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Por trás do crachá e do rosto bonito há um coração.

Um coração que sangrou, como


muitos outros. Um coração que era tão apaixonado por Viddy Sheffield, que era
humilhante.
Trance, tinha sido machucado antes por uma mulher que não conseguia lidar com o
fato dele arriscar a vida toda vez que ia trabalhar. Ela era muito vulnerável; de
alguma forma ele teve que convencer o seu coração a deixá-la ir. Sua vida a
comeria e cuspiria fora.

Viddy não conseguia tirar o homem da cabeça. Apenas pensar em Trance, trazia um
sorriso ao seu rosto.
E quando ele entrava na mesma sala? Não posso explicar em palavras. Que Deus a
ajude, ela estava em um relacionamento com outro homem. Ela não deveria estar
pensando no motociclista sexy, com uma voz que lhe faz ter arrepios em sua espinha.

Em seguida, o inesperado acontece, e o policial sexy que ela não consegue parar
de pensar está lá, dando o que ela nunca soube que necessitava. Em um instante, ela
encontra-se caindo pelo homem, fechado, estúpido e resistente. Os dois têm muito o
que fazer para tornar esta relação um sucesso. O que eles não sabem, no entanto, é
que haviam pessoas por trás das cenas, trabalhando para mantê-los separados. Às
vezes, o ditado é verdadeiro. Nem sempre você pode ter o que você quer.
Agradecimentos
FuriousFotog por tirar a bela foto da capa e Gary Taylor pela
modelagem. Eu vi esta imagem e sabia que era perfeita para este livro!
Asli, meu editor, o que você faz vai além das palavras.
Minha mãe por ler... E então reler esse livro.
Mãe, você é um estouro.
Meu futuro marido, por apenas ser você.
E, finalmente, aos meus filhos. Isso tudo é para vocês
"Trance?" Eu gritei no telefone.
"Viddy? O que está errado? Você está bem?" Trance gritou no meu
ouvido. Eu segurava Hemi mais perto do meu peito, onde engasgou-se
com dores.
“Vo..você po...pode v..vir aqui? P...por favor?” Eu gritei.
Eu ouvi o som da batida da porta do carro se fechando e, em
seguida, o barulho do motor saindo em disparada pelos fundos.
Normalmente me aborreceria por ele ir muito rápido, mas tinha cerca de
dez segundos antes de perder-me, eu precisava dele aqui há quinze
minutos atrás.
"O que está acontecendo, Vid? O que aconteceu?" Trance perguntou
com urgência.
Parecia que estava em um túnel ou algo assim, o que significava
que me colocou no viva-voz. E também significava que estava no trabalho,
porque não poderia ser pego com um telefone celular ao ouvido, enquanto
estava dirigindo seu carro de polícia.
"Chamei o veterinário do Hemi. Eles m- me disseram que ele
t..tinha câncer e precisava ser posto para dormir. Eu sabia que era algo
ruim, mas não podia levá-lo, até hoje. Eu não tinha uma carona, Paul se
recusou a levá-lo para mim." Eu choro.
Oh Deus. O que eu ia fazer sem ele aqui? Ele era meu melhor amigo!
Hemi tinha começado a agir estranho há alguns dias. Pedi, várias vezes
para que o meu namorado, Paul, o levasse ao veterinário e pudesse fazer
um check-up, mas todas foram frustradas. Minha irmã estava de férias e
não havia nenhuma possibilidade, que eu fosse chamá-la para voltar para
casa por isso. Ela e seu marido mereciam um pouco de tempo sozinhos,
antes do bebê nasce-se em alguns meses.
Esta manhã, quando finalmente comecei a ficar frustrada, chamei
um táxi, mas nunca sonhei que aconteceria isso. Em primeiro lugar, o
taxista quase se recusou a nos transportar devido as políticas da empresa
sobre animais de estimação, mas cedeu de mau humor quando a
barragem sobre minhas emoções rompeu.
Então, assim que tinha entrado pela porta do Dr. Tucker, eles o
puxaram para longe de mim tão rápido, que minha cabeça girou. Eu
praticamente podia sentir a condenação escorrendo sobre o estado em
que ele estava. No entanto, eu havia chamado várias vezes, em uma vã
tentativa de que fossem pegá-lo, mas disseram que não ofereciam esse
serviço.
Foi quando comecei a ligar para outros veterinários, mas como ele
era um novo paciente, estes também se recusaram.
"Oh baby. Eu sinto muito. Eu estarei aí em apenas alguns minutos.
Estou de serviço num bairro residencial agora, mas não deve ser mais do
que dez minutos, no máximo." Disse a voz profunda aveludada de Trance
através do telefone. Doce. Essa é a palavra que me vem à mente, toda vez
que ouço sua voz. Tão profunda. Suave. Rica e fluída. Eu queria colocar
meus lábios contra sua garganta, para sentir a vibração que derramava
com cada palavra que saía da sua boca.
Trance era um homem muito bom. Quando tenho o privilégio de
estar em sua companhia, me sinto viva. Não é sempre que consigo vê-lo,
no entanto. Ele é um homem muito ocupado. Ele é um membro do
departamento de polícia, bem como um membro do clube de motoqueiros
local, The Dixie Wardens.
"Obrigada, Trance." Sussurrei e depois desliguei.
Hemi é um Setter Inglês de nove anos com o pêlo mais sedoso que
já senti. Ele é suave, de porte médio com os pêlos cacheados em torno de
suas orelhas. Tinham-me dito que seria branco nevado com manchas
marrons, mas não foi isso que o fez lindo para mim.
O que o fez tão perfeito era a maneira como sempre me ajudava em
casa, movendo pequenas coisas que poderiam me fazer tropeçar. Em
nossos passeios, ao redor do complexo de apartamentos para o qual tinha
acabado de me mudar, ele me orientava na direção certa e sempre me
levava de volta à nossa porta. Ele nunca latiu a menos que alguém
estivesse na porta e sempre ficava do meu lado.
Até que ele começou a agir estranho. Ele ainda ficava ao meu lado,
mas não se movimentava tão facilmente. Eu fui encher sua tigela de
comida e a encontrei cheia da noite e dia anterior. Então seus hábitos de
higiene começaram a mudar. Ele estava saindo cada vez mais, e ficando
fora por mais tempo.
Então, ontem, ele parou de beber água. Agora, Hemi repousava sua
cabeça no meu colo enquanto acariciava seus pêlos e tentava fazer o meu
melhor para não assustá-lo com meu choro.
"Oh, Hemi. Eu não quero que você me deixe." Eu chorei, lágrimas
escorrendo pelo meu rosto e, provavelmente, em seu também.
Quinze minutos cravados depois do meu telefonema para Trance,
ouvi a porta da frente ser aberta e ele entrar.
O clique-clique de unhas no piso de madeira me permite saber que
Radar também estava com ele. Eu podia sentir sua presença como um
choque e sabia instantaneamente quando seu corpo estava perto.
Ele se agachou ao lado do sofá onde eu estava sentada com as
pernas dobradas debaixo de mim.
A cauda de Hemi balança furiosamente no sofá ao meu lado,
fazendo vibrar todo o sofá com a intensidade do mesmo.
Eu senti que os óculos que cobriam meus olhos estavam sendo
retirados e levantados para descansar em cima da minha cabeça, seguido
do polegar de Trance enxugando minhas lágrimas. "Estou aqui, baby." Ele
disse tranquilizador. Toda e qualquer esperança que tinha de não chorar
fugiu, me curvei para baixo até que minha cabeça ficou enterrada nos
pêlos do Hemi.
"O que eu vou fazer sem ele?" Eu chorei.
Eu podia sentir enquanto Trance acariciava a cabeça de Hemi e
quando levantou, nos posicionando até que estávamos situados ambos ao
seu lado. Enrolei-me, me movendo tão perto quanto seria possível. Minha
cabeça repousou em seu peito, com um braço o envolvendo e o outro
agarrando a cabeça de Hemi.
Então, senti a cabeça do Radar deitar na minha perna e chorei
ainda mais forte. Não tenho certeza de quanto tempo nós ficamos assim.
Eu sei que já tinha se passado um bom tempo, porque meu choro
permaneceu com pequenos soluços.
"O que você quer que eu faça?" Perguntou suavemente, passando
seus dedos pelo meu cabelo.
Eu senti o barulho da vibração da pergunta através de seu peito e
uma profunda vibração de contentamento corria através de mim. Uma
que eu nunca senti quando estava nos braços de Paul. Nunca.
E foi por isso que nunca dormi com ele, apesar de sua irritação
sobre isso.
"Você vai levá-lo ao parque comigo? Eu quero que ele brinque..." Eu
comecei a perguntar, mas a batida em minha porta me assustou. Em
seguida, a gritaria começou. "Ei, Elise! É hora de ir. Lembra? É terça-feira,
temos que nos encontrar com os meus pais para jantar!”
Por que insistia em me chamar pelo meu nome do meio? O que
havia de errado com Viddy?
Eu não me movi, nem Trance. Radar, no entanto, foi até a porta e
começou a rosnar baixo em sua garganta.
“Ei, esse cara está aqui com você novamente? E esse é seu cão
estúpido, porra? O que lhe disse sobre ele?” Paul rosnou.
Eu pirei novamente. Depois de tudo o que tinha feito por mim
ultimamente, simplesmente não conseguia mais lidar com sua merda.
Paul não era um bom homem. Ele me ameaçou, em mais de uma ocasião,
dizendo o que faria se me pegasse novamente com Trance. Não que eu e
Trance tínhamos cruzado essa linha, mas Paul não se importava e não
estava disposto a ouvir. Tudo que eu fazia deixava Paul puto da vida e,
realmente, eu não estava mais nem aí.
Paul poderia ir se foder.
Eu fui pisando forte em direção a porta. Contei sete passos e
estendi minha mão fazendo contato com a porta.
"Mova-se, Radar, tenho que me livrar do lixo." Eu disse para o
cachorro grande que ainda estava rosnando baixo para minha porta.
"Que porra vocês dois fazem aí? Seu rosto está vermelho e você não
está usando seus óculos. Você sabe quanto odeio isso." Paul me
repreende.
Paul era um idiota. Eu comecei a sair com ele por pouco mais de
um ano e não tem sido nada mais, além de decepcionante.
Minha irmã o odiava. O marido de minha irmã o odiava. E Trance o
odiava. Sim, definitivamente acabou.
"Meu rosto está vermelho, porque tenho chorado, seu idiota. Hemi
não está bem e terei que colocá-lo para dormir esta tarde. Quanto a você,
gostaria que não voltasse mais. Estamos terminados." Eu disse tão
duramente quanto podia.
O silêncio me cumprimentou depois da declaração. O silêncio de
Paul não era do meu interesse, porque antes que pudesse piscar, Paul me
pegou pelo pulso. "Do que você está falando? Você sabe que não estamos
terminados, você disse a mesma coisa três vezes nos últimos quatro
meses, mas sempre volta."
"Saia." Disse a bela voz de Trance atrás de mim.
Eu não tinha certeza se estava falando com Paul ou com o Radar,
até que, de repente, Radar rosnou abruptamente alto ao meu lado.
Então senti o calor de Trance nas minhas costas e me inclinei
involuntariamente pra trás. Sua mão envolveu a minha cintura e me
puxou para trás, até que fiquei alinhada contra ele, com seus braços me
prendendo firmemente.
"Você ouviu. Por favor, saia." O tom autoritário de Trance não deixa
dúvida para discussão.
"Você não pode me dizer o que fazer. Este é o apartamento da
minha namorada. Que tal você sair? Hmm?" Respondeu Paul
arrogantemente.
"Eu quero que você saia. Agora. Ah, e esqueça o meu número." Eu
disse com firmeza, antes de arrancar o meu pulso do aperto de Paul e
fechar a porta na cara dele. Tomo um susto com o rosnado de Radar,
seguido de um grito de indignação de Paul. "O que foi isso?" Perguntei,
surpresa.
Trance bufou. "Ele tentou colocar a mão na porta antes de fechar,
mas Radar o convenceu a não continuar com essa linha de pensamento".
"Bom", sussurrei.
Nenhum de nós se moveu.
Minha cabeça ainda estava apoiada contra seu peito, e seu braço
continuava enrolado em torno de mim.
Ficamos assim por um longo momento até que um desesperado
choramingo de Hemi no sofá quebrou o momento.
"Eu acredito que ele precisa ir lá fora. Você se importaria de fazer
isso? Quero juntar algumas de suas coisas. De preferência antes de nós o
levarmos." Digo, olhando em sua direção. Trance estava de pé. Sua mão
quente segura meu rosto movendo para cima e para a esquerda antes de
responder. "OK, baby. Apenas deixe Radar a levar pra fora, quando estiver
pronta. Eu estarei lá, perto da grama".
"Obrigada", digo suavemente.
Ele se afastou depois disso. Ouço o clique da maçaneta da porta
destravar, seguido do clique das unhas do Hemi conforme saia pela porta,
que fecha suavemente atrás de ambos.
Então chamo: “Radar?”
Quando o nariz molhado e frio de Radar toca a minha mão, sorrio e
acaricio sua cabeça. "Você pode encontrar as bolas?"
Eu tinha ouvido Trance pedir a Radar na última vez que ele ajudou
a minha irmã a se mudar há seis meses.
Eu tinha as bolas acondicionadas em uma caixa e queria mostrar a
eles o truque de Hemi em colocar três bolas na boca. Desde que não tinha
idéia de onde exatamente os brinquedos estavam, eu estava a ponto de
desistir quando Trance disse que Radar poderia encontrá-las. E foi o que
ele fez.
Fui caminhando com dificuldade para frente da cama de Hemi e a
levantei.
Um latido alto veio do meu lado enquanto abria a porta da frente.
"Escuta, você precisa sair. As coisas não serão agradáveis se me
fizer retirá-lo. Eu tenho coisas que preciso fazer e se você me fizer o
prender, não vou ser uma pessoa feliz." Eu falo para o ex-namorado de
Viddy.
Graças a Deus.
Eu não sei quanto tempo mais poderia seguir o meu código moral,
quando se tratava de tomar a mulher de algum outro cara.
"Nós sempre voltamos a ficar juntos, apesar de tudo. Nós estaremos
juntos novamente amanhã à tarde, no mais tardar." Ele zombou, antes de
entrar no carro grande, que é uma clara compensação para seu pau
pequeno.
Tomei a estrada rapidamente e não respondi, embora fosse contra a
minha natureza não atirar as palavras que estavam na ponta da minha
língua. Sendo a principal delas, sobre o meu cadáver.
A porta atrás de mim se abriu enquanto eu observava Paul indo
para fora, me fazendo virar e ver como Viddy arrastava o que parecia ser
cada coisa que Hemi possuía. Caminhei até a porta, parei e examinei as
milhares de bolas que não foram junto com a cama de Hemi.
"Isso é um monte de bolas." Eu observei, peguei a coisa toda e fui
caminhando de volta para o meu carro da patrulha de polícia. Abrindo a
porta de trás, deixei cair todo o conteúdo dentro e a fechei batendo, em
seguida voltei para a porta do lado do passageiro.
Eu resisti à vontade de oferecer ajuda a Viddy, mesmo que sempre
irritava a merda em mim por não fazê-lo. Era como esfregar a pele na
direção errada ou andar com areia nos sapatos. Não era certo, mas Viddy
odiava o fato de que era cega. Ela odiava ainda mais, quando alguém se
preocupava sobre isso.
"Trance?" Viddy chama a três pés de distância de mim.
Seu rosto parece perder toda a determinação e ela estende a mão
para mim, fazendo minha respiração sair com facilidade fora dos meus
pulmões.
Tomando-lhe a mão, a levo ao redor da porta do carro, ajudando-a
a se acomodar em seu assento.
"Onde está Hemi?" Ela pergunta tristemente.
Em resposta, recolho Hemi de onde estava deitado na grama e o
coloco no colo de Viddy antes de fechar a porta suavemente. Radar, que
estava sentado sobre as patas traseiras, ao lado da porta de Viddy, veio
instantaneamente quando assobiei e pulou para a porta de trás do carro,
antes que eu batesse fechando-a atrás dele.
"O que está em sua agenda?" Perguntei uma vez que estávamos
indo em direção a cidade.
“Eu quero levá-lo para o parque aquático, então quero comprar um
jantar de bife do Salt Grass Churrascaria. Por fim, podemos levá-lo a
clínica do veterinário.” Explicou calmamente.
Eu tirei os meus olhos da estrada por uma fração de segundos paa
observá-la e uma pontada de tristeza passou através de mim quando vi o
olhar assombrado no seu rosto.
Ela estava pálida e úmida. Seus olhos estavam vermelhos, sendo
que ainda não havia colocado os óculos que normalmente cobriam seus
olhos cegos.
Eu conheci Viddy através de sua irmã, Adeline.
Adeline era casada com um membro do The Dixie Wardens MC,
Kettle. Um dos meus irmãos. Adeline e Viddy eram gêmeas. Ambas
tinham o cabelo escuro, quase preto. Suas peles eram pálidas e cremosas.
No entanto, é aí que as semelhanças acabavam. Adeline é bem
arredondada, em todos os lugares certos. Bem, ainda mais agora que está
grávida de oito meses; mas mesmo antes disso, ela sempre teve mais
curvas do que Viddy.
Viddy era o que eu gostava de chamar de delicada. Ela é pequena,
delgada e elegante. Embora tenha um pouco de carne, ela realmente
poderia estar ganhando mais. Seu cabelo estava sempre trançado e fora
do seu rosto, com exceção de hoje.
Hoje, os fios negros estavam soltos e fluindo ao redor de seus
ombros e costas.
Normalmente, eu nunca iria vê-la em nada menos do que o que
gostava de chamar de roupa de combate. Calças de brim frouxas, uma
camisa monótona e uma jaqueta.
Hoje, ela estava vestida em um par de calças de yoga preto com
dizeres rosa em todo o traseiro e tênis. Esta foi a maior parte que já vi da
sua pele, o que me fez tomar consciência de outra diferença entre ela e
sua irmã.
"Você não tem nenhuma tatuagem como sua irmã?" Perguntei
surpreso. Ela ficou de cabeça baixa e me olhou. Seus olhos se moviam
sobre as minhas feições, como se pudesse ver.
Então a boca bonita inclinou-se em um sorriso. “Você pode
imaginar o que minha irmã iria colocar em meu corpo se a levasse comigo?
Eu realmente nunca iria saber se colocou algo ofensivo em mim ou não.
Posso vê-la fazendo isso também. Ela me falou uma vez, mas nós
estávamos igualmente bêbadas. Eu nem tenho certeza se ela fala o que
faz. Felizmente a minha está em minhas costelas.”
Voltei meus olhos para a estrada, tentando o meu melhor para não
revirar os olhos. “Você e sua irmã têm a mais estranha relação”. Meus
irmãos iriam chutar a minha bunda se eu tentasse fazer algo parecido
com isso. Embora, eles chutem a minha bunda por menos, por isso não é
nada novo.
"Quantos irmãos você tem?" Ela pergunta voltando sua atenção
novamente para o cachorro no colo.
Retornei na Main Street e fui em direção ao parque que tinha
indicado; satisfeito que ainda era muito cedo para o estacionamento de
parque estar aberto. Felizmente, eu conhecia uns dos funcionários, um
dos quais tinha ligado no caminho, que me deu o código para entrar pelo
portão.
"Eu tenho dois irmãos. Miller e Foster. Eles são SEALS." Eu disse
enquanto manobrava o carro em uma vaga de estacionamento em frente
ao portão.
"Como os estúpidos maus que mandam você se afogar antes de se
tornem SEALS?" Ela perguntou com curiosidade, enquanto eu desligava o
carro.
Eu revirei os olhos enquanto saía do carro e abri a porta de trás
para Radar e em seguida abri a porta pra Viddy. Ela ainda estava sentada
lá pacientemente com Hemi no colo. Retirei o cão com facilidade do seu
colo e me movo fora do seu caminho e vejo como desdobra a sua bengala.
"Não há nenhum degrau. Apenas chão liso uma vez que estamos
próximos da calçada, que é cerca de seis polegadas na frente do seu pé
esquerdo”. Eu a instruo.
Ela segue minhas instruções e nós caminhamos até o teclado,
parando apenas uma vez para introduzir o código.
Eu coloco Hemi para baixo em seus pés, ando até o botão que eu
tinha visto o filho de Sebastian acertar várias vezes durante a sua última
festa de aniversário, neste mesmo lugar. Sebastian é o vice-presidente da
Dixie Wardens. Ele tinha alugado o lugar inteiro para a festa de
aniversário de seu filho. Principalmente porque os The Dixie Wardens
tendem a ficar fora de rumo. Portanto, para poupar tempo e evitar dor de
cabeça, Sebastian alugava o lugar de forma que nenhuma criança, nem
os pais, pudessem assistir enquanto estávamos lá.
"Ele está brincando?" Viddy me perguntou.
Eu observei enquanto Radar ia para o lado de Hemi, cutucando e
insistindo até que, finalmente, Hemi começou a caminhar lentamente
para o chafariz.
Quando a água bateu nele, um vigor renovado começou a fluir
através de Hemi, e começa a se mover um pouco mais jovialmente, até
que finalmente está caminhando em harmonia com Radar, conforme
brincam e se divertem.
"Sim, Radar está brincando com ele. Ele parece feliz, querida.” Eu
digo, observando seu rosto.
As próximas quatro horas foram sobre esperar. Radar e Hemi
brincam na água por um bom tempo antes de Hemi finalmente perder a
batalha para a exaustão. Uma vez que eles estavam totalmente secos, nós
os levamos para ir pegar um bife para o jantar. Infelizmente, ele só come
cerca de um quarto do bife antes de perder a vontade e empurrar o resto
em direção a Radar, que se recusa a comê-lo.
Então o momento final veio quando caminhava até a minha casa
que ficava próxima da floresta.
No início, eu estava disposto a levar Hemi novamente ao seu
veterinário para ser sacrificado. Então, ouvi a forma que trataram a Viddy
e sabia que nunca iria levá-los naquele lugar.
Em vez disso, liguei para meu bom amigo, que cuidou de Radar e
meus outros animais, Kosher, Tequila e Mocha. Todos eram pastores
alemães. Radar era o mais velho, tinha nove anos, seguido por Kosher
que tinha dois anos, e, finalmente a Tequila e Mocha que ainda eram
pequenos com nove semanas de idade.
Eu confio no meu bom amigo, Dr. Zack Toledo. Zack tinha cuidado
de Radar quando esteve doente e precisou de um check-up, e cuidou
muito bem dele.
"Onde estamos?" Viddy perguntou quando ouviu o barulho do
cascalho sob os pneus da minha viatura.
"Como você sabe que não estamos em qualquer lugar que é suposto
estar?" Eu pergunto enquanto estaciono o carro.
Eu deixo Radar sair, e depois faço meu caminho ao redor do carro
para Viddy, que estava com os pés no assento para permitir que Hemi
dormisse no piso.
"Os sons são diferentes. Em nenhum lugar que conheço tem esse
tipo de cascalho. Então, onde estamos?” Ela pergunta enquanto gira no
assento e coloca os pés no chão.
Sem pensar no fato que ela odiava ser conduzida a sua volta,
agarrei-a pelo cotovelo e peguei sua mão para guiá-la para a varanda da
frente e, em seguida, a uma parada.
"Estamos em minha casa. Eu tenho um amigo que é veterinário. Ele
está vindo agora para ajudar." Expliquei enquanto caminhava em direção
à porta da frente, abrindo-a e movendo-a para o lado, no momento em
que Kosher veio para fora.
Kosher era um pacote cheio de energia, por isso que eu tinha
retirado Viddy fora do seu caminho.
Ele não entenderia que ela não era capaz de brincar como todas as
outras pessoas que chegavam.
Quando meus meninos não estavam trabalhando, eles eram livres
para brincar e se divertir como qualquer outro cão. Que inclui pular e
lamber o rosto.
Viddy, no entanto, não estaria preparada para o enorme cão e foi
melhor para todos que a retirei do caminho, apenas no caso.
No entanto, Kosher não veio correndo. Ele saiu devagar. Muito mais
devagar do que normalmente fazia, e foi direto para Radar, que estava ao
lado da porta do carro aberta, do lado de Viddy. Ambos os meus meninos
observaram enquanto eu ia para o carro, levantava o Hemi para fora, o
levando para dentro para deitá-lo no sofá. Hemi estava ali sem se mexer,
exausto de tudo o que tinha feito nas últimas quatro horas.
Sentindo a tristeza chegar, comecei a caminhar de volta lá para fora,
mas parei uma vez que vi Kosher e Radar a conduzindo para dentro. Ela
tinha uma mão agarrada ao pelo de cada cão, caminhando lentamente
para frente. Ela estava lendo Radar e os sinais de Kosher como se
tivessem feito isso um milhão de vezes antes.
"Seu amigo está aqui. Eu o ouvi chegar." Ela engasgou.
Eu andei até ela, puxando-a para o meu corpo e a abraçando com
força. Ela estava tremendo e muito perto das lágrimas.
"Você quer estar lá com ele?" Perguntei no seu ouvido, respirando o
cheiro dela com cada inspiração.
A sentia perfeita em meus braços. A única coisa que desejava era
que fosse em circunstâncias diferentes. Eu desejava que ela tivesse me
chamado por outra razão, qualquer uma, menos essa.
"Sim", respirou fundo, olhando para mim.
Não gostando que não estivesse me olhando nos olhos, peguei seu
rosto na minha mão e movo até que seus olhos fiquem conectados aos
meus. Olhos tão próximos aos meus. Um azul e um verde. Ambos pálidos.
Hipnotizantes.
Assim que eu tinha começado meu caminho. Trance.
Loki tinha me dado esse nome um dia, quando uma mulher o havia
recusado depois de me ver.
"É como se estivessem em um transe. Uma vez que elas começam a
olhar para esses olhos fudidos, elas não querem ver mais qualquer outra
coisa!” Ele tinha se lamentado.
Loki era outro membro da The Dixie Wardens e meu melhor amigo.
Tínhamos sido apresentados na polícia e, pouco depois, fomos prospectos
juntos no Wardens. Fomos liderados por Sebastian, apenas um ano
depois dele se tornar um dos membros.
"Trance, está tudo bem se eu entrar?" Zack pergunta na frente da
minha porta.
Olhei para cima para vê-lo olhando Viddy e eu.
Ele era um homem pequeno. Em seus quase cinquenta anos, Zack
estava exercendo essa função há quase trinta anos. Ele se mudou para cá
vindo de Dakota do Norte e eu o encontrei por acaso, quando precisei de
uma emergência veterinária para o Radar, quando engoliu um osso de
galinha.
Ele também mencionou algo sobre não se intrometer no meu
território. Radar e Kosher, embora um pouco ocupado com Hemi, não
estavam totalmente alheios para o que estava acontecendo, e Zack sabia
disso.
"Zack, entre, por favor. Viddy, este é Zack o veterinário dos animais.
Zack, esta é Viddy. O cão de Viddy, Hemi, é o motivo por te-lo chamado
mais cedo". Eu disse, levando-o até o sofá.
A mão de Viddy ainda estava na minha, segurando incrivelmente
apertada enquanto Zack balbuciou e grasnou pra Hemi.
"Oh, Hemi. Você é forte, não é? Você está pronto para ir para casa,
bom e velho menino?” Zack perguntou enquanto começava a posicionar
suas coisas.
Zack havia perguntado ao veterinário de Hemi, para ter certeza que
ele concordava com o diagnóstico de Hemi. Hemi só teria outro par de
dias, no máximo, para viver depois de hoje, ele não tem um bom
prognóstico e provavelmente seria com dor, se as precauções não fossem
tomadas.
"Agora, você sabe o que a eutanásia é minha querida?" Zack
perguntou. Viddy estava balançando a cabeça, antes mesmo de terminar
com a pergunta.
“Não senhor. Eu não tenho a menor idéia. Não vai doer, não é?”
Zack acariciou a mão de Viddy e a levou para se sentar no sofá ao
lado da cabeça do Hemi. “Não querida, não vai doer. Agora você apenas
senta aqui e fala com ele, ok? Ele não vai sentir uma única coisa,
prometo.”
Zack ia falando tudo, explicando exatamente o que ele estava
fazendo, e por isso, Hemi ficou o tempo todo quieto, tendo toda essa cena
em torno dele, não apresentou nenhuma luta.
"Agora que eu tenho a IV, vou colocar a solução dentro. Vai ser
exatamente como se ele fosse dormir. Num minuto ele vai respirar e no
próximo não. Você quer dizer alguma coisa antes de fazê-lo, menina?”
Zach perguntou-lhe suavemente.
"Prometo nunca usar seus pratos em outro cachorro. Vou sempre
manter o seu nome sagrado e sempre me lembrarei de você. Quando eu
for para o trabalho e encontrar algum pêlo na minha camisa, vou me
lembrar que você rolava na minha roupa limpa e sorrir. Eu te amo tanto e
vou sentir sua falta como uma louca, Hemi." Ela disse calmamente para
Hemi.
Enquanto ela falava, eu observava Zack apertar o êmbolo da
seringa grande em sua mão e fazer a contagem regressiva.
Aos dezessete segundos, os olhos de Hemi se fecharam.
Aos onze segundos, ele inalou profundamente.
Aos sete, Hemi deu seu último suspiro.
Eu assistia sentado na mesa da cozinha, enquanto Radar brincava
com Kosher. Radar tinha Kosher preso ao chão com sua boca aberta na
sua garganta e este foi rapidamente para cima dele prendendo Radar ao
chão. Radar ainda não sabia, mas estava prestes a se aposentar. Assim
que eu garantisse que Kosher estivesse pronto.
Kosher era um pastor alemão de dois anos de idade. Eu tenho
trabalhado com ele atualmente por dois anos. Eu o recolhi quando era
bem pequeno, apenas com seis semanas de idade, assim como também fiz
com o Radar.
Radar veio ainda mais cedo, com apenas cinco semanas, mas os
resultados foram os mesmos.
Eduquei os dois desde muito pequenos, ainda filhotes. Eu os
colocava em um treinamento de exercícios rigorosos e trabalhava com eles
dia e noite. Tanto é assim que os considerava os cães perfeitos. Eles me
protegeriam com a sua vida. Eu sabia que chegaria o dia, provavelmente
em breve, que seria necessário aposentar o Radar. Portanto, é por isso
que comecei a trabalhar mais com Kosher.
Os cães policiais se cansam assim como os humanos. Além disso,
levava muito tempo antes que um policial precisasse se aposentar.
Infelizmente, para Radar, o descanso estava muito próximo. Aos nove
anos de idade, era o tempo, estava quase na época.
Eu já sabia que Kosher odiava ser deixado para trás no período da
manhã, como nós o deixamos, mas logo seria Radar e eu não sabia como
ele reagiria ao ver seu lugar no meu veículo usurpado por seu amigo.
Mocha e Tequila, também não são de deixar as coisas sem lutar,
correm completamente até que ambos se choquem rosnando um para o
outro, levados a caírem pela pura energia. Os intensos latidos dos filhotes
estão começando a ficar muito forte, assim começo a ensinar uma palavra
de comando muito suavemente. Começou quase como um sussurro mas,
em seguida, se transformou em uma palavra tranquila.
"Alto." Eu digo suavemente.
Nenhuma reação impertinente.
"Alto." Eu digo novamente.
Surpreendentemente, um dos cachorros reage em primeiro lugar.
"Alto." Eu digo com um tom ligeiramente mais elevado.
Esse era outro motivo pelo qual pensei que já era hora de Radar se
aposentar. Eu não estava dizendo que ele não era bom no que fazia. Eu
estava dizendo que ele estava perdendo sua audição o que é fundamental
para a minha vida e a dele.
Mocha, é claro, desiste e aguarda meu elogio, ela se mantém por
uns bons 10 segundos a mais do que geralmente costuma ficar. Ela se
deleita com a aprovação que ofereço antes de desistir e observo o brilho
nos olhos do Radar.
Essa era a sua hora. Ou, pelo menos, ele pensou que era.
Normalmente, ele era o único a jogar a toalha.
"Você precisa descansar, seu tempo acabou, velho amigo!" Eu falo
para ele.
Tenho a sensação de que ficará com raiva de mim por um tempo.
Saindo de lado, vou até a lavanderia pegar meu uniforme que
coloquei para lavar depois da limpeza de ontem à noite e, em seguida, vou
para o quarto me vestir.
Depois de por a minha cueca, coloco nos meus pés um par de
meias de lã bem grossa. Então, puxo a calça do uniforme fechando, mas
sem abotoar. Logo em seguida de uma camiseta branca lisa, meu colete à
prova de balas, e então a camisa do uniforme. Uma vez que tudo está no
se devido lugar, coloco para dentro e fecho o zíper me endireitando. Eu
prendo o meu crachá, calço minhas botas, depois coloco o cinto em
minha cintura.
Depois de tudo pronto, vou ao banheiro fazer a barba e escovar os
dentes, pego minha arma do balcão no banheiro e a guardo antes de sair
do meu quarto.
Eu já podia sentir a baixa vibração do meu equipamento nas
minhas costas, o que nem sempre era boa coisa. Hoje não ia ser um dia
divertido. Eu odeio circular com o cão nas escolas.
Eu odiava encontrar maconha e cocaína no armário de jovens de 14
anos.
Apesar de que hoje talvez seja interessante, já que farei a ronda na
escola em que Viddy e Adeline trabalham.
Recentemente, as duas escolas haviam se juntado. Benton High e
West Benton High finalmente arrancaram a cabeça fora de suas bundas e
juntaram as duas escolas. Era ridículo que eles tivessem duas em
primeiro lugar. Benton tinha uma população de 15.000. Era ridículo ter
duas escolas de graduação com sessenta e dois alunos.
Isso significava que agora Viddy e Adeline, sua irmã, trabalhavam
na mesma escola que amavam.
Eu estava feliz porque Viddy estava feliz.
Por quê? Porque eu era um tolo apaixonado. Eu estava tão além de
apaixonado por aquela mulher, que mal conseguia lidar com isso. Eu
vinha me debatendo há meses sobre o que fazer. O que me parou foi o
fato de que ela não fez nenhum tipo de movimento. Se me desse uma dica
de que me queria, eu teria mandado a porra do namorado embora e ido
para ela. Mas ela não era mais que simpática comigo, o que é uma merda.
Eu nunca tive problemas com uma menina que queria ter. Nunca.
Então uma beleza de cabelos negros com 1 metro e 50 de altura,
entra na minha vida e eu não tinha nada além de problemas desde então.
Foda-se, mas ainda vejo a imagem de Viddy quando saio para
transar com outras meninas. Agora isso era embaraçoso. Pelo menos não
tinha chamado seu nome, mesmo que o tenha gritado na minha cabeça.
A última coisa que pego antes de sair da sala é meu telefone celular,
que coloco na última vaga aberta no meu cinto, e saio.
Parei para pôr Mocha e Tequila no canil, assobiando um som alto e
certeiro. Eles se colocaram de pé e vieram rapidamente às suas gaiolas.
Uma vez que eles só tinham seis meses, não haveria nenhuma
maneira de deixar dois filhotes de cachorro sozinhos em minha casa, com
todos os móveis que tinha acabado de comprar. Eu aprendi minha lição
com Radar. Felizmente, eu tinha planejado trocar os móveis de qualquer
maneira.
"Tudo bem, Radar vamos passear." Eu digo pegando as minhas
chaves da mesa da cozinha. Assim quando chegamos à porta, dou a
Kosher um afagar na cabeça antes de armar o alarme e saio pela porta da
frente, Radar de perto em meus calcanhares.
Era um momento amargo. Esta seria a última vez que levaria Radar
por conta própria para uma ronda. Na próxima semana, começará um
novo capítulo em nossas vidas.
Felizmente, significaria coisas boas nessa nova fase.
"O que está acontecendo?" Eu pergunto a Leona.
Leona respondeu rapidamente, me contando depois de toda a
espionagem, sobre a agitação que aconteceu no corredor. Ela é a
ajudante de professor. Ela tem vinte e dois anos e se formará em
licenciatura em ASL, American Sign Language, no final do ano. Quando
voltamos das férias de verão, ela se juntou a minha equipe, ajudando a
ensinar as crianças que precisavam de educação especial no sistema
escolar de Benton. Eu era a principal professora do departamento de
educação especial.
Eu também estava claramente desagradando as nobres senhoras de
Benton. Elas não ficaram felizes quando as duas escolas se fundiram.
Elas estavam seriamente irritadas pelo fato de que eu, apenas uma
mísera professora de West Benton High, consegui o emprego e não a
professora principal de Benton High, Sandra.
Sandra, é claro, me odiava antes mesmo de me conhecer. Ela
também não tinha problemas em deixar que todo mundo soubesse disso.
Desde que era a pessoa com mais experiência e formação, eu era a
óbvia escolha para o trabalho. Infelizmente, Sandra não se importava. Eu
sabia que ela pensava que eu não estava apta para o serviço devido à
minha deficiência, mas nunca deixei a minha cegueira me parar, e com
certeza não iria deixar isso me parar agora. Especialmente quando tantas
pessoas queriam que eu falhasse.
"Eles estão checando os armários com um oficial K-9. Parece que
eles encontraram alguma coisa." Disse Leona.
Eu amava Leona. Ela era essencialmente curiosa e me faz lembrar
da minha irmã, Adeline. Claro que, logo que tinha apresentado as duas,
Leona tinha se encaixado perfeitamente. Agora tínhamos noites semanais
de cinema, todos as quintas-feiras, onde nós gastamos em pizza e cerveja
e assistindo as reprises de True Blood1 e The Game of Thrones2. Adeline
não se juntava com a gente, tanto quanto gostaria, ela estava no final da
gravidez com um bruto de um bebê. Seu marido, Kettle, não gostava
quando ela saía. Ele preferia quando nós íamos para lá, mas perdia o
propósito, uma vez que era suposto ser uma noite de meninas. Kettle
rondava-nos, quando não estava trabalhando.
"De quem é o armário?" Eu perguntei dando os últimos retoques no
meu relatório diário, correndo para terminar e sair.
Uma vez que tinha terminado, usei o programa JAWS, que lê o que
escrevo, para me certificar de que não tinha quaisquer erros ortográficos,
e depois salvei-o para colocar no arquivo do aluno.
"Eu juro que não sei como você digita tão rápido. Eu não deveria
ser capaz de... Ah, não! Eles encontraram algo no armário de Falco. Ah
não."
Eu não tinha percebido que estava fora da minha cadeira e no
corredor até que tivesse andado metade do caminho. Minha bengala
estava abrindo o caminho na minha frente.
Falco Pendragon, é um dos alunos mais velhos e um dos meus
favoritos. Ele não estava em educação especial, mas seu irmãozinho,
Dustin estava. Dustin tinha CVI, semelhante a que eu tive. Eu conheci
Falco, quando Dustin era um calouro no início do ano. Falco era muito
protetor com seu irmão mais novo, e, ocasionalmente, fugia nos intervalos,
se esgueirando pelos banheiros, antes de ir para casa, só para poder
verificar Dustin.
Ele era um bom irmão e um rapaz jovem. Não haveria nenhuma
maneira no mundo de Deus que ele teria drogas no seu armário. Ele as
desprezava e tudo o que elas representavam.

1 True Blood é uma série de televisão norte-americana criada por Alan Ball, baseada na série de livros T
he Southern Vampire Mysteries da escritora Charlaine Harris
2 A série é baseada na série de livros As Crônicas de Gelo e Fogo (A Song of Ice and Fire no original), esc

ritos por George R. R. Martin


"De quem é esse armário?" Perguntou a voz profundamente
harmoniosa de Trance.
Deus, o homem realmente mexia comigo. Pena que ele nunca
perderia seu tempo com uma pobre mulher cega.
"O armário 343 pertence a... Falco Pendragon. Hmm. Eu nunca
teria suspeitado dele".
Eu conhecia essa voz. Ela pertencia à Lillian Monroe, nossa diretora
de recursos da escola. Ela era uma mulher doce, mas tinha uma
tolerância zero quando se tratava do combate as drogas; eu sabia que
seria difícil convencê-la, mas estava disposta a tentar.
"Isso é porque ele não fez." Eu digo parando quando sinto algo bater
na ponta da minha bengala, indicando que alguém ou algo está bem
próximo a mim.
"Senhorita Sheffield, você poderia, por favor, voltar a sua classe,
enquanto dura o procedimento de busca, vou ir falar com vo..." Cortei
Oficial Monroe.
"Eu não vou entrar. Eu ouvi você dizer o nome de Falco, e sei com
certeza que não era dele."
"Bem, então como você explica as drogas em seu armário?"
Perguntou Sandra.
Ah ótimo, era o que eu precisava, a dama da sorte e seu harém.
"Senhoras", a voz profunda de Trance falou. "Se voltarem as suas
salas de aula, estarei pegando suas declarações depois que eu terminar."
O tom de sua voz não deixava nenhum espaço para discussões,
mas de maneira nenhuma estaria deixando Falco levar a culpa por algo
que eu sabia que ele não fez.
"Viddy," Trance rosnou, adicionando um arrepio sedutor em mim.
Um calafrio subindo pela pele, quando meu nome saiu de sua boca. "Vá
para a sala."
Puxando os óculos do meu rosto, deixo meu lábio inferior cair até
estar fazendo beicinho. Eu não faço rodeio. Eu até deixo cair algumas
lágrimas.
"Você promete que vai vir falar comigo? Você vai vir e trazer Falco
para mim? Permitir-nos explicar, prometo que há uma explicação. Por
favor?"
Eu sabia que iria conseguir a sua promessa. Com qualquer outra
pessoa, provavelmente não teria, mas com Trance, eu sabia que ia me
ouvir. Ele confiava em mim e sabia que não iria enganá-lo.
"Sim, prometo. Agora volte para a sua sala. Vou levar esse garoto
Pendragon, também." Prometeu Trance.
Sabendo que podia confiar em sua palavra, eu me virei e voltei para
a sala de aula, usando os armários como um guia até chegar a minha
sala. Embora, ultimamente não precisasse. Eu, tecnicamente era cega,
embora fosse capaz de ver sombras, escuro e luz. Por exemplo, se estava
andando pelo corredor da escola, poderia distinguir as formas
sombreadas que eram as pessoas, mas não conseguia distinguir bem os
detalhes. Elementos de alto contraste como um círculo preto grande em
um fundo branco também podia distinguir.
Depois, havia um pequeno campo da minha visão periférica
esquerda que eu podia ver quase perfeitamente. Embora, fosse uma
pequena área, que era praticamente inútil para a maioria das pessoas.
Para mim, porém, era um milagre. Ultimamente este limitado campo
estava se tornando mais amplo.
Pelo que me foi explicado, os olhos normais, juntos, têm cerca de
um campo de 180 graus de visão. Cada olho vê cerca de 95 graus. Antes,
era uma única pequena porção. Se uma pessoa normal cobrisse os olhos
com as mãos, e olhasse entre os dedos, veria pedaços do que estivesse
olhando. Para mim, era como se eu pudesse ver perfeitamente este pedaço
mais à esquerda, permitindo-me ver cerca de um terço dessa janela.
Ultimamente, entretanto, essa janela estava ficando maior, eu sabia
disso. É por isso que estava indo ver o médico que tem me tratado por
onze anos. Talvez ele pudesse me dizer se estava ficando melhor. E talvez
possa me dizer, por que estava tendo fortes dores de cabeça.
Secretamente tenho pensado ter um tumor no cérebro ou algo
assim, é por isso que tinha me afastado de tudo. No entanto, a minha
irmã estava ficando cada vez mais inflexível sobre eu ir ver o médico.
"Como você faz isso?" A voz enfurecida de Sandra, veio da minha
esquerda uma vez que atinjo o conjunto de salas de aula.
Virei-me para onde ouço a voz dela, tentando manter um olhar
irritado no meu rosto, e não conseguindo.
"Como eu faço o que... exatamente?" Perguntei com paciência mal
contida.
"Pare com esse ato lamentável. Você tem esse cara comendo na
palma da mão... Aposto que você já transou com ele, não é?" Sandra
lamentou baixinho.
Não foi baixo o suficiente para Trance não ouvir.
"Eu acho que é muito inadequado o que disse, você não acha,
senhora?" Disse a voz de aço de Trance por trás de mim.
Eu não viro as costas, mas viro a minha cabeça até que possa vê-lo.
Ele não estava muito perto. Não o suficiente. Mas algo dentro de mim se
tranquilizou.
Um nariz frio, molhado tocou minha mão pendurada, trazendo a
minha atenção para Radar, que estava ao meu lado. Eu não espero pela
permissão para tocá-lo, como costumo fazer. Radar não teria me tocado
se ainda estivesse trabalhando.
Eu me agacho, enterrando meu nariz no pescoço peludo de Radar.
"Ei, menino grande", sussurro para ele. A cauda de Radar bate contra o
chão de azulejos e uma pontada de tristeza me assalta quando penso em
Hemi.
Fazia um mês desde que chamei Trance para me ajudar com Hemi,
e um mês desde que tinha estado com ele pela última vez.
"Sra..." Trance diz, à espera de Sandra para lhe dizer seu
sobrenome.
"Johnston." Disse Sandra entre os dentes.
"Senhora Johnston. Eu sugiro que você mantenha seu nariz fora do
que não é da sua conta. Especialmente de Viddy”, Trance diz friamente.
Não houve veneno ou rancor em sua voz. Sem hesitação. Sem nada.
Era uma afirmação, mas de alguma forma eu sabia que ele queria dizer
cada palavra. E que a ameaça era real para ela.
"Ok", ela sussurrou e então ouço os passos dela saindo.
"Cadela estúpida." Trance rosnou baixo em sua garganta. Eu não
poderia evitar o riso que borbulhou na minha garganta.
Rindo, eu digo: "Eu gostaria que você tivesse dito, o que queria
dizer".
"Acredite em mim, se eu não estivesse de uniforme, e dentro da
escola, eu teria."
"Senhora Sheffield?" Diz uma voz hesitante atrás de nós, evitando
que eu respondesse o que teria dito, para ele.
"Falco! Venha aqui, por favor.”
“Falco, isso é verdade?” Diz o Oficial de Spurlock.
“Policial Spurlock, eu gostaria que conhecesse Falco Pendragon.
Falco por favor venha se sentar. Temos algumas perguntas para fazer. ”
"Ok", diz, preocupado. "O meu irmão está bem? Aconteceu alguma
coisa com ele?".
"Não, querido," digo balançando a cabeça. "Seu irmão está bem.
Policial Spurlock, informe a Falco o que você encontrou".
Trance começa a explicar o que está acontecendo e o que está pra
acontecer, e eu me sento ao lado de Falco e ouço. Depois que ele termina,
eu poderia dizer que Falco ficou sem palavras.
"Mas, senhor, não fiz isso. Eu nunca usei o meu armário. Eu nem
sequer tenho um cadeado sobre ele; qualquer um poderia ter feito." Falco
explicou rapidamente.
"Diretor Monroe o cadeado destravado é o do armário atribuído ao
Sr. Pendragon?" Perguntou Trance.
Eu não tinha tido conhecimento de que o diretor Monroe estava na
sala.
A cabeça de Radar trabalhou seu caminho no meu colo, e eu sorri
levemente enquanto o acariciava.
"Eu não fiz isso, senhorita Sheffield. Eu juro que não fiz." Falco
sussurra com urgência.
"Eu sei querido. Eu sei." Eu sussurro de volta, batendo na sua mão.
"Está registrado em um... Landon Smith. Não, não é o seu
cadeado." Disse o Diretor Monroe.
Eu não conhecia Landon Smith, mas isso não queria dizer nada.
Havia mais de 800 crianças juntas na escola neste momento. Não era
muito surpreendente.
"Por favor, siga-me, Sr. Pendragon. Nós estamos indo ir olhar o seu
armário." Trance suspirou alto.
Quando ouvi a cadeira ao meu lado correr, viro minha cabeça e vejo
como as sombras dançavam no meu campo de visão, até que nenhum
movimento estava na sala.
Radar, contudo, ficou ao meu lado. Ficamos assim por mais ou
menos dez minutos. Todo o tempo eu pensava o quão sortudo Trance era
por ter um cachorro. Eu não havia percebido o quanto dependia de Hemi.
O último mês havia sido incrivelmente difícil.
Eu tive que fazer um monte de coisas que não fazia.
Agora tenho que limpar meu próprio prato, onde antes apenas os
deixava no chão para uma pré-lavagem. Em seguida, tinha o fato que as
batidas na porta de meu apartamento me assustavam. Antes,tinha Hemi
para me avisar quando alguém estava perto da porta do meu apartamento,
dando cerca de 45 segundos de aviso antes que tivesse que chegar até a
porta.
Fiquei presa nos meus devaneios e me assustei quando o alarme no
meu telefone tocou, me lembrando do meu compromisso, em uma hora,
então suspirei. O dia de hoje tem sido extremamente agitado e só são 10
horas da manhã.
Fui na direção da minha mesa para pegar minha bolsa, fecho
minha sala atrás de mim e começo a ir em direção ao som da voz Trance.
As garras de Radar clicam no chão, conforme fazemos o nosso caminho
para os armários, e quanto mais perto chegávamos, mais nervosa eu fico.
"Senhor, eu nunca antes vi esta bolsa na minha vida. Eu nem
sequer tenho uma mochila. Eu não posso pagar por uma. Meu irmão
mais novo tem a minha." Falco estava explicando.
"Isso é verdade. Ele tem sua mochila, desde o início do semestre. A
sua rasgou durante as férias de Natal. Seu irmão explicou que ele
precisava da mochila, caso contrário não poderia segurar a bengala."
Expliquei enquanto me aproximava.
Radar, que estava ao meu lado inclinou-se sob mim, assim que a
minha bengala bateu em alguma coisa. Parei e esperei.
Trance não me decepcionou.
"Diretor Monroe, estou inclinado a concordar com Falco e a
senhorita Sheffield. Enquanto se aguarda a revisão das fitas, acho que
deveríamos adiar isto até que saibamos mais. Quanto tempo vai demorar
para checar as câmeras de vigilância?" Pergunta Trance.
"De vinte e quatro a quarenta oito horas mais ou menos. O
monitoramento da escola é terceirizado. Nós teremos que solicitar as
filmagens e, em seguida, analisá-las nós mesmos antes de podermos
prosseguir.” Eu ouço o suspiro de alívio do Falco e momentos depois uma
áspera e forte mão na parte de trás do meu cotovelo.
"Ok, vou verificar você novamente amanhã. Existe mais alguma
coisa que gostaria que Radar verificasse hoje?" Perguntou Trance.
"Nada hoje, Oficial Spurlock. Obrigado por ter vindo. O Sr. Falco,
voltará para a sala de aula.” Diretor Monroe diz com firmeza.
Eu vejo o movimento das sombras dispersando. Todos, exceto um,
que ficou.
"Você está entrando em apuros, Viddy." Trance suspirou. “Quem
era a garota que a insultou?"
"Sandra. Eu assumi o seu trabalho quando juntaram as escolas.
Ela não gosta muito de mim." Eu admiti.
Trance bufou. “Para onde você está indo?"
"Porra! Eu preciso ir. Meu táxi está aqui." Eu digo apressadamente,
correndo em direção à saída, contando os passos para fora do prédio.
Contudo, as janelas brilhantes e as portas fazem com que eu
consiga diferenciar com maior facilidade, não só de luz e sombras, mas
também de calor. Eu podia ouvir a diferença de sons também. Os carros
lá fora, o cortador, o murmúrio através das árvores. Tudo isso junto faz o
som de fora diferente do som de dentro.
"Ei, Viddy. Espere. Onde você está indo?" Trance pergunta ao meu
lado.
"Eu tenho uma consulta médica. Por quê?” Eu digo, correndo para
fora da porta. Uma vez que termino de descer os degraus, Trance me puxa.
"Jesus Cristo, você me assustou."
Virei a cabeça para ele, completamente confusa. "Por quê?"
"Você praticamente se jogou nas escadas ao descer. Você sabe que
eles têm rampas por uma razão." Ele rosna contrariado, segurando a
minha mão e me levando para... algum lugar.
"Olhe o degrau." diz Trance, desacelerando ligeiramente. Desci do
meio-fio antes de ser parada com uma puxada. Ouvi uma porta sendo
aberta, e então meu corpo estava sendo cuidadosamente posicionado até
que fui empurrada para a viatura de Trance.
"Cuidado com as mãos." Trance diz um pouco antes de fechar a
porta.
Reviro os olhos, enquanto espero o meu cavaleiro de armadura
brilhante colocar Radar no carro, antes que ligasse o carro e saísse do
estacionamento.
Antes porém, diminui a velocidade, abaixa o vidro da janela, então
diz: "Ela não precisa de uma carona. Desculpe-me por isso.”
Eu ouço o zzzzzip da janela rolando para cima, depois o silêncio
quando nós saímos da escola.
"Quem normalmente leva você para a escola?" Pergunta Trance
depois de mais alguns momentos de silêncio.
"Quem quer que esteja na área. Na maioria das vezes é Adeline, às
vezes é Kettle. Outras vezes, são as outras meninas do serviço. Se
ninguém estiver disponível, chamo um táxi." Explico cansada.
"Para onde estamos indo?"
"Há um consultório médico na Main Street, em Shreveport, tenho
uma consulta no bairro." Eu digo a ele.
"Isso teria sido uma longa corrida de táxi. Custaria uma fortuna."
Trance comenta, enquanto sinto o carro lentamente pegar velocidade.
Trance dirigia suavemente, não irregularmente quando se misturou no
transito.
"Você é um bom piloto." Eu digo ao Trance. "Todos os seus
movimentos são rápidos e suaves. Ele não está sacudindo como alguns.
Eu gosto de como você conduz".
Trance bufou. "Ainda bem que você não pode ver o veículo com
rodas aro 18 que simplesmente cortei para ultrapassar no tráfego." Ele
disse secamente.
Eu ri. "Essa é a coisa boa sobre não ver. Às vezes é o medo de saber
o que está vindo que assusta a maioria."
Trance faz um som baixo em sua garganta. "Não posso dizer que
concordo com você. Gosto de saber se um homem vai me bater no rosto
para que possa evitar."
"Bem, isso seria lamentável para mim. Eu tenho a esperança de não
chatear ninguém o suficiente para fazer isso comigo. O que não iria
funcionar tão bem para você, desde que é um oficial de polícia e tudo." Eu
concordei.
"Sim, Deus me livre que isso alguma vez me aconteça. Tenho
grandes esperanças de que Radar ou Kosher iriam me proteger." Trance
diz, trocando de pistas e acelerando ligeiramente.
"Kosher?" Eu pergunto tentando o meu melhor, para me concentrar
sobre ele com a minha visão periférica limitada. Não é fácil de fazer, e na
maioria das vezes é mais fácil ignorá-la completamente, porque sempre
me faz ter dor de cabeça se tentar me concentrar por muito tempo. No
entanto, é difícil você se concentrar em alguém e não virar o rosto para ele.
Era uma coisa que as pessoas que podem ver o fazem para dar ao seu
locutor sua atenção. Não é exatamente o mesmo, para uma pessoa cega.
Nós não temos que olhar para você, para lhe dar toda a nossa atenção.
Nós apenas temos que concentrar a nossa audição.
Trance gosta quando os meus olhos estão sobre ele,
independentemente se podem realmente vê-lo ou não. Razão pela qual
vira o meu rosto para ele sempre que pode.
"Kosher é um dos meus pastores alemães mais velhos, com dois
anos. Na verdade, estou o iniciando no trabalho na próxima semana para
adquirir experiência e começar o processo de aposentadoria do Radar."
Trance respondeu, diminuindo um pouco antes de sentir o carro saindo
da estrada.
Agora que havia mencionado isso, me lembrava, claramente, do cão
em questão. Ele era um amor, só não tinha percebido que estaria indo ser
um policial K-9 também.
Seu ritmo diminuiu exponencialmente até que chegamos a uma
parada. Pouco depois aceleramos novamente.
"Você está aposentando o Radar?" Perguntei surpresa. "Há algo de
errado com ele?"
Ele riu. "Não, não há nada de errado com ele. Ele está apenas
ficando velho. Sua audição não é tão boa. Eu só acho que é a hora. Ele
precisa de um descanso, assim como a maioria dos policiais. Venho
treinando com Kosher e está na hora de ver o que ele aprendeu."

