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Viddy não conseguia tirar o homem da cabeça. Apenas pensar em Trance, trazia um
sorriso ao seu rosto.
E quando ele entrava na mesma sala? Não posso explicar em palavras. Que Deus a
ajude, ela estava em um relacionamento com outro homem. Ela não deveria estar
pensando no motociclista sexy, com uma voz que lhe faz ter arrepios em sua espinha.
Em seguida, o inesperado acontece, e o policial sexy que ela não consegue parar
de pensar está lá, dando o que ela nunca soube que necessitava. Em um instante, ela
encontra-se caindo pelo homem, fechado, estúpido e resistente. Os dois têm muito o
que fazer para tornar esta relação um sucesso. O que eles não sabem, no entanto, é
que haviam pessoas por trás das cenas, trabalhando para mantê-los separados. Às
vezes, o ditado é verdadeiro. Nem sempre você pode ter o que você quer.
Agradecimentos
FuriousFotog por tirar a bela foto da capa e Gary Taylor pela
modelagem. Eu vi esta imagem e sabia que era perfeita para este livro!
Asli, meu editor, o que você faz vai além das palavras.
Minha mãe por ler... E então reler esse livro.
Mãe, você é um estouro.
Meu futuro marido, por apenas ser você.
E, finalmente, aos meus filhos. Isso tudo é para vocês
"Trance?" Eu gritei no telefone.
"Viddy? O que está errado? Você está bem?" Trance gritou no meu
ouvido. Eu segurava Hemi mais perto do meu peito, onde engasgou-se
com dores.
“Vo..você po...pode v..vir aqui? P...por favor?” Eu gritei.
Eu ouvi o som da batida da porta do carro se fechando e, em
seguida, o barulho do motor saindo em disparada pelos fundos.
Normalmente me aborreceria por ele ir muito rápido, mas tinha cerca de
dez segundos antes de perder-me, eu precisava dele aqui há quinze
minutos atrás.
"O que está acontecendo, Vid? O que aconteceu?" Trance perguntou
com urgência.
Parecia que estava em um túnel ou algo assim, o que significava
que me colocou no viva-voz. E também significava que estava no trabalho,
porque não poderia ser pego com um telefone celular ao ouvido, enquanto
estava dirigindo seu carro de polícia.
"Chamei o veterinário do Hemi. Eles m- me disseram que ele
t..tinha câncer e precisava ser posto para dormir. Eu sabia que era algo
ruim, mas não podia levá-lo, até hoje. Eu não tinha uma carona, Paul se
recusou a levá-lo para mim." Eu choro.
Oh Deus. O que eu ia fazer sem ele aqui? Ele era meu melhor amigo!
Hemi tinha começado a agir estranho há alguns dias. Pedi, várias vezes
para que o meu namorado, Paul, o levasse ao veterinário e pudesse fazer
um check-up, mas todas foram frustradas. Minha irmã estava de férias e
não havia nenhuma possibilidade, que eu fosse chamá-la para voltar para
casa por isso. Ela e seu marido mereciam um pouco de tempo sozinhos,
antes do bebê nasce-se em alguns meses.
Esta manhã, quando finalmente comecei a ficar frustrada, chamei
um táxi, mas nunca sonhei que aconteceria isso. Em primeiro lugar, o
taxista quase se recusou a nos transportar devido as políticas da empresa
sobre animais de estimação, mas cedeu de mau humor quando a
barragem sobre minhas emoções rompeu.
Então, assim que tinha entrado pela porta do Dr. Tucker, eles o
puxaram para longe de mim tão rápido, que minha cabeça girou. Eu
praticamente podia sentir a condenação escorrendo sobre o estado em
que ele estava. No entanto, eu havia chamado várias vezes, em uma vã
tentativa de que fossem pegá-lo, mas disseram que não ofereciam esse
serviço.
Foi quando comecei a ligar para outros veterinários, mas como ele
era um novo paciente, estes também se recusaram.
"Oh baby. Eu sinto muito. Eu estarei aí em apenas alguns minutos.
Estou de serviço num bairro residencial agora, mas não deve ser mais do
que dez minutos, no máximo." Disse a voz profunda aveludada de Trance
através do telefone. Doce. Essa é a palavra que me vem à mente, toda vez
que ouço sua voz. Tão profunda. Suave. Rica e fluída. Eu queria colocar
meus lábios contra sua garganta, para sentir a vibração que derramava
com cada palavra que saía da sua boca.
Trance era um homem muito bom. Quando tenho o privilégio de
estar em sua companhia, me sinto viva. Não é sempre que consigo vê-lo,
no entanto. Ele é um homem muito ocupado. Ele é um membro do
departamento de polícia, bem como um membro do clube de motoqueiros
local, The Dixie Wardens.
"Obrigada, Trance." Sussurrei e depois desliguei.
Hemi é um Setter Inglês de nove anos com o pêlo mais sedoso que
já senti. Ele é suave, de porte médio com os pêlos cacheados em torno de
suas orelhas. Tinham-me dito que seria branco nevado com manchas
marrons, mas não foi isso que o fez lindo para mim.
O que o fez tão perfeito era a maneira como sempre me ajudava em
casa, movendo pequenas coisas que poderiam me fazer tropeçar. Em
nossos passeios, ao redor do complexo de apartamentos para o qual tinha
acabado de me mudar, ele me orientava na direção certa e sempre me
levava de volta à nossa porta. Ele nunca latiu a menos que alguém
estivesse na porta e sempre ficava do meu lado.
Até que ele começou a agir estranho. Ele ainda ficava ao meu lado,
mas não se movimentava tão facilmente. Eu fui encher sua tigela de
comida e a encontrei cheia da noite e dia anterior. Então seus hábitos de
higiene começaram a mudar. Ele estava saindo cada vez mais, e ficando
fora por mais tempo.
Então, ontem, ele parou de beber água. Agora, Hemi repousava sua
cabeça no meu colo enquanto acariciava seus pêlos e tentava fazer o meu
melhor para não assustá-lo com meu choro.
"Oh, Hemi. Eu não quero que você me deixe." Eu chorei, lágrimas
escorrendo pelo meu rosto e, provavelmente, em seu também.
Quinze minutos cravados depois do meu telefonema para Trance,
ouvi a porta da frente ser aberta e ele entrar.
O clique-clique de unhas no piso de madeira me permite saber que
Radar também estava com ele. Eu podia sentir sua presença como um
choque e sabia instantaneamente quando seu corpo estava perto.
Ele se agachou ao lado do sofá onde eu estava sentada com as
pernas dobradas debaixo de mim.
A cauda de Hemi balança furiosamente no sofá ao meu lado,
fazendo vibrar todo o sofá com a intensidade do mesmo.
Eu senti que os óculos que cobriam meus olhos estavam sendo
retirados e levantados para descansar em cima da minha cabeça, seguido
do polegar de Trance enxugando minhas lágrimas. "Estou aqui, baby." Ele
disse tranquilizador. Toda e qualquer esperança que tinha de não chorar
fugiu, me curvei para baixo até que minha cabeça ficou enterrada nos
pêlos do Hemi.
"O que eu vou fazer sem ele?" Eu chorei.
Eu podia sentir enquanto Trance acariciava a cabeça de Hemi e
quando levantou, nos posicionando até que estávamos situados ambos ao
seu lado. Enrolei-me, me movendo tão perto quanto seria possível. Minha
cabeça repousou em seu peito, com um braço o envolvendo e o outro
agarrando a cabeça de Hemi.
Então, senti a cabeça do Radar deitar na minha perna e chorei
ainda mais forte. Não tenho certeza de quanto tempo nós ficamos assim.
Eu sei que já tinha se passado um bom tempo, porque meu choro
permaneceu com pequenos soluços.
"O que você quer que eu faça?" Perguntou suavemente, passando
seus dedos pelo meu cabelo.
Eu senti o barulho da vibração da pergunta através de seu peito e
uma profunda vibração de contentamento corria através de mim. Uma
que eu nunca senti quando estava nos braços de Paul. Nunca.
E foi por isso que nunca dormi com ele, apesar de sua irritação
sobre isso.
"Você vai levá-lo ao parque comigo? Eu quero que ele brinque..." Eu
comecei a perguntar, mas a batida em minha porta me assustou. Em
seguida, a gritaria começou. "Ei, Elise! É hora de ir. Lembra? É terça-feira,
temos que nos encontrar com os meus pais para jantar!”
Por que insistia em me chamar pelo meu nome do meio? O que
havia de errado com Viddy?
Eu não me movi, nem Trance. Radar, no entanto, foi até a porta e
começou a rosnar baixo em sua garganta.
“Ei, esse cara está aqui com você novamente? E esse é seu cão
estúpido, porra? O que lhe disse sobre ele?” Paul rosnou.
Eu pirei novamente. Depois de tudo o que tinha feito por mim
ultimamente, simplesmente não conseguia mais lidar com sua merda.
Paul não era um bom homem. Ele me ameaçou, em mais de uma ocasião,
dizendo o que faria se me pegasse novamente com Trance. Não que eu e
Trance tínhamos cruzado essa linha, mas Paul não se importava e não
estava disposto a ouvir. Tudo que eu fazia deixava Paul puto da vida e,
realmente, eu não estava mais nem aí.
Paul poderia ir se foder.
Eu fui pisando forte em direção a porta. Contei sete passos e
estendi minha mão fazendo contato com a porta.
"Mova-se, Radar, tenho que me livrar do lixo." Eu disse para o
cachorro grande que ainda estava rosnando baixo para minha porta.
"Que porra vocês dois fazem aí? Seu rosto está vermelho e você não
está usando seus óculos. Você sabe quanto odeio isso." Paul me
repreende.
Paul era um idiota. Eu comecei a sair com ele por pouco mais de
um ano e não tem sido nada mais, além de decepcionante.
Minha irmã o odiava. O marido de minha irmã o odiava. E Trance o
odiava. Sim, definitivamente acabou.
"Meu rosto está vermelho, porque tenho chorado, seu idiota. Hemi
não está bem e terei que colocá-lo para dormir esta tarde. Quanto a você,
gostaria que não voltasse mais. Estamos terminados." Eu disse tão
duramente quanto podia.
O silêncio me cumprimentou depois da declaração. O silêncio de
Paul não era do meu interesse, porque antes que pudesse piscar, Paul me
pegou pelo pulso. "Do que você está falando? Você sabe que não estamos
terminados, você disse a mesma coisa três vezes nos últimos quatro
meses, mas sempre volta."
"Saia." Disse a bela voz de Trance atrás de mim.
Eu não tinha certeza se estava falando com Paul ou com o Radar,
até que, de repente, Radar rosnou abruptamente alto ao meu lado.
Então senti o calor de Trance nas minhas costas e me inclinei
involuntariamente pra trás. Sua mão envolveu a minha cintura e me
puxou para trás, até que fiquei alinhada contra ele, com seus braços me
prendendo firmemente.
"Você ouviu. Por favor, saia." O tom autoritário de Trance não deixa
dúvida para discussão.
"Você não pode me dizer o que fazer. Este é o apartamento da
minha namorada. Que tal você sair? Hmm?" Respondeu Paul
arrogantemente.
"Eu quero que você saia. Agora. Ah, e esqueça o meu número." Eu
disse com firmeza, antes de arrancar o meu pulso do aperto de Paul e
fechar a porta na cara dele. Tomo um susto com o rosnado de Radar,
seguido de um grito de indignação de Paul. "O que foi isso?" Perguntei,
surpresa.
Trance bufou. "Ele tentou colocar a mão na porta antes de fechar,
mas Radar o convenceu a não continuar com essa linha de pensamento".
"Bom", sussurrei.
Nenhum de nós se moveu.
Minha cabeça ainda estava apoiada contra seu peito, e seu braço
continuava enrolado em torno de mim.
Ficamos assim por um longo momento até que um desesperado
choramingo de Hemi no sofá quebrou o momento.
"Eu acredito que ele precisa ir lá fora. Você se importaria de fazer
isso? Quero juntar algumas de suas coisas. De preferência antes de nós o
levarmos." Digo, olhando em sua direção. Trance estava de pé. Sua mão
quente segura meu rosto movendo para cima e para a esquerda antes de
responder. "OK, baby. Apenas deixe Radar a levar pra fora, quando estiver
pronta. Eu estarei lá, perto da grama".
"Obrigada", digo suavemente.
Ele se afastou depois disso. Ouço o clique da maçaneta da porta
destravar, seguido do clique das unhas do Hemi conforme saia pela porta,
que fecha suavemente atrás de ambos.
Então chamo: “Radar?”
Quando o nariz molhado e frio de Radar toca a minha mão, sorrio e
acaricio sua cabeça. "Você pode encontrar as bolas?"
Eu tinha ouvido Trance pedir a Radar na última vez que ele ajudou
a minha irmã a se mudar há seis meses.
Eu tinha as bolas acondicionadas em uma caixa e queria mostrar a
eles o truque de Hemi em colocar três bolas na boca. Desde que não tinha
idéia de onde exatamente os brinquedos estavam, eu estava a ponto de
desistir quando Trance disse que Radar poderia encontrá-las. E foi o que
ele fez.
Fui caminhando com dificuldade para frente da cama de Hemi e a
levantei.
Um latido alto veio do meu lado enquanto abria a porta da frente.
"Escuta, você precisa sair. As coisas não serão agradáveis se me
fizer retirá-lo. Eu tenho coisas que preciso fazer e se você me fizer o
prender, não vou ser uma pessoa feliz." Eu falo para o ex-namorado de
Viddy.
Graças a Deus.
Eu não sei quanto tempo mais poderia seguir o meu código moral,
quando se tratava de tomar a mulher de algum outro cara.
"Nós sempre voltamos a ficar juntos, apesar de tudo. Nós estaremos
juntos novamente amanhã à tarde, no mais tardar." Ele zombou, antes de
entrar no carro grande, que é uma clara compensação para seu pau
pequeno.
Tomei a estrada rapidamente e não respondi, embora fosse contra a
minha natureza não atirar as palavras que estavam na ponta da minha
língua. Sendo a principal delas, sobre o meu cadáver.
A porta atrás de mim se abriu enquanto eu observava Paul indo
para fora, me fazendo virar e ver como Viddy arrastava o que parecia ser
cada coisa que Hemi possuía. Caminhei até a porta, parei e examinei as
milhares de bolas que não foram junto com a cama de Hemi.
"Isso é um monte de bolas." Eu observei, peguei a coisa toda e fui
caminhando de volta para o meu carro da patrulha de polícia. Abrindo a
porta de trás, deixei cair todo o conteúdo dentro e a fechei batendo, em
seguida voltei para a porta do lado do passageiro.
Eu resisti à vontade de oferecer ajuda a Viddy, mesmo que sempre
irritava a merda em mim por não fazê-lo. Era como esfregar a pele na
direção errada ou andar com areia nos sapatos. Não era certo, mas Viddy
odiava o fato de que era cega. Ela odiava ainda mais, quando alguém se
preocupava sobre isso.
"Trance?" Viddy chama a três pés de distância de mim.
Seu rosto parece perder toda a determinação e ela estende a mão
para mim, fazendo minha respiração sair com facilidade fora dos meus
pulmões.
Tomando-lhe a mão, a levo ao redor da porta do carro, ajudando-a
a se acomodar em seu assento.
"Onde está Hemi?" Ela pergunta tristemente.
Em resposta, recolho Hemi de onde estava deitado na grama e o
coloco no colo de Viddy antes de fechar a porta suavemente. Radar, que
estava sentado sobre as patas traseiras, ao lado da porta de Viddy, veio
instantaneamente quando assobiei e pulou para a porta de trás do carro,
antes que eu batesse fechando-a atrás dele.
"O que está em sua agenda?" Perguntei uma vez que estávamos
indo em direção a cidade.
“Eu quero levá-lo para o parque aquático, então quero comprar um
jantar de bife do Salt Grass Churrascaria. Por fim, podemos levá-lo a
clínica do veterinário.” Explicou calmamente.
Eu tirei os meus olhos da estrada por uma fração de segundos paa
observá-la e uma pontada de tristeza passou através de mim quando vi o
olhar assombrado no seu rosto.
Ela estava pálida e úmida. Seus olhos estavam vermelhos, sendo
que ainda não havia colocado os óculos que normalmente cobriam seus
olhos cegos.
Eu conheci Viddy através de sua irmã, Adeline.
Adeline era casada com um membro do The Dixie Wardens MC,
Kettle. Um dos meus irmãos. Adeline e Viddy eram gêmeas. Ambas
tinham o cabelo escuro, quase preto. Suas peles eram pálidas e cremosas.
No entanto, é aí que as semelhanças acabavam. Adeline é bem
arredondada, em todos os lugares certos. Bem, ainda mais agora que está
grávida de oito meses; mas mesmo antes disso, ela sempre teve mais
curvas do que Viddy.
Viddy era o que eu gostava de chamar de delicada. Ela é pequena,
delgada e elegante. Embora tenha um pouco de carne, ela realmente
poderia estar ganhando mais. Seu cabelo estava sempre trançado e fora
do seu rosto, com exceção de hoje.
Hoje, os fios negros estavam soltos e fluindo ao redor de seus
ombros e costas.
Normalmente, eu nunca iria vê-la em nada menos do que o que
gostava de chamar de roupa de combate. Calças de brim frouxas, uma
camisa monótona e uma jaqueta.
Hoje, ela estava vestida em um par de calças de yoga preto com
dizeres rosa em todo o traseiro e tênis. Esta foi a maior parte que já vi da
sua pele, o que me fez tomar consciência de outra diferença entre ela e
sua irmã.
"Você não tem nenhuma tatuagem como sua irmã?" Perguntei
surpreso. Ela ficou de cabeça baixa e me olhou. Seus olhos se moviam
sobre as minhas feições, como se pudesse ver.
Então a boca bonita inclinou-se em um sorriso. “Você pode
imaginar o que minha irmã iria colocar em meu corpo se a levasse comigo?
Eu realmente nunca iria saber se colocou algo ofensivo em mim ou não.
Posso vê-la fazendo isso também. Ela me falou uma vez, mas nós
estávamos igualmente bêbadas. Eu nem tenho certeza se ela fala o que
faz. Felizmente a minha está em minhas costelas.”
Voltei meus olhos para a estrada, tentando o meu melhor para não
revirar os olhos. “Você e sua irmã têm a mais estranha relação”. Meus
irmãos iriam chutar a minha bunda se eu tentasse fazer algo parecido
com isso. Embora, eles chutem a minha bunda por menos, por isso não é
nada novo.
"Quantos irmãos você tem?" Ela pergunta voltando sua atenção
novamente para o cachorro no colo.
Retornei na Main Street e fui em direção ao parque que tinha
indicado; satisfeito que ainda era muito cedo para o estacionamento de
parque estar aberto. Felizmente, eu conhecia uns dos funcionários, um
dos quais tinha ligado no caminho, que me deu o código para entrar pelo
portão.
"Eu tenho dois irmãos. Miller e Foster. Eles são SEALS." Eu disse
enquanto manobrava o carro em uma vaga de estacionamento em frente
ao portão.
"Como os estúpidos maus que mandam você se afogar antes de se
tornem SEALS?" Ela perguntou com curiosidade, enquanto eu desligava o
carro.
Eu revirei os olhos enquanto saía do carro e abri a porta de trás
para Radar e em seguida abri a porta pra Viddy. Ela ainda estava sentada
lá pacientemente com Hemi no colo. Retirei o cão com facilidade do seu
colo e me movo fora do seu caminho e vejo como desdobra a sua bengala.
"Não há nenhum degrau. Apenas chão liso uma vez que estamos
próximos da calçada, que é cerca de seis polegadas na frente do seu pé
esquerdo”. Eu a instruo.
Ela segue minhas instruções e nós caminhamos até o teclado,
parando apenas uma vez para introduzir o código.
Eu coloco Hemi para baixo em seus pés, ando até o botão que eu
tinha visto o filho de Sebastian acertar várias vezes durante a sua última
festa de aniversário, neste mesmo lugar. Sebastian é o vice-presidente da
Dixie Wardens. Ele tinha alugado o lugar inteiro para a festa de
aniversário de seu filho. Principalmente porque os The Dixie Wardens
tendem a ficar fora de rumo. Portanto, para poupar tempo e evitar dor de
cabeça, Sebastian alugava o lugar de forma que nenhuma criança, nem
os pais, pudessem assistir enquanto estávamos lá.
"Ele está brincando?" Viddy me perguntou.
Eu observei enquanto Radar ia para o lado de Hemi, cutucando e
insistindo até que, finalmente, Hemi começou a caminhar lentamente
para o chafariz.
Quando a água bateu nele, um vigor renovado começou a fluir
através de Hemi, e começa a se mover um pouco mais jovialmente, até
que finalmente está caminhando em harmonia com Radar, conforme
brincam e se divertem.
"Sim, Radar está brincando com ele. Ele parece feliz, querida.” Eu
digo, observando seu rosto.
As próximas quatro horas foram sobre esperar. Radar e Hemi
brincam na água por um bom tempo antes de Hemi finalmente perder a
batalha para a exaustão. Uma vez que eles estavam totalmente secos, nós
os levamos para ir pegar um bife para o jantar. Infelizmente, ele só come
cerca de um quarto do bife antes de perder a vontade e empurrar o resto
em direção a Radar, que se recusa a comê-lo.
Então o momento final veio quando caminhava até a minha casa
que ficava próxima da floresta.
No início, eu estava disposto a levar Hemi novamente ao seu
veterinário para ser sacrificado. Então, ouvi a forma que trataram a Viddy
e sabia que nunca iria levá-los naquele lugar.
Em vez disso, liguei para meu bom amigo, que cuidou de Radar e
meus outros animais, Kosher, Tequila e Mocha. Todos eram pastores
alemães. Radar era o mais velho, tinha nove anos, seguido por Kosher
que tinha dois anos, e, finalmente a Tequila e Mocha que ainda eram
pequenos com nove semanas de idade.
