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MÓDULO I CMC -CURSO DE MATURIDADE CRISTÃ

Índice

MATÉRIA PÁG
1 PRINCÍPIO DA REVELAÇÃO DA PALAVRA 1
2 VIDA NO ESPÍRITO 25
3 TRANSFORMAÇÃO DA ALMA 49
4 OPERAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO 77
5 A NOVA ALIANÇA 110
6 A VITÓRIA SOBRE O PECADO 156
7 PRINCÍPIOS DE FÉ 187
8 NOSSA HERANÇA EM CRISTO 223
9 TIPOS DE ORAÇÃO 262
10 BATALHA ESPIRITUAL 298
MÓDULO I CMC -CURSO DE MATURIDADE CRISTÃ
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Princípios de Revelação
na Palavra

PORQUE PRECISAMOS SABER A


DIFERENÇA ENTRE A ALMA E O ESPÍRITO
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Todo homem é espírito, alma e corpo.

‘‘O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo, sejam
conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo’’. I Ts. 5:23

Espírito e alma não são a mesma coisa. A Palavra de Deus não usaria duas palavras para
designar a mesma coisa.
Hebreus 4:12, por exemplo, diz que a Palavra de Deus é viva e eficaz e penetra até ao ponto de
dividir alma e espírito. Alma e espírito, portanto, não são mesma coisa.
É absolutamente vital para a vida cristã sabermos a diferença entre a alma e o espírito.

Porque precisamos saber a diferença entre


a alma e o espírito?

Porque Deus é espírito


Ora, para que possamos ter contato com a matéria, precisamos ser matéria, do mesmo modo, para
que possamos ter contato com Deus que é Espírito, precisamos ser um espírito.
Não podemos ouvir de Deus com os nossos ouvidos físicos, nem tão pouco olhá-lo com nossos
olhos da carne. Todavia, nós podemos conhecer Deus. Como viemos a conhecê-lo? Evidente-
mente, pelo espírito.
É por meio do nosso espírito que entramos em contato com Deus. Se falharmos em discernir o
nosso próprio espírito, poderemos conhecer a Deus?

O novo nascimento é algo que ocorre inteiramente em nosso espírito


O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. Jo. 3:6
‘‘O que é nascido da carne, é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito’’. Todo aquele que é
nascido de novo é espírito.
Quando Adão pecou, ele morreu, e bem assim toda a sua descendência. A morte de Adão não foi de
imediato uma morte física, mas espiritual. O seu espírito morreu para Deus. Não que o homem
natural não tenha espírito, mas o seu espírito está morto, incapaz de manter contato com Deus. O
novo nascimento é o renascer deste espírito para Deus.
O nosso espírito é como um rádio que capta as ondas celestiais.

O conhecimento espiritual é adquirido no espírito


Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não
pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. I Co. 2:14
Não é que as coisas do espírito sejam difíceis ou misteriosas, mas o espírito do homem natural está
morto. Assim o seu rádio espiritual não sintoniza a freqüência de Deus.
II Coríntios 3:6 diz que a letra mata e em João 6:63 Jesus disse que as suas palavras são espírito.
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Se a palavra é espírito somente o espírito pode percebê-la.
Todo conhecimento que tem valor na vida cristã é adquirido espiritualmente. As coisas espiri- tuais
se discernem espiritualmente, ou seja, pelo espírito. O homem natural, por ter o seu espírito morto,
não consegue entender as coisas do Espírito.
O problema é que muitos cristãos, apesar de nascidos de novo, ainda usam as suas mentes para
entender coisas que só se discernem espiritualmente. Aqueles que não sabem discernir o próprio
espírito, normalmente lêem a Bíblia usando as suas mentes, e, por isso, retiram tão pouco proveito
dela.

A adoração é algo que é feito no espírito


Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. Jo. 4:24
Deus é espírito e deve, portanto, ser adorado em espírito. Não é uma questão de forma, mas de
origem. Devemos exercitar o nosso espírito se queremos adorar a Deus.
Se falharmos em perceber o nosso próprio espírito, a nossa adoração será comprometida. O máximo
que iremos alcançar será um louvor no nível da mente, da alma.

Devemos orar sem cessar no espírito


com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda
perseverança e súplica por todos os santos. Ef. 6:18
Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com a mente; cantarei com o espírito,
mas também cantarei com a mente. I Co.14:15
Existe um tipo de oração que é feita no nível do espírito, a oração em línguas, por exemplo.
Em I Coríntios 14:14, Paulo diz: ‘‘Se eu orar em outra língua, então meu espírito ora...’’ E no
verso seguinte ele diz: “...Orarei com o espírito. Para orar com o espírito não precisamos usar a
mente, por isso podemos orar o tempo todo mesmo enquanto trabalhamos ou estudamos.
Existe um tipo de oração que é feita no nível do espírito. Como poderei fazer esse tipo de oração, se
eu nem mesmo sei que possuo um espírito? A adoração é no espírito e uma oração que também é no
espírito. A prática normal da vida cristã implica numa compreensão clara de que somos um ser
espiritual, que possui uma alma e habita em um corpo.

Toda a nossa vida cristã consiste em aprendermos a exercitar o nosso espírito humano recriado para
contactar o Senhor, e sermos por ele guiados. Tudo o que nós necessitamos para alcançarmos uma
vida cristã plena e frutífera já nos foi dado pelo Espírito Santo que habita em nós.

Somos exortados a andar no espírito


Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. Gl. 5:16
Toda a nossa vida cristã consiste em aprendermos a exercitar o nosso espírito humano recriado para
contactar o Senhor, e sermos por ele guiados.
Em I Coríntios 14:14, Paulo diz: ‘‘Se eu orar em outra língua, então meu espírito ora...’’ Veja a
forma como ele diz: ‘‘se eu orar... então meu espírito ora’’; veja que o ‘‘EU’’ e o ‘‘espírito’’ são a
mesma coisa, mostrando que Paulo se via como um ser espiritual.
Podemos dizer então que nós somos um espírito que tem uma alma e habita em um corpo celestial.
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Eu sou um ser espiritual, eu sou da natureza de Deus, fui feito à sua imagem e semelhança (Sl.82:6).
Não devemos pensar que somos o nosso corpo. Nós somos espírito.
O Espírito Santo não habita na alma, e sim em nosso espírito humano recriado. Toda direção que o
Espírito nos dá vem através do nosso espírito. O nosso espírito é a parte do nosso ser que tem a
função de contactar a Deus.
O espírito é como um rádio que tem a capacidade de sintonizar as ondas que vêm do trono de Deus.
Falhar em discernir o próprio espírito pode ser extremamente prejudicial para um padrão de vida
vitoriosa. A nossa vida cristã, em última análise, consiste em sermos guiados pelo Espírito. Se eu
não consigo ouvir o que o Espírito Santo está dizendo, como serei guiado por ele?
Esse é o centro da vida cristã: Deus habita em nós na pessoa do Espírito Santo, nos moldando e nos
guiando a toda verdade.
Esse é o ápice da revelação de Deus, que Cristo Jesus habita em nós sendo a nossa própria vida. A
vida cristã consiste em duas substituições: a primeira na cruz, onde ele morreu em nosso lugar; e a
outra no nosso dia- a- dia, onde Ele vive a vida cristã por nós. Tudo é feito por sua graça: a
salvação e a santificação .

Servimos a Deus no espírito


Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, é minha testemunha de
como incessantemente faço menção de vós em todas as minhas orações Rm. 1:9
A maneira de servirmos a Deus é exercitando o nosso espírito. Somente por meio do nosso espírito
podemos conhecer o coração de Deus e servi-lo fazendo a sua vontade.
João 16:13 diz que “o Espírito da verdade nos guiará a toda a verdade...’’ Como o Espírito nos guia
a toda a verdade? Falando conosco através de nosso espírito recriado.

Como podemos perceber o nosso espírito?


Eu sou um ser espiritual, eu sou da natureza de Deus, fui feito à sua imagem e semelhança (Sl.82:6).
Não devemos pensar que somos o nosso corpo. Nós somos espírito. E é por isso que nós somos
aptos para ter comunhão com Ele, para ouvir e falar com Ele.
Evidentemente nós não somos apenas espírito, somos também alma e corpo. Em Romanos 7:18,
Paulo também diz: ‘‘Porque eu sei que em mim, isto é na minha carne...’’ Veja que ele também diz
que ele é matéria. Nós somos um ser triuno. A divisão que ora fazemos é apenas visando facilitar a
aprendizagem. Eu sou apenas um homem e não três. Espírito, alma e corpo são partes de um único
ser: o homem.
Entretanto, o nosso corpo será glorificado, pois o corpo que hoje possuímos é apenas a casa onde
moramos nesta terra. Paulo nos diz em II Coríntios 5:1-2; que o corpo é apenas a nossa casa
terrestre; quando estivermos com o Senhor, receberemos uma habitação celestial. Podemos dizer
então que nós somos um espírito que tem uma alma e habita em um corpo celestial.
Alguém poderá estar se perguntando a esta altura: como posso perceber o meu espírito? Eu sei
perceber o meu corpo e também sei perceber a minha alma, ou seja, minha mente e emoções, mas
como posso perceber o meu espírito? O nosso espírito muitas vezes é chamado de coração na Bíblia
(os dois termos parece que são intercambiáveis).
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Porque não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne.
Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não
segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus. Rm. 2:28-29
Paulo explica que o coração é o espírito, ou pelo menos é o meio pelo qual ele pode ser perce- bido.
Não devemos pensar que o coração seja este órgão físico que pulsa em nós. Quando a Bíblia fala de
coração, ela está falando de algo íntimo, das profundezas do nosso ser.
Podemos ver que se o coração não é o espírito pelo menos ele é o meio pelo qual o espírito pode ser
percebido.

FUNÇÕES DO ESPÍRITO

Pela Palavra de Deus e pela experiência, podemos ver que o homem possui três partes: espírito,
alma e corpo.
O corpo é a parte material, onde estão os nossos sentidos físicos. A sua função básica é manter
contato com o mundo material através dos cinco sentidos.
A alma é a parte que nos permite ter contato conosco mesmos. É a parte que nos permite ter
consciência de nós mesmos. A alma é o “eu”, e , portanto, o centro da personalidade.
O espírito é aquela parte pela qual temos comunhão com Deus. É o elemento que nos dá
consciência de Deus. A alma é o centro da personalidade, mas o espírito é a parte mais importante e
o centro de todo o nosso ser. É pelo espírito que podemos adorar a Deus e receber revelação. Deus
habita em nosso espírito.

Funções do espírito
O espírito humano possui três funções básicas: intuição, consciência e comunhão.

A função da intuição
‘‘E vós possuís a unção que vem do Santo, e todos tendes conhecimento’’, I Jo.1:20.
‘‘Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós e não tendes necessidade de
que alguém vos ensine , mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é
verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou’’,
I Jo.2:27.
Nós vivemos hoje debaixo da Nova Aliança onde todos são ensinados do Senhor (Jr.31:34). Você
não sabe como chegou a saber disso, mas há algo em seu interior que diz que certas coisas não são
verdadeiras e outras não. Chamamos isso de intuição.

‘‘Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão dizendo: conhece ao
Senhor, porque todos me conhecerão, desde o menor até o maior deles. Diz o Senhor’’, Jr.31:34.
A intuição é a capacidade do espírito humano de conhecer ou de saber algo, independentemente de
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qualquer influência exterior. É o conhecimento que chega até nós, sem qualquer ajuda da mente ou
da emoção; ele chega intuitivamente.
As revelações de Deus e todas as ações do Espírito Santo se tornam conhecidas por nós pela
intuição do espírito.
Intuição é um saber que não tem origem na mente e nem nas circunstâncias ao redor. As coisas do
Espírito têm de ser discernidas pelo nosso espírito (I Co. 2:14).

Jesus percebia, no seu espírito, o que os outros arrazoavam (Mc. 2:8). Paulo foi constrangido no
espírito (At. 20:22). Em todas essas referências, temos a forma como se manifesta a intuição do
espírito.
A intuição se manifesta pela restrição e pelo constrangimento. A restrição é uma sensação que as
vezes parece opor-se ao que a nossa mente pensou, nossa emoção aceitou e a nossa vontade decidiu.
É uma sensação de que algo não deve ser feito.
O constrangimento é um impulso, um estímulo para que façamos algo que parece irracional e até
contrário à nossa vontade.
Há uma diferença entre o conhecer e o entender. O conhecer está no espírito, enquanto que o
entender está na mente. Conhecemos algo através da intuição do espírito, a nossa mente é então
iluminada para entender e traduzir o que a intuição conheceu.
Na intuição do espírito percebemos a persuasão do Espírito Santo, na mente entendemos a
orientação do Espírito Santo.
O conhecimento da intuição é chamado na Bíblia de revelação. Revelação é o desvendar, pelo
Espírito Santo, da verdadeira realidade de alguma coisa. Esse tipo de conhecimento é muito mais
profundo que o conhecimento da mente. A unção do Senhor nos ensina a respeito de todas as
coisas, pelo espírito de revelação e de entendimento.

A Função da consciência
Consciência é a capacidade de discernir entre o certo e o errado, não segundo os critérios da mente,
mas segundo a sensação do espírito (Rm.9:1; At.17:16).
Comparando Romanos 9:1 e Atos.17:16, concluímos que a consciência está localizada no espí- rito
humano.

Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando comigo, no Espírito Santo, a minha própria
consciência. Rm. 9:1
Enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se revoltava em face da idolatria dominante
na cidade. At. 17:16
Testificar, confirmar, recusar, acusar, são manifestações da consciência.
Em I Coríntios 5:3, Paulo diz que, em seu espírito, julgou uma pessoa pecaminosa. Ele usou a
consciência do espírito para julgar.
Freqüentemente a consciência condena coisas que a nossa mente aprova. O julgamento da
consciência não é segundo o conhecimento mental, mas segundo a direção do próprio Espírito
Santo.
Na Bíblia existem dois caminhos: o caminho tipificado pela árvore da vida e a do conhecimento do
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bem e do mal. Não somos exortados na Palavra a andarmos segundo o padrão de certo e errado,
mas sim a sermos guiados pelo espírito.
Não somos exortados na Palavra a andarmos segundo o padrão moral de certo ou errado, mas sim a
sermos guiados pelo espírito. A mente faz ponderações sobre certo e errado, mas a consciência não
faz ponderações, apenas decide.
Quando você pára diante de um cinema, qual é a sua ponderação? ‘‘Não é pornográfico, não é
errado, não faz mal, portanto, eu posso assistir’’. Tais ponderações não são da consciência; é a
mente decidindo, independentemente. Como já disse a consciência não faz ponderações, apenas
decide.
Há muitas coisas que a nossa consciência recusa, mas a nossa mente aprova. Devemos rejeitar de
uma vez por todas o caminhar segundo a mente, segundo a árvore do conhecimento, e seguirmos
pelo espírito, pelo princípio da vida de Deus em nós, percebido em nossa consciência.
Precisamos ser absolutos para com aquilo que Deus condena em nossa consciência. Nunca devemos
tentar explicar o pecado, justificando-o. Sempre que a nossa consciência recusar algo, devemos
parar imediatamente.
Se você não tem convicção não faça porque tudo o que não vem de plena certeza e fé é pecado
(Romanos 14:23 ).
Mas aquele que tem dúvidas é condenado se comer, porque o que faz não provém de fé; e tudo o
que não provém de fé é pecado. Rm. 14:23

Só podemos servir a Deus estando com a nossa consciência limpa. A ação da nossa consciência não
depende de nosso conhecimento da Bíblia. Sem que ninguém nos ensinasse, sabíamos que o nosso
namoro estava errado ou que as nossas finanças estavam desajustadas.
Aquele que é nascido de Deus tem, no seu espírito, a voz do Espírito Santo a falar pela sua
consciência. Ninguém jamais poderá dizer que não sabia. A nossa consciência tem a função de
testificar conosco a vontade de Deus.

A Função da comunhão
‘‘Meu espírito exulta em Deus meu salvador’’, Lc.1:47.
‘‘O que se une ao Senhor é um só espírito com ele’’. I Co.6:17.
Toda comunhão genuína com Deus é feita no nível do nosso espírito. Deus não é percebido pelos
nossos pensamentos, sentimentos e intenções. Ele só pode ser conhecido diretamente em nosso
espírito.
Deus é espírito e somente o nosso espírito pode entrar em comunhão com Ele. É no nosso espírito
que nos unimos ao Senhor e mantemos comunhão com Ele. Comunhão é adorar a Deus.
Tudo o que Deus faz, Ele o faz a partir do nosso espírito. É sempre de dentro para fora. Esta é uma
maneira bem prática de sabermos o que vem de Deus e o que vem do diabo. O diabo sempre
começa a agir pelo corpo, de fora, tentando atingir nossa alma. É de fora para dentro. Deus, por sua
vez, age de dentro para fora.
Sempre que formos adorar a Deus, devemos nos voltar para o nosso coração, pois é no nosso
coração que percebemos o nosso espírito.
Não procure exercitar a mente, mas exercite o espírito, mediante o coração. É por isso que a
adoração com cânticos em línguas é mais eficiente, pois a nossa mente fica infrutífera e podemos
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exercitar o espírito livremente. A comunhão com Deus é sempre percebida no coração.

Como exercitar o próprio espírito


A obra de Deus em nosso espírito já foi completada. É como uma lâmpada que se acendeu.
Jesus disse que o Espírito está pronto (Mt. 26:41).

Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é
fraca. Mt. 26:41
O nosso espírito está pronto, mas ainda precisa ser aperfeiçoado pelo exercitar. É como uma criança
que acabou de nascer. Ela é perfeita, mas precisa ainda ser aperfeiçoada.

Fomos regenerados, nascemos de Deus e ele agora habita em nosso espírito. A nós cabe agora
exercitá-lo. Exercitamos o nosso espírito para separar aquilo que procede da alma do que procede
do próprio espírito (Hb. 4:12).

Por meio do quebrantamento


A maneira como Deus nos leva a perceber o nosso próprio espírito passa por três caminhos. Em
primeiro lugar, devemos entender que a alma esconde, encobre o espírito assim como os ossos
encobrem a medula. Se quisermos ver a medula temos de quebrar os ossos. Por isso a alma precisa
ser quebrada.
Sem quebrantamento é difícil percebermos o nosso espírito. Portanto, a primeira maneira que Deus
usa para percebermos o nosso próprio espírito é pelo quebrantamento da alma. Nestas
circunstâncias nos tornamos sensíveis a Deus em nosso espírito.

Pela palavra de Deus


A palavra de Deus também tem esse poder de separar alma e espírito. Deus na verdade usa o
quebrantamento pelas circunstâncias e o poder da palavra para separar a alma e o espírito. Hebreus
4:12 diz:

Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qual- quer espada de dois gumes,
e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os
pensamentos e propósitos do coração.

Orando em línguas
Uma terceira maneira para percebermos o nosso espírito humano é orando em línguas. Paulo diz em
I Coríntios 14:14 que aquele que ora em línguas tem o próprio espírito orando enquanto a mente
(alma) fica infrutífera.
Portanto se você não ora em línguas busque do Senhor esta experiência pois através dela você vai
crescer no seu próprio espírito.
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Rejeitando a passividade
Para que o diabo possa agir no homem ele leva o homem a se tornar passivo, mas para que Deus
possa agir é preciso que o homem coopere exercitando a sua vontade.
Paulo diz em Romanos 1:9 que ele serve a Deus é no espírito. O mesmo se aplica a cada cristão.
Precisamos aprender a exercitar o nosso espírito. A obra de Deus em nosso espírito já foi
completada. É como uma lâmpada que se acendeu. Jesus disse que o Espírito está pronto (Mt.
26:41). A obra de Deus em nosso espírito já foi completada. Fomos regenerados, nascemos de Deus
e ele agora habita em nosso espírito. A nós cabe apenas exercitá-lo.
Observe uma criança que acabou de nascer. Ela é perfeita, mas precisa ainda ser aperfeiçoada. Ele
tem uma boca perfeita, mas não sabe falar, ela possui pés perfeitos, mas não sabe andar e assim por
diante. O nosso espírito está pronto, mas ainda precisa ser aperfeiçoado pelo exercitar.

FUNÇÕES DA ALMA
A Palavra de Deus nos mostra clara e inequivocamente, que a alma humana é composta por três
partes: a mente, a vontade e a emoção. A alma é a sede da nossa personalidade, é o nosso ‘‘EU’’.
É por esse motivo que, em muitos lugares, a Palavra de Deus chama o homem de ‘‘alma’’. As
principais características do homem estão na sua alma, tais como ideais, pensamentos, emoções, etc.
O que constitui a personalidade do homem são as três faculdades da alma: a mente, a vontade e as
emoções.

A função da mente
Porquanto a sabedoria entrará no teu coração, e o conhecimento será agradável à tua alma.
Pv. 2:10

Então, sabe que assim é a sabedoria para a tua alma; se a achares, haverá bom futuro, e não será
frustrada a tua esperança. Pv. 24:14

Provérbios 2:10 e 24:14 mostram que a alma necessita de conhecimento. O conhecimento é uma
função da mente, logo, a mente é uma função da alma.
‘‘As suas obras são admiráveis e a minha alma o sabe muito bem’’ (Sl.139:14). Saber é uma função
da mente, e, portanto, também da alma.
Lamentações 3:20 diz que a alma pode se lembrar e a lembrança é uma função da mente.
Podemos assim afirmar que a mente é uma função da nossa alma.

Minha alma, continuamente, os recorda e se abate dentro de mim. Lm. 3:20


A mente é a função mais importante da alma. Se a nossa mente for obscurecida, nunca podere- mos
chegar ao pleno conhecimento da verdade.
A nossa mente deve ser renovada para poder experimentar e entender a vontade de Deus, que é
revelada em nosso espírito.
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A função da vontade
A vontade é o instrumento para nossas decisões e indisposições: se queremos ou não quere- mos
algo. Sem ela o homem seria reduzido a um ser autômato. É a vontade do homem que resolve pecar
ou servir a Deus. É na nossa alma que está o nosso poder de escolha.
I Crônias 22:19 diz: ‘‘Disponha agora o vosso coração e a vossa alma para buscardes o Senhor
Deus’’ Buscar é uma função da vontade e a vontade está na alma. Em Jó 6:7, lemos...‘‘Aquilo que
minha alma recusava em tocar ...’’ Recusar é uma função da vontade. ‘‘Pelo que a minha alma
escolheria, antes ser estrangulada...’’ (Jó7:17). Escolher também é uma função da vontade. A
vontade então é uma função da alma.

A função da emoção
A emoção é uma parte importante da experiência humana. Elas se manifestam de muitas formas:
amor, ódio, alegria, tristeza, pesar, saudade, desejo, etc. As emoções dão cor à nossa vida, todavia
jamais podemos nos deixar ser guiados por elas, porque a emoção é uma parte da alma.
Em I Sm.18:1, Ct.1:7 e Sl.42:1, percebemos que o amor é alguma coisa que surge em nossa alma.
Provando, portanto, que, dentro da alma, existe uma função como a emoção.
Podemos ver em II Sm.5:8, Ez.36:5 e Sl.117:18 expressões tais como: menosprezo, aborrecimento e
desprezo. Essas são emoções que procedem da alma.
Poderíamos citar ainda a alegria em Is.61:10 e Sl.86:4 como uma emoção da alma e ainda a
angústia como está em I Sm.30:6 e 20:4, Ez.24:25 e Jr.44:14.
Pela Palavra de Deus e pela experiência concluímos que a alma de fato tem três funções: a mente, a
vontade e a emoção. Aprendemos também que o espírito do homem tem também três funções: a
consciência, a comunhão e a intuição.

A transformação da alma
Não devemos pensar que a nossa alma é ruim. O erro é caminharmos confiados na sua capaci- dade
de pensar, entender e sentir. Se andamos pela alma já não andamos por fé e estaremos no nível da
carne.
Os que andam segundo o padrão da alma são chamados carnais. Carnal não é exatamente aquele
que anda na prática do pecado. Quem anda na prática do pecado, possivelmente nem tenha nascido
de novo, pois aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado (Jo.3:9).
O carnal é aquele que sinceramente tenta fazer a vontade de Deus, todavia, ele o faz exercitan- do a
alma, ou seja, sua mente, vontade e emoções.
Ser carnal é andar segundo a alma. Nesse sentido, os cristãos que vivem segundo o padrão da alma
tendem a seguir aquela função da alma que lhes é mais peculiar. Assim temos carnais ou crentes
almáticos que andam pela mente, outros pela emoção e outros pela empolgação.
Por exemplo, pessoas mais emotivas tendem a usar as emoções como critério de vida espiritual. Se
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sentem calafrios e fortes emoções, conseguem fazer a obra de Deus, mas, se estas emoções se vão,
também seu ânimo se esvai. Há outros, porém, que recusam esta emotividade da alma e andam
segundo o padrão da mente. Estes chegam mesmo a criticar os emotivos como sendo carnais. O que
eles não percebem é que andar segundo a mente também é da alma. Estes irmãos tendem a ser
extremamente críticos e naturais na obra de Deus. Geralmente, não aceitam o sobrenatural e querem
colocar o Espírito Santo nos seus padrões de mente.
Há ainda um terceiro tipo de cristão da alma, são aqueles que andam segundo a empolgação da
vontade. Poderíamos chamá-los de crentes ‘‘oba-oba’’. Sempre estão empolgados para realizar
algu- ma atividade, entretanto, o fogo se apaga logo. Não possuem perseverança alguma. Estes
crentes chegam mesmo a argumentar em nome de sua pretensa sinceridade: ‘‘Se eu não estou com
vontade, eu não preciso orar nem ler a Bíblia, pois, afinal, Deus não quer sacrifício’’. Parece muito
piedoso, mas tratam-se apenas de desculpas da carne para não servir a Deus.
Se andamos segundo a alma, invariavelmente cairemos em um destes três pontos, ou em todos eles.
Os que andam na carne não podem agradar a Deus. (Rm.8:8).
Não devemos pensar que a nossa alma é ruim; isto não é verdade. O erro é caminharmos confiados
na sua capacidade de pensar, entender e sentir. Se andamos pela alma já não andamos por fé. Existe
algo, entretanto, que devemos fazer com a alma: devemos com o Senhor para que ela seja
transformada.
Veja que o nosso espírito já foi recriado, regenerado. Toda a obra de Deus em nosso espírito já foi
completada. O nosso espírito é como uma lâmpada que se acendeu dentro de nós. Ela está acesa e
nunca mais se apagará. O novo nascimento aconteceu num instante, mas a nossa alma agora deve
ser transformada. O processo de transformação da alma é algo que dura a vida inteira.

COMO A NOSSA ALMA É TRANSFORMADA?

Pela renovação da mente


Como a nossa alma deve ser transformada? Pela renovação da mente. A mente é a primeira função da alma.
Se mudamos a mente, estaremos mudando toda a nossa vida. A única maneira de mudarmos a nossa mente é
conformando-a com a Palavra de Deus.
‘‘E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente...’’.
Rm. 12:2
Eu colaboro com o Espírito Santo na minha própria transformação na medida em que me encho
com a Palavra de Deus. Com relação ao nosso espírito, devemos exercitá-lo constantemente para
mantermos contato com Deus; e com relação à nossa alma, devemos transformá-la, mediante a
renovação da nossa mente com a Palavra de Deus.

Pelo contemplar o Senhor


E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos
transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito. II Cor.
3:18
A nossa alma também é mudada quando contemplamos o Senhor por meio de todo tipo de oração e
comunhão.
O meu espírito foi criado para conter a Deus, mas a minha alma foi criada para refletir a Deus. O
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espírito humano é como um recipiente feito para conter a Deus, mas a nossa alma é como um
espelho criado para refletir a imagem de Deus.
Com relação ao nosso espírito, devemos exercitá-lo constantemente para contactarmos a Deus; e
com relação à nossa alma, devemos transformá-la, mediante a renovação da nossa mente com a
Palavra de Deus e pelo contemplar do Senhor pelo Espírito.

FUNÇÕES DO CORPO

A Palavra de Deus nos diz que o nosso corpo é apenas a nossa casa terrestre. É o lugar onde
moramos neste mundo. A função básica do corpo é ter contato com o mundo físico.
Paulo nos diz em II Coríntios 5:1-4 que o nosso corpo é a nossa casa terrestre, mas haverá um dia
em que seremos revestidos da nossa habitação celestial.
O nosso corpo não tem conserto e nem salvação. Precisamos receber outro corpo. No céu não
teremos uma nova alma, mas teremos um novo corpo. No passado o nosso espírito foi regenerado,
no presente a nossa alma está sendo transformada e no futuro nosso corpo será glorificado. Vemos
aqui os aspectos passados, presente e futuro da nossa salvação.

A função da sensação
A função da sensação é a porta do nosso ser. Ela se constitui nos cinco sentidos do corpo. Tudo o
que entra em nossa alma, entra através dos cinco sentidos.
Se desejamos obter vitória sobre o pecado, precisamos disciplinar o nosso corpo para que, através
dele, não entre nada sujo ou pecaminoso.

A função da locomoção
Evidentemente, é função do nosso corpo se locomover. O nosso corpo é a parte mais inferior pois é
ele que tem contato com o mundo físico, e para o corpo é impossível perceber as coisas espirituais.

A função do instinto
Os instintos são reações inatas do organismo que não dependem do comando da nossa alma. São
reações automáticas e em si mesmas não são pecaminosas. Entretanto, elas são a base da concu-
piscência da carne.
Deus criou os instintos bons, mas, por causa do pecado, eles foram degenerados e hoje precisa- mos
exercer domínio sobre eles.
Há três grupos de instintos básicos: o instinto de sobrevivência, o de defesa e o sexual.
O instinto de sobrevivência inclui o comer , o beber e as necessidades fisiológicas. São inatos;
ninguém precisa ensinar a criança a mamar, ela já nasce sabendo. O pecado transformou esse
instinto natural em glutonaria e bebedices.
1
O instinto de defesa inclui os atos reflexos de proteção, como esquivar-se, esconder-se, prote- ger-
se. O pecado o transformou em brigas, facções, iras e todo tipo de violência.
E o instinto sexual foi corrompido para se transformar em adultério, fornicação, prostituição,
sodomia e coisas parecidas.
O corpo deve ser um servo e não um Senhor. Não devemos permitir que esses instintos naturais,
que permanecem em nós, mesmo depois que somos convertidos, nos controlem.

A disciplina do corpo
Precisamos estudar as funções do corpo para compreendermos que o diabo está de fora e Deus está
dentro de nosso espírito. Sendo assim tudo o que é do diabo vem de fora para dentro e tudo o que é
de Deus vem de dentro (do nosso espírito) para fora.
Veja a maneira como o inimigo age. Ele primeiro procura entrar pelas portas da alma que são os
sentidos do corpo. O processo sempre começa com o inimigo tentando chamar a nossa atenção.
Uma vez que ele tem a nossa atenção ele tentará despertar algum instinto básico do nosso corpo.
Como já vimos, os nossos instintos foram corrompidos pelo pecado e tornaram-se aliados do diabo.
Quando ele desperta um instinto nós dizemos que estamos sendo tentados.
Uma vez que o instinto é despertado, o próximo passo é produzir um desejo. O desejo ainda não é
pecado se ele for apenas uma forte tentação e ser tentado ainda não é pecado.
O pecado acontece quando o nosso desejo se transforma em intenção. Jesus disse que qual- quer um
que olhar com intenção impura para uma mulher já adulterou com ela (Mt. 5:28). Quando
compreendemos a forma como o diabo age fica mais simples alcançar vitória sobre ele.
A Palavra de Deus diz que há algo que devemos fazer com o nosso corpo: devemos ofertar o nosso
corpo a Deus e trazê-lo debaixo de disciplina (Rm 12:1).

Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício
vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Rm. 12:1
Disciplinar não é usar de ascetismo, mas Paulo disse que esmurrava o seu corpo para reduzi-lo à
escravidão (I Cor. 9:27). Esmurrar o corpo é simplesmente não fazer a sua vontade.

Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha
eu mesmo a ser desqualificado. I Cor. 9:27
O nosso corpo e a nossa alma, são a parte do nosso ser natural que é chamada de carne no Novo
Testamento. O carnal, então, é aquele que vive no nível do natural, ou seja, no nível da alma e do
corpo.

IMPLICAÇÕES PRÁTICAS DA DIMENSÃO


TRÍPLICE DO HOMEM
1
Há uma atitude que devemos ter em relação a cada parte do nosso ser:

O espírito deve ser exercitado


Com relação ao nosso espírito precisamos exercitá-lo. A obra de Deus no nosso espírito está pronta.
O espírito está pronto. Todavia como uma criança nasce perfeita mas ainda precisa ser aperfeiçoada,
também acontece o mesmo com o nosso espírito.
A alma deve ser transformada
A nossa alma deve ser transformada. Romanos 12:1 e II Cor 3:16 nos dizem como isso deve
acontecer: pela renovação da mente e pelo contemplar do Senhor.
O corpo deve ser disciplinado
O nosso corpo deve ser disciplinado como é ensinado em Romanos 12:1 e I Coríntios 9:27.

Com relação ao tempo da nossa salvação podemos dizer:

O nosso espírito foi regenerado no passado quando nascemos de novo


A vida de Deus foi colocada dentro do nosso espírito. É como uma lâmpada que se acendeu. A obra
está completa. Por isso o Senhor disse que o espírito está pronto (Mt. 26:41).
A nossa alma está sendo transformada no presente
O alvo de Deus é que esta vida que está no nosso espírito possa transbordar para nossa alma a ponto
de saturá-la e transformá-la.
O nosso corpo será glorificado no futuro
O ápice da obra de Deus é a manifestação dos filhos de Deus com um corpo glorificado.

Com relação ao propósito de Deus podemos comparar:

O corpo aponta para o Egito


Do ponto de vista de Deus o corpo é o lugar onde o pecado habita e portanto não tem remédio,
deveremos receber um corpo glorificado.
A alma aponta para o deserto
Depois de termos sido salvos, precisamos nos perguntar se estamos vivendo no nível da alma ou do
espírito. A vida da alma é lugar de aridês e falta de fruto. Viver pela alma é viver no deserto.
O espírito aponta para Canaã
A boa terra aponta para Cristo. Deus queria que Israel desfrutasse da boa terra assim como deseja
que hoje desfrutemos do Senhor Jesus. Sabemos que o Senhor habita em nosso espírito, daí
entendermos que é no espírito que devemos desfrutar dele.

Com respeito à habitação de Deus podemos entender:


1
O corpo aponta para o átrio
A alma para o lugar santo
O espírito para o Santo dos santos.
Hebreus 10:19 nos exorta a entrarmos ousadamente no Santo dos santos. O Santo dos santos hoje
está no nosso espírito. É nele que está a arca do Senhor e é a partir dele que Deus fala.
Dentro de todo rádio existe um órgão receptor. Quando sintonizamos o rádio, o receptor capta as
ondas magnéticas que estão no ar. Assim acontece conosco, o nosso espírito é esse órgão receptor
que capta as ondas espirituais que vêm de Deus.
Nós sintonizamos o nosso espírito corretamente quando temos um espírito quebrantado, contrito e
aberto diante de Deus.

A REVELAÇÃO NO ESPÍRITO

Na vida cristã, o ponto mais importante é o conhecimento espiritual, a revelação. A maior


preocupação de Paulo, em todas as suas epístolas, era com revelação (Ef.1:15-19, Ef.3:14-19).
É interessante vermos que Paulo, por exemplo, não orava pelo crescimento das igrejas locais. Em
nenhum lugar, Paulo faz votos pelo crescimento numérico de nenhuma igreja. Paulo também não
orava pelo prédio onde os irmãos deveriam se reunir. Paulo tinha uma única oração: por revelação.
Precisamos entender que o Novo Testamento tem um ponto central. E não digo que não devemos
orar por coisas como essas que mencionei, elas têm a sua devida importância, mas não são o ponto
central.
O ponto central de todo o Novo Testamento é Cristo. Mas, não apenas Cristo, mas Cristo dentro de
nós, em nosso espírito. O que tem valor , realmente, é conhecermos Cristo, por revelação, em nosso
espírito. Se possuirmos revelação de Cristo, espontaneamente todas as áreas de nossa vida serão
afetadas e transformadas.

O que é revelação
Revelação é o conhecimento que nos é transmitido pelo Espírito Santo ao nosso espírito.
Quando a luz de Deus brilha no nosso espírito, então há revelação.
Revelação é saber pelo espírito algo que a nossa mente talvez até já sabia. É ver do ponto de vista
de Deus. É ver como Deus vê. (I Cor. 2:11-12; II Cor. 3:6 e 4:6; II Cor. 5:16; Jo. 20:11-16;
Lc.24:13-16 e 30-31.)
Revelação não é descobrir algo que ninguém conhecia na Palavra de Deus, antes é ver as mesmas
coisas com a luz do Espírito. É quando as letras da Bíblia parecem saltar aos nossos olhos, e aquilo
que já sabíamos com a mente adquire agora uma intensidade e uma realidade antes desco- nhecida.
1
O processo de revelação
A revelação é algo que ocorre primeiramente no nosso espírito. O Espírito Santo transmite uma
verdade ao nosso espírito, e o nosso espírito, para a nossa mente. A mente por si só não pode ter
revelação de Deus.
Há uma grande diferença entre o conhecimento mental e o conhecimento espiritual. O mero
conhecimento mental não tem o poder de mudar ninguém.
Por que muitas pessoas até conhecem a Palavra de Deus e mesmo assim não são transformadas?
Simplesmente porque estas coisas de Deus se discernem espiritualmente, ou seja, por revelação.
Uma coisa é o conhecimento natural e carnal, outra coisa é o conhecimento espiritual ou revelação.
Paulo diz que antes ele conhecia a Jesus na carne, mas depois passou a conhecê-lo pelo Espírito.

Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, se antes conhecemos
Cristo segundo a carne, já agora não o conhecemos deste modo. II Cor. 5:16.

A oração por revelação


A maior preocupação de Paulo era a de que os crentes tivessem revelação de Deus. Se obser-
varmos as orações de Paulo nas epístolas, veremos que o seu alvo de oração era único: revelação
((Ef.1:15-19, Ef.3:14-19; Fp 1:9; Cl.1:9-12)
Paulo sabia que quando há revelação, naturalmente as pessoas serão transformadas pela ação da
Palavra. Espontaneamente, a fé se manifestará, a unção e a vida de Deus irão transbordar.
Quando a revelação de Deus vem, então, há crescimento, há discipulado, há maturidade cristã, há
missões, há novos líderes, tudo o mais é apenas conseqüência de termos as nossas vidas impactadas
pela luz do Espírito Santo.

‘‘...Fazendo menção de vós nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o
Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele,
iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes, qual é a esperança do seu chamamento, qual
a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder...’’
(Ef.1:15-19).
Na medida em que nossos olhos espirituais se abrem e entendemos com todos os santos a medida
do seu poder dentro de nós, então há uma explosão de poder e autoridade.

‘‘Por esta causa me ponho de joelhos... a fim de poderdes compreender... qual é a largura, e o
comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Deus que excede todo
entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus: (Ef.3:14-19).
O amor de Deus excede todo entendimento, por isso ele ora por revelação, pois a mente sozi- nha
não pode entender. Para que os crentes fossem tomados de toda a plenitude de Deus eles preci-
savam ter revelação do amor de Deus.

‘‘E também faço esta oração: que o vosso amor aumente... em pleno conhecimento e toda
percepção...’’ (Fl.1:9-11).
Essa percepção, da qual Paulo fala, é algo espiritual e não mental. A vida cristã não consiste em
acúmulo de conhecimento mental, mas em um avançar em níveis novos de revelação no espírito.
1
‘‘Por esta razão... não cessamos de orar por vós, e de pedir que transbordeis de pleno
conhecimento... em toda sabedoria e entendimento espiritual... a fim de viverdes de modo digno do
evangelho...’’ (Cl.1:9- 12).
Mais uma vez Paulo está orando para que os crentes transbordem de revelação a fim de terem uma
vida santa. Veja bem que Paulo está dizendo aqui que a vida santa é apenas conseqüência de
revelação. É um fato que, na medida em que Deus realmente habita em nós, haverá temor ao usar-
mos o nosso corpo. Se estamos carregando uma quantidade de dinheiro no bolso, todos vão
perceber um certo cuidado no andar. Se carregamos o Deus de toda a vida dentro de nós, todos
devem perceber algo diferente em nossa maneira de andar.
O ponto central de todo o Novo Testamento é Cristo. Mas, não apenas Cristo, mas Cristo dentro de
nós, em nosso espírito. O que tem valor, é conhecermos Cristo, por revelação, em nosso
espírito. Se possuirmos revelação de Cristo todas as áreas de nossa vida serão afetadas e
transformadas.

CONDIÇÕES PARA SE OBTER REVELAÇÃO

Conhecer a palavra de Deus


Revelação é tomar algo que estava oculto, ou escondido e trazer à tona para que todos vejam.
Eu simplesmente não vou ter revelação alguma se a Palavra de Deus estiver oculta para mim.
Precisamos conhecer a Palavra de Deus antes de recebermos revelação. Esse princípio espiri- tual
está em I Coríntios 15:46:

“Mas não é primeiro o espiritual e, sim o natural; depois o espiritual.”


Antes de termos o conhecimento espiritual precisamos do conhecimento natural. Antes de termos
revelação precisamos encher a nossa mente com a Palavra de Deus.

Ter olhos para ver


Não basta abrir a Bíblia, precisamos de olhos para ver. De nada adianta revelar o que está oculto,
por exemplo, num baú, se somos cegos e não podemos ver.

Em I Coríntios 2:14 lemos que: “o homem natural não Aceita as coisas do Espírito de Deus,
porque lhe são loucura, e não pode entendê-las por- que elas se discernem espiritualmente.”
Se ainda não fui regenerado não vou ter condições de ter revelação. Aquele que não nasceu de novo
é cego para Deus, não pode ver as coisas do Espírito.

O terceiro fator é luz


Suponhamos que não sejamos cegos, mas que não haja luz. Ainda assim não vamos ver coisa
alguma. Deixar de ser cego é uma questão de novo nascimento, mas ter luz aponta apara a experiên-
cia do batismo no Espírito Santo.
O cente que ainda não foi cheio do Espírito Santo vive como o homem natural, não percebe as
coisas do Espírito. Ele até louva, mas não tem intimidade, até conhecer a Bíblia, mas não tem reve-
1
lação. A terceira condição, então é ter luz.

O quarto fator são os olhos abertos


Suponhamos ainda que podemos ver, há luz, mas inesperadamente os olhos estão fechados.
Não podemos ver algo que está oculto, não podemos ver se somos cegos, também não pode- mos
ver se não há luz, mas mesmo que tenhamos tudo isso ainda não veremos coisa alguma se
estivermos com os olhos fechados.
Na Bíblia os olhos são o nosso coração. Ter os olhos fechados é ter o coração fechado. Muitos de
nós, por orgulho, têm fechado o coração para aprender, por isso mesmo Deus os tem resistido e não
recebem revelação do Senhor.
É por meio do coração que vem todas as coisas de Deus. Tudo passa pelo coração.
Em Apocalipse 3:20, o Senhor Jesus diz para os crentes de Laodicéia que ele está à porta batendo.
Esta palavra foi dita para crentes e não para incrédulos. Eles estavam com o coração fechado.

Características da revelação
Como podemos saber se temos ou não revelação da Palavra em nosso espírito? Existem quatro
sinais de que temos recebido revelação de uma verdade. Revelação sempre vai gerar em nós:
Vida / Fé / Mudança de Vida / Ajuda na hora da tentação.

Revelação gera vida


Em João 6:63, Jesus disse : "As palavras que eu vos digo são espírito e vida". Quando o Senhor fala
conosco na Palavra, isso vai gerar vida dentro do nosso ser. A primeira característica de alguém que
recebeu revelação do Senhor é que ele será cheio de vida.
A letra é morte, mas a palavra que sai da boca de Jesus vem acompanhada do seu sopro e o seu
sopro é o Espírito. É da união da Palavra com o Espírito que a vida é gerada.
Quando o Senhor fala, então há luz, porque a luz é vida (Jo. 1:4). Sempre que o Senhor fala há vida
e nos enchemos de luz. A revelação da Palavra nos enche de vida.
O vinho é um símbolo de vida. Alguém cheio de vinho se parece com alguém cheio de vida.
Quando alguém se enche de vinho ele vai se sentir mais corajoso, mais audacioso, ficará mais sorri-
dente, cheio de alegria, se tornará falante, com muito ânimo e disposição. Até a sua pele vai mudar
se tornando mais rosada e os olhos mais brilhantes. Tudo isso é a vida se manifestando.
Quando nos enchemos do Senhor, nós temos todas essas expressões de vida, mas com realida- de.
Nos sentimos mais alegres, ousados, capazes de falar e cheios de disposição. Sempre que a Pala-
vra de Deus queimar em nossos corações então a vida se manifestará. Isto é assim porque Jesus é a
palavra viva.
É a vida de Deus fluindo em nós que será autoridade em nossa boca. É a vida fluindo em nossas
palavras que vai gerar vida nos outros. É a vida que tem o poder de destruir a morte.
Não podemos explicar a vida adequadamente, mas podemos percebê-la onde quer que ela se
manifeste. A letra sozinha mata, mas a Palavra revelada gera vida.

Revelação gera fé
Aquele que recebeu alguma revelação sempre será cheio de fé.
1
Romanos 10:17 diz que "a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus". Se não há fé, é porque não houve
revelação.
A fé é gerada pela palavra de Deus e a revelação nada mais é que a Palavra viva de Deus em nosso
espírito. Se algum conhecimento não gera em nós uma nova medida de fé então esse conheci-
mento é da mente, é puramente intelectual.
A revelação é como a luz. Hoje enchergamos como uma vela, amanhã como uma lâmpada de
cinqüenta Watts, depois de cem, de mil, até ser como um holofote. Não devemos nos contentar com
o nível de revelação e fé que já alcançamos, antes devemos avançar para níveis novos.

Revelação gera mudança


Depois de recebermos revelação do Senhor nunca mais seremos os mesmos, pois a revelação nos
transforma.
Em Mateus 16:16 nós vemos Pedro fazendo uma grande declaração a Jesus: “Tu és o Cristo, o
Filho do Deus vivo”. Sobre esta afirmação de Pedro Jesus disse:“Bem aventurado és Simão
Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai que está no céu.”. E o
Senhor depois acrescenta: Também digo que tu és Pedro... Aleluia!
Pedro antes era Simão, mas agora foi transformado em Pedro, rocha. Pedra foi transformado na
mesma natureza de Jesus, a rocha.
O que transformou a Pedro? Jesus disse que foi a revelação que ele recebeu do Pai. A cada nova
revelação que recebemos somos transformados de glória em glória até alcançarmos a seme- lhança
de Jesus.
Tudo o que precisamos é conhecer o Senhor por revelação no espírito. Quando isso ocorre
naturalmente somos transformados. Quando alguém diz ter revelação de alguma verdade, mas esta
revelação não o transformou de forma alguma, então a sua revelação é questionável. Revelação gera
mudança de vida.
Se em sua vida não tem havido mudanças, está faltando luz sobre a Palavra.

Revelação nos sustenta na tentação


Quando uma verdade é aprendida só na mente, ela não nos ajuda na hora dos ataques do diabo, mas
quando é algo que queima em nosso coração, sabemos que haverá fé para destruir a ação do
inimigo.
A revelação produz pelo menos quatro coisas em nós: vida, fé, transformação e provisão na hora
da batalha.
A revelação é progressiva, é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito
(Pv. 4:18).
Antes andávamos em trevas, mas agora a cada dia recebemos nova medida da luz de Deus. Hoje
vemos obscuramente, mas vem chegando o dia em que o veremos face a face tal qual ele é (I Cor.
13:12)
1
Como obter revelação
Eu não posso forçar a luz de Deus vir, mas eu posso estar habilitado a percebê-la sempre que ela se
manifestar.
A principal questão para se alcançar revelação é tratar com o coração. É no coração que a luz de
Deus resplandece (II Co.4:6). Se o nosso coração estiver com problemas, não perceberemos a luz de
Deus.

PRINCÍPIOS PARA SE OBTER REVELAÇÃO

Um coração consagrado a Deus


Em Juízes 16:20-21, lemos que Sansão foi derrotado pelos filisteus e estes lhe cegaram os olhos.
Sansão era nazireu consagrado ao Senhor, e o sinal da sua consagração era o seu cabelo. Quando o
seu cabelo foi cortado, então, a sua consagração também foi cortada .
Todas as vezes que a nossa consagração e obediência a Deus são quebradas tornamo-nos como
cegos para as coisas espirituais.
O pecado produz insensibilidade em nosso coração e nos incapacita a ouvir e receber de Deus.
Ele dá ao diabo espaço para nos cegar e, assim, nos impedir de obter revelação de Deus.
Por outro lado, aqueles os que obedecem se tornam cada vez mais sensíveis para receberem de
Deus.

Um coração ensinável
Com relação ao ensino, há dois tipos de erros entre os filhos de Deus.
Há aqueles que possuem o complexo de Adão. Eles julgam que não precisam aprender nada com
ninguém, e que Deus vai ensinar tudo diretamente para eles. Jogam fora séculos de história e de
mover de Deus, e esperam que Deus comece tudo outra vez com eles.
Há também aqueles que julgam já saberem tudo. Não precisam aprender com ninguém, e nem
mesmo buscar revelação. Supoem possuir todo o conhecimento da humanidade.
Deus resiste tais pessoas. Deus resiste ao soberbo, mas dá graça ao humilde (I Pe.5:5).
Em apocalipse 3:18 o Senhor aconselha a igreja de Laodicéia a comprar colírio para que possa ver.
Esse ver é algo no espírito. Colocar colírio nos olhos significa buscar um coração ensinável. Quem
não se dispõe a aprender com os outros também não vai aprender diretamente com o Senhor.
Sansão ficou cego por causa da falta de consagração; os laodicenses ficaram cegos por causa de um
coração soberbo, que julga saber todas as coisas.
É preciso ter olhos para enxergar. Se não, seremos como os fariseus: tinham olhos, mas não viam,
tinham ouvidos, mas não ouviam.
1
Eu não devo buscar aprender sozinho aquilo que meu irmão pode me ensinarMas se eu me disponho
a aprender com meu irmão, então a luz de Deus virá através dele.
Se em nossa cidade Deus está se movendo em algum lugar, eu devo me dispor a ir até lá para
aprender, pois se eu não o fizer e tentar aprender sozinho, Deus poderá me resistir.

Um coração limpo
Em Mateus 5:8, Jesus disse que os limpos de coração poderiam ver a Deus. Hoje podemos ver, por
revelação, a Deus (I Cor.2:9-10).
Um coração impuro bloqueia o nosso espírito. Não é suficiente ter um coração limpo, precisamos
ter um coração puro.
Ser limpo significa não ter pecado oculto, mas ter um coração puro signfica ter um coração sem
mistura. Uma coisa é um copo d’água limpa e outra coisa um copo d’água com açúcar. Ambos são
puros, mas o segundo é misturado.
Existem muitas coisas que não são pecaminosas, mas que tornam o nosso coração impuro. Por
exemplo, uma pessoa que acaba de abrir uma loja. Apesar do seu coração não estar sujo, ele estará
cheio de interesse pelo comércio.
Ter um coração puro é ter um coração para Deus. "Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em
que eu me compraza na terra" (Salmo 73:25).
Davi foi chamado de o homem segundo o coração de Deus por causa do seu prazer inteiramente
colocado em Deus.
Quando o nosso coração está inteiramente voltado para o Senhor, e podemos dizer que o nosso
prazer está N'ele, então as janelas do céu se abrem e a luz de Deus vem sobre a sua Palavra.
Os olhos do Senhor passam por sobre toda a terra, procurando um homem cujo coração seja
completamente para Ele (II Crônicas 16:9).

Um coração sem véu


Em II Coríntios 3:15, lemos: "Mas até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração
deles". Há um véu sobre o coração dos judeus que os impede de enxergar a revelação de Jesus.
Esse véu é o tradicionalismo. Não é Deus quem coloca o véu, somos nós mesmos. Quando nos
enrijecemos em um conceito natural e humano, estamos colocando sobre o nosso coração um véu
que nos impede de enxergar novas revelações.
Durante toda a história um fato se repete. Deus usa um homem para trazer uma revelação, mas esse
mesmo homem depois resiste às novas revelações que Deus quer trazer através de outros.
Ser tradicional é estar fechado para qualquer palavra nova que Deus esteja falando.

Estar cheio da Palavra de Deus


Se eu desejo receber revelação da Palavra, eu preciso me encher com ela.
A revelação é no espírito, mas a minha mente deve começar enchendo-se com a palavra. I Coríntios
15:46 diz: "Não é primeiro o espiritual, e sim, o natural, depois o espiritual".
Primeiro, a minha mente deve saber, para depois o meu espírito ter luz.

O Logos e o Rhema
1
Há dois termos usados no original que são igualmente traduzidos como "Palavra" em nossas
Bíblias em português. Esses dois termos são Logos e Rhema.
Esses termos são traduzidos unicamente como "Palavra" porque são vistos como sinônimos, porém,
o Espírito Santo escolheu tais termos para nos mostrar a tremenda diferença que existe entre a
Palavra escrita e a Palavra viva.

O Logos
Logos é a Palavra escrita. É aquilo que Deus falou e que foi registrado para nossa orientação.
Ela contém o que Deus falou pelos profetas e por meio do Filho (Hb.1:1-2). É esta a Palavra que
nós ministramos. Precisamos estar familiarizados com esta Palavra, pois o conhecimento da letra da
Bíblia é extremamente importante.
Veja alguns textos em que no original se usa o termo Logos, e qual deve ser a nossa atitude para
com a palavra escrita.