"Isso é realmente um pouco triste. Você irá se livrar dele?" Ela


perguntou preocupada.
Ligando o meu pisca alerta para a esquerda indo para o consultório
médico, me virei examinando o rosto de Viddy. Seu lindo cabelo preto
estava com sua habitual trança francesa. A trança estava enrolada em
volta do pescoço e descansava entre seus seios, mantida no lugar pelo
cinto de segurança.
Suas roupas eram as habituais que eu já tinha visto com ela. Calça
social preta e uma camisa branca de botão. Eu sempre me perguntei,
como ela conseguia se vestir se não podia ver, mas quanto mais a
estudava, mais percebia que, provavelmente, tinha um monte de coisas
que eram inter combinadas. Ela poderia escolher qualquer coisa em seu
armário e iria combinar.
"Claro que não vou me livrar dele. O que fez você pensar isso?" Eu
perguntei, me virando para o estacionamento entre o tráfego e em um
local perto da porta da frente.
"Eu estava verificando um cruzeiro para cães na internet na
semana passada. Eu encontrei um site onde se pode adotar cães policiais
aposentados e cães de combate que trabalharam em uma zona de guerra.
Eu apenas pensei.” Ela respondeu, apesar, do seu sério semblante.
Era eu, ou ela estava realmente olhando para mim?
Resistindo à vontade de acenar minha mão descontroladamente no
ar, saio do carro, deixando Radar do lado de fora, e dou a volta para o
lado de Viddy, mas ela já havia saido.
Sufocando o incomodo que surgiu, quando não me esperou, sigo-a.
"Há um degrau a cerca de cinco passos. Um único.” Eu digo,
distraidamente, enquanto ando na frente dela e abro a porta. Ela escalou
a etapa com pouco esforço e entrou no edifício.
"Obrigada pela carona, Trance. Eu agradeço." Diz Viddy. "Você pode
sair agora. Vou chamar um táxi para me levar de volta para casa”.
Eu bufei. "Em seus sonhos, docinho. Você se importa se eu for
junto?"
“Bem,” Viddy hesita. "Eu não penso assim. Não é como se estivesse
indo a minha consulta com o ginecologista ou qualquer coisa deste
gênero.”
A piada saiu antes mesmo de perceber o que eu estava dizendo.
"Podemos brincar de médico mais tarde. Vou dar-lhe um exame
completo." Eu provoco. Então meu estomago dá um nó. Será que ela irá
surtar?
Ela sorriu, me surpreendendo completamente. "Oh, isso parece
divertido. Já que os homens têm médicos homens e as mulheres têm
médicas mulheres? Eu poderia retribuir.” Ela sussurrou para mim e
depois se afastou.
Engasguei com a minha saliva. A mulher me surpreende, mais que
qualquer outra coisa. Vi quando ela foi até o balcão da recepcionista, com
Radar do seu lado, as mãos de Viddy firmemente cravada em torno do
colar em seu pescoço. Ela verificou com a mulher e em seguida se virou
para me encarar.
"Onde você quer se sentar?" perguntou.
Me irritou que ela não estava olhando para mim, então andei até
perto dela e direcionei o rosto ligeiramente, até que estava olhando nos
meus olhos, apesar dos temidos óculos que estavam lá cobrindo seus
olhos.
Empurrando-os para cima sobre a sua cabeça, digo, "Em qualquer
lugar. Tem um par de assentos disponíveis não muito atrás. Tudo bem
para você?"
"Mostre-me o caminho." Ela disse, estendendo a mão.
Levei-a com gratidão, feliz que estava aceitando ajuda, mesmo que
eu soubesse que a irritava fazê-lo.
Uma vez, que estamos sentados, finalmente respondo ao
comentário que ela tinha soltado em mim antes.
"Quanto aos homens terem médicos homens... não, eu não penso
assim. Pelo menos, não tinha necessidade de um. O médico que vejo,
embora, faz todas as verificações agradáveis da próstata. E não há
nenhuma possibilidade de você estar fazendo isso para mim. Apenas para
sua informação.” Eu rio.
Enquanto a olhava, seu rosto passou de uma bela porcelana branca
para um vermelho em 2,3 segundos.
"Eu-eu-eu..." Ela gaguejou. "Isso não é amável. Você é um idiota."
"Ei! Você começou!" Eu zombo.
"Viddy Sheffield?" A voz de uma enfermeira chamou do outro lado
da sala.
Levanto minha cabeça e vejo uma jovem mulher com uma
prancheta verde anotando algo no papel em pé, de costas para a porta
aberta.
"Oh, sou eu." Disse Viddy, ficando de pé.
Eu assisti com fascínio, como Radar voltou para o lugar à direita de
Viddy e foi levando-a através da multidão de cadeiras até chegar ao lado
da enfermeira.
"Você tem um ajudante hoje. Ele é lindo." A enfermeira replica uma
vez que elas estavam atrás da porta.
"Oh, sim, ele é. Este é o Radar. Ele é um policial K-9. Mas não é
meu, ele pertence ao homem bonito que está atrás de mim". Viddy
responde, usando o polegar para apontar para mim.
Reviro os olhos. "Como você sabe que sou bonito? Eu poderia ser
coberto de espinhas e ter três papadas sem você saber".
Viddy começa a rir. "Sim, eu estive em seus braços. Eu sei que não
tem um pingo de gordura em você. Quanto às espinhas, eu não as posso
ver. Não importa. Sua voz é bonita, apesar de tudo. Você tem um grande
coração e se importa comigo. É isso que manda."
Eu me senti humilhado. Pela primeira vez, foi bom não ser julgado
por minha aparência.
"Aww, vocês são tão fofos juntos! Eu gostaria de ter um homem
como o seu, querida. Estou com ciúmes." A enfermeira murmurou.
Nenhum de nós dois a corrigiu.
"Agora, um passo aqui nesta balança", diz a enfermeira quando
dirige Viddy. "Nós vamos verificar o seu peso e, em seguida, a sua pressão
arterial."
"Feche os olhos, Trance!" Pede Viddy.
Por que eu fechei meus olhos, nunca vou saber. Talvez porque ela
me pediu. Talvez porque sabia que era importante para ela. Seja qual for
a razão, fecho os olhos, até que ouço os passos dela fora da balança e a
enfermeira move a balança de volta para o lado.
Após a enfermeira verificar a pressão arterial e o pulso de Viddy, ela
a leva em um quarto que tinha uma tonelada de cartazes nas paredes.
Um mostrando os nervos na cabeça. Outro dizendo que parte do cérebro
que faz o quê. O que realmente me interessou foi o que falava sobre todos
os tipos comuns de cegueira.
Caminhando até o gráfico, pergunto por cima do meu ombro. "Que
tipo de cegueira que você tem?"
"Deficiência Visual Cortical." Viddy responde rapidamente. "Por
quê?"
Meus olhos percorrem ao longo dos vários nomes até que encontro
o que ela estava falando e começo a ler.
"Isto diz que a perda de visão, por vezes, pode ser permanente, mas
na maioria dos casos não é assim. O que aconteceu com você,
exatamente?" Eu pergunto sobre o meu ombro.
"Viddy tem cegueira quase que completa em ambos os olhos.
Quando estava na sua juventude, ela teve um acidente de moto que jogou
sua cabeça contra uma parede de tijolos. Todo o inchaço em seu cérebro,
causou uma pressão em seus nervos ópticos, que por sua vez, cortou o
fluxo sanguíneo para as áreas que precisavam. O tecido se tornou
hipóxico (com baixa concentração de oxigênio) até funcionar apenas
minimamente, na melhor das hipóteses. O caso de Viddy é um dos piores
que já vi ". Uma voz de homem diz atrás de mim.
Eu me viro e vejo um homem mais velho. Ele me lembra do meu pai.
Ele é velho, com cabelos quase brancos e uma barba completamente
branca. Seus olhos são de um verde penetrante e ele é da minha altura,
talvez uma fração de uma polegada mais curta do que os meus 1,83 de
altura.
Ele estava vestido com uma velha blusa roxa brilhante com um
jaleco amarelo. "Um fã da LSU3?" Eu pergunto, estendendo minha mão.
Ele sorri e aperta de volta. "Por baixo dessa essência, meu rapaz.
Sou o Dr. Morris. Eu sou o neurologista da Viddy. Você é o marido dela?"
"Ah, não. Eu sou apenas um..." Eu hesitei, olhando pra Viddy.
"Bom amigo."
Ele sorri com nostalgia, como se estivesse se lembrando de uma
'boa amiga' antes de se virar para Viddy, que agora estava sentada na
mesa de exame.
"Viddy, minha querida. Como vai você?" Ele perguntou, tomando
um lugar na cadeira próxima aos seus pés.
Ela sorriu, mas manteve a cabeça apontada para mim. "Estou bem,
Dr. Morris. Como está a sua esposa?"
"Ela está perfeitamente bem. Temos um novo grande bebê para
cuidar o tempo todo. Ele a mantém ocupada" respondeu. "Então, a
enfermeira me disse que você tem tido dores de cabeça. Que tal me dizer o
que está acontecendo."
Sua cabeça cai, como se reunindo os pensamentos, antes dela olhar
para cima novamente. Desta vez, porém, vira a cabeça na direção do
médico.
"Bem, nos últimos seis meses ou algo assim... Eu comecei a ver...
coisas. Luzes. Movimentos. As sombras se tornaram um pouco mais
definidas. Por exemplo, agora posso dizer-lhe que está na minha frente,
que Trance está contra a parede e Radar está deitado no meio da sala no
chão. Não se tornou um grande contraste, mas muito mais fácil de
compreender. E a minha visão aqui", disse, indicando o lado esquerdo de
seu rosto. "Ficou mais nítida. Eu posso ver quase perfeitamente fora de
uma pequena faixa."
Meu coração começou a acelerar quando ela começou sua
explicação, e, no momento em que terminou, eu estava em choque. Não
havia percebido que ela poderia ver tudo. Então, novamente, eu realmente
não sabia o que "cega" exatamente significava, até que tinha lido a
definição, alguns momentos atrás no cartaz.

3
Universidade do Estada da Luisiana
Dr. Morris se levanta, indo em direção a Viddy colocando uma
caneta com luz sobre seus olhos. Me movi para observar melhor, parando
apenas no canto do seu lado esquerdo. Eu estudei como um aluno,
quando o médico direcionava a luz primeiramente em um olho, seguido
do outro.
"Conte-me sobre essas dores de cabeça. Será que elas acontecem
no fim do dia ou quando acorda pela manhã? Ou elas são o tempo todo?"
Perguntou o Dr. Morris.
Então ele usou a mão para circular em volta do rosto e cabeça de
Viddy.
"Eu posso ver que você está movendo a sua mão. Eu posso ver que
o Trance está ao meu lado. Quanto às dores de cabeça, na maior parte
começa no final do dia. O único momento que sinto ao acordar, é quando
deixo meus óculos durante toda a noite." Viddy suspira.
"Como você sabe que sou eu ao seu lado?" Eu pergunto.
Ela bufou. "Você tem muito mais corpo do que Dr. Morris."
Bem, será que fui estúpido?
"Tudo bem, senhorita Sheffield. Aqui está o que eu penso." disse,
sentando-se novamente. "Eu acho que as dores de cabeça, pode ser
cansaço por você estar forçando o seu cérebro quando usa seus olhos.
Você provavelmente está fazendo muito mais esforço do que pensa, o que
por sua vez, está te deixando um pouco tensa, por forçar a ver o que está
acontecendo ao seu redor. No entanto, se as dores de cabeça continuarem
por todo o dia e permanecer até a manhã seguinte, eu gostaria que você
voltasse. Quanto a sua visão..."
Ele parou e parecia procurar as palavras com cuidado.
"Você sempre foi meu caso mais difícil. Você não tinha danos nos
seus nervos ópticos. Seu cérebro sempre esteve bem. É apenas um
daqueles fenômenos que não consigo decifrar. Eu tenho esperado uma
melhora quando se trata de você. Você não tem nenhuma razão médica
que justifique não ver. Após o seu trauma na cabeça, o inchaço colocou
pressão sobre os nervos, mas eles ainda estão intactos e não têm tecidos
degradados. Inferno, você poderia acordar amanhã e ver perfeitamente. É
apenas uma dessas coisas que não tenho nenhuma explicação. Talvez seu
cérebro só agora esteja trabalhando sobre esse fato." Dr. Morris disse
finalmente.
Só o pensamento dela acordar amanhã e poder ver, faz com que eu
sinta como se abelhas estivesse voando no meu estômago, me fazendo
quase ter uma vertigem com a excitação. Deus, seria apenas
absolutamente perfeito para ela. No entanto, a vida nem sempre é fácil.
Na verdade, ela era completamente cruel, e, às vezes, as pessoas não
mereciam.
"Eu... eu acordei uma manhã há um mês e podia ver. Pelo menos,
eu pude ver por uns trinta segundos, e depois foi embora novamente. Foi
apenas um vislumbre, então na verdade, quase me convenci de que era
apenas um sonho, exceto que era simplesmente muito real. " Viddy disse
timidamente.
Dr. Morris e eu pensamos durante um longo momento, em como
processar o que ela tinha acabado de dizer.
"Diga-me o que você viu e o que aconteceu depois." Solicitou o Dr.
Morris.
Ela balançou a cabeça, os olhos voltando-se para baixo, e um rubor
no seu rosto. "Huh, bem..."
"Vamos, minha cara. Somos todos adultos aqui." Dr. Morris pediu.
"Bem, eu tive que levar o meu cão para ser sepultado e Trance me
ajudou com isso. Ele me levou para casa naquela noite, e depois, me
colocou em sua cama. Quando acordei pela manhã seguinte, entrei no
banheiro sem pensar no fato de que Trance estava lá dentro. Não foi até
que eu o vi através do chuveiro, que percebi que estava nu... e que estava
realmente o vendo. Mas minha visão se foi tão rápido, quanto ela
apareceu, então percebi que minha imaginação era muito boa. Eu ainda
estava muito cansada, e estive chorando muito no dia anterior. Pensei
então apenas que estava sonhando."
Lembrei-me daquele dia com uma clareza cristalina. Eu já tinha
feito minha ginástica em casa, corrido três milhas na esteira e exercitado
os cães naquela manhã. Eu tinha ido para o chuveiro, pensando que
Viddy ainda estava dormindo, esperando que a acordasse para levá-la
para a escola. Porém, ela acordou enquanto eu estava no chuveiro.
Masturbando-me.
Eu tinha visto o rubor nas suas bochechas quando a percebi
entrando no banheiro para tomar banho, mas nunca o atribui a ela me
ver no chuveiro.
"Bem, isso certamente não está fora dos limites. Você não tem
nenhuma razão para não ser capaz de ver. É possível que tenha
acontecido. Dê-me alguns detalhes e podemos comparar." Dr. Morris
ordenou.
"Uhh," Viddy começou. "O banheiro era branco..."
Eu vi o banheiro em minha mente. Era branco. Azulejos brancos,
paredes brancas, tapete branco, chuveiro branco. Mas um monte de
homens solteiros que vivem sozinhos têm estilos de vida bastante práticos
eu, por exemplo, não tenho nenhum sentido de estilo, de forma alguma.
"O que mais, querida. Diga-me o que Trance parece." Dr. Morris
sugeriu.
As bochechas de Viddy ruborizaram e eu soube então, que tinha,
com certeza, me visto. Não havia nenhuma maneira que estaria corando
como ela estava se não tivesse visto.
"Uh, ele tem uma tatuagem em seu braço. Toda de preto com
amarelo ouro. Ele tinha o cabelo cheio de sabão e seus cílios eram grossos
e pretos. Ele tem uma caveira e ossos cruzados sobre o peito, e algumas
letras em seu braço com estrelas indo até sua axila".
Enquanto ela falava, comecei a classificar cada uma das tatuagens
que ela estava descrevendo. O emblema da polícia no meu braço direito,
que dizia servir e proteger foi uma das minhas primeiras tatuagens, uma
vez que entrei para a academia depois da dispensa da Força Aérea. As
estrelas representam cada um dos amigos que eu tinha perdido na guerra
no Iraque. O título dizendo liberdade não é de graça. A última que ela
disse era a tatuagem Dixie Wardens MC no meu peito.
Bem, acho que poderia ser grato que ela não deu ao velho doutor
um ataque cardíaco, dizendo-lhe que eu estava batendo uma punheta.
Dr. Morris classifica as minhas tatuagens e meus olhos antes de
abrir um largo sorriso.
"Isso é o que eu estou vendo," Dr. Morris retornou para Viddy...
"Sério?" Ela suspira.
Suas mãos foram ao peito, sobre o coração e as lágrimas
começaram a se juntar em seus olhos.
"Por que você não me perguntou a um mês atrás? Eu teria
respondido.", pergunto, curioso.
"Uh, bem, eu já estava envergonhada o suficiente, para ser
honesta." riu.
"Bem, então, minha querida, meu único palpite agora é que você
tente manter o stress o mais distante da sua vida. Obtenha o máximo de
sono que puder. Talvez comece com o que fez naquele dia, comece de lá.
Pode ser que o que te mantém no escuro, não é nenhuma razão médica."
"Então você está dizendo que estou me fazendo ser cega?" Sua voz
se elevou.
Dr. Morris riu. "Não querida. Eu não estou. Mas sob as
circunstâncias corretas, estou dizendo que, se você está relaxada o
suficiente, talvez obtenha os mesmos resultados por uma segunda vez.
Agora, certifique-se de me chamar se as dores de cabeça piorarem; mas
independente disso, você está indo bem no meu diagnóstico. Tenha um
bom dia, vocês dois."
"Você está pronta?" Perguntei a Viddy quando o Dr. Morris saiu,
fechando a porta silenciosamente atrás dele.
"Sim, apenas mostre-me o caminho." Ela diz, oferecendo a mão.
Levei-a de bom grado, a conduzindo para o ar brilhante da hora do
almoço.
"Você tem que voltar para a escola?" Eu pergunto logo que
começamos a ir para o carro.
"Não. Meu dia está concluído”.
Foi enquanto ela estava deslizando para o banco e sua camisa se
abriu, dando-me uma visão clara do seu decote, que decidi que não
poderia mais jogar de "amigo".
Eu precisava dela da pior maneira possível, e estava indo para tê-la.
Eu estava cansado de lutar contra os meus sentimentos. Eu tinha dado
um mês a ela. Eu tive a certeza de não avançar enquanto ela estivesse em
processo de recuperação do seu relacionamento anterior. Eu a queria.
"Trance, podemos ir a um lugar que eu possa obter um novo
número de telefone?" Viddy pergunta enquanto entro no carro e saio.
"Sim, não tenho nenhum outro lugar para ir até as sete da noite,
quando começa o meu turno. Nós podemos fazer o que quisermos até
então. Por que você precisa de um novo número?"
"Meu ex-namorado faz questão de me ligar todos os dias,
implorando por perdão. Desnecessário dizer, que estou cansada disso."
Eu me deitei na cama, com os olhos cansados do dia. Apesar de ter
sido um dia curto de trabalho, tinha feito mais do que costumava. Após a
consulta no médico, Trance me levou para uma loja de telefone, onde
mudei meu número e aproveitei para comprar um novo modelo, mais
moderno.
Tinha saído um novo smartphone android que funcionava bem para
pessoas com deficiência visual. Com esse novo aplicativo que foi
desenvolvido, eu era capaz de navegar com um toque na tela para ligá-lo.
A partir daí seria capaz de usar o resto só com a minha voz.
Depois fomos para Armadillo Willy almoçar, fizemos uma
caminhada no parque com Radar. O que fez a perda do Hemi
simplesmente cruel.
Quando cheguei em casa às seis, Trance tinha me dado um
pequeno beijo na bochecha antes de sair. Não antes de me pedir um
encontro, apesar de tudo. Eu concordei em ir dar uma volta com ele,
sábado à noite na sua pick up e então vamos jantar e decidir o que mais.
Eu estava inteiramente a favor disso. Adorava caminhar.
Ironicamente, foi assim que me tornei cega em primeiro lugar.
Um único ato de rebeldia adolescente, tinha quase matado a minha irmã
e a mim de uma só vez. Meu pai tinha acabado de comprar uma nova
moto e ele se recusou a nos deixar andar com ele. Nós duas estávamos
com estúpidos dezesseis anos. Então, o que fazemos? Bem, é claro que
nós montamos por nossos “egos”. Isso é o que é!
Alguém poderia adivinhar como terminou.
Nós não tínhamos conseguido sair da entrada da garagem antes de
batermos. Fui jogada da moto e bati na parede de tijolos da nossa
garagem. Entretanto, Adeline foi jogada no motor 350 Chevrolet do meu
pai que estava guardado sob a garagem.
Nós duas voamos da nossa pequena cidade do Texas, para o centro
médico mais próximo há quase uma hora de distância da nossa casa.
Adeline teve sorte, se recuperou em questão de meses. Eu, no
entanto, tive edema cerebral e foi colocado um dreno na minha cabeça
para neutralizar o inchaço. Eles nem sequer tinham certeza se eu seria a
'Viddy normal’ quando acordei do meu coma induzido.
E eu não era.
Eu era uma nova Viddy. A Viddy cega.
Eu tive que fazer muitas mudanças depois disso, mas com a ajuda
dos nossos entes queridos, amigos e familiares, fui completamente capaz.
A maior influência no meu progresso geral, foi a professora e
mentora de educação especial, Sra Abrams. Ela me fez perceber que eu
não era realmente 'estúpida'. Eu só teria que aprender de uma forma
diferente agora.
Eu fui retirada da escola, porque estava careca, por causa do dreno.
Tenho até hoje a marca na minha cabeça. Só agora, meu cabelo é longo o
suficiente para cobrir a monstruosidade.
Um comentário especialmente engraçado do herói no meu livro de
áudio me fez rir, me trazendo do meu devaneio com os eventos passados.
Depois de mais dez minutos ouvindo o livro, o meu temporizador de
espera foi desligado e ficou no silêncio.
O ar condicionado estava ressoando o seu habitual zumbido.
Tranquilo. O som alto da minha geladeira também, tornava quase
impossível ouvir qualquer outro som além dos aparelhos.
Eu estava quase dormindo quando ouvi. O rangido da janela da
minha cozinha quando foi aberta. Meu coração, que estava batendo em
um ritmo lento e constante, começou a acelerar, com a adrenalina que
disparou através do meu sangue.
Minha audição disparou, me fazendo ouvir o farfalhar do tecido
contra tecido, bem como um tilintar da colher na pia. Eu caí no chão,
agarrando o meu telefone e correndo para debaixo da minha cama.
Arrastei-me tão silenciosamente quanto pude, empurrando caixas
para fora do meu caminho.
Então eu quase me dou um tapa na testa, quando empurrei as
caixas para fora da cama percebi que certamente informei para quem
estivesse no meu apartamento onde eu estava.
Maldição, Viddy. Que porra você estava pensando empurrando todas
essas caixas aqui em baixo? Eu me amaldiçoo.
Uma vez que eu estava tão afastada embaixo da cama quanto
poderia estar, começo a organizar as caixas antes de me enrolar em uma
bola, no topo da minha cama, logo abaixo da cabeceira da cama.
Puxando meu telefone até meu peito, faço uma oração silenciosa
para os botões na lateral do telefone pressionando para chamar um
contato de emergência, como ele me disse que iria, e o segurei por quatro
segundos.
Milagrosamente funciona e disca o número, então o coloco contra a
minha orelha.
"Spurlock." Responde Trance diretamente.

"Solte. Essa. Porra. Agora." Eu fervo.


Minha mão esquerda estava cobrindo o lado do meu rosto, e minha
pistola .40 automática estava apontando diretamente para o garoto que
tinha acabado de derrubar.
"Coloque suas mãos atrás das costas. Agora. Eu não hesitarei em
atirar em você porra. Não depois que tentou esfaquear meu rosto." Eu
rosnei.
"Unidade 5-2. Aqui é da central. Você ainda precisa de ajuda?" A
oficial Lee, uma das minhas favoritas despachantes, (E não, ela é uma
mãe de cinco filhos... não uma stripper), pediu através do rádio conectado
ao meu colarinho.
Deixando o corte do meu rosto sangrando, estendo a mão sobre o
peito e aperto o botão antes de responder. "10-4. Preciso de um substituto.
10-24. Dois feridos".
10-24 é o código da polícia que diz necessitar de uma ambulância.
Pessoalmente, penso que seria mais fácil dizer que eu precisava de um
médico.
O capitão não gostava quando o canal ficava entupido com
conversas inúteis, é por isso que tudo foi minimizado a códigos.
"10-4. Três médicos e um azul e branco a caminho." Oficial Lee
afirma.
"Não mexa um músculo porra. Estou falando sério!" Eu berro
quando o motorista começa a mover as mãos.
Ele desce de volta rapidamente, deixando cair os braços no chão,
acima de sua cabeça.
A menina ainda estava no banco de trás, em pânico, mas pelo
menos agora, não estava gritando.
Radar estava na parte de trás do meu carro patrulha, enlouquecido,
o que me distraiu fazendo o meu olhar se desviar por cinco segundos para
olhar para ele. Se ele não latisse, eu teria sido esfaqueado na têmpora, em
vez de apenas me cortado na bochecha.
Caminhando com cuidado, me abaixo com o joelho nas costas do
rapaz, e, em seguida o algemo, deixando-o lá por enquanto, para que eu
pudesse ir ver a menina.
Eu estava no lado oposto do carro quando o menino decidiu fazer
uma corrida, de algemas e tudo.
Suspirando, corro para a viatura, solto Radar, e ordeno para
recuperá-lo enquanto vou controlar a menina novamente. Eu ouvi o
rosnando e latido, mas não olhei para cima.
Em vez disso, todo o meu foco era na jovem adolescente, que tinha
sido brutalmente espancada e meu estômago começa a revolver,
ameaçando colocar todo o seu conteúdo para fora.
"Querida," sussurrei suavemente. "Meu nome é Policial Spurlock.
Você está segura." Quando ela não responde, tento novamente. "Querida,
você pode me dizer o seu nome?"
"J-j-Jenna. J-Jenna H-Hathway." Chorou a menina.
"Jenna, querida, você pode me dizer o que dói?" Perguntei
lentamente, me movendo na luz sobre o corpo dela.
"Minha b-barriga. A-acho que meu pé está q-quebrado".
Eu tinha uma sensação de que a 'barriga' era realmente outra coisa,
mas eu orei para estar errado.
Eu ouço o 'Burrp' distintivo de uma outra unidade parando,
deixando a sirene soar mais uma vez. Olhei para cima para encontrar
Loki saindo com um sorriso no rosto.
"Eu avancei a cerca de 500 quilômetros naquele percurso", disse ele,
indicando a direção com o polegar.
"Eu deixei Radar continuar a brincar com seu boneco. Você precisa
de ajuda?"
Seus olhos foram diretamente para o meu rosto, eu tenho certeza
que teve um efeito sangrento muito bom para ele.
No balançar negativo de minha cabeça, ele acenou mais uma vez e
veio para o lado do carro. Seus olhos escureceram de raiva quando viu a
jovem que ainda estava com a cabeça enterrada na dobra do banco de
trás.
"Jenna, querida. Eu tenho outro oficial aqui comigo agora. O nome
dele é oficial Rector. Ele vai ficar com você enquanto vou buscar o meu
cão. Tudo bem?"
"Sim", ela gemeu.
Eu aceito a sua palavra, precisamente quando mais dois carros e
uma ambulância chegam.
Ignorando-os, começo a caminhar em direção a Radar, que tinha o
adolescente preso ao chão. Radar estava com a boca no pescoço do garoto,
sigo mais lentamente antes de parar ao seu lado.
"Você está preso. Você tem o direito de permanecer calado..." Eu
disse enquanto lia seus direitos.
Uma vez feito isso, chamei o Radar no meu calcanhar, levantando o
garoto sobre os seus pés, caminhando de volta para a viatura, onde
praticamente o empurrei para baixo, no banco de trás do carro. Devia ser
divertido para ele, já que Radar teria que se sentar ao seu lado. Embora
tenha uma divisão entre os dois bancos, ele ainda teria que olhar para os
olhos de Radar, por toda a viagem para a geladeira.
A geladeira é o que a polícia chama de prisão, e este menino estava
indo para ficar nela por um tempo. Ele não tinha apenas resistido à
prisão, ele correu da polícia, agrediu um policial, e muito provavelmente
sequestrou e estuprou uma jovem. O menino estava indo por um tempo, e
com alguma sorte, teria dezoito anos e estaria lá por um longo tempo.
"Radar, dentro." Eu chamei. Ele foi para o seu lado do carro e
entrou sem reclamar. Deixei a porta aberta para ele apenas no caso e vou
para o lado do veículo onde eles estavam trabalhando para conseguir
retirar a menina do carro.
"Ei, cara, ela está chamando por você. Você poderia a acalmar para
que possamos levá-la na ambulância?” Pede o médico na minha frente.
Os próximos trinta minutos foram horrivelmente torturantes. A menina
estava pior do que eu esperava e não iria a qualquer lugar ou faria
qualquer coisa a menos que eu estivesse com ela.
Foi assim que me encontrei dirigindo com a menina de volta no
meu banco do carona, porque ela se recusava a entrar na ambulância. Eu
a deixei no hospital, onde seus pais estavam esperando no vão da
ambulância. Quando eles viram a filha, se reuniram e a levaram até a
maca que o pessoal do hospital tinha preparado.
Depois de preencher o meu relatório e ter conversado com os pais,
eu estava fisicamente e emocionalmente esgotado.
Então, tinha tomado doze pontos no meu rosto, da têmpora à
bochecha, e ainda tinha quatro horas para completar o meu turno.
"O que diabos foi isso?" Loki me perguntou quando me encontrou
em um restaurante local, onde nos reunimos para comer.
"O que foi o quê?" Eu perguntei curiosamente, entregando para o
Radar um rolo de pão.
"Você foi cortado com uma tesoura. Será que você não viu ou algo
assim?" Ele perguntou.
Eu balancei minha cabeça. "Não. A menina estava gemendo no
banco de trás, e chamou a minha atenção por fração de segundos. Eu tive
sorte também. Se Radar não tivesse latido. Eu não teria me movido, ele
teria me esfaqueado na porra do olho.”
"Você não é mais tão bonito com esse corte. O que as senhoras vão
pensar?" Loki implica.
Viro e sento-me com o meu café. "O que importa, como poderá a
minha cicatriz incomodá-la?" Perguntei.
"Viddy?" Perguntou Loki.
Eu balancei a cabeça. "Sim. Nós vamos sair no sábado para o Texas
para comer peixe no Waskon. Quer vir?"
Eu percebi a mudança no meu melhor amigo, desde que ele tinha
recebido a última missão.
Conhecia a garota que ele tinha caído de amor, mas ele se recusou
a falar ou explicar as coisas. Ele vinha trabalhando em uma missão
secreta que investigava um viciado, quando conheceu a sua "vizinha".
Eles se deram bem, mas Loki estava investigando um drogado, e estava
bem no seu trabalho. Em seguida, ela descobriu que ele era um policial, o
que tornou tudo pior.
Embora, ele não tenha voltado a trabalhar disfarçado. Agora era um
detetive. Ele sabia quando já era o suficiente. Ele voltou um homem
diferente. Mais duro. Ele não era tão fácil de ficar por perto agora. Ele
tinha uma atitude ruim permanente e se recusava a fazer rondas. Inferno,
eu não tinha estado com ele por mais de quatro meses.
Algo estava seriamente errado e eu tinha a sensação de que tinha
tudo a ver com a ex-vizinha.
Não que ele me contasse.
Os olhos de Loki encontraram os meus, e algo mudou neles. Algo
como culpa.
Ele acenou com a cabeça uma vez. "Sim. Eu acho que eu gostaria
disso.”
O jantar estava indo surpreendentemente bem, até que eu recebi o
principal telefonema da noite.
"Spurlock!" digo com a boca cheia de lasanha.
"Há alguém no meu apartamento." Uma voz me cumprimentou
sussurrando.
O garfo que tinha na minha mão caiu, tinindo contra a chapa com
um barulho alto. Sentei-me reto, olhando para a minha comida sem ver.
"Viddy? O que está acontecendo?"
"Eu estou debaixo da cama. Há alguém em minha casa.”
Ela estava falando tão baixo que tive que me esforçar para ouvi-la
sobre o barulho do movimentado restaurante.
"Por favor." Ela implorou.
Sem dizer nenhuma palavra para o Loki de onde estava indo, eu me
empurrei para trás da mesa e sai, chamando o meu parceiro quando saí
no estacionamento e me dirigi para o meu carro.
"Unidade 5-2 responder a 10-31 no apartamento sul do lago.
Unidade 1A. Solicitando reforço." Eu falei urgentemente.
"10-4 apoio despachado." O reforço confirmado.
Eu não me lembrava de ter entrado no carro e dirigido até o
apartamento da Viddy. Os dez minutos entre sair do restaurante e a
chegada foram um borrão. Num minuto, estava deixando Radar no carro,
e no seguinte estava no estacionamento, na terceira vaga, dois
apartamentos para baixo do de Viddy.
Fomos direto para o seu apartamento.
Eu usei a chave que ela tinha me dado mais cedo naquela tarde, em
caso de emergências, grato que tinha feito isso. Fiquei ainda mais grato
que programei o meu número no seu celular na lista de contatos de
emergência. Eu era o número um. A polícia era o número dois. E Adeline
era o número três.
Radar estava perto dos meus calcanhares enquanto caminhava na
porta, agachando-se no caso de necessitar.
Seu apartamento estava completamente escuro, exceto para a luz
vermelha piscando que indica que ela tinha uma mensagem em sua
secretária.
Apertando o botão no cano da minha arma, virei a lanterna LED e
examinei a sala. Não havia nada lá. Foi o que ocorreu nos próximos dois
cômodos que passei.
Eu notei que a janela da cozinha estava aberta, a cortina
balançando na brisa.
Finalmente, no último cômodo, o quarto de Viddy, abri a porta para
ver uma figura debruçada sobre a cama.
"Parado!" Eu rugi.
A figura curvada sobre a cama congelou. Alcançando com a minha
mão livre, liguei o interruptor de luz, iluminando o quarto com um brilho
fluorescente.
E ninguém menos que Paul, o ex de Viddy, estava lá.
Ele estava completamente nu com um par de calcinhas da Viddy na
mão, na frente do seu rosto e seu pequenino pau na outra.
"Mãos para cima." Eu rosnei.
"Sou eu. O reforço.” A voz de Loki chamou a partir do quarto da
frente.
“Aqui. No quarto dos fundos. Estou com ele.”
Caminhando lentamente para frente, o agarro primeiro, e depois
algemo suas mãos com rapidez e eficiência nas costas. Apenas mal
resistindo à vontade de bater com o rosto do homem, na madeira da
cabeceira da cama.
Uma vez feito isso, o agarrei pelo pulso e o conduzi na direção do
Loki.
Com um grunhido de desgosto Loki o levou para fora do quarto.
"Viddy?" Eu chamei com os olhos embaixo da cama.
"Aqui embaixo." Veio a resposta abafada dela.
Caindo de joelhos, olhei para baixo para encontrar uma porrada de
caixas.
"Onde aqui embaixo?" Perguntei curioso.
A mãozinha empurrou por entre as caixas, e tive que rir do absurdo
de tudo isso.
"Como você chegou aí?" Eu perguntei quando comecei a mover as
caixas.
Sua cabeça saiu, e minha respiração ficou presa na garganta. Seu
cabelo era selvagem e indomável, do jeito que eu gostava. Então, quando
seu corpo surgiu se arrastando para fora de debaixo da cama e para os
meus braços, minha respiração parou no meu peito.
Ela estava tremendo como uma folha e levou tudo que eu tinha
para não a apertar com muita força. A adrenalina que estava surgindo no
meu corpo pela segunda vez nessa noite, finalmente se libertou, e me
senti de repente exausto e drenado.
"Você está bem?" Eu sussurrei cheirando o seu doce cabelo.
Ela assentiu com a cabeça. "Sim. Oh Deus. Isso foi horrível."
Eu silenciosamente concordei, abraçando-a um pouco mais forte.
Minhas mãos corriam para cima e para baixo em suas costas, acariciando
seu cabelo quando ele caiu por todo o caminho até a cintura. Era macio.
Quase como essas coisas escorregadias que custam uma fortuna. Cetim
talvez.
Radar roçou o nariz frio no braço dela a fazendo rir, então ela se
virou para abraçá-lo com uma mão, o trazendo mais perto de nós dois
antes de enterrar seu rosto na pele grossa.
"Ela está bem?" Disse Loki da porta.
Eu olhei para cima, assustado, para encontrar Kettle de pé na porta,
Adeline em pé nervosamente atrás dele. Eu balancei a cabeça. "Ela está
bem."
"Mova-se para que eu possa entrar." Adelaide agarrou a parte de
trás seu marido.
Quando ele começou a se mover, estalei. “Pare. Esta é uma cena de
crime. Saia até que eu possa levá-la. Eu não quero contaminar a
evidência por ter todas essas pessoas transitando por aqui."
Adeline fez uma careta para mim ferozmente, mas não cedi, o que a
irritou. "Bem."
Kettle levantou a cabeça e estava olhando para o teto. "Droga. Esta
foi uma boa noite, também.”
"Quem eu tenho que matar?" Viddy sussurrou comigo.
Olhei para ela estranhamente. "Você quer dizer Paul?"
"Não. Quem pensou que seria uma boa ideia chamar a minha irmã.
Minha irmã grávida. Minha irmã tão grávida, que está preste a estourar. A
irmã que é uma cadela furiosa se não conseguir dormir o suficiente”.
"Eu ouvi isso!" Adeline gritou da sala de estar.
"Eu quero que você ouça também, o que vai dizer, vadia!" Viddy
gritou do círculo dos meus braços. Levantando-se, usou primeiro meus
braços e, em seguida, meus ombros para empurrar-se para cima.
"Prostituta!"
“Vagabunda”
"Filha da Puta."
"Vaca preguiçosa!"
"Vagina azeda!"
Silêncio.
O mais provável é que eu cobri a boca de Viddy com a minha mão.
Kettle provavelmente tinha feito o mesmo de seu lado.
"Isso foi incrivelmente nojento." Eu finalmente disse no silêncio.
"Sim, ela é, não é?" Viddy perguntou alegremente.
"Eu não quero jamais ouvir isso novamente." Eu tremi.
Eu com certeza da porra, não quero estar pensando no sexo de
alguém ser rançoso.
"Você percebe que há cerca de dez policiais ou mais, em torno do
seu apartamento agora, não é?" Eu perguntei.
Viddy deu de ombros e estendeu a mão para mim.
Levei-a, mas não lhe dei qualquer parte do meu peso. Caminhando
para suas gavetas, eu encontrei um par de calças de malhar na primeira
gaveta, e uma camiseta na terceira, que eu prontamente a ajudei a entrar
antes de sairmos do quarto.
Com certeza, havia cinco policiais dentro da sala de estar, sendo
um deles o meu capitão. Em seguida, os bombeiros, bem como vários
membros do meu MC.
"Estão todos olhando para mim?" Viddy sussurrou em voz alta.
Sua pergunta provocou um sorriso em cada rosto lá, incluindo sua
irmã. "Não, eles não estão olhando para você. Eles estão olhando para o
homem que ainda está nu e sentado no chão de sua sala de estar.”
"O quê?" Ela exclamou em voz alta.
"Sim, Paul estava se masturbando com o cheiro de sua calcinha,
quando eu cheguei aqui. Como ele entrou?” Perguntei, olhando para o
homem em questão.
Seus olhos permaneceram baixos, mas eu podia ver o rubor corar
suas bochechas.
"Que porra é essa?" Ela gritou. "Seu tarado!"
Roncos e grunhidos de acordo seguiu sua declaração. Ele era um
doente.
"Você pode me dizer como ele entrou?" Perguntei novamente.
"Através da janela da cozinha. Eu o ouvi abrir, e depois bater na
colher que estava na borda da pia.” Ela disse com cautela.
Era uma pena que só poderia indicia-lo por invasão de domicílio.
Nós teríamos sido capazes de indiciá-lo também por destruição de
propriedade, se eu tivesse o deixado terminar.
No entanto, no momento só estava pensando em uma coisa.
Percepção tardia representa 20-20 e toda essa merda.
"Você quer dar queixa?" Perguntou o capitão, quebrando o silêncio.
"Sim!" Ela deixou escapar. "Eu quero."
Loki levou o sem vergonha do Paul para fora do apartamento de
Viddy. Ele estaria fora até amanhã de manhã. Para esta noite, porém, ele
estava indo passar na cadeia. Amanhã eu me preocuparia com o resto.
"Tudo bem, me diga o que você precisa usar pela amanhã e vou
pegar. Você vai ficar comigo esta noite." Eu a instruí.
"Mas", ela começou. "Eu não preciso ficar com você. Meu
apartamento está perfeitamente bem.”
"Sim, bem, talvez esteja, mas me sentiria melhor se você ficasse
comigo até que eu possa instalar um alarme." disse suavemente.
Ela apertou os lábios.
"Ela vai ficar com a gente." Adeline disse teimosamente. “A quero
comigo."
Depois de mais dez minutos de discussão entre as duas mulheres,
eu estava em meu caminho e levando Viddy para casa comigo, deixando
Loki para cobrir o resto do meu turno, mesmo que nenhuma das duas
mulheres estivesse feliz com isso.
“Unidade 5-2. Necessito de reforço para checar um arrombamento.
505 Oeste Oak Street. "Chama o expedidor pelo rádio.
Alcançando mais de perto o meu rádio, digo “10-4,” e dou meia
volta. O reforço veio rápido. Eu não liguei as luzes ou a sirene, mas excedi
o limite de velocidade para chegar lá em cinco minutos.
Quando paro, encontro Sebastian e Kettle do lado de fora, ao lado
do carro com os braços cruzados sobre o peito. Eles estavam em seus
uniformes azuis com a faixa brilhante em suas pernas, refletindo o brilho
dos faróis, quando paro ao lado deles.
Nenhum deles sorriu quando saí.
"Vocês não poderiam conseguir resolver?" Pergunto a ambos.
Kettle e Sebastian eram ambos os membros da Dixie Wardens, e
realmente eram bons amigos. Ou, pelo menos, eles eram antes da noite
passada quando eu tinha chateado o Kettle. O que significava que se ele
estava chateado comigo, o outro estava chateado também.
Era como se eles fossem um bando de adolescentes.
"O chefe do Departamento de Polícia, diz que temos que checar
cada arrombamento agora. Portanto, estamos aqui." Disse Kettle direto.
Oh sim. Ele ainda estava com raiva. Ah bem.
Aparentemente, Adeline lhe tinha dado a mínima sobre o fato de
que a Viddy tinha ido para casa comigo há dois dias, depois da invasão.
Na verdade, ela ainda estava na minha casa. Seu alarme deveria ser
instalado dentro dos próximos dois dias, e então ela estaria livre para ir
para casa.
Adeline estava grávida. Portanto todo pensamento racional voou
para longe. Razão pela qual ela constantemente ligava para se certificar
de que Viddy estava bem, mesmo que tivesse sido a única a nos querer
juntar em primeiro lugar.
Deixando Kosher sair, ando até a parte de trás do carro erguendo a
mala, levantando o aríete4 e pegando o halligan5.
Eu andei com os dois, um em cada mão, até a porta. Me movendo
para o lado para proteger a maior parte do meu corpo, bato com força e
grito: "Polícia!”
Quando ninguém responde, tento novamente. "Policia! Estamos
aqui para verificar se estão bem.”
Quando mesmo assim ninguém responde, puxo o aríete uma vez
que a porta era feita de madeira frágil. Assim que a ela fez contato com
porta, veio um som alto de boom, e eu estava sendo arremessado uns dez
metros para trás.
Algo me atingiu no peito tão forte que eu não conseguia respirar.
Meu corpo bateu no chão atrás de mim, com um baque duro. Bato
minha cabeça no chão implacavelmente com um baque, e olho para o céu
por longos segundos, incapaz de respirar.
Começando a entrar em pânico, agarrei a coisa quente e pesada do
meu peito, habilmente trabalhando para retirar o metal quente para longe
de mim.
"Jesus Cristo, segure suas mãos!" Kettle gritou.
Minhas mãos foram de encontro à grama fria, e eu comecei a pular.

5
"Filho da puta", Sebastian rosnou.
Senti algo escarranchar minhas pernas, mas eu não tinha tomado
uma respiração em quase um minuto e meio, e minha visão começou a
turvar.
Apenas quando o verdadeiro e real pânico começou a se estabelecer,
senti o abençoado alívio nos meus pulmões sedentos de oxigênio serem
restabelecidos.
Primeiro um, e em seguida o outro, seguido de mais, puxando
profundamente o ar para o meu cérebro o enchendo de oxigênio,
nutrientes tão necessários para cessar toda luta.
Deitei na grama com alguém contendo meus braços, e outro corpo
deitado sobre as minhas pernas.
Demorou um minuto de respiração profunda para a minha visão
voltar ao normal, e quando abri meus olhos, encontrei os olhos azuis
misteriosos do Kettle me olhando profundamente. Ele estava perto o
suficiente para que eu estivesse compartilhando o seu ar, o que não era
algo que estava acostumado.
"Você vai me beijar ou algo assim?" Eu engasguei com cautela.
“Eu ia se fosse preciso. Eu não teria apreciado de qualquer forma.”
Kettle riu, sentando sobre seus pés, me dando uma visão clara do
Sebastian abraçando meu corpo e me segurando para baixo.
"Jesus, eu sinto que isso é algum tipo de sonho bizarro." Eu rio, e
depois gemo quando a dor no meu peito, finalmente, começa a se fazer
conhecida.
Então, ouço os latidos raivosos de Kosher, e os gritos agudos de
alguém, preso ao chão por ele.
"Dê-me o colete de volta", gemi quando me sentei. "Saia das minhas
pernas, cara, preciso verificar a cena."
Sebastian se afasta relutantemente, me olhando como se tivesse
crescido em mim uma segunda cabeça.
Levanto com a ajuda de Kettle e coloco sobre os ombros o colete que
ele tinha tirado. Minha camisa foi rasgada arrancando alguns botões. Não
importava de qualquer maneira, quando olhei para baixo vi o grande
buraco de bala no meu colete.
Quando entro pela porta, com a arma na mão, que tinha deixado
cair, tomo nota da cena diante de mim.
Um homem estava deitado no chão da entrada, muito
provavelmente morto. A arma estava aos pés do homem caído, sem a
menor cerimônia, onde ele tinha os dedos flácidos.
A porta estava ligeiramente aberta, eu a empurro com o meu pé
mais longe, tendo uma visão do que aconteceu.
Não precisando de mais nada para anunciar a minha presença,
entro, chutando a arma para fora da porta, apenas no caso do homem
caído decidir se mover, em um ato zumbi e voltar dos mortos. Após
inspecionar seu pulso, estava certo de que estava definitivamente morto, e
volto a caminhar para a entrada com cautela, arma estendida na minha
frente.
A entrada leva para uma sala de estar rebaixada, que checo
rapidamente. Sabendo que Kosher estava guardando ele, limpei primeiro
os dois quartos, a lavanderia e o quintal antes de finalmente fazer o meu
caminho para a cozinha.
O que encontrei foi a merda de um obsceno filme pornô.
Balançando a cabeça em surpresa, eu chamo Kosher.
"De pé."
Kosher sentou-se sobre as patas traseiras em antecipação nervosa.
Rosnando para o homem que tinha sido detido por ele... em uma maneira
de falar.
"Está limpo!" Eu gritei, fazendo com que o cara na mesa
choramingasse. Não demorou muito para o resto do corpo de bombeiros
entrarem, seguidos por quase metade da força policial que estava de
plantão hoje.
Sebastian e Kettle ao me lado, assistiam também a cena que estava
sendo jogada na nossa frente.
"Você acha que ele percebe como está?" Sebastian finalmente
pergunta.
Eu examino o homem.
Seu corpo grande e gordinho, foi amarrado em volta da mesa de
cozinha, com elos que as pessoas normalmente utilizavam para fixar
cargas em seus caminhões e reboques. Ele estava completamente nu e
com os olhos vendados. Seu pênis estava preso a uma perna, e suas bolas
estavam amarradas na outra. Ele tinha um cabo de vassoura enfiado no
seu rabo e sua boca estava cheia com o que parecia ser uma lata de spray
de cozinha.
"Você acha que isso foi consensual?" Eu finalmente perguntei,
sacudindo os dois homens em ação ao meu lado.
Quando eles removeram a lata de spray de cozinha, da boca do
homem e a venda dos olhos, um grande sorriso de merda enfeitava o rosto
dele. "Oh, meu Deus! Vocês são apenas as coisinhas mais bonitas que eu
já vi! Onde está o meu mestre? Ele te mandou aqui para o meu
entretenimento”?
Isso foi quando saí. Eu não tinha necessidade de vê-los puxar a
vassoura fora do rabo do homem. Eu saí pela garagem que estava sendo
inspecionada pela equipe, muito feliz que tinha decidido vir. Desta
maneira evitei contaminar a cena do crime. Quer dizer, de que outra
forma teria sabido o passatempo favorito do homem? Cada uma das
paredes estava coberta de brinquedos de fetiche.
Eu não era ninguém para reclamar sobre as tendências de outro
ser humano, mas tenho certeza da porra, que não queria pensar sobre os
dois homens, ambos quase obesos, fazendo as coisas que vi hoje, sobre as
várias peças do mobiliário que enfeitavam a garagem.
Felizmente a porta da garagem funcionou, porque não tinha certeza
se eu poderia lidar com qualquer coisa a mais do que a minha imaginação.
Isso e meu peito estava começando a doer como um filho da puta. Graças
a Deus, o meu turno estava acabando em apenas dez minutos. Eu
precisava de umas malditas férias depois dos últimos dois dias.
Que eu certamente estaria tomando.
“Trance?" A voz de Viddy chamou da cozinha, quando entrei pela
porta da frente da minha casa.
Segui o cheiro de molho de espaguete até que encontrei Viddy de pé,
perto do fogão, com uma panela de água fervendo e outra com molho e
almôndegas.
Minhas sobrancelhas vincaram enquanto as minhas mãos
começam a suar. Como ela cozinhava quando não podia ver? Como ela
saberia se algo de ruim acontecesse?
"Trance?" Viddy perguntou preocupada.
"Bem aqui." Eu rujo, caminhando até a mesa, me livrando do meu
cinto de arma e chaves. O colete de Kevlar já tinha se transformado em
evidência e eu tinha um novo para pegar antes de voltar ao trabalho
dentro de dois dias.
Kosher tinha farejado com o nariz para a cozinha, bem como, se
aproximado de Viddy e se inclinou para ela, esfregando a cabeça peluda
ao longo da sua mão esquerda que estava pendurada ao seu lado.
Uma vez que todas as minhas coisas estavam fora do meu corpo,
ando até Viddy e coloco um beijo em sua bochecha.
"Como foi seu dia?" Perguntei, inclinando meus quadris contra o
balcão.
Eu vi quando ela agitou o molho, enquanto falava. “Foi bom. Eles
encontraram o menino que colocou as drogas no armário do Falco. Era
outro menino que Falco tinha tido um desentendimento naquela semana.
O garoto foi suspenso e tem de frequentar a escola alternativa para o
resto do ano.”
Isso me fez feliz. Depois de ouvir o quanto Viddy o amava, esperava
que ele não virasse a merda na cabeça, como alguns adolescentes.
"Isso é bom. Como você cozinha quando não pode ver?" Eu soltei
quando ela começou a ir para a panela de macarrão fervendo, com seu
pegador de panela nas mãos.
Eu a empurrei para o lado e esvaziei a panela na pia, e depois
coloquei o macarrão de volta na panela, antes de colocá-la na bancada de
madeira ao lado da pia.
Ela olha na minha direção e depois joga a mão inocentemente.
Exceto que ela bateu na minha direita, no peito machucado, onde
tinha levado um tiro no peito, apenas uma hora mais cedo. Eu me dobro,
lutando para conter a náusea que ameaçava subir e sair pela minha
garganta.
"Trance?" Ela perguntou preocupada quando me ouviu gemer de
dor.
Endireito-me a meio caminho, tentando o meu melhor para me
livrar da dor agonizante no meu peito.
"Eu estou bem."
Eu conto sobre o que aconteceu durante as últimas horas, ela olha
para mim com horror. "Você levou um tiro?" diz, choramingando.
Eu balancei a cabeça. "Sim. Tomei um tiro no peito. Arremessou-me
uns dez pés para trás.”
Não foi até que eu vi as lágrimas rolando pelo seu rosto, que pensei
sobre o que tinha acabado de dizer e como falei entediado. O que não
poderia ter sido mais longe da verdade.
"Eu estou bem, querida." Eu digo enquanto a puxo para o meu
peito e passo meus braços em torno dela.
Ela enterra o nariz no meu peito, e estremeço quando o queixo
encontra o ponto sensível, mas eu não a deixo ir.
"Você assustou o inferno fora de mim. Seu trabalho me dá
arrepios." Ela murmura.
"Isso me dá arrepios, também. Estou na polícia por onze anos. Eu
quase perdi minha paixão por ela. Tenho trinta e três dos sessenta meses
que falta para me aposentar da polícia." Eu digo antes de dar-lhe um beijo
na testa.
"Você entrou para polícia ainda tão jovem?" Ela perguntou surpresa.
"Eu estava na força aérea durante cinco anos. Estava na força de
segurança. É onde obtive o K-9. Eu comecei a treinar o meu primeiro cão
quando tinha dezenove anos. A partir daí, fiquei obcecado. Quando saí da
Força Aérea, entrei para o Departamento de polícia em Las Vegas e
trabalhei com outros quatro K-9 treinados por cinco anos, antes de vir
para Benton. "Expliquei.
"Você gostou de Las Vegas? Isso parece um lugar que teria
toneladas de diversão.” Ela disse melancolicamente.
Eu faço uma careta. Na realidade, eu odiava estar lá. Era uma luta
constante com bêbados beligerantes, turistas que estavam lá por um
"bom tempo" (E para sua informação, se você fode em Las Vegas, é certo
como a porra que não fica em Vegas, não importa o que diz o ditado).
Em seguida, há as prostitutas, drogados e os constantes crimes.
Eu tinha trabalhado com os tiras por anos e tinha ficado queimado
na busca constante de drogas. As perseguições. Os tiroteios. A
quantidade mais estúpida que já tinha ouvido falar de homicídios. Isso
me irritava e eu estava cansado disso.
Então vim pra Benton. A menor cidade que pude achar que estava
contratando no momento. Foi a melhor decisão da minha vida.
"Foi muita diversão para todos, exceto para polícia. Ela fica velha
muito rápido. Confie em mim." Eu digo, soltando-a e indo para o armário
de pratos.
Ela deve ter ouvido o tom oculto de tristeza e vergonha na minha
voz. Viddy era perspicaz como o inferno, sua próxima pergunta me trouxe
de volta ao pesadelo que terminou com o meu tempo em Las Vegas.
Tornando-se a chegar a um ponto insuportável tão rápido que minha
cabeça girava.
"Por que você se mudou para cá a partir de Las Vegas? Parece uma
mudança drástica”, disse Viddy na ignorância.
Os pratos que estavam em minhas mãos foram colocados
suavemente sobre o balcão, e firmo minhas mãos no balcão, deixando cair
a cabeça em derrota. Meu maior arrependimento. O que não salvei.
"Um caso chegou a mim e simplesmente não podia segurar mais.
Eu precisava escapar para algum lugar que não tinha tanta dor ligada.
Estava cheio de tanto drama.”
"Você vai me contar sobre isso?" Viddy perguntou, colocando a
cabeça no meu peito.
A história saiu de mim. Vertendo como ácido para fora da minha
garganta.
Eu estava indo para o almoço.
Odeio comer fora, mas pelo menos o Subway era uma das escolhas
mais saudáveis.
Para chegar ao Subway de onde estava, eu tinha duas opções. Uma
tem que seguir o caminho curto e cortar o coração de Las Vegas e a outra
era atravessar uma grande ponte que passava em torno da cidade.
Normalmente, eu iria pela cidade, mas não até alguém encostar. Era
inevitável. Todas as vezes. Em vez disso, fui para a avenida que ficava ao
redor e comecei a dirigir. Tinha sido um longo dia, e estava cansado. Eu só
queria chegar em casa.
Claro, nada acontece da maneira que deveria.
Nunca.
Olhei para cima, quando notei uma grande SUV movendo-se para
mim. Desde que eu estava indo a quase dez quilômetros acima do limite de
velocidade, não lhe dei um segundo pensamento quando a mulher passou
por mim.
Claro, era incomum qualquer um passar um policial, mas eu gostava
quando as pessoas dirigiam normalmente em torno de mim.
Era muito difícil acontecer, quando tudo o que tinha que fazer era
passar perto de alguém, para eles começarem a dirigir tão perfeito quanto
podiam. Como se não fosse óbvio para mim que a única razão pela qual
eles estavam indo no limite de velocidade era porque me viram.
E sim, quando você olha para frente e eles se recusam a fazer
contato visual com o policial, só se tornam mais suspeito.
Eu tive que sorrir quando a mulher passou. Foi uma lufada de ar
fresco; tomando coragem de passar por um policial, não importando qual
seja a situação.
Não demorou muito para que a mulher estivesse fazendo a curva e
não podia mais vê-la do carro.
Eu dirigi por mais cinco minutos antes de ir para a ponte... e ver a
SUV que me passou.
Em um ângulo estranho ao lado da estrada, puxei um suspiro.
Como disse, nada nunca é fácil. Tudo o que acontece na vida, tem
uma reação oposta. Eu gostava de pensar que as coisas aconteceram por
uma razão, por ter me colocado nesse caminho, o destino tinha tentado
interceptar o que estava prestes a acontecer.
Saindo do carro, abri a porta para Radar e saímos para verificar o
veículo.
O motor do SUV estava desligado, o clique-clique suave deixou-me
saber que não tinha sido por muito tempo, caso contrário, não estaria
acontecendo.
Dando uma espiada nas janelas e não encontrando nada, comecei a
verificar a área.
"Senhora?" Gritei.
Sem resposta, continuei a avançar até que estava dentro de dez
passos da ponte.
Quando eu vi, meus olhos não entenderam completamente.
Demorou alguns balanços do corpo pendurado na corda, para
compreender plenamente o que tinha acontecido, então comecei a correr.
A mulher na outra extremidade da corda não estava lutando.
Quando cheguei à corda, comecei a puxar a corda, sobre a minha
mão.
Eu não tive qualquer outra opção, já que a outra alternativa era
cortar a corda e perdê-la para o desfiladeiro abaixo.
Agradeci a Deus a mulher estar do lado menor; caso contrário, não
teria sido capaz de levantá-la por mim mesmo. Com puxadas rápidas e
eficientes, eu tinha a puxado rapidamente sobre a ponte e coloquei seu
corpo flácido para baixo no asfalto quente.
Depois de solicitar um médico, senti o pulso e não encontrei nada.
Foi quando eu comecei o CPR.
No momento em que a ambulância chegou, meus músculos
queimavam por causa do esforço e estava suando como um porco no sol do
fim de tarde.
"Assumirei as compressões. Eu vou entubá-la." Um médico disse
para o outro.
Eu me retirei, relutante, para deixá-los fazer o seu trabalho, mas
tinha zero esperança.
A mulher estava morta. Não havia outra explicação para isso. Ela
estava dura como uma maldita tábua. Depois de quase 15 minutos de CPR
e sem pulso, eu tinha quase certeza de que ela não iria voltar.
Eu tinha trabalhado muitos casos com pessoas mortas, e não havia
dúvida de maneira nenhuma.