Eu confio no meu bom amigo, Dr. Zack Toledo. Zack tinha cuidado
de Radar quando esteve doente e precisou de um check-up, e cuidou
muito bem dele.
"Onde estamos?" Viddy perguntou quando ouviu o barulho do
cascalho sob os pneus da minha viatura.
"Como você sabe que não estamos em qualquer lugar que é suposto
estar?" Eu pergunto enquanto estaciono o carro.
Eu deixo Radar sair, e depois faço meu caminho ao redor do carro
para Viddy, que estava com os pés no assento para permitir que Hemi
dormisse no piso.
"Os sons são diferentes. Em nenhum lugar que conheço tem esse
tipo de cascalho. Então, onde estamos?” Ela pergunta enquanto gira no
assento e coloca os pés no chão.
Sem pensar no fato que ela odiava ser conduzida a sua volta,
agarrei-a pelo cotovelo e peguei sua mão para guiá-la para a varanda da
frente e, em seguida, a uma parada.
"Estamos em minha casa. Eu tenho um amigo que é veterinário. Ele
está vindo agora para ajudar." Expliquei enquanto caminhava em direção
à porta da frente, abrindo-a e movendo-a para o lado, no momento em
que Kosher veio para fora.
Kosher era um pacote cheio de energia, por isso que eu tinha
retirado Viddy fora do seu caminho.
Ele não entenderia que ela não era capaz de brincar como todas as
outras pessoas que chegavam.
Quando meus meninos não estavam trabalhando, eles eram livres
para brincar e se divertir como qualquer outro cão. Que inclui pular e
lamber o rosto.
Viddy, no entanto, não estaria preparada para o enorme cão e foi
melhor para todos que a retirei do caminho, apenas no caso.
No entanto, Kosher não veio correndo. Ele saiu devagar. Muito mais
devagar do que normalmente fazia, e foi direto para Radar, que estava ao
lado da porta do carro aberta, do lado de Viddy. Ambos os meus meninos
observaram enquanto eu ia para o carro, levantava o Hemi para fora, o
levando para dentro para deitá-lo no sofá. Hemi estava ali sem se mexer,
exausto de tudo o que tinha feito nas últimas quatro horas.
Sentindo a tristeza chegar, comecei a caminhar de volta lá para fora,
mas parei uma vez que vi Kosher e Radar a conduzindo para dentro. Ela
tinha uma mão agarrada ao pelo de cada cão, caminhando lentamente
para frente. Ela estava lendo Radar e os sinais de Kosher como se
tivessem feito isso um milhão de vezes antes.
"Seu amigo está aqui. Eu o ouvi chegar." Ela engasgou.
Eu andei até ela, puxando-a para o meu corpo e a abraçando com
força. Ela estava tremendo e muito perto das lágrimas.
"Você quer estar lá com ele?" Perguntei no seu ouvido, respirando o
cheiro dela com cada inspiração.
A sentia perfeita em meus braços. A única coisa que desejava era
que fosse em circunstâncias diferentes. Eu desejava que ela tivesse me
chamado por outra razão, qualquer uma, menos essa.
"Sim", respirou fundo, olhando para mim.
Não gostando que não estivesse me olhando nos olhos, peguei seu
rosto na minha mão e movo até que seus olhos fiquem conectados aos
meus. Olhos tão próximos aos meus. Um azul e um verde. Ambos pálidos.
Hipnotizantes.
Assim que eu tinha começado meu caminho. Trance.
Loki tinha me dado esse nome um dia, quando uma mulher o havia
recusado depois de me ver.
"É como se estivessem em um transe. Uma vez que elas começam a
olhar para esses olhos fudidos, elas não querem ver mais qualquer outra
coisa!” Ele tinha se lamentado.
Loki era outro membro da The Dixie Wardens e meu melhor amigo.
Tínhamos sido apresentados na polícia e, pouco depois, fomos prospectos
juntos no Wardens. Fomos liderados por Sebastian, apenas um ano
depois dele se tornar um dos membros.
"Trance, está tudo bem se eu entrar?" Zack pergunta na frente da
minha porta.
Olhei para cima para vê-lo olhando Viddy e eu.
Ele era um homem pequeno. Em seus quase cinquenta anos, Zack
estava exercendo essa função há quase trinta anos. Ele se mudou para cá
vindo de Dakota do Norte e eu o encontrei por acaso, quando precisei de
uma emergência veterinária para o Radar, quando engoliu um osso de
galinha.
Ele também mencionou algo sobre não se intrometer no meu
território. Radar e Kosher, embora um pouco ocupado com Hemi, não
estavam totalmente alheios para o que estava acontecendo, e Zack sabia
disso.
"Zack, entre, por favor. Viddy, este é Zack o veterinário dos animais.
Zack, esta é Viddy. O cão de Viddy, Hemi, é o motivo por te-lo chamado
mais cedo". Eu disse, levando-o até o sofá.
A mão de Viddy ainda estava na minha, segurando incrivelmente
apertada enquanto Zack balbuciou e grasnou pra Hemi.
"Oh, Hemi. Você é forte, não é? Você está pronto para ir para casa,
bom e velho menino?” Zack perguntou enquanto começava a posicionar
suas coisas.
Zack havia perguntado ao veterinário de Hemi, para ter certeza que
ele concordava com o diagnóstico de Hemi. Hemi só teria outro par de
dias, no máximo, para viver depois de hoje, ele não tem um bom
prognóstico e provavelmente seria com dor, se as precauções não fossem
tomadas.
"Agora, você sabe o que a eutanásia é minha querida?" Zack
perguntou. Viddy estava balançando a cabeça, antes mesmo de terminar
com a pergunta.
“Não senhor. Eu não tenho a menor idéia. Não vai doer, não é?”
Zack acariciou a mão de Viddy e a levou para se sentar no sofá ao
lado da cabeça do Hemi. “Não querida, não vai doer. Agora você apenas
senta aqui e fala com ele, ok? Ele não vai sentir uma única coisa,
prometo.”
Zack ia falando tudo, explicando exatamente o que ele estava
fazendo, e por isso, Hemi ficou o tempo todo quieto, tendo toda essa cena
em torno dele, não apresentou nenhuma luta.
"Agora que eu tenho a IV, vou colocar a solução dentro. Vai ser
exatamente como se ele fosse dormir. Num minuto ele vai respirar e no
próximo não. Você quer dizer alguma coisa antes de fazê-lo, menina?”
Zach perguntou-lhe suavemente.
"Prometo nunca usar seus pratos em outro cachorro. Vou sempre
manter o seu nome sagrado e sempre me lembrarei de você. Quando eu
for para o trabalho e encontrar algum pêlo na minha camisa, vou me
lembrar que você rolava na minha roupa limpa e sorrir. Eu te amo tanto e
vou sentir sua falta como uma louca, Hemi." Ela disse calmamente para
Hemi.
Enquanto ela falava, eu observava Zack apertar o êmbolo da
seringa grande em sua mão e fazer a contagem regressiva.
Aos dezessete segundos, os olhos de Hemi se fecharam.
Aos onze segundos, ele inalou profundamente.
Aos sete, Hemi deu seu último suspiro.
Eu assistia sentado na mesa da cozinha, enquanto Radar brincava
com Kosher. Radar tinha Kosher preso ao chão com sua boca aberta na
sua garganta e este foi rapidamente para cima dele prendendo Radar ao
chão. Radar ainda não sabia, mas estava prestes a se aposentar. Assim
que eu garantisse que Kosher estivesse pronto.
Kosher era um pastor alemão de dois anos de idade. Eu tenho
trabalhado com ele atualmente por dois anos. Eu o recolhi quando era
bem pequeno, apenas com seis semanas de idade, assim como também fiz
com o Radar.
Radar veio ainda mais cedo, com apenas cinco semanas, mas os
resultados foram os mesmos.
Eduquei os dois desde muito pequenos, ainda filhotes. Eu os
colocava em um treinamento de exercícios rigorosos e trabalhava com eles
dia e noite. Tanto é assim que os considerava os cães perfeitos. Eles me
protegeriam com a sua vida. Eu sabia que chegaria o dia, provavelmente
em breve, que seria necessário aposentar o Radar. Portanto, é por isso
que comecei a trabalhar mais com Kosher.
Os cães policiais se cansam assim como os humanos. Além disso,
levava muito tempo antes que um policial precisasse se aposentar.
Infelizmente, para Radar, o descanso estava muito próximo. Aos nove
anos de idade, era o tempo, estava quase na época.
Eu já sabia que Kosher odiava ser deixado para trás no período da
manhã, como nós o deixamos, mas logo seria Radar e eu não sabia como
ele reagiria ao ver seu lugar no meu veículo usurpado por seu amigo.
Mocha e Tequila, também não são de deixar as coisas sem lutar,
correm completamente até que ambos se choquem rosnando um para o
outro, levados a caírem pela pura energia. Os intensos latidos dos filhotes
estão começando a ficar muito forte, assim começo a ensinar uma palavra
de comando muito suavemente. Começou quase como um sussurro mas,
em seguida, se transformou em uma palavra tranquila.
"Alto." Eu digo suavemente.
Nenhuma reação impertinente.
"Alto." Eu digo novamente.
Surpreendentemente, um dos cachorros reage em primeiro lugar.
"Alto." Eu digo com um tom ligeiramente mais elevado.
Esse era outro motivo pelo qual pensei que já era hora de Radar se
aposentar. Eu não estava dizendo que ele não era bom no que fazia. Eu
estava dizendo que ele estava perdendo sua audição o que é fundamental
para a minha vida e a dele.
Mocha, é claro, desiste e aguarda meu elogio, ela se mantém por
uns bons 10 segundos a mais do que geralmente costuma ficar. Ela se
deleita com a aprovação que ofereço antes de desistir e observo o brilho
nos olhos do Radar.
Essa era a sua hora. Ou, pelo menos, ele pensou que era.
Normalmente, ele era o único a jogar a toalha.
"Você precisa descansar, seu tempo acabou, velho amigo!" Eu falo
para ele.
Tenho a sensação de que ficará com raiva de mim por um tempo.
Saindo de lado, vou até a lavanderia pegar meu uniforme que
coloquei para lavar depois da limpeza de ontem à noite e, em seguida, vou
para o quarto me vestir.
Depois de por a minha cueca, coloco nos meus pés um par de
meias de lã bem grossa. Então, puxo a calça do uniforme fechando, mas
sem abotoar. Logo em seguida de uma camiseta branca lisa, meu colete à
prova de balas, e então a camisa do uniforme. Uma vez que tudo está no
se devido lugar, coloco para dentro e fecho o zíper me endireitando. Eu
prendo o meu crachá, calço minhas botas, depois coloco o cinto em
minha cintura.
Depois de tudo pronto, vou ao banheiro fazer a barba e escovar os
dentes, pego minha arma do balcão no banheiro e a guardo antes de sair
do meu quarto.
Eu já podia sentir a baixa vibração do meu equipamento nas
minhas costas, o que nem sempre era boa coisa. Hoje não ia ser um dia
divertido. Eu odeio circular com o cão nas escolas.
Eu odiava encontrar maconha e cocaína no armário de jovens de 14
anos.
Apesar de que hoje talvez seja interessante, já que farei a ronda na
escola em que Viddy e Adeline trabalham.
Recentemente, as duas escolas haviam se juntado. Benton High e
West Benton High finalmente arrancaram a cabeça fora de suas bundas e
juntaram as duas escolas. Era ridículo que eles tivessem duas em
primeiro lugar. Benton tinha uma população de 15.000. Era ridículo ter
duas escolas de graduação com sessenta e dois alunos.
Isso significava que agora Viddy e Adeline, sua irmã, trabalhavam
na mesma escola que amavam.
Eu estava feliz porque Viddy estava feliz.
Por quê? Porque eu era um tolo apaixonado. Eu estava tão além de
apaixonado por aquela mulher, que mal conseguia lidar com isso. Eu
vinha me debatendo há meses sobre o que fazer. O que me parou foi o
fato de que ela não fez nenhum tipo de movimento. Se me desse uma dica
de que me queria, eu teria mandado a porra do namorado embora e ido
para ela. Mas ela não era mais que simpática comigo, o que é uma merda.
Eu nunca tive problemas com uma menina que queria ter. Nunca.
Então uma beleza de cabelos negros com 1 metro e 50 de altura,
entra na minha vida e eu não tinha nada além de problemas desde então.
Foda-se, mas ainda vejo a imagem de Viddy quando saio para
transar com outras meninas. Agora isso era embaraçoso. Pelo menos não
tinha chamado seu nome, mesmo que o tenha gritado na minha cabeça.
A última coisa que pego antes de sair da sala é meu telefone celular,
que coloco na última vaga aberta no meu cinto, e saio.
Parei para pôr Mocha e Tequila no canil, assobiando um som alto e
certeiro. Eles se colocaram de pé e vieram rapidamente às suas gaiolas.
Uma vez que eles só tinham seis meses, não haveria nenhuma
maneira de deixar dois filhotes de cachorro sozinhos em minha casa, com
todos os móveis que tinha acabado de comprar. Eu aprendi minha lição
com Radar. Felizmente, eu tinha planejado trocar os móveis de qualquer
maneira.
"Tudo bem, Radar vamos passear." Eu digo pegando as minhas
chaves da mesa da cozinha. Assim quando chegamos à porta, dou a
Kosher um afagar na cabeça antes de armar o alarme e saio pela porta da
frente, Radar de perto em meus calcanhares.
Era um momento amargo. Esta seria a última vez que levaria Radar
por conta própria para uma ronda. Na próxima semana, começará um
novo capítulo em nossas vidas.
Felizmente, significaria coisas boas nessa nova fase.
"O que está acontecendo?" Eu pergunto a Leona.
Leona respondeu rapidamente, me contando depois de toda a
espionagem, sobre a agitação que aconteceu no corredor. Ela é a
ajudante de professor. Ela tem vinte e dois anos e se formará em
licenciatura em ASL, American Sign Language, no final do ano. Quando
voltamos das férias de verão, ela se juntou a minha equipe, ajudando a
ensinar as crianças que precisavam de educação especial no sistema
escolar de Benton. Eu era a principal professora do departamento de
educação especial.
Eu também estava claramente desagradando as nobres senhoras de
Benton. Elas não ficaram felizes quando as duas escolas se fundiram.
Elas estavam seriamente irritadas pelo fato de que eu, apenas uma
mísera professora de West Benton High, consegui o emprego e não a
professora principal de Benton High, Sandra.
Sandra, é claro, me odiava antes mesmo de me conhecer. Ela
também não tinha problemas em deixar que todo mundo soubesse disso.
Desde que era a pessoa com mais experiência e formação, eu era a
óbvia escolha para o trabalho. Infelizmente, Sandra não se importava. Eu
sabia que ela pensava que eu não estava apta para o serviço devido à
minha deficiência, mas nunca deixei a minha cegueira me parar, e com
certeza não iria deixar isso me parar agora. Especialmente quando tantas
pessoas queriam que eu falhasse.
"Eles estão checando os armários com um oficial K-9. Parece que
eles encontraram alguma coisa." Disse Leona.
Eu amava Leona. Ela era essencialmente curiosa e me faz lembrar
da minha irmã, Adeline. Claro que, logo que tinha apresentado as duas,
Leona tinha se encaixado perfeitamente. Agora tínhamos noites semanais
de cinema, todos as quintas-feiras, onde nós gastamos em pizza e cerveja
e assistindo as reprises de True Blood1 e The Game of Thrones2. Adeline
não se juntava com a gente, tanto quanto gostaria, ela estava no final da
gravidez com um bruto de um bebê. Seu marido, Kettle, não gostava
quando ela saía. Ele preferia quando nós íamos para lá, mas perdia o
propósito, uma vez que era suposto ser uma noite de meninas. Kettle
rondava-nos, quando não estava trabalhando.
"De quem é o armário?" Eu perguntei dando os últimos retoques no
meu relatório diário, correndo para terminar e sair.
Uma vez que tinha terminado, usei o programa JAWS, que lê o que
escrevo, para me certificar de que não tinha quaisquer erros ortográficos,
e depois salvei-o para colocar no arquivo do aluno.
"Eu juro que não sei como você digita tão rápido. Eu não deveria
ser capaz de... Ah, não! Eles encontraram algo no armário de Falco. Ah
não."
Eu não tinha percebido que estava fora da minha cadeira e no
corredor até que tivesse andado metade do caminho. Minha bengala
estava abrindo o caminho na minha frente.
Falco Pendragon, é um dos alunos mais velhos e um dos meus
favoritos. Ele não estava em educação especial, mas seu irmãozinho,
Dustin estava. Dustin tinha CVI, semelhante a que eu tive. Eu conheci
Falco, quando Dustin era um calouro no início do ano. Falco era muito
protetor com seu irmão mais novo, e, ocasionalmente, fugia nos intervalos,
se esgueirando pelos banheiros, antes de ir para casa, só para poder
verificar Dustin.
Ele era um bom irmão e um rapaz jovem. Não haveria nenhuma
maneira no mundo de Deus que ele teria drogas no seu armário. Ele as
desprezava e tudo o que elas representavam.
1 True Blood é uma série de televisão norte-americana criada por Alan Ball, baseada na série de livros T
he Southern Vampire Mysteries da escritora Charlaine Harris
2 A série é baseada na série de livros As Crônicas de Gelo e Fogo (A Song of Ice and Fire no original), esc
3
Universidade do Estada da Luisiana
Dr. Morris se levanta, indo em direção a Viddy colocando uma
caneta com luz sobre seus olhos. Me movi para observar melhor, parando
apenas no canto do seu lado esquerdo. Eu estudei como um aluno,
quando o médico direcionava a luz primeiramente em um olho, seguido
do outro.
"Conte-me sobre essas dores de cabeça. Será que elas acontecem
no fim do dia ou quando acorda pela manhã? Ou elas são o tempo todo?"
Perguntou o Dr. Morris.
Então ele usou a mão para circular em volta do rosto e cabeça de
Viddy.
"Eu posso ver que você está movendo a sua mão. Eu posso ver que
o Trance está ao meu lado. Quanto às dores de cabeça, na maior parte
começa no final do dia. O único momento que sinto ao acordar, é quando
deixo meus óculos durante toda a noite." Viddy suspira.
"Como você sabe que sou eu ao seu lado?" Eu pergunto.
Ela bufou. "Você tem muito mais corpo do que Dr. Morris."
Bem, será que fui estúpido?
"Tudo bem, senhorita Sheffield. Aqui está o que eu penso." disse,
sentando-se novamente. "Eu acho que as dores de cabeça, pode ser
cansaço por você estar forçando o seu cérebro quando usa seus olhos.
Você provavelmente está fazendo muito mais esforço do que pensa, o que
por sua vez, está te deixando um pouco tensa, por forçar a ver o que está
acontecendo ao seu redor. No entanto, se as dores de cabeça continuarem
por todo o dia e permanecer até a manhã seguinte, eu gostaria que você
voltasse. Quanto a sua visão..."
Ele parou e parecia procurar as palavras com cuidado.
"Você sempre foi meu caso mais difícil. Você não tinha danos nos
seus nervos ópticos. Seu cérebro sempre esteve bem. É apenas um
daqueles fenômenos que não consigo decifrar. Eu tenho esperado uma
melhora quando se trata de você. Você não tem nenhuma razão médica
que justifique não ver. Após o seu trauma na cabeça, o inchaço colocou
pressão sobre os nervos, mas eles ainda estão intactos e não têm tecidos
degradados. Inferno, você poderia acordar amanhã e ver perfeitamente. É
apenas uma dessas coisas que não tenho nenhuma explicação. Talvez seu
cérebro só agora esteja trabalhando sobre esse fato." Dr. Morris disse
finalmente.
Só o pensamento dela acordar amanhã e poder ver, faz com que eu
sinta como se abelhas estivesse voando no meu estômago, me fazendo
quase ter uma vertigem com a excitação. Deus, seria apenas
absolutamente perfeito para ela. No entanto, a vida nem sempre é fácil.
Na verdade, ela era completamente cruel, e, às vezes, as pessoas não
mereciam.
"Eu... eu acordei uma manhã há um mês e podia ver. Pelo menos,
eu pude ver por uns trinta segundos, e depois foi embora novamente. Foi
apenas um vislumbre, então na verdade, quase me convenci de que era
apenas um sonho, exceto que era simplesmente muito real. " Viddy disse
timidamente.
Dr. Morris e eu pensamos durante um longo momento, em como
processar o que ela tinha acabado de dizer.
"Diga-me o que você viu e o que aconteceu depois." Solicitou o Dr.
Morris.
Ela balançou a cabeça, os olhos voltando-se para baixo, e um rubor
no seu rosto. "Huh, bem..."
"Vamos, minha cara. Somos todos adultos aqui." Dr. Morris pediu.
"Bem, eu tive que levar o meu cão para ser sepultado e Trance me
ajudou com isso. Ele me levou para casa naquela noite, e depois, me
colocou em sua cama. Quando acordei pela manhã seguinte, entrei no
banheiro sem pensar no fato de que Trance estava lá dentro. Não foi até
que eu o vi através do chuveiro, que percebi que estava nu... e que estava
realmente o vendo. Mas minha visão se foi tão rápido, quanto ela
apareceu, então percebi que minha imaginação era muito boa. Eu ainda
estava muito cansada, e estive chorando muito no dia anterior. Pensei
então apenas que estava sonhando."
Lembrei-me daquele dia com uma clareza cristalina. Eu já tinha
feito minha ginástica em casa, corrido três milhas na esteira e exercitado
os cães naquela manhã. Eu tinha ido para o chuveiro, pensando que
Viddy ainda estava dormindo, esperando que a acordasse para levá-la
para a escola. Porém, ela acordou enquanto eu estava no chuveiro.
Masturbando-me.
Eu tinha visto o rubor nas suas bochechas quando a percebi
entrando no banheiro para tomar banho, mas nunca o atribui a ela me
ver no chuveiro.
"Bem, isso certamente não está fora dos limites. Você não tem
nenhuma razão para não ser capaz de ver. É possível que tenha
acontecido. Dê-me alguns detalhes e podemos comparar." Dr. Morris
ordenou.
