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Introdução:

De vez em quando alguém quer reformar uma casa, e às vezes


há necessidade de se derrubar algumas coisas para poder
reconstruí-las da maneira correta e desejada. E, muitas vezes,
sem querer, ou no mínimo sabendo do risco, mexemos numa
área onde tem cobras, ou pior, nos achamos com uma mão bem
no ninho. Eu sei muito bem do perigo de abordar esse assunto e
coloco a minha mão perto do ninho de qualquer jeito, porque o
que mais importa para mim não é a minha vida, mas que a casa
do Senhor seja construída no alicerce de Jesus Cristo e os
ensinamentos dos seus profetas e apóstolos.

Neste livro irei falar do que tenho visto no recorrer dos últimos
anos. Algo que me lembra muito a uma história que li quando era
criança, “O Pied Piper”. Um homem que prometeu através da sua
flauta remover todos os ratos de uma cidade que estava
infestada. Só que depois de tirar todos os ratos, o povo não quis
pagar a recompensa, sendo assim, ele decidiu levar todas
crianças da cidade. Quando começou a tocar sua flauta, todas
elas o seguiram.

Não existe ninguém que vai discutir sobre o poder da música e


sobre o fato de que não é por acaso que temos uma música
durante a hora da oferta no culto, ou no fim durante o apelo. Isso
os proponentes chamariam de sugestão, clima. Nós, os céticos
chamamos de manipulação. De qualquer maneira não tem como
negar a influência de música.

O interessante naquela história foi que a mesma música usada


para tirar os ratos, assim como aconteceu quando Davi tocava
para acalmar o rei Saul que estava sendo perturbado por um
espírito vindo da parte de Deus, foi usada para levar as crianças,
da mesma maneira como a MTV tem influenciado várias gerações
e as levado a um lugar que provavelmente não teriam chegado
sem ajuda. Agora isso tem chegado até a igreja e vemos a
influência principalmente na àrea de “adoração”. E essas ondas
de “adoração extravagante” tem, sem dúvida, mudado a cara da
igreja moderna. E isso não é algo que eu vejo como totalmente
ruim.

Eu acho bom demais a maneira como o povo de Deus tem sido


despertado à possibilidade de ser íntimo com Deus. Mas com
certeza, isso também tem sido banalizado durante os anos e é
esse ponto que eu gostaria abordar nesse livro. Não tanto se eu
vejo “adoração extravagante” como algo de Deus ou não. Pois
sou um adorador extravagante naquilo que eu entendo ser
adoração. E pode crer, eu acho que adoração vai muito mais além
de uma música ou momento no culto ou numa conferência. Acho
que em tudo isso, temos perdido o sentido verdadeiro do que é
adoração e sobre isso eu quero converser com você. Quero
abordar os erros que tem entrado e os perigos que estamos
correndo se não nos cuidarmos.

Música é legal, mas temos que cuidar para que não estejamos
seguindo um “Pied Piper” e não o Pastor das nossas almas pois os
dois não são o mesmo.

Jeff
1 Quando o Rei não quer Adoração
Num país muito, muito distante e há muito, muito tempo atrás,
houve um povo que amava muito seu rei. Ele era um bom rei,
talvez o melhor de todos os tempos, e eles eram um povo muito
bom e que tinha muito potencial. O rei tinha muitos planos para
seu povo e pediu que eles fizessem algumas coisas. No início,
todos do reino estavam empolgados e fizeram tudo que o rei
pediu, mas depois de um tempo eles cansaram de fazer o que o
rei pediu porque não viram muitos resultados e descobriram
outras coisas que eles acharam melhores e que podiam ser feitas
em nome do rei. Ao invés de trabalhar ou ir para a escola, eles
dançaram e fizeram cânticos. O tema sempre era o mesmo; tudo
era sobre o rei. Como eles amavam seu rei. Não tinha cânticos
suficientes para cantar sobre seu rei. Nunca era demais cantar
sobre ele.

Um dia o rei estava passeando no seu reino e, por onde ele


olhava, via pessoas dançando e cantando sobre ele. O rei achou
legal no início, até ver a bagunça que seu reino tinha se tornado.
Nada estava no lugar certo e nada estava sendo feito do jeito que
ele tinha pedido. E quando ele desceu do seu cavalo, ao invés de
se prostrarem diante dele e beijar seu anel, as pessoas
começaram a puxar suas mãos pedindo que ele dançasse com
eles. Ele puxou suas mãos de volta e, irritado, foi à direção do
seu castelo com uma promessa, que nunca ia voltar para aquele
povo que não fez o que ele pediu e não tratava ele como rei, mas
como uma pessoa qualquer. E, além disso, ele ia mandar uns dos
seus soldados para ensinar a eles o que é reverência e
obediência. Mas o povo não sabia nada disso, pois quando o rei
saiu, eles não entenderam por que ele não ficou. Será que ele
não gostou dos seus cânticos? Será que ele não gosta de dançar?

E bem aí nós nos achamos hoje em dia na igreja. Uma igreja


“apaixonada” pelo Rei, mas que não faz nada do que ele pede.
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os
em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a
guardar todas as coisas que vos tenho ordenado”
Uma igreja que vive na prática do pecado e não vê perigo lá,
“Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade”, mas não
param de cantar. Uma igreja que é mais amiga do mundo hoje do
que ontem. “Gente infiel! Será que vocês não sabem que ser
amigo do mundo é ser inimigo de Deus? Quem quiser ser amigo
do mundo se torna inimigo de Deus”.

“Mas, nós temos nossa adoração íntima e isso resolve


tudo”.

Meu amigo, Deus não está interessado em nossa adoração


enquanto nós não obedecemos a Sua palavra. Deus não está
interessado em nossos cânticos de paixão por Ele enquanto
vivemos transando com os nossos amantes desse mundo.
2 Entra Mover, Sair Deus
Infelizmente, há um tempo atrás, um mover, que eu creio que
era de Deus no início, perdeu todo seu foco. O que era pra ser
uma real adoração extravagante se tornou em algo bem banal. O
que era um mover que podia ter transformado uma geração
acabou se tornando mais um entretenimento para ela. Pode ter
sido toda a fama que acompanharam as suas estrelas, pode ter
sido todo o dinheiro que começou a ser gerado ao seu redor, ou
pode ter sido um povo preguiçoso que preferiu ligar seus
aparelhos de som ao invés de ler a bíblia; não sei mesmo. Mas
uma coisa que é meio óbvia é que esse mover acabou gerando
fruto podre.

O que começou com a intenção de levar o povo a ter mais


intimidade com seu Rei, acabou os distanciando. Porque Deus
não agüentou tantas mentiras sendo cantadas na Sua direção e,
no fim, acabou estragando totalmente o seu potencial. Ao invés
de dar seu dinheiro a missionários, eles compraram CD’s. E
aqueles que venderam os CD’s compraram casas maiores e
carros mais caros. Ao invés de fazer o que o Rei pediu, eles
procuravam conferências. Eles se viciaram no sentimento
emocional que foi gerado no local e, por falta de poder reproduzir
as mesmas emoções em casa, ainda com o CD que custou R$
15,00, eles procuravam a próxima conferência ou escola para
poder receber mais uma dose. Ao invés de dar ouvidos aos seus
profetas, eles cantaram mais alto ainda. E, assim, uma geração
com muito potencial foi levada a ser uma geração burra.

É exatamente como aconteceu na história de Pinóquio. Um dia


Pinóquio matou aula com alguns dos seus amigos e foram até “A
Ilha do Prazer”; um lugar onde meninos vão porque querem, com
a promessa de diversão e aventura, mas nunca porque são
obrigados. É um lugar onde todos os meninos podem fazer o que
querem: fumar, beber, brigar, todas as coisas que meninos não
devem fazer. Só que chega um ponto na história em que todos os
meninos malvados se transformam em burros para nunca mais
ser meninos e somente animais de trabalho.
Tinham coisas que nós devíamos ter feito, pessoas a serem
alcançadas, vidas a serem mudadas, mas isso não parecia ser
mais interessante do que passar o dia inteiro “buscando a Deus”.
Sem trabalho, sem responsabilidade, sem desejo por nada mais
do que o próximo trago de Deus. E assim entrou um dos maiores
moveres da história da igreja brasileira e saiu Deus.
3 Encontros sem mudanças?
Não sei muito, mas uma coisa eu sei, não dá para continuar
fingindo que tudo está legal em Narnia. Meu amigo, a bruxa está
nos distraindo com “manjar turco” e nós achamos que é uma
delícia aprovada pelo Rei. Se essa adoração extravagante, como
os seus seguidores a chamam, é algo real e não simplesmente
uma ilusão, uma viagem de emoções, me explique como alguém
gasta literalmente horas na presença de Deus e depois sai do
mesmo jeito que entrou? Será que não deveria ter algo diferente
sobre as pessoas ou em suas vidas? Será que não era pra eles se
tornarem mais santos? Incrível como as pessoas acham que isso
é algo transformador sem nada ser transformado. Eles choram
por causa dos seus pecados, mas na param de pecar, me
lembrando de um cara chamado Esaú.

Hebreus 12:16-17; E tomem cuidado também para que


ninguém se torne imoral ou perca o respeito pelas coisas
sagradas, como Esaú, que, por causa de um prato de comida,
vendeu os seus direitos de filho mais velho. Como vocês sabem,
depois ele quis receber a bênção do seu pai. Mas foi rejeitado
porque não encontrou um modo de mudar o que havia feito,
embora procurasse fazer isso até mesmo com lágrimas.

Existe arrependimento que muda vidas e existe remorso que não


muda nada; só choram porque o resultado é ruim.

II Coríntios 7:10; Pois a tristeza que é usada por Deus produz o


arrependimento que leva à salvação; e nisso não há motivo para
alguém ficar triste. Mas as tristezas deste mundo produzem a
morte.

Não tem como passar tempo na presença de Deus sem uma


mudança notável. Quando Jacó saiu da presença de Deus, ele
saiu mancando; quando Moisés desceu do monte depois de dias
na presença de Deus, seu rosto saiu brilhando. Eles foram
marcados. Não tem como gastar tempo na presença de Deus sem
mudança de vida, caráter e personalidade. É impossível! E isso
nos leva a questionar se é realmente tempo na presença de Deus
ou muita emoção; pois não tenho dúvida sobre a emoção ligada
nisso, sobre as lágrimas derramadas nos seus travesseiros, ou
sobre o catarro no chão. Mas ainda assim perguntas ficam
ecoando no ar:

“Como é que pessoas gastam horas com Deus e não se tornam


mais como Ele?”

“Como é que pessoas gastam dias ‘adorando’ Ele e não fazem o


que Ele pede?”

“Como eles podem continuar nos seus pecados declarando seu


amor por Ele?”