Meu medo se confirmou vinte minutos mais tarde, quando liguei


para verificar a paciente e eles me disseram que a mulher não sobreviveu.
“Seu pescoço tinha sido quebrado com o impacto da queda." Eu
disse rigidamente. "Quando realizava uma pesquisa em seu veículo,
encontrei uma medalha de honra e uma nota. A nota dizia que chegou a
notícia de que o marido não estava voltando para casa da guerra. Que ele
tinha morrido atingido por uma bomba. Ela disse que não podia viver sem
ele, que nunca quis, e decidiu se juntar a ele na vida após a morte. Que o
amava demais para viver sem ele."
"Isso é simplesmente horrível. Oh Deus. Quão terrível." Viddy
sussurrou tristemente.
Foi horrível. A coisa toda era apenas uma situação totalmente
distorcida. Uma que afundou minha carreira em Las Vegas tão
completamente, que estava cansado desde então.
Eu não conseguia dormir à noite, tinha pesadelos. Eu repassei
certos casos, uma e outra vez. Assim, grande parte deste mundo era tão
escuro e desagradável, que às vezes eu não podia ver a luz.
Ou, pelo menos, não tinha sido capaz... até que eu conheci Viddy.
"Que tal a gente comer?" Eu sugeri para tentar aliviar o clima,
mesmo que essa era última coisa que, juro por Deus, queria fazer naquele
momento.
"Claro", ela disse suavemente.
Pegando uma enorme quantidade de espaguete, e, em seguida,
afogando com molho, sentei-me à mesa, observando enquanto ela fazia
seu prato de comida.
Nem uma vez derramou, sacolejou, nem mesmo no caminho. Ela
estava fazendo isso como se estivesse vendo e me surpreendeu.
"Eu espero que você não fique ofendida com isso, mas acho que é
verdadeiramente impressionante que possa fazer tudo isso sem enxergar."
Ela encolhe os ombros enquanto se senta, colocando o guardanapo no
colo e colocando seu cabelo atrás das orelhas, antes que comece sua
primeira mordida. "Eu sei que não é diferente. Sério, porém, o que você
faria agora, se perdesse sua visão? Se enrolaria em uma bola e lamentaria
sobre o que foi tirado de você? Não. Você sorriria e suportaria apenas
como eu fiz. Aprendi a lidar. Eu aprendi a fazer coisas que os outros
achavam que seria impossível. Inferno, eu mesmo posso fazer a língua
dos sinais. Você sabe como? Senti com as minhas mãos cada palavra. É
assim que ouvi e aprendi. Só porque alguém é cego, surdo ou não pode
andar, não significa que eles não possam aproveitar a vida”.
"Isso me faz sentir humilhado." Eu digo balançando a cabeça.
Então comi uma mordida de seu macarrão, embora o meu
estômago ainda esteja agitado de reviver um dos meus maiores pesadelos.
Eu comi cada pedaço, e, em seguida, coloquei o prato no chão para os
cães que estavam todos aguardando no meio do chão da cozinha
aguardando o comando.
Pedaços que Viddy tinha evitado.

"Não não. Nããão."


Um gemido me acordou de um sono profundo.
Sentando na cama, fiquei confusa por alguns momentos, enquanto
meu cérebro se encontrava com o meu corpo e foi então que ouvi os
baixos gemidos de Trance.
Eu podia ouvi-lo a partir de seu quarto e por toda a extensão da
casa. Ele me deixou em seu quarto de hóspedes.
Em algum lugar no tempo em que estive aqui no passado e agora,
ele fez uma reforma fazendo uma nova suíte no quarto de hóspedes. A
última vez, tinha dormido em sua cama.
Eu respirava o perfume masculino dele enquanto dormia, reunindo
seu cheiro reconfortante. Rolando para os meus pés, saí do quarto,
mantendo a minha mão na parede. Sem me incomodar com a luz, porque
que inferno faria diferença?
Eu tinha arrumado a casa quando fiquei sozinha à tarde e tive
certeza que sabia onde estava tudo. Eu andei todo o caminho até o
corredor antes de encontrar o meu primeiro obstáculo.
Radar.
Eu sabia que era ele pelo longo.
Ele não estava deitado, mas mais como esperando por mim na
escuridão. Ele me cutucou para frente, colocando a cabeça debaixo da
minha mão e me levando até a cabeceira de Trance.
Os gemidos estavam cada vez mais devastadores quando cheguei
mais perto, e pelo tempo que cheguei ao seu lado, estava muito perto das
lágrimas apenas pela agonia crua na sua voz.
"Trance?" Eu chamei suavemente.
Trance não se moveu. Nem sequer se mexeu.
"Trance", chamo mais alto, colocando a minha mão em seu corpo,
era o seu peito. Ele estava deitado de costas. Movendo minha mão para o
lado de suas costelas, dou-lhe um bom empurrão, mas ainda nada. Ele
estava preso em seu próprio pesadelo.
Movendo-me para a cama, monto seus quadris e começou a movê-
lo um pouco mais forte, agarrando-o pelos ombros.
"Trance, querido. Acorde."
Sabe aquele momento em que você assiste a um filme e a mulher
desperta o homem do seu sono e ele acorda e inverte as suas posições?
Onde a mulher é virada de lado na cama e acaba por baixo dele?
Sim, com Trance não funciona assim. Em vez disso, apenas me rola
e me joga no chão.
Minha cabeça bateu no lado da mesa de cabeceira, quando caí me
fazendo estremecer.
Eu não poderia deixar de rir, porém foi o que finalmente o
despertou do seu sonho.
"Viddy?" Ele perguntou.
Eu ouvi o clique da luz, e então vi.
Vi isso!
"Oh, meu Deus." Eu respiro. "Eu posso vê-lo com metade do meu
olho esquerdo."
O rosto de Trance passou de franzindo a testa para confuso. E
então lentamente se transformou em alegria.
Eu estava sentindo todas essas coisas também. Alegria, confusão,
esperança, negação, tudo o mais.
De repente fui içada pelas minhas axilas como seu tivesse feito isso
antes.
"Eu posso vê-lo a partir daqui." Eu sussurro esperançosamente, a
partir do meio do meu olho esquerdo fazendo um movimento de varredura
com a minha mão para a esquerda.
Seu sorriso era uma porra de bonito. Fora de todas as coisas no
mundo que queria ver ao longo dos anos, seu sorriso e seu rosto tinham
estado no topo da minha lista.
"Você tem uma covinha no queixo." Eu digo, indicando o entalhe no
queixo com o dedo.
Ele sorriu, e suas covinhas saíram. Honestamente as covinhas de
Deus. Ele também tinha uma fileira de dentes bonitos, perfeitamente em
forma e brancos.
"Deus, você é realmente lindo. E seus olhos!” Eu digo, inclinando-
me mais perto até que estava olhando para a esquerda, nas estrias e
manchas de azul.
Sua respiração parou no seu peito com a minha proximidade e
quando comecei a me afastar, finalmente percebendo o que estava
fazendo, ele me segurou firme, se recusando a me deixar ir.
"Trance", digo hesitante. "Uhh, me desculpe por acordá-lo, mas
você estava tendo um pesadelo.”
Ele assentiu. "Eu os tenho muito. O que aconteceu aqui?" Ele
perguntou quando esfregou o dedo sobre a marca na minha testa onde
tinha atingido a mesa de cabeceira.
"Eu bati com a cabeça na mesa de cabeceira, quando você rolou."
Eu digo timidamente. "Eu estava tentando acordá-lo. Você sabe, nos
filmes, isso nunca funciona assim."
Ele ri, e depois se inclina para frente, colocando seus quentes,
lábios molhados sobre a marca. "Eu sinto Muito. Eu não sou realmente
um príncipe encantado".
"Tudo bem, realmente não estou procurando o Príncipe Encantado.”
Inclinando-me mais perto, estava a milímetros longe de seus lábios
quando a porta do quarto se abriu.
"Que porra, Bro! Você deveria me pegar no aeroporto!”
"Quem é a garota?" O homem perguntou e depois pulou sobre a
cama ao nosso lado, deitando e fechando os olhos.
Ele era alto como Trance. Mesma cor de cabelo loiro, apenas que
seu cabelo era ondulado em vez de encaracolados insanamente.
O mesmo furinho no queixo. Mesmas covinhas. Ele também estava
com o dobro do tamanho de Trance, músculo fortes, o que dizia muito, já
que Trance não era um homem pequeno. Na verdade, ele era muito, muito
grande na minha opinião, o que fez o homem agora se enrolando na cama
ao meu lado mais semelhante a um gigante no departamento muscular.
"Viddy," Trance rosnou, cobrindo-me com o lençol. "Eu gostaria que
você conhecesse meu irmão. O imbecil."
"Eu pensei que eu era o imbecil." Disse outro homem da porta.
"Você me disse da última vez que era eu. Eu quero ser o imbecil. Ele pode
ser o cabeça de merda".
Aquele era da mesma altura que Trance, mas seu cabelo era um
quase branco neve, encaracolado como o de Trance. Mesmas covinhas.
Mesmo furinho no queixo. Mesmos músculos. Ele era mais do que eu
chamaria de resistente. Oh, ele tinha músculos, mas dos três, ele é
definitivamente o menor. E mais jovem. Ele ainda tinha um pouco de
olhar juvenil.
Sua mãe e seu pai devem ser malditamente lindos.
Em seguida, ele também foi para a cama, intercalando-se entre
minha coxa e o outro homem.
Eu ri.
Sério, quem não podia rir em um momento como este? Eu estava
enxergando apenas com a metade da visão.
Três homens lindos estavam comigo na mesma cama.
"Viddy, no seu lado mais distante é o meu irmão mais velho, Miller.
O que está usando sua coxa como travesseiro é meu irmãozinho, Foster."
Ele riu. Era óbvio que todos eles eram muito próximos.
Especialmente desde que Trance não os chutou para fora da cama
ainda.
Mesmo depois que eles me encontraram montando seu irmão.
"É um prazer conhecê-los. Eu ouvi muito sobre vocês." Eu disse,
sorrindo ligeiramente para eles.
"Aposto que lhe disse tudo de ruim que já fizemos, hein?"
Perguntou Miller, olhando para Trance.
Eu ri novamente.
Para não ficar de fora, Radar saltou para a cama, se colocando
sobre o peito de Trance e meu colo, lambendo o rosto de Foster.
"Pare seu grande galoot6." Foster riu.
"Como é que vocês passaram por Radar e Kosher?" Perguntei,
curiosa.
"Eles nos amam. Nós realmente vimos você andando em direção ao
seu quarto mais cedo, por isso, deixamos vocês terem alguns minutos,
antes de vir anunciar a nossa presença." Foster disse enquanto puxava
Radar até que ele foi tirado da cama. Kosher, para não ser ignorado,
levantou-se do lado de Miller e começou a lamber, também.
"Não é suposto a cama ter tantas pessoas." Trance disse secamente.
Olhei em volta, examinando o espaço, ainda praticamente tonta
dentro do que era capaz de ver, embora não muito bem. Era bom o
suficiente para mim, embora. Se não recebesse mais nada para o resto da
minha vida, eu seria feliz.

6 Um grande indivíduo mudo.


"Então, já que todo mundo está acordado às..." Trance olhou para o
relógio em seu pulso. "04:43 podemos ir tomar café da manhã. Eu não
tenho nada para cozinhar. Cracker Barrel ou IHOP?"
"Cracker Barrel".
"Taco Bell."
"McDonald's."
Eu ri da exasperação escrita por todo o rosto de Trance. "Taco Bell e
McDonald's são mesmo opções, babacas?"
É claro, foram os irmãos que vieram com as duas sugestões que
não eram opções. Eu era uma conformista. Eu era daquelas que
concordava com a maioria das pessoas.
Embora, agora que eles haviam mencionado, Taco Bell parecia
muito bom.
E foi assim que acabamos no Tahoe7 de Trance, dirigindo para Taco
Bell às cinco da manhã.
"Precisamos de algumas músicas!" Miller declarou em voz alta,
assim que estávamos saindo da garagem de Trance.
Eu estava na parte de trás com Foster, enquanto Miller se sentou
na frente com Trance.
Quando a única coisa que Miller encontrou na rádio foi noticiários,
ofereci meu telefone. "Eu tenho Pandora. Você vai encontrar qualquer
coisa que quiser ouvir." Avidamente, Miller pegou o telefone da minha
mão, ligou e abriu o aplicativo Pandora. Embaraçosamente o suficiente, a
primeira canção que carregou era Hakuna Matata.
Depois de alguns momentos de silêncio atordoado, me vi olhando
para três homens adultos, todos eles ostentando barbas, cantando a
canção da Disney no topo de seus pulmões com as janelas abertas. Eles
estavam dançando e se balançando, agitando o SUV com seus
movimentos. Miller ainda tirou os antigos movimentos de escola com o
regador e o robô.
Eu ri pra caramba quando nós paramos no semáforo de um
cruzamento longe de Taco Bell, e olhei para ver um carro cheio de
adolescentes olhando para nós com cautela.

7 Modelo de carro.
Em seguida, fizeram o que os adolescentes fazem, aceleraram o
motor do seu pequeno Mazda quatro portas. Trance, para não ficar de
fora, continuou cantando, mas fez questão de acelerar o seu próprio
motor.
O de Trance era mais alto. Era um V8 com cabeçote e um escape
Flo Master. Nunca ia ser uma comparação.
A música terminou, mudando para a próxima, que passou a ser A
Whole New World8. Que também era conhecida por cada homem. E foi
assim que eu me vi andando em um carro cheio de adolescentes para o
Taco Bell local com todos eles cantando como se estivessem na Broadway.
FYI9... Trance ganhou.

"Eu gosto da sua menina." Disse Miller inclinando sua cerveja na


direção de Viddy. "Eu pensei que ela fosse cega embora."
Olhei para Viddy quando jogava um pedaço de pau para Mocha e
Tequila. Os dois filhotes correram atrás, e, em seguida, voltaram lado a
lado, oferecendo seu prêmio de guerra para Viddy jogar novamente.
"Sim, ela é." Eu disse, e depois expliquei sua condição.
"Então o que, ela vê, mas não vê?"
Dei de ombros, tão confuso com sua condição como ele estava. "Eu
acho. Ela estava enxergando com metade de seu olho esquerdo esta
manhã, mas no final do trabalho caiu para um quarto. Parece que o
estresse e seu ambiente afetam sua visão".
"Isso é uma merda fodida. Ainda assim, porém, eu gosto dela. Você
deve lhe colocar um anel." Disse Miller.

8
Música do desenho Aladdin kkk
9
For your information - Para sua informação.
Eu bufei. "Aquela mulher ali tem uma raia de independência de
uma milha de largura. Se nós ficarmos juntos, não haveria nenhuma
maneira que eu poderia abster-me de ajudá-la em uma base diária, o que
acho que ela ia acabar odiando."
"Você a quer. O que mais há para questionar?" Foster afirmou.
"Se ela pudesse lidar comigo sendo um policial. Eu fui baleado
ontem, e ela não lidou com isso muito bem. No dia anterior, puxei um
adolescente e ele cortou meu rosto com uma tesoura. Ela não lidou com
isso bem, também. Não tenho certeza que está talhada para ser mulher de
um policial."
Eu não sabia quem estava tentando convencer. Eles ou eu.
Não era que não quisesse Viddy.
Eu queria, como a colheita precisa da chuva.
Todo dia pensava nela. Ela era a primeira coisa a cruzar minha
mente, todas as manhãs, e a última antes de dormir à noite. Mas já fiz a
coisa toda de namorada assustada-por-seu-homem.
Lembro exatamente o que senti ao ter meu coração arrancado do
meu peito, por uma mulher que era suposto estar lá para mim, nos bons
e maus momentos, e não queria lidar com isso novamente.
Era por isso que sempre ficava com aquelas que não tinham
qualquer expectativa comigo.
Tillie, por exemplo. Ela era uma hoe-fo'-sho'10", mas tinha uma boa
cabeça e não me pedia mais nada.
Viddy, porém, não seria para apenas uma transa rápida. Ela iria
exigir coisas de mim. Coisas que não estava mais disposto a dar.
Principalmente meu coração.
Eu aprendi minha lição.
"Eu acho que você deveria dar uma chance, irmãozinho." Miller
disse suavemente.
Olhei-o, e vi o olhar em seus olhos. O único que disse que sabia o
que estava sentindo.
Nós, os três irmãos, passamos por quase a mesma coisa.

10
Hoe-Fo-Sho - Uma menina que é muito óbvia ou notória de ser uma piranha ou vagabunda.
Bree, minha ex, me deixou após um particular negócio com drogas
que tinha ido muito mal, me deixando com uma cicatriz que se estendia
do quadril as minhas costas. As ex's de Miller e Foster os deixaram
porque não puderam lidar com seus homens estando nas forças armadas
e em perigo o tempo todo.
Nossa mãe pensou que ela esteve horrivelmente errada quando se
tratava de seus filhos. Meu pai, porém, sabia o placar. Ele esteve no
serviço militar por quase toda a sua vida, e teve a sorte de encontrar
alguém que ficou com ele entre os bons e maus momentos. Ele teve
amigos, no entanto, que não tiveram tanta sorte.
"O que ela está fazendo aqui?" Perguntou Miller.
"Seu ex invadiu sua casa enquanto ela estava lá e começou a se
masturbar com o cheiro de sua calcinha. Ela estava assustada, assim veio
para casa comigo até que eu consiga o alarme instalado." Expliquei.
"O que aconteceu com ele?" Perguntou Foster.
"Ele saiu com um ano de liberdade condicional. Não foi suficiente,
mas pensei em ter uma conversa com ele, para que saiba o que vai
acontecer se decidir persegui-la de qualquer maneira."
Eles grunhiram em reconhecimento. Eu tive a sensação de que não
iria sozinho. Especialmente desde que já tinha Kettle e Loki mastigando
para irem juntos, também. Seria um grande carnaval de merda.
Foster, vendo Viddy se aproximar assim como eu, mudou de
assunto.
"Acho que devemos ir pescar amanhã. Eu tenho mais uma semana
de licença antes de ter que voltar. Eu realmente poderia usar um pouco
de tempo relaxante." Foster gemeu.
Olhei para o meu irmão mais novo, vendo o cansaço revestindo sua
boca e olhos. Embora sempre estava com um perpétuo bom humor, sabia
quando não estava. Nós três sabíamos quando os outros estavam
sofrendo. Nossos pais gostavam de chamar isso de vínculos de irmãos.
Nós apenas gostamos de chamar de percepção.
Nós éramos tudo um do outro, quando estávamos crescendo. Nós
vivemos na Alemanha, França e tantos outros países que era difícil
nomeá-los todos quando éramos jovens.
Papai ia onde a Marinha o enviava e nós, obedientemente, o
seguíamos.
Os meninos Spurlock sempre cobriram as costas uns dos outros, e
que Deus ajude alguém que tentasse pegar um de nós, porque os outros
irmãos não iriam deixar você esquecer com quem fodeu.
Eu sempre pude contar com eles.
Sempre.
"Claro, tenho que correr para o apartamento de Viddy amanhã
porque estou instalando o alarme, mas Max e Gabe já devem estar lá cedo,
então depois nós estaremos livres para ir." Digo, quando Viddy pisou na
varanda.
A boca de Viddy se apertou, me fazendo mal conter o sorriso que
queria ultrapassar meu rosto.
Viddy não estava feliz que paguei pelos materiais e mão de obra
para instalarem o alarme.
Meu argumento era de que fui o único a contratar os homens mais
caros de Ark-La-Tex11, então iria pagar por isso. Fim da história.
Ela não teve mais nada a dizer sobre isso. Meu palpite era que não
queria lutar comigo sobre o assunto. Ela descobriria uma maneira de me
pagar eventualmente. Ela era desonesta assim. Eu teria que estar atento
apenas no caso dela tentar começar a escorregar notas para mim em
locais aleatórios.
"Quem é Gabe e Max?" Perguntou Miller.
"Eles executam um moderno Underground Railroa12 para senhoras
que estão tentando escapar de situações abusivas, junto com outros três
homens. James, um dos membros do Free, é casado com a irmã de
Sebastian. Sebastian e Sam, outro dos membros, são irmãos. Silas é o pai
deles. Eles têm mães diferentes embora. Eles a colocam na capital e
juntos apagam sua identidade e lhes dão uma nova vida. Eles a colocam
em seu caminho com uma conta bancária agradável, um novo nome e
garantem sua segurança. "
Viddy explicou jovialmente.

11 Ark-La-Tex, Arklatex ou ArkLaTex é uma região sócio-econômica dos EUA, na fronteira entre os estad
os de Arkansas, Louisiana, Texas e Oklahoma.
12 O Underground Railroad era uma rede de rotas clandestinas existente nos Estados Unidos da Améric

a durante o século 19, que era usada para a fuga de escravos africanos para os estados do norte ou pa
ra o Canadá, que eram livres da escravidão, com a ajuda de abolicionistas.
Como se, o que eles faziam, fosse a coisa mais impressionante no
mundo.
Eu pisquei para ela, surpreso que soubesse tanta coisa sobre eles.
Os homens de Free tinham os lábios muito fechados sobre o que eles
faziam. Eles tiveram que ter, ou as mulheres que ajudaram estariam em
perigo.
"Como você sabe tudo isso?" Perguntei, desconfiado.
"As pessoas tendem a falar em torno de mim. Por alguma razão,
eles veem a garota cega e assumem que sou burra demais para perceber o
que está acontecendo. Isso ou tendem a me deixar em segundo plano na
maioria das situações." Ela encolheu os ombros.
"Então, o que mais você aprendeu?" Perguntei preocupado.
Ela sorriu enigmaticamente. "Oh, não muito. Bem, um pouco. Você
vai ter que me levar para ver um filme antes de dizer, no entanto. Eu não
fui capaz de fazer isso há anos."
Com esse comentário, ela saiu, andando de volta para dentro, nem
mesmo nos dando outro olhar.
Levando metade do meu coração com ela.
"Oh, ela é perigosa." Miller riu.
Revirei os olhos. "Sim, agora você sabe porque tenho que manter
alguma distância entre nós, até que saiba se ela pode lidar com meu
trabalho ou não."
"Sim, boa sorte com isso." Miller disse enquanto tomava o resto de
sua cerveja. "Agora, vamos comer um pouco desse frango frito que ela fez.
Cheira fodidamente bem."
"Que porra é essa?" Foster perguntou quando apontou para a peça
de equipamento que Max tinha em suas mãos.
Max era um grande filho da puta.
Alto com ombros de um linebacker. Ele era da minha altura, com
cabelo curto e uma porra de uma cicatriz no rosto.
Ele e Loki eram duas ervilhas em uma vagem no departamento de
cicatriz.
"Isto," Max disse enquanto segurava o mais novo dispositivo que ele
estava instalando na casa de Viddy. "Isto é a minha mais nova aquisição
do meu antigo CO13. É um protótipo que estávamos implorando para usar.
Só tivemos que esperar as circunstâncias corretas. Veja, sua irmãzinha é
cega também. Ele conhece todas as dificuldades que elas passam. Ele
mandou um extra."
Seu sorriso era positivamente diabólico.
Gabe estava ocupado mostrando a Viddy como usar o seu novo
sistema. O que fazer e não fazer. Quais os recursos que tinha no caso de
precisar deles. Certo, então ele estava ocupado colocando um controle
remoto na sua mão.

13
Comandante.
Só que ele ergueu seu punho, usou os dedos para abrir a sua mão,
e, em seguida, fechou a mão ao redor da dela para fazê-la apertar o
aparelho, o que fez meu sangue ferver.
Era irracional.
Eu sabia que Gabe era muito bem casado, com três filhos, um dos
quais completou nove meses de idade na semana passada. Eu mesmo o vi
mostrando fotos de seu bebê quando chegou.
No entanto, a minha mente não se importava que ele era casado.
Tudo o que ficava gritando na minha cabeça era que algum homem tinha
as mãos sobre ela.
"Que porra é essa?" Exclamou Max.
Todos nós nos viramos para onde Max estava parado perto do
armário, e o que vi fez meu estômago embrulhar.
Não, não era o arsenal de armas que Viddy tinha no armário do
quarto. Nem o pôster de N’Sync que tinha colado na porta do armário.
Era a minúscula câmera do tamanho do meu dedo mindinho, que
Max tirou, que provocou essa reação. Gabe viu a pequena câmera do
outro lado da sala, puxou Viddy por seu cotovelo antes que pudesse ver
alguma coisa, deixando meus irmãos, Max e eu para trás. Todos olhando
para a câmera.
"É ao vivo?" Eu disse asperamente.
As palavras estavam cruas na minha garganta.
Usando uma bandana vermelha que tinha no bolso de trás, Max
pegou a câmera com cuidado, tendo o dobro de cuidado para não sujar
nenhuma impressão duradoura.
"Tem alguma lanterna?" Max perguntou com uma sobrancelha
levantada.
Miller foi o primeiro a entregar-lhe uma fora de seu próprio bolso.
Era uma pequena Mag-Lite14 do tamanho de uma caneta.
Acendendo-a em seu armário, ele encontrou fios que conduziam a
uma caixa alimentada por uma pequena bateria.

14
"Seja o que for, ele tem que voltar aqui para verificá-la." Max disse
quando nos mostrou a caixa que arrancou do teto.
Nós todos nos reunimos em volta, olhando para o pequeno pedaço
inocente de equipamento que provavelmente capturou muitos momentos
privados de Viddy.
"Esse namorado idiota dela vai morrer." Foster declarou ao meu
lado.
Olhei para ele. "Morrer é bom demais para ele. Eu voto em enviar o
filho da puta para a cadeia e colocar alguns serviços no sistema por um
tempo." Eu disse quando puxei meu celular do meu bolso e fiz algumas
chamadas.
Depois de conversar com Loki e obter sua confirmação de que ele
iria enviar uma equipe para procurar por mais impressões e coletar as
evidências, declarei: "Viddy está indo com a gente. Vocês se importariam
de ficar aqui até meus meninos chegarem? Se nós a deixarmos aqui mais
tempo, ela vai descobrir o que aconteceu. Eu quero ter certeza de que era
realmente dele antes de lhe dizer o que está acontecendo."
"Absolutamente." Max concordou imediatamente.
O mesmo não pode ser dito da mulher na outra sala. Ela era como
uma besta irracional quando se tratava de sua independência.
Depois que eu assegurei que lhe diria mais tarde, ela concordou.
Relutantemente

Eu nunca fui pescar antes em um barco. Nem saído com um grupo


de homens que tinham bebido.
No entanto, dito isto, foi a coisa mais divertida que já tive na minha
vida.
Quando nós chegamos em primeiro lugar, Trance colocou o reboque
habilmente na água com Foster e Miller já no barco. Eles sequer
chegaram a tirar do reboque completamente antes que alguém percebesse
que tinham esquecido de colocar o plugue.
O plugue, Trance explicou, era um pequeno dispositivo que você
tinha enroscado na parte de trás do barco para manter a água fora.
Quando estiver terminado, puxa o plugue para fora, e toda a água que
recolheu no barco iria escorrer para fora.
Com todas as brincadeiras e xingamentos, cada um dos homens
esquecera que ninguém fez a verificação habitual para se certificar de que
tinham tudo o que precisavam.
Eles não esqueceram o cooler cheio de cerveja e queijo, entretanto.
Ou as minhocas e pequenos peixinhos bebês que eles usariam
como isca.
Após o fiasco de colocar o barco na água e, em seguida, tentando
tirá-lo novamente antes que afundasse, eles se estabeleceram no lago
para fazer algum tipo de ligação de irmãos, comigo a reboque.
Alguma coisa aconteceu no meu apartamento, mas é claro que eles
tentaram me proteger de tudo.
Cada homem naquele quarto olhou para mim como se fosse uma
pobre, lamentável e pequena mulher inválida.
Eu relutantemente fui com Trance, Miller e Foster, deixando os
outros dois homens, que apenas tinha conhecido, no meu apartamento.
Eles pareciam de confiança, embora, e foi por isso que deixei. Mesmo com
o olhar assassino, que eles tinham, no momento em que saí pela porta.
"Eu não posso acreditar que você esqueceu o cesto de peixe." Miller
resmungou pela décima oitava vez.
"Eu tenho a porra de um live well 15 ! Os coloque lá dentro, seu
estúpido filho da puta!" Trance gritou.
Eu ri, mais uma vez, quando eles começaram a discutir como
meninos.

15
A livewell é um tanque encontrado em muitos barcos de pesca que é utilizado para manter a isca e os peixes capturados vi
vos.
"Como vou manter o meu separado do seu? Se os colocar lá, então
não serei capaz de me vangloriar de quem é o maior!" Miller rosnou.
As risadinhas viraram gargalhadas pra caramba.
"O que importa?" Perguntou Foster sério. "Viddy foi a única que
pegou alguma coisa até agora."
Isso era verdade. Eles se esqueceram de levar uma fita métrica, o
que significava que os peixes que estavam pegando podiam ou não ser
legais, então eles acabariam atirando-os de volta. O meu era o único que
estava no live well no momento, para o aborrecimento dos homens.
"Eu tentei oferecer meu pau como uma ferramenta de medição, mas
você não deixou com Viddy aqui. Embora ela disse que estaria tudo
certo." Miller provocou.
Os olhos de Trance ficaram frios e duros quando olhou para seu
irmão mais velho.
"É melhor seu pau ficar em suas calças em todos os momentos. Eu
não tenho certeza do que 10 cm faria de qualquer maneira. Precisamos de
30 cm. Você teria que empilhar seu pau três vezes para obter o que
precisávamos."
Trance instigou.
Tentando parar a discussão inevitável antes de chegar a empurrões,
distraí Trance perguntando a ele sobre o seu nome.
"Você sabe, Trance, é muito estranho que dois de seus irmãos são
nomeados por cervejas e você não é." Eu disse quando olhei para seu
rosto.
Hoje minha visão estava melhor do que o normal, ao contrário de
ontem à noite, onde diminuiu para quase nada de novo. Depois de uma
chamada rápida para Dr. Morris esta manhã, que disse que era possível
que acontecesse isso quando me cansasse e era apenas para me
acostumar com isso.
Isso provou ser mais irritante do que qualquer coisa. Eu não sei
quando, ou em qual determinado momento, ela iria decidir parar de
trabalhar novamente. Então, eu estava sempre no limite, esperando por
ela falhar.
"Trance não é meu nome real. Esse é apenas o nome que me deram
quando eu entrei para The Dixie Wardens. Killian Red Spurlock é o meu
real..." Trance disse distraidamente.
Ele tinha um peixe na linha, fazendo-o parar a conversa no meio,
enquanto lutava com um peixe em seu anzol.
Eu estava preocupada que ele fosse fugir como nas últimas três
vezes, mas desta vez, conseguiu puxar todo o caminho até o barco, e
Foster usou a rede para capturar a criatura escorregadia e trazê-lo para o
convés.
"Meu Deus, essa é a coisa mais feia, mais nojenta que já vi." Eu
disse, caminhando até lá e me agachando para que pudesse vê-lo mais
claramente.
"O que é isso?" Perguntei enquanto corria meu dedo ao longo de seu
corpo viscoso.
"Buffalo. Eles são grandes filhos da puta, mas nós normalmente
não os mantemos. Eles não têm o gosto muito bom."
Trance disse enquanto tirava o anzol da boca do peixe.
"Qual era o meu mesmo?" Perguntei.
"Channel Cats." Disse Foster.
"O meu é mais bonito." Eu decidi.
"Sim, Channel Cats são bonitos." Ele concordou enquanto jogava
sua linha de volta para a água.
Avançando, abri uma garrafa de Bud. "Eu acho que é bom que seus
pais não gostam de Bud Lite. Foster, Miller e Killian soam muito
melhores."
Eles bufaram. "Nosso pai é dono de um bar agora que está
aposentado. No momento em que cada um de nós nasceu, nos nomeou
conforme a cerveja que tinha bebido na noite anterior."
Isso foi explicado pelo mais novo, Foster.
"Isso é bacana e muito parecido com a explicação dos meus pais.
Minha mãe e meu pai nos chamaram conforme as canções que ouviram
no rádio quando nascemos. Eles lutaram como cães e gatos por todo os
nove meses da gravidez. A primeira foi Vidalia." Eu sorri
melancolicamente relembrando da história.
"Meu pai gostava de dizer que teve que mudar de estação apenas no
caso de que tocasse Jolene. Sweet Adeline foi a primeiro que tocou na
estação de músicas antigas no minuto após Adeline nascer".
"Parece que nossos pais teriam se dado bem, querida." Trance disse
suavemente, correndo os dedos cheirando a peixe na minha bochecha.
Eu estava tão encantada com as suas palavras e o sorriso em seu
rosto, que revelava essas belas covinhas que nem sequer me preocupei
com os dedos sujos de peixe. Eu apenas sorri e me inclinei para sua mão,
grata com o que estava sentindo o momento.
Sendo tecnicamente cega me deixou com muitos arrependimentos,
com experiências que nunca iria ter.
Mas, as cinco horas passadas naquele barco, foram as melhores da
minha vida.
Porque, você pergunta?
Por causa dos três homens que me rodeavam.
O tempo em Louisiana era quente, independentemente da época do
ano.
Era meados de setembro e estava apenas uns 31°C. Embora o calor
fosse suave, ainda significava que suar era inevitável.
Adicione ao calor, a umidade e você tinha um pequeno sentimento
agradável de cozimento acontecendo. Pelo meio da manhã, os três
homens no barco comigo tinham tirado as suas camisas e deixaram seu
tórax nus e brilhantes.
Minha mente nunca esteve tão cheia de perfeição antes.
Todos os três homens tinham tatuagens. Muitas delas.
Trance, no entanto, era o que possuía menos. Seu peito e costas
eram apenas parcialmente cobertos, enquanto Foster e Miller mal tinham
um local livre em seus torsos. Seus braços estavam livres de quaisquer
tatuagens de identificação, que suspeito era devido ao status de SEALS,
ao invés de preferência pessoal.
O suor em seus corpos escorria, reunindo no cós de suas cuecas,
que apareciam ligeiramente ao longo do cinto de suas calças jeans.
Engraçado, todos os três usavam a mesma marca. Fruit of the Loom.
Cada homem usava um chapéu, escondendo seus olhos e rostos, e
não conseguia parar de pensar sobre o quão bem eles poderiam vender
um calendário.
Cada um deles exibiam músculos rasgados. Cada um deles tinham
cicatrizes espalhadas sobre seus corpos, mas o de Trance era o que eu
mais estava interessada.
Seu tórax tinha um grande hematoma logo acima do osso do peito
por ser baleado no dia anterior. Ou suponho que, quase tiro, era mais
apropriado. Era roxo, azul, amarelo e verde pútrido.
O corte em sua têmpora era ruim. Estava inflamado e vermelho,
com o preto dos pontos contra a sua pele bronzeada como um farol
brilhante.
Ele tinha, o que imaginava, algumas feridas de facas, uma ferida de
bala que ia de um ponto em sua barriga e saia na parte de trás de seu
flanco direito.
Uma cicatriz irregular passava de seu músculo trapézio esquerdo,
na parte superior das costas até o ombro direito mais baixo, que dividia
uma tatuagem de águia que dominava as porções superiores das costas.
"O que você está fazendo?" Trance me perguntou em alarme.
Eu tinha meu telefone e estava tirando fotos dos três homens de pé
ombro a ombro na parte de trás do barco.
Cada homem não tinha sequer se sentado, em toda as quatro horas
que estávamos lá, deixando a cadeira confortável do capitão só para mim.
"Este é um momento Kodak, percebi que tinha de capturá-lo para
as mulheres do mundo." Eu disse alegremente.
Trance revirou os olhos e voltou para o seu bobber16.
"Ei, envie para a minha mãe. Ela vai gostar." Foster disse sem
cerimônia. "Ela não recebe muitas de nós três."
"Qual é o seu número?" Eu perguntei quando abri uma nova
mensagem.
Miller falou o número e apertei enviar.
Era incrível como era diferente depender da minha visão em vez dos
meus recursos ativados por voz. Eu poderia ficar seriamente acostumada
com isso.

16
A resposta à minha mensagem com a imagem veio
instantaneamente.
Mãe dos meninos: Oh, Meu Deus! Eles são tão adoráveis! Diga-lhes
para se virarem e baterem uma de frente.
Eu fiz isso, e cada homem olhou para mim enquanto batia outra
foto.
Todos os três se sacudiram para a câmera.
Eu bati enviar, rindo o tempo todo.
Mãe dos meninos: Diga que eu vou bater em suas bundas. Diga-lhes
para sorrir desta vez.
"Ela disse para sorrirem ou ela vai bater em vocês." Eu disse
jovialmente.
Eles se voltaram a contragosto, sem sorrir, quando eu bati a foto e
a enviei.
Mãe dos meninos: Obrigado. Quem é você, a propósito?
Eu: Eu sou uma amiga de Trance. Meu nome é Viddy.
Mãe dos meninos: Meu nome é Sloan. Prazer em conhecê-la. Fale-me
sobre você.
Foi assim que o resto da minha tarde, pegando peixes, ouvindo as
armações dos irmãos, conversando por mensagens com a mãe de Trance,
e observando o doce homem na minha frente.
Era um inferno de uma viagem de pesca.

"Sua garota está dormindo." Disse Foster atrás de mim.


Olhando para o espelho retrovisor, vi a forma adormecida de Viddy
caída contra a janela."Mamãe gosta dela." Miller disse enquanto lia algo
em seu telefone.
Estávamos recebendo mensagens de nossa mãe, desde que Viddy
enviou a foto de nós, e sabia muito bem que minha mãe gostou dela.
Na verdade, me disse para casar com ela.
E ela sequer tinha conhecido Viddy.
"Sim", eu disse.
Meu telefone tocou nos alto-falantes da minha caminhonete. E sem
pensar, eu bati no botão de resposta no volante.
"Olá?" Eu respondi.
Os ruídos no fundo do recinto encheram os alto-falantes quando
Loki me cumprimentou. "Ei, cara. Tenho as impressões levantadas a
partir da câmara. Elas eram de Paul Russo. Tenho uma equipe pronta
para ir na casa de Russo agora para prendê-lo e vasculhar o lugar. Gabe e
Max encontraram duas outras câmeras e um dispositivo de gravação no
quarto de hóspedes ".
Meus dedos apertaram o volante tão apertado que estalaram.
"Deixe-me saber quando você o pegar. Eu tenho algumas
perguntas."
"Bem. Estarei aqui. Eu vou mantê-lo atualizado." Loki desligou.
"Este era Loki? Desde quando ele faz qualquer coisa que não tem a
ver com trabalho disfarçado?" Foster perguntou.
Olhei para ele, mas, em seguida, de volta para a estrada. "Loki não
está fazendo mais trabalhos disfarçado. Ele bateu um caso ruim e decidiu
que isso não era mais para ele. Agora é um à paisana."
Miller grunhiu em acordo.
SEAL’s viviam sob ar de sigilo. Meus irmãos estavam raramente em
casa. Eles sabiam o que era ser queimado nas mentiras e enganos.
Inferno, eu também, e nem sequer tinha de lidar com todas as BS 17
disfarçado que eles fizeram.
Quando estacionei o carro, coloquei o reboque na minha garagem e
desliguei a caminhonete.
Miller e Foster saíram, tirando o barco do reboque, enquanto fui
para a porta de Viddy.

17 BULLSHIT - besteira/bobagem.
Abri e enrolei meus dedos em torno de seu queixo, virando sua
cabeça na minha direção.
"Você é muito boa, garota. Sua respiração mudou, entretanto. Eu ia
dizer-lhe mais tarde, mas por que não vai em frente e faça as suas
perguntas, enquanto os meus irmãos se trocam e tomam banho." Eu
disse suavemente, estudando seu rosto.
Um lento sorriso alcançou sua boca enquanto abria os olhos. "Você
é bom."
"Eu sei que sou, baby. Eu simplesmente não tenho mostrado o
quanto."
Ela corou lindamente com as minhas palavras e se empurrou até
que seus joelhos estavam a cada lado dos meus quadris.
"O que estava nas fitas?" Ela perguntou.
"Eu não sei. Meu melhor palpite é que qualquer coisa que você fez
no seu quarto, ele viu. Ou teria visto. Nós realmente não sabemos
quantos vídeos fez até agora, mas este era do tipo onde você tinha que vir
no apartamento para pegar os vídeos. Isso é provavelmente o que ia fazer
quando invadiu o seu apartamento".
Em vez do medo que eu esperava, seu rosto foi substituído com
raiva. Pura, raiva volátil.
"Aquele pedaço estúpido de merda. Aquele pedaço maldito filho da
puta de merda! Você tem alguma idéia do quanto da sua merda tive que
aturar?" Ela perguntou, me empurrando para trás para que pudesse ficar
em pé. "Aquele pau pequeno. Você tem alguma idéia do que tentou fazer
para entrar em minhas calças?"
Olhei para ela, atordoado com a mudança.
Quando balancei a cabeça, ela continuou. "Aquele homem estava
me perseguindo há meses! Graças a Deus lhe disse que não iria dormir
com ele até que o amasse. Jesus Cristo."
Seu cabelo estava em uma trança, mas durante seu discurso,
arrancou a faixa que estava no fim e começou violentamente a desfazê-las.
"Que raiva! Graças a Deus que você chegou ou eu teria. Quando o
conheci, tudo o que pensei que tinha com Paul voou pela porra da janela.
Então você teve que ir e me dar uma carona em sua moto estúpida e
todas as minhas tendências de menina má voltaram."
"Tendências de menina má?" Eu perguntei surpreso.
Ela olhou para mim. "Sim, tendências de menina má. Aquelas onde
quero montar motos e explodir as minhas responsabilidades."
"Você explodiu responsabilidades por mim?" Perguntei.
Meus irmãos estavam atrás de mim rindo do discurso de Viddy,
durante todo o tempo em que ela andava. "Sim! Era para eu ir à casa de
Adeline e ajudá-la a fazer uma faxina na sua casa, mas tudo o que você
teve que fazer foi mostrar as suas covinhas e nem sequer tive o bom senso
de lhe dizer não".
Cruzei os braços sobre o peito e olhei para ela. "Você sabe que ela
está grávida, não inválida. Há grávidas correndo maratonas nos seus nove
meses. Eu acho que Adeline pode lidar com uma maldita limpeza da
casa."
"Ela me disse que tudo doía. Era suposto ajudar."
"Você é cega ou era, o que poderia fazer?" Perguntei.
"Eu não sou cega... por assim dizer. Posso oferecer apoio moral."
Ela disse quando cruzou os braços sobre o peito.
"Certo. Se é realmente assim tão mal, então Kettle pode se dar ao
luxo de contratar algumas diaristas."
"Você tem uma resposta para tudo, não é?" Ela fungou.
"A maioria."
Com um huff, se virou e entrou na casa.
Eu assisti a porta lentamente, esperando o inevitável e não me
decepcionei, já que um ou dois minutos mais tarde, quando todos os
quatro cães foram deixados de fora, a porta se fechou solidamente por
trás deles.
"Se você não mantê-la, eu vou." Disse Foster.
"Você vai ter que lutar comigo primeiro." Miller confirmou.
"Foda-se." Eu disse antes de fazer alguns exercícios com os cães.
"Você entendeu, você entendeu mal, quando você está no..."
"Cala a boca!" Eu gritei, olhando para os dois por cima do meu
ombro.
Eles estavam fazendo gestos com os punhos para mim, então me
lancei para eles em boa medida.
Eu não estava brincando com eles, nem comigo mesmo. Eu tinha
isso ruim.
"Você está pronta?" Trance perguntou.
Gritando de emoção, enrolei meus dedos em torno dele com força.
"Sim!"
Ele riu e ligou a moto com um grunhido gutural que ateou fogo em
minhas veias.
Era sábado à noite e estávamos fazendo o percurso para Texas e
Catfish Village que ficava a oeste da linha entre Texas/Louisiana.
O que começou como um pequeno encontro com apenas Trance e
eu, se transformou em um passeio completo com quase todos os
membros do The Dixie Wardens.
Até a minha irmã e Baylee estavam indo, embora estivessem
dirigindo atrás de nós na caminhonete de Sebastian, em vez de montadas
nas motos.
Baylee era a esposa de Sebastian e uma das minhas pessoas
favoritas no mundo. Nunca houve um momento de tédio com ela e minha
irmã por perto, para agitarem as coisas.
Sebastian e Kettle estavam montando suas motos, não aquelas que
dirigiam quando tinham a opção.
"Como seus irmãos conseguiram as motos?" Eu perguntei no meu
fone de ouvido.
Trance nos moveu do local de estacionamento no posto de gasolina
onde todos nos conhecemos, e se mesclou no trânsito, rapidamente
ganhando velocidade até que senti como se estivéssemos voando baixo na
interestadual.
Meu cabelo estava solto e selvagem, voou atrás de mim no vento e
eu apreciei isso.
Tinha passado tanto tempo desde que montei numa moto em
qualquer lugar mais longe do que apenas um passeio rápido aqui e ali.
Após o acidente, não havia muita chance de andar, apesar do fato
de que meu pai pertencia a um moto clube. Ele se recusou a mesmo nos
deixar perto de uma moto de novo, e cumpriu essa promessa até que
morreu em seu próprio acidente de moto.
Eu tinha montado na parte traseira da moto de Trance duas outras
vezes desde que o conheci, e cada vez foi melhor que a primeira.
"Elas estavam estacionadas na minha cabana. Eu estive as
mantendo afinadas e as monto a cada duas semanas para certificar de
que as baterias não morram." Disse a voz profunda de Trance em meu
ouvido.
Essa foi a última coisa que dissemos um ao outro até que cruzamos
a fronteira do Texas. Eu coloquei minha cabeça nas costas de Trance e
saboreei o passeio.
"Você está acordada, cupcake?" Perguntou Trance.
Meus olhos se abriram e me inclinei para cima de suas costas.
Eu estava acordada, mas não tinha percebido o quão longe nós
estávamos até que me tirou do meu torpor.
"Sim, estou. Estamos quase lá?" Perguntei.
Sua cabeça balançou em confirmação, e não se passou cinco
minutos e estávamos puxando para o estacionamento.
A minha visão tinha retornado em apenas um quarto do caminho,
enquanto meus olhos estavam fechados, me fazendo suspirar muito e alto,
chamando a atenção de Trance.
"O que está errado, Cupcake?" Ele perguntou quando colocou o
pedal da moto para baixo.
Dei de ombros. "Não consigo ver tudo, mas enxergo bem mais."
Ele passou a perna fora da moto, e depois me ajudou a sair antes
de me puxar para perto, olhando nos meus olhos.
Eu tive que trabalhar muito duro para não virar meu rosto, mas no
final não deu certo, acabei me virando um pouco para que pudesse vê-lo
melhor com a minha visão limitada.
Ele sorriu, produzindo as covinhas, quando viu a minha luta.
"Parece que você deve ser grata que está enxergando. Tente não forçar.
Você é perfeita da maneira que está".
Com um beijo suave no meu nariz, pegou minha mão e me puxou
em seu rastro.
As borboletas que estavam sempre presentes, quando ele está por
perto, se transformaram em malditos morcegos e tive que me conter para
não fazer pequenos sons felizes quando me guiou para o restaurante.
Eu tinha apenas passado pela porta quando fui empurrada para o
lado por uma pequena loira bonita.
Então, ela se jogou para frente, me empurrando mais longe e
caindo no chão como um pedaço de papel. Lento e suave.
Então começou a chorar.
"Meu tornozelo!" chorou.
Sua voz era irritante e eu queria chutá-la.
Trance, malditamente claro, soltou a minha mão e ajudou a garota
infeliz levantar.
"Você está bem, Tillie?" Trance perguntou preocupado.
Trance falou como se a conhecesse. Com o sorriso satisfeito que
enviou para mim quando Trance se abaixou para examinar seu tornozelo,
soube imediatamente que eles foram amantes.
Tentando o meu melhor para não fugir, comecei a andar
rapidamente, apenas para Foster e Miller me cercarem.
"Para onde você está correndo, Viddy?" Foster perguntou quando
pegou meu cotovelo.
"Lugar algum. Eu só queria sentar. Vocês já estiveram aqui antes?"
Perguntei educadamente.
Eu não estava pensando sobre aquela mulher com as mãos sobre o
meu homem. Quero dizer Trance e ele não era meu. Mesmo que gostaria
que fosse. Mas eu vinha com muita bagagem.
Quando chegamos na recepcionista, a jovem olhou para os dois
homens ao meu lado em reverência.
"Uhhh", disse ela. "Quantos?"
Dei de ombros. Eu honestamente não tinha ideia. Perto de vinte,
pelo menos. Talvez pudesse conseguir uma mesa separada para a cobra e
Trance.
"Trinta?" Perguntei.
"Está bem. Vou apenas dar-lhe a sala de banquete. Tem capacidade
para até cinquenta." A jovem disse enquanto corava profusamente.
"Isso é bom, obrigado." Foster deu um sorriso diabólico.
Incrivelmente, ela ficou ainda mais vermelha antes de pegar quase
todos os menus e ir embora rapidamente.
"Eu acho que você tem uma admiradora." Eu disse e coloquei
minha cabeça no ombro de Foster.
Uma voz não divertida pigarreou atrás de nós antes de dizer: "O que
está acontecendo?"
Eu olhei para ele antes de olhar ao redor, mantendo um aperto de
morte nos braços dos dois machos.
"Vocês têm braços incríveis. Vocês malham muito?" Perguntei.
Eu não queria que fosse engraçado, mas os dois homens riram
estrondosamente.
"Oh Deus. Essa foi uma boa." Disse Miller, correndo as costas da
mão pelos olhos.
"O quê?" Perguntei.
Miller olhou nos meus olhos e fiquei impressionada novamente com
o quanto se parecia com Trance.
"Nós malhamos todos os dias e então mais alguns." Ele respondeu
sobriamente. "Esta é a nossa primeira semana de folga em quase um
ano."
Eu apertei seu bíceps bem antes de deixar a mão cair.
Caminhando para o lado oposto da mesa, escolhi o assento que
tinha a parede ao meu lado, deixando apenas uma cadeira à minha
direita e me sentei.
Eu esperava que Miller ou Foster iriam pegar a cadeira, mas é claro
Trance o fez.
Miller e Foster pegaram os assentos em frente a nós, enquanto a
pequena cadela estúpida, Tillie, tomou o lugar no lado direito de Trance,
efetivamente arruinando toda a minha refeição.
Minha irmã e Kettle se sentaram no lado oposto da mesa, de modo
não eram de ajuda.
Que divertido.
Não.
Eu nunca considerei ter sorte em ser cega, mas naquele momento,
estava. Com Trance sentado à minha direita, isso significava que não
podia vê-lo muito bem, a menos que virasse completamente minha cabeça
em sua direção.
O que eu não fiz.
Eu podia ouvir ele e Tillie conversando.
Eu podia ouvir a voz doce açucarada de Tillie arrulhar para ele e
queria vomitar.
Puxando meu telefone, enviei um texto rápido para a minha irmã.
Eu: Quem é essa puta sentada ao lado de Trance?
Addy: Essa é a ex do Trance.
Eu: Fodidamente perfeito. Eu acho que quero jogar um hush puppy
18nela. Talvez vou ter sorte e ela sufoque, com o jeito que está usando sua

boca grande.
Eu podia ouvir a risada de minha irmã no final da mesa, e sorri
pela primeira vez desde que conheci Tillie há dez minutos.
Addy: Eu provavelmente poderia a atingir com uma tigela
horseradish19. Isso está bem?

18
Hushpuppies são salgadinhos típicos da culinária do sul dos Estados Unidos, pequenas bolas de polme de farinha de milho f
ritas e tradicionalmente servidas para acompanhar peixe frito.
Eu: Perfeito.
“Para quem você está mandando mensagens de texto?" Trance
perguntou do meu lado.
Eu o ignorei, empurrando o telefone no bolso da minha calça jeans
antes de pegar uma quantidade generosa de ketchup.
Então empurrei a coisa toda na minha boca.
Foi divino.
Hush puppy eram um dos meus favoritos.
"Senhora, você gostaria de alguma coisa para beber?" A garçonete
perguntou.
"Miller Genuine Draft 20 . Em uma caneca." Eu disse em torno de
uma boca cheia de comida.
"Boa escolha." Miller disse com um largo sorriso.
Dei-lhe um polegar para cima e continuei comendo.
Pelo resto da noite eu alternava entre Foster e Miller Genuine Draft.
Eu poderia dizer que Trance estava chateado pela forma como o
calor parecia emanar de seu corpo, mas não cedi.
Especialmente quando começou a falar com a vaca ao lado dele.
Até o momento que estava na minha quinta cerveja, estava a três
folhas ao vento, e tinha esquecido que estava com raiva de Trance. Isso foi
o máximo que bebi, desde que enchi a cara na faculdade e tive que ter
uma lavagem estomacal.
"Senhora, alguma outra coisa para beber?" A garçonete perguntou.
Droga, mas a mulher era atenciosa.
"Eu quero uma Red Killian21. Eu queria uma Killian o tempo todo.
Por que você não me trouxe isso?" Perguntei com curiosidade.