"Uhh," Viddy começou. "O banheiro era branco..."
Eu vi o banheiro em minha mente. Era branco. Azulejos brancos,
paredes brancas, tapete branco, chuveiro branco. Mas um monte de
homens solteiros que vivem sozinhos têm estilos de vida bastante práticos
eu, por exemplo, não tenho nenhum sentido de estilo, de forma alguma.
"O que mais, querida. Diga-me o que Trance parece." Dr. Morris
sugeriu.
As bochechas de Viddy ruborizaram e eu soube então, que tinha,
com certeza, me visto. Não havia nenhuma maneira que estaria corando
como ela estava se não tivesse visto.
"Uh, ele tem uma tatuagem em seu braço. Toda de preto com
amarelo ouro. Ele tinha o cabelo cheio de sabão e seus cílios eram grossos
e pretos. Ele tem uma caveira e ossos cruzados sobre o peito, e algumas
letras em seu braço com estrelas indo até sua axila".
Enquanto ela falava, comecei a classificar cada uma das tatuagens
que ela estava descrevendo. O emblema da polícia no meu braço direito,
que dizia servir e proteger foi uma das minhas primeiras tatuagens, uma
vez que entrei para a academia depois da dispensa da Força Aérea. As
estrelas representam cada um dos amigos que eu tinha perdido na guerra
no Iraque. O título dizendo liberdade não é de graça. A última que ela
disse era a tatuagem Dixie Wardens MC no meu peito.
Bem, acho que poderia ser grato que ela não deu ao velho doutor
um ataque cardíaco, dizendo-lhe que eu estava batendo uma punheta.
Dr. Morris classifica as minhas tatuagens e meus olhos antes de
abrir um largo sorriso.
"Isso é o que eu estou vendo," Dr. Morris retornou para Viddy...
"Sério?" Ela suspira.
Suas mãos foram ao peito, sobre o coração e as lágrimas
começaram a se juntar em seus olhos.
"Por que você não me perguntou a um mês atrás? Eu teria
respondido.", pergunto, curioso.
"Uh, bem, eu já estava envergonhada o suficiente, para ser
honesta." riu.
"Bem, então, minha querida, meu único palpite agora é que você
tente manter o stress o mais distante da sua vida. Obtenha o máximo de
sono que puder. Talvez comece com o que fez naquele dia, comece de lá.
Pode ser que o que te mantém no escuro, não é nenhuma razão médica."
"Então você está dizendo que estou me fazendo ser cega?" Sua voz
se elevou.
Dr. Morris riu. "Não querida. Eu não estou. Mas sob as
circunstâncias corretas, estou dizendo que, se você está relaxada o
suficiente, talvez obtenha os mesmos resultados por uma segunda vez.
Agora, certifique-se de me chamar se as dores de cabeça piorarem; mas
independente disso, você está indo bem no meu diagnóstico. Tenha um
bom dia, vocês dois."
"Você está pronta?" Perguntei a Viddy quando o Dr. Morris saiu,
fechando a porta silenciosamente atrás dele.
"Sim, apenas mostre-me o caminho." Ela diz, oferecendo a mão.
Levei-a de bom grado, a conduzindo para o ar brilhante da hora do
almoço.
"Você tem que voltar para a escola?" Eu pergunto logo que
começamos a ir para o carro.
"Não. Meu dia está concluído”.
Foi enquanto ela estava deslizando para o banco e sua camisa se
abriu, dando-me uma visão clara do seu decote, que decidi que não
poderia mais jogar de "amigo".
Eu precisava dela da pior maneira possível, e estava indo para tê-la.
Eu estava cansado de lutar contra os meus sentimentos. Eu tinha dado
um mês a ela. Eu tive a certeza de não avançar enquanto ela estivesse em
processo de recuperação do seu relacionamento anterior. Eu a queria.
"Trance, podemos ir a um lugar que eu possa obter um novo
número de telefone?" Viddy pergunta enquanto entro no carro e saio.
"Sim, não tenho nenhum outro lugar para ir até as sete da noite,
quando começa o meu turno. Nós podemos fazer o que quisermos até
então. Por que você precisa de um novo número?"
"Meu ex-namorado faz questão de me ligar todos os dias,
implorando por perdão. Desnecessário dizer, que estou cansada disso."
Eu me deitei na cama, com os olhos cansados do dia. Apesar de ter
sido um dia curto de trabalho, tinha feito mais do que costumava. Após a
consulta no médico, Trance me levou para uma loja de telefone, onde
mudei meu número e aproveitei para comprar um novo modelo, mais
moderno.
Tinha saído um novo smartphone android que funcionava bem para
pessoas com deficiência visual. Com esse novo aplicativo que foi
desenvolvido, eu era capaz de navegar com um toque na tela para ligá-lo.
A partir daí seria capaz de usar o resto só com a minha voz.
Depois fomos para Armadillo Willy almoçar, fizemos uma
caminhada no parque com Radar. O que fez a perda do Hemi
simplesmente cruel.
Quando cheguei em casa às seis, Trance tinha me dado um
pequeno beijo na bochecha antes de sair. Não antes de me pedir um
encontro, apesar de tudo. Eu concordei em ir dar uma volta com ele,
sábado à noite na sua pick up e então vamos jantar e decidir o que mais.
Eu estava inteiramente a favor disso. Adorava caminhar.
Ironicamente, foi assim que me tornei cega em primeiro lugar.
Um único ato de rebeldia adolescente, tinha quase matado a minha irmã
e a mim de uma só vez. Meu pai tinha acabado de comprar uma nova
moto e ele se recusou a nos deixar andar com ele. Nós duas estávamos
com estúpidos dezesseis anos. Então, o que fazemos? Bem, é claro que
nós montamos por nossos “egos”. Isso é o que é!
Alguém poderia adivinhar como terminou.
Nós não tínhamos conseguido sair da entrada da garagem antes de
batermos. Fui jogada da moto e bati na parede de tijolos da nossa
garagem. Entretanto, Adeline foi jogada no motor 350 Chevrolet do meu
pai que estava guardado sob a garagem.
Nós duas voamos da nossa pequena cidade do Texas, para o centro
médico mais próximo há quase uma hora de distância da nossa casa.
Adeline teve sorte, se recuperou em questão de meses. Eu, no
entanto, tive edema cerebral e foi colocado um dreno na minha cabeça
para neutralizar o inchaço. Eles nem sequer tinham certeza se eu seria a
'Viddy normal’ quando acordei do meu coma induzido.
E eu não era.
Eu era uma nova Viddy. A Viddy cega.
Eu tive que fazer muitas mudanças depois disso, mas com a ajuda
dos nossos entes queridos, amigos e familiares, fui completamente capaz.
A maior influência no meu progresso geral, foi a professora e
mentora de educação especial, Sra Abrams. Ela me fez perceber que eu
não era realmente 'estúpida'. Eu só teria que aprender de uma forma
diferente agora.
Eu fui retirada da escola, porque estava careca, por causa do dreno.
Tenho até hoje a marca na minha cabeça. Só agora, meu cabelo é longo o
suficiente para cobrir a monstruosidade.
Um comentário especialmente engraçado do herói no meu livro de
áudio me fez rir, me trazendo do meu devaneio com os eventos passados.
Depois de mais dez minutos ouvindo o livro, o meu temporizador de
espera foi desligado e ficou no silêncio.
O ar condicionado estava ressoando o seu habitual zumbido.
Tranquilo. O som alto da minha geladeira também, tornava quase
impossível ouvir qualquer outro som além dos aparelhos.
Eu estava quase dormindo quando ouvi. O rangido da janela da
minha cozinha quando foi aberta. Meu coração, que estava batendo em
um ritmo lento e constante, começou a acelerar, com a adrenalina que
disparou através do meu sangue.
Minha audição disparou, me fazendo ouvir o farfalhar do tecido
contra tecido, bem como um tilintar da colher na pia. Eu caí no chão,
agarrando o meu telefone e correndo para debaixo da minha cama.
Arrastei-me tão silenciosamente quanto pude, empurrando caixas
para fora do meu caminho.
Então eu quase me dou um tapa na testa, quando empurrei as
caixas para fora da cama percebi que certamente informei para quem
estivesse no meu apartamento onde eu estava.
Maldição, Viddy. Que porra você estava pensando empurrando todas
essas caixas aqui em baixo? Eu me amaldiçoo.
Uma vez que eu estava tão afastada embaixo da cama quanto
poderia estar, começo a organizar as caixas antes de me enrolar em uma
bola, no topo da minha cama, logo abaixo da cabeceira da cama.
Puxando meu telefone até meu peito, faço uma oração silenciosa
para os botões na lateral do telefone pressionando para chamar um
contato de emergência, como ele me disse que iria, e o segurei por quatro
segundos.
Milagrosamente funciona e disca o número, então o coloco contra a
minha orelha.
"Spurlock." Responde Trance diretamente.
5
"Filho da puta", Sebastian rosnou.
Senti algo escarranchar minhas pernas, mas eu não tinha tomado
uma respiração em quase um minuto e meio, e minha visão começou a
turvar.
Apenas quando o verdadeiro e real pânico começou a se estabelecer,
senti o abençoado alívio nos meus pulmões sedentos de oxigênio serem
restabelecidos.
Primeiro um, e em seguida o outro, seguido de mais, puxando
profundamente o ar para o meu cérebro o enchendo de oxigênio,
nutrientes tão necessários para cessar toda luta.
Deitei na grama com alguém contendo meus braços, e outro corpo
deitado sobre as minhas pernas.
Demorou um minuto de respiração profunda para a minha visão
voltar ao normal, e quando abri meus olhos, encontrei os olhos azuis
misteriosos do Kettle me olhando profundamente. Ele estava perto o
suficiente para que eu estivesse compartilhando o seu ar, o que não era
algo que estava acostumado.
"Você vai me beijar ou algo assim?" Eu engasguei com cautela.
“Eu ia se fosse preciso. Eu não teria apreciado de qualquer forma.”
Kettle riu, sentando sobre seus pés, me dando uma visão clara do
Sebastian abraçando meu corpo e me segurando para baixo.
"Jesus, eu sinto que isso é algum tipo de sonho bizarro." Eu rio, e
depois gemo quando a dor no meu peito, finalmente, começa a se fazer
conhecida.
Então, ouço os latidos raivosos de Kosher, e os gritos agudos de
alguém, preso ao chão por ele.
"Dê-me o colete de volta", gemi quando me sentei. "Saia das minhas
pernas, cara, preciso verificar a cena."
Sebastian se afasta relutantemente, me olhando como se tivesse
crescido em mim uma segunda cabeça.
Levanto com a ajuda de Kettle e coloco sobre os ombros o colete que
ele tinha tirado. Minha camisa foi rasgada arrancando alguns botões. Não
importava de qualquer maneira, quando olhei para baixo vi o grande
buraco de bala no meu colete.
Quando entro pela porta, com a arma na mão, que tinha deixado
cair, tomo nota da cena diante de mim.
Um homem estava deitado no chão da entrada, muito
provavelmente morto. A arma estava aos pés do homem caído, sem a
menor cerimônia, onde ele tinha os dedos flácidos.
A porta estava ligeiramente aberta, eu a empurro com o meu pé
mais longe, tendo uma visão do que aconteceu.
Não precisando de mais nada para anunciar a minha presença,
entro, chutando a arma para fora da porta, apenas no caso do homem
caído decidir se mover, em um ato zumbi e voltar dos mortos. Após
inspecionar seu pulso, estava certo de que estava definitivamente morto, e
volto a caminhar para a entrada com cautela, arma estendida na minha
frente.
A entrada leva para uma sala de estar rebaixada, que checo
rapidamente. Sabendo que Kosher estava guardando ele, limpei primeiro
os dois quartos, a lavanderia e o quintal antes de finalmente fazer o meu
caminho para a cozinha.
O que encontrei foi a merda de um obsceno filme pornô.
Balançando a cabeça em surpresa, eu chamo Kosher.
"De pé."
Kosher sentou-se sobre as patas traseiras em antecipação nervosa.
Rosnando para o homem que tinha sido detido por ele... em uma maneira
de falar.
"Está limpo!" Eu gritei, fazendo com que o cara na mesa
choramingasse. Não demorou muito para o resto do corpo de bombeiros
entrarem, seguidos por quase metade da força policial que estava de
plantão hoje.
Sebastian e Kettle ao me lado, assistiam também a cena que estava
sendo jogada na nossa frente.
"Você acha que ele percebe como está?" Sebastian finalmente
pergunta.
Eu examino o homem.
Seu corpo grande e gordinho, foi amarrado em volta da mesa de
cozinha, com elos que as pessoas normalmente utilizavam para fixar
cargas em seus caminhões e reboques. Ele estava completamente nu e
com os olhos vendados. Seu pênis estava preso a uma perna, e suas bolas
estavam amarradas na outra. Ele tinha um cabo de vassoura enfiado no
seu rabo e sua boca estava cheia com o que parecia ser uma lata de spray
de cozinha.
"Você acha que isso foi consensual?" Eu finalmente perguntei,
sacudindo os dois homens em ação ao meu lado.
Quando eles removeram a lata de spray de cozinha, da boca do
homem e a venda dos olhos, um grande sorriso de merda enfeitava o rosto
dele. "Oh, meu Deus! Vocês são apenas as coisinhas mais bonitas que eu
já vi! Onde está o meu mestre? Ele te mandou aqui para o meu
entretenimento”?
Isso foi quando saí. Eu não tinha necessidade de vê-los puxar a
vassoura fora do rabo do homem. Eu saí pela garagem que estava sendo
inspecionada pela equipe, muito feliz que tinha decidido vir. Desta
maneira evitei contaminar a cena do crime. Quer dizer, de que outra
forma teria sabido o passatempo favorito do homem? Cada uma das
paredes estava coberta de brinquedos de fetiche.
Eu não era ninguém para reclamar sobre as tendências de outro
ser humano, mas tenho certeza da porra, que não queria pensar sobre os
dois homens, ambos quase obesos, fazendo as coisas que vi hoje, sobre as
várias peças do mobiliário que enfeitavam a garagem.
Felizmente a porta da garagem funcionou, porque não tinha certeza
se eu poderia lidar com qualquer coisa a mais do que a minha imaginação.
Isso e meu peito estava começando a doer como um filho da puta. Graças
a Deus, o meu turno estava acabando em apenas dez minutos. Eu
precisava de umas malditas férias depois dos últimos dois dias.
Que eu certamente estaria tomando.
“Trance?" A voz de Viddy chamou da cozinha, quando entrei pela
porta da frente da minha casa.
Segui o cheiro de molho de espaguete até que encontrei Viddy de pé,
perto do fogão, com uma panela de água fervendo e outra com molho e
almôndegas.
Minhas sobrancelhas vincaram enquanto as minhas mãos
começam a suar. Como ela cozinhava quando não podia ver? Como ela
saberia se algo de ruim acontecesse?
"Trance?" Viddy perguntou preocupada.
"Bem aqui." Eu rujo, caminhando até a mesa, me livrando do meu
cinto de arma e chaves. O colete de Kevlar já tinha se transformado em
evidência e eu tinha um novo para pegar antes de voltar ao trabalho
dentro de dois dias.
Kosher tinha farejado com o nariz para a cozinha, bem como, se
aproximado de Viddy e se inclinou para ela, esfregando a cabeça peluda
ao longo da sua mão esquerda que estava pendurada ao seu lado.
Uma vez que todas as minhas coisas estavam fora do meu corpo,
ando até Viddy e coloco um beijo em sua bochecha.
"Como foi seu dia?" Perguntei, inclinando meus quadris contra o
balcão.
Eu vi quando ela agitou o molho, enquanto falava. “Foi bom. Eles
encontraram o menino que colocou as drogas no armário do Falco. Era
outro menino que Falco tinha tido um desentendimento naquela semana.
O garoto foi suspenso e tem de frequentar a escola alternativa para o
resto do ano.”
Isso me fez feliz. Depois de ouvir o quanto Viddy o amava, esperava
que ele não virasse a merda na cabeça, como alguns adolescentes.
"Isso é bom. Como você cozinha quando não pode ver?" Eu soltei
quando ela começou a ir para a panela de macarrão fervendo, com seu
pegador de panela nas mãos.
Eu a empurrei para o lado e esvaziei a panela na pia, e depois
coloquei o macarrão de volta na panela, antes de colocá-la na bancada de
madeira ao lado da pia.
Ela olha na minha direção e depois joga a mão inocentemente.
Exceto que ela bateu na minha direita, no peito machucado, onde
tinha levado um tiro no peito, apenas uma hora mais cedo. Eu me dobro,
lutando para conter a náusea que ameaçava subir e sair pela minha
garganta.
"Trance?" Ela perguntou preocupada quando me ouviu gemer de
dor.
Endireito-me a meio caminho, tentando o meu melhor para me
livrar da dor agonizante no meu peito.
"Eu estou bem."
Eu conto sobre o que aconteceu durante as últimas horas, ela olha
para mim com horror. "Você levou um tiro?" diz, choramingando.
Eu balancei a cabeça. "Sim. Tomei um tiro no peito. Arremessou-me
uns dez pés para trás.”
Não foi até que eu vi as lágrimas rolando pelo seu rosto, que pensei
sobre o que tinha acabado de dizer e como falei entediado. O que não
poderia ter sido mais longe da verdade.
"Eu estou bem, querida." Eu digo enquanto a puxo para o meu
peito e passo meus braços em torno dela.
Ela enterra o nariz no meu peito, e estremeço quando o queixo
encontra o ponto sensível, mas eu não a deixo ir.
"Você assustou o inferno fora de mim. Seu trabalho me dá
arrepios." Ela murmura.
"Isso me dá arrepios, também. Estou na polícia por onze anos. Eu
quase perdi minha paixão por ela. Tenho trinta e três dos sessenta meses
que falta para me aposentar da polícia." Eu digo antes de dar-lhe um beijo
na testa.
"Você entrou para polícia ainda tão jovem?" Ela perguntou surpresa.
"Eu estava na força aérea durante cinco anos. Estava na força de
segurança. É onde obtive o K-9. Eu comecei a treinar o meu primeiro cão
quando tinha dezenove anos. A partir daí, fiquei obcecado. Quando saí da
Força Aérea, entrei para o Departamento de polícia em Las Vegas e
trabalhei com outros quatro K-9 treinados por cinco anos, antes de vir
para Benton. "Expliquei.
"Você gostou de Las Vegas? Isso parece um lugar que teria
toneladas de diversão.” Ela disse melancolicamente.
Eu faço uma careta. Na realidade, eu odiava estar lá. Era uma luta
constante com bêbados beligerantes, turistas que estavam lá por um
"bom tempo" (E para sua informação, se você fode em Las Vegas, é certo
como a porra que não fica em Vegas, não importa o que diz o ditado).
Em seguida, há as prostitutas, drogados e os constantes crimes.
Eu tinha trabalhado com os tiras por anos e tinha ficado queimado
na busca constante de drogas. As perseguições. Os tiroteios. A
quantidade mais estúpida que já tinha ouvido falar de homicídios. Isso
me irritava e eu estava cansado disso.
Então vim pra Benton. A menor cidade que pude achar que estava
contratando no momento. Foi a melhor decisão da minha vida.
"Foi muita diversão para todos, exceto para polícia. Ela fica velha
muito rápido. Confie em mim." Eu digo, soltando-a e indo para o armário
de pratos.
Ela deve ter ouvido o tom oculto de tristeza e vergonha na minha
voz. Viddy era perspicaz como o inferno, sua próxima pergunta me trouxe
de volta ao pesadelo que terminou com o meu tempo em Las Vegas.
Tornando-se a chegar a um ponto insuportável tão rápido que minha
cabeça girava.
"Por que você se mudou para cá a partir de Las Vegas? Parece uma
mudança drástica”, disse Viddy na ignorância.
Os pratos que estavam em minhas mãos foram colocados
suavemente sobre o balcão, e firmo minhas mãos no balcão, deixando cair
a cabeça em derrota. Meu maior arrependimento. O que não salvei.
"Um caso chegou a mim e simplesmente não podia segurar mais.
Eu precisava escapar para algum lugar que não tinha tanta dor ligada.
Estava cheio de tanto drama.”
"Você vai me contar sobre isso?" Viddy perguntou, colocando a
cabeça no meu peito.
A história saiu de mim. Vertendo como ácido para fora da minha
garganta.
Eu estava indo para o almoço.
Odeio comer fora, mas pelo menos o Subway era uma das escolhas
mais saudáveis.
Para chegar ao Subway de onde estava, eu tinha duas opções. Uma
tem que seguir o caminho curto e cortar o coração de Las Vegas e a outra
era atravessar uma grande ponte que passava em torno da cidade.
Normalmente, eu iria pela cidade, mas não até alguém encostar. Era
inevitável. Todas as vezes. Em vez disso, fui para a avenida que ficava ao
redor e comecei a dirigir. Tinha sido um longo dia, e estava cansado. Eu só
queria chegar em casa.
Claro, nada acontece da maneira que deveria.
Nunca.
Olhei para cima, quando notei uma grande SUV movendo-se para
mim. Desde que eu estava indo a quase dez quilômetros acima do limite de
velocidade, não lhe dei um segundo pensamento quando a mulher passou
por mim.
Claro, era incomum qualquer um passar um policial, mas eu gostava
quando as pessoas dirigiam normalmente em torno de mim.
Era muito difícil acontecer, quando tudo o que tinha que fazer era
passar perto de alguém, para eles começarem a dirigir tão perfeito quanto
podiam. Como se não fosse óbvio para mim que a única razão pela qual
eles estavam indo no limite de velocidade era porque me viram.
E sim, quando você olha para frente e eles se recusam a fazer
contato visual com o policial, só se tornam mais suspeito.
Eu tive que sorrir quando a mulher passou. Foi uma lufada de ar
fresco; tomando coragem de passar por um policial, não importando qual
seja a situação.