"Se alguém me ama guardará a minha palavra (logos)". Jo. 14:23. "Lembrai-vos da palavra que
vos disse (logos)".Jo. 15:20.
"Santifica-os na verdade, a tua palavra (logos) é a verdade". Jo. 17:17.
"Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra (logos)". At. 64.
"A palavra (logos) de Deus crescia". At. 6:7. "Retendo a palavra (logos) da vida". Fp. 2:16.
"...Criado com as boas palavras (logos) da fé". I Tm. 4:6. "...Que maneja bem a palavra (logos) da
"Porque a palavra (logos) é viva e eficaz". Hb. 4:12.

"A palavra (logos) de Cristo, habite em vós abundantemente (ricamente)". Colossenses 3:16. A
Palavra escrita deve habitar em nós ricamente.
Devemos ler, meditar e decorar esta Palavra. O simples mencionar de um fato das escrituras deve
ser o suficiente para que saibamos o seu conteúdo (pelo menos em linhas gerais).
Sem o conhecimento da Palavra escrita, nunca chegaremos à experiência da Palavra viva (Rhema).
O logos é o fundamento do rhema. Primeiro é o natural, depois o espiritual. Primeiro devemos ter a
mente cheia do logos, para que o Espírito Santo nos traga o rhema.
"Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes e a palavra (logos) de Deus está em vós e já vencestes o
maligno". Os jovens têm vencido o maligno porque a palavra logos está neles. São como o Senhor
Jesus, quando foi tentado por Satanás. Ele venceu usando a Palavra de Deus, afirmando: "Está
escrito" (Mt. 4:4, 7, 10).

O Rhema
Apesar de ser traduzida, à semelhança do Logos, como Palavra na Bíblia, o Rhema tem um
significado muito diferente de Logos. Enquanto o Logos é a Palavra falada no passado e que se
tornou escrita, o Rhema é a Palavra que Deus está falando conosco pessoalmente, é aquela palavra
que está queimando em nosso coração.
Veja algumas passagens do Novo Testamento em que a palavra Rhema é usada.
Em Mateus 4:4 Jesus respondeu: "Está escrito: Não só de pão viverá o homem mas de toda palavra
(rhema) que procede da boca de Deus".
Tanto o Logos como o Rhema são a Palavra de Deus, mas a primeira é a Palavra escrita na Bíblia,
enquanto a última é a Palavra de Deus falada a nós em uma ocasião específica.
1
"A fé vem pelo ouvir (literal) e o ouvir pela palavra (Rhema) de Cristo" (Rm. 10:17). O que gera fé
não é simplesmente conhecer intelectualmente a Bíblia, mas é ter a palavra queimando em nosso
coração pelo Espírito Santo.
Todos conhecemos muitos trechos da Bíblia. Certo dia, porém, um texto que já antes conhecí- amos
e até sabíamos de cor, assume um frescor, uma vida, uma cor diferente. Aquela verdade começa a
nos aquecer o coração, gerando fé. Deus está falando conosco. Antes sabíamos genericamente, mas
agora Deus falou individualmente conosco.
Todo Rhema é baseado no Logos. Não podemos ter o Logos sem o Rhema.
"As palavras (Rhema) que eu vos digo são espírito e são vida" (Jo 6:63). Somente o Rhema é es-
pírito e vida, na verdade o Logos sozinho não pode dar vida, pode até mesmo matar, porque a le-
tra mata.
Em Lucas 1:38, Maria disse: "Aqui está a serva do Senhor, que se cumpra em mim conforme a tua
palavra (rhema)". Antes, Maria tinha as palavras do profeta Isaías 7:14: "Eis que a virgem
conceberá e dará luz um filho", mas agora ela tem a Palavra falada especificamente a ela: "Você
conceberá e dará à luz um filho". Foi por ter recebido esta Palavra que Maria concebeu e tudo se
cumpriu. Deus falou com ela o mesmo texto que estava escrito, mas quando Deus falou, a Bíblia
usa a expressão Rhema, indicando que é a palavra viva.
Em Lucas 2:29 , Simeão disse: "Agora, Senhor despedes em paz o teu servo, segundo a tua palavra
(rhema)". Antes de o Senhor Jesus vir, Deus falou a Simeão que ele não morreria antes de ver o
Cristo do Senhor. Mas, no dia em que Simeão viu o Senhor Jesus, ele disse: "Agora, Senhor
despedes em paz o teu servo conforme a tua palavra". Simeão tinha o Rhema do Senhor.

1
2

Vida no
Espírito

Ande no espírito pela fé


1
Se vivemos no espírito, andemos também no espírito" (Gl. 5:26); "[...] visto que andamos por fé, e
não pelo que vemos" (1 Co. 5:7).

· Com relação ao nosso espírito, precisamos exercitá-lo, a fim de sermos guiados por Deus.
· Com relação a nossa alma, ela deve ser transformada pela renovação da nossa mente.
· Com relação ao nosso corpo, ele precisa ser disciplinado.

O nosso espírito já foi regenerado. Uma vez que fomos regenerados, a vontade de Deus é nos dirigir
através do Espírito Santo que habita em nosso espírito.
O poder de Deus está em nós. A saúde de Deus está em nós. A natureza de Deus está em nós. A
bondade, a justiça, o amor de Deus, tudo isso reside dentro do nosso espírito recriado por causa do
Espírito Santo que está dentro de nós.
Nós temos tudo o que é necessário para uma vida santa e vitoriosa. Esta provisão é a pessoa do
Espírito Santo dentro de nós.
Todos nós éramos como enfermos portadores de vários tipos de doenças. Depois que o médico fez o
diagnóstico, deu-nos a receita para que tomássemos vários tipos de remédios, cada um para uma
doença. O farmacêutico, então, colocou todos os medicamentos dentro de uma única seringa. Esse
conjunto de medicamentos foi a dose que resolveu todas as nossas enfermidades. A mesma coisa
Deus fez em nós; Ele injetou em nós uma dose que resolveu todas as nossas necessidades, e essa
dose é o Espírito Santo.
Tudo o que necessitamos para uma vida com Deus já nos foi dado por meio do Espírito Santo que
em nós habita. Se precisamos de poder, Ele é o poder. Se precisamos de amor, Ele é o amor que foi
derramado em nossos corações. Se precisamos de entendimento, todos os tesouros da sabedoria
estão ocultos nEle. Portanto, todas as coisas já estão completadas em nosso espírito.
O que precisamos aprender é a sermos guiados pelo Espírito e a dependermos dEle em todas as
nossas necessidades.
A vida cristã é constituída de duas substituições: a primeira foi na Cruz, onde o Senhor Jesus
morreu em nosso lugar, e a segunda é no nosso dia a dia, quando o Espírito Santo quer viver em
nós, sendo a nossa própria vida.

Podemos entender o padrão da vida no Espírito compreendendo como foi o primeiro pecado.
Conhecer o desvio nos ajuda a trilhar o caminho de volta ao modelo de Deus.

O primeiro pecado foi a incredulidade


Como surgiu o primeiro pecado do homem, assim surgem os outros, pois o princípio do pecado é o
mesmo (Gn. 3:1-6). O primeiro pecado deu origem a todos os outros, e o princípio que o governou
governa todos os outros.
O pecado se manifestou por três princípios: incredulidade, independência e vida natural.
O primeiro aspecto do pecado é a incredulidade. Deus dissera: "Se comeres, vais morrer". O diabo
veio e desmentiu Deus, dizendo: "É certo que não morrereis". Eva preferiu acreditar no diabo do
que acreditar em Deus.
1
Diante de você há duas afirmações: a de Deus e a do diabo. Qual você escolhe? A base dessa
escolha é uma questão de "em quem vou crer?"
Eva duvidou da Palavra de Deus, e aqui começou o problema da carne. E, para entrarmos agora na
dimensão do espírito, devemos cumprir a primeira condição: "Andar em fé". Se não andamos em fé,
então não estamos andando no espírito "andar no espírito é andar em fé".
Carnalidade é sinônimo de incredulidade. Aqueles que estão na carne são facilmente percebidos,
pois eles são incrédulos, indiferentes e insensíveis.
Para com a pessoa de Deus, o pecado se manifesta de três formas.
O primeiro tipo de pecado é a soberba, a rebeldia. Esse pecado agride Deus em sua autoridade, no
seu trono (Is. 14:13).
O segundo tipo de pecado é a desobediência. O desobediente agride Deus em sua santidade, que não
suporta a iniquidade.
O terceiro tipo de pecado é a incredulidade. O incrédulo atinge Deus em seu caráter porque o
incrédulo chama Deus de mentiroso.
Fé é sinônimo de vida no espírito. Uma pessoa que anda no espírito pode facilmente ser
reconhecida, pois naturalmente expressará a vida.
O primeiro pecado consistiu em não se levar a sério a Palavra de Deus, agora, para andarmos no
espírito, seguimos no trilho da fé, que é a Palavra de Deus.
Em 1 João 3:23, lemos que a vontade de Deus é que creiamos e amemos. Tudo o que fazemos que
sai desses dois trilhos é carne.
Mas precisamos também andar no sobrenatural. O sobrenatural aqui não significa algo fenomenal
ou extraordinário. Significa que o meio é espiritual, e não natural.

Deus quer nos libertar do natural


Deus quer nos libertar tanto do pecado como do natural. Entenda a palavra natural aqui como algo
que é percebido pelos cinco sentidos. O primeiro pecado levou o homem para o nível terreno do
corpo.
Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos, e árvore desejável para
dar entendimento, tomou-lhe do fruto, e comeu, e deu também ao marido, e ele comeu (Gn. 3:6).
Eva foi primeiramente tentada a comer porque a árvore era boa para se comer (Gn. 3:6).

As coisas do diabo começam no exterior


Esse é um critério para sabermos se algo vem de Deus ou não. As coisas de Deus sempre procedem
do espírito para atingir a alma. As coisas do diabo sempre começam no corpo, na carne, para depois
atingir a alma.
1
Depois da queda, tudo começou no corpo, assim, para andar no Espírito, precisamos andar no nível
do sobrenatural em disciplina e sujeição ao corpo.

O corpo tornou-se um aliado do diabo


As coisas do mundo do Espírito somente podem ser experimentadas pelo espírito humano recriado.
O pecado de Eva começou exatamente no corpo. Por ela ter abandonado o nível do espírito, o
pecado teve espaço. Se desejamos servir a Deus, devemos fazê-lo pelo Espírito, pela vida de Deus.
E, para que o Espírito flua, precisamos disciplinar nosso corpo.
O nosso espírito foi regenerado, a nossa alma está sendo transformada, e o nosso corpo deve ser
disciplinado.
Não pode haver vida cristã sem renovação da mente, e também é impossível haver vida cristã sem
disciplina do corpo.

Esta disciplina, porém, não é legalismo. Nós já fomos libertos da lei. "Porque o pecado não terá
domínio sobre vós porque não estais debaixo da lei e sim da graça" (Rm. 6:14). Não transforme a
disciplina do corpo em legalismo, tampouco em ascetismo.

Disciplina espiritual não é lei


A disciplina não é para comprarmos a bênção de Deus e nem para sermos aceitos diante dEle.
Somos aceitos por causa do sangue do Cordeiro. A disciplina é para nós mesmos.
A oração não é uma lei, é uma “necessidade”, uma disciplina. Não muda a nossa herança e os
nossos privilégios em Cristo, mas nos ajuda a perceber as coisas do espírito com mais clareza.
A disciplina é para nós mesmos, e não para sermos aceitos diante de Deus. O acesso diante de Deus
é exclusivamente pelo sangue de Jesus.
Disciplina é trazer o corpo e a mente debaixo de sujeição para fazerem a vontade do espírito. Eu sou
um ser espiritual, a minha vontade real está no meu espírito. O meu espírito sempre quer ter
comunhão com Deus, o corpo é que procura resistir. Eu devo disciplinar meu corpo para que o
impulso do meu espírito seja realizado.

O QUE SIGNIFICA ANDAR POR FÉ


Renunciar ao esforço próprio
Andar no espírito implica renunciarmos a três coisas: andar por vista, andar pelo esforço próprio e
andar pelo entendimento próprio.
Todo carnal anda pelo esforço próprio. A fé pressupõe dependência de Deus. Se andamos pela
1
nossa força, não precisamos exercer fé.
A principal característica da vida de fé é o descanso. Hebreus 4:3 diz que "os que crêem entram no
descanso". Os que andam no espírito andam em descanso.
O verdadeiro descanso é poder dizer: "Senhor, és tu quem faz, não eu". A obra de Deus não se faz
no cansaço, na fadiga ou no suor, mas na dependência do Senhor.
Ezequiel 44:17 dá uma orientação clara àqueles que trabalham no templo: “não se cingirão a ponto
de lhes vir suor". Na obra de Deus, não pode haver suor.
Qual é o significado do suor? Gênesis 3:19 diz que o suor é resultado da maldição, por causa do
pecado. Não temos de viver no cansaço. É como diz o cântico: “É meu somente meu todo o
trabalho, e o teu trabalho é descansar em mim".
Jesus já suou sangue por nós para que nEle tenhamos descanso. O Senhor suou no Getsêmani o suor
que nos cabia.

Fazemos espontaneamente a obra do Senhor quando nos enchemos dEle. O primeiro aspecto do
andar em fé é o abrir mão do esforço próprio e entrar no descanso de Deus. Se andamos em fé,
devemos entrar no descanso.

Não andar por vista


Andar por fé também significa “não andar por vista”, “visto que andamos por fé e não pelo que
vemos” (2 Cor. 5:7).
Tenho comigo uma regra: enquanto o que vejo bate com a Palavra de Deus, continuo vendo;
quando, porém, não bate mais, ignoro o que estou vendo e fico somente com a Palavra de Deus.
Podemos ver isso com relação às enfermidades. Muitos insistem em olhar para os sintomas, em vez
de olharem para a Palavra de Deus.
Isso não significa mentir para nós mesmos, dizendo que não estamos doentes, mas é declarar a
Palavra, a despeito dos sintomas da doença.
Andar por vista é uma característica do carnal. Se insistirmos em andar por vista, seremos escravos
do natural, e as circunstâncias irão facilmente nos desanimar.
Devemos ter um olhar profético: andamos pelo que cremos que será, e não pelo que o diabo quer
nos mostrar.

Rejeitar o entendimento próprio


Há aqueles que andam pelo esforço próprio, há os que andam por vista, mas há também os que
andam pelo seu próprio entendimento.
Depois que o homem comeu da árvore do conhecimento do bem e do mal, ele se tornou cheio de
opiniões próprias. Para que o homem possa hoje desfrutar do melhor de Deus, ele precisa ser
quebrantado em seu entendimento natural, independente de Deus.
1
Deus chamou a Abraão e lhe disse que ele seria pai de multidões. Ele e sua esposa não podiam ter
filhos, por isso Abraão resolveu ajudar a Deus gerando um filho a partir de sua serva Hagar.
Aquele filho, chamado Ismael, foi fruto de seu entendimento humano e de sua força natural,
tentando cumprir a vontade de Deus. Mas o Senhor não aceita isso (Gn. 16).
Deus rejeita aqueles que fazem coisas que não O agradam, mas rejeita também aqueles que fazem
coisas para agradá-lo, porém as fazem de acordo com o seu próprio entendimento.

O Senhor ordenou que Saul fosse e destruísse completamente a Amaleque. Mas Saul, vendo o gado
bonito e as ovelhas gordas, resolveu separá-los para ofertá-los a Deus (1 Sm. 15:1-11). O
entendimento natural é que se trata de um desperdício e, afinal, Saul estaria ofertando a Deus. O
veredicto de Deus, contudo, é que aqueles que estão na carne não podem agradá-Lo (Rm.
8:8).

Existem muitas coisas que não são erradas aos olhos dos homens, mas que são reprovadas por Deus.
Todavia, não devemos ser escravos de códigos de conduta e normas de certo e de errado. O
importante é aprender a andar no espírito. Se ouvimos o espírito naturalmente, faremos a vontade de
Deus.
Se andarmos por entendimento, não dependeremos de fé; por isso, os que andam pelo entendimento
próprio não podem agradar a Deus; o que eles fazem não provém da fé, e isso é carne.
Não devemos dar respostas prontas para as pessoas, antes devemos estimulá-las a usar o seu próprio
espírito, para que possam discernir a direção de Deus.
Só há crescimento quando Deus fala; as palavras humanas podem ser boas, mas somente quando
Deus fala há transformação e há vida.
Só há crescimento quando aprendemos a ouvir a Deus. Muitos discipuladores estimulam seus
discípulos a dependerem deles. O verdadeiro discipulador deve ensinar o discípulo a ouvir e a
depender de Deus. Se o discipulador sempre fala qual é a vontade de Deus, o discípulo nunca vai
aprender a discerni-la por si mesmo, e isso é lamentável.

Percebendo as direções do espírito


No universo há três coisas igualmente importantes: o céu, a terra e o espírito do homem. O céu é
para a terra, a terra é para o homem, e o homem tem um espírito para Deus.
O espírito do homem é o lugar onde Deus trabalha e reside. Romanos 8:16 diz que o Espírito
testifica com o nosso espírito, e 2 Timóteo 4:22 diz: "O Senhor seja com o teu espírito". O nosso
espírito é o lugar onde o Senhor Jesus habita.

Somos vasos para conter Deus


Nós somos vasos de Deus. Deus quer ser o nosso conteúdo. Assim como garrafas foram feitas para
conter água, nós fomos feitos para conter Deus. Fomos feitos como uma luva para conter a Deus. A
luva é a imagem e semelhança da mão, mas a mão é a realidade da luva.
Uma luva é criada conforme a semelhança da mão, com o propósito de conter a mão.
1
Igualmente o homem foi criado à imagem de Deus, com o propósito de conter a Deus (Rm. 9:23-
24).
O homem foi criado à semelhança de Deus. Deus é espírito, e o homem também foi feito espírito. A
respeito de todos os animais, diz-se que foram feitos segundo a sua espécie, mas a respeito do
homem, diz-se que foi feito semelhante a Deus. Nós somos da espécie de Deus (Jo. 4:24; 1 Ts.
5:23).

As três partes do homem


· O homem é vaso de Deus. A Bíblia divide este vaso em três partes: o espírito, a alma e o
corpo.
· O corpo é simplesmente a parte física, foi criado para contatar as coisas da esfera material e
é a parte mais superficial.
· A alma é a psiquê, a parte psicológica, que foi criada para contatar as coisas do mundo
psíquico e é uma parte mais profunda.
· O espírito é a parte mais profunda do homem, pertence ao nível espiritual e foi criado para
contatar as coisas de Deus.
· O propósito de Deus era e é entrar no espírito do homem para ser o seu conteúdo e a sua
satisfação. Este é o propósito da existência humana.
· Você não foi criado apenas para conter comida em seu estômago. Você não foi criado
simplesmente para conter conhecimento em sua mente. Você foi criado para conter Deus
em seu espírito.
· A partir do nosso espírito, o desejo de Deus é nos conduzir a toda verdade. A vida cristã
consiste em sermos guiados por Deus em nosso espírito. Se falhamos em perceber a voz do
Senhor e a sua direção, toda a nossa vida cristã estará comprometida.

O ponto central do evangelho


O ponto central do Evangelho é “Cristo dentro de nós”. O Espírito Santo de Deus é vida; contatar o
Espírito é contatar a vida de Deus.
O nosso espírito é como um rádio que tem a função de sintonizar as ondas do céu, receber e
também transmitir.

As coisas do espírito são vida


É fundamental que separemos bem aquilo que é da alma daquilo que é do espírito. O critério para
fazermos essa distinção é a vida. Tudo o que é do espírito é vida, mas o que é da alma resulta em
morte.
As coisas do espírito sempre manifestam vida. A vida é algo contagiante. Quando abrimos a boca
pelo espírito, a vida vai flui e se espalha por entre os irmãos.
A vida também é alimento. Quando falamos algo do espírito, aquilo será a Palavra de Deus. Toda
Palavra de Deus é espírito e vida. Quando falamos algo pelo Espírito, essa palavra é espírito e vida
(Jo. 6:63).
A vida é algo sobrenatural e ser guiado pelo Espírito é ser guiado por esta vida. Para sermos
guiados pelo Espírito é necessário desenvolvermos uma sensibilidade em nosso próprio espírito. Se
não formos sensíveis, não poderemos perceber a direção e a voz de Deus.
1
Quero compartilhar alguns princípios para percebermos a direção de Deus no espírito.

“Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (Gl. 5:25).


“Já que vivemos pelo Espírito, mantenhamos o passo certo com o Espírito” (Gl. 5:25).
“Se estamos vivendo agora pelo poder do Espírito Santo, sigamos a direção do Espírito Santo em
todas as áreas de nossas vidas” (Gl. 5:25 - Bíblia Viva).
Muitos pedem sinais e fazem provas de Deus para serem guiados por Ele. Mas Deus não nos deseja
guiar por meio de coisas exteriores. O Espírito nos guia pela sua vida dentro de nós.

Há uma sensação dentro de nós produzida pelo Espírito. Precisamos ser sensíveis a ela. Tal
sensação se manifesta pelo testificar e pela paz, ou, ainda, pelo constrangimento e pela restrição.
O cristianismo do Novo Testamento não é meramente participar de ritos e cerimônias, nem
tampouco observar as regras e os regulamentos. É muito mais do que vivermos uma vida correta e
moralista ou seguir uma filosofia ou um sistema de pensamento positivo. O cristianismo real é
sobrenatural. É a vida de Cristo dentro de nós!

É porque Cristo habita em nossos corações que podemos experimentar a direção do Espírito Santo.
Todavia, precisamos aprender a reconhecer quando o Espírito está entristecido (Ef. 4:30), quando
Ele está alegre dentro de nós e quer que nos regozijemos ou quando Ele está com um fardo e deseja
orar através de nós.

Tudo começa quando percebemos uma sensação em nosso espírito. Entendemos, então, que o
Senhor está querendo nos dizer algo. Devemos parar e esperar silenciosamente nEle até
compreendermos o que Ele está dizendo.

Aja de acordo com a direção recebida. Coopere com o Senhor. Procure lembrar-se desta
experiência e o que ela significou, assim você será capaz de reconhecê-la novamente.

COMO PERCEBER AS DIREÇÕES DO


ESPÍRITO
O impulso da intuição
A intuição é uma função do nosso espírito humano. A intuição é como um impulso dentro do
coração. Não é uma voz percebida audivelmente, mas é um impulso. Em Marcos 1:12, lemos que o
Espírito impeliu Jesus. A Palavra “impelir” denota bem a sensação interior.

Evidentemente existem impulsos do corpo, das emoções e mesmo de demônios. Entretanto, se


nascemos de novo, aprendemos a diferenciar todas essas vozes daquela que vem do espírito.
Siga o impulso do espírito. Mesmo que não haja nenhum motivo lógico, pare, siga o impulso, e os
frutos aparecerão. Para sermos guiados pelo Senhor, devemos seguir o impulso do Espírito.
1
Esse impulso é no nosso espírito, e não em nossa emoção ou em nosso corpo. É algo inteiramente
espiritual.

“Mas alguns dos escribas estavam assentados ali e arrazoavam em seu coração: Por que fala ele
deste modo? Isto é blasfêmia! Quem pode perdoar pecados, senão um, que é Deus? E Jesus,
percebendo logo por seu espírito que eles assim arrazoavam, disse-lhes: Por que arrazoais sobre
estas coisas em vosso coração?” (Mc. 2:6-8).
Observe que os fariseus arrazoavam. Essa sempre é a atitude de homens naturais e carnais:
arrazoar com as suas mentes. No entanto, o Senhor percebia em seu espírito. Perceber no espírito é
por meio da intuição. É um saber sobrenatural.

O testificar do espírito
“O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm. 8:16).
1 Coríntios 6:17 diz que "aquele que se une ao Senhor é um só espírito com Ele". Isso significa que
o nosso espírito, depois que nascemos de novo, é amalgamado, unido, vinculado com o Espírito
Santo.

O testificar do espírito é uma convicção profunda que não tem origem em nada natural. Nossa
mente às vezes rejeita essa convicção por temor e insegurança. Deus sempre fala conosco, nós é
que não damos crédito, pensando que se trata de algo da nossa mente.

Se o Senhor vem e testifica em nosso espírito, a melhor coisa a fazer é checar a convicção com
outros irmãos mais amadurecidos para não corrermos riscos desnecessários.

Provavelmente cometeremos muitos erros, mas estaremos exercitando o nosso espírito, e chegará o
ponto em que virtualmente não cometeremos erros. No processo de crescimento é normal nos
equivocarmos.
Devemos exercitar o nosso espírito ao nível mais elevado possível. Deus quer que desenvolvamos
uma maturidade espiritual tal que possamos reconhecer a Sua voz imediatamente e obedecê-la (Pv.
20:27).

Demanda tempo aprendermos se certa impressão ou sentimento vem do Senhor ou não. Eu creio
que podemos chegar ao ponto de sabermos com toda a certeza se as direções que temos percebido
procedem de Deus ou não.

A paz do espírito
“Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só
corpo; e sede agradecidos” (Cl. 3:15).
A paz é o árbitro em nosso coração. Nós percebemos o nosso espírito no coração. O árbitro é o
juiz, aquele que decide.

Imagine um jogo de futebol. Enquanto tudo está indo de acordo com as regras e não há nenhuma
falta ou infração, o apito do árbitro está em silêncio. Entretanto, quando há uma infração das
1
regras, ouve-se o apito, e é preciso que o jogo pare imediatamente. Os jogadores, então, olham para
o árbitro para descobrirem o que aconteceu de errado e qual é a sua decisão na situação. Assim que
ele esclarece as coisas, o jogo pode prosseguir novamente.

É assim também com a paz de Deus em nossos corações. Quando as coisas estão fluindo no
propósito de Deus, há uma paz interior profunda em nossos corações. Esta paz deveria sempre
estar lá. Paulo diz que somos chamados a uma paz assim. Se por acaso perdermos esta paz, então
precisaremos nos voltar para o espírito para descobrirmos o erro. Por que perdi a minha paz? O
Espírito Santo nos mostrará, rapidamente, onde estamos errados e como corrigirmos a situação.
Quando fazemos isto e voltamos à posição correta outra vez, a nossa paz é restaurada.

A consciência do espírito
Antes de fazermos qualquer coisa, não devemos consultar a mente, mas a consciência em nosso
coração. A sensação quando o espírito é constrangido por Deus se parece um pouco com náusea.
Esse constrangimento sempre aparece quando entramos em uma direção que Deus não aprova.
Não devemos fazer nada que constranja a vida de Deus dentro de nós, ainda que pelos critérios da
mente seja algo bom e até recomendável. Se a vida de Deus em nós rejeitou, não devemos fazer.
Existem muitas coisas que não são pecaminosas, mas que Deus rejeita. O critério para a vida no
Espírito não é o certo ou o errado, mas a vontade de Deus.
Não deveríamos ensinar leis de certo e errado para os novos convertidos, mas estimulá-los a
perceberem a direção de Deus pela consciência no espírito. Se somos rápidos em dizer aos outros o
que é certo e o que é errado, tiramos deles preciosas oportunidades de entrarem em contato com o
Senhor.
Ser cristão não é ser guiado por um código de conduta. Ser cristão é ser guiado pelo Espírito de
Deus. O meu alvo não é apenas ser um homem bom, mas um homem cheio de Deus.

CONFIRMANDO AS DIREÇÕES DO ESPÍRITO

Além da percepção da direção do Espírito Santo em nosso espírito, precisamos ainda considerar
alguns sinalizadores exteriores dados por Deus. O Espírito Santo sempre fala conosco, mas esse
falar nunca vai contradizer, por exemplo, aquilo que está escrito na Escritura. Assim, não há nada
de errado buscar confirmar as nossas percepções espirituais.

A Palavra de Deus escrita


“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção,
para a educação na justiça” (2 Tm. 3:16).
A Bíblia é o nosso guia mais confiável e o mais simples de se usar. A voz interior em nosso
espírito é uma experiência um tanto subjetiva e insegura. Ela pode ser influenciada por nossas
1
emoções ou pelos desejos pessoais. Precisamos, portanto, submeter nossas percepções a um
julgamento objetivo e seguro. A Bíblia é a base para este julgamento.

Precisamos, porém, abordá-la com honestidade de coração, pois podemos “fazer” com que a Bíblia
diga o que queremos que ela diga. Muitas vezes as pessoas propositadamente procuram por uma
passagem bíblica que apoie o que elas querem crer. Isto é “torcer” as Escrituras.

Quando você sentir uma direção ou impressão no seu espírito e você não estiver certo de que é a
voz do Senhor, submeta em oração esta impressão a Deus. Peça-lhe que Ele a confirme ou a negue
através da Sua Palavra. Depois que você tiver feito isto, uma passagem bíblica que se relaciona
com o assunto chamará a sua atenção.

O Espírito de Deus nunca discorda da Sua Palavra. O Espírito Santo nunca lhe diria para fazer algo
que é condenado pela Bíblia.

Busque um aconselhamento maduro


“Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só
corpo; e sede agradecidos” (Cl. 3:15).

Quando Deus fala conosco, ele confirma sua direção através de algum membro mais maduro do
corpo. Devemos submeter as nossas impressões ao discernimento de outros membros da igreja.
Coloque o assunto diante do grupo e, se houver uma resposta de paz unânime, então você pode
ficar certo de que Deus está confirmando a direção que você recebeu.

A Bíblia diz que “[...] na multidão de conselheiros há segurança” (Pv. 11:4). “Onde não há
conselhos os projetos saem vãos, mas com a multidão de conselheiros se confirmarão” (Pv. 15:22).

Não exponha suas dúvidas com quem não pode ajudá-lo. Procure o aconselhamento de líderes
espiritualmente maduros que tenham uma credibilidade comprovada. Vá até as pessoas que foram
capazes de ouvir a voz de Deus dirigindo-as nas circunstâncias de suas próprias vidas.

Lembre-se, porém, de algo importante: nunca discuta o seu problema com alguém incapaz de
resolvê-lo. Abrir a vida pessoal com alguém incapaz de ajudar-nos é como abrir os tesouros para
um ladrão. Não somente é perda de tempo, mas um grande risco.

Procure sempre irmãos maduros e que são reconhecidos na Igreja local como pessoas cheias do
Espírito e experientes na fé.

Observe as circunstâncias e a providência divina


Quando Deus lhe diz para fazer alguma coisa, você pode estar certo que Ele abrirá as portas para
que você possa fazê-la. Se Ele estiver guiando você numa determinada área, então as Suas
provisões virão a você naquela área.

“O Senhor firma os passos do homem bom e no seu caminho se compraz” (Sl. 37:23).
1
Se você ficar sentado esperando por uma revelação, talvez você fique assim para sempre. Se você
começar a se mover e estiver indo na direção errada, o Senhor lhe dirá.

Assim que começarmos a nos mover com um desejo sincero em nossos corações de andarmos nos
caminhos de Deus, o Espírito nos dará direções. Ao se mover em harmonia com a vontade de
Deus, as circunstâncias e providências surgirão diante de você, dando-lhe uma convicção interior.
Esse ponto, porém, não pode contradizer os princípios mencionados anteriormente. É possível que
haja diante de nós uma grande porta aberta, mas se você não tem paz, se é algo contrário às
escrituras e é algo condenado pelo conselho de pessoas maduras, então ignore as circunstâncias
aparentemente positivas.

A confirmação profética
A profecia é dada a alguém para confirmar algo que já foi recebido do Espírito. Profecias devem
ser apenas confirmações de algo que alguém já recebeu de Deus em seu espírito.

Devemos ser cautelosos com profecias que tendem a iniciar alguma coisa, ao invés de
simplesmente confirmá-la. Se Deus quiser falar-lhe algo, Ele falará com você primeiramente,
dentro do seu próprio espírito. Mais tarde, Ele poderá confirmá-lo através de uma profecia, a qual
servirá para estabelecer o que Ele já lhe disse em seu coração.

Nunca faça nada simplesmente porque alguém “profetizou” que você deveria fazer. Obtenha a sua
própria direção pessoal de Deus primeiramente. Isso é absolutamente fundamental.

As declarações proféticas certamente não são infalíveis. O elemento humano envolvido na


declaração das profecias faz com que elas sejam falíveis. O Espírito, o qual as origina, é perfeito,
mas as pessoas que as declaram são imperfeitas.

Muitos cristãos reverenciam as profecias como se o próprio Deus estivesse falando do céu.
Entretanto, não é Deus que está falando diretamente. São os homens, falando em nome de Deus. Se
estas pessoas estiverem realmente no Espírito, então tudo bem. Suas palavras edificarão, exortarão
e consolarão a igreja (1 Co. 14:3). Às vezes, infelizmente, as profecias podem estar vindo do
pensamento das próprias pessoas.

Por causa disso, toda declaração profética deveria ser julgada para se saber se ela é realmente uma
palavra do Senhor antes que ela seja recebida, e, certamente, antes que ela seja praticada (1 Co.
14:29).

Você deveria levar em conta essas três condições antes de aceitar uma
profecia:
· a profecia deve ser julgada, em primeiro lugar, pela Palavra de Deus. Se uma profecia não
estiver em perfeita harmonia com os princípios expressos na Bíblia, ela deve ser rejeitada;
· a profecia deve ser julgada pelo que Deus já lhe mostrou em seu próprio espírito. Se ela não
testifica e não confirma o que você já recebeu do Senhor, então não aceite nenhuma
profecia pessoal;
· se um grupo de crentes estiver presente quando a profecia for dada, então um julgamento
1
do grupo poderá ser dado a respeito da profecia. Qual é a opinião geral a respeito dela?
Todos concordam que esta é verdadeiramente uma palavra da parte de Deus?

Jamais vá consultar um profeta. Vou repetir novamante: “jamais procure um profeta”. Deus sabe o
seu nome, o seu endereço e o seu telefone. Se um profeta tiver algo realmente de Deus para você,
Deus o mandará onde você estiver. A prática de consultar profetas é uma herança mundana do
hábito de consultar cartomantes. Muitos profetas têm sido instrumentos de espíritos de adivinhação
por causa da pressão de terem de dar uma palavra para alguém que veio consultá-los.

Muitas vidas inocentes têm sido arruinadas por terem agido muito prontamente com relação a
“profecias pessoais” contrárias à Palavra de Deus.

A CONFIRMAÇÃO POR MEIOS EXTRAORDINÁRIOS


A forma básica como Deus planeja conduzir os seus filhos é pelo espírito. O Espírito Santo, que
é residente em nosso espírito, fala ao nosso espírito humano a vontade de Deus. Todavia, a
Palavra de Deus nos mostra que existem formas extraordinárias de Deus nos conduzir. Gostaria
de mencionar pelo menos três formas:

Sonhos
É indiscutível que Deus fala conosco por meio de sonhos. Foi assim com José, com Daniel, com
José, marido de Maria, e com Paulo. Deus é o mesmo, e Ele continua a nos orientar e edificar
através dos sonhos.
Entretanto, alguns princípios devem ficar claros. O primeiro é que, se você não sabe o
significado do seu sonho, não saia por aí procurando alguém para interpretá-lo. Se Deus quer
falar com você, Ele o fará por meios claros e compreensíveis. Se você não sabe o significado de
um sonho, esqueça-o.

Voz audível de Deus


Não busque experiências espirituais. Não peça para ver ou ouvir coisa alguma. Essa ânsia por
experiências novas e diferentes pode ser uma brecha para espíritos de engano. Porém, saiba que
Deus pode falar de forma audível com os seus filhos ainda hoje.

Mistério dos anjos


Gálatas 1:8 diz que: "ainda que um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que
vos temos pregado, seja anátema". Deus pode enviar um anjo para falar com você, mas esse anjo
deve confirmar a Palavra de Deus e o evangelho, caso contrário trata-se de um demônio
disfarçado de anjo de luz (2 Cor. 11:14).

Características do testemunho interior


1
De todas as percepções do nosso espírito humano, certamente o testemunho interior é a mais
importante. Esse testemunho é o mesmo que o testificar do Espírito que estudamos anteriormente.

“O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm. 8:16).
“E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba,
Pai!” (Gl. 4:6).

Quando o Espírito Santo fala ao seu espírito, normalmente você não ouve uma voz audível. Isto é o
que chamamos de “testemunho interior”. A voz do Espírito Santo em seu espírito cria uma
confiança tranquila em um ambiente descontraído de completa convicção a respeito de algo.
Você sabe que sabe, mas não sabe como sabe, apenas sabe que é assim no seu espírito.

A pergunta é: Como posso discernir a voz desse testemunho interior? Há alguma característica que
eu tenho que perceber? O que diferencia o testemunho interior de um pensamento comum?
Gostaria de lhe dar sete características do testemunho interior.

O testemunho interior é diferente de um pensamento ou raciocínio


O testemunho interior do espírito não é o conhecimento mental ou um raciocínio lógico. Se o que
você está tendo é apenas uma ideia engenhosa, então provavelmente não é o testemunho interior.
O testemunho interior não é uma sensação física
Você não vai ter uma sensação física por si só, já que o testemunho interior é a voz do Espírito
Santo em seu espírito. Se alguém afirma que tem uma sensação física no dedão do pé ou no seu
fígado, isso provavelmente não é o testemunho interior!

O testemunho interior é melhor identificado quando eliminamos as


outras vozes
Um grande segredo para identificar o testemunho interior é eliminar as outras vozes.
Certifique-se que não é sua carne que quer fazer alguma coisa. Certifique-se que não é apenas
uma proposição razoável. Pode haver alguma boa razão e alguns bons sentimentos quando o
Espírito está conduzindo, mas certifique-se que não é só isso!

É comum ouvirmos pessoas dizendo que determinado estilo de música entristece o Espírito
Santo. A verdade, porém, é que elas não gostam do estilo e dizem que se trata de uma percepção
espiritual.

Pessoas imaturas tendem a misturar seus preconceitos pessoais, gostos e preferências como
algo divino e sempre que são contrariadas dizem que o Espírito está triste. Elas não têm o
testemunho do espírito, mas apenas suas próprias emoções.

O testemunho interior é uma sensação de paz


1
O testemunho interior é uma consciência de paz. É a paz de Deus que está além da compreensão,
do raciocínio, da lógica e sensação física.

Na medida em que você cresce espiritualmente, você se tornará consciente da paz de Deus
como um critério de direção do Espírito. Você vai dizer: “Eu não tenho paz sobre isso!” Em outras
ocasiões, você dirá: “Mesmo que pareça estranho, eu tenho uma paz sobre esta questão”.

O apóstolo Paulo descreveu o princípio do testemunho interior e da paz de Deus como um árbitro.
Isso significa “arbitrar”, “dirigir” e “governar”. Deus está usando a paz para dirigir e governar
você.

“Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só
corpo; e sede agradecidos” (Cl. 3:15).
“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em
Cristo Jesus” (Fp. 4:7).
Normalmente pensamos que o sinal é ganhar a paz, mas na verdade é a perda da paz. O padrão de
Deus é que vivamos com uma permanente sensação de paz em todas as áreas de nossa vida. Assim,
quando precisamos decidir, não perguntamos se temos paz, mas avaliamos se perdemos a paz
diante daquela situação. Se a paz foi embora, você deveria considerar a questão como resolvida.
Nunca faça nada sem paz.

O testemunho interior é uma forte convicção


O testemunho interior nos faz convictos sobre o que o Senhor está dizendo. Você começa a ter
uma calma e confiança sobre a vontade de Deus. Mais uma vez, isso não é fácil de explicar. Você
acha que as pessoas que entregam suas vidas para o Evangelho podem explicar o que elas estão
fazendo? Não é fácil explicar a fé que você tem! Você nem sempre pode explicar as convicções
que você possui!

Quando você recebe o testificar, você apenas sabe que sabe, mas não sabe como veio a saber.
É uma convicção que não tem origem nos fatos e nem nos arrazoamentos da mente.

O testemunho interior é repetitivo


O testemunho interior é a voz repetida do Espírito Santo falando ao seu coração. Fique atento
quando você receber um testemunho interior a respeito de algo e isso se repetir muitas vezes. As
coisas de Deus são constantes e permanecem.

“E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba,
Pai!” (Gl. 4:6).
Como o Espírito clama continuamente, Ele cria uma impressão em você. Você começa a ter uma
convicção sobre determinadas coisas. Você sabe que agora sabe. Uma característica que tenho
notado é que a voz do Espírito é repetida várias vezes. Isto pode acontecer por várias semanas, por
meses e até anos.
1
O testemunho interior é um conhecimento inexplicável
Depois de ter ouvido a voz do Espírito várias vezes, você começa a saber o que fazer. Ele cria em
você um “saber”. Às vezes, as pessoas me perguntam: “Como você sabia o que fazer?” Às vezes,
tudo o que posso dizer é: “Eu sabia”.

Quando você tomar uma decisão, esteja atento ao sossego da paz em seu coração. Esse é o Espírito
Santo, levando-o a cumprir a vontade de Deus para sua vida.

Algumas proteções contra os erros


Essa é a frase mais comum no meio evangélico: “Deus me disse isso”, “Deus me mandou fazer
aquilo”. Alguns abusam desse assunto por ignorância e tolice, mas há aqueles que usam disso para
manipular os outros. Precisamos ser muito cuidados sobre isso (Dt. 18:18-22).

Quando um irmão deseja calar o pastor, ele afirma que Deus falou com ele. Evidentemente
nenhum pastor ousará questionar a Deus. Ele diz que o tempo dele na igreja acabou, mas
surpreendentemente esse tempo acabou justamente no dia em que ele foi contrariado ou magoado.
Muitos costumam pensar que tudo aquilo que sentem nas emoções da alma procede de Deus. Isso é
um erro. Um crente almático tem muitas emoções, mas nada sabe do espírito.

Quando você supor que está recebendo uma direção de Deus, tenha em mente alguns cuidados:

esta direção se alinha com os atributos de Deus? É compatível com o Seu caráter?;

· é bíblico? Se você deseja fazer algo claramente contrário a um princípio bíblico, isso
certamente não é de Deus. Se você sente paz para fazer algo claramente contrário à Palavra
de Deus, pode ser um sinal de que ainda não nasceu de novo;

· esta é uma decisão sábia? O Senhor pode realmente apoiar essa decisão? O Senhor
Jesus disse para sermos sábios como as serpentes (Mt. 10:16);

· esta direção está em linha com os seus dons e habilidades? Por que Deus lhe mandaria
fazer algo completamente fora da sua experiência? Quando o Senhor Jesus chamou a
Pedro, ele estava pescando, e por isso o Senhor disse que ele seria pescador de homens. Há
sempre uma relação entre os dons espirituais e os naturais;

· existem outras pessoas maduras que confirmam a sua decisão? O sábio jamais rejeita
o conselho de pessoas mais experientes e sábias.

Como decidir sobre coisas duvidosas


Existem muitas questões e situações com as quais nos deparamos em nosso dia a dia que não são
mencionadas especificamente na Palavra de Deus. Precisamos seguir alguns critérios bíblicos se
desejamos nos guardar do mal, guardar os irmãos mais fracos, tratar com as discordâncias entre os
irmãos e evitar escândalos.
1
Em cada cultura há certas práticas que são questionáveis. Estas práticas muitas vezes não são
mencionadas especificamente na Escritura como sendo certas ou erradas para um discípulo de
Jesus.

Você pode pensar facilmente em coisas práticas em nossa própria cultura. Elas podem incluir
atividades de lazer ou entretenimento. Podem ser clubes ou organizações aos quais você poderia
querer pertencer. Estas práticas incluem certos hábitos e opções do que você come ou bebe. Elas
podem ser as questões sobre os dias que devem ser usados para adoração ou os dias de descanso.
Como você determina a vontade de Deus com respeito a certas práticas quando a direção específica
sobre tais questões não é dada na Bíblia?

De maneira geral, você deverá sempre considerar primeiramente os sinalizadores que


mencionamos nas aulas anteriores, como o testificar e a consciência do espírito. Mas existem
algumas perguntas que podem ajudá-lo indicando o que você pode fazer diante de uma situação
duvidosa.

Glorifica a Deus?
Talvez o mais importante para julgar uma prática questionável é fazer a pergunta: “glorifica a
Deus?” A Palavra de Deus diz que tudo o que você faz deve glorificar ao Senhor:

“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de
Deus” (1 Co 10.31).
“Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens, cientes
de que recebereis do Senhor a recompensa da herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo”
(Col. 3.23-24).
Como definir o que glorifica a Deus? Isso pode ser algo bem subjetivo, mas uma maneira prática é
observar se você é capaz de agradecer a Deus antes de fazer determinada atividade. Se aquilo for
incompatível com uma oração, então certamente não glorifica a Deus.

Qual é a sua motivação?


Por que você quer se ocupar com esta prática? Qual é a sua razão ou o motivo para fazê-lo? Até
mesmo uma atividade boa pode ser feita com motivações erradas. Por exemplo, Tiago dá uma
ilustração de um motivo errado para orar:

“Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres” (Tg. 4.3).
Orar certamente não é errado, porém, os motivos para alguns pedidos são impróprios. A motivação
descrita neste versículo é o desejo de cumprir os desejos da carne.

É necessário ou conveniente?
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Paulo declara que, enquanto algumas coisas podem ser consideradas lícitas ou legais (sem violar a
Palavra Escrita de Deus), você deve considerar se elas são realmente convenientes.

“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não
me deixarei dominar por nenhuma delas” (1 Co. 6.12).
Será que é conveniente e necessário sentar em certos lugares, participar de certos eventos ou fazer
parte de certos grupos? Não é ilícito, mas pode ser inconveniente para você como filho de Deus.

Promoverá o crescimento espiritual?


Muitas atividades podem impedir o crescimento espiritual. Outras atividades podem tornar-se
consumidoras de tempo e sufocar o crescimento espiritual:

“Os outros, os semeados entre os espinhos, são os que ouvem a palavra, mas os cuidados do
mundo, a fascinação da riqueza e as demais ambições, concorrendo, sufocam a palavra, ficando
ela infrutífera” (Mc. 4.18-19).
“A que caiu entre espinhos são os que ouviram e, no decorrer dos dias, foram sufocados com os
cuidados, riquezas e deleites da vida; os seus frutos não chegam a amadurecer” (Lc. 8.14).

Pergunte a si mesmo: “Esta atividade impede ou promove meu crescimento espiritual?” As


atividades que impedem o crescimento espiritual se tornam pesos que interferem na corrida
espiritual que Deus tem posto diante de você:

“Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas,
desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com
perseverança, a carreira que nos está proposta” (Hb. 12.1).

É um hábito escravizador?
Faça a si mesmo essa pergunta: “Esta prática produz um tipo de escravidão?” Um hábito
escravizador é algo que o controla. Você sente que não pode ficar sem ele e você tem dificuldade
para deixá-lo.
Paulo comenta com respeito aos hábitos que escravizam:

“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não
me deixarei dominar por nenhuma delas” (1Co. 6.12).

É um compromisso?
Paulo pergunta em 2 Coríntios 6.14:
1
“Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre
a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?”.
A prática que você está considerando é um compromisso espiritual? Você está comprometendo-se
com atividades do mundo ou aceitará seus padrões para fazer esta coisa? A Bíblia ordena:

“Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e
eu vos receberei” (2 Co. 6.17).

Levará à tentação?
Jesus nos ensinou a orar: “não nos deixes cair em tentação”. É inútil fazer esta oração e, então, por
meio de uma atividade questionável, deliberadamente colocar-se em um lugar de tentação. A
Bíblia adverte:

“Tal testemunho é exato. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sadios na fé e não
se ocupem com fábulas judaicas, nem com mandamentos de homens desviados da verdade. Todas
as coisas são puras para os puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada é puro. Porque
tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas” (Tg. 1.13-15).
A tentação é diferente de uma provação da fé. Uma provação ocorre quando um crente enfrenta
uma situação difícil a respeito da qual não teve nenhuma escolha. A situação prova sua fé em
Deus. Deus permite as provas para fortalecer sua fé e levá-lo à maturidade espiritual.

Porém, Deus não tenta ao homem. A tentação é o desejo de fazer o mal. A tentação vem quando
você não controla seus pensamentos e ações adequadamente ou quando Satanás o incita a fazer o
mal. Algumas práticas questionáveis podem colocá-lo em situações de tentação. Se você entregar-
se à tentação, paixão ou luxúria, isso resultará em pecado, e o pecado resulta em morte espiritual.

Tem a aparência do mal?


A prática que você está considerando tem uma aparência do mal para os outros? A Bíblia
ordena:

“Abstende-vos de toda forma de mal”. Na versão RC lemos: “Abstende- vos de toda aparência do
mal” (1 Ts. 5.22).
Não basta ser santo, tem de parecer santo também. Sempre gosto de pensar como o Senhor foi
prudente em se encontrar com Nicodemos à meia noite num lugar privado, mas se encontrou com a
mulher samaritana ao meio dia, na beira de um poço, no centro da cidade. Se ele tivesse invertido,
ele continuaria sendo santo, mas não teria a aparência de santidade.
1
Viola a sua consciência?
Ao tomar uma decisão com respeito às práticas questionáveis, você deve estar totalmente
persuadido de que sua opção é a correta. No tempo do Novo Testamento, os crentes divergiram
sobre se era correto ou não comer a carne vendida nos açougues.

Entre gregos e romanos naqueles dias, a carne que era vendida no mercado era aquela de animais
que tinham sido usados nos sacrifícios em templos pagãos. Por causa disso, muitos crentes sentiam
acusação na consciência, pois lhes parecia que estavam comendo algo consagrado a demônios.
Seria o mesmo caso de hoje comermos aquela galinha preta usada nos despachos. Você sentiria paz
em comê-la junto com a farofa? A maioria dos crentes responderia que não.

Paulo então nos dá uma definição sensacional. Ele diz que tudo o que não vem de fé é pecado, ou
seja, se a sua consciência acusa, não faça.

“Mas aquele que tem dúvidas é condenado se comer, porque o que faz não provém de fé; e tudo o
que não provém de fé é pecado” (Rm. 14.23).

O princípio é que você deve estar totalmente convencido na sua consciência a respeito de
qualquer coisa que fizer. Se permanecer a dúvida a respeito de um assunto no qual você está
envolvido, então pare. Na dúvida, não ultrapasse. Se você tem dúvidas, então se torna pecado
você se envolver-se com tais práticas. Jamais aja sem convicção.

Afeta os outros negativamente?


Se eu fizer tal atividade, como ela afetará os outros? Ela os edificará? Edificar significa instruir,
construir ou melhorar espiritualmente.

“Assim, pois, seguimos as coisas da paz e também as da edificação de uns para com os
outros” (Rm. 14.19).
Esta atividade contribui de uma maneira positiva para o desenvolvimento espiritual de outros?
Paulo escreve:

“Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam” (1
Co. 10.23).

Algumas práticas nas quais você pode se envolver podem se tornar um obstáculo para o
crescimento espiritual de outros crentes. De novo, falando sobre a questão de comer a carne, Paulo
escreveu:

“E, por isso, se a comida serve de escândalo a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que
não venha a escandalizá-lo” (1 Co. 8.13).
1
Paulo não considerou que era errado comer carne. Porém, ele não comeria se isto impedisse um
irmão mais fraco de crescer em sua fé. Um irmão mais fraco é um crente que, devido à sua
debilidade na fé, conhecimento ou consciência, pode ser prejudicado pelo exemplo de um irmão
mais forte. Ele pode ser influenciado a fazer aquilo que você faz em paz, mas como ele é fraco, ele
se sentirá condenado quando fizer, e isso impedirá o crescimento espiritual dele.

Um crente mais forte é alguém que, devido à sua compreensão de liberdade em certas áreas e à
força de sua convicção, exerce liberdade com boa consciência. Ele não se deixa levar pelas opiniões
diferentes dos outros.

Qualquer ação da parte de um irmão mais forte que normalmente seria permitida está errada se
influenciar um irmão mais fraco a pecar contra sua consciência ou impedir seu progresso espiritual.
Paulo escreveu:

“É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa com que teu
irmão venha a tropeçar ou se ofender ou se
enfraquecer” (Rm. 14.21).

Aqui temos o resumo das diretrizes bíblicas para decidir sobre questões polêmicas:
Pergunte a si mesmo:

· Glorifica a Deus? (1 Co. 10:31; Col. 3:17, 23);


· Qual é a sua motivação? (Tg. 4.3);
· É conveniente? (1 Co. 6:12)
· Promoverá o crescimento espiritual? (Mc. 4:18, 19; Hb. 12:1; Lc. 8:14);
· É um hábito escravizador? (1 Cor. 6:12);
· Levará à tentação? (Tg. 1:13-15)
· É um compromisso? (2 Cor. 6:17);
· Tem aparência do mal? (1 Ts. 5:22);
· Viola a consciência? (Rm. 14:23);
· Como afetará aos outros? (Rm. 14:19, 21; 1 Cor. 8:13; 10:23).

O ESPÍRITO DE DISCERNIMENTO
Texto: 2 Coríntios 5:14-17:

“Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos
morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas
para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Cor. 5:14-17).

Não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça. A graça, no entanto, não é uma licença para
pecar! Eu sou livre para servir, não livre para pecar!

Gostaria de mostrar seis testes bíblicos que podem ser aplicados a qualquer coisa ou a qualquer
área questionável cinza, que não é especificamente mencionada nas escrituras. É quando fazemos
aquela pergunta: devo ou não devo? Posso ou não posso?
1
O teste da proclamação
Este teste pergunta: “Será que Deus declarou claramente que isso é errado em Sua Palavra?” O
problema aqui é duplo:

Em primeiro lugar, muitos crentes não sabem o que a Bíblia diz e, por causa disso, seguem os
pensamentos do mundo contrários à Palavra. Coisas do tipo: “Está tudo bem ter relações sexuais se
você está apaixonado. Pode sair com incrédulos se não for coisa séria. Pode jogar um carteado se
for apenas para se divertir. Pode acariciar o quanto quiser, desde que não faça sexo”.