19
tipo de molho picante.
20
Marca de cerveja
21
Marca de cerveja
Ela me olhou de forma estranha. "Porque você me disse que queria
Miller e Foster. Eu estava errada?"
"Não", gemi. "Apenas certifique-se de que é uma Killian para o resto
da noite. Por favor. Eu quero isso direto da fonte."
Na verdade, nunca deveria ter tomado essa quarta cerveja. Havia
sempre uma linha fina de quando estava apenas embriagada bêbada, e eu
parecia cruzá-la quase todas as vezes. E era por isso que não bebia muito.
A risada alta do homem ao meu lado, assim como dos dois na
minha frente me fez consciente de que devo ter dito algo engraçado, mas o
inferno se sabia o que era.
"Você quer um pouco mais de peixes?" Miller me perguntou.
Eu o olhei e vi o sorriso em seu rosto. "Não, obrigada. Que tipo de
cerveja que você está bebendo?"
Eu não sei por que perguntei isso a ele, mas senti que era muito
imperativo para o meu bem-estar naquele momento.
"Heineken." Ele respondeu.
"E você?" Perguntei a Foster.
"Heineken." Respondeu Foster.
"Hmm. E você?" Perguntei a Trance, dando uma cotovelada nas
costelas.
Ele resmungou. "Blackened Voo Doo".
Olhei para sua cerveja. "Qual é o gosto?"
A garrafa entrou na minha visão, e tomei-a com a mão que não
estava segurando o meu garfo.
Tomando um gole, eu vi Deus.
A cerveja que era de Deus.
"Isto é delicioso," declarei em voz alta.
Um pequeno arroto escapou da minha boca, me desculpei antes de
terminar o resto.
"Aqui, você pode ter o resto." Eu disse entregando a garrafa vazia de
volta para ele.
"Obrigado", disse secamente.
"Isso é nojento." Tillie zombou quando ouviu Viddy soltar um
pequeno arroto.
Revirei os olhos.
"O que você vê nela?" Ela perguntou em desgosto.
Meus olhos frios e duros viraram-se para ela. "O que? Sua merda
não fede? Você nunca arrotou em sua vida antes? Se não gosta, se mude
para um lugar diferente. Você veio aqui com Dixie, que tal voltar e se
sentar com ele?"
Dixie era um dos fundadores da The Dixie Wardens. Ele era um
inferno de um cara, mas naquele momento, eu poderia ter chutado sua
bunda.
"Você sabe que nós éramos bons juntos. Você sabe muito bem
disso." Tillie fervia, agarrando o meu braço.
Eu o puxei do seu aperto e olhei para ela. "Você pode..."
"Tire suas mãos sujas fora dele sua vagabunda." Viddy rosnou ao
meu lado.
Virei-me para encontrá-la em pé, se inclinando sobre as costas da
minha cadeira.
Ela estava olhando furiosamente para Tillie, e passou uma onda de
desejo através do meu sistema, quando vi o seu olhar enquanto ela
mirava para a mulher ao meu lado.
Eu estava grato de que ela finalmente deixou o ciúme aparecer. Eu
queria bater a merda fora dos meus próprios irmãos por segurarem sua
mão. Quando chegamos no restaurante anteriormente, Tillie tinha
propositadamente caído.
Eu esperei até que Viddy estava fora de vista para chamar sua
atenção, lívido que não levou a porra da dica. Tillie queria mais e eu não
estava disposto a dar. Ela não era o que meu corpo queria e nunca tinha
sido. Viddy foi e disse a Tillie isso.
Ela não tinha tomado a dica embora, podia ver agora que isso ia
levar mais de mim do que um simples, "eu não quero você".
Eu tinha sofrido um jantar inteiro com Tillie estando totalmente
muito perto de mim e Viddy falando unicamente com os meus irmãos. Eu
estava a ponto de fazê-la fisicamente falar comigo, quando ela começou a
perguntar sobre a cerveja.
Eu não tinha percebido o quanto ouvir sobre seu gosto na cerveja
significava para mim, até que ela disse que preferia Killian para a
garçonete.
Miller e Foster sentados na minha frente, ambos nos dando sorrisos
de merda, e não pude evitar o sorriso que se abateu em meu próprio rosto.
"Que tal ir para uma caminhada, cupcake?" Eu sugeri, em pé e
pegando sua mão.
Ela agarrou a minha própria com uma força surpreendente, e me
seguiu para fora.
Quando tropeçou pela segunda vez, parei e envolvi meu braço em
volta da sua cintura até que seu corpo, estava alinhado com o meu. Ela se
inclinou para mim, suspirando de prazer quando nós caminhamos
através da noite quente e úmida.
"Eu não gosto dessa mulher." Ela declarou em voz baixa.
Eu bufei. Ela podia pensar que não estava sendo óbvia sobre isso,
mas eu poderia dizer.
"Sim, notei. Eu não estive com ela em mais de dois meses. Eu não
sei mais o que dizer para que ela ponha isso em sua cabeça." Eu respondi
honestamente.
Ela encolheu os ombros. "Você provavelmente não pode fazer nada.
Você só tem que mostrar a ela."
"Como é que você sugere que eu mostre a ela?" Perguntei, virando
seu corpo até que estava sentada no banco ao lado do grande lago de
peixes.
Uma vez que estava sentada, me sentei também e puxei seu corpo
para perto, passando os braços em volta dos ombros.
Ela deitou a cabeça no meu peito e olhou para o lago ondulando
que foi perturbado pela grande cachoeira. As carpas em todas as formas e
cores nadavam em torno da água. Elas eram bonitas e me faziam
contemplar ter uma lagoa para mim.
"Eu não sei. Encontrar uma mulher, trazê-la em torno. Beijá-la,
segurá-la. Mostrar a Tillie que seguiu em frente".
Eu sorri. "Com quem deveria fazer isto?"
Eu podia sentir seu corpo relaxando, quando ficava mais e mais
confortável contra o meu corpo.
"Alguém que o adora", disse calmamente. "Alguém que se preocupa
se você chega em casa seguro ou não. Alguém que entenda o seu trabalho,
mas não vai fazer você mudar nada, porque sabe o quanto ama seu
trabalho. Alguém que pudesse se apaixonar por você. Alguém que já está
apaixonada por você. Alguém que ama seus irmãos e seu clube. Alguém
que adora seus cães. Alguém que não pode esperar até que ouça você
outra vez." sussurrou.
Meu coração começou a bater forte no meu peito. Ela acabou de
insinuar que me amava? Ela acabou de descrever tudo o que queria em
uma mulher. Cada coisa. Todos esses medos que estavam dando voltas
em minha mente, no último par de dias, desapareceram totalmente. Tudo
o que restava era uma certeza.
A certeza de que essa mulher em meus braços era a única.
"Essa mulher soa como alguém que seria perfeita para mim." Digo
asperamente.
Ela respondeu com um ronco suave. Um que aqueceu meu coração.
"Seu pedaço estúpido de merda." Eu disse para a máquina na
minha frente.
Colocando as mãos na parte superior da máquina empurrei com
toda minha força, mas só consegui dar um pequeno solavanco no
monstro.
Então comecei a chutá-la.
"Me." Chute.
"Dê." Chute.
"O meu." Chute.
"Cheetos!" Soco.
Meus Cheetos estavam pendurados por um fio. A máquina era a
reencarnação do diabo. Ela roubava algo meu, pelo menos, uma vez por
semana, e alguém poderia pensar que já sabia disso. Mas não o fiz. Não,
eu alimentava com meu dólar essa máquina estúpida uma e outra vez ao
longo do dia.
Felizmente, era depois da escola, caso contrário, nunca teria sido
capaz de fazer isso.
Eu estava esperando por uma carona com minha irmã, que estava
a mais de uma hora atrasada. Eu poderia ter chamado um táxi... se o
meu telefone não estivesse morto. Eu teria ligado para o seu telefone
celular... se me lembrasse os números.
Eu não tinha memorizado um número desde o verão em que fiz 15
anos e ganhei o meu primeiro telefone celular. O único que me lembrava
de cabeça era o do único homem que não estava falando, porque estava
muito envergonhada.
Para piorar as coisas, não conseguia me lembrar de nada da noite
anterior. Eu estava sozinha quando acordei, na minha própria cama, e
completamente decepcionada.
Eu tinha ligado para minha irmã imediatamente para ver o que
aconteceu na noite anterior, e tudo o que tinha a me dizer foi que fiquei
bêbada e tive que ir para casa com elas, porque Trance estava preocupado
que eu não seria capaz de me segurar na moto.
O que tinha esvaziado algo dentro de mim.
Eu tinha estado na casa de Trance por três dias naquele ponto, e
estar na minha própria casa sozinha realmente explodiu.
"Precisa de alguma ajuda, Cupcake?" Disse uma voz divertida atrás
de mim, me fazendo pular e perder o equilíbrio. Principalmente porque
meu pé estava em movimento em direção à máquina para outro chute.
Eu fui impedida de cair no chão, (o que certamente teria doído),
pelo corpo duro, muscular de Trance.
"Você assustou a merda fora de mim", digo sem fôlego.
"Eu sinto muito. Achei que tivesse me ouvido chegar. Eu não estava
sendo silencioso." Ele pediu desculpas, ainda não me deixando ir.
Eu balancei a cabeça, agarrando seu antebraço, como se minha
vida dependesse disso, e me endireitei. "Não, eu estava distraída."
Ele riu e me ajudou a ficar em meus próprios pés.
Virando-me, um pequeno sopro de alegria deixou meus pulmões
com a visão de seu corpo musculoso em seu uniforme apertado. Meu
Deus, mas o homem era impressionante.
Seu cabelo estava incontrolável, como sempre. As covinhas em suas
bochechas e a covinha no queixo começaram um fogo baixo no meu
núcleo.
O uniforme que usava era preto e o distintivo de ouro em seu peito
esquerdo brilhou. O cinto em seus quadris acentuou o caimento e
levavam até as coxas musculosas.
Eu pulei seu pacote, não querendo ir para lá com o meu atual
estado de espírito, pousei em suas botas táticas pretas que pareciam que
poderia chutar a cabeça de uma pessoa.
Foi quando notei dois cães em seus pés.
"Você tem dois?" Perguntei com surpresa, descendo sobre um joelho
aos pés de Trance para acariciar ambos.
"Sim", respondeu asperamente. "Esta semana começa o
treinamento de Kosher. Vou dar-lhes cerca de um mês ou mais para se
adaptar antes de começar a levá-lo sozinho".
Eu não sei por que olhei para ele então, talvez fosse a aspereza de
sua voz, ou a simples atração de seus olhos, mas quando mudei meus
olhos até seu longo corpo, ignorando a protuberância em suas calças
pretas justas que ia crescendo a cada segundo, me vi capturada por seus
olhos.
Eles estavam queimando um buraco em minha alma que era
incapaz de ignorar.
Soltei os dois cães, me levantei, me movendo mais perto de seu
corpo até que estávamos meros milímetros de distância um do outro.
Com um gemido de derrota, Trance me agarrou pela trança para me
puxar para frente até que nossos lábios se encontraram.
Eu me derreti em seu corpo.
Sua boca foi um absoluto céu.
Molhada e quente.
Quando sua língua encontrou a minha, ele pareceu perder alguma
luta interna e encontrei-me presa. Minhas costas contra o armário e o
corpo de Trance segurando-me refém, enquanto devorava minha boca.
Suas mãos estavam apertadas em punhos, plantadas ao lado da
minha cabeça. Uma mão ainda segurava minha trança firmemente, notei
quando tentei me mover para frente e trazê-lo mais perto.
Minhas mãos estavam agarrando à frente da sua camisa em
desespero enquanto tentava fundir meu corpo com o seu. Puxando seu
cabelo, gemi em sua boca. Quando finalmente se separou da minha boca,
olhando profundamente em meus olhos, eu caí, longa e profundamente.
Jesus, esse homem era uma droga.
Sua respiração ondulava dentro e fora de seus pulmões e ele me
olhou como se tivesse crescido uma segunda cabeça em mim. Como se eu
fosse louca.
"O quê?" Ele ofegava.
"Isso é um cassetete ou só está feliz em me ver?" Eu respirei.
Ele olhou para baixo e viu o enorme bastão no cinto que estava me
cutucando na virilha, bem como sua arma e walkie-talkie.
"Desculpe," disse enquando limpava a garganta. "Fiquei um pouco
animado. No entanto, estou feliz em vê-la. Tem sido longos dois dias."
Eu sorri. "Saiu mais cedo?"
Ele balançou sua cabeça. "Uh, não. Sua irmã teve o bebê no meio
de um estacionamento em Dairy Queen".
Comecei a rir. "Ahh! Juro por Deus essa é a melhor notícia que já
ouvi. Está todo mundo bem?"
Ele balançou a cabeça, sorrindo. "Sim, fui enviado para pegá-la.
Tentei ligar, mas foi direto para o correio de voz."
"Excelente. Vamos. Estou tão malditamente animada!" Eu disse
pulando para cima e para baixo contra seu corpo e batendo palmas.
Seus olhos se fecharam, e senti o que definitivamente não era o seu
cassetete quando esfregou contra a minha barriga.
"Desculpe," digo, me acalmando. "Eu estou tão animada."
Ele apertou os olhos com tanta força que a testa se enrugou antes
de dar um passo para trás.
"Siga-me." Ele instruiu e começou a caminhar rapidamente.
Eu segui atrás dele obediente e aquelas incômodas borboletas se
transformaram nesses malditos morcegos novamente.
"Ela é tão perfeita!" Eu gritei quando olhei para minha sobrinha. "O
que é todo esse cabelo preto?"
Hoje era um bom dia para os meus olhos e não poderia ter sido um
momento mais perfeito. Eu estava em êxtase ao ser capaz de ver minha
sobrinha, e ver a minha irmã gêmea com tanto amor para sua nova filha,
foi a cereja do bolo.
"Ela é perfeita... e o que quer dizer com: 'o que é todo esse cabelo
preto’. Como você mesmo sabe sobre seu cabelo?" Minha irmã trovejou.
Meus olhos se levantaram da minha pequena sobrinha e sua
perfeição para bloquear com a minha irmãzinha.
"O-o quê?" Eu gaguejei.
Meu coração estava batendo.
Eu não queria dizer nada. Quer dizer, e se a minha visão decidisse
ir embora de novo me deixando permanentemente cega? Eu teria de
suportar ainda mais pena?
"Todos para fora." gritou.
O quarto lentamente se esvaziou, deixando só eu, Adeline e a bebê
Saylor.
"Você pode ver." Adeline disse calmamente.
Não era uma pergunta. Era uma afirmação.
Não vendo nenhuma razão para mentir mais, balancei a cabeça
lentamente.
Ela olhou para mim por quase um minuto, antes de começar a
chorar.
"Como você pôde não me dizer isso?"
Caminhei lentamente até a cama e me sentei sobre o espaço
minúsculo que Adeline não ocupava antes de explicar.
"Eu não queria que se preocupasse. Minha visão", digo balançando
a cabeça. "Minha visão não é tão grande. Eu só comecei a ver cerca de
dois terços no meu olho esquerdo. Eu ainda tenho um enorme espaço em
branco entre o meu nariz a um terço de distância através do meu olho,
até quase o meio da manhã. Eu não quero que se preocupe. Eu estava
pensando em lhe dizer depois que ganhasse o bebê".
Ela me olhou atentamente antes de deixar cair a cabeça. "Essa é a
melhor notícia que já ouvi. Eu pensei que nunca iria voltar."
Eu sorri ligeiramente. "Dr. Morris pensa que é tudo na minha
cabeça, que estou fazendo isso para mim mesma. Disse que não há
nenhuma razão médica para eu não ter nenhuma visão".
"Ele realmente disse que estava fazendo isso a si mesma?" Ela
questionou com uma sobrancelha levantada.
Eu balancei minha cabeça. "Não em tantas palavras. Mas acredita
que com o tempo e redução do estresse ela poderia voltar. Ele não sabe se
vai ser o que era, mas é possível que eu possa ganhar a plena visão de
volta um dia. Ele realmente não sabe."
Ela pigarreou. "Então você pode me ver?"
As palavras sussurradas rasgaram o meu coração, assenti
enquanto uma lágrima brotou no meu olho e caindo sobre a borda,
arrastando pela minha bochecha. "Sim."
"Eu me senti tão culpada pelo que fiz para você. Tão malditamente
culpada".
"Você não deveria amaldiçoar na frente de seu bebê." Eu repreendi.
"Mas eu amo você, não deve se sentir culpada. Eu tive tanta parte do
nosso acidente como você."
"Sim, mas o meu é apenas uma cicatriz em comparação com a sua
visão." Ela disse gravemente. "Às vezes desejo que fosse eu."
"Sim, bem, eu sou uma cadela. Eu não teria feito todas essas coisas
boas que fez para mim. Foi melhor que isso aconteceu comigo, para que
pudesse tê-la cuidando de mim." Provoquei.
"Você tem um rosto de cadela descansada que odiaria não ver." Ela
riu.
"Hey!" Eu disse, indignada.
Ela começou a rir antes de olhar para a menina mais nova em
nossa família.
"Ela é perfeita, não é?" Perguntou Adeline, correndo o dedo ao longo
do rosto da filha.
A pequena menina virou sua boca em direção ao dedo, torcendo por
algo que definitivamente não tinha para lhe oferecer.
"Oops, parece que você começou algo que não posso terminar." Eu
disse enquanto estendia o pequeno bebê para sua mãe.
Ela torceu o nariz. "Eu não sei o que fazer."
Tomando a menina pequena em seus braços, olhou para a criança
agora chorando, impotente.
"Você apenas, sabe, coloca o seio em sua boca ou algo assim?"
Perguntei.
Ela deu de ombros e começou a puxar para baixo sua camisa. "Uhh,
com certeza. Eu deveria ter tomado uma dessas aulas de amamentação
malditas. Talvez eu deva ir a uma dessas."
"Apenas coloque o peito lá. Aposto que ela vai fazer o resto." Eu
adivinhei.
Desajeitadamente, deixou sua camisa deslizar fora de seu ombro e
colocou o bebê ao peito.
Eu ri quando o bebê praticamente se moveu com ela. "Aqui," digo
segurando a cabeça do bebê em direção peitos da minha irmã. "Coloque o
seu peitinho em sua boca."
Ela o fez, e depois gritou quando o bebê se agarrou com ferocidade.
Quando tentei tirar as minhas mãos longe da cabeça do bebê, ela
caiu e começou a gritar incontrolavelmente.
"Merda", digo colocando minha mão para trás na cabeça do bebê e
a outra no seu seio, onde tinha estado. "O que foi agora?"
Minha irmã tinha o mesmo aperto no seu seio, com a outra mão
colocada debaixo da massa do corpo do bebê. "Eu não sei. Realmente não
deve ser tão difícil."
Não sabendo mais o que fazer, chamei por ajuda. "Kettle!"
Ele veio segundos mais tarde, e, em seguida, nos olhou com
surpresa. "Não que me importe que você está tocando os seios de minha
esposa, mas isto é um hospital depois de tudo, e você não deveria estar
fazendo isso na frente do meu bebê."
Seus olhos estavam cheios de alegria, porém, então era óbvio que
estava brincando. "Nós não sabemos o que fazer. Talvez você deva colocar
alguns travesseiros embaixo dos braços ou algo assim, então não tenho
que segurar seu seio".
Kettle revirou os olhos e foi pegar algumas almofadas.
"A enfermeira recomendou um Boppy22, mas não sei o que é, nem
tenho um desses, então ela me deu estes." Ele disse enquanto apertava os
travesseiros para nós. "Onde você quer?"
Depois de muitas manobras, finalmente consegui tirar minhas
mãos dos peitos da minha irmã e sentar.
"Eu deveria ter tirado uma foto disso." Kettle afirmou secamente.
"Sim, e eu poderia castrá-lo em seu sono." Eu respondi
sarcasticamente.
"Como? Você não pode sequer ver para chegar lá. Você teria que me
chamar para vir buscá-la." Ele brincou.
Olhei-o estreitando os olhos, e ele se levantou reto. "Você pode ver!"
Revirei os olhos. "Este é o homem que escolheu para se casar?"
"Ele é bom de cama." Adeline respondeu, nem mesmo olhando para
cima, enquanto corria os dedos ao longo de cabeça de Saylor.
Uma batida na porta nos fez virar.
"Posso entrar?" Trance chamou da porta.
Kettle se tornou um turbilhão de movimento quando foi para ficar
na frente de sua esposa, jogando um lençol não só sobre Saylor ainda
comendo, mas Adeline também.
"Espere enquanto o Sr. homem das cavernas garante que os peitos
de sua esposa não estão expostos." digo secamente.
Trance riu e esperou pacientemente enquanto ajudei Adeline
arrumar o lençol de modo que a maior parte dela estava coberta, mas
ainda podia olhar para Saylor.
"Ok", Kettle estalou.
Trance entrou no quarto sem Kosher e Radar, andando hesitante
com os olhos fechados. "Eu realmente não quero ver os peitos de ninguém.
Tem certeza que está tudo coberto?"
Kettle revirou os olhos. "Sim, cara."

22
Quando Trance abriu os olhos, zombei olhando para ele. "Nem
mesmo os meus peitos?"
A boca de Trance abriu e fechou por alguns segundos preciosos, me
fazendo cair na gargalhada.
Ele torceu o nariz antes de caminhar para Kettle e oferecer a mão.
"Escute, tenho que voltar ao trabalho, mas posso pegar Viddy uma vez
que o meu turno acabar. Parece bom?"
Ele terminou a pergunta olhando para mim com as sobrancelhas
levantadas.
"Bem, acho que sim, mas eu queria ir agora. Vou dar-lhes algum
tempo para conhecer seu bebê antes de monopolizar e puxar o cartão tia."
Eu expliquei. "Embora, possa pegar um táxi."
Trance estava balançando a cabeça antes mesmo de terminar a
frase. "Bem, se esse for o caso, vamos lá e vou deixá-la. Você está no meu
distrito de qualquer maneira."
Depois de beijar Kettle e Adeline e cheirar a doce Saylor, que
felizmente, não estava mais agarrada no seio da minha irmã, andei com
Trance no corredor.
Nossas mãos estavam para baixo, aos nossos lados, e eu
praticamente coçava para agarrar a mão dele com a minha.
Após o terceiro roçar circunstancial, finalmente agi e peguei a sua
mão com a minha.
Ele a agarrou de volta, sorrindo para mim, quando apertou o botão
do elevador.
Eram oito horas da noite e me surpreendeu ver dois adolescentes
no elevador, visto que era tão tarde. O horário de visitas foi ao longo de
quase uma hora atrás, para o resto do hospital.
Ainda mais, me incomodou que, quando as portas se abriram, os
dois nem sequer se preocuparam em soltar a língua da boca um do outro.
Embora, Trance fez a viagem absolutamente memorável. Quando
Trance apertou o botão para o térreo, ele ficou de frente para o casal, em
vez de se virar como a maioria das pessoas em elevadores fazem.
O que chamou a atenção dos jovens adolescentes, que se afastaram
como se tivessem sido cutucados quando perceberam o policial
simplesmente olhando-os com firmeza.
Ambos se moveram até que estivessem em lados opostos do
elevador, com as faces em chamas e não disseram uma palavra.
Quando o elevador parou no seu andar, eles praticamente voaram
para fora da pequena caixa e começaram a correr, me fazendo sorrir como
o gato que comeu o canário.
"Isso não foi tão justo!" Eu exclamei.
Ele encolheu os ombros. "Às vezes é bom ser um policial. Não há
nada melhor do que levar as pessoas a agirem certo."
Eu o olhei, estudando seu perfil enquanto caminhávamos pelo
corredor do hospital.
Deus, ele parecia tão sexy.
"O que é ruim sobre ser um policial?" Perguntei.
"Eu já lhe disse um desses casos. Seria bom não ter que prender
uma mãe bêbada dirigindo com sua filha pequena jogada no banco de
trás. Ou, quando os policiais são chamados para um distúrbio doméstico
e a mulher se recusa a prestar queixa contra o homem que quase a
espancou até a morte com um frasco de xampu. É difícil ver qualquer
bondade no mundo ao longo de todo o mal." Trance explicou ferozmente.
"Você nunca vê nada de bom, embora? A maioria é tudo ruim?" Eu
perguntei enquanto ele segurava a porta aberta de sua viatura.
Ele fechou a porta e coloco o cinto de segurança, ouvindo as
fungadas excitadas dos dois cães no banco de trás.
Uma vez que Trance colocou seu grande corpo no assento ao meu
lado, ele colocou seus óculos de sol, ligou o carro e colocou a mão na
parte de trás do meu banco antes de fazer a volta.
Os músculos de seu braço flexionaram com o movimento, e não
pude deixar de pensar sobre qual seria a sensação de experimentar esses
braços poderosos. Como eles se pareciam plantados ao lado da minha
cabeça com seu grande corpo bombeando em mim em profundos e
potentes golpes?
A profunda voz de Trance, divertida interrompeu meus
pensamentos tortuosos, chamando minha atenção de longe de seu
antebraço para seu rosto.
Ele estava olhando para mim divertido. Suas sobrancelhas estavam
levantadas acima dos aros dos óculos em questionamento.
"Sinto muito, o quê?" Eu perguntei enquanto um ligeiro rubor
começou a subir nas minhas bochechas.
"Eu perguntei o que você estava pensando, mas o rubor
praticamente responde à pergunta para mim." Ele observou.
Seu sorriso fez uma de suas covinhas aparecerem, me fazendo
contorcer no meu lugar.
Querendo pegá-lo desprevenido, eu disse exatamente o que estava
pensando, até a própria posição em que estava enquanto ele estava
bombeando dentro de mim.
Eu cruzei as pernas, apertando-as juntas para tentar contornar a
necessidade queimando, mas isso só piorou, me fazendo descruzar as
pernas ao mesmo tempo em que Trance olhava de boca aberta para mim.
Apesar de nenhuma outra palavra ser dita, nós dois sabíamos.
Sabíamos que hoje ia ser o dia.
Tínhamos dançado em volta do elefante na sala por muito tempo, e
para mim, pessoalmente, me sentia muito, muito perto de entrar em
combustão.
O caminho para o meu apartamento do hospital levou quatorze
minutos.
O tempo todo estava ciente de Trance. Seus olhos nunca se
desviaram da estrada, mas o ar no carro era sufocante com a tensão
sexual rolando entre nós.
Eu podia sentir a antecipação pendurado entre nós. Eu sabia que
ele estava muito consciente dos meus movimentos, minha respiração e da
minha necessidade.
O mesmo acontecia comigo. Embora não estivesse olhando para ele,
meu corpo parecia sentir quando o seu se movia, sutilmente mudando de
posições enquanto chegava o mais perto possível dele, mas sem tocá-lo.
De alguma forma, eu sabia que se o tocasse, não estaríamos
fazendo isso em casa. Ele puxaria para o lado da estrada e me levaria,
independentemente das consequências.
Eu sabia que ele estaria vindo hoje à noite depois do seu turno.
Havia tanta coisa que uma pessoa poderia tomar antes de não aguentar
mais, e Trance e eu estávamos naquele ponto de ruptura.
O que não esperava era ele ligar e informar que estava de folga por
um tempo.
Havia algum tipo de código em que dizia que você precisava de um
pouco de sexo, e que estaria de volta em dez minutos?
"Unidade 5-2 Código 7." Trance disse no microfone em seu ombro.
Meu coração começou a bater forte. O seu olhar era totalmente
assustador. Assustador de um tipo bom, mas ainda assustador. Parecia
que estava prestes a me devorar desde os dedos dos pés até à ponta dos
cabelos.
"O-o-o que você está fazendo?" Eu perguntei, surpresa.
A mão que estava em seu cinto da arma finalmente libertou a ligação
frouxa e deixou cair o cinto no sofá com um baque alto. Então,
desabotoou o primeiro botão de sua camisa, agarrou-a pela parte de trás
do colarinho e puxou-a sobre a sua cabeça em um movimento fluído. A
camisa foi para o mesmo lugar que o cinto, então começou a retirar as
tiras de velcro que mantinham o seu colete Kevlar. Com três movimentos
rápidos, ele tinha cada cinta de velcro solta e estava tirando o colete em
movimentos bruscos e apressados. "Jesus, você devia jogar strip poker
com todas as roupas que tem vestido. Eu aposto que ia ganhar!" Eu falei
nervosa. Seus olhos nunca vacilaram, mas o brilho neles me disseram
que ele estava se divertindo com meu nervosismo. Eles praticamente
diziam: 'Acho bom que esteja nervosa. Estou prestes a devorá-la. ' A sua
t-shirt branca foi a próxima, seguida do botão em suas calças. Em
resposta a esse brilho em seus olhos, eu, é claro, soltei a coisa mais
embaraçosa que jamais teria proferido. "Eu sou virgem!"
As mãos que estavam no processo de empurrar as calças, as
despindo de seus quadris congelaram no lugar, e um olhar animal, quase
satisfeito, surgiu nele imediatamente, e ao mesmo tempo, suas mãos
encontraram o meu cabelo.
Entre beijos, expliquei. "Bem, não sou bem virgem, por assim dizer.
Eu estourei a minha própria virgindade, com inúmeros vibradores nos
últimos dez anos".
Eu fui puxada para frente, um braço envolveu o meu pescoço e
outro apertou um punhado do meu cabelo, até que eu estava corando
contra seu peito nu.
"Você não poderia ter dito nada mais sexy para mim agora." Ele
resmungou, e então meu corpo estava voando pelo ar. Acabei em seu
ombro, olhando para a sua bela bunda. As suas calças estavam para
baixo, mal me deixando dar uma espiada dos globos musculares de seu
traseiro.
Não sendo capaz de me controlar, coloquei um beijo de boca aberta
quente em cada bochecha antes de usar as minhas mãos para empurrar
para baixo as suas calças. Eu apalpei a perfeição, deixando as minhas
unhas cavar quando o seu aperto aumentou nas minhas costas. "Pare
com isso", disse batendo na minha bunda. "Você já arruinou
completamente o meu controle no carro com a sua provocação. Continue
assim e não vai ser como você precisa. Vai ser duro, cru e sujo."
"Eu gosto de áspero, cru e sujo," ofeguei um pouco antes de morder
sua bunda. Eu gritei quando me jogou em cima da cama. A minha saia,
que tinha se mantido de alguma maneira até os joelhos, foi puxada para
cima por mãos ásperas.
"Tire sua camisa", pediu enquanto os seus dedos ásperos foram até
as laterais das minhas coxas, enganchando em torno de minha calcinha e
as puxando.
"A camisa!" Ele rosnou quando o assisti descer entre as minhas
pernas e as colocarem torno de seus ombros fortes. Um polegar áspero,
calejado varreu os lábios de minha buceta e ele rosnou em apreço.
"Eu gosto que você raspou aqui." assobiou. "E que está tão
molhada. É tudo o que é necessário? Um pouco de conversa suja da
minha parte e você fica logo pronta para ser tomada?"
A remoção da minha camisa foi totalmente esquecida com cada
botão desfeito, bem como o fecho frontal do meu sutiã. Eu não tinha mais
força de vontade para remover qualquer coisa. Em vez disso, me
concentrei no que ele estava fazendo para mim. Eu teria lhe respondido.
Realmente, teria, mas meu cérebro explodiu com o primeiro toque de sua
língua quente e molhada. Neurônios que nunca tinham sido estimulados
antes começaram a disparar. Tudo de uma vez. Meu cérebro estava em
sobrecarga e a única coisa que consegui fazer sair da minha boca, foram
os gemidos de prostituta ininteligível, que eu pensava que serem apenas
especiais para filmes pornográficos. Minha mão foi para o seu cabelo
louro encaracolado e agarrei nele com todos os meus dedos. Eu não o
guiei, apesar de tudo. Trance não era o tipo de homem que precisava,
nem queria, orientações. Ele era todo homem e a última coisa que
precisava, era de qualquer direção.
Ele estava tocando o meu corpo com a língua como se fosse um
instrumento à sua mercê. Um grande dedo entrou em mim e isso foi tudo
o que precisei. Eu explodi. Não há outras palavras para o que meu corpo
fez.
Quando o seu dedo entrou em meu núcleo molhado, eu tinha ido
embora.
Viddy deixou o prédio. Em meu lugar ficou uma mulher que só
sobreviveu no prazer. O prazer deste homem. O único a me comer, como
nunca tinha sonhado que poderia ser possível.
Quando meu orgasmo diminuiu, eu estava lá, ofegante e sem saber
o que fazer a seguir. Trance não tinha tais escrúpulos. Ele sabia
exatamente o que queria e tomou. Eu assisti com fascínio quando tirou
uma camisinha de sua carteira e a jogou no chão com um sonoro tapa,
rasgou o pacote, abrindo-o com os dentes. Ainda melhor, vi quando
colocou a ponta da camisinha na cabeça de seu pau, beliscando-a
ligeiramente, colocando-a sobre o seu grande pau.
A camisinha ficou com cerca de meia polegada de sobra, não tenho
tempo para fazer a pergunta que estava se formando em minha mente,
porque ele estava lá, entre as minhas pernas. Colocando a grande cabeça
de seu pau na entrada de minha buceta.
Agarrando cada uma das minhas coxas com suas mãos grandes,
ampliou as minhas pernas e me abriu para a sua penetração ainda mais
profunda, antes de lentamente começar a empurrar para dentro de mim.
Inicialmente, a intrusão de seu pau foi uma surpresa, mas com
algumas estocadas rasas, ele estava completamente revestido pelos meus
sucos, permitindo-lhe entrar todo o caminho com o seu próximo golpe.
Ele bateu no fundo dentro de mim e olhei para baixo em surpresa. Ele
não estava todo dentro de mim, mas isso era tudo o que eu era capaz de
tomar. Pelo menos no início.
"Jesus, você é tão malditamente apertada." Ele gemeu, se retirando
antes de se impulsionar para frente mais uma vez.
"Isso é provavelmente porque seu pau é tão grande. Eu nunca tive
qualquer problema com meus vibradores." Eu provoquei entre respirações
afiadas.
"Você não vai mais precisar desses vibradores. Você pode jogá-los
fora." Ele disse, enfatizando o seu ponto com um golpe profundo.
"Ok", concordei prontamente.
"Apenas certifique-se que está aqui toda noite, então não tenho que
usar as minhas mãos". Ele sorriu, dando uma visão clara das suas
covinhas, provocando uma onda de umidade entre as minhas pernas.
"Não sorria," ofegava. "Você vai me fazer gozar muito rápido." Ele
riu. O filho da puta riu.
"Oh querida. Você vai estar gozando muito durante a próxima hora.
Então, quando voltar do trabalho, você estará fazendo tudo novamente.
Quando se sentar em sua cadeira amanhã no trabalho, vai estar tão
dolorida que mal conseguirá se mover, mas garanto que vai voltar para
casa e implorar por mais do meu pau". Eu não discuto com ele. Era óbvio
para mim, assim como para ele, que eu era massa em suas mãos.
O que ele provou, momentos mais tarde, quando as mãos que
estavam em meus quadris se moveram até que ambos os polegares
roçaram meu clitoris.
Ele, contudo, não os moveu. Tudo o que tinha a fazer era deixar
que o movimento do nosso corpo, suas estocadas, adicionassem o atrito
que eu precisava. Levando-me a explodir, me quebrando em um milhão
de peças minúsculas carregadas sexualmente. "Porra! Sim!" gritei. Com
meu orgasmo segurando o seu pau com tanta força, pulsando em torno
de seu comprimento, despertei uma reação em cadeia em seu próprio
corpo, fazendo-o explodir logo a seguir ao meu próprio orgasmo.
"Filha da puta." Trance rosnou, olhando para baixo para assistir o
seu pau a entrar e sair de mim. "Deus, sim." Trance entrou em colapso,
levando as minhas pernas com o seu grande corpo, empurrando o seu
pênis ainda mais fundo dentro de mim, me fazendo gemer.
"Jesus. Por que isso parece tão certo?" gemi.
"Porque sou muito bom." Ele disse se colocando sobre os cotovelos
e pegando no meu rosto. Uma por uma, deixou as minhas pernas irem,
até que caíram inertes ao nosso lado. Meus braços estavam em cima da
minha cabeça, incapazes de fazerem até mesmo a mais simples das
tarefas, como tirar o cabelo que tinha caído no meu olho para fora, para
que pudesse ter uma visão mais clara dos olhos de Trance. Soprando
vigorosamente, finalmente tirei o cabelo dos meus olhos, apenas para
descobrir Trance olhando para mim ainda mais intensamente.
"Sua quente bu..." Eu o interrompi antes que pudesse dizer que
palavra feia 'B' golpeando minha mão sobre sua boca.
"Não diga essa palavra. É grosseiro." Eu repreendi. Seus olhos
brilharam com júbilo, mas balançou a cabeça sabiamente e deixei cair a
minha mão.
"Você não gosta dessa palavra?" Ele perguntou.
"É tão... Impertinente." Corei.
Ele retirou-se do meu corpo molhado antes de caminhar até o
banheiro, seu pau ainda tão duro, como tinha estado quando começamos.
Eu ouvi a água ligar e desligar, seguida pela descarga do banheiro, antes
dele voltar e se deitar na cama ao meu lado. O seu corpo grande fez a
cama afundar, rolei para ele involuntariamente, não que parecesse se
importar. O seu braço me apertou e sua mão em concha foi para a minha
bunda, me puxando para perto de forma que pudesse sentir o cume duro
de seu pênis. Ele não fez nada, porém, ficou somente olhando para mim.
"Eu tenho que voltar a trabalhar por mais três horas. Eu estou na
minha pausa para o almoço, mas acabamos usando quase três quartos
dela." Ele hesitou, e então disse. "Você quer que eu volte de novo?"
Eu balancei a cabeça como uma colegial ao conhecer o seu membro
favorito de uma boy band, fazendo-o sorrir maliciosamente.
"Ok, estarei de volta em torno das duas horas da manhã. Eu tenho
que levar os cães para casa, e em seguida, voltarei."
"Você quer que eu vá para sua casa? Vai ser mais fácil para você."
As mãos que estavam percorrendo as minhas costas pararam e ele me
olhou atentamente. "Eu adoraria ter você em minha casa, mas os meus
irmãos ainda estão lá, e quero um pouco de tempo sozinho, apenas com
você. Além disso, então nós teríamos que ficar quietos."
"Ok", concordei ansiosamente. "Vejo você às duas. Eu tenho umas
chaves no balcão da cozinha. Max e Gabe deixaram quando eles
mudaram as fechaduras."
Seus olhos escureceram.
"Não que não goste do fato de estar me dando as chaves, mas não
vamos mencionar um outro homem, muito menos outros dois homens, na
cama, quando estamos nus, de novo, ok?"
"Sim, senhor." disse sarcasticamente.
"Agora isso é o que gosto de ouvir." Disse, me dando um beijo na
bochecha antes de se levantar para ir.
"Hey Trance?" Perguntei quando se endireitou. Ele se virou, e posso
ver novamente o seu grande pau, me fazendo lamber os lábios.
Ele fechou os olhos como se estivesse orando por paciência antes de abri-
los novamente e apoiando-se lentamente.
"Sim?"
"Tenha cuidado e volte depressa." Ele sorriu diabolicamente.
"Oh, não se preocupe com isso. Eu vou estar contando os minutos."
Então vestiu as suas calças, voltou para a cama e me deu outro selinho
nos lábios, antes de ir para a sala de estar para terminar de se vestir.
Eu fiquei de pé; escorregando a t-shirt branca que tinha roubado dele
quando passei a noite e o segui para a sala de estar. Ele já tinha o seu
colete e estava vestindo a sua camisa quando me viu. Ele percebeu o meu
estado sem sutiã e vestindo a sua t-shirt, antes de dizer: "Ah, porra."
Ele ficou quinze minutos atrasado da sua pausa para o almoço.
"Tranque a porta", digo enquanto me dirijo para a porta do
apartamento de Viddy. "E ligue o alarme. Ouviu?" Ela seguiu atrás de
mim, na mesma t-shirt que tinha causado o atraso anterior, balançando a
cabeça.
"Sim senhor!" Virei-me e a prendi junto da porta, esmagando os
meus lábios nos dela em um beijo apressado, antes de o quebrar e bater
de leve na sua bunda.
"Eu gosto de sua boca inteligente. Mantenha essa atitude e vou ter
que descobrir algo, para manter a sua boca ocupada para que toda essa
insolência não continue a sair para fora dela." Ela bufou para mim, abriu
a porta e fez um gesto de me enxotar.
"Vejo você em algumas horas, meninão." Saí, descendo para o carro
com os dois cachorros em meus calcanhares. Depois de uma rápida visita
na grama, para a sua ida ao banheiro, no campo atrás do complexo de
apartamentos, deixei os cães na delegacia e liguei para a central de
comando.
Assim que disse à central de comando que eu estava de volta ao
trabalho, fui para o Loop que era o meu principal entrave.
Eu trabalhava no Loop aos fins de semana, uma vez que parecia ser
um local de encontro para o povo de Benton. Como não havia muito a
fazer, os adolescentes sempre encontravam uma maneira de ficar em
apuros fazendo corridas de rua.
E foi por isso que apenas cinco minutos após a minha primeira
ronda, vi dois carros correndo, prestando pouca atenção aos outros
motoristas na estrada.
Pegando meu rádio, comuniquei enquanto ficava chateado como
uma cadela, ligando as minhas luzes e sirenes.
"Unidade 5-2 respondendo a uma 23109."
"10-4". Comunicação confirmada.
Eu tive sorte, pois quando segui os dois carros, um modelo branco
novinho Dodge Charger e um Mustang GT preto, estavam parados em um
sinal vermelho, com motores acelerando. Eles não tentaram fugir, o que
foi ainda melhor.
Ambos, obedientemente, se dirigiram para dentro do parque de
estacionamento Best Buy antes de desligarem os seus veículos. Fui até o
Mustang primeiro, pedi a licença e o registo do garoto, antes de ir para o
outro veículo. Este homem era mais velho e devia ter mais sensatez.
Crianças idiotas sempre incitavam os adultos. Adultos idiotas sempre
assumem as burrices de crianças pequenas. Os homens, porém, nunca
iriam mudar. Eu tinha acabado de fazer exatamente isso há dois dias com
os meus irmãos no carro. Merda acontece.
Depois de lhes passar uma multa, a entreguei para eles e os deixei
seguir o seu caminho, antes de parar no mesmo local onde estava antes
no Loop.
Passou mais uma hora do meu turno antes de receber a chamada
mais assustadora que já tinha recebido, desde que trabalhava na polícia
de Benton.
"Unidade 5-2, recebemos vários trotes de 511 Baylor Drive na zona
sul. Você pode fazer uma verificação?" Perguntou o operador.
"10-4".
A residência à qual deveria fazer uma verificação estava
completamente às escuras quando estacionei. Ela era a única na rua sem
luz, e o quintal tinha mato tão alto que eu soube imediatamente que
quem estava vivendo lá antes, definitivamente não estava agora. Um sinal
na frente dizia 'propriedade do banco para a venda' e era evidente que
estava no mercado há algum tempo.
Deixando sair ambos os cães, andei com cuidado para a porta,
passando por cima de grandes rachaduras na calçada e apontando a luz
da minha lanterna em ambos os lados da janela. Ambas as janelas ainda
estavam intactas, o que era surpreendente. Normalmente, em casas
abandonadas como esta, ocupantes ilegais tendiam a invadir, forçando a
entrada, da maneira mais fácil possível.
Os painéis de vidro em ambos os lados da porta teriam sido a
maneira ideal para conseguir entrar. Batendo na madeira da porta três
vezes, eu disse, "Polícia de Benton." Sem resposta, bati novamente. Uma
estranha sensação de déja vu me atingiu, e me virei de lado tentando
expôr o mínimo possível do meu corpo. O que salvou a minha vida.
Três tiros de espingarda foram disparados, ao mesmo tempo e eu
caí, apertando o intercomunicador do meu microfone e gritando. "Unidade
5-2. Tiros disparados. Tiros disparados. Código 45."
Assim que acabei de gritar no meu microfone, puxei o interruptor
que o desligava e tudo ficou estranhamente silencioso. Eu esperava que
tivesse chamado o código certo, pois eles foram mudados apenas na
semana passada, mas assumi que logo descobririam o sucedido ao não
ouvir nada de mim de volta.
Era o protocolo padrão desligar o rádio após avisar a central que a
sua vida estava em perigo. O rádio muito provável estaria explodindo
neste momento, enviando unidades para este local, e se ainda estivesse
ligado, quem tinha feito os disparos provavelmente o ouviria, se
aproveitando das informações.
Quem estava disparando as balas de espingarda através da porta
ficou em silêncio após ficar sem munições, fiquei onde estava, com a
arma apontada para a porta destruída sem qualquer conhecimento de
quando a mesma seria aberta.
Os cães estavam abaixados, perto do chão, tremendo em
antecipação e eu estava feliz que Kosher não tinha perdido a sua merda,
assim que o tiroteio começou. Só depois de um bom minuto sem mais
nenhum tiro, que comecei a ficar preocupado. Eu era a uma única pessoa
na porra do escuro, poderia haver sabe-se lá quem e quantos, apenas ali,
esperando eu fazer a minha jogada. Que eu sabia, que tinha que fazer.
Colocando a lanterna na minha arma, espreitei pela porta apenas
para ser recebido por uma espingarda. Uma espingarda descarregada,
felizmente.
Quem quer que fosse, tinha a deixado cair sobre uma mesa ao lado da
porta e fugiu.
Ouvi ruídos de pés arrastando vindos da sala traseira, mas mantive
a minha posição. Algum sexto sentido, me disse que estavam indo ao
redor da casa, então dei uma ordem para Radar ficar e para Kosher ir.
Quando ele foi, Radar e eu fomos para a casa. Eu soube imediatamente
que algo estava morto naquela casa e tinha estado por algum tempo.
Um rosnando vindo da rua me fez enrijecer, mas investiguei o resto
dos quartos, feliz por encontrar cada um deles vazio de qualquer
mobiliário que possibilitassem quaisquer suspeitos se esconderem atrás
ou debaixo deles.
Quando finalmente entrei na cozinha, o cheiro concentrado da
podridão parecia permear o ambiente, mas o que tinha a minha atenção
era o rosnar e os latidos vindos de Kosher. Encontrei-o no lado da casa,
entre o quintal e a frente.
"Kosher. Senta." Kosher se sentou, mesmo que não estivesse
tocando no suspeito. Apenas latindo e rosnando para conseguir que o
suspeito ficasse parado e não se movesse.
O que me surpreendeu foi o tamanho da suspeita. Ah, e que a
suspeita não era mais do que a porra de uma criança.
"Mãos para cima onde eu possa vê-las." Digo com autoridade. A
jovem gemeu e levantou as mãos até que estavam esticadas na grama
acima dela. Caindo de joelhos na grama, eu a algemei com as mãos atrás
das costas e lhe pedi para se levantar, levando-a pelo lado da casa, saí
pelo jardim da frente para encontrar três carros de polícia, um disfarçado
e Loki, correndo pela calçada com as suas armas em punho.
"Casa limpa." Gritei. Todas as armas se voltaram em minha direção
até que gritei: "Sou eu, Trance." Suspiros aliviados vieram dos quatro
homens quando me aproximei mais, com ambos os cães me
acompanhando.
"O que aconteceu?" Perguntou o policial Torsos. O policial Torsos
estava em nossa divisão e trabalhava com as crianças do bairro, para
reduzir a criminalidade. Ele já estava na força por quase vinte anos, e
tinha um jeito com crianças. Que viria a ser conveniente agora.
"Eu não sei ainda, a não ser que esta pequena aqui, atirou em mim
através da porta em vez de apenas se apresentar simpaticamente."Eu
rosnei. Um dos outros oficiais tirou um kit de luz da parte traseira de seu
carro-patrulha e o ligou enquanto sentei a garota sobre o capô do meu
carro.
"Por que você disparou?" Eu perguntei sem rodeios.
"Você disse que era a polícia." Ela disse simplesmente. Levantei os
meus olhos para o céu e desejei calma para o meu corpo, enquanto
tentava não explodir na obviamente assustada jovem.
"Por que você está em uma casa abandonada?" Perguntei. Ela
encolheu os ombros.
"Jesus Cristo." Estalei.
"Que tal você ir para uma caminhada. Vou fazer-lhe mais algumas
perguntas." O oficial Torsos propôs. Uma proposta que aceitei e voltei
para a casa, Loki seguiu nos meus calcanhares.
"Isso é como deja-porra-vu." Loki informou amavelmente. "E eu não
sei disso, porra?" Eu concordei.
"Alguma coisa está morta lá dentro." Loki disse assim que cruzou a
soleira da casa. Ligando o rádio de novo, entrei em contato com a central.
"Central, esta é a unidade 5-2. Você pode entrar em contato com a
empresa de energia elétrica e lhes pedir para ativar a energia para esta
casa?"
"10-4". O operador respondeu. "Isso deve demorar uma boa hora."
Loki riu sem graça. Eu silenciosamente concordei. Demoraria um tempo.
Acontece que, foi a porra de uma longa noite.
"Então, enquanto temos tempo livre, que tal me dizer o que sabe
sobre Paul Russo e o que você foi capaz de descobrir sobre ele." Exigi,
voltando minha atenção para ele. Loki sentou-se em seu carro patrulha e
olhou para o céu.
"Não muito, para ser honesto. Ele afirma que a coisa toda era
consensual. Ele disse que eles as colocaram quando ainda estava com ela.
Tem um inferno de um advogado e uma porrada de dinheiro, também.
Temos que ter uma declaração de Viddy dentro do próximo par de dias.
Ela vai ter que fazer um relatório antes poder acusá-lo oficialmente."
"Foda," Eu exalo. Eu realmente não queria que ela soubesse que
tinha uma câmera a filmando. Ela vai se sentir violada e suja, e não é
nada disso.
"O cara é uma verdadeira peça de trabalho. Ele tem que descer,
nem que seja por questão de princípio. Se fosse qualquer outra pessoa,
teria cumprido algum tempo por invasão. O seu pai é um advogado
criminal figurão. A sua mãe, uma psiquiatra. O seu filho tem sido além de
mimado".
"Bem, a sua sorte está prestes a acabar, porra." Eu prometi.