É um mistério (ou não). Há muitas pessoas se declarando filhos


do Rei e amantes Dele, mas só que vivem fazendo tudo o que Ele
não aprova. Vivem curtindo os mesmos pecados do mundo:
fofoca, mentira, masturbação, pornografia, namoro, sexo e lá vai
a lista com todos os adjetivos que descrevem uma igreja
desviada e enganada. Quem enganou a igreja a tal ponto de
pensar que os cânticos eram mais importantes do que os
mandamentos, obediência e santidade?

Amor não é um cântico. Amor é obediência.

João 14:21; A pessoa que aceita e obedece aos meus


mandamentos prova que me ama. E a pessoa que me ama será
amada pelo meu Pai, e eu também a amarei e lhe mostrarei
quem sou.

I João 5:3; Pois amar a Deus é obedecer aos seus


mandamentos.

Amor e obediência são inseparáveis.


4 Namoradinhas de Jesus
Os sujeitos do reino de Deus trocaram suas bíblias há anos atrás
por CD’s e DVD’s evangélicos, e assim se tornaram preguiçosos e
burros, um povo que não sabe mais o que Deus espera deles.
Eles foram enganados pelos cânticos que falavam que Deus os
ama do jeito que eles são, e por isso não tem necessidade de
uma mudança real. “Se Ele me ama assim, por que mudar?”. Eles
foram enganados por um mover que fez de Deus um ser igual a
gente, um homem; um homem do qual nós podemos nos
aproximar quando e como queremos.

Não existe mais temor de Deus nas igrejas porque ninguém mais
acredita em julgamento ou no inferno. E, se acreditam, duvidam
da possibilidade de ser um dos seus residentes mais tarde. E, pior
ainda, as pessoas têm trocado as doutrinas da bíblia por letras de
cânticos, Cântico dos Cânticos para ser mais exato. Cântico dos
Cânticos, um livro poético que Salomão escreveu para umas das
suas 700 esposas, tem se tornado um livro doutrinário, uma
declaração da nossa fé e paixão. E dentro dessa bagunça, nós
temos perdido o respeito e reverência que é devido a Deus e
trocamo-los por desejos estranhos. Nós temos trocado as
imagens de pessoas prostradas com medo de morrer porque Ele
apareceu, por pessoas hoje querendo dançar com Ele, beijar sua
boca e se deitar com Ele. Misericórdia! Isso tudo se tornou muito
nojento.

Vou ser bem sincero; talvez você vai me achar menos espiritual
ou não sei o quê, mas eu não tenho nenhum desejo de dançar
com Jesus, beijar Ele na boca ou se deitar com Ele. Perdoe-me,
mas eu acho tudo isso muito estranho, um fogo estranho sendo
oferecido diante do altar. Deus me fez homem. Meu
relacionamento e como eu reajo a Ele está baseado nesse fato.

Sim, a bíblia nos chama de Noiva de Cristo, mas isso está se


referindo à igreja em si, não em cada um de nós. Nós não somos
todas noivas ou namoradinhas de Jesus. É uma expressão
figurativa. Deus não está pedindo que eu assuma o papel de uma
moça, independente do que vemos na igreja hoje em dia. E, sim,
eu amo Ele e eu quero vê-Lo, mas se Ele aparecesse, eu não
acho que iria fingir ser uma bailarina; nem quero! Acho que a
cena seria algo mais parecido como eu beijando o chão pedindo
perdão e misericórdia Dele.

De onde nós tiramos essas idéias banais de quem Deus é e de


como Ele quer ser tratado? Ele é o Rei do universo. E ainda sendo
seus filhos, nós sempre temos que lembrar disso e tratar Ele de
acordo com o que Ele é. E boa sorte se você está achando que,
cheio de pecado, ia ficar todo bobo e babando se Ele aparecesse.
Como é que nós, vivendo do jeito que estamos, até achamos que
Ele vai vir para curtir conosco?

Isaías 59:2-3; Pois são os pecados de vocês que os separam do


seu Deus, são as suas maldades que fazem com que ele se
esconda de vocês e não atenda as suas orações. Vocês têm as
mãos manchadas de sangue e os dedos sujos de crimes; vocês só
sabem contar mentiras, e os seus lábios estão sempre dizendo
coisas que não prestam.

Salmo 24:3-5; Quem subirá ao monte do SENHOR? Quem há de


permanecer no seu santo lugar? O que é limpo de mãos e puro de
coração, que não entrega a sua alma à falsidade, nem jura
dolosamente. Este obterá do SENHOR a bênção e a justiça do
Deus da sua salvação.
5 A Nova Onda de Engano?
Sempre tem ondas que passam pelas igrejas modernas
desesperadas por algo novo. Só que é raro que uma onda seja
realmente nova. Geralmente é uma onda velha esquecida com
uma nova roupagem. Como Solomão falou, “não há nada novo
embaixo dos céus”. E agora chegou a “nova” onda, tudo devido à
burrice de um povo que não conhece as Escrituras. Dentes de
ouro, poeira de ouro e óleo nas mãos, é tudo legal, mas onde nós
achamos essas coisas na bíblia se não numa advertência? Sim,
sou chato suficiente para questionar as coisas e pedir uma
referência bíblica se vamos falar que é de Deus. E eu vou te
explicar por que.

Mateus 24:10-11; Nessa época muitos vão abandonar a sua fé


e vão trair e odiar uns aos outros. Então muitos falsos profetas
aparecerão e enganarão muita gente.

Mateus 24:24; Porque aparecerão falsos profetas e falsos


messias, que farão milagres e maravilhas para enganar, se
possível, até o povo escolhido de Deus.

II Tessalonicenses 2:9; O Perverso chegará com o poder de


Satanás e fará todo tipo de falsos milagres e maravilhas.

Só porque algo acontece na igreja ou através de um “ministério”


não quer dizer que é de Deus. Pode ser algo totalmente satânico.
Eu não estou dizendo que este é o caso, mas antes de eu gritar o
meu “amém” eu quero saber de onde nós tiramos uma base para
isso. E para o que serve esses dentes de ouro? Li um cara no
outro dia que falou, “Interessante como Deus dá dentes de ouro,
mas não faz nada com a língua podre da pessoa bem ao lado”.

Realmente nós temos que nos perguntar: para o que serve essas
coisas se nós não acabamos sendo mais parecidos com Ele? O
real é que essas coisas não têm valor nenhum além de levantar o
estado emocional de um povo confuso e com medo de ir para
inferno devido a tantos pecados rolando em suas vidas.
Geração Burra?
Eu entendo muito bem que o que está em pauta não é poeira de
ouro, dente de ouro ou qualquer outro fenômeno que estamos
vendo hoje em dia, mas sim um bezerro de ouro, que eu estou
chutando; a adoração extravagante de uma geração que adora
Deus com somente os seus lábios. Sim, eu estou generalizando.
Sei que existe uns ainda que não têm dobrado seus joelhos a
Baal e que realmente buscam a Sua face e santidade, mas por
questão de tratar de algo bem geral numa nação, vamos usar
termos generalizados, não para ofender, mas para tratar um
assunto grande numa maneira mais prática como Deus muitas
vezes tem falado para uma nação.

E numa não tão geral eu te falo, faz muitos séculos desde que
uma geração tão burra e pronta a engolir qualquer coisa
oferecida tem passado na terra. Eu entendo bem que o termo
“geração burra” pode ser chocante, é por isso que ele foi usado. É
uma maneira muita usada na bíblia para chamar a atenção do
povo. Veja só,

Jeremias 2.23-26; Como é que você pode dizer que não se


manchou e que nunca adorou o deus Baal? Veja como você pecou
no vale, veja só o que fez. Você é como uma camela nova no cio,
correndo solta por aí. É como uma jumenta selvagem do deserto,
quando está no cio: quem a pode impedir de satisfazer o seu
desejo? O macho que a quer não precisa procurá-la: ela sempre
pode ser encontrada na época do cruzamento. Povo de Israel,
cuidado para que os seus pés não se machuquem de tanto você
andar atrás de outros deuses; cuidado para que a sua garganta
não fique seca. Mas você diz: 'Não! Não adianta! Eu me apaixonei
por deuses estrangeiros e vou atrás deles.'" O SENHOR Deus diz:
- Como o ladrão fica envergonhado quando é pego, assim o povo
de Israel passará vergonha: todos vocês, os seus reis e príncipes,
os seus sacerdotes e profetas.

Deus, nessa passagem não somente chamou o povo de Israel de


camelos, mas também de jumentas (burros). Que coisa ofensiva.
E que tal quando João chamar os professores da lei de “raça de
víboras” ou quando Jesus vez após vez chamou eles de hipócritas
e filhos do diabo? Entenda bem, “geração burra” não foi para
ofender, mas para alertar. Uma alerta que muitos de nós estamos
entrando num barco furado chamando ele de “Queen Mary”, mas
se olharmos mais de perto, vamos ver que está escrito: “Titanic”.

O interessante é que, quando você usa um termo tipo “geração


burra”, muitas pessoas se levantam para reclamar da maneira de
colocar todo mundo no mesmo barco. Mas, quando nós referimos
a geração com termos tipo “geração profética” ou “geração santa”
(e não, eu não estou referindo a qualquer ministério em si, mas
os apelidos mais usados para essa geração), todo mundo pula e
grita “aleluia”, mas, pelo amor de Deus, cadê os profetas ou
santos dessa geração?

Geração Profética?
Hoje em dia os “profetas” estão todos falando de avivamento,
benção e prosperidade. E, bem de vez em quando, existe alguém
que levanta sua voz para perguntar, “Não existe aqui nenhum
profeta para nós consultamos o Senhor por meio dele?” (1Reis
22.7). O que a gente ouve hoje em dia não é uma voz profética,
mas aquela voz que fala coisas agradáveis aos nossos ouvidos.
Ninguém mais fala de pecado e inferno, mas, de intimidade e
céu, assuntos bem mais agradáveis e bem mais eficientes se
queremos encher os nossos templos.

Mas vamos cair na real! Se essa é uma geração profética, eu dei


à luz aos meus três filhos. E isso não é para criticar, mas para
mostrar como a parada tá meio ridícula. Creio que Deus ainda
pode levantar profetas dentro dessa geração, mas, uma geração
profética??? Me mostra um profeta dentro dessa geração! Vamos
nos acordar antes que seja tarde demais.

Geração Santa?
Será que temos que abordar a santidade dessa geração, ou
melhor, a falta de santidade? Ninguém vai discutir sobre o fato
que a galera está bitolada em tanto pecado que ela nem sabe se
é salva. Quer saber mesmo? Faça um apelo no fim de uma
pregação rara sobre pecado e inferno e ver como a maioria vai
para frente. E isso não é para falar mal deles, mas para apontar
ao fato de que essa geração não tem tanta certeza da sua
salvação que nós queremos acreditar. Quando eu era jovem
também não tinha a mínima certeza da minha salvação, baseado
no fato de que tinha tanto pecado rolando na minha vida que não
dava para garantir nada.

Então, eu repito, “O que tem de santo nessa geração?” Seu


namoro? Seus mp3’s piratas e roubados da Internet? Seus
“chat’s” apimentados na Internet? Sua pornografia? Sua
masturbação? Pois é.