Em segundo lugar, muitos crentes adotam uma abordagem da Bíblia “estilo cafeteria”: pego o que
eu gosto e deixo o resto na prateleira. A Palavra de Deus somente muda a nossa vida se a leitura
for acompanhada de obediência. De nada adianta sermos apenas ouvintes.

Se está na Palavra, então não há dúvida. Você não tem que orar a respeito disso.

O teste do princípio
Este teste pergunta: “é proibido na Palavra de Deus em forma de um princípio?” Cristãos maduros
vivem por princípio, pelo espírito da lei, e não pela letra morta da condenação da lei.
Por exemplo, os jogos de azar violam o princípio da Palavra de Deus, segundo a qual aquilo que
ganhamos sem trabalho não permanece.

“Os bens que facilmente se ganham, esses diminuem, mas o que ajunta à força do trabalho terá aumento”
(Pv. 13:11).

Também existe o princípio da cobiça envolvido aqui. Além disso, viola o princípio do amor a Deus
e ao próximo. Lembre-se que os ganhos provenientes de jogos de azar envolvem a perda de outros.
Outros como você acabaram perdendo na esperança de vencer!
Nós devemos amar as pessoas e usar as coisas, mas os jogadores amam as coisas e usam as
pessoas!

A loteria é um jogo em todos os sentidos, mas o mercado de ações, por exemplo, é diferente, pois
ali todos se beneficiam.

O teste da parceria
“E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele
graças a Deus Pai” (Cl. 3:17).

Este teste pergunta: “Será que eu poderia convidar Jesus para fazer isso comigo?”
Deus é meu copiloto? Não, Ele é o meu piloto!
Seu corpo é o templo do Espírito Santo! Ele vive em você!
1
O teste da presença
Este teste pergunta: “Será que eu ficaria com vergonha se fosse encontrado fazendo isso ou
pensando nisso no dia da volta de Cristo?”

“Segundo a minha ardente expectativa e esperança de que em nada serei envergonhado; antes, com toda a
ousadia, como sempre, também agora, será Cristo engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela
morte” (Fp. 1:20).

O teste da pureza
“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”

(1 Co. 10:31).

Este teste pergunta: “Existe alguma glória para Deus nisso?” Ou “Posso honestamente pedir a Deus
para abençoar isso?”
Você é capaz de orar: “Senhor, abençoa esse filme cheio de conteúdo sexual que eu coloquei no
DVD agora?”

O teste da paz
“Mas aquele que tem dúvidas é condenado se comer, porque o que faz não provém de fé; e tudo o que não
provém de fé é pecado” (Rm. 14:23).

Este teste pergunta: “Depois de orar sobre isso, existe ainda uma dúvida em minha mente, ainda que
mínima, sobre esse assunto?”
Precisamos aprender a dar a Deus o benefício da dúvida: “se é duvidoso, não faça!” Na dúvida, não
ultrapasse!
Será que passamos nesses seis testes? Então faça isso para a glória de Deus!

1
3

Transformação
Da Alma
1
A SALVAÇÃO COMPLETA

Nesta aula ministraremos sobre a plena salvação de Deus. Antes, porém, precisamos relembrar um
tena de grande importância: a tremenda diferença entre o espírito e a alma.
De acordo com 1 Tessalonicenses 5:23, as Escrituras claramente mostram que o homem é
constituído de três partes: “o vosso espírito e alma e corpo”.
Resumidamente falando, o espírito é a faculdade pela qual contactamos Deus, temos comunhão com
ele. Jó 12:10 diz: “Na sua mão está a alma de todo ser vivente, e o espírito de todo o gênero
humano”. A diferença vital entre o homem e os animais ou qualquer outro ser vivente, é que só o
homem possui espírito, e por meio dele pode comunicar-se com Deus.
Não há como confundir o espírito com a alma. Hebreus 4:12 diz:

Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes,
e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os
pensamentos e propósitos do coração. Hb. 4:12

A alma, por sua vez, é o órgão de onde vem o pensamento, a emoção e a vontade. Por fim, o
corpo é a parte do homem para comunicação com o mundo material.

O primeiro estágio
Uma vez entendido sobre as partes do homem, podemos agora compreender a plena salvação de
Deus. Ela acontece em três estágios. O primeiro estágio, o estágio inicial, é o da regeneração.
A regeneração inclui a redenção, a santificação, a justificação e reconcilicação. Nesse estágio, Deus
nos declara justos por meio da redenção de Cristo (Rm. 3:24-26), e em nosso espírito Ele nos
regenera com a Sua vida, por meio do Seu Espírito. A regeneração nós também chamamos de novo
nascimento (João 3:3-6).

No dia em que nos convertemos nós nascemos de novo, o nosso espírito foi regenerado. O primeiro
estágio, portanto, é o da salvação do nosso espírito. Como o espírito pode ser salvo?

O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. João 3:6
Deus usou a Sua própria vida para nos regenerar em nosso espírito. Como resultado, recebemos a
salvação eterna (Hb 5:9) e Sua vida eterna dentro de nós(Jo 3:15). Neste sentido, todo cristão
1
genuinamente regenerado pelo Espírito já recebeu a salvação de Deus. Além disso, por possuirmos
a salvação e a vida eterna, tornamo-nos filhos de Deus (Jo 1:12-13) e jamais pereceremos (Jo 10-
28- 29).

Uma vez recebida a salvação eterna de Deus, somos salvos para sempre, pela eternidade. A
salvação de Deus não é temporária, é eterna. Uma vez que você foi salvo você não pode mais perder
a salvação.

Nesse primeiro estágio, Deus nos salvou da Sua condenação e também da perdição eterna (Jo 3:18,
16). Todavia não estamos isentos da Sua disciplina. Durante toda a nossa vida ele nos disciplina e e
nos corrige. Em 1 Coríntios 11 Paulo mostra que Deus corrige e disciplina -os cristãos. Isso, porém,
não quer dizer que aqueles que são assim disciplinados perderão a sua salvação. A salvação de Deus
é eterna.

O segundo estágio
O segundo estágio da plena salvação de Deus é o da salvação da nossa alma. Podemos também
chamá-lo de estágio da transformação. Deus deseja salvar-nos por completo, primeiro alcançando o
nosso espírito e em seguida a nossa alma.

Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a
sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por
minha causa achá- la-á. Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua
alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma? Porque o Filho do Homem há de vir na glória
de seu Pai, com os seus anjos, e, então, retribuirá a cada um conforme as suas obras.
Mt. 16:24-27
Em Mateus 16:24 Jesus disse a Seus discípulos: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se
negue, tome a sua cruz e siga-me”. Repare que Jesus não se dirigia aos incrédulos, aos pecadores
não salvos, mas aos Seus discípulos. Esse versículo mostra que após a salvação do nosso espírito
ainda há a salvação de seguirmos ou não o Senhor.
A expressão “a si mesmo se negue” significa negar o seu próprio ego, renunciar os seus próprios
interesses ou privilégios a fim de buscar a vontade de Deus, para não mais seguir a sua própria
mente e nem ser egocêntrico.

“Tome a sua cruz e siga-me” a cruz significa principalmente a morte do ego, para poder seguir a
vontade do Senhor.

“Portanto, quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á”. A palavra para vida nesse versículo é
“psiquê” (“psique” no grego), que significa “alma”. “Quem quiser salvar a sua alma” quer dizer,
pelo contexto, aquele que quer seguir o Senhor, mas que não está disposto a negar a si mesmo e
nem a tomar a cruz. Esse que preserva, ou seja, salva a sua alma, na verdade está perdendo-a. E
aquele que perder a alma por meio de renunciar o ego, tomar a cruz e seguir o Senhor, está de fato
salvando a sua alma. Esse conceito não tem nada a ver com a idéia de “salvação” do inferno.
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“Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a
cada um conforme as suas obras” (v. 27). Quando o Senhor voltar, ele retribuirá a cada um
conforme as suas obras, de acordo com estes dois critérios:
· Se o crente negou o seu próprio ego, e tomou a cruz para seguir o Senhor;
· Se ele perder a sua alma hoje por causa do Senhor.

A vinda do Senhor com Sua recompensa diz respeito especialmente a reinar com Ele no reino. Isso
quer dizer que o Senhor voltará à terra para reinar por mil anos, e que alguns cristãos reinarão com
Ele e outros não.
O estágio da salvação da alma é o estágio da transformação. Em Romanos 12:2 Paulo diz:

“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para
que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.
Em grego, a palavra transformação inclui o sentido de mudança; significa a mudança de uma
substância em natureza e em forma. Isso é uma mudança metabólica. Não é somente uma mudança
exterior, mas uma mudança na constituição interior e também na forma exterior.

O processo de metabolismo ocorre no nosso corpo físico quando comemos algum elemento
orgânico contendo vitaminas. Essa comida entra em nosso ser e produz uma mudança química em
nosso corpo. Se diariamente ingerimos algo saudável, isso irá mudar metabolicamente a
constituição das nossas células, e por fim, se manifestará exteriormente na coloração saudável do
nosso rosto. Do mesmo modo, quando a vida de Cristo é adicionada ao nosso ser ocorre uma
mudança metabólica em nós. A nossa mente é renovada, passa a pensar como Deus pensa, a nossa
emoção passa a amar as coisas de Deus e a nossa vontade quer fazer a vontade de Deus.

Em 2 Coríntios 3:18 a palavra de Deus diz que somos transformados de glória em glória. Isso indica
que o processo de transformação da alma é gradual e diário.

E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos
transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito. II Cor.
3:18
Todos os dias ao contemplar o Senhor com o rosto sem véu, somos transformados metabolica-
mente de glória em glória. A mudança de um cristão não é pelas regras, pela obediência a lei dos
mandamentos exteriores, mas pela transformação interior.

Por um lado, a mudança metabólica ocorre porque assimilamos a comida espiritual. Cristo é o pão
vivo e o pão da vida para comermos (Jo 6:48, 51 e 7). Alimentar-se de Cristo é alimentar-se das
Suas palavras, que são espírito e vida (Jo. 6:63).

Por outro lado, precisamos negar o nosso ego, a nossa alma, e seguir ao Senhor. Ele usará todas as
circunstâncias exteriores para nos transformar. Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que
amam a Deus (Rm 8:28).

Esta é a salvação da alma que nos cabe desenvolver com temor e tremor (Fp 2:12). É essa salvação
da alma que nos levará ao gozo do Senhor na era vindoura (Mt 10:37-39; 16-24-27; Lc 17:30-33; Jo
1
12:25).

A salvação do espírito é decidida no momento em que cremos no Senhor, mas a salvação da alma
depende de nos encgermos do Espírito hoje. É nesse sentido que a Bíblia, em vários lugares, fala
que o Senhor, quando voltar, retribuirá a cada um segundo o que tiver feito por meio do corpo (II
Co 5:10).

O estágio da transformação inclui a santificação, o crescimento espiritual, a edificação e a


maturidade.

O Terceiro estágio
O terceiro e último estágio da plena salvação de Deus é o da salvação do nosso corpo ou seja, da
glorificação. Esse estágio será no futuro. Deus redimirá o nosso corpo de corrupção transfiguran-
do-o no corpo da Sua glória (Rm 8:23; Fp 3:21).

Deus nos conformará à imagem de Seu Filho, seremos iguais a Ele tendo nosso espírito regene-
rado, nossa alma transformada e o corpo glorificado (Rm 8:29).

Ele nos glorificará para entrarmos no Seu reino celestial como nossa herança (2 Tm 4:18; 2 Pe 1:11;
Tg 2:5; Gl 5:21), e ainda para reinarmos com Cristo como co-reis sobre as nações (2 Tm 2:12; Ap
20:4, 6; 2:26-27; 12:5).

O nosso corpo será libertado da escravidão da corrupção da velha criação para a liberdade da glória
da nova criação de Deus (Rm 8:21).

Visto que Deus tem preparado para nós tão grande e rica salvação, devemos louvar ao Senhor. Ao
mesmo tempo, devemos reunir toda a diligência para desenvolver a salvação da nossa alma
(2 Pe 1:3-8).

A salvação completa de Deus pode ser vista então desta forma: no passado o nosso espírito foi
regenerado, no presente a nossa alma está sendo transformada e no futuro o nosso corpo será
glorificado.

Com relação ao nosso epírito a obra já está completa cabendo a nós agora apenas exercitarmos o
espírito para ter comunhão e ouvir a Deus.

Com relação a nossa alma a obra está ainda em processo e depende de nós coloborarmos com Deus
seguindo a sua vontade e negando o nosso eu.

Com relação ao nosso corpo a obra ainda nem foi começada sendo reservada inteiramente para o
futuro quando seremos glorificados e a nossa salvação então se consumará.
A Transformação da Alma
Segundo a palavra de Deus o homem é constituido de espírito, alma e corpo. A salvação de Deus
atinge cada uma destas partes de forma distinta.
1
O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados
íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. I Ts. 5:23
O primeiro estágio é a salvação do nosso espírito. Esse estágio é chamado de regeneração ou novo
nascimento. Ele aconteceu quando aceitamos o Senhor como nosso salvador pessoal.

O segundo estágio da plena salvação de Deus é a salvação da alma. Esse estágio também pode ser
chamado de transformação ou santificação. Ele acontece hoje pela renovação da nossa mente e pelo
contemplar o Senhor.

O terceiro estágio acontecerá no futuro quando o nosso corpo será glorificado. Existe uma atitude
que precisamos ter com relação a cada parte de nosso ser:

Com relação ao nosso espírito precisamos exercitá-lo. A obra de Deus no nosso espírito está pronta.
O espírito está pronto. Todavia, como uma criança nasce perfeita mas ainda precisa ser
aperfeiçoada, também acontece o mesmo com o nosso espírito.

A nossa alma deve ser transformada. Romanos 12:2 e II Cor 3:18 nos dizem como isso deve
acontecer: pela renovação da mente e pelo contemplar do Senhor.

E por fim o nosso corpo deve ser disciplinado como é ensinado em Romanos 12:1 e I Coríntios
9:27.
A intenção de Deus é nos salvar completamente primeiramente alcançando o nosso espírito e depois
a nossa alma.

Apresente o seu corpo como sacrifício vivo


Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício
vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Rm. 12:1

Todos nós pensamos que dar o nosso coração ao Senhor é suficiente, mas a verdade é que
precisamos também oferecer o nosso corpo. Nosso culto não pode ser apenas interior e místico, ele
precisa ser traduzido em atos concretos de serviço com o nosso corpo.
Podemos entender esse sacrifício vivo de três formas:
· O sacrifício vivo e racional ou lógico, está em oposição ao ritual mecânico e morto do
templo. Assim o nosso culto precisa ser lógico e acima de tudo espontâneo.

· O sacrifício vivo também pode ser entendido como uma mortificação das obras más e uma
apresentação do corpo para ser instrumento de Deus.

Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas
paixões; nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de
iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos
membros, a Deus, como instrumentos de justiça. Rm. 6:12-13 e 6:19
1
· Também poderíamos entender o culto racional como aquele onde apresentamos o nosso
corpo, ou seja, a adoração com a participação de nosso corpo. Assim quando alguém falta
ao culto, mas diz estar presente em espírito, está, na verdade, sendo falso.

Cada parte de nosso corpo precisa ser oferecida a Deus. Devemos lembrar sempre que o nosso
corpo pertence a Deus:

Primeiramente porque foi criado por ele e para ele.

Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente.
Amém! Rm. 11:36
Em segundo lugar porque foi comprado e redimido por ele.

Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes
da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois,
glorificai a Deus no vosso corpo. I Cor. 6:19-20
Para cada uma das parte do seu corpo, faça agora mesmo uma oração de consagração e entrega.
Esse tipo de oração tem um grande poder em nossa luta contra o pecado

Os olhos
O pecado quase sempre começa aqui, com nossos olhos físicos ou com os olhos de nossa mente. Se
lidarmos com o problema aqui podemos vencer a tentação (Jó. 31:1, Mt. 5:28).

Fiz aliança com meus olhos; como, pois, os fixaria eu numa donzela? Jó 31:1
Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já
adulterou com ela. Mt. 5:26

Ouvidos
Se Satanás não puder entrar em nossa mente pelos olhos ele tentará pelos ouvidos. Piadas, histórias
sujas, canções sugestivas ou simplesmente ouvir fofocas ou coisas más podem dar espaço ao diabo.
A Bíblia diz para não darmos ouvidos a julgamentos críticos (I Tm. 5:19, Is. 50:4)

O SENHOR Deus me deu língua de eruditos, para que eu saiba dizer boa palavra ao cansado. Ele
me desperta todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que eu ouça como os eruditos.
Is. 50:4
Nariz
O nariz em si dificilmente nos induzirá ao pecado, mas o nariz é símbolo de pessoas intrometidas (I
Pe. 4:15, Pv. 26:17).
1
Não sofra, porém, nenhum de vós como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se
intromete em negócios de outrem. I Pe 4:15 Quem se mete em questão alheia é como aquele que
toma pelas orelhas um cão que passa. Pv. 26:17

Boca ou língua
É raro um cristão que não é tentado nessa área. As oportunidades para pecar com esse membro são
inúmeras. Podemos ser tentados com o que entra e também com o que sai dela (Tg. 3:5-6, Pv.
31:26, Sl. 141:3).

fagulha põe em brasas tão grande selva! Ora, a língua é fogo; é mundo de iniqüidade; a língua
está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em
chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas pelo
inferno. Tg. 3:5-6

Mãos
Deus nos deu mãos com o propósito de fazermos o bem e de provermos nossas necessidades através
do trabalho (Pv. 31:20, I Ts. 4:11, Mt. 5:30).

E a diligenciardes por viver tranqüilamente, cuidar do que é vosso e trabalhar com as próprias
mãos, como vos ordenamos. I Ts. 4:11
E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta -a e lança -a de ti; pois te convém que se perca um
dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno. Mt. 5:30

Estômago
Quando a Bíblia se refere ao estômago ela está falando de todos os apetites carnais de nosso corpo
(Fp. 3:18-19). O Senhor precisa estar no controle de nossos apetites, que embora naturais, podem
nos dominar e escravizar.

Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até
chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre,
e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas. Fp. 3:18-
19

Pés
O inimigo deseja controlar os nossos pés para levar-nos por caminhos que conduzem à destrui- ção
(Sl. 1:1-2).

Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos
pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do
SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. Sl. 1:1-2

Precisamos consagrar cada um desses membros ao Senhor para que sejam usados exclusiva-
1
mente para a sua glória e louvor.

O inimigo sempre procura entrar pelas portas da alma que são os sentidos do corpo. O proces- so
sempre começa com o inimigo tentando chamar a nossa atenção.

Uma vez que ele tem a nossa atenção ele tentará despertar algum instinto básico do nosso corpo.
Os nossos instintos foram corrompidos pelo pecado e tornaram-se aliados do diabo. Quando ele
desperta um instinto nós dizemos que estamos sendo tentados.

Uma vez que o instinto é despertado, o próximo passo é produzir um desejo. O desejo ainda não é
pecado se ele for apenas uma forte tentação e ser tentado ainda não é pecado.

O pecado acontece quando o nosso desejo se transforma em intenção. Jesus disse que qual- quer
um que olhar com intenção impura para uma mulher já adulterou com ela (Mt. 5:28).

Quando compreendemos a forma como o diabo age fica mais simples alcançar vitória sobre
ele.

A Palavra de Deus diz que há algo que devemos fazer com o nosso corpo: Devemos ofertar o
nosso corpo a Deus e trazê-lo debaixo de disciplina (Rm 12:1).

Disciplinar não é usar de ascetismo, mas Paulo disse que esmurrava o seu corpo para reduzi-lo à
escravidão (I Cor. 9:27). Esmurrar o corpo é simplesmente não fazer a sua vontade.

O nosso corpo e a nossa alma, são a parte do nosso ser natural que é chamada de carne no Novo
Testamento. O carnal, então, é aquele que vive no nível do natural, ou seja, no nível da alma e do
corpo.

Não se conforme a esse século


E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para
que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Rm. 12:2

Paulo parece usar de duas palavras para produzir impacto. Assim como “conformar” no original
(“suschema”, derivada de “schema”) significa “tomar a forma exterior”, a palavra “transformar”
vem de “metamorphos” e significa uma mudança de dentro para fora.
Precisamos ser cautelosos. Não podemos nos conformar com o presente século. A palavra século é
“aion”, que também poderia ser traduzido como “moderno”. Seguir aquilo que é moderno ou
fashion pode estar em flagrante oposição à vontade de Deus.
Não precisamos ter a aparência de pessoas esquisitas e medievais, mas também não podemos
assumir a forma liberal a mundana. Precisamos ser equilibrados nesse ponto (Tg. 4:4).

Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não
está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e
a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. I Jo. 2:15-16
1
A transformação da alma
A palavra transformação é “metamorphos” no original e significa que uma substância é mudada em
sua natureza e forma. É uma mudança na natureza interior que causa uma mudança na forma. Este
tipo de mudança é uma mudança metabólica. Não é simplesmente uma alteração exterior,
mas uma mudança tanto na constituição interior quanto na forma externa. No processo de
metabolismo nós ingerimos uma comida cheio de vitaminas que entra no nosso corpo e produz uma
mudança química em nosso organismo. Essa reação química muda a constituição do nosso ser. Isso
é transformação.

Suponha que uma pessoa seja muito pálida e que alguém, desejando mudar seu aspecto, lhe aplique
alguma maquilagem. Isso produz uma mudança exterior, mas não é uma mudança orgânica, em sua
vida.

Como, então, tal pessoa poderia ter uma face corada? Alimentando-se diariamente de comida
saudável. Quando uma substância orgânica entra nele, um composto químico é formado pelo
processo de metabolismo. Gradualmente este processo interior irá mudar a coloração de sua face.
No processo de metabolismo um novo elemento adicionado ao organismo substitui o velho
elemento e faz com que ele seja eliminado; algo novo é criado para substituir o velho elemento que
é levado embora. O metabolismo, portanto, inclui três itens:

· o suprimento de um novo elemento;


· a substituição do velho elemento pelo novo elemento;
· a eliminação ou remoção do velho elemento.

Qual é o novo elemento que produz essa mudança interior? É Cristo. Desde o momento em que
fomos regenerados em nosso espírito, o Senhor deseja que essa vida continue expandindo-se do
nosso espírito para nossa alma. Assim nossa mente, emoção e vontade podem ser transformadas.
No momento de nossa conversão o nosso espírito é regenerado e mudado, mas nossa mente,
emoção e vontade não são transformadas, e ainda permanecem as mesmas. Recebemos Cristo como
vida em nosso espírito, mas agora precisamos tê-lo em nossa alma.

Precisamos que Cristo transborde do nosso espírito para nossa alma até que cada parte seja
transformada à Sua imagem (Rm 12:2; 2 Co 3:18). Então, pensaremos como Ele pensa, amaremos
como Ele ama e escolheremos como Ele escolhe. Teremos a semelhança do Senhor em nossa vida
prática, porque nossa alma estará saturada de sua vida.

COMO OCORRE A TRANSFORMAÇÃO


Pela renovação de nossa mente
Romanos 12 não nos diz como podemos renovar a nossa mente, mas em Tiago 1:21 descobrimos
que a palavra de Deus salva a nossa alma. A palavra salvar ali é “sozo” que significa restaurar,
salvar, curar e renovar. Ser salvo aqui é o mesmo que ser transformado.
1
Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a
palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma. Tg. 1:21

Podemos concluir que a forma como Deus nos transforma é pela sua palavra. Como renovamos a
nossa mente usando a palavra? Simplesmente recebendo a palavra de Deus.

A primeira maneira de tomarmos a Palavra é ouvindo-a. Quando ouvimos a Palavra estamos


renovando a nossa mente e desta forma nos submetendo a uma mudança metabólica.

Muitas pessoas pensam que ir ao culto na igreja é algo secundário e sem importância. Isto não é
verdade. Quando nos reunimos para ouvir a palavra estamos nos alimentando e sendo
transformados.

Além de ouvir, precisamos de ter outras práticas relacionadas à palavra como vemos em Josué

· Falar a palavra
· Meditar na palavra
· Praticar a palavra

Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de
fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-
sucedido. Js. 1:8
A palavra tem poder para nos transformar quando se torna revelação em nosso coração. Em Mateus
16:13-17 lemos que Pedro foi transformado pela revelação e pela confissão. Na Bíblia a mudança
de nome significa transformação de vida. Antes ele era Simão, mas se tornou Pedro. Foi sua
confissão e revelação de que Cristo era o Filho de Deus que o transformou de Simão em Pedro.
Depois em sua epístola Pedro nos mostra que a igreja é edificada com pedras, ou seja, pessoas que
são transformadas (I Pe 2:4-5).

Contemplando o Senhor
E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos
transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito. II Cor
3:18
A palavra transformado é “metamorphos” no original. Essa palavra só aparece três vezes na Bíblia.
Uma é nos evangelhos onde é traduzida como transfigurar e as outras duas em Romanos 12 e II
Coríntios 3:18. Em Romanos vemos que a transformação é pela renovação da mente, mas e em
Coríntios lemos que também é pela contemplação.

Paulo diz em II Coríntios 3:18 que precisamos ser espelhos contemplando e refletindo a glória do
Senhor. Um espelho reflete tudo o que contempla. Quando estamos contemplando o Senhor nós o
refletimos.

O versículo poderia ser parafraseado da seguinte maneira: “todos nós com o rosto desvendado
somos um espelho refletindo a glória do Senhor e, quanto mais o refletimos mais somos
transformados na sua própria imagem refletida em nós.”
1
O espelho precisa ter o véu removido
Paulo diz que precisamos contemplar o Senhor com o rosto desvendado. Se um véu for coloca- do
sobre o espelho nada poderá ser refletido. O que vem a ser este véu a que Paulo se refere?
Hebreus 10 fala de um véu, mas ali é o véu da parte interna do tabernáculo (Hb. 9:3), enquanto o
véu de II Coríntios 3 é o véu posto sobre o rosto de Moisés (v. 13). Esse é o sentido literal, mas o
que ele significa para nós hoje? O véu aqui representa a lei.

Se a lei estiver encobrindo o nosso coração não poderemos refletir a glória do Senhor e sermos por
ele transformados de glória em glória. Lei é o oposto da graça. Lei é tentar se relacionar com Deus
com base na própria obdediência e merecimento, mas a graça é se relacionar pelo favor imerecido.

O espelho precisa ser posicionado corretamente


Nosso coração precisa estar voltado para o Senhor de modo a podermos contempla-lo com o rosto
desvendado. Um espelho precisa estar voltado na direção do seu rosto para que possa refleti-lo.

O mesmo princípio se aplica ao Senhor, podemos ter o véu retirado, mas isto não adiantará coisa
alguma se o espelho está focalizado em outra direção.

Contemplar o Senhor é investir tempo com todos os tipos de oração: petição, súplica, louvor,
adoração, consagração, entrega, intercessão, meditação, ações de graças e tudo mais. Isto é o
mesmo que direcionar apropriadamente o espelho de nossa alma.
O Salmo 115:8 diz que nos tornamos semelhantes a aquilo que adoramos.

Como uma máquina fotográfica


Paulo diz que somos como espelhos refletindo o Senhor. Na época de Paulo não existia nada
parecido com uma máquina fotográfica, mas a ilustração de um espelho que se transforma na
imagem que está refletindo é o mesmo que uma fotografia.
No processo de tirar uma foto quatro elementos são necessários: luz, lente, diafragma e filme.
A luz é o meio pelo qual o cenário é trazido para dentro da câmara. Na esfera espiritual a luz é o
desvendar do Espírito Santo explodindo revelação em nosso interior.

O segundo elemento é a lente. Uma vez que temos luz necessitamos da lente. A lente aponta para a
nossa mente. Se a nossa mente não compreender nada pode entrar dentro de nós.

Além da lente ainda precisamos do diafragma. É ele que se abre e fecha fazendo o click. O
diafragma aponta para o nosso coração. Se o coração não abrir a luz de Deus não entra ainda que a
lente de nossa mente possa compreender.

Por fim temos o filme que é a nossa alma. É em nossa alma que a imagem de Deus fica impressa. O
nosso espírito foi criado para conter a Deus, mas a nossa alma foi criada para refletir a sua imagem.

Dia e noite precisamos nos abrir ao Senhor e, então, Cristo, o cenário celestial será impresso em nós
repetidamente de forma cada vez mais clara e nítida.
1
TANSFORMADOS PELA CONTEMPLAÇÃO
O Espírito Santo está operando hoje uma completa transformação da nossa alma. Não é uma
transformação que nós mesmos produzimos pelo nosso esforço ou disciplina pessoal, mas é pelo
Espírito de Deus.

A forma como somos transformados é uma expressão extraordinária da graça de Deus. Acontece de
uma forma completamente diferente do nosso conceito religioso. De acordo com o ensino do
evangelho, nós somos transformados simplesmente por contemplar, por olhar, por vislumbrar, por
ficarmos perplexos diante da beleza da formosura do Senhor. É só contemplar e nada mais. Isso é
algo que confronta a nossa religiosidade. Imaginamos que a transformação bíblica é um tipo de auto
melhoramente, mas é o resultado de contemplarmos o Senhor.

E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos
transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito. II Cor.
3.18
No texto Paulo diz que você é como um espelho. A palavra de Deus mostra que o nosso espírito foi
criado pra conter a Deus, é um recipiente, mas a nossa alma foi feita para refletir a Deus. Então
Paulo diz: Como espelho somos posicionados para refletir, e enquanto nós refletimos nós somos
mudados. Você é mudado sem perceber, porque você não está se vendo, você está olhando apenas
para ele.

A palavra transformação é metamorfos no original grego. Esta palavra só ocorre três vezes no Novo
Testamento. A primeira vez é traduzida como transfigurar, em Mateus 17:1-6. O Senhor Jesus levou
Pedro, Tiago e João a um alto monte e ali foi transfigurado diante deles, ou seja, mostrou a sua
glória. A palavra transfigurado ali é metamorfos.
A segunda vez que esta palavra é mencionada é em Romanos 12:2 que diz:

E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para
que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
A maneira como a transformação acontece é pela renovação da mente, ou seja, quando ali- nhamos
nossos conceitos com a verdade do evangelho. Quando as nossas crenças estão alinhadas com a
palavra de Deus, então somos mudados.

A terceira menção da palavra metamorfos é justamente em 2 Corintios 3.18. Aqui somos trans-
formados de glória em glória apenas por contemplarmos o Senhor.
Mas antes de falarmos sobre a transformação é importante entendermos o que não é transfor- mação
bíblica.

Não é mera mudança exterior, mas metabólica


A transformação genuína é algo que acontece de dentro para fora. Não é uma reforma exterior, mas
uma mudança no coração.
1
É triste, mas muitos procuram estar limpos por fora, sem se importar com o que vai por dentro.
É por causa disso que as pessoas lá fora sempre julgam os cristãos como hipócritas.

A verdadeira transformação é uma mudança metabólica. Quando comemos a comida é


metabolizada em nosso organismo e então vem a fazer parte de nós mesmos. É exatamente assim
com Cristo. Quando comemos o pão da vida ele é processado em nós e depois vem a ser um
elemento constituinte em nós.
Uma mudança metabólica significa que a maneira como o Senhor o transforma é mudando a sua
dieta. Dizem os nutricionistas que você é o que você come. Isso está muito em linha com o ensino
da palavra de Deus. Nós somos aquilo que colocamos dentro de nós. Nós somos aquilo que nós
comemos.

Nós sabemos que o homem caiu porque comeu errado, e hoje ele é salvo se comer o alimento
espiritual. Jesus disse que ele é o pão vivo que desceu do céu. Ele disse: “Quem de mim se
alimenta, por mim viverá” ( Jo. 6:57).

Quando você come do pão da vida, esse pão é metabolizado no seu espírito e o próprio Senhor
Jesus vem fazer parte de você. Essa é a maneira como Deus nos muda, então não é uma mudança
exterior simplesmente.

Infelizmente há muita maquiagem no meio cristão. A maquiagem é uma mudança rápida, porém
superficial e sem realidade. Uma pessoa que está pálida pode ter a sua aparência rapidamente
mudada com uma maquiagem. Mas se queremos uma mudança verdadeira precisamos alimentar
essa pessoa. O alimento ingerido será metabolizado e virá a fazer parte dela mesmo. O resultado
será não apenas uma mudança exterior na aparência, mas principalmente no interior no coração.
A verdadeira transformação não é premeditada e consciente, mas é algo que acontecerá de forma
espontânea em sua vida.

Não é mudança de comportamento, mas mudança de natureza


A verdade é que qualquer pessoa pode mudar de comportamento, mesmo aquelas que nem creem
em Deus. Muitas deixam de fumar, mudam sua forma de reagir e até se tornam mais educadas e
gentis. Com disciplina e algum esforço muitos hábitos podem ser mudados. Mas o cristianismo não
é uma questão de mudança de comportamento, mas de mudança de natureza.
A essa mudança de natureza a Palavra de Deus chama de novo nascimento. Não se trata de um
processo onde vamos nascendo de novo aos poucos, mas uma experiência profunda, radical e
definitiva.

Muitas vezes tentamos explicar o comportamento de algumas pessoas dizendo que elas estão num
processo de conversão. A verdade, porém, é que elas estão num processo de serem convencidas,
mas no dia em que se converterem e nascerem de novo eles serão mudados repentinamente.

O abandono do pecado não pode ser algo gradual na vida do crente, não tem que ser de uma vez, se
ele nasceu de novo.
Vamos imaginar um ladrão de galinha que se converteu. Você diz apara ele: “agora você é crente.
Precisa mudar de vida. Antes você roubava 20 galinhas por dia, agora vamos diminuir isso para dez.
Vamos ver se daqui à dois meses você para completamente.”

É assim que funciona? Claro que não! Uma vez que ele nasceu de novo, ele não é mais ladrão,
1
agora ele é filho! Uma vez que ele é filho, ele deve parar completamente de roubar.
Mas na vida cristã, não existe um processo? Seria tudo sempre radical e repentino? Sim. Existem
processos na vida cristã. Precisamos fazer uma distinção entre aquilo que acontece abruptamen- te
numa experiência e aquilo que é fruto de um processo.

A transformação envolve experiências de porta de caminho. Jesus disse que no reino precisamos
passar por uma porta estreita e depois seguir por um caminho estreito. Ele disse: “apertado é a porta
e estreito é o caminho que conduz para vida” (Mt 6:1).
O novo nascimento, a conversão ou a vitória sobre o pecado são experiências de porta, acon- tecem
num instante de forma abrupta e definitiva. Por outro lado o crescimento até a maturidade é um
processo.

Experiências de porta, são aquelas em que nós somos mudados, radicalmente, repentinamente e
abruptamente. Imagine que existe uma porta aqui diante de mim. Do lado de cá da porta, há um
ambiente, com pessoas e um certo clima, mas se eu abrir a porta e passar por ela, imediatamente eu
entro num outro ambiente completamente diferente.

Quando passamos pela porta tudo muda completamente. Assim é o novo nascimento, ele é uma
porta pela qual você passa. E uma vez que você passa por ela tudo será novo.
Mas Jesus não falou apenas da porta estreita, ele mencionaou também o caminho estreito. O
crecimento até a maturidade é um processo, um caminho que trilhamos.

Quando vou a Israel sempre gosto de ir a Belém e ali observar os montes, onde os pastores cuidam
dos seus rebanhos, e onde também os anjos apareceram para os pastores quando Jesus nasceu.
É interessante observar que existe uma trilha ao derredor do monte. Aquele é o caminho por onde o
pastor vai andando enquanto conduz as ovelhas. A trilha tem a forma de espiral ao redor do monte.
O pastor vai dando a volta no monte, e a cada volta que ele dá, ele sobe um pouco mais, até chegar
no cume.
Creio que o Senhor Jesus nos pastoreia do mesmo modo. Ele começa conosco na base e então vai
subindo em espiral. Nós avançamos passando pelos mesmos pontos, mas sempre num nível acima,
porque é em espiral.

Nós passamos pelas mesmas experiências, só que a cada vez num nível espiritual diferente. Há
algum tempo atrás eu tive de aprender a perdoar cem reais, mas agora estou passando pela mesma
experiência, só que terei de aprender a perdoar mil reais. Dei uma volta completa e voltei ao mesmo
ponto com um desafio maior.

A transformação bíblica não é repressão do pecado, mas é uma expressão de Cristo


Muitas pessoas vivem querendo explodir de raiva, mas constantemente se reprimem. Isso pro- duz
uma calamidade no seu corpo e na sua alma. Isso não é o cristianismo verdadeiro. A verdadeira
vitória é poder expressar a Cristo.

Na mente de alguns existe o conceito equivocado de que ser cristão é sentir um impulso cons- tante
para o pecado e ficar todo o tempo se reprimindo para não cair.

É por isso que as pessoa do mundo nos acusam de sermos hipócritas, porque elas presumem que os
crentes querem fazer as mesmas coisas que elas fazem, só que enquanto elas assumem seu desejo
errado os crentes supostamente possuem o mesmo desejo e vivem se reprimindo. Pensam que nos
dias de carnaval nós ficamos segurando nossos pés de vontade de sambar e por isso nos escondemos
1
nos retiros espirituais. Se fosse assim, a vida cristã seria insuportável.

Muitos têm a aparência de ser muito pacientes, por exemplo, mas na realidade tudo está mera-
mente bem escondido no interior. Não há vitória quando reprimimos tudo dentro de nós.

Infelizmente muitos ainda vivem esse tipo de religião morta. Você conhece aquela história da
mulher mais velha aconselhando a jovenzinha porque ela explodia o tempo todo com o marido.
Aquela mulher mais madura então falou: “tem cinquenta anos que quero explodir e não explodo!”
Isso não pode ser vitória, porque no dia em que ela explodir vai ser uma bomba atômica. Ela tem
aparência de piedade, mas trata-se apenas de religião vazia.

Antes, quanto mais nos reprimíamos, melhor pensávamos estar; agora, quanto mais expressa- mos
Cristo, melhor é.

A verdadeira transformação não é uma obra humana


Muitos até aceitam que eles mesmos não podem se mudar, mas ainda acalentam a fantasia de que
algum pastor ou líder tem o poder de mudar a vida dele.

O discipulado pode ser uma bênção ou uma maldição na igreja. Ele se torna uma maldição quando o
discípulo atribui ao discipulador o poder de mudá-lo.

Tenha muito cuidado para não atribuir a um homem a tarefa de transformá-lo. Não é o homem que
nos muda usando de algum tipo de manipulação ou técnica psicológica. Quando você acredita que
um líder possui uma habilidade para mudar a sua vida você está anulando o poder do evangelho.
Nenhum homem tem o poder de mudar o outro. Esposas não mudam maridos, mães não mudam
filhos e discipuladores não mudam discípulos. Já ouvi pessoas dozendo: “se eu fosse discípulo do
pastor fulano tenho certeza que eu seria transformado!” Que loucura esse pensamento!

Se não consigo mudar nem a mim mesmo, como posso tentar mudar o meu irmão? Essa é a razão
porque há tanta gente decepcionada com a igreja. Tais pessoas estavam acalentando a crença
equivocada de que algum homem iria mudar a vida delas.

Nunca tente ser o Espírito Santo na vida de ninguém. Esse é um fardo que você nunca conse- guirá
levar. Com o tempo você se sentirá culpado pelo discípulo não estar crescendo ou então colocará no
discípulo o enorme peso de não conseguir corresponder ao seu padrão. Seja como for isso é religião
humana. É o homem tentando fazer a obra exclusiva de Deus.

Tenha muito cuidado com o tipo de discipulado que controla a vida dos outros, porque todo
controle tem por base a ideia de que se possui o poder de mudar o outro. Isso anula o evangelho.
As pessoas querem que alguém guie a vida delas, para que elas não tenham que ouvir de Deus por
elas mesmas, já que alguém vai ouvir por elas. Muitos não querem um discipulador, querem um
guru que lhes diga tudo o que tem de fazer.

Essa é a pior religião pois é a religião da dominação do homem sobre outro homem. Eu já não tenho
mais nenhuma liberdade, o outro é que tem liberdade por mim, o outro é que diz o que tenho que
fazer.

Quando pensamos que a transformação é obra humana estamos sujeitos a todo tipo de loucura da
religião. Todos os abusos e fanatismos foram cometidos quando as pessoas acreditaram que um
1
homem poderia transformá-las. Tenha muito cuidado com isso!

A transformação pelo evangelho é uma obra divina que exige a nossa cooperação
Uma vida vitoriosa não requer nenhum esforço, apenas fé. Podemos ver isso em 1 Coríntios 15:57
que diz: “Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo”.

A vitória é algo que Deus nos dá gratuitamente. Recebemos a vitória sem custo algum de nossa
parte. Não necessitamos ganhá-la pelo nosso próprio esforço. É pela graça.

O texto não diz, graças a Deus porque eu posso conquistar a vitória. A afirmação categórica é que a
vitória nos é dada. Você pede e recebe, essa é a vitória. Essa é base do evangelho.

É um grande erro pensar que a salvação é de graça, mas a vida cristã é pelo nosso esforço. É tudo
pela graça. Ninguém poderá se gloriar diante de Deus dizendo que conseguiu vencer por si mesmo.
Toda vitória que temos precisa ser recebida como presente de Deus.

No entanto precisamos cooperar com Senhor nos alimentando dele, nos enchendo do Espírito,
renovando a nossa mente e contemplando-o constantemente. Se não fazemos tais coisas o Senhor
fica sem espaço para operar em nós, mas nenhuma essas coisas é uma obra humana da qual
poderíamos nos gloriar.

CONTEMPLAR É FICAR DESLUMBRADO


Como cristãos precisamos ser como turistas loucos para ver a mais bela paisagem. Outro dia fui ao
Grand Cannyon. Precisei me esforçar para chegar lá. Paguei por uma vã, depois paguei por um
helicóptero para chegar até o lugar e ficar extasiado com a paisagem. Mas diante daquela paisagem
o guia me disse: “esse ainda não é o melhor lugar. Há um ponto ainda mais extraordinário. Mas é
muito difícil chegar até lá.”
Eu estava disposto a pagar para chegar até aquele ponto. Precisamos ser como turistas loucos para
ver o Senhor. Quando achamos que já vimos algo, ansiamos loucamente por mais. Não importa o
preço, não importa a dificuldade, eu quero vê-lo
Nós somos transformados apenas por contemplar a glória do Senhor. Contemplar é algo que não
exige esforço humano. Eu preciso apenas me disciplinar para não ser distraído por outras coisas
enquanto estou contemplando.
Na Nova Aliança não somos mudados pelo nosso esforço, mas apenas por olhar para Jesus. Quando
as pessoas o contemplam elas são transformadas. E somos transformados de glória em glória. Nós
podemos crescer nessa glória, basta que tenhamos os olhos abertos para contemplar o Senhor.
Não pense que você é transformado por contemplar a si mesmo e se penalizar por todos os defeitos
que possui. Nada disso. O que você faz não define quem você é. Você é aquilo que Deus diz que
você é.
A glória é a própria imagem do Senhor. Na nova aliança você não é transformado pelo seu esforço,
nem pelo quanto se empenhou em cumprir a lei. Na nova aliança você é transformado sem esforço,
é algo que acontece de forma espontânea pelo poder de Deus. Tudo o que temos de fazer é
contemplar, ficar embevecido, deslumbrado, embasbacado diante da formosura do Senhor. Se você
contempla o Senhor da glória algo da sua glória é transmitido a você. É um pouco de glória hoje,
1
outro tanto amanhã, até que sejamos completamente tomados pela plenitude de Deus.

Em Marcos 4 Jesus disse:

“o reino de Deus é assim como se um homem lançasse a semente à terra; depois, dormisse e se
levantasse, de noite e de dia, e a semente germinasse e crescesse, não sabendo ele como. A terra
por si mesma frutifica: primeiro a erva, depois, a espiga, e, por fim, o grão cheio na espiga” (Mc.
4:26-28).
A terra é o seu coração e a semente é a palavra de Deus. A sua parte é só plantar, dormir e acordar,
dormir e acordar, até que a semente da Palavra germine para a vida eterna.
Basta apenas ser semeado, pois não é o seu esforço que vai produzir mudança. Ninguém vai se
gloriar diante de Deus naquele dia dizendo “Eu me esforcei, trabalhei muito e me disciplinei por
isso fui transformado. Ninguém poderá dizer isso.
O testemunho de todo salvo será completamente diferente, pois dirão: “ eu nem sei como aconteceu.
Eu acordei e estava diferente!” Esse é o cristianismo do Novo Testamento, não é fruto seu, é fruto
do Espírito de Deus. Não é obra sua, é obra do poder de Deus. Não é você que faz, é Ele que vai
realizar.

A FÉ CORRETA PRODUZ O COMPORTAMENTO


CORRETO
As pessoas estão acostumadas a pensar no cristianismo como uma religião, mas o cristianismo não
é uma religião. Evidentemente nós falamos para as pessoas de fora como se fosse uma religião
para que elas possam entender, mas a verdade é que o cristianismo não é uma religião.
Cristianismo é crer corretamente. Não é antes de tudo uma questão de comportar corretamen- te,
mas crer corretamente. Evidentemente teremos um comportamento correto, mas apenas como
resultado de crer corretamente.

Uma crença errada sempre vai produzir um comportamento errado. Costumo dizer que não existe
teologia neutra, pois aquilo que cremos sempre vai produzir um estilo de vida como resultado.
Dessa forma se queremos ser transformados precisamos mudar a nossa crença. Esse processo de
mudança de crença é uma mudança de mente que a Palavra de Deus chama de arrependimento. A
palavra arrependimento no grego é metanóia que literalmente significa mudança de mente, mudança
de ideia.

Viva no arrependimento
O que é o arrependimento genuíno? O arrependimento verdadeiro é uma questão de mudança de
mente. É uma mudança radical de entendimento e opinião. Quando renovamos a nossa mente com a
Palavra de Deus estamos nos arrependendo.

Em Lucas 15 o Senhor contou uma parábola para ilustrar o arrependimento.


1
Então, lhes propôs Jesus esta parábola: Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas
e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu,
até encontrá-la? Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo. E, indo para casa, reúne os
amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida.
Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por
noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento. Lc. 15:3-7

A parábola das cem ovelhas é uma ilustração do verdadeiro arrependimento. Mas é interessan- te
que nada nos é dito sobre a ovelha, senão unicamente sobre o pastor. É o pastor que sai para
procurar a ovelha, é o pastor que deixa as outras noventa e nove no aprisco, é o pastor quem a
coloca nos ombros e a carrega e depois é o pastor quem se alegra com os amigos.
Onde fica a ovelha nessa história? Não é a ovelha que precisava do arrependimento? A única atitude
da ovelha foi a de se deixar ser levada de volta para casa. Ela simplesmente se entregou ao pastor. O
Senhor disse que esse é o verdadeiro arrependimento.
Para se permitir ser levada a ovelha precisa reconhecer que está perdida. Ela precisa perceber o
amor do pastor e desejar voltar para casa. O resto do trabalho é do pastor e o pastor aqui é o próprio
Senhor Jesus.

É interessante ler na palavra de Deus que Judas se arrependeu depois de ter traído a Jesus.
Certamente foi mais um tipo de remorso do que arrependimento, mas a ele devolveu as moedas e
reconheceu que tinha traído sangue inocente. Apesar disso ele se perdeu porque tomou a justiça
sobre si mesmo e se enforcou. Podemos dizer que ele não se permitiu ser levado pelo bom pastor.
Ele se enforcou pendurado numa árvore sem saber que poucas horas depois o filho de Deus seria
pendurado no madeiro para salvá-lo (Mt. 27:3-5).
No Velho Testamento os Ninivitas se arrependeram porque Jonas disse que a cidade seria destruída
em três dias. Mas no Novo Testamento é a bondade de Deus que nos conduz ao arrependimento.
Foi o olhar amoroso de Jesus que conduziu Pedro ao arrependimento.
Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade
de Deus é que te conduz ao arrependimento? Rm. 2:4

Observe que Pedro somente chorou depois que viu o olhar de Jesus. Assim não foi o choro de
Pedro que atraiu o amor de Deus, mas na verdade foi o amor de Jesus que o levou a chorar (Mt.
26:75).

No Velho Testamento o homem tinha que se arrepender primeiro e então Deus o abençoaria, mas
no Novo Testamento nós provamos primeiro o amor de Deus e então nos arrependemos.
O arrependimento envolve a tristeza segundo Deus pelo pelo pecado, mas é mais do que isso, é
uma mudança de opinião em relação a si mesmo e a Deus.

Em relação a nós mesmos precisamos reconhecer o pecado da justiça própria. O arrependi- mento
segundo o evangelho é abandonar a ideia de que possímos algum merecimento. O arrependi- mento
na verdade é um arrependimento de obras mortas. É reconhecer que boas obras, moralidade ou
sacrifícios religiosos não podem salvar.

Viva pela justiça de Cristo


Pedro cometeu o mesmo pecado de traição de Judas, mas ele se permitiu ser amado pelo Senhor.
Muitos são como Judas que querem fazer justiça punindo a si mesmos pelos próprios pecados.
1
Quando fazemos isso estamos simplesmente andando pela justiça própria. A mãe de todos os
pecados é a justiça própria.

O Senhor Jesus amaldiçoou a figueira porque ela simbolizava a justiça própria. Num tempo em que
deveria estar seca, aquela figueira estava verde como se tivesse fruto (Mc. 11:13-14). A primeira
menção de figueira na palavra de Deus é quando Adão e Eva tomaram das suas folhas e fizeram
roupas para si. As cintas tipificam as obras humanas tentando se justificar diante de Deus (Gn. 3:7).
Amaldiçoe a justiça própria em sua vida. Renuncie e toda justiça própria diante de Deus e se
aproprie da justiça que vem de Cristo.

Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também,
por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos. Rm. 5:19
Nós nos tornamos pecadores por causa do pecado de um único homem. Você não é pecador por
causa de seus próprios pecados, ainda que você certamente os tenha, mas você é pecador porque
herdou a natureza de Adão.

Isso pode soar injusto para você, uma vez que não nos parece razoável ser condenado pelo pecado
de um homem. Mas Deus mostra a sua justiça nos fazendo justos por causa da obediência de um só
homem. Você se tornou justo por causa da obediência de Cristo. Do mesmo modo que você herdou
o pecado de Adão, agora você herda a justiça de Cristo.

No tempo em que você era pecador você certamente fazia boas obras como dar comida aos pobres,
ajudar os enfermos e coisas assim. Essas boas obras o faziam justo diante de Deus? Certa- mente
que não. Você ainda era um pecador. Existem pecadores decentes e existem pecadores realmente
malignos. Mas são todos pecadores. Não adianta ficar medindo a iniqüidade dos pecadores porque
todos eles estão mortos e ninguém pode estar mais morto que outro. Todos necessitam igualmente
receber a vida de ressurreição.

O que o primeiro Adão fez foi tão poderoso que você não pode desfazer pelas suas próprias obras.
Entenda que as suas boas obras não podiam mudar o seu estatus de pecador. Quando você fazia
boas obras você ainda continuava sendo um pecador.

Mas, o mesmo princípio continua valendo depois que você recebe a justiça de Cristo. Uma vez que
recebemos a justiça já não somos mais pecadores. Ainda estamos sujeitos ao pecado e podemos
ainda pecar, mas não somos mais pecadores. O pecado não pode mais mudar a nossa posição de
justos. O poder do pecado não é maior que o poder da justiça de Cristo que nos foi dada.

Nunca julgue a sua posição pelo seu comportamento, mas sempre julgue o seu comportamento
baseado na sua posição. A sua posição é que você é justo em Cristo, então declare que o seu
compor- tamento errado é agora inadequado para alguém justo como você. Mas nunca faça o
contrário, não rejeite a sua posição de justo porque você pecou.

Isso não é um tipo de licença para pecar. Em primeiro lugar porque a força do pecado não é a graça
e sim a lei. E também porque o pecado não tem mais domínio sobre aqueles que estão debaixo da
graça.

Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça. Rm.
6:14
1
O problema é que pensamos que somos justos apenas quando confessamos o nosso pecado.
Evidentemente devemos confessar quando pecamos, mas a confissão não nos faz justos, nós já
fomos feitos justos pelo sangue de Jesus.

Rejeite toda introspecção


Muitos ficam todo o tempo se analisando para ver acham alguma justiça neles mesmos, mas ao
fazerem isso caem na arapuca da introspecção. Ficar se olhando e se analisando o tempo todo
produz apenas angústia e morte. A introspecção é um tipo de justiça própria. É a carne tentando se
melhorar. É o homem pensando que pode se transformar pelo próprio braço.

O diabo procura nos levar a ficar ocupados conosco mesmos, nos olhando e nos analisando o
tempo todo. O resultado disso é sentimento de culpa, depressão, desânimo e incredulidade. Mas o
alvo de Deus é que olhemos para Cristo.

Quanto mais olhamos para Cristo e nos esquecemos de nós mesmos, mais somos cheios de vida e
também somos transformados de glória em glória. Precisamos entender que é a justiça dele que
nos faz justos e não o nosso próprio bom comportamento e boas obras.

O diabo sempre nos dirá: “olhe para você. Você não obedeceu o suficiente. Como você pode crer
em Deus para receber cura? Como você pode crer em Deus para prosperidade? Você desobede-
ceu. Você já não é mais justo diante de Deus”. É nesse momento que precisamos trazer todo
pensamento à obediência de Cristo.

Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir
fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e
levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo. II Cor. 10:4-5

Não é que nós trazemos o nosso pensamento para obedecer a Cristo. Não é isso que o texto diz. É
trazer todo pensamento à obediência de Cristo. A obediência é de Cristo e porque ele obede- ceu eu
fui feito justo pela fé. Agora toda fortaleza maligna é quebrada por causa da obediência de Cristo.

Descanse no seu representante


O diabo é o acusador. Quando você obedece ele diz que você não obedeceu o suficiente e quando
você desobedece ele lhe condena. Mas precisamos ter em mente que assim como Cristo é nós
somos nesse mundo.

Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois,
segundo ele é, também nós somos neste mundo. I Jo. 4:17
Depois que foi assunto ao céu o Senhor se tornou o nosso sumo-sacerdote. E o que ele está fazendo
agora? Hebreus 1:3 diz que depois que o Senhor fez a purificação dos pecados ele se assentou à
destra da majestade nas alturas. Ele se assentou porque a sua obra está completa. Ele está sentado
como sumo-sacerdote por causa de nós.
O profeta fala de Deus aos homens, mas o sacerdote fala dos homens a Deus (Hb. 5:1). O sacerdote
representa o homem diante de Deus. É claro que o Senhor Jesus também é profeta, mas ele está
sentado como sumo-sacerdote em nosso favor. Ele nos representa diante de Deus.
1
Porque todo sumo sacerdote, sendo tomado dentre os homens, é constituído nas coisas
concernentes a Deus, a favor dos homens, para oferecer tanto dons como sacrifícios pelos pecados.
Hb. 5:1
Deus sempre trabalha com representantes. Quando Davi venceu a Golias, a vitória de Davi foi a
vitória de todo o Israel. Não era necessário que todo o Israel lutasse, eles tinham um representante.
O mesmo princípio se aplicava ao sacerdote. Ele representava todo o povo diante de Deus.

Em Israel havia um dia do perdão nacional, era chamado de dia da Expiação. Nesse dia o sumo
sacerdote entreva no santo dos santos do Temnplo para fazer a expiação dos pecados da nação.
Se o sacerdote entrasse no santo dos santos e caísse morto ali, ele seria arrastado para fora e toda a
nação saberia que Deus os havia rejeitado. Eles agora teriam um ano ruim com derrota para os
inimigos, seca e fome. Mas quando o sumo-sacerdote saía do santo dos santos vivo, ele erguia a sua
mão para abençoar a nação e agora eles sabiam que Deus os havia aceitado e eles teriam um grande
ano com chuva e abundância. O que Deus estava dizendo é que se o seu sumo-sacerdote é bom,
você estará bem. Se o sumo sacerdote é aceito, você é aceito também.

Mas o que acontecia naquele tempo é que os bons sumo-sacerdote envelheciam e morriam. É por
causa disso que a segurança no Velho Testamento não era permanente. Aquele bom sumo-
sacerdote ficava velho e as pessoas olhavam temerosas para o seu filho que o sucederia e que não
tinha um bom comportamento. Mas agora nós temos um sumo-sacerdote que vive para sempre.
Quando o sumo-sacerdote é aceito nós somos aceitos também e hoje o nosso sumo-sacerdote é
Jesus.

João diz que como ele é nós somos nesse mundo (I Jo. 4.17). Se ele é aceito por Deus, nós também
somos aceitos. Se ele é justo, nós também somos justos. Se ele é saudável, nós também somos nesse
mundo. Se ele é próspero, nós também somos. Se ele está debaixo do favor de Deus, nós também
estamos.

Sei que são afirmações poderosas que eventualmente são confrontadas pelas nossas circuns- tâncias.
Se você está doente, lembre-se que a sua doença é um fato, mas a verdade é maior que o fato. É um
fato que você está enfermo, mas a verdade é que Cristo já levou na cruz nossas doenças. Fique com
a verdade e rejeite o fato. O fato é momentâneo, mas a verdade é eterna.
No Velho Testamento o sumo-sacerdote tinha que usar uma roupa especial e uma mitra na cabeça.
Cada peça do vestuário do sacerdote tem uma maravilhosa relação com a redenção. Mas na frente
de sua testa tinha uma placa de ouro escrita: “santidade ao Senhor”. Qual o ensino espiritual aqui?
A resposta está em Êxodo 28:38.

E estará sobre a testa de Arão, para que Arão leve a iniqüidade concernente às coisas santas que
os filhos de Israel consagrarem em todas as ofertas de suas coisas santas; sempre estará sobre a
testa de Arão, para que eles sejam aceitos perante o SENHOR. Ex. 28:38

Essa placa indicava que os pensamentos do sumo-sacerdote deveriam ser sempre santos ao Senhor.
Muitos não sabem, mas mesmo nos momentos de adoração existe iniqüidade em nossa ministração.
Mesmo naqueles momentos que pensamos desfrutar da mais doce intimidade, ainda existe pecado
ali. Mas não precisamos parar a adoração preocupados, pois o nosso sumo-sacerdote, Cristo, traz na
sua mente a santidade ao Senhor para que nós sejamos aceitos diante de Deus. Desde que os
pensamentos de Cristo sejam santos, então nós seremos sempre aceitos diante de Deus. Lembre-se
que ele é o nosso representante.
1
O padrão não era: “se os seus pensamentos forem santos, então você será aceito”. Em vez disso
Deus diz que uma vez que os pensamentos do sumo-sacerdote sejam santos, nós seremos aceitos.
Como Cristo é eternamente santo, nós seremos para sempre aceitos diante de Deus.

Temos um sumo-sacerdote que se compadece de nós e intercede por nós. Você sabe porque Deus
escolheu Arão e não Moisés para ser o sumo-sacerdote? Isso é curioso porque Moisés era o
libertador, o homem que falava com Deus face a face. Mas ainda assim Deus escolheu Arão. Eu
creio que a razão disso é que Moisés nunca tinha sido escravo como o povo. Enquanto todo o povo
sofria debaixo da escravidão, Moisés estava no palácio de faraó. Ele então não podia se identificar
com o povo. Por outro lado Arão sofreu junto com o povo. O sumo-sacerdote precisa ser alguém
que se identifica com o seu povo. Essa é a razão porque Cristo se fez homem, para ser o nosso
sumo- sacerdote. Ele nos compreende e nos ama porque se fez como nós.

Pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da
água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima. Ap. 7:17

Quem nos apascenta não é grande pastor, mas o Cordeiro. Ele se fez cordeiro para que pudesse se
compadecer de nós e interceder por nós diante do Pai. É claro que ele é o Supremo pastor, mas ele
só é supremo porque também é um cordeiro.

Creia corretamente e seja transformado


Como já disse anteriormente, Cristianismo é uma questão de crer corretamente. Não é antes de tudo
uma questão de se comportar corretamente, mas crer corretamente. Evidentemente teremos um
comportamento correto, mas apenas como resultado de crer corretamente.

Crer corretamente é importante porque todo comportamento é resultado de uma crença. Uma crença
errada sempre vai produzir um comportamento errado. Não existe crença neutra, pois aquilo que
cremos sempre vai produzir um estilo de vida como resultado.

Se você está ansioso, por exemplo, isso é um sinal de que há uma crença errada na sua vida. Se a
pessoa acredita que Deus somente a abençoará se ela for merecedora, ela será tomada de muita
ansiedade no meio de um problema, pois teme que não seja boa o suficiente para merecer a bênção
de Deus. Mude sua crença sobre o Pai e a ansiedade desaparece.

O filho pródigo saiu de casa e caiu no pecado, mas por fim ele voltou para casa e o pai o recebeu
com mais graça. Foi assim porque é a bondade de Deus que nos conduz ao arrependimento e não o
seu juízo.

Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade


de Deus é que te conduz ao arrependimento? Rm. 2:4

Mas o irmão do filho pródigo ficou do lado de fora da festa. Porque ele se recusou a entrar? Ele
disse ao seu pai: “Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me
deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos...” (Lc. 15:29). É possível estar
próximo do pai e ainda assim distante. Aquele filho estava longe morando dentro de casa e tudo isso
porque tinha uma fé errada. Ele tinha uma crença errada de como se relacionar com o seu Pai.
1
Verdade e graça
Uma crença errada é aquela que não está de acordo com a verdade. Mas o que é verdade? A
resposta a essa pergunta tem o poder de transformá-lo. A verdade é o evangelho da graça.

O presbítero ao amado Gaio, a quem eu amo na verdade. Amado, acima de tudo, faço votos por
tua prosperidade e saúde, assim como é próspera a tua alma. Pois fiquei sobremodo alegre pela
vinda de irmãos e pelo seu testemunho da tua verdade, como tu andas na verdade. Não tenho
maior alegria do que está, a de ouvir que meus filhos andam na verdade. III Jo. 1:1-4

João diz no verso primeiro de sua terceira epístola que ele amava o irmão Gaio na verdade. Depois
fala do testemunho na verdade e depois diz de sua alegria de saber que seu discípulo anda na
verdade.
É porque ele anda na verdade que a alma dele é próspera e saudável. Saúde e prosperidade
procedem da verdade.
João diz que a lei foi dada por intermédio de Moisés; mas a graça e a verdade vieram por meio de
Jesus Cristo (Jo. 1:17). Observe que graça e verdade andam juntas. Cristo é tanto a verdade quanto
ele é a graça. Se queremos desfrutar da graça precisamos andar na verdade.

A verdade está do lado da graça e não do lado da lei. Observe que os fariseus sabiam a Torá de cor,
mas mesmo assim desconheciam a verdade. Jesus disse que se eles conhecessem a verdade eles
seriam libertos. Disso concluímos que a Lei não é a verdade (Jo. 8:32).
Hoje muitos desejam viver segundo os preceitos da lei julgando com isso ensinar a verdade, mas
isso é um erro. A verdade vem apenas acompanhada da graça.
Quando Pedro, temendo os judaizantes de Jerusalém, se apartou da comunhão com os irmãos
gentios em Antioquia, Paulo o resistiu dizendo que ele não procedia corretamente segundo a
verdade do evangelho (Gl. 2:14). Observe que a verdade também vem junto com o evangelho, e o
evangelho é a graça de Deus (At. 20:24). A verdade é o evangelho da graça.

Quando, porém, vi que não procediam corretamente segundo a verdade do evangelho, disse a
Cefas, na presença de todos: se, sendo tu judeu, vives como gentio e não como judeu, por que
obrigas os gentios a viverem como judeus? Gl. 2:14

Precisamos compreender que nossa fé determina nossa conduta. Se a nossa fé está baseada na
verdade, então teremos um comportamento condizente. Quando realmente cremos na verdade, nós a
praticamos.
Você somente pode dizer que crê na Palavra se você a pratica. Quando você realmente crê, então
você pratica. As pessoas, por exemplo, dizem que acreditam no dízimo, mas elas dão o dízimo?
Não? Então elas realmente não acreditam. Você somente pode dizer que crê no evangelho se vive
pela graça e não pela lei.
Gostaria de colocar sete princípios para compreendermos como a mudança de crente produz a
transformação da alma.

Todo comportamento é baseado em uma crença


1
Precisamos ter muito cuidado com aquilo que cremos, pois aquilo em que acreditamos sempre vai
gerar em nós um comportamento. Na verdade nossas ações são o fruto de nossa crença, o conteú-
do do que cremos. Se cremos de maneira errada o resultado será um comportamento errado. Não
adianta tentar mudar o comportamento sem primeiro mudar a crença que o apóia.
Não existem doutrinam neutras ou teologias neutras. Tudo aquilo em que cremos vai afetar o nosso
comportamento. Se a sua vida cristã não tem avançado é porque há algum ensino errado. Há alguma
convicção em desarmonia com a verdade do evangelho.

Atrás de cada pecado há uma mentira que eu acredito


O velho ditado é verdadeiro: “Semeie um pensamento e colha um ato; semeie um ato e colha um
hábito; semeie um hábito e colha um caráter; semeie um caráter e colha um destino.” Veja que
tudo começa na mente, assim se queremos mudança precisamos primeiro mudar nossas crenças na
mente.

Romanos 12:2 diz que somos transformados pela renovação da nossa mente. A maneira como
você pensa determina a maneira como você se sente, e os seus sentimentos vão determinar os seu
comportamento.

As pessoas ficam focadas nas suas emoções acreditando que o problema é a emoção. Mas isso é
um erro. As emoções são apenas o resultado de um pensamento. As emoções são mudadas e até
desaparecem se mudarmos o pensamento que a está produzindo.
Também não adianta tentar mudar o comportamento diretamente, é preciso mudar primeiro o
pensamento ou a crença que o apóia. Se a crença não é mudada inevitavelmente o comportamento
retorna.

A forma como Deus nos transforma é pela Palavra. Como renovamos a nossa mente usando a
palavra? Simplesmente recebendo-a em nosso coração como a verdade de Deus.
A primeira maneira de recebermos a Palavra é ouvindo-a. Quando ouvimos a Palavra estamos
renovando a nossa mente e desta forma nos submetendo a uma mudança metabólica.

Mudar a mente é mudar crenças


Para ajudar as pessoas a mudar, você tem que ajudá-las a ver a mentira em que elas estão baseando
seu comportamento. Nós confrontamos a mentira mostrando-lhes a verdade. Jesus disse:
“Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32).

Nós somos transformados pela renovação da nossa mente. Apenas dizer às pessoas : “Você precisa
parar com esse comportamento... Você precisa parar de fazer isso ... Você precisa parar de fazer
aquilo...” Simplesmente não vai funcionar. Você tem que ajudá-las a mudar seu padrão de crença.

O termo bíblico para “mudança de mente” é “arrependimento”


O verdadeiro arrependimento é reconhecer que estávamos acreditando numa mentira e então
recebermos a verdade da Palavra de Deus.

O verdadeiro arrependimento nem é tanto do pecado, mas da crença que o apoiava. É por isso que
1
Hebreus 6:1 fala do arrependimento de obras mortas. As obras mortas não são o comportamento,
mas a crença errada que o apoiava.

Por isso, pondo de parte os princípios elementares da doutrina de Cristo, deixemo-nos levar para o
que é perfeito, não lançando, de novo, a base do arrependimento de obras mortas e da fé em Deus.
Hb. 6:1
A maioria das pessoas pensa em arrependimento como algo relacionado apenas com a salvação.
Mas arrependimento vem do grego “metanóia” que significa mudança de mente.
O arrependimento é mudar a maneira como pensamos sobre algo, ao aceitar a maneira que Deus
pensa a respeito daquilo.

Usando uma expressão moderna, podemos dizer que arrependimento é uma “mudança de
paradigma”. Nós estamos no negócio de mudança de paradigma. Estamos no negócio de
arrependimento. Trabalhamos para que a mente das pessoas seja mudada num nível mais profundo,
o nível de crença e dos valores.

Você não muda a mente das pessoas, somente a Palavra de Deus o faz. Nós mesmos não mudamos
ninguém, mas a Palavra de Deus sendo liberada através de nós certamente pode mudar as pessoas.

I Coríntios 2:13 diz que nós falamos, não em palavra ensinadas pela sabedoria humana, mas
ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais.

Na pregação nós somos apenas o autofalante, mas a Palavra de Deus é a realidade que trans- forma
as pessoas. Por isso não tente mudar as pessoas, libere a palavra que tem poder para isso.

O Espírito do SENHOR fala por meu intermédio, e a sua palavra está na minha língua. II Samuel
23:2
Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos. Zacarias
4:6 RC

Mudança de comportamento é o fruto do arrependimento


O arrependimento não é realmente mudança de comportamento. Mudança de comportamento é o
resultado do arrependimento. O arrependimento não significa em primeiro lugar abandonar o
pecado, mas significa simplesmente mudar de idéia, de pensamento e de crença.

João Batista disse em Mateus 3:8 que devemos produzir frutos dignos de arrependimento. Em
outras palavras, você pode dizer ao irmão: “Ok, você mudou de idéia sobre Deus, sobre a vida,
sobre o pecado e sobre si mesmo, agora vamos ver alguns resultados disso”.

Toda semana , eu tento comunicar a Palavra de Deus de tal forma que as pessoas mudem a sua
forma de pensar. A palavra “arrependimento” assumiu uma imagem negativa, por isso eu raramente
a uso, mas a verdade é que eu prego arrependimento todas as semanas.
O arrependimento é a mensagem central do Novo Testamento. João Batista pregou o
arrependimento para entrar no reino.
Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus. Mateus 3:2
Jesus disse: “Arrependei-vos e crede no Evangelho”
1
O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho.
Marcos 1:15
Jesus mandou que seus discípulos saíssem e pregassem o arrependimento
Então, saindo eles, pregavam ao povo que se arrependesse. Marcos 6:12
No dia de pentecostes o que Pedro pregou? “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em
nome de Jesus Cristo”
Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo
para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Atos 2:38

Para sabermos em que uma pessoa crê basta observarmos suas palavras e
ações
As palavras fluem de nossas crenças e convicções. Por isso precisamos mudar a nossa confissão
quando mudamos a nossa crença.

A confissão não é para gerar uma realidade, mas para reafirmá-la e fortalecê-la. Você não confessa
que é justo a fim de se tornar justo. Você confessa que é justo porque já é justo. Esta é a sua
realidade por causa do sangue de Jesus que o justificou. Isso deve ser aplicado a todas as verdades
espirituais. Você já é rico porque Ele se fez pobre para que pela sua pobreza nos tornássemos ricos
(II Cor. 8:9). Nós confessamos a verdade para ficarmos mais conscientes da sua realidade.

4
1
Operações do
Espírito Santo

O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO
SANTO
O tema do livro de Atos é a expansão do corpo de Cristo pelo Espírito por meio do testemunho dos
discípulos. Expansão do corpo de Cristo é a expansão do próprio Cristo através da Igreja.
Todavia essa expansão, deve acontecer por meio da unção do Espírito na vida dos discípulos. Daí o
Senhor dizer para que os discípulos esperassem até que fossem revestidos do poder do alto.
O revestimento de poder aconteceu por meio do derramamento do Espírito, no batismo no Espírito
Santo.

Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente, veio do
céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E
apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles.
Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito
lhes concedia que falassem.

Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo
do céu. Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade,
porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua. Estavam, pois, atônitos e se admiravam,
1
dizendo: Vede! Não são, porventura, galileus todos esses que aí estão falando? E como os ouvimos
falar, cada um em nossa própria língua materna?
Todos, atônitos e perplexos, interpelavam uns aos outros: Que quer isto dizer? Outros, porém,
zombando, diziam: Estão embriagados! At. 2:1-8 e 12-13

No dia de pentecostes
O dia de Pentecostes era o quinquagésimo dia depois da ressurreição do Senhor. A palavra
Pentecostes significa quinquagésimo.
O Senhor foi crucificado na Páscoa (Jo. 19:14). O Pentecostes era o quinquagésimo dia contado a
partir do dia seguinte ao sábado da Páscoa (Lc. 23:54 a 24:1).
O Pentecostes era ainda chamado festa das semanas (Dt. Dt. 16:10), por que acontecia sete semanas
depois da Páscoa e a festa da colheita (Ex. 23:16).
Jesus morreu numa sexta-feira às três horas da tarde e na própria sexta-feira foi sepultado.
Segundo a forma dos judeus contarem os dias, a sexta foi o primeiro dia de sua morte, o sábado foi
o segundo e o domingo, quando ele ressuscitou, foi o terceiro.
Levítico 23:15-16 diz que os 50 dias do Pentecostes deveriam ser contados a partir do dia seguinte
ao sábado da Páscoa (Lv. 23:15-16). Sendo assim tanto a ressurreição quanto o Pentecostes
aconteceram no domingo.

A festa do Pentecostes era também chamada festa da colheita e simboliza o rico produto gerado pela
ressurreição de Cristo. No Pentecostes temos o suprimento completo de Deus para todas as nossas
necessidades, o Espírito Santo enviado para ser o nosso poder e a nossa vida.
Como todas as verdades da Palavra de Deus, o sentido espiritual do Pentecostes tem dois lados: por
um lado somos feitos lavoura de Deus a ser colhida no arrebatamento e por outro lado
somos feitos ceifeiros revestidos de poder para colher a seara madura das almas no mundo.
Gálatas 3:14 diz que a bênção mais importante do evangelho não é o céu e nem o perdão dos
pecados, mas é o Espírito Santo vindo para habitar em nós, nos encher e ser a nossa vida e poder.

O Espírito Santo é o próprio Deus habitando dentro do homem. Ele é o selo da propriedade de Deus
sobre nós, e é o penhor e antegozo da glória futura. Esse é o mistério oculto dos séculos e das
gerações, Cristo morando dentro de nós pelo Espírito Santo.

Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos,
pela fé, o Espírito prometido. Gl. 3:14

Um vento impetuoso
Depois da sua ressurreição o Senhor soprou o Espírito sobre os discípulos. O Espírito como sopro
aponta para o Espírito Santo como vida.

E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Jo. 20:22
Por outro lado o vento impetuoso que encheu a casa aponta para o Espírito como revestimento de
poder.
1
São duas experiências distintas. A primeira experiência aponta para o novo nascimento, a
regeneração, que acontece no dia da nossa conversão quando recebemos o Senhor. A segunda
experiência aponta para o batismo no Espírito Santo quando o fogo de Deus nos enche de poder
para testemunhar.

Precisamos ver claramente a diferença entre o sopro em João 20 e o vento em Atos 2. O sopro em
João 20 visa a vida e o vento em Atos 2 visa o revestimento de poder.

Alguns pensam que o sopro de João 20 não era um fato, mas uma representação que se cumpriu 50
dias depois no dia de Pentecostes. Tal conceito está errado.

Em João o Espírito é comparado à água para beber (Jo. 4:14; Jo. 7:37-39). Mas em Lucas e em
Atos que são um único volume, o Espírito é comparado à roupa que vestimos.

Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais
revestidos de poder. Lc. 24:49
A água é para a vida interior e a roupa é para a obra exteriormente. Nós podemos ilustrar isso com
um policial. Quando ele se levanta ele precisa de beber ou comer algo para ter força. Isto é
representado pelo Espírito como vida. Mas ele precisa de colocar o uniforme para ter autoridade. O
uniforme é o Espírito como poder.

Ter apenas a vida não garante autoridade. Há muitos crentes que de fato são nascidos de novo, mas
que não possuem autoridade para testemunhar porque não são cheios do Espírito. Depois de ser
revestido com o uniforme do Espírito Pedro pôde se levantar a falar com autoridade.
Devemos rejeitar todo ensinamento errado sobre o Espírito Santo. O sopro é para vida e o vento é
para o mover. O sopro nos dá vida, mas o vento nos dá poder e autoridade.

Do ponto de vista de nossa experiência talvez não percebamos diferença nenhuma, mas duas
palavras no grego são traduzidas como encher no texto. No verso 2 diz que um vento encheu a
casa, aqui o verbo usado é pleróo que significa encher por dentro. Depois no verso quatro diz que
todos ficaram cheios do Espírito. A palavra usada aqui para cheio é plethó que significa ser cheio
por fora.

Todo crente precisa experimentar os dois aspectos do Espírito Santo. Mesmo o Senhor Jesus
experimentou isso. Ele era nascido do Espírito (Lc. 1:35, Mt. 1:18 e 20) e também foi ungido com
o Espírito Santo (Mt. 3:16; Lc. 4:18). Ele tinha o Espírito como vida e como unção.
Lamentavelmente há muitos que possuem a vida, porém negligenciam a unção do Espírito.
Mas você nesses dias será cheios do Espírito Santo e do poder.

Línguas de fogo
Atos diz que línguas de fogo pousaram sobre cada um deles. A língua é um símbolo da fala, o
que denota que o Espírito como poder é principalmente para falar. Ele é o Espírito que fala.
O fogo simboliza o poder ardente que há no mover de Deus para purificar e motivar.
1
A passaram a falar em outras línguas
Ainda que os homens entendiam o que os Apóstolos proferiam, as línguas podem apenas ser
interpretadas e não traduzidas. Nem sempre as línguas são dialetos como em Atos, mas podem ser
ininteligíveis como I Coríntios 12 a 14.
Paulo chamou as línguas de línguas dos anjos e gemidos inexprimíveis.

Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que
soa ou como o címbalo que retine. I Cor. 13:1
Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar
como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.
Rm. 8:26
É um princípio de Deus que as realidades e experiências espirituais têm manifestações naturais e
físicas em nossas vidas. Por exemplo:
Quando somos cheios do amor de Deus, ele se revela por um amor aos irmãos.
Os pensamentos dos nossos corações são expressos pelas nossas palavras.
O verdadeiro arrependimento é expresso pelo batismo nas águas e confissão pública de fé.
E o recebimento do Espírito é manifesto pelo falar em línguas.
Há uma diferença entre línguas como a evidência inicial do batismo do Espírito Santo e o falar em
línguas como o “dom de línguas”.

Todos os casos no livro de Atos onde se mostra alguém recebendo o batismo no Espírito Santo
mostram que as pessoas falaram em línguas ao receberem o Espírito. Os exemplos bíblicos nos
mostram que todos deveriam falar em línguas ao receberem o Espírito.

O exemplo do dia de Pestecostes


Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito
lhes concedia que falassem. Atos 2:4.
O exemplo dos Samaritanos
Então, lhes impunham as mãos, e recebiam estes o Espírito Santo. Vendo, porém, Simão que, pelo
fato de imporem os apóstolos as mãos, era concedido o Espírito Santo, ofereceu-lhes dinheiro,
propondo: Concedei-me também a mim este poder, para que aquele sobre quem eu impuser as
mãos receba o Espírito Santo. Atos 8:17-19.
O exemplo de Paulo
Então, Ananias foi e, entrando na casa, impôs sobre ele as mãos, dizendo: Saulo, irmão, o Senhor
me enviou, a saber, o próprio Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas, para que
recuperes a vista e fiques cheio do Espírito Santo. Atos 9:17.
Dou graças a Deus, porque falo em outras línguas mais do que todos vós. I Cor. 14:18
O exemplo de Cornélio
Ainda Pedro falava estas coisas quando caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a
palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, que vieram com Pedro, admiraram-se, porque também
1
sobre os gentios foi derramado o dom do Espírito Santo; pois os ouviam falando em línguas e
engrandecendo a Deus. Atos 10:44-46.
O exemplo de Éfeso
Perguntou-lhes: Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes? Ao que lhe
responderam: Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que existe o Espírito Santo. Então, Paulo
perguntou: Em que, pois, fostes batizados? Responderam: No batismo de João. Disse-lhes Paulo:
João realizou batismo de arrependimento, dizendo ao povo que cresse naquele que vinha depois
dele, a saber, em Jesus. Eles, tendo ouvido isto, foram batizados em o nome do Senhor Jesus. E,
impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como
profetizavam. Atos 19:2-6.
Na maioria destes casos, é bem óbvio que eles não se submeteram às instruções do Senhor naquilo
que se refere à maneira com que as línguas deveriam ser usadas para edificarem a igreja.
Todos eles, por exemplo, falaram ao mesmo tempo. I Coríntios 14:6,23 e 27 nos mostra que isto
está em desordem na igreja. Além disso, não havia interpretação, o que I Coríntios 14:5 e 28
revelam como sendo impróprio também na reunião da igreja.

Todavia, Paulo mostra que há também um falar em línguas dentre os vários dons que foram dados
à Igreja para o ministério do Corpo. (I Cor. 12:10 e 30 além de 14:5 e 26). Nesse caso deve haver
interpretação. Dom de linguas mais interpretação será igual a profecia.
Foi a confusão destes dois, aliás, que Paulo procurou corrigir na Igreja de Corinto. Alguns vinham
às reuniões e falavam em línguas demasiadamente, sem nenhuma interpretação, produzindo abusos
e confusão.

Assim, Paulo esclareceu este problema mostrando que na reunião da Igreja cada pessoa deveria
procurar edificar o Corpo ( I Cor. 14:12); e que as mensagens em línguas dadas na reunião
deveriam ser interpretadas para que todos pudessem ser edificados (I Cor. 14:5 e 28).

Paulo esclarece, no entanto, que ele não está se referindo ao uso privado de línguas, nas orações e
louvor deles ao Senhor (Ver I Cor. 14:4,15,18 e 19). A isto ele chama de “orar no Espírito” e
“cantar no Espírito” (Vs. 15) e confirma o fato de que deveríamos praticá-lo.

E os ouviam falar em sua própria língua


Existe um relação inegável entre o juízo de Deus em Babel quando ele confundiu as línguas e o
Pentecostes quando ele restaurou a comunicação entre os homens. Somente pelo Espírito podemos
nos fazer entender. A verdadeira comunicação ou comunhão somente pode ocorrer pelo Espírito.

Em Babel Deus destruiu a edificação maligna e no Pentecostes ele começou efetivamente a sua
edificação na terra. Em ambos os casos as línguas foram um sinal.

Estão embriagados
E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei- vos do Espírito, falando
entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos
espirituais. Ef.5:18 e 19

Parece claro que os discípulos expressavam um comportamento que as pessoas confundiam com a
1
embriaguez. É por isso que Paulo manda que nos embriaguemos do Espírito em Efésios 5:18.

A experiência do batismo é apenas a primeira, o enchimento deve ser contínuo em nossas vidas.
Nós somos cheios do Espírito falando e louvando a Deus.

COMO RECEBER O BATISMO NO ESPÍRITO


SANTO
O meu propósito nessa lição é duplo. O primeiro é ajudar aqueles que ainda não foram batizados no
Espírito e o segundo é ajudar os crentes cheios do Espírito a orarem para que outros recebam o
Espírito Santo. Quaquer crente pode ajudar a qualquer um a receber a plenitude do Espírito.

Primeiro passo
Em primeiro lugar você precisa compreender que o Espírito Santo já lhe foi dado, basta agora
que o receba. Depois do pentecostes o Espírito não voltou para o Pai, antes ele permanece aqui
para encher a todos que o recebem. Se ele já nos foi dado agora basta receber.

Aconteceu que, estando Apolo em Corinto, Paulo, tendo passado pelas regiões mais altas, chegou a
Éfeso e, achando ali alguns discípulos, perguntou-lhes: Recebestes, porventura, o Espírito Santo
quando crestes? Ao que lhe responderam: Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que existe o
Espírito Santo. Então, Paulo perguntou: Em que, pois, fostes batizados? Responderam: No batismo
de João. Disse-lhes Paulo: João realizou batismo de arrependimento, dizendo ao povo que cresse
naquele que vinha depois dele, a saber, em Jesus. Eles, tendo ouvido isto, foram batizados em o
nome do Senhor Jesus. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto
falavam em línguas como profetizavam. At. 19:1-6
Observe que Paulo não orou pedindo o Espírito, mas ele orou para que os irmãos recebessem. Se
o Espírito já nos foi dado basta agora recebermos.

Ouvindo os apóstolos, que estavam em Jerusalém, que Samaria recebera a palavra de Deus,
enviaram-lhe Pedro e João; os quais, descendo para lá, oraram por eles para que recebessem o
Espírito Santo. At. 8:14- 15
Veja que primeiro os samaritanos receberam a Palavra de Deus, ou seja, foram salvos e nasceram
de novo. O Espírito só pode vir sobre aquele que foi salvo. Mas uma vez que foram salvos eles
agora receberam o Espírito. Se você é salvo pode então receber o poder do Espírito.

Segundo passo
Todo aquele que foi salvo, lavado pelo sangue do Cordeiro, está em condições de receber o Espírito
imediatamente. Não precisa esperar por mais nada.
1
Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais
apóstolos: Que faremos, irmãos? Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do
Espírito Santo. At. 2:37-38
Pedro diz que uma vez que recebemos o perdão dos pecados podemos agora receber o
Espírito Santo.
Há algumas pessoas que pensam que primeiro precisam ser perfeitas diante de Deus para só depois
receberem o Espírito. Mas se você consegue ser perfeito diante de Deus sem o Espírito, então você
não precisa dele.

Todo crente já recebeu o dom da justiça pela fé, já foi completamente purificado pelo sangue de
Jesus e portanto está qualificado para entrar no céu hoje. Se você crê que é salvo e pode entrar no
céu hoje, então você também está qualificado para receber hoje o céu dentro de você.
Infelizmente muitos ainda tentam merecer o favor de Deus. Não recebemos o Espírito porque
merecemos, mas por causa da justiça de Cristo que foi colocada em nós.

Os crentes da igreja de Corinto eram carnais e tinham muitos comportamentos errados, no entanto
Paulo orou para que eles fossem cheios do Espírito e eles receberam todos os dons ( I Cor. 1:7).
Evidentemente ele não estava apoiando a carnalidade, mas estava dando aos crentes aquilo que os
levaria a crescerem em Deus deixando a carne para trás.

Terceiro passo
Creia que quando você receber a imposição de mãos o Espírito Santo será derramado sobre
você.

Qualquer irmão pode orar por você. Não há necessidade de ser alguém com um título ou
cargo na Igreja. Todo crente pode orar para que outros recebam o Espírito. Isso, porém, não
significa que alguns não possam ser mais usados nesse ministério. Mas volto a dizer, qualquer
crente pode impor as mãos para ministrar o Espírito.

Na medida em que um irmão estiver orando por você com imposição de mãos comece declarar: “eu
estou recebendo o Espírito agora, nesse momento”. Todas as coisas de Deus são recebidas pela fé e
para a fé tudo é no presente, nesse momento (Hb. 11:1).

Você pode receber o batismo no Espírito sozinho em casa ou até mesmo durante a adoração no
culto, mas normalmente haverá alguém orando com imposição de mãos. Quando recebemos a
imposição de mãos o Espírito nos é ministrado.

Quarto passo
Esse passo é muito importante. Você precisa saber o que vai acontecer quando receber o Espírito
Santo. Isso é importante para que você não resista ao Espírito, mas entenda o que está acontecendo
quando Ele começar a se mover.

O Espírito Santo colocará palavras sobrenaturais nos seus lábios, mas que cabe a você pronunciar
essas palavras cooperando com o Espírito. Quem vai falar é você e não o Espírito Santo. É o
1
Espírito que concede que falemos, mas precisamos ter a iniciativa de falar.

Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito
lhes concedia que falassem. At. 2:4
Você precisa sempre lembrar que o Espírito Santo não toma domínio total sobre você forçando-o a
fazer alguma coisa. Mas você pode corresponder a ele e seguir a inspiração. A Bíblia não diz que é
o Espírito que fala em línguas, quam fala somos nós.

pois os ouviam falando em línguas e engrandecendo a Deus... At. 10:46


E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como
profetizavam. At. 19:6
Pois quem fala em outra língua não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e
em espírito fala mistérios.
O que fala em outra língua a si mesmo se edifica, mas o que profetiza edifica a igreja.
I Cor. 14:2 e 4
Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera.
I Cor. 14:14

Em todos esses textos vemos que o Espírito concede sobrenaturalmente o que falar, mas são as
pessoas que falam. Você precisa cooperar com o Espírito Santo. Falar em outras línguas não é
inteiramente você e nem é inteiramente o Espírito Santo. Falar em outras línguas é uma coopera-
ção entre você e o Espírito Santo.

Quinto passo
Se você percebe que há dentro de você alguma barreira ou temor é importante que você fale antes
de receber a ministração. Tais barreiras devem ser eliminadas para que você possa receber o
Batismo no Espírito Santo.

Em muitos lugares, por exemplo, há pessoas que ensinam que precisamos ter muito cuidado, pois
pode ser que recebamos alguma coisa falsificada em vez do Espírito. Mas isso é um absurdo, pois
o Senhor Jesus claramente disse que pedirmos pão não ganharenmos pedra, e se pedirmos peixe
não ganharemos uma cobra, Mas ele dá o Espírito Santo a todsos os que pedem.

Qual dentre vós é o pai que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir um peixe,
lhe dará em lugar de peixe uma cobra? Ou, se lhe pedir um ovo lhe dará um escorpião? Ora, se
vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o
Espírito Santo àqueles que lho pedirem? Lc. 11:11-13

Pode ter certeza que você não recebrá outra coisa se pedir ao Pai para ser cheio do Espírito.
Jesus usou serpentes e escorpiões como símbolos de demônios (Lc. 10:19). Se você ora pelo
Espírito o diabo não pode ter espaço. Mas o mesmo não se aplica ao ímpio, o não convertido.
Quando ele busca experiências místicas, ele atrai serpentes e escorpiões sobre si.

Mas se você é filho a promessa do Pai é que ele lhe dará o Espírito Santo. Por isso lança fora todo
medo e toda confusão.
1
Sexto passo
Nesse momento abra a sua boca e comece a usar as suas próprias cordas vocais, porque o Espírito
Santo lhe concederá o que falar. Não fale nenhuma palavra em seu próprio idioma agora.
Pronuncie audivelmente qualquer coisa que o Espírito lhe der para falar, independente de como
isso soa. Depois continue louvando a Deus com aquela palavra até que a língua se torne cada vez
mais fluente.

O Senhor Jesus disse em João 7:37 que se alguém tem sede deve vir a ele e beber. Em outras
palavras o Senhor disse que receber o Espírito é como beber água, ou seja, envolve o mesmo
princípio. Ninguém pode beber com a boca fechada. Quando abrimos a boca pela fé o Espírito
concederá que falemos.

Sétimo passo
Quando você começar a fluir em línguas ignore quem estiver perto de você. Não deixe ninguém
confundi-lo com instruções estranhas. Algumas pessoas às vezes produzem muita confu]são no
momento da oração.

As pessoas gostam de transformar em fórmula a sua própria experiência. Alguns receberam o


Espírito quando o pregador jogou água sobre ele e então concluem que precisam fazer isso tam-
bém com os outros. Já vi pessoas batendo no candidato gritando no ouvido dele: “morra para si
mesmo, irmão!” Há alguns que mandam a pessoa ficar repetindo alguma frase até receber. Já vi
muitos tipos de confusão. Eu sei que muitos receberam apesar dessas distrações, mas há muito
crente sincero que foi embora desapontado com a confusão. Não permite que coisas assim o
distraiam.

Ser cheio do Espírito é a coisa mais importante da sua vida. Isso será o centro de toda a sua vida
cristã. Lembre-se que essa é apenas a primeira vez, mas de agora em diante você pode ser
cheio do Espírito continuamente.

SEJA CHEIO DO ESPÍRITO SANTO


A vida cristã não é uma série de proibições impostas, mas um grande privilégio oferecido.
Tudo o que entendemos da vida cristã somente é possível se formos cheios do Espírito. É o
Espírito que nos capacita a viver a verdade do Evangelho.

E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei- vos do Espírito, falando
entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais,
dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo,
sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo. Ef. 5:18-21
1
Seja completamente cheio do Espírito Santo
O verso 18 também poderia ser traduzido como: “E não vos embriagueis com vinho, mas enbriagai-
vos com o Espírito Santo”. Isto indica que deve existir algumas semelhanças entre aquele que está
bêbado e aquele que está cheio do Espírito.

Creio que a comparação que Paulo faz aqui é em função do que aconteceu no dia de pente- costes.
As pessoas pensaram que os discípulos estavam embriagados (At. 2:12 a 16). Eles assim concluíram
porque existem elementos de similaridades entre o enchimento do Espírito e a embriaguez com o
vinho.

A similaridade é a alegria, a desenvoltura sem timidez, a coragem, o rosto brilhante e uma grande
disposição. Todas essas coisas são momentâneas e superficiais na embriaguez.

A ordem bíblica é para que sejamos cheios do Espírito. Ser cheio do Espírito é diferente de ser
batizado no Espírito. Evidentemente o batismo inclui o enchimento, mas o batismo é o selo do
Espírito. Paulo está ordenando a aqueles que já foram selados (1:13 e 5:30) para agora serem
cheios. O selo ou batismo no Espírito acontece uma única vez. O ser cheio, por sua vez, é algo
que deve acontecer como um estilo de vida. Ser cheio do Espírito deve ser uma característica do
crente.

O batismo no Espírito Santo é algo definido que sabemos claramente quando recebemos. O seu
objetivo é dar-nos poder para testemunharmos do Senhor (At. 1:8).

Evidentemente quando somos batizados somos também cheios do Espírito, mas o ser cheio
mencionado aqui em Efésios 5 é algo contínuo. Na verdade o texto diz no original: “continuem
sendo cheios do Espírito”.

Pessoas podem ser cheias para realizar tarefas especiais como Bezaleel (Ex. 31:3). Ou João Batista
foi cheio do Espírito desde o ventre de sua mãe (Lc. 1:15). Nesses casos as pessoas foram cheias do
Espírito para realizarem uma tarefa especial. É um revestimento de poder com um propósito
específico.

Em Atos 2:4 lemos que os apóstolos foram cheios do Espírito, mas em 4:8 lemos que Pedro foi
novamente cheio do Espírito para falar diante das autoridades. Depois em 4:31 vemos que toda a
Igreja foi cheia do Espírito e tremeu o lugar onde estavam reunidos. A Igreja que já havia recebi- do
o batismo foi cheia do Espírito novamente. Ser cheio portanto é algo para ser repetido muitas vezes.

Em todas essas experiência o enchimento foi para um propósito específico, mas eu creio que há um
enchimento para a vida diária. É com respeito a esse enchimento que Paulo está falando em Efésios
5:18.
Um exemplo disso é a descrição que se faz de Estêvão como sendo um homem cheio do Espírito
em Atos 6:5. Não é que ele tenha tido uma experiência, mas a sua vida tinha essa característica.
Todavia no momento da sua morte ele recebeu um enchimento maior ao ponto de ter a face
resplandecente (At. 7:55).

A mesma descrição é feita a respeito de Barnabé, como sendo um homem cheio do Espírito (At.
11:24). Atos 13:52 diz que todos os discípulos estavam cheios de alegria e do Espírito Santo.
Permita ao Espírito Santo controlá-lo. A grande questão não é o quanto você possui do Espírito,
mas quanto o Espírito possui de você. A idéia aqui não é simplesmente ser cheio do Espírito, mas
1
ser controlado pelo Espírito de Deus. Estar embriagado é estar completamente debaixo da sua
influência.

Um enchimento contínuo
A expressão usada no original é: enchei-vos continuamente do Espírito. Encham-se e conti- nuem
se enchendo.

Todo crente precisa ser batizado no Espírito Santo e depois deve continuar se enchendo
continuamente do Espírito. Todavia eventualmente teremos enchimentos especiais para propósitos
especiais.

Precisamos também lembrar que o Espírito Santo não é uma coisa, mas uma pessoa. Assim como
encher-se de álcool é colocar-se sob a sua influência, ser cheio do Espírito é estar debaixo da
influência do Espírito. Aquele que está sob influência do vinho não pode mais controlar-se, o
mesmo acontece com aquele que está cheio do Espírito, ele é controlado pelo Espírito. Esse
contole não é que o Espírito nos domina, mas que nos impulsiona. Ganhamos coragem, ousadia e
fé.

Uma ordem
Não é apenas uma sugestão bíblica, mas uma ordem: encham-se do Espírito. Se é uma ordem
não se trata de uma experiência única e especial. Não precisamos sair procurando alguém para
nos encher, mas nós mesmos podemos e devemos nos encher do Espírito.

Assim como o homem controla se vai ou não ser cheio de vinho o crente controla se vai ou não
ser cheio do Espírito. Dessa forma o crente será julgado se for negligente nessa questão. Não por
acaso esse é exatamente o tema da parábola das virgens. As virgens néscias não tinham azeite
transbordando.

O batismo no Espírito é a primeira experiência de enchimento e na maioria das vezes acon- tece
sem que estivéssemos buscando, mas o encher-se é algo que nos cabe fazer diariamente. O
encher-se não é uma experiência, mas um estilo de vida. Todavia podemos ter muitas
experiências com o Espírito Santo de Deus.

Devemos rejeitar toda a passividade


Sendo o enchimento do Espírito uma ordem, precisamos rejeitar toda passividade e buscar
ativamente o enchimento contínuo do Espírito. Crentes passivos ficam esperando ser cheios e
nunca o são, mas aqueles que ativam a sua vontade e disposição são cheios continuamente.

Falando, entoando e louvando


A maneira básica de sermos cheios do Espírito é falando. Mas não é um falar qualquer, é um falar
1
com Deus, de Deus, em Deus, para Deus. Esse falar é o fluir. A maneira de sermos cheios é fluindo.
Somos cheios do Espírito falando... Crie um ambiente espiritual falando de forma espiritual. O
que falamos em nossa casa, o que falamos a respeito de nosso cônjuge, a respeito de nós mesmos,
o que falamos para Deus, tudo isso nos enche do Espírito.

Nossas palavras atraem o Espírito de Deus ou o repele. Precisamos falar de forma positiva, otimista,
cheia de fé e para edificar sempre.

Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação,
conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. Ef. 4:29
O texto também diz que precisamos ter esse falar espiritual uns com outros e também junto com o
outro. Porque falamos entre nós.

Dando sempre graças por tudo a Deus


A gratidão enche do Espírito. A gratidão destrói a marca da rebelião que é o descontentamento e
senso de justiça própria e merecimento.

Mas uma coisa séria é dar graças por tudo, não apenas pelas coisas boas, mas por todas as coisas.
Somente podemos dar graças por tudo se enxergamos em tudo a mão do Senhor.
Provérbios diz que se reconhecermos o Senhor em todos os nosso caminhos, e ele endireitará as
nossas veredas (Pv. 3:6).

Gratidão nos fala de contentamento.


Gratidão nos fala de humildade e o reconhecimento de que não merecemos o recebemos ou temos
mais que merecemos.
Gratidão é reconhecer que tudo vem de Deus.

Sujeitando-nos uns aos outros no temor de Cristo


A característica mais marcante do bêbado é que ele não se submete a ninguém. Ele se gaba, louva-
se a si próprio e se acha maravilhoso. Esse é o caminho oposto para se encher do Espírito.

O que significa sujeitar uns aos outros? Significa renunciar ao ego. O nosso ego possui uma
infinidade de formas de se manifestar. Quero mencionar algumas delas.

Em primeiro lugar o ego se manifesta no egoísmo e sua mais evidente manifestação, o indivi-
dualismo. Não podemos ser individualistas e ainda desejar viver a vida da Igreja. Se noa sujeitamos
ao nosso irmão e consideramos a sua opinião deixamos o individualismo.

O segundo aspecto do ego é a auto-afirmação. A voz do diabo diz: não se sujeitem a isso, afirmem-
se. É a serpente dizendo para Eva: Deus não quer que vocês comam do fruto para não serem
conhecedores do bem e do mal como ele. Não se sujeitem a isso. Afirmem-se. Quem renuncia o ego
não fica tentando se afirmar.
O terceiro aspecto do ego é ser obstinado e opiniático. O egocentrismo nos levar a ter opinião sobre
tudo apenas para mostrar que não somos levados por ninguém. O alvo não é contribuir com uma
1
opinião, mas apenas deixar claro que não nos sujeitamos aos demais.

A quarta expressão do ego é desejo de dominar sobre os outros, é ser ditatorial. Não tentamos fazer
prevalecer nossa opinião nem subjugamos os outros, antes nos sujeitamos a eles em amor.

A quinta expressão do ego é a incapacidade de receber críticas e tolerar pontos de vista


diferentes. Se tenho orgulho de minha opinião eu considero um insulto alguém atrever-se a
questioná-la. Isso faz com que o egocêntrico seja muito sensível e melindroso.

A sexta expressão do ego é a atitude interesseira. É tão preocupado consigo mesmo que nunca tem
um momento para as outras pessoas. O egocêntrico é desinteressado e não se preocupa com a
situação, a necessidade, com os desejos ou o bem-estar dos outros.

A última expressão do ego que gostaria de mencionar é a atitude de sempre ameaçar ir embora. Se
não ouvem o que ele diz e não dão valor ao que ele pensa, então ele vai partir, vai embora. É fácil
perceber como algumas pessoas estão sempre “caindo fora”.
O problema do egocêntrico é que ele não sabe a verdade a respeito dele mesmo. Se pelo
menos ele se enxergasse as coisas seriam diferentes.

Sujeitar-se é colocado como uma maneira de ser cheio do Espírito. Não dá para ser cheio do
Espírito se estamos cheios de nós mesmos, cheios do ego.

A submissão é mútua, o jovens se submetem aos mais velhos e os mais velhos se submetem aos
mais jovens ( I Pe. 5:5).

Mas a submissão deve ser no temor de Cristo. Isso significa que quando ofendemos um membro do
corpo estamos na verdade ofendendo o próprio Cristo.

A oração em línguas
No Novo Testamento, o apóstolo Paulo nos diz que o crente que fala em línguas “edifica a si
mesmo”. A palavra “edificar” aqui é oikodomeo, o que significa construir, restaurar e reparar.

Uma das melhores maneiras de entrar no descanso e permanece ali é orar em línguas durante todo
o dia. Você pode orar em línguas em seu caminho para o trabalho ou ao ter uma pausa para o café.
Se você é uma dona de casa, você pode orar em línguas, enquanto cozinha ou lava a roupa. Quando
você se enche do Espírito Santo, você experimenta a Sua provisão sobrenatural em tudo que você
faz.
O que fala em outra língua a si mesmo se edifica... I Cor. 14:4

Muitos pentecostais acreditam que quando você fala em línguas, você edifica ou constrói o seu
homem espiritual. Isso é verdade, mas a Bíblia não diz que quem ora em línguas somente edifica o
seu espírito. Ela diz que quem ora em línguas “edifica a si mesmo” (1 Cor. 14:4). Isso significa que
todo o seu espírito, alma e corpo estão envolvidos no processo, pois você tem que falar, envolve
sua boca que é parte de seu corpo físico, envolve sua fala que é parte de sua alma, ela, porém, não
entende, e envolve seu espírito. Então, aquele que fala em línguas edifica o seu espírito, alma e
corpo.

Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera.
1
I Cor. 14:14

Quando você ora em línguas, você pode estar orando a respeito do seu futuro ou mesmo por um
ente querido que está distante. Você não vai saber sobre o que você está orando a menos que Deus
lhe revele. Isto é assim porque a sua mente não está envolvida.

Mas eu não preciso saber sobre o que eu estou orando? Às vezes, é melhor não saber. Quando eu
oro em línguas eu simplesmente confio na bondade de Deus e creio que orar em línguas é orar por
tudo que Ele tem planejado para mim para acontecer em seu tempo perfeito.

Ore especialmente quando você sente vontade de orar, porque você sentiu um peso no coração. Ore
até sentir uma liberação, como se a carga fosse removida. O Espírito Santo vai saber exatamente o
que está acontecendo, quem está em luta e como orar por livramento. (Rm. 8:27).

Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em
Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra. At. 1:8
Antes de Jesus voltar para o céu, Ele disse aos Seus discípulos que “esperassem a promessa do
Pai”. (Atos 1:4) A igreja primitiva sabia a respeito de qual promessa Jesus estava se referindo,
porque Ele determinou aos seus discípulos “que não se ausentassem de Jerusalém, mas que
esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes. Porque João, na verdade,
batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias”
(At. 1:4)
Jesus estava se referindo ao batismo no Espírito Santo com o falar em línguas (At. 2:1-4).
O Senhor quer que você entenda o valor da promessa do Pai, pois Ele disse: “mas recebereis poder,
ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas...” Em outras palavras, nós
mesmos testemunhares dele.

Isso ocorre porque o poder que recebemos quando somos batizados no Espírito Santo é o mesmo
poder que tornou Pedro tão ungido que até mesmo os doentes foram colocados nas ruas para que a
sua sombra passasse sobre eles e pudesse curá-los (At. 5:15). A escritura diz que até os lenços e
aventais de Paulo estavam tão saturados com a unção do Espírito que quando eles tocavam as
enfermidades fugiam das suas vítimas, e os espíritos malignos se retiravam (At. 19:12).
Amados, quando somos batizados no Espírito Santo, seremos testemunhas de que não há problema
que o Senhor Jesus não possa resolver. Nenhuma doença é um desafio grande para o poder do
Espírito em você! Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus (Rm.
8:14).

Orar em línguas nos coloca em sintonia com o Espírito


Um dos grandes benefícios da oração em línguas é que nos tornaremos sensíveis à direção do
Espírito Santo.

O descanso não é inatividade ou preguiça, mas a atividade dirigida pelo Espírito Santo.
Quanto mais você ora em línguas, mais você sentirá a liderança do Espírito. Ele vai levá-lo para
fora do seu vale de depressão, da dívida ou doença, e vai trazê-lo para um lugar alto de saúde e
prosperidade!

Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as
1
vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. Fp. 4:6

Deus não quer que você seja medroso, inquieto ou ansioso. Em vez disso, sua vontade é que não
estejamos ansiosos por nada, em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as nossas petições,
pela oração e pela súplica, com ações de graças.

Assim, quando você tem um cuidado ou preocupação imediatamente transforme essa preo- cupação
em oração. Isso é súplica.

Mas quando você estiver perturbado por uma preocupação e você não souber como orar, ore no
Espírito que é a oração em línguas. E no meio dessa oração dê graças a Deus porque Ele já enviou
sua vitória. Isso é ação de graças.

E se eu estou preocupado com alguma coisa por quanto tempo devo orar? Simplesmente continue
orando. Ore no Espírito até que o peso da preocupação seja dissipado, e a paz de Deus, que excede
todo o entendimento, guardará os nossos corações em Cristo Jesus (Fp. 4:7).

Eu creio que todos nós seríamos menos ansiosos e desfrutaríamos mais de nossas vidas se
percebemos esta verdade: Nosso Abba Pai é tão forte que não há nada que Ele não possa fazer, e
Ele é tão amoroso que não há nada Ele não queira fazer por nós!

Orar em línguas traz descanso


O profeta Isaías descreve o falar em línguas como “descanso” e “refrigério”.