Acordei quando um corpo quente deslizou na minha cama atrás de


mim. Apesar disso, eu não saltei. Eu sabia exatamente quem era. Trance.
Eu reconheceria o cheiro dele em qualquer lugar.
"Você está atrasado." Eu meditei cansada.
"Longo turno." Ele concordou.
"Estou satisfeita que você está em casa."
"Eu também, docinho. Eu também.”
Eu tinha virado o pote de café e só comecei a olhar o jornal, quando
um título em negrito na primeira página chamou minha atenção.
'Diretor K-9 da polícia de Benton encontra adolescente
desaparecida ilesa'.
Olhei para o artigo e comecei a ler sobre a jovem que estava
desaparecida há quase uma semana, atirando em um oficial. Meu oficial.
Eu comecei a tremer.
De acordo com o artigo, Trance tinha respondido a uma chamada
de trote vindo de uma residência. Quando bateu na porta, a jovem,
aterrorizada com o homem que tinha matado sua mãe, disparou pela
porta em Trance.
Felizmente, Trance tinha saído ileso.
Felizmente.
Que porra é essa? Isso não era algo para você informa a sua... A
garota com que você passou a noite?
Nós estávamos fodendo?
Pelo menos, acho que Trance gostaria de saber se isso acontecesse
comigo.
Decidindo que esta era uma discussão melhor para ter quando
tivesse tempo para realmente discutir isso, peguei meu café, e saí para a
calçada onde meu táxi estava à espera.
Trance tinha dito que iria me levar, mas parecia estar dormindo tão
tranquilo, que não tive coragem para acordá-lo. Agora, porém, estava feliz
que tinha decidido chamar um táxi. Eu não acho que poderia falar sobre
o incidente sem gritar, e ele não precisava da minha merda, depois da
noite que teve. Esta noite estava longe demais.
Só que não levei em conta que o urso do homem por quem tinha
caído de cabeça, viesse correndo para fora do meu apartamento, como se
sua bunda estivesse em chamas. Tronco Nu. Com as calças com o ziper
puxado, mas não abotoadas. Os seus pés estavam em suas botas, com as
calças metade dentro, metade fora de suas botas.
Os seus abdominais ondulando enquanto vinha em minha direção,
e eu tinha um desejo insano de saltar para dentro do carro e ir embora.
Ele só me seguiria, apesar de tudo. Seria melhor para mim ficar aqui e
esperar o inevitável.
Inclinando-me para a janela aberta do táxi Eu disse: "Sinto muito.
Parece que não vou precisar dos seus serviços apesar de tudo."
"Não tem problema, querida." Sylvester, um dos meus motoristas de
táxi regulares, disse.
"Tenha um bom dia, Syl." Eu disse enquanto bati na janela e dei
um passo para trás, justamente quando senti o calor de um muito puto
homem, nas minhas costas.
Eu tremi involuntariamente e me recostei contra o calor do corpo de
Trance.
Seus braços não abraçaram a minha cintura, como imaginei que ele
faria.
Em vez disso, uma mão fechou no meu quadril esquerdo, enquanto
a outra mão subiu para a minha garganta.
Não com força, mas o suficiente para que eu sentisse uma pequena
onda de emoção através de mim, pelo gesto totalmente diferente.
Seu polegar pressionou contra a batida do meu pulso enquanto os
outros dedos rodearam o meu pescoço.
"Você só estava indo embora?" Ele questionou, cansado.
Fechei os olhos, deixando à sensação de seu corpo aquecendo
minhas costas e o ar fresco da manhã soprando sobre a minha pele
superaquecida.
"S-sim." Eu respondi.
Meu coração estava batendo, mas não de medo, de antecipação. O
que ele faria? Será que gritaria? Ficaria chateado e iria embora? Me
espancaria e, em seguida, me foderia até a morte?
Ok, o último foi mais uma fantasia, do que uma possibilidade, mas
uma menina poderia sonhar, certo?
"Por que seu pulso está acelerado?" Ele murmurou, correndo os
seus lábios contra o meu pescoço.
"Eu tenho que começar a trabalhar e você vai me fazer chegar
tarde." Eu tentei desviar sua atenção do jeito que estava me fazendo
sentir.
"Diga-me." Ele rosnou.
Apertei os olhos bem fechados, mal contendo o impulso de ofegar.
"Quão louco você tem que estar para me espancar." guinchei.
Ele riu sombriamente. "Oh, estou tentado a isso agora, e você ainda
nem sequer fez algo muito errado."
"Eu não sou desse tipo de coisa." provoquei.
"Nem eu ou não era. Você me tem torcido em nós". Ele disse pouco
antes de lamber o meu pescoço exposto. Eu tremi, vibrando em
antecipação.
"Eu tenho que ir para o trabalho." tentei desesperadamente. "Vou
levá-la." Ele disse e então me liberou. "Vá para a minha moto."
Ele tirou as chaves do bolso, esfregando os dedos contra a minha
bunda, quando me deu um pequeno empurrão para frente.
Eu fui, com relutância, e me aproximei de sua moto.
Eu estava pensando em como subir na moto com uma saia em que
mal consegui enfiar a minha bunda, quando as suas mãos calejadas
foram para ambos os lados dela e a puxaram até quase ao meio das
minhas coxas, antes de me pegar e me colocar na parte de trás da moto.
Eu olhei para o homem, mas ele apenas sorriu.
"Você não vai se vestir?" Engoli em seco quando ele caminhou para
o meu lado, ainda sem camisa com as calças baixas na cintura.
Ele sorriu amplamente, me expondo a suas covinhas e me fazendo
temporariamente muda. Virando-se para seus alforjes, tirou um colete de
couro e o colocou antes de fechar os três botões frontais.
"Uau", foi a única coisa inteligente que consegui pensar em dizer.
Ele montou a moto, me entregou o capacete, esperou
pacientemente para eu o colocar, antes de ligar e dirigir a moto para fora
do local de estacionamento.
Ele não foi lento no caminho para a escola. Em vez disso,
ziguezagueava na hora do rush da manhã habilmente, fazendo-me sentir
um pequeno excitamento.
Ou o excitamento poderia ter sido realmente do peito nu e quente
do homem.
Eu deixei escapar os dedos debaixo do couro, correndo os dedos
sobre os músculos de seu trincado estômago.
Seu estômago contraiu e descontraiu com cada passagem dos meus
dedos, e na altura em que chegou à escola, eu estava além de pensar em
nada, mas na festa acontecendo entre as minhas pernas.
Foi Trance, que riu e deu um tapinha na minha perna, pedindo
para sair.
Oh, mas eu não queria sair.
"Sua amiga professora arrogante está dando-lhe um mau olhar. Ela
também tem seu telefone na mão. Melhor se apressar e sair, antes que
comece a gritar sobre quão alto a sua saia está enrolada." Disse Trance,
me sacudindo dos meus pensamentos impróprios. Eu saí rapidamente do
lado oposto da moto, com a ajuda de Trance, e dei-lhe um rápido beijo
nos lábios. "Eu ficarei livre por volta das duas horas."
Ele sorriu amplamente e ouvi suspiros. Não de mim, porém, mas de
toda a população feminina do colegial de Benton.
"Saia daqui antes de começar a fazer as suas calcinhas caírem." Eu
sussurrei.
Ele bufou.
"Vejo você por volta das duas."
Com isso, decolou. Observei-o até que estava longe demais para o
ver, antes de me virar.
Eu também não era a única o observando até ele desaparecer,
porque cada pessoa que estava no exterior ainda estava olhando para ele.
Homens, mulheres e adolescentes.
"Uau, Senhorita Sheffield, ele é totalmente quente." Disse uma
jovem ao meu lado.
Virando a cabeça, estudei as características da jovem, colocando-os
na memória.
Jade estava no segundo ano na minha classe de estudos.
Eu não tinha visto, nem ouvido, nada sobre ela em quase uma
semana, devido à equipe de “cheerleaders” de Benton ter estado num
encontro do distrito.
Ela era linda.
Apesar de mais baixa, mas bastante muscular, ela me lembrava
muito de Baylee.
"Oi, Jade. Sim, concordo com você. Ele é um belo espécime."
Jade riu e começou a caminhar para dentro do prédio comigo,
conversando sobre nada importante.
"Senhorita Sheffield," Jade questionou. "Você vai ao jogo do
regresso a casa, nesta sexta-feira?"
Apertei os lábios em pensamento. "Bem", hesitei. "Eu acho que
poderia. A que horas começa?"
Jade gritou de emoção. "Fantástico. Eu não posso esperar para você
me ver... Sinto muito. Eu não posso esperar para que possa estar lá.
Nunca há um momento de tédio. Esta vai ser a minha primeira vez no
topo da pirâmide. Normalmente, os mais velhos são os únicos que
conseguem ir até lá, mas venci a Chelsea na nossa classe de peso..."
A menina poderia falar, isso era certo. Eu me perdi na parte da
pirâmide. Ouvi com metade de uma orelha, enquanto caminhávamos para
a sala de Educação Especial e dei-lhe um aceno de despedida e a enviei
para a aula.
"A propósito, Senhorita Sheffield leve o oficial Spurlock com você
sexta-feira!" Ela disse dando risadinhas antes de sair pulando à distância,
e se aproximando de um dos homens da equipe de futebol.
O menino-homem envolveu a pequena Jade em um abraço de urso
e a levou para a aula, me fazendo sorrir com as suas palhaçadas.
Eu era uma das professoras descontraídas. Enquanto eles não
estavam lutando, eu estava bem com isso.
"Coloque-a para baixo!" Sandra gritou enquanto passava por eles
no caminho para a porta da Educação Especial.
Sandra era um dos docentes, que era não para a descontração. Na
verdade, era uma cadela e eu odiava as suas entranhas.
Eu não acho que havia uma coisa que ela poderia fazer que me
faria odiá-la mais, mas me foi provado que estava errada momentos mais
tarde, quando ela entrou no meu escritório, enrolando um pedaço de
papel que tinha em suas mãos e o jogou no lixo antes de sair para seu
próprio escritório.
Caminhando lentamente para o meu lixo, retirei a única coisa ali
existente. O pedaço de papel amassado que Sandra tinha jogado antes de
sair. Desdobrei-o e suavizando-o na minha mesa, olhei para a nota, grata
que era capaz de ver isso claramente e me irritei.
Senhorita Sheffield, por favor, venha ao meu escritório o mais cedo
possível.
Ronald.
Ronald era o diretor e tecnicamente o meu chefe. Levantando-me
imediatamente da minha posição de debruçada sobre a minha mesa, pisei
fora do meu escritório em direção ao de Ronald.
Eu acenei para o velho morcego atrás da secretaria, nem de perto
no humor para lidar com o seu mau humor e fui direta para o escritório
de Ronald e fechei a porta.
"Ahh, Senhorita Sheffield. Estou feliz que pode vir desta vez."
Ronald disse, se afastando de seu computador e me dando toda a sua
atenção.
"Desta vez?" Perguntei confusa.
"Sim", acenou com a cabeça sabiamente. "Eu tenho feito de tudo,
menos descer para o seu escritório para tentar trazê-la aqui. Liguei,
enviei-lhe notas. Inferno, na semana passada, realmente fui ao seu
escritório e Sandra disse que estava fora para almoço".
Meus olhos se fecharam e a raiva fervia em minha barriga. "Você
falou com Sandra todas essas vezes?" Eu perguntei suavemente.
Suas sobrancelhas espessas se juntaram enquanto os seus lábios
contraíram. "Agora que você mencionou, sim, sim, sempre falei com
Sandra em todas essas vezes. Por quê?"
Encolhi os ombros. "Bem, nunca recebi nenhuma mensagem, e
realmente, encontrei esta nota enrolada na minha lixeira."
Ele levantou as sobrancelhas em surpresa. "Sério? Sandra acabou
de me dizer que entrega todas as minhas mensagens e me assegurou que
as estavam recebendo. Na verdade, me disse que as lê para você em voz
alta de cada vez".
Seus olhos eram duros, como se estivesse chateado por estar
ignorando a sua convocação. "Posso assegurar-vos que não tenho obtido
qualquer de suas mensagens. Na verdade, especificamente vi Sandra
entrar em meu escritório com esta nota e jogá-la na lata de lixo."
Levou alguns momentos antes dele finalmente entender sobre o que
eu estava falando antes de sorrir amplamente. "Você pode ver?"
Eu estendi minha mão e fiz um gesto de mais ou menos. "Mais ou
menos. Na verdade, era cerca de 75% em meu olho esquerdo quando
entrei na escola hoje e agora baixou para cerca de 50%. Meu médico diz
que tem muito a ver com os meus níveis de estresse ".
Ele estava balançando a cabeça vigorosamente. "Bem, estou apenas
feliz que você fez melhorias. Agora, tudo o que queria realmente saber era
como gostaria de conduzir seu trabalho. Que melhorias acha que
precisamos fazer no departamento de educação especial?"
Eu pensei sobre a questão antes de explicar com toda a
honestidade. "Bem, sinto que o departamento poderia melhorar muito.
Agora ajudamos, em torno de quatro a oito alunos por hora, mais para
ajudar durante os testes. Leona tem sido uma super ajuda. Eu sinto que
o departamento de educação especial seria muito melhor se tivemos
algum tipo de... Exercícios de interação. Ainda há uma enorme distância
entre as duas escolas e não tenho nenhum indício de como resolver.
Sandra não gosta de mim porque fiquei com o seu trabalho, e aqueles
que estavam sob a sua liderança na outra escola, a seguem."
Ronald era novo na escola. As duas escolas decidiram que
contratariam de fora de qualquer sistema escolar, as pessoas certas para
o trabalho. Os dois diretores anteriores haviam se aposentado, não
querendo lutar pelo que viram que era inevitável, quando as duas escolas
se fundiram, tornando possível a contratação para o trabalho.
Ronald estava na rede pública de ensino por quase trinta anos,
começando a sua história como professor após sua passagem nos
fuzileiros navais, se movendo na cadeia de comando a partir daí. Ele era
um excelente diretor e todos os alunos o amavam.
Mesmo ambos os conjuntos de professores das escolas antagônicas.
"Ok", concordou. "Eu entendo como isso poderia ser um problema.
Vou ter uma conversa com Sandra. Desde já, gostaria que você planejasse
suas férias e vou obrigar os professores a começarem a contar com a sua
educação continuada. Ganha-ganha para todas as partes!"
Seu sorriso era contagiante e sorri de volta em troca.
"Eu já vou começar a tratar disso, Ronald." Respondi.
"Como está o novo bebê? A sua irmã recebeu as flores que enviei a
partir do escritório administrativo?" Ele perguntou.
Eu balancei a cabeça. "Sim, ela me ligou para dizer que eram
bonitas. Saylor está maravilhosa. Ela tinha 3,175 quilogramas quando
nasceu." Eu sorri.
Adeline tinha ligado esta manhã para me dizer que não tinha tido
nenhum sono e que precisava de alguma cafeína. Eu disse a ela para
acordar o marido preguiçoso, mas ela se recusou e me disse que ele tinha
ficado acordado a noite toda com elas.
Embora pensasse que era legal da parte dele, ainda não me sinto
mal por chamá-lo minutos depois de desligar com a minha irmã, para lhe
dizer que Adeline precisava de café.
Eu estava no caminho para o trabalho e ele estava deitado lá. Era
hora de se acostumar com isso. Os bebês eram um inferno de um
compromisso e ser privado de sono, era apenas uma das novas
responsabilidades que tinha de ter.
Apesar disso, prometi esconder uma cerveja na minha bolsa,
quando fosse visitá-los mais tarde.
"Excelente. Tudo bem, pense sobre o que gostaria de fazer e diga
para mim." Disse de pé, segurando a porta aberta para mim.
Assim que saí do escritório, pensei muito sobre o que fazer com
Sandra e a sua incapacidade de me repassar as minhas mensagens. No
final, decidi que talvez devesse apenas esperar para dizer qualquer coisa.
Realmente não foi uma sentença de enforcamento o que tinha feito, por
isso gostaria de lhe dar outra chance. Eu não era uma megera total, mas
se ela se mantivesse assim, com a maldita certeza não iria deixá-la ir
embora com isso.
Depois de mais três horas estressantes no trabalho, decidi parar
mais cedo, desde que a minha cabeça latejava. Para não mencionar que
minha visão diminuiu para apenas, pouco mais de vinte e cinco por cento.
Sandra tinha sido ainda mais uma vaca rude, do que o habitual.
Felizmente, o meu dia foi lento, então podia sair de lá com pouco esforço,
na minha carga de trabalho.
Tirando o meu telefone do bolso, liguei para Trance apenas para
acabar indo direto para o correio de voz.
O mesmo aconteceu com Adeline e Kettler.
Então, liguei para a empresa de táxi apenas para descobrir que os
dois táxis habituais, estavam ocupados em atribuições e não poderiam vir
me pegar, o que me levou a ou ficar aqui ou ir a pé.
Sandra escolheu esse momento para começar a reclamar, sobre
como eu estava fazendo os meus relatórios incorretamente, o que me fez
tomar a decisão.
"Leona, querida, estou saindo mais cedo. Eu não estou me sentindo
bem. Volto amanhã, está bem?" Eu disse quando comecei a empurrar as
minhas coisas na minha bolsa. Leona olhou para mim com preocupação,
mas o pequeno sorriso que lhe enviei, pareceu apaziguar a sua
preocupação, e ela acenou enquanto me retirava da sala. Fiquei surpresa
ao ver Falco no estacionamento, quando finalmente consegui sair pela
porta da frente. Falco estava trabalhando num programa de estágio, o que
lhe permitia sair no meio do dia para ir trabalhar.
"Ei, Falco. O que você ainda está fazendo aqui?" Perguntei.
A campainha que sinalizava o fim do terceiro período tinha tocado
quase dez minutos atrás, e os estagiários não perdiam tempo para sair do
parque de estacionamento, independentemente deles, na verdade, terem
de ir para o trabalho ou não.
"Meu caminhão não liga. Novamente." Falco suspirou.
"Bem, isso é uma merda." Eu disse sinceramente.
"Sim, parece que vou estar caminhando para o trabalho hoje." Ele
gemeu quando se virou e foi em direção a guarita do portão da frente.
"Onde você trabalha?" Eu perguntei quando comecei a caminhar ao
lado dele.
Ele me olhou com curiosidade, mas não protestou contra a minha
companhia.
"Eu trabalho em uma loja de molde na estrada 80." Ele disse.
O guarda não estava na guarita que verificava as entradas e saídas
de carros, por isso, contornamos o portão e começamos a descer a estrada
pavimentada.
"Isso não é muito longe?" Perguntei.
"Não, cerca de uma milha ou assim. Por que você está andando
comigo?" Ele desabafou.
Eu ri e perguntei: "Patterns Sterling?" A um aceno seu, continuei.
"Eu estou precisando de uma carona, mas ninguém está atendendo os
seus telefones. Eu acredito que The Dixie Wardens tem um clube perto
dessa área, correto?"
"Uh, sim. A poucas quadras dali. No beco".
"Excelente. Eu só vou caminhar com você, e, em seguida, vou até o
clube. Talvez possa encontrar uma carona lá." Eu disse, feliz que pensei
em um plano viável.
Era só a hora do almoço e de nenhuma maneira estaria esperando
mais duas horas para Trance me vir pegar.
Nós caminhamos em um silêncio sociável e fiquei impressionada
novamente com a boa forma em que Falco estava. Ele era tudo o que
poderia esperar em um adolescente. Forte, cortês, atencioso. Ele
trabalhava a sua bunda. Tirava boas notas.
"Você está pronto para o jogo de futebol na sexta-feira?" Perguntei
para quebrar o silêncio.
Ele sorriu para mim. Mencionei que era um homem jovem e bonito,
que fazia todas as meninas desmaiarem?
O seu sorriso era assassino, o que faz com que nunca esteja sem
companhia feminina. Não doía também que ele era o running back da
equipe de futebol.
"Sim, acho que nós estamos. Por quê, você vem?" Ele perguntou.
"Fui convidada por Jade para ir. Ela disse que o regresso a casa era
o melhor jogo para ir." Expliquei.
Falco bufou. "Sim é. Estamos jogando com Kilgore. Eles são um dos
nossos maiores rivais."
"Como Kilgore, Texas? Você joga com uma equipe a um estado de
distância?" Perguntei, surpresa.
Ele deu de ombros, levantando sua bolsa ainda em seu ombro. "Sim.
Eles costumavam ser 2A como nós, mas subiram nas distritais, e agora
são 3A. Nós ainda jogamos contra eles em jogos treino no início da
temporada e no nosso jogo de regresso a casa. Isso sempre acaba por ser
realmente um bom jogo".
"Bem, isso é bacana. Estou aqui há quantos anos? E eu nunca ouvi
falar sobre isso." Brinquei.
Ele riu. "Jade é uma garota legal. Ela provavelmente não sabia que
você não podia ver o jogo. Ela gosta de você, porém, com a forma como a
ajudou a passar o seu teste TAKS no ano passado."
Olhei para Falco, estudando-o. "Você tem uma queda por ela."
Ele deu de ombros, mas, em seguida, agarrou a minha mão e
gentilmente me puxou para fora do caminho de um buraco que não tinha
visto, antes de soltar a minha mão e responder. "Sim. Ela tem uma coisa
pelo quarterback, no entanto."
Eu fiz uma careta. Que porcaria. Eu não poderia dizer direito quem
era o quarterback, mas sabia com certeza que Falco era um homem bom,
e seria excelente para uma das minha outra aluna favorita, Jade.
Meu telefone escolheu aquele momento para tocar no meu bolso,
olhei para baixo para ver o número da empresa de táxis. O ignorei e
empurrei de volta no bolso e caminhamos mais meia milha, antes de
chegarmos na loja de Falco.
"Obrigada por me acompanhar, Falco. Vejo você sexta-feira, está
bem?" Digo, batendo-lhe no ombro antes de continuar no meu caminho.
"Você também, Senhorita Sheffield!" Ele disse de volta para mim.
Joguei-lhe um sorriso por cima do ombro, acenando. "Tenha um
bom dia."
Eu nunca tinha estado realmente no interior do clube antes. Eu
estava um pouco nervosa com o que iria encontrar.
Eu tinha ido com Trance no dia em que tinha chegado o meu novo
telefone, mas fiquei no carro e falei com a minha irmã, enquanto ele tinha
ido para dentro.
Rodeando a rua que passava ao lado do clube, cortei pela grama até
ao estacionamento e bati suavemente na porta da frente.
Motos estavam no estacionamento, mas eu ainda não conhecia a de
Trance bem o suficiente para dizer se estava lá ou não. Eu sabia que
alguém estava lá, porém, e isso é tudo o que importava.
Estudei as letras na porta da frente enquanto esperava por alguém
para responder.
Depois de mais alguns minutos e de ninguém responder, tentei a
maçaneta e fiquei aliviada ao encontrá-la desbloqueada.
Empurrando através da porta, fiquei surpresa ao ver apenas um
grande espaço.
Assemelhava-se a um bar, mas havia sofás e poltronas intercaladas
periodicamente ao longo da sala.
O que me surpreendeu foi a bunda aparecendo escancarada para
fora da camisa de alguém. Virando a minha cabeça para que pudesse ver
mais claramente através da minha visão limitada, encontrei uma mulher
em topless com a saia de brim azul, subindo acima de sua bunda,
expondo a sua calcinha que desaparecia no meio dos globos de seu
traseiro.
Eu não conseguia ver quem estava na parte inferior, mas havia
apenas um homem na cidade de Benton que tinha um cão que se
chamava Radar.
Através de uma ligeira névoa, senti meu pensamento racional
afastar-se das habilidades cognitivas do meu cérebro.
Com uma neblina de vermelho cobrindo minha visão limitada,
decolei, agarrando Tillie pelos cabelos e puxando-a de volta pelas
extensões. Tillie gritou de dor, mas não parei por aí. Eu soquei a vadia
estúpida uma e outra vez.
No segundo gancho do meu braço, senti o osso do nariz partir,
fazendo um som agradável de trituração. O terceiro fez respingos de
sangue esguincharem de seu nariz, e pelo quarto, eu não sabia o que
estava fazendo.
Tillie se lamentava como uma rainha do drama, mas não me
importei. Ela estava em cima de Trance, e ele era malditamente meu! Não
havia desculpas, a menos que ela estivesse realizando CPR, mas mesmo
assim, eu quereria alguém mais no quarto.
"O que está acontecendo aqui?" Uma voz gritou na minha frente.
Contudo, não parei na introdução do meu punho no rosto de Tillie.
Em vez disso, agarrei-a pelos cabelos e a segurei imóvel, enquanto se
manteve virando o rosto longe dos meus socos. Em seguida, continuei a
mantê-la imóvel enquanto lhe acertava melhor.
Um braço forte se envolveu em volta da minha cintura, me puxando
para um corpo grande. Não fiquei surpresa ao me encontrar nos braços
de Miller, mas fiquei surpresa que estava tentando me manter afastada da
cadela.
Especialmente porque foi o único a me dizer para lutar por aquilo
que eu queria.
Meus braços estavam batendo sem nenhum efeito, então usei a
próxima arma no meu arsenal. Palavras.
"Você cadela estúpida, se não manter suas mãos longe do meu
homem, vou te matar. Você me entendeu?" Eu gritei.
Eu sabia que estava sendo irracional, mas não poderia evitá-lo.
Minha mente foi assumida pela territorial cadela dentro de mim, e não
podia controlá-la quando ela estava assim.
Tillie estava sendo ajudada por Miles... bem mais como arrastada
desde que ele colocou o seu braço seu redor e a puxou para cima.
"Ele estava transando comigo antes dele ser seu. Se quisesse você,
ele teria estado contigo." Ela choramingou via nasal.
Eu olhei para ela. "Foda-se. Eu tenho um maldito trabalho. Ao
contrário de você. O que você mesmo faz aqui o dia todo, de qualquer
maneira? Fode para viver? Aposto que oferece o seu corpo para eles só por
um pouco de dinheiro. Você quer saber como isso é chamado, querida?
Sim, se chama porra de puta!"
Ela gritou em voz alta e tentou lançar-se para mim, garras primeiro,
mas os reflexos de Miles mostraram-se muito mais rápidos, agarrando-a
pelo colarinho de sua camisa e mantendo-a imóvel
"Querida, não importa o que você viu, não era culpa de Killian. Ele
foi atacado no seu apartamento e o trouxemos de volta aqui para que
pudéssemos descobrir o que diabos fazer." Foster disse quando deu um
passo para a minha frente.
Virei a cabeça até que podia ver Trance totalmente e o encontrei
ainda no sofá, só que não estava se movendo ou reagindo à alteração em
tudo. Bem, tentando era a palavra chave. Ele estava muito acordado
agora, mas definitivamente não estava se sentindo bem. Na verdade, seus
olhos já estavam se tornando negros e pareciam um pouco fora, ele se
parecia uma merda total.
Engoli em seco e me contorci para fora de seu aperto, até cair de
joelhos ao lado do rosto de Trance.
"Oh, baby." Eu disse percorrendo a sua mandíbula com um dedo.
Ele estremeceu com o toque da luz.
"Eu sinto muito." Disse asperamente.
"Por quê?" Perguntei, preocupada.
"Tillie. Eu estava dormindo." Ele gemeu.
Eu sorri para ele. "Está tudo bem, querido. Eu sei como ela é.
Adeline me contou tudo sobre ela."
Ele soltou um suspiro de alívio e depois desmaiou em seu
entorpecimento induzido por drogas.
"O que aconteceu?" Perguntei, preocupada.
"Doc disse que ele tem uma concussão. Deve estar bem em um par
de dias, mas derramei um analgésico em sua dose de uísque antes. Ele
desmaiou logo após." Foster disse do braço do sofá onde estava sentado.
"Qual a razão que têm para atacá-lo?" Perguntei preocupada.
Rostos sombrios seguiram essa declaração e eu tive um sentimento
muito, muito ruim de que não ia gostar do que eles tinham a dizer.
O telefone estava tocando, eu saí do quarto de Trance, pelo corredor
para não perturbar o seu sono. O pobre homem foi atingido na cabeça
quando foi se vestir no seu apartamento. Aparentemente, Trance tinha
estacionado perto de um furgão pertencente a um técnico de TV a cabo.
Ele tinha visto o homem dobrado na parte de trás do furgão separando as
suas ferramentas e não estava prestando atenção ao outro carro
estacionado ao lado. Ele ouviu a porta do carro abrir, mas já estava
pisando no meio-fio em direção ao apartamento, quando foi atingido por
trás com um pedaço de lenha.
O homem trabalhando fora do furgão ouviu o barulho, mas só
encontrou Trance no chão com o pedaço de madeira no chão ao lado dele.
Ele então ligou para o 911 e Sebastian foi quem o buscou.
Na ambulância, Trance recuperou a consciência e se recusou a ser
transportado para o hospital, em vez disso o levaram para o clube.
De alguma forma, durante o tumulto, a pessoa que estava no carro
escapou. Mais tarde descobriu-se que ele foi roubado.
"Olá?" Eu respondi calmamente.
"Viddy?" Adeline soluçou. "Eu preciso de você."
Eu não a questionei, em vez disso, voltei para o quarto e coloquei o
meu tênis sem meias, caminhando de volta para a sala de estar, para
ficar ao lado da cadeira de Foster antes de responder.
"Eu estarei lá rapidamente. Mesma sala?" Eu confirmei.
"Sim", disse desesperadamente. "Por favor."
Quando desliguei, virei para Foster que estava olhando para mim
com uma sobrancelha levantada. "Eu preciso de uma carona."

"Qual é o diagnóstico?" Perguntei ao pediatra que estava parado ao


pé da cama de Adeline, que estava segurando o bebê no peito, com
lágrimas escorrendo por seu rosto em torrentes.
"Bem, marquei uma consulta com um especialista para sexta-feira.
No entanto, até a consulta, não há muito mais que possa dizer a você. No
geral, ela é uma menina perfeitamente saudável. Ela simplesmente não
respondeu bem ao teste de audição. " Explicou o médico.
Kettle estava sentado na cadeira ao lado da cama, com as mãos
enterradas no pouco cabelo que tinha no topo de sua cabeça. O rosto de
Adeline estava fechado, como se não soubesse o que pensar e Dixie estava
sentado no canto da sala, tendo chegado logo depois de mim.
Dixie era uma das minhas pessoas favoritas no mundo. Era um dos
mais antigos membros do The Dixie Wardens, era um dos cofundadores.
Daí o nome.
Quando o conheci, ele se apresentou como Dixie Normous,
agarrando minha mão e a sacudindo rapidamente. A minha irmã tinha
me explicado que Dixie quase se assemelha a Papai Noel, só que apenas
em couro preto. E ele com certeza agora sabia que o podia ver com os
meus próprios olhos.
"Obrigado, doutor." Digo baixinho e seguro a porta aberta para ele.
Ando para a cama da minha irmã e coloco a sua cabeça no meu peito.
"Está tudo bem, querida. Você não tem um diagnóstico definitivo ainda,
então não tem a menor idéia de onde isso vai levar".
Dixie, que tinha me seguido, se sentou na beirada da cama. "Deixe-
me segurar essa menina."
Adeline deu Saylor muito relutantemente, mas depois deu uma
risadinha. "Então, ela foi impertinente ou agradável?"
Kettle bufou e finalmente olhou para cima. Seus olhos eram sérios
e duros, cheios de preocupação.
"Eu não sei o que você está falando. Este bebê é perfeito e isso é
tudo o que importa." Dixie disse suavemente, correndo um dedo gordinho
pela bochecha de Saylor.
Algo nos olhos de Kettle pareceu mudar, quando ouviu a declaração
de Dixie, e quando piscou, toda a sua dúvida se foi. Em seu lugar surgiu
determinação e amor.
Eu acenei e ele me deu um pequeno sorriso de volta antes de se
levantar e mover para a beira da cama de Adeline, enrolando-a ao seu
lado.
Eu deixei de olhar para eles, me sentindo como se estivesse
invadindo o seu momento, em vez disso olhei para Dixie.
"Você é bom com ela." Eu observei.
Ele sorriu. "Eu tenho quatro filhos, dez netos e um bisneto. Sei
como lidar com bebês."
Olhei para ele mais perto e notei que ainda usava um anel de
casamento, mesmo que o tinha visto com mulheres que não eram
definitivamente sua esposa, vendo que tinham um terço de sua idade. Ele
viu que meu olhar estava trancado no dele e riu. "Eu perdi minha mulher
há cinco anos, para o câncer de estômago. Ela sempre vai ficar comigo,
apesar de tudo. Bem aqui." Ele disse tocando com o punho em seu
coração.
Eu queria isso. Eu queria tanto.
Eu me preocupo profundamente com Trance, sabia que o amava,
mas não havia como dizer se os sentimentos eram correspondidos ou não.
"Você é um homem complexo, Dixie." Falo, ficando em pé.
Virando-me para a minha irmã, assisti quando ela encarou
fixamente nos olhos de Kettle, sussurrando baixinho poucos momentos
antes de interrompê-los.
"Ok, seus loucos. Eu tenho que sair daqui. Deixe-me saber se
precisar de mim novamente, maricas." Falo abraçando-a em meus seios e
agitando-os em seu rosto.
Ela gargalhou e me empurrou.
"É a minha vez", Kettle brincou.
Revirei os olhos, caminhei até minha bolsa e tirei a lancheira que
tinha trazido da casa de Trance. "Aqui. Trouxe um presente."
Ele aceitou a oferta com um gemido e removeu uma das cervejas e
a abriu, antes que eu pudesse caminhar até a porta.
"Boa noite", gritou.
Foster estava esperando por mim, quando cheguei na sala de
espera. Ele estava lendo uma edição de gravidez da Ilustrated Sports, com
uma expressão de horror estampado em seu rosto.
"Você está pronto?" Perguntei com uma risada.
Ele olhou para mim com desgosto, posou a revista e caminhou em
minha direção. "Você tem alguma idéia de como é desconfortável ser
atingido por uma mulher amamentando?"
Eu caí na gargalhada e ele olhou para mim. "Você é doente. A
mulher estava alimentando o seu filho na minha frente e eu continuei
vendo lampejos de seu mamilo."
Eu ri ainda mais, quando chegamos no elevador. Ele começou a
apertar o botão para o piso térreo, com urgência, quando não parei de rir.
"Você não está sendo muito simpática. Eu gostava de você."
Eu bufei. "Será que Miller ligou com quaisquer atualizações sobre
Trance?"
Ele endureceu com a minha pergunta e seus olhos se voltaram para
mim com cautela.
“Sim...", disse. "Sobre isso."

Eu entrei na porta da casa Trance em uma missão, Foster perto dos


meus calcanhares. Depois do que me disse no carro, estava tão chateada
que mal conseguia ver direito. Encontrei-a na cozinha. Acariciando o meu
cachorro. O cachorro de Trance.
Porra.
Radar estava sentado aos pés da mulher mais linda que já vi.
Cabelo longo loiro, que era quase branco e fluía em ondas suaves pelas
costas. Jeans pretos apertados e uma camisa vermelha brilhante. Os
saltos dela me fizeram querer revirar os olhos da forma como eram
ridiculamente altos, mas não o fiz.
Não, só entrei como se fosse a dona do lugar.
"Oi, quem é você?" Perguntei entrando na cozinha.
Miller, que tinha se encostado ao balcão bufou, mas não disse nada.
Radar deixou a cadela por mim, como se fosse um pedaço de lixo,
que ele lambeu todas as coisas boas, vindo para mim como se não tivesse
me visto em dias.
"Ei você aí, meninão. Você já foi alimentado?" Perguntei.
A bruxa da neve fez uma careta para mim, como se tivesse roubado
seus sapatos favoritos e se levantou. "Meu nome é Bree. Eu já alimentei o
cachorro." O cachorro. Não Radar.
Olhando para a tigela de Radar, notei que tinha apenas o alimento
seco, não o material molhado que Trance normalmente lhe dava. As
outras três taças estavam completamente vazias, o que significa que eles
tinham estado em suas gaiolas por cerca de quatro horas.
Caminhando até o armário de cozinha que contém o material
molhado, escolhi quatro latas e as tirei, peguei as tigelas e um pouco de
comida seca para as que não tinham nenhuma e despejei a comida
molhada nelas antes de mexer tudo junto.
Coloquei as tigelas no chão, Radar foi imediatamente para a sua
tigela e começou a comer, enquanto saí do quarto e fui para o canil, onde
Trance mantinha as gaiolas de Radar, Mocha e Kosher.
Eles começaram a ladrar seus pequenos latidos de excitação e me
senti horrível por não os ter soltado mais cedo.
"Sinto muito, rapazes e raparigas. Eu não tive a intenção de deixá-
los aí por tanto tempo. Papai ficou ferido e nós esquecemos de vocês,
certo?" Eu murmurei para os cães quando abri cada gaiola.
Depois de soltá-los, joguei a bola para cada um, os fazendo correr e
brincar por uns bons vinte minutos como Trance normalmente fazia,
antes de trazê-los de volta para dentro. Eles atacaram a refeição como
bestas famintas, só então olhei para trás, para a mulher que tinha voltado
a sentar na cadeira.
"Me desculpe, Bree. O meu “old man” se machucou hoje. Então,
tem sido tipo agitado. Quem você disse que era?"
Eu estava indo para o inferno por chamá-lo de meu “old man”.
Seu rosto amassou com raiva e só então vejo a sua máscara
deslizar e o mal mostrar a sua cara.
"Eu vim para verificar Killian." Ela murmurou sombriamente.
"Trance? Me desculpe, quem é você de novo? Eu não o ouvi
mencionar nenhuma Bree antes." Eu disse lentamente.
Eu não tinha realmente o ouvido mencionar Bree antes, por isso
não foi realmente uma mentira. Eu só tinha ouvido sobre ela de Foster no
caminho de volta. E pelo que tinha aprendido, ela poderia ter os dedos do
Wolverine, para ter o que queria.
"Bree. Sua ex-noiva." Ela moeu para fora.
"Oh, bem, isso é estranho. Eu nunca ouvi falar de você, ele nunca a
mencionou, nem uma vez. Quem chamou você?" Eu perguntei a ela.
Sua boca apertou como se tivesse chupado um limão. "A enfermeira
da emergência do hospital me ligou. Ela queria verificar novamente sobre
o seu seguro e ainda estava na listada como um contato de emergência."
"Hmm, vamos ter de mudar isso." Eu disse com desdém enquanto
caminhava até a geladeira e pegava uma cerveja. "Alguém mais quer uma
cerveja?"
Foster e Miller responderam com grunhidos afirmativos. Bree por
outro lado tinha que ser difícil. "Você tem algum vinho?" Ela perguntou
docemente.
Revirei os olhos. "Não, Trance é mais um homem de cerveja. Eu
acho que pode ter algum JD (uísque Jack Daniels) aqui em algum lugar.
Eu também vi que tinha uma garrafa de Jager".
Os lábios dela se transformam em um grunhido silencioso, levo a
cerveja até meus lábios para esconder meu sorriso. "Eu tenho água. Eu
bebi o último Dr. Pepper antes de ir dormir na noite passada."
"Água está ótimo, obrigada." Ela disse severamente.
"Ok, os copos estão no armário atrás de você. A água na porta da
geladeira".
"Eu não bebo água local." Ela bufou.
"Bem, então acho que você tem de escolher entre MGD, Coors,
Ziegenbock ou Blackened Voo Doo (marcas de cerveja). Pessoalmente,
realmente gosto da Blackened Voo Doo. Tem um sabor sublime. Trance
me deu para conhecer a um par de semanas atrás." Eu disse sorrindo.
Voltando, fui até a mesa me sentando em frente a um mal-contendo-as-
suas-risadas Foster.
Miller não estava mesmo tentando conter o riso. Ele deixou tudo
para fora, seus ombros tremendo com suas risadas.
"Você vive na cidade?" Perguntei, curiosa.
"Não", negou com a cabeça. "Eu moro em Alexandria."
"Hmmm."
Eu estava prestes a dizer algo mais, quando um par de mãos fortes,
calejadas envolveram minha garganta, sobre os meus seios e pararam
mesmo sob os meus seios. Os lábios de Trance encontraram o seu
caminho para o meu pescoço e tremi com o toque de seus lábios.
"Olá, baby. Por que não veio para a cama ainda?" Ele raspou contra
o meu pescoço.
"Minha irmã teve uma crise. Eu acabei de voltar e me deparei com
sua amiga aqui." Respondi sem fôlego.
Meus mamilos estavam duros como pedra, pressionando contra a
parte superior do top fino que eu estava usando. A ponta de seu polegar
passou contra o bico uma vez mais antes dele o retirar.
"Amiga? Onde?" Ele perguntou e se levantou, finalmente, fazendo
contato visual com uma mulher muito puta, sentada à mesa do outro
lado. "Oh. Hey, Bree. Como está indo? O que está fazendo aqui?"
"O hospital ligou. Você ainda me tem listada como um contato de
emergência." Ela retrucou.
"Oh, bem, vou ter que mudar isso." Ele disse com desdém.
Meus lábios se espalharam em um sorriso de gato-que-comeu-o-
canário, me certificando de mostrar à outra mulher o branco de meus
dentes.
"Está bem. Você pode me deixar lá se quiser. Eu sempre disse que
você iria se machucar com esse trabalho, apesar de tudo."
Claro que a mulher tinha de puxar o cartão 'eu te avisei'.
Cadela fodida.
"Para sua informação, não fui ferido no trabalho." Ele rosnou. Para
parar a tempestade inevitável, desviei a atenção de Trance.
"Eu realmente sinto muito, mas só agora percebi que os filhotes
ainda estavam em suas gaiolas. Eu exercitei eles e os alimentei. Existe
alguma coisa que você quer que faça com eles? " Perguntei.
Os olhos de Trance finalmente deixaram os da mulher e olhou para
mim, antes de olhar para os cachorros. "Não, querida, você fez bem. Você
está pronta para ir para a cama? Estou derrubado."
Eu balancei a cabeça e me levantei. "Foi bom conhecê-la Bree."
"Ei, posso ficar no nosso quarto de hóspedes?" Bree perguntou
enquanto nos retirávamos, fazendo Trance congelar.
"Não, porque Miller está dormindo no meu quarto de hóspedes e
Foster no sofá. Nós não temos espaço para você". Com isso, se virou,
pegou minha mão e me levou para o quarto, antes de bater a porta.
"Deus, às vezes odeio aquela mulher." Ele rosnou, andando pelo
pequeno quarto.
"O que aconteceu com ela?" Perguntei em voz baixa, sentando na cama.
Sua mão foi para o seu cabelo, mas parou, estremecendo, quando
sua mão encontrou o ponto sensível.
"Eu estava fazendo a minha ronda regular há cerca de cinco anos
atrás, quando parei em um estacionamento que dois carros usavam para
fazer o seu negócio de droga. Fui até eles, pedi a licença e o registo. Por
alguma razão não deixei o cachorro sair para fora do carro", disse
balançando a cabeça freneticamente. "Isso foi um dos maiores erros da
minha vida, não fazer isso. Quando me virei para voltar ao carro, um dos
homens puxou uma faca e fatiou minhas costas as abrindo de quadril a
quadril. Eu alvejei os dois. Matei os dois com um tiro no coração.
Contudo, quase sangrei até morrer. Acordei no hospital três dias depois
urinando sangue, com lacerações em um rim e uma nota de Bree".
Eu pensei sobre o que estava dizendo-me, mas não tinha dito. "Ela
o deixou enquanto estava no hospital, não foi?"
Ele se sentou na cama bruscamente. "Ela se recusou a falar comigo,
mesmo depois disso. Moveu as suas merdas para fora de nossa casa e
nunca mais falou comigo novamente. Esvaziou a nossa conta bancária,
tentou mesmo me tirar o Radar. Isso não durou muito tempo, no entanto,
pois precisava dele para o trabalho."
Ele sorriu através das lembranças da sua dor, mas podia ver que a
memória dela ainda o cortava até ao osso. "É a primeira vez que a viu
desde então?"
Ele fez uma careta. "Não, já tínhamos visto outra vez, de passagem.
Normalmente ela me mostra o dedo e vai ao seu negócio. Às vezes a vejo
almoçar com alguns dos nossos velhos amigos."
“Que... infantil." Eu disse com um aceno de cabeça.
Ele deu de ombros, como se a coisa toda fosse apenas um momento
no tempo, que pouco importava. Em seguida, todas as coisas começaram a
clicar no lugar. É por isso que ele não se apegava muito, porque estava com
Tillie. Ela era fácil e não esperava mais dele do que estava disposto a dar.
Logo em seguida, fiz uma promessa para mim mesma. Eu iria, com
certeza, provar que cada uma de suas convicções, estavam erradas. Eu
não seria assim para ele. Eu seria alguém com quem poderia contar para
falar de seus problemas. Se teve um dia ruim no trabalho, queria ser
aquela com que poderia falar se precisasse de mim.
Começando agora.
"O que você quer que eu faça?" Perguntei em voz baixa. Ele
balançou a cabeça novamente. O que parecia ser a única coisa que era
capaz de fazer.
"Nada. Eu só quero ir para a cama. Esquecer que ela sequer se
mostrou."
Ele não me disse naquela noite e ele tinha ido embora na manhã
seguinte, quando acordei.
O seu lado da cama estava frio e não tinha ninguém dormindo lá
por horas.
Mesmo seus irmãos não estavam lá.
Mas então, recebi uma mensagem e isso mudou a minha
perspectiva sobre o dia.
Estou no jogo, Trance. Estou no jogo.
"O que você ainda está fazendo aqui?" Perguntei a Bree.
Nós estávamos sentados no restaurante, o último lugar do mundo
em que queria estar.
"Eu cometi um erro." Bree sussurrou gravemente.
"Que tipo de erro?" Perguntei tomando um gole de meu café.
"Um onde não parei de pensar em você, desde que o deixei no
hospital rasgado por uma faca." Ela fungou.
Uma lágrima solitária escorregou pelo seu rosto perfeitamente
composto e tive que suprimir o desejo de limpá-la. Ela sabia o que
lágrimas me faziam. Toda a vez, sem falhar. Inferno, ela as usou muito
comigo durante o nosso relacionamento.
"Não vá trabalhar hoje, Trance. Eu tenho um mau pressentimento."
Ela dizia quase todos os dias.
Com o tempo, tinha chegado ao ponto de apenas agir como se não
visse as lágrimas, ia para o trabalho com uma doença dentro de mim,
sabendo que estava magoando muito a minha noiva. No entanto, o meu
trabalho era muito importante para mim.
"Ouça. Eu sei que você pode pensar que quer que voltemos a ficar
juntos, mas ainda tenho o mesmo trabalho. Você ia acabar na mesma
situação de quando me deixou".
Ela estava negando com a cabeça antes mesmo de terminar. "Não,
tenho pensado muito, sei agora que era egoísta. Eu realmente sei. Eu
tenho tentado ganhar coragem para voltar já faz algum tempo."
Eu estava prestes a responder quando a porta se abriu e duas
mulheres entraram pelas portas do restaurante. Ambas estavam se
segurando uma na outra, como se precisassem para se apoiar. Elas
estavam rindo e despreocupadas e eu estava sem palavras. Então, a mais
jovem das duas, colocou os olhos em mim, eles se abriram, então
endureceram.
A mais velha das duas seguiu o olhar da mais nova até mim, e seu
sorriso desapareceu de seu rosto também. Sua expressão se tornou
distante, bem como de desaprovação. Com aquele olhar, me avisou como
se sentia.
Minha mãe estava totalmente chateada comigo e não era contra
admitir. Ou mostrar.
O rosto de Viddy se fechou. Quando se sentou na cabine, de costas
para mim, eu sabia que ia ser necessário um belo rastejar, para conseguir
que me perdoe por isto.
Eu tinha saído esta manhã com o pensamento de colocar minha
cabeça no lugar. Eu vim ao restaurante para alguns momentos de calma
e paz, mas, em seguida, Bree tinha entrado e se sentado na minha frente,
com seus olhos de súplica, de filhote de cachorro, e a deixei falar.
Estúpido. Completamente estúpido. Inclinando peguei minha carteira e
joguei uma nota de dez na mesa, antes de fugir para fora da cabine.
"Onde você vai?" Bree perguntou alarmada.
Eu nem olhei para ela e disse: "Minha mulher e minha mãe estão lá.
Espero que volte para Alexandria em segurança."
Caminhando rapidamente sem olhar para trás, eu sabia que tinha
que corrigir isso agora ou então só iria apodrecer.
Dando a minha mãe um sorriso, agarrei Viddy pelo braço e
praticamente a arrastei para fora da cabine, chutando e cuspindo.
Reparando no rosto dela, sabia que isso não ia ser divertido. Para
qualquer um de nós.
Levei-a para fora, me virei e desci pelo beco que separava a
lanchonete da floricultura ao lado, não parei até que tivéssemos atingido
a parte de trás do edifício.
"Trance", Viddy assobiou. "Me deixa ir."
Eu neguei com minha cabeça. "Não até que me ouça. Eu não vim
aqui para vê-la."
"Claro que não. Foi por isso que estava tomando café da manhã
com ela." Ela rosnou, e em seguida jogou o seu punho em mim.
Eu o peguei sem pensar, o torci e o segurei contra as suas costas.
Ela se contorceu ferozmente, me fazendo prendê-la à parede com o
meu corpo, até que a única coisa que estava nos separando, era o tecido
da nossa roupa. Com o único recurso que lhe restava, ela se inclinou e
me mordeu no ombro. Com força.
"Filha da puta." Rosnei, me afastando para longe dela e olhando
para o meu ombro.
Ela tentou usar a distância para correr, mas a peguei pela cintura
antes que pudesse ir muito longe, agarrando as suas mãos com uma das
minhas, a coloquei de novo contra a parede com meu corpo.
"Será que pode relaxar e me escutar." Eu rosnei com os meus
dentes cerrados.
"Porra", ela cuspiu.
Fechei os olhos e movi a minha mão livre, até que descansou no
seu coração acelerado, na junção de seu pescoço e queixo.
Abrindo os olhos, vi uns iguais aos meus refletidos para mim. "Eu
não vim aqui para encontrar com ela. Eu vim aqui para pensar sobre o
que aconteceu ontem no apartamento. Essa merda não bate certo."
"Claro", resmungou. "Eu aposto que é por isso que os dois pareciam
tão porra acolhedores quando cheguei aqui." Pressionando minha ereção
latejante em seu estômago, interrompi suas próximas palavras em curso.
"Eu não quero a minha ex. Porra, eu quero você. Meu pau nem sequer
gosta mais do aspecto dela. Ele só quer você!"
Eu não tinha a intenção de berrar, mas ela ainda estava tentando
ficar longe de mim e estava farto disso.
"Sua mãe está lá dentro esperando por mim." Ela disse suavemente.
"Falaremos melhor sobre isso mais tarde, mas é preciso que
perceba que não tenho pensado sobre Bree por muito muito tempo. Eu
segui em frente. Agora é você. Foi você, desde que lhe encontrei na noite
em que seu irmão a deixou naquele beco. Quando colocou os seus braços
envolvendo as minhas entranhas, as coisas mudaram para mim
totalmente." Eu disse contra seus lábios, e em seguida, tomei sua boca
com uma ferocidade que poderia rivalizar com um homem das cavernas.
Só de pensar naquela noite, me fez querer bater no irmão de Viddy
até que tivesse sua vida por um fio. Eu tinha ido até a casa de Kettle uma
noite depois do trabalho para encontrá-lo, e a irmã de Viddy tinha
aparecido gritando sobre como Viddy estava perdida e sozinha em algum
lugar que seu irmão a tinha deixado. Normalmente, não teria sido um
negócio tão grande, exceto que, no momento, a visão de Viddy não era
como agora. Então, ela não podia ver porra nenhuma e seu telefone
celular tinha morrido.
Quando a encontrei naquela noite, estava totalmente assustada.
Foram necessárias apenas algumas palavras suaves, e então ela estava
agarrada a mim como plástico filme, tremendo como se tivesse acabado
de descer de uma alta adrenalina.
"Ok," ela concordou. "Só não faça mais isso. Eu tenho essa cadela
que repousa dentro de mim. Ela me faz agir estupidamente quando estou
com raiva."
Eu bufei. "Vou manter isso em mente."
Ela sorriu para mim e minha a respiração engatou. Ela era tão
bonita que doía.
Seu cabelo preto longo ondulado estava em um rabo de cavalo, no
topo da cabeça com uma bandana rosa para apanhar os cabelos
dispersos. A maquiagem que usava era leve, mas fazia seus olhos
realçarem com a sua intensidade.
Os jeans se agarravam à sua bunda como um sonho, e duvido que
fosse capaz de se sentar confortavelmente neles, de tão apertado que
eram. A camisa era simples. Preta com o símbolo Harley Davidson
estampado em rosa. Os sapatos, no entanto, foram o que me fez parar
imediatamente. Eram botas de motoqueiro, com atadores rosa. Em Viddy,
porém, eles eram a coisa mais fofa que eu já vi.
Sorrindo, de mãos dadas, andei com ela até chegar à porta da
frente antes de dizer: "Eu não me importo para quem você é uma cadela.
Enquanto não for comigo".
"Nem mesmo sua mãe?" Ela perguntou sobre o ombro.
Ela tinha um sorriso aparecendo nos cantos dos lábios, mas não
mordi a isca. "Se isso lhe agrada."
Eu sabia que ela não seria uma cadela para minha mãe. Na verdade,
sairia de seu modo para não ser uma cadela.
Era difícil ser má para a minha mãe. Ela era amigável e atenciosa.
Mas também poderia dar tanto quanto poderia receber. Ela tinha três
rapazes que brigavam entre si, com apenas três anos.
"Fico feliz em ver que você conseguiu trazê-la de volta." Minha mãe
disse em tom de desaprovação.
Dei de ombros, sem falsa modéstia. "Desculpa."
Sentei ao lado da minha mãe e a puxei para um abraço. "O que
você está fazendo aqui?"
"O quê, você acha que eu não viria ver meus filhos quando estão
todos em um só lugar, por uma vez?" Ela perguntou com uma
sobrancelha levantada.
Eu bufei. Devia saber que estaria aqui. Ela sempre veio antes, e
desta vez, teve um incentivo extra. Principalmente sob a forma de Viddy.
"Eu estou corrigido. Viddy, por que não está no trabalho?"
Perguntei fazendo um espetáculo, olhando para o meu relógio.
Ela olhou para mim. "Dia de reuniões de professores. Você saberia
se não tivesse saído sem me acordar primeiro."
Eu levantei minhas mãos em sinal de rendição. "Eu tentei, para ser
honesto. Você não estava acordando. Depois da terceira vez, de me
mandar 'foder', a deixei sozinha."
Ela cruzou os braços sobre o peito e se recusou a responder. Minha
mãe, porém, achou que era hilariante.
"Trance sempre foi uma pessoa da manhã. Lembro de quando
costumava acordar-me às quatro e meia da manhã, não importava o que
fizesse para cansá-lo na noite anterior. Você sabe como é difícil dizer não
a esta cara bonita, não sabe?" Ela aponta para o meu rosto.
Revirei os olhos e vi uma Bree fumegando, mas rapidamente desviei
e me concentrei em Viddy.
Ela estava balançando a cabeça sabiamente. "O homem tem
covinhas. Onde conseguiu as covinhas? Eu vejo-as e simplesmente
derreto". Oh senhor.
"Ele tentou se safar de muitas coisas, enquanto crescia. Eles todos
fizeram. Você deveria ter visto no dia em que destruíram o meu jardim
com o nosso novo mosaico. A coisa toda foi destruída e todos eles ali
sentados chorando com suas pequenas covinhas e os perdoei como a
idiota que sou. "Ela disse enfaticamente.
"Eu me lembro de muitos momentos em que o cinto estava
envolvido." Eu repreendi.
"Do seu pai. Nunca de mim. Ele é imune às covinhas, já que ele
também tem." Minha mãe sorriu calorosamente.
"Será que o pai veio com você?” Perguntei.
Ela negou com a cabeça. "Não, ele não podia sair do trabalho em
tão pouco tempo."
Sua comida chegou, efetivamente as calando, me dando o tempo
para fazer minha própria conversa.
"Hoje, planejo resolver algumas coisas. Eu tenho que parar na
delegacia de polícia e fazer um relatório. Então tenho que fazer algum
treinamento com os cães. Quais são os seus planos para hoje?" Perguntei.
“Cinema.”
“Almoço.”
“Compras.”
“Os barcos.”
Suas respostas eram fogo rápido, e ficou claro que elas tinham
planejado isso por um tempo. Como estavam indo para fazer tudo isso,
estava além de mim, mas quem era eu para dizer o que poderiam ou não
fazer. Além disso, servia para mim. Eu precisava fazer algumas coisas que
realmente não queria preocupar Viddy, mais do que já estava.
"Ok", disse e me levantei. "Eu tenho um compromisso que não
posso faltar com Loki no trabalho. Chame se vocês precisarem de alguma
coisa."
Com esse comentário final, dei a minha mãe um beijinho na cabeça,
Viddy um longo, lento, beijo molhado e saí pela porta.
Não me surpreendeu que Bree estava de pé junto à minha moto,
quando cheguei lá fora.
"O que você quer?" Perguntei quando cheguei perto dela.
"Você sabe o que quero." Ela disse calmamente. Eu balancei a
cabeça, exasperado. "Um par de anos atrás, o que queria teria sido
realmente uma prioridade para mim. Agora, eu tenho uma nova mulher.
Uma que pretendo pedir em casamento. Uma que vai ser minha “old lady”
uma vez que receber os “patches” para ela. Você teve sua chance de me
ter há muito tempo, e estragou tudo quando eu mais precisava de você.
Eu, honestamente, não poderia me importar menos com o que você quer.
Mova o seu rabo, então posso despachar o meu negócio e chegar em casa
para a minha garota".
Eu não tinha planejado dizer isso em voz alta.
Inferno, eu não tinha sequer admitido isso para mim ainda, e aqui
estava dizendo ao mundo inteiro meus planos.
De alguma forma, parecia certo e estava indo para ter a certeza que
Viddy sabia do jeito que me sentia por ela. Um passo lento de cada vez.
As lágrimas começaram a fluir em seu rosto, mas ignorei, subi na
minha moto e rodei para fora do estacionamento. Deixando a mulher que
rasgou o meu coração para trás para sempre.

"Não há fitas de vigilância do que aconteceu?" Perguntei, surpreso.