A palavra que seria considerada “profética” sobre essa geração, é


que ela será uma geração “santa”, mas não sei mesmo. O que eu
sei é se nós usamos um termo geral que enche a bola do povo,
todo mundo nos aplaude, mas quando alguém fala algo não
agradável como “geração burra”, as pessoas começam a pedir
sua cabeça num prato. Mas a verdade é que existem mais
pessoas burras ou mal instruídas e informadas nessa geração do
que profetas ou pessoas santas. E isto é uma verdade triste e
inegável. Então, vamos tirar a grama das nossas bocas e
conversar.
6 Adoração Desviada
Qualquer coisa que começa a tirar o foco de Jesus é um ídolo e se
torna o inimigo de Deus, independente da roupagem em que ela
vem. E eu duvido que exista alguém tão enganado que não veja
o perigo que corremos quando falamos de adoração extravagante
e os seus líderes. Dos líderes acredito que uns deles são homens
e mulheres de Deus. Isso eu não duvido, nem questiono. O
problema não está com o rei no início, mas com o povo que
queria um rei no lugar de Deus. Eles queriam alguém visível,
tocável e Deus não estava preenchendo o vazio deles.

O que vemos na história da igreja é vez após vez o povo botando


seus olhos no líder e adorando ele ou o mover que o está
acompanhando. Nisso temos que admitir que existe uma galera
grande que tem feito um bezerro de ouro da adoração
extravagante e pop-stars dos seus líderes. A prova está em
quantos querem os seus autógrafos. Nada mais preciso falar. E
esse é o perigo que não podemos correr risco de ignorar.

Quando a música toma o lugar da Palavra e experiências


subjetivas o lugar de verdades objetivas, temos que gritar
bem alto sobre esse perigo.

Eu quero deixar algo bem claro, não há nada errado em adoração


extravagante, até é correto se entendemos o que é e vivemos
ela. O que está fora do seu lugar é quando o mover se torna o
objeto de adoração e seus líderes nossos ídolos. As pessoas falam
que querem ser iguais tal pessoa que canta em tal ministério,
mas onde está o povo que quer ser igual Jesus? Onde está o povo
que quer dar sua vida por algo maior do que eles?

Hoje em dia temos adoradores de adoração que não conhecem a


Palavra de Deus porque não precisam mais; tem CD’s saindo a
cada 30 dias. E bem aqui é quando os erros começam a entrar.

O povo de Deus parou de adorar a Ele e pediu um rei, um cantor.


Agora o povo está adorando esses reis e os seus cânticos ao
invés de adorar o Rei. O que era um mover para trazer o foco
sobre a pessoa de Jesus, acabou se tornando algo que compete
com Ele no palco. Todo mundo está olhando para as estrelas e
admirando suas luzes e não percebendo a luz do sol. Deus não
vai dividir a glória Dele com ninguém, nem com um mover que
usa Seu nome.

O triste é que, algo que começou tão bem, acabou sendo


banalizado e levou uma geração com ele; uma geração que nem
sabe onde está o norte; uma geração que está perdida bem
dentro da igreja porque os seus “profetas”, ao invés de
confrontar pecado e avisar sobre a realidade do inferno, ficaram
cantando cânticos para um Rei que nem estava escutando.

A verdade é que Ele vai voltar um dia, mas será que Ele vai curtir
o que está acontecendo no nome Dele? Todas as mesas com os
produtos enriquecendo “os seus ministros”? Será que Ele não vai
começar chutar algumas coisas incluindo algumas bundas? E será
que ele vai achar legal os reizinhos cobrando seu povo para
ministrar no seu nome? Não me lembro se chamamos isso de
cachê ou oferta de amor, não sei qual que tem sido o nome dessa
extorsão que o povo de Deus tem sofrido no próprio nome de
Jesus. Ele não cobrava ninguém para ministrar e com certeza Ele
fez muito mais do que esses safadinhos mentirosos que dizem
estar vivendo pela fé enquanto vendem seus produtos e
estipulam ofertas. Será que eles gastam um tempo “na presença
de Deus” para saber o quanto que devem cobrar, ou qual tipo de
hotel devem ficar, ou o que pedir no cardápio enviado na frente,
pois o homem de Deus não come qualquer coisa? Será que tem
medo de que sirvam porco?

Ministério de verdade não cobra para ministrar independente de


quantos filhos que tenha. De graça recebemos, de graça damos.
Se Deus chama, Deus cuida.

Não sei se é pior, mas o povo de Deus paga esses reizinhos. Que
idiotice! Será que seu dinheiro não pode ser melhor gasto em
algo além de num cara se achando “ungido” cantando para você
por três dias? Se você não pagar a prostituta, ela parará de te
servir. Assim talvez ela então se acorde e procure um trablaho
dígno de quem ela é, a filha do rei. E assim um dia pode voltar a
servir as pessoas, obviamente não como prostituta, mas de
coração, de gratidão por tudo que seu pai, o Rei tem feito por ela.

Tenho medo de Jesus voltar durante uma dessas conferências


onde a galera paga uma grana maluca para poder ver seu pop-
star atual “ministrar” sua “adoração” onde tudo está sendo
adorado menos Deus, e ver sua reação. Dúvido que ficaria lá no
fundo sorrindo, pulando, e cantando sobre “a geração que dança”
que dançou!

Lucas 18:8; Mas, quando o Filho do Homem vier, será que vai
encontrar fé na terra?

Efésios 5:25-27; Marido, ame a sua esposa, assim como Cristo


amou a Igreja e deu a sua vida por ela. Ele fez isso para dedicar
a Igreja a Deus, lavando-a com água e purificando-a com a sua
palavra. E fez isso para também poder trazer para perto de si a
Igreja em toda a sua beleza, pura e perfeita, sem manchas, ou
rugas, ou qualquer outro defeito.

Jesus está voltando. Se Ele vai achar fé, eu não sei. Mas no
mínimo Ele vai achar uns cânticos bem lindos feitos para Ele
escritos por uma geração perdida.
7 Nem tudo que brilha é de Deus
Em vez de abordar, entender e ver que realmente existe algo
errado quando pessoas gastam horas com Deus e não mudam
seu jeito de viver e não se tornam mais santos, nós estamos
obrigados a falar de coisas que não tem nada a ver porque
alguém queria ler entre as linhas e achar uma mensagem
subliminar. Entenda bem, não há nenhuma mensagem subliminar
aqui não. É tudo como está escrito. Entenda as palavras e a
intenção delas. Sempre tem aqueles que vão ver seu pop-star
atual sendo referido sem ser referido mas algo “testifica” em você
que é a verdade. Vamos crescer um pouco e perceber que o
Brasil não é único país onde tem coisas acontecendo no mundo
evangélico e o mais certo é que a maioria das coisas que temos
aqui veio de outros lugares, principalmente sua adoração
plagiada.

“Não há nada novo embaixo do sol.” (Ec 1.9)

Dente de ouro e poeira de ouro - Deus ou Decepção?


Não existe nada novo embaixo do sol. Esse negócio de poeira de
ouro e dente de ouro vem de anos atrás. Tudo mundo está
achado que isso é algo da última hora, mas não é. Esse
“fenômeno” está sendo propagado como um “novo” mover de
Deus, ou um sinal da presença Dele. E a maioria das pessoas não
tenta explicar ou questionar isso, eles simplesmente aceitam
como algo vindo de Deus porque é assim que está sendo
apresentado a eles.

Esses fenômenos de poeira de ouro e dentes de ouro não são


nada novos. Esses já tem acontecido em outros lugares. E eu
gostaria abordar uns desses lugares em nossa tentativa de
entender o que está acontecendo. É algo de Deus ou uma grande
decepção?

Em 1999, Toronto, Canadá, onde a maioria desses fenômenos


que estão acompanhando o mover neo-pentecostal teve seu
começo, uma brasileira, Silvânia Machado estava ministrando lá.
A história dela é que depois que foi batizada no Espírito Santo em
1996, poeira de ouro começou a aparecer no seu rosto durante os
cultos de adoração. Ela “recebeu tanta poeira que quase cobriu
seu rosto e começou cair da sua cabeça”. Então quando ela
chegou em Toronto, todo mundo já sabia desse fenômeno dela e
existia uma expectativa de ver mesmo. E sem desapontar, a
poeira apareceu e o pastor John Arnott, querendo provar que era
ouro de verdade e de Deus, levou ao laboratório do
Departamento de Geologia da Universidade de Toronto para
analise. A revista “Charisma”, umas das maiores no meio
evangélico e a maior no lado dos neo-pentecostais também,
levaram para o “U.S. Geological Survey” para ser analisado. Os
resultados que voltaram chocaram eles. O “ouro” era nada mais
do que plástico; glitter. Nada de ouro ou metal, puro plástico.
Resultado: a conferência foi cancelada; e esta é uma igreja que
tem coisas bem mais questionáveis rolando lá.

O interessante é que aqueles que foram atrás dos testes estavam


querendo provar que era ouro de verdade. É fácil ignorar algo
falado do lado que quer desaprovar, mas quando vem do time de
casa, é mais difícil de ignorar. Sei que existem pessoas que vão
ler isso e vão falar, “Eu não acredito”. Mas, contra fato não tem
argumento, e esse é algo bem documentado, não é lenda.

Sabendo disso, eu gostaria entender qual seria a razão de Deus


de mandar ouro de plástico. Isso é um sinal? Talvez Deus esteja
querendo nos falar que a economia do céu não está tão bem e Ele
estava querendo economizar um pouco. E isso nos leva a uma
pergunta meio séria: será que as ruas do céu são feitas de
plástico também? Bom, vamos parar com isso antes de cair em
pecado falando coisas banais.

Esse fenômeno não é algo limitado ao meio Cristão. No seu livro


“Vozes, Visões e Aparições” Michael Freze fala, “No dia 24 de
junho, 1987, uma mulher falou que seu rosário tinha se tornado
em ouro enquanto ela estava visitando Medjugorje (um dos
lugares mais conhecidos por visitações da Virgem Maria). Essa
mesma mulher confirmou que mais do que quarenta pessoas as
que ela tinha ministrado também tinham seus rosários
transformados em ouro. Esse fenômeno não é tão incrível…
milhares têm voltado de Medjugorje testificado que seus rosários
se tornaram ouro instantaneamente durante uma reunião de
oração na presença de centenas de testemunhos.”

Também em Conyers, Georgia nos EUA. Poeira de ouro tem sido


prometido pelo “Jesus e a Virgem Maria” para os adoradores de
Maria que se juntam lá. Das mensagens de 23 de abril, 1993,
uma adoradora de Maria, Nancy Fowler nos fala, “Uma coroa
Linda apareceu acima da cabeça da Mãe abençoada”... Nancy
continua falando que, “Ela era linda. Mais sofrimento vai vir se
vocês continuem violando as leis de Deus.” A Mãe abençoada
falou para Nancy que “os rosários iam se tornar numa cor de ouro
e que teria poeira de ouro.”