Não demorou muito para que a mulher estivesse fazendo a curva e
não podia mais vê-la do carro.
Eu dirigi por mais cinco minutos antes de ir para a ponte... e ver a
SUV que me passou.
Em um ângulo estranho ao lado da estrada, puxei um suspiro.
Como disse, nada nunca é fácil. Tudo o que acontece na vida, tem
uma reação oposta. Eu gostava de pensar que as coisas aconteceram por
uma razão, por ter me colocado nesse caminho, o destino tinha tentado
interceptar o que estava prestes a acontecer.
Saindo do carro, abri a porta para Radar e saímos para verificar o
veículo.
O motor do SUV estava desligado, o clique-clique suave deixou-me
saber que não tinha sido por muito tempo, caso contrário, não estaria
acontecendo.
Dando uma espiada nas janelas e não encontrando nada, comecei a
verificar a área.
"Senhora?" Gritei.
Sem resposta, continuei a avançar até que estava dentro de dez
passos da ponte.
Quando eu vi, meus olhos não entenderam completamente.
Demorou alguns balanços do corpo pendurado na corda, para
compreender plenamente o que tinha acontecido, então comecei a correr.
A mulher na outra extremidade da corda não estava lutando.
Quando cheguei à corda, comecei a puxar a corda, sobre a minha
mão.
Eu não tive qualquer outra opção, já que a outra alternativa era
cortar a corda e perdê-la para o desfiladeiro abaixo.
Agradeci a Deus a mulher estar do lado menor; caso contrário, não
teria sido capaz de levantá-la por mim mesmo. Com puxadas rápidas e
eficientes, eu tinha a puxado rapidamente sobre a ponte e coloquei seu
corpo flácido para baixo no asfalto quente.
Depois de solicitar um médico, senti o pulso e não encontrei nada.
Foi quando eu comecei o CPR.
No momento em que a ambulância chegou, meus músculos
queimavam por causa do esforço e estava suando como um porco no sol do
fim de tarde.
"Assumirei as compressões. Eu vou entubá-la." Um médico disse
para o outro.
Eu me retirei, relutante, para deixá-los fazer o seu trabalho, mas
tinha zero esperança.
A mulher estava morta. Não havia outra explicação para isso. Ela
estava dura como uma maldita tábua. Depois de quase 15 minutos de CPR
e sem pulso, eu tinha quase certeza de que ela não iria voltar.
Eu tinha trabalhado muitos casos com pessoas mortas, e não havia
dúvida de maneira nenhuma.
7 Modelo de carro.
Em seguida, fizeram o que os adolescentes fazem, aceleraram o
motor do seu pequeno Mazda quatro portas. Trance, para não ficar de
fora, continuou cantando, mas fez questão de acelerar o seu próprio
motor.
O de Trance era mais alto. Era um V8 com cabeçote e um escape
Flo Master. Nunca ia ser uma comparação.
A música terminou, mudando para a próxima, que passou a ser A
Whole New World8. Que também era conhecida por cada homem. E foi
assim que eu me vi andando em um carro cheio de adolescentes para o
Taco Bell local com todos eles cantando como se estivessem na Broadway.
FYI9... Trance ganhou.
8
Música do desenho Aladdin kkk
9
For your information - Para sua informação.
Eu bufei. "Aquela mulher ali tem uma raia de independência de
uma milha de largura. Se nós ficarmos juntos, não haveria nenhuma
maneira que eu poderia abster-me de ajudá-la em uma base diária, o que
acho que ela ia acabar odiando."
"Você a quer. O que mais há para questionar?" Foster afirmou.
"Se ela pudesse lidar comigo sendo um policial. Eu fui baleado
ontem, e ela não lidou com isso muito bem. No dia anterior, puxei um
adolescente e ele cortou meu rosto com uma tesoura. Ela não lidou com
isso bem, também. Não tenho certeza que está talhada para ser mulher de
um policial."
Eu não sabia quem estava tentando convencer. Eles ou eu.
Não era que não quisesse Viddy.
Eu queria, como a colheita precisa da chuva.
Todo dia pensava nela. Ela era a primeira coisa a cruzar minha
mente, todas as manhãs, e a última antes de dormir à noite. Mas já fiz a
coisa toda de namorada assustada-por-seu-homem.
Lembro exatamente o que senti ao ter meu coração arrancado do
meu peito, por uma mulher que era suposto estar lá para mim, nos bons
e maus momentos, e não queria lidar com isso novamente.
Era por isso que sempre ficava com aquelas que não tinham
qualquer expectativa comigo.
Tillie, por exemplo. Ela era uma hoe-fo'-sho'10", mas tinha uma boa
cabeça e não me pedia mais nada.
Viddy, porém, não seria para apenas uma transa rápida. Ela iria
exigir coisas de mim. Coisas que não estava mais disposto a dar.
Principalmente meu coração.
Eu aprendi minha lição.
"Eu acho que você deveria dar uma chance, irmãozinho." Miller
disse suavemente.
Olhei-o, e vi o olhar em seus olhos. O único que disse que sabia o
que estava sentindo.
Nós, os três irmãos, passamos por quase a mesma coisa.
10
Hoe-Fo-Sho - Uma menina que é muito óbvia ou notória de ser uma piranha ou vagabunda.
Bree, minha ex, me deixou após um particular negócio com drogas
que tinha ido muito mal, me deixando com uma cicatriz que se estendia
do quadril as minhas costas. As ex's de Miller e Foster os deixaram
porque não puderam lidar com seus homens estando nas forças armadas
e em perigo o tempo todo.
Nossa mãe pensou que ela esteve horrivelmente errada quando se
tratava de seus filhos. Meu pai, porém, sabia o placar. Ele esteve no
serviço militar por quase toda a sua vida, e teve a sorte de encontrar
alguém que ficou com ele entre os bons e maus momentos. Ele teve
amigos, no entanto, que não tiveram tanta sorte.
"O que ela está fazendo aqui?" Perguntou Miller.
"Seu ex invadiu sua casa enquanto ela estava lá e começou a se
masturbar com o cheiro de sua calcinha. Ela estava assustada, assim veio
para casa comigo até que eu consiga o alarme instalado." Expliquei.
"O que aconteceu com ele?" Perguntou Foster.
"Ele saiu com um ano de liberdade condicional. Não foi suficiente,
mas pensei em ter uma conversa com ele, para que saiba o que vai
acontecer se decidir persegui-la de qualquer maneira."
Eles grunhiram em reconhecimento. Eu tive a sensação de que não
iria sozinho. Especialmente desde que já tinha Kettle e Loki mastigando
para irem juntos, também. Seria um grande carnaval de merda.
Foster, vendo Viddy se aproximar assim como eu, mudou de
assunto.
"Acho que devemos ir pescar amanhã. Eu tenho mais uma semana
de licença antes de ter que voltar. Eu realmente poderia usar um pouco
de tempo relaxante." Foster gemeu.
Olhei para o meu irmão mais novo, vendo o cansaço revestindo sua
boca e olhos. Embora sempre estava com um perpétuo bom humor, sabia
quando não estava. Nós três sabíamos quando os outros estavam
sofrendo. Nossos pais gostavam de chamar isso de vínculos de irmãos.
Nós apenas gostamos de chamar de percepção.
Nós éramos tudo um do outro, quando estávamos crescendo. Nós
vivemos na Alemanha, França e tantos outros países que era difícil
nomeá-los todos quando éramos jovens.
Papai ia onde a Marinha o enviava e nós, obedientemente, o
seguíamos.
Os meninos Spurlock sempre cobriram as costas uns dos outros, e
que Deus ajude alguém que tentasse pegar um de nós, porque os outros
irmãos não iriam deixar você esquecer com quem fodeu.
Eu sempre pude contar com eles.
Sempre.
"Claro, tenho que correr para o apartamento de Viddy amanhã
porque estou instalando o alarme, mas Max e Gabe já devem estar lá cedo,
então depois nós estaremos livres para ir." Digo, quando Viddy pisou na
varanda.
A boca de Viddy se apertou, me fazendo mal conter o sorriso que
queria ultrapassar meu rosto.
Viddy não estava feliz que paguei pelos materiais e mão de obra
para instalarem o alarme.
Meu argumento era de que fui o único a contratar os homens mais
caros de Ark-La-Tex11, então iria pagar por isso. Fim da história.
Ela não teve mais nada a dizer sobre isso. Meu palpite era que não
queria lutar comigo sobre o assunto. Ela descobriria uma maneira de me
pagar eventualmente. Ela era desonesta assim. Eu teria que estar atento
apenas no caso dela tentar começar a escorregar notas para mim em
locais aleatórios.
"Quem é Gabe e Max?" Perguntou Miller.
"Eles executam um moderno Underground Railroa12 para senhoras
que estão tentando escapar de situações abusivas, junto com outros três
homens. James, um dos membros do Free, é casado com a irmã de
Sebastian. Sebastian e Sam, outro dos membros, são irmãos. Silas é o pai
deles. Eles têm mães diferentes embora. Eles a colocam na capital e
juntos apagam sua identidade e lhes dão uma nova vida. Eles a colocam
em seu caminho com uma conta bancária agradável, um novo nome e
garantem sua segurança. "
Viddy explicou jovialmente.
11 Ark-La-Tex, Arklatex ou ArkLaTex é uma região sócio-econômica dos EUA, na fronteira entre os estad
os de Arkansas, Louisiana, Texas e Oklahoma.
12 O Underground Railroad era uma rede de rotas clandestinas existente nos Estados Unidos da Améric
a durante o século 19, que era usada para a fuga de escravos africanos para os estados do norte ou pa
ra o Canadá, que eram livres da escravidão, com a ajuda de abolicionistas.
Como se, o que eles faziam, fosse a coisa mais impressionante no
mundo.
Eu pisquei para ela, surpreso que soubesse tanta coisa sobre eles.
Os homens de Free tinham os lábios muito fechados sobre o que eles
faziam. Eles tiveram que ter, ou as mulheres que ajudaram estariam em
perigo.
"Como você sabe tudo isso?" Perguntei, desconfiado.
"As pessoas tendem a falar em torno de mim. Por alguma razão,
eles veem a garota cega e assumem que sou burra demais para perceber o
que está acontecendo. Isso ou tendem a me deixar em segundo plano na
maioria das situações." Ela encolheu os ombros.
"Então, o que mais você aprendeu?" Perguntei preocupado.
Ela sorriu enigmaticamente. "Oh, não muito. Bem, um pouco. Você
vai ter que me levar para ver um filme antes de dizer, no entanto. Eu não
fui capaz de fazer isso há anos."
Com esse comentário, ela saiu, andando de volta para dentro, nem
mesmo nos dando outro olhar.
Levando metade do meu coração com ela.
"Oh, ela é perigosa." Miller riu.
Revirei os olhos. "Sim, agora você sabe porque tenho que manter
alguma distância entre nós, até que saiba se ela pode lidar com meu
trabalho ou não."
"Sim, boa sorte com isso." Miller disse enquanto tomava o resto de
sua cerveja. "Agora, vamos comer um pouco desse frango frito que ela fez.
Cheira fodidamente bem."
"Que porra é essa?" Foster perguntou quando apontou para a peça
de equipamento que Max tinha em suas mãos.
Max era um grande filho da puta.
Alto com ombros de um linebacker. Ele era da minha altura, com
cabelo curto e uma porra de uma cicatriz no rosto.
Ele e Loki eram duas ervilhas em uma vagem no departamento de
cicatriz.
"Isto," Max disse enquanto segurava o mais novo dispositivo que ele
estava instalando na casa de Viddy. "Isto é a minha mais nova aquisição
do meu antigo CO13. É um protótipo que estávamos implorando para usar.
Só tivemos que esperar as circunstâncias corretas. Veja, sua irmãzinha é
cega também. Ele conhece todas as dificuldades que elas passam. Ele
mandou um extra."
Seu sorriso era positivamente diabólico.
Gabe estava ocupado mostrando a Viddy como usar o seu novo
sistema. O que fazer e não fazer. Quais os recursos que tinha no caso de
precisar deles. Certo, então ele estava ocupado colocando um controle
remoto na sua mão.
13
Comandante.
Só que ele ergueu seu punho, usou os dedos para abrir a sua mão,
e, em seguida, fechou a mão ao redor da dela para fazê-la apertar o
aparelho, o que fez meu sangue ferver.
Era irracional.
Eu sabia que Gabe era muito bem casado, com três filhos, um dos
quais completou nove meses de idade na semana passada. Eu mesmo o vi
mostrando fotos de seu bebê quando chegou.
No entanto, a minha mente não se importava que ele era casado.
Tudo o que ficava gritando na minha cabeça era que algum homem tinha
as mãos sobre ela.
"Que porra é essa?" Exclamou Max.
Todos nós nos viramos para onde Max estava parado perto do
armário, e o que vi fez meu estômago embrulhar.
Não, não era o arsenal de armas que Viddy tinha no armário do
quarto. Nem o pôster de N’Sync que tinha colado na porta do armário.
Era a minúscula câmera do tamanho do meu dedo mindinho, que
Max tirou, que provocou essa reação. Gabe viu a pequena câmera do
outro lado da sala, puxou Viddy por seu cotovelo antes que pudesse ver
alguma coisa, deixando meus irmãos, Max e eu para trás. Todos olhando
para a câmera.
"É ao vivo?" Eu disse asperamente.
As palavras estavam cruas na minha garganta.
Usando uma bandana vermelha que tinha no bolso de trás, Max
pegou a câmera com cuidado, tendo o dobro de cuidado para não sujar
nenhuma impressão duradoura.
"Tem alguma lanterna?" Max perguntou com uma sobrancelha
levantada.
Miller foi o primeiro a entregar-lhe uma fora de seu próprio bolso.
Era uma pequena Mag-Lite14 do tamanho de uma caneta.
Acendendo-a em seu armário, ele encontrou fios que conduziam a
uma caixa alimentada por uma pequena bateria.
14
"Seja o que for, ele tem que voltar aqui para verificá-la." Max disse
quando nos mostrou a caixa que arrancou do teto.
Nós todos nos reunimos em volta, olhando para o pequeno pedaço
inocente de equipamento que provavelmente capturou muitos momentos
privados de Viddy.
"Esse namorado idiota dela vai morrer." Foster declarou ao meu
lado.
Olhei para ele. "Morrer é bom demais para ele. Eu voto em enviar o
filho da puta para a cadeia e colocar alguns serviços no sistema por um
tempo." Eu disse quando puxei meu celular do meu bolso e fiz algumas
chamadas.
Depois de conversar com Loki e obter sua confirmação de que ele
iria enviar uma equipe para procurar por mais impressões e coletar as
evidências, declarei: "Viddy está indo com a gente. Vocês se importariam
de ficar aqui até meus meninos chegarem? Se nós a deixarmos aqui mais
tempo, ela vai descobrir o que aconteceu. Eu quero ter certeza de que era
realmente dele antes de lhe dizer o que está acontecendo."
"Absolutamente." Max concordou imediatamente.
O mesmo não pode ser dito da mulher na outra sala. Ela era como
uma besta irracional quando se tratava de sua independência.
Depois que eu assegurei que lhe diria mais tarde, ela concordou.
Relutantemente
15
A livewell é um tanque encontrado em muitos barcos de pesca que é utilizado para manter a isca e os peixes capturados vi
vos.
"Como vou manter o meu separado do seu? Se os colocar lá, então
não serei capaz de me vangloriar de quem é o maior!" Miller rosnou.
As risadinhas viraram gargalhadas pra caramba.
"O que importa?" Perguntou Foster sério. "Viddy foi a única que
pegou alguma coisa até agora."
Isso era verdade. Eles se esqueceram de levar uma fita métrica, o
que significava que os peixes que estavam pegando podiam ou não ser
legais, então eles acabariam atirando-os de volta. O meu era o único que
estava no live well no momento, para o aborrecimento dos homens.
"Eu tentei oferecer meu pau como uma ferramenta de medição, mas
você não deixou com Viddy aqui. Embora ela disse que estaria tudo
certo." Miller provocou.
Os olhos de Trance ficaram frios e duros quando olhou para seu
irmão mais velho.
"É melhor seu pau ficar em suas calças em todos os momentos. Eu
não tenho certeza do que 10 cm faria de qualquer maneira. Precisamos de
30 cm. Você teria que empilhar seu pau três vezes para obter o que
precisávamos."
Trance instigou.
Tentando parar a discussão inevitável antes de chegar a empurrões,
distraí Trance perguntando a ele sobre o seu nome.
"Você sabe, Trance, é muito estranho que dois de seus irmãos são
nomeados por cervejas e você não é." Eu disse quando olhei para seu
rosto.
Hoje minha visão estava melhor do que o normal, ao contrário de
ontem à noite, onde diminuiu para quase nada de novo. Depois de uma
chamada rápida para Dr. Morris esta manhã, que disse que era possível
que acontecesse isso quando me cansasse e era apenas para me
acostumar com isso.
Isso provou ser mais irritante do que qualquer coisa. Eu não sei
quando, ou em qual determinado momento, ela iria decidir parar de
trabalhar novamente. Então, eu estava sempre no limite, esperando por
ela falhar.
"Trance não é meu nome real. Esse é apenas o nome que me deram
quando eu entrei para The Dixie Wardens. Killian Red Spurlock é o meu
real..." Trance disse distraidamente.
Ele tinha um peixe na linha, fazendo-o parar a conversa no meio,
enquanto lutava com um peixe em seu anzol.
Eu estava preocupada que ele fosse fugir como nas últimas três
vezes, mas desta vez, conseguiu puxar todo o caminho até o barco, e
Foster usou a rede para capturar a criatura escorregadia e trazê-lo para o
convés.
"Meu Deus, essa é a coisa mais feia, mais nojenta que já vi." Eu
disse, caminhando até lá e me agachando para que pudesse vê-lo mais
claramente.
"O que é isso?" Perguntei enquanto corria meu dedo ao longo de seu
corpo viscoso.
"Buffalo. Eles são grandes filhos da puta, mas nós normalmente
não os mantemos. Eles não têm o gosto muito bom."
Trance disse enquanto tirava o anzol da boca do peixe.
"Qual era o meu mesmo?" Perguntei.
"Channel Cats." Disse Foster.
"O meu é mais bonito." Eu decidi.
"Sim, Channel Cats são bonitos." Ele concordou enquanto jogava
sua linha de volta para a água.
Avançando, abri uma garrafa de Bud. "Eu acho que é bom que seus
pais não gostam de Bud Lite. Foster, Miller e Killian soam muito
melhores."
Eles bufaram. "Nosso pai é dono de um bar agora que está
aposentado. No momento em que cada um de nós nasceu, nos nomeou
conforme a cerveja que tinha bebido na noite anterior."
Isso foi explicado pelo mais novo, Foster.
"Isso é bacana e muito parecido com a explicação dos meus pais.
Minha mãe e meu pai nos chamaram conforme as canções que ouviram
no rádio quando nascemos. Eles lutaram como cães e gatos por todo os
nove meses da gravidez. A primeira foi Vidalia." Eu sorri
melancolicamente relembrando da história.
"Meu pai gostava de dizer que teve que mudar de estação apenas no
caso de que tocasse Jolene. Sweet Adeline foi a primeiro que tocou na
estação de músicas antigas no minuto após Adeline nascer".
"Parece que nossos pais teriam se dado bem, querida." Trance disse
suavemente, correndo os dedos cheirando a peixe na minha bochecha.
Eu estava tão encantada com as suas palavras e o sorriso em seu
rosto, que revelava essas belas covinhas que nem sequer me preocupei
com os dedos sujos de peixe. Eu apenas sorri e me inclinei para sua mão,
grata com o que estava sentindo o momento.
Sendo tecnicamente cega me deixou com muitos arrependimentos,
com experiências que nunca iria ter.
Mas, as cinco horas passadas naquele barco, foram as melhores da
minha vida.
Porque, você pergunta?
Por causa dos três homens que me rodeavam.
O tempo em Louisiana era quente, independentemente da época do
ano.
Era meados de setembro e estava apenas uns 31°C. Embora o calor
fosse suave, ainda significava que suar era inevitável.
Adicione ao calor, a umidade e você tinha um pequeno sentimento
agradável de cozimento acontecendo. Pelo meio da manhã, os três
homens no barco comigo tinham tirado as suas camisas e deixaram seu
tórax nus e brilhantes.
Minha mente nunca esteve tão cheia de perfeição antes.
Todos os três homens tinham tatuagens. Muitas delas.
Trance, no entanto, era o que possuía menos. Seu peito e costas
eram apenas parcialmente cobertos, enquanto Foster e Miller mal tinham
um local livre em seus torsos. Seus braços estavam livres de quaisquer
tatuagens de identificação, que suspeito era devido ao status de SEALS,
ao invés de preferência pessoal.
O suor em seus corpos escorria, reunindo no cós de suas cuecas,
que apareciam ligeiramente ao longo do cinto de suas calças jeans.
Engraçado, todos os três usavam a mesma marca. Fruit of the Loom.
Cada homem usava um chapéu, escondendo seus olhos e rostos, e
não conseguia parar de pensar sobre o quão bem eles poderiam vender
um calendário.
Cada um deles exibiam músculos rasgados. Cada um deles tinham
cicatrizes espalhadas sobre seus corpos, mas o de Trance era o que eu
mais estava interessada.
Seu tórax tinha um grande hematoma logo acima do osso do peito
por ser baleado no dia anterior. Ou suponho que, quase tiro, era mais
apropriado. Era roxo, azul, amarelo e verde pútrido.
O corte em sua têmpora era ruim. Estava inflamado e vermelho,
com o preto dos pontos contra a sua pele bronzeada como um farol
brilhante.
Ele tinha, o que imaginava, algumas feridas de facas, uma ferida de
bala que ia de um ponto em sua barriga e saia na parte de trás de seu
flanco direito.
Uma cicatriz irregular passava de seu músculo trapézio esquerdo,
na parte superior das costas até o ombro direito mais baixo, que dividia
uma tatuagem de águia que dominava as porções superiores das costas.