O condomínio anunciava as características de segurança dos
apartamentos. "Temos câmeras em todos os ângulos" porra.
"Não", Loki sacudiu a cabeça. "Nós não temos nada. O ângulo teria
funcionado se o furgão não estivesse bloqueando você do ponto de vista
da câmara. E então quando ele fugiu, correu longe das câmeras, tudo o
que temos é a parte de trás de sua cabeça".
Sebastian e Kettle, que estavam sentados à mesa comigo olhando
as fitas de vigilância, soltando maldições.
"Será que ele parece com o Paul?" Perguntei.
Loki abanou a cabeça. "Não, esse cara era mais baixo. Atarracado.
Ele tinha cabelo loiro, também. Não marrom como Paul."
"Foda-se," Eu rosnei.
"Alguma impressão digital no carro?"
Loki balançou a cabeça novamente. "Não. Limpo".
"Droga. Eu sei que tem algo a ver com aquele caralho. Aposto que
mandou alguém para pegar o alimentador, e quando apareci, ele
aproveitou a oportunidade. "
A minha cabeça latejava. Tanto da minha concussão, que era o
mais provável, bem como do fato de que o ex-namorado de Viddy apenas
não iria ficar à porra da distância.
Sebastian abanou a cabeça. "Eu acho que você precisa..."
Meu pager de trabalho tocou, e gemi. "Deus."
As alegrias de ser um agente da polícia K-9. Você é chamado a todo
e a qualquer momento da noite, quando eles precisam de uma causa
provável.
Olhando para o número do meu telefone, liguei para a central.
"Este é o oficial Killian Spurlock. Eu recebi uma chamada no
pager."
Vinte minutos mais tarde Kosher e eu nos encontrávamos no
cruzamento da Pine e Second Street. Lá estava um Cadillac Escalade
branco com aros de ouro brilhante ao lado da estrada e Tunnel Morrison
estava falando com um homem jovem latino-americano na parte de trás
do carro.
Tunnel Morrison era um prospecto dos The Dixie Wardens. Ele era
suficientemente competente, mas às vezes, parecia muito... Inocente. Ele
era muito jovem, apenas vinte e três anos e um dos primeiros no clube a
oferecer a sua própria camisa. Ele tinha uma esposa e crianças pequenas
em casa e me surpreendeu que a mulher não tinha um problema com ele
pertencer a um MC. No entanto, ela era uma doce jovem e apoiava Tunnel
completamente.
Estacionei diretamente na frente do Cadillac, de modo a que o
Cadillac não seria capaz de se mover, a menos que Tunnel ou eu o
permitisse.
O jovem percebeu esse fato quase imediatamente.
Indo para a porta lateral, deixei Kosher sair, segurando em sua
coleira, comecei a andar com ele em torno do carro. Kosher fez o seu
caminho em torno do carro. Indo baixo e não cheirou nada.
Legalmente, eu não podia fazer nada, a não ser deixar Kosher
investigar. Kosher teria que dar alguma indicação de que encontrou algo,
antes que eu pudesse procurar no carro ou solicitar um mandado.
E foi o que aconteceu, Kosher encontrou algo, quando passou uma
segunda vez em sua varredura alta.
Ele parou na porta do lado do passageiro traseiro, e sentou-se.
Com essa ação, Kosher abriu uma tempestade de merda para esse
jovem.
Principalmente sob a forma de 136 quilos de maconha no banco de
trás do homem.
Ele tinha pensado que tinha sido inteligente, cortando o couro dos
assentos e os enchendo com maconha. Só que ele não contava com o
nariz de Kosher na equação.
Ele também era um reincidente, me fazendo perceber que algumas
pessoas nunca vão aprender.
Mal sabia que eu era uma dessas pessoas.
"Bad boys, bad boys", Adeline cantou. "O que você vai fazer? O que
vai fazer quando eles vierem por você?"
"Esperamos ir com eles." Eu falo secamente, fazendo Adeline
começar a rir.
"Oh, Jesus. Isso é nojento." Ela disse enquanto enxugava as
lágrimas.
"Por quê?" Eu perguntei enquanto puxava um par de jeans e uma t-
shirt que tinha Benton High estampado na frente.
Eu estava me preparando para ir para o jogo de boas vindas Benton
contra Kilgore. Trance já ia, uma vez que era um dos lugares mais
movimentados nas noites de sexta-feira, e era requerido para estar lá com
o seu K-9.
Depois da sua grande apreensão ontem, a cidade pensava que era
um herói.
O pobre Tunnel foi empurrado para a ribalta, também.
"Porque você me fez pensar que está fazendo coisas impertinentes
com Trance." Ela disse com exasperação.
Revirei os olhos e fui para o banheiro.
"O que é que o cão está fazendo?" Adeline gritou do quarto.
Olhei para encontrar Radar metade dentro, metade fora do
banheiro olhando para o meu quarto, e muito provavelmente, a minha
irmã.
"Ele está me vigiando enquanto faço xixi." Eu gritei enquanto lavei
minhas mãos.
"Isso é..." Adeline começou a gritar e baixou a voz quando a bebê
começou a gritar.
"Esquisito."
Eu pensei que era legal. Foi bom tê-lo comigo. Eu não me sinto tão
sozinha.
Eu mesma o levei para a escola, para desagrado de Sandra.
"Ele é um bom menino, não é Radar?" Perguntei ao cão. Ele abanou
o rabo irregularmente, enquanto o cocei entre as orelhas. Ele gostava da
orelha coçada, que era óbvio, pela língua de fora e os olhos que estavam
quase rolando para trás em seu rosto.
"Ok, estou pronta quando quiser." Eu disse a ela. Ela se levantou
de seu poleiro na minha cama e me entregou o saco de fraldas, enquanto
agarrou Saylor do seu assento de carro.
"Parece bom. Eu tenho que voltar antes que Kettle perceba que não
estou onde ele me deixou. "Adeline brincou.
"Por que ele tem que trabalhar hoje, de qualquer maneira? Ele não
está de licença paternidade?" Perguntei enquanto nós caminhamos para a
porta.
Ela balançou a cabeça. "Ele estava. Ou ainda poderia estar se
quisesse. Mas nós achamos, que talvez fosse melhor economizar o seu
tempo de férias para quando tivermos consultas médicas e outras coisas.
Então ele voltou para o seu turno agendado."
"Uau", digo, surpresa. "Ele estava bem em deixá-las por conta
própria quando ela tem apenas três dias?"
Ela encolheu os ombros. "Não, realmente não. Mas a mãe de Kettle
está vindo mais tarde para ajudar e eu disse que estava bem."
"Você está?" Eu perguntei enquanto ligava o alarme e abria a porta
da frente, conduzindo-a para fora com um movimento de minha mão.
Radar já estava trotando, descendo as escadas enquanto eu fechava
a porta e parou para sentar-se sobre as patas traseiras ao lado da porta
traseira do carro de Adeline.
Eu tranquei minha porta e segui Adeline, abrindo a porta para
Radar antes de tomar o meu lugar na frente.
"Por que você o tem, de qualquer maneira?" Adeline perguntou
quando caiu em seu assento e fechou a porta.
Colocando o meu cinto de segurança, respondi. "Radar está se
aposentando e Trance não quer que ele pense que está sendo substituído.
Então, vou deixá-lo se pendurar comigo, uma vez que tecnicamente,
ainda sou legalmente cega."
"Bem, isso é legal. E ele pode morder a cadela da Sandra, se você
pedir!" Ela vangloriou-se.
Eu bati os dois punhos com ela em emoção fingida, que por sua vez
fez o caminhoneiro ao nosso lado tocar a sua buzina, efetivamente me
assustando como merda.
"Jesus Cristo", pulei e olhei para o motorista do caminhão com um
largo sorriso no rosto. Acenei timidamente quando ele passou. Adeline,
contudo, não teve nenhum problema de rir do meu susto. Na verdade, ela
puxou para o lado da estrada. "Oh Deus. Eu vou fazer xixi em mim
mesma."
Eu olhei para a vaca gorda. "Dirija ou eu vou perder o primeiro
jogo."
Adeline bufou. "Pontapé de partida." Ela corrigiu.
"Oh... Eu não tenho uma única pista do que se passa no futebol. E
eu não sei com quem vou me sentar. Nem se vou mesmo ver Trance".
"Bem, você tem muitos lugares para escolher. Embora, Kettle goste
de ficar em cima do muro, então não posso te dizer onde se sentar ou com
quem. Poderá ver Trance se você se pendurar no muro também. Quanto à
forma como o futebol é jogado, você teria que perguntar a alguém que
sabe. Eu também não tenho idéia."
O resto da viagem foi gasto contemplando os nossos dedos dos pés
e das mãos pintadas de novo e se nós devíamos tentar fazer com que
Kettle cuidasse das crianças.
"O que poderia doer? Se ela chorar, você apenas a embala. Você não
estaria fazendo nada de diferente lá do que estaria fazendo em casa." Eu
disse confusa.
"Bem, sim. Mas e se ela fica com fome?"
"Então você a alimenta." Dum!
"Kettle provavelmente teria um ataque cardíaco se descobrisse que
tinha o meu seio exposto em público." Ela disse secamente. Oh céus. Nós
tivemos essa discussão muitas vezes ao longo dos últimos dez meses. Eu,
pessoalmente, não me importava sobre o que as pessoas pensavam.
Adeline se importava e muito. Então, nós sempre concordamos em
discordar. Fiquei feliz quando chegámos ao jogo. Eu não queria ter outro
debate sobre amamentação com ela.
"Adeus, Caddy. Diga-me o que você decidir sobre pintar as nossas
unhas em um par de dias." Eu a informei enquanto lhe soprava um beijo
e saí do carro com Radar em meus calcanhares.
Ela foi embora com um pequeno aceno e eu comprei o meu bilhete
no portão.
Pela porra de treze dólares.
"Senhora, você não pode entrar com qualquer animal de estimação",
disse rudemente a mulher que recebia os bilhetes no portão. Revirei os
olhos e entreguei-lhe a minha licença de deficiência, efetivamente
fechando a matraca da mulher. Eu estava preparada para acontecimentos
como este. A mulher relutantemente se afastou, enquanto Radar e eu
caminhamos lentamente para a grande multidão que se reuniu na parte
de trás do posto de concessão.
O que eu não sabia era que Adeline tinha me deixado do lado do
visitante; o que acabou por ser a meu favor, uma vez que uma das
primeiras pessoas que vi foi Shiloh, a irmã de Sebastian, sentada bem na
frente da linha central perto do meio campo.
Eu nunca tinha ido a um jogo antes e estava me sentindo
sobrecarregada por todos os sons, cheiros e vistas, eu estava contente de
ver um rosto amigável. Bem, ver o rosto era novo para mim. Eu ainda não
tinha visto ela de verdade, desde que a minha visão tinha voltado. Tudo o
que tinha visto, eram fotos na casa de Sebastian ou na página do
Facebook da Shiloh.
Quando cheguei a uma distância audível (que era apenas cinco
passos de distância, porque puta merda, a banda tocava mais alto do que
o inferno) gritei o nome dela. Isso chamou a atenção de todo o grupo que
estava sentado com ela, incluindo os dois homens, Max e Gabe, que
tinham muito recentemente colocado o alarme em minha casa, e estavam
de pé atrás de Shiloh.
Shiloh começou a acenar com entusiasmo, subi as escadas e fui até
eles lentamente, surpreendida com a enorme quantidade de pessoas que
estavam lá.
Puta merda, mas eles não sabem como se sentar? As pessoas na
fila da frente provavelmente não poderiam mesmo ver.
Não que isso incomodasse os homens do grupo para o qual estava
me dirigindo. Eles estavam todos em pé de qualquer maneira, chateando
as pessoas por trás deles que estavam com muito medo de dizer alguma
coisa sobre isso.
"Viddy! O que você está fazendo aqui?" Shiloh perguntou enquanto
pressionou as pernas do homem ao seu lado para abrir espaço para mim.
O homem, loiro, grande e construído como um deus do sexo se
mudou com um revirar de olhos, nunca interrompendo a sua conversa
com o homem ao lado dele.
O homem ao lado dele era Sam, o irmão de Sebastian. Aqueles dois
se pareciam tanto que era estranho. Eu também tinha visto fotos dele na
casa de Sebastian. Embora Baylee fosse a responsável pelas fotos.
Contudo, nenhuma página no Facebook para Sam. Aparentemente,
é uma regra de macho alfa, não ter nada na mídia social relacionado com
ter o seu rosto colocado por toda a internet. Eu tentei dizer a Trance que
todos, e eu quero dizer todos, tinham uma página de Facebook. Inferno,
eu era cega e tinha uma página de Facebook, mas ele não se importava.
Ele se recusou apenas pelo princípio geral.
Sentei entre a perna do homem loiro e Shiloh, voltando a minha
atenção para o jogo antes de lhe responder. Radar fez-se muito
confortável, sentado aos meus pés e inclinando o corpo peludo maciço
contra as minhas pernas, com a cabeça apoiada no meu colo. Eu
acariciava seu pelo enquanto respondia.
"Fui convidada por vários alunos para vir assistir ao jogo. Um dos
meus alunos favoritos é o running back. Ele disse que era o número 58"
Eu gritei. O jogo ainda não tinha começado e o ruído da multidão era
quase insuportável para os meus sentidos aguçados.
"Você veio com alguém?" Shiloh perguntou com preocupação.
Eu balancei a cabeça, indiferente à sua preocupação, enquanto
examinava o campo procurando o número de Falco e Jade nas laterais.
"Não, apenas eu e Radar." Eu disse, indicando o cão.
O homem que estava no meu outro lado, desceu, se sentou e gritou:
"Trance deixou-a ficar com o Radar?"
A surpresa em sua voz era evidente, mesmo sobre o barulho da
multidão.
Virei-me e o olhei de perto, estudando o seu cabelo loiro, nariz
anguloso, lábios carnudos e queixo quadrado antes de responder. "Sim.
Por agora de qualquer maneira. Ele está trabalhando."
Ele esboçou um sorriso e, de repente, me lembrei do nome que
pertencia à voz. James. O marido de Shiloh. O oficial da SWAT do
Departamento de Polícia de Kilgore.
Os seus olhos me estudaram de volta, observando o meu rabo de
cavalo, a minha camisa da escola, calções e Radar antes de fazer a sua
próxima pergunta.
"Se ele está trabalhando, por que não tem o seu parceiro com ele?"
Ele perguntou, surpreso.
"Esta noite, ele está usando Kosher." Eu disse simplesmente.
Ele inclinou a cabeça. "Onde ele arranjou um novo cachorro?"
"Por que você está incomodando a minha mulher, Allen?" A voz de
Trance soou a partir do corrimão abaixo.
Meus olhos se voltaram para vê-lo apoiando os braços ao longo do
trilho, olhando para nós. Eu me levantei, fazendo Radar se levantar
também e caminhei até ele.
Seus olhos queimando quanto mais perto eu chegava dele e percebi
que estava olhando para minha calça.
Eu bufei. Ele sorriu, sem falsa modéstia e piscou para mim.
Garotos serão sempre garotos, e tudo isso.
Ele também parecia quente. Ele estava equipado com os seus
apetrechos de polícia, exceto que hoje tinha um par de óculos Ray-Ban
que cobriam os seus lindos olhos.
Baixando-me a minha bunda descansou contra a traseira de
minhas pantorrilhas e me encontrei olhando para os seus olhos. "Hey,"
falei, estudando os pontos de Trance, que esperançosamente estariam
saindo amanhã. O inchaço tinha diminuído um pouco, e tudo o que
restava era uma linha vermelha fina da orelha à fronte.
"Quem trouxe você?" Ele perguntou.
Mudei de assunto; realmente não queria colocar Adeline em apuros,
porque sabia com certeza que a informação chegaria a Kettle.
"Como Kosher está se portando com a grande multidão?" Perguntei.
Ele estreitou os olhos para minha evasão, mas me deixou ter o meu
caminho.
"Ele está um pouco nervoso, mas no geral, está se portando muito
bem."
Eu concordei com ele. "Os ruídos altos e a enorme quantidade de
pessoas é esmagador. Nós nunca estivemos neste tipo de situação antes".
Os seus olhos se fixaram no meu rosto e o estudou alguns
momentos antes de responder. "Se você precisar de mim, apenas ligue.
Apesar de tudo, gosto que esteja sentada com eles. Eles vão cuidar de
você."
Eu ri disso. "Radar não me deixa nem fazer xixi sozinha. Eu duvido
que iria deixar alguma coisa chegar perto de mim que ele não entendesse.
E muito menos me machucar.”
"Isso é bom. Eu não quero que ninguém chegue perto de você."
Inclinei-me e dei-lhe um beijo molhado na boca antes de me
levantar. "Se por acaso você passar no posto de concessão, quero um
prato de nachos, sour punches (doce), picles e um refrigerante Mountain
Dew". Ele apenas balançou a cabeça e se afastou.
Eu o assisti até que desapareceu no meio da multidão.
Bem, a sua bunda, de qualquer maneira.
"Bad boys, bad boys", Shiloh cantou. "O que você vai fazer? O que
vai fazer quando eles vieram por você?"
Sem sequer pensar, eu respondi com: "Esperemos ir com eles."
A mesma coisa que disse a minha irmã apenas algumas horas
antes.
O que causou um motim de risos nas mulheres do outro lado de
Shiloh.
Ember, uma loira fodona, tinha se juntado a nós cerca de cinco
minutos atrás, para dar um beijo no seu marido, Gabe.
Ele era o treinador do Departamento Atlético de Kilgore. Payton,
uma enfermeira, estava do outro lado do Ember, se inclinando
praticamente ao longo do colo de Shiloh e Ember para me gritar. "Você vai
compartilhar?"
Olhei para cima a tempo de ver Trance caminhando em nossa
direção com o meu pedido de comida. "Porra, é claro que não. Trance é
todo meu."
Payton deu uma risadinha. "Não, idiota. Eu estava falando sobre a
comida".
"Oh," eu disse. "Não. Você não pode ter isso também."
Elas começaram a rir e me levantei antes de caminhar de novo até
à grade.
"Obrigada!" Eu gritei.
"Eu espero que o pagamento seja feito na forma de favores sexuais
mais tarde." Ele disse enquanto me entregava a minha bebida, nachos,
picles e sour punches.
Coloquei tudo no chão e pendurei a minha parte superior sobre a
vedação, colocando os braços em volta do seu pescoço.
Eu podia sentir as pesadas camadas de seu colete de Kevlar sob
minhas mãos, me inclinei para trás e o observei. "O colete é quente?" Ele
levantou a mão e fez uma diferença pequena entre o polegar e o indicador.
"Só um pouquinho."
Eu poderia dizer que estava brincando. Principalmente porque
estava suando como um porco. Estavam cerca de 30ºC, mas era a
umidade que tornava tudo tão pegajoso. Ofereci-lhe a minha bebida, mas
recusou. "Eu já bebi metade no caminho para cá."
Eu o olhei deslumbrada e dei-lhe mais um beijo, antes dele sair
para fazer outra ronda com Kosher. Radar os observou com os olhos
ardentes, então dei-lhe um nacho para fazê-lo se sentir melhor.
Um tumulto repentino da multidão em minha frente, me fez olhar
para cima a tempo de ver um homem vestindo azul e amarelo entrando
pelo campo, deixando todos para trás na poeira.
"Que número é aquele?" Perguntei animadamente.
"58." James, o marido de Shiloh, respondeu.
Eu comecei a gritar. "Vai Falco! Vai! Move essas pernas! VAI!"
Quando ele marcou e a torcida da casa começou a ficar selvagem,
assumi que ele foi até à zona de finalização e comecei a saltar para cima e
para baixo em emoção. "Woo hoo!"
Só quando o silêncio daqueles que estavam a minha volta,
finalmente, começou a afundar, percebi que estava torcendo pela equipe
da casa no lado do visitante. E todos eles estavam me dando um olhar
malvado.
O rosto de Shiloh foi inestimável. Ela também estava rindo da
minha situação.
Sentei-me, tentando conter o contorcimento de excitação que estava
acontecendo em mim.
James bufou. "Está tudo bem, querida. Nós vamos protegê-la
contra as mães fodonas que estão por ali."
Olhei na direção que ele indicou, para ver um bando de mães que
estavam pintadas da cabeça aos pés em vermelho e preto. Todas olhando
para mim na minha camisa azul e amarela.
"Oh, merda." Eu murmurei.
Bufos saíram de todos os homens desta vez, depois do meu
comentário.
Ignorei-os o melhor que pude, terminando com meus nachos e
picles, peguei minha bebida e me levantei.
"Tudo bem, tenho que ir fazer as minhas rondas antes deste jogo
terminar. Obrigado por me deixarem sentar com vocês."
Depois de dizer meu adeus, andei com cuidado por entre a
multidão ao redor da pista. Quando estávamos no caminho para o
banheiro, encontrei a minha arqui-inimiga saindo da porta, pela qual eu
estava prestes a entrar.
Radar passou de calmo e sereno, para alerta e rígido. Ele se sentou
e nem pela minha vida, eu poderia fazê-lo se mover. Pior ainda, ele estava
sentado na frente de Sandra. Uma que eu realmente, realmente não
queria falar.
Sandra zombou de mim e depois de Radar. Quando ela tentou
passar por nós, Radar rosnou, a fazendo parar no seu caminho.
"Porra", eu exalei.
"Saia do meu caminho." Sandra retrucou.
Comecei a puxar a coleira de Radar, mas ele era uma montanha
imóvel. Sem outras opções disponíveis, recorri para a única coisa que
poderia fazer com que Radar fizesse algo.
Puxando meu telefone, liguei para Trance.
"Spurlock." Ele respondeu.
Eu não podia ouvi-lo muito bem, mas comecei a explicar de
qualquer maneira, em uma tentativa vã de descobrir o que diabos estava
acontecendo.
"Leve-o para longe de mim, Sheffield!" Sandra gritou.
"Estou tentando. Ele não se mexe!" Eu berrei.
Eu podia ouvir uma confusão do lado de Trance, assim como ele me
perguntando com urgência o que estava acontecendo.
"Ouça-me," Eu estalei. Poderia ter sido para Trance ou poderia ter
sido para Sandra. Eu realmente não sabia, mas foi bom que ambos
ouviram. "Eu não consigo fazer com que Radar se mova."
"Ele está sentado, em pé, ou deitado?" Trance perguntou em alarme.
Olhando para Radar, expliquei. "Ele está sentado. Sua cauda não
está sacudindo e sempre que Sandra tenta se mover, ele rosna."
"Onde você está?" Ele amaldiçoou.
"Nos banheiros..." Eu disse e a minha voz sumiu, quando percebi
de que banheiro ela saiu. Foi do banheiro dos homens. "Banheiro dos
homens."
O que me pareceu foi que havia o banheiro masculino de um lado
da concessão e o das mulheres do outro. Eu tinha ido para o lado mais
próximo das arquibancadas, já que era normalmente onde os banheiros
estavam.
Assim me perguntava, por que exatamente ela estava saindo do
banheiro dos homens?
Mas então, ninguém menos do que o meu ex-namorado, Paul, veio
dançando do banheiro, alguns segundos após esse pensamento, quase
tive um ataque de pânico.
Que porra é essa?
Não que me importe que eles estejam juntos, mas é a porra de
muito estranho que a mulher que me odeia com paixão e o homem que
costumava namorar até pouco tempo, estão ambos saindo do banheiro
parecendo extremamente... Despenteados. E por que diabos Radar não se
mexe?
Olhei fixamente para frente, com o telefone para baixo no meu lado.
Talvez se fingir que não podia vê-los, e como não conseguia descobrir
porque Radar não iria se mover, talvez eles não iriam começar coisa
alguma.
Havia uma tonelada de pessoas ao redor. Certamente, eles não
iriam tentar nada.
Certo?
Errado.
O bastardo viscoso que foi o meu ex, veio direto para mim e colocou
a mão no meu rosto. A mesma mão que cheirava a coisas que, juro por
Deus, que não queria, nem nunca quis cheirar, outra vez.
"Eu senti a sua falta, querida." Ele disse suavemente.
Minhas entranhas foram se agitando em pânico. Este era o mesmo
merda doente, que estava se masturbando com o cheiro da minha
calcinha. Que tinha entrado em minha casa e me assustado atá a morte.
Os olhos de Sandra eram assassinos e se olhares pudessem matar,
eu estaria sangrando em vários orifícios agora mesmo.
"Tire suas mãos imundas de filho da puta de cima dela... Agora."
Mortal.
Se sua voz pudesse se comparar a um objeto, eu a teria comparado
com uma faca serrilhada.
Dentada e mortal.
O tom não dava nenhum espaço para discussão, mas o cão que
estava atualmente entre nós não esperou que a ordem fosse cumprida.
Ele somente atacou.
Com um ataque mortal, Radar se lançou contra o homem me
ameaçando.
A mão que se recusou a deixar o meu rosto de repente apenas...
Tinha ido. Radar tinha agarrado Paul pela perna e o manobrou no chão
com um movimento tão rápido, que era difícil segui-lo com os meus olhos.
Em um segundo Paul estava de pé e no próximo Radar o tinha pela
garganta.
"Junto!" Trance rugiu.
Radar instantaneamente parou. Num segundo ele estava na
garganta de Paul e no próximo ele estava a meus pés, me empurrando
com seu grande corpo.
Nós tínhamos atraído uma multidão com os gritos de Sandra, bem
como com os gemidos de Paul.
"Eu vou processar você, filho da puta. Você vai ter sorte se aquele
cão ainda estiver vivo na parte da manhã!" Paul rosnou.
"Sim? Bem ele nunca o teria atacado se não tivesse se sentido
provocado. Eu também tenho uma forte suspeita, de que um de vocês tem
alguns narcóticos. Kosher, busca."
Minha mente estava cambaleando, enquanto a multidão começou a
se reunir ainda mais perto. Algumas pessoas tinham as câmeras do
celular gravando; outros estavam em seus telefones, falando com as
pessoas. Tínhamos até mesmo atraído a atenção das líderes de torcida.
Kosher procurou em Paul, seu corpo de bruços, ainda deitado no
chão segurando a perna ferida perto de seu peito. Após o rodear duas
vezes, ele foi para a guinchante Sandra que agora estava sendo algemada
por outro oficial que tinha chegado na cena.
Assim que ficou a meio metro dela, se sentou. Que devia ser o sinal
de que tinha encontrado algo. Na verdade, era exatamente o que Radar
tinha feito apenas momentos antes da briga.
Trance deu a Kosher uma boa massagem nas orelhas e brincou de
cabo de guerra com o cão, fazendo Radar choramingar lamentavelmente a
meus pés.
Em resposta, caí de joelhos e abracei Radar apertado, enterrando
meu rosto na pele de seu pescoço e falando com ele sobre nada de
importante.
Então dei-lhe um “sour punch”, que ele prontamente lambeu o
açúcar antes de deixá-lo cair de volta sobre a pele exposta da minha coxa.
"Obrigada", falei ao cachorro.
Ele respondeu com uma abanada de cauda e vimos como
paramédicos chegaram e colocaram Paul em uma maca, levando-o para
longe, com Sandra sendo escoltada em suas costas por outro policial.
Trance se agachou e então estava cara a cara comigo antes de ter
certeza que eu estava bem. "O que aconteceu, docinho? Ele machucou
você?"
Eu balancei minha cabeça. "Não, só me tocou com as mãos." Eu
tremi.
Seu nariz enrugou em desgosto enquanto se levantava. "Bem", disse
ele estendendo a mão para mim, para me levantar. "Eu acho que é hora
de sairmos daqui. O jogo já terminou. Agora tenho que ir escrever alguns
relatórios na delegacia."
Ele estava olhando para Radar que ainda estava encostado a meus
pés, enquanto ele falava. Radar que se recusou a sequer olhar para
Trance.
Trance notou e franziu a testa.
"Acho que ele está com raiva de você." Eu observei quando
começamos a caminhar até a viatura de Trance.
"Sim, eu tenho certeza que está. Ele fez o seu trabalho esta noite e
não o recompensei como costumo fazer." Trance explicou.
"Mas você estava trabalhando com Kosher e não podia. Ele vai
entender. Talvez se você comprar-lhe um osso, vai lhe perdoar." Eu
provoquei enquanto caminhávamos através dos portões, as pessoas
dando-nos um amplo espaço, agora que viram o que Radar era capaz de
fazer.
Quando entrei no carro e nos dirigimos para casa, finalmente
perguntei o que estava na minha cabeça.
"Será que ele vai ser capaz de fazer alguma coisa contra o Radar?"
Trance não respondeu a princípio.
E eu sabia que de alguma forma isso era um mau sinal.
"Paul é um médico bem quisto com muita influência. Ele saiu da
prisão após ter invadido a sua casa e se masturbar na sua cama com
apenas um estalar de dedos. Eu acho que, neste caso, ele realmente
poderia fazer o que disse que poderia. Mas isso vai acontecer por cima do
meu cadáver".
Eu vi quando abriu a boca para dizer mais, mas a fechou
novamente antes de mais alguma coisa sair.
Ele fez isso mais duas vezes e eu sabia que tinha mais a dizer.
Então esperei pacientemente enquanto ele guerreava consigo mesmo.
Eu assisti o relógio no painel passar das 10:22 para as 10:25, antes
dele finalmente falar, sobre tudo o que estava pensando em sua mente.
"Ele tinha três câmeras de vídeo em sua casa. Uma em seu quarto.
Uma em seu banheiro. E uma em sua sala de estar."
Meus olhos se arregalaram com seu tom frio e uma queimadura
lenta começou a tremer na boca do meu ventre.
"Por que você não me contou?" Eu perguntei indignada.
Sua cabeça caiu até que ele a descansou no volante.
"Honestamente? Eu só não quero que tenha que carregar esse fardo.
Você já teve que lidar com o fodido doente invadindo sua casa. Eu estava
apenas tentando protegê-la. Loki vai precisar de você para preencher um
relatório. Nenhuma das queixas irá prosseguir, no entanto. Ele disse que
era tudo parte de um jogo de sexo entre vocês ou alguma merda, que tudo
foi consensual. E ele tem um bom advogado."
Os meus dentes cerraram com tanta força, que meio que esperava
que meus dentes molares partissem. "Bem, isso não ajudou muito. Eu
preciso saber de merdas como esta. Pare de tentar me proteger, porra.
Você não me possui. Você não tem nenhum direito".
Eu não estava realmente brava com ele. Eu estava com raiva de
mim mesma. Decepcionada comigo mesma. Tudo o que tinha acontecido
ultimamente, tinha acontecido por minha causa. Eu deveria o ter
conhecido melhor. Eu estava tão animada por ter alguém interessado em
mim. Paul foi o primeiro a não me tratar com luvas de pelica e eu
apreciava esse fato.
Trance levantou a cabeça do volante, e seus olhos ardentes se
viraram na minha direção.
Ele levantou a mão até que ela estava sob o meu queixo e a apertou
apenas um pouco demais. "Você escute aqui. É a porra do meu direito
saber de tudo quando se trata de você e sua segurança. Você tem uma
multa por excesso de velocidade, tenho o direito de saber sobre isso. Você
cai e raspa o joelho, tenho o direito de saber. Inferno, você pode comer
todos os malditos ovos, e tenho a porra do direito de saber sobre isso. O
que me dá este direito? Você abrindo essas suas malditas bonitas pernas
e me aceitando dentro de seu corpo. Isso é o que me dá a porra do
direito."
Eu pisquei para a dureza de seu tom e sua inflexibilidade sobre os
direitos que ele tinha sobre mim, só por me foder.
Bem, ele estava muito enganado, se achava que o estava deixando
ter o seu caminho só porque puxou o cartão alfa.
"Você não pode matá-lo." Eu finalmente disse.
Ele bufou. "Por que não?"
"Porque se quiser me foder novamente, você sabe, já que ‘é o seu
direito’, você vai ter certeza de não ter nada a ver com ele novamente. Vou
registrar uma ocorrência policial contra ele amanhã, mas não quero que
se envolva mais. Vamos deixar Loki lidar com isso. Seu trabalho é muito
importante para colocá-lo em perigo. "
"Vamos ver." Ele disse vagamente.
Eu sabia que não iria deixá-lo ir. Eu não era estúpida. Mas talvez
se entendesse que eu estava inflexível sobre ele não ferir Paul, pensaria
duas vezes antes de realmente matá-lo.
Ele também me fez sentir quente por dentro. Feliz o suficiente
porque alguém se importava o bastante para se certificar de que não seria
prejudicada.
No entanto, não seria bom se ele soubesse que eu estava feliz.
Ele tinha acabado de ser muito presunçoso sobre toda a situação,
não me dizendo nada. E isso não podia ser assim.
Era hora do tratamento silencioso. Isso iria ensiná-lo.
Foi por isso que, quando chegamos a sua casa, fui direto para o
quarto e fechei a porta.
Eu tinha uma reflexão séria a fazer e tê-lo na sua presença não
ajudaria em nada.
Eram aquelas covinhas malditas. Elas eram uma distração do
inferno, quando estava tentando me manter zangada. Eu tinha a melhor
das intenções de manter aquela irritação. Isso até que a minha cabeça
bateu no travesseiro e eu caí adormecida.
Duas horas mais tarde, me encontrei com uma casa cheia de
convidados. A minha mãe tinha acabado de sair, depois de deixar sobras
do jantar para Viddy e me dado instruções para encontrá-la para o café
da manhã.
Um último jantar de família antes de Foster e Miller terem que
voltar ao mundo real.
"Viddy!" Eu disse da cozinha.
Quando não respondeu, saí da cozinha e fui até o quarto.
Encontrei-a deitada olhando fixamente para o teto. Seus olhos estavam
abertos, mas o ronco suave que saiu de sua boca, me deixou saber que
tinha adormecido.
Ela tinha feito isso algumas outras vezes, me explicando que ela
dormia com os olhos abertos, desde que conseguia se lembrar. Ela disse
que contudo, às vezes, teria sorte e eles iriam se fechar. Se não se
fechassem, ela acordava com coceira e com eles secos. No entanto era
normal, mas era incrivelmente assustador para mim.
Caminhando até ela, tirei os sapatos, meias e calções. O que a
deixou apenas com a sua camisa da escola, sutiã e calcinha.
As calcinhas eram porra de quentes.
Elas eram transparentes e deixavam ver tudo através delas. E elas
me fizeram querer rasgá-las e a foder completamente. Duas vezes.
O que eu queria fazer e o que precisava fazer, eram duas coisas
muito diferentes. Infelizmente, tinha Sebastian, Silas, Loki e Dixie lá fora,
me esperando para sair e tentar descobrir o que estava acontecendo com
o perseguidor de Viddy.
Fui até ela, fechei as suas pálpebras com um dedo, dei-lhe um beijo
nos lábios e deixei o quarto.
Sebastian estava reclinado na minha cadeira, como se fosse o dono,
e o resto dos homens ocupavam o sofá.
Ainda bem que era grande ou não teria aguentado tanto peso.
Sentei-me na mesa da sala de jantar e enfrentei a sala.
"Algo precisa acontecer com ele. Eu voto em o fazer desaparecer."
Disse Dixie sem preâmbulos.
Miles estava balançando a cabeça em concordância também.
"Eu não posso matá-lo. Ele está muito bem visto na comunidade e
Viddy me fez prometer."
"O filho da puta não tem que morrer para obter o ponto de vista."
Miles disse secamente.
Um sorriso lento começou a se formar no canto da minha boca e
concordei. "Não, com certeza que não."
"Deixe-me executar algumas verificações de antecedentes sobre ele.
Você deve chamar Jack e ver o que pode obter sobre ele também. Suas
fontes trabalham normalmente um inferno de muito mais rápido do que
as minhas. Talvez com nós dois trabalhando nesse sentido, poderemos
encontrar a sua fraqueza." Miles expôs.
Jack era um outro membro da Free.
Ele e sua esposa, Winter, eram um inferno com um firewall. Eles
fizeram coisas ilegais, por boas razões. Eles poderiam entrar em qualquer
banco de dados e obter todas as informações que precisavam. Trabalhos
que faziam uma e outra vez. Serviços que eram de valor inestimável. Eles
eram praticamente gênios em seu campo.
Ficamos em silêncio quando ouvimos o clique-clique das unhas no
piso de madeira, seguido por um som de fricção e vi, estupefato, como
Viddy entrou na sala, seguido de perto pelos filhotes.
Eu não sabia o que aconteceu, mas pude dizer imediatamente que
ainda estava dormindo.
Sonambulismo, como você diria.
Adeline tinha me dito que Viddy costumava ser sonâmbula e para
estar atento a isso. Mas ouvir falar sobre isso e vê-lo eram duas coisas
diferentes.
Seus olhos estavam sem foco e ela estava usando a parede como
apoio.
Felizmente, a camisa que tinha vestido cobria o essencial; caso
contrário, teria que arrancar alguns olhos com forquilhas.
Levantando-me, andei até o sofá e agarrei o cobertor que estava
sobre a parte de trás dele, me virando apenas a tempo de ver Viddy cair
no sofá entre Miles e Dixie.
Ela se mexeu e se contorceu por um bom minuto se fazendo
confortável, e em seguida, deitou a cabeça no ombro Miles e voltou a
dormir.
Com os olhos ainda abertos.
"Isso é assustador pra caralho," Sebastian disse cautelosamente.
Movendo-me para Viddy, joguei o cobertor sobre o seu colo e voltei
para o meu lugar à mesa com os meus irmãos.
"Eu não achei que Adeline estava falando sério, quando brincou que
Viddy dormia com os olhos abertos. Eu pensei que era mais do tipo 'tenha
cuidado com as suas coisas’, esse tipo de coisa." Foster disse secamente.
"Pelo menos ela não fala em seu sono sobre merda aleatória. Não
pense que não ouvi você na noite passada." Miller disse.
Foster levantou as mãos no ar. "Não é minha culpa!"
Eu dei um olhar duro ao meu irmão caçula. "Não é culpa de Viddy,
não é de qualquer um."
Ele sorriu. "Não quis dizer de forma cruel. Foi mais uma espécie de
'ei, olha isso!’"
Eu resmunguei, recusando a reconhecê-lo. "É melhor mantê-la
dessa maneira, também. Não a provoque sobre isso ou vou ter que enfiar
aquele agradável rifle brilhante novo que você comprou hoje na sua
bunda."
"Você pode sempre tentar..." Foster rosnou, movendo as mãos em
um gesto de "tente".
"Rapazes", Silas retumbou. "Já terminamos aqui? É tarde e tenho
algumas coisas para cuidar."
"Engraçado," Dixie murmurou. "Eu gosto de onde estou agora."
Claro que ele gostava. Se Milles estava segurando a cabeça com o
ombro, o traseiro de Viddy estava pressionado contra a coxa de Dixie.
"Você não deveria estar no Pólo Norte... Papai Noel?" Eu estalei.
Ele riu, fazendo com que a sua grande barriga balançasse. "Eu sei
que é a sua menina, Trance Dance. Não significa que não possa apreciar
a vista."
A reunião continuou conosco resolvendo mais alguns detalhes, bem
como tentando descobrir qual seria o próximo passo em nosso plano.
Eu finalmente fechei a porta atrás de Silas, Sebastian e Dixie em
torno da meia-noite.
Eu verifiquei as portas e janelas na frente da casa, sabendo que os
meus irmãos iriam fazê-lo nas traseiras. Eu coloquei os filhotes no canil
depois de deixá-los ir à rua, e em seguida, peguei Viddy no sofá.
Ela se acomodou mais confortavelmente contra o meu peito, se
aconchegando até que a sua cabeça estava debaixo do meu queixo, então
suspirou profundamente.
"Você está acordada?" Eu perguntei quando entrei no meu quarto.
Eu fui direto para a cama e deitei, esperando ela responder.
"Se disser que sim, o que vai fazer comigo?" Ela respondeu
sonolenta.
"Nada que você não queira que eu faça." Brinquei.
"Como entrei no meio de uma reunião apenas em minha calcinha?
Lembro-me especificamente de ficar com os meus calções, depois que lhe
dei o tratamento do silêncio." Ela sussurrou no escuro.
Sentando na beirada da cama, desamarrei as minhas botas e as
joguei para o canto do quarto.
"Você estava me dando o tratamento do silêncio?" Perguntei com
surpresa enquanto puxava minhas calças para baixo. Chutei-as para o
canto, também, antes de rastejar na cama para o lado de Viddy puxando-
a para o meu corpo.
"Sim", balançou a cabeça contra o meu peito. A sua mãozinha
começou a brincar com o punhado de cabelo em meu peito, antes de se
transferir para baixo e circular um mamilo. "Você mereceu isso."
Eu bufei. "Claro que mereci. Mas porquê o tratamento do silêncio?
Eu não deveria saber que está com raiva de mim para que possa ser
eficaz?"
"As mulheres são loucas e fazem coisas insanas. Na minha cabeça,
dizer-lhe que estava lhe dando o tratamento do silêncio era mais
prejudicial do que bom. "Ela disse pouco antes de sua língua encontrar o
meu outro mamilo na escuridão.
Eu endureci de surpresa com a sensação que o ato provocou em
mim.
"Jesus," Eu assobiei. "É como uma faísca elétrica direta para meu
pau." Ela riu, fazendo com que o seu fôlego soprasse contra o mamilo
molhado. "Sim, é verdade, às vezes parece."
Eu nunca tive ninguém chupando os meus mamilos, para ser
honesto. Claro, eles tinham sido tocados antes, mas nunca sugados.
Minha mão pegou seu cabelo e segurei os fios soltos com um punho,
segurando-a para mim enquanto ela lambeu, beliscou e soprou no meu
mamilo.
A outra mão desceu pelas suas costas, até que eu encontrei a
bainha da calcinha um pouco acima de sua bunda empertigada, e
mergulhei dentro. Parando em um globo de sua bunda, apertei
bruscamente, provocando um grito assustado dela antes de deixar meus
dedos trilhar para baixo na fenda de sua bunda.
Meus dedos encontraram seu períneo em primeiro lugar, deixei
meu dedo indicador massagear a banda de tecido muscular por alguns
momentos, antes de mergulhar mais para baixo. Usando o meu indicador
e dedo anelar, espalhei as bochechas de sua bunda o suficiente para
permitir que o meu dedo do meio encontrar a localização desejada.
Sua boceta molhada.
Meu dedo grande deslizou com facilidade, a fazendo arquear seu
corpo contra o meu.
Eu podia sentir seus mamilos duros como pedras e baixei a cabeça
capturando um através do material fino de sua camisa.
Os quadris de Viddy balançaram para trás e para frente, usando o
meu dedo dentro dela para se dar prazer.
As mãos dela foram para baixo para capturar a bainha de sua
camisa, e a tirou fora, deslocando a minha boca de seu mamilo em um
movimento fluente.
Eu não deixei que me parasse, porém, me inclinei para a frente e
capturei o mamilo libertado, mordendo levemente com os dentes e
sacudindo minha língua sobre o pico duro.
Meu pau estava no auge. Sua vagina quente estava fazendo, sons
molhados e escorregadios a cada impulso do meu dedo e não podia
esperar por mais tempo.
"Camisinha na mesa de cabeceira. Pegue agora." Eu disse
asperamente e urgentemente contra o mamilo antes de sugá-lo
profundamente.
Ela se moveu e seu mamilo surgiu livre da minha boca quando se
virou e pegou a camisinha da gaveta do criado mudo.
Eu usei o tempo que ela estava se movendo, para tirar nossas
roupas íntimas, ao mesmo tempo que jogou um preservativo em minha
direção.
Ele me bateu no peito e caiu para a cama, o rasguei e abri
rapidamente, deslizando o látex sobre o meu pau com movimentos
espasmódicos e rápidos.
Ela estava em um ângulo estranho, como se descansasse metade
em sua barriga e metade em seu lado. Uma de suas pernas estava entre
as minhas, então a peguei e a envolvi em torno das minhas costas,
enquanto alinhei meu pau com a sua entrada e penetrei-o lentamente e
com facilidade em sua boceta quente e escorregadia.
"Oh, merda", rosnei. "Você é gostosa pra caralho. Você é tão
apertada." Estocada. "E molhada." Recuo. "Você me suga como um
maldito vácuo." Estocada.
Os sons molhados do meu pau deslizando dentro dela estavam me
ligando tanto, que já estava incrivelmente perto de largar a minha carga
com algumas dezenas de golpes de meus quadris.
Com uma mão segurei sua bunda, enquanto que com a outra
segurei a sua perna para cima quando comecei a bater nela. Estocadas
profundas e ásperas que a fez gritar em conjunto com os grunhidos
saindo da minha própria boca.
O suor estava se espalhando sobre a minha pele em um brilho de
luz, fazendo o meu corpo deslizar ainda mais provocativamente contra o
dela.
Eu podia sentir o familiar formigamento na base do meu pau
indicando minha libertação pendente e sabia que se ela não gozasse, e
rápido, eu estaria gozando sem ela. Estava quente demais para não gozar.
Eu não podia sequer imaginar como seria tê-la nua, sem camisinha.
"Faça-se gozar. Eu estou tão perto." Engoli em seco.
Em vez de sua mão encontrar seu clitóris como tinha imaginado
que faria, a sua mão foi mais para baixo e pegou as minhas bolas, mas
também sentia o meu pau encapsulado dentro e fora de seu calor
molhado. Ela estendeu a mão, massageando minhas bolas, tocando a
base do meu pau e me perdi.
Eu empurrei asperamente sem qualquer recurso. Martelando em
sua boceta, enquanto ela segurava minhas bolas firmemente na palma da
sua mão. Eu gozei, quae explodindo.
Estrelas estouraram, roubando a minha visão até que era um
animal que não pensa, que só conseguia se focar no seu próprio prazer,
não no dela.
Distantemente, estava ciente dela gritando, mas pela minha vida,
não conseguia fazer nada, além de martelar dentro dela, espremendo até
à última gota da minha porra.
No momento em que voltei a mim, me encontrei deitado em cima
dela, prendendo-a na cama com o meu corpo, ofegante como se apenas
tivesse corrido uma maratona.
"Eu acho que você me quebrou." Gemi, retirando-me de sua doce
boceta e rolando para o lado.
Ela riu. Porra, ela riu.
Um dos meus olhos se abriu e olhei para ela. "Você acha isso
engraçado?"
Ela assentiu com a cabeça. "Sim", disse se colocando totalmente
sobre meu estômago. "Eu própria estava pensando a mesma coisa."
Longos momentos se passaram enquanto ficamos lá deitados,
recuperando a nossa respiração juntos, antes de encontrar a energia para
me levantar e me livrar da camisinha.
Quando voltei, a encontrei debaixo das cobertas de costas para o
quarto.
Deslizando ao lado dela, a puxei para mim. Então amaldiçoei.
"Foda", gemi olhando para a lâmpada. "Eu esqueci a luz."
Um suave ronco respondeu à minha afirmação, me fazendo sorrir.
A luz poderia ficar acesa. Eu estava confortável.
Acordei com um pau duro empurrando todo o caminho dentro de
mim.
Reflexivamente, arqueei, pedindo a Trance para ir ainda mais
profundo e ele rolou, me puxando para cima dele.
"Você já acordou?" Ele raspou contra o meu pescoço antes de sugar
o lóbulo da minha orelha em sua boca e o morder.
Eu tive que reprimir a vontade de acenar com a cabeça e em vez
disso gemi: "Sim! Muito."
O meu peito estava colado contra o dele, deixei as minhas mãos
vaguearem para cima e para baixo nos seus lados enquanto ondulava os
meus quadris.
Ele me incitou, com as mãos na minha bunda, me movendo no
ritmo que queria que eu fosse.
"Se você queria liderar, por que estou no topo?" Engoli em seco.
Ele sorriu, me mostrando as covinhas, quando não tinha nenhuma
forma de combater os seus efeitos e eu caí.
Completamente de cabeça no amor por ele.
Eu admito. Ele era o único. Com quem queria viver o resto da
minha vida.
"Porque quando você está em baixo, não sou capaz de fazer isso."
Ele me mostrou.
Os seus abdominais contraíram quando se colocou em uma posição
sentada e me empurrou para cima e para baixo furiosamente em seu pau.
Quando minha cabeça voou de volta em êxtase, ele fez o seu movimento,
chupando o meu mamilo em sua boca. As minhas mãos pegaram seu
cabelo encaracolado e guiei a sua boca para o outro mamilo.
"Esta é uma boa razão para eu estar no topo." Engoli em seco. "Eu
estou totalmente dominando você."
Ele tremia dando risada. "É verdade?"
Então me mostrou como não estava nada dominado, de baixo a
cima.
Tudo o que podia fazer era, me segurar, quando ele levantou os
meus quadris no seu pau e então me bateu de volta para baixo.
Os meus olhos se fecharam e escutei o som de nossas coxas
batendo juntas, o peso da nossa respiração. Na verdade, eu fiquei tão
perdida no momento que não tinha percebido o quão perto estava, até que
já estava em um orgasmo poderoso que roubou o meu fôlego.
As minhas costas arquearam, e senti a barba por fazer de Trance
roçando nas minhas costas, me fazendo tremer.
O grito que saiu da minha boca parecia torturado. Mas da maneira
mais requintada possível.
O próprio gemido de Trance seguiu o meu, e gozamos juntos na
cama em um emaranhado de membros.
De alguma forma o meu braço acabou preso debaixo de suas costas,
e meu cabelo estava enroscado em seu punho que estava preso debaixo
do meu peito.
Eu estava efetivamente presa e amei.
Fechando os olhos, deixei as palavras fluírem da minha boca. As
que tenho vontade de dizer há muito tempo.
"Eu gosto do seu pau."
Os irmãos ainda estavam dormindo, ou estavam, eu acabei por
acordá-los. De propósito. Oops. Se eu tinha que acordar, então eles
também tinham.
Trance tinha dando-me um olhar exasperado, enquanto me
certificava de bater cada porta de armário, na minha procura por uma
xicara de café.
Foster entrou na cozinha, me deu uma caneca do armário que já
tinha aberto e em seguida, bateu com a sua cara de cama e pele vincada
pelo cobertor, olhou para mim e voltou para a cama.
Mencionei que estava sem camisa e apenas de cueca?
O homem poderia rivalizar com Trance no departamento de
aparência, isso era certo.
Mas Miller, meu, meu, meu Deus.
Quando deixei os cães entrarem após a sua sessão de treino
matinal, abri e joguei a bola dos cachorros na cama de Miller, que
naturalmente, a seguiram obedientemente. Miller estava dormindo de
bruços com o rosto meio encoberto pelo travesseiro.
Sua perna estava pendurada para fora da cama, assim como o seu
braço, até que os filhotes fizeram um espetáculo ao lamberem as costas e
pescoço expostos de Miller.
"Eu vou matar você." Miller murmurou debaixo de seu travesseiro.
Eu ri. "Você pode sempre tentar."
"Eu sei de 433 maneiras de matar uma pessoa. Tenho certeza que
432 iria servir para você. " Ele rosnou, se lançando da cama para mim.
Eu gritei como um porco e comecei a correr para fora da sala. Eu, é
claro, fui me esconder atrás de Trance, que estava tomando um gole de
café.
O homem estava sempre mal-humorado antes de ter seu café. O
que explica por que fez o que fez a seguir.
Ele colocou a sua caneca para baixo com cuidado para não o
derramar, em seguida, deu um passo para o lado, me deixando exposta
para o homem cujo cabelo estava achatado de um lado e espetado do
outro.
Miller sorriu como um maníaco, antes de chegar até mim, me
levantou por cima do ombro e correu para o quintal. Jesus Cristo, o
homem foi rápido, nem o vi chegar. E seu ombro era como um muro de
aço no meu estômago. Os meus pequenos e insignificantes golpes não
eram nada contra a extensão musculosa de suas costas.
Então estava voando pelo ar e caí.
Eu mencionei que Trance tinha uma piscina?
Felizmente, me atirou longe, me permitindo respirar fundo antes de
atingir a água.
Eu afundei como uma pedra nos meus jeans, camiseta e sapatos.
Apenas um pensamento permaneceu em meu cérebro, nesses instantes
em que estava pairando no ar... dois poderiam jogar esse jogo.
E foi por isso que em vez de voltar à superfície, prendi a respiração
e fiquei submersa na água.
Eu já ia na contagem de sessenta e três quando ouvi sons em torno
de mim, e abri meus olhos para ver dois homens nadando para mim. Um
totalmente vestido, e um em sua cueca. Eles estavam rasgando a água
como se fosse terra e estavam junto a mim em um instante.
Ambos os homens agarraram um braço e me arrastaram para a
superfície.
Eu me senti como se estivesse em um barco a jato com o quão
rápido cheguei à superfície, engasguei com uma inspiração completa de
ar, dando novamente vida aos meus pulmões morrendo por oxigênio.
E então eu ri.
"Isto é como um episódio de Baywatch." Eu dei risadinhas. "Você
acha que nós podemos fazer isso novamente, mas me deixe filmar desta
vez?"
Ambos me encararam com incredulidade. "Você sabe nadar?"
Eu bufei. "Claro."
Eu estava sendo sustentada por ambos, ou estava, até que de
repente largaram os meus braços como se estivessem a arder, para ver se
eu estava dizendo a verdade.
Quando fiquei à superfície apenas com a força das minhas pernas,
eles rosnaram exatamente, o mesmo baixo e ameaçador rosnado e
começaram a nadar para a borda.
"Hey," chamo indignada. "Não fui eu que os joguei aqui dentro!
Porque é que estão zangados comigo?"
Ambos estavam ensopados, mas meus olhos se desviaram para o
corpo de Trance enquanto tirava as suas roupas molhadas. A camisa em
primeiro lugar, em seguida, seus jeans. "Você tem sorte que não estava
com nenhum dos meus equipamentos nos meus bolsos. Você teria ficado
realmente em apuros." Ele disse.
Dois grandes salpicos no sentido oposto, me fizeram virar a tempo
de ver dois filhotes, muito animados, nadando para mim.
Brinquei com eles por alguns minutos, jogando um pato de
borracha para eles irem buscar, para grande irritação de Trance.
"Nós precisamos ir." Ele rosnou.
"Sim, querido." Eu disse descaradamente.
Miller estava sentado na poltrona do outro lado da piscina, por isso
atirei de propósito o pato de borracha em sua direção enquanto
caminhava para dentro, arrastando um rio de água atrás de mim
enquanto caminhava.
Uma vez no quarto de Trance, me despojei das minhas roupas
molhadas e olhei ao redor do quarto.
Eu só tinha a roupa que estava usando, que agora estava molhada
e as roupas da noite passada, por isso tive que improvisar um pouco. Eu
poderia usar meus jeans e a camisola da noite anterior, mas não havia
nenhuma maneira de usar calcinha suja, eu não estava usando as
molhadas também.
O que me deixou com apenas uma opção.
Indo para o banheiro, tomei outro banho rápido para lavar o cloro
do meu cabelo. Eu fiquei parcialmente vestida apenas com a minha
camisola e roupa interior antes de ir ao banheiro para secar meu cabelo.
Eu estava escovando-o quando Trance me encontrou.
"O que você está fazendo?" Ele perguntou, olhando para mim
estranhamente.
Olhando para cima, o vi com as sobrancelhas levantadas.
"Escovando o cabelo?" Duh.
"Por que está usando a minha cueca?" Ele perguntou.
Revirei os olhos. "A minha calcinha está suja."
"O que está acontecendo com a sua vagina?"
Olhei para baixo e ri. "É o meu prendedor de cabelo."
Alcançando-o, agarrei o prendedor que ainda estava prendendo um
pedaço fora da cueca joguei sobre o balcão. Ele estava bem disfarçado,
então a partir de seu ponto de vista, parecia que eu tinha um pacote.
"Por que você o tinha lá?" Perguntou.
Eu verifiquei o meu creme anti-sinais e respondi em tom de
brincadeira.
"Eu estava curiosa."
"Sobre como pareceria se você tivesse um pau?" Ele perguntou com
cautela.
Suprimi o sorriso que queria tomar o meu rosto, e disse: "Não
necessariamente. Mais como, qual seria a sensação de ter algo entre as
minhas pernas como você."
Ele pegou a felicidade que dançou nos meus olhos e se colocou
atrás de mim. "Querida, você precisa de muito mais do que um prendedor
de cabelo para preencher essas cuecas como eu." Ele brincou.
"Então, minha bunda não parece boa nas suas cuecas?" Eu
perguntei enquanto a mexi na sua frente.
Ele agarrou meu quadril com força, parando o meu movimento.
"Sua bunda parece fan-porra-tastica. Mas nós temos lugares para ir,
assim o que acha de colocar essa bunda em movimento?" Ele disse pouco
antes de bater na minha mencionada bunda.
Duro.
Eu gritei e joguei meu pincel nele, mas ele saiu pela porta a tempo.
"Cuzão!" Eu gritei para a sua silhueta saindo.
"Sempre fui!" Ele gritou de volta.