É complicado quando a gente para pra analisar tudo que está


envolvido num fenômeno. Esse é de Deus ou Maria? Pois creio eu
que exista uma grande diferença. Poeira de ouro pode ser de
Deus, mas ainda temos algumas coisas que temos que abordar,
tipo, “Por que?” Qual seria a razão disso? Cada maravilha na
bíblia tinha uma razão explicita e até agora eu não tenho ouvido
nada em relação de poeira de ouro além de uma mal usada
declaração de “obras maiores”. Primeiramente, a bíblia fala que
nós vamos fazer “obras maiores” e não “milagres maiores”. E
desde quando poeira de ouro é maior do que Lázaro
ressuscitando? E se Jesus estava falando de milagres maiores,
até agora ninguém tem chegado perto. Alguns têm feito milagres
similares ou os mesmos, mas maiores ainda não. Então, Jesus
estava enganado ou nós estamos mal interpretando o versículo.
Historicamente, esse versículo tem sido entendido de estar
falando do seu sucesso de levar ao evangelho aos gentios, o
mundo que na época quase foi levado a obediência de fé em
Jesus Cristo. Nós lemos algo sobre Pedro que na Bíblia não relata
o mesmo sobre Jesus; através de uma pregação, três mil pessoas
se converteram e numa outra vez foram cinco mil. Isto Jesus
nunca fez e isto seria maior. Mas, poeira de ouro? Será que
estamos tão desesperados por um sinal?

Interessante que um dentista, que confirmou de ter feito um


trabalho na boca de um indivíduo que esqueceu e falou, “Eu acho
interessante que Deus ia trocar o trabalho feito por ouro. Por que
ele não usa o material original e restaura o dente mesmo? Isso
sim seria interessante.” Um detalhe, esse dentista era um
incrédulo.

De novo, o fato que esses fenômenos não sempre são


fraudulentos e às vezes verídicos ainda não fala que é de Deus. E
é aí onde está escondido o perigo. Podemos falar que é de Deus e
não de satanás?
8 Se Protegendo dos Enganos de Satanás

Onde tem um povo buscando sinais, há uma terra fértil


para o engano.

E sim, satanás pode fazer chuva de ouro e dentes de ouro. Os


milagres de satanás vão parecer com a coisa real. Os mágicos na
corte de Faraó conseguiram copiar os primeiros três milagres de
Moisés. Nos finais dos tempos, quando vierem os falsos profetas
e seus milagres, pode crer que vai ser algo bem mais
impressionante do que um dente de ouro, pois poderia enganar
até os eleitos, se isso fosse possível.

Mateus 24:24; Porque aparecerão falsos profetas e falsos


messias, que farão milagres e maravilhas para enganar, se
possível, até o povo escolhido de Deus.

II Tessalonicenses 2:9-10; O Perverso chegará com o poder de


Satanás e fará todo tipo de falsos milagres e maravilhas. E
enganará com todo tipo de maldade os que vão ser destruídos.
Eles vão ser destruídos porque não aceitaram nem amaram a
verdade que os poderia salvar.

Apocalipse 13:11-15; Então vi outro monstro, que subia da


terra. Ele tinha dois chifres parecidos com os de um carneiro,
mas falava como um dragão. Usava toda a autoridade do
primeiro monstro, na sua presença. Forçava a terra e todos os
que moram nela a adorarem o primeiro monstro, aquele cuja
ferida mortal havia sido curada. Esse segundo monstro fez coisas
espantosas. Fez com que caísse fogo do céu sobre a terra, na
presença de todas as pessoas. E enganou todos os povos da
terra, por meio das coisas que lhe foi permitido fazer na presença
do primeiro monstro. O segundo monstro disse a todos os povos
do mundo que fizessem uma imagem em honra ao outro
monstro, que havia sido ferido pela espada e não havia morrido.
O segundo monstro recebeu poder de soprar vida na imagem do
primeiro, para que ela pudesse falar e matar todos os que não a
adorassem.
Meu amigo, que louco... fogo caindo do céu, fazendo uma estátua
viver e falar? Esses seriam bons e quem não está preparado vai
cair facilmente.

Apocalipse 13.14 nos fala que satanás tem a capacidade de curar.


E ele também pode fazer alguém doente.

Jó 2:7; Aí Satanás saiu da presença do SENHOR e fez com que o


corpo de Jó ficasse coberto de feridas horríveis, desde as solas
dos pés até o alto da cabeça.

Por isso Jesus nos fala que temos que ser astutos como as
serpentes.

Vai chegar um tempo quando os enganos vão ser tantos que vai
ser difícil de saber o que é e o que não é de Deus. Temos que ter
algo além de nossos sentimentos, pensamentos e experiências
subjetivas. Mas onde nós vamos achar essa coisa objetiva que
pode nos proteger? Bem nas suas casas. Ela é chamada de Bíblia.

Questionar é pecar?
Interessante, quem questiona esses tais moveres de Deus está
chamado de religioso, bitolado, e até de pecador pelos “mais
espirituais”. Mas Paulo elogiou àqueles que questionavam na sua
época.

Atos 17:11; Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de


Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez,
examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas
eram, de fato, assim.

O que precisamos hoje é de mais bereanos e menos ovelhas


cegas que pegam qualquer onda somente porque seu líder falou
que é legal ou porque começou com seu ídolo. O bolo de engano
no Brasil está sendo preparado enquanto estamos falando aqui. A
bíblia é bem clara sobre a decepção aumentar no mundo, e nós
temos visto, pela história da igreja, que aqueles na liderança nem
sempre ouvem bem as coisas de Deus. Então vamos cuidar de
comparar tudo que vemos ou ouvimos com a Palavra de Deus e
não acreditar em tudo que vem com o vento.

Algo que não tem respaldo bíblico é sempre algo que deve ser
questionado no meio dos filhos de Deus. Não questionar é
perigoso. E nisso, eu de novo pergunto, “Como podemos saber se
é de Deus?” Porque acontece na igreja? Que engano de um povo
simples. Satanás pode operar na igreja sem muita dificuldade.
Um prédio não oferece proteção a ninguém. Nós precisamos
voltar para a bíblia.

Hoje em dia existe uma tendência de basear verdade em nossas


“experiências religiosas” ou em “sinais e maravilhas” do nosso
critério. E assim nós abrimos a porta a cada engano que quer nos
visitar. Se experiência ou emoção se tornarem o padrão da nossa
fé, nós temos que aceitar a validade de qualquer experiência que
está acompanhado com uma sensação religiosa. Somente porque
algo é sobrenatural, ou parece ser sobrenatural, não
necessariamente garante que é de Deus. Deus pode fazer chuva
de poeira nos cultos? Claro que Ele pode. Ele pode fazer o que Ele
quer, mas Ele nunca vai contradizer sua Palavra. E ali vamos
medir o que é ou não é Dele.

Agora, o que a bíblia nos fala de poeira de ouro? O incrível é que


poeira de ouro só foi mencionada uma única vez nas Escrituras:

Êxodo 32:20; Então pegou o bezerro de ouro que eles haviam


feito, queimou-o no fogo e o moeu até virar pó e espalhou o pó
na água. Em seguida mandou que o povo de Israel bebesse
daquela água.

Então, é bíblico? Sim, mas era um julgamento contra o povo de


Israel por ter feito um ídolo para adorar. Será que não podemos
suspeitar que esse ouro é o resultado do bezerro de ouro, a
adoração extravagante, sendo adorado pelo povo de Deus? Não
sei, mas pode ser isso tanto quanto uma benção. E aí nós
achamos o perigo de algo que não pode ser provado ou verificado
pela Palavra de Deus.
9 Matar é melhor do que arriscar o
fermento.
1 Reis 16.30-33; (Acabe) Ele pecou contra o SENHOR Deus
mais do que qualquer um dos que haviam sido reis antes dele.
Não se contentando em pecar como o rei Jeroboão, Acabe fez
pior e casou com Jezabel, filha de Etbaal, rei de Sidom, e adorou
o deus Baal. Acabe construiu um templo para Baal em Samaria,
fez para ele um altar e o colocou no templo. Levantou também
um poste-ídolo e assim fez mais coisas para deixar o SENHOR
Deus irado do que todos os reis de Israel haviam feito antes dele.

Acabe, ainda que apoiou adoração a Baal, não quis trocar o


Yahweh por Baal, mas, juntar os dois. Ele continuou adorando
Deus e consultando Seus profetas e até deu nomes aos seus
filhos baseado em Deus, Acazias (Yahweh segura) e Jorão
(Yahweh é exaltado). Mas, aqui nós descobrimos o maior erro e
problema de Israel na sua história. Eles nunca totalmemente
abandonaram Deus para adorar Baal ou qualquer outro deus,
mas sempre misturavam, adicionavam o novo deus da hora a
adoração do Deus vivo. Por isso Deus mandou ele de matar todos
quando entravam na terra.

Dt 7.1-4;” Moisés disse ao povo: - O SENHOR, nosso Deus, fará


com que vocês entrem na terra que vão possuir e ele mesmo
expulsará os povos que vocês enfrentarem. Conforme vocês
forem avançando, Deus derrotará sete povos que são mais
numerosos e mais poderosos do que vocês. São eles: os heteus,
os girgaseus, os amorreus, os cananeus, os perizeus, os heveus e
os jebuseus. O SENHOR entregará esses povos nas suas mãos, e
vocês os atacarão e destruirão completamente. Não façam
nenhum acordo de paz com eles, nem tenham pena deles. Não
casem com essa gente, nem vocês, nem os seus filhos ou as suas
filhas, pois esses povos farão com que os seus filhos rejeitem a
Deus e adorem outros deuses. Aí o SENHOR Deus ficará irado
com vocês e os destruirá de uma vez.”
Deus falou para eles que entregaria todos essas sete nações nas
suas mãos, mas eles tinham que exterminar todos os ocupantes,
não deixar ninguém vivo. Na primeira vista, isso pode ser meio
doido no mínimo, se não cruel. Mas se você somente parar com a
leitura nesse versículo e não tentar entender por que Deus falou
isso, você perderá o sentido total do texto. O povo que Deus
estava para entregar nas mãos do israelitas eram adorardores de
ídolos, falsos deuses. Eles já atraíram sobre si e seus filhos o
julgamento de Deus. Deus estava usando Israel para julgar esse
povo.

A outra razão pela qual Deus não queria que ninguém fosse
deixado vivo, era porque Ele sabia bem da fraqueza de Israel, a
facilidade de ela sempre ser influenciada pelos outros. E Deus
sabia que somente uma ou duas pessoas deixadas vivas seriam o
suficiente para contaminar totalmente a nação e a levar para
adorar ídolos. É por isso Deus adicionou aquela parte de não
casar com eles, nem vocês, nem seus filhos. Na verdade, isso
parece desnecessário falar pois Ele já tinha mandado eles matar a
todos, mas Israel tinham um histórico de não obedecer a Deus,
então…

Juízes 3.5-7; Assim o povo de Israel ficou morando no meio


dos cananeus, dos heteus, dos amorreus, dos perizeus, dos
heveus e dos jebuseus. E os israelitas casaram com essa gente e
adoraram os seus deuses. O povo de Israel esqueceu o SENHOR,
seu Deus. Pecou contra ele e adorou os deuses dos cananeus e
os postes-ídolos.

