Remy sabia que isso mudaria as suas mentes


completamente. O ataque inesperado de Jaxon quebrando e
entrando resultaria em atualização de cada câmera dentro do
clube e, pelo amor de Deus, os alarmes não seriam assim tão
altos da próxima vez!

Da próxima vez, Remy zombou. Isso não ia acontecer. Ele


ia arrebentar este filho da puta para fora de uma vez por
todas.
Ele observou, amargamente, como Jaxon estendeu a mão
para Sara novamente. Ele parecia inflexível sobre alguma
coisa. O coração cambaleou no peito de Remy, e viu como Sara
balançou a cabeça. Sua Birdy sacudiu a bela, incrível, cabeça
fiel! Parecendo abatido, Jaxon deixou cair a mão e, em seguida,
falou com ela novamente. E mais uma vez, sua Birdy sacudiu a
bela, incrível, cabeça fiel!

Mais palavras e, em seguida, Jaxon foi embora, movendo-


se para fora dos ângulos das câmeras e desaparecendo. Por
conta própria.

Se Remy não estivesse em torno dos outros membros,


ele poderia ter chorado. Ele sabia que ela amava Jaxon, e isso
sempre o aterrorizava. Ele sempre se perguntou se ela fugiria
com ele. Agora sabia.

Remorso inundou-lhe com força. Depois do que ele fez


com ela... Ele engoliu o nó na garganta. Como ele pode
questionar sua lealdade? Porra, ele era um pedaço de merda
indigno do seu amor. Amor. Sim, amor. Ela o amava. Amava
mais do que a Jaxon. Esta filmagem era a prova viva e
irrefutável de sua lealdade.

Incapaz de conter-se, correu para fora da sala de


vigilância, ignorando as chamadas de todos. Ele correu para
onde sua Birdy estava, sentada na cama, envolta em uma bola.
Ele se aproximou devagar e hesitante. Quando seu rosto
apareceu, ele ficou encantado ao descobrir que ela não estava
chorando. Porque chorar poderia significar que ela se
arrependeu de não pegar a mão de Jaxon. Em vez disso, um
olhar de coragem adornava seu rosto.

Quando sentiu sua presença, ela olhou para ele. Havia


alívio em seus olhos quando conectaram com o seu, e foi sua
ruína. Ele caiu no chão e passou os braços em torno de sua
cintura, trazendo-a para fora de sua bola e à beira da cama.
Ele afundou a cabeça em seu colo e tremeu com a felicidade e
gratidão que sentia por ela. Ele sempre esteve sozinho. Até
ela.

Suas mãos passaram através de seu cabelo espesso e, em


seguida, ela o segurou mais perto. Depois de algum tempo, ele
olhou para ela, incapaz de controlar suas emoções quando
declarou: "Eu te amo mais do que qualquer coisa neste
mundo."

Seus lábios tremiam e uma única lágrima caiu de seus


olhos. "Eu-eu te amo, Remy."

Ele limpou a lágrima antes de acariciar o rosto. "Eu sinto


muito por duvidar de você. Para..."

"Não", ela sussurrou com um aceno de cabeça.


"Não deve ter sido fácil para você dizer... dizer não a ele."

"Às vezes, vale a pena suportar a dor", respondeu ela


calmamente.

Ele pegou o rosto dela com as duas mãos e a beijou. Eram


os lábios que ele nunca se cansaria. Os lábios que, agora ele
sabia, tinham tanto carinho quanto ele a amava. Os lábios que
pertenciam a uma mulher que ele adoraria até seu último
suspiro. Ele ia se casar com esta mulher e, porra, tanto como
ele odiava crianças, ele queria eles com ela. Ele queria uma
dúzia de pequenas Sara Nolans correndo por aí, com lábios
carnudos; que choram por qualquer motivo; que derrama a
sua emoção a cada um porque não conseguia escondê-las; que
assistia a filmes de merda e ouvia música da mesma merda.
Ele queria tudo. Queria se afastar dos malditos Chacais e ir
para algum lugar tranquilo e começar tudo de novo. Que tipo
de pai e marido vendia drogas e mata drogados? Ele queria
mudar. Ela o fez querer mudar e ser a porra de um super-
herói.

"Ele vai começar uma guerra", ela disse então. "Ele disse
que vai incendiar o primeiro bar hoje à noite."

Ele agarrou-a mais apertado. "Por que ele te disse isso?"


"Porque ele queria que eu fosse com ele antes de
acontecer. Ele queria me colocar em um dos seus
esconderijos. Claro que ele confiou em mim o suficiente para
não lhe dizer isto..." As palavras dela sumiram. Ele olhava com
tristeza. Não teria sido nada fácil vender Jaxon como isso.

"Por favor, tenha cuidado", ela implorou-lhe, com a voz


embargada. "Eu não quero que nada de ruim aconteça com
vocês. Apenas cuide de si mesmo."

Ela não deveria estar preocupada com ele. Remy era bom
em evitar a morte e colocar desgraçados no chão. Eles não o
chamavam de Reaper por nada. Ele era mais do que capaz de
parar esse tipo de retaliação e defender o seu clube.

"Você não tem nada para se preocupar, Birdy", ele


tranquilizou-a.

Ele a beijou novamente, e ela o segurou mais apertado


quando carinhosamente acariciou seus lábios. O amor dela
vazava diretamente para ele e arrancou seu coração
novamente. Por um momento, ela não conseguiu a si mesma.
Ela o abraçou com tanta força e o beijou tão profundamente,
que ele se sentiu drogado pela intensidade.

"Eu tenho que resolver esta coisa", ele murmurou,


roçando o nariz no dela. "Eu estarei de volta em algum
momento esta noite. Fique no quarto e mantenha a porta
trancada. Apenas no caso de algo acontecer. Ok?"

Ela assentiu com a cabeça. "Ok."

Ele beijou-lhe a mão e se levantou, bebendo de sua


beleza uma última vez antes de sair do quarto. Agora que ele
estava longe dela sua raiva ressurgiu. Como eles poderiam,
porra, achar que poderiam iniciar uma guerra? De onde vinha
isso? Os Escorpiões eram mais burros do que ele pensava.
Tudo que Fritz falava estava começando a fazer sentido. Eles
tinham que acabar com essa merda de uma vez por todas.
Estes filhos da puta invadiram seu clube e agora já era o
suficiente.

Ele invadiu a sala de vigilância e fixou as ações de hoje à


noite. Depois eles descarregaram uma quantidade
contundente de armas da sala de artilharia e subiram em suas
motos, cada um carregando uma mochila em suas costas.

"Pare de beber até a morte", ele repreendeu Fritz em seu


caminho para fora. "Estou, porra, cansado de ver você sendo
um idiota inútil quando precisamos de você. Jogue fora a
porra da bebida esta noite e mantenha a guarda. O menor
ruído e você me chama."
O Fritz sóbrio era um homem que você podia confiar.
Bêbado, era um inútil pedaço de merda que merecia uma
surra. No momento, ele estava no meio, de modo que o
bastardo poderia se afastar do álcool por uma maldita noite.

"O que você pretende fazer para Jaxon?" Perguntou Prez


a Remy, antes que ele subisse em sua moto.

"Porque o problema real está aqui. Não com os


Escorpiões."

"O babaca cavou sua própria sepultura", Remy


respondeu. "Por agora vamos esperar e ver como a noite
segue, e se ele vai ser estúpido o suficiente para incendiar
nossa merda."

"Então você confia na palavra de sua garota?"

"Você mesmo viu a fita, Manny."

Prez assentiu. "Sim, bem, eu tinha minhas dúvidas. É


bom saber que ela não está nos vendendo."

Remy tinha uma grande dívida por duvidar dela,


também. Ele estaria sempre em dívida com ela e tinha uma
vida inteira para compensar isso. Mas agora ele precisava
organizar essa bagunça e, para sua surpresa, ele não sabia o
que ia fazer sobre isso. Se fosse por ele, o mataria. Removê-lo
suavizaria uma série de complicações em sua vida. Sempre
esteve na sombra daquele homem.

O Remy razoável não queria causar mais desgosto para


Sara. Uma coisa era ficar longe de alguém que ela amava.
Como reagiria se fosse morto pelas mãos do homem que
escolheu para ser seu agora?

Essa era uma situação que ele não queria experimentar.


Capítulo Dezoito
Sentei-me na beira da cama e observei o relógio na mesa
de cabeceira por um instante. Espere por ele... Espere por ele...

Exatamente quarenta e cinco minutos após Remy sair,


me levantei e caminhei pelo quarto. Eu era uma bola de
nervos. Em um certo ponto eu parei, me abaixei e tentei
controlar a minha respiração. Eu estava ofegante. Isto tem que
ser feito...

Eu me preparei e me endireitei. Então fui para minha


gaveta e tirei um par de calças jeans. Cavei em seu bolso e
retirei a única arma que eu peguei do depósito na primeira
noite que eu estive lá. O punhal. Durante aquela noite
solitária, eu abri a caixa novamente e escondi-a no bolso de
um dos meus jeans. Na época, eu fiz isso porque ainda estava
incerta sobre Remy, e agora estava feliz que fiz isso porque
poderia me defender caso tenha que realmente lutar pela
minha vida.

Eu coloquei-o em meu bolso e olhei para a porta, dizendo


a mim mesma para mover minhas pernas. "Você tem que fazer
isto", eu sussurrei, esperando que dizer isso em voz alta
ajudaria de alguma forma. "Apenas faça."
Num piscar de olhos, me mudei para a porta e abri-a.
Espiando o corredor vazio, resolvi apenas fazer isso o mais
rápido possível. Era tarde da noite. As mulheres estavam em
seus quartos, e os caras não voltariam até de manhã.

Eu me apressei a descer as escadas e, em seguida,


cautelosamente, fiz o meu caminho para a sala de vigilância.
Eu parei na frente da sala e coloquei minha orelha contra ela.
Eu não podia ouvi-lo. Foda-se, porque eu não podia ouvi-lo?
Isso pode explodir na minha cara mesmo antes de começar.
Eu me afastei da porta. Estava fora das minhas mãos agora.

Ao entrar na sala principal, olhei para as mesas. Acalmei


quando o vi, exatamente onde disse que estaria! Olhei ao
redor da sala; Fritz estava desmaiado no sofá e havia dois
gatos rolando no tapete debaixo dele. Foi tão silencioso antes?
Era como a calma antes da tempestade. Cada Chacal estava
fora guardando o bar, esperando o ataque chegar, e lá estava
eu, no centro de seu clube, protegendo algo: meu coração.

Eu estava agindo puramente pela adrenalina. Fui até a


mesa e peguei a arma no final. Até agora, tudo estava certo.
Agora, a próxima parte ia ser complicada. Com o coração
acelerado, eu fui até Fritz. Foda-se, ele precisava estar
coerente para isso. Ele precisava estar acordado, droga!
Você ainda tem a oportunidade de voltar atrás, eu disse a
mim mesma. Sim, porra, improvável. No segundo que eu o vi,
eu era um caso perdido.

"Você vem ou não, Sara?!"

Eu abri minha boca para responder, mas ele me cortou


imediatamente. "Porque se você fizer isso, precisa me deixar
falar primeiro. Há câmeras por todo o lugar. Eu não posso
simplesmente levá-la daqui. Há muito muito risco e eu não
quero foder isso. Eles não podem nos ouvir agora, porque os
alarmes estão altos, portanto, ouça atentamente. Se você quer
isso, você agita sua cabeça. Se você não quer fazer isso, então
não faça nenhum movimento. Agora, você quer isso?"

Ele havia planejado isso com perfeição. Aqueles olhos


azuis percorriam meu rosto, procurando uma resposta
imediata. Isso era perigoso. Isso ia resultar em algo pior do
que eu temia.

Mas aqueles olhos azuis de merda! A maneira como eles


olhavam para mim; a maneira como sua boca estava aberto,
como se a qualquer segundo eu iria esmagá-lo. Fiquei olhando
para sua mão estendida e, lentamente, balancei a cabeça.

Alívio inundou seus olhos, mas ele pareceu ocultá-lo


intencionalmente. Ele deixou cair sua mão.
"Isso é bom", disse ele com um suspiro. "Agora, isso é o
que você vai fazer."

Eu pressionei a arma contra a cabeça do Fritz. "Levante-


se," Eu falei. Minha voz me surpreendeu. Era direta e dura,
sem qualquer hesitação.

Seus olhos se abriram. Não tão bêbado quanto eu pensei,


obrigada, porra.

"O que você acha que está fazendo?", Ele perguntou,


assustado comigo.

"Você vai me levar para fora daqui, agora, porra", eu


disse.

Deus, ele fede. Prendi a respiração e esperei que ele se


movesse. Ele se sentou lentamente, seu longo e escuro cabelo
espalhado ao seu redor. Ele olhou para a arma e depois para
mim. Em seguida, ele balançou a cabeça. "O quê, diabos, é
isso?"

"Isso está dizendo para você ficar de boca calada ou eu


vou explodir a porra dos seus miolos!" Deus, eu estava
amando essa merda absurda. Senti-me muito bem. Poderosa
mesmo.
Ele se levantou lentamente, balançando um pouco em
seu caminho. Então esfregou a mão contra a sua barba e
sacudiu a cabeça de novo, com raiva. "O que você quer?"

"Você vai me tirar daqui. Pegue as chaves do carro, o seu


cartão da porta e vamos embora."

Olhando-me nos olhos, ele respondeu, "Remy vai matá-la


por isso."

Porra. Eu não queria ouvir o seu nome. Isso poderia me


enfraquecer.

Com um olhar nebuloso, ele olhou em volta e coçou a


cabeça. Porra inútil, esse cara.

"Em cima da mesa!" Eu assobiei, apontando para a mesa


com a minha mão livre.

Ele me lançou um olhar venenoso antes de se curvar e


pegar as chaves.

"Agora, o cartão".

"O cartão está na sala de vigilância, idiota."

"Então mexa-se!"

Com a minha arma ainda apontada para a cabeça, ele


caminhou com facilidade para a sala. Você não pensaria que
havia uma arma apontada para ele pela forma como estava
indiferente. Prendi a respiração com preocupação quando ele
abriu a porta.

"GHWAWO!" Oh, agradeço a cada anjo no universo.


Barge estava tombado, cabeça contra a mesa.

Fritz agarrou o cartão ao lado do braço gordo de Barge.

"Bom", eu disse. "Agora se mova."

Ele obedeceu e caminhou de volta para a sala principal.


Não são muitos passos, eu disse eu mesma. Apenas continue...

"Que porra é essa?", Eu quase pulo para fora da minha


pele. Rita estava de pé em frente ao bar vasculhando sua
bolsa. Merda. Merda. Merda. Ela passou por todos os tipos de
vermelho com a cena em frente dela. "O que diabos está
acontecendo?"

"Eu ficaria muito quieta," Fritz disse a ela. "A menina tem
uma arma, Rita."

Rita bateu sua bolsa sobre o balcão do bar e me encarou.


"Cúmplice vadia! O quê diabos você pensa que está fazendo?"

"Eu estou dando o fora daqui," eu agarrei-a. "Agora feche


sua boca."
"Com os diabos que você vai!" Oh, merda. Ela ficaria
histérica em segundos. E se a cadela ficasse histérica, outros
poderiam ouvi-la. E se os outros a ouvissem... Eu apontei a
arma para ela e, em seguida, para Fritz. Que diabos eu podia
fazer sobre isso?

"Cale-se agora ou eu vou explodir sua cabeça!" Eu


ameacei sem convicção.

Ela olhou através de mim. "Você é uma vadia idiota. Isso


vai matar o meu irmão, e tudo para quê? Um Escorpião caipira
que beija cadelas de clube atrás de suas costas?"

Eu congelei e a arma em minhas mãos vacilou. "O que


diabos você acabou de dizer?"

Ela não respondeu. Ela só fuzilou a minha cabeça com os


olhos. Cadelas de clube? Por que cadelas de clube?

Então me bateu. Você tem que estar brincando comigo.


Esta cadela frequentava os clubes da cidade.

Ela fez…

"Foi você?" A descrença era sufocante para mim. Pisquei


duro, e depois respirou fundo.

"O texto? Como…?"


Ela me olhou com cuidado. A ameaça de uma bala em seu
rostinho bonito parecia real depois da sua admissão, embora
eu soubesse que ela nunca faria isso, realmente.

"Você fala agora, sua puta!" Dei um passo para mais


perto dela com a arma diretamente no seu rosto.

Agora ela estava suando um rio. "Remy seguia em torno


de você sempre e você estava com o caipira. Não foi difícil
segui-lo. Eu queria acelerar o processo para que ele pudesse
voltar para casa."

"Por quê?" O que há com a família Martinez para ficar


arruinando a vida das pessoas?! Está na sua porra de genes?

"Porque eu queria que ele te fodesse e seguisse em


frente. Ele é obcecado com você. Ficou assim no momento que
sua vida desmoronava, e você fez isso mais fácil de alguma
forma." Seu rosto suavizou quando seu medo brilhou. Ela deve
conhecer mais do que ninguém a extensão da obsessão de seu
irmão.

"Isso vai matá-lo, Sara. Quem faz o que você está fazendo
está errado pra caralho..."

"Não me fale sobre o que é errado!"

"Você vai, porra, arruinar tudo e ele não será o mesmo..."


Virei-me para Fritz. "Amarre a vadia!" Eu exigi.

Seus olhos quase saltaram para fora de sua cabeça. "O


quê?"

"Ou você a amarra ou soca a cara dela agora, porra!" Eu


perfurei Fritz com um olhar frio.

"O que você acha que está fazendo?" Ela se afastou de


Fritz que parecia muito feliz ao aproximar-se dela.

"Eu não posso arriscar a vida de todo mundo no caso de


você gritar e esta cadela aqui começar a atirar", ele disse a ela.

"Apenas me amarre, Fritz! Eu não vou gritar! Fritz? Não


acho..."

Ele girou para ela.

Oh, meu Deus.

Ele só... Ele acabou de dar um soco nela? Eu realmente


não achei que ele faria isso! Que porra é essa? Eu fiquei
boquiaberta, em choque, quando ele a pegou antes que caísse.
Será que ela ainda merece isso?

Este não é o tempo para questionar-lhe a moral, Sara.


Certo.
Eu esperava que ele colocasse ela no sofá ou... alguma
coisa, mas Fritz a colocou no piso de concreto, como se fosse
um saco de batatas. Eu acho que ele também não gostava
muito dela. Ela não vai ficar fora do ar por muito tempo, então
eu continuei a andar para as portas de entrada.

"Sua bunda vai ser fodida na grama, não é mesmo


engraçado, porra idiota", ele murmurou. "Você ainda tem a
chance de sair desta. Eu pararia agora se eu fosse você."

"Cale a boca," Eu amaldiçoei, mas saiu mais baixo do que


eu gostaria. Eu segurei a arma mais apertada em minhas
mãos. Ele estava certo. Eu realmente poderia ter parado ali
mesmo e acabado com essa bagunça. Eu poderia declarar
insanidade após o tiroteio. Poderia convencer Remy que
estava apavorada e queria ficar longe desse lugar perigoso. Eu
poderia fazer isso.

Eu não fiz.

Nós saímos para a escuridão. Nem mesmo os holofotes


estavam acesos. Isso foi perfeitamente orquestrado. Segui
Fritz para uma das picapes estacionadas ao lado da seção de
motos quase vazia. Meu estômago caiu quando olhei para o
local de estacionamento de Remy. Seria a última vez que eu
estaria aqui.
Fritz abriu a porta da picape branca. "Vá em frente,
então. Leve o carro e saia antes que eles voltem e tirem o
couro da sua bunda."

"Eu não penso assim, porra", retruquei, apontando para


o lado do motorista. "Você vai sentar lá agora e me levar."

"Eu não..."

"Você quer morrer? Eu juro que eu vou atirar em você


agora, porra, Fritz. Eu juro!"

Ele balançou a cabeça. "Você está fodida."

Ele entrou. Eu olhei mais uma vez em torno de nós, mal


acreditando como abandonado o clube estava. Então eu sentei
no banco do passageiro e ordenei que dirigisse. Ele ligou o
carro e, chegando às portas, passou o cartão na fechadura. A
luz do bloqueio passou de vermelho para verde, e os portões
se abriram.

Eu mantive a arma apontada para a cabeça de Fritz


enquanto passava pelo portão, e para a estrada. Dez segundos
depois, ele olhou para mim e e declarou: "Estamos fora do
alcance da voz. Você pode colocar a arma no chão agora, Sara."
Alívio imediato me varreu. Suspirando, eu coloquei a
arma no chão e descansei minha cabeça contra o encosto de
cabeça do assento. "Obrigada, porra."

"Você fez bem. Estou impressionado" Ele acenou com a


cabeça em aprovação; era o tipo de orgulho que você veria em
um pai assistindo seu filho fazer a coisa certa.

"Sério?" Eu sorri para ele, dificilmente capaz de suprimir


a minha satisfação.

Ele assentiu. "Oh, sim. E a coisa com a Rita – wow. Eu


honestamente não vi essa merda chegando, mulher."

"Você poderia tê-la amarrado!"

"Não havia tempo. Precisávamos fazer isso rapidamente.


Você foi incrível, porra."

"Você não estava nada mal." Na verdade, sua atuação foi


bastante incrível. É quase assustador para mim. Quase.

Quando Jaxon me disse para colocar uma arma na cabeça


de Fritz, eu quase não acreditei que era Fritz o informante
desde o início. Este era o cara que falava sobre derrubar os
Escorpiões.
"Eu não posso acreditar que era você todo esse tempo",
eu murmurei com um aceno de cabeça. "Você sempre odiou os
Escorpiões".

Ele deu de ombros, concentrando-se na estrada com


muito mais sobriedade do que eu acreditava. "Tem que
encontrar uma maneira de remover todas as suspeitas,
certo?"

"Por que você está ajudando-o?"

Ele hesitou. "Eu tenho minhas razões. Eu não sou


impulsivo como você, estúpida."

"Estúpida? Olhe para o que eu fiz!"

"O que você fez foi estúpido."

"E você? Você drogou Barge, plantou a arma na frente de


todos, fingiu estar bêbado e adormecido."

"E ninguém vai perceber nada porque eu sou


impressionante assim. Agora, o que você fez, por outro lado, é
apertar bolas maciças. Eu estou falando de bolas de meteorito.
As pessoas vão pagar qualquer coisa para matá-la por este
tipo de façanha. Você mostrou o seu rosto, mostrou suas
cartas, mostrou ao mundo dos Chacais que você é uma cobra e
uma mentirosa. Não há nada pior do que isso. Você fez tudo
isso pelo preço de um homem."

Bem, merda, quando ele coloca dessa maneira... Eu


estava tranquila. Uau. Será que eu, realmente, fiz isso? Eu,
Sara Nolan?

O quê.

Eu.

Fiz.

Porra.

Fale sobre arriscar tudo.

"Então, onde você está me levando?", Perguntei com


determinação desviando a conversa para longe da minha
estupidez aparente.

"Jaxon não me disse. Não queria as informações em mãos


erradas. Ele disse para encontrá-lo ‘na grama’. Seja qual for a
foda que isso significa. Disse que você saberia."

Eu olhei para fora da janela. Na grama. Bem, pode muito


bem levar este carro de volta, porque eu não tinha
absolutamente nenhuma pista. Mordendo minha unha, eu
procurei através dos recessos da minha mente, desenterrando
quaisquer referências sobre grama.