Pelo que por lábios gaguejantes e por língua estranha falará o SE- NHOR a este povo, ao qual ele
disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério; mas não quiseram ouvir.
Is. 28:11-12
Para combater o estresse muitas pessoas recorrem a tabaco, álcool ou tranquilizantes. Essas coisas,
além de ter efeitos colaterais prejudiciais, são caras e muitas vezes levam a vícios e escravi- dão.

Deus tem algo melhor para nós. É poderoso, não custa nada e não tem efeitos secundários nocivos.
Ele chama isso de “o descanso” e “refrigério”. A quê Ele está se referindo? Ao falar em línguas
“por lábios estranhos e por outra língua...”.

O próprio Apóstolo Paulo faz uma referência a Isaías em I Coríntios 14.21. O dom de línguas foi
profetizado desde o Velho Testamento.

Orar em línguas é orar em linha com a vontade de Deus


E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, por que segundo a vontade de
Deus é que ele intercede pelos santos. Rm. 8:27
Você não gostaria de fazer orações eficazes, que estão sempre em linha com a vontade de Deus?
Bem, quando você ora no Espírito, é exatamente isso o que acontece.

Quando oramos em nossa língua conhecida, oramos de acordo com a nossa compreensão limitada
1
das coisas, por isso estamos sujeitos ao erro e podemos orar errado. Algumas vezes temos
pensamentos do tipo: “Não é egoísta da minha parte a orar assim?” Ou “Eu estou orando de acordo
com a vontade de Deus?”.

É por isso que Deus nos dá o dom da oração em línguas. Quando oramos em línguas ou no Espírito
Santo, nunca oramos fora da vontade de Deus, porque o Espírito Santo “intercede por nós de acordo
com a vontade de Deus.

Em outras palavras, nós oramos orações perfeitas de acordo com a vontade de Deus quando oramos
em línguas.

E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua
vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos certos
de que obtemos os pedidos que lhe temos feito. I Jo. 5:14-15

Não é maravilhoso que Deus colocou em você o Espírito Santo que ora perfeitamente? Ele conhece
o coração de Deus e sabe precisamente o que você necessita.

O Espírito Santo é como o seu advogado ou consultor jurídico. Ele sabe o que pertence a você
legalmente. Ele sabe quais são seus direitos comprados pelo sangue de Jesus. Ele conhece todas as
cláusulas da Nova Aliança por isso pode colocar o seu caso diante de Deus de forma perfeita.
Quando você ora em línguas você permite ao Espírito Santo fazer orações perfeitas através de você.
Ele faz a sua petição diante de Deus. Ele sabe onde você tem errado e qual é a raiz do problema. Ele
também tem a solução e pode ganhar o seu caso com sabedoria. Com o Espírito Santo do seu lado
como seu advogado, você não nunca pode ser derrotado!

Romanos 8 diz que o Espírito Santo nos ajuda em nossa fraqueza. Por exemplo, nós não sabemos o
que Deus quer que oremos, mas o Espírito Santo intercede por nós com gemidos que não podem ser
expressos em palavras. E o Pai sabe o que o Espírito está dizendo, porque o Espíri- to intercede por
nós em harmonia com a sua perfeita vontade.

Como resultado disso Deus faz com que tudo coopere para o bem daqueles que amam a Deus e são
chamados segundo o seu propósito (Rm. 8:26-28). Deixe que o Espírito Santo interceda por meio de
você orando em línguas.

Às vezes, depois de orar muito e não vermos a nossa cura, nós simplesmente paramos de orar
porque não sabemos mais o que dizer. Temos orado por todos os aspectos e confessamos todas as
escrituras que conhecemos, e mesmo assim parece não haver qualquer avanço.

Para esse momento Deus nos deu uma arma que vai quebrar todas as barreiras, é orar em línguas.
Quando você não souber como orar, ore no Espírito Santo e permita que Ele interceda por você e
através de você. Ele sabe exatamente qual é o problema e qual a melhor solução para sua vida. Ele
não só vai interceder por você em harmonia com a vontade de Deus, mas Ele também fará com que
a sua alma descanse (Is. 28:11-12).
1
Orar em línguas é um tipo de intercessão
Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar
como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.
Rm. 8:26
Apenas um gemido e você será ouvido! Basta que um suspiro chegue ao trono de nosso Pai e ele
será atendido. Agora imagine quando esse gemido procede do próprio Espírito de Deus!

Quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus. Sl. 51:17


Quando nós, os filhos de Deus oramos em línguas, o Espírito Santo intercede por nós com gemidos
que alcançam o trono de Deus Pai. Quando oramos assim ele se moverá poderosamente em nosso
favor!

Há situações em nossas vida quando não sabemos como orar. Podemos saber todos os princípios de
fé e entender como fazer batalha espiritual e mesmo assim não sabermos como lidar com certas
situações. Eu creio que por causa disso o Senhor nos deu algo bem distinto na Nova Aliança, a
oração em línguas.

O Senhor disse em Marcos 16:17 que em seu nome falaríamos novas línguas. É preciso destacar
que a palavra “nova” usada ali é Kainos no grego e significa algo sem precedente, de um novo tipo.
O falar em línguas é falar movido pelo Espírito algo novo, sem precedente. São novas línguas.

Nessas situações em que não sabemos como orar precisamos orar em línguas. É isso que Paulo diz
em Romanos 8.

Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar
como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.
Rm. 8:26
A palavra fraqueza aqui pode ser traduzida também como enfermidade. Muitas vezes não sabemos
todas as coisas envolvidas num momento de doença, por isso não sabemos como orar. Mas quando
isso acontece podemos orar pelo Espírito, pois ele ora em nós com gemidos inexprimíveis. Esses
gemidos inexprimíveis são as línguas.

Deixar de orar em línguas pode significar uma perda espiritual para nós, pois o Espírito não terá
meios de orar por meio de nós. Quando a Bíblia diz que ele nos assiste significa que ele se junta a
nós na oração. Nós oramos em línguas e ele ora através de nós.

Orar em línguas libera poder


Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou
pensamos, conforme o seu poder que opera em nós. Efésios 3:20
Quanta poder está operando em você agora? A Palavra de Deus diz que o poder opera em nós. É um
1
poder tremendo que abala os céus e a terra, porque vem do trono de Deus. Ele é capaz de fazer tudo
muito além daquilo que pedimos ou pensamos! O problema, porém, é que muitos de nós não
liberamos esse poder.

Deus quer que liberemos esse poder, porque há coisas que não vão acontecer na terra até que
possamos agir junto com ele. Jesus disse que “tudo o que ligarmos na terra terá sido ligado nos
céus, e tudo o que desligarmos na terra terá sido desligado nos céus” (Mt. 16:19) O que Senhor
está dizendo é que aquilo que você permitir que aconteça, o céu vai permitir . O que você não
permitir, o céu também não permitirá! Mas como podemos fazer uma oração tão poderosa? So-
mente quando conhecemos perfeitamente a vontade de Deus. Nós não conhecemos a vontade de
Deus perfeitamente, mas o Espírito em nós conhece e quando oramos em línguas estamos de fato
ligando na terra a perfeita vontade de Deus.

O espírito de poder, de amor e de moderação


Por esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom de Deus que há em ti pela imposição das
minhas mãos. Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de
moderação. II Tm.1:6-7
O espírito de covardia é na verdade um espírito de medo. Sempre que você se sentir ame- drontado
saiba que isso não vem de Deus. O nosso temor de Deus não pode ser medo dele, pois não
recebemos o espírito de escravidão para vivermos outra vez atemorizados. Mas nós temos recebido
o espírito de filho por meio do qual clamamos Aba Pai (Rm. 8:15).
Não tenha medo de Deus, pois nossa tendência é odiar aquilo que tememos. Nós temos toda
reverência, respeito e honra diante dele, mas sabemos que somos amados e também que o amamos.

Mas em vez de espírito de medo Deus nos tem dado um espírito de poder, de amor e de moderação.
Essa palavra moderação (sophronismos no grego), também poderia ser traduzida como uma mente
constante.

Já vimos no passado pessoas que moviam no poder do Espírito e se tornavam rudes com os irmãos.
Elas tinham espírito de poder, mas faltava o espírito de amor. Isso fez com que muitos novos na fé
presumissem que o poder do Espírito é algo rude e indelicado.

O espírito de poder é dinamis no original de onde vem a nossa palavra dinâmico ou dinamite. A
unção e o poder fluiam do Senhor Jesus. Dinamis é um poder inerente em nós para produzi
milagres. Quando recebemos o Espírito Santo nós recebemos aquele que é todo poder.

como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o
bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele. At. 10:38
Muitas vezes não temos tido sucesso na cura de enfermos porque em vez de dependermos
completamente do poder do Espírito ainda tentamos algum tipo de esforço próprio. Precisamos
apenas crer e liberar o dinamis do Espírito.
1
Como reavivar o dom
A maneira como manifestamos o espírito de poder é reavivando o dom que há em nós.
Reavivar significa reacender com fogo. Não podemos ser passivos quando se trata do Espírito, mas
precisamos ativar o dom. Como fazemos isso? Eu creio que é orando em línguas. Mas como posso
fazer essa afirmação se as línguas nem são mencionadas nesse texto?

Em primeiro lugar precisamos entender que há duas palavras gregas traduzidas como dom no Novo
Testamento: dorea e charisma. Qual a diferença entre elas? Sempre que se fala de uma pessoa
como um dom a palavra usada é dorea. Dorea é dom mas sempre a respeito de pessoas. No livro de
Atos sempre que se menciona a pessoa do Espírito Santo como dom a palavra usada é dorea. Por
outro lado todas as vezes que se fala a respeito do dom que o Espírito Santo concede a palavra é
charisma.

A palavra usada no verso 6 é charisma, portanto não se refere ao Espírito Santo, mas ao dom que
ele concede. Paulo está exortando que Timóteo reacenda esse dom.Mas ainda não podemos dizer
que o dom de línguas.

O segundo ponto que temos de considerar é que esse dom foi liberado a Timóteo por meio da
imposição de mãos de Paulo. Como sabemos que a Bíblia explica a Bíblia nós temos em Atos 19 a
narrativa de uma única ocasião em que Paulo orou com imposição de mãos (leia At. 19:1-6).

Podemos presumir com segurança que quando Paulo impôs as mãos sobre Timóteo ele também
falou em línguas. Parece claro que Paulo queria que ele reavivasse as línguas de fogo.

O terceiro argumento é que de todos os dons do Espírito o único que opera segundo a nossa vontade
é o dom de línguas. Paulo disse em I Coríntios: “Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito
ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera (I Cor. 14:14). Se eu orar significa que eu decido
orar em línguas. Por isso Paulo diz a Timóteo para reativar o dom de forma deliberada. Ele sabia
que se Timóteo orasse em línguas seria liberado o espírito de poder, de amor e de moderação.

OS DONS DO ESPÍRITO (PARTE 1)

Paulo disse à igreja de Corinto: “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais
ignorantes” (1 Co 12:1). Com certeza Deus tampouco quer que os crentes hoje sejam ignorantes.
Há muitos dons espirituais mencionados na Bíblia. As principais referências são: Rm 12:3-8; 1
Co 12:8-10; 28-30; Ef 4:11. Dentro do propósito deste breve estudo, vamos nos limitar a uma
consideração das nove manifestações encontradas em I Coríntios 12:8-10.

Para simplificar o nosso estudo vamos classificar od dons em três categorias:

Dons Verbais
Línguas
Interpretação de Línguas
1
Profecia

Dons de Revelação
Palavra de Sabedoria
Discernimento de Espíritos
Palavra de conhecimento

Dons de Habilidades
Dons da Fé
Dons de Curas
Dons de Milagres

A quem o Espírito pode usar na operação dos dons?


Qualquer membro do Corpo pode ser usado (I Co 12:7, 11; 14:26,31). Nenhum membro deveria
ter falta de qualquer dom (I Co 1:7).
Deveríamos ser cheios com o Espírito (Ef 5:18).
Temos que ter o desejo de sermos usados desta maneira (I Co 12:31).
Não deveríamos ser ignorantes com relação à operação dos dons (1 Co 12:31). Temos
que desejar os dons espirituais (I Co 14:1, 6).
Deveríamos ser motivados por um amor genuíno ao Corpo (I Co 13) e um desejo puro de edificar o
Corpo (I Co 14:12).
Deveríamos buscar ser excelentes na operação dos dons (I Co 14:12).

O dom de línguas ( 1 Cor 12:10)


O dom de línguas tem duas funções. Em primeiro lugar, como “línguas devocionais,” o seu
propósito é edificar a própria pessoa. Em segundo lugar, como dom de línguas, vem junto com o
dom de interpretação de línguas, então se torna profecia para edificação de toda a igreja, e não só
do indivíduo.

Diretrizes para o uso de línguas


O seu uso deveria ser motivado pelo amor (I Co 13:1).
Tem que ser sempre acompanhado por interpretação (I Co 14:5, 13, 28).
Deveria ser limitado a três expressões por reunião (I Co 14:27).
Qualquer crente que, alguma vez, já tenha falado em línguas é capaz de edificar o Corpo
através de uma expressão em línguas. Portanto, você deveria estar preparado para fazer isto
a qualquer hora.

Procure estar descansado em sua mente e aberto ao Espírito Santo.

Quando o Espírito Santo quiser trazer uma palavra em línguas, você terá uma sensação
suave no seu espírito e uma empolgação crescente.

Você não tem que falar imediatamente. O espírito, dentro do profeta, está sujeito ao (contro- le
1
do) profeta (I Co. 14:32). Você pode esperar silenciosamente pelo momento certo de falar. O
Espírito Santo irá movê-lo claramente na hora certa. Ele não interromperá o que já está
acontecendo no culto. Ele nunca causará uma confusão (I Co. 14:33).

Quando o Espírito Santo mover, fale numa voz audível e clara. Quando a expressão verbal
estiver completa, todos devem esperar em Deus pela interpretação. Geralmente algum outro
crente receberá a interpretação, mas quando isto não acontecer, então a pessoa que falou em
línguas deve orar silenciosamente para que ela também possa receber a interpretação (I Co.
14:13).

A interpretação de línguas (1 Cor 12:10)


É o dom que acompanha o dom de línguas, e são sempre usados juntos. É a capacitação
sobrenatural, pelo Espírito Santo, de se interpretar uma expressão verbal em línguas na língua
natural da congregação.

Não é tradução é interpretação. O intérprete não entende a língua. A interpretação é tão sobrenatural
quanto a expressão verbal. No entanto, pelo dom do Espírito, o crente é capaz de tornar a expressão
verbal compreensível, para que a congregação possa ser edificada por ela.

A interpretação de línguas é dada “como o Espírito quer” (I Co 12:11). Qualquer crente cheio do
Espírito pode ser escolhido e ungido pelo Espírito para manifestar este dom.

Como todos os outros dons do Espírito, este também é operado pela fé. À medida em que você
começar a expressar o que o Espírito está dando a você, fale numa voz audível e clara.

Não tente interpretar a interpretação. Em outras palavras, não comece a dizer à congregação o que
você “pensa” que a interpretação significa. Deixe isto para a própria congregação.

Os crentes presentes devem julgar se as palavras são realmente de Deus. O padrão pelo qual
podemos julgar é semelhante ao que usaríamos para o julgamento de uma profecia.

O dom da profecia (1 Cor 12:10)

A palavra profetizar significa simplesmente “falar palavras inspiradas.” De acordo com I Coríntios
14:31 todos os crentes podem exercitar este dom em determinadas ocasiões, como o Espírito quiser.

A orientação bíblica é que todos podem profetizar, um após o outro, e não mais que três, em
qualquer reunião (I Co 14:29-33).

O propósito da profecia é :

Edificar a igreja. Isto é, fortalecer os crentes.


Exortar aos irmãos. Reavivá-los e desafiá-los.
1
Consolá-los com palavras de encorajamento. Frequentemente, as profecias incluem todos estes três
elementos.

Três mal- entendidos sobre as profecias

Elas não devem ser confundidas com uma Pregação.


Profecia não é a habilidade de se pregar bem. A pregação e o ensino são geralmente o resultado de
uma preparação meticulosa. Mas, o dom de profecia não é o resultado de um estudo meticuloso. É
uma expressão espontânea do Espírito.

O dom da profecia não é para se predizer o futuro

Este dom é principalmente para encorajar os crentes. Evidentemete pode ter um conteúdo de
predição, mas sempre com o propósito de edificar, exortar e consolar. Sempre que há um ele- mento
de predição numa profecia, é porque há um outro dom (palavra de conhecimento ou sabe- doria)
operando juntamente.

Este dom não é para uma direção pessoal

Se tivermos necessidade de uma direção pessoal, devemoss pedir isto diretamente ao Espírito de
Deus (Tg. 1:5). Também podemos buscar a direção na Palavra de Deus. Se uma expressão profética
vier a nós com instruções para o futuro, isto deveria apenas confirmar o que Deus já nos mostrou
pessoalmente.

Ensinamento bíblico sobre o dom de profecia


É para se falar sobrenaturalmente aos homens (I Co 14:3). Isto transmite a mente do Senhor à
Igreja. O profeta está falando aos crentes, em nome de Deus, para sua edificação, exortação e
consolo.
A profecia não requer nenhuma interpretação. O dom de línguas requer um intérprete, mas o de
profecia não.
A Profecia Convence os Indoutos (I Co. 14:24-25). Através da operação do dom de profecia:
Pela profecia eles serão de todos convencidos, serão de todos julgados, os segredos de seus
corações serão manifestos, eles se prostrarão diante de Deus com humildade e reconhecerão que
Deus está verdadeiramente entre nós.

Porém, se todos profetizarem, e entrar algum incrédulo ou indouto, é ele por todos convencido e
por todos julgado; tornam-se-lhe manifestos os segredos do coração, e, assim, prostrando-se com a
face em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está, de fato, no meio de vós. I Cor.
14:24-25

A Profecia também é para instruir os Crentes (I Co 14:31). Isto não se refere ao ensinamento que
vem da exposição da Palavra de Deus através de um mestre. Antes é o aprendizado de verdades
1
espirituais através da unção do Espírito. Todo ensinamento deve sempre ser testados pela Palavra
de Deus.
Todos deveriam procurar com zelo este dom (I Co 14:1, 39). Todos nós podemos ser usados por
Deus para o encorajamento do Seu povo.
A pessoa que estiver profetizando é responsável pelo seu uso ou abuso (II Co 14:32). A profecia
não é algo que o profeta não pode controlar. Um profeta no Novo Testamento não fica sob um tipo
de transe ou controle mental. Ele também não está fazendo ou dizendo nada contra a sua vontade.
O espírito de profecia está sujeito ao profeta. É o profeta que está falando, em nome de Deus, e o
profeta tem controle, em todas as ocasiões, de tudo que estiver dizendo.
Em razão de o elemento humano ser falível, as profecias devem ser julgadas (I Co 14:29).
Como podemos julgar uma profecia? Basta lembra-se que algo dado pelo Espírito:
Nunca contradirá a Palavra de Deus escrita. Todas as profecias devem ser “testadas” pela escritura.
Deus nunca nos diria, por profecia, que fizéssemos algo que contrarie a sua Palavra.
Sempre exaltará a Jesus Cristo e nunca o diminuirá.
Edificará, exortará e consolará aos crentes. Nunca deveria trazer condenação e acusação que é obra
maligna.
Deveria “testificar” com a maioria dos crentes presentes. Especialmente os mais
Não quebrará o espírito da reunião, ainda que ela possa mudar a sua direção.
Se tiver um aspecto de predição, este virá a se cumprir.
É aprovada pelo “Teste do Fruto” (Mt 7:16).
Falando sobre os falsos profetas, Jesus declarou: “Por seus frutos os conhecereis.” Deveríamos
rejeitar qualquer uma das assim chamadas profecias que venham de alguém cuja vida e ações
sejam uma vergonha para a obra de Deus.

Como profetizar:

· Descanse. Não fique tenso.

· Espere silenciosamente no Senhor em seu espírito.


· Mantenha o seu coração aberto para a sua voz. Quando você sentir o toque do Espírito
entregue-se como um canal por onde Ele possa fluir.
· A profecia é sempre liberada pela fé.
· Fale tudo o que Deus der a você.
· Enquanto você estiver falando espere no Senhor por toda a mensagem.

· Não profetize além da medida da sua fé (Rm 12:6).

· Perceba quando o Espírito acabou de falar e pare!


1
Palavra de Conhecimento (I Co.12:8)
Uma Palavra de Conhecimento é um conhecimento de Deus que é dado a uma pessoa que ela não
poderia saber de nenhuma outra maneira.
Esse dom nos dá certos fatos e informações através da revelação sobrenatural do Espírito Santo.
Estas informações eram anteriormente desconhecidas pela pessoa, e o conhecimento delas não
poderia ter sido obtido de nenhuma forma natural. Ele é transmitido sobrenaturalmente. das
Escrituras:
No ministério de Jesus em João 1:47-50 vemos que o Senhor sabia de certos fatos sobre Natanael
antes de conhecê-lo.

Em João 4:16-20 novamente, Jesus sabia de muitos fatos sobre a mulher de Samaria, ainda que Ele
nunca a tivesse visto anteriormente. Ela ficou maravilhada pela precisão do Seu conheci- mento
com relação à sua vida passada e presente. O exercício desta Palavra de Conhecimento produziu
depois um grande reavivamento.

Em Atos 9:10-20 vemos que Ananias recebeu informações específicas, com muitos detalhes, sobre
Saulo, o qual ele nunca havia conhecido. Ele soube exatamente qual era a rua e a casa em que
Saulo estava. Ele soube que Saulo estava orando naquele presente momento e que quando ele
impusesse suas mãos sobre Saulo, ele receberia a sua visão.

Uma Palavra de Conhecimento é diferente do conhecimento humano obtido através de maneiras


naturais. Uma Palavra de Conhecimento não pode ser obtida por um aprendizado intelectual. Tal
conhecimento não pode ser obtido pelo estudo de livros ou por uma carreira acadêmica de estudos
numa universidade. Ela também não é a habilidade de se estudar, entender ou interpre- tar a Bíblia.

O seu emprego nas escrituras

Para revelar o pecado: II Sm 12:1-10; At 5:1-11.


Para trazer as pessoas a Deus: Jo 1:47-50; 4:18-20.
Para guiar e dirigir. At 9:11.
Para ministrar um encorajamento em tempos de crise: I Rs 19:9.
Para transmitir um conhecimento sobre eventos futuros: Jo 11:11-14.
Para revelar coisas escondidas: I Sm 10:22.

Como esse dom opera

Ele é sobrenatural. Não é obtido por lógica, dedução, raciocínio, nem pelos sentidos naturais, mas
pela revelação sobrenatural do Espírito Santo.
É operado pela fé. A pessoa que está recebendo a revelação faz isto pela fé.
A revelação é recebida em nosso espírito e não no intelecto ou nas emoções.
1
Qualquer cristão cheio do Espírito e que esteja disposto a ouvir a Deus pode experimentar o
funcionamento deste dom.
É uma ferramenta valiosa no ministério.
Uma resposta em obediência são essenciais para que esta manifestação continue funcionando em
nosso ministério.
A Palavra de Sabedoria manifesta-se frequentemente junto com a palavra de conhecimento. Esta é a
maneira do Espírito nos orientar sobre o que fazer com relação a uma Palavra de Conhecimento e
como aplicá-la corretamente.

OS DONS DO ESPÍRITO (PARTE 2)

A palavra de sabedoria (1 Co12:8)


Esse é primeiro dom mencionado porque ele é muito importante. Ele nos capacita a falar- mos e
agirmos com sabedoria divina e assim assegura o uso e aplicação correta de outros dons. Quando a
Palavra de Sabedoria está ausente os outros dons podem ser usados de maneira errada, o que causa
muita confusão.

A Palavra de Sabedoria é a sabedoria divina sobrenaturalmente transmitida pelo Espírito Santo. Ela
nos fornece a sabedoria imediata para que saibamos o que dizer ou fazer numa dada situação.
A palavra de sabedoria frequentemente vem junto com a Palavra de Conhecimento. Deus revelou a
Ananias o paradeiro e a condição de Saulo através de uma Palavra de Conhecimento. Ele também
lhe mostrou, pela Palavra de Sabedoria, o que ele deveria fazer naquela situação.
A palavra de sabedoria certamente não é o mesmo que o dom de sabedoria. Podemos dizer que a
palavra de Sabedoria:

· Não é uma sabedoria natural.


· Não é a sabedoria obtida de forma acadêmica.
· Não é a sabedoria obtida pela experiência.
· Não é nem a sabedoria para se entender a Bíblia.
· Ela é sobrenatural e dada como o Espírito Santo quiser (I Co 12:11).
· Ela é dada para uma necessidade ou situação específica.
· Ela não é o dom de sabedoria, mas a palavra de sabedoria.
1
Alguns exemplos bíblicos
Quando Jesus foi tentado no deserto em Lucas 4:1-13, as respostas que ele deu a Satanás foram
palavras de sabedoria transmitidas pelo Espírito Santo.
Em Lucas 20:22-26 os escribas tentaram armar uma cilada para Jesus, mas a Palavra de Sabedoria, dada
pelo Espírito, confundiu a todos eles.
Em João 8:3-11 novamente os escribas e fariseus tentaram armar uma cilada para Jesus, mas as
Suas palavras sábias e a maneira como Ele cuidou da situação confundiu Seus adversários.
Podemos ver em Atos 6:1-5 Deus dando sabedoria na administração da igreja.
Em Atos 15:28 a crise na igreja foi resolvida pela palavra de sabedoria.
Em Atos 27:23, 24 Deus deu a Paulo o controle da situação, o que resultou na salvação de muitas
vidas.
A Palavra de Sabedoria é uma promessa do Senhor Jesus a todos os seus discípulos.

Assentai, pois, em vosso coração de não vos preocupardes com o que haveis de responder; porque
eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir, nem contradizer todos quantos se vos
opuserem. Lc 21:14, 15

A Palavra de Sabedoria é um dom de revelação. Ela é recebida silenciosamente dentro do nosso


espírito. Ela é linberada quando é expressa verbalmente em aconselhamentos, pregações, profecias,
ou quando agimos baseados nela.

Discernimento de espíritos (1 Co 12:10)


O discernimento de espíritos é o terceiro dos dons de revelação. A Palavra de Sabedoria e a Palavra
de Conhecimento são os outros dois. É um dom divino transmitido pelo Espírito Santo para que
possamos penetrar na esfera espiritual para distinguirmos a ação do espírito de Satanás (maus
espíritos), o Espírito de Deus e o espírito humano. Através dele podemos discernir se a origem de
certas ações, ensinamentos, circunstâncias foram inspirados por seres espirituais.

Este dom é mais limitado. A revelação dada neste caso limita-se à origem do comportamento em
questão. No entanto, o discernimento de espíritos é tão sobrenatural em sua operação quanto
qualquer um dos outros oito dons. Ele fornece à igreja informações que não são disponíveis de
nenhuma outra maneira.

A função do dom
O dom do discernimento dos espíritos nos capacita a distinguirmos se determinada ativida- des
espiritual tem uma origem divina, satânica ou humana e revela a natureza dos espíritos que estão
agindo.
1
Satanás sempre tenta imitar e falsificar as obras do Espírito Santo, por isso precisamos ter
discernimento. Satanás é conhecido como o enganador, o pai das mentiras, e a serpente. Todos estes
títulos significam falsidade insidiosa que ele usa para enganar.

Muitas vezes as suas mentiras são tão plausíveis que as pessoas podem ser enganadas, a menos que
o dom de discernimento de espíritos esteja presente. Se as atividades demoníacas fossem sempre
evidentes, não haveria nenhuma necessidade deste dom do Espírito.

Na narrativa da jovem com o espírito de adivinhação em Atos 16, Paulo desafiou o espírito que
talvez pudesse ter enganado facilmente a outros servos de Deus. A jovem fez uma declaração
perfeitamente verdadeira quando ela disse: “Estes homens, que nos anunciam o caminho da
salvação, são servos do Deus Altíssimo,” mas o espírito que estava falando era um espírito maligno.

Por que um espírito maligno faria propaganda dos apóstolos desta maneira? Porque não era de
nenhum crédito ou ajuda ao Evangelho ou seus ministros terem uma pessoa assim seguindo-os e,
sem dúvida, fazendo com que muitos pensassem que ela era um deles.

A necessidade deste dom hoje


É absolutamente essencial que este dom opere para que a Igreja possa realizar plenamente a sua
missão e destruir as obras do diabo. Há tantos demônios no mundo, hoje, quanto havia na época em
que Jesus andou pela terra e nos dias da Igreja Primitiva, por isso este dom é especialmente
necessário para missionários que trabalham em lugares onde o espiritismo, satanismo e ocultismo
são abundantes.

Como o dom de discernimento de espíritos funciona


A primeira função deste dom é revelar a presença de espíritos malignos na vida das pessoas ou
lugares. Mas, ele também funciona para avaliar a fonte de uma mensagem profética, de um
ensinamento, ou de alguma manifestação sobrenatural. A pessoa que exercita este dom será capaz
de dizer se a fonte de uma mensagem ou ação é demoníaca, divina ou meramente humana.
Normalmente quem tem o dom de discernimento de espírito será capaz de revelar:

A natureza do demônio. Isto se refere ao tipo da sua obra: mentiras, causando enfermidades (como
por exemplo câncer, cegueira, surdez, etc.), um comportamento impuro e coisas seme- lhantes.
O nome do demônio. O nome normalmente revela a natureza do demônio, ainda que
frequentemente têm-se a revelação do nome próprio do demônio.
O número de demônios. Este é o caso da “legião,” ou de Maria, da qual Jesus expulsou sete
demônios. Muitas vezes uma pessoa é possuída por mais de um espírito de uma só vez.
A força de determinados demônios. A pessoa que exercia o discernimento de espíritos sabe por
revelação qual, dentre os vários demônios, é o mais forte e tem a maior autoridade.
Com relação a obter informações. Muitas vezes, os próprios demônios dão muitas informações, à
pessoa que discerniu sobrenaturalmente a presença deles e que pode expulsá-los. No entanto, nós
1
sabemos que os demônios mentem, devemos tratar as informações que eles dão, com suspeitas e
dependermos das informações dadas pelo Espírito Santo.
Ainda que o dom de discernimento de espíritos seja essencial para uma libertação eficaz, ele não é
suficiente por si mesmo. Ele precisa operar junto com os dons da fé e de operação de milagres. São
os que exercitam estes dons que têm mais êxito na expulsão de demônios.

O dom de fé
O dom da fé é a habilidade especial dada a alguém com o chamado de exercitar uma capacidade
extraordinária de crer. Deus sobrenaturalmente esvazia esta pessoa de qualquer dúvida e a enche
com uma fé especial que a capacita a realizar o propósito de Deus, apesar de todas as circunstâncias
contrárias e contraditórias da vida.

Certamente o dom é uma dispensação especial de fé que Deus dá a um crente cheio do Espírito
quando a tarefa que Ele deu a este crente requer mais que uma fé comum.
Todo crente recebeu uma medida de fé (Rm. 12:3). Essa medida de fé cresce como resultado de nos
alimentarmos da Palavra. A fé vem pelo ouvir a Palavra de Cristo (Rm. 10:17). Ela pode
desenvolver-se até um nível muito elevado. Contudo, o dom de fé tem uma função superior ao da
medida da fé que recebemos.

Alguns tradutores se referem ao dom de fé como uma fé especial. Isto indica uma fé concedida pelo
Espírito Santo para enfrentarmos necessidades e circunstâncias especiais e extraordinárias. Isto
sugere que o dom da fé se manifesta em ocasiões especiais.

Um episódio na vida de Elias ilustra isto, quando ele declarou ao rei Acabe que não haveria chuva
até que ele falasse a palavra e que depois haveria chuva novamente de acordo com sua palavra (1 Rs
17:1). O seu dom de fé produziu o cumprimento miraculoso desta profecia.

Por outro lado esta fé extraordinária parece que estava faltando quando Elias se assentou debaixo de
um zimbro pedindo a morte (I Rs 19:4). Ele não havia perdido a sua fé em Deus ou em Sua Palavra.
Sua própria fé foi fortalecida e o ensinou a crer em Deus e a se reanimar quando Deus lhe disse que
Ele tinha outros sete mil seguidores fiéis em Israel.

Deus quer que você saiba que você pode seguir adiante confiantemente, sabendo que quando
exigências especiais são colocadas sobre você, Ele lhe dará, sobrenaturalmente, uma fé especial
para capacitá-lo a cumprir os Seus propósitos.

Como o dom de fé funciona


O dom de fé parece que funciona geralmente associado com os dons mais dramáticos como
operação de milagres e dons de curas.
O dom de fé também funciona quando falamos a palavra de fé (II Co. 4:13). Portanto, as palavras
que um homem de Deus fala ao ser inspirado pelo Espírito são confirmadas por Deus como se
fossem Suas próprias palavras.
Há alguns exemplos notáveis do dom de fé funcionando através da palavra falada: Josué ordenou
que o sol e a lua parassem (Js 10:12-14).
1
Elias controlou o tempo através de sua palavra: “... nestes anos nem orvalho nem chuva haverá
senão segundo a minha palavra...,” “... e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra” (I Rs
17:1; Tg 5:17).
Paulo silenciou a Elimas: “... e ficarás cego, sem ver o sol por algum tempo” (At 13:11). Pedro
julgou a Ananias e Safira (At 5).
As Escrituras ensinam o princípio da palavra de fé: “... tudo o que disser lhe será feito” (Mc 11:23),
com relação à injunção: “Tende fé em Deus” (Mc 11:22) e a Jó 22:28 - “Determinando tu algum
negócio, ser-te-á firme...”

Dons de Curas (I Co 12:9)


As três referências a este dom em I Coríntios 12 estão nos versículos 9, 28 e 30. Em cada uma
destas, as palavras originais são: charismata iamaton. Ambas as palavras estão no plural, o que faz
com que a tradução correta desta frase seja dons de curas.

Os dons de curas funcionam sobrenaturalmente para curarem doenças e enfermidades sem


nenhuma espécie de meios naturais. É o poder do Espírito Santo que vem por sobre o corpo de uma
pessoa, curando as suas enfermidades e tirando suas dores.
O uso dos substantivos no plural enfatiza a abundância dos dons de cura de Deus disponí- veis na
vida da igreja. Isto também pode enfatizar que a cura de Jesus liberta de toda doença, fraqueza,
praga, deformidade e aflição. Isto também sugere que há uma grande variedade de mani- festações
deste dom (1 Co 12:4-7).

O exercício dos dons de curas não dá à pessoa que o exercita a habilidade de curar todos os doentes
em todo o tempo. Algumas pessoas não compreendem bem este ponto e perguntam porque não
entramos em hospitais e lugares semelhantes e curamos a todos os que estão doentes. Até mesmo
Jesus não fez isto. Ele apenas foi a um lugar que poderia corresponder a um hospital moderno uma
vez, quando Ele foi ao tanque de Betseda, onde havia multidões de doentes. Mesmo assim, Ele
escolheu apenas um dentre todos eles e o curou.

Muitas vezes lemos a respeito de grandes multidões de doentes que vieram a Jesus e vemos que
Ele “os curou a todos.” Um princípio importante da cura divina é que a pessoa precisa vir a Jesus
como um exercício de fé e cooperação.

O propósito dos dons de curas:


Evidentemente o primeiro propósito é libertar os doentes e aflitos e destruir as obras do diabo (I Jo
3:8; At 10:38 e Lc 13:16).
Provar a afirmação de Cristo de que Ele é o Filho de Deus (Jo 10:36-38).
Confirmar a Palavra do evangelho (Mc 16:17-20, At 7:29-39, 33).
Atrair as Pessoas ao Evangelho (Mt 4:23,25).
5. Trazer Glória a Deus (Mc 2:12; Lc 13:13; 18:43; Jo 9:2,3).
O Espírito Santo dá dons de curas aos filhos de Deus para que eles sejam usados para curar
enfermos e libertar cativos.
1
Os dons de curas são exercitados pela fé, mas também as pessoas vão recebr a cura se crerem.
Ezequias teve dificuldades em receber a cura que Deus enviou a ele. A sua fé teve que ser
edificada de uma maneira especial, através do milagre registrado em II Rs 20:8-11 (Veja tabém II
Rs 5:10-14). Naamã teve dificuldade de receber a cura que Deus havia enviado a ele através de
Eliseu. A cura em geral envolve um duplo ato de fé: fé para receber e fé para ministrar a cura.
Deus sempre deseja curar. No entanto, às vezes, os canais normais, através dos quais o Seu poder
de cura flui, não estão funcionando muito bem. Isto pode requerer que Deus envie um dom de cura
especial.

Operação de Milagres (1 Co 12:10)


Um milagre acontece quando Deus intervém no curso normal da natureza. O dom de operação de
milagres acontece quando Deus nos capacita com poder do Espírito Santo a fazermos algo
completamente fora do campo das habilidades humanas. Ele nos dá isto numa ocasião específica
para um propósito especial.

Todos os dons do Espírito são miraculosos, mas o uso da palavra “milagre,” neste caso, se refere a
atos de poder.

Os milagres dão uma prova inegável da Ressurreição


Se Jesus não estivesse vivo, o Seu nome não teria nenhum poder para curar os doentes e operar
milagres (At 4:33). Pedro convenceu aos judeus incrédulos da ressurreição de Jesus Cristo e de sua
necessidade de arrependimento por força do fato de que o nome de Jesus tinha poder para curar os
doentes e operar milagres.

Isto deu ousadia aos crentes para que pregassem a Cristo (At 4:29,30). As pessoas reconheceram
que eles haviam estado com Jesus, o Operador de Milagres (At 4:13).
Isto fez com que os crentes tivessem mais fome por Deus (At 4:31).
Isto convenceu os homens dos seus pecados (At 5:28, 33).
Cinco mil pessoas se converteram, em um dia, através de um milagre (At 4:4; 5:14).
Todos os homens glorificavam a Deus pelo que foi feito (At 4:21).
Isto espalhou o Evangelho rapidamente (At 5:14-16).
Antes que Jesus começasse a operar ilagres, ninguém o seguia a nenhum lugar. Ele deve ter pregado
frequentemente na sinagoga, pois Lucas 4 diz que este era o Seu costume. Mas, quando os milagres
em Lucas 4:33-35 aconteceram, “a sua fama corria por todos os lugares” (Lc 4:37). Daí em diante
as multidões se comprimiam ao Seu redor para ouvirem as Suas palavras e para verem os Seus
milagres (Jo 6:2).

Onde quer que os discípulos pregavam, curavam os doentes, expulsavam os demônios e operavam
milagres, e por causa disso multidões se voltavam a Cristo.

Samaria prestou atenção a Filipe, porque viam e ouviam os sinais que ele fazia (At 8:6).
1
Todos os habitantes de Sarona e Lida voltaram-se ao Senhor quando Pedro disse a Enéias: “Jesus
Cristo te dá saúde; levanta-te e faze a tua calma.” E ele se levantou imediatamente (At 9:34).
Muitas pessoas em Jope creram quando Pedro ressuscitou a Dorcas (At 9:42).
O povo de Listra pensou que os deuses tivessem descido a eles quando eles viram o coxo andar e
saltar por causa da palavra de Paulo (At 14:9-18; At 5:12-16).
O Livro de Atos termina com milagres em força total (At 28:8, 9). Quando as pessoas viram a
Públio curado, elas creram que se Deus podia curar uma pessoa, então Ele era capaz e queria curar a
todos que tinham necessidade de cura. Quando as pessoas pensam e creem corretamente com re-
lação a Deus, então elas recebem Dele o que Ele tanto deseja dar para elas.
A operação de milagres é um dom do Espírito, mas isso não significa que os milagres apenas
aconteçam quando o dom está operando.
Os milagres de libertação como o de Pedro em At 5:17-20 e novamente em At 12:1-10. Também o
de Paulo e Silas em At 16:15-30.
Milagres de transladação: “... o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu mais o eunuco”
(At 8:39).
Estes e muitos outros exemplos são milagres operados por Deus nas vidas dos crentes; às vezes até
mesmo sem a cooperação dos crentes. Estes não são, portanto, exemplos em que o dom de operação
de milagres estava em funcionamento. Em contraste, temos três casos em que este dom estava
funcionando:
Atos 19:11: “E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias.”
Atos 9:40. Pedro ressuscitou a Dorcas.
Atos 20:9-12. Paulo restaurou a vida de Eutico.

Operação Prática Deste dom

A unção do Espírito Santo para criar uma confiança e autoridade especiais.


Uma palavra de fé e autoridade. Elias disse que o deus que respondesse por fogo seria o
Senhor de Israel. O fogo que desceu foi um exemplo da operação de milagres.
Um ato ousado de fé.
1
5

A Nova Aliança
1
CLÁUSULAS DA NOVA ALIANÇA
Apesar de estarmos na Nova Aliança há muitos que ainda vivem de acordo com os preceitos da
Velha Aliança. No Velho Testamento havia um céu de bronze sobre a cabeça dos homens porque
nenhum deles podia cumprir as exigências da lei. Mas no Novo Testamento não há mais céu de
bronze porque o céu foi aberto sobre nós.

Por que o céu está aberto? Porque você está em Cristo. Lá no Calvário aconteceu a grande troca.
Cristo se tornou o que eu era, para que eu seja o que ele é. Ele tomou o meu lugar na Cruz para que
hoje eu ocupe o lugar que é dele na glória. Essa grande troca do Calvário faz com que Deus trate
hoje você como se fosse Cristo.

Você foi unido a Ele. A posição dele é a sua. Quando você chega diante de Deus Cristo está
chegando junto com você.

É verdade que o céu está aberto apenas sobre Cristo. A Bíblia diz que no dia do batismo quando ele
entrou na água os céus se abriram sobre ele. Isso significa que onde Cristo está o céu está aberto. O
céu não está aberto sobre mim ou sobre você individualmente. Como então Deus pode nos
abençoar? Ele nos coloca em Cristo. Agora estando em Cristo desfrutamos do céu que está aberto
sobre ele.

O princípio do representante
Deus se relaciona conosco com base no representante. Esse é um princípio presente em toda a
palavra de Deus. Ninguém pode chegar diante de Deus diretamente, precisa de um representan- te.
É por isso que Jesus disse que ninguém vai ao Pai senão por meio dele. Ele é o nosso sumo
sacerdote, o nosso representante.

Quando Adão pecou, por exemplo, nós pecamos com ele. Ele era o nosso representante. Todos nós
estávamos nele. Mas hoje o Senhor Jesus é o segundo Adão, o cabeça de uma nova raça. Quando
nós cremos em Cristo nós somos colocados nele de forma que ele se torna o nosso representante.
Se ele obedeceu, para Deus é como se nós tivéssemos obedecido. Se ele venceu, a vitória é nossa
tamnbém.

Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também,
por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos. Rm. 5:19
Deus quer que saibamos que na cruz o Senhor Jesus se tornou o que nós éramos, para que
possamos nos tornar o que ele é.
1
Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça
de Deus. II Cor. 5:21
Como o Senhor Jesus que nunca cometeu pecado se tornou pecado? Ele recebeu o nosso pecado.
Como nós que nunca praticamos a justiça nos tornamos justos? Nós recebemos a justiça dele. Essa
é a grande troca do Calvário. Quando Jesus recebeu o nosso pecado Deus o julgou e o puniu.
Quando recebemos a Cristo como a nossa justiça Deus nos abençoa. O Senhor não merecia se
tornar pecado e nós não merecemos ser feitos justos.

Davi e Golias ilustram o princípio do representante. Golias desafiou o exército de Israel dizendo:
“escolham um para lutar comigo. O que vencer a luta, venceu a guerra!” Quando Davi o venceu a
vitória não foi somente de Davi, mas de todo o Israel. Davi e Golias eram representantes.

O mesmo princípio se aplicava ao sumo sacerdote. Ele representava todo o povo diante de Deus.
Se o sumo sacerdote entrasse no santo dos santos e caísse morto ali, ele seria arrastado para fora e
toda a nação saberia que Deus os havia rejeitado. Eles agora teriam um ano ruim com derrota para
os inimigos, seca e fome. Mas quando o sumo-sacerdote saía do santo dos santos vivo, ele erguia
a sua mão para abençoar a nação e agora eles sabiam que Deus os havia aceitado e eles teriam um
grande ano com chuva e abundância. O que Deus estava dizendo é que se o seu sumo sacerdote é
bom, você estará bem.

Mas os bons sumos sacerdotes envelheciam e morriam. É por causa disso que a segurança no
Velho Testamento não era permanente. Aquele bom sumo sacerdote ficava velho e as pessoas
olhavam temerosas para o seu filho que o sucederia e que não tinha um bom comportamento. Mas
agora nós temos um sumo-sacerdote que vive para sempre. Quando o sumo-sacerdote é aceito nós
somos aceitos também e hoje o nosso sumo-sacerdote é Jesus.

João diz que como ele é nós somos nesse mundo. Se ele é aceito por Deus, nós também somos
aceitos. Se ele é justo, nós também somos justos. Se ele é saudável, nós também somos nesse
mundo. Se ele é próspero, nós também somos. Se ele está debaixo do favor de Deus, nós também
estamos.

A base da redenção é a justiça


Deus hoje não tem alternativa senão perdoá-lo. Deus é bom, mas ele não perdoa você por causa da
sua bondade. Deus é misericordioso, mas a base do perdão não é a misericórdia. Deus perdoa você
com base na sua fidelidade e justiça.
Deus poderia relacionar-se com você com base na misericórdia. O problema é que ele não é
moralmente obrigado a ter misericórdia de ninguém para sempre (Rm. 9:15). Um certo dia ele
poderia dizer: “chega de ter misericórdia, eu vou condenar você!”. Na verdade um dia a misericór-
dia vai cessar e o juízo de Deus virá sobre esse mundo.
Então para que tivéssemos segurança ele assinou um documento, ele fez uma aliança. Deus pode
escolher ter misericórdia de quem quiser e pelo tempo que quiser, mas ele não pode escolher entre
ser ou não justo. Ele precisa ser justo sempre.
1
Deus não queria que vivêssemos inseguros, por isso ele fez a aliança. Ele não planejou que
vivêssemos como muitos crentes, certos que são salvos num dia e no outro não. Está bem com Deus
hoje, amanhã não tem certeza. Ele fez uma aliança de que perdoaria as nossas iniquidades e dos
nossos pecados jamais se lembraria. Ele faz isso porque é justo.
É possível ter uma misericórdia injusta. Suponha que um certo irmão errou comigo e me roubou um
dinheiro. Ele vem e pede perdão e eu posso simplesmente perdoá-lo e esquecer o assunto. Nós
fazemos assim porque não temos justiça em nós, por isso não podemos cobrar justiça sobre os
outros. Essa é a razão porque perdoamos livremente.
Mas não é assim com o juiz. Se esse irmão fosse levado ao juiz ele não poderia ser simples- mente
perdoado, o juiz exigiria o cumprimento da lei e o condenaria. Deus é o juiz e ele não pode
simplesmente esquecer o nosso pecado. O crime precisa ser punido. O problema é que Deus nos
ama e não quer nos condenar, mas a sua justiça exige a condenação. Como conciliar o amor com a
justiça? Deus tinha a solução: Ele mesmo veio e pagou pelo crime em nosso lugar.
Assim o perdão de Deus é baseado na sua justiça. Uma vez que a dívida foi paga ele não tem outra
alternativa a não ser nos considerar inocentes, sem culpa.
No Calvário o amor e a justiça se encontram. A graça e a verdade se beijaram. A cruz é o centro do
universo.
A cruz é a justiça de Deus fazendo o pagamento pelo amor de Deus. Todos os atributos de Deus se
harmonizaram na morte do Senhor. O amor se encontrou com a justiça. A palavra de Deus diz que a
justiça e o amor se beijaram no Calvário. O pecado não pode mais ser imputado a você porque a
justiça de Deus foi satisfeita.
A lei foi magnificada e cumprida na cruz. Nós não estamos mais sob a lei não porque podemos
quebrá-la, mas porque ela foi cumprida. E porque ela foi cumprida por Cristo não estamos mais
sujeitos a ela.
Todo atributo de Deus é glorificado na cruz. Não é a misericórdia acontecendo sem a justiça. E nem
é justiça sem misericórdia.
Se Deus exerceu misericórdia desrespeitando a sua justiça, então Deus não é mais confiável, pois se
ele desconsidera a justiça em um ponto vai desconsiderar em outros e assim nunca teremos
segurança. Mas Deus por nos amar de tal modo pagou o preço da nossa condenação. Ele é miseri-
cordioso, mas agora ele nos perdoa porque é justo. A dívida foi paga, ele não nos declara perdoa-
dos porque nos ama, mas porque é justo.
Hoje ele nos perdoa porque é justo e ele não pode escolher ser ou não justo. Ele precisa ser sempre
justo e isso traz segurança para a nossa alma. Ele é fiel e justo para nos perdoar. O perdão não é
mais uma questão de misericórdia, mas de justiça.
Se o seu pecado já foi punido na cruz, Deus é justo em declarar você perdoado e justo. Se a sua
enfermidade já foi levada na cruz, então Deus é justo em curá-lo.
Essa é a base da Nova Aliança. Deus é justo e o justificador dos que têm fé em Jesus (Rm. 3:26).
Tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o
justificador daquele que tem fé em Jesus. Rm. 3:26
1
As cláusulas da Nova Aliança
A lei foi dada por meio de Moisés, mas mil e quinhentos anos depois a graça e a verdade vieram por meio de
Jesus Cristo. Hoje a presente verdade é a Nova Aliança.

Porque, se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo
buscado lugar para uma segunda. E, de fato, repreendendo-os, diz: Eis aí vêm dias, diz o Senhor, e
firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá, não segundo a aliança que fiz
com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os conduzir até fora da terra do Egito; pois
eles não continuaram na minha aliança, e eu não atentei para eles, diz o Senhor. Porque esta é a
aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: na sua mente
imprimirei as minhas leis, também sobre o seu coração as inscreverei; e eu serei o seu Deus, e eles
serão o meu povo. E não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão,
dizendo: Conhece ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior.
Pois, para com as suas iniquidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me
lembrarei. Hb.8:7-12
O próprio Deus diz que a Velha Aliança tinha defeito. Deus achou defeito num sistema perfeito
porque o seu povo é imperfeito. Agora Deus faz uma nova aliança e ele mesmo diz que cumprirá
todas as cláusulas dessa aliança e não há menção de condições impostas ao seu povo.

O texto de Hebreus 8 é uma citação de Jeremias 31:33-34 onde são colocadas as cláusulas da Nova
Aliança. O Senhor diz que fará quatro coisas:

· Na sua mente imprimirei as minhas leis;


· Eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo;
· Não ensinará jamais cada um ao seu próximo dizendo: Conhece ao Senhor;
· Dos seus pecados jamais me lembrarei.

Na sua mente imprimirei as minhas leis


Em primeiro lugar ele diz que vai escrever suas leis em nosso coração. Eu gostaria de poder colocar
dentro do meu filho o desejo de comer brócolis, mas não tenho esse poder. Deus, porém, pode e é
exatamente isso o que ele fez, ele colocou a sua lei dentro de nós. Hoje nós temos no nosso coração
o desejo de fazer a sua vontade.

O problema da lei é que ela não muda o interior do homem. Ela toca apenas o exterior e isso não
satisfaz a Deus.

Vamos usar o casamento como ilustração. Imagine que o meu casamento é uma união segundo o
princípio da lei. Eu chego para a minha esposa e digo os mandamentos da minha. Primeiro
mandamento “amará o teu marido de todo o teu coração, de toda a tua e de todo o teu endimento!”
Segundo mandamento “farás comida todos os dias para o teu marido.” Terceiro mandamento
“Beijarás o teu marido!” Quarto mandamento “farás sexo com o teu marido!”
Um certo dia eu chego em casa e vejo o jantar pronto e fico contente. Eu então pergunto a minha
1
esposa: “por que você fez o jantar?” E ela diz: “é o segundo mandamento. Eu até nem queria fazer a
comida, mas eu tenho de cumprir o mandamento.

Eu chego a ela e lhe peço um beijo. Ela prontamente me beija dizendo que esse é o terceiro
mandamento. Eu fico confuso e pergunto a ela: “você me ama?” “Claro! Ela responde. Esse é o
primeiro mandamento, lembra?

Creio que nenhum de nós gostaria de estar casado com uma mulher que nos beija ou faz sexo
conosco porque a lei manda. Nós queremos ser amados.

Agora imagine um casamento segundo a graça. Em vez de dar à minha esposa mandamentos eu
decido conquistar o coração dela mostrando a ela o quanto eu a amo. Eu trabalho e faço todo
sacrifício para que ela seja suprida e feliz. Num dia eu chego em casa e a comida não foi feita.

Imediatamente eu saio para comprar comida, mas como não tem restaurante aberto eu compro os
ingredientes e eu mesmo cozinho para ela.

No fim eu lhe pergunto: “você me ama?” “Como posso não amar?” Responde ela. “Você me ama
tanto que me conquistou com tanto carinho e dedicação”.

A Velha Aliança é “amarás o Senhor teu Deus!” Mas a Nova Aliança é: “nós amamos porque ele
nos amou primeiro”. Hoje o nosso amor é uma resposta ao amor dele por nós (I Jo.4:19).

Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo


A segunda cláusula da Nova Aliança é: “Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo”. Essa é uma
afirmação poderosa, pois se estivermos doentes, ele será o nosso Deus e nós teremos cura. Se
estivermos necessitados ele será o nosso Deus e nós teremos plena provisão.

Quando o anjo veio anunciar o nascimento do Senhor ele disse que o seu nome seria “Salvador”,
literalmente “Yeshua”. Não é que ele veio nos ensinar um caminho de como ser salvo, ele veio
para nos salvar. Ele mesmo é a nossa salvação.