Deus não queria que o Seu povo fosse contaminado pelo resto
do mundo. Ele usava os israelitas para mostrar para o resto do
mundo o Seu poder e a Sua glória. Se Israel se deixasse
contaminar pelo resto do mundo, como eles podiam mostrar as
outras nações como o Deus que eles serviram era maravilhoso?
Eles não poderiam.

O próprio Jesus avisou os seus discipulos sobre isso: “Fiquem


alertas e tomem cuidado com o fermento dos fariseus e
dos saduceus.”
Fermento é algo que cresce. Independente da quantidade que
você começa, ele cresce. Os ensinos corruptos do fariseues e
saduceus eram como fermento, eles fermetaram cada coisa com
que tiveram contato, fazendo-as amargar, inchar e espalhar,
assim como no pão. E as coisas erradas que eles estavam
ensinando influencariam as suas vidas de uma maneira negativa,
então, cuidado.

Nós temos que viver nesse mundo. Temos que ter contato com
ele cada dia, mas Deus tem nos chamado pra fora desse mundo.
Ele não quer que nós façamos parte dele, que sejamos
contaminados por ele.

2 Co 6.14-18; Não se ponham em jugo desigual com descrentes.


Pois o que têm em comum a justiça e a maldade? Ou que
comunhão pode ter a luz com as trevas? Que harmonia entre
Cristo e Belial? Que há de comum entre o crente e o descrente?
Que acordo há entre o templo de Deus e os ídolos? Pois somos
santuário do Deus vivo. Como disse Deus: “Habitarei com eles e
entre eles andarei; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”.
Portanto, “saiam do meio deles e separem-se”, diz o Senhor.
“Não toquem em coisas impuras, e eu os receberei” “e lhes serei
Pai, e vocês serão meus filhos e minhas filhas”, diz o Senhor
todo-poderoso.

Tg 1.27; Religião pura e genuína aos olhos de Deus o Pai é esta:


cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se
corromper com o mundo.

Se não há nada diferente em nós, como a glória de Deus poderá


brilhar através de nós, como o mundo saberá que nosso Deus é
diferente? Se os crentes são iguais o resto do mundo, por que
alguém ia querer ser um? Por que confiar num Salvador que os
seguidores são iguais a você?
10 Baalismo - Na Procura de Experiências

É da nossa natureza querer algo de substância, de ver, de tocar e


sentir; um Deus que é paupável e não invisível a nós. Muitos
estão procurando “experimentar Deus”. Cristianismo é algo de ser
experimentado mesmo, mas nessa área temos que ter muito
cuidado porque nossos desejos por experiências podem trazer
engano ao mesmo tempo se não exercemos discernimento e
provar cada espírito.

“Do lado de fora os sons eram tremendos, desespero misturado


com satisfação. ‘Vem! Vem! Óooooo!!! Óooooo!!! Eu te amo! Eu
te preciso! Vem!’ Obviamente algo eufórico estava acontencendo.
Será que Deus tinha descido mesmo?”

Não, eu não estou referindo a um culto de adoração moderno,


estou descrevendo uma cena da antiga adoração de Baal.

A palavra "Baal", no hebraico significa "senhor", "marido",


"possuidor". Baal era o Deus principal dos cananeus quando
Israel entrou na terra prometida. Ele originalmente era somente o
deus de fertilidade, mas mais tarde se tornou o deus da chuva
também. A adoração de Baal estava baseado em imoralidade e
emocionalismo, como todos os cultos pagãos daquele tempo.
Atividade sexual na adoração era frequente, pois assim atingia o
alvo primordial na adoração de Baal, levando completamente a
pessoa a sentir totalmente a paixão do momento religioso. A
expressão suprema de Baalismo era a que era feita pelas suas
prostitutas sagradas, mulheres e homens. Nos templos, as
pessoas tiveram experiências reais e até sobrenaturais com as
prostitutas dos templos e a adoração delas era pirada. Vamos
falar em uma experiência emocional; sexo com adoração.

A ênfase de Baalismo estava na experiência subjetiva do


adorador. Imagens coloridas e sensacionais foram usadas, o que
existia de mais sensacional e o que era de melhor. A música e as
danças era a maneira usada para tirar as pessoas das suas
diversidades pessoais e unir todo mundo numa resposta comum.
Pode crer, existe um perigo grande se escondendo nas sombras
esperando seu momento de atacar quando o povo de Deus
começa buscar experiências subjetivas para ser colocados no
lugar da Sua Palvara como a base da sua fé. E é aqui nós
achamos a igreja atual, se afogando num poço de experiências,
um Baalismo moderno, um Neo-Baalismo.
11 O Deus da Chuva

No caso de Baal, o povo achava que os atos sexuais com as


prostitutas sagradas (adoração) o excitava. Então ele mandava a
chuva para a terra fertíl. Quando tinha uma colheita em
abundância, Baal era adorado. Quando havia uma seca, era um
sinal de que os deuses de Baal não estavam felizes.

É nesse contexto que achamos Elias no Monte Carmelo


desafiando os profetas de Baal. O negócio era realmente sobre
quem controlava a chuva, Baal ou Yahweh? Elias tinha
profetizado no nome de Deus que não choveria. Esse era um
desafio direto a Baal. O Deus de Elias estava avisando que
independente de Baal ou quem eles achavam que tinha poder,
não choveria até que Ele mandasse. Cada dia a mais que passava
sem chuva depois desse aviso, mostrava a impotência de Baal e o
poder de Deus. Por isso, depois três anos, Jezabel estava com
muita raiva de Elias. Ele foi o mensageiro que estava acabando
com a ilusão do seu deus falso.

No Monte Carmelo, Elias se encarou 450 profetas de Baal e mais


400 profetas de Asera. Lembre-se de que nós não estamos
falando de seguidores quaisquer, mas de profetas, os craques
sustentados por Jezabel, os profissionais, os líderes. Jezabel
mandou a seleção, o melhor time.

Lá no monte, as regras foram estabelecidas e o deus que


mandasse fogo seria conhecido como o verdadeiro. Os profetas
de Baal dançavam, cantavam, pulavam, imploravam, gritavam e
se esforçavam por horas. Eles até se cortavam. Parece com um
tempo de adoração numa conferência de adoração menos o
cortando. Mas, nada, nem uma faísca. O Baal não responderia a
sua adoração independente do esforço humano e Elias começou
zombar.

Como eu gosto dos profetas do passado. Eles mandavam a


verdade independente de quem estaria ofendido. E as vezes até
zombavam. Hoje é o tempo do frouxo no púlpito. Os pastores de
hoje estão tão preocupados em ofender um “irmão” e ele sair da
sua igreja, que eles fazem questão de não falar nada que possa
ser mal interpretado ou ofensivo. Confronto está fora do jogo. Por
isso eu amo os profetas. O negócio deles era confronto, não
conforto. Hoje o povo nomeado “de Deus” está acomodado
demais nos seus pecados. Eles tem achado conforto onde não há.

Depois que os profetas de Baal se cansaram e já era óbvio que


Baal estava ocupado no banheiro ou mesmo dormindo ou
possivelmente morto, foi a hora de Deus. Elias não precisava
fazer show, pular ou rolar no chão ou ser derrubado pelo espirito,
depois de preparar o altar, ele simplesmente orou, pediu pra
Deus mandar fogo e depois a chuva. E Deus respondeu. Que
filme chato né? Cadê a mulher a ser resgatada? O que aconteceu
com a parte onde achamos que talvez o herói ia cair só para
achar um pouco mais de força no fundo do seu coração para
continuar lutando e ganhar bem quando tudo mundo estava
achando que ele havia perdido? Pelo menos Elias fez questão de
matar todos os profetas lá mesmo. Se não podemos ter show, no
mínimo podemos ter sangue.

Só para trazer algo a nossa atenção aqui, nós também não


precisamos implorar ou manipular Deus para que ele venha.
Como Elias, nós simplesmente precisamos pedir e Ele virá.
12 Prostituição, Adoração – Existe uma
diferença?
A acusação dos profetas da prostituição era literal em relação do
que estava acontecendo nos templos, mas, também era
espiritual. Era uma acusação contra atos sexuais com as
prostitutas dos templos e uma acusação contra uma adoração
que procurava ser realizada através de uma expressão pessoal,
adoração que aceitava as necessidades, desejos e paixões do
adorador como os ingredientes.

Prostituição é adoração que fala, “Eu te satisfazerei. Você quer


sentimentos religiosos? Eu te darei. Você quer suas necessidades
supridos? Eu farei isso da forma mais atrativa a você.”

Baalismo é adoração reduzida ao nível espiritual do adorador e


um Deus que se coloca no lado oposto dos desejos, preocupações
e percepções das pessoas, é incompreensível e descartado.

No Baalismo, adoração deve ser interessante, relevante e


excitante.

Hoje existem duas coisas que dominam as conversas sobre


adoração moderna:
1. As experiências, sentindo algo.
Esse é o maior alvo do adorador. Ele quer sentir Deus, quer
ouvir a Sua voz, quer ser tocado e ele vai atrás com todos seus
esforços.
2. A falta de experiências.
De qual a pessoa sair reclamando que não recebeu nada, era
seco, vazio e sem Deus.

Na veradade, as duas revolvem em volta de uma coisa, as


experiências. Isso é Neo-Baalismo! Adoração em que o
adorador e o que ele deseja, necessita e espera, é o foco e não
Aquele que está sendo adorado. As frases sobre “experiências de
adoração” tem substituido a frase “vamos adorar Deus”. “Eu
senti…. Me arrepiei!” Uma das coisas mais complicados em uma
religião desse tipo é que não pode ser qualificada. Tudo é
baseado no que a própria pessoa sentiu ou experimentou. Tudo é
subjetivo, assim não existe certo ou errado, verdade ou mentira.
Pois se alguém sentiu algo, quem você é de falar que não sentiu
ou pior, que não era Deus.

O Neo-Baalismo de hoje encoraja experiências e as experiências


encorajam a subjetividade, o que você sente ou ouve numa
expressão religiosa, é sua experiência pessoal, ela faz sentido a
você. Por isso é válido reclamar da falta de sentir algo. Se tudo
está baseado no que eu sinto e eu não sinto nada, então algo
está errado no que ou quem está me oferecendo a experiência.

“O adoração era ruim hoje. Eu não recebi nada. Eu não


senti nada.”