"Para onde estamos indo?" Perguntei enquanto seguia Trance


através de uma porta na parte traseira da delegacia de polícia.
"Pelos fundos. Se formos pela frente, temos de aguardar os
cidadãos que estão preenchendo os seus próprios relatórios." Ele explicou.
Eu sabia que estávamos indo pelos fundos. Era óbvio para todo
mundo e para seu irmão que estávamos entrando pelos fundos.
"Oh," disse. "Então você não está me escondendo?"
Ele se virou e me deu um olhar por cima do ombro que
praticamente gritou "Você está fodendo comigo", mas não disse nada.
"Ei, como é que você está usando o seu crachá, se está de folga
hoje?" Eu perguntei enquanto andava atrás dele.
Ele levantou um ombro antes de responder. "Eu não sei. Eu sempre
uso."
"Bem, por que você não iria usar sua arma se fosse esse o caso?"
Perguntei enquanto nós entrávamos através de uma porta que estava
alinhada com outras portas.
"Eu estou usando uma. Na verdade, estou usando duas." Ele disse
enquanto abria a porta perto do final do corredor me fazendo sinal para
passar.
Eu o segui obedientemente.
"Onde?" Eu perguntei curiosa, enquanto ele continuou andando
rápido na minha frente.
Ele ergueu a parte de trás de sua camisa, em resposta e vi a larga
coronha preta de sua arma no fundo de suas costas.
"Por que você está andando tão rápido? Isso está fazendo-me
respirar com dificuldade." Eu disse quando entrei na grande sala
movimentada.
Era um grande espaço aberto com mesas espaçadas de três metros
mais ou menos. Provavelmente eram quinze mesas e todas elas com
pessoas uniformizadas e com roupas simples, em uma massa confusa,
por toda parte.
Parei em uma mesa virada para frente da sala, que tinha uma caixa
cheia de rosquinhas e um refrigerador de água para fazer um lanche e
tomar uma bebida, enquanto esperava por Trance notar, que tinha me
perdido. Ele desapareceu em uma esquina e virei-me para pesquisar a
variedade de delícias.
Eu decidi comer primeiro uma rosquinha com recheio de creme e a
terminei antes de ir para uma segunda coberta de chocolate. Eu tinha
comido metade quando vi Trance voltar, aparecendo na esquina e comecei
a observar a sala.
Seus olhos se estreitaram em mim quando finalmente me viu e eu
acenei para ele antes de empurrar o resto da rosquinha na minha boca.
Ele fez um gesto vamos lá com os dedos e segui. Mas não sem antes
pegar outra rosquinha. Esta era com recheio de creme de ovos.
"Oh meu Deus, são deliciosas." Eu disse a Trance uma vez que o
alcancei.
Ele olhou para a rosquinha irritado, antes de pegar minha mão me
incitando a andar no mesmo ritmo. Eu já tinha dito a ele antes, que era
muito rápido.
Livrando a minha mão dele, abrandei para um ritmo que era de
caminhada em vez de uma corrida sobre brasas.
Ele se virou novamente, exasperado. "Que diabos, Viddy? Por que
está andando tão devagar?"
"Você está tentando me esconder, não é?" Eu olhei fixamente para
ele.
Ele virou a cabeça para cima e estudou o teto amarelado. "Não, só
estou tentando fazer você sair daqui, antes que Paul chegue. Você está
bem com isso?" Ele rosnou.
Cruzei os braços sobre o peito e olhei. "Tudo o que tinha a fazer era
dizer-me isso. Eu teria compreendido."
Seus olhos percorreram o meu peito, e segui o seu olhar para ver
que o creme da minha rosquinha, comida pela metade, tinha caído no
meu peito.
Sem pensar mais nisso, ele deu dois passos em minha direção e
inclinou a cabeça.
Lambeu a gota que tinha deslizado da minha clavícula até a
ondulação do meu peito.
"Posso encontrar a vocês dois uma sala de interrogatório para uso
privado?" Loki disse secamente na minha frente.
Trance endureceu e se virou lentamente. "Não, você pode tomar seu
depoimento, para que eu possa ir ao café da manhã com minha mãe."
Loki olhou para o relógio. "Por que você, apenas não vem depois?
Eu poderia ainda estar dormindo."
Ele não estava brincando. Eu só tinha tido talvez cinco horas de
bom sono, antes de Trance me acordar.
Trance olhou. "Porque eu queria sair antes..." uma comoção na sala
atrás de nós, nos fez virar para ver Paul entrando com um advogado.
O advogado parecia viscoso como o inferno. Seu cabelo estava
penteado para trás, com o que parecia gel suficiente para três pessoas.
Seu terno estava imaculado e sua gravata rosa pálido só o fazia parecer
um babaca altivo, em vez de um advogado respeitável.
"...Disso." Trance finalmente terminou.
Eu pude perceber o momento em que Paul percebeu que Trance e
eu estávamos lá. Principalmente porque ele levantou o dedo e começou a
gritar. "Quero prestar queixa contra esse homem por agressão. E contra
seu cachorro, também. O cachorro dele precisa morrer. Eu vou acabar
com a vida daquele cão, nem que seja a última coisa que faça! "
"Ele vai tentar com que Radar seja abatido." Engoli em seco.
Os olhos redondos do advogado, se viraram do jovem oficial na sua
frente para nossa direção e ele sorriu.
Os seus dentes pareciam extremamente falsos e demasiadamente
brancos. Eles me fizeram lembrar da goma que costumava mastigar
quando era mais jovem. Do retângulo branco que tínhamos que
pressionar através do pacote antes de a podermos comer.
Quanto mais olhava, maior eles pareciam ficar.
"Os dentes dele não os fazem lembrar de dentes de cavalo? Ou é
apenas a mim? " Sussurrei para os dois homens ao meu lado.
Loki bufou, mas Trance não achou engraçado como nós fizemos.
"Ele vai ser um problema." Observou Trance.
"Sim, sim, ele vai ser." Loki concordou com os braços cruzados com
firmeza no peito.
"Ele vai tentar com que Radar seja abatido com certeza, mas isso
não vai acontecer. Eles vão ter que passar por mim e cerca de nove
décimos da força policial para conseguir isso. Radar salvou incontáveis
vidas, salvou milhões de dólares ao departamento. Temos seguro sobre ele,
por isso mesmo".
Trance observou.
Meus olhos se estreitaram em Paul e de repente simplesmente não
conseguia segurar minha boca mais.
Eu comecei a andar furiosamente em sua direção. O braço de
Trance foi para o meu pulso, mas torci e saí de seu aperto com facilidade
e comecei a andar pela sala.
Paul me viu chegando e seus olhos se arregalaram de satisfação.
Quando cheguei perto o suficiente dele, sorri ironicamente.
"Então você acha, que pode vir aqui e ameaçar um animal indefeso
e eu estaria bem com isso?" Eu perguntei docemente.
Seus olhos se estreitaram no meu rosto. "Ele é qualquer coisa,
menos indefeso, querida."
Meus olhos se estreitaram sobre ele. Eu sempre odiei quando falava
comigo assim. Ele disse isso tão condescendente, que eu queria bater nele
de cada vez. Desta vez não era exceção.
"Você pode estar correto, mas ele é um cão policial treinado e teria
me protegido com sua vida, somente se ele sentisse uma ameaça. Diga-
me," Eu disse quando cheguei muito perto dele. "Os seus pais sabem
sobre o seu hábito de espionagem? O que eles diriam se contar que
encontrei uma câmera na minha casa, apontando para minha cama? Será
que eles iriam cortar o seu precioso fundo fiduciário? O que pensariam
eles se lhes dissesse que você gosta de alguns mais... Prolíficos atos
sexuais do que a maioria da população dos Estados Unidos?"
Seus olhos se estreitaram e tinha um tique na sua bochecha direita,
que mostrava a sua irritação.
"Você não ousaria. Eu poderia fazer com que fosse demitida de seu
precioso trabalho. Então o que faria para viver? Muitas pessoas não estão
dispostas a contratar uma garota cega. Uma pequena palavra minha,
sobre você ser instável e incapaz de se relacionar com o público e seu
pequeno trabalho teria ido. Sandra foi muito acessível, me falando sobre
suas inadequações ".
Seu sorriso era mau, queria dar um tapa em seu rosto. Como me
contive, eu não sei.
Eu apenas sorri amplamente, expondo meus dentes em um sorriso
selvagem. "Você acha? Sandra foi presa ontem à noite por posse de drogas.
Enquanto desempenhava nada menos do que o seu trabalho na escola.
Em quem as pessoas vão acreditar? Em um médico viscoso sem maneiras,
que se recusa a ver os pacientes se eles são pobres? Bem, você vai os ver,
mas apenas se eles têm alguém que está disposto a dormir com você.
Preferencialmente jovem e virginal. Ou em mim... Uma íntegra, cidadã
cega, que está namorando um herói da cidade. Por favor, querido,
gostaria que você tentasse."
"Na frente de todo o departamento de polícia. Esse homem teria que
ser uma porra louca, para dizer alguma coisa agora." Loki disse para o
bar.
Eu ainda estava chateado. Eu sabia que não tinha o direito de estar.
Eu era o único que não tinha contado a ela sobre as câmeras. Talvez se
tivesse, nós poderíamos ter usado as suas palavras mágicas antes, mas
agora havia tanta merda girando em torno de nossos pés, que não estava
certo que iria fazer qualquer diferença.
Joshua Fine era um bom advogado. Um desonesto, mas bom. Na
semana passada, tinha conseguido que um jovem estuprador não fosse
acusado, devido a nada menos do que a Lei Romeu e Julieta.
A Lei Romeu e Julieta era usada para ajudar os menores que
tinham estado juntos antes da idade de consentimento, para manter
'supostos infratores' fora da lista de criminosos sexuais. Não para manter
um rapaz de dezenove anos fora da prisão, depois de estuprar uma jovem
de dezesseis anos. Quer estivessem em um relacionamento anterior ou
não.
"Ele ainda não acabou." Viddy disse calmamente de seu lugar no
bar.
Estávamos no Halligans and Handcuffs Bar and Grill. O projeto de
estimação do MC. Bastante surpreendente, que foi Dixie o único a ter a
ideia de um bar, apenas a alguns meses atrás. A partir daí, ele tinha, de
alguma forma... Decolado.
As coisas tinham acontecido rapidamente. Dixie e Silas tinham
trabalhado muito nele nos últimos dois meses, e agora estávamos na
"grande abertura" ou mais como a 'grande abertura MC’. Desde que, era
mais para os membros do MC e a sua família em vez de uma abertura
para o público. A abertura ao público só seria no próximo sábado, seis
dias a partir de hoje.
"Por que você diz isso? Você o teve pelas bolas." Loki questionou ela.
Eu fui o único a responder. "Ele não gosta de ser feito de bobo. Ele
não vai deixar isso ir. Na verdade, não ficaria surpreso se não for
chamado amanhã ao escritório do chefe antes do meu turno. Ele não vai
ser capaz de deixar isso ir. Paul está com apoio suficiente para que isso
vire merda muito rapidamente".
Eu não sabia se era algum tipo de premonição ou o quê, mas sabia
que isso não tinha acabado.
No entanto, jurei que iria desfrutar desta noite. Era a última noite
de meus irmãos, e tinha que levá-los ao aeroporto amanhã de manhã às
quatro. Eles estariam voando de volta para Las Vegas, para uma outra
semana de férias, e de lá iriam estacionar em algum lugar no deserto.
Dixie saiu com um grande prato de asas picantes e colocou-o no
meio da mesa em que nós estávamos, fazendo com que todos nós
caíssemos sobre ele como cães famintos.
"Oh Jesus, isso é perfeito." Viddy gemeu.
O molho pegajoso e doce estava numa confusão por todo o seu
rosto e dedos, e não pude resistir a me inclinar e capturar um de seus
dedos sujos na minha boca chupando o delicioso molho.
"Yum", disse depois que seus dedos deslizaram na minha boca.
Os seus olhos estavam dilatados e definitivamente não era da
iluminação escura do bar.
"Você realmente não deveria fazer isso aqui." Ela repreendeu sem
fôlego.
"Por que não?" Perguntei, inclinando a cabeça.
Ela torceu o nariz, dando-me vontade de rir da cara que ela fez.
"Porque você não pode seguir adiante com a sua provocação." Ela
rosnou baixo em sua garganta.
Eu sorri, mostrando-lhe as covinhas, antes de chegar tão perto que
ela podia sentir minha ereção pressionada na traseira da sua bunda.
"Você acha que não vou foder com você aqui?" Eu disse
asperamente em seu ouvido.
Ela balançou a cabeça freneticamente. "Absolutamente não."
"Dixie", chamei, voltando minha atenção para ele enquanto
caminhava de volta pela porta atrás do bar.
Dixie parou e voltou com uma sobrancelha levantada em questão.
"Sim?"
"Pode me emprestar seu escritório um pouco?" Perguntei, voltando
minha atenção de novo para Viddy para que pudesse ver o rosto dela.
Estava da cor de sua camisa. Um vermelho brilhante.
Eu sorri para o seu óbvio desconforto e olhei novamente para trás,
para Dixie com a minha própria sobrancelha levantada.
Seu sorriso maroto foi o suficiente para mim; agarrei a mão de
Viddy, suja com molho de churrasco e tudo, a puxei pela cozinha, e
depois até ao escritório de Dixie, o tempo todo ouvindo vaias atrás de nós.
"Eu não posso acreditar em você!" Ela assobiou, indignada.
"Acredite, baby", disse fechando a porta atrás de nós, em seguida,
a batia contra a parede, imobilizando-a com o meu corpo. "Agora, cale-se
e use sua boca para coisas boas."
Eu soltei o meu cinto, desabotoei a minha calça jeans, e depois a
abri olhando em seus olhos.
Sua respiração acelerou quando trouxe o meu pau para fora, em
seguida, agarrei a mão dela para colocá-la no meu pau dolorido.
Com um sorriso de malícia, ela caiu de joelhos e envolveu a cabeça
com pequenas lambidelas curtas, circundando a ponta como se estivesse
pegando os pingos de um sorvete de casquinha.
Eficazmente me deixando totalmente louco. "Tome mais." Eu exigi.
Seus olhos foram do meu pau para o meu rosto e ficaram
conectados com os meus, quando tomou primeiro a cabeça, seguida de
metade do meu pau. Só parando quando seus lábios se encontraram no
topo de sua mão. A mesma mão que estava trabalhando o meu pau,
apertando e lentamente deslizando.
"Ah foda," gemi quando olhei em seus olhos. "Levante-se para que
possa tê-la agora."
Sua resposta foi chupar ainda mais duro, movendo a cabeça e o
punho em perfeita sincronia.
Eu perdi seus olhos, quando os meus começaram a perder o foco, e
durante esse tempo, ela me deixou ir com uma molhada chupada e sua
língua talentosa encontrou as minhas bolas. Ela chupou primeiro uma e
depois a outra em sua boca, que quase perdi a capacidade de ficar de pé.
"Levante-se", falei com voz grossa e me inclinei para frente e
coloquei os cotovelos na parede acima de sua cabeça.
Seu 'uh-uh' gemido contra minhas bolas, as tinha na linha e quase
prontas para explodir.
"Sério, preciso de sua boceta. Eu não quero terminar em sua boca."
Eu estava ofegante, tentando trabalhar através da necessidade de
gozar com pura, vontade de ferro.
Quando ela finalmente largou as minhas bolas e parou de trabalhar
o meu pau com seu punho, a agarrei pelo cabelo e a ajudei a ficar de pé;
girando em torno dela e colocando as calças que usava até o chão.
Então a dobrei. "Agarre seus tornozelos."
Ela fez o que lhe foi dito, agarrando seus tornozelos até que tive
uma visão perfeita da sua boceta pingando. "Oh, Porra."
Com aquele gemido, alinhei meu pau até sua entrada, empurrei
para dentro, fazendo-a guinchar de surpresa. Que foi rapidamente
seguido por um gemido.
"Oh Deus. Você parece como o céu." Eu rosnei, bombeando dentro
dela furiosamente.
"Jesus, baby. Mais duro." Ela gritou.
Com essas quatro palavras, comecei a bater dentro dela,
alcançando o seu fundo com cada mergulho.
"Porque." Estocada. "Você." Estocada. "É." Estocada. "Tão."
Estocada. "Foda". Estocada. “De" Estocada. "Boa." Estocada. Estocada.
Estocada.
"Estou gozando!" Ela gritou alto enquanto apertou com força no
meu pau, fazendo meu olhos cruzarem.
"Ah sim. Foda-se você é tão apertada." Eu gemi e tirei no último
segundo, finalmente percebendo por que me fez sentir tão bem.
O prazer veio de dentro de mim, começando na base do meu
pescoço e percorrendo a minha coluna em êxtase. Meus olhos se
fecharam enquanto liberei sobre suas costas, jorrando quente contra a
sua pele exposta.
Uma vez. Duas vezes. Três vezes.
"Sim", rosnei uma vez que o surto final foi libertado, agarrei sua
bunda para me apoiar.
Dando um passo cansado atrás, disse: "Fique aí por um minuto.
Deixe-me encontrar algo para limpá-la."
Eu tomei meu tempo, porém, apreciando a vista. Ela notou
depressa demais. "Se não o fizer isso depressa, vou usar esta jaqueta que
está pendurada na parte de trás da porta".
Revirei os olhos e cravei a mão na caixa de Kleenex no final da
mesa, pegando um punhado.
Então caminhei de volta para ela e limpei-a rapidamente, jogando
os tecidos sujos no lixo ao lado de nossos pés.
"Você realmente precisa tomar a pílula. Eu não acho que posso
voltar a usar camisinha depois disso." Eu disse enquanto a observei a
abotoar as suas calças.
Ela piscou para mim. "Já estou adiantada, meninão. Eu tenho uma
consulta; não esta semana, mas na próxima."
"Você leu meus pensamentos, docinho." Eu disse enquanto passei
meus braços em torno de suas costas, a trazendo para perto do meu
corpo.
"Vamos terminar o jantar. Então precisamos chegar em casa. Eu
tenho que acordar cedo de manhã para levá-los para o aeroporto às
quatro. "Eu disse contra seus lábios antes de beijá-la uma última vez
abrindo a porta do escritório.
Voltámos para a comida fria e sorrisos de meus irmãos, mas
ninguém disse nada rude.
A pré-inauguração foi um sucesso, e tivemos um grande momento
com nossos amigos e familiares.

A manhã seguinte chegou rápido, deixei Viddy na cama se


aconchegando com Kosher e Radar, enquanto fui levar os meus irmãos.
"Você deve tentar vir e visitar por um par de dias. O pai realmente
gostaria de vê-lo." Miller disse enquanto estávamos juntos às portas do
terminal.
Eu balancei a cabeça. "Vou pensar sobre isso."
"E traga essa sua menina. Talvez você possa se casar em Las Vegas
e a mãe e o pai poderiam estar lá." Foster brincou.
Dei de ombros. "Ela provavelmente nunca faria isso. Aposto que é
mais do tipo de um casamento enorme com mil convidados."
"Você não vai saber até pedir." Miller observou de ânimo leve.
Olhei para ele debaixo da aba do meu chapéu. "Basta dizer."
"Eu acho que você deveria se casar com ela. Ontem." Miller me
disse sem rodeios.
Baixei a minha cabeça. Pensei em todas as minhas esperanças e
sonhos e como Viddy os tinha preenchido, e em seguida, superou cada
um deles.
"Sim", concordei. "Estou pensando nisso."
Foster gritou em felicidade. "Foda-se, sim, talvez agora mamãe vá
sair das nossas costas por um tempo."
Eu soprei uma lufada de ar. "Duvido."
Seus olhos se estreitaram. "Retire o que disse."
"Embarque do voo de um-sete-sete, Shreveport, Louisiana para Las
Vegas, Nevada." A voz desencarnada disse por cima de nossas cabeças.
De pé, Foster e Miller jogaram as malas sobre os seus ombros, e
depois se lançaram sobre mim, me esmagando contra eles em um abraço
de urso para suplantar todos os abraços de urso.
"Eu te amo, cara." Disse Foster em um ouvido, enquanto Miller
disse no outro.
"Amo vocês também. Estejam a salvo. Eu vou deixá-los saber se eu
pretender ir." Eu disse a eles.
Em seguida, os assisti caminhar em direção ao portão.
"Ação de Graças é em duas semanas. Não há escola. Você poderia
trazer Viddy." Foster gritou por cima do ombro antes dele desaparecer no
túnel.
"Fique seguro!" Miller bateu no peito com o punho fechado antes
dele, também, desaparecer. Palhaços. Deus, eu os amava.

Cheguei em casa e era o perfeito caos.


Estacionar o meu caminhão na minha entrada provou ser um feito,
devido a todas as viaturas policiais e furgões de notícias.
Ah, e o veículo de South Louisiana Dog Catcher (apanhador de
cães).
A primeira coisa que vi quando finalmente entrei para a garagem,
conduzindo através da grama alta, foi Viddy de pé na minha varanda, em
calças e uma t-shirt gritando com o chefe de polícia.
A sensação de mal estar começou a inchar no meu intestino,
enquanto estacionava sob o toldo e fechava meu caminhão.
Os furgões de notícias começaram a rodear o meu caminhão, mas
não deixei que isso acontecesse por muito tempo.
Saindo para o concreto, disse, "Eu quero vocês fora da minha
propriedade em cinco minutos ou vou ter que prendê-los agora."
Meu tom não deu nenhum espaço para discussão, e todos
obedeceram, embora com relutância.
Mudaram-se até que já não estavam no meu caminho, que era o
melhor que ia conseguir.
Os outros carros eram do Chefe e dois outros pretos e branco. O
nosso chefe de polícia, Cabe Warren, era um bom homem. Ele era mais
velho e tinha a sua própria maneira de agir. Às vezes, podia ser difícil de
lidar, o que me parecia ser a maior parte do tempo.
Os outros dois na cena do crime, eram Tunnel Morrison, muito em
breve se tornaria um membro dos The Dixie Wardens, e outro novato que
eu nem sabia o nome, e realmente não poderia me importar menos.
Eu dei a ambos um aceno lento e subi, até que estava de pé
diretamente atrás do chefe.
Viddy não tinha me visto por causa do ângulo em que estava de pé,
mas, novamente, seu foco era todo para o chefe.
"Você pode pegar as suas boas intenções e colocá-las na sua bunda.
Vou dar-lhe Radar sobre o meu corpo morto e frio." Ela gritou.
"Ouça, senhora. Eu só estou aqui pelo Radar. Nada vai acontecer
com ele, mas o seu comportamento precisa ser testado na frente de um
técnico de comportamento animal. Depois que for liberado, poderá voltar
para casa. "Cabe disse pacientemente.
"Ele não vai a lugar nenhum." Ela retrucou.
"Ela está certa. Ele não vai a lugar nenhum. Não importa o que o
seu técnico de comportamento animal diz. Ele não estará me deixando até
que ele morra de velhice. Eu posso prometer-lhe isso."
Meu tom era devastadoramente escuro e mortal. Eu lutarei até a
morte por aquele cachorro, porque isso é o que iria fazer por mim.

Eu não gostava dela.


A suposta técnica de comportamento animal estava em pé na
minha varanda, e eu soube imediatamente que ela não era uma
profissional.
Uma profissional não teria olhado pela primeira vez em meus olhos,
e depois para a minha virilha.
Uma profissional não teria perguntado primeiro qual o custo da
minha casa e caminhado diretamente pelo meu cachorro, que ela deveria
estar estudando, sem olhar para ele.
Se o chefe não tivesse exigido isso para manter o meu trabalho, não
teria mesmo deixado ela passar o limiar de minha porta.
A mulher, Jezabel Plight como se apresentou, estava em um vestido
na altura do joelho, preto e apertado que abraçava a sua magreza como se
fosse algo para bajular.
Pessoalmente me fez querer vomitar, olhando ossos onde deveria
haver curvas, mas hey, isso pode agradar a alguém. Alguém que não era
eu.
Meus olhos eram apenas para o corpo curvilíneo de Viddy.
Ela atualmente estava sentada no sofá ao lado de Kosher, que tinha
a sua cabeça em seu colo. Mocha e Tequila estavam a seus pés, meio
debaixo do sofá, mastigando um osso do tamanho de Utah.
Era tão grande que ambos os filhotes estavam a roer num lado, e
ainda havia espaço de sobra.
"Sr. Cabe, "Jezebel disse feliz quando viu o chefe sentado na cadeira
em frente a Viddy. "Como você está?"
Cabe a olhou com uma expressão fechada. "Eu estou bem Sra
Plight."
"Claro que você está. Agora, qual o belo Belgian Malanois estamos
estudando hoje?"
Belgian Malanois era uma raça perto de um pastor alemão, mas
havia diferenças suficientes neles, para que um técnico em
comportamento animal, que trabalha com muitos departamentos de
polícia, conhecesse.
Belgian Malanois eram menores, mais ágeis, e uma raça que estava
se tornando cada vez mais popular ultimamente. Pastores alemães eram
mais entroncados e mais completos, e era sempre a raça em que se
pensava quando se pensa em um oficial K-9.
"Pastor alemão". Viddy estalou.
Eu tive que resistir à vontade de bufar, quando chamei Radar que
estava atrás de mim para ir sentar-se no meio da sala.
Ele seguiu as instruções rapidamente e sentou-se, olhando para a
Sra. Plight.
Ela olhou para Radar e deu um sorriso largo e falso. "Olá, menina
grande."
Revirei os olhos para o céu. "Você fez alguma pesquisa antes de
aparecer?"
Ela riu como se tivesse acabado de contar a piada mais engraçada
do mundo, e se abaixou para o mirar nos olhos.
Em seguida, a tortura começou. Ela perguntou fatos fúteis sobre os
hábitos de Radar. O que ele gostava de comer. O que cada cão gosta de
comer. Onde ele gostava de dormir. No chão ao lado da minha cama ou
na cama comigo. Qual era o seu brinquedo favorito. Sua toalha. O que ele
fazia quando não estava no trabalho comigo. Dormia ou brincava. Onde
ele usava o banheiro. Como se fosse relevante?
"Tudo bem, acho que tenho tudo o que preciso. Vou deixar você
saber qual a minha avaliação quando verificar as minhas anotações." Ela
sorriu serenamente.
Nós olhamos para as suas mãos vazias, que não tinham escrito
uma única nota em todo o tempo que tinha estado a fazer perguntas. De
que porra de notas ela estava falando?
"Não querendo me intrometer aqui, Sra. Plight, mas como são
relevantes as perguntas que fez para a maneira de ser de Radar. Você
nem uma vez perguntou algo sobre o que ele faz no trabalho. Também
não perguntou sobre o incidente. Você já fez seu julgamento?" O chefe
perguntou surpreso.
"Absolutamente, claro que não, tenho que conversar com os meus
colegas, e então vou voltar a falar com você." Ela disse, antes de ir para a
porta.
Seus olhos tinham uma luz cautelosa neles, como se não estivesse
sendo completamente sincera, e soube então que ela já tinha tomado a
decisão, só não queria estar aqui, quando fosse retransmitida.
Depois que a porta se fechou atrás dela, o chefe veio até o meu lado
enquanto Viddy soltou os cachorros no quintal para brincarem.
"Eu não vou deixar nada acontecer com Radar. É ordem do
conselho da cidade que ela viesse vê-lo. Embora não esteja trabalhando
mais, nada vai acontecer com ele. A cidade deve-lhe demais para deixar
isso acontecer. Eu posso prometer-lhe isso." O chefe me assegurou.
Expliquei-lhe que já tinha aposentado Radar na semana passada, e
ele ficou extremamente surpreso. "Porque não fui informado sobre isso?"
Eu balancei minha cabeça. "Eu não sei. Eu disse ao meu superior.
Ele foi o único que assinou. Radar foi oficialmente aposentado na quarta-
feira da semana passada".
O chefe assentiu. "Devemos ter uma festa de despedida para ele,
como fazemos com todos os outros oficiais."
Estou totalmente de acordo. "Ele gosta de escorregar na água, senhor."
Ele gargalhou. "Anotado. Eu estou indo. Vou retransmitir a decisão
uma vez que souber. OK?"
Apertamos as mãos, e ele saiu.
Não passaram nem vinte minutos, quando o chefe voltou e me deu
a notícia.
O conselho da cidade tinha condenado Radar à eutanásia. Por
morder um cidadão que não estava resistindo à prisão.
Não estava resistindo a minha bunda.
Depois de muitas garantias de que Radar não estaria em perigo,
nós decidimos que seria melhor para mim, pedir uma licença
administrativa e pedir um recurso, que estava programado para acontecer
em uma semana, quando o conselho da cidade faria a sua reunião mensal.
Os cidadãos de Benton iriam decidir o seu destino.
O que significava que tinha tempo livre em minhas mãos.
Depois de algum planejamento e chamadas, Viddy foi capaz de sair
do trabalho durante a semana também. Não contei a ela onde estávamos
indo, para sua muita consternação.
Teria sido lento de qualquer forma, sendo a semana antes do
feriado de Ação de Graças, e graças a seu chefe, Viddy agora tinha duas
semanas de tempo de férias.
Desnecessário dizer que nós fomos para Vegas.
"Você pode pelo menos me dizer para onde estamos indo?" Ela
perguntou, impaciente.
Eu ri enquanto pegava sua mão e a levava até o portão que iriamos
de partida. "É uma surpresa."
"Agora embarcando no último voo de Shreveport, Louisiana para
Las Vegas, Nevada." A voz do locutor disse pelo alto-falante.
Eu joguei minhas mãos para cima. "Que cadela, arruinando minhas
surpresas, merda".
Ela revirou os olhos e caminhou lado a lado comigo no avião. Eu
realmente, realmente odiava voar. Pelo menos era capaz de levar Radar no
avião com a gente, em vez de no porão de carga. Sua cegueira foi o motivo
perfeito. Mesmo sendo um cão policial, não teria tornado possível para ele
andar com a gente, mas o fato de ser um "cão-guia" não foi apenas uma
questão moral, mas uma legítima. O que era a última coisa que o
aeroporto queria associado com eles.
"Eu odeio voar. Eu realmente odeio isso." Eu disse quando
tomamos o nosso lugar. Tínhamos um assento na janela e Radar ficou
aos nossos pés. Foi um ajuste apertado, mas serviria.
"Eu nunca tinha voado antes." Ela admitiu.
Olhei para ela com desconfiança. "Você está brincando. Você tem
vinte e seis anos de idade!"
Ela levantou um ombro. "Eu realmente só fui para Louisiana e
Texas. Isso vai ser inteiramente novo para mim, em mais de uma
maneira!"
Eu era capaz de sorrir através do meu nervosismo do seu
entusiasmo.
Eu tive que beber, apesar de tudo. Caso contrário, teria que pensar
sobre o quão alto estávamos, e estava com muito medo das alturas.
E foi assim que eu acabei bêbado ao descer do avião, e não me
lembrei das próximas dezesseis horas desde que continuei a beber.
Mesmo depois que meus irmãos nos pegaram.
A última coisa que lembrava era estar indo para The Strip. A partir
daí nada.

Acordei com uma dor de cabeça latejante e a bunda dolorida. Oh, e


estava nua.
Eu abri meus olhos apenas o suficiente para ver uma parede sólida
de músculo na minha frente, antes de fechá-los novamente com um
gemido. A dor atravessou minha cabeça como um atirador de fogo quente,
e comprimi meus olhos fechados apertado.
"Minha cabeça," eu gemi.
"Cale a boca." A voz abafada de Trance veio na minha frente. "Você
está fazendo minha bunda doer."
Um dos meus olhos se abriram para ver as costas de Trance
novamente, e eu segui-o para baixo até que tinha uma boa visão de sua
bunda.
Meus olhos estavam turvos, e minha visão limitada era ainda mais
limitada do que o habitual. No entanto, mesmo através dos meus olhos
turvos podia ver uma grande mancha na pele lisa e bronzeada de Trance.
"Tem alguma coisa em sua bunda." Eu disse a ele.
Ele resmungou, mas não disse nada.
Então minha própria bunda latejante começou a tornar-se mais
conhecida, chamando a atenção do latejar da minha cabeça, para o
latejar da minha bunda.
"Minha bunda dói, também." Eu disse a ele, cansada quando
consegui me apoiar em um cotovelo.
Minha visão era ridiculamente ruim, e ficou ainda pior quando
coloquei pressão sobre o que aconteceu com a minha bunda. Ele rolou e o
riso borbulhou para fora da minha garganta. "Uau." Foi tudo o que
poderia pensar em dizer.
Seu cabelo era uma bagunça. Normalmente, os cachos eram suaves
e finos. Hoje, eles estavam nítidos e duro.
Oh, e marrom.
"Por que seu cabelo está castanho?" Perguntei com uma risada mal
contida.
Seus olhos se abriram, injetados de sangue, e olharam na minha
direção. Quando pousaram em mim, se arregalaram. "Por que o seu está
com todas essas tranças?"
Minha mão foi involuntariamente para a minha cabeça, e me dei
conta dos adornos que se assemelhavam a trancinhas indo para baixo até
parte de trás da minha cabeça. Quando lhes dei uma pequena sacudida,
ouvi o som característico de miçangas clicando e estalando juntas.
"Eu não me lembro." Eu disse honestamente.
Ele gemeu e se sentou. Em seguida, entregou-me seu telefone. "Tire
uma foto da minha bunda. Ela se sente como uma tatuagem."
Os sinos de advertência começaram a bater em minha cabeça
quando se virou e me mostrou sua bunda.
Eu poderia definitivamente distinguir sua bunda agora. E a
tatuagem grande ocupando três quartos de uma bochecha.
O texto era simples embora. "A besta." Eu li em voz alta.
Ele bufou, fazendo com que os músculos de sua bunda flexionarem.
"Tire uma foto e deixe-me vê-la. Em seguida, se vire."
Eu bati uma foto, ignorando as quinze chamadas não atendidas e
doze textos. Eu estava relutante até mesmo em olhar para o meu próprio
telefone.
Entregando o telefone de volta para ele, me virei e o ouvi tirar uma
foto. E depois outra. E outra. Seguido por outra.
"Hey!" Eu disse com indignação.
Então joguei o travesseiro mais próximo da minha mão para ele
parar.
Não que me importasse. Eu não estava preocupada por Trance ter
fotos minhas nua. Ele nunca deixaria ninguém vê-las.
"O que a minha diz?" Eu perguntei quando ele deixou-me cair no
meu estômago.
"Old lady da besta." Ele disse com uma ponta de orgulho.
"Por que não tenho uma reivindicação sobre seu corpo?" Eu
perguntei em um lamento nasal, tentando soar tão detestável quanto
pudesse. Na verdade não estava aborrecida em tudo. Contanto que o meu
bumbum não dissesse algo como insira aqui.
"Oh, você tem a sua reivindicação, certamente." Ele disse
enigmaticamente me fazendo olhar para cima. Foi quando vi a tatuagem
sobre seu coração.
"O que 10-7 quer dizer?" Eu perguntei quando vi um coração sobre
seu peito e os números 10-7 em tinta azul negrito sobre seu coração
batendo.
"Você pode ver as letras que compõem o coração?" Ele perguntou.
Lançando-me em direção a ele, mudei-me até que meu rosto estava
a apenas algumas polegadas de distância de seu peito. "É o meu nome!"
Engoli em seco.
Ele assentiu. "10-7 é o código que Kilgore PD usa para casa."
Engoli em seco.
10-7. Casa. Então meu nome, Vidalia Elise em torno do código do
scanner. Meu Deus, isso era a coisa mais doce que já tinha ouvido falar!
"Como é que você veio com essa merda enquanto estava bêbado?"
Eu ri através das minhas lágrimas.
Ele me recolheu em seus braços e colocou sua mandíbula áspera,
sobre a minha cabeça. Esfregando meu cabelo com suas bochechas. "Eu
não sei. Tenho certeza de que meus irmãos tiveram algo a ver com isso."
Isso me lembrou. "Você tem bastantes chamadas e mensagens
perdidas."
Deixando um braço em torno dos meus ombros, ele pegou seu
celular e começou a ler as mensagens em primeiro lugar. Pela forma como
seu peito saltou, poderia dizer que elas estavam o divertindo muito.
Um som de seu telefone me fez virar e olhar para a reprodução do
vídeo. Eu não podia ver muito, meus olhos ainda estavam realmente
desfocados, mas poderia dizer apenas pelo vestido branco grande, que era
de alguém se casando.
"Você, Sr. Killian Red Spurlock aceita Sra. Vidalia Elise Sheffield
para ser sua legítima esposa para ter e manter, deste dia em diante." O
motoqueiro em couro perguntou. Minha respiração parou no meu peito, e
ofegante olhei para o meu dedo. Com certeza, tinha um anel. Um anel
moldado na forma de um lado de uma algema. Estendendo a mão
rapidamente, encontrei uma no dedo de Trance também, só que muito,
muito maior.
"Puta merda", eu respirei.
"Eu vos declaro motoqueiro e mulher. Você pode beijar a sua old
lady." Disse o sacerdote/motoqueiro.
O vídeo terminou, e Trance foi para o próximo vídeo, que era um de
nós montando numa Harley alugada fora da capela.
"Isso é incrível." Eu engasguei em emoção. "Você acha que eles
fizeram um vídeo do casamento?"
Os olhos de trance encontraram os meus, e a emoção neles era
desesperadora.
Excitação. Esperança. Amor. Relutância. Alegria.
Todos elas passaram através de seus olhos rapidamente e eu fiquei
sabendo que ele precisava ouvir minha reafirmação.
"Eu te amo, Trance." Eu disse, olhando nos seus olhos.
Sua cabeça baixou, e descansou sua bochecha contra a minha
antes de responder. "Eu te amo mais, cupcake."

Foster e Miller não pareciam melhores do que nós. Embora eles não
estavam usando nenhum anel de casamento como nós, de modo que foi
um plus.
Ambos estavam vestindo fardas de camuflagem e sorrisos irritantes.
"Ah, os recém-casados!" Foster chamou em voz alta, fazendo com
que todos ao redor virassem e olhassem para nós.
Nós estávamos caminhando para dentro do átrio do hotel a ponto
de pegar uma carona para casa dos pais de Trance. Que suspirou e
puxou-me atrás dele, dando-me uma visão íntima e pessoal do corte de
suas costas.
Era bastante simples. O topo do patch ou rocker como Trance
gostava de chamá-lo, era curvado com The Dixie Wardens bordado sobre
ele. Em baixo do "rocker" dizia Louisiana. Havia um pequeno patch no
lado que dizia simplesmente 'MC'. A última coisa era um fantasma de
uma mulher com um vestido longo e esvoaçante.
Toda a coisa era feita em tons de preto, branco e cinza.
No meio do caminho do quarto de hotel, Trance me disse que ele já
tinha encomendado a costureira residente do clube para fazer um colete
para mim.
Eu ainda não estava muito certa sobre o que pensar, sobre toda a
coisa de "propriedade", mas acreditava no ditado "o que quer que o faça
feliz." Meu próprio pai tinha sido um MC, e sabia vagamente os meandros
da vida do clube. Eu sabia o que ser um membro do clube significava, e
estava feliz de fazê-lo.
Isso não significava que eu estava completamente confortável com
tudo isso, porém.
"Hey irmã." Miller disse antes de me puxar para um abraço de urso.
Abracei-o de volta apertado, gostando de vê-lo novamente. Foster foi o
próximo a me envolver em um abraço e ri quando me sacudiu como se
não pesasse nada. O sorriso que iluminou meu rosto quando ambos me
abraçaram por sua vez, fez Trance sorrir, e então seu rosto caiu.
"Onde está Radar?" Ele gritou.
Miller e Foster ambos se viraram e começaram a retumbar com
risadas. "Oh homem, você estava tão bêbado na noite passada. A mãe e o
pai levaram Radar para casa com eles, porque não confiaram em nós com
a sua segurança."
"Como você se lembra de tudo?" Perguntei, desconfiada.
Ele encolheu os ombros. "Já bebi muito nos meus trinta e dois anos.
Eu posso me manter. Trance, se superou ontem à noite. Ele estava
embriagado antes que saísse do avião. Que é o que esperávamos. O
menino não voa bem."
"Mesmo quando estava na força aérea, eu poderia acrescentar?"
Foster disse alegremente.
Trance estreitou os olhos para os seus dois irmãos. "Eu estava MP.
Eles não voam."
Ambos deram de ombros e fizeram seu caminho para fora para um
Challenger. Era vermelho cereja com faixas brancas. Apaixonei-me logo
que eu o vi. Eu sempre esperava meu pai me pegar em um Hunter Green
Camaro quando tinha dezesseis anos, mas depois aconteceu o acidente e
qualquer esperança ou sonho de conduzir um veículo voou para fora da
janela.
"Belo carro," disse enquanto arrastava meus dedos ao longo do
para-choque.
Foster sorriu para mim. "Este é o meu bebê. Não é muito conduzida.
Eu a mantenho estacionada na garagem da minha mãe, enquanto
estamos em missões. Ela é o amor da minha vida."
O passeio para a casa dos seus pais levou cerca de 30 minutos, eles
viviam na periferia da cidade.
Eles pararam em um nível de subdivisão, de classe média, e
estacionaram na frente de uma casa perfeita, cortada como um pequeno
biscoito.
"Isto parece uma casa saída de um cartão de Natal." Eu meditava
enquanto pisava na grama mais esponjosa que já senti. Eu poderia
perfeitamente tirar um cochilo nessa grama.
Todos os três homens subiram a calçada da frente e entraram como
se eles ainda vivessem com seus pais.
Então, cada um foi direto para a cozinha, pegou uma cerveja, e
sentou-se no bar da ilha, onde uma versão mais antiga dos três homens
estava de pé, também bebendo uma cerveja.
Era muito óbvio que este era o seu pai. Inferno, ele poderia quase
ser um irmão mais velho. Seu cabelo era crespo e loiro como seus filhos,
mas também era prata em torno das bordas. Ele estava em forma como
seus filhos, mas você poderia dizer que os músculos não eram tão duros,
nem tampouco enfraquecidos.
E Jesus, aquelas covinhas.
Assim que me viu, sorriu, e lamentei o fato de não lembrar do nosso
primeiro encontro.
"Viddy, minha querida", disse em sua voz de barítono profunda.
"Estou feliz que você pôde vir."
Seu sorriso era contagiante, e lhe dei um, antes de me inclinar
contra o lado de Trance.
"É bom te ver de novo."
"Micah." Trance sussurrou no meu ouvido, fazendo cócegas no meu
pescoço com a sua respiração.
Eu pisquei para ele e voltei a minha atenção para Sloan, que veio
animada do quarto com Radar em seus calcanhares. Quando chegou
perto o suficiente, Micah sorrateiramente colocou o braço para fora e
envolveu-o em torno de sua cintura, impedindo-a antes que pudesse
passar ao redor do balcão.
"Oh, você está ainda mais bonita hoje do que estava ontem. Muito
obrigado por me deixar levá-la até o altar." Ela jorrou.
Meus olhos se arregalaram e me virei para Trance que estava tão
surpreso quanto eu. "Uh, ma... nós realmente não nos lembramos do que
aconteceu ontem."
Ela olhou espantada com esse anúncio. "Você estava bêbado?
Parecia que estava perfeitamente são para mim. Micah, oh não, eles se
arrependeram!"
No momento que completou seu discurso, ela estava torcendo as
mãos e olhando um pouco chateada. Seu rosto parecia abatido e estava à
beira das lágrimas.
"Nós não nos arrependemos, ma. Teria acontecido mais cedo ou
mais tarde, em qualquer caso. Foi apenas uma surpresa. Você tirou
fotos?"
"Oh, sim, você tem o pacote de luxo. O que veio com tatuagens
combinando." Ela sorriu. "Eu vou pegar elas agora."
"Então..." Micah começou. "Quando eu ganharei netos?"

Eu não sei o que me fez verificar. Chame de intuição. Chame de


sexto sentido. Chame-me de curiosa.
Mas depois da terceira e última lata de lixo, uma espiada debaixo
da cama, atrás da cama, no sofá, debaixo do sofá, e quase todas as outras
superfícies escondidas, onde as coisas podiam se esconder, eu estava
oficialmente preocupada.
"O que você está fazendo?" Trance finalmente perguntou quando
andei na frente da TV pela quinta vez.
Virei-me para ele, assustada que realmente me notou, e congelei.
Seus olhos se estreitaram em minha expressão, e sentou-se na cama. "O
que?"
Eu balancei minha cabeça. "Eu não posso encontrar as provas."
"As provas de quê?" Ele perguntou, exasperado.
"É... da nossa... love fest." Eu gaguejei.
Ele levantou as sobrancelhas quando disse as palavras, e depois
um sorriso zombeteiro inclinou para cima, no canto da boca. "Por que
você acha que nós tivemos uma... love fest?" Ele perguntou, enfatizando
as duas últimas palavras como se fossem alguma obscenidade suja.
"Dói." Expliquei pacientemente.
"O que dói?"
Oh meu Deus, ia dar um tapa nele. Ele sabia exatamente o que
doía. Cruzando os braços sobre o peito, o olhei quando disse: "Minha
vagina."
"Então, está um pouco dolorida... ou muito dolorida?" Ele brincou.
Meus olhos se estreitaram, e joguei a coisa mais próxima que pude
nele, que passou a ser um globo de neve da vida noturna de Las Vegas.
Ele pegou facilmente e olhou para mim. "Qual é o problema? E daí?
Somos casados."
Minha boca abriu e fechou duas vezes, antes de finalmente me
acalmar o suficiente, para perceber que realmente não era um negócio tão
grande.
"Agora, venha aqui e descanse. Quero terminar este filme e depois
vamos dormir. Dê tempo a sua vagina para descansar da nossa love fest.
Nós acordaremos mais cedo amanhã. Eu quero mostrar-lhe alguns dos
meus esconderijos."
Eu me deitei na cama com ele, relutantemente, mas devia me
conhecer melhor do que eu, porque assim que minha cabeça encostou em
seu peito, estava fora como uma luz.
"Esta é a última?" Perguntei a Trance quando ele, Sebastian, Kettle,
Loki e Silas trouxeram uma última caixa em um pedaço.
"Sim. Temos tudo. O que você está fazendo?" Ele olhou para mim.
Coloquei a mão cheia de balas, que peguei na máquina de lavar
roupas apenas momentos antes, sobre a mesa.
"Lavei um de seus coletes. Eu não procurei no colete ainda. Mas
achei cinco balas. Quantas estavam no colete para saber se encontrei
todas?" Perguntei.
Um sorriso inclinou para cima do canto da boca. "9."
Eu balancei a cabeça. "Entendido."
"Bela camisa." Ele disse enquanto seus olhos focaram em meus
seios.
Olhei para baixo e, em seguida de volta para ele piscando os olhos.
"É nova."
A camisa dizia, "Policiais gostam de tetas grandes", comprei com ele
especificamente em mente.
"Eu a peguei no correio hoje. Junto com outras."
"Todas como essa?" Ele perguntou, engatando o dedo ao redor do
cinto da calça e me puxando até que estava colada ao seu lado.
"Talvez." Eu disse.
Ele sorriu diabolicamente e me deu um beijo na boca, antes de
colocar a caixa para baixo ao lado das outras caixas na parede distante.
"Você está usando isso para a reunião do conselho da cidade?" Ele
perguntou.
Dei-lhe um "você está brincando comigo" olhar e entrei no quarto
onde tirei minha calça jeans, t-shirt e meias. Então escorreguei em uma
camisa de manga longa roxa e calças pretas.
Eu não queria parecer desleixada, quando fosse até lá para lutar
pela vida de Radar.
Trance tinha tomado a decisão de ir lá em cima, não de uniforme,
mas com seu colete Dixie Wardens. Eu tinha totalmente o apoiado. Eu
teria ido com o meu próprio patch também, se ele estivesse pronto.
Infelizmente, ainda estava em dois pedaços, de acordo com Minnie,
a única que estava fazendo o colete para mim.
Eu fiquei ao lado de Trance. Fiquei muito orgulhosa de tudo o que
fez e queria ter certeza de que todos na cidade de Benton sabiam disso.
"Você está pronta, baby?" Trance perguntou da porta.
Virei-me e lhe entreguei o laço de cabelo que estava tentando
amarrar no fim da minha trança.
Eu aprendi muito rápido, que a melhor maneira de domar meus
longos cabelos, enquanto estava na parte traseira da moto de Trance, era
me certificar de que o tinha trançado pelas minhas costas. Quando
chegasse, desfaria a trança, Trance gostava dele solto.
"Sim", disse. "Apenas preciso ir ao banheiro e colocar um pouco de
desodorante."
Ele concordou com a cabeça. "Ok, me encontre do lado de fora
quando estiver pronta."
Quando saiu, peguei o brinquedo de mastigar de pelúcia favorito de
Hemi, o enfiei na minha bolsa e sai da casa, ativando o alarme e
trancando-a atrás de mim.
Trance já estava montado em sua moto, andei rapidamente em
direção a ele, ansiosa para começar a reunião e acabar logo com isso.
A decisão de deixar Radar em casa era uma tarefa difícil. Trance
pensou que seria melhor mantê-lo em casa, apenas no caso. Eu tinha
argumentado que seria melhor para a cidade, ver que cão comportado
Radar era, mas fui rejeitada. No geral, era a decisão de Trance e queria
que ele estivesse confortável nesta reunião.
Uma vez que montei atrás de Trance na moto, ele me entregou meu
capacete e o prendi no lugar.
Quando passei meus braços em volta do seu peito, Trance saiu da
garagem, indo para a cidade propriamente dita.
Chegamos faltando quinze para às seis e entramos. Trance e eu
estávamos ladeados por Sebastian e Loki. Atrás de nós estava Kettle e
Dixie. Na nossa frente estava Silas.
Eu estava além de surpresa ao ver os homens quando nós
passamos e acenei para Shiloh quando Trance me arrastou na sua
caminhada. Ela acenou de volta e me deu um sorriso tranquilizador antes
de perdê-la de vista.
Quando chegamos à frente, Trance apontou para um assento que
estava bem no canto da sala, de onde podia ver todas as saídas.
O que descobri que era um hábito para Trance. Em todos os
lugares que saímos para comer, sempre se sentava de costas para a
parede, e certificava-se de saber, onde todas as saídas estavam. Assim
como seus irmãos e sócios do clube.
Agora que penso nisso, os homens da Free estavam no mesmo
lugar, apenas no canto mais atrás dando-lhes uma visão da sala e uma
saída rápida, se necessário.
Eu balancei minha cabeça. Alphas. Eles eram todos iguais.
"Por que você está balançando a cabeça?" Perguntou Trance, não
tentando, no mínimo manter a voz baixa.
A maioria da cidade escutou, e todos eles estavam nos assistindo
avidamente. Como se fôssemos um espetáculo a ser cobiçado.
O que me fez querer me contorcer. Eu odiava ser o centro das
atenções. Sempre me fazia sentir como se estivessem me julgando. "Ei,
olhe para aquela menina cega, ali. Ela não consegue combinar suas
roupas por ela mesma."
Não que isso fosse mais algum problema, mas naquela época
costumava ser. Eu sempre ouvia os sussurros e o que não eram tão
sussurros. Eles pensaram que estavam sendo discretos, mas não estavam.
"O fato de que você tem que ter as costas para uma parede." Eu
disse calmamente.
Ele levantou a cabeça em entendimento. "Eu gosto de ver o que está
vindo para mim."
Eu era inteligente o suficiente para entender sem ele me dizer, mas
deixei-o ter a ilusão de que estava me dizendo algo novo.
Silas estava no canto ao lado do meu assento, inclinando-se contra
a parede com um ombro musculoso.
Ele estava muito bonito de se olhar hoje. Ele estava vestindo calça
jeans desbotadas com uma t-shirt cinzenta cortada. Meu Deus, sua barba.
Estava realmente sem palavras. Era comprida, quase até o peito, e
trançada. O laço de cabelo na parte inferior da trança era vermelho,
destacando-se nitidamente contra o cinza. Ele tinha uma bandana
vermelha cobrindo o seu grisalho cabelo cortado e um par que envolvia
em torno dos seus óculos escuros que cobria os olhos castanhos claros.
Ele deve ter sentido minha leitura, porque olhou para baixo, pegou
meu olhar e sorriu para mim.
"O quê?" Ele ressoou suavemente.
Eu balancei minha cabeça. "Nada. Eu só estava pensando que
realmente odiaria conversar com você. Você parece inacessível".
Ele balançou a cabeça em entendimento. "Esse é o jeito que tem
sido por muitos anos. Eu não vou parar agora."
O barulho do martelo trouxe a minha atenção para a mesa do juiz
na parte da frente da sala, com sete indivíduos afetadamente vestidos.
Três mulheres e quatro homens.
A multidão em torno de nós se acalmou, e meus olhos se fixaram
no quadro de júri que estariam decidindo o destino de Radar.

"Tudo o que estou dizendo é que seria melhor para a cidade de


Benton não ter Radar na folha de pagamento mais." Eleanor, jurado
número sete, disse.
Meus olhos se estreitaram sobre a mulher que estava jorrando toda
essa bobagem.
Sem pensar muito, me levantei e fui ao pódio no meio da sala. Eu
ignorei o rosnado de desaprovação de cada pessoa que era um membro da
The Dixie Wardens e parei quando cheguei ao microfone.
A número sete continuou falando sobre como seria horrível se
Radar matasse alguém que só estava passando e que tipo de processos
que poderiam trazer a cidade quando a interrompi.
"Desculpe-me," limpei minha garganta.
Os sete membros, que estavam todos balançando a cabeça em
compreensão, pararam o que estavam fazendo e me olharam com uma
gama de expressões. Alguns estavam irritados, outros estavam entediados,
enquanto uma era abertamente hostil. Sendo essa a número sete.
"Eu gostaria de lhe dizer sobre Radar, se você me deixar." Eu disse
suavemente, realmente trabalhando no papel de mulher frágil.
Eles também não sabiam que eu não era "cega" mais. E eu não
estaria iluminando-os.
"E quem é você?" Eleanor rosnou.
"Meu nome é Vidalia Elise Spurlock. Oficial Killian Spurlock é meu
marido." Eu disse suavemente.
Eleanor assobiou com a menção de meu marido. "E o que você
gostaria de nos esclarecer, Sra Spurlock?"
Ela disse Sra Spurlock com tanto veneno que uma pessoa normal
teria dado um passo para trás. Eu não lhe daria a satisfação.
"Você trabalha, senhora?" Perguntei.
Ela estreitou os olhos para mim. "Sim, eu faço. Sou secretária do
meu marido em seu escritório de advocacia, que ele compartilha com
outro parceiro."
"Se o seu marido lhe pedisse para, digamos... lhe fazer um pouco de
café, você faria isso?" Perguntei.
Sua cabeça se inclinou, se perguntando onde estava indo com esta
linha de perguntas, mas, inevitavelmente, respondeu, sem suspeitar da
armadilha. "Sim, claro. Eu faço isso todos os dias".
"E se o seu marido tivesse que defender um suspeito de estupro.
Você lhe levaria uma xícara de café?" Perguntei.
Ela parecia um pouco nervosa, mas ainda assim respondeu. "Umm,
eu estaria um pouco desconfortável com isso."
Eu balancei a cabeça em entendimento. "Sim, eu estaria, também.
Que tal isso. Se alguém entrasse no escritório de seu marido, e estivesse
empunhando uma faca, você iria se colocar na frente do portador da faca
para proteger o seu marido?"
Ela fez uma pausa. "Eu espero que sim."
Meus olhos se mudaram de Eleanor para o resto do júri que
estavam todos olhando para mim em alarme.
Então fiz a varredura da multidão, me fixando em Trance. Eu
poderia dizer que sabia onde estava indo com essa linha de
questionamento, e me deu um olhar de "boa menina" que me fortaleceu.
"Bem, espero que eu também; mas para dizer a verdade, espero que
nunca tenha que experimentar isso." Eu disse suavemente.
Meus olhos se voltaram para ela, mas ela estava ocupada olhando
para o homem na primeira fila e eu estava tentando extremamente difícil
esquecer. Paul. E ao lado de Paul eram seus pais.
"Você tem um cachorro em casa, Sr. Mills?" Perguntei-lhe
docemente.
Sr. Mills foi o que era mais neutro sobre tudo. Ele era um texano, e
mudou-se para Benton apenas alguns anos atrás, de acordo com a
pesquisa de Silas. Ele também foi pró-arma e pró segunda emenda.
Seus olhos captaram aos meus, surpreso por me dirigir a ele. "Sim,
senhora."
"E o seu cão, você espera que lata se alguém aparecer na sua
casa?"
Ele sorriu com carinho. "Oh, o old blue late para qualquer um que
bate na porta. Eu amo isso."
"Será que você espera que iria alertá-lo se o perigo for iminente?"
Perguntei.
Ele viu onde a minha linha de questionamento estava indo. "Sim,
senhora, certamente faria."
"E quanto a protegê-lo de uma invasão? Será que você gostaria que
o protegesse contra o intruso?" Eu sondei.
"Sim, senhora. Tenho três crianças pequenas em casa. Eu gostaria
de toda a ajuda que pudesse conseguir." Ele respondeu.
"Sr. Burns, você trabalha de graça?" Perguntei ao número dois.
Ele balançou sua cabeça. "Não. Eu definitivamente não faço".
"Que tal ir em uma situação perigosa, e não sendo pago para fazer
isso. Todo dia. Você faria isso?" Perguntei.
"Não. Eu não faria isso." Ele afirmou.
"E você, Sra. Sims", disse abordando a número cinco. "Quando foi a
última vez que esteve em uma escola pública?"
Ela inclinou a cabeça e apertou os lábios enquanto pensava sobre
isso. "Bem, isso teria que ser um par de anos atrás. Minha filha costumava
ser uma líder de torcida no colégio. Eu fui para uma de suas reuniões".
"Você sabia que eles possuem um cão que fareja drogas a cada
duas semanas? Você acha que uma pessoa poderia fazer o que Radar
faz?" Perguntei serenamente.
"Não, acho que eles não podem." Ela confessou.
"Em uma base diária, Radar vai para escolas em Benton para se
certificar de que está livre das drogas. Ele verifica armários e veículos...
tudo antes de seu turno começar. Eles podem ter um par de horas para
matar por lá, mas, em seguida, eles estão em turno por mais doze horas.
Ele realiza paradas de trânsito. Ele ajuda a deter indivíduos em fuga. Ele
protege seu oficial humano com sua vida. A maioria dos que estão em um
bom dia, também. Ele é o agente que mais trabalha na polícia... tudo sem
remuneração. Você quer saber o que ganha com isso? Amor. Ele é amado.
Pelo Oficial Spurlock. Pelas crianças que ele encontra ao visitar escolas
para ensiná-los sobre a segurança. Você sabe que vai até mesmo visitar
crianças em hospitais locais?" Perguntei.
Quando ninguém respondeu ou disse nada, continuei falando. "Há
alguns turnos atrás, ele salvou a vida do meu marido. Quando estava
entrando em uma casa para uma verificação e foi baleado pela porta da
frente. Radar salvou a vida do meu marido quando entrou e rendeu o
suspeito armado. Ele também não o matou. Se tivesse sido qualquer outro
oficial, eles teriam que usar força letal e o suspeito teria sido morto. Nunca
iria ter enfrentado seus crimes. No jogo de futebol na semana passada,
Radar me protegeu, assim como qualquer outro funcionário teria. Da
próxima vez que você ver um K-9 e seu oficial humano, pense sobre todas
as coisas que o K-9 fez para esta cidade e certifique-se de agradecer a ele.
Porque está fazendo isso porque quer, não porque ele tem que fazer".
Quando deixei o pódio, vi sorrisos genuínos em quase, cada um dos
cidadãos que passei. E quando cheguei perto o suficiente de Trance, ele
trancou a mão no meu pulso e me puxou, trazendo-me com força em seu
colo e enterrando seu rosto no meu pescoço.
"Eu amo você, porra." Ele resmungou baixinho.
Eu ri levemente. "Eu também te amo."
A decisão foi em favor do Radar de seis para um. A única oposição
sendo Eleanor.
Que eu suspeito foi conspirar com Paul, bem como seus pais.
O olhar de aço de Paul me seguiu, enquanto eu caminhava para
fora da prefeitura, seus olhos prometendo retribuição.
Acordei com lábios roçando minha bochecha.
"Baby", Trance disse em meu ouvido.
Meus olhos se abriram em fendas e olhava para o quarto escuro. A
única luz que havia, estava vindo da direção da sala de estar.
Trance vestiu-se no quarto de hóspedes que era do outro lado da
casa, uma vez que tinha de se levantar cerca de quatro horas mais cedo
do que eu. Ele sempre vinha me dizer adeus, apesar de tudo.
Nós estávamos casados por dois meses felizes agora, e cada vez que
me deixava sozinha para ir para o seu turno, me dizia a mesma coisa.
Hoje não foi diferente.
"Eu tenho que ir para o trabalho. A .45 está no criado-mudo. Te
amo em pedaços." Trance disse suavemente.
Então retribuo com a mesma coisa, que respondia em toda vez que
e me deixava para ir no turno.
"Abraçando você, me junto novamente." Eu sussurrei. "Fique
seguro. Cuide de suas costas."
Ele riu, como sempre fazia, e me deu um último beijo na bochecha
antes de sair.
Enquanto ouvia sua saída e as patas de Kosher seguindo seus
passos, senti a cabeça de Radar em torno e a puxei junto ao peito. Então
sussurrei a mesma oração que dizia, toda vez que ele me deixava para ir
no turno. "Mantenha-o seguro, dia e noite. Dê-lhe coragem, força e
poder."
Meus olhos se fecharam, mas assim que comecei a cair no sono,
Radar começou a fazer temidos sons de vômitos, que faz com que o dono
do animal se jogue da cama, como se sua bunda estivesse em chamas.
Correndo pela casa, fui para a porta e abri, ignorando o alarme.
Radar passou correndo por mim, mal chegando na grama a tempo fazer
sabe Deus o que.
Fiquei surpresa ao descobrir que o vento estava soprando como
louco, desde que sequer ouvi falar da tempestade como costumava fazer.
E caramba isso era uma merda. Eu odiava quando Trance tinha que
trabalhar na chuva. Para não mencionar que sua capa de chuva estava
pendurada na lavanderia.
Relâmpagos riscaram um após o outro no céu, seguindo
rapidamente pelo boom do trovão. Após o segundo boom do trovão, o
bairro e a casa atrás de mim, ficaram mortalmente quietos. O que
significava que as luzes estavam apagadas e eu teria que me vestir no
escuro. Yay.
Uma vez que fez suas coisas, Radar veio para o meu lado, a cabeça
pendurada.
Quando me virei para voltar para dentro, caí como uma pedra.
Eu nem vi isso acontecer.

