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ANESTESIOLOGIA

Anestesia (do grego anaisthaesia) = ausência de


sensibilidade (termo introduzido por Oliver
Wendell Holmes em 1846).
Definição de anestesia
Estado de inconsciência produzido por um processo
de intoxicação do sistema nervoso central,
induzida por drogas, controlada e reversível, em
que o paciente não sente nem recorda qualquer
estímulo doloroso.
= Estado de tudo ou nada =
Componentes da Anestesia
Hipnose
Condição de sono induzido por “drogas”, resultado
de uma moderada depressão do sistema nervoso
central da qual o paciente pode sair com facilidade.
Pouco usado em veterinária.
1. Narcose
Depressão do SNC, induzida por drogas, causando
um estado de sono e insensibilidade, do qual o
paciente não pode sair com facilidade.
Componentes da Anestesia
2. Analgesia
Implica a diminuição ou abolição da perceção da
dor no paciente consciente. Associada aos
anestésicos, melhora a sua eficácia.
3. Relaxamento muscular
Inicialmente obtido por altas doses de anestésico
volátil ou endovenoso, é hoje obtido pelas drogas
de bloqueio neuromuscular.
O relaxamento muscular, por si só, não é
alternativa à anestesia.
Requisitos da anestesia veterinária
¨ Aspetos humanitários:
- Manipulação dos animais, contenção mínima.
- Redução do stress.
- Proteção contra auto-lesões.
¨ Eficiência técnica:
- Facilidade nos procedimentos cirúrgicos.
¨ Proteção do pessoal:
- Evitar mordeduras, arranhões, coices, cornadas,…
- Evitar autoinjecção acidental com drogas aditivas ou
perigosas.
- Proteção contra possíveis efeitos na respiração de pequenas
quantidades de agentes anestésicos.
ANESTESIOLOGIA
Objetivos da anestesia:
Evitar a dor = analgesia.
Produzir imobilidade = narcose.
Proporcionar bom relaxamento muscular
Segurança da anestesia
Resistência e reação do animal (tipo de animal, raça,
indivíduo...).
Uso de sedativos – redução do medo, complemento da
anestesia.
Atuação do veterinário: ajudas na anestesia.
Classificação da American Society of
Anesthesiologists (ASA 1941)
Avaliação do risco anestésico
Estado físico do animal:
Categoria 1 - normal e saudável
Categoria 2 - doença sistémica ligeira ou moderada,
não provocando incapacidade óbvia
Categoria 3 - doença sistémica ligeira ou moderada
causando sintomas suaves (ex.: pirexia, anemia,
hipovolémia, insuficiência renal compensada).
Classificação da American Society of
Anesthesiologists (ASA)
1. Estado físico do animal:
ØCategoria 4 - doença sistémica grave constituindo
perigo de vida (ex.: toxémia, urémia, hipovolémia
grave, deficiência cardíaca, cólicas equinos,
dilatação gástrica e volvos, torsão intestinal,
distócia,…).
ØCategoria 5 - pacientes moribundos, com
esperança de vida inferior a 24 horas, com ou sem
cirurgia (ex.: ruturas de grandes vasos).
Em casos de emergência assinalar com um E
depois do número.
Avaliação do risco da anestesia
2. Influência do cirurgião
- Inexperiência ßà experiência.
- Boas práticas de assepsia e proteção.
3. Influência das instalações
- Situações de emergência – necessidade de
equipamento.
4. Influência do anestesista
- Competência, experiência, capacidade de avaliação.
Tipos de anestesias
- Anestesia (analgesia) local
- Anestesia (analgesia) regional
Fixa ou injetável
- Anestesia geral
Gasosa ou por inalação
Efeitos dos anestésicos
1. Efeito paralisante, seletivo e transitório sobre os
nervos sensoriais e terminações nervosas, provocado