"Você não tem a porra da ideia, hein?"

Eu não lhe respondi. Concentrei-me em cada encontro


nosso. Por que Jaxon me deu tal pista vaga? Ele não podia
fazer referência a uma vaga lembrança. Isto tinha de estar no
centro de um tempo...

Meus olhos se arregalaram e minhas bochechas ficaram


vermelhas quando compreendi. Eu sabia exatamente para
onde ir.

*****

O carro parou na pista de emergência, luzes acesas. Saí e


olhei ao redor da estrada deserta. O vento frio varreu meu
cabelo para trás e um arrepio percorreu minha espinha.
Claramente despreparada, mais pressa do que cuidado, eu
vestia apenas uma simples camisa branca e jeans.

Eu entrei para a grama na altura do joelho, olhando com


carinho para a vinha mais além. Interessante escolha de Jaxon,
trazendo-me de volta para os nossos dias cheios de tesão. Eu
parei no ponto onde nós fizemos amor e olhei de volta para a
estrada nas proximidades. Eu me encolhi lembrando as
buzinas e os homens que gritaram por aquilo que eles,
obviamente, testemunharam em detalhes vívidos.

Fritz saiu do carro e encostou na porta, cruzando os


braços. Continuei olhando em volta, esperando ansiosamente
pelo rosto que eu estive esperando. Quero dizer, este foi o
lugar que ele quis dizer, certo? Na grama. Tinha que ser. No
entanto, para todos os lugares que me virei, eu não podia vê-
lo. Ele não devia estar aqui esperando?

Pânico invadiu meu peito. E se algo deu errado no fim? E


se ele não foi capaz de fazer? O que então? Eu sabia que não
deveria saltar para as piores conclusões ainda. Além disso,
Fritz parecia calmo. Certamente ele estaria andando inquieto
como eu estava fazendo agora, se houvessa algo com que se
preocupar.

O som de um motor mais próximo me puxou para longe


de meus pensamentos. Era uma motocicleta. Agora eu estava
realmente em pânico. E se fosse Remy me pegando no ato?
Porra. Porra. Eu mantive minha posição e esperei até que vi o
farol da moto preta vindo até nós. Ele encostou ao lado do
caminhão. Para meu alívio, não era a moto de Remy.

Quando a moto parou, ele retirou o capacete. Meu


coração saltou à vista de Jaxon saindo de sua moto, vestindo
uma jaqueta de couro preta e jeans. Sempre o mesmo.
Eu o vi se aproximar de Fritz.

"Onde ela está?", Ele perguntou com cautela.

Fritz inclinou a cabeça na minha direção e Jaxon seguiu.


Quando seus olhos pousaram em mim, Fritz deu um aceno de
cabeça. Eu esperava que ele ficasse feliz por me ver, mas ele
parecia... em branco.

"Então, não houve problemas?"

Fritz balançou a cabeça. "Não. Ela fez um trabalho muito


bom. Se eu fosse você, daria o fora daqui em dez minutos. O
lugar vai estar cheio pela manhã. Cada centímetro de Gosnells
estará nas mãos dos Chacais."

"Sim." Jaxon ficou parado por um momento, os


pensamentos passando por ele na velocidade da luz.

"De qualquer forma, obrigado, cara. Eu vou manter


contato com você, Dean." Dean?

"Envie-me um pouco de álcool como forma de


agradecimento", murmurou Fritz. Ele caminhou pela grama e
parou bem na minha frente. Ele me olhou com doçura. "O que
eu disse no car..."

"Sobre eu ser estúpida?"


"Sim, eu ainda acho que você é uma idiota." Ele sorriu
para o meu olhar severo e acrescentou: "Mas... eu admiro o
que você fez. Se eu tivesse um coração, eu choraria. Talvez até
mesmo escreveria um soneto, porra. Mantenha-se escondida.
Eu odiaria ver você nas mãos de Remy depois disso." Seu
comportamento mudou para desconforto. "Ele é um
implacável filho da puta quando se trata de inimigos. Você
acabou de fazer-se um."

Engoli em seco. "Sim."

"Tome cuidado, Sara."

"Você também."

Ele caminhou de volta para o carro e, ao subir, acenou


com a cabeça uma última vez para Jaxon. Segundos mais tarde
ele se foi, dirigindo de volta na direção que tinha vindo,
desaparecendo na distância.

Envolta na escuridão da noite, eu esperei por Jaxon me


sinalizar. Ele ficou parado, seu rosto se afastou de mim, com
as mãos nos bolsos. O ar era grosso com a tensão, do tipo que
me endureceu com ansiedade. Lentamente fiz meu caminho
até ele e parei quando cheguei a um metro de distância.

Talvez ele precisasse de alguma distância.


Será que ele me odeia? Será que ele se arrependeu de
fazer isso? Por que ele estava tão difícil de ler?

"Vamos," ele finalmente disse.

Eu o segui até sua moto e o assisti abrir a caixa. Ele


retirou um capacete e se virou para mim.

"Venha aqui." Quando eu fiz, ele colocou o capacete sobre


a minha cabeça e prendeu-o. Então tirou a sua jaqueta.
"Coloque isso. Vai ficar frio."

Eu coloquei-a e fechei, aguardando mais instruções. Ele


olhou para a jaqueta, então para meu capacete e, em seguida,
virou-se para a moto, colocando seu próprio capacete sobre
sua cabeça.

"Para onde estamos indo?" Perguntei-lhe, quando ele


subiu na moto.

"Longe, muito longe", ele respondeu. "Suba."

Eu era uma profissional quando se tratava de motos


agora. Tendo montado atrás Remy nos últimos – Foda-se, pare
de pensar nele!

Eu sentei atrás dele e passei meus braços em torno de


sua cintura. Senti seus músculos tensos com meu contato. Eu
não gostava de sua incerteza. Parecia que estava abraçada a
um tronco.

"Segure-se firme", disse ele. "Enquanto eu piloto, mova-


se junto ao meu corpo. Incline-se para mim."

Ele não tem que me dizer tudo isso. Eu já sabia. "Ok", eu


disse de qualquer maneira.

Ele ligou a moto e lá fomos nós, para o lugar


desconhecido que ele chamou de longe, muito longe.
Capítulo Dezenove

Nós estivemos na estrada por horas. Ele parou em um


posto de gasolina para encher o tanque. Essa foi a única
parada.

No começo eu pensei que ele estava apenas indo para


longe de Gosnells quanto possível. Mas eu pensei que isso era
muito diferente de Jaxon. Assim como ele, magistralmente,
montou o plano para que eu escapasse, tenho certeza de que
ele tinha um destino de fuga em mente.

Eu tinha razão.

Cerca de dez minutos fora de Maddington, uma popular


cidade turística há três horas e meia de Gosnells, ele saiu da
estrada e foi por um caminho de terra e mato. Nesse ponto, eu
estava exausta, minha bunda estava entorpecida, e minhas
pernas eram como peso morto. Eu só queria sair da moto,
caramba, mesmo que isso significasse dormir no chão pelo
resto da noite.
Quando ele finalmente parou a moto, eu arranquei
apressadamente meu capacete e fui para a cabana de madeira
onde ele estacionou. Na escuridão, eu não podia ver muito,
exceto que parecia ser de um tamanho decente, com uma
varanda de madeira.

Ele subiu um conjunto de escadas e retirou a chave do


bolso. Em seguida, a porta se abriu. Dois passos para dentro e
as luzes se acenderam. Ele estava de pé ao lado do
interruptor, olhando de volta para mim por meio segundo
antes de desaparecer pelo corredor e em outra sala, deixando-
me em pé no meio de uma considerável sala de estar.

Eu fechei a porta atrás de mim e observei o que me


rodeava. Ela era bem decorada: sofás brancos, mesa de café de
madeira de pinheiro com uma montanha de revistas em cima,
um colorido tapete felpudo creme, lareira rústica e
decorativos quadros de natureza pendurados em cada
parede... Parecia um neutro e impessoal espaço reservado
para hóspedes.

Eu andei pelo corredor e virou-me para o lugar onde


Jaxon entrou. Era uma pequena cozinha e, a julgar pelos
aparelhos de aço inox e bancadas em mármore, era
surpreendentemente moderna. Eu odiava a minha percepção
anterior de apartamentos insípidos descendo até barracos.
Isso certamente não era o caso agora.

Ele estava na geladeira retirando uma caixa de suco de


laranja e carnes frias em um prato. Colocou-os no balcão antes
de se virar para mim.

"Pensei que seria bom ter um pouco de comida para nós.


Você deve estar com fome." A linha desinteressada e plana me
empurrou para o caminho contrário. Por que ele não poderia
estar um pouco mais feliz? Olhe para o que acabamos de fazer,
pelo amor de Deus!

Eu balancei minha cabeça. "Eu não estou com fome. Só


quero dormir."

Segui seus olhos para o relógio na parede. Era uma da


manhã, inferno santo.

"Eu vou te levar para seu quarto ", disse ele, caminhando
para fora da cozinha.

O meu quarto. Apertei os lábios e franzi as sobrancelhas


em desagrado. O meu quarto? Eu o segui pelo corredor e para
o único quarto na cabana. O único, caramba, o que significava
que este era nosso quarto!

Ele acendeu a luz e apontou para a porta no canto. "Este


é o banheiro. Tem algumas roupas no armário... Eu pedi a um
amigo para comprar algo para você." A maneira como ele
disse um amigo não me agradou. Esta merda fede.

"Onde você vai dormir?", Perguntei incisivamente.

"Eu vou ficar no sofá", ele respondeu, sem pestanejar


quando se virou e saiu. E acrescentou: "Se você precisar de
alguma coisa, me avise."

Eu estava parada no meio do quarto, olhando para a bela


cama de dossel, mesmo ela gritando para eu colocar minha
bunda doce para baixo e ter algum relaxamento. Ouvi-o
colocando os pratos de volta na geladeira e, em seguida,
fechando a porta antes que seus passos terminassem na sala.
Eu fiquei em silêncio por um tempo, e eu odiei. Ficar sozinha
quando a minha outra metade foi para um sofá,
deliberadamente, me mantendo à distância. Por quê?

Eu finalmente tirei os sapatos e caminhei até a cômoda,


olhando meu reflexo com um estremecimento.

"O olhar de um traidor", eu sussurrei para mim mesma.


"Isso é o que você é."

Hmm. Não o que eu esperava que um traidor parecesse:


olheiras, cabelo bagunçado, lábios carnudos e tristes, cara
pálida... eu esperava algo um pouco mais sinistro.
Ainda assim, eu detestei o que vi. O tempo tornaria isso
melhor? Eu seria capaz de olhar para o meu reflexo e ver algo
bom olhando para mim? Ou será que eu sempre me sentiria
como uma traiçoeira serpente?

Eu abri as gavetas da cômoda e folheei uma variedade de


roupas. Não era muito, e a maioria consistia em largas
camisetas com logotipos desbotados na frente. Era uma
escolha ruim do seu amigo, mas qualquer coisa era melhor do
que o que eu tinha no momento.

Eu encontrei uma camisola branca liso e simples. Então,


tirei sua jaqueta de couro e coloquei-a ordenadamente sobre a
cômoda. Tirei minhas roupas, olhando meu reflexo. Tinha sido
um tempo longo desde que eu tinha visto minha bunda nua na
frente de um espelho grande. Torci meu corpo ao redor,
percebendo que minhas curvas ficaram menores. Eu perdi
peso nos últimos meses, pelo menos, julgando como estavam
confortáveis essas estranhas roupas ciganas que Remy me
deu. Mesmo o meu sutiã parecia espaçoso.

Eu coloquei a camisola e entrei no banheiro grande. Era


bonito. Até mesmo o banheiro era moderno, com uma bacia
bonita de pedra, grande banheira redonda e um chuveiro
tenda que parecia celestial, limpo e fresco. Eu lavei minhas
mãos e rosto, me examinei mais um pouco e voltei para o
quarto.

Solidão se agarrou em mim. E pavor. Pensei em Remy


retornando ao clube para encontrar o que eu fiz. Eu me
perguntava como ele estava se sentindo. Com o coração
partido em um segundo. Eu respirei vacilante, lembrando a
maneira como ele me segurou pela última vez. Eu o abracei
tão apertado, sabendo que seria o último abraço que eu lhe
daria.

Meus joelhos enfraqueceram com a minha tristeza, e eu


limpei furiosamente as minhas lágrimas. Lembrei-me que
tinha feito a escolha certa. Mesmo se essa escolha mal me
disse uma palavra e estava dormindo no sofá. Talvez eu
estivesse sendo muito dura com ele. Talvez ele estivesse
apenas cansado.

Levou tudo de mim para não procurá-lo. Eu fiquei


pensando que talvez ele precisasse de algum tempo sozinho,
realmente. Se ele quisesse estar comigo agora, ele teria ficado.

No meu caminho para a cama, peguei meu punhal e


coloquei-o debaixo do meu travesseiro. Então caí na cama
macia e olhei para nada até que minhas pálpebras não
puderam suportar mais. O sono me levou, e por várias horas
eu estava presa em um buraco negro, consciente o suficiente
para sentir a dor, mas também presa no esgotamento para
conseguir acordar.

*****

O som de panelas e frigideiras me acordou. Minha cabeça


doía a partir da luz que fluía através de uma grande janela no
quarto. Virei-me e abri os olhos imediatamente, ciente do que
fizemos, do que eu me afastei. O sono tinha entorpecido meu
senso de realidade e, por um longo tempo, fiquei
completamente esquecida do que aconteceu, esperando
acordar com o cheiro de Remy e na escuridão do nosso
quarto.

Saí da cama e caminhei através da sala, sentindo os pisos


de madeira sob os meus pés e parei do lado de fora da
cozinha. Olhei através dos meus olhos nublados avaliando o
homem alto, sem camisa, na frente do fogão. Deus, ele era
enorme. Talvez até mesmo maior do que Remy. Ele
certamente era mais musculoso. Suas costas exibiam cada
músculo – alguns eu nem sequer sabia que existia – enquanto
ele se movia ao redor em uma missão para cozinhar.

Suas calças jeans eram baixas, revelando suas cuecas


pretas que cobriam as áreas que eu teria dado qualquer coisa
para ver. Minhas sobrancelhas subiram em delírio ao ver que
ele, também, estava descalço. Por que isso agitou meu peito?
Talvez porque ele estivesse muito confortável aqui. Ou talvez
eu só gostasse de seus malditos pés.

"Bom dia", ele saudou sem olhar para trás.

Eu me perguntei a quanto tempo ele sabia que eu estava


ali de pé. Mantinha seus sentidos afiados.

"Bom dia", eu respondi. "O que você está cozinhando?"

"Panquecas".

"Você precisa de ajuda para fazer a mistura?" Ele sempre


empurrava isso para mim quando vivíamos juntos... o que era
cerca de um século atrás, agora.

"Já está misturado."

Ele tirou da geladeira um grande jarro da mistura de


panqueca. Eu fiz uma careta, imaginando se seu amigo tinha
feito isso por ele também.

Eu me acomodei em um assento em torno de uma


pequena mesa redonda no lado da cozinha. Eu podia ver seu
perfil do meu lugar. O olhar determinado em seu rosto seria
engraçado se eu estivesse confortável o suficiente para rir. O
zumbido estranho de tensão ainda era forte ao nosso redor.
Ele me disse para voltar pra ele. Que eu seria só dele. Então
por que não me mostrava isso?
Eu tamborilei meus dedos ao longo da mesa, procurando
na minha mente vazia algo para falar. Fale sobre sua mãe! Sim.
Perfeito.

"Como está a sua mãe? Eu tentei ligar para ela algumas


vezes, mas apenas consegui seu correio de voz."

"Eu disse a ela para não atender as suas chamadas caso


alguém descobrisse. Ela está fora de Gosnells ", ele
calmamente explicou. "Eu disse a ela para embalar sua merda
por um tempo até as coisas esfriarem."

"Onde ela foi?"

"Depois que ela deu um chilique, disse que queria viajar.


Aparentemente, ela sempre quis ver o mundo."

"Oh." Bem, isso seria extremamente excitante para ela.


Eu não conseguia lembrar de uma vez em que ela deixou a
cidade. Pior do que isso, eu não podia recordar dela me
dizendo que queria viajar pelo mundo.

Me encostei na cadeira e olhei toda a cozinha. Quero


dizer, não havia mais nada a fazer. Ele não falava nada, e todas
as coisas que eu queria discutir eram uma merda pesada.
Percebi que era muito cedo para aprofundar essa merda.
Precisávamos fazer alguma reconexão primeiro.
Fiquei surpresa quando ele finalmente colocou o prato
de panquecas na minha frente. Elas estavam preparadas com
perfeição; um dourado sem quaisquer parte queimadas e
cheirava muito bem. Ele colocou xarope no centro da mesa e
sentou-se na extremidade oposta, com a sua própria
montanha de panquecas em um prato gigantesco.

Mesmo elas parecendo incríveis, eu não estava


realmentante com tanta fome. Dei algumas mordidas, mas
quando engoli, caíram irregularmente no meu estômago. Eu
era incapaz de processar essa mudança completa do meu
cenário e uma parte de mim se sentia horrível por abandonar
Remy daquela maneira. Eu acabei empurrando as panquecas
pelo prato, imaginando como ele estaria ferido.

Quando eu finalmente terminei meus devaneios


lastimáveis, olhei para cima. Jaxon estava me encarando, e não
parecia feliz. Eu olhei para seu prato, surpresa por ele estar
vazio. Quanto tempo eu fiquei sentada ali, olhando para minha
comida, pensando sobre Remy e quão horrível um ser
humano podia ser? Percebi a acusação em seus olhos. Juro
que ele sabia para onde meus pensamentos foram.

"Por que você não está comendo?", Ele perguntou, e a


voz saiu perigosamente baixa. Eu tinha esquecido como
intimidante ele se tornou.
"Eu não estou com muita fome", eu murmurei.

"Você precisa comer."

Eu dei de ombros. "O que você quer que eu faça, Jaxon?


Forçar para dentro quando tudo que eu quero fazer é colocar
para fora?"

"Por que você quer colocar para fora?"

"Estou com náuseas."

"De manhã? O quê, você está grávida, porra?" Descrença


surgiu naqueles olhos azuis, quando olhou acusadoramente
para o meu estômago e, em seguida, meu rosto.

Meus olhos se arregalaram para fora da minha cabeça.


"Hum, não!"

"Você tem certeza?"

"Sim merda!"

"Então coma!"

Eu empurrei o prato para longe de mim, de cara feia para


ele. Agora que ele estava exigindo que eu comesse, eu não
queria. "Eu não quero comer, Jaxon."
Ele empurrou o prato de volta para onde eu estava.
"Você perdeu uma quantidade absurda de peso. É horrível."

Meu queixo caiu. "Você é um idiota!"

"Por quê?"

"O que você quer dizer com ‘por quê’? Você acabou de
me dizer que eu estou horrível! "

"Não, eu disse que é horrível."

"Qual é a diferença?"

Nariz queimando, sobrancelhas juntas, ele rosnou: "O


fato de você não comer é horrível! Você perdeu pelo menos 5
kilos. Você está como um gato de rua maldito, apenas osso e
pele. Os seus peitos encolheram, o seu quadris não estão
largos. Eu sei o quanto você comia. Você era como uma porra
de um homem das cavernas, agora você bica sua merda como
um pássaro."

Pássaro. Birdy.

Deixei escapar um grunhido pouco atraente e me


levantei. "Eu vou tirar minha bunda de gato de rua longe de
você antes que eu jogue este prato em sua cabeça."
Eu saí da cadeira e sentei-me nos degraus da varanda,
cruzando os braços. Raiva fluía como o sangue, por todo o
meu corpo. Uma porra de encontro com ele e nós estávamos
lá novamente! Cacete, vão todos para o inferno! Eu o odiava.

Porra, eu o amava muito.

Birdy. Eu grunhi novamente. Por que ele tem que dizer a


palavra pássaro? Agora, a palavra estava manchada para
sempre com lembranças de Remy. Merda. Droga. Porra. Ugh.

Não havia maneira de conseguir engolir a comida. Eu já


estava cheia. A culpa é um inibidor de apetite.

Eu não me arrependo do que fiz, mas me sinto mal por


isso, maldição. Por que enganar e manipular alguém? Mas
você fez isso para fugir, porque era uma prisioneira. Eu era
realmente? Como é que ele não parecia tão ruim todos
aqueles meses? Por que eu estava tão confusa sobre tudo isso?
Uma prisioneira deve saber o que se parece com uma prisão!

Eu respirei fundo, me aquecendo ao calor do sol, seus


raios de calor sobre mim e o vento fresco. Olhei em volta,
percebendo que eu não vi nada na última noite. Estávamos
bem no meio do mato. Muitas árvores, bem velhas,
balançando ao vento em torno da cabana, enquanto as aves
faziam sua cantoria matinal. Ou talvez eles estivessem
reclamando um para o outro.

O que eles estavam fazendo era agradável.

Olhei para o céu azul. Isto é a paz. Isto é o verdadeiro


silêncio. Não silêncio solitário, mas real, tipo mundo de
silêncio. Não havia carros ou pessoas. Deus, ficar naquele
clube teve seus altos, mas estar sempre perto de pessoas era
exaustivo. Minha raiva detestava essa tranquilidade, porque
era capaz de combatê-la. Ela foi embora em alguns minutos e
eu me senti uma idiota tentando me encaixar com ele.

Ele era tão irritante! Então, e daí se eu não queria comer?


Eu perdi peso, mas não a quantidade que ele falou. Um gato de
rua? Pooor favooor! Eu ainda tinha alguma coisa para segurar.

Olhei para baixo, pela minha camisola.

Bem... eles não era tão cheios como antes, mas ainda
eram bons. Seios são seios, certo?

Interrompendo minha inspeção corporal, vi um carro


fazendo o trajeto em direção a cabana. Eu fiquei tensa. Se já
tivessem nos encontrado? Eram as rodas da morte?

Um Prius vermelho apareceu. Certamente não eram as


rodas da morte que eu imaginei. Olhando para as pessoas
através do para-brisa, eu podia dizer que não eram assassinos
também.

Quando encontraram um lugar para estacionar, duas


mulheres saíram. Uma deles era uma velha frágil, com cabelo
branco usando pérolas clássicas e um vestido floral que você
encontraria na Central das Vovós. A outra... Merda. A outra
não era avó, certamente.

Era Christy.
Capítulo Vinte

A avó parecia realmente Gretel Wallace, a proprietária


da cabana – e fabricante da mistura para panquecas, e falava
fervorosamente enquanto se aproximavam. Com ela estava a
neta, Christy. A garota era a perfeição aos meus olhos, quando
a conheci na casa de Lucinda meses atrás, de mãos dadas com
Jaxon e olhando para ele como se fosse seu cavaleiro de
armadura brilhante.

Eu fiquei de cara feia para ela. Eu não queria fazer uma


careta, especialmente, quando ela sorria largamente para mim
quando me cumprimentou. Eu só fiz uma careta e depois
murmurei sobre Jaxon estar lá dentro. Elas foram para a
cabana. Eu podia ouvir a conversa. A raiva de Jaxon havia
passado e ele estava rindo.

Rindo!

Por que eu não podia fazê-lo rir?!