Isso é considerada uma crítica brava e séria a qualquer equipe de


louvor. Quer brigar com um ministro de louvor, faça um desses
comentários com ele. É mais provável que ele vai culpar você
pois nós que temos mais do que seis meses na igreja já sabemos
que o pastor nunca está errado e o ministro de louvor almoça
com Deus toda Quarta-feira, então nem pensar em comentar
sobre a falta de unção ou da presença de Deus, ao menos que
você queira ser xingado pelo “querubim” do Senhor.

A falta de sentir algo no louvor é a razão do por quê muitas


pessoas saem de uma igreja e procuram uma outra. É uma
desculpa válida para sair e não participar em algo que a
experiência pessoal testifica que é irrelevante e não interessante.
O entendimeto que valida essa atitude é que adoração deve ser
atrativa e gratificante para o adorador. Isso é Neo-Baalismo!
Adoração feita para as especificações espirituais e emocionais do
adorador particular.
Adoração Verdadeira
Adoração verdadeira é objetiva e faz sentido a Deus
independente do que você sente. Talvez essa é a frase mais
estranha que você já leu na sua vida. Mas isso é devido a sua mal
compreensão do que é adoração. Adoração não é um cântico e
muito menos uma experiência. Ela não depende dos seus
sentimentos. E adoração nunca foi feita para a experiência do
adorador. Se você não recebeu nada qual é o problema? Não era
pra você. Seria igual você indo para a festa de aniversário de
alguém e reclamndo depois de não ter recebido nada. A festa não
era pra você e adoração não é pra você.

Mas, o que é adoração? Nem a bíblia ou a igreja histórica usam a


palavra “adoração” para descrever uma experiência. Adoração
não é subjetiva ou privada. Adoração não é o que eu sinto
quando estou sozinho. Adoração não é algo que alguém
experimenta, mas algo que ele faz, independente de como ele se
sente no momento. Adoração é como eu ajo com Deus em
relação o povo Dele. O único lugar que achamos uma experiência
de adoração sendo encorajada era no Baalismo.

Em Israel e na Igreja Evangélica Histórica, adoração nunca


estava dependente dos sentimentos humanos ou do clima. Não
era cada um fazendo o que sentiu na hora. Deus revelou a sua
natureza e exigiu obediência a ela. Adoração era o ato de receber
aquela revelação e obedecer ela.

A adoração de Deus foi estabelecida como uma forma centrada


na proclamação da palavra e aliança de Deus. Ele sempre foi o
centro, mas dentro disso, um apelo foi feito a vontade do homem
e a inteligência racional dele foi chamada a atenção para
responder a vontade de Deus. Os homens são chamados a servir,
amar, obedecer e agir com responsabilidade. Em contraste disso,
Baalismo se baseava totalmente na experiência do adorardor,
seus sentimentos e prazeres.

Na adoração de Yahweh sempre existia uma ênfase, uma pressão


continua, de elevar adoração na esfera da inteligência ciente e
conceitos claramente definidos. Nunca era para ser um ato ou
momento em que você desligava seu cérebro e se mergulhava
totalmente nos prazeres hedonistas. Mas isso não mostra uma
acusação de ser algo chato, algo no qual somente os teólogos
acham prazer. O problema é que hoje os homens tem
massacrado a verdadeira essência da adoração, vendendo-a
como algo momentâneo quando era sempre sobre a prática na
vida. Adoração em Israel não era algo para ficar ao lado e
assistir; era mais do que uma sensação passageira; era algo que
procurava se incorporar no total da vida humana, uma expressão
autêntica de uma religião viva.

A Palavra e Aliança de Deus iniciou e controlou adoração, mas


participação sensória não foi excluída. A vida sensorial tinha sua
parte no relacionamento com Deus. Mas, variada que era, ela
sempre foi definida e controlado pela Palavra de Deus. Nada foi
feito simplesmente por causa da experiência sensorial envolvida.

A supremacia da adoração estava no relacionamento espiritual


entre o individual e Deus e não na experiência subjetiva do
individual.

ADORAÇÃO ALÉM DO HOMEM


Hoje a idéia de uma adoração que vai além dos sentimentos e
emoções do adorador é algo colocado ao lado. Algo que os “mais
espirituais” chamam de religião morta. Pois para eles, adoração é
sobre a experiência, carregando a bateria em preparação da
semana vindo, Neo-Baalismo. E assim, a única coisa que não
deveria ser retirado da adoração cristã, o Deus da aliança que se
revela na Sua Palavra, é deletada.

Adoração moderna é pra e sobre o adorador. Ela se esconde


numa falsa declaração de adorar Deus quando os desejos
pessoais são o alvo. A adoração popular hoje não é nada mais do
que uma forma moderna da antiga adoração de Baal. É uma
busca por uma gratificação pessoal. A única diferência é que hoje
é uma masturbação mental do adorador ao invés do próprio ato
sexual do velho Baalismo.
Tudo está baseado nos sentimentos, o som, o visual, as danças,
pulando, mas dentro disso precisamos lembrar que o homem
pode ser entretido, sentir um calor, diversão, ou excitado na
adoração, e não ser transformado ou salvo. Seus sentimentos e
emoções podem crescer, mais a sua santidade não será tocada e
seu Deus fantasiado.
13 Paulo o Adorador
Paulo é a fonte principal de como as igrejas no início eram e
como elas funcionavam. O interessante é sua omissão sobre a
adoração. Ele não fala quase nada sobre adoração e muito menos
sobre cultos de adoração, se eles levantavam as suas mãos, ou
se dançavam ou tinham guitarras ou baterias, ou se era preciso
ser um dizmista fiel e liderar uma célula para poder ministrar.

Interessante como a coisa que recebe a maior parte da nossa


preocupação no show de Domingo é a coisa sobre a qual Paulo
quase nem falou. As palavras usadas para adoração são usadas
poucas vezes nas cartas de Paulo. A única mais enfatizada hoje e
menos falada do que adoração é o DÍZIMO, mas esse é o assunto
para um outro livro.

A verdade é que Paulo não nos fala de como devemos adorar. Eu


suspeito que seja porque ele via adoração como algo que
devemos estar sempre fazendo, não somente antes da palestra
de Domingo. John Piper fala, “O que nós achamos no Novo
Testamento, talvez para nossa surpresa, é um certo nível
totalmente chocante de uma indiferença à adoraração como um
ritual externo, e uma intensificação totalmente radical de
adoração como uma experiência interna do coração(…). As
próprias epístolas que são escritas para ajudar a igreja ser o que
deve ser neste tempo [são] quase totalmente isentas de (…)
ensino explícito das coisas específicas de adoração incorporada".

Por que o silêncio? Se a coisa é tão importante, por que Paulo


não falou nada? Será que ele era um daqueles chatos que estava
totalmente desligado do seu coração e emoções? Duvido. Eu
estou mais inclinado a pensar que ele não falou porque, um, não
era tão importante ou dois, que é a opção mais provável, nós não
entendemos o que é adoração e estamos chamando um gato de
pato.

Adoração é o que está acontecendo no seu coração, não somente


no Domingo, mas todo dia e todo tempo. E essa adoração que
tem a sua fonte no seu coração tem sua expressão em tudo que
você faz. Isso é o que signica quando lemos “Portanto, quando
vocês comerem, ou beberem, ou fizerem qualquer outra coisa,
façam tudo para a glória de Deus” (1 Co 10.31). E “tudo o que
vocês fizerem ou disserem, façam em nome do Senhor Jesus e
por meio dele agradeçam a Deus, o Pai” (Cl 3.17).

Essa é a forma de adoração ensinada e ordenada no Novo


Testamento. Não é uma música ou um momento em que todo
mundo está com seus olhos fechados pensando coisas boas sobre
Deus, mas é agir de uma maneira que reflita o valor da glória de
Deus, é fazer algo no nome de Jesus e ser grato a Deus. Essa é a
forma básica de adoração viva. As referências no Novo
Testamento de adoração não falam de um culto ou um tempo de
adoração. Elas descrevem a vida do adorador.

Os Puritanos são sem dúvida um dos povos que eu mais admiro e


entre eles estão os autores que eu mais leio. Interessante é que
além do seu entendimento profundo da Bíblia, eles entenderam o
que era adoração no seu total. Patrick Collinson falou da teoria e
prática dos Puritanos assim, “A vida do Puritano estava em um
sentido, um ato contínuo de adoração, perseguido sob um
constante e vivamente sentido de propósitos providenciais de
Deus e constantemente refrescado por atividade religiosa,
pessoal, doméstica e pública.” As suas vidas eram uma expresão
constante de adoração.

Adoração, seja um ato externo num culto ou interno no coração,


é um ato de glorificar, engrandecer e magnificar Deus. É um ato
que mostra a grandeza de Deus. É um ato que revela e expressa
como grande e glorioso Ele é. Adoração é sobre mostrar e refletir
o valor de Deus.
14 Vivo no Altar

A adoração no Velho Testamento quase sempre envolvia matar


algo. Só que desde que Jesus foi o último sacrifício a ser morto
entramos numa outra história, uma em que Deus pede sacrifícios
voluntários e vivos. Claro, Jesus foi voluntário e vivo quando se
apresentou, mas, Ele morreu. Graças a Deus. Agora, Ele não está
pedindo para que maioria de nós morra literalmente como um ato
de adoração.

Rm 12.1-2; Então queridos irmãos, eu imploro a vocês para que


dêem seus corpos a Deus por causa de tudo que Ele fez por
vocês. Deixem que eles sejam um sacrifício vivo—do tipo que Ele
achará aceitável. Essa é a maneira de verdadeiramente adorar a
Ele. (180)

Rm 12.1-2; Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus,


que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, que é o vosso culto racional. (Almeida)

Quando pensamos nesse verscículo, entendemos algumas coisas,


uma é que não existe sacrifício além de nós. Nós não estamos
nos aproximando do altar com algo em nossas mãos. Somos nós
mesmos ou nada. E certamente veremos que o sacrifício não é
sobre o que está sendo sacrificado, mas Quem está recebendo o
sacrifício. A atenção hoje em dia tem estado voltada para o
sacrifício. “Um irmão ofertou seu carro e agora está pegando
ônibus para vim aos cultos , blá, blá, blá.” “Uma irmã deixou a
sua família para poder pregar aos índios nus em tal tribo e lá ela
mem tem televisão, blá, blá, blá.” O foco está todo errado. Temos
nos esquecido Daquele para quem estamos ofertando e temos
feito ídolos das ofertas e dos ofertantes. Eu suspeito que uma das
razões pelas quais os líderes querem encorajar o povo a dar ou
a fazer mais seja para eles aproveitarem o desejo que cada
homem tem de ser elogiado publicamente. Quantas pessoas
ficariam chateadas se um irmão fosse citado por ter ofertado algo
e o pastor esqueceu de mencioná-lo e seu “sacrifício”?
Misericórdia!
De acordo com o apóstolo Paul, o ato maior e mais completo de
adoração não é aquele no qual eu levanto as minhas mãos a
Deus, nem é quando eu canto louvores ao Seu nome – por
melhor que essas coisas sejam. Também não é quando eu me
coloco fisicamente prostrado diante Dele. O ato definitivo de
adoração é quando eu incondicionalmente me dou a Deus – um
sacrifício vivo. Em outras palavras, quando eu rendo a minha vida
a Ele.