Essa é uma diferença entre a lei a graça. Quando pregamos a lei nós dizemos às pessoas o que elas
precisam fazer, mas quando pregamos a graça nós falamos do que o Senhor faz por nós. Quando
temos uma crise no casamento nós não pensamos que precisamos de um salvador, mas presumimos
que devemos aprender como nós mesmoS podemos salvar o nosso casamento.

É por isso que muitos pastores pregam um tipo de autoajuda. Se você está em crise no casamento eu
vou te ensinar sete passos de como salvá-lo, dez passos de como ter uma união feliz. Tudo isso é o
que você mesmo pode fazer, mas viver na graça significa crer que ele mesmo vai nos tirar do
buraco.

Imagine uma pessoa que está se afogando. Você a vê e então lhe atira um livro dizendo: “pega aí!
Meu último livro: “como aprender a nadar em cinco lições!” O que ele precisa é de um salvador que
o tire da água e o leve para o lugar seguro, mas tudo o que oferecemos são regras para que ele
mesmo se salve. Muitos buscam métodos, mas Deus nos dá Cristo.
1
Todos queremos aprender como transformar o nosso casamento de água em vinho. Mas não temos
como fazer isso a não ser que Jesus seja convidado para fazer o milagre. E quando ele faz, o milagre
acontece num instante e não num processo que leva toda a vida.
Se alguém quer produzir um vinho excelente isso vai levar de 15 a 25 anos, mas o Senhor fez o
melhor vinho num instante. Você não precisa esperar por tanto tempo, apenas peça ao salvador
para te salvar.

Sempre associamos salvação com o ser salvo do inferno e da condenação, mas a palavra salvar é
“sozo” e ela significa muito mais que isso. Nós podemos ser salvos de uma enfermidade, de uma
vida de probreza e claro, de um casamento ruim. Mas ele não nos salva destruindo o casamento,
mas mudando a nossa sorte. O nosso Salvador quer nos salvar de tudo isso.

Todos me conhecerão
A terceira cláusula é que “todos conhecerão o Senhor, desde o menor deles até ao maior, diz o
Senhor”. O conhecimento de Deus hoje é intuitivo dentro de nós. Nós podemos ter comunhão
com ele em nosso espírito. Não importa se somos crianças ou velhos, cultos ou iletrados, todos
podemos conhecer a Deus.

Dos seus pecados jamais me lembrarei


Por fim na última cláusula da Nova Aliança o Senhor diz: “para com as suas iniqüidades, usarei de
misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei.” Essa é a cláusula que torna possível todas
as outras.

Debaixo da lei o Senhor disse que visitaria a iniquidade dos pais nos filhos até terceira e quarta
geração, mas agora ele não se lembra mais de nossos pecados (Ex. 20:5). Enquanto Deus se lembra
ele julga, mas agora não há mais lembrança de nenhum dos nossos pecados. Isso significa que não
há mais condenação sobre nós e nem sobre os nossos filhos e netos.

Na velha Aliança os sacrifícios de sangue de animais apenas cobriam os pecados dos filhos de
Israel durante somente um ano; o processo tinha de ser repetido a cada ano (Hb. 10:3). Mas agora o
sangue de Jesus removeu os pecados passados, presentes e futuros dos crentes, completa e
perfeitamente, de uma vez por todas (Hb. 10:11-12).

Qual é a parte do homem na Nova Aliança? Ele não tem de fazer coisa alguma, apenas crer.
O justo viverá pela fé.

Por que muitos não conseguem crer que a lei foi escrita em nossos corações? Por que não
conseguem crer que Deus é o seu Deus no meio da necessidade? Por que pensam que não podem
conhecer o Senhor? Tudo isso é porque não crêem que o Senhor se esqueceu do seu pecado.

Infelizmente muitos crentes ainda vivem debaixo de condenação acreditando que o seu pecado está
sempre diante de Deus. Por causa disso vivem na expectativa do juízo e não na expectativa da
bênção.
1
Muitos ainda se achegam a Deus na posição de pecadores, mas você hoje foi declarado justo.
Certa vez o Senhor contou uma parábola falando do fariseu e do publicano.

Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano. O
fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não
sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano,
jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando em pé,
longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê
propício a mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque
todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado. Lc 18.10-14

Este texto não está ensinando você como se relacionar com Deus hoje, mas a maneira de ser salvo.
Quem será salvo é aquele que atendeu o apelo e vem à frente chorando, batendo a mão no peito e
pedindo misericórdia ao Senhor porque reconhece que é um pecador.

Mas depois que você é salvo, vai continuar orando assim? Claro que não. Muitos de nós depois de
salvos, continuamos orando como se não fôssemos justos.

Então alguém diz: “Mas está escrito, foi Jesus quem disse. Não, essa foi a sua oração no primeiro
dia. Depois que você fez a oração do pecador você se tornou filho. Se você orar hoje da posição de
um pecador Deus não o ouvirá.

Ore como filho: “Pai, eu sou teu filho e sou coherdeiro com Cristo. Fui justificado pela fé e hoje
tenho a justiça de Cristo. Meus pecados foram todos cancelados e tu não te lembras de nenhum
deles”. Essa é uma oração poderosa porque honra a Aliança.

Deus é seu pai. Você é filho e herdeiro. Você não é herdeiro porque comporta bem, você é herdeiro
porque é filho.

Muitos não conseguem ter esperança por causa do medo da condenação e da ira de Deus. Mas a
verdade é que sobre nós não há mais condenação e o Senhor jurou que não mais se iraria contra
nós.

Porque isto é para mim como as águas de Noé; pois jurei que as águas de Noé não mais
inundariam a terra, e assim jurei que não mais me iraria contra ti, nem te repreenderia. Is. 54:9
A nossa esperança não é baseada em algo vago e nem é um tipo de salto no escuro, mas está
firmada na fidelidade de Deus em sua aliança. O Senhor se comprometeu a nos dar um grande
futuro por causa da Nova Aliança.

Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu
temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim. Jr. 32:40
1
O CONFRONTO DE DUAS ALIANÇAS
Em II Coríntios capítulo 3 Paulo faz um grande paralelo entre e Velha e a Nova Aliança. Gostaria de mostrar
algumas diferenças para que a nossa fé seja fortalecida e vivamos cada dia mais a realidade do graça de
Deus.

A Velha Aliança é uma promissória de dívida, mas a


Nova Aliança traz paz
Existe uma grande diferença entre a velha Aliança e a Nova Aliança. Infelizmente é possível viver
nos dias do Novo Testamento, mas ainda se relacionar com Deus nas bases da Velha Aliança, o
que produz um terrível problema espiritual.

Na velha aliança Deus exigia justiça do homem, mas hoje na nova Aliança ele transmite justiça ao
homem através da obra consumada de Jesus (Rm. 4:5-7). É por isso que o justo vive pela fé, pois
ele não vê essa justiça, mas Deus vê. A nossa justiça hoje é um dom que recebemos e não um
comportamento que adquirimos. Mas se ainda vivemos segundo a lei ficaremos todo o tempo
tentando nos tornar o que já somos em Cristo, justos.

Em II Coríntios 3:6-18 Paulo faz um paralelo entre as duas alianças mostrando pelo menos cinco
grandes diferenças. A primeira é que a Velha Aliança é uma nota promissória de dívida, mas a
Nova Aliança traz paz.

O qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito;
porque a letra mata, mas o espírito vivifica. II Cor. 3:6
A palavra letra usada aqui poderia ser traduzida como a lei do Velho Testamento. Na verdade a
palavra “letra” ainda hoje é usada como sinônimo de nota promissória, carta de fiança, decla- ração
escrita de débito ou dívida. Não é por acaso que o governo emite um documento chamado LTN,
Letras do Tesouro nacional. Quando você adquire uma LTN o governo passa a ser seu devedor.
Você passa a ter uma carta promissória chamada de letra do Tesouro.

Nesse sentido então, pregar a letra é pregar a dívida que as pessoas possuíam com Deus de acordo
com a lei. Isso significa que nós hoje não pregamos mais a lei do Velho Testamento. Não estou
dizendo que não podemos pregar o Velho Testamento, pois eu mesmo sou professor de Velho
Testamento. Mas somente podemos pregá-lo se for para apontar para Cristo.

Não fomos chamados para pregar acusação e condenação. O Senhor disse que ele mesmo não nos
acusa. Na verdade ele é o advogado (I Jo. 2:1). Ele disse que quem nos acusa é Moisés.
Não penseis que eu vos acusarei perante o Pai; quem vos acusa é Moisés, em quem tendes firmado
a vossa confiança. Jo. 5:45
E sabemos que Moisés representa a lei. Isso significa que a lei é que nos acusa. Pregar a lei nos
leva a acusar e condenar as pessoas. Muitos fazem isso com boa intenção, mas estão matando as
pessoas em vez lhes ministrarem vida.

Dificilmente um pastor prega unicamente a lei, normalmente eles pregam um tipo de mistura do
1
Novo com o Velho Testamento. A mistura é o grande problema.

Muitos misturam o evangelho da graça com a lei. Eles crêem que são salvos pela graça, mas que a
comunhão com Deus depende de guardarem os mandamentos da lei. Acreditam que somente
aqueles que cumprem os mandamentos têm as suas orações respondidas. Vivem como se não
fossem justificados pelo sangue.

A letra de dívida não pode gerar fé em ninguém, apenas condenação e medo. A lei é muito simples
e se constitui na base do pensamento das religiões do mundo. Se fizer o bem eu ganho, se fizer o
que é mal eu perco. Ninguém precisa de revelação do Espírito para entender esse princípio.

Mas a verdade da graça é completamente diferente. É preciso luz do Espírito para que a pessoa
entenda como aquele que não merece pode ainda assim ser abençoado. É preciso de revelação para
entender que a nossa relação com Deus não é mais baseada em nosso mérito. Sem a luz do
Espírito o evangelho é loucura, mas a lei é vista como algo sensato pelos religiosos.

Como ministros da Nova Aliança precisamos ser cuidadosos para não pregarmos para que as
pessoas se sintam culpadas, mas perdoadas. Se formos ministros da letra vamos pregar a
condenação. Aquele que é ministro da letra não tem uma palavra de esperança, mas apenas de
medo.

A Velha Aliança resulta em morte mas a Nova Aliança é ministério do


Espírito
E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, se revestiu de glória, a ponto de os
filhos de Israel não poderem fitar a face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, ainda que
desvanecente. como não será de maior glória o ministério do Espírito! II Cor. 3:7-8
Paulo diz que o ministério da morte foi gravado com letras em pedras. Todos nós sabemos que
somente a lei foi gravada em pedras, sendo assim a lei é o ministério da condenação. O ministro
que prega a letra sempre vai condenar as pessoas, mas aquele que tem o ministério do Espírito
sempre ministrará fé no coração das pessoas.

Segundo a lei tudo depende do homem e da sua obediência. Segundo a graça tudo depende de
Jesus e do que ele realizou na cruz.

A lei exige justiça; mas a graça concede justiça. A lei diz: “faça!” Mas a graça diz: “Eu faço por
você!”

Pregar a velha aliança produz morte. Paulo diz que a Velha Aliança é o ministério da morte.
A principal causa de morte nas igrejas é a pregação da lei. A principal causa de um ambiente
pesado na célula é porque os irmãos ainda pregam a lei. Quando pregamos a lei o ambiente fica
pesado por causa da condenação, do medo e da vergonha.

Quando pregamos condenação, sempre mostrando o quanto as pessoas são falhas, nós enchemos a
reunião de morte. Mas se ministramos a graça, o Espírito pode agir livremente.
1
O conceito comum é que a reunião fica pesada por causa do pecado das pessoas, mas a verdade é
que se pregamos a graça as pessoas em pecado logo experimentarão o perdão de Deus. Condenar o
pecador não libera vida, mas perdoá-lo, sim.

Uma diferença fundamental entre a velha e a nova aliança é que na velha aliança somente a
impureza e a morte eram transmitidas, mas nunca a vida e a santidade. É por isso que um sacerdote
levita jamais poderia impor as mãos sobre um leproso ou orar por um morto, mas o Senhor Jesus
tocou no leproso, e em vez dele ser contaminado foi o leproso que recebeu vida e cura.

Isso está claramente ilustrado num exemplo dado em Ageu 2:11-13.

Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Pergunta, agora, aos sacerdotes a respeito da lei: Se alguém
leva carne santa na orla de sua veste, e ela vier a tocar no pão, ou no cozinhado, ou no vinho, ou
no azeite, ou em qualquer outro mantimento, ficará isto santificado? Responderam os sacerdotes:
Não.
Então, perguntou Ageu: Se alguém que se tinha tornado impuro pelo contato com um corpo morto
tocar nalguma destas coisas, ficará ela imunda? Responderam os sacerdotes: Ficará imunda.
Não precisamos temer tocar as pessoas, pois a vida de Deus em nós é mais poderosa que a obra do
maligno na vida delas. Nós transmitimos vida e poder, mas não recebemos as coisas do diabo.
Paulo diz em I Coríntios 7 que a mulher crente santifica o marido descrente. Assim o descrente é
abençoado pelo convívio com o crente, mas o crente não pode ser atingido. Esta é a glória da Nova
Aliança.

Na Velha aliança os filhos de Israel estavam sob o ministério da morte (2 Cor. 3:6),mas hoje os
crentes estão sob o ministério da vida abundante de Jesus (2 Cor. 3:6; Jo. 10:10).

A Velha Aliança traz condenação, mas Nova Aliança ministra a justiça


Porque, se o ministério da condenação foi glória, em muito maior proporção será glorioso o
ministério da justiça. II Cor. 3:9
Tudo sobre a lei tem a ver com você olhando para si mesmo. Mas tudo sobre a graça tem a ver com
você vendo a Jesus. Esse é o grande teste para você saber se tem vivido na lei ou na Nova Aliança.

Uma maneira simples de avaliarmos que tipo de ministro somos é observando se a nossa pregação
leva as pessoas para elas mesmas ou para Cristo. Se as estimulamos a serem introspectivas e
olharem para a própria performance, então pregamos a lei.

A Velha Aliança é um véu, mas na Nova Aliança nós somos


transformados por contemplar a Cristo
Mas os sentidos deles se embotaram. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga
aliança, o mesmo véu permanece, não lhes sendo revelado que, em Cristo, é removido. Mas até
hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Quando, porém, algum deles se
converte ao Senhor, o véu lhe é retirado. II Cor. 3:14-16
1
A lei é um véu. Enquanto andamos pela Velha Aliança da lei nossos olhos espirituais ficam
vendados, mas quando nos voltamos para a graça do Senhor então recebemos revelação. Se
queremos revelação precisamos remover o véu da lei.

O nome Ló significa “véu” em hebraico. Isso indica que Ló é um símbolo do crente que ainda vive
na lei. É por isso que Depois que se separou de Ló o Senhor disse a Abraão: “levanta os olhos para
o norte, para o sul, o leste e o oeste (Gn. 13:14). Quando o véu foi removido Abraão estava pronto
para ver.

Embora sejam justificados pela fé, muitos crentes ainda vivem segundo o princípio da lei.
Por causa disso ainda permanece um véu sobre eles como está escrito em II Coríntios 3:14.
Somente o evangelho tem poder para transformar o homem, pelo simples fato que somente a
mensagem do evangelho tem poder para gerar fé no coração.

Paulo diz que somos transformados apenas por contemplar a glória de Deus. E como con-
templamos a glória? Certamente cada vez que pregamos a Nova Aliança estamos pintando um
quadro do Senhor Jesus diante dos irmãos. Se eles conseguem contemplar o quadro que pintamos
então eles são transformados.

Mas se em vez de pintarmos um quadro vívido de Cristo nós pregamos a lei, então não há
transformação na vida dos irmãos. Eles sairão cheios de culpa e condenação, mas não haverá
nenhuma mudança de vida.

A lei pode trazer condenação, mas ela não tem poder para transformar o homem. Somos
habituados e pensar que a transformação é fruto do nosso esforço e empenho, mas Paulo diz que
somos transformados apenas por contemplar o Senhor.

E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos
transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito. II Cor.
3:18
Os filhos de Israel não podiam entrar no santo dos santos (onde estava a presença de Deus).

Somente o sumo sacerdote podia fazê-lo, somente uma vez por ano, no Dia da Expiação (Lv.
16:2,14). Hoje porém, os crentes podem entrar na santa presença de Deus, como também podem
chegar-se com ousadia ao Seu trono de graça para encontrar misericórdia e graça em suas
necessidades, devido à perfeita expiação de Jesus (Hb. 4:16).

Na nova Aliança todos somos feitos sacerdotes e podemos ministrar diante da arca. Esse é o centro
da revelação da nova aliança, pois Cristo veio habitar dentro de nós. E Se Cristo habita em nós
somos feitos reis e sacerdotes.

A Velha Aliança produz um comportamento sem transformação do


coração, mas na Nova Aliança somos transformados de glória em glória.
Aqueles que vivem pela lei possuem apenas um senso de obrigação, mas vivem uma vida falsa. É
como se dissessem: “Eu fiz porque você mandou que eu fizesse, mas eu não queria fazer. Eu fiz
1
porque você me constrangeu a fazer, mas nunca foi meu desejo fazer. Eu fiz para que você se
sentisse feliz, mas não queria fazer”. Isso é um relacionamento falso. É como o garoto que diz:
você me manda ficar sentado, mas por dentro eu estou em pé. Esse ficar sentado não tem valor
algum, ele é fruto de imposição.

Quem vive assim está sempre com medo. Medo de que? Medo de ser punido se não fizer. Deus
mandou, eu tenho de fazer, se eu não fizer ele me castiga. Meu pai mandou, eu tenho de fazer, se
não ele me castiga. Minha mulher mandou, então eu tenho de fazer mesmo.

A vida na lei é uma vida falsa, porque não vem de dentro. É uma vida amendrontada com o
constante assombro da punição. É uma vida oprimida porque o tempo todo está sendo lembrado
que está fora do padrão.

A obediência à lei não tinha o poder de eliminar o pecado da vida das pessoas. A lei não tem poder
para tornar alguém santo, justo e bom. Mas hoje o pecado não tem domínio sobre os crentes (Rm.
6:14), pois o poder de Jesus para vencer a tentação se manifesta quando eles sabem que são justos
em Cristo, independentemente de suas obras (Rm. 4:6).

Aqueles que vivem na lei estão o tempo todo conscientes de si mesmos. É assim porque o seu
relacionamento com Deus depende do quanto obedecem aos mandamentos da lei. Os filhos de
Israel eram desviados de sua confiança na bondade de Deus porque sempre olhavam para si
mesmos, para ver quão bem ou mal se saíam (estavam sempre conscientes de si mesmos). Hoje na
Nova Aliança somos desafiados a olhar para o Senhor. . Os crentes possuem uma tremenda
confiança e segurança em Cristo porque, agora, olham para Jesus e não para si mesmos (estão
conscientes de Cristo).

Precisamos ser cuidadosos para não tentarmos misturar a velha com a nova aliança. Quando
misturamos a lei com a graça o resultado é que a nova aliança perde todo o poder.

Em Hebreus 13:12 a palavra de Deus diz para saírmos para fora do arraial para encontrarmos com
Cristo.

Por isso, foi que também Jesus, para santificar o povo, pelo seu próprio sangue, sofreu fora da
porta. Saiamos, pois, a ele, fora do arraial, levando o seu vitupério. Hb. 13:12-13
A carta aos hebreus foi escrita para advertir a alguns contra o risco de voltarem para o jusdaísmo,
por isso em vez de voltar temos de sair fora do arraial. O arraial aqui aponta para a velha aliança da
lei. Cristo está fora e precisamos sair para encontrar com ele. Mais do que nunca precisamos
advertir aos irmãos a saírem da lei e entrarem na graça.

A justiça apenas pela fé


Existe uma verdade que é o centro da mensagem do evangelho. Na verdade o cristianismo não
existiria se não fosse essa verdade. Eu estou falando da justificação.

A justificação é a boa nova de que somos aceitos diante de Deus não por causa de nossas boas
obras e de nosso bom comportamento, mas através de um simples ato de fé em Cristo. Quando
1
cremos em Cristo e na sua obra realizada na Cruz somos declarados justos diante de Deus. Esse é
um dos pontos centrais da mensagem do evangelho. Precisamos conhecer essa verdade e aplicá- la
em todas as áreas de nossa vida cristã.

O que significa a justificação? “Justificação” é um termo legal que foi tomado emprestado aos
tribunais. É o oposto exato de “condenação”. “Condenar” é declarar uma pessoa culpada;
“justificar” é declará-la sem culpa, inocente ou justa.

Justificação é o ato do favor imerecido de Deus através do qual ele coloca diante de si o pecador,
perdoando-o e declarando-o sem culpa, e ainda aceitando-o como justo. Isso significa que você foi
declarado justo por causa da redenção de Jesus na cruz.

Sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus. Rm.
3:24
pecador, no entanto a humanidade não sabia disso. Assim Deus mandou o seu prumo para a terra.
O prumo de Deus é a lei. Pela lei ficamos sabendo que estamos fora do padrão da justiça de Deus.
Mas não era a intenção de Deus justificar o homem pela lei, pela lei apenas vem o pleno
conhecimento do pecado (Rm. 3:20). Assim veio Cristo Jesus e morreu e ressuscitou para ser a
nossa justiça.

Desta forma podemos compreender o que é justificação: justificação é o ato de Deus aprovar as
pessoas de acordo com o seu padrão de justiça. Embora pensemos que somos justos, nossa justiça
não é nada quando colocada no prumo da justiça de Deus. Deus mesmo é o padrão.

Sendo Deus o padrão, a sua exigência de justiça é absurdamente alta. Por isso nenhum homem
poderia se justificar diante de Deus, o padrão é inatingivelmente alto. Precisamos da justificação
pela fé e não por obras da lei.

Na Nova Aliança Deus tomou a lei e a substituiu pela fé. Crer é a única lei que Deus exige do
homem pecador. Se o homem crê em Cristo esta fé lhe é imputada como justiça. Não que o homem
possa crer por si mesmo, Cristo é o autor da minha fé e a minha própria justiça.

Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça
de Deus. II Cor. 5:21
Em Cristo Jesus nós fomos feitos justiça de Deus. Você não foi apenas perdoado, você foi declarado
justo.

Ser justificado é muito mais que ser perdoado. Ser perdoado significa que o pecador pode ser
liberado de ter que pagar a penalidade que ele merece. Mas ser justificado significa que posso
entrar na comunhão com Deus pois sou justo, jamais cometi pecado.

O perdão é negativo, é o cancelamento de um débito, enquanto a justificação é positiva, é receber


um novo estatus de justo diante de Deus. Veja o caso de um assassino. Um assassino perdoado
continua sendo um assassino, ainda que um assassino perdoado. Mas se de uma forma miraculosa
ele pudesse nascer de novo ele poderia ser declarado justo em sua nova vida. Isto é justificação.
Quando Cristo morreu eu morri com ele e quando ele ressuscitou eu renasci para uma nova vida.
Isso tudo se torna uma realidade no momento em que confesso a Jesus. Pois quem morreu está
1
justificado do pecado ( Rm. 6:7).

O fundamento do evangelho é que a salvação começa e termina com Deus. Na salvação não há
lugar para a obra humana. Somente a graça de Deus é a fonte de nossa salvação.
A justificação é pela fé apenas. Hoje somos declarados justos quando cremos na redenção de Cristo,
na sua obra consumada na cruz.

A nossa justiça é um dom de Deus. Você foi feito tão justo como Jesus, não por meio do seu
comportamento, mas pela fé nele e em sua obra consumada na cruz.

Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a
abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.
Rm. 5:17
O diabo, porém, fica constantemente lembrando-o o quanto você é pecador. Você deve rejeitar toda
acusação maligna. Não há nada que você possa fazer para Deus amá-lo mais e não há nada que você
faça que o leve a amá-lo menos.

Seu direito de ser justo foi comprado pelo sangue de Jesus. Mas muitos crentes ainda vivem
debaixo de condenação e acusação. A nossa justiça não depende mais de nosso comportamento,
pois a nossa justiça é Cristo. Mesmo quando agimos mal podemos ousadamente declarar que somos
justos, pois a nossa justiça é Cristo.

A razão porque muitos crentes vivem uma vida de derrota é porque acreditam na mentira de que
Deus está zangado com eles. Estão sempre com a sensação de que não estão bem com Deus,
simplesmente não sentem paz. Ninguém pode sentir paz se está debaixo de condenação.

Por causa da obra consumada de Jesus a ira de Deus não pode mais estar sobre nós. Toda a ira de
Deus por causa do pecado caiu sobre o Senhor Jesus na cruz. Se toda a ira já caiu sobre Jesus, então
ele não pode estar irado conosco.

Não estamos mais debaixo da velha aliança segundo a qual Deus as vezes estava feliz com você e as
vezes estava zangado, dependendo do seu comportamento. Hoje ele tem total prazer em você por
causa de Jesus.

Sei que, na tentativa de ser zeloso, você está sempre olhando para si mesmo a procura de alguma
coisa errada. Chamamos isso de introspecção.

Existe um grande perigo na introspecção. Ficar o tempo todo se analisando e se vasculhando para
ver se há algo errado vai levá-lo ao abismo. Pode parecer zelo e santidade, mas na verdade é a carne
tentando se justificar diante de Deus sem depender do sangue de Jesus.

Reconheça que você já foi justificado. Hoje somos justos por causa da obra consumada na cruz.
Não precisamos ficar nos analisando porque essa é a função do Espírito. Se houver algo errado em
você ele vai trazer luz e você poderá se arrepender e mudar de conduta. Já fomos perdoados de todo
pecado e de toda iniquidade.

Muitos confundem a introspecção com o convencimento do Espírito Santo a respeito do pecado.


1
Hoje não precisamos mais ser convencidos do pecado, pois já fomos convencidos do pecado
quando nos convertemos. Hoje o trabalho do Espírito Santo é nos convencer da justiça (Jo. 16:8).
Você precisa receber a revelação de que já é justo em Cristo Jesus.

O problema é que muitos vivem debaixo de acusação e condenação do diabo, mas pensam que se
trata do convencimento do Espírito Santo. Quando o Espírito opera ele nos convence que, mesmo
quando falhamos, somos justiça de Deus em Cristo. Ele nos convence de que já fomos perdoados.

A lei x a Graça
O que é a lei? Evidentemente por “lei” nós entendemos todos os mandamentos de Deus e por
“obras da lei” o nosso esforço para guardar aqueles mandamentos.
Os religiosos ensinam que o homem é justificado obedecendo os mandamentos da lei. Eles vêem o
ensino da justificação pela fé como um tipo de licença para que as pessoas vivam no pecado. É
assim que pensam muitos crentes dos nossos dias. Cada vez que nos ouvem pregando sobre a graça
ficam o cabelo em pé pensando que se trata de um ensino que enfraquece a santidade. Por causa
disso os legalistas procuram sempre acrescentar a lei ao evangelho. Eles acreditam que a única
maneira de ser justificado é com trabalho duro guardando todos os mandamentos. Na visão de um
religioso somente podemos ser justos se nos comportarmos corretamente.

Essa tem sido a base de todas as religiões. Toda religião ensina que o homem precisa se comportar
bem para poder agradar a Deus e receber o seu favor. A religião diz ao homem que, se ele tão
somente conseguir melhorar um pouco o seu comportamento e se ele se esforçar um pouquinho
mais, conseguirá obter a sua própria salvação e o favor de Deus.

Mas essa é a maior mentira do mundo. Nenhum homem jamais foi justificado pelo seu bom
comportamento. Pelo simples motivo de que ninguém jamais conseguiu cumprir a lei. Podemos até
guardar alguns mandamentos de forma exterior, mas guardá-los no interior do coração é
completamente impossível. Podemos guardar o mandamento de não roubar ou não matar até com
alguma facilidade, mas não conseguimos deixar de desejar a morte do outro ou de cobiçar as suas
coisas.

Somente o Senhor Jesus cumpriu a lei perfeitamente.

Se você for honesto consigo mesmo verá que já quebrou todos os mandamentos da lei de Deus.
Jesus disse que se desejamos a morte do outro já nos tornamos homicidas. Se cobiçamos as coisas
do outro já somos ladrões e se cobiçamos uma mulher já nos tornamos adúlteros. Por causa disso a
Bíblia diz que homem algum pode ser justificado pelas obras da lei. Se as pessoas avaliassem essa
questão com honestidade perceberiam que é impossível entrar no céu dessa maneira.

Mas o cristianismo é diferente de todas as outras religiões. Enquanto todas elas ensinam que
precisamos ser bons para entrarmos no céu, no cristianismo tudo o que temos de fazer para sermos
salvos é reconhecer que somos pecadores e colocar a nossa fé em Cristo e sua obra na cruz.

As religiões ensinam que devemos nos esforçar para agradar a Deus, mas no cristianismo é
abençoado aquele que não merece. É salvo aquele que se reconhece pecador e sem mérito ne-
1
nhum.

Evidentemente a fé em Cristo não é apenas uma concordância mental, mas um compromisso


pessoal. Paulo Diz que aquele que crê em Cristo, crê para dentro dele. É um ato de entrega, não
apenas de aceitação do fato de Jesus ter vivido a morrido, mas de correr a ele em busca de refúgio
a de clamar a ele por misericórdia.

O meio humano de tentar se justificar é “pelas obras da lei”, mas o meio de Deus é “por meio da
fé em Jesus Cristo”. Porque estamos debaixo da graça já não precisamos guardar a lei. Pelo
contrário, somos justificados pela fé em Cristo.

Sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo
Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não
por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado. Gl. 2:16
Fé em Cristo significa ser unido a Cristo num único corpo. Fé em Cristo não é fé em uma doutrina
sobre Cristo, mas fé na pessoa de Cristo. Essa fé cria uma união na qual nos tornamos um com
Cristo. Antes de crermos nós estávamos separados de Cristo, mas quando cremos fomos unidos a
Ele e nos tornamos um com Ele.

Essa união pode ser comparada a um enxerto de uma árvore na outra. Quando cremos em Cristo
somos enxertados nele. Nossa vida agora é a mesma de Cristo, temos uma só vida.

Para haver enxerto são necessárias duas ações: o cortar e o unir. Não é possível haver enxerto se
não houver o corte. Depois que somos cortados da árvore antiga precisamos ser unidos a uma
nova.

O cortar corresponde à morte de Cristo e o unir, à sua ressurreição. Na sua morte a nossa velha
vida foi cortada e na sua ressurreição fomos unidos a ele para termos vida. A experiência da morte
de Cristo nos faz morrer para a lei e a experiência da ressurreição capacita-nos a viver para Deus.
Hoje nós estamos em Cristo e pelo fato de sermos parte de Cristo Deus pode reconhecê-lo como a
nossa justiça. Visto que nós e Cristo somos um, tudo o que pertence a Ele é nosso. A justiça dele é
a nossa justiça. É assim que Deus vê.

O novo nascimento é a aplicação prática da justificação. Já morremos para a lei e hoje vivemos
pela fé do Filho de Deus. Paulo diz que o novo nascimento é o ponto mais importante.

Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura. Gl. 6:15
Esse novo homem já morreu para a lei. O que significa morrer para a lei? Significa que eu já fui
liberto de ter de agradar a Deus pelo meu esforço próprio. Todo filho de Deus deseja agradar a
Deus, mas quando tentamos agradá-lo por meio de nossos méritos nós caímos novamente na lei dos
mandamentos. A única maneira de agradarmos a Deus é desfrutando de Cristo pela fé. A vida que
hoje vivemos deve ser pela fé do Filho de Deus.

Só podemos desfrutar de Cristo quando focamos nossa atenção em nossa união com ele. Quanto
mais desfrutamos dele, mas nós agradamos a Deus. Somente agrada a Deus aquele que desfruta da
graça que é Cristo.
1
Não anule a graça
O evangelho da justificação pela fé é uma verdade muito simples, mas muito poderosa. Ela foi
colocada em dúvida nos dias de Paulo e ainda hoje é resistida.

Os legalistas rejeitam a justificação pela fé porque acreditam que ela leva o crente a ter uma vida
no pecado. Quando Paulo ensinava que a justificação era exclusivamente pela fé os críticos
judaizantes afirmavam que isso era um tipo antinomianismo, a heresia que ensinava que os crentes
não precisam mais cumprir lei alguma. Eles diziam: Se Deus nos considera justos unicamente pela
nossa fé em Cristo, então porque preciso me esforçar para ser bom e viver em integridade? Se é
assim não é melhor fazer tudo o que tivermos vontade?

O que muitos não entendem é que a justificação pela fé não um tipo de ficção espiritual onde
Deus faz de conta que somos justos enquanto nosso caráter continua o mesmo. A justificação
acontece quando creio em Cristo, e nesse momento eu sou unido a Cristo e minha vida é totalmente
transformada. Nunca mais serei a mesma pessoa porque a justificação vem sempre junto com a
regeneração, o novo nascimento. Falar que uma pessoa regenerada e justificada pode voltar para a
vida no pecado é uma impossibilidade porque nele agora está a semente de Deus. Ele se tornou
uma nova criatura e as coisas antigas já passaram.

O perdão dos pecados é também uma libertação do poder do pecado. A mesma cruz que me perdoa
também me liberta.

E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se
fizeram novas. II Co 5:17.
Isso porque a morte e a ressurreição de Cristo não são apenas acontecimentos históricos, mas
acontecimentos dos quais, por meio da união da fé com ele, nós também participamos. É por isso
que Paulo diz: “Estou crucificado com Cristo” e agora eu “vivo”. Em outras palavras ele está
dizendo que seu velho homem foi crucificado com Cristo e agora ele vive a nova vida que recebeu
quando Cristo ressuscitou.

Quando nos unimos a Cristo em sua morte nossa vida antiga acaba; e ressuscitamos para uma
nova vida. E a nova vida que recebemos nós a vivemos pela fé do Filho de Deus. Não sou mais eu
quem vive, mas Cristo vive em mim. E, uma vez que ele está vivendo em mim ele muda o meu
coração, minha natureza e me dá força para andar em santidade.

Isso não significa que o crente não pode mais pecar. Ainda podemos, mas não queremos.
Nós mudamos porque uma nova vida entrou dentro de nós. Cristo agora vive em mim. Um crente
que recebe revelação dessas verdades já não pode mais viver no pecado.

Em Gálatas 2:21 Paulo afirma que depender dos méritos próprios para agradar a Deus é o mesmo
que anular a graça.
1
“Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em
vão.”
Os dois alicerces da vida cristã são a graça de Deus e a morte de Cristo. O evangelho de Cristo é o
evangelho da graça de Deus. A fé cristã é a fé do Cristo crucificado.

Dessa maneira qualquer um que afirme que o homem pode ser justificado pelas obras da lei, pelo
seu bom comportamento, está anulando a graça de Deus. Por que está anulando a graça?

Porque se a salvação é pelas obras então não pode ser pela graça, e se a salvação não é pela graça,
então Cristo não precisava ter vindo para morrer em nosso lugar. Se eu mesmo sou capaz de me
salvar pelas minhas obras então eu não preciso de um salvador. Afirmar isso é o mesmo que dizer
que Cristo não precisava ter vindo para morrer em meu lugar.

Tentar se justificar diante de Deus pelas boas obras é algo demoníaco pois nega a graça de Deus e
a morte do Senhor Jesus. Se somos capazes de nos salvar a nós mesmos então a graça de Deus e
morte de Cristo foram completamente inúteis.

O dom da justiça
Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de
Deus. II Cor 5:21
Muitos crentes vivem debaixo de condenação e derrota porque pensam que a sua justiça depende
do seu comportamento. Assim, quando se comportam bem pensam que são justas, mas quando se
comportam mal presumem que perderam a justiça. Dessa maneira a justiça deles é algo que
depende completamente das suas boas obras. Mas a verdade é que, segundo a nova aliança, a nossa
justiça é Cristo. Isso não depende mais do meu comportamento, sou justo porque a justiça de Cristo
foi transferida para mim.

Mas, e quando eu caio em algum pecado? A resposta é simples. O Espírito Santo é a justiça de
Deus em você, se ele não deixou de habitar em você, tampouco você deixou de ser justo.

As escrituras dizem em Tiago 5:16 que muito pode pela sua eficácia a súplica de um justo. Quando
lêem isso muitos crentes ficam pensando: “ah se eu pudesse encontrar um justo para orar por
mim!” Mas, que tal colocar o seu nome na frente de Tiago 5:16. Você foi feito justo porque Cristo
se tornou a sua justiça. Somente descansando nessa verdade você encontrará a perfeita vitória.

Jesus trocou o nosso pecado pela sua justiça


Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a
abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.
Rm. 5:17
A justiça de Deus em nós é uma dádiva, um presente. A palavra dom significa exatamente isso,
uma dádiva. Não é um estágio do crescimento espiritual, mas uma posição que nos foi dada pela
1
graça. Não é fruto, é um presente. Não há nada que você possa fazer para se tornar justo aos olhos
de Deus. Quando nascemos de novo, Deus mesmo mesmo lança sobre nós o manto da justiça,
como um presente, um dom destinado aos membros da sua família.

Como isso pode acontecer? Jesus era a justiça de Deus, mas o homem é a expressão exata do
pecado, corrupção e rebeldia. Como esse homem poderia chegar a Deus? Deus fez em Cristo o que
a mente humana pode achar absurdo: ele tomou sobre si o pecado e a maldição do pecador, a fim
de transformá-lo num homem santo e justo. Na cruz o Senhor Jesus tornou-se o que eu era,
assumindo minha culpa e se tornando pecado em meu lugar. E por que ele fez isso? Para que, pela
fé nele, eu fosse feito justiça de Deus. Hoje quando cremos em Cristo acontece a grande troca. Nós
recebemos a justiça de Cristo porque ele já levou os nossos pecados. Hoje podemos chegar na sua
presença sem qualquer condenação ou sentimento de culpa, como se nunca tivesse pecado.

Agora, todas as vezes que Deus olha para nós, ele vê Jesus. Assim como Ele olhou para a cruz e
viu nela o pecador, ele agora olha para o pecador redimido e vê nele seu filho.

Consciência de justiça

O grande problema é que muitos crentes, apesar de terem sido justificados, desenvolvem mais uma
consciência de pecado do que de justiça. Temos de entender que, se a justiça de Deus está em nós,
Deus não vê em nós o velho pecador em Adão, mas vê o novo homem em Cristo, ele vê a justiça
de Cristo, pois é ela quem agora nos cobre.

Pare de ficar pensando o tempo todo no quanto você é pecador e comece a meditar no imenso dom
da justiça que lhe foi dado. Pare de ficar se vasculhando a procura de pecado e comece e perceber a
presença do Espírito Santo em você. Medite no favor imerecido e não nos seus méritos. Você foi
feito justo em Cristo.

Essa justiça não é nossa, mas ela nos foi dada e, por causa dela, podemos entrar na presença de
Deus. Devemos nos aproximar de Deus, sabendo que somos aceitos, não na base dos nosso bom
comportamento, mas nos méritos de Jesus, que nos fez justiça de Deus. O sangue de Jesus foi
derramado, por isso o preço da redenção foi pago, o pecado foi julgado e a justiça de Deus
satisfeita.

Como lidar com as quedas

Nós recebemos a justiça é pela graça somente. A justiça de Deus nos foi dada como expressão do
seu amor e graça.

Porque Todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua
graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus" (Rm 3:23-24).

É somente quando o crente começa a se ver como sendo justo na presença de Deus que poderá
1
experimentar vitória e levantar-se acima das acusações do inimigo sem nenhuma condenação ou
culpa. Não há condenação para os que estão em Cristo Jesus (Rm 8:1).

Quando eu cri em Cristo ele me deu a sua justiça, meu passado foi sepultado, e o meu pecado foi
perdoado. Mas o que fazer das acusações e pecados cometidos hoje?

É possível que o acusador, Satanás, fale ao seu ouvido coisas como estas: “Quando você se
converteu você foi perdoado. É verdade. Mas você se lembra que esta manhã perdeu o controle?
Lembra de que ontem disse um palavrão?” A maneira de lidar com o pecado não é dar ouvido às
acusações de Satanás. Nunca duvide do amor de Deus e jamais fuja da sua presença. Haja o que
houver, corra para os braços do Pai. Há provisão em Cristo, para que nos levantemos imediata-
mente de qualquer queda (I Jo 1:9).

Nós recebemos o dom da justiça para vivermos em santidade, mas se acontecer de cairmos, temos
uma provisão: basta confessar o nosso pecado. A confissão não é para ficarmos o tempo todo
pensando no quanto somos pecadores. A confissão é para sabermos que estamos em paz com Deus.
Toda dívida já foi paga. Não há mais condenação alguma para nós.

Confessar significa concordar com Deus. Concordar quanto ao fato de que a transgressão é
transgressão e concordar com a solução de Deus para o problema. O perdão dos pecados é uma
provisão para o crente, em caso de queda. Em caso de queda, não se sinta destruido debaixo das
acusações de Satanás. Você sempre pode correr para os braços do Pai.

PECADOR OU JUSTO?
A verdade do Novo Testamento é que não somos mais pecadores, mas fomos feitos justos por meio
da obra do Senhor Jesus na cruz. Mas quando um novo convertido ouve essa afirmação ele logo
pergunta: “mas como sou justo se ainda peco? Como é possível deixar de ser pecador e ainda pecar?

Essas perguntas são realmente legítimas e gostaria de repondê-las. Para entender essa verdade a
primeira coisa que precisamos entender é a definição de pecador. Não podemos ler a Palavra de
Deus usanso definições de outros livros, mas a Bíblia explica a Bíblia. Se você cunsultar um
dicionário verá que a definição de pecador é “aquele que peca”. Mas essa não é a definição de
pecador nas escrituras.

Segundo a palavra de Deus pecador é aquele nasce pecador porque recebeu uma natureza
pecaminosa hereditariamente. Mesmo que um pecador ainda não tenha cometido nenhum pecado
ele é um pecador.

Se você encontrar uma pequena mangueira que ainda não produziu mangas você certamente é capa
de identificá-la como sendo uma mangueira. Nunca deu mangas, mas é mangueira. Nós não somos
mangueiras, mas éramos pecadeiros. Mangueira dá manga e pecadeiro dá pecado. Quando somos
bebês somos um pecadeiro que ainda não produziu pecados. Assim você não é pecador porque
peca, mas peca porque é um pecador.
1
Nós nos tornamos pecadores quando Adão pecou. Ele era o nosso representante e por causa do
pecado dele nós nascenmos pecadores. Você dirá: “Mas isso não me parece justo. Um peca e todos
se tornam pecadores?”

Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também,
por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos. Rm. 5:19

Pela desobediência de um todos se tornaram pecadores, mas Deus é justo e aplica o mesmo
princípio para a justiça. Deus fez Cristo e nosso representante e porque ele obedeceu agora somos
considerados justos.

Eu não precisei pecar para me tornar pecador, também não preciso obedecer para ser feito justo.
Tudo depende do nosso representante, uma vez que Cristo obedeceu a justiça dele é transferida para
mim.

Mas como isso acontece? Eu não preciso fazer nada? Você precisa apenas crer. É uma obra
exclusiva de Deus.

Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça
de Deus. II Cor. 5:21

Houve uma troca no calvário. Deus pegou o meu pecado e o colocou em Cristo e pegou a justiça de
Cristo e a colocou em mim. É por isso que hoje dizemos que somos justos. Ainda podemos pecar,
mas já não somos pecadores, assim como posso fazer pães e nem por isso ser um padeiro.

A diferença entre a posição e o estado

Precisamos entender que existe uma diferença entre posição e estado. O nosso estado muda todo
dia, mas a nossa posição permanece para sempre a mesma. Uma coisa é a nossa posição, outra o
nosso estado momentâneo.

A nossa posição diante de Deus já está estabelecida. Sua posição como justo, santo, inculpável e
sua opinião positiva a seu respeito que resulta em louvor e honra nunca muda.

A sua posição portanto nunca muda, mas o seu estado sim. Às vezes você se sente entusias- mado,
outras vezes fica deprimido. Há momentos que você fica nervoso, há outros em que você está de
bom humor e cheio de alegria. Há dias em que você está generoso, outros em que você quer
guardar tudo para si. Há dias de muita alegria e outros de imensa tristeza. Como você perce- be, o
seu estado é flutuante e transitório, mas a sua posição diante de Deus é permanente e eterna.

Sempre se avalie com base em sua posição, nunca com base em seu estado momentâneo.
1
Nunca avalie a sua posição com base em seu estado. Mas sempre julgue o seu estado com base na
sua posição.

É normal pensarmos assim: “hoje de manhã eu tive impulsos ruins e quase agredi uma pessoa,
agora Deus não tem uma opinião muito boa a meu respeito. Eu me deixei levar por aquela
tentação, agora Deus não tem uma opinião positiva a meu respeito. Como posso agora servi-lo?
Como vou liderar?”

Essa é uma situação muito comum, nós permitimos que o nosso estado afete a nossa percepção da
posição. Mas aos olhos de Deus seu estado não pode alterar sua posição. É assim porque a sua
posição foi conquistada por Cristo e não por você, consequentemente você não pode alterá-la.

Permaneça na posição

Há um maravilhoso exemplo desse princípio no Velho Testamento. Quando o povo de Israel


peregrinava no deserto eles tiveram de passar pela terra de Moabe. Balaque, o rei de Moabe, estava
com muito medo de Israel, então ele contratou um profeta chamado Balaão para amaldiçoar o
povo de Deus.

Mas Deus não permitiu que Balaão amaldiçoasse seu povo. E Balaão é obrigado a fazer algumas
afirmações extraordinárias. Primeiro ele diz que Deus já abençoou a Israel e isso não pode ser
revogado.

Eis que para abençoar recebi ordem; ele abençoou, não o posso revogar. Não viu iniqüidade em
Jacó, nem contemplou desventura em Israel; o SENHOR, seu Deus, está com ele, no meio dele se
ouvem aclamações ao seu Rei. Nm. 23:20-21

No verso 21 ele diz que o Senhor não viu iniquidade em Israel. Veja que afirmação espantosa!
Essa é a nossa posição na aliança, pois ele disse: “das suas iniquidades jamais me lembrarei”.
Deus não diz que não havia pecado em Israel, ele apenas diz que não os vê. Não devemos nunca
pensar que não há pecado em nós, mas devemos declarar ousadamente que o Senhor não vê
iniquidade em Israel. Quando Ele nos olha ele não vê pecado em nós.

Sabe porque Deus não viu iniquidade em Israel? Porque no meio do acampamento estava o
Tabernáculo e nele havia o altar de bronze que aponta para a cruz. E todos os dias o cordeiro era
imolado nele, lembrando-nos do Senhor Jesus.

A sua posição hoje é em Cristo. Estando em Cristo Deus quando olha para você e vê Cristo que
não tem pecado. Seu estado pode ser eventualmente ruim, mas a sua posição é eternamente
divina.

Se isso era verdade na velha aliança, muito mais agora. Uma vez que Deus disse que somos
perdoados e justificados em Cristo, isto não pode mais ser revogado. Alguns acreditam que as
1
suas muitas quedas e pecados podem fazer com que a sua posição mude diante de Deus, mas
isso é mentira do maligno. O Pai pode discipliná-lo, mas jamais irá mudar a sua posição de filho
(Hb.6:13-20).

Não ignore o seu estado

Será que devemos ignorar o nosso estado? Claro que não. Julgue o seu estado com base na sua
posição. Porque eu estou próximo de Deus, sou justo aos seus olhos pelo que Cristo fez, porque eu
sou altamente favorecido no amado, eu posso pedir a Deus que me ajude a tratar com esses
momentos ruins.

Mas quando nós não entendemos essa verdade nós tendemos a julgar a nossa posição pelo nosso
estado. Pensamos que a posição depende de nós e quando nosso estado muda nós concluímos que a
opinião de Deus a nosso respeito mudou também.

Ainda que o seu estado não possa alterar a sua posição diante de Deus, ou seja, a opinião positiva
que ele tem a seu respeito, o seu estado pode mudar a sua posição diante dos homens, o seu
testemunho perante as pessoas. Pode tirar a sua paz na mente por causa da comunhão com os
outros. Pode afetar o seu desfrute das coisas do espírito e também a sua utilidade para Deus. Por
tudo isso não ignore o seu estado.

Preciso dizer que existem dois tipos de auto-avaliação. Existe um tipo que auto-avaliação que
resulta em autocondenação e acusação. Esse é o tipo de auto-avaliação que procede do diabo.
Mas existe uma auto-avaliação que é saudável, quando avaliamos nossas ações para fazermos
melhor. Sabemos que a nossa posição não muda, por isso podemos mudar o nosso estado.

Reconheça a disciplina de Deus

Mas Deus pode me disciplinar quando meu estado for ruim? Sim, claro! Sua posição não muda, ele
vê você como justo, santo e com a sua natureza divina, mas isso não significa que ele não vai
corrigi-lo. Sua disciplina, porém, jamais muda a sua posição diante dele.

A extensão da correção é na exata medida do seu amor. Se vejo o meu filho vez após vez fazendo o
mesmo erro e se aquilo pode vir a resultar em grande perda para ele, eu vou corrigi-lo para impedir
que ele sofra perda. Quando amamos nós corrigimos, nunca ignoramos.

Deus, porém, não vai corrigi-lo lhe mandando doenças ou dando um acidente de carro. Deus nunca
age como um pai abusivo.

E estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não
menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o
Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais
(Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige? Mas, se estais sem
1
correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos. Além disso,
tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de
estar em muito maior submissão ao Pai espiritual e, então, viveremos?
Hb. 12:5-9

Eu creio que o Senhor nos disciplina, mas seja como for que essa disciplina venha o resultado é
que viveremos. Quando estamos debaixo de submissão ao Pai o resultado é vida e nunca morte.

VOCÊ PODE REINAR EM VIDA


Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a
abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus
Cristo. Romanos 5:17

Declare em voz alta: “Eu recebi a abundância da graça. Eu recebi o dom da justiça, por isso eu
posso reinar em vida por meio de Jesus Cristo”.

Essa é uma das promessas mais extraordinárias da Palavra de Deus. Todo crente pode reinar em
vida. Nós podemos reinar sobre as circunstâncias da vida. Você foi criado para desfrutar da
abundância, para experimentar o sucesso em tudo o que fizer. Você está destinado a uma vida
vitoriosa.

Se você é um empresário, a vontade de Deus é que você experimente o sucesso em seu


empreendimento. Se você é um empregado, a vontade de Deus é que você possa experimentar
suprimento, abundância e sucesso no lugar onde você trabalha. A vontade de Deus é que cada um
de nós possa se destacar no lugar onde tem sido colocado. Todos ao derredor vão perceber que
existe uma bênção sobre a sua vida.

Você está destinado a reinar por que o Senhor Jesus é o Rei, e Ele reina sobre a sua vida. Esta é a
realidade da Palavra de Deus. Você pode reinar sobre a enfermidade, sobre a miséria, sobre a ação
do diabo e sobre o pecado. Você pode reinar sobre as circunstâncias por que essa é a promessa da
Palavra de Deus.

Isso não depende do seu nome, não depende da sua ascendência familiar, de onde você veio, não
depende da sua capacidade intelectual ou da sua conta bancária. O poder para reinar em vida
depende completamente do que Jesus realizou por nós na cruz. É a obra consumada do Senhor
que o qualifica para reinar em vida. O segredo para você reinar em vida é justamente receber tudo
aquilo que o Senhor Jesus conquistou na cruz.

Você não tem que viver no fracasso, não tem que viver debaixo de acusação, nem debaixo de
condenação ou qualquer opressão do inferno. Não tem que se debater debaixo de uma vida ruim
sempre acreditando que essa é a vontade de Deus. Não é!

Um grande problema na vida dos crentes é a creditar que tudo o que acontece ao nosso derredor é a
1
vontade de Deus. Esse é o entendimento comum, mas não está em harmonia com a Palavra de
Deus.

O Senhor Jesus no ensinou a orar pedindo para que a vontade de Deus seja feita e também para que
sejamos livrados do mal. Se ele nos mandou orar para que seja feita a vontade de Deus é porque
nem tudo o que acontece é da vontade dele.

Deus é bom e tem pensamentos bons a nosso respeito. Podemos orar constantemente para conhecer
a sua vontade, pois ela é sempre boa, perfeita e agradável. Não é da vontade de Deus a doença, a
miséria e a morte. Essas coisas existem, mas o Filho de Deus se manifestou para desfazê-las.

Você foi chamado para a liberdade dos filhos de Deus. A liberdade é viver sem culpa e sem
condenação. Você já foi perdoado e o sangue de Jesus cobre a sua vida tornando-o sempre
aceitável diante de Deus.

Não deixe que o diabo o convença que Deus está irado com você. Quando pensamos assim nós
cancelamos a mensagem do evangelho de que todo escrito de dívida que era contra nós já foi
cancelado pelo sangue da cruz (Cl. 2:14).

Hoje eu quero sustentar o testemunho de que todo filho de Deus pode experimentar uma vida
triunfante reinando por meio de Cristo Jesus. Você foi chamado para reinar em vida! Diga não para
as mentiras do inferno! Você está debaixo da graça e do favor de Deus.

Eu não sou amado pelo que faço para Deus, mas pelo que Cristo já fez. Eu desfruto do favor
divino não por causa dos meus méritos ou do meu zelo, mas por causa da justiça de Cristo que me
foi dada. Deus não me ama você porque eu sou bom, Ele me ama porque Ele é bom. Tem gente
tentando ser bom para merecer o amor, mas a sua graça já foi derramada sobre nós.

O segredo para reinar em vida consiste em receber tudo que Jesus conquistou na Cruz por nós. Se
você está vivendo uma vida de fracasso, sendo constantemente derrotado pelo pecado, pela culpa
e pela condenação, se debatendo em constante ansiedade, perda financeira e relaciona- mentos
destruídos, então você não está vivendo a vida que Deus planejou para nós. A Palavra de Deus
claramente diz que você está destinado a reinar em vida. Você pode ter domínio sobre todos os
seus desafios e circunstâncias.