Luzes riscaram o céu e os trovões ressoavam, balançando a viatura


com sua intensidade.
Olhando para cima, podia ver as nuvens que se deslocavam em um
ritmo acelerado. O que significava que estávamos indo para um inferno de
uma tempestade.
Então me lembrei que tinha tirado o meu casaco do carro, já que
estava coberto de lama da tempestade anterior. Viddy tinha lavado para
mim, e pendurou-o na prateleira dentro da lavandaria, mas eu tinha o
deixado lá, cada vez que passei por ele.
Felizmente, estava apenas a dois ou três minutos longe de casa.
Seria uma merda se não tivesse o casaco hoje. Se eu corresse, nem
chegaria atrasado.
"Droga!" Eu gritei quando outro raio iluminou o céu, assustando a
merda absoluta fora de mim.
Desviei de uma cadela no meio da estrada, e parei na minha
calçada apenas a tempo de ver cada luz em toda a rua apagar.
"Maravilhoso", murmurei sob a minha respiração.
Deixando a caminhonete em marcha, tranquei as portas e fiz o
caminho mais curto para a porta da frente.
Eu não o usava muitas vezes, então quando estava sob o beiral do
telhado, tive que procurar a chave.
Eu tive sorte que fiz, ou nunca teria ouvido o grito da minha esposa.
Depois de um segundo com o coração torcido, decidi deixar Kosher
fora do caminhão e então chamei reforços.
"Eu preciso de reforços. Eu estou em casa. "Eu disse e então apertei
o botão alaranjado pequeno que nunca tinha pressionado em toda a
minha carreira como um oficial da lei.
O botão era simples. O pressione em caso de emergência.
Não foi fácil para pressionar, o que me surpreendeu. Em todos os
anos tendo o botão, nunca tentei pressioná-lo.
Kosher estava vibrando com a tensão ao meu lado, enquanto
caminhávamos em torno do lado da casa.
Eu tinha saído há não menos do que seis minutos. Não demorou
muito. Mas foi tempo suficiente para desligarem as luzes, e alguém entrar.
Não me lembro conscientemente dessa caminhada ao redor da casa.
Tudo o que lembro era o meu coração batendo forte e minha visão afiando.
A porta dos fundos estava aberta, mas havia uma grande protuberância
preta apenas do lado de fora da varanda que sabia que era Radar. Meus
instintos me diziam que era ele, mesmo sem precisar confirmar.
Passando por cima de seu corpo sem vida, cheguei a uma parada,
me agachei, apenas dentro da porta traseira.
Eu escutei e me concentrei nos sons da casa.
Nada estava vindo da sala na parte de trás da cozinha, mas chequei
mais por hábito, do que desejo de fazê-lo antes de que pieing no canto da
sala de estar.
'Pieing' é um movimento estratégico onde a única coisa que aparece,
quando você verifica em torno do canto é o cano de sua arma.
Uma vez que confirmei que não havia nada lá, virei a esquina e pied
o canto para o corredor que levava aos dois quartos de volta. Eu tinha
feito tão bem, não pirando. Eu consegui fechar minha mente e me impedir
de reagir como cada célula do meu corpo me pedia para fazer.
Em vez disso, me contive, e caí no meu treinamento.
Eu estava prestes a enviar Kosher a frente, quando ouvi o suave
choro de minha esposa, seguido da resposta sádica de Paul. "Fique quieta
vadia. Ou vou amarrar suas pernas e torná-lo realmente bom para você ".
O que ouvi fez cada parte de mim congelar, e em seguida, explodir
em movimento.
Em retrospectiva, nunca deveria ter feito isso. Eu sabia melhor,
mas simplesmente não conseguia parar. Eu explodi pela porta e encontrei
Paul entre as pernas da minha esposa. Ela estava chorando, e sangue
revestia a frente de seu rosto e peito, encharcando a camisa escrito
"POLÍCIA" que tinha roubado de mim.
Eu levantei minha arma, apertei meu dedo no gatilho e disparei. Se
estivesse pensando mais claramente, usaria o meu Taser. Ou pelo menos
teria esperado ele vir em minha direção antes de disparar.
Da forma que aconteceu, a bala entrou na base da cabeça de Paul,
e saiu fora no topo, soprando-a em pedaços. Sangue, ossos e massa
cinzenta espalharam em um arco de quinze pés em toda a sala, e o corpo
sem vida de Paul caiu em cima de Viddy.
Viddy gritava de medo, agarrei o corpo pelo colarinho de sua camisa
e puxei-o para trás, deixando-o cair sem cerimônia no chão com um
sonoro baque de carne.
Viddy ainda estava gritando, o que não foi no mínimo
surpreendente considerando que estava nua e coberta de sangue da
cintura para baixo.
Agarrando o canto do lençol da cama, trouxe-o para o rosto de
Viddy e comecei a enxugar o sangue de Paul de seu rosto, fazendo-a
finalmente se acalmar o suficiente para perceber que ele não estava mais
em cima dela.
"T-Trance?" Ela choramingou, quebrando meu coração ainda mais.
"Sou eu, baby. Está tudo bem. Shhh", disse, escovando seu cabelo
para trás, sem me importar com a umidade contra a minha mão quando
fiz isso.
Com uma grande respiração inalada, ela se lançou para mim,
soluçando.

"Maldição Spurlock. Que porra você estava pensando?" O chefe


rosnou. Olhei para ele do sofá.
Graças a Deus, sua irmã veio logo que soube o que aconteceu. Deu-
me algum tempo para recolher os meus pensamentos enquanto Adeline
ajudou Viddy a se limpar. Isso foi depois que eles pegaram amostras de
sangue e pele em suas unhas para evidências.
Meus olhos se estreitaram sobre o homem na minha frente.
"O que eu estava pensando?" Eu perguntei em uma voz
enganosamente tranquila. Os olhos do chefe estalaram para mim,
notando meu comportamento abertamente calmo e congelou.
"O que estava pensando era," eu disse calmamente. "Que minha
esposa estava gritando. Que não dava uma foda para quem ou o que
estava lá com ela. Obviamente, poderia ter feito as coisas de forma
diferente, mas não o fiz. Eu só fiz o que achei certo no momento. Deveria
ter feito as coisas de forma diferente? Sim, provavelmente. No entanto,
isso não muda o que foi feito. Nem mudaria uma coisa maldita."
O chefe suspirou.
"Durante a investigação, você está de licença. O gabinete vai ter um
dia maldito com isso. Primeiro, o cão o ataca, seguido por The Russo's
puxando cada favor que tinham, com qualquer pessoa com qualquer
alcance maldito, para conseguir que Radar fosse sacrificado, então isso. A
cobertura da mídia que isso vai trazer para o departamento, vai
fodidamente nos matar. The Russo's não deixarão isso para lá, também."
Ele rosnou.
Eu não disse nada. Não havia nada a dizer. Mesmo agora, três
horas após o incidente com uma cabeça muito mais clara, eu ainda não
teria feito nada diferente.
"Traga-os." Eu estalei para ele.
Os outros oficiais na sala se viraram e me olharam. Eles pensaram
que estava fodido da cabeça, e provavelmente estava. Para sempre.
Eu acho que nunca poderia tirar a imagem daquele homem entre as
pernas da minha mulher, para fora da minha mente.
O que teria acontecido se eu não tivesse vindo para casa?
Eu ri sarcasticamente. Eu sabia o que teria acontecido. Ela teria
sido estuprada. A única pessoa neste mundo inteiro, que era suposto
proteger acima de todos os outros, eu decepcionei. Agora não havia como
dizer que tipo de estado emocional que ela estaria. Ela provavelmente
precisaria de terapia nos próximos anos.
Oomph.
Isso foi o ar que saiu do meu peito em uma corrida quando o corpo
de Viddy conectou com o meu próprio.
Seu cabelo, que ainda estava molhado do banho, pressionou contra
o meu pescoço, enviando arrepios na minha espinha. Reflexivamente,
puxei-a mais perto, enterrando a cabeça em seu pescoço.
"Como Radar está indo, Trance?" Ela me perguntou.
Ergui a cabeça para encontrar seus olhos preocupados em mim.
"Ele está indo muito bem. Silas levou-o ao veterinário, apenas no caso.
Ele estava agindo muito bem quando Silas o colocou na minha
caminhonete."
Radar tinha sido atingido na cabeça com a mesma viga de aço que
Viddy foi nocauteada.
"Você disse que ele deixou a porta aberta", Viddy disse com a
confusão claramente evidente em sua voz. "Será que achou que Radar não
iria acordar em algum momento e vir atrás dele?"
Eu tinha pensado nisso. Toda a situação foi confusa para mim. As
ações de Paul não eram as ações de uma pessoa de pensamento racional.
As coisas não estavam se juntando e tinha que haver algo que estava
faltando.
Algo que teria que explicar por que só feriu Radar, em vez de matá-
lo. Ele sabia, muito claramente, do que Radar era capaz. Ao deixar a porta
aberta, deu a Radar a capacidade de matá-lo. Ele nunca teria sequer visto
isso chegando.
O que foi a única coisa agora, que não me deixava calmo. Radar
teria acordado e feito alguma coisa, tal como ele foi treinado para fazer.
Viddy não teria estado sozinha por muito tempo.
"Eu não sei o que ele estava pensando, baby. Tudo em mim me diz
que algo não está certo aqui. Que algo mais está acontecendo além disso.
Algo com o que Paul morreu."
Ela se apertou em meus braços.
"Onde vamos ficar esta noite?" Ela perguntou em voz baixa.
Meus olhos viraram para cima para encontrar a sala vazia além de
Adeline, Kettle, o chefe e Loki.
O Chefe e Loki estavam conversando tranquilamente na entrada
para a cozinha, Adeline e Kettle estavam olhando para nós. Eles haviam
deixado Saylor em sua casa com a mãe de Kettle, que estava mais do que
feliz em vê-la em tão curto prazo. Essa foi a primeira vez que tinha visto
Adeline sem Saylor desde que ela nasceu.
"Você pode ficar com a gente", Adeline ofereceu.
Eu bufei. "Sem ofensa, Addy, mas fui na sua casa muito no último
par de meses. Eu nunca conseguiria dormir."
Ela sorriu com carinho. "Sim, também não. Kettle pode dormir
através disto embora."
"Você pode ficar na minha casa. Eu tenho um quarto extra." Loki
interrompeu.
Olhei para Viddy. "Isso está bem?"
Ela assentiu com a cabeça. "Sim."
"Sinta-se livre para ir a qualquer momento. Obviamente, você está
fora do turno até que tenha concluído as sessões de aconselhamento
obrigatório. Lembre-se de entregar sua arma de serviço também." Ele
disse olhando incisivamente para a minha arma, que ainda estava
firmemente plantada na minha mão.
Eu não estava realmente muito interessado em abandoná-la.
Tinham me pedido várias vezes para entregá-la, mas não poderia fazer
minhas mãos liberá-la ainda.
"Eu vou entregá-la quando estiver prestes a sair. Eu posso ir e
pegar algumas roupas antes de ir?"
Eu perguntei a ele.
"Você pode pedir ao Oficial Reitor para pegá-las para você. Você já
viu o suficiente para esta noite. Eles vão processar a cena e continuar a
recolher as evidências amanhã de manhã, e então poderá chamar uma
equipe de limpeza para cuidar da bagunça. Quero você amanhã de manhã
às nove horas, e então pode dar a sua declaração depois disso. OK?"
Eu resisti à vontade de revirar os olhos, em vez disso apenas
concordei para me poupar o tempo. "10-4"
"Você tem um minuto?"
Olhei para cima e encontrei Jack de pé ao meu lado com uma pasta
de arquivo na mão. Silas estava atrás dele com um olhar sombrio no rosto.
Eram dois dias depois do tiroteio, e fim de semana. O que
significava uma festa improvisada na casa de Sebastian. Como era de
costume, com The Dixie Wardens MC. Apesar do fato de que era no meio
do inverno.
Quinze minutos atrás, fiquei surpreso ao ver todos os homens da
Free aparecerem com suas esposas.
Agora, não tanto.
"Claro", disse jogando uma olhada em Viddy, que atualmente estava
sussurrando animadamente com sua irmã.
"Sente-se."
"Quando é que você vai ter um dos seus?" Jack perguntou quando
se sentou.
Olhei para Saylor dormindo e sorri. "Em breve, espero."
Jack sorriu de volta. "Eles mudam a sua vida, isso é certo. Para o
melhor, embora."
Jack tinha uma menina que se parecia exatamente com ele e um a
caminho, vendo como sua esposa parecia que estava prestes a estourar.
Seu olhar seguiu o meu e ele sorriu para mim.
"O que você tem para mim?" Perguntei finalmente.
O sorriso morreu em seu rosto e seu comportamento mudou
instantaneamente de confortável para tenso. Ele entregou a pasta para
mim, e a peguei, mantendo-a aberta com uma mão. Eu li o topo do papel
uma vez e então o reli novamente.
"Que porra é essa?" Perguntei, surpreso.
"Isso é o que pensei, também. Surpreendeu a merda fora de mim, e
mais alguns, quando encontrei aqueles no computador da mãe." Jack
concordou.
"Aqueles" eram uma coleção de e-mails que a mãe de Paul Russo,
Annette Russo, escreveu para sua irmã. Em poucas palavras, diz que
Paul foi diagnosticado com um tumor cerebral inoperável, que foi
lentamente tomando a sua mente. Nele, ela explicou como, gentilmente,
cutucou Paul na direção de Viddy, alimentando-o com mentiras, levando-
o a fazer coisas que, normalmente, não faria.
"Seus malditos pais devem ser estúpidos ou algo assim. Por que iria
escrever tudo isso?"
"Isso está traduzido. O original estava em Cherokee. Que por acaso
eu conheço." Explicou Jack.
Eu balancei minha cabeça.
"Eles não podem pensar seriamente que podem fugir com isso. O
que poderiam ganhar por tê-lo fazendo o que fez?"Eu perguntei.
"Simpatia. Eles se tornam mais humanos. Quando o Sr. Russo
concorrer para senador, vai ter o "meu filho foi baleado por um policial"
cartão." Jack encolheu os ombros.
Meus olhos se estreitaram no e-mail traduzido. "Mas ele estava
tentando estuprar minha esposa!"
"Ele disse, ela disse." Disse Jack.
Minhas vísceras se agitaram com as implicações deste arquivo que
ele me deu. Eu pensei que havia mais na história, mas não achava que
Paul era apenas a ponta do iceberg. Eu pensei que isto estava
fodidamente acabado.
Como errado estava.
"Existe alguma maneira que você pode dar isso à polícia para
investigação... legalmente?" Perguntei.
Ele estava balançando a cabeça antes mesmo de terminar.
"Não, mas mostrei a mesma informação para Silas mais de uma
hora atrás. Ele me disse para esperar até depois de nós comermos, para
dar a você." Jack disse, se desculpando.
Foi quando notei que Silas estava longe de ser visto, quando tinha
estado lá apenas momentos antes.
Nem Dixie. Ou Loki. Ou Sebastian. Ou Kettle. Inferno, mesmo
Grayson, tinham ido embora. Grayson era a animação da porra da festa.
Seria preciso um pequeno milagre para fazê-lo sair.
Inferno, até mesmo as respectivas tinham desaparecido.
"Foda-se," disse com irritação. "É por isso que ele entregou seu filho.
Para me distrair. Colocando mais cerveja na minha bunda".
Maldito Kettle. Maldito Silas.
Eles estavam tentando me proteger.
"Bem", disse pouco antes que um sorriso lento começou a inclinar
para cima dos cantos da minha boca. "Isso deve ser interessante."

"Você não pode entrar aqui!" A velha gritou em indignação.


Eu ri enquanto continuei a andar para frente, empurrando a velha
fora do caminho enquanto entrava. Eu encontrei seu marido no vestíbulo,
óculos de leitura na mão, enquanto olhava para nós em estado de choque.
"Saia daqui, agora!" Ele explodiu.
Revirei os olhos.
"Aqui, que tal você ler isto, desde que tem esses óculos tão úteis."
Eu disse, empurrando a pasta de arquivo em seu peito.
Ele olhou para mim com cautela, mas mesmo assim fez o que pedi,
examinando o pacote. Seu rosto empalideceu enquanto lia, passando de
vermelho para pálido, e branco. "Annette", engasgou. "O que você fez?"
Annette o olhou inocentemente. Ou tão inocentemente como
alguém poderia ser com sangue em suas mãos.
"O que quer dizer, querido?" Ela perguntou com surpresa fingida.
"Você disse a ele para estuprar aquela jovem?" Ele gritou, deixando
cair os papéis. Eles flutuaram para o chão, espalhando por todo o chão de
mármore, interrompendo o bom estado da casa que nos rodeava.
"Eu... eu... não sei o que você quer dizer." Ela gaguejou.
As mãos do velho homem Russo foram para o seu cabelo e ele
parecia tão completamente perdido que quase senti uma pontada de
compaixão por ele.
Quase, mas não completamente.
O homem foi o único a se casar com a velha cadela. Ele deveria
saber que algo estava errado com a forma que o filho estava agindo.
"O que", limpou a garganta. "O que quer que eu faça?"
Ele olhou minha forma com cautela, bem como os cinco homens
atrás de mim.
Viemos juntos na esperança de que iria assustar o patriarca da
família.
Sorte para nós, funcionou.
"Entregue a cadela velha. Isso é tudo." Eu disse simplesmente.
"Morton!" A cadela velha gritou. "Você não pode fazer isso!"
O velho Morton virou-se para sua esposa. "Você acha que sou
estúpido, Annette? Você não acha que tenho sobrevivido todos estes anos
casados com você, sem um plano B? Eu certo como a porra que vou
entregá-la. Se não o fizer, a sua preciosa irmã e seu marido vão estar nas
ruas mais rápido do que pode dizer "acordo pré-nupcial." O que foi que
disse quando eu casei com você?" Ele assobiou.
"N-não mentir." Ela chorou baixinho.
"Está certo. Eu lhe disse para não mentir. Honestamente, Annette.
Eu aturei suas merdas há anos. Com sua irmã estúpida e seu marido
estúpido. Quando foderam tudo e começaram a lidar com esses...
vagabundos, a fim de continuar em seu estilo de vida elegante... Eu disse
que a única maneira que iria continuar a apoiá-los era se você nunca
mentisse para mim novamente. No entanto, aqui estamos nós. Eu deveria
saber que algo estava acontecendo, quando insistiu que a sua irmã
empurrasse para ter aquele cachorro sacrificado. Inferno, não vi o grande
problema. Mas agora... agora faz ainda mais sentido."
Virando-se para mim, o velho Russo perguntou: "O que você precisa
que ela faça?"
"Sorte para você, nós temos um policial que vai pegar a confissão
da Sra. Russo. Nós até mesmo trouxemos uma viatura só para ela." Eu
respondi alegremente.
Seus olhos se estreitaram em mim. "O que acontece se não
concordar com isso?" Ele perguntou depois de um segundo.
"Eu arruíno a sua vida."

"Trance", Viddy engasgou. "Pare de me provocar. Por favor."


Ignorando seu pedido, eu rocei meu nariz e os lábios pelo seu
pescoço, sobre o mamilo inchado, através de seu estômago, e finalmente
parei no ápice de suas coxas.
Suas mãos encontraram meu cabelo e me puxaram, interrompendo
a festa que estava prestes a mergulhar. Eu permiti que me rolasse, e
depois me montasse escarranchada. Ela embainhou sua boceta quente
sobre o meu pau no instante seguinte, fazendo minhas costas se
arquearem em prazer.
"Sim, foda-se. Monte-me, baby." Eu exigi, empurrando meus
quadris para cima ao mesmo tempo que o dela descia.
Ela me deu um sorriso de satisfação quando montou meu pau. "Eu
me sinto tão bem com você dentro de mim. Você me enche até
transbordar. Como se outra pequena porção de uma polegada, seria
demais." Ela suspirou.
Ela era boa para o meu ego, isso era certo.
"Oh baby, você diz as coisas mais doces para mim," Eu resmunguei,
empurrando para cima, quase deslocando-a.
Ela chiou, caindo para frente até que seus seios foram esmagados
contra o meu peito. Seus mamilos cutucando sedutoramente em mim. Ela
lentamente moeu sua bunda no meu colo, empurrando meu pau ainda
mais dentro dela até que estava batendo no colo do útero. Enterrado tão
profundamente, que nos sentíamos como um.
"Você é tão bonita," eu disse, segurando seu rosto com minha mão.
Seus olhos se fecharam quando ouviu minhas palavras, e em
seguida, abriu novamente. "Eu espero que você pense o mesmo em cerca
de sete meses quando estiver tão gorda quanto uma casa."
"Querida, sua bunda pode crescer tão grande como quiser. É na
sua buceta que estou interessado." Eu provoquei.
Não registrei, no primeiro momento, as implicações do que me disse.
Foi só quando parou de se mover e me olhou com um pequeno sorriso
tímido no rosto, que finalmente repeti o que ela disse em minha mente,
percebendo o que queria dizer.
E quando isso aconteceu, congelei. "Você está grávida, baby?"
Ela riu antes que começasse a se mover novamente.
"Aparentemente, nem tudo o que acontece em Vegas, fica em Vegas".
Num movimento rápido, a tive de costas com os pés sobre meus
ombros, fodendo com tudo que eu tinha.
Toda a energia reprimida deixou meu corpo, fluindo para fora de
mim com cada impulso dos meus quadris. Cada mergulho do meu pau
em seu calor apertado, molhado.
Ela engasgou enquanto seus olhos rolavam em sua cabeça. Seu
corpo curvado, seios empurrando no ar, me tentando.
Ainda balançando nela, me abaixei e capturei o mamilo entre os
lábios, chupando duro quando seu orgasmo explodiu através dela,
soltando um grito rouco e exultante de sua boca.
Não foi muito tempo depois que sua buceta começou a apertar meu
pau em pulsos rítmicos, que a minha própria liberação iniciou fervendo
na minha espinha e atirando para fora do meu pau em pulsos grossos.
"Fooooda", gemi, empurrando meus quadris para frente em
impulsos espasmódicos.
Quando me acalmei, percebi o quão desconfortável devia ser, estar
com os joelhos para cima ao lado das suas orelhas, então puxei para fora
e cai ao seu lado antes de puxá-la em meu peito.
"Para responder à sua pergunta, sim ainda vou gostar de você
quando estiver tão grande como uma casa. Por alguma razão, saber que
está carregando um pedaço meu dentro de você, realmente me excita. "Eu
disse contra o seu cabelo.
Seu corpo tremia de tanto rir.
"Vou lembrar que você disse isso."

"Puta merda", gritou Viddy da sala de estar. "O pai de Paul está no
noticiário!"
Soltando o meu pano de prato na pia, entrei na sala de estar para
ver o pai de Paul dando uma declaração sobre a sua decisão de sair fora
da campanha ao senado.
"...Estou profundamente triste com as escolhas que minha esposa
fez. Devido a essas ações, não acho que estou apto para concorrer a
senador neste momento. Agradeço as suas palavras de apoio nesse tempo
difícil. À partir dàs nove desta manhã, pedi o divórcio".
As palavras de Morton Russo foram extremamente sinceras e
pareciam genuínas. Mesmo que não fossem surpreendentes.
Eu tinha conseguido a informação completa sobre o que tinha
acontecido com os Russos, assim como o que iria acontecer.
O que não tinha feito era compartilhar isso com Viddy. Eu esperava
lhe dizer mais tarde, esta noite, pois apenas ouvi tudo uma hora antes.
"Você sabia sobre isso?" Ela suspirou.
Inclinei a cabeça para o lado em reconhecimento. "Foi por isso que
estava no telefone com Silas, cerca de uma hora atrás."
Ela estreitou os olhos para mim. "Por que você me contou?"
"Honestamente? Eu estava feliz com o bebê. Eu não queria arruinar
com esse lixo. "Eu disse a verdade.
Seus ombros caíram. "Bem, acho que é uma boa razão. Mas foda,"
resmungou. "Eu estava com aquele homem por quase um ano. Eu não
tinha ideia que tinha um tumor no cérebro. Sua mãe não teve outra
atitude, além de bondade para mim. Isso é tão fodido que não é mesmo
engraçado."
Juntei-a em meus braços. "A vida é fodida, querida. Fique com o
que você tem. Use as cartas que recebe e siga em frente".
"Tão poético, Oficial Spurlock." Ela brincou, envolvendo os braços
em volta do meu pescoço.
Abaixei-me e beijei sua boca virada para cima. "Vou tomar isso
como um elogio, Sra. Spurlock."
"Te amo mesmo em pedaços." Ela disse, apertando seus braços
enquanto pronunciava as palavras que eu adorava ouvir.
Os significados por trás das palavras, eram muitos para ela desde
que seus pais tinham dito o mesmo um para o outro em todo o seu
casamento. Agora estava continuando a tradição comigo, e isso me fez
sentir alto como a porra de uma pipa.
"Abraçando você, te junto novamente" Eu prometi.
QUATRO ANOS DEPOIS

"Uhh, unidade 5-2, nós temos uma criança na linha para você." A
central disse pelo rádio com um toque de diversão em sua voz. As mesas
de policiais ao meu redor se viraram para me olhar, e eu suspirei.
"10-4. Pode passar." Eu gemi, cobrindo o rosto com as mãos.
Às vezes queria bater minha cabeça contra uma mesa, por minha
estupidez. Inconscientemente, tinha ensinado a nossa filha mais velha,
Oakley, como discar 911 se precisasse de mim. Bem, não
necessariamente eu, mas a polícia em geral. Eu disse que se alguma vez
precisasse de ajuda, era para me chamar ou os amigos do papai.
Ela levou a sério.
Nas duas semanas após aprender como discar 911, ela me chamou
nada menos que cinco vezes, desde então. Eu ainda tinha que contar a
Viddy que estava fazendo isso, no entanto. Eu meio que gostava que ela
soubesse que poderia me chamar se precisasse. Eu só desejava que não
ligasse para o 911 para fazê-lo.
Eu teria que fazê-la parar mais cedo ou mais tarde, mas desde que
éramos uma cidade tão pequena, todo mundo achava que isso era mais
"fofinho" do que irritante.
"Papai?" Disse a vozinha fofinha de Oakley sobre as ondas do rádio.
Todos com um rádio tinham que estar sorrindo, com o quão fofa e
doce ela parecia. Inferno, eu estava sorrindo de orelha a orelha.
"Sim, querida." Eu respondi.
"Mamãe não me deixa tomar mais achocolatado." Disse meu
anjinho.
O rosto do chefe mostrava desejo enquanto ouvia a conversa, e
sabia que ele desejava que suas crianças fossem pequenas novamente. Os
meus filhos amavam o chefe e ele os amava também.
"Você sabe que só pode tomar um copo de achocolatado por dia."
Eu castiguei-a suavemente.
Os olhos de Loki estavam brilhantes com o riso ao ouvir nossa
conversa. Ele era o padrinho de Oakley e ela o tinha enrolado no seu dedo
mindinho.
"Fort comeu meus dardos novamente." Oakley lamentou.
Fort na verdade se chamava Ford, e era o nosso filho de quinze
meses de idade e era um pouco pestinha.
Então, novamente, Oakley também era.
"Você sabe que a mamãe lhe disse para não atirar os dardos, com
seu irmão por perto." Expliquei a ela.
Eu comprei-lhe uma arma Nerf para seu aniversário, depois que
começou a mostrar interesse em minha própria arma. Dentro do interesse
em arma prematuro, ensinei todas as regras que vinham com ter algo tão
especial como uma arma, e ela adorou. O único problema foi o fato de que
o nosso filho gostava de mastigar os dardos esponjosos, porque coçavam
suas gengivas.
"Sim, isso é o que a mamãe disse. Tenho que ir papai, mamãe está
chamando. Te amo. Ela falou.
Antes que pudesse responder, ela tinha ido embora e cada homem
na nossa mesa tinha um sorriso suave em sua cara.
"Sua filha é uma cabeça quente, tal como a sua Mamma." Observou
o chefe.
Eu balancei a cabeça.
"Você tem razão." Eu confirmei.
"Tudo bem, vamos distribuir as grades e colocar todos vocês em
patrulha." O Chefe anunciou, efetivamente colocando um fim ao meu bom
dia.

Eu andei pela casa pegando brinquedos e lixo das crianças. Meus


olhos se fecharam enquanto ouvia a tranquila paz que encheu a casa.
Hoje tinha sido um longo dia.
Trance tinha ido às oito e havia trabalhado um turno de dezesseis
horas. Agora era de 00:24 hs e eu escutava atentamente a porta da
garagem subir.
Eu dei mais quatro passos pela sala e joguei nada menos do que
doze brinquedos, para a caixa de brinquedos, quando ouvi o som
abençoado que fez meu coração começar a bater corretamente novamente.
A porta da cozinha que levava para a garagem abriu, seguido pelo
som da porta da garagem se fechando.
Passos pesados de botas e o click-click dos pés com garras de
Kosher entraram e corri para a cozinha.
Radar me bateu, porém, indo direto para Trance sem pensar duas
vezes.
Ouvi Trance cumprimentar Radar e sorri. Eles ainda tinham uma
ligação muito forte, mesmo quatro anos mais tarde. Radar continuava
forte, aos treze anos de idade, e um monte disso era devido aos nossos
filhos. Ele amava-os mesmo em pedaços.
O som distinto de Trance tirando o colete Kevlar, seguido pelo
clink-clink de seus muitos utensílios e broches sendo colocados na parte
superior da secadora era um som reconfortante para os meus ouvidos.
Toda vez que ouvia o som do Velcro, eu falava uma oração
silenciosa de agradecimento por tê-lo em casa e com segurança em uma
só peça novamente.
Assim enquanto rodeava a ilha da cozinha, Trance saiu da
lavanderia, sem cinto, e abriu seus braços. Eu corri para ele, enterrando
meu nariz em sua camisa úmida.
Esteve chovendo novamente.
Eu odiava os dias em que chovia muito. Também os feriados e luas
cheias.
Parecia que cada idiota deste lado do Mason Dixon Line aparecia e
gostavam de "soltar o louco", como gostava de chamar. Inevitavelmente,
isso significava que passava muito tempo sozinha com as crianças.
"Hey," disse com a voz rouca enquanto corria o nariz ao longo da
minha têmpora.
"Hey," inspirei o cheiro dele.
"Você guardou meu jantar?" Ele brincou.
Revirei os olhos e saí de seus braços, caminhando para o forno
micro-ondas e pressionando o botão para aquecer o seu, agora frio, jantar.
Era apenas macarrão e almôndegas, mas era comida.
Eu não tive muita energia para cozinhar hoje. Eu estava
simplesmente exausta.
Trance se abaixou e pegou uma mamadeira de Ford, que estava
perdida enrolada em laços de cabelo no chão e jogou-a na pia.
"Dia difícil?" Ele perguntou quando pegou.
Minhas mãos estavam nas minhas costas, onde estavam mais
confortáveis com o peso crescente da minha barriga.
Eu estava grávida de sete meses e além de pronta, para não estar
mais grávida, que não era nem mesmo engraçado.
"Sim", disse fechando meus olhos. "Oakley estava uma cabeça de
merda hoje. Tudo o que fez foi chorar quando não conseguia o que queria,
o que era a maior parte do tempo. Ela chorou quando tirei o descascador
de batatas. Chorou quando tirei seus 'adesivos', que definitivamente não
eram adesivos... eram meus absorventes. Em seguida, jogou a xícara de
achocolatado em Ford, que imediatamente começou a chorar o inferno
sangrento e não parava. Acabei de colocá-lo na cama, por sinal."
"Parece que você teve tantos 415 como eu." Ele observou secamente.
415 era o código de polícia para "discuções." Trance começou a
dizer 415 em casa durante a nossa primeira briga oficial como um casal, e
nós tínhamos vindo a dizer isso desde então.
Eu balancei minha cabeça. "Sim, se não mais."
Ele agarrou o prato do micro-ondas, seguido por uma cerveja da
geladeira, e depois sentou-se na mesa. "Ei, você pode carregar a minha
Maglite?" Ele perguntou casualmente.
Eu consegui segurar o sarcástico "claro, doçura", que normalmente
acompanhava esse pedido. Eu fazia a mesma coisa toda vez que ele
voltava de um turno. Eu nunca falhei uma vez, em mover seus broches de
seu uniforme, nem me esquecia de colocar para carregar suas merdas.
Eu andei até a lavanderia e agarrei a Maglite. Seguido pela Taser e
seu rádio, e entrei no quarto onde mantinha os carregadores ao lado da
nossa cama.
Uma vez que os liguei na tomada, tirei minha camisa manchada de
achocolatado e coloquei uma de Trance, antes de caminhar de volta para
sentar-me com ele.
Ele estava cavando a última porção de sua comida, o que era,
aprendi, a forma que um policial comia.
"Como foi seu dia?" Perguntei quando se inclinou para trás e
começou a beber sua cerveja.
Seus belos olhos se voltaram para mim. Ele parecia cansado.
Seu dia começou cedo, quando tinha feito uma varredura das
escolas locais, o que consumiu as primeiras quatro horas de seu dia,
seguido por seu dever de patrulha.
"Peguei um pouco de drogas em Benton High esta manhã. Cerca de
cem gramas de maconha no porta malas de um garoto. Maldito imbecil."
Ele suspirou.
Eu fiz uma careta. "Desculpe."
Ele levantou um ombro indiferente. "Nada que você poderia fazer
sobre isso."
Eu realmente não poderia fazer nada sobre isso. Eu só aprendi a
emprestar uma orelha quando queria ou precisava.
Eu tinha feito algumas boas amigas com algumas das esposas
LEO'S da paróquia, e aprendi que a maior parte do tempo, isso era
realmente tudo o que poderia fazer.
Eu já não trabalhava em Benton High. Ficava em casa com as
crianças, o que fez Trance extremamente feliz. Talvez um dia eu voltasse,
mas não até que as crianças estivessem todas na escola.
"Amanhã é o seu dia, pelo menos. Que horas é o jogo de softball?"
Eu perguntei para confirmar.
Ele empurrou sua cadeira para trás e bateu na perna, para me
sentar em seu colo. Seguindo as ordens, envolvi meus braços em torno de
seus ombros e enterrei meu rosto em seu pescoço, saboreando seu cheiro
único de couro e sabão.
Um braço rodeou as costas enquanto o outro tomou seu lugar
habitual na curva da minha barriga.
O bebê, aquele em que nós ainda não sabíamos o sexo, se mexeu
feliz dentro de mim, dando socos e pontapés.
Meu estômago estava se contorcendo com todos os tipos de formas
e tamanhos, e seus olhos brilharam de felicidade.
Trance amava eu estar grávida. Foi por isso que tinha estado
grávida em três dos últimos quatro anos.
Oakley veio nove meses depois do nosso casamento. Ford seguiu
seus calcanhares, um ano mais tarde.
Eu engravidei novamente quando Ford tinha cinco meses de idade;
agora, estamos acrescentando nosso terceiro filho à mistura.
Trance pensava em ter mais, mas estava tentando convencê-lo a
fazer uma vasectomia. Eu amava meus filhos, mas realmente odiava estar
grávida.
As mudanças de humor. Querido Senhor, as mudanças de humor
eram assassinas. Num minuto estava perfeitamente contente, em seguida,
Trance poderia entrar na sala e trazer o cheiro de chocolate com ele, e
seria uma lunática.
Eu tive diabetes gestacional com todos os três filhos até agora, e
realmente precisava de minha dose de chocolate. Eu poderia desistir das
cocas, bolos e cookies, mas se tiravam o meu chocolate, eu me
transformava em uma cadela.
Trance tentou ajudar tendo uma alimentação saudável comigo, mas
havia momentos em que tentava esgueirar-se em uma barra de chocolate,
enquanto não estava olhando, mas eu saberia. Ele não poderia manter
esse tipo de coisa longe de mim.
"Sim, o terceiro torneio de softball anual, os Halligans vs. Handcuffs,
será às nove. Nós vamos jogar com melhor de três. "Ele concordou.
Olhei para o relógio e empalideci. "Eu tenho que ir para a cama se
você espera que eu faça alguma coisa amanhã. Estou exausta."
Ele se levantou comigo em seus braços, e chiei. "Ponha-me para
baixo! Eu estou muito grande!"
Ele riu, um som baixo e profundo, e fechei os olhos e inclinei minha
cabeça contra o seu peito.
Ele me deixou no banheiro, conhecendo a minha rotina noturna
ainda melhor que a sua, e foi para a cama, jogar fora os brinquedos,
copos, limpando as migalhas.
Uma vez que acabei no banheiro, ele segurava as cobertas para eu
entrar por baixo, e gemi em paz na perfeição que era nossa cama.
"Mantenha-se gemendo assim e vou ter que te foder. Nós dois
sabemos que está cansada demais para isso." Ele rosnou contra a minhas
costas quando se enrolava atrás de mim.
Eu bufei. Não havia nenhuma maneira no inferno que estava
fazendo sexo. Eu estava muito malditamente cansada.
Trance, é claro, sabia como persuadir o meu corpo cansado de volta
à vida, e com uma mão bem colocada, me tinha pronta.
"Tem certeza que ainda está cansada?" Ele perguntou enquanto seu
dedo talentoso trabalhava meu clitóris inchado.
Eu gemi. "Eu realmente estou cansada."
Ele riu em meu cabelo e me manobrou até que estava em minhas
mãos e joelhos, e ele estava diretamente atrás de mim.
Não havia muitas posições que funcionavam quando se estava
grávida. Uma das testadas e comprovadas era a estilo cachorrinho, que,
nessa fase da gravidez, era o nosso movimento.
Ele sempre compensou a mesma velha posição, fazendo e tentando
coisas novas, e utilizando novos brinquedos; mas hoje, se estabeleceu
para o antigo e simples sexo baunilha.
Eu tentei uma vez que me algemasse, mas olhou para mim com
horror. Ele disse: "Sinto muito, mas apenas não. Toda vez que tiro essas
algemas, tudo o que posso pensar é no último criminoso que coloquei elas.
Isso nunca vai acontecer, baby."
A cabeça dura de seu pau espalhou meus lábios, separando-os
como uma furadeira quando cobriu seu comprimento com meus fluidos. A
cabeça de seu pau cutucou o meu pulsante clitóris, e de repente o sono
foi substituído pela luxúria. Luxúria pelo meu homem. Por meu marido.
Meu policial.
Pressionei minha bunda para trás, e ele riu e apertou a crista de
seu pênis na minha entrada e empurrou para frente até que suas bolas
descansaram contra o meu clitóris.
Ele não perdeu tempo. Nenhum de nós precisava de aquecimento.
Eu aprendi ao longo dos últimos quatro anos que pegava quando poderia
obter. Com o seu trabalho e as crianças, eu sabia que poderíamos ser
interrompidos a qualquer momento. Então, levei nosso amor a sério e fui
para ele em 100%. Não havia tempo para ser desperdiçado, e ele sabia
disso.
Com cada impulso de seu pênis, os testículos balançavam e batiam
no meu clitóris, dando-me apenas o contato suficiente para me ter voando
alto antes mesmo que soubesse.
Dentro das próximas três estocadas, estava explodindo em chamas,
e enterrando meu rosto no travesseiro para não acordar as crianças.
Sua maldição suave deixou-me saber que estava perto, assim como
o seu ritmo acelerado.
As mãos sobre as bochechas de minha bunda apertaram duro
antes de ouvi-lo gemer gozando.
"Deus, continua ficando cada vez melhor e melhor," ele murmurou.
"Isso é porque sou impressionante." Eu o provoquei e depois chiei
quando saiu de mim.
Eu ignorei o gozo que seguiu a sua saída e fiz meu caminho para o
banheiro e me limpei. Uma vez que terminei, caminhei de volta para a
cama e o encontrei dormindo, derretendo meu coração mais uma vez.
Eu o amava como louca.
Estes últimos quatro anos juntos foram além de perfeitos.
Houveram um monte de ajuste de ambos as partes.
A coisa mais difícil para mim de ajustar era a programação de
Trance. Ele era um homem muito ocupado sendo o único oficial K-9 da
cidade. Havia ainda alguns casos em que era contratado pelas cidades
vizinhas, para executar verificações de drogas em suas escolas.
Em uma boa semana, ele só trabalhava sessenta e cinco horas.
Outras semanas, ele trabalhava mais de oitenta.
Havia vezes que íamos jantar fora com ele, e era chamado para um
acidente de trânsito no meio do jantar, fazendo-nos ser obrigados a comer
sozinhos. Chegou a um ponto em que agora nós dois dirigíamos, sabendo
que havia uma boa chance dele ser chamado para fora.
Mas nós o amamos. Eu o amava. Eu tinha dois, logo seriam três,
bebês bonitos por ele. Quando finalmente conseguia passar tempo com a
gente, mais do que compensava o tempo afastado.
Trance se mexeu ao meu lado, me mudando, então estava sobre
seu peito. Exatamente onde sua tatuagem estava.
A tatuagem 'casa' que tinha começado há quatro anos agora tinha
mais dois anéis adicionadas a ela, e muito logo haveria um terceiro. Um
para nossa filha, Oakley Rose, e um segundo para o nosso filho, Ford
Bryce.
Quando adormeci em seus braços, beijei seu peito, e agradeci ao
Senhor que foi o único a me resgatar no dia que meu irmão me
abandonou no meio do nada.
Porque sem esse instante horrível no tempo, nada disto seria
possível.

"Qual é o seu 10-20?" Eu perguntei ao meu telefone enquanto


observava a equipe "Handcuffs" começar a aquecer.
Viddy riu ao telefone. "Eu estou quase lá. Ford teve um estouro e
tivemos que colocar outra muda de roupa".
Eu fiz uma careta. Pelo menos não o fez aqui. Isso teria sido
estranho.
"OK baby. Estamos no campo dois. Vemo-nos daqui a pouco." Eu
disse antes de desligar.
Viddy estava dirigindo agora.
Cinco anos atrás, nunca teria imaginado que fosse possível. No
entanto, duas semanas depois que Oakley nasceu, a visão no olho
esquerdo dela tornou-se quase cem por cento e ficou. Quando estava
cansada ou estressada, teria que colocar os óculos para aliviar a tensão,
mas no geral, tinha uma visão completa no seu olho direito, permitindo-
lhe tirar a sua licença.
Embora ainda não dirigia rápido, ou muito. Ela estava com muito
medo de ir a mais de quarenta km por hora, mesmo que sua visão não
tenha diminuído nesses últimos quatro anos. Ela sempre tinha aquela
sensação de que as coisas podiam dar errado novamente, o que
essencialmente controlava tudo o que faz.
Quando teve Oakley, ela tomou a decisão de ficar em casa, porque
teria que fazer a maior parte de levar e buscar na creche, desde que eu
trabalhava constantemente. O que era bom para mim. Eu gostava do fato
que ela estava em casa com nossos filhos, em vez deles ficarem na creche
regularmente.
Kettle e Loki montaram em suas Harley's depois que terminei a
chamada, e ri do quão ridículo ambos pareciam.
A camisa Handcuffs era verde limão enquanto a do Halligans eram
rosa néon. A parte traseira da camisa dos bombeiros dizia, 'Eu sou um
BFD ." A parte traseira da camisa dos PD disse, "Às vezes, os bombeiros
precisam de heróis, também."
O jogo cresceu bastante competitivo desde a sua criação no ano em
que Viddy e eu nos casamos, e desde então, tem sido um grande coletor
de multidões. Nós cobrávamos quatro dólares para assistir ao jogo, e todo
os lucros iam para uns “feridos cumprindo o dever" fundo que os PD's e
os bombeiros compartilhavam.
"Onde estão as correntes de suas bolas?" Perguntei a Kettle,
perguntando onde Adeline e as crianças estavam.
Ele fez uma careta. "Elas estavam decorando o meu caminhão
antes de sair. Malditos brilhantes. Essa merda vai ser uma cadela para
tirar. Enfim, lhe disse que não estava entrando naquilo, e ela me mandou
encontrar meu próprio caminho. Então eu fiz."
Eu suprimi o desejo de me dobrar de tanto rir. Kettle estaria
pagando por isso mais tarde. Sem dúvida.
Eu estava prestes a perguntar a Loki a mesma coisa, quando vi
minha esposa parar no estacionamento.
Abandonando meus sócios do clube, andei rapidamente através dos
carros para BF Egypt.
Ela sempre estacionava na parte de trás do estacionamento, não
importa o quê.
Eu a encontrei lutando para tirar o carrinho para fora da parte de
trás da caminhonete, então gentilmente a empurrei para o lado e o
levantei com uma mão, dobrando-o para fora com facilidade.
"Exibido." Ela murmurou quando rodeou o caminhão para tirar a
Oakley do cinto.
Eu fiz o mesmo com Ford, colocando-o no carrinho de bebê, uma
vez que foi feito. Então o amarrei bem. O rapaz era um artista em escapar.
Um muito bom artista em escapar.
"Oi, papai." Oakley disse na vozinha mais fofa que já ouvi.
Sorri para minha menina, pegando-a em meus braços e dando-lhe
um beijo estalado forte na bochecha, fazendo-a rir.
"Você tirou uma soneca para a mamãe?" Eu perguntei a ela.
Ela torceu o nariz e sacudiu a cabeça, fazendo seus cachos loiros
rodarem sobre sua cabeça.
"Abso-fodido-lutamente não."
Eu fechei os olhos e rezei para que Viddy não tenha ouvido isso,
mas quando me virei e vi a expressão em seu rosto, sabia que não tive
essa sorte. Ainda mais quando Kettle e Loki começaram a rir como hienas
malditas.
"Comam merda", murmurei enquanto passava por eles.
Então, é claro, Oakley teve que gritar por cima do meu ombro para
eles.
"Não me faça chutar o seu traseiro!" Ela disse em sua voz de
duende de quatro anos de idade.
Minha cabeça suspendeu. "Você vai fazer a mamãe ficar zangada
comigo", disse a ela.
Ela me olhou calma, com olhos sérios. "Não, não vai. Eu não vou
deixar."
E por alguma razão. Eu acreditei nela.

FIM
Em breve
KEYS TO MY CUFFS
04 de fevereiro de 2015

Capítulo 1
Loki
1 ano atrás

"Por favor, por favor, por favor, corta a grama, Andrew? Por favor,"
minha vizinha pediu.
Ela estava implorando ao marido... irmão... amante... colega de
quarto? Inferno, não sabia o que ele era. Eles não eram nada parecidos,
então estava inclinado a pensar que não eram irmãos. Eu só tinha o
ouvido chamá-la de Channing. Mas eles com certeza não agiam como
amantes... ou até mesmo marido e mulher.
O relacionamento deles não era um normal. Era como se apenas
tolerassem um ao outro e era por isso que me inclinei para ‘companheiro
de quarto’, mais do que qualquer coisa.
Eles trabalhavam em turnos opostos. Ela era uma enfermeira ou
algo no hospital à noite; baseado no preto scrubs que saía de casa todas
as noites. Ele trabalhava em um escritório durante o dia, como um
gerente ou algo assim.
Ela trabalhou muito do lado de fora, tornando a sua casa a mais
bonita do bairro, enquanto tudo que sempre o vi fazer era jogar vídeo
game a partir de sua cadeira na sala de estar.
Ela sempre foi a pessoa que comprava os mantimentos. Ela era
sempre aquela que lavava o carro.
Ela também era a única que cortava a grama. Ela sempre pegava o
correio. E a lista continuava.
Exceto neste dia. Ela parecia... rude. Como se não tivesse dormido
em dias. Seu cabelo vermelho/marrom estava em um coque bagunçado
no topo da sua cabeça, mechas caindo em todo o rosto. Ela estava usando
um par de calças de moletom que diziam, Destin, FL, sobre ele, e um top
branco que mostrava uma delicada gordurinha que era adoravelmente
bonita nela.
Ela era um pouco mais gordinha do que realmente notava, mas
havia algo sobre a minha pequena vizinha que me fazia querê-la. Inferno,
mesmo agora ela estava quente.
Eu estava em um rastejador sob o meu caminhão, trocando o óleo.
Não, não é um rastejador como uma pessoa assustadora, mas um
dispositivo de placa-plana sobre rodas que permitem que me deite de
costas e me movimente debaixo do carro.
Nossas casas eram pequenas e nossas garagens eram ainda
menores. O que significava que estava a uns 15 passos longe dela e podia
ouvir cada palavra.
Especialmente quando Andrew (o babaca) lhe disse: "Foda-se, tive
que trabalhar o dia todo."
"Eu sei, Andrew, mas tenho alguém que vem para falar o quanto vai
ser o conserto da fundação, e não vai poder ver a fundação se não cortar
a grama. Por favor, me sinto realmente horrível hoje", implorou.
Ela parecia horrível, isso era certo. Sua voz era nasal, e tossia a
cada dois segundos. Meu palpite era a gripe.
"Desculpe, querida irmã, mas realmente estou cansado. Reagende a
consulta", disse a ela. "Talvez na próxima semana, quando puder cortar a
grama por si mesma."
Então... ele era seu irmão. Bom saber. Eu estava pensando sobre
isso por quase cinco meses vivendo ao lado deles. Eu poderia ter,
naturalmente, descoberto. Mas deveria agir como se não soubesse nada
sobre ninguém. O que teria sido difícil de fazer com ela. Ela tinha esse...
magnetismo que me fazia querer saber cada pequeno detalhe.
Com isso, ele levou o seu corpo 'cansado', para dentro. Foi apenas
alguns minutos depois que o vi sentar-se na cadeira, que podia ver
através da janela da sala de estar. Ele colocou um par de fones de ouvido,
tomou um gole de sua cerveja e começou a jogar.
Bastardo preguiçoso.
Voltando ao meu trabalho para me distrair sobre a raiva que me fez
sentir, que não iria ajudar a sua própria irmã quando estava doente,
fiquei surpreso ao ouvir o som do cortador de grama.
Me empurrando para fora sob o carro completamente, encontrei a
mulher teimosa cortando a grama. Ela fez dois passos em frente na parte
do quintal, antes de parar.
Eu estava em pé, sem pensar direito, observando-a para me
certificar de que estava bem, quando finalmente desistiu e parou o
cortador de grama no meio do quintal. Ela se inclinou, tossindo e com a
respiração ofegante, foi então que andei até ela, assustado.
"Ei, você está bem?" Eu perguntei de longe o suficiente, para não a
assustar.
Ela olhou para cima, dando me apenas uma luz sobre seus olhos
verdes e acenou com a cabeça. "Sim, eu só tenho asma. E tenho certeza
que tenho um resfriado. Normalmente, uso uma máscara, mas esqueci."
Lembrei-me da máscara. Ela parecia ridícula com ela, e sempre me
perguntei por que usava. A asma era uma boa explicação, no entanto.
"Você precisa de alguma coisa?" Eu perguntei preocupado quando
ela caiu de joelhos.
"In-inalador," ela chiou. "B-bolsa na mesa."
Deixei-a ali, de joelhos e fui direto para sua casa. O pequeno filho
da puta jogando Call of Duty, nem sequer olhou para cima, quando andei
através da sala de estar para a mesa da cozinha. Agarrando a bolsa com
bolinhas rosa, despejei o seu conteúdo sobre a mesa.
Pescando através da enorme quantidade de merda, eu finalmente
encontrei dois inaladores, um marrom e um vermelho.
Socando-os em minha mão, saí da casa, diretamente entre a TV e o
homem que jogava seu jogo de guerra. Ele rosnou, mas não disse nada
enquanto eu corria de volta para fora, encontrando a mulher em suas
mãos e joelhos, tentando duro tomar uma respiração profunda.
"Vermelho ou marrom?" Eu perguntei quando caí de joelhos ao seu
lado.
Sua resposta foi pegar o marrom, destampá-lo e dar duas tragadas.
Longos momentos mais tarde, sua respiração começou a diminuir,
e puxou um longo e profundo fôlego em seus pulmões. Ela repetiu isso
mais duas vezes, enquanto olhava para a grama. Em sua terceira
inspiração profunda, sua cabeça finalmente levantou, e seus olhos se
fixaram nos meus. Então ela congelou.
Sim, essa normalmente era a reação que eu ganhava das pessoas.
Pelo menos recentemente.
Eu estava disfarçado para o Departamento de Polícia de Benton
tentando derrubar Varian Strong. Strong era um "suspeito" estuprador e
comerciante na área. Eu disse 'suspeito' de forma muito vaga. Todos nós
sabíamos que ele fez isso, nós apenas não podíamos provar. O BPD tinha
seis mulheres apresentando suspeitas, mas nem um único fragmento de
evidência poderia apontar para ele. Ele foi interrogado, mandados foram
servidos, e grampos foram colocados em seu telefone. Que foram
monitorados quase 24/7 durante três meses, antes que tomassem a
decisão de colocar alguém disfarçado em seu negócio de construção.
Qual a melhor maneira de fazer isso do que fazer alguém parecer
um drogado querendo sua próxima dose de Meth?
Alguém desesperado. Alguém que olhasse para o outro lado quando
seu chefe fazia algo obscuro.
Sim, isso é o que eu parecia. Cabelo desgrenhado longo até os
ombros. Contusões e picadas de agulhas esterilizadas nas curvas de
meus cotovelos e na teia dos meus dedos. Roupas de merda que pendiam
do meu corpo. Eu era grande, porém, nenhuma dúvida sobre isso. Eu não
conseguia esconder o músculo com qualquer outra coisa, só com roupas
largas.
Eu parecia um vagabundo.
Em seguida, seus olhos se fixaram sobre a cicatriz no meu pescoço.
A que tinha ganho aos dezesseis anos, quando um membro da gangue da
minha cidade natal, cortou minha garganta para a iniciação na gangue. A
quadrilha que estava tentando sair.
A quadrilha que não deixava as pessoas simplesmente saírem.
Eu tinha sobrevivido ao ter minha garganta cortada, por causa de
um policial. O policial local tinha cruzado o território da gangue tentando
manter a atividade de gangues ao mínimo. Ele me salvou com seu
raciocínio rápido, e manteve um olho em mim durante meus anos de
colégio.
Ah, e se casou com minha mãe solteira e agora era meu padrasto.
Tentando deixá-lo orgulhoso, entrei para a Guarda Costeira, e fui para a
escola para obter meu diploma de paramédico. Depois de seis anos na
guarda costeira, saí quando minha mãe ficou doente, e fiquei triplo
certificado como um bombeiro, paramédico e policial.
Mudei-me para Benton por causa de sua atividade de gangues
quase inexistente. Eu não quero lidar com gangues. Mas queria fazer da
cidade e a área circundante, melhor.
Indo disfarçado não era meu objetivo original; mas, horas extras,
era certamente um bônus. Eu me tornei bom em ser uma pessoa diferente.
Ou talvez, era apenas essa pessoa, tentando não ser eu. Quer dizer, estive
em uma gangue por cinco anos. Eu vivi nas ruas, enquanto minha mãe
trabalhava a bunda fora em um restaurante, trabalhando no turno da
noite. Eu estava definitivamente não supervisionado, que é o que levou a
minha destruição na idade madura de onze anos.
"O-obrigada", disse depois de um tempo, finalmente encontrando
sua voz.
"Não há problema", disse e fui embora, deixando-a ali na grama.
Seus olhos estavam cheios de terror, e sabia que não seria capaz de
andar comigo tão perto.
Ela estava em uma posição vulnerável: doente e com medo. Dei-lhe
a única garantia que podia.
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