"O que você está fazendo?" Trance me perguntou em alarme.
Eu tinha meu telefone e estava tirando fotos dos três homens de pé
ombro a ombro na parte de trás do barco.
Cada homem não tinha sequer se sentado, em toda as quatro horas
que estávamos lá, deixando a cadeira confortável do capitão só para mim.
"Este é um momento Kodak, percebi que tinha de capturá-lo para
as mulheres do mundo." Eu disse alegremente.
Trance revirou os olhos e voltou para o seu bobber16.
"Ei, envie para a minha mãe. Ela vai gostar." Foster disse sem
cerimônia. "Ela não recebe muitas de nós três."
"Qual é o seu número?" Eu perguntei quando abri uma nova
mensagem.
Miller falou o número e apertei enviar.
Era incrível como era diferente depender da minha visão em vez dos
meus recursos ativados por voz. Eu poderia ficar seriamente acostumada
com isso.
16
A resposta à minha mensagem com a imagem veio
instantaneamente.
Mãe dos meninos: Oh, Meu Deus! Eles são tão adoráveis! Diga-lhes
para se virarem e baterem uma de frente.
Eu fiz isso, e cada homem olhou para mim enquanto batia outra
foto.
Todos os três se sacudiram para a câmera.
Eu bati enviar, rindo o tempo todo.
Mãe dos meninos: Diga que eu vou bater em suas bundas. Diga-lhes
para sorrir desta vez.
"Ela disse para sorrirem ou ela vai bater em vocês." Eu disse
jovialmente.
Eles se voltaram a contragosto, sem sorrir, quando eu bati a foto e
a enviei.
Mãe dos meninos: Obrigado. Quem é você, a propósito?
Eu: Eu sou uma amiga de Trance. Meu nome é Viddy.
Mãe dos meninos: Meu nome é Sloan. Prazer em conhecê-la. Fale-me
sobre você.
Foi assim que o resto da minha tarde, pegando peixes, ouvindo as
armações dos irmãos, conversando por mensagens com a mãe de Trance,
e observando o doce homem na minha frente.
Era um inferno de uma viagem de pesca.
17 BULLSHIT - besteira/bobagem.
Abri e enrolei meus dedos em torno de seu queixo, virando sua
cabeça na minha direção.
"Você é muito boa, garota. Sua respiração mudou, entretanto. Eu ia
dizer-lhe mais tarde, mas por que não vai em frente e faça as suas
perguntas, enquanto os meus irmãos se trocam e tomam banho." Eu
disse suavemente, estudando seu rosto.
Um lento sorriso alcançou sua boca enquanto abria os olhos. "Você
é bom."
"Eu sei que sou, baby. Eu simplesmente não tenho mostrado o
quanto."
Ela corou lindamente com as minhas palavras e se empurrou até
que seus joelhos estavam a cada lado dos meus quadris.
"O que estava nas fitas?" Ela perguntou.
"Eu não sei. Meu melhor palpite é que qualquer coisa que você fez
no seu quarto, ele viu. Ou teria visto. Nós realmente não sabemos
quantos vídeos fez até agora, mas este era do tipo onde você tinha que vir
no apartamento para pegar os vídeos. Isso é provavelmente o que ia fazer
quando invadiu o seu apartamento".
Em vez do medo que eu esperava, seu rosto foi substituído com
raiva. Pura, raiva volátil.
"Aquele pedaço estúpido de merda. Aquele pedaço maldito filho da
puta de merda! Você tem alguma idéia do quanto da sua merda tive que
aturar?" Ela perguntou, me empurrando para trás para que pudesse ficar
em pé. "Aquele pau pequeno. Você tem alguma idéia do que tentou fazer
para entrar em minhas calças?"
Olhei para ela, atordoado com a mudança.
Quando balancei a cabeça, ela continuou. "Aquele homem estava
me perseguindo há meses! Graças a Deus lhe disse que não iria dormir
com ele até que o amasse. Jesus Cristo."
Seu cabelo estava em uma trança, mas durante seu discurso,
arrancou a faixa que estava no fim e começou violentamente a desfazê-las.
"Que raiva! Graças a Deus que você chegou ou eu teria. Quando o
conheci, tudo o que pensei que tinha com Paul voou pela porra da janela.
Então você teve que ir e me dar uma carona em sua moto estúpida e
todas as minhas tendências de menina má voltaram."
"Tendências de menina má?" Eu perguntei surpreso.
Ela olhou para mim. "Sim, tendências de menina má. Aquelas onde
quero montar motos e explodir as minhas responsabilidades."
"Você explodiu responsabilidades por mim?" Perguntei.
Meus irmãos estavam atrás de mim rindo do discurso de Viddy,
durante todo o tempo em que ela andava. "Sim! Era para eu ir à casa de
Adeline e ajudá-la a fazer uma faxina na sua casa, mas tudo o que você
teve que fazer foi mostrar as suas covinhas e nem sequer tive o bom senso
de lhe dizer não".
Cruzei os braços sobre o peito e olhei para ela. "Você sabe que ela
está grávida, não inválida. Há grávidas correndo maratonas nos seus nove
meses. Eu acho que Adeline pode lidar com uma maldita limpeza da
casa."
"Ela me disse que tudo doía. Era suposto ajudar."
"Você é cega ou era, o que poderia fazer?" Perguntei.
"Eu não sou cega... por assim dizer. Posso oferecer apoio moral."
Ela disse quando cruzou os braços sobre o peito.
"Certo. Se é realmente assim tão mal, então Kettle pode se dar ao
luxo de contratar algumas diaristas."
"Você tem uma resposta para tudo, não é?" Ela fungou.
"A maioria."
Com um huff, se virou e entrou na casa.
Eu assisti a porta lentamente, esperando o inevitável e não me
decepcionei, já que um ou dois minutos mais tarde, quando todos os
quatro cães foram deixados de fora, a porta se fechou solidamente por
trás deles.
"Se você não mantê-la, eu vou." Disse Foster.
"Você vai ter que lutar comigo primeiro." Miller confirmou.
"Foda-se." Eu disse antes de fazer alguns exercícios com os cães.
"Você entendeu, você entendeu mal, quando você está no..."
"Cala a boca!" Eu gritei, olhando para os dois por cima do meu
ombro.
Eles estavam fazendo gestos com os punhos para mim, então me
lancei para eles em boa medida.
Eu não estava brincando com eles, nem comigo mesmo. Eu tinha
isso ruim.
"Você está pronta?" Trance perguntou.
Gritando de emoção, enrolei meus dedos em torno dele com força.
"Sim!"
Ele riu e ligou a moto com um grunhido gutural que ateou fogo em
minhas veias.
Era sábado à noite e estávamos fazendo o percurso para Texas e
Catfish Village que ficava a oeste da linha entre Texas/Louisiana.
O que começou como um pequeno encontro com apenas Trance e
eu, se transformou em um passeio completo com quase todos os
membros do The Dixie Wardens.
Até a minha irmã e Baylee estavam indo, embora estivessem
dirigindo atrás de nós na caminhonete de Sebastian, em vez de montadas
nas motos.
Baylee era a esposa de Sebastian e uma das minhas pessoas
favoritas no mundo. Nunca houve um momento de tédio com ela e minha
irmã por perto, para agitarem as coisas.
Sebastian e Kettle estavam montando suas motos, não aquelas que
dirigiam quando tinham a opção.
"Como seus irmãos conseguiram as motos?" Eu perguntei no meu
fone de ouvido.
Trance nos moveu do local de estacionamento no posto de gasolina
onde todos nos conhecemos, e se mesclou no trânsito, rapidamente
ganhando velocidade até que senti como se estivéssemos voando baixo na
interestadual.
Meu cabelo estava solto e selvagem, voou atrás de mim no vento e
eu apreciei isso.
Tinha passado tanto tempo desde que montei numa moto em
qualquer lugar mais longe do que apenas um passeio rápido aqui e ali.
Após o acidente, não havia muita chance de andar, apesar do fato
de que meu pai pertencia a um moto clube. Ele se recusou a mesmo nos
deixar perto de uma moto de novo, e cumpriu essa promessa até que
morreu em seu próprio acidente de moto.
Eu tinha montado na parte traseira da moto de Trance duas outras
vezes desde que o conheci, e cada vez foi melhor que a primeira.
"Elas estavam estacionadas na minha cabana. Eu estive as
mantendo afinadas e as monto a cada duas semanas para certificar de
que as baterias não morram." Disse a voz profunda de Trance em meu
ouvido.
Essa foi a última coisa que dissemos um ao outro até que cruzamos
a fronteira do Texas. Eu coloquei minha cabeça nas costas de Trance e
saboreei o passeio.
"Você está acordada, cupcake?" Perguntou Trance.
Meus olhos se abriram e me inclinei para cima de suas costas.
Eu estava acordada, mas não tinha percebido o quão longe nós
estávamos até que me tirou do meu torpor.
"Sim, estou. Estamos quase lá?" Perguntei.
Sua cabeça balançou em confirmação, e não se passou cinco
minutos e estávamos puxando para o estacionamento.
A minha visão tinha retornado em apenas um quarto do caminho,
enquanto meus olhos estavam fechados, me fazendo suspirar muito e alto,
chamando a atenção de Trance.
"O que está errado, Cupcake?" Ele perguntou quando colocou o
pedal da moto para baixo.
Dei de ombros. "Não consigo ver tudo, mas enxergo bem mais."
Ele passou a perna fora da moto, e depois me ajudou a sair antes
de me puxar para perto, olhando nos meus olhos.
Eu tive que trabalhar muito duro para não virar meu rosto, mas no
final não deu certo, acabei me virando um pouco para que pudesse vê-lo
melhor com a minha visão limitada.
Ele sorriu, produzindo as covinhas, quando viu a minha luta.
"Parece que você deve ser grata que está enxergando. Tente não forçar.
Você é perfeita da maneira que está".
Com um beijo suave no meu nariz, pegou minha mão e me puxou
em seu rastro.
As borboletas que estavam sempre presentes, quando ele está por
perto, se transformaram em malditos morcegos e tive que me conter para
não fazer pequenos sons felizes quando me guiou para o restaurante.
Eu tinha apenas passado pela porta quando fui empurrada para o
lado por uma pequena loira bonita.
Então, ela se jogou para frente, me empurrando mais longe e
caindo no chão como um pedaço de papel. Lento e suave.
Então começou a chorar.
"Meu tornozelo!" chorou.
Sua voz era irritante e eu queria chutá-la.
Trance, malditamente claro, soltou a minha mão e ajudou a garota
infeliz levantar.
"Você está bem, Tillie?" Trance perguntou preocupado.
Trance falou como se a conhecesse. Com o sorriso satisfeito que
enviou para mim quando Trance se abaixou para examinar seu tornozelo,
soube imediatamente que eles foram amantes.
Tentando o meu melhor para não fugir, comecei a andar
rapidamente, apenas para Foster e Miller me cercarem.
"Para onde você está correndo, Viddy?" Foster perguntou quando
pegou meu cotovelo.
"Lugar algum. Eu só queria sentar. Vocês já estiveram aqui antes?"
Perguntei educadamente.
Eu não estava pensando sobre aquela mulher com as mãos sobre o
meu homem. Quero dizer Trance e ele não era meu. Mesmo que gostaria
que fosse. Mas eu vinha com muita bagagem.
Quando chegamos na recepcionista, a jovem olhou para os dois
homens ao meu lado em reverência.
"Uhhh", disse ela. "Quantos?"
Dei de ombros. Eu honestamente não tinha ideia. Perto de vinte,
pelo menos. Talvez pudesse conseguir uma mesa separada para a cobra e
Trance.
"Trinta?" Perguntei.
"Está bem. Vou apenas dar-lhe a sala de banquete. Tem capacidade
para até cinquenta." A jovem disse enquanto corava profusamente.
"Isso é bom, obrigado." Foster deu um sorriso diabólico.
Incrivelmente, ela ficou ainda mais vermelha antes de pegar quase
todos os menus e ir embora rapidamente.
"Eu acho que você tem uma admiradora." Eu disse e coloquei
minha cabeça no ombro de Foster.
Uma voz não divertida pigarreou atrás de nós antes de dizer: "O que
está acontecendo?"
Eu olhei para ele antes de olhar ao redor, mantendo um aperto de
morte nos braços dos dois machos.
"Vocês têm braços incríveis. Vocês malham muito?" Perguntei.
Eu não queria que fosse engraçado, mas os dois homens riram
estrondosamente.
"Oh Deus. Essa foi uma boa." Disse Miller, correndo as costas da
mão pelos olhos.
"O quê?" Perguntei.
Miller olhou nos meus olhos e fiquei impressionada novamente com
o quanto se parecia com Trance.
"Nós malhamos todos os dias e então mais alguns." Ele respondeu
sobriamente. "Esta é a nossa primeira semana de folga em quase um
ano."
Eu apertei seu bíceps bem antes de deixar a mão cair.
Caminhando para o lado oposto da mesa, escolhi o assento que
tinha a parede ao meu lado, deixando apenas uma cadeira à minha
direita e me sentei.
Eu esperava que Miller ou Foster iriam pegar a cadeira, mas é claro
Trance o fez.
Miller e Foster pegaram os assentos em frente a nós, enquanto a
pequena cadela estúpida, Tillie, tomou o lugar no lado direito de Trance,
efetivamente arruinando toda a minha refeição.
Minha irmã e Kettle se sentaram no lado oposto da mesa, de modo
não eram de ajuda.
Que divertido.
Não.
Eu nunca considerei ter sorte em ser cega, mas naquele momento,
estava. Com Trance sentado à minha direita, isso significava que não
podia vê-lo muito bem, a menos que virasse completamente minha cabeça
em sua direção.
O que eu não fiz.
Eu podia ouvir ele e Tillie conversando.
Eu podia ouvir a voz doce açucarada de Tillie arrulhar para ele e
queria vomitar.
Puxando meu telefone, enviei um texto rápido para a minha irmã.
Eu: Quem é essa puta sentada ao lado de Trance?
Addy: Essa é a ex do Trance.
Eu: Fodidamente perfeito. Eu acho que quero jogar um hush puppy
18nela. Talvez vou ter sorte e ela sufoque, com o jeito que está usando sua
boca grande.
Eu podia ouvir a risada de minha irmã no final da mesa, e sorri
pela primeira vez desde que conheci Tillie há dez minutos.
Addy: Eu provavelmente poderia a atingir com uma tigela
horseradish19. Isso está bem?
18
Hushpuppies são salgadinhos típicos da culinária do sul dos Estados Unidos, pequenas bolas de polme de farinha de milho f
ritas e tradicionalmente servidas para acompanhar peixe frito.
Eu: Perfeito.
“Para quem você está mandando mensagens de texto?" Trance
perguntou do meu lado.
Eu o ignorei, empurrando o telefone no bolso da minha calça jeans
antes de pegar uma quantidade generosa de ketchup.
Então empurrei a coisa toda na minha boca.
Foi divino.
Hush puppy eram um dos meus favoritos.
"Senhora, você gostaria de alguma coisa para beber?" A garçonete
perguntou.
"Miller Genuine Draft 20 . Em uma caneca." Eu disse em torno de
uma boca cheia de comida.
"Boa escolha." Miller disse com um largo sorriso.
Dei-lhe um polegar para cima e continuei comendo.
Pelo resto da noite eu alternava entre Foster e Miller Genuine Draft.
Eu poderia dizer que Trance estava chateado pela forma como o
calor parecia emanar de seu corpo, mas não cedi.
Especialmente quando começou a falar com a vaca ao lado dele.
Até o momento que estava na minha quinta cerveja, estava a três
folhas ao vento, e tinha esquecido que estava com raiva de Trance. Isso foi
o máximo que bebi, desde que enchi a cara na faculdade e tive que ter
uma lavagem estomacal.
"Senhora, alguma outra coisa para beber?" A garçonete perguntou.
Droga, mas a mulher era atenciosa.
"Eu quero uma Red Killian21. Eu queria uma Killian o tempo todo.
Por que você não me trouxe isso?" Perguntei com curiosidade.
19
tipo de molho picante.
20
Marca de cerveja
21
Marca de cerveja
Ela me olhou de forma estranha. "Porque você me disse que queria
Miller e Foster. Eu estava errada?"
"Não", gemi. "Apenas certifique-se de que é uma Killian para o resto
da noite. Por favor. Eu quero isso direto da fonte."
Na verdade, nunca deveria ter tomado essa quarta cerveja. Havia
sempre uma linha fina de quando estava apenas embriagada bêbada, e eu
parecia cruzá-la quase todas as vezes. E era por isso que não bebia muito.
A risada alta do homem ao meu lado, assim como dos dois na
minha frente me fez consciente de que devo ter dito algo engraçado, mas o
inferno se sabia o que era.
"Você quer um pouco mais de peixes?" Miller me perguntou.
Eu o olhei e vi o sorriso em seu rosto. "Não, obrigada. Que tipo de
cerveja que você está bebendo?"
Eu não sei por que perguntei isso a ele, mas senti que era muito
imperativo para o meu bem-estar naquele momento.
"Heineken." Ele respondeu.
"E você?" Perguntei a Foster.
"Heineken." Respondeu Foster.
"Hmm. E você?" Perguntei a Trance, dando uma cotovelada nas
costelas.
Ele resmungou. "Blackened Voo Doo".
Olhei para sua cerveja. "Qual é o gosto?"
A garrafa entrou na minha visão, e tomei-a com a mão que não
estava segurando o meu garfo.
Tomando um gole, eu vi Deus.
A cerveja que era de Deus.
"Isto é delicioso," declarei em voz alta.
Um pequeno arroto escapou da minha boca, me desculpei antes de
terminar o resto.
"Aqui, você pode ter o resto." Eu disse entregando a garrafa vazia de
volta para ele.
"Obrigado", disse secamente.
"Isso é nojento." Tillie zombou quando ouviu Viddy soltar um
pequeno arroto.
Revirei os olhos.
"O que você vê nela?" Ela perguntou em desgosto.
Meus olhos frios e duros viraram-se para ela. "O que? Sua merda
não fede? Você nunca arrotou em sua vida antes? Se não gosta, se mude
para um lugar diferente. Você veio aqui com Dixie, que tal voltar e se
sentar com ele?"
Dixie era um dos fundadores da The Dixie Wardens. Ele era um
inferno de um cara, mas naquele momento, eu poderia ter chutado sua
bunda.
"Você sabe que nós éramos bons juntos. Você sabe muito bem
disso." Tillie fervia, agarrando o meu braço.
Eu o puxei do seu aperto e olhei para ela. "Você pode..."
"Tire suas mãos sujas fora dele sua vagabunda." Viddy rosnou ao
meu lado.
Virei-me para encontrá-la em pé, se inclinando sobre as costas da
minha cadeira.
Ela estava olhando furiosamente para Tillie, e passou uma onda de
desejo através do meu sistema, quando vi o seu olhar enquanto ela
mirava para a mulher ao meu lado.
Eu estava grato de que ela finalmente deixou o ciúme aparecer. Eu
queria bater a merda fora dos meus próprios irmãos por segurarem sua
mão. Quando chegamos no restaurante anteriormente, Tillie tinha
propositadamente caído.
Eu esperei até que Viddy estava fora de vista para chamar sua
atenção, lívido que não levou a porra da dica. Tillie queria mais e eu não
estava disposto a dar. Ela não era o que meu corpo queria e nunca tinha
sido. Viddy foi e disse a Tillie isso.
Ela não tinha tomado a dica embora, podia ver agora que isso ia
levar mais de mim do que um simples, "eu não quero você".
Eu tinha sofrido um jantar inteiro com Tillie estando totalmente
muito perto de mim e Viddy falando unicamente com os meus irmãos. Eu
estava a ponto de fazê-la fisicamente falar comigo, quando ela começou a
perguntar sobre a cerveja.
Eu não tinha percebido o quanto ouvir sobre seu gosto na cerveja
significava para mim, até que ela disse que preferia Killian para a
garçonete.
Miller e Foster sentados na minha frente, ambos nos dando sorrisos
de merda, e não pude evitar o sorriso que se abateu em meu próprio rosto.
"Que tal ir para uma caminhada, cupcake?" Eu sugeri, em pé e
pegando sua mão.
Ela agarrou a minha própria com uma força surpreendente, e me
seguiu para fora.
Quando tropeçou pela segunda vez, parei e envolvi meu braço em
volta da sua cintura até que seu corpo, estava alinhado com o meu. Ela se
inclinou para mim, suspirando de prazer quando nós caminhamos
através da noite quente e úmida.
"Eu não gosto dessa mulher." Ela declarou em voz baixa.
Eu bufei. Ela podia pensar que não estava sendo óbvia sobre isso,
mas eu poderia dizer.
"Sim, notei. Eu não estive com ela em mais de dois meses. Eu não
sei mais o que dizer para que ela ponha isso em sua cabeça." Eu respondi
honestamente.
Ela encolheu os ombros. "Você provavelmente não pode fazer nada.
Você só tem que mostrar a ela."
"Como é que você sugere que eu mostre a ela?" Perguntei, virando
seu corpo até que estava sentada no banco ao lado do grande lago de
peixes.
Uma vez que estava sentada, me sentei também e puxei seu corpo
para perto, passando os braços em volta dos ombros.
Ela deitou a cabeça no meu peito e olhou para o lago ondulando
que foi perturbado pela grande cachoeira. As carpas em todas as formas e
cores nadavam em torno da água. Elas eram bonitas e me faziam
contemplar ter uma lagoa para mim.
"Eu não sei. Encontrar uma mulher, trazê-la em torno. Beijá-la,
segurá-la. Mostrar a Tillie que seguiu em frente".
Eu sorri. "Com quem deveria fazer isto?"
Eu podia sentir seu corpo relaxando, quando ficava mais e mais
confortável contra o meu corpo.