Chega de viver debaixo da opressão sendo pisoteado pelos problemas. Você pode reinar em
vida.

No texto de Romanos 5:17 que lemos no início da aula nós encontramos três condições para
reinarmos em vida.

Somos desafiados a receber e não conquistar

Depois que eu tive a experiência com o amor e a graça de Deus a minha vida mudou. Antes eu
pensava que precisava merecer a bênção de Deus. Mas depois em compreendi que todo o que pede
recebe. Simples assim. É de graça. Todo o que pede recebe. Eu comecei a pedir de graça e, de
1
graça tenho recebido cada dia mais e mais. Estou plenamente consciente de que não mereço
receber nada de Deus, mas eu vivo debaixo dessa graça que abençoa aquele que não merece.

Hoje eu acordo todos os dias declarando que sou amado e que a graça de Deus me alcançou.
Sou altamente agraciado, grandemente favorecido e ricamente abençoado. Isso tem feito minha
vida ser sempre abundante e frutífera.

Não tem nada pior do que acordar de manhã e pensar: “eu não atingi o padrão, eu não estou
qualificado. Deus não vai fazer através de mim, mas de outro, porque eu não fiz o suficiente.” Se
você acorda assim, ainda não descobriu o que é ser feliz e desfrutar de uma vida abundante.

Quem vive debaixo de culpa ainda não experimentou o real poder do evangelho! Ele pode ser
salvo, mas ainda vive debaixo das opressões e mentiras do inferno. Mas você pode reinar em vida.
Como reinamos em vida? Primeiramente o versículo diz que “se, pela ofensa de um e por meio de
um só reinou a morte, muito mais os que recebem...” A primeira condição é receber. O primeiro
princípio é: receba! Você não vai conquistar a bênção, mas recebê-la de Deus.

Nós estamos habituados a conquistar. As coisas desse mundo são baseadas no esforço e no mérito
pessoal, mas quando se trata de nosso relacionamento com Deus nós precisamos receber. Uma das
verdades mais extraordinárias da Palavra de Deus é que as coisas de Deus são recebidas e não
conquistadas. O texto de Romanos diz claramente que somente podemos reinar em vida se
recebermos de Deus.

Você não vai conquistar a vitória, mas vai recebê-la. O Senhor é quem te dará a vitória. A
verdadeira vitória nos é dada. Se precisamos de lutar para ganhar algo, talvez não seja uma vitória
genuína.

Se no dia da tentação você apenas clamar por socorro, você terá vitória. Mas em vez de clamar
muitos acham que podem resistir ao pecado, portanto lutam contra ele. Mas quanto mais se
esforçam, mais derrota experimentam. Mas se você pedir vai receber a vitória das mãos do Deus.
O Senhor vai dar-lhe o livramento.

A primeira condição é receber. Todo homem pensa que para ser abençoado ele tem que merecer, as
pessoas imaginam que a bênção é pelo merecimento, presumem que precisam ser dignos do favor
de Deus. Mas a verdade é que só é bênção se você não merecer. Se merecer é dívida, mas se não
merecer é graça.

O homem pensa que para ser abençoado por Deus ele precisa merecer, ser digno do favor de Deus
por seus próprios esforços. Essa, no entanto, não é a maneira de Deus agir. Ele não disse que se
conquistássemos a graça por meio de nossa justiça própria então poderíamos reinar em vida.

Mas em vez disso ele prometeu que se recebermos a abundância da graça e dom da justiça, reina-
remos em vida.

Muitos não vivem essa realidade porque simplesmente não conseguem receber. Vivemos num
mundo onde somos desafiados a fazer e a conquistar sempre confiando em nossos esforços. No
mundo somos instigados a fazer, mas no cristianismo devemos entender que já está feito.
Nos evangelhos descobrimos que aquele que se julga merecedor nunca recebe nada de Deus.
Quem merece, se vira sozinho, não precisa de Deus. Mas a verdadeira bênção é para quem reco-
1
nhece que não merece!

Se você não se acha merecedor então é um candidato para reinar em vida. Você pode pensar que já
errou muito, mas eu devo lembrá-lo que a graça de Deus é maior que os seus pecados.

Aquele que se julga merecedor chega diante de Deus confiado na sua justiça própria. Mas dessa
forma nunca receberá a bênção de Deus! Portanto não se relacione com Deus com base no mérito
próprio.

Ninguém pode vencer o pecado pelo esforço próprio, só vencemos se recebermos a vitória. Se
fôssemos nós mesmos que conseguíssemos a vitória isso significaria que teríamos alguma glória
diante de Deus. Mas a Palavra ensina que toda glória é do Senhor Jesus, então todo trabalho é dele
também.

Você só pode vencer o pecado se receber a vitória do Senhor. A vitória não é conquistada, a vitória
nos é dada gratuitamente! É um presente! Presta atenção, a vitória não é baseada na sua obra, é
baseada na obra de Jesus, naquilo que o Senhor já realizou.

A primeira condição para reinarmos em vida é recebermos. O problema é que em vez de


dependerem da graça de Deus e seu favor para que as bênçãos fluam, os crentes dependem de seus
próprios esforços para tentar merecer a bênção de Deus.

Você não pode receber a bênção de Deus com base em seu próprio desempenho. Ela é inteiramente
baseadas na graça de Deus. É extraordinário, mas só será bênção se você não a merecer. Desista de
merecer a bênção. Não há nada que você possa fazer para merecer a bênção de Deus.

Pare de tentar adquirir e comece a receber o favor, a cura, e todas as bênçãos que o Senhor
conquistou na cruz. Há dois mil anos ele disse: Está consumado! Tudo o que precisamos para
reinar em vida já foi conquistado na cruz.

Você não tem que merecer a cura, receba-a pela graça! Você não tem que merecer um casa- mento
bom, receba-o pela graça! Você não tem que merecer a vitória sobre o pecado, receba-a pela graça!
Você não tem que merecer prosperidade, receba-a pela graça!

Infelizmente muitos ainda vivemos debaixo da religião da troca com Deus, da barganha divina. “Se
eu der isso para Deus, então receberei aquilo!” Mas Palavra de Deus diz que “ao que trabalha, o
salário não é considerado como favor, e sim como dívida. Mas, ao que não trabalha, porém crê
naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça (Rm. 4:4-5). Isso significa que
mesmo que não tenhamos feito tudo o que deveríamos, podemos chegar diante de Deus para lhe
pedir a bênção.

O esforço próprio vai roubar de você a bênção de reinar em vida por meio da graça de Deus. O
maior milagre que recebemos foi o perdão dos pecados. Se ele nos deu esse milagre pela graça,
então podemos estar certos que sua graça também nos dará todos os milagres menores como cura,
prosperidade e casamentos restaurados.
1
A abundância da graça

Segunda condição para reinarmos em vida é recebermos a abundância da graça. “Se, pela ofensa de
um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça...”
(Rm. 5:17). Receber é a primeira condição. Mas receber o quê? A abundância da graça. Se você
crê no Evangelho, você não recebeu pouca graça, mas recebeu a abundante graça.

Se você crê no evangelho você será conduzido ao sucesso, saúde, vida, paz, prosperidade, vitória,
proteção, segurança, restauração e muito mais. Tudo isso por causa da sua abundante graça.

Você não recebeu pouca graça, mas recebeu uma abundante e transbordante graça. Não creia em
um evangelho com uma pequena graça, o verdadeiro evangelho promete infinitas bênçãos porque
procede de uma graça superabundante.

Deus o abençoa não porque você é bom, mas porque ele é bom. A graça é baseada na bon- dade de
Deus para com você e não no seu próprio desempenho. A graça é o favor imerecido de Deus. Ela
não é um prêmio pelo quanto você é fiel. Se a graça fosse um prêmio ela seria um favor merecido.

Essa, na verdade, é a grande diferença entre a velha e a nova aliança. A velha aliança é baseada na
lei. A lei é favor MERECIDO - quando você obedece perfeitamente aos mandamentos então você é
abençoado. Mas a graça é favor IMERECIDO - o Senhor Jesus obedeceu perfeita- mente, então
você é abençoado quando crê nele.

Você está debaixo de qual aliança? A Antiga Aliança do favor merecido ou a Nova Aliança do
favor imerecido? Favor merecido ou imerecido?

Se você acredita que a sua bênção depende de cumprir as condições da lei então você ainda está
debaixo da Antiga Aliança e as boas novas do evangelho ainda não chegaram a você.

A Velha Aliança era baseada no favor merecido. Deuteronômio 28 diz: “Se atentamente ouvires a
voz do SENHOR, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que hoje te
ordeno..., então virão sobre ti e te alcançarão todas estas bênçãos. Essas bênçãos não eram
recebidas pela graça, mas pelo merecimento. Se o homem cumprisse as condições e obedecesse
perfeitamente então ele seria abençoado.

Mas a Nova Aliança está baseada na graça. A graça é o favor de Deus que nos enviou Jesus Cristo
que cumpriu a lei por nós. Hoje basta que nos acheguemos diante de Deus por meio do sacrifício
de Cristo para recebermos a sua graça.

Quer dizer que mesmo sem ter feito nada, sem merecer coisa alguma eu posso pedir e receber?
Esse é o evangelho. Enquanto você não entender isso você não experimentará a abundância da
bênção.

O diabo sempre vai acusá-lo mostrando todas as suas falhas. Ele dirá: “como você ousa orar a
Deus? Você não é digno! Você não merece receber coisa alguma!” Essa é sempre a acusação do
maligno. Você acredita nele ou vai escolher crer na graça de Deus?

Se você ceder à acusação e começar a se esforçar para merecer a bênção de Deus então você está
anulando a graça de Deus. Tudo o que cancela a graça de Deus o conduz de volta para a Velha
1
aliança, mas a Velha Aliança não tem poder para salvar, só para condenar.

Você ainda pensa que precisa guardar todos os mandamentos da lei para receber a bênção de Deus?
Ninguém jamais conseguiu cumprir o mandamento da lei, exceto o Senhor Jesus. Por isso nesse
tempo da Nova Aliança todas as bênçãos vieram e o alcançaram. Na sua graça Deus pegou você e
o colocou dentro de Cristo! De tal maneira de que quando Ele olha para você Ele vê Cris- to!
Cristo já cumpriu toda a lei! E se você está em Cristo você é declarado justo porque a justiça de
Cristo é transferida para você.

Somente assim você pode reinar em vida. Para reinar em vida tem que receber da graça
superabundante, o favor imerecido, a bênção imerecida da Nova Aliança.

Só reina em vida quem está em paz com Deus, quem ergue a mão para o céu e não teme o acusador
porque está em paz com Deus. O problema é que muitos ainda vivem debaixo do peso da culpa,
aquele sentimento profundo de menos valia. Enquanto vivemos assim não podemos reinar em vida.

Precisamos experimentar essa graça superabundante. Essa graça não é uma doutrina que você
aprende, não é uma teologia que nos ensinada, essa graça é uma pessoa, é Cristo Jesus. João 1:17
diz que “a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus
Cristo.” A lei foi dada por que é uma coisa, uma doutrina, mas a graça veio, provando que ela é
uma pessoa. A graça é o próprio Cristo.

Somente quando você entende a graça é que recebe fé para se apropriar das bênçãos de Deus. A
graça é a base para recebermos todas as bênçãos.

Suponha que você está enfermo. Depois de ouvir a mensagem a respeito da graça de Deus você
para e pondera: “Se eu já estou perdoado, então eu não preciso mais viver doente. Se ele já levou
minhas maldições, então eu não preciso mais suportar essa enfermidade.” Eu não preciso pagar
pelos meus pecados, pois Cristo já pagou.” Esse vai receber a cura porque a fé veio quando
compreendeu a graça. A medida da sua fé é a exata extensão do seu entendimento da graça.

Jesus nunca pregou sobre cura, mas sempre perdoou os pecados dos homens. Por que?
Porque a cura é simplesmente o resultado de se livrar de toda condenação. A culpa faz com que as
pessoas pensem que merecem a doença. “Eu falei muito mal dos outros, eu mereço esse câncer na
língua”. “Fumei muito, eu mereço esse câncer no pulmão. “!Bebi demais, eu mereço essa cirrose
no fígado”. “Eu que eu já fui ansioso, agora mereço essa hipertensão e esse infarto”. Mas eu quero
lhe dizer que pelo sangue de Jesus os seus pecado são todos perdoados. Se foram perdoados então
já não existem. Você agora pode rejeitar toda doença. Aquele crê nessa graça pode reinar em vida.

Uma vez que o seu pecado é perdoado, você não tem pecado, e uma vez que você não tenha
pecado você é aceito como justo diante de Deus.

Você não é justo por causa de sua própria obediência, mas você é justo por que o sangue de Jesus
lavou todos os seus pecados. Lavou os de hoje, lavou os de ontem, os de antes de ontem, e eu vou
te dizer mais, até os de amanhã, os do mês que vem, até o dia em que você morrer. Já está tudo
pago, toda a sua dívida foi cancelada!

A fé vem pelo ouvir a Palavra, mas a Palavra do evangelho. Em Romanos 10:17 se diz que a fé
vem pelo ouvir a palavra de Cristo.
1
E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo. Rm. 10:17

Somente a palavra de Cristo pode gerar fé, e a palavra de Cristo é a mensagem do evangelho de
que fomos perdoados e justificados em Cristo. Quanto mais revelação você tiver da obra consu-
mada de Jesus, mais receberá fé para enfrentar qualquer situação em sua vida.

O dom da Justiça

São três coisas necessárias para reinarmos em vida. Primeiro precisamos receber de Deus, ou seja,
não conquistamos pela força do nosso braço, mas recebemos das mãos de Deus.

O segundo princípio é que precisamos receber a graça abundante. Onde abundou o pecado
superabundou a graça de Deus. Se e você recebeu a abundância da graça, significa que você era
muito pecador, mas a graça foi ainda maior do que o seu pecado.

A terceira condição para reinarmos em vida é recebermos o dom da justiça. A justiça é um dom de
Deus. Nós fomos feito tão justos quanto Jesus. Isso acontece porque a minha justiça não depende
das minhas obras. A minha justiça é Cristo. Isso significa que nem no céu você será mais justo do
que é hoje, porque a sua justiça é Cristo.

Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça
de Deus. II Cor. 5:21

A sua justiça não são as suas boas obras, a sua justiça é Cristo. A sua justiça é uma dom, um
presente de Deus para aquele crê em Cristo. Não há nada que você possa fazer para Deus amá-lo
mais e não há nada que você faça que o leve a amá-lo menos. Seu direito de ser justo foi comprado
pelo sangue de Jesus. Mas muitos crentes ainda vivem debaixo de condenação e acusação. Nunca
poderemos reinar em vida debaixo de culpa. Simplesmente não temos fé quando estamos debaixo
de condenação.

Aquele que sabe que foi justificado tem grande ousadia para servir a Deus. Ninguém tem ousadia
se vive debaixo de acusação. Mas ganhamos ousadia e fé quando confrontamos o diabo declarando
que “Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos
justiça de Deus (II Cor. 5:21).

Precisamos declarar que não depende do que fazemos, mas depende da justiça de Cristo! Eu tenho
a justiça de Cristo. Eu posso pregar e testemunhar porque eu tenho a justiça de Cristo. Eu posso
orar pelas pessoas por causa da justiça de Cristo que está em mim. Deus vai me usar por causa da
justiça de Cristo. Por que tudo já foi consumado na cruz, eu agora posso reinar em vida.
Por causa da obra consumada de Jesus a ira de Deus não pode mais estar sobre nós. Toda a ira de
Deus por causa do pecado caiu sobre o Senhor Jesus na cruz. Se toda a ira já caiu sobre Jesus,
então ele não pode estar irado conosco. Não estamos mais debaixo da velha aliança segundo a qual
Deus as vezes estava feliz com você e as vezes estava zangado. Hoje ele tem total prazer em
1
você por causa de Jesus.

Pare de olhar para si mesmo procurando alguma justiça. Lance fora toda introspecção. Existe um
grande perigo na introspecção. Ficar o tempo todo se analisando e se vasculhando para ver se há
algo errado nos leva ao abismo. Pode parecer zelo e santidade, mas na verdade é a carne tentan- do
se justificar diante de Deus sem depender do sangue de Jesus.

Precisamos reconhecer que já fomos justificados. Hoje somos justos por causa da obra consumada
na cruz. Não precisamos ficar nos analisando porque essa é a função do Espírito. Se houver algo
errado em você ele vai trazer luz e você poderá se arrepender e mudar de conduta. Já fomos
perdoados de todo pecado e de toda iniquidade.

Muitos confundem a introspecção com o convencimento do Espírito Santo a respeito do pecado.


Hoje não precisamos mais ser convencidos do pecado, já fomos quando nos convertemos. Hoje o
trabalho do Espírito Santo é nos convencer da justiça (Jo. 16:8).

Essa é a maneira de você discernir a diferença entre a acusação do diabo e a obra do Espírito Santo.
Muitos estão debaixo da acusação maligna pensando se tratar da ação do Espírito Santo. Quando o
Espírito opera ele nos convence que mesmo quando falhamos somos justiça de Deus em Cristo. Ele
nos convence de que já fomos perdoados.

A vontade de Deu é que você possa reinar em vida. Se você tiver revelação da abundante graça e
do dom da justiça você será conduzido a uma vida de vitória e abundância.

Não é da vontade de Deus que você viva um vida miserável. Há vida abundante disponível para
você. Você pode desfrutar da sensação maravilhosa de estar em paz com Deus. Eu não tenho mais
dívida com Ele, pois Jesus pagou tudo.

Se você reinar em vida no seu trabalho todos verão que você é abençoado. Você pode ser um
empresário abençoado, um estudante abençoado, um pai e marido abençoado. O sucesso é parte da
sua herança. O fracasso, a miséria e a derrota não são mais para você.

Você pode reinar em vida e ter uma casa cheia de alegria e paz. Você pode dar comando ao diabo e
ele terá de obedecê-lo. Você pode dar ordens para as circunstância e elas terão de mudar. Mas para
ter essa ousadia, você precisa primeiro aprender a receber, depois se encher da abundan- te graça, e
por fim crer que recebeu o dom da justiça. Você foi chamado para reinar em vida! Você foi
destinado para a glória!

A ALIANÇA DO SANGUE

Deus projetou criar na terra alguém que fosse uma expressão de si mesmo. Ele disse: “Faça- mos o
homem conforme a nossa imagem e semelhança” (Gn 1:26). Deus então coloca esse homem na
terra para expressar a sua autoridade e refletir a sua natureza e sua glória.
1
Este homem, porém, comete alta traição contra Deus e vende-se à escravidão do pecado, tornando-
se escravo de Satanás. Mas Deus, por causa do seu grande amor, não desiste do homem e declara o
seu plano ao inimigo: “Tu fizeste uma aliança com o homem, usando a mulher e, pelo engano,
entraste na Terra. Pois eu te digo: eu usarei a mulher e colocarei dentro dela a minha semente.
Eu trarei à Terra um outro filho. Este filho será gerado da minha semente, não da semente do
homem, porquanto a semente do homem foi corrompida; mas eu colocarei a minha semente
dentro da mulher e esta semente virá, será um homem, porque eu dei a Terra aos filhos dos
homens, esta semente vai destruir o seu poder” (Gn. 3:15).
Dois mil anos se passam sobre a Terra, e Deus começa a pôr em operação o seu plano. É um plano
que virá através de uma aliança de sangue.

O primeiro sangue derramado na Bíblia foi no próprio jardim do Éden. Foi Deus mesmo quem
imolou o primeiro cordeiro, e fez cair o seu sangue sobre a terra. Por quê? Existia uma aliança
entre Deus e Adão. Como o homem quebrou a aliança ele deveria morrer, mas o cordeiro morreu
no seu lugar.

Muitas pessoas pensam que aliança é o mesmo que um contrato. Num contrato existem cláusulas
de rescisão, mas uma aliança não pode ser quebrada. A pena para aquele que quebra a aliança é a
morte. Adão, porém, não morreu, mas Deus matou o cordeiro no seu lugar e com a sua pele fez
roupas para o homem e sua mulher.

A marca daquele sangue no Éden percorre toda a Bíblia até ao Apocalipse; onde, por vinte e oito
vezes Jesus Cristo é chamado o cordeiro de Deus.

A vida está no sangue. Onde há derramamento de sangue, significa que houve derramamento de
vida. A aliança de sangue que existia entre os povos antigos, nasceu no coração de Deus.

O que é uma aliança de sangue?

Uma Aliança de sangue é um contrato entre duas pessoas, tão sagrado que jamais poderá ser
quebrado, sob pena de morte. Por esse contrato, todas as coisas se tornam em comum: o que é meu
se torna seu; o que é seu se torna meu. Meus bens são seus, seus bens são meus; minhas dívidas
são suas, suas dívidas são minhas. Eu não preciso lhe pedir coisa alguma, posso chegar e pegar, são
minhas.

Todos os povos da antiguidade conheciam a aliança de sangue e ainda hoje povos africanos e
orientais ainda praticam a aliança de sangue. Satanás sabe do poder que existe atrás de uma
aliança de sangue (ou pacto) e ele também faz alianças de sangue. A máfia, o ocultismo, a maçona
ria conhecem o poder que existe atrás desta aliança, pois sabem que é sagrada, por isso fazem
pactos de sangue. Mas, aliança de sangue nasceu em Deus.

Várias eram as cerimônias que os judeus, os hebreus, seguiam, quando faziam uma aliança com
1
uma pessoa. A primeira delas era a troca da túnica. A túnica simboliza a vida e quando eu tiro a
túnica e lhe dou, isso significa que estou lhe dando a minha vida.

Outra forma era a troca do cinto, que servia para ajustar a arma e fala de segurança, e, quando
trocavam o cinto, estavam dizendo: dou-lhe a minha defesa e a minha proteção. Quem luta contra
você, luta contra mim.

Uma terceira cerimônia era o sacrifício do cordeiro. O animal era morto e cortado em metades,
então uma metade era colocada de frente a outra; e os dois parceiros de aliança caminhavam por
entre as partes, formando a figura de um oito, que representa o infinito. O símbolo é este: eu morri
e você também morreu; e agora começamos uma nova vida como parceiros de aliança; e esta
aliança é eterna.

Outra cerimônia era o corte da mão ou do pulso. As duas pessoas misturavam o sangue declarando
que a vida de ambos agora estava misturada.

Depois eles partiam o pão e bebiam do cálice. Ao comerem juntos estavam dizendo: a minha vida
está entrando na sua e a sua vida está entrando na minha; somos irmãos de sangue, irmãos de
aliança.

Por fim eles trocavam os nomes. Eu recebo o seu nome e você passa a usar o meu, significando
que eu tenho direito a tudo quanto o seu nome tem direito. Então, os termos da aliança eram
escritos, e em todos eles existiam duas partes: as bênçãos da aliança e as maldições da aliança.

Só um filho do homem pode agir legalmente na terra


Quando Deus veio ao encontro do homem, ele não veio pelo engano, veio pela aliança de sangue.
A palavra aliança em hebraico é “berite”, que significa cortar com derramamento de sangue e
caminhar por entre as partes.

Deus tinha um plano de trazer a sua semente à terra. O Salmo 115:16 diz que “Os céus são os céus
do SENHOR, mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens.” Isso significa que somente o homem
tem direito legal de agir na terra.
Isso significa que sendo a terra dos homens, um homem teria de ser o instrumento da redenção.
Mas este homem não poderia ser filho de Adão, porque a semente de Adão estava contamina- da
pelo pecado, e cada semente produz de acordo com a sua espécie. Mas tinha de ser homem. E é
aqui que está a sabedoria de Deus, que não viola a sua palavra, de entrar legalmente no planeta
Terra, pela porta.

Em João 10:1, Jesus fala de duas portas. Ele diz que o ladrão não entra pela porta: “O que não
entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, esse é ladrão e salteador”.
Jesus está falando de Satanás nesse versículo. O aprisco é a Terra, as ovelhas são os filhos dos
homens e a porta de entrada na terra é o nascimento físico. Satanás não nasceu aqui. Ele não é filho
do ho- mem; entrou por outra porta, tomou emprestado o corpo da serpente. O Senhor, porém, diz
1
no verso 3: “O Pastor, esse entra pela porta e o porteiro lhe abre a porta”. O porteiro é o Espírito
Santo de Deus. Jesus entrou na terra pela porta.
A partir de Gênesis 12 Deus chama Abraão com a intenção de fazer uma aliança com ele. Por meio
dessa aliança Deus vai abrir uma avenida legal de entrada, pela porta, no planeta Terra. Deus tem
em vista a sua semente. E, a partir de agora, tudo o quanto Deus fizer na terra, terá em vista a sua
semente, o Cristo.

A nova aliança procede da aliança abraâmica

Em Gênesis 12 Deus chama a Abraão e lhe diz:

Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti
farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!
Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas
todas as famílias da terra.
Ao chamar Abrão, Deus não tem em vista a descendência física de Abrão, mas ele tem em vista a
sua própria semente, que viria através da descendência de Abrão. É isto que Paulo afirma em
Gálatas 3.

“Irmãos, falo como homem. Ainda que uma aliança seja meramente humana, uma vez ratificada,
ninguém a revoga ou lhe acrescenta alguma coisa. Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao
seu des cendente. Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só:
E ao teu descendente, que é Cristo” (Gl. 3:15-16).

Quando Deus olha para Abrão, ele está vendo a sua semente, que será homem e que esmagará a
cabeça da serpente.

Deus então faz uma aliança com Abrão e segue todos os rituais que mencionei anteriormente.
Primeiro Deus chega para Abrão, e ao invés de dar-lhe a túnica, diz: “eu sou o teu escudo, quem
luta contra ti, luta contra mim” (Gn 15:1).

Depois Deus manda que Abraão sacrifique os animais. Ele manda que ele pegue três animais da
terra e duas aves; a aliança é com o Pai, com o Filho e com o Espírito. Abraão parte os animais ao
meio e coloca as metades, uma defronte a outra (Gn. 15:9,10 e 17).

Abraão espera que Deus comece a vir para caminhar por entre as partes. Enquanto espera aves de
rapina começam a vir para comer as carnes. Esse é o símbolo de Satanás, que quer destruir a
aliança, antes mesmo que ela aconteça. Mas, Deus diz: “Abrão, você vai dormir, porque esta
aliança não tem nada a ver contigo.

Enquanto Abrão dorme, Deus estabelece uma aliança. Quando Abrão acorda ele vê que há duas
pessoas caminhando por entre as partes; mas o que ele vê? Um fogareiro fumegante e uma tocha de
fogo. O fogareiro fumegante é Deus-Pai, é assim que Ele se apresenta no Sinai, e a tocha é Jesus.

Jesus toma o lugar de Abrão, para fazer uma aliança com Deus. Por que Deus não poderia
caminhar por entre as partes, com Abrão? Porque, numa aliança, tudo que é seu se torna meu;
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Abrão era pecador, e Deus não pode se misturar com o pecado. Mas o Senhor Jesus toma o lugar
do homem e é assim que a aliança se torna entre Deus e o homem, mas, ao mesmo tempo, entre
Deus e Deus.

Deus também ordena que Abrão se circuncide na carne do seu prepúcio, como um sinal de aliança
perpétua entre ele e suas gerações. E alguém pode perguntar: “Por que a cicatriz da aliança não foi
na palma da mão, mas no órgão reprodutor?” Porque a aliança era com Abrão e a sua
descendência, até chegar à semente; a quem as promessas foram feitas e em quem todas as nações
da Terra seriam abençoadas.

Deus também muda o nome de Abrão como sinal da aliança. Ele retira parte do seu próprio nome e
acrescenta no nome de Abrão. No hebraico, o nome de Deus tem quatro consoantes – YHWH, é o
impronunciável. Dentre estas quatro letras do nome de Deus, o “H” que corresponde ao “H” do
nosso alfabeto, aparece duas vezes. É exatamente aquela letra aspirada “Ah”. E agora no meio de
Abrão, Deus coloca o “Ah”. E Abrão passa a ser Abrahão.

Tudo isso foi feito para que a bênção de Abrahão chegasse até aos gentios e recebêssemos o “Ah”,
pela fé. Esse “Ah” é o sopro de Deus, o Espírito de Deus, a vida de Deus. Esse é o plano! Deus
também acrescenta ao seu nome o nome de Abraão. Deus passa a assinar “Deus de Abraão”, esse é
o seu sobrenome e significa que tudo o que é de Abraão é meu; e Abrahão significa: Tudo o que é
de Deus é meu. Essa é a aliança de sangue!

Deus nada negará a Abraão, mas será que Abraão nada negará a Deus?

Os dois se tornam cabeça de aliança. Deus agora tem um homem na terra. Ele está entrando
legalmente no planeta terra, via aliança de sangue. Os filhos de Abraão serão filhos de Deus. É a
partir daí que a revelação de Deus começa a ser transmitida, porque Deus tem homens na Terra.
É por isso que Deus, ao destruir Sodoma e Gomorra, diz: “Posso ocultar o que estou para fazer, a
Abraão? De modo algum. Nada faço na terra sem antes conversar com o meu parceiro de aliança”.
Quando Deus avisa a Abraão que vai destruir Sodoma e Gomorra, quem estabeleceu limites foi
Abraão, e não Deus (Gn 18:25-33). Quando Deus destrói as cidades de Sodoma e Gomorra, diz a
Palavra que “lembrou-se de Abraão e salvou a Ló”. Deus salvou a Ló por causa da sua aliança com
Abraão (Gn 19:29).

Está claro que Abraão terá tudo de Deus na Terra, mas perante o tribunal eterno, perante as cortes
celestiais, perante Satanás, seus príncipes poderia surgir uma dúvida para questionar a validade da
aliança: será que Deus teria tudo de Abraão? Se Deus não pudesse ter tudo de Abraão, a aliança
não seria válida.

É aí que vem a tremenda prova da aliança, do capítulo 22 de Gênesis. Deus deu a Abraão um
filho. Que filho foi esse? Um filho gerado da promessa da Palavra viva. A palavra é a semente, e a
Palavra produz exatamente o que ela diz.

Quando Sara tinha oitenta e nove anos, e Abraão noventa e nove, o útero de Sara estava morto,
1
envelhecido, mas o Anjo do Senhor libera a Palavra e diz: “dentro de um ano, tu darás à luz um
filho” (Gn 18:70).

E a Palavra, que é vida, penetra no útero morto de Sara, e o filho da promessa vem: Isaque. Ele é
único. Ele é amado. Lembre-se que tudo o que Deus faz tem em vista sua própria semente. Um dia,
Deus mandará um anjo do céu a uma filha de Abraão; seu útero será virgem, mas o anjo trará a
Palavra e dirá: “darás à luz um filho” (Is 7:14; Mt 1:23). E essa palavra vai entrar no útero da
virgem e vai fazê-lo conceber, e o filho da promessa virá à Terra, a palavra se fará carne e habitará
no meio de nós, será a semente de Deus na Terra.

Jesus viria da semente da mulher, semente de Deus, não de Abraão, porque a semente de Abraão
está corrompida. A aliança lhe permitirá fazer isso porque se Abraão recebeu alguma coisa, Deus
também pode receber.

De acordo com as regras da aliança Deus diz: “Abraão, dá-me teu filho. Teu único filho, a quem
amas, em sacrifício”. Ele não hesita, porque é homem de aliança. E quem está em aliança, não
precisa pedir; diz e está feito. Os céus estão em suspense, os anjos de Deus aguardam; é a
ratificação da aliança. Terá Deus do homem tudo o que quiser, como o homem tem tudo de Deus?

Abraão não hesita. Ele mesmo toma o seu filho, seu único filho e por três dias eles vão em direção
ao monte do sacrifício (Gn 22:1-4). E durante aqueles três dias a sentença de morte está sobre a
cabeça de Isaque. Cada vez que Abraão olha para ele, Abraão o vê no altar imolado.

Mas, quando chegou ao pé do monte, Abraão se dirige para os seus servos e diz: “ficai aqui, (Gn
22:5) enquanto eu e o rapaz iremos adorar e depois de termos adorado, voltaremos para vós”.
Como voltará com ele? – Não sei, mas voltarei. Deus disse que “em Isaque será chamada a tua
descendência. E Deus não mente. Eu vou fazer o que Deus me ordenou e Deus fará o que ele
prometeu.”

O autor aos Hebreus diz que, quando Abraão foi posto à prova, não hesitou em dar o seu único
filho, porque sabia que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos, de onde, em
figura, o recobrou, embora Abraão não tivesse um único testemunho da história de um morto
ressuscitado (Hb 11:17-19). Diz a escritura que “Abraão creu em Deus e isso lhe foi imputado
como justiça” (Rm 4:3).

Abraão levanta a mão, está pronto para imolar Isaque. Mas algo acontece antes desse momento
cruciante; é a pergunta de Isaque: “Pai, onde está o cordeiro para o holocausto?” (Gn 22:7). Não
tenho dúvidas de que a Trindade nos céus se inclinou. Os anjos, os querubins estavam todos
voltados para o que estava acontecendo. Passará Abraão na prova? E quando Isaque diz “onde
está o cordeiro?” A imagem do cordeiro sobe até o trono, pois Deus tem a visão do cordeiro que
foi morto desde a fundação do mundo. “Onde está o cordeiro?” Abraão levanta seus olhos para o
céu. Como profeta, como parceiro de aliança, ele pode dizer agora o que quer de Deus. E Abraão
então profetiza: “Deus proverá para si mesmo o cordeiro, meu filho” (Gn 22:8).

Soou a voz da Terra até o trono de Deus. O homem da aliança profetiza: “meu filho, chegará o
momento em que Deus proverá o seu próprio cordeiro. O Filho de Deus será o seu cordeiro. Eu
estou dando o meu filho e Deus dará o dele”. E coloca naquele monte o nome “Jeová Jireh”: o
1
Senhor proverá. Proverá o quê? O cordeiro.

Quando Abraão levanta a mão para imolar o cordeiro, brada a voz do Senhor, do céu dizendo:
“Abraão, não faças nada ao menino, porque agora sei que temes a Deus” (Gn 22:12). No reino do
Espírito, diante do tribunal eterno, perante as hostes celestiais está comprovado: Deus terá tudo o
que quiser de Abraão. Deus tem tudo do homem, a aliança está selada. O homem terá tudo de
Deus, mas Deus também terá tudo do homem. Os propósitos de Satanás serão frustrados.

Está provado diante dos tribunais eternos que haverá na terra homens que darão tudo a Deus, a
despeito de todas as coisas. Creio que cada um de nós hoje deve se sentir feliz. Adão estava no
Éden, com a glória de Deus, e obedeceu a Satanás, nós nascemos da maldade, mas quando a voz do
Todo-Poderoso chegou aos nossos ouvidos, nós, nascidos da escravidão do pecado, dissemos não a
Satanás, renunciamos ao mundo, e corremos para o Senhor Jesus.

Abraão olha e vê um carneiro (Gn 22:13). O carneiro foi o substituto para o filho de Abraão, mas
Deus não teria um substituto para o seu. Bradou segunda vez a voz do Senhor e disse: “Jurei por
mim mesmo, diz o Senhor”. Que é isso? O juramento da aliança. Numa aliança solene, havia um
juramento, e os escritos aos hebreus declara que quando Deus quis confirmar a promessa com
juramento, não havendo alguém maior do que ele, por quem jurar, jurou por si mesmo (Hb
6:13,14). O que isso significa? Cumpro a aliança ou morrerei. E como Deus não pode morrer, a
aliança não pode ser quebrada.

“Porquanto ouviste a minha voz e não me negaste teu filho, Abraão, teu único filho, por quanto, o
que significa? Abraão, isto que acabas de fazer me coloca numa posição; eu posso fazer agora o
que te vou dizer: vou te abençoar, multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e
como a areia na praia do mar. Quem é este descendente de quem Deus fala no monte Moriá?
Cristo Jesus. E o teu descendente possuirá a porta do seu adversário (Gn 22:16,17). Essa é uma
expressão idiomática. Significa que luto contra os meus adversários e os venço e me coloco à sua
porta, como Senhor.

Deus tem em vista o Cristo. Ele está vendo o Cristo sendo gerado através da descendência de
Abraão. E diz, em outras palavras: “Abraão, porquanto tu não me negaste teu filho, o teu único
filho a quem amas, eis que me colocas na posição de trazer à terra o meu filho amado, gerado das
tuas entranhas, através de uma virgem que sairá dos teus lombos e esse meu filho esmagará
Satanás, lutará contra ele e se colocará na porta do inferno como o Senhor da vida e da morte. E
nele, todas as famílias da Terra serão abençoadas, porquanto ouviste a minha voz”. Está selada a
aliança; está estabelecida no céu e na terra. Agora, Deus vai agir até o cumprimento dessa aliança.

Quatrocentos anos se passam o os descendentes de Abraão descem ao Egito e ali se multi- plicam.
Deus levanta Moisés que os leva ao deserto e ali no monte Sinai Deus vem em pessoa, dá as tábuas
da aliança escritas pelo seu dedo, e as entrega aos filhos de Israel. E partir dali os profe- tas
começam a anunciar: “há um filho que vem, há um filho que vem”.

Deus nada faz na Terra antes que seja falado pela boca de um homem; e o profeta declara: “Este
será o sinal: a virgem conceberá e dará à luz um filho e o seu nome será Emanuel, que significa
Deus conosco (Is 7:14)”. “O governo, e o principado estarão sobre os seus ombros. Ele vai reinar
sobre a terra. Um filho nos nasceu. Um menino se nos deu (Is 9:6). Sim! Um homem há de vir.
1
Durante quase 1500 anos, todos os anos, fielmente, os judeus se reuniam para comerem o cordeiro.
Era a comemoração da Páscoa, que significa “passar por cima”.

No tempo em que o povo de Israel foi escravizado no Egito, Deus enviou seu juízo sobre aquela
nação na forma de dez pragas. Por ocasião da última praga Deus ordena a Moisés: “cada família
tome um cordeiro. O cordeiro seja sem defeito, macho, de um ano. Imolareis o cordeiro no
crepúsculo da tarde; tomareis o sangue e o colocareis nos umbrais e nas vergas da porta, e esse
será um sinal”, o sinal do sangue do cordeiro. Mas a carne será assada no fogo, para que seja
comida. O sangue será vertido, para que o povo seja liberto da morte que virá sobre o Egito, e a
casa de Israel não é inocente. Mas o sangue do cordeiro fará diferença. Na porta, onde estiver a
presença do sangue, a morte não há de entrar. A carne, porém, será para benefícios físicos, é para
comer.

Aquilo que eu como se transforma no sangue que circula nas minhas veias, a vida está no sangue e
o sangue é a vida. O alimento que eu como se transforma no sangue que me dá vida e energia. O
cordeiro seria comido e entraria nas suas veias e, quando eles comessem o cordeiro, algo
aconteceria. Por isso Deus ordenou “assim comereis: lombos cingidos, sandálias nos pés, cajado na
mão, prontos para partir” (Ex. 12).

No Egito, eles eram um grupo de escravos, pobres, doentes e oprimidos, mas quando comeram o
cordeiro, a sua condição foi alterada. O Salmo 105:37 diz que quando eles saíram do Egito,
partiram com prata e com ouro, com vestes e coisas preciosas, e entre as suas tribos não havia um
só fraco, inválido ou doente. Quando sua sorte foi alterada? Quando comeram o cordeiro. E diz o
Salmo 107:19-20: “clamaram ao Senhor e Deus enviou a sua Palavra e os livrou do que lhes era
mortal”. A Palavra é o cordeiro, e o cordeiro é Jesus.

Quando o anjo da morte passa, são libertos da destruição, mas, mais do que isso, eles são sarados; a
carne do cordeiro entra em suas entranhas e se torna vida e saúde para eles. E eles partem, vão
pedindo aos egípcios prata, ouro, vestes; encontram graça, saqueiam o Egito e partem não mais
como escravos, mas como homens livres, ricos e saudáveis. Com a força da carne do cordeiro,
caminham rumo ao deserto, até que choveu maná do céu.

A vinda do filho prometido

Na plenitude dos tempos o anjo de Deus vem até à cidade de Nazaré, onde se encontra uma filha de
Abraão. Lembra da aliança? “Tudo o que é de Abraão é de Deus”. Ele traz a semente. “Salve
agraciada, o Senhor é contigo. Não temas, darás à luz um filho, seu nome será: Yeshuah Ramashia
o Messias de Israel, o Redentor, o cordeiro, o filho da promessa, que será oferecido pelo Pai,
segundo profetizou Abraão.

“Como?” Pergunta Maria, “não conheço nenhum homem!?” “O Espírito te cobrirá com a sua
sombra. Pelo que o ente santo que de ti há de nascer, não será chamado filho de Adão, mas será
chamado filho de Deus, porque a semente de Deus está entrando pela porta, como homem” (Lc
1:28-35).
1
O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa nova de grande alegria, que o será
para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
Lc 2:10,11.

Anjos proclamam do céu. Magos do oriente correm até Jerusalém, perguntam a Herodes: onde
nasceu o Rei dos judeus? O inferno se agita, pois por quatrocentos anos, nenhum profeta tinha se
levantado. Os magos dizem: “nós vimos a sua estrela no oriente e viemos para adorá-lo”.

Satanás entra em Herodes para matar a semente de Deus. Mas ele não entendeu o mistério da
encarnação. Ele não podia matar Jesus. Por quê? O salário do pecado é a morte, e Jesus foi
concebido sem pecado. Jesus jamais pecou. A morte não tinha poder sobre ele. Ele morreria,
quando decidisse que ia morrer (Jo. 10:17-18).

Herodes manda matar as crianças de Belém, mas Deus fala com José em sonho (Mt 2:13) e ele
foge com a semente para o Egito. Satanás acha que matou a semente. Ele não é onisciente e nem
onipresente. Ele não viu o que Deus fez e nem sabia que a semente foi gerada de Deus.

Anos depois se levanta uma voz no deserto dizendo: “arrependei-vos, porque está próximo o reino
dos céus” (Mt 3:2) “Está no meio de vós um que é antes de mim. Eu não sou digno nem de desatar
as correias das suas sandálias. Eu estou batizando aqui com água, para arrependimento, mas este
que está vindo é maior do que eu, e ele batizará com o Espírito Santo e com fogo. Todo o inferno
se colocou de prontidão às margens do Jordão. Quem é ele?

Um dia, um homem de Nazaré vem no meio da multidão, misturado entre as pessoas, homem
pacato que crescera em Nazaré, manifestando a vida de Deus; mas ninguém sabia quem ele era.

Quando João olha para ele diz: Eu é quem devo ser batizado por ti, tu vens a mim? (Mt 3:14). Por
que João disse isso? Ele era primo de Jesus e certamente conhecia sua vida santa. E quando Jesus
chega, João diz: “estou pregando o batismo para arrependimento, me sinto nada diante de ti. Eu te
conheço. Eu não vou te batizar. Durante todos estes anos nunca vi nenhuma mancha em ti. Tu és
alguém muito especial. Não vou te batizar, eu é que preciso de arrepender- me, mas, em ti não vejo
mancha alguma. Jesus disse: “deixa por enquanto, porque a nós convém cumprir a justiça de Deus”
(Mt 3:15).

Quando Jesus se levanta das águas os céus se abrem e, se um dia um anjo, que assiste no trono de
Deus, chegou a Maria para anunciar que o Filho vinha; se o coral de anjos veio para anunciar aos
pastores que ele tinha chegado; Deus Pai toma a si o encargo de anunciar à Terra o início da sua
missão. Sua voz ecoa do trono da graça, enche os céus, a terra e as regiões celestes: “este é o meu
Filho amado, em quem tenho prazer. É ele o meu Filho” (Mt 3:17). E João vai à frente e grita: “É
ele o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29,36). É ele! Eu vi o Espírito Santo
descendo sobre ele!

Satanás e seus anjos ouviram, é este o filho de Deus. O inimigo encontrou o primeiro homem,
Adão, de estômago cheio; mas encontrou o último Adão de estômago vazio, no meio das feras,
com fome (Mt 4:1-11). E Jesus olha para Satanás e diz: “Arreda, Satanás. Não estou aqui para
fazer aliança contigo. Estou aqui para esmagar a tua cabeça. Eu estou aqui para brigar contigo, e
pela violência do reino de Deus, que já chegou, tu serás expulso.
1
Dali partiu Jesus, para a Galiléia, no poder do Espírito Santo. Onde ele viu um doente: sê sarado!
Onde viu demônio: sai correndo! E os demônios lhe obedeciam. Onde ia Jesus, ele desfazia as
obras do Diabo, anunciando: “o reino dos céus já chegou! (I Jo 3:8). E o reino de Deus está dentro
de vós. O governo de Deus começa a entrar dentro do coração do homem para transformá- lo (Lc
17:21).

Mas o Senhor veio para ser o nosso cordeiro pascal. E para a Páscoa cada cordeiro tinha de ser
inspecionado por quatro dias completos, antes de ser imolado. Três dias completos, no quarto dia
era imolado.

Havia um costume em Jerusalém, os levitas criavam cordeiros que já nasciam para morrer. Quando
os peregrinos vinham, em cada época da Páscoa, eles entravam no décimo dia do mês pelo portão
das ovelhas, trazendo os cordeirinhos, que eram vendidos para o sacrifício. Seguia-se o período de
três dias completos, em que eles eram inspecionados; depois, então, eram apresentados ao
sacerdote, para que o sacerdote declarasse se o cordeiro era próprio para o sacrifício.

Jesus é o cordeiro de Deus que nasceu para morrer. E no mesmo dia, quando os cordeiros entravam
pelo portão das ovelhas em Jerusalém, Jesus entrou também pelo portão dourado, para ser
inspecionado. E assim como os cordeiros eram vendidos para o sacrifício, o cordeiro de Deus
também foi vendido para a nossa redenção.

O cumprimento da aliança

No dia da Páscoa Jesus entra no cenáculo para comer a refeição da nova aliança. Ele está com as
suas vestes. É o filho de Deus que chega coberto com o manto da justiça de Deus. Ele chega, pega
o pão e declara: “Isto é o meu corpo que é partido por vós” (Lc 22:14), dá de comer aos discípulos,
e ele come do mesmo pão. Isso significa: “tua vida está entrando na minha”. Ele pega o cálice e
diz: “este é o cálice da nova aliança no meu sangue (Mc 14:22-24)” e dá de beber ao homem e ele
bebe do mesmo cálice. Nesta hora em que Jesus bebe do mesmo cálice há uma transferência, a vida
do homem que está contaminada é transferida para Jesus.

Na hora em que ele comeu o pão e bebeu o cálice, tudo o que era do homem (morte, pecado,
doença, maldição), foi transferido para Jesus. Este é o cordeiro de Deus. É o bode expiatório sobre
quem os pecados da humanidade cai. Nesta hora, Jesus se torna o que o homem é. Ele, agora,
deve comparecer perante o sumo sacerdote. Quem vai ali? Não é o filho de Deus, é o homem
pecador. Agora, ele pode morrer porque se fez pecado (II Cor 5:21). A comida do homem entrou
em suas veias. E ele chega diante do sumo sacerdote, ele é o cordeiro, e o sumo sacerdote diz:
“Réu de morte!” Em outras palavras: “o cordeiro é próprio para o sacrifício. Pode morrer”.

Mas este cordeiro de Deus não será imolado apenas pela casa de Israel; seu sangue será vertido
pela humanidade inteira, por todas as nações da Terra. Então é necessário que ele compareça
perante o representante das nações gentílicas. E ele vai até Pilatos, autoridade romana. Pilatos olha
para ele e diz: “não vejo nele crime algum (Lc 23:4). Em outras palavras: “o cordeiro é limpo, pode
morrer”.
1
Mas este cordeiro de Deus será oferecido pelos seus inimigos também; será oferecido pelos
traidores e por todos os pecadores. E, então, vem Judas que o trairá. Judas então declara: “é sangue
inocente!” (Mt 27:4). Em outras palavras: “o cordeiro é limpo, é próprio para o sacrifício; eu o
conheço, ele pode morrer”.

Quem vai ali? Não é outro senão eu e você. É o nosso pecado. Mas foi o Pai mesmo quem o
entregou e, assim como Isaque, ele carrega sobre os seus ombros o lenho do sacrifício. Eis o filho
de Deus carregando sobre os seus próprios ombros o lenho (a cruz), sobre o qual será sacrificado.
Quando ele é suspenso entre os céus e a terra, e Deus olha para o calvário, quem vê lá? Não é o
seu filho, é o homem pecador. Aquela é a oferta queimada no altar. Aquela é a oferta do peca- do
morrendo fora da porta (Ex 29:14). É o pecado da humanidade inteira, por isso Deus volta as
costas e Jesus morre a nossa morte. Morre espiritualmente, é separado de Deus e brada: “Deus
meu, Deus meu, porque me desamparaste? (Mt 27:46). É aí que as minhas doenças, minha maldi-
ção estão queimando sobre ele no Calvário.

Isaías viu o que ninguém mais viu, lá no capítulo 53, ele estava desfigurado; nem parecia mais um
homem, porque as dores se contorciam, as dores, as enfermidades, tudo o que era do homem caiu
sobre ele na cruz. Ele se agoniza com horrores do inferno, como é descrito no Salmo 22.

O Sol recusa-se a brilhar sobre o Calvário. Há trevas sobre a Terra. O pecado da humanidade
inteira cai sobre aquele homem. Seis horas se passam. Deus deu a terra aos filhos dos homens por
seis dias. Seu sacrifício cobre todos os homens por seis dias. São seis períodos durante os quais ele
se agoniza naquela cruz.

Mas vai chegando a hora do sacrifício no templo. Seis horas da tarde! E o ritual no templo é o
mesmo do Calvário. O sumo sacerdote primeiro oferece a oferta queimada, e depois, por que é dia
de expiação anual, ele leva o sangue da aliança até ao Santo dos Santos. Durante esse trajeto
ninguém pode tocar nele, senão ficará imundo. Uma vez por ano, ele faz a mesma coisa, e entra no
Santo dos Santos levando o sangue do cordeiro. Mas desta vez tudo é diferente no templo. Trevas
cobrem a Terra. E, após oferecer a oferta queimada, há silêncio no templo.

Todos os adoradores esperam lá fora silenciosos, para saberem se Deus vai aceitar o sacrifício.
Quando começa a marchar para o santo dos Santos, brada a voz do cordeiro no Calvário: “Está
consumado!” (Jo 19:30). Em outras palavras: “Terminou!” Terminou o quê? A velha aliança. O
último sacrifício de Deus está sobre o altar, o Filho de Deus mesmo está sobre o altar. E na hora
exata, em que o sumo sacerdote vai marchando, brada a sua voz: “Pai, em tuas mãos entrego o
meu espírito” (Lc 23:46). Nesta hora, a mão invisível do Todo Poderoso pega o véu que separa o
Santo dos Santos do lugar Santo e o rasga de alto a baixo. O caminho para o céu está aberto. O
caminho do santuário está escancarado. Há um grito no templo: “Vamos morrer”. Mas ninguém
morreu, todos viram o lugar santíssimo. Todos viram a arca da aliança, mas ninguém morreu. Por
quê? Deus acabava de sair do santuário feito pelas mãos humanas, para mudar de residência;
passaria a morar no coração de todo aquele que fosse lavado pelo sangue do cordeiro.

Deus tinha dito a Abraão: “circundarás a carne do seu prepúcio” (Gn 17:11). Abraão derramou o
sangue da aliança, mas Deus não havia derramado o seu. Mas este sangue agora está sendo
derramado, e é por isso que Atos 20:28 fala do sangue de Deus, com o qual ele comprou a Igreja.
O sangue que estava em Jesus era o sangue de Deus, porque a semente que o gerou na terra era a
semente de Deus.
1
Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para
pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue. At. 20:28

Mas naquela hora Jesus vai à região dos mortos (Is 53:9). Ele tem o seu lugar na região dos ímpios.
Satanás certamente não conseguiu entender o fato de Deus ter voltado as costas quando a morte
veio sobre Jesus. Ele pensa que de alguma maneira, ele pecou. O Salmo 22 é a descrição de Jesus
no hades. Mas quem estava ali era o nosso pecado sendo julgado. Satanás se regozija, os demônios
festejam, eles pensam que destruíram o Filho de Deus. A verdade, porém, é que o pecado é que foi
destruído.

O filho de Abraão teve a sentença de morte por três dias. Ao fim do terceiro dia, disse Deus do seu
trono de graça: “a dívida está paga, o pecado está destruído. E o Espírito de Deus o autor da vida
vem descendo do trono para penetrar os portões do hades. A luz de Deus penetra no inferno e
ouve-se o grito de Deus: “meu filho está aí ilegalmente. Basta!” E o espírito de vida se move em
Jesus. O pecado está vencido. Jesus ressurge. Ele venceu! Ele morreu, seu calcanhar foi ferido, mas
eis que vive o calcanhar está sarado e agora ele chega no trono de Satanás e esmaga a cabeça da
serpente (Gn 3:15). Ele arranca de suas mãos as chaves da morte e do inferno e tira de sua cabeça a
coroa de autoridade que ele tomou do homem.

Depois disso ele passa para o outro lado; o seio de Abraão. Lá está Daniel, lá está Ezequiel, lá está
Isaías, lá está Abraão, lá está Isaque, lá está Jacó, lá está Davi. Eu posso imaginar Davi à frente de
todos declarando: “levantai, ó portas, as vossas cabeças, está entrando o Rei da Glória. Quem é
este, o Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos. Ele é o Rei da Glória (Sl 24:7). Eles ressurgem e
entram em Jerusalém, para depois serem levados com Jesus para a presença do Pai.

