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Raízes das Prisões da Alma

A Raiz
Quem nunca se sentiu preso? Sufocado!!

O espírito eterno está preso a um corpo temporal. Por isso, existe uma enorme sede e fome, uma busca
eterna por algo mais, que por muitas vezes determinamos que essa sede e fome seja: Um relacionamento, uma
profissão, realizações pessoais, bens, lugares... enfim! A lista é grande. E por isso sentimos que estamos presos,
infelizes por achar que a vida nos deve algo. Muitas destas prisões foram criadas pelas nossas decisões outras
pelas consequências da vida.
É intrigante que, muitos dos que conseguem realizar os seus desejos, não sintam – se realizados. Sempre
tem um ponto de interrogação, um sentimento que ainda não é isso! As vezes somos como crianças que ao ver
um objeto de desejo, chora faz um escândalo, por apenas seguir seus desejos. Ao conseguir joga para o lado,
quando vê outro objeto de conquista.
Assim temos feito em nossas vidas! Os prazeres / desejos deste mundo nunca foram destinados a
satisfazer a nós. Quando os nossos prazeres, desejos não nos satisfazem. O que acontece?! Quando esperamos
das coisas finitas algo que é infinito o que acontece?! Criamos a idolatria, que é um desejo frustrado, que gera
outros ídolos para satisfazer nossa alma. Neste momento, nascem as prisões da alma.

Quando lemos gêneses 2.7 Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou
nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a SER alma (nephesh) vivente.

Neste versículo encontramos nossa definição. Veja o texto diz que o homem passou a SER e não a TER.
não temos alma. Somos alma. Não somos dualistas! Quando temos a mentalidade grega que pensa no mundo
como coisas espirituais e coisas matérias. Então é muito difícil, entender o ser humano.

Quando Deus criou o homem ele criou um Ser para Ser. Mas ser o que? Nós somos aquilo que cremos!
Somos nossas crenças.

Outra observação em Geneses 2.7 a palavra alma (nephesh)

Néfesh ( ‫ ֶֶ֫נפֶׁש‬nép̄eš ) é uma palavra hebraica que ocorre na Bíblia hebraica . A palavra refere-se aos
aspectos da senciência - Senciência é a capacidade de sentir , perceber ou experimentar subjetivamente . Os
filósofos do século XVIII usaram o conceito para distinguir a capacidade de pensar ( razão ) da capacidade de
sentir ( consciência ). Na filosofia ocidental moderna, senciência é a capacidade de
experimentar sensações (conhecidas na filosofia da mente como " qualia "). Na filosofia oriental, a senciência
é uma qualidade metafísica de todas as coisas que exigem respeito e cuidado.

Nephesh

Respiração - A respiração parece ser o sentido mais antigo da palavra hebraica nefesh. Há, porém, teorias
contrárias a esta perspectiva24. A relação da palavra nefesh com a respiração é evidenciada não apenas
pela associação direta, como pelos significados posteriores que carregam relação com esta ideia, tal
como garganta, desejo, vida e alma – que serão trabalhados pormenorizadamente –, assim como outros
a exemplo de perfume25, que está diretamente associado às ideias de cheiro, ar e respiração. Outra
passagem que pode indicar um sentido de respiração é Jó 41.18, que se refere ao Leviatã: “Cada um dos
seus espirros faz resplandecer luz” (ARA)26. Em alguns textos a respiração aparece sob a forma

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traduzida na ARA como “tomar alento”, aplicada tanto para homens (Êx 23.12) como para Deus (Êx
31.17)27.

Garganta - Fica evidente em vários textos do Antigo Testamento que nefesh pode designar “o órgão da
ingestão de alimentos e da saciação”28. Assim, esta palavra pode ter um sentido de goela, boca e
garganta de forma até mesmo intercambiável e difícil de se definir, senão enquanto parte29 do conjunto
de ingestão de alimentos ou enquanto órgão da saciação30, seja de fome, sede ou ar.

Desejo - Há muitos casos no Antigo Testamento em que a nefesh é relacionada com os desejos do ser
humano40, relacionando-se a raiz ʼwh (), que significa “desejar, cobiçar, ansiar por”41. Certamente
este significado de nefesh se associa em muitos casos com a garganta, como explicita Wolff42,
especialmente quando são objetos do desejo o figo (Mq7.1), a carne (Dt 12.15,20; I Sm 2.16) e o vinho
(Dt 14.26). Também em Provérbios 23.2, se percebe a relação de nefesh e pescoço: “mete uma faca à
tua garganta, se és homem glutão”. Aqui o termo traduzido como “homem glutão” é ba’al nefesh
( ), que possui sentido original de “senhor da cobiça” ou “dono do desejo”. Percebe-se que
o desejo aqui corresponde à gula pela frase paralela que fala de colocar uma faca à garganta, para impedir
que se coma mais que o devido. A conexão entre a garganta, pescoço, e a nefesh como desejo é evidente
pelo próprio texto. Porém, quando os objetos de desejo são o mal (Pv 21.10), a realeza (II Sm 3.21; I Rs
11.37) ou Deus (Is 26.9), certamente trata-se apenas do impulso humano da sua vontade, independente
da garganta.