"Alguém que o adora", disse calmamente. "Alguém que se preocupa
se você chega em casa seguro ou não. Alguém que entenda o seu trabalho,
mas não vai fazer você mudar nada, porque sabe o quanto ama seu
trabalho. Alguém que pudesse se apaixonar por você. Alguém que já está
apaixonada por você. Alguém que ama seus irmãos e seu clube. Alguém
que adora seus cães. Alguém que não pode esperar até que ouça você
outra vez." sussurrou.
Meu coração começou a bater forte no meu peito. Ela acabou de
insinuar que me amava? Ela acabou de descrever tudo o que queria em
uma mulher. Cada coisa. Todos esses medos que estavam dando voltas
em minha mente, no último par de dias, desapareceram totalmente. Tudo
o que restava era uma certeza.
A certeza de que essa mulher em meus braços era a única.
"Essa mulher soa como alguém que seria perfeita para mim." Digo
asperamente.
Ela respondeu com um ronco suave. Um que aqueceu meu coração.
"Seu pedaço estúpido de merda." Eu disse para a máquina na
minha frente.
Colocando as mãos na parte superior da máquina empurrei com
toda minha força, mas só consegui dar um pequeno solavanco no
monstro.
Então comecei a chutá-la.
"Me." Chute.
"Dê." Chute.
"O meu." Chute.
"Cheetos!" Soco.
Meus Cheetos estavam pendurados por um fio. A máquina era a
reencarnação do diabo. Ela roubava algo meu, pelo menos, uma vez por
semana, e alguém poderia pensar que já sabia disso. Mas não o fiz. Não,
eu alimentava com meu dólar essa máquina estúpida uma e outra vez ao
longo do dia.
Felizmente, era depois da escola, caso contrário, nunca teria sido
capaz de fazer isso.
Eu estava esperando por uma carona com minha irmã, que estava
a mais de uma hora atrasada. Eu poderia ter chamado um táxi... se o
meu telefone não estivesse morto. Eu teria ligado para o seu telefone
celular... se me lembrasse os números.
Eu não tinha memorizado um número desde o verão em que fiz 15
anos e ganhei o meu primeiro telefone celular. O único que me lembrava
de cabeça era o do único homem que não estava falando, porque estava
muito envergonhada.
Para piorar as coisas, não conseguia me lembrar de nada da noite
anterior. Eu estava sozinha quando acordei, na minha própria cama, e
completamente decepcionada.
Eu tinha ligado para minha irmã imediatamente para ver o que
aconteceu na noite anterior, e tudo o que tinha a me dizer foi que fiquei
bêbada e tive que ir para casa com elas, porque Trance estava preocupado
que eu não seria capaz de me segurar na moto.
O que tinha esvaziado algo dentro de mim.
Eu tinha estado na casa de Trance por três dias naquele ponto, e
estar na minha própria casa sozinha realmente explodiu.
"Precisa de alguma ajuda, Cupcake?" Disse uma voz divertida atrás
de mim, me fazendo pular e perder o equilíbrio. Principalmente porque
meu pé estava em movimento em direção à máquina para outro chute.
Eu fui impedida de cair no chão, (o que certamente teria doído),
pelo corpo duro, muscular de Trance.
"Você assustou a merda fora de mim", digo sem fôlego.
"Eu sinto muito. Achei que tivesse me ouvido chegar. Eu não estava
sendo silencioso." Ele pediu desculpas, ainda não me deixando ir.
Eu balancei a cabeça, agarrando seu antebraço, como se minha
vida dependesse disso, e me endireitei. "Não, eu estava distraída."
Ele riu e me ajudou a ficar em meus próprios pés.
Virando-me, um pequeno sopro de alegria deixou meus pulmões
com a visão de seu corpo musculoso em seu uniforme apertado. Meu
Deus, mas o homem era impressionante.
Seu cabelo estava incontrolável, como sempre. As covinhas em suas
bochechas e a covinha no queixo começaram um fogo baixo no meu
núcleo.
O uniforme que usava era preto e o distintivo de ouro em seu peito
esquerdo brilhou. O cinto em seus quadris acentuou o caimento e
levavam até as coxas musculosas.
Eu pulei seu pacote, não querendo ir para lá com o meu atual
estado de espírito, pousei em suas botas táticas pretas que pareciam que
poderia chutar a cabeça de uma pessoa.
Foi quando notei dois cães em seus pés.
"Você tem dois?" Perguntei com surpresa, descendo sobre um joelho
aos pés de Trance para acariciar ambos.
"Sim", respondeu asperamente. "Esta semana começa o
treinamento de Kosher. Vou dar-lhes cerca de um mês ou mais para se
adaptar antes de começar a levá-lo sozinho".
Eu não sei por que olhei para ele então, talvez fosse a aspereza de
sua voz, ou a simples atração de seus olhos, mas quando mudei meus
olhos até seu longo corpo, ignorando a protuberância em suas calças
pretas justas que ia crescendo a cada segundo, me vi capturada por seus
olhos.
Eles estavam queimando um buraco em minha alma que era
incapaz de ignorar.
Soltei os dois cães, me levantei, me movendo mais perto de seu
corpo até que estávamos meros milímetros de distância um do outro.
Com um gemido de derrota, Trance me agarrou pela trança para me
puxar para frente até que nossos lábios se encontraram.
Eu me derreti em seu corpo.
Sua boca foi um absoluto céu.
Molhada e quente.
Quando sua língua encontrou a minha, ele pareceu perder alguma
luta interna e encontrei-me presa. Minhas costas contra o armário e o
corpo de Trance segurando-me refém, enquanto devorava minha boca.
Suas mãos estavam apertadas em punhos, plantadas ao lado da
minha cabeça. Uma mão ainda segurava minha trança firmemente, notei
quando tentei me mover para frente e trazê-lo mais perto.
Minhas mãos estavam agarrando à frente da sua camisa em
desespero enquanto tentava fundir meu corpo com o seu. Puxando seu
cabelo, gemi em sua boca. Quando finalmente se separou da minha boca,
olhando profundamente em meus olhos, eu caí, longa e profundamente.
Jesus, esse homem era uma droga.
Sua respiração ondulava dentro e fora de seus pulmões e ele me
olhou como se tivesse crescido uma segunda cabeça em mim. Como se eu
fosse louca.
"O quê?" Ele ofegava.
"Isso é um cassetete ou só está feliz em me ver?" Eu respirei.
Ele olhou para baixo e viu o enorme bastão no cinto que estava me
cutucando na virilha, bem como sua arma e walkie-talkie.
"Desculpe," disse enquando limpava a garganta. "Fiquei um pouco
animado. No entanto, estou feliz em vê-la. Tem sido longos dois dias."
Eu sorri. "Saiu mais cedo?"
Ele balançou sua cabeça. "Uh, não. Sua irmã teve o bebê no meio
de um estacionamento em Dairy Queen".
Comecei a rir. "Ahh! Juro por Deus essa é a melhor notícia que já
ouvi. Está todo mundo bem?"
Ele balançou a cabeça, sorrindo. "Sim, fui enviado para pegá-la.
Tentei ligar, mas foi direto para o correio de voz."
"Excelente. Vamos. Estou tão malditamente animada!" Eu disse
pulando para cima e para baixo contra seu corpo e batendo palmas.
Seus olhos se fecharam, e senti o que definitivamente não era o seu
cassetete quando esfregou contra a minha barriga.
"Desculpe," digo, me acalmando. "Eu estou tão animada."
Ele apertou os olhos com tanta força que a testa se enrugou antes
de dar um passo para trás.
"Siga-me." Ele instruiu e começou a caminhar rapidamente.
Eu segui atrás dele obediente e aquelas incômodas borboletas se
transformaram nesses malditos morcegos novamente.
"Ela é tão perfeita!" Eu gritei quando olhei para minha sobrinha. "O
que é todo esse cabelo preto?"
Hoje era um bom dia para os meus olhos e não poderia ter sido um
momento mais perfeito. Eu estava em êxtase ao ser capaz de ver minha
sobrinha, e ver a minha irmã gêmea com tanto amor para sua nova filha,
foi a cereja do bolo.
"Ela é perfeita... e o que quer dizer com: 'o que é todo esse cabelo
preto’. Como você mesmo sabe sobre seu cabelo?" Minha irmã trovejou.
Meus olhos se levantaram da minha pequena sobrinha e sua
perfeição para bloquear com a minha irmãzinha.
"O-o quê?" Eu gaguejei.
Meu coração estava batendo.
Eu não queria dizer nada. Quer dizer, e se a minha visão decidisse
ir embora de novo me deixando permanentemente cega? Eu teria de
suportar ainda mais pena?
"Todos para fora." gritou.
O quarto lentamente se esvaziou, deixando só eu, Adeline e a bebê
Saylor.
"Você pode ver." Adeline disse calmamente.
Não era uma pergunta. Era uma afirmação.
Não vendo nenhuma razão para mentir mais, balancei a cabeça
lentamente.
Ela olhou para mim por quase um minuto, antes de começar a
chorar.
"Como você pôde não me dizer isso?"
Caminhei lentamente até a cama e me sentei sobre o espaço
minúsculo que Adeline não ocupava antes de explicar.
"Eu não queria que se preocupasse. Minha visão", digo balançando
a cabeça. "Minha visão não é tão grande. Eu só comecei a ver cerca de
dois terços no meu olho esquerdo. Eu ainda tenho um enorme espaço em
branco entre o meu nariz a um terço de distância através do meu olho,
até quase o meio da manhã. Eu não quero que se preocupe. Eu estava
pensando em lhe dizer depois que ganhasse o bebê".
Ela me olhou atentamente antes de deixar cair a cabeça. "Essa é a
melhor notícia que já ouvi. Eu pensei que nunca iria voltar."
Eu sorri ligeiramente. "Dr. Morris pensa que é tudo na minha
cabeça, que estou fazendo isso para mim mesma. Disse que não há
nenhuma razão médica para eu não ter nenhuma visão".
"Ele realmente disse que estava fazendo isso a si mesma?" Ela
questionou com uma sobrancelha levantada.
Eu balancei minha cabeça. "Não em tantas palavras. Mas acredita
que com o tempo e redução do estresse ela poderia voltar. Ele não sabe se
vai ser o que era, mas é possível que eu possa ganhar a plena visão de
volta um dia. Ele realmente não sabe."
Ela pigarreou. "Então você pode me ver?"
As palavras sussurradas rasgaram o meu coração, assenti
enquanto uma lágrima brotou no meu olho e caindo sobre a borda,
arrastando pela minha bochecha. "Sim."
"Eu me senti tão culpada pelo que fiz para você. Tão malditamente
culpada".
"Você não deveria amaldiçoar na frente de seu bebê." Eu repreendi.
"Mas eu amo você, não deve se sentir culpada. Eu tive tanta parte do
nosso acidente como você."
"Sim, mas o meu é apenas uma cicatriz em comparação com a sua
visão." Ela disse gravemente. "Às vezes desejo que fosse eu."
"Sim, bem, eu sou uma cadela. Eu não teria feito todas essas coisas
boas que fez para mim. Foi melhor que isso aconteceu comigo, para que
pudesse tê-la cuidando de mim." Provoquei.
"Você tem um rosto de cadela descansada que odiaria não ver." Ela
riu.
"Hey!" Eu disse, indignada.
Ela começou a rir antes de olhar para a menina mais nova em
nossa família.
"Ela é perfeita, não é?" Perguntou Adeline, correndo o dedo ao longo
do rosto da filha.
A pequena menina virou sua boca em direção ao dedo, torcendo por
algo que definitivamente não tinha para lhe oferecer.
"Oops, parece que você começou algo que não posso terminar." Eu
disse enquanto estendia o pequeno bebê para sua mãe.
Ela torceu o nariz. "Eu não sei o que fazer."
Tomando a menina pequena em seus braços, olhou para a criança
agora chorando, impotente.
"Você apenas, sabe, coloca o seio em sua boca ou algo assim?"
Perguntei.
Ela deu de ombros e começou a puxar para baixo sua camisa. "Uhh,
com certeza. Eu deveria ter tomado uma dessas aulas de amamentação
malditas. Talvez eu deva ir a uma dessas."
"Apenas coloque o peito lá. Aposto que ela vai fazer o resto." Eu
adivinhei.
Desajeitadamente, deixou sua camisa deslizar fora de seu ombro e
colocou o bebê ao peito.
Eu ri quando o bebê praticamente se moveu com ela. "Aqui," digo
segurando a cabeça do bebê em direção peitos da minha irmã. "Coloque o
seu peitinho em sua boca."
Ela o fez, e depois gritou quando o bebê se agarrou com ferocidade.
Quando tentei tirar as minhas mãos longe da cabeça do bebê, ela
caiu e começou a gritar incontrolavelmente.
"Merda", digo colocando minha mão para trás na cabeça do bebê e
a outra no seu seio, onde tinha estado. "O que foi agora?"
Minha irmã tinha o mesmo aperto no seu seio, com a outra mão
colocada debaixo da massa do corpo do bebê. "Eu não sei. Realmente não
deve ser tão difícil."
Não sabendo mais o que fazer, chamei por ajuda. "Kettle!"
Ele veio segundos mais tarde, e, em seguida, nos olhou com
surpresa. "Não que me importe que você está tocando os seios de minha
esposa, mas isto é um hospital depois de tudo, e você não deveria estar
fazendo isso na frente do meu bebê."
Seus olhos estavam cheios de alegria, porém, então era óbvio que
estava brincando. "Nós não sabemos o que fazer. Talvez você deva colocar
alguns travesseiros embaixo dos braços ou algo assim, então não tenho
que segurar seu seio".
Kettle revirou os olhos e foi pegar algumas almofadas.
"A enfermeira recomendou um Boppy22, mas não sei o que é, nem
tenho um desses, então ela me deu estes." Ele disse enquanto apertava os
travesseiros para nós. "Onde você quer?"
Depois de muitas manobras, finalmente consegui tirar minhas
mãos dos peitos da minha irmã e sentar.
"Eu deveria ter tirado uma foto disso." Kettle afirmou secamente.
"Sim, e eu poderia castrá-lo em seu sono." Eu respondi
sarcasticamente.
"Como? Você não pode sequer ver para chegar lá. Você teria que me
chamar para vir buscá-la." Ele brincou.
Olhei-o estreitando os olhos, e ele se levantou reto. "Você pode ver!"
Revirei os olhos. "Este é o homem que escolheu para se casar?"
"Ele é bom de cama." Adeline respondeu, nem mesmo olhando para
cima, enquanto corria os dedos ao longo de cabeça de Saylor.
Uma batida na porta nos fez virar.
"Posso entrar?" Trance chamou da porta.
Kettle se tornou um turbilhão de movimento quando foi para ficar
na frente de sua esposa, jogando um lençol não só sobre Saylor ainda
comendo, mas Adeline também.
"Espere enquanto o Sr. homem das cavernas garante que os peitos
de sua esposa não estão expostos." digo secamente.
Trance riu e esperou pacientemente enquanto ajudei Adeline
arrumar o lençol de modo que a maior parte dela estava coberta, mas
ainda podia olhar para Saylor.
"Ok", Kettle estalou.
Trance entrou no quarto sem Kosher e Radar, andando hesitante
com os olhos fechados. "Eu realmente não quero ver os peitos de ninguém.
Tem certeza que está tudo coberto?"
Kettle revirou os olhos. "Sim, cara."
22
Quando Trance abriu os olhos, zombei olhando para ele. "Nem
mesmo os meus peitos?"
A boca de Trance abriu e fechou por alguns segundos preciosos, me
fazendo cair na gargalhada.
Ele torceu o nariz antes de caminhar para Kettle e oferecer a mão.
"Escute, tenho que voltar ao trabalho, mas posso pegar Viddy uma vez
que o meu turno acabar. Parece bom?"
Ele terminou a pergunta olhando para mim com as sobrancelhas
levantadas.
"Bem, acho que sim, mas eu queria ir agora. Vou dar-lhes algum
tempo para conhecer seu bebê antes de monopolizar e puxar o cartão tia."
Eu expliquei. "Embora, possa pegar um táxi."
Trance estava balançando a cabeça antes mesmo de terminar a
frase. "Bem, se esse for o caso, vamos lá e vou deixá-la. Você está no meu
distrito de qualquer maneira."
Depois de beijar Kettle e Adeline e cheirar a doce Saylor, que
felizmente, não estava mais agarrada no seio da minha irmã, andei com
Trance no corredor.
Nossas mãos estavam para baixo, aos nossos lados, e eu
praticamente coçava para agarrar a mão dele com a minha.
Após o terceiro roçar circunstancial, finalmente agi e peguei a sua
mão com a minha.
Ele a agarrou de volta, sorrindo para mim, quando apertou o botão
do elevador.
Eram oito horas da noite e me surpreendeu ver dois adolescentes
no elevador, visto que era tão tarde. O horário de visitas foi ao longo de
quase uma hora atrás, para o resto do hospital.
Ainda mais, me incomodou que, quando as portas se abriram, os
dois nem sequer se preocuparam em soltar a língua da boca um do outro.
Embora, Trance fez a viagem absolutamente memorável. Quando
Trance apertou o botão para o térreo, ele ficou de frente para o casal, em
vez de se virar como a maioria das pessoas em elevadores fazem.
O que chamou a atenção dos jovens adolescentes, que se afastaram
como se tivessem sido cutucados quando perceberam o policial
simplesmente olhando-os com firmeza.
Ambos se moveram até que estivessem em lados opostos do
elevador, com as faces em chamas e não disseram uma palavra.
Quando o elevador parou no seu andar, eles praticamente voaram
para fora da pequena caixa e começaram a correr, me fazendo sorrir como
o gato que comeu o canário.
"Isso não foi tão justo!" Eu exclamei.
Ele encolheu os ombros. "Às vezes é bom ser um policial. Não há
nada melhor do que levar as pessoas a agirem certo."
Eu o olhei, estudando seu perfil enquanto caminhávamos pelo
corredor do hospital.
Deus, ele parecia tão sexy.
"O que é ruim sobre ser um policial?" Perguntei.
"Eu já lhe disse um desses casos. Seria bom não ter que prender
uma mãe bêbada dirigindo com sua filha pequena jogada no banco de
trás. Ou, quando os policiais são chamados para um distúrbio doméstico
e a mulher se recusa a prestar queixa contra o homem que quase a
espancou até a morte com um frasco de xampu. É difícil ver qualquer
bondade no mundo ao longo de todo o mal." Trance explicou ferozmente.
"Você nunca vê nada de bom, embora? A maioria é tudo ruim?" Eu
perguntei enquanto ele segurava a porta aberta de sua viatura.
Ele fechou a porta e coloco o cinto de segurança, ouvindo as
fungadas excitadas dos dois cães no banco de trás.
Uma vez que Trance colocou seu grande corpo no assento ao meu
lado, ele colocou seus óculos de sol, ligou o carro e colocou a mão na
parte de trás do meu banco antes de fazer a volta.
Os músculos de seu braço flexionaram com o movimento, e não
pude deixar de pensar sobre qual seria a sensação de experimentar esses
braços poderosos. Como eles se pareciam plantados ao lado da minha
cabeça com seu grande corpo bombeando em mim em profundos e
potentes golpes?
A profunda voz de Trance, divertida interrompeu meus
pensamentos tortuosos, chamando minha atenção de longe de seu
antebraço para seu rosto.
Ele estava olhando para mim divertido. Suas sobrancelhas estavam
levantadas acima dos aros dos óculos em questionamento.
"Sinto muito, o quê?" Eu perguntei enquanto um ligeiro rubor
começou a subir nas minhas bochechas.
"Eu perguntei o que você estava pensando, mas o rubor
praticamente responde à pergunta para mim." Ele observou.
Seu sorriso fez uma de suas covinhas aparecerem, me fazendo
contorcer no meu lugar.
Querendo pegá-lo desprevenido, eu disse exatamente o que estava
pensando, até a própria posição em que estava enquanto ele estava
bombeando dentro de mim.
Eu cruzei as pernas, apertando-as juntas para tentar contornar a
necessidade queimando, mas isso só piorou, me fazendo descruzar as
pernas ao mesmo tempo em que Trance olhava de boca aberta para mim.
Apesar de nenhuma outra palavra ser dita, nós dois sabíamos.
Sabíamos que hoje ia ser o dia.
Tínhamos dançado em volta do elefante na sala por muito tempo, e
para mim, pessoalmente, me sentia muito, muito perto de entrar em
combustão.
O caminho para o meu apartamento do hospital levou quatorze
minutos.
O tempo todo estava ciente de Trance. Seus olhos nunca se
desviaram da estrada, mas o ar no carro era sufocante com a tensão
sexual rolando entre nós.
Eu podia sentir a antecipação pendurado entre nós. Eu sabia que
ele estava muito consciente dos meus movimentos, minha respiração e da
minha necessidade.
O mesmo acontecia comigo. Embora não estivesse olhando para ele,
meu corpo parecia sentir quando o seu se movia, sutilmente mudando de
posições enquanto chegava o mais perto possível dele, mas sem tocá-lo.
De alguma forma, eu sabia que se o tocasse, não estaríamos
fazendo isso em casa. Ele puxaria para o lado da estrada e me levaria,
independentemente das consequências.
Eu sabia que ele estaria vindo hoje à noite depois do seu turno.
Havia tanta coisa que uma pessoa poderia tomar antes de não aguentar
mais, e Trance e eu estávamos naquele ponto de ruptura.
O que não esperava era ele ligar e informar que estava de folga por
um tempo.
Havia algum tipo de código em que dizia que você precisava de um
pouco de sexo, e que estaria de volta em dez minutos?
"Unidade 5-2 Código 7." Trance disse no microfone em seu ombro.
Meu coração começou a bater forte. O seu olhar era totalmente
assustador. Assustador de um tipo bom, mas ainda assustador. Parecia
que estava prestes a me devorar desde os dedos dos pés até à ponta dos
cabelos.
"O-o-o que você está fazendo?" Eu perguntei, surpresa.