Me juntei a eles, eventualmente, e Jaxon estava


cozinhando um pouco mais de panquecas e, de repente,
desejei que ele fosse colocar uma camisa. Ele ofereceu a
Christy meu prato e eu assisti-a comer minhas panquecas. Eu
lutei internamente – guerra do estilo Titãs –para não
arrebatar o prato dela e gritar, "MEU!"

Em vez disso, eu só assisti.

E fiz uma careta.

Gretel era uma mulher agradável, mas bem severa com


Christy. Sempre que falávamos sobre Christy querendo fazer
coisas como comprar um carro novo, porque seu atual era
uma merda, ela dizia: "Christy, você terminará seu estágio no
hospital antes de correr e gastar dinheiro em lixo inútil.
Cresça, agora." Eu assisti como Christy ficou murcha pelas
palavras da avó e senti uma pontada no meu peito. A menina
mais bonita do mundo não merecia ser tratada desta forma.

No meio da manhã, Gretel nos convidou para a cidade


para fazer compras e passear.

Havia vinhedos com degustação de vinhos e lagos com


pequenas quedas d’água. A natureza era bonita, tornando a
cidade um local encantador para acampamento, onde você
poderia pescar e apreciar a água.

Antes de sairmos, mudei de volta para as calças jeans da


noite anterior. Eu não tinha maquiagem para colocar. Mas
ficar natural hoje em dia é quente, certo? O olhar de gárgula
me fazia ser autoconsciente sobre... Suspiro.

Jaxon havia colocado uma camiseta de camuflagem


apertada e bermudas brancas, mostrando cada pedaço
másculo e áspero: barba começando a aparecer, cabelos
rebeldes e lábios pressionados. Eu, desajeitadamente, os segui
para fora, onde ele me entregou o capacete, deixando-me
afivelá-lo sozinha.

Nós seguimos o Prius vermelho até o centro da cidade,


onde estavam as ruas principais. Eu senti como se não
estivesse em meu corpo nas horas que passaram. Gretel
insistiu em mostrar um moinho histórico enquanto ela se
falava sobre o empresário que o criou quase um século atrás.
Eu tive que me beliscar para ficar acordada enquanto ela
divagava sobre a história das máquinas usadas e o perigo para
os trabalhadores.

Dez milhões de bocejos mais tarde e fomos almoçar em


um restaurante de frutos do mar, com um aquário embutido
que acompanhava as paredes de todo o local. Eu gostei deste
lugar, olhando os peixes nadar ao redor. A ilusão de liberdade
aqui... Eles nadavam e nadavam, mas eles sabiam que estavam
presos por paredes de vidro? Eles estavam conscientes ou se
mantendo na ignorância, permitindo o controle nas mãos de
outra pessoa? Eles estão fodendo esses peixes, Sara.

Sim, estavam fodendo os peixes, mas eles representavam


algo para mim. Eu estive presa também, e permitir Remy ter o
controle era uma maneira de aceitar isso, transformando em
algo bom o que teria me quebrado.

No nosso caminho para dentro, eu peguei Christy se


encaminhando para o lado de Jaxon. Ela murmurou algo em
seu ouvido, mas eu não pude ouvir em meio ao falatório de
Gretel ao meu próprio lado, sobre algum tipo de prisão
histórica com arte dos condenados ou alguma besteira assim.

Que diabos ela estava falando para ele? Ele falou algo
para ela, também. Oh, eu gostaria de ser uma mosca agora!

Eu o odiava por me ignorar. Eu a odiava por tocá-lo do


jeito que estava fazendo. Eu odiava Gretel sendo gentil e me
dizendo sobre merda que eu não quero saber. Eu odiava todo
mundo aqui, apenas por estar aqui!

Eu queria ir para casa. E a casa era dele.

Por que ele estava agindo desta maneira?

*****
Depois de um dia insuportável, nos separamos de Gretel
e Christy. Christy, educadamente, disse tchau para mim e, em
seguida, abraçou Jaxon com força, sussurrando um pouco
mais em seu ouvido antes de sorrir angelicalmente para ele.
Ele balançou a cabeça em troca e observou-a subir no carro.

Elas foram embora enquanto estávamos na calçada no


centro da cidade. O céu tinha escurecido no meio da tarde.
Com uma sensação de vazio no peito, eu observei os olhos de
Jaxon seguindo o carro até que ele desapareceu de vista.

"Você quer pegar alguma coisa para o jantar? Há um bar


na estrada que serve boa comida." Ele parou de repente, me
piscando os olhos azuis questionáveis. "Isto é, se você estiver
com fome."

Esta foi a primeira vez que ele falou comigo desde a


pequena discordância desta manhã.

Eu tentei não ser amarga sobre isso, então balancei a


cabeça e disse: "Sim, eu estou com fome. Vamos lá."

Nós andamos apenas um par de minutos antes de


pararmos em uma grande esquina onde o bar estava situado –
provavelmente o único bar na cidade, pela quantidade de
pessoas dentro. Havia um tumulto de ruído dentro. Tentei não
ficar tensa, mas a minha experiência com bares, até agora, era
horrível.

O restaurante e o bar da área interna estavam juntos.


Fumaça e música enchiam o ar. Haviam grupos de pessoas em
todos os lugares. Alguns estavam comendo nas mesas, outros
em pé ao redor da pequena pista de dança, ao lado de casais
dançando, e outros bebendo. Havia uma área de bilhar onde
um par de televisores estavam apoiados nos cantos, ligados
em canais de esportes. Um monte de vibração, grande
quantidade de riso; parecia um pontapé-nas-costas-e-relaxe-
após-uma-merda-de-dia-assistindo-seu-time-ganhar-no-
velho-bar. Eu gostei muito.

Encontramos uma pequena mesa perto do bar. Jaxon


deslizou o menu para mim e eu olhei, lendo as mesmas linhas
uma e outra vez. Eu realmente não estava com fome. Eu tinha
um prato de camarão e frutos do mar que ainda me enchia.
Jaxon me observou atentamente, e era uma sensação estranha
tê-lo se concentrando apenas em mim. Quando a garçonete
veio, eu pedi hambúrger com batatas fritas e uma caneca
grande de cerveja. Jaxon pediu o mesmo.

Enquanto estávamos sentados na parte mais alta do bar,


mal dissemos uma palavra ao outro. Eu queria chamar sua
atenção a cada minuto, mas minha voz estava presa na
garganta. O silêncio era tudo que eu poderia oferecer. Depois
que nossos pedidos estavam a nossa frente e começamos a
comer, ele finalmente falou.

"Sinto muito por esta manhã", ele pediu desculpas, sua


voz suave. "Eu só não gosto de você tão magra, apenas ossos.
Eu não deveria ter pressionado sobre isso. Eu não deveria ter
usado a palavra horrível. Eu não quis dizer isso do jeito que
você acha que fiz, mas eu posso entender porque você
pensaria isso."

Eu balancei a cabeça, agradecida pela desculpa. "Eu sinto


muito por te chamar de idiota."

Ele me enviou um meio sorriso de parar coração e meu


peito se apertou. "Você sempre foi mais agressiva
verbalmente. Foi um pouco fraco para o seu gosto."

Mordi o lábio para não sorrir. "Para ser honesta, eu não


xingava ninguém há muito, muito tempo."

Seu sorriso desapareceu quando balançou a cabeça


lentamente. Ele estava se afastando novamente, e eu não pude
entender o que estava tão ruim no que eu acabei de dizer. Eu
poderia interpretar em dez milhões de significados, mas
estava cansada de manter este tipo de merda para mim
mesma.
"O quê?", Perguntei com firmeza.

Ele deu de ombros. "Se é esse o caso, então você estava


de uma forma muito... agradável ao redor."

Eu atirei-lhe um olhar perplexo. O que ele estava


falando?

Eu suspirei quando me dei conta. Agradável significava


Remy e eu juntos. Eu nunca xinguei Remy. Bem, sendo
honesta, eu nunca o xinguei com qualquer palavrão. Nunca. Eu
deixei passar o momento embaraçoso. Eu não queria
tranquilizá-lo com uma mentira. Sua declaração era verdade.

"Então, Christy, hein?" Eu levantei minhas sobrancelhas


para ele. "Isso foi muito inesperado."

Ele lambeu seu lábio inferior – foda, as coisas que isso


fazia para mim – e acenou com a cabeça. "Sim, bem, eu sabia
sobre a cabana e pensei que era o lugar perfeito para ficar."

"Você parece muito familiarizado com ela. Ela e sua avó."

"Quando estávamos..." os olhos baixos enquanto


procurava a palavra apropriada.

"Ok", eu murmurei, impassível. "Entendi. Quando você


estava enroscado com ela, certo? Continue."
Ele me encarou. "Certo. Sim, durante esse tempo, eu me
ofereci para ajudar sua avó com suas contas médicas. Elas não
têm muito. Desde então, eu estive ajudando Gretel."

"Contas médicas para quê?"

"Ela tem um monte de problemas de saúde, e no tempo


que eu estive parafusando Christy" – apontou com olhar – "ela
precisava de um implante de prótese no quadril. Ela não podia
pagar a cirurgia."

"Oh." Bem, isso era honrado, uma vez que não era sua
responsabilidade cuidar de uma causa que ele me disse que
não era nada mais. Certamente ele tinha sentimentos por ela,
antes de eu chegase e destruísse o pouco que tinham. Boa
maneira de estragar uma coisa boa, Sara. Eu estava sendo
estúpida, no entanto. Ele estava aqui porque queria ficar
comigo, e eu estava, propositalmente, sabotando meus bons
momentos com qualquer coisa que eu pudesse usar como um
mecanismo de defesa. Eu sentia que não o merecia, portanto,
eu estava me colocando para baixo a cada oportunidade. Eu
precisava parar.

Depois que terminei metade do meu hambúrguer, eu me


desculpei e fui para o banheiro. Eu tinha um bom pensamento.
Eu precisava manter esta noite agradável e descontraída. Eu
precisava disso para retornar em suas boas graças.
Eu cheguei ao banheiro corajosa e lavei minha boca dos
alimentos que eu havia comido. Joguei um pouco de água fria
no meu rosto e olhei para o meu reflexo. Eu belisquei meu
rosto antes de sair, tentando adicionar um pouco de cor na
palidez do meu rosto. A meio caminho de volta para a mesa,
um corpo bateu em mim. Eu dei um passo a frente e senti uma
sensação fria e molhada pelas minhas costas e bunda.
Gargalhadas irromperam quando me virei e tropecei em um
grande homem acima do peso com uma caneca vazia. Seus
amigos também gargalharam ao redor, apontando para o meu
traseiro como se fosse a coisa mais engraçada que já tinham
visto.

"Você encontrou uma boa, Carl", disse um deles. "Melhor


do que a garota de ontem à noite."

O homem acima do peso sorriu. "Não é possível prever,


sabe? A merda acontece."

"Parece acontecer com frequência", disse outro, com


uma risada.

"Eu sou um homem desajeitado."

"Você porco sujo," Eu amaldiçoei.

Senti o calor atrás de mim e virei minha cabeça para


Jaxon. Ele olhou para as minhas roupas encharcadas com os
olhos gelados e olhou de volta para o pateta que "por engano"
derramou cerveja em mim.

"É melhor pedir desculpas a minha garota", ele retrucou.

O pateta com excesso de peso sorriu de orelha a orelha.


"Parece que temos entre nós mais um macho aqui! Vai se
foder, cara. Eu escorreguei. Não é minha culpa que sua cadela
estava no meu caminho."

Jaxon rangeu os dentes. "Você tem mais uma chance de


merda para pedir desculpas."

"Ou o quê?"

"Ou eu vou limpar essa porra de chão com você."

O sorriso saiu do rosto do pateta. Ele olhou para trás e


assobiou para um homem na mesa de sinuca. O homem parou
para observar a cena, e vários outros no bar também. O
homem aproximou-se do pateta com um taco de sinuca na
mão. Ele entregou ao Pateta e, em seguida, sua legião de
amigos bêbados – cinco deles – olharam ameaçadoramente
para Jaxon.

"Você é carne fresca na cidade", disse Pateta "e


provavelmente está tentando provar a si mesmo para a
putinha aqui que atravessou meu caminho para o bar. Ela,
provavelmente, estava à procura de uma desculpa para ter um
pouco de mim."

Eu engasguei com nojo. Esse cara era de verdade? "Eu


não esbarrei em você! Você empurrou as minhas costas!"

"Eu escorreguei e você se esfregou em mim!"

Meu queixo caiu. Porra, eca!

Pateta olhou para Jaxon. "Agora você tem uma chance,


cara durão, para se virar e caminhar direto para fora daqui
antes que seja o único que fará toda a limpeza. Você está em
desvantagem e vamos chutar sua bunda para fora. E enquanto
estamos no assunto, eu vou cuidar bem dessa pequena bunda
aqui."

Eu encarei Jaxon e olhei para ele com olhos suplicantes.


Estes homens não valiam o nosso tempo. Era melhor se
apenas saíssemos. A chance dele sair ileso era pequena. Ele
precisava guardar seu lado alfa e ir embora. Ele sabia o que eu
estava pedindo, mas balançou a cabeça. Então me agarrou
pelo braço e me mudei para seu lado.

"Você não tem ideia com quem você esta lidando, porra"
ele rosnou para eles.
Pateta sorriu. "E então, homem macho, nos diga com
quem estamos lidando? Diga, então. Mostre-nos seus
melhores movimentos, porque eu tenho certeza que vai nos
deixar, porra, tremendo em nossas botas, hein?" Os homens
riram com o Pateta, como se ele fosse o rei da comédia.

Jaxon sorriu cruelmente para eles antes de agarrar a


parte inferior de sua camiseta. Num rápido movimento, ele
tirou e me entregou. Confundida por esta exibição, eu a peguei
e segurei contra o peito enquanto olhava para os bêbados.

Eu vi como eles olharam para o meio do seu corpo nu.


Algumas mulheres na parte de trás assobiaram em
apreciação. Então, algo estranho aconteceu. Os bêbados que
estavam sorrindo com feroz confiança agora estavam olhando
para ele com um olhar que beirava o medo.

Que diabos? Quero dizer, sim, Jaxon era uma besta. Seus
músculos estavam lindamente esculpidos a partir de anos de
trabalho duro e, talvez, fosse ameaçador o suficiente em uma
luta um-contra-um, mas ele estava em desvantagem aqui. A
menos que estes homens fossem gays e estivessem
apreciando toda essa pele, eu não podia ver era qual o
problema.
Eles pareciam fixados em uma coisa em particular.
Mudei-me para ter uma visão mais clara de seu
impressionante torso e segui com o olhar para... Oh... Ohhhh!

A tatuagem do escorpião. Ela estava colocada,


ameaçadoramente, ao lado de seu peito e terminava em sua
clavícula. Isto era uma marca inconfundível que mostrava a
todos, exatamente, o que ele era. Bem, fazia sentido agora.

"Você me toca e está morto", Jaxon rosnou. "Um


telefonema e esta cidade está nas mãos dos Escorpiões, e cada
um de vocês caipiras estará no túmulo antes do amanhecer."

Silêncio.

Os homens só olhavam, estupefatos pela sua


misericórdia. Eu nunca tinha visto nada parecido. O fato que
apenas o nome e a tatuagem da quadrilha que ele era afiliado
tivesse causado esse tipo de silêncio, apenas confirmava quão
longe e profundo eles espalhavam sua reputação.

"Agora você vai me dar esse taco."

Alegria fluiu através de mim quando Pateta adiantou-se,


como um cachorro obediente, e entregou o taco para Jaxon.
Jaxon escondeu o seu próprio prazer com isso, ainda
mantendo uma fachada intimidante que ainda me dava
arrepios de desconforto, mesmo que eu estivesse do lado
dele!

"Bom menino", Jaxon murmurou. "Agora venha um


pouco mais perto."

Pateta, hesitante, deu alguns passos mais perto. Todo


mundo assistiu com a respiração suspensa e rostos
sorridentes. Eu me perguntava o incômodo que Pateta e sua
tribo de valentões eram para esta cidade.

"Olhe para minha mulher e peça desculpas pelo que fez",


Jaxon exigiu friamente.

Pateta se virou para mim, olhar fixo e pediu desculpas.


"Sinto muito."

Demorou quase um segundo antes de Jaxon agarrá-lo


pela raiz dos cabelos e empurrá-lo para o balcão. Um barulho
doentio soou quando ele bateu o rosto do homem contra o
balcão, fazendo com que o bartender saltasse para trás em
estado de choque.

"Eu não posso ouvi-lo, porra", Jaxon respirou com calma.

"Eu sinto muito." Pateta repetiu com dor.

Outra batida e sangue irrompeu de seu nariz, se


espalhando por toda parte.
"Eu ainda não posso ouvi-lo. Fala mais alto!"

"Sinto muito!"

Slam.

"Desculpá-lo por quê?"

"Por... por..."

Slam!

"Pare de travar, mais alto! Você sente muito por quê?"

"Por ter derramando cerveja sobre a sua mulher! Sinto


muito!"

Jaxon se inclinou para o lado do homem, alguns


centímetros longe de seu rosto ensanguentado e disse: "Isso é
bom. Você fez bem. Agora você leva o seu traseiro gordo para
casa e nunca mais pisa na merda deste bar. Porque se fizer,
um destes regulares agradáveis aqui deixarão os Escorpiões
informados. E se os Escorpiões forem avisados que a sua
grande bunda ainda está vindo aqui, nós lhe faremos uma
visita. E quando fazemos uma visita, não é realmente uma
visita. O que realmente fazemos não pode ser dito, porque
nem mesmo nós falamos sobre o tipo de merda que fazemos
para os homens que visitamos. E esses homens não
conseguem a chance de falar sobre as visitas, que não são
realmente visitas, porque suas bocas estão cheias de vermes.
Você quer a sua boca cheia de vermes?"

Pateta balançou a cabeça várias vezes.

"Então vai ser um bom cão obediente e ficar à distância,


porra. Isso está claro?"

Pateta, tremendo aterrorizado, assentiu com a cabeça


repetidamente. "Sim! Sim!"

Jaxon, ainda apertando o cabelo do homem, empurrou


para trás do balcão e para o chão. Ele olhou com desagrado
para as mãos ensanguentadas antes de se virar para o resto
dos clientes no bar.

"Se esse cara causar problemas, vocês nos avisem," ele


comandou. "Nós voltaremos aqui, de qualquer maneira."

As pessoas, inflexivelmente, acenaram com a cabeça de


volta.

Ele caminhou casualmente para a nossa mesa, abriu a


carteira, e jogou algumas notas na mesa. Depois agarrou
alguns guardanapos e calmamente limpou o sangue de suas
mãos com um olhar entediado em seu rosto. Eu caminhei ao
redor do Pateta para a nossa mesa. Jaxon levou-me pela mão e
conduziu-nos para fora do bar.
Mesmo enquanto saímos e andamos de volta para sua
moto, nenhum som veio de lá.

Paramos na frente de sua moto. Ele enfiou a camisa de


volta e fui para meu capacete. Ele me entregou e eu agarrei-o
em minhas mãos, mas não fiz nenhum movimento para
colocá-lo.

"Aquilo tudo foi realmente necessário?" Eu perguntei em


voz baixa.

"Ao contrário do quê?"

"Nós poderíamos ter ido embora. Agora todo mundo


sabe que há um Escorpião aqui..."

"Eu não estou fugindo dos Escorpiões, se é isso que você


está pensando," Jaxon interrompeu, colocando seu capacete
sobre a cabeça. "Eles sabem onde estou. Eles estão me
cobrindo. Além disso, nós vamos tomar este lugar em breve.
Essa exibição era essencial. Nós fazemos merda assim antes
de assumir o controle."

"Eu apenas pensei que estávamos tentando ficar


invisíveis."

"Bem, eu não estou."


"E se ele entra em contato com os Chacais em algum
momento?"

"Nós não estaremos aqui quando os Chacais,


eventualmente, descobrirem", ele retrucou. Seus olhos azuis
me olharam friamente. Era só lembrar dos Chacais e ele ficava
chateado como o inferno.

"Como você pode ter certeza?"

"Porque eu sei o que estou fazendo."

"Mas e se eles descobrirem a partir dos Esc..."

"Eles não vão descobrir!", Ele interrompeu, impaciente.

Pessoas olhavam para nós enquanto caminhavam. Eu


olhei para Jaxon, querendo desesperadamente arrancar seu
capacete e enfiá-lo em algum lugar apertado e escuro.

"Mas e se eles fizerem isso?!" Eu pressionei.

"Então eu acho que você terá algumas explicações a dar


ao seu cara, hein?!"

Meu cara? Ugh. Ugh. Ugh!

"Isso foi um golpe baixo", eu disse friamente.

"Eu não me importo."


"Você devia!"

Ele suspirou, exasperado comigo. "Tudo bem, Sara. Basta


colocar o seu maldito capacete antes de causarmos uma cena."

Dei olhares como punhais – não, foda-se– para seu rosto


antes de colocar o capacete sobre a minha cabeça. Ele subiu
na moto e eu segui.

"Agora, certifique-se de se inclinar comig..."

"Você já deixou isso claro, eu sei."

"Porque esta manhã você não estava fazendo isso


direit..."

"Eu sei, Jax..."

"E a última coisa que eu quero é um acidente, porque


você não sabe como..."

"Eu sei como andar na parte de trás de uma


motocicleta!" Interrompi em frustração. "Eu tenho feito isso
por meses. Eu sei o que fazer."

Ele ficou paralisado. Eu podia ver suas costas


endurecendo. Ah, sim, mais raiva. Ele estava, provavelmente,
me imaginando na parte traseira da moto de Remy agora.
Ótimo. Eu, relutantemente, coloquei meus braços em volta
dele. Era como abraçar uma rocha, mas até mesmo pedras
mostravam mais carinho do que esse cara.

Deus, somos disfuncionais.


Capítulo Vinte e Um
Embora me sentindo como se estivesse abraçando um
cadáver, na volta para a cabana, eu me derreti nele,
esquecendo a confusão na cidade. Quando ele parou a moto,
eu saltei e levei meu capacete.

A raiva ainda escoava dele, quando pegou o capacete


enfiando-o na caixa e foi para a varanda.

"Você vair dormir comigo esta noite?", Perguntei,


tentando quebrar o gelo.

Toda aquela merda alfa no bar, sobre ser sua mulher, me


fez bem. Refletindo sobre isso no caminho para a cabana, eu
queria que suas palavras se tornassem ações. Nós precisamos
consertar o que está errado. Agora.

"Não", respondeu ele.

"Por quê?"

Ele fez uma pausa no primeiro degrau e, em seguida,


virou-se. "Eu estou irritado com você, Sara."

Irritado? Coração apertado no peito, eu sussurrei: "O que


foi que eu fiz?"
Eu estava contando com a luz das estrelas hoje à noite;
caso contrário, seu rosto estaria completamente escondido na
escuridão. Galhos e folhas balançavam, mas estava
estranhamente silencioso ao nosso redor.

"Você e ele." As palavras eram como veneno saindo de


sua boca.

Eu acalmei, incapaz de encará-lo. "Não acho que..."

"Eu vi a hesitação quando lhe pedi para vir comigo. Você


nem sequer sabe o que está procurando. Você provavelmente
não vai descobrir agora."

"Claro que eu sei!"

"Eu não acredito em você", ele bufou. "Naquela casa, você


jurou para mim..."

"Você pulou fora!"

"E por meses eu ouvi eles me dizendo que você estava


com o homem que me ferrou!" Ele deu alguns passos para
mais perto. "Ele disse a você como me colocou na cadeia?"