Vida - Apesar do significado de nefesh como alma ser o mais conhecido, e o mais usado nas traduções,
como veremos adiante, seu significado como vida é muito provavelmente mais antigo. O termo acádico
nafištu, por exemplo, se dava como equivalente de vida e não se apresentava como alma50. Isto
demonstra a probabilidade de o uso da raiz nfsh como vida ser anterior a seu uso como alma.

Alma - Alguns estudiosos traduzem o termo hebraico nefesh também enquanto alma (soul em inglês).
Esta é a tradução mais recorrente, mas que não necessariamente é correta. Não pressupomos aqui com
Julián Marías que a alma é “o destino de quase todas as palavras importantes”.

Apontamos aqui, seguindo o caminho trilhado neste texto, para um conceito anteriormente
desenvolvido por Hans Walter Wolff, de nefesh enquanto “o ser humano necessitado”. As
necessidades do homem são necessariamente relacionadas à sua efemeridade e ao seu corpo, assim como
são vinculadas à situação limite entre vida e morte. É quando o ser humano está em situação de limite,
em seu estado de necessidade, quando os limites entre vida e morte se perdem, que este pode expressar-
se através do termo nefesh. O corpo do homem é o canal pelo qual percebe suas necessidades para livrar-
lhe da morte e preservar sua vida, assim como é o mecanismo de expressão destas. O conceito de nefesh
enquanto o ser humano necessitado, portanto, relaciona-se tanto com corpo como com vida e morte,
englobando os múltiplos sentidos e esferas de relação do termo nefesh no Antigo Testamento. Mesmo
assim, porém, o termo nefesh pode ainda ser traduzido enquanto alma, desde que se faça as devidas
advertências sobre o sentido desta palavra para o contexto judaico. A partir do estudo da antropologia
judaica, podemos concluir que a ideia de alma não é estranha ao pensamento judaico, desde que seja
reconfigurada de modo que se compreenda que “corpo e alma não são pois duas entidades do homem,
mas duas dimensões e perspectivas do mesmo e único homem”. Assim sendo, a alma que nefesh
representa para o pensamento semítico é necessariamente uma realidade que se relaciona com o corpo,
com a vida e com a morte do ser humano. É justamente por tais relações que a compreensão de nefesh
se distancia e muito do conceito de psykhḗ para os gregos. O corpo com que nefesh se relaciona é um
elemento essencial na constituição do homem na perspectiva semítica, bastante distante da visão grega,
assim como a situação de morte ainda em vida contrasta com a ideia grega de vida após a morte. Além

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de relacionar-se, porém, o conceito de nefesh ainda possibilita novas percepções sobre as ideias de
homem, vida e morte no Antigo Testamento.

Então podemos chegar a seguinte definição nós somos seres necessitados. Formos criados desta forma
com uma sede e fome por mais de Deus. Por relacionamento, por intimidade. desejando fazer parte do SER de
Deus. Pois Deus criou o homem para SER e não para TER. Quando o foco é mudado começamos a ficar
aprisionados em prisões de nossa Própria alma.

A diferença entre Ser e Ter é que o Ser é o que você é, é o que você acredita, são suas crenças. As crenças
formam sua identidade e tem caráter altamente subjetivo. Já o Ter são ideias, o Ter é exterior a nós, é algo
desejado, ou não, que quando adquiridos mudam, moldam o Ser.

GENESIS 1

Gn 1:26 Então disse Deus: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele
sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais grandes de toda a terra e sobre todos os pequenos
animais que se movem rente ao chão".
Gn 1:27 Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
Gn 1:28 Deus os abençoou, e lhes disse: "Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra!
Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra".
Gn 1:29 Disse Deus: "Eis que lhes dou todas as plantas que nascem em toda a terra e produzem sementes, e
todas as árvores que dão frutos com sementes. Elas servirão de alimento para vocês.

GENESIS 2

Gn 2:6 Todavia brotava água da terra e irrigava toda a superfície do solo.


Gn 2:7 Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o
homem se tornou um ser alva vivente.
Gn 2:8 Ora, o Senhor Deus tinha plantado um jardim no Éden, para os lados do leste; e ali colocou o homem que
formara.
Gn 2:9 O Senhor Deus fez nascer então do solo todo tipo de árvores agradáveis aos olhos e boas para alimento.
E no meio do jardim estavam a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal.

