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A "verdadeira verdade" acerca destes livros apócrifos, verdade esta que dificilmente se
ouve nos templos religiosos e nas salas de seminários teológicos, é que eles não são de
propriedade da Igreja Católica! Esses livros, muito menos a Bíblia, incluindo os escritos do
chamado "Novo Testamento" pelos cristãos, não são de propriedade de qualquer Igreja
para receberem sua aprovação, reprovação ou julgamento. Porque, a totalidade dos 66
livros da Bíblia são obras do povo de Israel! Tendo sidos inspirados por Deus,
naturalmente. E quanto aos chamados "livros apócrifos", uma simples leitura de vários
deles por si só mostrará que eles fazem parte da literatura judaica, porque se tratam da
história e ou poesias do povo eleito!
É dentro deste período que a maioria dessas literaturas são escritas por judeus/israelitas, e
outros, a fim de relatar a história de seu povo, dentre outras finalidades.
Aqui vamos abordar informações desses livros apócrifos extraídas de duas grandes fontes:
o site Sefaria, que reúne uma enorme coletânea de materiais e escritos do povo de Israel, e
a Bíblia de Jerusalém, que embora (infelizmente) ainda tenha comentários tendenciosos,
apresenta um bom trabalho de pesquisa em muitos lugares.
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1. Tobias;
2. Judite;
3. 1º Macabeus;
4. 2º Macabeus;
5. Sabedoria;
6. Eclesiástico;
7. Baruque;
O termo "apócrifo" foi criado por Jerônimo, um teólogo cristão, no 5º século de nossa era,
para designar basicamente antigos documentos judaicos escritos no período entre o
último livro das Escrituras, Malaquias, e a época de Jesus, isto é, Yeshua, o nazareno.
Estes 7 livros dito apócrifos na Bíblia Católica, estão presentes na Septuaginta, que é uma
tradução em grego do Tanakh (Bíblia Hebraica). Essa tradução em grego foi produzida por
volta do ano 283 AEC1.
Mas, uma assembleia rabínica farisaica dos judeus, conhecida como concílio de Jamnia,
realizado entre o final do Século I EC e o início do Século II, não os considerou canônicos
porque, ao menos alguns deles, não teriam sido escritos originalmente em hebraico e nem
na época do sacerdote Esdras. Também não os consideraram canônicos o grupo de
cristãos protestantes, que por sinal surgiu muito posteriormente ao próprio cristianismo
(séc. 16 EC).
Os 7 livros, porém, foram admitidos como autênticos pelo Concílio de Roma em 382 EC.,
de Hipona em 393; no III Concílio de Cartago em 397, no Concílio de Florença (1431-1439) e
no Concílio de Trento, iniciado em 1545.
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Veja também nosso estudo bíblico sobre a Septuaginta no blog bibliaseensina.com.br.
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O livro de Tobias.
Escrito entre 250 - 150 AEC. O Livro de Tobias é uma história de duas famílias que viveram
no exílio assírio durante o século VIII (8) AEC. Provavelmente foi composto entre os séculos
III e II AEC em hebraico ou aramaico.
Ele fala de um homem justo chamado Tobit (Tobi), seu filho Tobiyah e uma mulher
chamada Sarah, com quem Tobiyah finalmente se casa. Ele se concentra na oração dos
personagens, boas ações e a intervenção divina milagrosa que eles experimentam.
Informações de Sefaria.org.
O livro de Judite.
O Livro de Judite é uma obra que conta a história de uma mulher heroica que seduz e
mata um general inimigo, salvando Israel da opressão.
O livro não foi mencionado por nenhuma fonte judaica até o período medieval, quando a
personagem de Judite tornou-se objeto de discussão em obras jurídicas, comentários
talmúdicos e poemas litúrgicos.
Durante esse período, a história começou a ser associada ao feriado de Hanuká2 à medida
que novas versões da história surgiram, algumas delas substituindo o rei babilônico
Nabucodonosor, que apareceu em versões anteriores, pelo rei selêucida Antíoco (o inimigo
da história de Hanuká).
Judite atraiu mais escritores, artistas e compositores do que qualquer outra figura dos
apócrifos.
Caso queira conhecer mais da história da Hanuká, leia a seção do livro de 1º Macabeus
(seguinte), que narra os eventos onde essa festa se iniciou (até o capítulo 4).
Fonte: Sefaria.org.
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Veja um histórico sobre Hanuká no Projeto Bíblico Ezra (biblia.pro.br).
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Escrito em hebraico por um autor judeu que provavelmente foi testemunha ocular dos
eventos que descreve, a obra é considerada uma importante fonte histórica para o período.
Não tem status religioso oficial no judaísmo, mas é frequentemente estudado para
enriquecer a compreensão de Hanuká.
Informações de Sefaria.org.
A Hanuká é uma festa judaica mencionada na Bíblia em João 10:22-23 como "Festa da
Dedicação" ("hanuká" ou "chanucá" é uma palavra hebraica que traduzida é "dedicação").
Ali vemos o próprio mestre Yeshua (Jesus) participando dessa festa, porque era
relacionada ao seu povo (Israel). Ela teve início na purificação do templo de Jerusalém
com Judá (Judas) Macabeu, por volta do ano 164 AEC. Começa com os eventos de 1°
Macabeus 4:35-59, mas também é mencionada em 2° Macabeus 1:18. A festa é lembrada
pelo povo israelita até hoje e acontece entre novembro e dezembro do calendário usado
no ocidente (Gregoriano).
Para mais detalhes históricos acerca deste feriado judaico, veja o vídeo indicado abaixo, no
canal Israel com Aline, no Youtube.