"Sim", eu respondi.

Seu rosto ficou tenso com surpresa, e depois completa


fúria. "Isso foi antes ou depois de foder com ele?"
"Eu não..."

"Quando, exatamente, você soube?" Cristo, ele estava se


perdendo.

"Quatro dias atrás," eu respondi calmamente.

Se eu pensei que podia fazê-lo se sentir melhor, eu


estava errada. Ele ainda parecia uma bomba relógio, e o que
eu disse em seguida, certamente, detonou.

"Ele disse que fez isso porque eu havia desaparecido e


ele pensou que você tinha alguma coisa a ver com isso. Ele
lamenta e se desculpou."

Ele riu amargamente e, em seguida, acenou com desdém.


"Verdade? Ele pediu desculpas? Bem, não é, porra, fantástico?
Eu vou esquecer a merda que eu fiz dentro daquelas paredes
porque Remy, porra, lamenta o que ele fez! Tenho certeza de
que fez você se sentir tranquila e feliz por dentro, certo?"

"Não." Eu suspirei e esfreguei os olhos, já exasperada


com isso. "Eu vi você com aquela garota no bar e eu pensei
que seguiu em frente. Até esse ponto, Remy não havia me
empurrado para nada. Você fez ele parecer um monstro, e
talvez ele seja, mas eu já vi os outros lados dele. Ele fez coisas
ruins, eu sei. O que ele fez foi horrível e errado e eu não posso
perdoá-lo por isso. Ele estava obcecado com essa ideia de ser
meu tudo..."

"Ele prendeu você dentro de uma porra de quarto


durante quatro semanas! Ele teria feito isso por mais tempo,
muito mais. Ele te seguiu em toda a sua vida! Obsessão nem
chega sequer na superfície do que ele realmente é. Não há
nenhum perdão para ele, Sara. Pare de ser tão delirante. Seu
amor por ele está me fazendo doente."

"E daí se eu o amo?", Retruquei, jogando meus braços no


ar. "Eu liguei para você e implorei que me salvasse deles no
segundo que recebi sua mensagem, e você me abandonou!"

Veias saltavam para fora, quando ele gritou: "Você me


vendeu para ele!"

"Eu não fiz! Eu não tive escolha a não ser dizer a ele, e
pensei que estava fazendo isso para protegê-lo! Ele já sabia
que era você e teria feito qualquer coisa para te matar. E ainda
assim, você fica aqui, com todo o seu ódio porque eu amo um
homem que iria para os confins da terra por mim."

De repente, ele me agarrou pelo braço e me balançou. "E


o que eu acabei de fazer?"

Eu me contorci em suas garras. "Você está me


machucando. Solte."
"Ainda assim, eu quero você. Mesmo que eu saiba que no
segundo que saio de cena, você transa com algum cara."

Meus olhos se arregalaram e minha raiva borbulhou


para a superfície. "Não se atreva a falar comigo assim, porra!
Quantas foram lá antes de mim? Depois de mim? Quantas,
Jaxon?!"

"Eu saí da prisão e você estava transando com um cara.


Eu me entrego a você de novo, e você está com a porra de
outro cara! Você não gosta de frio lá, não é? Você tem que
manter essa boceta aquecida toda a porra de tempo, ou então
você está..."

"Pare de me machucar!" Lágrimas caíam dos meus olhos.


Levou tudo em mim para não bater nele. Eu tinha deixado isso
pra atrás, mas a contração na minha mão me dava essa ideia.
"Você sabe que não foi assim!"

"Você o ama mais do que a mim?" Seus olhos cheios de


angústia perfuraram os meus, procurando desesperadamente
uma resposta para a pergunta mais importante que ele
precisava ouvir.

"Se eu amasse, eu não estaria aqui." Eu fechei os olhos


com força, espremendo as lágrimas enquanto falava. "Tudo o
que eu fiz foi beijá-lo, Jaxon. Nada mais."
Abri os olhos e vi sua raiva desaparecer em um piscar de
olhos. Agora, ele estava atordoado. "O que eu sinto por ele não
é nada em comparação com o que sinto por você", eu
continuei. "Você sempre foi tudo para mim. Sempre. Ninguém
pode me machucar como você faz. Ninguém pode me amar
como você faz. Ninguém pode lidar com a minha neurose
como você faz. Apenas um dia e já estamos na garganta um do
outro."

"Essa é a maneira que nós somos", ele respondeu,


firmando sua voz para a suavidade que eu ansiava. "Nós
somos disfuncionais pra caralho. Brigamos. Discutimos.
Odiamos. Amamos. Isso é o que somos e eu não trocaria por
nada."

Senti sua mão no meu rosto e abri meus olhos para ver o
calor nos seus. "Você realmente não...?"

Eu balancei minha cabeça. "Não."

"Realmente?"

"Realmente, Jaxon."

Ele ficou em silêncio, processando as palavras em estado


de choque. "Eu pensei que você fez."

"Não."
"Eu estava furioso e magoado por isso, porra," sua voz
quebrou, tingida de dor que fez meu coração parar. "Eu
realmente pensei que você fez. A ideia de você tocando em
alguém que me colocou em um lugar tão escuro... Isso me
matou." Ele balançou a cabeça e fechou os olhos. "Eu passei
muitas noites tentando descobrir como pegá-la de volta, mas
então eu vi você com ele, na festa de aniversário, e você estava
sorrindo para ele como se fosse seu mundo. Era pior do que
todos os espancamentos que eu já sofri juntos. Eu me senti
doente. Eu deveria deixar ele ter você. Eu não deveria lhe
dizer para esperar, mas eu sou egoísta e quero o que é meu. E
meu coração vive me dizendo que você é minha, não importa
o quanto eu tento convencê-lo do contrário."

Eu tomei seu rosto em minhas mãos e sussurrei: "Eu sou


sua e você é meu."

Ele se inclinou para mim com os olhos fechados,


pressionando sua testa contra a minha. "Você não pode voltar
atrás."

"Eu não vou."

"Não haverá ninguém além de mim depois disso."

"Ninguém. Eu não quero voltar atrás e, merda, Jaxon, eu


só quero nós dois juntos."
Senti seu nariz escovar sobre o meu. "Eu quero também,
Sara. O que você disse, isso muda tudo. Eu estou aliviado pra
caralho."

Ele soprou com força contra mim por alguns momentos.


O choque no meu rosto lentamente diminuindo. Ele parecia
esperançoso agora, com os olhos brilhando enquanto
percorriam meu rosto.

"Sinto muito por ser um idiota", ele sussurrou. "Eu juro


por Deus, eu vou parar. Eu nunca vou reagir dessa forma
novamente."

"Está tudo bem, Jaxon. Está tudo bem."

Nós respiramos profundamente. Antecipação


aumentando, assim que os sentimentos feios foram levados
para a escuridão Eu tinha certeza de que nunca mais iriam
voltar. Seus lábios roçaram os meus, e sentia um zumbido do
desejo cada vez que o provava, construindo e construindo até
que eu não podia esperar mais.

Pressionei meus lábios com mais firmeza contra sua


boca. O gosto dele estava tatuado em minhas memórias, mas a
experiência física era uma coisa completamente diferente.
Senti meu corpo voltar à vida, e a tristeza morrendo.
Isto é o que me fazia viver. As coisas que ele fazia para
mim! Elas valiam a pena, mesmo suportando os momentos
disfuncionais. Eu rastejaria sobre a grama, fogo e facas e...
porra, e qualquer coisa, só para ter um gosto dele.

Eu passei meus braços em volta do seu pescoço,


apertando-o com mais força contra mim, e então... tudo voltou
a se mover. Eu não tinha percebido que estávamos nos
movendo até que minhas costas bateram no tronco de uma
árvore. Ele estava em tudo ao meu redor. Suas mãos
percorriam todos os lugares; sobre meus ombros, meus
braços, segurando firmemente a minha bunda. Ele empurrou
seu peito contra mim e eu podia sentir as batidas duras e
rápidas de seu coração na mesma batida do meu.

Encharcada em dois segundos, este homem era o gatilho,


e só o que fizemos, até agora, foi beijar e nos esfregar um
contra o outro.

"Eu te quero tanto," Eu soluçava contra seus lábios. Não


importa o quão duro eu tentei, não podia empurrar mais
profundo em sua boca. Eu só queria cada centímetro dele.
"Por favor, me dê."

Suas mãos se moveram para minha bunda, ainda


molhada da cerveja do Pateta, e então ele me levantou.
Envolvi reflexivamente minhas pernas ao redor de seus
quadris enquanto ele se afastava da minha boca e lambia meu
pescoço. Ele esfregou suas pélvis em mim e eu o agarrei mais
forte, fechando meus olhos com necessidade delirante. Senti
suas mãos agarrando meus seios, descendo para meu
abdômen e para os botões da minha calça jeans.

"Ninguém te conhece como eu faço", ele sussurrou em


meu pescoço, liberando os botões e puxando o zíper para
baixo. Ele levou a mão para dentro do meu jeans e esfregou
meu clitóris como se nunca tivesse se afastado dele. "Ninguém
sabe seus pontos como eu."

Ele beijou minha boca novamente e se afastou alguns


centímetros, vendo meu rosto reagir ao prazer que ele estava
me dando. Eu respirava duramente contra ele, enquanto sua
respiração se manteve tranquila, e continuou circulando meu
núcleo em um ritmo lento antes de empurrar seu longo dedo
dentro de mim.

Eu gemia sem vergonha, me balançando contra sua mão,


procurando o pico.

"Ele tocou em você assim?" Sua voz, áspera e apertada,


exigiu uma resposta. "Diga-me."

"Não." Meus olhos rolaram para a parte de trás da minha


cabeça. Não, nós nunca chegamos tão longe. Eu deveria ter me
preocupado com Jaxon me perguntando isso, mas me sentia
bem no momento. Era essencial para ele saber o quanto eu
tinha guardado.

"Você vai beijar outro homem de novo?"

"Não."

"Faça-me acreditar."

Eu procurei seus olhos na escuridão, e olhavam para


mim com uma necessidade ardente que parecia primitiva.
Continuando a balançar contra ele, eu ofegante repeti: "Eu
nunca vou beijar outro homem. Eu te quero. Só você. Eu não
quero mais ninguém. Só você."

Quando ele empurrou outro dedo dentro de mim, eu


quase perdi a razão. Inclinei a cabeça, olhos abertos, tendo a
visão da rede de folhas, enquanto meus sentidos se
ampliavam totalmente. Senti sua língua no meu pescoço, suas
pequenas mordidas ao longo da minha mandíbula lentamente.

Apertei seu pescoço, implorando silenciosamente pelo


meu orgasmo.

A rugosidade pressionada contra minha espinha


desapareceu de repente. Jaxon estava andando para trás,
ainda acariciando-me, ainda me acariciando forte; minha
cabeça girava, querendo que ele fosse mais rápido. Ele sabia
meus gatilhos e estava, propositadamente, prolongando.

Quando parou seus passos, puxou minha camisa sobre a


minha cabeça e jogou-a no chão.

Meu sutiã foi para o outro lado. Ele grunhiu em


apreciação, enterrando seu rosto em meus seios. Eu tive um
espasmo quando ele mordeu e chupou meus mamilos,
alternando sua língua entre os dois. Solavancos gloriosos de
prazer fluíam para o fundo do meu corpo. Emaranhei minhas
mãos em seu cabelo e agarrei-o com força, pendendo a cabeça
para o lado, enquanto ele deixava marcas em volta dos meus
seios.

"Você está tão encharcada", ele gemeu, retirando a mão


do meu jeans. Eu soluçava suavemente por este ato de
maldade, como uma criança cujo doce foi arrancado de suas
mãos.

"Eu não posso esperar mais. Leve-me agora", eu exigi,


mas eu sabia que soava mais como um pedido do que
qualquer outra coisa.

Ele me agarrou mais apertado e lentamente levou-nos


para baixo, inclinando até que suas costas estavam contra o
chão áspero das escadas de madeira. Eu caí sobre dele.
Beijando.

Lambendo.

Mordendo.

Eu tirei sua roupa apressadamente, e me senti


enfraquecer quando puxei seu jeans para fora dele.

Puta merda, ele era quente. Ele era sexo e amor, e puro
céu.

E era meu. Todo meu.

Eu deslizei para fora das minhas calças jeans frouxas,


joguei-as para trás sem qualquer cuidado. Eu o beijei duro,
movendo minhas mãos ao longo de seu abdômen duro e peito
sólido. Ele agarrou minha bunda e me esfregou contra seu
comprimento endurecido.

"Veja o que você faz para mim?", Ele ofegava contra mim.
"Eu não consigo me controlar."

Eu o senti na minha entrada e fechei os olhos, esperando


que ele mergulhasse em mim. A antecipação me matou. Eu o
queria muito. Eu queria ele dentro de mim em apenas um
impulso rápido.
Ele, calmamente, me torturou olhando o meu prazer
aflito com fascinação aberta. Eu olhei-o nos olhos, segurando a
minha respiração e me lembrei de todas as noites em que ele
me preenchia assim.

Era a perfeição.

Cheguei a essa conclusão.

Eu gemi quando ele tocou minhas paredes internas,


percorrendo todo o caminho. Ele se acalmou, e não fizemos
nada por tempo.

Apenas sentindo. Sim, nós estávamos apenas sentindo


um ao outro. Sentindo-o dentro de mim como se fizesse parte
de mim e me senti em casa.

"Eu vou me casar com você", ele pronunciou com a voz


rouca. "Você vai levar o meu nome."

Eu fiquei boquiaberta. E então beijei a merda amorosa


dele. Meus lábios tremeram contra os seus.

Eu cobri seu rosto com as minhas lágrimas e ele me


segurou com força contra ele, com um braço em volta da
minha cintura.
Eu não queria que fosse duro e rápido. Eu não queria ser
fodida. Eu queria que fosse lento e suave. Eu queria fazer
amor.

Ele sentiu a minha necessidade, e empurrou dentro e


fora a uma velocidade lenta. Ele foi carinhoso com esses
passos, me acariciando e me beijando. Ele prolongava meu
pico através da construção de meu prazer se mantendo lento.
Meu corpo já não podia aguentar mais. Minha pele irrompeu
em arrepios, então o agarrei com força contra mim e explodi.
Eu não tive um orgasmo em muito tempo, e ele tomou conta
de mim como a ofuscante luz da manhã – uma inevitabilidade
sem limites que eu não podia controlar, me agarrando em
uma bolha temporária nos céus antes de me lavar em
satisfação. Meus lábios tremeram contra os seus quando eu
desci.

Então eu só... me joguei contra seu peito, como um saco


de ossos. A energia foi arrancada de dentro de mim, e me
deixou como uma nuvem, flutuando para longe...

Mas ele ainda estava duro dentro de mim. Eu podia


senti-lo pulsar com a necessidade de continuar.

"Estas escadas estão dando uma cãibra na minha bunda",


ele murmurou.
Eu sorri em seu peito. "Eu posso imaginar."

Ele se levantou lentamente, com cuidado para me


manter ainda contra ele. Eu escovei minhas mãos pelos seus
cabelos e beijei seu nariz e a frente do seu rosto enquanto ele
seguia pela varanda e entrava na cabana. Ele retribuiu o gesto,
beijando meus olhos e, em seguida, meu nariz.

Eu não percebi o frio que estava la fora até que ficamos


envoltos no calor da cabana.

Jaxon me carregou para a cama como se eu pesasse uma


pena e me deitou. Ele saiu de mim e me virei sobre meu
estômago. Eu ainda estava alegremente no meu orgasmo
quando ele começou beijando até as minhas pernas, passando
as mãos sobre a minha bunda e espinha.

"Bela. Você é linda", ele murmurou.

Eu me senti reverenciada, adorada. Eu não merecia ser


tão bem cuidada. Senti seu amor em cada carícia, e me lembro
de pensar, que nunca vou sair deste quarto. Porque o mundo
exterior era um lugar terrível; uma confusão imprevisível de
escolhas e consequências, cheio de mentiras e enganos, de
pessoas dispostas a rasgar você por suas próprias razões
egoístas. E neste quarto, longe da realidade, estava o nosso
mundo, cheio de amor e beijos tenros e suaves momentos que
levavam ao propósito de nossa vida: o outro.

Ainda esticada contra o colchão, ele espalhou minhas


pernas. Senti o calor do seu corpo quando ele apertou o peito
contra minhas costas. Então eu senti a ponta do seu pênis na
minha entrada, e fechei os olhos serenamente quando ele
lentamente entrou em mim.

"Foda-se", ele gemeu, seu rosto pairando a centímetros


acima do meu ombro. Ele beijou meu ombro e deslizou a mão
pelo meu estômago e para meu clitóris. Ele me massageava
enquanto se movia dentro e fora de mim, e a intensidade de
ambos os atos me fazia sentir como se estivesse sendo
lambida pelo fogo; um doloroso prazer que queimava, e
queimava novamente.

"Não pare", eu implorei, respirando de forma irregular


contra os lençóis umedecidos pela minha boca aberta. "Por
favor, por favor, por favor."

Ele se moveu mais rápido dentro de mim, e cada


estocada forçava minha parte inferior do corpo pressionar
contra sua mão que circulava deliciosamente em torno de
meu clitoris. Prendi a respiração e senti meu mundo implodir;
o segundo orgasmo ondulou entusiasmado, e senti como se
ele estivesse tentando encontrar uma maneira de sair até que
puxei novamente a respiração, momentaneamente suspensa
em um país das maravilhas afrodisíaco. Eu poderia fazer isso
novamente, e novamente, porque ainda me sentia excitada
além da medida logo após...

"Sempre você", ele gemeu contra mim. "Perfeição".

Moveu-e dentro e fora de mim por tanto tempo,


prolongando seu próprio orgasmo uma e outra vez até que
não pode aguentar por mais tempo. Eu me deliciei com seus
sons, seu calor, senti-lo comigo novamente.

Finalmente, ele parou e ficou tenso, morderdo


suavemente o meu ombro enquanto resmungava através de
sua libertação. Senti seus batimentos cardíacos desenfreados
contra minhas costas e eles me acalmaram em um sono
semiconsciente. Meus níveis de energia estavam em um nível
crítico.

Ele se afastou de mim e eu fiz um som que se


assemelhava a um filhote de cachorro torturado. Eu precisava
dele. Deitou-se ao meu lado e arrastou a mão para cima e para
baixo nas minhas costas. Abri um olho e olhei para ele. Eu
podia ver como ele estava deitado de costas, olhando para o
teto em profunda contemplação.

"Você está bem?" Eu consegui perguntar.


Ele virou a cabeça para mim e sorriu melancolicamente,
covinhas e tudo. "Sim", ele respondeu suavemente. "Eu estou
mais do que bem, Pequena." Eu floresci quando ouvi meu
apelido que só ele usava.

"Você quis, realmente, dizer o que disse?" Mordi o lábio


inferior e aguardei em antecipação. Pessoas dizem merda
quando têm sexo. Às vezes, eles não querem isso depois.

"O que foi que eu disse?"

Minhas bochechas aqueceram. De jeito nenhum eu iria


repeti-lo! Se ele nem sabia a que eu estava me referindo, foi
provavelmente dito no calor do momento. Droga.

Seus olhos azuis, radiantes mesmo no escuro, me


olharam maliciosamente. Então ele sorriu ainda mais.

Bastardo, sabia exatamente o que eu estava falando...

Ele se aproximou de mim, virando de lado. "Se eu quero


me casar com você?" Ele esfregou o nariz contra minha
bochecha. "É isso que você está falando?"

Eu cuspi um grunhido grotesco.

"Sim", ele disse, traçando círculos ao longo da minha


espinha. "Eu vou me casar com você. Nada mais desta porcaria
entre nós. Precisamos de alguma estabilidade depois disso.
Você não será capaz de sair quando tiver o meu nome ligado a
você, e todo mundo vai se foder se você fizer. Até que a morte
nos separe, certo?"

Eu consegui dar um aceno de cabeça. Minha garganta


estava apertada. Eu me casaria com ele ali mesmo. Eu mesma
era como um homem das cavernas, pensando como seria
incrível a sensação de ser possuída por ele. A feminista em
mim queria me afogar em ácido por tal pensamento.

"Quase seis anos longe e no segundo que estou com você


é como se eu nunca estive longe." Ele passou os dedos
penteando meu cabelo, espalhados nas minhas costas. Ele me
olhou com este olhar de ternura e algo completamente
diferente. Ele não era como os outros. Eu não podia ler cada
parte dele.

Jaxon era um homem fascinante, perpetuamente; não


importa o quão duro eu tentasse desdobrar cada camada dele,
ele seria para sempre ilegível.

"Por que você me ama?" Eu perguntei a ele, perplexa


com a minha linha de pensamento. "Depois de tudo que eu
fiz... Depois de tudo que eu fiz através..."

"Porque você é a minha última."

"Isso não é bom o suficiente."


Ele riu. "O quê, você quer que eu escreva um soneto de
amor para explicar porque te amo?"

"Vá em frente. Atreva-se."

Ele limpou a garganta e, com uma voz profunda de


barítono, falou: "Seu sexo brilhava à luz do luar, seus sucos
fluíam por ela, e eu lhe disse: 'Eu adoraria... comê-la'."

Eu lhe bati com força. "Isso não é um soneto de amor!


Bruto. Você é doente."

Seu corpo tremia de tanto rir. Aposto que ele achava que
era a coisa mais engraçada do mundo, e nessa nota, quem
diabos ria de sua própria piada?

"Falar sobre minha vagina não é uma coisa do amor."

"Mas eu te amo porque é gostosa."

Eu bati nele novamente. "Você é mau."

"Eu sou um homem com necessidades, você é uma


mulher com um pouco de mel numa buceta apertada."

"Cresça, Jaxon, realmente cresça."

Esperei alguns minutos até que o riso morreu. Me


controlei para não sorrir. Eu precisei fingir ser o maduro
entre nós, então continuei com o olhar furioso para ele e, em
seguida, levantei minha sobrancelha com expectativa.

"Por que porcos rolam na merda?" A pergunta dele me


confundiu. Eu coloquei mais potência no meu olhar furioso
agora, e ele apenas olhou solenemente para mim. "Por que as
flores precisam de luz solar? Por que transformar lagartas em
borboletas? Estes são os instintos básicos da vida;
predisposições que não estão no nosso controle, mas em
nossa composição. Nós não entendemos o que nos impulsiona
a certas coisas. Por que alguém é como este ou aquele? Eu
acredito que é como um fio em nós. Assim como eu estou
ligado a você e você está ligada a mim. Não faz sentido e não
entendemos, mas somos empurrados um para o outro. Seja
ligação por uma reação química entre nós, ou um poder
superior se você considera assim, nós somos almas gêmeas. É
por isso que eu te amo. Eu não posso desligar, porque não
tenho controle sobre isso, e nunca iria querer desligar, de
qualquer maneira."

Seu polegar acariciou a lágrima que caiu dos meus olhos.


Então ele me puxou e me apertou contra ele. Envolvi meu
braço em torno de sua cintura, descansei minha cabeça contra
seu peito e ouvi seus batimentos cardíacos. Eu escutei e
escutei até que a escuridão me levou embora.
Capítulo Vinte e Dois

"Eu não quero fazer isso", eu gemi e parei. "Eu tenho


uma cãibra no meu lado e eu estou cansada."