por substâncias administradas topicamente ou por
injeção nos tecidos, em solução aquosa ou oleosa.
Usadas na anestesia local ou regional.
2. Efeito depressor e, posteriormente, paralisante sobre
o sistema nervoso central, produzindo perda
progressiva de consciência e da função motora
voluntária, provocado por substâncias administrados
por inalação (gás ou vapor) ou por injeção endovenosa,
intramuscular, intraperitoneal (soluções aquosas).
Usadas na anestesia geral.
ANESTESIA LOCAL (ANALGESIA LOCAL)
ü Tópica ou superficial.
ü Infiltração intradérmica, subdérmica ou submucosa.
ü Analgesia de campo: bloqueio de uma área por
infiltração linear dos bordos.
ANESTESIA REGIONAL (ANALGESIA REGIONAL)
Ação semelhante à anterior
ü Maior zona abrangida
ü Injeção perineural (periférica, paravertebral).
ü Bloqueio espinal:
• Injeção epidural,
• Injeção intratecal.
ANESTESIA GERAL
Anestesia por inalação:
Agentes voláteis à isoflurano, enflurano, sevoflurano,
desflurano.
Agentes gasosos à protóxido de azoto......
Anestesia fixa (administração endovenosa,
intramuscular ou outras vias)
Agentes fixos à barbituratos, etomidato, metomidato,
propofol, ketamina.
Combinações de anestésico e tranquilizante à tiletamina
+ zolazepam - NEUROLEPTOANALGESIA
Combinação das duas técnicas (com ou sem pré-
medicação).
Selecção do método e agente anestésico
Quanto à natureza da intervenção:
– Complexidade da cirurgia;
– Local (tipo das estruturas próximas do campo
operatório);
– Duração da cirurgia:
• Procedimentos menores e de curta duração:
anestesia geral por injeção endovenosa de pequenas
doses (propofol, tiopental).
• Operações mais longas: agente fixo de longa
duração ou, de preferência, associação de anestesia
fixa (duração ultracurta) e anestesia de inalação
(intubação endotraqueal).
• Pré-medicação: sedação, diminuição de reflexos
indesejáveis, redução da quantidade de anestésico.
Seleção do método e agente anestésico
Quanto à espécie animal (tamanho, temperamento,
características anatómicas e fisiológicas).
– Equinos
• Rapidez de ação;
• Sem efeitos secundários – excitação;
• Capacidade de o animal se levantar rapidamente após
o fim da anestesia.
– Ruminantes (dupla entubação)
• Preferência anestesia regional (campo);
• Anestesia geral por agentes endovenosos
(manutenção dos reflexos de deglutição);
• Associação tranquilizante - anestesia regional.
Seleção do método e agente anestésico
Espécie animal
– Suínos
• Anestesia geral (dificuldade de entubação)
• Sedação profunda + analgesia
– Canídeos
• Anestesia geral – frequente;
– Felinos
• Anestesia difícil: manipulação delicada, mínima
contenção.
• Via intramuscular.
Seleção do método e agente anestésico
Outros fatores
– Jejum prolongado - depleção glicogénio - redução
metabolismo hepático;
– Condições patológicas - toxemia, mau estado geral,
problemas cardíacos...
– Fator económico;
Vias de administração
– Superficial ou tópica;
– Subcutânea;
– Intramuscular;
– Endovenosa;
– Inalação;
– Outras vias (intraperitoneal, intratesticular...).
BIBLIOGRAFIA
• Veterinary Anaesthesia . L.W. Hall, K.W. Clarke. W B
Saunders Co. ISBN: 0721608094
• Handbook of Veterinary Anesthesia. William W. Muir,
John A.E. Hubbell. Mosby-Year Book. ISBN: 0801676568v
• Lumb & Jones Veterinary Anesthesia. J. Thurmon, W.
Tranquilli, G. Benson. Ed. Lippincott, Williams & Wilkins.
ISBN: 0-683-08238-8.

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