Livro de Macabeus II é um resumo de uma obra de cinco volumes que não foi
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preservada e detalhando eventos daquele século que formaram a base da história de
Hanuká. Concentra-se em relatos de helenização, perseguição aos judeus sob o rei
Antíoco, e batalhas de Judá Macabeu.
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como a da mulher judia e seus sete filhos (II Macabeus 7). A obra não tem status oficial no
judaísmo, mas muitas vezes é estudada para enriquecer a compreensão de Hanuká.
Informações de Sefaria.org.
A Sabedoria de Salomão é uma obra apócrifa sobre sabedoria - sua natureza, benefícios e
papel na história do Israel antigo. Atribuída na obra ao rei Salomão, foi provavelmente
composta por um autor judeu no Egito entre o século II AEC e o século I EC. buscando
demonstrar a sabedoria do judaísmo.
Influências da Bíblia e das tradições rabínicas primitivas, bem como da filosofia grega, são
evidentes na obra, que consiste em três seções distintas. Os capítulos 1-6 exortam os
governantes da terra a buscar sabedoria. No capítulo 6-10, o rei Salomão descreve como
sua vida foi guiada pela sabedoria e oferece uma oração para obtê-la. Os capítulos 11-19
contam a história da redenção dos israelitas do Egito.
Informações de Sefaria.org.
Eclesiástico (ben-Sira).
Este livro foi transmitido nas bíblias grega, latina e siríaca, mas não figura no cânon
hebraico. Entretanto, ele foi composto em hebraico; Jerônimo diz tê-lo conhecido em sua
língua original e alguns rabinos, até o século IV (4), o citaram. O Talmude conserva seu
testemunho.
No início do século II AEC, Jesus [Yeshua] Ben Sirá [filho de Sirá], mestre de sabedoria em
Jerusalém... reuniu em um livro o melhor de seu ensinamento... Seu neto, que chegou ao
Egito muito provavelmente em 132 AEC, empreendeu a tradução em grego da obra de seu
avô... Esta tradução continua sendo o melhor testemunho do livro de Ben Sirá; ela foi
transmitida pelos três principais manuscritos, o Vaticano, o Sinaítico e o Alexandrino, que
formam o que se chama de "texto recebido".
O autor se chama em hebraico [Yeshua] Ben Sirá e, em grego o Sirácida, segundo a forma
grega Sirac.
Jesus Ben Sirach 1860 xilogravura por Julius Schnorr von Carolsfeld.
Nascido provavelmente no meio do século III AEC., ele viu Jerusalém passar da dominação
dos Lágidas à dos Selêucidas em 198; conheceu o sumo sacerdote Simão, o Justo (50,1-20)
que morreu após o ano 200.
Nessa época, a helenização, com a adoção de costumes estrangeiros, era favorecida por
uma parte da classe dirigente; a essas novidades ameaçadoras, Ben Sirá opõe todas as
forças da tradição.
Ele é escriba que une o amor da sabedoria ao amor da Lei (24); para ele, a revelação bíblica
é sabedoria autêntica que não deve se envergonhar diante da sabedoria da Grécia. Está
cheio de fervor pelo Templo e suas cerimônias, cheio de respeito pelo sacerdócio herdado
de Aarão e de Sadoc, mas também está alimentado pelos livros santos, sobretudo os livros
sapienciais anteriores.
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Leia também uma introdução ao livro de Ben Sirá e o prólogo de seu neto no site
bible.com.
Em suma, o livro Eclesiástico, isto é, livro de Yeshua ben (filho de) Sirá, é uma coletânea de
pensamentos de um homem sábio da Jerusalém da época do 2º templo. Como defensor
da Lei de Deus (Torá), da nação de Israel e a necessidade de sua sabedoria para o mundo,
há muitos ensinamentos bons aqui. No entanto, talvez houvesse ainda algumas incertezas
por parte do autor em certos assuntos, e soma-se a isso as adições que o livro sofreu
posteriormente, seja por seu neto ou por outro copista posterior. Portanto, talvez não seja
possível dizer que o livro é todo divinamente inspirado, mas há o que se aproveitar.
O livro de Baruque.
O livro de Baruc (ou Baruque) é um dos livros deuterocanônicos ausentes da Bíblia
hebraica. A Bíblia grega coloca-o entre Jeremias e as Lamentações, e a Vulgata, depois das
Lamentações. Segundo a introdução (1,1-14), teria sido escrito por Baruc, secretário de
Jeremias, na Babilônia, depois da deportação, e enviado a Jerusalém para ser lido nas
assembleias litúrgicas.
A introdução foi escrita diretamente em grego; a oração de 1,15 - 3,8, que desenvolve a de
Dn 9,4-19, remonta certamente a um original hebraico, e a mesma conclusão é provável
com relação aos outros dois trechos. A data de composição mais verossímil é meados do
século 1 a.C.
Um pequeno fragmento do texto grego foi descoberto numa das grutas de Qumrã; a
paleografia lhe atribui a data de 100 a.C., aproximadamente.
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O interesse da coleção ... que traz o nome de Baruc é o de nos introduzir nas comunidades
da Dispersão e de nos mostrar como a vida religiosa era mantida nelas pelo
relacionamento com Jerusalém; pela oração, pelo culto da Lei... e pelos sonhos
messiânicos. Ao lado das lamentações, ela é também um testemunho da grande
recordação deixada por Jeremias, pois os dois opúsculos foram relacionados com o profeta
e seu discípulo.
A lembrança de Baruc se perpetuou; no século Ii de nossa era, foram postos sob seu nome
dois Apocalipses que nos foram conservados; um em grego e outro em siríaco (com
fragmentos gregos).
Em outro momento adicionaremos mais informações e conteúdo dos versículos dos livros
apócrifos.