Jaxon se virou, uma mão segurando firme a alça da


mochila no ombro. Ele olhou para mim como se eu fosse uma
criança petulante que estava gritando por doces no corredor
do supermercado. O olhar me obrigou a mover minha bunda
como se uma manada de búfalos estivesse atrás de mim.

Nós estávamos viajando para o bosque há, pelo menos,


uma hora...

Talvez quarenta minutos, na verdade.

Ok, era mais como vinte minutos. Ainda. O esforço físico


era novo para mim e fez minhas pernas doerem. Não ajudava
que meus jeans estivessem girando na máquina de lavar,
depois do encontro aventureiro de ontem à noite no bar com
aqueles bêbados. Eu encontrei shorts jeans pequenos em uma
das gavetas e disparei um olhar furioso para Jaxon. Ele
simplesmente deu de ombros, expressando que não teve parte
na escolha das roupas.
Os shorts tinham se ajustado confortavelmente,
agradeço aos céus, mas eu tinha apenas camisas largas para
vestir por cima. Eu estava, atualmente, nadando em uma
camiseta cinzenta grande que, obviamente, pertencia a uma
grande pessoa, e recebia a batida de merda dos ramos e
arbustos espinhosos nas minhas pernas, enquanto andava
através da natureza e isso tornava tudo desagradável.

"Não estamos longe, Pequena."

Mentiroso. Ele dizia isso desde o início.

"Você sabe onde está indo? Ou será que estamos


perdidos?"

"Eu sei onde estou indo."

Eu atiro um olhar dúbio. "E se a gente se perder?"

"Nós não..."

"Mas, hipoteticamente, o que se faz?"

Ele bufou em exasperação. "Então nós seremos Tarzan e


Jane, acasalando como gnus e balançando de galho em galho."

"O filme da Disney nunca mostrou o acasalamento."

"Jane era quente. Tarzan se apropriou de sua bunda no


segundo que os créditos surgiram. Agora isso é um fato."
"Você não tem nenhuma prova."

"Não preciso."

Eu fiz uma careta. "Você sempre arruina Tarzan para


mim."

Ele riu e se virou para mim. Seu cabelo loiro brilhava sob
a luz solar e seus olhos pareciam mais ferozes. Notei a alegria
neles também, e isso me fez sorrir para ele. "Ok, nós
chegamos, e se você calar a boca durante cinco segundos, vai
ouvir a cachoeira."

"Todos os cinco segundos?"

Ele balançou a cabeça em irritação e estendeu a mão


para mim. Peguei-a e caminhamos em silêncio. O som de água
correndo parecia cada vez mais perto. Logo, o som alto era
indiscutível. Seguimos o barulho até que a queda entrou em
exibição entre as árvores.

Era apenas uma pequena cachoeira, talvez seis metros


de altura, que descia por uma caverna suave e se
transformava em um rio estreito. Nos aproximamos o
suficiente para sentir a água enevoada contra a nossa pele e
sua frieza já me tinha tremendo. Eu dei um passo para trás,
longe da bolha de frio impiedoso, e encontrei um local seco na
grama a alguns pés do lago.
Jaxon jogou a bolsa no chão e abriu o zíper, retirou um
grande cobertor que tinha encontrou no closet. Ele o colocou
onde eu estava e me sentei sobre ele, cruzando as pernas
como uma criança. Olhei para o céu e para as copas das
árvores. Era um lugar pequeno e bonito, isolado e muito
verde.

Jaxon se sentou atrás de mim, as pernas abertas contra


cada lado meu e se aconchegou contra as minhas costas.

Seus braços a minha volta e me afundei nele,


descansando minha cabeça contra seu peito largo.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, acariciando os


braços um do outro e apreciando a cachoeira.

"Como você sabe sobre este lugar?" Eu perguntei,


curiosa.

"Christy me disse sobre ele e me deu a direção."

"Oh."

"O que há de errado?", Ele disse suavemente,


empurrando meu cabelo para o lado. Ele depositou beijos no
meu pescoço nu.

"Nada", eu menti.
"Pare de mentir. Você ficou tensa no segundo que eu
disse o nome dela."

Sem resposta.

"Ela não significa nada para mim, Pequena."

"Ela deve significar alguma coisa. Você ajudou sua avó e


tudo." Empurrar a questão que ela deve ter significado algo
era código de Sara para: continue a me dizer o quanto ela não
significa nada para você!

"Porque ela foi a única garota legal antes que você


voltasse. Ela não foi atrás do Escorpião mauzão que é o
segundo no comando. Eu me sentia mal usando ela. Uma parte
de mim se mantinha distante, caso você aparecesse. Eu sou
um idiota, eu sei."

"Ela estava paquerando você ontem."

Ele riu de repente. Senti sua vibração na cabeça. "Não,


ela definitivamente não estava."

Eu zombei. "Ela esfregou-se contra você, sussurrou em


seu ouvido, deu-me olhares sujos..."

"Ela não deu olhares sujos."

"Ok, ela não fez, mas o resto é verdadeiro."


Ele suspirou, levando a palma da minha mão com a sua.
Ele desenhou círculos em minha pele antes de dizer:
"Pequena, ela não fez. Ela me disse que estava indo para
Winthrop para ficar com seu namorado tatuador, eu sorri
para ela e desejei-lhe boa sorte."

"Por que ela sussurrou isso?"

"O barulho no restaurante estava alto como o inferno,


além de Gretel falar até a porra sobre arte de condenados ou
alguma outra merda."

Eu pensei sobre isso por alguns momentos. "Ela tem um


homem em Winthrop?"

Ele riu novamente. "Você é uma idiota total, Pequena.


Será que você não viu a rocha brilhando em seu dedo? Christy
está tomada há algumas semanas."

Eu acalmei. "Oh."

"Sim, oh."

Droga. "Por que eu exagerei?"

"Porque você é ciumenta e me ama."

Ainda não era desculpa para ele.


"Ela passou por muita coisa", Jaxon continuou
calmamente. "Gretel... é dura com ela. Ela empurrou-a para a
escola de medicina quando ela não queria. Ela pegou um
trabalho de recepcionista na loja do namorado e nem sequer
disse a ela ainda."

"E a escola?"

"Ela disse que era muito estressante para ela. Que


precisava de uma pausa. Então eu lhe desejei muita sorte."

"Oh." Eu esperava que ela encontrasse a felicidade que


estava procurando.

Relaxamos, absorvendo o calor do sol e sentindo o


frescor da névoa saindo da cachoeira. Era tão surreal estar
aqui com ele novamente.

"Para onde vamos?" Eu perguntei depois de algum


tempo. "Você não vai retornar para Gosnells?"

"Vamos. No tempo certo."

"Você ainda será um Escorpião?"

"Não tem como sair dos Escorpiões, Pequena. Isso é um


negócio feito. Eu lhes dei a minha palavra. A única saída é a
morte."
"Talvez a gente possa fingir sua morte."

Ele riu, seu peito vibrando contra minhas costas. "Isso é


mais fácil dizer do que fazer."

"Como você se tornou um deles?" Eu estava morrendo de


vontade de perguntar isso. Remy tinha vagamente oferecido
para responder, mas não era bom o suficiente. Eu precisava
ouvir isso de Jaxon.

Apreensão ficou clara em seu comportamento, ele ficou


tenso. Suavemente, disse: "Os homens dentro dessa prisão
eram as piores pessoas que eu já tinha visto, porra. O tipo que
vai te comer e vomitar. O garoto bonito Jaxon fez sucesso, e eu
sabia que estaria rapidamente com a cara pra baixo e a bunda
pra cima com algum Jabba Hutt1. Então, Finley estava
cumprindo o último ano de sua sentença de seis anos – por
evasão fiscal, ele disse. Ele me viu lutar e gostou do que viu.
Ele me tomou sob sua asa e me ofereceu proteção. Em troca,
eu faria o que ele queria."

"O que ele queria... era ruim, Pequena. Não são coisas
que eu me orgulho. Eu prefiro não falar sobre isso. Mas eu fiz
cada trabalho, e ele me empurrava mais e mais. Nos
entendemos, um pouco. Eu não tinha mais nada para fazer,

1
Personagem fictício da saga Star Wars do diretor norte-americano George Lucas.
mas o vínculo com um rico empresário não só me protegeu,
mas me ensinou a gerir uma empresa e fazer dinheiro."

"E a coisa com toda as mulheres do clube..."

"Finley queria que as mulheres fossem tratadas como


esporte. Tudo o que ele vivei, essa era a cultura dele, eu acho.
Ele é um maldito bom orador, aquele cara. Ele pode vender
neve para a porra dos esquimós. O que ele faz é inteligente;
ele pega os homens que estão por baixo e reconstrói. Quando
se sentem poderosos e invencíveis, eles olham de cima para
todos os outros ao seu redor. Por muito tempo isso é o que eu
senti. Esse é o estilo de vida que eu tinha. Até que você
voltou."

Ele beijou minha cabeça e arrastou seus dedos por meus


braços.

"Na noite em que eu saí... Você disse que eu segui em


frente quando lhe perguntei sobre Jade."

Senti-o assentir. "Sim."

"O que fez você pensar isso?"

"Depois que eu saí da prisão, rastreei o oficial que


plantou as provas contra mim. Nós tiramos a verdade dele. Ele
disse que os Chacais foram atrás dele, mas não sabia porque.
Descobri mais tarde sobre sua mãe, mas foi só até Remy levar
você que eu percebi sua obsessão. Fritz me contou quando eu
exigi a verdade.

"Durante o tempo em que eu tentava tirar a verdade do


policial, eu procurei por você. Eu estava em Winthrop afinal.
Finley se aproximou de mim alguns dias depois e me disse
que havia encontrado você, mas que estava vivendo com um
homem com quem você trabalhava. Que você estava feliz com
ele." Ele fez uma pausa e suspirou profundamente, reunindo
seus pensamentos antes de continuar.

"Ele começou a me mostrar algumas fotos de você e ele


através da janela do seu apartamento. Nada revelador, mas
havia fotos dele em estados de nudez. Era Daniel. Não havia
razão para questioná-la; era evidente que você foi para outro
homem. Nesse ponto, eu estava zangado. Eu odiava você. Eu
queria machucá-la, mesmo que você não soubesse disso.
Sentia como se tivesse me abandonado, então eu queria fazer
a mesma coisa. Tentei preencher o vazio com o clube, e se
tornou a minha vida. Sinto muito, Sara."

Eu balancei minha cabeça, minha raiva direcionada a


Finley. "Eu nunca vivi com Daniel."

"Sim, bem, ele foi muito convincente."


"Eu quero machucar aquele homem."

Jaxon riu. "Ele vai ser cuidado. Portanto, esqueça dele,


Sara. Vamos apenas desfrutar um do outro agora."

"Mas agora que você sabe sobre Remy..."

"Eu quero matá-lo? Sim. Que ele me colocou no inferno?


Sim. Mas o que eu ganharia matando ele? O que passou não
pode voltar e mudar. O que está feito está feito, e eu tenho a
minha garota agora."

Uau, ele era incrível. Sua força era uma coisa incrível de
se ver. Eu não tenho certeza se Remy teria feito o mesmo...
Não, não, ele não teria.

"Há algo que eu quero mostrar-lhe." Eu disse então.

"O quê?"

"Verifique o meu bolso direito."

Ele colocou a mão no bolso direito e retirou a minha


pulseira de prata. Sua respiração parou quando ele virou e
pegou o coração.

"Foda-se", ele sussurrou em descrença. "Eu pensei que


isso tinha ido embora."
"Remy tomou-a, e quando ele me contou sobre o que
aconteceu, me deu de volta."

Ele exalou duramente atrás de mim. "Eu odeio aquele


filho da puta. Eu realmente faço. Dê-me seu pulso."

Eu estendi meu pulso e ele prendeu-a. Em seguida, seus


dedos percorreram todos os elos da corrente.

"Perfeito", disse ele. "Exatamente onde pertence."

Quando não havia mais palavras a dizer, eu fechei os


olhos e virei minha cabeça, pressionando a minha orelha
contra o seu peito. Escutei as batidas fortes de seu coração,
este coração que pertence a mim. Ele apertou os braços a
minha volta e descansou o queixo na minha cabeça. Esta era a
nossa pequena bolha do céu, bem aqui, e eu não trocaria por
nada no mundo.

*****

Abri meus olhos e pisquei para o céu. Eu estava


descansando de lado e queria saber quanto tempo eu fiquei
adormecida. Então eu o senti. Beijos aquecendo minhas
pernas e mãos calejadas agarrando meus quadris. Eu sorri e
olhei para Jaxon, arrastando seu caminho para cima, e mais
para cima.
"Eu acordei você?", Ele sussurrou, empurrando minha
camisa até os seios para que ele pudesse beijar em torno do
meu umbigo.

"Eu acho que meu corpo está em sincronia com o seu."

"Como assim?"

"O segundo que você quer rumpy pumpy, eu estou para


cima e para ele."

"Rumpy-pumpy?" Ele fez uma pausa e riu contra o meu


estômago.

Eu sorri. "Há algo de errado com a minha terminologia?"

"Não, eu estou mais do que feliz em rumpy-pumpy com


você durante toda a noite pelos próximos setenta anos."

Eu enruguei meu nariz em desgosto. "Você realmente


acha que nós vamos fazer isso quando estivermos com
noventa e tantos anos?"

"Foda-se, sim, porque vamos estar com noventa e


alguma coisa e juntos." Ele desabotoou meus shorts e o
deslizou para fora de mim. Então olhou com surpresa e disse:
"Você está sem calcinha."
"Eu não parei para embalar mais do que um par de
calcinhas, na minha pressa para escapar do clube. Isto não
estava no topo da minha lista de coisas a fazer no momento."

"Eu não estou reclamando, Pequena. É um passo a menos


no meu processo de te adorar."

Eu sorri como uma idiota enquanto esfregava as pernas


para cima e para baixo. Ele beijou meu abdômen e quadris, e
depois continuou em uma rota que levava para a parte interna
das minhas coxas. Eu já podia sentir meu rosto esquentar em
antecipação. Este era o melhor jeito de acordar!

Eu abri minhas pernas, não dando a mínima como


desesperada eu parecia.

"Tire sua camisa", ele murmurou entre seus beijos.

Eu rapidamente tirei e trouxe as minhas mãos para sua


cabeça. Este cabelo sexy, foda! Eu tinha a súbita vontade de
dar um puxão tão duro quanto possível. Seus beijos ficaram
mais úmidos e, em seguida, uma mão agarrou meu quadril e
outra percorreu meu abdômen e se estabeleceu no meu seio.
Eu fechei meus olhos e senti sua boca lentamente se
encaminhando para o meu núcleo. Ele estava demorando
absurdamente, mas eu não queria apressá-lo. Eu queria
aproveitar o passeio que fazia meu coração bater mais rápido
e minha respiração acelerar.

O calor de sua língua envolveu minhas dobras e meu


corpo estremeceu com a sensação. Eu não podia segurar o
gemido que escapou dos meus lábios. Abri os olhos, olhei para
ele e apertei minhas mãos em seu cabelo, forçando-o a
continuar. Ele beijou minhas coxas novamente antes de voltar
para as minhas dobras. Quando ele rodou sua língua
novamente, eu sacudi debaixo dele, sentindo minha pele
queimando com o prazer.

Ele empurrou meu sutiã para baixo e acariciou meus


mamilos levemente. Com tantas sensações, meu cérebro
desligou e tudo que eu podia fazer era sentir e ofegar. Como
ele podia ficar longe de mim por tanto tempo e se lembrar de
cada coisa fodida que me detonava? Como meu corpo
continuou a empurrar, ele prendeu um braço contra meu
quadril, me forçando para baixo, de modo que eu não podia
me contorcer, não importa o quanto meu corpo queria.

"Jaxon," Eu tremia. "Por favor..." Por favor, o quê? Faça


durar para sempre? Ou me faça chegar lá? Eu não sabia o que
eu mesma queria.

Ele chupou ferozmente meu clitóris, enviando parafusos


de prazer e dor. Eu não podia lutar contra isso. Eu sempre
chegava tão, embaraçosamente, rápido com ele. Eu gritei e
tentei me mover contra o seu rosto, necessitando o prazer
tanto como a minha respiração.

Eu gozei duramente, tão imprevisível e forte como um


relâmpago. Meu corpo saboreou o pulso. Eu sentia cada
pedaço de tensão se soltar dentro de mim. Jaxon beijou o meu
corpo até que estava pairando sobre mim com seu próprio
sorriso de lábios molhados.

"Você tem um gosto tão bom," ele disse quando se desfez


sua calça jeans.

Eu sorri e olhei para suas mãos quando ele puxou seus


jeans para baixo. Eu lutei para dizer as palavras seguintes sem
rir. "Hey, Jaxon?"

"Hmm?"

"Eu quero... chupar seu pênis."

Ele parou de repente, olhando-me como se eu acabasse


de perder minha mente antes que seus lábios quebrassem em
um sorriso sedutor. Ele sabia exatamente ao que estava me
referindo. "Isso foi, possivelmente, a coisa mais não sexy que
eu já foi ouvi."

"O quê?"
"Você não diz pênis em situações sexuais, Pequena."

Eu finjo fazer beicinho. "Pinto?"

"Não, você sabe a palavra. Diga-a uma e outra vez."

"Paupaupaupaupau."

Ele enterrou seu rosto no meu peito e riu com sua bunda
de fora.

"Isso foi romântico?" Eu perguntei descaradamente


quando ele parou finalmente.

Ele olhou para mim, sorrindo, e esfregou o nariz contra o


meu. "O mais romântico."

"Ok. Agora vamos rumpy-pumpy ou o quê?"

"Ah, sim. Vamos, sem dúvida, pequena."


Capítulo Vinte e Três

Eu não tinha sido tão feliz em anos. Me senti uma pessoa


totalmente nova, como se nos últimos seis anos eu fosse uma
lagarta esperando a minha transformação. Foi
rejuvenescedor.

Eu pulei nas costas de Jaxon, envolvendo minhas pernas


em sua frente, enquanto beijava o seu pescoço. Ele resmungou
pelo ato inesperado e rapidamente segurou minhas pernas.

"Meu macaquinho", ele riu. "Eu não fiz isso para você em
quanto tempo?"

"Desde que eu tinha quinze anos, quando eu não quis


estragar meus sapatos e você andou na lama."

"Você usava aqueles sapatos feios o tempo todo."

"Levei uma eternidade para comprá-los! E eles não eram


feios também."

"Eles eram de um rosa chocante com linhas estranhas e


verdes, porra, ou algo assim; Parecia que alguém vomitou e
depois usou tinta de marcador sobre eles."
Eu puxou seu cabelo e ele sacudiu com o riso. Eles eram
sapatos bombásticos. Como ele ousava depreciá-los! Embora,
eu admito, que nem me lembrava deles, depois de todo esse
tempo.

"Você vai deixar o cabelo crescer?" De repente, eu


perguntei, medindo o comprimento de seu cabelo contra
meus dedos. Sete centímetros...

"Não."

Eu fiz beicinho. "Eu perdi isso."

"Muito ruim."

"Não há nada que eu possa fazer para convencê-lo?" Eu


sedutoramente sussurrei em seu ouvido.

Ele parou e soltou minhas pernas. Eu pulei fora dele,


então ele se virou e me beijou sem fôlego. Sua língua bateu
contra a minha; um segundo e eu já estava tonta de desejo. Eu
era insaciável e, a julgar pela rapidez com que ele endureceu
contra mim, ele também era.

Ele me pegou de novo, desta vez com o meu peito contra


o dele. Eu envolvi minhas pernas em volta de seus quadris e
ele caminhou para a frente, sobre o terreno irregular, sem
uma pausa em seu passo. A mão dele foi para debaixo da
minha camisa e sobre minha espinha. Ele espalmou minha
bunda e gemeu, me pressionando contra seu comprimento e
me balançando para frente e para trás contra ele.

Eu mal podia beijá-lo. Eu respirei contra sua boca, já


sentindo a excitação.

Quando ele começou a dar passos até a varanda, virei


para trás e abri meus olhos. Eu não podia acredita que já
havíamos atingido a cabana. Ele empurrou a porta, e uma vez
lá dentro, ele calmamente me devolveu para o chão,
segurando a barra da minha camisa. Ergui os braços para cima
e ele tirou. Andei para trás na direção do quarto, mordi o lábio
em antecipação ao desabotoar sua calça jeans. Os olhos dele,
encapuçados com a luxúria, percorriam-me de cima a baixo,
demorando-se fortemente nos meus seios.

"Mantenha-se me fodendo assim e eu vou deixar meu


cabelo crescer até a bunda", ele murmurou.

Eu ri, entrando no quarto com as mãos sobre os botões


da minha bermuda. Eu girei ao redor, pronta para dançar fora
dela então ele teria a visão perfeita da minha bunda.

Então eu congelei.

Minha risada morreu e meu cérebro apreendeu toda a


situação. Felicidade dissipada e o meu sangue gelou.
Olhei, de olhos arregalados, para as armas nas mãos de
dois homens. Senti Jaxon atrás de mim, e me perguntei o que
ele parecia com esta surpresa. Eu não conseguia tirar os olhos
de cima deles para saber; meu medo me deixou imóvel.

"Não se esconda agora", disse um deles. Ele era careca,


com um brinco em uma das orelhas, vestindo calça preta e um
camiseta preta de manga comprida. Ele era amplo, musculoso
pelo tamanho de seus braços, tinha tatuagens serpenteando
até o pescoço e parando logo abaixo das orelhas.

O outro, um homem de cabelo louro em um gabardine,


era mais alto com uma construção mais magra e pálida, pele
branca. Havia algo incrivelmente estranho nele, e o olhar em
seus olhos negros estava me dando a sensação equivalente de
baratas correndo para cima e para baixo nos meus braços.
Enjoada, senti um toque de náusea na boca do estômago.

"Não sei o que ele estava falando", murmurou o homem


calvo, olhando-me agora "mas ela é boa para os olhos."

"Sim", respondeu asperamente o homem loiro. "Ela


parece deliciosa transando." Quando ele disse isso, eu
coloquei meus braços sobre meu sutiã e abdômen.

Ouvi a respiração hesitante de Jaxon atrás de mim. "Se


você está aqui para me matar, apenas deixe-a ir."
Eu não conseguia tirar os olhos da arma que o careca
tinha voltada para mim. Que visão de merda antes de morrer.
Eu teria preferido algo muito mais suave: um por do sol, os
olhos de alguém que eu amo, até mesmo a porra de um teto
branco – tudo, menos uma arma maldita!

"Você sabe como as encomendas são entregues",


respondeu o careca, olhando para Jaxon atrás de mim.

"Vocês dois estão na lista. E você quer saber a parte


torcida de toda essa coisa? Ele pediu por estupro e morte, na
sua frente."

Meus olhos ficaram borrados e eu pisquei. Não adianta


chorar. Eu queria preservar a minha dignidade e morrer com
algum pingo de coragem de merda em meu nome.

O careca apontou para a cama com sua arma. "Vá pra lá,
querida. Eu prometo que serei rápido."

Virei-me bruscamente e joguei meus braços em volta do


pescoço de Jaxon. Ele me abraçou com força, seus olhos nunca
deixando-os. Embora ele parecesse enganosamente calmo,
sua respiração era rápida e curta.

"Sinto muito", ele respirou contra mim.


Eu olhei para seu rosto, memorizando as linhas, as
curvas, cada pequena coisa que eu poderia usar para escapar
mentalmente do que estava por vir.