No geral, a palavra "adoração" no Novo Testamento é traduzida


da palavra grega, "proskuneo".

1) beijar a mão a (em direção de) um, em símbolo de


reverência

2) entre os Orientais esp. os persas, cair sobre os joelhos e


toca o chão com a testa como uma expressão de reverência
profunda

3) no NT é ajoelhar ou se abaixar fazendo homenagem (a


um) ou ser a obediente, expressar respeito ou súplicar
• uso de homenagem mostrado a homens que sejam
de posto superior

No total a palavra significa, "fazer reverência a". Pode ver que


esta palavra grega está por trás da nossa palavra, "prostrar" – no
sentido de deitar com seu rosto no chão (prostrando-se) e
adorar. Há outras palavras em grego que podem ser traduzidas
para "adoração" na Bíblia, mas "proskuneo" é a mais comum.

“Adorar” no seu sentido básico significa, "ser dedicado a". Ela fala
de quem eu sirvo com minha vida – de quem governa minha
vida. Adoração é mais do que simplesmente elogiar com palavras
– por mais sinceras que essas palavras talvez sejam. Ela significa
até mais do que somente reconhecer a grandeza de Deus. Adorar
a Deus significa tornar-se dedicado a Deus por causa da Sua
grandeza, e tornar-se governado pela Sua grandeza a ponto de
VIVER POR ELE.
Só que aqui em Romanos 12, Paulo não usa a palavra
“proskuneo,” mas a frase “logikan latreian”. A palavra, “logikan”,
refere a “ser bem pensado”, ou, “bem argumentado”, ou,
“razoável”. E “latreian”, significa “servir, fazer serviço religioso ou
homenagem”.

O que vemos então é que Paulo está dizendo, “Se você tem visto
a misericórdia de Deus, e verdadeiramente valoriza, a resposta
única racional e razoável será que você se apresentará a Deus
como um sacrifício vivo. Fazer isso é seu serviço religioso – é sua
adoração. Você está respondendo a Deus, a quem você adora,
por se dar a Ele. Essa é a única maneira racional de responder –
ao fato de Deus ser tão bom”.

Assim, Paulo fala sobre a adoração que surgirá em nós se


agarramos a grandeza do nosso Deus, e a magnitude do Seu
propósito. Nossa resposta será adoração – sim, mas não uma
adoração passiva. Não. Em vez disso, “serviço razoável”, ou
“adoração espiritual” será a que apresentamos a nós mesmos
inteiramente a Deus no altar da Sua vontade. Nós
incondicionalmente nos renderemos a Ele. Imagine as implicações
e consequências disso se nós pudessemos entender. Quantos de
nós estamos atolados em nossas vidas, resultado de nossas
decisões segundo a nossa vontade. Imagine como que ficaria o
mundo se todos os crentes de repente decidissem se arrepender
por terem vivido o mais longe do altar de Deus possível por medo
ou por precisar morrer. Ou melhor, imagine se todos nós
decidissemos sacrificar as nossas vontades para viver a Dele.
Esse é o significado total e verdadeiro de adoração, “Não é eu
mais quem vivo, mas Cristo é quem vive em mim”.

Por causa de quem Deus é e por causa de tudo que Ele tem feito
através de Jesus, por causa disso, “adore a Deus se dando a Ele!
Se apresente como um sacrifício vivo!” Esse é o seu ato de
adoração. É “razoável” e “racional”. É o fruto do valor que atribue
a Deus. Dá para ver como uma música cantada com suas mãos
levantadas parece barata demais? Seria igual eu te mostrando o
banheiro da minha casa e falando que é a minha casa. Adoração
é muito mais.

Se eu realmente amo a Deus e O reverencio Ele, isso vai resultar


numa resposta voluntária minha, voluntária e não exigida ou
manipulada. E rendição é a resposta. Eu rendo TODA a minha
vida a Ele: meus planos, sonhos, possessões, desejos, presente e
futuro, TUDO. E essa rendição É adoração.

Você entende isso? Uma rendição voluntária e sem condição é a


nossa adoração – a nossa resposta racional a Sua grandeza. Você
entende que esse é o ato de adoração que Deus deseja acima de
todos, que apresentemos a nós mesmos a Ele num ato de
rendição voluntário e sem condição?

No Velho Testamento o sacrifício nunca era voluntário. Não tinha


uma fila de animais sem mancha pulando e gritando, “Eu! Eu!
Escolha eu!”. E se soubessem o que ia acontecer com ele
certamente teriam feito de tudo para não serem pegos. O difícil
hoje é saber o propósto já estando no campo. E eu acho que é
por isso que a maioria de nós preferimos ficar na ignorância a
pensar que adoração é bem mais do que fazemos no culto ou
numa conferência, ou quando colocamos um CD em casa e
cantamos. Paulo está descrevendo algo que tem a ver com
voluntários e atos voluntários, sacrifícios voluntários, vidas
perdidas voluntariamente para poder achar a vida verdadeira.

Mc 8.35; Se você tentar poupar a sua vida e viver por você


mesmo, você vai perdê-la. Mas se você abandonar a sua vida e
seus próprios interesses em favor de viver por mim e em favor
das Boas Notícias, você com certeza vai achar a vida verdadeira.
(180)

Paulo está nos falando que é para nós nos apresentarmos para
sermos esse sacrifício, o sacrifício vivo, o sacrifício voluntário. O
louco é que enquanto eu estou me oferecendo a ser esse
sacrifício vivo, eu posso também sair do altar. Talvez por isso
quando eles oferecerciam os sacrifícios no Velho Testamento eles
já estavam mortos. Mas, não era um tipo de suicídio animal,
alguém matou o animal e alguém colocou ele no altar. Hoje, não
nos pedem para nos matarmos fisicamente, mas sim, para
morrermos para nossas vontades, uma morte sem sangue; um
sacrifício voluntário, de decidir ficar no altar ainda quando as
coisas da vida começam aquecer e se tornar difíceis de suportar.
E enquanto Deus aceitar o sacrifício, Ele o deixará vivo – apto
para escolher.

Adoração é a resposta dentro de mim em relação a Deus que


reconhece quem Ele é e quem eu sou em relação a Ele. É uma
atitude do meu coração que interfere na maneira em que eu vivo.
Em outras palavras, “Adoração a Deus resulta em viver por
Deus”. Se eu realmente quero adorar a Deus, eu me darei a Ele.
E se eu me dou a Ele, eu não mais pertenço a mim. E se eu não
mais pertenço a mim, eu não vivo mais para mim. Em vez disso,
eu vivo por Aquele a quem pertenço – eu vivo por Deus. Isso é a
adoração verdadeira. E isso é o que significa se apresentar a
Deus como um sacrifício vivo.

1 Co 6.20; Vocês foram comprados por alto preço. Portanto,


glorifiquem a Deus com o seu próprio corpo.

Fazer a vontade de Deus é a Sua glória brilhando.

Mt 5.16; Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens,


para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai
que está nos céus.

A sua vida é o brilho do que você realmente valoriza e estima.


Assim, toda a vida é adoração – de Deus ou uma outra coisa.
15 Masturbação Espiritual

Adoração é a parte do culto moderno que recebe mais atenção, a


qual a igreja mais investe e gasta dinheiro, a qual o pastor mais
exige excelência e é a qual o povo mais comenta. É raro ouvir o
povo comentando ou criticando a palavra do pastor. A maioria
nem se liga. Essa simplesmente faz parte do pacote, é a parte
que as pessoas mais esperam ansiosamente o final, o último
momento de poder “adorar” mais uma vez e ir a frente para
receber mais um “toque do Espírito Santo”. Por isso a adoração
está bem guardada nas igrejas atuais.

A igreja hoje tem se tornado uma loja, uma empresa, preocupada


em satisfazer seus clientes, como conquistar os clientes das
concorrentes e como fazer a embalagem mais atrativa para que
os clientes paguem mais. Eugene Peterson fala que “esse
consumismo eclesiástico tem subvertido adoração. Em vez de
abandonar a adoração, eles fazem algo pior, eles subvertem ela”.
Eles fazem dela um lugar de entretenimento, um produto que
tem como seu objetivo a propaganda, a renovação dos seus
clientes enjoados e cansados. Assim a atenção tem sido tirada de
Deus e no que Ele está fazendo e colocada no homem e no que
ele está fazendo e sentindo. A adoração tem se tornado algo que
reflete a experiência de Deus em vez da verdade de Deus.

O fruto é um povo desiquilibrado, místico e frustrado.

Solomão falou, “Tudo é vaidade.” Eu falo hoje, “Tudo é


‘masturbação espiritual’.”, “UUUHHH, UUUHHH, UUUHHH”.
Mas, o que é masturbação espiritual além de um termo
possivelmente ofensivo? É Oba-oba, para colocar num termo bem
simples para todo mundo entender. É a parada de manipular e
criar um ambiente “espiritual” e falso numa tentativa de
satisfazer as pessoas. “Dar um brado de vitória! Levantem
sua mãos, chorem, chamem por Ele. ELE ESTÁ AQUI!!!”

No fim, tudo isso não vai dar em nada. São experiências vazias,
faltando Deus. E cada um de nós que tem um pouco de
humildade pode admitir de ter fingido, forçado a barra, na
esperança que a abóbora se transformasse numa carruagem. O
dificil é admitir, principalmente para nós líderes que temos
manipulado o povo com “aquela frase” bem na hora certa, ou um
grito ou um choro, que sabemos que era algo nosso e não de
Deus, algo falso, sem Deus. E nós sabemos que era. Nós
sabemos que fomos nós que colocamos os presentes embaixo da
árvore e não o Papai Noel. Chegou a hora de contar aos nossos
filhos a verdade, contra que muito do que eles tem
experimentado na igreja não era nada mais do que emoções
geradas por homens através de uma máquina sinistra que tem
isso como seu propósito. Adoração?

“Se Deus não vier, no mínimo podemos fazer um bezerro


de ouro e falar que foi Ele que nós tocou.”

