No filme “Filadélfia”, deparamo-nos com
alguns exemplos fortes de preconceito. O
mais evidente é o preconceito contra os
homossexuais e, coincidente a este, o
preconceito contra o indivíduo portador do
vírus HIV. É inegável que os fatores que
fortalecem um preconceito são, sem dúvida, a
ignorância e o medo. E, para comprovar isso,
no caso específico do filme, podemos ressaltar
o facto de que o enredo se desenvolve quando
a HIV ainda estava despontado e o que se
sabia a respeito, era pouco difundido e mal
interpretado. Algumas cenas mostram-nos
isso claramente, por exemplo, quando o
advogado Joe Miller ao dar a mão a Andrew
Beckett, descobre logo em seguida que este
está com HIV; por alguns instantes fica a
olhar para a mão um tanto quanto
atemorizado, faz menção de impá-la, fica
incomodado e procura manter uma certa
distância de Andrew.
A insegurança fá-lo procurar um
médico de sua confiança para tirar
dúvidas quanto às formas de contágio
da doença, e, mediante as explicações
do médico, consegue ficar um “pouco”
mais aliviado. Outro exemplo, é uma
cena do julgamento, na qual Andrew
Beckett é interpelado sobre os seus
conhecimentos a respeito da doença.
Ele responde que já havia “ouvido falar”
vagamente sobre uma doença
denominada “peste gay”. O problema da
AIDS, mostrado de forma tão singular
neste filme, traz à tona todo o pânico de
se estar diante de uma doença
incurável e que tem a morte como pano
de fundo.