Eu balancei a cabeça em desespero. "Nenhuma desculpa.


Eu te amo."

Seu corpo inteiro ficou tenso e depois tremeu. "Eu te


amo."

Olhamos um para o outro, comunicando nosso amor no


silêncio. Eu não estava dizendo adeus a ele. Eu estava dizendo
a ele que iria vê-lo novamente em breve. Se houvesse uma
vida depois ou não, estávamos indo para o mesmo lugar. Era
assustadoramente tranquilo chegar a um acordo com isso.

Afastei-me dele e subi na cama, observando como Jaxon


estava congelado com a arma do homem louro apontada
diretamente para ele. Eu cuidadosamente observei como o
careca descansou a arma na mesa de cabeceira e se
aproximou de mim. Ele me agarrou, de repente, pelo cabelo e
me puxou com força até onde estava a cabeceira da cama.

"Isto não é pessoal" o careca sussurrou de algum lugar


atrás de mim. "Regras são regras."

Ele me virou, e eu não lutei contra isso. Eu sucumbi à


obediência, contrariando meus instintos para reagir com
todas as minhas forças. Este era meu modo de sobrevivência;
tudo o que ele me jogasse, eu levaria, e não porque eu sou
fraca, mas porque ele pode me dar uma oportunidade para o
que eu me preparei um longo tempo atrás.

Eu olhei para o teto enquanto ele arrancava meus shorts,


contando os painéis de madeira. A partir da minha visão
periférica, eu vi a mudança do homem loiro de um pé para o
outro, como se estivesse impaciente.

"Por favor", implorou Jaxon com voz rouca. "Não faça


isso com ela. Por favor."

O careca fez uma pausa e olhou para Jaxon. "Você abre


sua boca de novo e eu vou cortar seus dedos fora e empurrá-
los para baixo em sua garganta."

Meu corpo tremeu com suas palavras. Eu não precisava


alimentar meu medo. Eu precisava manter a calma. 12, 13, 14,
15...

Senti as mãos suadas, estranhas, nas minhas pernas. Eu


pressionei meus lábios apertados e lutei contra a náusea
implorando para sair. Dedos tocaram na minha entrada e
levou tudo em mim para não chorar. Esta era a violação da
pior forma. Totalmente despida.
Eu saí de mim. Minha humanidade desfeita por um
homem que simplesmente seguia ordens e faria isso sem
qualquer dúvida. Eu era a mais baixa forma de ser; uma coisa
cuja vida não significava nada além de um valor.

22, 23, 25 – merda, 24, 25, 26...

"A menina já está molhada." Sua voz era suave, como se


hipnotizado com o que viu e sentiu.

"Bem, cale a boca e se apresse", resmungou o homem


loiro. "Eu quero o meu lugar."

Ele não tinha pressa. Ele arrastou as mãos para cima e


para baixo nas minhas coxas e, em seguida, na minha entrada
novamente.

Eu o senti em minhas dobras, abrindo e me sondando.

Eu tentei. Deus, eu tentei deixar meu corpo e pensar em


tudo de bom na minha vida. Mas não havia nada de bom na
minha vida. Não havia nada, apenas Jaxon, e não era mais
suficiente, porque ele era sendo tirado de mim novamente.

Respiração quente subia pelo meu estômago e, em


seguida, puxou meu sutiã duramente para baixo até que eles
ficaram abaixo dos meus seios.

Respiração quente em meus seios.


Respiração quente no meu pescoço.

35, 36, 37...

Fechei os olhos e escutei o barulho de um


desafivelamento de cinto...

Eu empurrei lentamente minha mão para cima. Eu senti


a borda do travesseiro e, em seguida, eu toquei debaixo dele.

Minhas pernas estavam abertas, e minha respiração


parou na minha garganta, enquanto seu corpo se afundava
entre elas. Senti sua carne dura contra a minha abertura...

Senti algo frio e duro debaixo do travesseiro. Segurei o


cabo do punhal e pressionei o botão no punho. Abri os olhos.
Centrando-me agora em escolher o momento perfeito para
atacar, eu soube que não poderia ser precipitada.

Eu mantive meus olhos focados nos painéis de madeira,


contando e esperando ele se afundar em mim. Ouvi o ofego
impotente de Jaxon, senti o tremor do homem acima de mim,
e então eu senti seu torso descansar em cima de mim.

"Olhe para ela", disse o homem louro com espanto. "A


vagabunda nem está lutando."

A cara do homem calvo colidiu com a minha. Seus lábios


pressionados na minha boca enquanto sua mão apertava meu
queixo e puxava minha cabeça para baixo, para que ele
pudesse colocar sua língua dentro de mim. O gosto de fumo e
hortelã me arruinaram para sempre. Estava com os olhos
fechados e sua mão enrolada com força a minha volta –
observei como estava distraído tentando enfiar-se em mim.
Assisti a isso com foco inacreditável, porque eu sabia o que
precisava ser feito e sabia que só teria uma chance.

Era isso. Faça-o já!

Envolvi meu braço livre em volta do seu pescoço e puxei-


o mais profundo em minha boca, beijando-o de volta com cada
pedacinho de mim até que ele gemeu e se empurrou para
dentro de mim.

Meu coração endureceu, a minha agitação diminuiu e,


por um instante, eu senti como se o mundo tivesse parado e
me vi mudar de vítima... a assassina.

Eu mergulhei a lâmina no seu pescoço, logo abaixo da


orelha, grunhindo enquanto expulsava cada grão de força em
mim. Seu corpo entrou em erupção como um terremoto,
tentando se afastar e eu continuei a apertar em torno de seu
pescoço com tudo de mim, afundando a lâmina.

Sangue se espalhou por toda parte e fluía livremente


para fora do buraco, em jatos, cobrindo meu rosto, pescoço e
torso. Quanto mais ele lutava comigo, mais a lâmina
atravessava seu pescoço.

Barulhos entraram em erupção. Eu ouvi um estrondo de


corpo contra a parede, gritos do homem loiro e Jaxon rugindo
como um animal enfurecido. Lembrei-me imediatamente que
o homem loiro tinha uma arma. Eu deixei de lado o careca que
cambaleou para fora de mim com uma mão no pescoço; os
olhos arregalados, sua boca aberta, no rosto o olhar de terror
com o sangue derramando e derramando para fora dele. Eu o
acertei na veia jugular. Ele sangraria totalmente em questão
de...

Ele deu três passos antes de entrar em colapso caindo


em uma pilha no piso de madeira.

Jaxon estava contra a parede, lutando para tomar a arma


da mão do segundo homem. Eles lutaram e então eu assisti,
com horror, como os dedos do homem loiro apertaram ao
redor do gatilho. Um tiro foi disparado, batendo no teto acima
de nós. E depois outro... e outro...

Completamente nua e pingando sangue do outro homem,


eu cambaleei para fora da cama e peguei a arma da mesa de
cabeceira. Apontei para o assassino, cada instinto me dizendo
para atirar, mas eu não podia. Será que a bala passaria por ele
e bateria em Jaxon? Será que eu acertaria? Eles estavam se
movendo. E se eu atirasse em Jaxon?

Antes que eu pudesse pensar em qualquer outra coisa,


apontei a arma em algum lugar mais seguro e longe de Jaxon.
E então puxei o gatilho.

A arma saltou com a força do tiro e me jogou um passo


para trás. Eu o ouvi gritar de dor e vi seu corpo cair, soltando
a arma enquanto ele pegava no seu pé com ambas as mãos.

Jaxon rapidamente chutou a arma e agarrou o cabelo do


homem. Arrastou-o para a cama em uma única passada.

"Mantenha a arma para ele", ele me falou.

Eu balancei a cabeça, apontando-a com menos facilidade


do que antes. Eu não confio em mim mesma. Quero dizer... Eu
não apontei para o pé!

Jaxon olhou para o homem careca morto esparramado


no chão, manchando a madeira com o seu sangue. Ele se
abaixou e desabotoou o cinto que ele usava. Quando estava
fora, ele se virou para o homem loiro que tremia de dor e
envolveu em volta do seu pescoço. Ele amarrou a ponta do
cinto na cabeceira da cama, apertando-o até que o homem
ofegasse por ar.
"O-O-O que você está fazendo?" Ele se voltou para mim.
O que diabos eu tinha acabado de fazer? Eu só... Eu acabei de
matar um homem?

Não.

Não.

Deixei ele me violar primeiro. Para que eu pudesse matá-


lo.

Jaxon observou como a minha sanidade mental diminuía.


"Não pense sobre isso agora, Sara. Deixe para mais tarde.
Agora somente aja. Ok?"

Eu balancei a cabeça, mas ainda estava pensando.

Ele puxou um lençol para fora da cama e o envolveu ao


meu redor o melhor que pôde, sem deixar o sangue me tocar.
Como o homem atrás de nós se contorcia, Jaxon pegou a arma
que estava comigo.

"Eu preciso de você fora desta sala", ele me disse. Seu


rosto tinha mudado. A escuridão nele mostrou suas garras;
uma máscara de frio me gelou até os ossos e ainda... me
confortou muito.

"O-O que você vai f-f-fazer?"


"Eu vou obter algumas respostas. Agora saia e espere por
mim."

Eu movi minhas pernas, surpreendida que ainda podia


caminhar, apesar de tudo! Olhei para o loiro: um braço
enrolado em torno do puxão do cinto em seu pescoço e o
outro em torno de seu pé. Seus olhos se viraram para mim; ele
já não era o assassino frio aguardando a sua vez para me
foder. O medo estava em cada parte do seu rosto e seus lábios
tremiam.

Eu sabia... Eu sabia que era a última vez que iria vê-lo


vivo.

*****

Eu pulei com o primeiro grito. Enrolei os lençóis


apertados em torno de mim, mas o meu corpo estava tenso
como uma corda, esperando pelo próximo com a respiração
contida.

Ele torturou-o por horas e horas... Eu pensei, no início,


que os gritos eram horríveis, mas depois eu realmente
descobri o que era horrível – o agudo grito de medo que
poderia afugentar um urso pardo. Ele gritava "Eu sei" uma e
outra vez, até que sua voz ficou rouca e rouca por excesso de
uso.
Durante aquelas horas eu nunca ouvi a voz de Jaxon. Ele
deve ter falado em voz baixa, e isso me perturbou mais do que
se ele tivesse gritado de volta exigindo o quer que fosse, o que
ele queria como resposta.

Eu me odiava por sentir meu peito doer a cada soluço


atrás da porta fechada do quarto. Ele parecia desesperado e
impotente. Eu não sabia se queria que ele morresse. Será que
ele realmente merece? Sim, minha mente gritava. Mesmo
assim era muito difícil de ouvir. Eu coloquei minhas mãos
sobre meus ouvidos e fechei os olhos. Este homem teria me
estuprado e matado, se pudesse. Ele teria gostado, muito. Isso
não é humano.

Mas o que é humano? O que define o certo e o errado, se


não a moral social implementada em cada um de nós desde o
nascimento? Os monstros nascem ou eles são feitos? E se eles
são feitos, é realmente por sua culpa ou é o produto de sua
educação?

Eu machuquei Jaxon. Eu aprendi muito jovem o que era


ódio e raiva. Eu estava na ponta do recebimento. E isso
penetrou em mim quando eu menos esperava porque, embora
eu soubesse que era errado machucar e odiar, eu sempre
pensei que era a última coisa que poderia acontecer para mim.
No entanto, aconteceu. Os que menos esperam o pior são
aqueles que correm maior risco. Tornei-me um veneno para o
meu ambiente e nem tinha percebido isso até que fosse tarde
demais.

Este homem teria matado você. Mesmo se foi sua criação


que o fez assim, isso não é desculpa. Como não é desculpa
você tratar a pessoa que mais amava como merda.

Tirei minhas mãos dos ouvidos e escutei. Ouvi


dolorosamente cada pequena coisa.

Não há mais dúvidas, eu estava agora... tranquilizada por


isso.

"Apenas me mate!", Ele implorou. "Apenas me mate." E


então ele gritou muito, como se algo estivesse sendo feito com
ele. Eu ouvi o som fraco de um objeto caindo ao chão e, em
seguida, o homem estava vomitando.

"Por favor... por favor, me mate."


Jaxon

"Matar você?" As sobrancelhas de Jaxon arquearam,


enquanto olhava para a bagunça de homem diante dele. Ele se
ajoelhou até estar cara a cara com o pedaço de merda e disse:
"Por que eu iria fazer um favor e matá-lo no início de nosso
jogo? Eu estou tendo muito divertimento. Não é?"

O homem ensanguentado, preto e azul a partir de seu


espancamento, assistiu Jaxon inclinar-se e agarrar o punhal do
chão. Ele, casualmente, limpou a lâmina ensanguentada contra
seus jeans enquanto esperava a resposta.

"Não vai me responder?" Jaxon o perfurou com um olhar


mortal. "Devo retirar as unhas da sua outra mão agora? Cinco
não foram suficiente?"

O homem tremeu e chorou. "Eu não sei quem nos enviou.


Eu já te disse. Por favor, não..."

"Por favor, o quê? Por favor, não te mate?" Jaxon lançou-


lhe um sorriso doce. "Você ia matar minha mulher. Não,
espere, você ia estuprá-la pra caralho primeiro e depois matá-
la. Na minha frente, também. Certo?"

O homem sacudiu a cabeça com veemência. "Não! Não,


isso foi ele! Eu não. Eu não-eu não iria fazer nada, porra, eu
juro!"

Jaxon assentiu. "Certo. Então você dizendo a ele para se


apressar porque queria foder a minha mulher..."

"Eu não quis dizer isso!"

"Certo, certo. Uau, que estúpido da minha parte, entendi


que você quis dizer isso!" Jaxon sacudiu a cabeça com um
olhar de falso choque no rosto. "Então, o que você teria feito?
Você teria...?"

"Eu t-teria parado!"

"Realmente?"

"Sim, eu juro, porra! Eu, nunca, nunca iria tocá-la.


Nunca!"

Jaxon assentiu simulando entendimento novamente.


"Hmm. Sim, e apontando a arma para mim..."

"Eu ia deixá-la cair! Eu nunca iria usá-la, eu juro, homem!


Eu juro." Sim, ele jura – Jaxon já tinha ouvido isso.
Ele continuou a observar o homem em sua besteira.
Realmente, a merda que diziam quando estavam
desesperados! Era indecente. Ele fazia o papel de vítima com
perfeição.

"Chega de mentira do caralho, cara. Corta o papo furado.


Você é um homem morto de qualquer maneira. Então apenas
diga-me a verdade, porra, certo? Morra com uma porra de
dignidade." Jaxon ignorou a respiração ofegante e histérica
que saiu da boca do filho da puta. "Você foi contratado para
nos matar. Como você nos encontrou?"

"Ele-ele-sa-sabia onde você estava."

"Como?"

"Eu-eu não sei!"

"Não minta para mim."

"Eu não sei, eu não sei! Eu juro, eu não sei!"

Mentiroso do caralho. Ele tiraria isso dele,


eventualmente. "De qual grupo você é e onde está a
marcação?" Jaxon sabia que ele era um assassino contratado,
o que significava que seu emblema estava encoberto, mas ele
queria vê-lo mesmo assim.
Quando o homem não respondeu, Jaxon puxou seu
cabelo rudemente e se aproximou de seu rosto.

"Ouça-me, seu pedaço de verme fodido, eu vou lhe


perguntar mais uma porra de vez onde está a sua marcação, e
se você não der a porra da resposta, eu vou fazer esta
experiência tão lenta e dolorosa como eu puder. E eu sou um
filho da puta realmente imaginativo, e sei que você não vai
gostar do que eu planejei. Onde está a porra da sua
marcação?"

O homem não respondeu. Bastardo teimoso. Era


realmente admirável.

Jaxon suspirou. Ele estava tão cansado de sujar as mãos,


mas o que importava de qualquer maneira? A cabana estava
fora de questão agora e o pedaço de merda merecia morrer.

"Tudo bem", disse ele com um casual encolher de


ombros. "Você quer jogar dessa maneira, homem morto? Nós
vamos jogar dessa maneira agradável e lenta."

E ele fez.
Capítulo Vinte e Quatro

Só eu poderia cair no sono enquanto alguém estava


sendo torturado. Foi só depois de muitas horas que houve
algum silêncio, e meu corpo tomou vantagem do silêncio e
caiu na inconsciência.

Eu respirei fundo e acordei quando uma mão tocou


minha bochecha. Eu abri meus olhos para Jaxon. Ele ajoelhou-
se ao lado do sofá. Seus olhos não estavam mais distantes ou
frios. Eles eram suaves e perturbados, me avaliando da cabeça
aos pés com preocupação.

"Ei," eu sussurrei.

"Ei."

Deus, ele parecia cansado. Havia bolsas sob os olhos e


seu rosto estava mais pálido. Meu estômago se agitou com
toda a visão de sangue espalhada por toda sua camisa, braços
e jeans. Ele me lembrou de um gladiador que acabou de sair
do Coliseu. Ele era suficientemente grande para um...
"Será que ele...?" Minha voz sumiu, mas a questão era
espessa no ar. Eu não precisei terminar.

Ele me deu um aceno de cabeça severa. "Sim."

Eu balancei a cabeça. "Você está bem?"

"Se estou bem?" Confuso, ele respirou fundo e seus olhos


ficaram molhados. Ele se inclinou e colocou a mão no meu
rosto. De repente ele foi caindo aos pedaços na minha frente.
"Você... Ele levou você... Eu assisti ele..." Sua respiração saiu
curta e dura.

Eu descansei minha mão sobre a dele, massageando meu


polegar contra os nós dos seus dedos. "Eu precisava que ele..."

Seu lábio inferior tremeu quando uma única lágrima caiu


dos seus olhos. "Você matou um, mas eu fiz o outro pagar."
Então ele rapidamente acrescentou: "Foi necessário. Eles
teriam matado você..."

"Eu sei", eu disse. "Eu sei."

Puxei-o para o sofá e então me espremi contra suas


roupas ensanguentadas. Ele passou os braços a minha volta e
me segurou por um longo, longo tempo. Nós não falamos.

Eu nunca me senti tão suja na minha vida, por dentro e


por fora. Eu teria prazer em atear fogo ao meu corpo para me
livrar do toque daquele homem. No entanto, o toque de Jaxon
superou o dele, arrancando a doença e substituindo por
adoração. Sabia que isso tudo me mudaria para sempre, mas
eu não temia a mudança; Abracei-a. Eu não sucumbiria para a
fragilidade ou autopiedade. Eu já fui por esse caminho antes.
Não, isso foi a lagarta. A mulher forte e resoluta que eu queria
ser era a borboleta.

Eu sabia que estava dentro de mim.

"E agora?" Minha voz soou seca e áspera.

Ele ficou quieto por um segundo ou dois, e então disse:


"Agora o filho da puta que os enviou vai pagar."

*****

Ao amanhecer, voltamos para Gosnells.

Nós arriscamos tudo voltando. O que nos esperava era o


desconhecido. E enquanto meu mundo mudou em
Maddington, Gosnells permanecia como um retrato congelado
no tempo. Era o lugar que os Chacais sempre possuíram; um
lugar onde meus horrores nasceram, amor foi criado, e dor
residia.

Apenas algumas horas antes, Jaxon me levou para o


banheiro, determinado a me limpar e inflexível para que eu
mantivesse meus olhos fechados até lá. Ele não queria que eu
visse o que aconteceu com o homem torturado, e eu,
francamente, estava cansada de guardar imagens horríveis.
No banheiro, ele me limpou da cabeça aos pés, foi tão longe
como a lavagem dentro de mim. Era difícil para ele fazer isso.
Fácil matar um homem, mas quebrado ao ajudar a sua mulher.
Jaxon tinha mais camadas que uma cebola – ilegível, lembra?

"Eu vou protegê-la para sempre", ele me disse, me


ensaboando com determinação. "Ninguém vai tocar em você
novamente. Nunca." As veias do seu pescoço se projetavam
quando ele lutou para manter seu temperamento preso.

"Está tudo bem", eu disse-lhe em voz baixa, jogando


meus braços em volta do pescoço. "Não foi culpa sua. Eu posso
ver no seu rosto que você acha que foi. Não foi. Eu não estou
quebrada, Jaxon. Eu nunca estive mais certa na minha vida do
que ficar aqui com você é o melhor."

Saí dos meus pensamentos quando Jaxon estacionou em


frente ao bar vermelho familiar. Eu me senti nostálgica vendo
o sinal gigante "Templo do Rei". A última vez que estive aqui
me deu boas recordações e eu quis revisitar. Ele pulou da
moto e se virou para mim quando eu desci. Ele me olhou de
cima a baixo com aquele olhar de preocupação ainda
esculpido em suas feições. Eu sabia que, em questão de
segundos, esse olhar mudaria.

Eu fiquei chocada ao descobrir que, embora eu vestisse


roupas limpas depois de sair do chuveiro, Jaxon colocou
exatamente as mesmas. Eu pensei, ele está desfilando suas
roupas ensanguentadas como um troféu? Vi o seu olhar de
desdém enquanto se vestia, como se ele também estivesse
enojado.

Então percebi que era como ele queria parecer. Ele


queria parecer bruto, após o que passamos.

Ele pegou a arma na moto e colocou-a em suas calças,


sem tentar escondê-la. Ele inchou visivelmente. Agarrou
minha mão e nós caminhamos para a porta de entrada. Eu
tinha virado minha mente, Jaxon tinha o controle completo.
Logo antes de entrarmos no bar, ergui a cabeça para o céu e vi
o sol através das nuvens, e pensei que se há alguma coisa
imutável e ao mesmo tempo inconstante, é o sol.

O bar pareceu estranho para mim. Havia tanto... espaço.


Não havia centenas de corpos amontoados aqui, ou meninas
tirando a roupa sobre as mesas, ou homens me apalpando...
Em vez disso, fomos recebidos com o silêncio, e senti mais
estranho do que o ruído.
Havia alguma atividade. Vários homens estavam
bebendo em torno de uma mesa, olhando para suas cartas em
um jogo. Uma montanha de dinheiro estava no centro da
mesa, algumas das notas amassadas e jogadas bruscamente
para o lado.

Quando eles ouviram nossos passos, todos olharam para


cima. Choque e horror apareceu em seus rostos quando
olharam o estado de Jaxon. Seu jogo foi esquecido e eles se
empurraram para fora das cadeiras, mas Jaxon já estava fora
de lá, me arrastando para a parte de trás do bar onde era o
escritório. Eles gritaram seu nome enquanto nos
aproximávamos da porta, mas ela se abriu antes de
chegarmos até ela.

A porta foi completamente preenchida com a parede


musculosa do corpo de Damien. Meu coração disparou com a
visão dele. Eu não o vi desde a noite do acidente. Eu não sei
por que pensei que ele não se feriu. O cara era tão grande.

Jaxon soltou a minha mão e foi na direção de Damien. "O


que diabos aconteceu com aquela porra de golpe?!"

Damien alcançou seu braço para parar Jaxon de se


aproximar. "Nós nunca tivemos a chance! Ele foi fazer uma
chamad..."
"Sim, uma chamada para enviar malditos homens atrás
de nós!"

"E então ele simplesmente desapareceu. Eu não sei como


ele encontrou você."

"Depois que eu torturei um homem para ter essa


resposta, encontrei um maldito rastreador na moto."