A grande prova dessa verdade se acha nas vidas NÃO


transformadas das pessoas. Depois de alguns meses ou um ano,
onde estão as pessoas que foram “tocadas” tão profundamente?
Aqueles que passaram horas chorando no chão, “chamados,
transformados” para somente mais tarde serem DESVIADOS? E
isso é o que me pega com muitas dessas escolas de “adoração”.
Além de ser mal nomeado, elas são a fonte de muito gente boa
que se desviou. Os jovens principalmente vão de boa vontade na
esperança de encontrar algo real, algo que vai marcar suas vidas,
algo que deixaria eles mancando pelo resto das suas vidas devido
o toque de Deus. O que eles acham é algo que parece tudo,
menos a experiência que marcaria a vida deles. Enquanto eles
estão ali dentro da fabrica de “experiências”, tudo está bom
demais. O problema acontece quando eles saem e tentam manter
a mesma intensidade, a mesma busca por experiências, sem os
mesmos resultados. E assim acham inicialmente que algo está
errado com sua igreja e pastor. Depois de um tempo de culpar
todos que estão ao seu redor, a culpa acaba no espelho e eles
acham que existe algo errado com eles e assim entram num
desânimo que mais tarde se tornará uma depressão que os leva a
desviar. Já vi isso mais vezes do que quero lembrar. O dificil é de
me lembrar de alguém que saiu uma dessas escolas e produziu
algo logo depois saiu. Geralmente eles voltam e se tornam uma
pedra no sapato de tudo mundo pois eles sabem como deve ser
as coisas devido as suas altas experiências. É sinstro. Acho que a
maior frustração deles depois entender que não vão mudar nada
ou ninguém é lidar com a decepção de ter acreditado que algo
era real e descobrir que era fabricado, experiências sem chão,
subjetividade sem objetividade, experiências sem mudança, sem
mancar.

Eu me lembro de uma vez quando meu filho era bem menor e


minha esposa estava fora da casa e de repente ele começou
chorar. Pra você ter que entender, todos nossos filhos mamaram
até os dois anos de idade, nada de mamadeira, tinha somente
uma coisa que os satisfazia, se é que você me entende. Bom,
meu filho estava chorando e eu fui pegar ele. Logo ele começou
me dar umas cabeçadas, algo que eu entendi que era uma
maneira de falar, “Me dá o peito.” Saber o que ele queria e poder
atender o seu pedido não são sempre a mesma coisa, e nesse
pedido não tinha como eu ajudar. Um outro “porém” na história é
que nessa época, nós estavamos morando na bacia Amazônica e
lá, eu posso te dizer, é quente, no inverno. É o único lugar que
tenho visitado na minha vida que me preocupou se o ferro do
meu carro iria derreter. Mas voltando o assunto, estavamos eu,
sem camisa, e meu filho com fome dando uma cabeçadas no meu
ombro e gritando. Então eu segurei ele um pouco mais perto e
começei falar para ele que “sua mãe está voltando”, tentando
acalmar a tempestade que estava se levantando nos meus
braços. Num certo momento quando eu estava dançando e
falando com ele, ele viu o seu alvo, o meu peito, o que ele
procurava, ou no mínimo o que achava que procurava. Ele deu
uma mordida no bico do meu peito, o que quase me fez pular a
lua, não pela dor, mas pelo susto. E eu, não sabendo o que fazer
dexei ele lá. Pelo menos ele não estava chorando mais. Isso
durou tudo de 10 segundos até ele tirou sua cabeça e me olhou
meio confuso não entendendo a razão da fonte estar seca e
começou chorar novamente.

O problema não era em eu parecer, pelo menos para ele, ter o


equipamento certo. Se só olhar deixasse ele satisfeito, podia
enganar ele o dia inteiro, água na boca, mas olhar não é o que
ninguém quer. Nós queremos experiementar. Seria igual ir a um
parque de diversões e ficar lá fora somente assistindo a
montanha-russa e os outros brinquedos funcionar. Não tem graça
nenhuma nisso, somos um povo que quer tentar, experimentar e
o diabo sabe disso, por isso ele nos faz focalizar na experiência e
não na razão. Meu filho estava mais ligado na razão, comida, leite
e não na experiência do meu bico meio cabeludo. Ele queria a
coisa real, não uma cópia da coisa real.

O problema hoje é que nós estamos muito acostumados e


contentes com as cópias, com nossa masturbação espiritual,
fingindo que nossas experiências são coisas reais enquanto
morremos de fome.

Existe uma grande diferença entre masturbação e sexo.

Os dois dão a mesma sensação e prazer. E com uma boa


imaginação, dar para quase se convencer que é real. Mas,
somente um dá fruto.

A maior parte da nossa experiência cristã na igreja não é nada


mais do que uma bombada e fantasiada, sessão de masturbação
espiritual em que todos de nós nos esforçamos para sentir algo.
Não tem que fazer nada mais do que assistir as pessoas durante
o tempo de “adoração” e você vai apostar que eles estão tendo
uma experiência sexual mesmo, acompanhada com os sons e
movimentos, só falta alguém gritar um nome; esquece, eles
gritam mesmo. No mínimo a coisa está muito esquisita, muito
sensual e muito hedonística. Temos que pensar bem antes de
levar os nossos filhos para um desses eventos por que depois
vamos precisar explicar o que estava rolando e por que as
pessoas estavam rolando e uns agindo com galinhas, literalmente
falando não figurativamente. Tudo uma experiência da qual o
próprio “adorador” vai jurar e brigar contigo que era real.

O triste é que depois defendendo o momento, NOSSO momento,


NOSSA experiência, como se fosse a última forteleza ainda em pé
nas nossas vidas e se cair, tudo está perdido, sem saber que tudo
já caiu e estamos lutando com uma espada de papelão. Todas as
nossas experiência não tem nos levado a nenhum lugar. Nós não
vemos mais fruto em nossas vidas, e nós não experimentamos
uma vida mais santa e dedicada ao Senhor.

Orgias espirituais não mudam nada ou ninguém.

Existem experiências reais com Deus que nos levam a um ponto


de ser mais como Ele e é disso que nós precisamos. Se você já
viu uma criança na hora que ela dá aquela tão desejada mordida
no ovo de chocolate da Páscoa que não tem nada a ver, você
sabe do que eu estou falando. Nenhuma criança na primeira vez
suspeita que o ovo é vazio por dentro. Ela imagina que é sólido e
existe uma certa desapontamento na realidade. O chocolate é
bom, mas não era o que estava desejado, não era sólido. E isso é
o que Deus nos oferece se pudermos abrir mão da nossa
obsessão com os ovos da Páscoa. O que Ele nos oferece é real, é
sólido e baseado Nele, na Sua pessoa. E depois que você tem Ele,
nenhum ovo vazio vai te satisfazer.
16 Sola Scriptura

Meus amigos, ainda há tempo de mudar o retrato. Não desista e


não aceite tudo o que está sendo colocado em seu prato. Cocô
pintado de branco ainda é cocô, e nunca será chocolate branco,
independente do que a multidão afirma.

João 4:23; Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros


adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são
estes que o Pai procura para seus adoradores.

A verdade é que cada experiência religiosa deve ser testada para


ver se concorda com as Escrituras antes de ser aceita como algo
genuíno de Deus. Lembre-se dos Bereanos. A bíblia é a única
coisa objetiva que pode nos proteger dos enganos e nos permite
separar as experiências verdadeiras de Deus das desilusões do
inimigo. Todas as nossas experiências religiosas devem ser
verificadas pelas Escrituras; as Escrituras não são provadas pelas
nossas experiências.

“A obra do Espírito Santo na experiência pessoal não pode


ser desvinculada da Escritura. O Espírito não fala em
formas que independem da Escritura. À parte da Escritura
nunca teríamos conhecido a graça de Deus em Cristo. A
Palavra bíblica, e não a experiência espiritual, é o teste da
verdade.” (Declaração de Cambridge)

SOLA SCRIPTURA
Martinho Lutéro, especializando-se nas epístolas aos Romanos,
Gálatas e Hebreus, foi capaz de perceber claramente os erros da
Igreja Católica Romana. Ao ver que os papas e os concílios
podiam errar, passou a reconhecer a supremacia das Escrituras.
Dizia Lutero: “Não me retrato de coisa alguma a não ser que me
convençam pelas Escrituras ou por meio de argumentos
irrefutáveis”. Contudo, Lutéro e os Reformadores não queriam
dizer, com Sola Scriptura, que a Bíblia é a única autoridade para
a igreja. Pelo contrário, queriam dizer que a Bíblia é a única
autoridade infalível dentro da igreja.
E assim, nós temos que orar para que a igreja volte a esse
consenso. Não para criticar, mas para proteger. Os mórmons
desafiam os que estão sendo evangelizados por eles a pedir que
Deus coloque um fogo nas suas barrigas para confirmar se o que
foi falado é a verdade, e o mais incrível é que a sensação de algo
queimando dentro da pessoa acontece. Isso é de Deus? De jeito
nenhum. Mas, como nós sabemos que não é? Através das
Escrituras que mostram a verdade e jogam uma luz nos erros.

Cautela é a palavra de hoje, não julgar. Existem coisas que rolam


na igreja que ninguém jamais vai explicar e claro que existe um
anseio de não chamar as coisas de Deus do diabo. Mas ao mesmo
tempo temos que cuidar pra não aceitar tudo como se fosse de
Deus antes de levar ele a palavra.

“A um mundo que está sem padrão, e à própria Igreja


evangélica, que está voltando a enterrar o seu padrão em meio a
um entulho místico pseudo-espiritual - a mensagem da Reforma
continua necessária. O brado de Sola Scriptura, com veemência e
clareza, como antídoto ao veneno contemporâneo do
subjetivismo e existencialismo do homem sem Deus, que teima
em se infiltrar nos ensinamentos da Igreja Cristã.”
(Solano Portela)

Deus ainda age no sobrenatural hoje? Sem dúvida! Mas nós


temos que cuidar com qualquer coisa que se torna o foco de um
culto, igreja ou ministério que não é Jesus e sua cruz. E não é
para nós corrermos pra lá e pra cá buscando experiências
pessoais e sinais sobrenaturais da existência de Deus. Fé é a
base da nossa vida cristã, não experiências.

Hebreus 11.1-3; A fé é a certeza de que vamos receber as


coisas que esperamos e a prova de que existem coisas que não
podemos ver. Foi pela fé que as pessoas do passado conseguiram
a aprovação de Deus. É pela fé que entendemos que o Universo
foi criado pela palavra de Deus e que aquilo que pode ser visto foi
feito daquilo que não se vê.
Deixe-me terminar falando que a minha preocupação é real. Uma
igreja (geral) que “adora”, mas não pára de pecar, de repente,
recebendo vários “sinais” de Deus que não tem nada a ver com
um alerta ou anúncio de um julgamento, chegam pra me deixar
confuso. Para mim, a coisa não desce bem. O que a igreja
brasileira precisa hoje é de profetas de verdade confrontando o
pecado na igreja, falando das vestes sujas da noiva e não de
doces. Então quando vier o vendedor de bombons para minha
casa, eu cordialmente mandarei ele embora. Eu não estou
comprando hoje.

SOLA SCRIPTURA!

"O perigo maior desses finais dos tempos não é doença, nem
pobreza, nem perseguição. É decepção. Se alguém fala, ‘Isto não
pode acontecer comigo,’ já tem acontecido com aquela pessoa,
porque aquela pessoa está falando que algo não pode acontecer
que Jesus falou que ia acontecer. E isto é uma indicação
suficiente que aquela pessoa já está decepcionada.”
(Derek Prince)

Deus, nos proteja!

Quando a adoração não é.

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