A mão que estava em seu cinto da arma finalmente libertou a ligação
frouxa e deixou cair o cinto no sofá com um baque alto. Então,
desabotoou o primeiro botão de sua camisa, agarrou-a pela parte de trás
do colarinho e puxou-a sobre a sua cabeça em um movimento fluído. A
camisa foi para o mesmo lugar que o cinto, então começou a retirar as
tiras de velcro que mantinham o seu colete Kevlar. Com três movimentos
rápidos, ele tinha cada cinta de velcro solta e estava tirando o colete em
movimentos bruscos e apressados. "Jesus, você devia jogar strip poker
com todas as roupas que tem vestido. Eu aposto que ia ganhar!" Eu falei
nervosa. Seus olhos nunca vacilaram, mas o brilho neles me disseram
que ele estava se divertindo com meu nervosismo. Eles praticamente
diziam: 'Acho bom que esteja nervosa. Estou prestes a devorá-la. ' A sua
t-shirt branca foi a próxima, seguida do botão em suas calças. Em
resposta a esse brilho em seus olhos, eu, é claro, soltei a coisa mais
embaraçosa que jamais teria proferido. "Eu sou virgem!"
As mãos que estavam no processo de empurrar as calças, as
despindo de seus quadris congelaram no lugar, e um olhar animal, quase
satisfeito, surgiu nele imediatamente, e ao mesmo tempo, suas mãos
encontraram o meu cabelo.
Entre beijos, expliquei. "Bem, não sou bem virgem, por assim dizer.
Eu estourei a minha própria virgindade, com inúmeros vibradores nos
últimos dez anos".
Eu fui puxada para frente, um braço envolveu o meu pescoço e
outro apertou um punhado do meu cabelo, até que eu estava corando
contra seu peito nu.
"Você não poderia ter dito nada mais sexy para mim agora." Ele
resmungou, e então meu corpo estava voando pelo ar. Acabei em seu
ombro, olhando para a sua bela bunda. As suas calças estavam para
baixo, mal me deixando dar uma espiada dos globos musculares de seu
traseiro.
Não sendo capaz de me controlar, coloquei um beijo de boca aberta
quente em cada bochecha antes de usar as minhas mãos para empurrar
para baixo as suas calças. Eu apalpei a perfeição, deixando as minhas
unhas cavar quando o seu aperto aumentou nas minhas costas. "Pare
com isso", disse batendo na minha bunda. "Você já arruinou
completamente o meu controle no carro com a sua provocação. Continue
assim e não vai ser como você precisa. Vai ser duro, cru e sujo."
"Eu gosto de áspero, cru e sujo," ofeguei um pouco antes de morder
sua bunda. Eu gritei quando me jogou em cima da cama. A minha saia,
que tinha se mantido de alguma maneira até os joelhos, foi puxada para
cima por mãos ásperas.
"Tire sua camisa", pediu enquanto os seus dedos ásperos foram até
as laterais das minhas coxas, enganchando em torno de minha calcinha e
as puxando.
"A camisa!" Ele rosnou quando o assisti descer entre as minhas
pernas e as colocarem torno de seus ombros fortes. Um polegar áspero,
calejado varreu os lábios de minha buceta e ele rosnou em apreço.
"Eu gosto que você raspou aqui." assobiou. "E que está tão
molhada. É tudo o que é necessário? Um pouco de conversa suja da
minha parte e você fica logo pronta para ser tomada?"
A remoção da minha camisa foi totalmente esquecida com cada
botão desfeito, bem como o fecho frontal do meu sutiã. Eu não tinha mais
força de vontade para remover qualquer coisa. Em vez disso, me
concentrei no que ele estava fazendo para mim. Eu teria lhe respondido.
Realmente, teria, mas meu cérebro explodiu com o primeiro toque de sua
língua quente e molhada. Neurônios que nunca tinham sido estimulados
antes começaram a disparar. Tudo de uma vez. Meu cérebro estava em
sobrecarga e a única coisa que consegui fazer sair da minha boca, foram
os gemidos de prostituta ininteligível, que eu pensava que serem apenas
especiais para filmes pornográficos. Minha mão foi para o seu cabelo
louro encaracolado e agarrei nele com todos os meus dedos. Eu não o
guiei, apesar de tudo. Trance não era o tipo de homem que precisava,
nem queria, orientações. Ele era todo homem e a última coisa que
precisava, era de qualquer direção.
Ele estava tocando o meu corpo com a língua como se fosse um
instrumento à sua mercê. Um grande dedo entrou em mim e isso foi tudo
o que precisei. Eu explodi. Não há outras palavras para o que meu corpo
fez.
Quando o seu dedo entrou em meu núcleo molhado, eu tinha ido
embora.
Viddy deixou o prédio. Em meu lugar ficou uma mulher que só
sobreviveu no prazer. O prazer deste homem. O único a me comer, como
nunca tinha sonhado que poderia ser possível.
Quando meu orgasmo diminuiu, eu estava lá, ofegante e sem saber
o que fazer a seguir. Trance não tinha tais escrúpulos. Ele sabia
exatamente o que queria e tomou. Eu assisti com fascínio quando tirou
uma camisinha de sua carteira e a jogou no chão com um sonoro tapa,
rasgou o pacote, abrindo-o com os dentes. Ainda melhor, vi quando
colocou a ponta da camisinha na cabeça de seu pau, beliscando-a
ligeiramente, colocando-a sobre o seu grande pau.
A camisinha ficou com cerca de meia polegada de sobra, não tenho
tempo para fazer a pergunta que estava se formando em minha mente,
porque ele estava lá, entre as minhas pernas. Colocando a grande cabeça
de seu pau na entrada de minha buceta.
Agarrando cada uma das minhas coxas com suas mãos grandes,
ampliou as minhas pernas e me abriu para a sua penetração ainda mais
profunda, antes de lentamente começar a empurrar para dentro de mim.
Inicialmente, a intrusão de seu pau foi uma surpresa, mas com
algumas estocadas rasas, ele estava completamente revestido pelos meus
sucos, permitindo-lhe entrar todo o caminho com o seu próximo golpe.
Ele bateu no fundo dentro de mim e olhei para baixo em surpresa. Ele
não estava todo dentro de mim, mas isso era tudo o que eu era capaz de
tomar. Pelo menos no início.
"Jesus, você é tão malditamente apertada." Ele gemeu, se retirando
antes de se impulsionar para frente mais uma vez.
"Isso é provavelmente porque seu pau é tão grande. Eu nunca tive
qualquer problema com meus vibradores." Eu provoquei entre respirações
afiadas.
"Você não vai mais precisar desses vibradores. Você pode jogá-los
fora." Ele disse, enfatizando o seu ponto com um golpe profundo.
"Ok", concordei prontamente.
"Apenas certifique-se que está aqui toda noite, então não tenho que
usar as minhas mãos". Ele sorriu, dando uma visão clara das suas
covinhas, provocando uma onda de umidade entre as minhas pernas.
"Não sorria," ofegava. "Você vai me fazer gozar muito rápido." Ele
riu. O filho da puta riu.
"Oh querida. Você vai estar gozando muito durante a próxima hora.
Então, quando voltar do trabalho, você estará fazendo tudo novamente.
Quando se sentar em sua cadeira amanhã no trabalho, vai estar tão
dolorida que mal conseguirá se mover, mas garanto que vai voltar para
casa e implorar por mais do meu pau". Eu não discuto com ele. Era óbvio
para mim, assim como para ele, que eu era massa em suas mãos.
O que ele provou, momentos mais tarde, quando as mãos que
estavam em meus quadris se moveram até que ambos os polegares
roçaram meu clitoris.
Ele, contudo, não os moveu. Tudo o que tinha a fazer era deixar
que o movimento do nosso corpo, suas estocadas, adicionassem o atrito
que eu precisava. Levando-me a explodir, me quebrando em um milhão
de peças minúsculas carregadas sexualmente. "Porra! Sim!" gritei. Com
meu orgasmo segurando o seu pau com tanta força, pulsando em torno
de seu comprimento, despertei uma reação em cadeia em seu próprio
corpo, fazendo-o explodir logo a seguir ao meu próprio orgasmo.
"Filha da puta." Trance rosnou, olhando para baixo para assistir o
seu pau a entrar e sair de mim. "Deus, sim." Trance entrou em colapso,
levando as minhas pernas com o seu grande corpo, empurrando o seu
pênis ainda mais fundo dentro de mim, me fazendo gemer.
"Jesus. Por que isso parece tão certo?" gemi.
"Porque sou muito bom." Ele disse se colocando sobre os cotovelos
e pegando no meu rosto. Uma por uma, deixou as minhas pernas irem,
até que caíram inertes ao nosso lado. Meus braços estavam em cima da
minha cabeça, incapazes de fazerem até mesmo a mais simples das
tarefas, como tirar o cabelo que tinha caído no meu olho para fora, para
que pudesse ter uma visão mais clara dos olhos de Trance. Soprando
vigorosamente, finalmente tirei o cabelo dos meus olhos, apenas para
descobrir Trance olhando para mim ainda mais intensamente.
"Sua quente bu..." Eu o interrompi antes que pudesse dizer que
palavra feia 'B' golpeando minha mão sobre sua boca.
"Não diga essa palavra. É grosseiro." Eu repreendi. Seus olhos
brilharam com júbilo, mas balançou a cabeça sabiamente e deixei cair a
minha mão.
"Você não gosta dessa palavra?" Ele perguntou.
"É tão... Impertinente." Corei.
Ele retirou-se do meu corpo molhado antes de caminhar até o
banheiro, seu pau ainda tão duro, como tinha estado quando começamos.
Eu ouvi a água ligar e desligar, seguida pela descarga do banheiro, antes
dele voltar e se deitar na cama ao meu lado. O seu corpo grande fez a
cama afundar, rolei para ele involuntariamente, não que parecesse se
importar. O seu braço me apertou e sua mão em concha foi para a minha
bunda, me puxando para perto de forma que pudesse sentir o cume duro
de seu pênis. Ele não fez nada, porém, ficou somente olhando para mim.
"Eu tenho que voltar a trabalhar por mais três horas. Eu estou na
minha pausa para o almoço, mas acabamos usando quase três quartos
dela." Ele hesitou, e então disse. "Você quer que eu volte de novo?"
Eu balancei a cabeça como uma colegial ao conhecer o seu membro
favorito de uma boy band, fazendo-o sorrir maliciosamente.
"Ok, estarei de volta em torno das duas horas da manhã. Eu tenho
que levar os cães para casa, e em seguida, voltarei."
"Você quer que eu vá para sua casa? Vai ser mais fácil para você."
As mãos que estavam percorrendo as minhas costas pararam e ele me
olhou atentamente. "Eu adoraria ter você em minha casa, mas os meus
irmãos ainda estão lá, e quero um pouco de tempo sozinho, apenas com
você. Além disso, então nós teríamos que ficar quietos."
"Ok", concordei ansiosamente. "Vejo você às duas. Eu tenho umas
chaves no balcão da cozinha. Max e Gabe deixaram quando eles
mudaram as fechaduras."
Seus olhos escureceram.
"Não que não goste do fato de estar me dando as chaves, mas não
vamos mencionar um outro homem, muito menos outros dois homens, na
cama, quando estamos nus, de novo, ok?"
"Sim, senhor." disse sarcasticamente.
"Agora isso é o que gosto de ouvir." Disse, me dando um beijo na
bochecha antes de se levantar para ir.
"Hey Trance?" Perguntei quando se endireitou. Ele se virou, e posso
ver novamente o seu grande pau, me fazendo lamber os lábios.
Ele fechou os olhos como se estivesse orando por paciência antes de abri-
los novamente e apoiando-se lentamente.
"Sim?"
"Tenha cuidado e volte depressa." Ele sorriu diabolicamente.
"Oh, não se preocupe com isso. Eu vou estar contando os minutos."
Então vestiu as suas calças, voltou para a cama e me deu outro selinho
nos lábios, antes de ir para a sala de estar para terminar de se vestir.
Eu fiquei de pé; escorregando a t-shirt branca que tinha roubado dele
quando passei a noite e o segui para a sala de estar. Ele já tinha o seu
colete e estava vestindo a sua camisa quando me viu. Ele percebeu o meu
estado sem sutiã e vestindo a sua t-shirt, antes de dizer: "Ah, porra."
Ele ficou quinze minutos atrasado da sua pausa para o almoço.
"Tranque a porta", digo enquanto me dirijo para a porta do
apartamento de Viddy. "E ligue o alarme. Ouviu?" Ela seguiu atrás de
mim, na mesma t-shirt que tinha causado o atraso anterior, balançando a
cabeça.
"Sim senhor!" Virei-me e a prendi junto da porta, esmagando os
meus lábios nos dela em um beijo apressado, antes de o quebrar e bater
de leve na sua bunda.
"Eu gosto de sua boca inteligente. Mantenha essa atitude e vou ter
que descobrir algo, para manter a sua boca ocupada para que toda essa
insolência não continue a sair para fora dela." Ela bufou para mim, abriu
a porta e fez um gesto de me enxotar.
"Vejo você em algumas horas, meninão." Saí, descendo para o carro
com os dois cachorros em meus calcanhares. Depois de uma rápida visita
na grama, para a sua ida ao banheiro, no campo atrás do complexo de
apartamentos, deixei os cães na delegacia e liguei para a central de
comando.
Assim que disse à central de comando que eu estava de volta ao
trabalho, fui para o Loop que era o meu principal entrave.
Eu trabalhava no Loop aos fins de semana, uma vez que parecia ser
um local de encontro para o povo de Benton. Como não havia muito a
fazer, os adolescentes sempre encontravam uma maneira de ficar em
apuros fazendo corridas de rua.
E foi por isso que apenas cinco minutos após a minha primeira
ronda, vi dois carros correndo, prestando pouca atenção aos outros
motoristas na estrada.
Pegando meu rádio, comuniquei enquanto ficava chateado como
uma cadela, ligando as minhas luzes e sirenes.
"Unidade 5-2 respondendo a uma 23109."
"10-4". Comunicação confirmada.
Eu tive sorte, pois quando segui os dois carros, um modelo branco
novinho Dodge Charger e um Mustang GT preto, estavam parados em um
sinal vermelho, com motores acelerando. Eles não tentaram fugir, o que
foi ainda melhor.
Ambos, obedientemente, se dirigiram para dentro do parque de
estacionamento Best Buy antes de desligarem os seus veículos. Fui até o
Mustang primeiro, pedi a licença e o registo do garoto, antes de ir para o
outro veículo. Este homem era mais velho e devia ter mais sensatez.
Crianças idiotas sempre incitavam os adultos. Adultos idiotas sempre
assumem as burrices de crianças pequenas. Os homens, porém, nunca
iriam mudar. Eu tinha acabado de fazer exatamente isso há dois dias com
os meus irmãos no carro. Merda acontece.
Depois de lhes passar uma multa, a entreguei para eles e os deixei
seguir o seu caminho, antes de parar no mesmo local onde estava antes
no Loop.
Passou mais uma hora do meu turno antes de receber a chamada
mais assustadora que já tinha recebido, desde que trabalhava na polícia
de Benton.
"Unidade 5-2, recebemos vários trotes de 511 Baylor Drive na zona
sul. Você pode fazer uma verificação?" Perguntou o operador.
"10-4".
A residência à qual deveria fazer uma verificação estava
completamente às escuras quando estacionei. Ela era a única na rua sem
luz, e o quintal tinha mato tão alto que eu soube imediatamente que
quem estava vivendo lá antes, definitivamente não estava agora. Um sinal
na frente dizia 'propriedade do banco para a venda' e era evidente que
estava no mercado há algum tempo.
Deixando sair ambos os cães, andei com cuidado para a porta,
passando por cima de grandes rachaduras na calçada e apontando a luz
da minha lanterna em ambos os lados da janela. Ambas as janelas ainda
estavam intactas, o que era surpreendente. Normalmente, em casas
abandonadas como esta, ocupantes ilegais tendiam a invadir, forçando a
entrada, da maneira mais fácil possível.
Os painéis de vidro em ambos os lados da porta teriam sido a
maneira ideal para conseguir entrar. Batendo na madeira da porta três
vezes, eu disse, "Polícia de Benton." Sem resposta, bati novamente. Uma
estranha sensação de déja vu me atingiu, e me virei de lado tentando
expôr o mínimo possível do meu corpo. O que salvou a minha vida.
Três tiros de espingarda foram disparados, ao mesmo tempo e eu
caí, apertando o intercomunicador do meu microfone e gritando. "Unidade
5-2. Tiros disparados. Tiros disparados. Código 45."
Assim que acabei de gritar no meu microfone, puxei o interruptor
que o desligava e tudo ficou estranhamente silencioso. Eu esperava que
tivesse chamado o código certo, pois eles foram mudados apenas na
semana passada, mas assumi que logo descobririam o sucedido ao não
ouvir nada de mim de volta.
Era o protocolo padrão desligar o rádio após avisar a central que a
sua vida estava em perigo. O rádio muito provável estaria explodindo
neste momento, enviando unidades para este local, e se ainda estivesse
ligado, quem tinha feito os disparos provavelmente o ouviria, se
aproveitando das informações.
Quem estava disparando as balas de espingarda através da porta
ficou em silêncio após ficar sem munições, fiquei onde estava, com a
arma apontada para a porta destruída sem qualquer conhecimento de
quando a mesma seria aberta.
Os cães estavam abaixados, perto do chão, tremendo em
antecipação e eu estava feliz que Kosher não tinha perdido a sua merda,
assim que o tiroteio começou. Só depois de um bom minuto sem mais
nenhum tiro, que comecei a ficar preocupado. Eu era a uma única pessoa
na porra do escuro, poderia haver sabe-se lá quem e quantos, apenas ali,
esperando eu fazer a minha jogada. Que eu sabia, que tinha que fazer.
Colocando a lanterna na minha arma, espreitei pela porta apenas
para ser recebido por uma espingarda. Uma espingarda descarregada,
felizmente.
Quem quer que fosse, tinha a deixado cair sobre uma mesa ao lado da
porta e fugiu.
Ouvi ruídos de pés arrastando vindos da sala traseira, mas mantive
a minha posição. Algum sexto sentido, me disse que estavam indo ao
redor da casa, então dei uma ordem para Radar ficar e para Kosher ir.
Quando ele foi, Radar e eu fomos para a casa. Eu soube imediatamente
que algo estava morto naquela casa e tinha estado por algum tempo.
Um rosnando vindo da rua me fez enrijecer, mas investiguei o resto
dos quartos, feliz por encontrar cada um deles vazio de qualquer
mobiliário que possibilitassem quaisquer suspeitos se esconderem atrás
ou debaixo deles.
Quando finalmente entrei na cozinha, o cheiro concentrado da
podridão parecia permear o ambiente, mas o que tinha a minha atenção
era o rosnar e os latidos vindos de Kosher. Encontrei-o no lado da casa,
entre o quintal e a frente.
"Kosher. Senta." Kosher se sentou, mesmo que não estivesse
tocando no suspeito. Apenas latindo e rosnando para conseguir que o
suspeito ficasse parado e não se movesse.
O que me surpreendeu foi o tamanho da suspeita. Ah, e que a
suspeita não era mais do que a porra de uma criança.
"Mãos para cima onde eu possa vê-las." Digo com autoridade. A
jovem gemeu e levantou as mãos até que estavam esticadas na grama
acima dela. Caindo de joelhos na grama, eu a algemei com as mãos atrás
das costas e lhe pedi para se levantar, levando-a pelo lado da casa, saí
pelo jardim da frente para encontrar três carros de polícia, um disfarçado
e Loki, correndo pela calçada com as suas armas em punho.
"Casa limpa." Gritei. Todas as armas se voltaram em minha direção
até que gritei: "Sou eu, Trance." Suspiros aliviados vieram dos quatro
homens quando me aproximei mais, com ambos os cães me
acompanhando.
"O que aconteceu?" Perguntou o policial Torsos. O policial Torsos
estava em nossa divisão e trabalhava com as crianças do bairro, para
reduzir a criminalidade. Ele já estava na força por quase vinte anos, e
tinha um jeito com crianças. Que viria a ser conveniente agora.
"Eu não sei ainda, a não ser que esta pequena aqui, atirou em mim
através da porta em vez de apenas se apresentar simpaticamente."Eu
rosnei. Um dos outros oficiais tirou um kit de luz da parte traseira de seu
carro-patrulha e o ligou enquanto sentei a garota sobre o capô do meu
carro.
"Por que você disparou?" Eu perguntei sem rodeios.
"Você disse que era a polícia." Ela disse simplesmente. Levantei os
meus olhos para o céu e desejei calma para o meu corpo, enquanto
tentava não explodir na obviamente assustada jovem.
"Por que você está em uma casa abandonada?" Perguntei. Ela
encolheu os ombros.
"Jesus Cristo." Estalei.
"Que tal você ir para uma caminhada. Vou fazer-lhe mais algumas
perguntas." O oficial Torsos propôs. Uma proposta que aceitei e voltei
para a casa, Loki seguiu nos meus calcanhares.
"Isso é como deja-porra-vu." Loki informou amavelmente. "E eu não
sei disso, porra?" Eu concordei.
"Alguma coisa está morta lá dentro." Loki disse assim que cruzou a
soleira da casa. Ligando o rádio de novo, entrei em contato com a central.
"Central, esta é a unidade 5-2. Você pode entrar em contato com a
empresa de energia elétrica e lhes pedir para ativar a energia para esta
casa?"
"10-4". O operador respondeu. "Isso deve demorar uma boa hora."
Loki riu sem graça. Eu silenciosamente concordei. Demoraria um tempo.
Acontece que, foi a porra de uma longa noite.
"Então, enquanto temos tempo livre, que tal me dizer o que sabe
sobre Paul Russo e o que você foi capaz de descobrir sobre ele." Exigi,
voltando minha atenção para ele. Loki sentou-se em seu carro patrulha e
olhou para o céu.
"Não muito, para ser honesto. Ele afirma que a coisa toda era
consensual. Ele disse que eles as colocaram quando ainda estava com ela.
Tem um inferno de um advogado e uma porrada de dinheiro, também.