Damien exalou com raiva. "Porra, eu avisei sobre isso,


Jaxon!"

Jaxon não respondeu. Observei cuidadosamente


enquanto os dois homens olhavam um para o outro. Mais uma
vez havia a comunicação na simples troca de olhares. Seja o
que for que Jaxon viu em Damien, ele não gostou.

"O que está errado?" Eu sussurrei a seu lado.

"Finley é a porra de um homem morto, isso é o que está


errado", Jaxon entre dentes.

Ele invadiu o escritório, a raiva afiada em suas feições


quando empurrou tudo para fora da mesa de Finley com um
braço. Damien o observou, sem se perturbar com a exibição
de raiva.
"Seis anos trabalhando para aquele filho da puta", Jaxon
resmungou, segurando os cantos da mesa até sua mãos
ficarem brancas. "Eu dependia de vocês para uma porra!"

"Ele não sabia o que íamos fazer," Damien respondeu


calmamente.

Jaxon zombou. "Então por que ele sumiu?"

Damien balançou a cabeça. "Eu não sei, cara. Eu não sei."

"Inacreditável. Que merda. Depois de tudo que eu


consegui através do Fritz, e foi por nada..."

"Não foi por nada! Ele se foi. Ele percebeu de alguma


forma e decolou."

"O cara tem ligações, Damien! Você sabe que tipo de


merda ele pode enviar atrás de nós agora..."

O telefone de Damien interrompeu-o, tocando uma


melodia incomum que não combinava com o cara grande. Ele
puxou o telefone do bolso. "Falando no diabo", ele murmurou
antes de jogar o telefone para Jaxon.

Jaxon pegou e respondeu. "Sim?" Eu o observei andar


pela sala e os níveis de estresse começaram a subir enquanto
ouvia com os lábios pressionados e as sobrancelhas fundidas.
Algo não estava certo.

"Tudo bem, Fritz. Obrigado, se cuida." Jaxon jogou o


celular na mesa e tremia.

"O que ele queria?", Perguntou Damien, igualmente


perturbado com o comportamento de Jaxon.

Jaxon suspirou. "Chacais nos viram chegando. Eles estão


vindo para me pegar."

Meu coração balançou. "O quê? Temos que sair daqui..."

"Não", ele interrompeu com um aceno de cabeça. "Eles já


estão aqui. Eu tenho que fazer isso certo."

"Não! Jaxon, eles vão te machucar. Remy, Remy... vai te


matar. Temos que ir agora." Eu senti a histeria explodir para
fora de mim. Isso era ruim! MAU!

Ele não respondeu. Bateu os dedos contra a mesa,


envolvidos em seus pensamentos. Virei-me para Damien.

"Diga a ele," eu o pressionei. "Diga-lhe que precisamos


correr."

"Tudo vai funcionar, Sara", ele respondeu suavemente.


"Ele planejou para que isso acontecese."

O quê? Não, não!


Jaxon esfregou o rosto novamente e, em seguida, me
pegou pela mão. Ele guiou-nos para fora do escritório e para
fora do bar, caminhando apressadamente, passando pela
multidão de Escorpiões que ouviram sobre nós.

Damien seguia de perto por trás até que estávamos fora


do bar e no estacionamento.

Olhando para Damien, ele disse, "Leve-a para um lugar


seguro até isso fique resolvido."

"Não!" Eu me afastei de suas garras, tremendo com a


rápida mudança de eventos. "Você não vai se livrar de mim
me enviando para outro lugar enquanto está aqui esperando
por eles..."

"E se eles a levam novamente?", Ele interrompeu


friamente. "Eu não vou deixar nada acontecer para você. Eu
sabia que isso ia acontecer. Eu só queria um pouco mais de
tempo antes de enfrentá-los, mas isso não aconteceu. Então,
eu preciso que você esteja segura."

Quando ouvi o barulho das chaves de Damien atrás de


mim, dei mais um passo selvagem para trás. "Você não vai me
deixar! Se eles querem você, eu irei também."

Quando Jaxon veio para mim, eu sabia exatamente o que


ia fazer. Dei mais um passo para trás, mas ele me pegou pelo
braço e me puxou contra seu peito. Sua boca desceu sobre a
minha, me beijando com ternura e eu fui forçada a me
acalmar.

"Por favor", pedi-lhe, chorando contra seus lábios. "Por


favor, vamos embora."

"Eu não estou correndo, Pequena", ele respondeu


suavemente. "Temos que resolver isso."

"Eles não vão deixar você ir," eu chorei. "Eles não vão!
Ele vai matar você."

Jaxon olhou além do meu ombro e, em seguida, soltou o


braço da minha cintura. Damien me levantou do chão e correu
comigo para um carro. Eu me debati contra ele. "Não!" Eu
gritei, mas foi totalmente inútil.

Eu nunca me senti tão impotente.

Ele abriu a porta de um carro preto brilhante e me jogou


no banco do passageiro. Eu lutei contra ele, socando seus
ombros e soltando o cinto que ele estava tentando colocar.

"Você quer que eu te algeme?" Damien ameaçou. "Eu vou


fazer isso, caralho!"

Eu parei abruptamente, respirando com dificuldade


enquanto ele se afastava lentamente. As lágrimas continuaram
a cair de meus olhos. Olhei pela janela, desesperada. Jaxon
estava a uma curta distância me observando com um sorriso
tranquilizador e quente. Foda-se aquele sorriso, era falso, eu
tinha certeza disso.

Meu coração se afundou até que parecia uma pedra no


fundo do poço que eu me sentia. Como eu podia apenas me
sentar aqui e não ir para ele?

Damien entrou e fechou a porta. Eu olhei para a fivela do


cinto e rapidamente tentei...

"Não faça, porra", ele rosnou. "Ele vai resolver isso."

"Ele não vai! Eles vão matá-lo."

"Ele vai ficar bem, eu prometo."

"Você não pode prometer! Ele não vai ficar bem."

"Ele vai. Os Chacais se preocupam mais com o acordo de


negócios, e eles precisam de nós. Você não se atreva a tentar
sair. Eu não quero algemá-la." Então ele estendeu a mão e
abriu o porta-luvas.

Eu dei-lhe um olhar de nojo quando vi as algemas


dentro. "Você tem algemas em sua porra de carro?" Que
diabos?
"Parte do meu trabalho", disse ele defensivamente. "E
um pouco de prazer pessoal também." Quando eu não ri de
sua piada, ele me deu um tapinha no ombro. "Sara, ele vai ficar
bem. Eu sei disso."

Ele ligou o carro e puxou para fora. Jaxon assistiu, ainda


se esforçando para sorrir, mas meu homem invencível estava
preocupado. Havia um peso por trás de seus olhos enquanto
ele examinava com cautela as ruas em torno dele. Por que a
última imagem tem que ser de um homem que eu amava,
atormentado por exaustão e saturado de sangue de outro
homem, estava à espera de um resultado que ele não tinha
controle?

Eles vão matá-lo.


Capítulo Vinte e Cinco

Manny observava atentamente, depois que voltou de


outra procura. Foi um idiota no último par de dias,
vasculhando sob cada folha do caralho na maldita Gosnells
tentando encontrá-los.

Que puta. Deveria ter ouvido ele. Manny reprimiu um


grunhido enquanto Remy falava no telefone no canto mais
distante da sala de vigilância. Se ele descobrisse a cadela antes
de Remy, ele ia arrancar a pele de cada centímetro dela. Sua
traição clara e absoluta foi o último prego no caixão. Ela ia
para o chão, que enganosa puta estúpida!

Boceta, Manny zombou de si mesmo, tudo isso por


boceta. Ele não conseguia entender. Mulheres eram mulheres.
Elas não deviam ser colocadas em um pedestal; elas serviam
somente para um propósito, que era ficar na extremidade do
seu pau. Ele não conseguia entender a merda desses idiotas
chicoteados por boceta. O único homem que já tinha visto
fazer justiça era seu pai, que dava um soco de ver estrelas em
sua mãe por ser a merda irritante que era. E agora quando
uma mulher é tocada, ela grita violência doméstica e obtém
todos os benefícios em uma bandeja de prata; elas são apenas
um bando de cadelas sedentas disputando a atenção enquanto
arruinavam o nome dos homens que trabalham duro.

Remy, que tinha sido absurdamente reservado desde


que descobriu sobre a traição da vagabunda, bateu o telefone
para baixo.

"Eles tem Jaxon", sua voz fria afirmou. "Viram-no


caminhando para o bar. O pegaram. Ele está esperando no
carro na propriedade de caça".

Manny arregalou os olhos, surpreso. "O que você vai


fazer?"

O rosto de Remy ficou mortal quando olhou para Manny.


"Eu vou cortar sua cabeça fora, caralho."

"E a menina?"

Algo mais escuro brilhou nos olhos de Remy. Manny


conhecia bem esse olhar. Eles não o chamavam de Reaper por
nada. As coisas que o homem fazia para as pessoas...

"Ela vai virar poeira quando eu terminar", ele trincou


fora.
Manny sorriu. Essa cadela era como um gato – sete vidas
e tudo, se esquivava da morte como se estivesse fora de moda.
Mas ela não podia se esconder de Remy. O homem tinha uma
propensão para a vingança e nunca falhou.

Manny ia gostar de ouvir seus gritos.

*****

O SUV preto estava estacionado ao longo da estrada


deserta no local de caça em uma floresta de propriedade de
Frank. Quando merda tinha de ser feita em silêncio, este era,
geralmente, o destino dos Chacais.

Remy parou sua moto vários metros atrás do carro e


esperou. Seus olhos escuros percorreram o céu, e o sol doía os
olhos; foda, ele estava cansado. Tão. Foda. Cansado. E não
apenas no sentido físico – embora fosse verdade, depois de
mais de 48 horas sem dormir – mais mentalmente do que
qualquer outra coisa.

Tudo dentro dele morreu. O cansaço pesou em seu peito


enquanto o vazio interior crescia mais e mais.

Mas quando você é queimado por dentro, toda a


esperança é perdida. Porque no final de cada fogo, ainda
ficavam brasas entre as cinzas. E com bastante trabalho,
aquelas brasas cresciam novamente.
Ele ia reconstruí-las, mas não como era antes. Ele
aprendeu da maneira mais difícil o que significava amar e
perder. Ele não voltaria lá. Se levantaria das cinzas e
continuaria pela estrada que foi inevitavelmente esculpida
por ele. Ele foi feito para ser abandonado. Feito para ser o
assassino que sabia que era. Isso era certo agora.

E agora que sabia disso, entendeu exatamente por onde


começar.

O rugido de motocicletas explodiu atrás dele. Ele


observou Logan parar ao lado e desligar a moto. Então Fritz. E
então Prez.

Fritz e Logan olharam Remy com cautela, a sua habitual


descontração foi substituída pelo endurecimento de tensão. O
ar estava espesso com a incerteza. Prez pulou da moto e tirou
seu capacete, olhando fixamente para o SUV com um olhar de
fome. Remy tinha fome também, tanto assim que quase podia
sentir o gosto.

Manny perguntou: "Está lá aquele filho da puta? Quem


estava vigiando ele?"

Remy assobiou. A porta do condutor abriu


imediatamente, e Frank apareceu. O homem alto e confiável
caminhou em direção a eles, seu cabelo branco e curto estava
emaranhado na testa, molhado de suor como se tivesse
gastado energia antes desta reunião. Suas calças pretas e um
colete remendado estavam cobertos de sujeira, suas mãos em
punhos pressionando as bolhas nas palmas das mãos.

"Você é a última pessoa que eu esperava ver," Prez


comentou com um sorriso. "Não sabia que o filho da puta dava
em seus nervos também."

Frank sorriu friamente em troca. "Você não tem ideia do


quanto eu vou desfrutar em colocar este filho da puta no
chão."

Prez riu. "Bem, depois de mim."

"Eu deveria ter escutado você desde o início. Você estava


certo. Então, talvez você deva fazer as honras." A voz de Remy
estava arrepiante, até mesmo para os Chacais em torno dele.

Prez tirou a arma do coldre e entregou a Remy. "Eu


prefiro usar a minha faca. É a única coisa que vou usar nele. O
resto é com você."

Remy pegou a arma e entregou a Logan sem tirar os


olhos do Prez. "Eu gosto do som disso."
Prez caminhou em direção ao SUV, seu sorriso
aumentando o suficiente para colocar um gato Cheshire com
vergonha.

Ele retirou a faca Ka-Bar da bainha que estava no cinto e


parou na porta do passageiro. As janelas eram negras,
escondendo o homem dentro.

Prez abriu-a rapidamente e avançou para dentro. "Eu


vou mat..."

Ele parou abruptamente, perguntando por que diabos


ele estava agarrando o ar. Olhou em volta no interior do carro,
como se o filho da puta pudesse estar escondido nele.

Mas não havia ninguém.

A confusão e a raiva encheu Prez até a borda quando se


afastou do carro e virou...

SMACK!

O punho de Remy rachou no lado de seu rosto. O homem


deu um passo tonto e gigante para trás, sua boca já pingando
sangue. Outro soco estrondoso na cabeça e Prez caiu, batendo
tão duro no chão que Remy pode ouvir o chiado.

Sua bota bateu na mão que segurava a faca, derrubando-


a de suas mãos. Remy se abaixou e apanhou-a, olhando
apenas momentaneamente para o homem atordoado no chão
antes de voltar-se para os homens atrás dele. Ele inclinou a
cabeça na direção de Prez e os homens foram para ele.

Remy assistiu com os lábios franzidos e um olhar de


grande repugnância quando Logan e Fritz arrastaram o
homem desorientado para fora da estrada em direção a
floresta. Remy seguiu atrás, ouvindo as palavras delirantes
berradas pelas fortes cordas vocais de Prez. Ele pode ter que
cortar essa porra, se isso significava não ouvir a voz irritante
do traidor.

"Que porra você acha que está fazendo?!" Prez se agitava


freneticamente e quase derrubou o aperto de Fritz de um
lado. "Tire suas mãos de cima de mim, caralho! Você porra...
Porra... Porra-PORRA!"

Eles só pararam quando chegaram suficientemente


dentro da floresta para escondê-los da estrada. Logan e Fritz
jogaram Prez para baixo, mas antes que ele pudesse se mover,
novamente, uma bota bateu em sua cara. Remy pressionou a
bota fortemente contra o rosto do homem, até que Prez estava
com falta de ar. Ele olhou para baixo e torceu sua bota como
se estivesse apagando um cigarro.

Em seguida, pisou fora dele e olhou para o homem com


um olhar tão desprovido de emoção, que era perturbador.
Prez sabia que estava olhando para o Reaper e, pela
primeira vez desde que podia se lembrar, sentiu seu pulso
acelerar... e não por prazer.

"O que diabos você pensa que está fazendo?", Ele


grunhiu dolorosamente fora, cuspindo sangue e um dente... ou
dois.

"Eu não gosto de mentirosos", Remy casualmente


declarou, olhando para fio da navalha, que brilhava sob a luz
do sol através das árvores. "Eu, particularmente, não tenho
amor por delatores, ladrões, assassinos e... o pior de tudo,
traidores."

Ele caminhou ao redor dele, ainda observando a faca em


sua mão enquanto falava. "Veja, com delatores você tem uma
noção de entender – eles estão fazendo isso para ganhar algo
para si próprios. Ladrões tomam e não é pessoal. Assassinos
querem desfrutar da sua morte ou, simplesmente, seguir as
ordens. Mas traição... Isso é feito quando você, falsamente,
leva um homem a acreditar que pode confiar, tão cegamente,
que coloca sua vida em risco por você. E fazer isso com um
Chacal, acima de tudo... É um crime irreversível e implacável."

Os olhos de Prez esmaeceram. Entendimento claro para


ele enquanto assistia os movimentos de Remy.
"Por que você tem que criar um problema por boceta?",
Ele cuspiu com raiva. "Ela não vale a pena! Olha o que ela
fez..."

"Isso foi antes. Você enviou um assassino de sangue frio


para assassinar, o que eu já havia dito, a minha mulher!" O
rosto de Remy ficou vermelho brilhante, as veias irritadas
pressionando para fora de seu pescoço quando ele gritou. "Eu
tive que matar um homem..."

"Eu não achei que você estaria lá!" Prez interrompeu, sua
histeria aparecendo na voz. "Eu pensei que você estaria em
um trabalho! Eu nunca teria posto um irmão no chão!"

"Ela era minha senhora!"

"Ela não era sua senhora! Olhe o que você fez! Você
roubou-a de outro homem. Você estava obcecado enquanto
ela orquestrava para deixá-lo! Eu queria que ela morresse
porque boceta não vale uma porra de guerra contra os
Escorpiões!"

A raiva fluiu para fora dos olhos de Remy. "Você me


traiu. Você traiu a todos nós. Para iniciar, você estava junto
com a porra do Finley. Acha que não sabemos sobre esse
dinheiro extra em seu bolso, porra, sua cobra maldita? Será
que se juntou com ele para matá-la também?"
Prez ofegava pesadamente. "Ele queria vê-la morta mais
do que eu! Você não tem ideia do que está fazendo. Queríamos
eliminar o problema de merda, por causa da ameaça entre
ambos os clubes. Você e Jaxon estavam um na garganta do
outro, e isso não estava fazendo bem a ninguém! Você está
reagindo com raiva por causa do que aquela vadia fez com
você! Você não pode ver..." A faca foi para o pescoço de Prez.

"Você não vai, porra, chamá-a assim," Remy rangeu os


dentes, cortando a superfície da pele de Prez.

O sangue corria para fora dele e se arrastava para baixo


da clavícula.

Prez rosnou para Remy. "Você me mata e está ferrado.


Os homens nunca..."

"Os homens sabem o que você fez", Remy interrompeu


bruscamente. "Eles sabem que seu Prez é uma cobra capaz de
matar pessoas pelo próprio interesse. Pode não fazer mal aos
seus irmãos, mas é mais do que capaz de fazer mal às suas
mulheres o que, meu presidente, é imperdoável."

"Ela é uma mulher!" Prez latiu em frustração.

Remy cavou a faca mais profundo contra seu pescoço,


tremendo de raiva incontida enquanto gritava: "E as mulheres
são sagradas, seu pedaço de merda. Ser um Chacal significa
proteger todo mundo que você ama – especialmente sua
mulher."

"Então, é isso?" O nariz de Prez queimava com raiva


quando olhou para Remy. "Você vai me matar bem desse
jeito? Por causa de uma mulher?"

Remy se levantou e, com um aceno de cabeça, disse:


"Sim, Manny. Eu vou te matar. Não apenas pela mulher, mas
pela porra do dinheiro passado debaixo da mesa que deveria
ser uma decisão do clube fazer ou não. Não era sua decisão.
Além disso, Frank trabalhou duro abrindo a porra da sua
sepultura. Seria uma vergonha para não usá-la."

Ele gesticulou para trás dele. Logan e Fritz rapidamente


pegaram Prez. Enquanto Logan lutava com ele, Fritz algemou
seus pulsos juntos. Eles, então, o arrastaram ainda mais para o
mato onde sua recém-cavada sepultura o aguardava.

*****

Duas horas mais tarde e Remy andou de volta para sua


motocicleta. Ele parou no meio da estrada e olhou para suas
mãos sangrentas. Ele esperou por ela. Ele esperou, esperou...

Não veio. A revolta não estava lá. Ele... Ele não sentia
nada.
Com os dedos sangrentos e tudo, ele puxou o maço de
cigarros do bolso de trás, colocando um atrás da orelha e
outro na boca. Acendeu-o e encostou e sua moto.

Seu primeiro cigarro em três anos.

Ele esperou enquanto Logan e Fritz estavam ocupados


enterrando o resto... o que restou de Prez – não, Manny.
Ninguém disse uma palavra, nem vacilaram quando Manny
gritou ao seu redor. Remy esperava alguma hesitação – talvez
até um pouquinho de aversão, pelo que ele fez ao seu ex-
presidente, mas eles não olharam dessa forma.

Na verdade, eles... eles tiveram pena dele, porra.

Frank saiu da floresta e foi direto na direção de Remy.


Ele devia gratidão ao homem. Afinal, ele foi o único a avisar
Remy sobre o vídeo. Ele estava cansado de homens urinando
nas paredes de sua loja, quando retornavam bêbados para
casa. Ele imaginava que uma boa surra era necessária para a
sua falta de educação, porra. Ele nunca imaginou encontrar a
troca de dinheiro de Manny com um assassino no beco de trás
do bar.

No começo ele duvidou da possibilidade, então Remy


pediu para ver as imagens. Mas quando viu o mesmo homem
que ele matou no bunker... Era prova suficiente. Ele manteve
um olhar atento sobre Manny e estava cada vez mais
perturbado pelo nível de comunicação que tinha com Finley.
Ele sabia, sem dúvida, que Finley tinha algo a ver com isso.
Então Fritz se deparou com a informação vazada dos
Escorpiões sobre um acordo sob a mesa e... bem, o resto fodia
com a história.

Frank parou ao lado de Remy e ficou e silêncio por vários


momentos. Cada homem olhou para a frente, mas não havia
qualquer coisa particularmente interessante.

"A insatisfação que você sente agora," Frank falou


sombriamente "não vai existir de manhã."

"Como diabos você sabe?" Retrucou Remy, ele parecia


como a porra do Papa.

"Porque eu também matei um homem, por vingança,


para a mulher que eu amava."

Remy soltou uma nuvem de fumaça e ergueu as


sobrancelhas. "Que merda."

"Ele voltou para destruí-la... ou o que restava dela. Foi


torturado durante horas. Depois coloquei uma bala na parte
de trás de sua cabeça. Senti-me como se eu fosse um deus.
Pensei que iria me trazer a paz porque a mulher que eu
amava... ela não me quis do jeito que eu a queria. No entanto,
eu queria protegê-la. Joanne nunca soube que eu matei
Norman."

Remy parou e olhou para Frank, surpreso. Joanne? Ele


amava... amava Joanne? Não, porra, não é possível...
Realmente?

"Isso foi antes de ela o conhecer," Frank murmurou,


ignorando o calor do olhar de Remy: "Nós estivemos juntos
por um ano. Em seguida, ela foi estuprada e não quis mais
nada comigo. Ela mudou. Nem sequer me disse o que estava
errado. Então eu descobri que ela estava grávida, e eu tentei
ajudá-la, eu realmente fiz. Eu disse que eu ia ajudá-la a cuidar
do bebê. Eu não me importava que não era meu. Mesmo
assim, ela me empurrou. Então eu a coloquei no passado por
tanto tempo quanto eu pude, até que ela se limpou e ele
voltou."

Remy não disse uma palavra. Que diabos ele poderia


dizer?

"Não a odeio", disse Frank calmamente. "Sara, eu quero


dizer. Não lamento que você amou, também. Lamentamos
apenas o tempo que você poderia ter com ela. Tempo que foi
desperdiçado em... merda Chacal." Frank fez uma careta no
fim. "Deus sabe que eu perdi tempo nos Chacais por mim
mesmo." Ele olhou Remy nos olhos e acrescentou: "Estou feliz
que você não o matou pelo caminho. Você fez a coisa certa."

Frank bateu-lhe uma vez nas costas e caminhou até seu


carro.

"Frank", Remy chamou.

Frank parou e se virou para ele.

Remy olhou para ele com cuidado. Aguardou um


momento e depois disse: "Ela tem os seus olhos".

Frank soltou um suspiro trêmulo. Então se virou e


rapidamente fez o seu caminho para o carro, mais
rapidamente do que antes.