Gn 2:15 O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo.

Nas palavras de Rojas, o Jardim é este “mundo no qual Deus nos colocou para cultivá-lo”. E, é desta ideia
de cultivar o Jardim que “surge o conceito de cultura; tudo o que o ser humano cultiva (ou transforma) por meio
de seu trabalho e de sua atuação no mundo, se converte em cultura”. Tal responsabilidade pressupõe a participação
ativa do ser humano no desenvolvimento cultural do mundo. Na sequência, o relato bíblico explicita aquela que
deve ter sido a primeira tarefa de Adão (Gn 2.19-20)
Se “cultura é o resultado de cultivo”, então, estamos falando de nossas interações com o mundo.

Is 61:1 O Espírito do Soberano Senhor está sobre mim porque o Senhor ungiu-me para levar boas notícias aos
pobres. Enviou-me para cuidar dos que estão com o coração quebrantado, anunciar liberdade aos cativos e
libertação das trevas aos prisioneiros,

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Gn 2:16 E o Senhor Deus ordenou ao homem: "Coma livremente de qualquer árvore do jardim,
Gn 2:17 mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer,
certamente você morrerá".
Gn 2:18 Então o Senhor Deus declarou: "Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o
auxilie e lhe corresponda".
Gn 2:19 Depois que formou da terra todos os animais do campo e todas as aves do céu, o Senhor Deus os trouxe
ao homem para ver como este lhes chamaria; e o nome que o homem desse a cada ser vivo, esse seria o seu
nome.
Gn 2:20 Assim o homem deu nomes a todos os rebanhos domésticos, às aves do céu e a todos os animais
selvagens. Todavia não se encontrou para o homem alguém que o auxiliasse e lhe correspondesse.
Gn 2:21 Então o Senhor Deus fez o homem cair em profundo sono e, enquanto este dormia, tirou-lhe uma das
costelas, fechando o lugar com carne.
Gn 2:22 Com a costela que havia tirado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher e a trouxe a ele.
Gn 2:23 Disse então o homem: "Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada
mulher, porque do homem foi tirada".
Gn 2:24 Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne.
Gn 2:25 O homem e sua mulher viviam nus, e não sentiam vergonha.

O anúncio do Evangelho precisa incluir a compreensão mais ampla. Se houve a necessidade de um


redentor, há que se perguntar pelos motivos e pelo objeto desta redenção. A Queda relatada em Genesis 3 não
parece indicar apenas uma rebeldia que separa o ser humano de Deus. As consequências são mais abrangentes.
Uma leitura atenta revela uma verdadeira lista de consequências negativas que acabam por quebrar a harmonia
da criação de Deus: sofrimento na gravidez; dominação de homens sobre as mulheres; a terra amaldiçoada;
sofrimento dos seres humanos para conseguirem o seu sustento; as dificuldades no trabalho; sentimento de culpa
e vergonha da parte dos seres humanos. E, tudo isso se confirma nos relatos bíblicos posteriores. Não é mais
possível tomar o pecado como “um ato isolado de desobediência, mas um acontecimento de significado
catastrófico para a criação como um todo”. E estas consequências podem ser vistas e ouvidas por toda parte
através do grito dos excluídos, marginalizados e vítimas da injustiça social.

As consequências da Queda, portanto, podem ser identificados nas mais diversas esferas na sociedade e
na cultura em geral. E, como diversos autores assinalam, o pecado não implica somente na separação do ser
humano do seu Deus. Isto pode ter sido o princípio, mas, as consequências vão além. Desde a Queda o ser
humano como pessoa está separado de si mesmo, uma divisão psicológica. As pessoas estão também separadas
entre si, configurando uma separação sociológica. E, esta mesma separação também ocorre entre os seres
humanos e a natureza. Consequentemente, a redenção em Jesus Cristo também trás implicações para todas estas
esferas. A Queda, porém, não exime os seres humanos de suas responsabilidades dadas por Deus na Criação.
Mesmo após Genesis 3 continuamos a dominar, nos multiplicar, cultivar e cuidar. A diferença é que esta cultura,
fruto da intervenção humana no mundo, traz agora também as marcas e as consequências da Queda. Os seres
humanos passaram a imprimir uma direção que reflete a sua rebeldia em toda ordem criada.

Bibliografia:

https://en.wikipedia.org/wiki/Nephesh
http://vox.flt.edu.br/download/29/168/o-conceito-de-nefesh-no-antigo-testamento
https://facasc.emnuvens.com.br/ret/article/viewFile/512/498

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