Temos que ter uma declaração de Viddy dentro do próximo par de dias.
Ela vai ter que fazer um relatório antes poder acusá-lo oficialmente."
"Foda," Eu exalo. Eu realmente não queria que ela soubesse que
tinha uma câmera a filmando. Ela vai se sentir violada e suja, e não é
nada disso.
"O cara é uma verdadeira peça de trabalho. Ele tem que descer,
nem que seja por questão de princípio. Se fosse qualquer outra pessoa,
teria cumprido algum tempo por invasão. O seu pai é um advogado
criminal figurão. A sua mãe, uma psiquiatra. O seu filho tem sido além de
mimado".
"Bem, a sua sorte está prestes a acabar, porra." Eu prometi.
Foster e Miller não pareciam melhores do que nós. Embora eles não
estavam usando nenhum anel de casamento como nós, de modo que foi
um plus.
Ambos estavam vestindo fardas de camuflagem e sorrisos irritantes.
"Ah, os recém-casados!" Foster chamou em voz alta, fazendo com
que todos ao redor virassem e olhassem para nós.
Nós estávamos caminhando para dentro do átrio do hotel a ponto
de pegar uma carona para casa dos pais de Trance. Que suspirou e
puxou-me atrás dele, dando-me uma visão íntima e pessoal do corte de
suas costas.
Era bastante simples. O topo do patch ou rocker como Trance
gostava de chamá-lo, era curvado com The Dixie Wardens bordado sobre
ele. Em baixo do "rocker" dizia Louisiana. Havia um pequeno patch no
lado que dizia simplesmente 'MC'. A última coisa era um fantasma de
uma mulher com um vestido longo e esvoaçante.
Toda a coisa era feita em tons de preto, branco e cinza.
No meio do caminho do quarto de hotel, Trance me disse que ele já
tinha encomendado a costureira residente do clube para fazer um colete
para mim.
Eu ainda não estava muito certa sobre o que pensar, sobre toda a
coisa de "propriedade", mas acreditava no ditado "o que quer que o faça
feliz." Meu próprio pai tinha sido um MC, e sabia vagamente os meandros
da vida do clube. Eu sabia o que ser um membro do clube significava, e
estava feliz de fazê-lo.
Isso não significava que eu estava completamente confortável com
tudo isso, porém.
"Hey irmã." Miller disse antes de me puxar para um abraço de urso.
Abracei-o de volta apertado, gostando de vê-lo novamente. Foster foi o
próximo a me envolver em um abraço e ri quando me sacudiu como se
não pesasse nada. O sorriso que iluminou meu rosto quando ambos me
abraçaram por sua vez, fez Trance sorrir, e então seu rosto caiu.
"Onde está Radar?" Ele gritou.
Miller e Foster ambos se viraram e começaram a retumbar com
risadas. "Oh homem, você estava tão bêbado na noite passada. A mãe e o
pai levaram Radar para casa com eles, porque não confiaram em nós com
a sua segurança."
"Como você se lembra de tudo?" Perguntei, desconfiada.
Ele encolheu os ombros. "Já bebi muito nos meus trinta e dois anos.
Eu posso me manter. Trance, se superou ontem à noite. Ele estava
embriagado antes que saísse do avião. Que é o que esperávamos. O
menino não voa bem."
"Mesmo quando estava na força aérea, eu poderia acrescentar?"
Foster disse alegremente.
Trance estreitou os olhos para os seus dois irmãos. "Eu estava MP.
Eles não voam."
Ambos deram de ombros e fizeram seu caminho para fora para um
Challenger. Era vermelho cereja com faixas brancas. Apaixonei-me logo
que eu o vi. Eu sempre esperava meu pai me pegar em um Hunter Green
Camaro quando tinha dezesseis anos, mas depois aconteceu o acidente e
qualquer esperança ou sonho de conduzir um veículo voou para fora da
janela.
"Belo carro," disse enquanto arrastava meus dedos ao longo do
para-choque.
Foster sorriu para mim. "Este é o meu bebê. Não é muito conduzida.
Eu a mantenho estacionada na garagem da minha mãe, enquanto
estamos em missões. Ela é o amor da minha vida."
O passeio para a casa dos seus pais levou cerca de 30 minutos, eles
viviam na periferia da cidade.
Eles pararam em um nível de subdivisão, de classe média, e
estacionaram na frente de uma casa perfeita, cortada como um pequeno
biscoito.
"Isto parece uma casa saída de um cartão de Natal." Eu meditava
enquanto pisava na grama mais esponjosa que já senti. Eu poderia
perfeitamente tirar um cochilo nessa grama.
Todos os três homens subiram a calçada da frente e entraram como
se eles ainda vivessem com seus pais.
Então, cada um foi direto para a cozinha, pegou uma cerveja, e
sentou-se no bar da ilha, onde uma versão mais antiga dos três homens
estava de pé, também bebendo uma cerveja.
Era muito óbvio que este era o seu pai. Inferno, ele poderia quase
ser um irmão mais velho. Seu cabelo era crespo e loiro como seus filhos,
mas também era prata em torno das bordas. Ele estava em forma como
seus filhos, mas você poderia dizer que os músculos não eram tão duros,
nem tampouco enfraquecidos.
E Jesus, aquelas covinhas.
Assim que me viu, sorriu, e lamentei o fato de não lembrar do nosso
primeiro encontro.
"Viddy, minha querida", disse em sua voz de barítono profunda.
"Estou feliz que você pôde vir."
Seu sorriso era contagiante, e lhe dei um, antes de me inclinar
contra o lado de Trance.
"É bom te ver de novo."
"Micah." Trance sussurrou no meu ouvido, fazendo cócegas no meu
pescoço com a sua respiração.
Eu pisquei para ele e voltei a minha atenção para Sloan, que veio
animada do quarto com Radar em seus calcanhares. Quando chegou
perto o suficiente, Micah sorrateiramente colocou o braço para fora e
envolveu-o em torno de sua cintura, impedindo-a antes que pudesse
passar ao redor do balcão.
"Oh, você está ainda mais bonita hoje do que estava ontem. Muito
obrigado por me deixar levá-la até o altar." Ela jorrou.
Meus olhos se arregalaram e me virei para Trance que estava tão
surpreso quanto eu. "Uh, ma... nós realmente não nos lembramos do que
aconteceu ontem."
Ela olhou espantada com esse anúncio. "Você estava bêbado?
Parecia que estava perfeitamente são para mim. Micah, oh não, eles se
arrependeram!"
No momento que completou seu discurso, ela estava torcendo as
mãos e olhando um pouco chateada. Seu rosto parecia abatido e estava à
beira das lágrimas.
"Nós não nos arrependemos, ma. Teria acontecido mais cedo ou
mais tarde, em qualquer caso. Foi apenas uma surpresa. Você tirou
fotos?"
"Oh, sim, você tem o pacote de luxo. O que veio com tatuagens
combinando." Ela sorriu. "Eu vou pegar elas agora."
"Então..." Micah começou. "Quando eu ganharei netos?"
"Puta merda", gritou Viddy da sala de estar. "O pai de Paul está no
noticiário!"
Soltando o meu pano de prato na pia, entrei na sala de estar para
ver o pai de Paul dando uma declaração sobre a sua decisão de sair fora
da campanha ao senado.
"...Estou profundamente triste com as escolhas que minha esposa
fez. Devido a essas ações, não acho que estou apto para concorrer a
senador neste momento. Agradeço as suas palavras de apoio nesse tempo
difícil. À partir dàs nove desta manhã, pedi o divórcio".
As palavras de Morton Russo foram extremamente sinceras e
pareciam genuínas. Mesmo que não fossem surpreendentes.
Eu tinha conseguido a informação completa sobre o que tinha
acontecido com os Russos, assim como o que iria acontecer.
O que não tinha feito era compartilhar isso com Viddy. Eu esperava
lhe dizer mais tarde, esta noite, pois apenas ouvi tudo uma hora antes.
"Você sabia sobre isso?" Ela suspirou.
Inclinei a cabeça para o lado em reconhecimento. "Foi por isso que
estava no telefone com Silas, cerca de uma hora atrás."
Ela estreitou os olhos para mim. "Por que você me contou?"
"Honestamente? Eu estava feliz com o bebê. Eu não queria arruinar
com esse lixo. "Eu disse a verdade.
Seus ombros caíram. "Bem, acho que é uma boa razão. Mas foda,"
resmungou. "Eu estava com aquele homem por quase um ano. Eu não
tinha ideia que tinha um tumor no cérebro. Sua mãe não teve outra
atitude, além de bondade para mim. Isso é tão fodido que não é mesmo
engraçado."
Juntei-a em meus braços. "A vida é fodida, querida. Fique com o
que você tem. Use as cartas que recebe e siga em frente".
"Tão poético, Oficial Spurlock." Ela brincou, envolvendo os braços
em volta do meu pescoço.
Abaixei-me e beijei sua boca virada para cima. "Vou tomar isso
como um elogio, Sra. Spurlock."
"Te amo mesmo em pedaços." Ela disse, apertando seus braços
enquanto pronunciava as palavras que eu adorava ouvir.
Os significados por trás das palavras, eram muitos para ela desde
que seus pais tinham dito o mesmo um para o outro em todo o seu
casamento. Agora estava continuando a tradição comigo, e isso me fez
sentir alto como a porra de uma pipa.
"Abraçando você, te junto novamente" Eu prometi.
QUATRO ANOS DEPOIS
"Uhh, unidade 5-2, nós temos uma criança na linha para você." A
central disse pelo rádio com um toque de diversão em sua voz. As mesas
de policiais ao meu redor se viraram para me olhar, e eu suspirei.
"10-4. Pode passar." Eu gemi, cobrindo o rosto com as mãos.
Às vezes queria bater minha cabeça contra uma mesa, por minha
estupidez. Inconscientemente, tinha ensinado a nossa filha mais velha,
Oakley, como discar 911 se precisasse de mim. Bem, não
necessariamente eu, mas a polícia em geral. Eu disse que se alguma vez
precisasse de ajuda, era para me chamar ou os amigos do papai.
Ela levou a sério.
Nas duas semanas após aprender como discar 911, ela me chamou
nada menos que cinco vezes, desde então. Eu ainda tinha que contar a
Viddy que estava fazendo isso, no entanto. Eu meio que gostava que ela
soubesse que poderia me chamar se precisasse. Eu só desejava que não
ligasse para o 911 para fazê-lo.
Eu teria que fazê-la parar mais cedo ou mais tarde, mas desde que
éramos uma cidade tão pequena, todo mundo achava que isso era mais
"fofinho" do que irritante.
"Papai?" Disse a vozinha fofinha de Oakley sobre as ondas do rádio.
Todos com um rádio tinham que estar sorrindo, com o quão fofa e
doce ela parecia. Inferno, eu estava sorrindo de orelha a orelha.
"Sim, querida." Eu respondi.
"Mamãe não me deixa tomar mais achocolatado." Disse meu
anjinho.
O rosto do chefe mostrava desejo enquanto ouvia a conversa, e
sabia que ele desejava que suas crianças fossem pequenas novamente. Os
meus filhos amavam o chefe e ele os amava também.
"Você sabe que só pode tomar um copo de achocolatado por dia."
Eu castiguei-a suavemente.
Os olhos de Loki estavam brilhantes com o riso ao ouvir nossa
conversa. Ele era o padrinho de Oakley e ela o tinha enrolado no seu dedo
mindinho.
"Fort comeu meus dardos novamente." Oakley lamentou.
Fort na verdade se chamava Ford, e era o nosso filho de quinze
meses de idade e era um pouco pestinha.
Então, novamente, Oakley também era.
"Você sabe que a mamãe lhe disse para não atirar os dardos, com
seu irmão por perto." Expliquei a ela.
Eu comprei-lhe uma arma Nerf para seu aniversário, depois que
começou a mostrar interesse em minha própria arma. Dentro do interesse
em arma prematuro, ensinei todas as regras que vinham com ter algo tão
especial como uma arma, e ela adorou. O único problema foi o fato de que
o nosso filho gostava de mastigar os dardos esponjosos, porque coçavam
suas gengivas.
"Sim, isso é o que a mamãe disse. Tenho que ir papai, mamãe está
chamando. Te amo. Ela falou.
Antes que pudesse responder, ela tinha ido embora e cada homem
na nossa mesa tinha um sorriso suave em sua cara.
"Sua filha é uma cabeça quente, tal como a sua Mamma." Observou
o chefe.
Eu balancei a cabeça.
"Você tem razão." Eu confirmei.
"Tudo bem, vamos distribuir as grades e colocar todos vocês em
patrulha." O Chefe anunciou, efetivamente colocando um fim ao meu bom
dia.
FIM
Em breve
KEYS TO MY CUFFS
04 de fevereiro de 2015
Capítulo 1
Loki
1 ano atrás
"Por favor, por favor, por favor, corta a grama, Andrew? Por favor,"
minha vizinha pediu.
Ela estava implorando ao marido... irmão... amante... colega de
quarto? Inferno, não sabia o que ele era. Eles não eram nada parecidos,
então estava inclinado a pensar que não eram irmãos. Eu só tinha o
ouvido chamá-la de Channing. Mas eles com certeza não agiam como
amantes... ou até mesmo marido e mulher.
O relacionamento deles não era um normal. Era como se apenas
tolerassem um ao outro e era por isso que me inclinei para ‘companheiro
de quarto’, mais do que qualquer coisa.
Eles trabalhavam em turnos opostos. Ela era uma enfermeira ou
algo no hospital à noite; baseado no preto scrubs que saía de casa todas
as noites. Ele trabalhava em um escritório durante o dia, como um
gerente ou algo assim.
Ela trabalhou muito do lado de fora, tornando a sua casa a mais
bonita do bairro, enquanto tudo que sempre o vi fazer era jogar vídeo
game a partir de sua cadeira na sala de estar.
Ela sempre foi a pessoa que comprava os mantimentos. Ela era
sempre aquela que lavava o carro.
Ela também era a única que cortava a grama. Ela sempre pegava o
correio. E a lista continuava.
Exceto neste dia. Ela parecia... rude. Como se não tivesse dormido
em dias. Seu cabelo vermelho/marrom estava em um coque bagunçado
no topo da sua cabeça, mechas caindo em todo o rosto. Ela estava usando
um par de calças de moletom que diziam, Destin, FL, sobre ele, e um top
branco que mostrava uma delicada gordurinha que era adoravelmente
bonita nela.
Ela era um pouco mais gordinha do que realmente notava, mas
havia algo sobre a minha pequena vizinha que me fazia querê-la. Inferno,
mesmo agora ela estava quente.
Eu estava em um rastejador sob o meu caminhão, trocando o óleo.
Não, não é um rastejador como uma pessoa assustadora, mas um
dispositivo de placa-plana sobre rodas que permitem que me deite de
costas e me movimente debaixo do carro.
Nossas casas eram pequenas e nossas garagens eram ainda
menores. O que significava que estava a uns 15 passos longe dela e podia
ouvir cada palavra.
Especialmente quando Andrew (o babaca) lhe disse: "Foda-se, tive
que trabalhar o dia todo."
"Eu sei, Andrew, mas tenho alguém que vem para falar o quanto vai
ser o conserto da fundação, e não vai poder ver a fundação se não cortar
a grama. Por favor, me sinto realmente horrível hoje", implorou.
Ela parecia horrível, isso era certo. Sua voz era nasal, e tossia a
cada dois segundos. Meu palpite era a gripe.
"Desculpe, querida irmã, mas realmente estou cansado. Reagende a
consulta", disse a ela. "Talvez na próxima semana, quando puder cortar a
grama por si mesma."
Então... ele era seu irmão. Bom saber. Eu estava pensando sobre
isso por quase cinco meses vivendo ao lado deles. Eu poderia ter,
naturalmente, descoberto. Mas deveria agir como se não soubesse nada
sobre ninguém. O que teria sido difícil de fazer com ela. Ela tinha esse...
magnetismo que me fazia querer saber cada pequeno detalhe.
Com isso, ele levou o seu corpo 'cansado', para dentro. Foi apenas
alguns minutos depois que o vi sentar-se na cadeira, que podia ver
através da janela da sala de estar. Ele colocou um par de fones de ouvido,
tomou um gole de sua cerveja e começou a jogar.
Bastardo preguiçoso.
Voltando ao meu trabalho para me distrair sobre a raiva que me fez
sentir, que não iria ajudar a sua própria irmã quando estava doente,
fiquei surpreso ao ouvir o som do cortador de grama.
Me empurrando para fora sob o carro completamente, encontrei a
mulher teimosa cortando a grama. Ela fez dois passos em frente na parte
do quintal, antes de parar.
Eu estava em pé, sem pensar direito, observando-a para me
certificar de que estava bem, quando finalmente desistiu e parou o
cortador de grama no meio do quintal. Ela se inclinou, tossindo e com a
respiração ofegante, foi então que andei até ela, assustado.
"Ei, você está bem?" Eu perguntei de longe o suficiente, para não a
assustar.
Ela olhou para cima, dando me apenas uma luz sobre seus olhos
verdes e acenou com a cabeça. "Sim, eu só tenho asma. E tenho certeza
que tenho um resfriado. Normalmente, uso uma máscara, mas esqueci."
Lembrei-me da máscara. Ela parecia ridícula com ela, e sempre me
perguntei por que usava. A asma era uma boa explicação, no entanto.
"Você precisa de alguma coisa?" Eu perguntei preocupado quando
ela caiu de joelhos.
"In-inalador," ela chiou. "B-bolsa na mesa."
Deixei-a ali, de joelhos e fui direto para sua casa. O pequeno filho
da puta jogando Call of Duty, nem sequer olhou para cima, quando andei
através da sala de estar para a mesa da cozinha. Agarrando a bolsa com
bolinhas rosa, despejei o seu conteúdo sobre a mesa.
Pescando através da enorme quantidade de merda, eu finalmente
encontrei dois inaladores, um marrom e um vermelho.
Socando-os em minha mão, saí da casa, diretamente entre a TV e o
homem que jogava seu jogo de guerra. Ele rosnou, mas não disse nada
enquanto eu corria de volta para fora, encontrando a mulher em suas
mãos e joelhos, tentando duro tomar uma respiração profunda.
"Vermelho ou marrom?" Eu perguntei quando caí de joelhos ao seu
lado.
Sua resposta foi pegar o marrom, destampá-lo e dar duas tragadas.
Longos momentos mais tarde, sua respiração começou a diminuir,
e puxou um longo e profundo fôlego em seus pulmões. Ela repetiu isso
mais duas vezes, enquanto olhava para a grama. Em sua terceira
inspiração profunda, sua cabeça finalmente levantou, e seus olhos se
fixaram nos meus. Então ela congelou.
Sim, essa normalmente era a reação que eu ganhava das pessoas.
Pelo menos recentemente.
Eu estava disfarçado para o Departamento de Polícia de Benton
tentando derrubar Varian Strong. Strong era um "suspeito" estuprador e
comerciante na área. Eu disse 'suspeito' de forma muito vaga. Todos nós
sabíamos que ele fez isso, nós apenas não podíamos provar. O BPD tinha
seis mulheres apresentando suspeitas, mas nem um único fragmento de
evidência poderia apontar para ele. Ele foi interrogado, mandados foram
servidos, e grampos foram colocados em seu telefone. Que foram
monitorados quase 24/7 durante três meses, antes que tomassem a
decisão de colocar alguém disfarçado em seu negócio de construção.
Qual a melhor maneira de fazer isso do que fazer alguém parecer
um drogado querendo sua próxima dose de Meth?
Alguém desesperado. Alguém que olhasse para o outro lado quando
seu chefe fazia algo obscuro.
Sim, isso é o que eu parecia. Cabelo desgrenhado longo até os
ombros. Contusões e picadas de agulhas esterilizadas nas curvas de
meus cotovelos e na teia dos meus dedos. Roupas de merda que pendiam
do meu corpo. Eu era grande, porém, nenhuma dúvida sobre isso. Eu não
conseguia esconder o músculo com qualquer outra coisa, só com roupas
largas.
Eu parecia um vagabundo.
Em seguida, seus olhos se fixaram sobre a cicatriz no meu pescoço.
A que tinha ganho aos dezesseis anos, quando um membro da gangue da
minha cidade natal, cortou minha garganta para a iniciação na gangue. A
quadrilha que estava tentando sair.
A quadrilha que não deixava as pessoas simplesmente saírem.
Eu tinha sobrevivido ao ter minha garganta cortada, por causa de
um policial. O policial local tinha cruzado o território da gangue tentando
manter a atividade de gangues ao mínimo. Ele me salvou com seu
raciocínio rápido, e manteve um olho em mim durante meus anos de
colégio.
Ah, e se casou com minha mãe solteira e agora era meu padrasto.
Tentando deixá-lo orgulhoso, entrei para a Guarda Costeira, e fui para a
escola para obter meu diploma de paramédico. Depois de seis anos na
guarda costeira, saí quando minha mãe ficou doente, e fiquei triplo
certificado como um bombeiro, paramédico e policial.
Mudei-me para Benton por causa de sua atividade de gangues
quase inexistente. Eu não quero lidar com gangues. Mas queria fazer da
cidade e a área circundante, melhor.
Indo disfarçado não era meu objetivo original; mas, horas extras,
era certamente um bônus. Eu me tornei bom em ser uma pessoa diferente.
Ou talvez, era apenas essa pessoa, tentando não ser eu. Quer dizer, estive
em uma gangue por cinco anos. Eu vivi nas ruas, enquanto minha mãe
trabalhava a bunda fora em um restaurante, trabalhando no turno da
noite. Eu estava definitivamente não supervisionado, que é o que levou a
minha destruição na idade madura de onze anos.
"O-obrigada", disse depois de um tempo, finalmente encontrando
sua voz.
"Não há problema", disse e fui embora, deixando-a ali na grama.
Seus olhos estavam cheios de terror, e sabia que não seria capaz de
andar comigo tão perto.
Ela estava em uma posição vulnerável: doente e com medo. Dei-lhe
a única garantia que podia.
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