Remy o viu desaparecer no final da estrada, refletindo


sobre suas palavras. Em seguida, refletiu sobre isso.

*****

Olhando para o sangue na camisa de Jaxon, Remy disse:


"Parece que você teve um dia de merda."

Jaxon, de pé no meio da rua a uma quadra do clube dos


Chacais, assentiu.

"Está sendo assim."


Remy viu o cansaço nos olhos de Jaxon. Este era o
homem que tinha roubado sua mulher – sua felicidade. Ele
tirou-a de suas mãos e arrebentou com seu coração afastando-
a dele. Ele devia sentir raiva. Ele devia colocar uma bala na
cabeça do homem.

Mas não fez.

Porque Remy, também, atingiu o fim da linha. Ele deu


tudo o que tinha. O que ele tinha não era suficiente, e nunca
seria. Não importa o que aconteça, ela sempre volta para
Jaxon. A porra do babaca.

Além disso, ele colocou o cara no inferno. Ele realmente


acreditava que estivesse por trás do desaparecimento dela
todos aqueles anos atrás. Ele era o responsável pela atual
situação de Jaxon... mas ninguém nunca, porra, vai ouvi-lo
admitir isso.

Ele queria saber se ela estava bem. Logan perguntou a


Jaxon onde ela estava, e Jaxon sacudiu a cabeça em desafio.
"Ela passou por bastante nas últimas vinte e quatro horas.
Você não tem ideia do que nós acabamos de sair. Finley
mandou dois homens." Suas palavras aterrorizaram Remy, e
ele queria perguntar se ela estava bem. Mas, ao mesmo tempo,
ele queria manter intacto o último resquício de orgulho que
tinha. Mostrar a Jaxon sua fraqueza não só iria humilhá-lo,
mas matá-lo também.

"O que aconteceu exatamente?", Ele perguntou,


casualmente, quando coçou a cabeça com a ponta de sua
arma.

Jaxon olhou para a arma cautelosamente. "Eles foram


estuprá-la e assassiná-la na minha frente."

O peito de Remy se contraiu. Será que ela estava


machucada? Eles fizeram...? Ele engoliu as perguntas e o caos
emocional que sentia dentro, e continuou impassível.

"De qualquer forma, eles conseguiram o que mereciam."


Os olhos de Jaxon ficaram escuros, olhando para suas próprias
mãos como se contassem uma história que não podiam
apagar.

"Como você sabe que foi Finley que os enviou a você?"

"Eu tirei isso de um deles. Ele colocou um rastreador em


mim há um tempo atrás, eu acho. Além disso, os caras
disseram que o viram fazer uma chamada antes de...
desaparecer." Quando Remy não respondeu, ele continuou.
"Olha, Remy, o que quer que faça, por favor, deixe-a fora disso.
Você quer me matar? Bem. Faça. Não toque-a, no entanto.
Ela... Ela não queria machucá-lo. Ela está machucada. Ela
amava você. Não... ela te ama."

Remy manteve seu silêncio por algum tempo. Era como


se seu corpo passasse através da pressão. O ar ao redor dele
desapareceu por alguns segundos, e ele não conseguia
respirar. Ele poderia, não... Ele não sofreria por ela. Não, ela
não merecia seu amor.

Mas foda-se, ele a amava.

Ele a amava o suficiente para deixá-la ir.

"Finley desapareceu porque o peguei. Ele está morto, e


Prez é o próximo." Remy anunciou. "Eu estive em suas costas
por um bom tempo. Eles estavam fazendo coisas que
beneficiavam mais a si mesmos que ao clube."

"Sim, eu sei tudo sobre isso."

"Sim, bem, essa merda é inaceitável."

Jaxon pareceu... desapontado. "Eu estava esperando por


um pouco de vingança depois que Finley enviou os homens
atrás de nós."

"Acredite em mim", murmurou Remy com um olhar


entediado "ele cantou alto e claro um monte de coisas. Ele
teve o que merecia."
"Eu acho que eu vou levar a sua palavra para ela, então."
Remy suspirou. Hora de acabar com essa merda. "Eu sei que
você tomou-a, porque esperava que os Chacais não pusessem
em causa o acordo sobre uma mulher. Você está certo. Meus
caras querem paz. Podemos manter a relação de negócios
indo tão bem quanto antes e sem mais problemas com os seus
homens. Eu quero suas cabeças puxadas para fora de suas
bundas, no entanto. Você está no comando agora?"

"Sim, acho que sim."

"Sim, bem, você limpa essa bagunça de merda de clube


que tem agora. Dê-lhes um código para acatar. Ensine-os a
porra de respeitar as suas mulheres. Você entendeu?"

Jaxon lambeu seu lábio inferior enquanto olhava sem


hesitação nos olhos de Remy. "Eu entendi."

"Então dê o fora daqui."

Jaxon se virou quando uma mão agarrou-o pelo braço.


Ele olhou para Remy, um pé longe dele agora, olhando
violentamente.

"Não faça nada para machucá-la", ele começou, sua voz


assumindo a borda do Reaper nele, "senão eu vou matá-lo sem
hesitar."
Com a mesma determinação, Jaxon respondeu: "Eu me
mataria antes de você chegar a mim. Eu nunca vou magoá-la."

Remy acreditou. Jaxon tinha arriscado tudo por ela. O


homem a amava com tudo o que tinha.

Mas ele ainda era a porra de um babaca.

Quando Remy deixou-o ir, ele soube que seria o último


encontro que ele teve com Jaxon, em Barlow.
Jaxon

Viu-a ali de pé, do lado de fora da casa de Damien, com


lágrimas nos olhos e o olhar de choque no rosto.

Ela não achava que ele voltaria. Para ser honesto, porra,
Jaxon pensou assim também. Ele achou que era isso, era um
homem morto. Sabia que os Chacais não viriam atrás dele,
mas Remy sim. Aquele homem tinha uma reputação terrível,
afinal. Jaxon nunca pensou que existia um osso misericordioso
em seu corpo, especialmente, quando se tratava de Sara. E, no
entanto... Remy deixou-a ir. Ele colocou de lado sua
necessidade egoísta, mesmo quando não precisava. Ele
facilitou, e Jaxon nunca se sentiu mais grato.

"Está feito", foram as primeiras palavras de Jaxon.


"Estamos bem, Sara."

Seis anos de dor. Seis, malditos, anos doloridos. Seis anos


por uma estrada que estava destinada a separá-los e, ainda
assim, eles lutaram um pelo outro. Agora eles estavam aqui,
finalmente, e a esperança estava chovendo sobre eles, tão
brilhante como o sol no céu.
Ela foi até ele, sem se importar com a sujeira em suas
roupas, e abraçou-o. Ele tomou-a com força em seus braços e
sentiu seu coração expandir no peito como nunca antes. Ela
era sua, e ela não ia para outro lugar novamente. Estava feito.

"Eu te amo", ela sussurrou em seu ouvido.

"Eu te amo, Pequena."

Amor. A palavra não era suficiente para ele. O que ele


sempre sentiu por Sara era muito mais profundo do que uma
palavra de quatro letras. Ela era sua fraqueza desde que ele
tinha dez anos e, ainda assim, ela foi a sua força no mais
escuro dos tempos. Ela estava em seus pensamentos a todo
momento, sempre presente, mas nunca era o suficiente. Ele
precisava dela, precisava dela para preencher o vazio que
sentia sem ela.

Ela era um fósforo, acendia no segundo que ele se


aproximava. E se ele chegasse perto o suficiente, ela acendia-o
e, juntos, eles queimavam.
Epílogo
Coisas ruins te fodem. Mas as coisas boas te curam.

Não foi fácil voltar à vida depois de deixar o clube e todo


o horror que eu sofri para trás. A princípio, os ferimentos
estavam frescos, e eu me curvava sob as memórias de tudo o
que eu tinha feito e sentia a inutilidade me consumir. O que
faz de alguém uma boa pessoa? Eu poderia ser boa depois de
tudo o que eu tinha feito?

Sonhos com sangue e o rosto das pessoas mortas que eu


vi, me atormentaram por meses. Eu estava com muito medo
de fechar os olhos e reviver tudo aquilo.

Mas o tempo curou-me, e também o pessoal a minha


volta.

Toda vez que eu abria meus olhos, as lágrimas


escorrendo pelo meu rosto e choraminguando por memórias
que não iam embora, sentia seu calor em torno de mim e ele
me puxava para a segurança de seus braços. Então, ele
sussurrava coisas em meu ouvido enquanto acariciava meu
cabelo e beijava meu rosto até que as lágrimas secassem e eu
respirava novamente.

Nos primeiros meses, a única coisa que eu queria era a


sensação dele. Eu não que isso pare.

Queria o seu toque no segundo que eu acordava até o


segundo que adormecia. Eu não fazia nada, a não ser ficar
dentro do nosso apartamento, não querendo sair com medo
do mundo exterior perturbar nossa bolha.

Após quatro meses, ele teve o suficiente, e me deu um


discurso que me obrigou a sair do medo e voltar ao mundo
real.

"Você tem que parar de ficar tão assustada", ele disse


depois de me encurralar no quarto de seu apartamento – ou
melhor, o nosso apartamento agora. "Olhe para tudo o que
passamos, e veja o quão incrível as coisas são para nós agora.
Nós já passamos pelo inferno e voltamos, e não temos nada
mais a temer. Minha mãe vai ficar com você a cada vez que eu
não estiver aqui. Eu preciso cuidar dos negócios, você não tem
nada para se preocupar. Os clubes nunca estiveram melhor."

Ele estava certo sobre isso. Ele estava cuidando do clube


agora, com Damien, e eles acertaram tudo depois da morte do
Finley. Embora os homens estivessem tão enlouquecidos com
as mulheres como antes, havia mais respeito de todos os
lados. Ele permitiu que alguns homens, realmente, se
aventurassem fora, em seus próprios relacionamentos, sem a
maldita expectativa de compartilhamento manchando-o.

Jaxon ainda era um bastardo cruel que ninguém queria


atravessar, mas ele não era violento como Finley. Até mesmo
se deu bem com o novo Presidente dos Chacais. Edge.

Transferido para fora do clube de Northam, foi escolhido


pelo MC. Eu não sei porque assumi que eles preferiam
escolher entre si. Eu acho que teve algo a ver com o quão
próximo ele esteve com Remy e porque eles se pareciam em
uma série de maneiras – um VP experiente por si mesmo e
uma maldição de bom líder.

Mas Remy...

Remy foi embora. Ninguém sabia para onde, mas eu


sabia o porquê. E isso me doía, às vezes.

*****

Na escuridão, a mão de Jaxon segurou no meu quadril.


Ele me virou para que eu ficasse deitada de lado e, em
seguida, descansava atrás de mim. Levantando minha
camisola até a minha cintura, ele colocou-se dentro de mim.
"Está tudo bem?", Ele timidamente me perguntou.

"Sim", eu respondi.

"Não se sente desconfortável?"

"Não."

Ele arrastou beijos do meu ombro até o pescoço,


movendo-se dentro e fora de mim lentamente. A mão dele
percorreu meu quadril e, desajeitadamente, sobre a minha
barriga. O movimento me fez explodir em riso, e ele fez uma
pausa.

"O que você está rindo?"

"Você mal pode fazer o seu caminho até lá."

"Não é verdade. Eu sou flexível."

Eu balancei a cabeça, admirando sua perseverança


quando ele se esticou e passou do meu estômago para meu
clitóris, massageando-o. "Veja", ele sussurrou em meu ouvido:
"Eu sou."

Eu balancei com risos e ele parou de novo. "Pare com


isso, Sara. Eu estou com tesão e você está estragando tudo."

"Eu não posso... Oh, meu Deus, eu não posso levar isso a
sério."
Ele exalou alto no meu ouvido e se afastou. Ele
escorregou para fora de mim e eu o ouvi andar em torno da
cama. Eu me virei para ver o que ele estava fazendo no escuro.
Eu assisti sua bunda caminhar pelo quarto. Oh, merda, eu o
irritei?

Eu ri ainda mais forte, no entanto. Eu não podia parar.


Ele vasculhou algumas gavetas e voltou com algo na mão.

"O que você tem?", Perguntei, desconfiada.

"Abra a boca", perguntou ele.

"O quê?"

"Abra."

"Por quê?"

Mesmo no escuro, eu podia ver suas feições olhando


como o Sr. Stern. Abri a boca e esperei que ele se inclinasse
para mim. Ele colocou alguns dedos dentro para mantê-la
aberta e, em seguida, enfiou uma bola de meia em minha boca.
Engoli em seco e me afastei.

"Não! Estou abafando sua bunda para que eu possa te


foder", disse ele, segurando seu próprio riso. "Estou cansado
de você rindo de si mesma..."
Eu cuspi a meia. "Você está doente."

"Cale a boca."

Eu abafei o riso, pressionando minha boca nos lençóis


enquanto ele ia para trás de mim, trazendo a minha bunda
para o ar. Uma mão arrastou pela minha espinha e, em
seguida, por cima de cada nádega, suavemente. Ele se
posicionou na minha entrada, e eu senti uma gota repentina
de algo molhado que fluía para fora de mim.

Bem, foda, eu não estava tão ligada.

"Jaxon, pare", eu disse, de repente me sentindo estranha.

Ele resmungou, irritado. "Que porra é essa, Sara?"

"Há algo saindo de mim." Eu fui me sentar e, em


seguida... "Oh, merda" A água jorrou como a merda das
Cataratas do Niágara para fora de mim. "Porra! Arranje-me
uma toalha! Agora! Agora!"

Jaxon apenas pairou lá. "O que está acontecendo?"

"O que quer dizer com 'o que está acontecendo'? Minha
bolsa estourou, você 'esperminador'! Arranje-me uma toalha!"

"Oh, foda-se."
Agora? Isso tem que acontecer agora?! As luzes se
acenderam e ele correu para mim com uma toalha na mão.
Seu rosto empalideceu, significativamente, com a visão da
nossa cama encharcada.

"O que... O que eu faço?", Perguntou ele histericamente.

"Pegue a bolsa do bebê e me ajude a vestir algo."

"Você ainda está derramando a água lá. Você vai molhar


tudo o que vestir."

Eu dei-lhe um olhar irritado. "O que eu posso fazer,


Jaxon? Você quer que eu vá nua para o hospital?"

Ele franziu a testa, com raiva, piscando os olhos azuis e


frios para mim. "Não me irrite. Ninguém vai ver você nua."

"Então me ajude."

Eu vou admitir, mesmo na minha histeria eu não podia


deixar de sorrir para Jaxon. Eu nunca tinha visto ele assim, tão
aterrorizado, na minha vida.

*****

Doze horas de trituração de ossos mais tarde...


E ela estava aqui.

Jaxon estremeceu quando lhe entregaram os três quilos e


900 gramas de menina com pele rosada. Os olhos dele ficaram
vermelhos. No segundo em que nosso bebê estava em seus
braços, as lágrimas corriam para fora dele. Ele olhou para ela
com perplexidade. Nove meses de preparação não foram
suficientes para este momento. Eu assisti a alegria explodir
nele e, com seu rosto manchado de lágrimas, ele sorriu
largamente para mim.

"Você pode acreditar que fizemos isso?", Ele perguntou,


engolindo de volta a sua emoção.

Chocada como ele, eu balancei minha cabeça. "Não. Eu


realmente não posso."

"Ela é... ela é tão bonita, Sara. Ela se parece com você. Ela
tem sua maldita boca. Porra."

Os enfermeiros em torno de nós fizeram uma careta para


o seu palavrão e eu caí na gargalhada, embora me fizesse
sentir tonta como o inferno. Eu estava tão cansada, e tão
mentalmente acordada. Eu não queria ficar no hospital mais,
embora tivesse acabado de dar à luz dez malditos minutos
atrás. Eu queria estar em casa. Eu queria colocar a minha bebê
bonita em seu berço e vê-la dormir por horas.
"Ela é tão linda", Lucinda chorava acima do ombro de
Jaxon. "Esses dedos pequenos, Jaxon. Olhe seus dedinhos. E
seu rosto."

"Ela se parece com Sara."

"Sim, mas ela tem seu queixo."

"E os meus olhos."

"Bem, talvez. É azul, mas pode mudar..."

Eu os assisti conversar com animação em relação ao


nosso pacote de alegria, como se fosse um pedaço do céu que
caiu em nosso colo. Olhei para eles e, não sei, talvez tenha sido
o nascimento que causou o tsunami de sentimentos no meu
peito, mas eu quebrei em molhados e irregulares soluços.

Estas duas pessoas...

Eles eram, porra, meu mundo. Sempre tinham sido. E eu


estava ali com eles, enquanto admiravam um bebê que eu
criei com o homem mais incrível que já existiu.

Surreal. Assim, tão, surreal.

"Você tem visitantes", disse a enfermeira. "Você quer


deixá-los entrar?"
Eu balancei a cabeça. Isso aí. Eu queria que todos no
mundo vissem o que eu fiz. Este era o bebê de Jaxon, eu queria
gritar! Ele me queria no bem e no mal, e nós fizemos isso. Nós,
porra, fizemos.

"Oh, inferno, não", gritou Lexi, irrompendo pela sala. "Eu


não posso acreditar nesta merda agora. Que porra é essa?
Olhe para o rosto desse bebê, porra!" mais carrancas irritadas
da equipe. "Basta olhar para essa cara, porra, Frank!"

Olhei por cima do ombro dela, para o homem alto de pé


atrás. Em austera surpresa, ele deu alguns passos hesitantes
em nossa direção. Ele não estava olhando para a nossa
menina. Ele estava olhando para mim. Eu sorri para ele, e ele
sorriu de volta, seus olhos já inchados das lágrimas que ele já
tinha derramado.

Ele veio para mim vários meses atrás. Disse que ele
esteve com a minha mãe antes de eu nascer, e que coincidia
com a época de meu nascimento. No início, eu fiquei em total
descrença, mas depois me lembrei como ele ficou estranho no
meu aniversário – e assim percebeu a data – e como ficou
triste quando soube que eu era filha de Joanne. Eu entendi
porque Norman o odiava. Ele talvez não soubesse que ele era
meu pai com absoluta certeza mas, agora, refletindo sobre
certos eventos acho que ele suspeitava.
Nós fizemos um teste de paternidade e, vejam só, ele
estava certo. Eu tinha uma porra de um pai. Foi bom saber,
depois de todo esse tempo, que Frank não era um canalha,
afinal de contas, mas um homem que olhava para seu filha
querendo saber como abordar esse assunto comigo.

Então, eu estava sentada lá, sangrando baldes fora da


minha vagina, me sentindo a mais exausta depois de ter
sofrido a pior dor da minha vida... e eu nunca estive mais feliz.
Esta era a minha família; meu marido de três meses
embalando nossa criação, uma mulher que eu sempre
considerei como a minha mãe, a melhor amiga que sempre
esteve lá para mim, um pai que, na verdade, estava fazendo
um grande esforço para ser parte da minha vida, e uma filha...
Oh, Deus, uma filha que eu jurei que nunca, nunca, nunca
machucaria.

"Como você vai chamá-la?", Perguntou Lexi, enxugando


suas próprias lágrimas.

Jaxon sorriu para mim e, em seguida, virou-se para sua


mãe. "Lucy. Abreviatura de Lucinda."

Lucinda cobriu o rosto e chorou.

E, na mesma hora, a nossa pequena Lucy fez o mesmo.


Remy

Com uma curta caminhada até a sala, ele respirou o ar e


torceu o nariz. O lugar cheirava como uma combinação de
cigarros velhos e produtos antissépticos. E outra coisa...

Ele seguiu o aroma floral até que ficou em pé na frente


de uma linda garota loira sentada atrás do balcão. Ela estava
ao telefone marcando uma consulta e desenhando em um
bloco de notas.

Ele esteve em estúdios de tatuagem suficiente para saber


que a maioria deles não justificava uma recepcionista.

A julgar por sua pele perfeitamente intocada, ela


certamente não estava ali para se tatuar. Ele se perguntou, por
um momento, por que estava trabalhando ali, porque a
contratação de meninas que se pareciam com ela não era feita
em um lugar como este... Sniff. Essa merda cheirava a besteira.

Enquanto ela escrevia a data com a mão esquerda toda


enrolada em volta da caneta, ele examinou o salão e ficou
agradavelmente surpreso que era um dia calmo. O que
significava que ele não ia ter que se preocupar com
testemunhas – e depois de um longo dia lidando com o
choramingar de um determinado Daniel Hale, tudo que ele
queria era esse serviço feito. Rápido e fácil.

A menina desligou o telefone e, casualmente, olhou para


ele. Ela paralisou por um breve momento, com um olhar
agradavelmente surpreso em seu rosto. Ela estava
admirando-o e, enquanto Remy poderia ter aproveitado isto
qualquer outro dia, hoje não era um deles.

"Olá", ela sorriu largamente. "Eu não tinha visto você.


Você tem um horário marcado?"

"Sim, com um cara chamado Bobby...". Ele observou seu


rosto se contorcer com confusão.

"Bobby? Eu não tenho certeza... Não temos ninguém com


esse nome. Os caras aqui gostam de usar apelidos." Ela
revirou os olhos como se houvesse uma história chata lá
dentro. Ele não deu a mínima.

"Que tipo de apelidos? Talvez isso refresque a minha


memória." Seriam malabarismos, merda, como encontrar...

Porra.

"Há Buzz e Ped..."

"Buzz, sim, esse é o nome."


Ela assentiu com a cabeça. "Ok. Ele está nos fundos
terminando uma tatuagem agora. Você vai ter que esperar um
pouco."

"Eu tenho todo o tempo do mundo." Não, ele não tinha.

Ela sorriu novamente, ficando vermelha pela forma


como ele estava olhando para ela. Remy queria rolar seus
malditos olhos. Ele não queria jogar este jogo de merda. Ele só
queria este trabalho feito. Pobre garota, não sabia o que
aconteceria em uma questão de horas.

"Você parece familiar. Você já esteve aqui antes?"

Ele balançou a cabeça. "Não." Merda, ele não achava que


teria que se preocupar com ela o reconhecendo.

"Qual é seu nome?", perguntou então. Para distraí-la de


se lembrar, ele poderia fazer este jogo flertando – o filho da
puta era bom nisso. "Você parece familiar também. Esses
olhos verdes são, porra, lindos."

Ela riu e brincou com o cabelo. "Christy".

"Belo nome", ele sorriu, e foi o mais falso sorriso da sua


vida, porra.

Mais rubor irritante. Será que a garota tem problemas de


pele? "Obrigada. Então, que tipo de tatuagem você vai fazer."
"Mais como querendo encobrir uma tatuagem", ele
respondeu, passando os olhos com curiosidade para ela,
perguntando por que, de todas as pessoas do mundo, ela
estava na lista.

"Oh. Os caras são ótimos com essas coisas. Alguns dos


projetos que eles fazem são loucos."

"Não estou procurando por um projeto. Quero cobrir


completamente. Uma grande caixa preta sobre algo que eu
quero esquecer."

Suas sobrancelhas se ergueram, completamente alheia


ao que ele realmente quis dizer. "Oh. Bem, isso soa como vai
doer como uma cadela."

Ele sorriu com amargura, quando o rosto dela ecoou em


suas memórias. Não seria mais o idiota chicoteado por boceta.
Ele balançou a cabeça e disse: "Sim, bem... Algumas dores
valem a pena."

FIM

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