O unigênito se torna o primogênito

Mas ainda é necessário que ele leve o sangue ao Santo dos Santos no céu. O santuário da Terra era
apenas a figura do verdadeiro, que está nos céus. Ele foi o Cordeiro oferecido em holocausto, mas
agora é a figura do sumo sacerdote que comparecerá perante Deus.

Quando Jesus vai entrando pelos portais da glória, todos os anjos se levantam. Um homem está
entrando no céu, um homem, pela primeira vez. Quando Jesus veio a esse mundo era apenas o
espírito para tomar um corpo, mas quem entra agora na glória é um homem. Plenamente Deus e
plenamente homem.

Quem estava ali diante de Deus? Era eu e você! Quem estava na cruz? Eu e você! Quem foi ao
hades? Eu e você! Quem está entrando no céu? Você e eu nele. E quando ele chega, o Pai lhe diz:
“Tu és meu filho; eu hoje te gerei”. Gerou a quem? O homem que estava em Jesus. Ele existe
desde a eternidade, porque ele é Deus. Mas se tornou o que eu era.

Depois de o Pai dizer “tu és meu filho, eu hoje te gerei”; vira-se para os anjos e diz: “adorem-no: é
Deus! Jesus é Deus! Vocês estão vendo um homem, mas é Deus; ele tomou sobre si um corpo e
1
uma natureza de homem, mas é Deus. E se volta para Jesus e diz: “Deus, o teu trono subsiste para
sempre (Hb 1:8).

Agora o unigênito, não é mais o unigênito, mas o primogênito. Ele já pagou a dívida do homem. O
que era do homem eram só as dívidas. Eu não tinha bens, ele não tinha dívidas; mas ele levou
minhas dívidas para me dar a sua riqueza. Eu não tinha do que viver, ele não tinha do que morrer;
mas ele morreu a minha morte, para me dar a sua vida. Eu era todo pecado, ele era todo justiça;
mas ele toma o meu pecado para me dar a sua justiça.

No cenáculo ele sopra sobre os discípulos e diz: “recebei o Espírito Santo” (Jo 20:22). Quem está
ali? O Filho de Deus. Nesta hora, o homem nasce de novo. O Pai olha e diz: “Eis os filhos que
ele me gerou”. Satanás fica surpreso. Como!? Eu matei um, quantos são agora? Ele é a semente
que desceu do céu. “Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá
muito fruto” (Jo 12:24). Jesus é a semente de Deus que desceu do céu e morreu, e, ao ressurgir
dentre os mortos, não ficou só, começou a produzir milhares de outros filhos de Deus.

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1
A Vitória
Sobre o Pecado

QUEBRANDO O CICLO DO PECADO

O evangelho é completamente a respeito da bondade de Deus. Precisamos receber luz do Espírito


para entendermos o quanto somos amados pelo Pai. Quando entendemos esse amor a libertação do
pecado começa a se manifestar.
Na carne o homem não pensa coisas boas a respeito de Deus. Quando ele ouve sobre a graça ele se
pergunta: será que Deus pode ser assim tão bom?
A graça não leva ao pecado, mas a lei sim. Na verdade é a bondade de Deus que nos conduz ao
arrependimento.

Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade


de Deus é que te conduz ao arrependimento? Rm. 2:4

Precisamos então ter clareza em nossa mente que Deus é bom e ele não está nos privando de nada
bom. Quando ele coloca o sexo apenas dentro do casamento ele está fazendo algo para nos
abençoar.

Não pense que Deus seja contra o sexo. Deus criou o sexo e na verdade o primeiro mandamento que
ele deu ao homem foi para fazer sexo. Ele disse para Adão crescer e multiplicar.
1
Tudo aquilo que nós limitamos se torna poderoso, mas aquilo que liberamos se dissipa e se perde.
Deus criou o sexo para ser limitado no casamento entre marido e mulher. Isso faz com que ele seja
explosivo e gratificante.

Mas o diabo tirou o sexo para fora do casamento e isso faz com que a sua energia se dissipe e o
homem não consiga nenhuma satisfação permanente.

Os pecados não são iguais. Jesus disse para Pilatos que aqueles que o haviam entregado a ele
tinham um pecado ainda maior (Jo. 19:11).

E o pecado sexual é completamente diferente de todos os outros pecados. Paulo diz que todo pecado
é fora do corpo, mas o pecado sexual atinge o corpo.

Fugi da impureza. Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele
que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo. I Cor. 6:18

Alguns dizem que o crente que cai em pecado sexual se enche de demônios, mas Paulo não diz
isso, antes ele firma categoricamente que o crente continua sendo templo do Espírito Santo. Não
deixa de ser. E isso é o que torna o pecado sexual ainda mais grave.

O CICLO DO PECADO
O grande problema do pecado sexual é a sua repetição.
Ele se torna um ciclo que, se não for quebrado, vai
continuar se repetindo. É preciso dizer não em algum
ponto. O ciclo segue sempre essa sequência:
Tentação, confiança na carne (eu posso lidar com isso)
, queda no pecado, culpa (acusação e condenação),
Tentação novamente.

Tentação
A respeito da tentação precisamos esclarecer antes de tudo que ser tentado não é pecado.
Infelizmente muitos se deixam levar para o pecado porque são convencidos de que quando
sentem a tentação, então já pecaram diante de Deus. Mas isso é um engano.
Tentação é diferente de intenção. Muitos homens olham para mulheres, mas há aqueles que olham
com intenção impura (Mt. 5:28).
Diante de uma tentação a ordem bíblica é para que fujamos do pecado. Não tente resistir a tentação,
simplesmente fuja dela. Fuja daquilo que dá ocasião ao pecado. Paulo diz em I Coríntios 6:18 para
fugirmos da impureza. Devemos fazer como José diante da esposa de Potifar.

Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de
coração puro, invocam o Senhor. II Tm. 2:22

Confiança na carne
O problema é que em vez de fugir alguns tolamente acreditam que podem lidar com o pecado na
1
sua força natural. Isso é chamado de confiança na carne, justiça própria. A Palavra de Deus diz que
a soberba precede a ruína (Pv. 16:18). Se queremos ter vitória precisamos ser humildes diante de
Deus.

O que é a confiança na carne? É quando pensamos que podemos lidar com aquela situação. Outros
podem beijar uma moça e cair, mas eu posso lidar com isso. Outros podem assistir certos filmes e
caírem, mas eu posso lidar com isso. Outros podem conversar certos assunto e cair no pecado, mas
eu posso lidar com isso.

Precisamos entender que a corte não é um tipo de legalismo. Não estamos estabelecendo uma lei de
como você pode se tornar mais santo ou como ser aceito diante de Deus. Nada disso. A corte é
apenas a atitude de jovens que são humildes e que reconhecem que não podem confiar na carne.
Eles sabem que não podem lidar com isso, por isso querem fugir de tudo o que dá ocasião à carne.

Queda
Quando deixamos de fugor e confiamos na carne inevitavelmente cairemos no pecado.
Tenha cuidado com o pecado, pois ele sempre tem consequências. Mesmo que tenhamos sido
libertos da maldição da colheita do pecado, ainda estamos sujeitos às suas consequências.

Pois aquele que faz injustiça receberá em troco a injustiça feita; e nisto não há acepção de
pessoas. Cl. 3:25

Há uma advertência muito séria do apóstolo Paulo para aqueles defraudam seu irmão na questão
sexual. Ele diz que Deus é o vingador.

Que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra, não com o desejo de
lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus; e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem
defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos e
testificamos claramente, é o vingador. I Ts. 4:4-6.

Quem disse isso foi o apóstolo da graça. Ele não está dizendo que aquele que cai no pecado sofrerá
a ira de Deus. Ele diz apenas que Deus nunca é neutro. Se dois filhos chegam diante dele com uma
contenda, ele julgará a causa. Ele jamais fica neutro. E se alguém defraudar a seu irmão nessa
questão sexual sofrerá a disciplina do Pai.

Se alguém possuir a mulher do irmão ou se alguém aproveitar de uma irmã com palavras e lisonjas
com o fim de seduzi-la o Senhor será o o vingador. Nunca trate o pecado de forma displicente,
muito menos o pecado sexual. Pois quem comete pecado sexual peca contra o próprio corpo.

Culpa
A não ser que você não tenha nascido de novo inevitavelmente sentirá culpa após a queda. O diabo
está presente em todo o processo. Ele é o tentador e depois se torna o acusador. Mas se você não
conseguiu dizer não em nenhum outro momento, então diga não agora.
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Muitos equivocadamente pensam que quanto mais condenação sentirem, mais força terão para
vencer o pecado da próxima vez, mas isso não é verdade. A condenação torna o pecado mais forte
ainda.

Por que isso acontece? Para compreendermos isso precisamos entender como a lei atua em nós
fortalecendo o pecado. Paulo diz que a força do pecado é a lei.

O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. I Cor. 15:56

Quanto mais vivermos na lei, mais o pecado se manifestará em nossa carne. Mas como saber se
estamos na lei? Pode parecer estranho, mas o Senhor Jesus disse que quem nos acusa é Moisés.

Não penseis que eu vos acusarei perante o Pai; quem vos acusa é Moisés, em quem tendes firmado
a vossa confiança. Jo.5:45.

Evidentemente Moisés é apenas um símbolo da lei. Isso significa que quem nos acusa é a lei. Na
verdade o diabo é o acusador, mas agora ficamos sabendo que ele usa a lei para nos condenar.
Quando aceitamos condenação nós nos colocamos debaixo da lei e quando estamos debaixo da lei
o pecado torna-se mais forte em nós. Essa é a lógica da Palavra de Deus.

Se a consequência da lei é sempre condenação, isso significa que o sentimento de condenação e


acusação é que dá força ao pecado. Poderíamos dizer em outras palavras que a força do pecado é a
condenação.

Sempre que você ler sobre a lei no Novo Testamento você deve pensar em condenação. A lei traz o
conhecimento do pecado e com o conhecimento a condenação. Ser liberto da lei é ser livre de toda
condenação.

Em II Coríntios 3:9 Paulo chama a lei de ministério da condenação em oposição ao evangelho que é
chamado de ministério da justiça. O ministério da condenação sempre produz morte, mas a justiça
de Cristo traz vida.

Quando alguém realmente tem a revelação de que não está mais debaixo de condenação esta pessoa
vence o pecado. Em João 8 o Senhor disse para a mulher pega em adultério: “nem eu tampouco te
condeno, vai e não peques mais”.

Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém,
Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais. Jo. 8:10-11

A mulher só poderia cumprir a ordem de não pecar mais porque tinha recebido o dom da não
condenação. Quem se sente debaixo de condenação está condenado a repetir o pecado sempre.
Estar debaixo da lei é o mesmo que estar debaixo de condenação. Paulo disse que o pecado não terá
domínio sobre nós porque não estamos mais debaixo da lei, ou seja, debaixo de condena- ção (Rm.
6:14). E se o pecado não tem domínio, então a pobreza não terá domínio, a doença, a maldição e o
diabo não terão mais domínio sobre nós porque estamos debaixo da graça.
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A lei significa receber o favor com a condição de obedecermos o mandamento. Como não
obedecemos, o resultado da lei é sempre condenação. Mas hoje estamos debaixo do favor
imerecido, da graça de Deus.

Há pessoas que pensam que quando pregamos sobre a não condenação estamos fazendo Deus
tolerante com o pecado. A verdade é exatamente o oposto disso.

O motivo pelo qual não há condenação é porque os nossos pecados foram todos condenados na cruz
do Calvário. Mesmo aquele pecado mais sutil que ocorre em nossa mente, até aquele mais grotesco,
todos foram todos colocados sobre o Senhor Jesus na Cruz. Deus não ignorou nenhum deles.

O motivo de não termos condenação hoje é justamente porque os nossos pecados já foram
condenados no corpo de outro. Um mesmo crime não pode ser punido duas vezes.

Mas veja bem que a razão pela qual caímos no pecado é a confiança na carne e se a condenação nos
leva de volta ao pecado isso mostra que o sentimento de condenação está também baseado na
confiança na carne.

Acalentar o sentimento de condenação é dizer que o sacrifício de Cristo não teve valor ou é
insuficiente para resolver a questão do pecado. Quando agimos assim estamos deixando de desfrutar
da graça e por isso saímos de debaixo do favor.
O que muitos não percebem é que o sentimento de condenação é também justiça própria disfarçada.
É a carne tentando mostrar como está triste pelo pecado com o fim de ter algum mérito.

Aqueles que possuem justiça própria estão sempre olhando para eles mesmos pensando o quanto
são bons e aprovados em suas obras, mas aqueles que aceitam condenação também são ocupados
consigo mesmos sempre se olhando com o alvo de encontrar alguma coisa boa em si.

A JUSTIFICAÇÃO É DIFERENTE DA SANTIDADE


A santidade e a justificação não são a mesma coisa. Infelizmente muito erram porque pensam que
os dois conceitos sejam iguais.

Ser justo é ser declarado inocente de um crime. Você foi acusado e depois de avaliar as provas o
juiz declara você inocente, ou seja, justo sem culpa. Veja então que o conceito de justificação não
aceita gradação, não há como ser mais justo ou parcialmente culpado. É um conceito definitivo, ou
somos inocentes ou somos culpados. Não há meio termo.

Mas com relação à santidade é diferente. Nós podemos ser santos e depois ficarmos mais santos
ainda. Tem aquilo que é santo e aquilo que é santíssimo. Você é justo mas cresce em santidade.

Ser santo é ser separado de tudo o que é comum


O que significa ser santo? Ser santo não significa ser perfeito. Segundo o conceito religioso,
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santidade é a ausência de pecado. Mas isso está errado. Ser santo significa ser separado por Deus. O
contrário de santo não é pecaminoso, mas comum.

Nós dizemos que Deus é santo porque Ele é completamente distinto de todas as coisas.
Portanto, Ele é completamente santo. Santidade é a Sua natureza.

Santidade é ter aquele que é santo dentro de si


Somente Deus é único, por isso dizemos que Ele é santo. E, quando a Bíblia diz que Deus nos
escolheu para ser santos, está dizendo que Ele nos escolheu para ser como Ele, do Seu tipo. Ele nos
escolheu para ter a Sua natureza (2 Pe 1.4). E a maneira como Ele nos faz santos é se colocando
dentro de nós como nossa vida. A única maneira de sermos santos é sendo cheios de Deus, que é
santo. Quando todo nosso ser é permeado e saturado da vida do Espírito, então somos santificados.

A santidade, então, não é uma questão do que fazemos, mas é uma questão de ter a presença de
Deus.

A primeira menção da palavra "santo" está no livro de Êxodo, quando Deus apareceu para Moisés
na sarça que pegava fogo. Deus, então, lhe disse: "Não te chegues para cá; tira as sandálias dos pés,
porque o lugar em que estás é terra santa".

Deus continuou: Não te chegues para cá; tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é
terra santa. Êx 3.5
Aquela terra havia se tornado santa porque o Deus que é santo estava ali. O seu coração é terra santa
porque Deus habita nele. Ser santo é ser participante da natureza de Deus. Somente Deus é santo, e,
quando Ele está em um lugar, aquele lugar torna-se santo.

Foi no livro de Êxodo que Deus começou a ter uma habitação na terra, e a conduzir o homem ao
Santo dos Santos.

A partir de Êxodo, algo extraordinário aconteceu: na terra, havia um lugar entre os homens
chamado Santo dos Santos, e Deus habitava ali. Os homens podiam ir àquele lugar e encontrar
Deus. Ali Deus falava e administrava. A palavra "santo" começou a ser usada quando Deus encar-
regou Seu povo de construir o tabernáculo com o Santo dos Santos.

Quando algo pertence a Deus, aquilo também se torna santo


Tudo o que pertence a Deus é santo (Nm 16.5). Qualquer lugar, coisa ou pessoa que esteja
relacionado com Deus é santo, pois tudo o que é d'Ele e para Ele é santo.

Ser-me-eis santos, porque eu, o SENHOR, sou santo e separei-vos dos povos, para serdes meus (Lv
20.26).
Nós fomos comprados por Ele e agora somos d'Ele, por isso podemos dizer que somos santos,
porque pertencemos a Ele (Leia Êx 30.37 e Nm 16.5).

O novo nascimento nos faz santo


Para que um móvel do tabernáculo fosse santo, ele tinha de ser colocado no tabernáculo e dedicado
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a Deus. Portanto, quando nós nos consagramos, também somos santificados. A consagração é a
forma como nos santificamos ainda mais.

Quando o Senhor Jesus estava para ser concebido em Maria (Lc 1.35), o anjo apareceu e disse que o
ente santo que seria concebido seria gerado pelo Espírito Santo. Assim, podemos afirmar que todos
os que são gerados pelo Espírito Santo são entes santos.

Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a
sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus. Lc 1.35

A Bíblia diz que nós também fomos gerados pelo Espírito Santo. Isso significa que, quando o
Espírito Santo entra em nós, somos santos, e, quando somos revestidos d'Ele, somos mais santos
ainda. Todavia, quando somos cheios do Espírito, nos tornamos santíssimos.

Não há dúvida de que todos nós somos santos, mas permanece aberta a questão de quanto santos
somos, porque podemos ser cada vez mais cheios do Espírito Santo.

Ser santo não é ser perfeito ou sem pecado, é ser um com Deus. Quando somos cheios e
transbordantes d'Ele, somos santíssimos.

Concluímos, então, que santidade é o próprio Deus. O Espírito Santo é santidade. Onde está o
Espírito, aí está também a santidade. Hoje o Espírito habita está em nós, mas precisamos ser cheios
d'Ele. Portanto, santidade significa ser cheio do Espírito.

O CAMINHO DA VITÓRIA
Uma crítica que frequentemente ouvimos é que a mensagem da graça produz crentes sem
compromisso. Essa também é a crítica que foi feita ao apóstolo Paulo a qual ele responde em
Romanos 6. O capítulo começa com a pergunta: “permaneceremos no pecado para que seja a graça
mais abundante?” Para compreender esta pergunta precisamos ler o verso 5:20:

Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça.
Rm. 5:2

Quanto maior foi o pecado, maior foi a manifestação da graça de Deus, assim alguém poderia
pensar que deveríamos continuar pecando para que a graça fluísse ainda mais. Os críticos diziam
que o evangelho da justificação pela graça conduz à libertinagem e ao desconhecimento de toda lei.
Se Deus “justifica o ímpio” então não há vantagem alguma em ser piedoso, diziam eles.

É como o caso daquele irmão que é acordado ao meio dia pela mãe: “dormindo até a estas horas?”
E que responde: “Você nunca leu que aos seus amados Deus dá enquanto dormem. Já que ele me dá
enquanto durmo vou dormir mais para lhe dar mais tempo de me suprir”.
1
A resposta de Paulo é muito clara: como permaneceremos no pecado nós os que para ele morremos?
Fomos identificados com Cristo em sua morte e ressurreição pelo batismo.
Deus não quer apenas pecadores perdoados, ele deseja ter filhos com a sua natureza. Ele não quer
encher o céu de porcos lavados, ele deseja transformar esses porcos em cordeiros.

Muitos pensam que o trabalho da igreja é educar ou domesticar os crentes. É como o caso de eu
querer transformar meu cachorro em filho. Eu o visto como gente, ensino-o a andar como gente até
a falar como gente, mas o problema é que ele continua sendo um cachorro.

Ele tem a natureza do cachorro. Como transformar um cachorro em filho? Somente matando esse
cachorro e fazendo-o ressuscitar como gente. Só assim ele pode ser transformado em filho. Foi
exatamente isso que Deus fez: nos matou em Cristo e nos fez nascer de novo como seus filhos.

Fomos batizados em Cristo

Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na
sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi
ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida.
Rm. 6:3-4

Embora tenhamos nascido em Adão, fomos batizados para dentro de Cristo. O significado do
batismo é colocar as pessoas dentro de Cristo. O batismo não é uma mera cerimônia, ele é uma
experiência espiritual. Quando somos batizados estamos sendo transferidos de Adão para Cristo.

O fato é que fomos transferidos do império das trevas (trevolândia), para o reino da luz (luzilândia).
Não podemos nos naturalizar no reino da luz pelo tempo de freqüência na igreja. Precisamos morrer
e renascer cidadãos do reino dos céus. Isto é feito no batismo.

No batismo nós nos identificamos com a morte de Cristo. A morte de Cristo torna-se a nossa morte.
Quando entramos nas águas do batismo estamos morrendo para o pecado, para o mundo e para o
Diabo. Isto somente é possível porque a morte de Cristo torna-se a nossa própria morte.

Mas em que sentido morremos? Certamente a morte não significa que nos tornamos como defuntos
insensíveis ao pecado. Alguns pensam que morrer para o pecado é chegar a se tornar indiferente a
ele, de tal modo que a tentação não nos atinge. Mas é evidente que isso não é verdade.

Assim precisamos compreender claramente o verso 6:

Sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja
destruído, e não sirvamos o pecado como escravos. Rm. 6:6

O velho homem é aquilo que eu era antes de me converter, é o meu antigo eu que gostava de pecar.
Este velho homem já morreu no dia em cri e recebi o batismo.

O corpo do pecado é a natureza pecaminosa que herdamos de Adão. Apesar do texto dizer que foi
1
destruída, na realidade a palavra “destruída” aqui tem o mesmo significado de Hebreus 2:14.

Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele,
igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a
saber, o diabo. Hb. 2:14

Sabemos que o diabo ainda não foi destruído, assim como não foi a nossa natureza terrena.
Podemos dizer que “destruir” em ambos os textos significa ser amortecido, desempregado,
despojado de poder, mas nunca aniquilado.

Assim aquele que era escravo do pecado, o velho homem, já morreu. O novo homem não precisa
mais viver na prática do pecado, pois não é escravo do pecado.

Mas isso não significa que seja impossível voltar a pecar. É como uma mulher casada. Ela pode
viver como se fosse solteira, mas deveria passar a mão na aliança e se lembrar do seu marido. Mas o
batismo não representa apenas a morte, nele nós também ressuscitamos para uma nova vida. A
ressurreição de Cristo torna-se nossa ressurreição.

Romanos 6:7 diz que quem morreu está justificado do pecado. A morte aqui significa o pagamento,
a punição do pecado. Assim a justificação afeta todo o nosso ser e nos faz livres não apenas da
condenação, mas também do poder do pecado.

Se morremos com Cristo, morremos para o pecado e assim estamos livres. A nova vida que
possuímos é a vida de ressurreição que também recebemos em Cristo.

O caminho da vitória
A nossa velha história termina com a cruz; a nossa nova história começa com a ressurreição.
E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se
fizeram novas. II Cor. 5:17

A cruz põe fim à velha criação, e por meio desta morte surge o novo homem em Cristo.

Em Romanos 5:19 Paulo diz que “pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram
pecadores, e também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos.”. Nós não nos
tornamos pecadores no primeiro dia que pecamos, nós já nascemos pecadores. Nós herdamos a
natureza pecaminosa de nossos pais, que herdaram dos pais deles, que herdaram de Adão. Por casa
do pecado de Adão nós nos tornamos pecadores. Isso lhe parece injusto? Mas o que dizer da
segunda afirmação de Paulo: “por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos.” É isso
mesmo. Por causa de aobediência de Cristo nós somos feitos justos. É isso que significa estar em
Adão e estar em Cristo.

Se estamos em Adão nada temos de fazer para participar dele. Não nos esforçamos para perder a
calma ou para cometer impurezas. Da mesma forma se estamos em Cristo, tudo o que há em Cristo
nos é atribuído pela graça, sem esforço algum.
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Embora seja verdade dizer que já temos completa libertação do poder do pecado isso não nos parece
muito prático. Como isso pode se tornar realidade em nossa experiência?

Lendo os capítulos 6 a 8 de Romanos descobrimos quatro condições para a vitória sobre o pecado.
Vamos ver cada uma delas.

Sabendo por revelação

Sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja
destruído, e não sirvamos o pecado como escravos. Rm. 6:6

A morte do Senhor Jesus é representativa e inclusiva. Na sua morte, todos nós morremos. Assim
como Cristo levou os nossos pecados na cruz, ele levou a nós próprios. Nossos pecados e nós
mesmos foram incluídos nele.

A mesma Bíblia que diz que Cristo morreu por mim, também diz que eu morri com ele. O perdão e
a libertação nos foram concedidos na mesma cruz. Precisamos ter revelação destes fatos: “Cristo
morreu por nós (Rm. 5:8) e nós morremos com Cristo (Rm. 6:6 e 8).

Não precisamos nos esforçar para tornar esse fato realidade. Cristo já morreu e a morte dele foi a
nossa. Nós recebemos a libertação do mesmo que recebemos o perdão: pela fé. A justificação e a
santificação são obtidas do mesmo modo: por rendição e fé.

Precisamos ter revelação destas verdades. Não adianta saber apenas com a mente, precisa- mos ter
os olhos de nosso coração abertos para ver o que temos em Cristo.

Como você ficou sabendo que os seus pecados foram perdoados? Foi a luz de Deus em seu espírito.
Precisamos reconhecer a verdade da libertação do mesmo modo.

Não precisamos orar para que a prisão se abra, mas apenas reconhecer que ela já está aberta.
Seria tolice pedir a Deus para nos libertar, já somos livres.

Considere-se morto

Sabendo isso, que o nosso velho homem foi crucificado... (Rm. 6:6) Isto é algo que já foi realizado,
é um fato passado. O passo seguinte está no verso 11: “assim também considerai-vos mortos para o
pecado...” Assim poderíamos ler: “Sabendo... que foi crucificado com ele nosso velho homem...
considerai-vos mortos”.

Não ficamos considerando para fazer com que seja verdade, mas consideramos como sendo um fato
e descansamos nele. Tanto a justificação como a libertação são recebidas pela fé.

Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo... Rm.
1
5:1
O que é fé? Fé é a minha aceitação dos fatos divinos. Está sempre relacionado ao passado, como
sendo algo já realizado. O que se realiza no futuro é esperança e não fé.

Podemos ver esse princípio em Marcos 11:24. O Senhor diz que aquele crê quando pede, crê como
se já tivesse recebido.

Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim
convosco. Mc. 11:24

É assim que podemos dizer como Paulo: “Estou crucificado com Cristo...

Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado
com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho
na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim. Gl. 2:19-
20

Sabemos que as tentações virão e que o pecado vai tentar se levantar ainda em mim. Nesse
momento preciso considerar que o velho está morto e que esse corpo está desempregado.
Precisamos crer na Palavra de Deus e não nas mentiras do diabo. Suas mentiras podem ser ouvidas,
vistas e até sentidas na pele, mas continuam sendo mentiras. O fato é que estou crucifica- do com
Cristo e o pecado não tem mais domínio sobre mim.
Não devemos procurar provas da nossa libertação em nós mesmos, mas em Cristo e na sua cruz.
Não andamos por sentimentos e sim pela fé.

Ofereça-se à Deus
Uma vez que o velho homem está morto, o meu corpo agora possui um novo dono. Deus quer que
eu considere todos os meus membros e faculdades como pertencentes a ele.

Nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniqüidade;
mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como
instrumentos de justiça. Rm. 6:13

Se eu tenho mil reais no bolso que pertencem a alguém eu não ousaria usá-lo sem a autoriza- ção do
dono. O mesmo acontece com o nosso corpo, ele agora pertence a Deus e não posso usa-lo como
bem entendo.

Oferecer-se aqui significa separar-se. O sentido básico de santificação é separação. Quando eu me


separo para uso exclusivo de Deus eu estou me santificando (Ex. 28:36).

Não devemos esperar que um construtor faça a casa se não lhe damos os materiais, não podemos
esperar que um alfaiate faça a roupa se não lhe damos o tecido, e nem a cozinheira fará coisa
alguma se não lhe damos os ingredientes. Deus também não fará nada em nós a menos que lhe
1
demos a nossa vida.

No verso 14 lemos que o pecado não terá domínio sobre nós porque não estamos debaixo da lei e
sim da graça. A lei diz “faça, mas a graça diz “eu faço por você”. A verdadeira vitória não é
conquistada, mas nos é dada gratuitamente.

Não vencemos o pecado pelo jejum, ainda que o jejum seja bom, nem vencemos pelo discipulado
ou por qualquer tipo de disciplina espiritual. Vencemos o pecado do mesmo jeito que recebemos a
salvação.

Fomos salvos pela graça mediante a fé que se entrega, somos também santificados pela graça
mediante a fé que se entrega.
Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele. Cl. 2:6
A ordem do Senhor é muito clara: como recebestes a Cristo assim andai nele. Como recebemos a
Cristo? Devemos continuar vivendo assim para vencer o pecado e nos santificar.

Ande no espírito

Tudo o que dissemos até aqui somente pode se tornar realidade pelo poder do Espírito Santo em
nós.

Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do
Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte. Rm. 8:1-2

Estamos sujeitos a duas leis: a lei do Espírito e a lei do pecado e da morte. É como se a lei do
pecado fosse a lei da gravidade e a lei do Espírito fosse a lei da propulsão.

Enquanto estamos sujeitos à lei da propulsão a lei da gravidade não pode nos atingir, embora
continue a existir. Mas se saímos do avião ela imediatamente nos pega.

Cristo é o avião onde fomos colocados. Ele voa seguindo uma lei superior. Se permanecemos nele
vencemos a lei da gravidade que é a lei do pecado. Se não permanecemos nele inevitavelmente
cairemos.

A LIBERTAÇÃO DA LEI E DO PECADO


Disse o SENHOR a Moisés: Ordena aos filhos de Israel que lancem para fora do arraial todo
leproso, todo o que padece fluxo e todo imundo por ter tocado em algum morto. Nm. 5:1-2

Três tipos de pessoas não podiam fazer parte da congregação dos filhos de Israel: o leproso, o que
padecia de fluxo e o que tinha tocado no morto.
1
Todos esses três são tipos do pecado em diferentes aspectos.A lepra simboliza o pecado passivo. O
fluxo é um pecado mais ativo e tocar um cadáver é um pecado por associação.

O pecado pode acontecer dessas três formas: por omissão, quando não fazemos o certo; por
comissão, quando fazemos o errado e por nos associarmos com aquele que comete pecado.

Muitas pessoas pensam que não há bada de errado em assitir certos programas na TV, filmes e
shows. Na verdade podemos estar tocando em cadáveres e cometendo pecado por associação. Se
você assiste um vídeo pornográfico, mesmo que não tenha feito nada, apenas assistido, você se
associou ao pecado daquele filme.

O primeiro milagre de Jesus mencionado em Mateus, logo depois do sermão do monte, foi purificar
um leproso (Mt. 8:2). Depois em Mateus 9:20 ele curou a mulher que padecia de fluxo por doze
anos. E sobre os mortos nós sabemos que o Senhor os ressuscitou.

Isso significa que o Senhor nos liberta de todo tipo de pecado. Precisamos confessar mais e
desfrutar mais da verdade do evangelho da graça.

Todo crente já foi liberto do pecado, mas poucos de fato acreditam nessa afirmação. Eles vem
diariamente fatos que parecem contradizer essa verdade. Todo o problema acontece porque não
entendemos claramente o que significa ser liberto do pecado.

O que significa ser liberto do pecado? Ser liberto do pecado é ser liberto da condenação do pecado.
Isso está colocado de forma em Romanos 6.

Eu morri para o pecado

Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver,
vive para Deus. Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em
Cristo Jesus. Rm. 6:10-11
Para compreendermos a nossa libertação primeiro temos de perceber que Cristo morreu para o
pecado. O verso 10 diz claramente que Cristo morreu para o pecado. Em que sentido ele morreu
para o pecado?

Em primeiro lugar ele não morreu para a influência do pecado, uma vez que ele não tinha a natureza
do pecado, portanto ele não tinha nenhuma atração do pecado.

Em segundo lugar ele não morreu para a prática do pecado, pois ele nunca cometeu pecado. Então
por qual aspecto do pecado Cristo morreu? Na cruz ele recebeu a condenação pelos nossos pecados.
Ele foi condenado de vez por todos por causa dos nossos pecados.

Agora veja que o verso 11 começa com a expressão: “assim também vós...” Essa expressão
significa “do mesmo modo que ele”. Em outras palavra o verso 11 diz: “do mesmo modo que Cristo
morreu pelo pecado vocês também devem se considerar mortos para o pecado.”

Cristo morreu para sofrer a condenação do pecado, assim eu devo me considerar morto para toda
1
condenação também.

No passado eu aprendi que Cristo tinha morrido para a prática do pecado, assim eu pensava que
deveria me considerar morto o tempo todo. Eu ficava confessando que estava morto, mas quanto
mais confessava, mais vivo para o pecado eu percebia que estava. Simplesmente não funciona. A
crença estava equivocada.

Eu estou morto para toda condenação, mas não estou morto para a influência, para a tentação ou
para a prática do pecado. Eu preciso confessar todo o tempo que estou livre de toda conde- nação do
pecado. É isso o que nos livra da escravidão.

Livre do poder do pecado

Mas eu não sou livre do poder do pecado? Para responder a essa pergunta você precisa saber o que
é a força ou poder do pecado. A palavra de Deus diz claramente que a força do pecado é a lei.

O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. I Cor. 15:56


Para ser liberto do poder do pecado eu preciso antes ser liberto da lei. É a lei que dá poder ao
pecado, portanto ser livre da lei é fundamental.

Mas como posso ser livre da lei? Você precisa apenas crer que a morte do Senhor foi também a sua
morte. Quando ele morreu nosso velho homem também morreu e quando ele ressuscitou também
ressuscitamos com ele. Você era casado com a lei, mas uma vez que você morreu o casa- mento
acabou e agora depois de ter nascido de novo você está casado com Cristo.

Uma definição simples de lei é “favor merecido” Enquanto você viver tentando merecer a bênção
de Deus, tentando conquistar o seu amor com o seu bom comportamento, você estará vivendo na
lei. Eu sei que parece loucura dizer isso, mas enquanto você viver assim o pecado será cada vez
mais forte na sua vida. A força do pecado é a lei.

Fuja do pecado
Então uma vez que sou liberto da lei eu nunca mais terei tentações? Sim, você ainda as terá e
poderá ainda cair quando tentado, mas como já morreu para a condenação, você não perderá a sua
posição diante de Deus.

Hoje não somos desafiados a vencer o pecado, mas a apenas fugir dele. Nós precisamos aprender a
fugir de tudo o que dá ocasião a carne. Em outras palavra preciso fugir de toda tentação.

Compreenda que faz parte da graça orar para não entrar em tentação e não somente para não cair.
Precisamos aprender a orar antes que as provações e tentações aconteçam. Durante muito tempo eu
aprendi e até ensinei que as provações nos fazem mais fortes, mas o Senhor ensinou a orarmos para
não entrarmos em tentações e provas.

Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é
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fraca. Mt. 26:41

A vontade do Senhor é que não entremos em tentação, mas se tivermos de passar por elas devemos
ficar firmes na fé e no amor de Deus, sempre no alimentadndo de Cristo.

E não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal pois teu é o reino, o poder e a glória para
sempre. Amém! Mt. 6:13
Todos os dias eu oro dessa forma por mim e pela minha família. Eu creio que é a melhor oração que
podemos fazer. Nós podemos ser livrados de tentações e provas. Deus nos tem dado provisões para
que vivamos dessa forma.

Livres da lei

Não há libertação do poder do pecado a menos que experimentemos libertação da lei. Lembre-se
que a lei é demanda e exigência de Deus, fomos libertos das suas demandas. Hoje ele cumpre suas
próprias exigências em nós e por nós.

Os cristãos não precisam guardar a lei. Este é um grande problema, a maioria dos cristãos que
conheço é extremamente confusa sobre isso. Eles sabem que estão na Nova Aliança, mas também
sabem que Deus deu a Lei, então eles presumem que precisam ainda guardar a lei.

A verdade é que a lei passou completamente para nós. Muitos pensam que não matamos o próximo
porque a lei diz “não matarás”, mas a verdade é que não matamos porque o amor de Deus foi
derramado em nossos corações. Recebemos uma nova natureza que rejeita o homicídio.

É por isso que Paulo diz em Gálatas 5 que o Espírito substituiu a lei. A lei foi escrita em tábuas de
pedra na velha aliança, mas agora a vontade de Deus está escrita em nosso coração. Esse é o
Espírito que nos foi dado.

Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei. Gl. 5:18
Não é a lei que determina a nossa conduta. Vamos encarar a verdade, tivemos a lei por milhares de
anos e ela não fez muito para nos impedir de pecar!

Nossa decisão de andar no Espírito ou não é o fator decisivo na nossa caminhada cristã.
A Palavra de Deus diz que aqueles que receberam a graça já não estão debaixo do domínio do
pecado. Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça
(Rm. 6:14). Um grande sinal de que alguém provou da graça é que ele tem vitória sobre o pecado.
Mas como a graça pode nos ajudar a vencer o pecado? De muitas formas. Em primeiro lugar,
porque, quando sabemos que fomos perdoados, somos conquistados pelo amor de Deus, e isso nos
afasta do pecado. Quanto mais nos sentimos amados, mais nos afastamos do pecado e procuramos
agradar a Deus. É um fato da vida que filhos que se sentem amados serão mais obedientes que
filhos que não se sentem amados.

Mas a graça também significa que não somos nós quem vencemos o pecado, mas o poder de Deus
em nós. Isso significa que a vitória nos é dada, e não conquistada pelo nosso esforço. Se eu
1
vencesse o pecado pela minha força, eu teria do que me gloriar diante de Deus, mas se tudo é por
meio d’Ele, então Ele terá toda a glória.

Viver debaixo de condenação e culpa não livra ninguém do pecado, pelo contrário. A lei somente
incita a carne a ser mais consciente do pecado. Quando se sente condenado, você acaba pecando
mais ainda. No entanto, se você se coloca sob a graça, no momento em que é tentado, você recebe
uma dose renovada do perdão e da graça de Deus. Você se vê como sendo justo em Cristo e isso lhe
dá o poder para se levantar acima da tentação.

Quando você crê que é justo, ainda que peque, seus pensamentos ficarão alinhados com a sua
crença. A vitória sobre o pecado vem somente quando as pessoas experimentam a maravilhosa
graça de Deus. Tendo começado no Espírito é ridículo tentar se aperfeiçoar pela carne, ou seja
pelo esforço próprio. Devemos seguir a Cristo pelo mesmo princípio de como O recebemos: pela fé.

A OBRA E O PODER DA CRUZ


A cruz é o centro do cristianismo. Não é possível haver vida cristã sem a cruz e sua experiência. De
uma maneira didática podemos compreender aquilo que o Senhor realizou na cruz a partir de dois
aspectos: a obra da cruz e o poder da cruz.

A obra da cruz
Chamamos esse aspecto da cruz de Substituição. Cristo Jesus morreu em nosso lugar como nosso
substituto. Nós é que deveríamos morrer, mas ele morreu em nosso lugar. A obra da cruz, ou a
substituição, é a base de nossa justificação.

Por que ele morreu por mim eu agora tenho paz com Deus. O seu sangue derramado na cruz me
limpa de todo pecado e assim somos reconciliados com Deus.

Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho,
muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. Rm. 5:10

Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados,
segundo as Escrituras. I Cor. 15:3

Porque o Senhor Jesus morreu por nós como nosso substituto nós recebemos a justificação, o
perdão dos pecados e a reconciliação com Deus. De forma que o resultado é paz com Deus.

O aspecto básico da obra da cruz é o sangue de Jesus. Este sangue nos purifica, mas não resolve a
questão do princípio do pecado em nós, o velho homem.

O sangue trata com os pecados, mas precisamos da cruz para tratar com o pecador. Todo homem
é como uma padaria. Suponha que o governo decretasse que todo pão é ilegal. Para resolver o
problema precisaríamos destruir todos os pães, mas não apenas isso, deveríamos também
1
inutilizar todas as fábricas de pães, as padarias.

É exatamente isso que Deus fez: ele não apenas detruiu todos os pães que havíamos fabrica- do
(nossos pecados), mas também resolveu a questão da padaria (o velho homem).

A obra da cruz resolve a questão dos pecados, mas o poder da cruz trata com o pecador. Os
nossos pecados são solucionados pelo sangue, mas nós próprios somos tratados pela cruz. O
sangue nos perdoa daquilo que fizemos, mas a cruz nos liberta daquilo que somos.

O poder da cruz
Chamamos esse aspecto da cruz de Inclusão. Nós fomos incluídos na morte do Senhor. Quando ele
morreu, nós morremos também. Ele não apenas morreu em nosso lugar, mas ele morreu para que
pudéssemos morrer com ele.

Sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja
destruído, e não sirvamos o pecado como escravos. Rm. 6:6
Em Romanos 5:12 a 21 Paulo trata justamente desse assunto da nossa inclusão em Cristo. O alvo de
Deus aqui é nos mostrar o que somos e como chegamos a ser o que somos.

No começo de nossa vida cristã ficamos preocupados com o que temos feito e não com o que
somos. Pensamos que se pudéssemos ter um novo começo as coisas seriam diferentes. Mas com o
passar do tempo descobrimos perplexos que se trata de algo mais que certas dificuldades exteriores.
Descobrimos que há um problema mais profundo. Desejamos agradar o Senhor, mas descobrimos
que dentro de nós há algo que não deseja agradá-lo.

Então chegamos ao senhor dizendo: agora compreendo! Não é só o que tenho feito que está errado!
Eu estou errado!

Assim Romanos 5:19 começa a ficar claro para nós. Nós somos pecadores. Somos membros de uma
raça, que é constitucionalmente diferente do que Deus intencionou que fosse. Por causa da queda
Adão se tornou pecador e incapaz de agradar a Deus.

Como todos nós nascemos em Adão, diz Paulo, então todo homem já nasce pecador. A nossa
experiência está unida à de Adão. Potencialmente todos nós estávamos em Adão quando ele pecou
lá no Édem.

Assim o nosso problema está na hereditariedade e não meramente em nosso comportamento.


A menos que possamos mudar o nosso parentesco não há livramento para nós.

A verdade, diz Paulo, é que todos nascemos em Adão, mas agora estamos em Cristo. Em Romanos
5:19, não somente se diz algo a respeito de Adão, mas também com relação ao Senhor Jesus.

Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também,
por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos. Rm 5:19
Em Adão recebemos tudo o que é de Adãom mas em Cristo recebemos tudo o que é de Cristo.
1
Poucos compreendem o que significa estar “em Adão” e “estar em Cristo”. Vamos usar uma
ilustração que está em Hebreus7:7-14. O objetivo ali é mostrar que o sacerdócio de Cristo é maior
que o de Arão. Já que o sacrifício de Cristo é da ordem de Melquisedeque e o sacrifício de Arão é
segundo a ordem de Levi, o argumento gira em torno de provar que Melquisedeque é maior que
Levi.

Hebreus 7 diz que Abraão voltando da batalha dos reis em Gênesis 14, ofereceu o dízimo a
Melquisedeque e recebeu da parte dele uma bênção, revelando que ele era de menor categoria do
que Melquisedeque, porque o menor é que oferece ao maior (Hb. 7:7).

Assim o fato de Abraão ter oferecido o dízimo a Melquisedeque significa que Isaque “em Abraão”,
também ofereceu e assim Jacó e também Levi. Assim ele prova que o sacerdócio de Levi é menor
que o Melquisedeque e conseqüentemente inferior ao de Cristo.

Nem se pensava em Levi na época da batalha dos reis. Contudo ele fez sua oferta na pessoa de seu
pai, antes de ter sido gerado por ele (Hb. 7:9-10).

É exatamente que significa estar “em Cristo”. Abraão como cabeça de uma família incluiu em si
toda a sua família. Quando ele fez sua oferta a Melquisedeque toa a sua família participou daquele
ato, porque toda a sua semente estava incluída nele. Assim é que Paulo conclui o mesmo princípio.
Todos estávamos “em Adão” quando ele pecou, e dessa forma todos nos tornamos pecadores. O
pecado entrou por ele e a morte passou a todos os homens porque todos pecaram. Isto foi uma
tragédia.

Mas agora pela obediência de outro, podemos ser constituídos justos. O nosso desespero está em
Adão, mas a nossa esperança está em Cristo.

Deus deseja que estas considerações nos levem à libertação prática do pecado. Ele ofereceu
provisão adequada para que fôssemos libertos do domínio do pecado.

Mas aqui está o nosso problema. Nascemos pecadores, como podemos extirpar a nossa
hereditariedade? Uma vez que nos tornamos pecadores pelo nascimento, a libertação tem de vir pela
morte.

Desde que nos tornamos participante de Adão pelo nascimento, somente podemos sair dele pela
morte. A morte é o segredo da libertação.
Isso significa que precisamos nos matar? Não precisamos fazer isso, mas apenas reconhecer que
Deus nos incluiu na morte de Cristo. De modo que a morte de Cristo é a minha morte. Quando ele
morreu eu morri com ele.
Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos
morreram. II Cor. 5:14
Quando Deus tratou com Cristo ele tratou com toda a raça. A experiência de morte e ressurreição de
Cristo também são minhas.

Assim como é fisicamente ao homem impossível se crucificar, precisamos aceitar que em Cristo já
fomos crucificados. A nossa morte com Cristo é um fato eterno.
1
Em I Coríntios 15 Paulo atribui a Cristo dois título notáveis: o último Adão e o segundo homem.
Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão, porém, é
espírito vivificante. Mas não é primeiro o espiritual, e sim o natural; depois, o espiritual. O
primeiro homem, formado da terra, é terreno; o segundo homem é do céu. Como foi o primeiro
homem, o terreno, tais são também os demais homens terrenos; e, como é o homem celestial, tais
também os celestiais. I Cor. 15:45-48
Como último Adão, Cristo é a soma total da humanidade. Como segundo homem, ele é o cabeça de
uma nova raça. De modo que temos aqui duas uniões: uma na sua morte e outra na sua ressurreição.

Como último Adão sua história começou em Belém e terminou na cruz. Ele reuniu em si mesmo
tudo o que era de Adão e o levou ao julgamento e à morte. Assim tudo o que recebemos de Adão foi
levado à morte pelo último Adão, queé Cristo.

Mas a partir de sua ressurreição ele se torna o segundo homem. A nossa união com ele como
segundo homem, começa com a ressurreição e termina na eternidade, ou seja não termina.
No caráter de último Adão Cristo foi crucificado para tudo o que era do primeiro Adão.

Como último Adão ele pôs fim à velha raça. Como segundo homem ele inicia uma nova raça, uma
nova criação. Esta nova raça começou na ressurreição.

A primeira raça era de almas viventes, mas a segunda raça é espírito vivificante. Possuímos outra
natureza porque somos de uma outra espécie. O primeiro Adão frustrou o propósito de Deus, mas a
segunda raça, em Cristo, o cumprirá.

Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo. I
Cor. 15:22

O reino da justiça e da vida


Uma vez que compreendemos o que significa estar “em Adão” e “em Cristo” podemos
compreender as conclusões de Paulo em Romanos 5:17. Os que recebem a graça reinam, ao passo
que as vítimas do pecado são dominadas

Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a
abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.
Rm. 5:17
Como reinamos em vida? Primeiramente o versículo diz que “se, pela ofensa de um e por meio de
um só reinou a morte, muito mais os que recebem...” A condição básica é receber. O primeiro
princípio é: receba! Você não vai conquistar a bênção, mas vai recebê-la de Deus.

Uma das verdades mais extraordinárias da Palavra de Deus é que as coisas de Deus são recebidas e
não conquistadas. Você não vai conquistar a vitória, mas vai recebê-la. O Senhor é quem te dará a
vitória. A verdadeira vitória nos é dada.
1
Se no dia da tentação você apenas clamar por socorro, você terá vitória. Mas em vez de clamar
muitos acham que podem resistir ao pecado, portanto lutam contra ele. Mas quanto mais se
esforçam, mas derrota experimentam. Mas se você orar vai receber a vitória das mãos do Deus. O
Senhor vai dar-lhe o livramento.

Você só pode vencer o pecado se receber a vitória do Senhor. A vitória não é conquistada, a vitória
nos é dada gratuitamente! É um presente!" Presta atenção, a vitória não é baseada na sua obra, é
baseada na obra de Jesus, naquilo que o Senhor já realizou.

O CAMINHO DA VITÓRIA
Todo crente que nasceu de novo recebeu o Espírito Santo dentro do seu espírito humano.
Nosso espírito foi então misturado ao Espírito de Deus de uma forma que não pode mais ser
separado. Aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele (I Cor. 6:17).

A única maneira de vivermos em plena liberdade é andando no Espírito. Basta andar no Espírito. Se
você andar no Espírito jamais satisfará ao desejo da carne.

Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. Gl. 5:16

Andar na lei nos leva a andar também na carne. Se tentarmos novamente guardar a lei nos
esforçando para fazer o bem a fim de agradar a Deus, inevitavelmente estaremos na carne. Isso
mostra que a carne se manifesta não somente quando fazemos o mal, mas também quando tentamos
fazer o bem. Sempre que agimos por nós mesmos, estamos ativando a carne.

Não existem fórmulas na vida cristã. Tudo o que precisamos é andar no Espírito. Essa é uma lição
básica crucial. Não há necessidade de procurar métodos. Temos um único método: estar no Espírito.
Isso, porém, não é algo que aprendemos facilmente. Várias vezes durante o dia somos tentados a
sair da esfera do Espírito, por isso precisamos continuamente exercitar o nosso espírito humano a
fim de andar no Espírito Santo.

Quando somos jovens não nos importamos muito com a necessidade de vigiar e orar, mas quanto
mais amadurecemos, mais percebemos a importância de vigiar em oração para andarmos sempre no
Espírito (Mt. 26:41). A vida cristã é uma vida de permanecer no Espírito.

Em Colossenses Paulo nos ensina a maneira prática de andarmos no Espírito. Ele diz: “Perseverai
1
na oração, vigiando com ações de graças” (Cl. 4:2). Em Efésios 6:18 ele reafirma essa verdade
dizendo: “orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica”.
Somente com uma atitude constante de oração podemos andar no Espírito.

Fora do Espírito não existe vida cristã. É por isso que Paulo teve ousadia para dizer que se
andarmos no Espírito jamais satisfaremos aos desejos da carne. Observe que a ordem não é ven- cer
a carne para só depois andar no Espírito. É o contrário, primeiro andamos no Espírito e quan- do
fazemos isso espontaneamente vencemos a carne.

O conflito entre a carne e o Espírito

Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si;
para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer. Gl. 5:17
Existem duas forças opostas lutando dentro de nós. Elas são chamadas de carne e Espírito. A carne
se refere a aquilo que herdamos de nossos pais, é a nossa condição caída, os desejos da nossa
natureza humana distorcida pelo pecado. Do outro lado temos o Espírito que é o próprio Espírito
Santo. Depois que cremos no Senhor ele veio habitar em nós e nos fez ser novas criaturas.
A carne é o que trazemos pelo nascimento natural, e o Espírito o que nos tornamos pelo novo
nascimento. E estes dois, a carne e o Espírito, vivem em ferrenha oposição.

Sei que existe um ensino de que o crente não possui mais uma natureza pecaminosa, dizem que a
carne foi erradicada. Mas tanto a nossa experiência quanto a Palavra de Deus mostram que isso está
errado. É verdade que quanto mais andarmos no Espírito, mais a carne ficará subjugada, mas ela
não desaparece. Se dermos ocasião ela se levantará novamente.

A carne e o Espírito são dois princípios de vida opostos que lutam entre si. As obras da carne estão
descritas em Gálatas 5:19 a 21.

Paulo começa dizendo no verso 19 que as obras da carne são conhecidas, ou seja, são bem óbvias.
Ainda que a carne em si seja invisível, as suas obras são bem conhecidas. Daí ele prossegue
elaborando um tenebroso catálogo das obras da carne.

Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria,
feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices,
glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos
preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam. Gl. 5:19-21

Essa lista não é exaustiva, pois ele termina falando a respeito de “coisas semelhantes a estas”. Mas a
lista abrange quatro áreas diferentes: sexo, religião, relacionamentos e alimentação.

Primeiramente temos a área relacionada com o sexo: prostituição, impureza, lascívia (verso 19). A
palavra prostituição é “porneia” no grego, e poderia ser traduzida como fornicação, que se refere a
relações sexuais entre pessoas que não são casadas. Mas ela também pode se referir a qualquer tipo
de comportamento sexual ilícito como adultério, homossexualidade, lesbianismo e relação sexual
com animais.
1
A palavra impureza poderia ser traduzida por “comportamento anormal” e “lascívia” por
“indecência”, e comportamento indecoroso. Essas três palavras são suficientes para mostrar que
todas as ofensas sexuais, sejam elas públicas ou particulares, “naturais” ou “anormais”, entre
pessoas casadas ou solteiras, devem ser classificadas como obras da carne.

O segundo grupo é o da religião, que inclui: idolatria e feitiçaria (verso 20). A idolatria é a adoração
de outros deuses ou de imagens, enquanto feitiçaria é o contato com demônios ou com as assim
chamadas entidades. Isso mostra que as obras da carne não atingem somente a nós mesmo e nosso
próximo, mas também agridem a Deus.

O terceiro grupo é a área dos relacionamentos. Nessa parte são incluídas inimizades, porfias
(contenda, brigas e disputa), ciúmes, iras (acesso de raiva), discórdias (desunião), dissensões
(divisões ferozes), facções (falsas doutrinas) e invejas.

O quarto grupo é o da alimentação que envolve bebedices e glutonaria que é traduzido como
“farras” na Bíblia na Linguagem de Hoje.

Uma outra forma de classificarmos as obras da carne é percebendo que prostituição, impureza,
lascívia, bebedices e glutonarias estão relacionadas com os desejos do corpo corrompido.

Inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, facções e invejas estão relacionadas com a nossa alma
caída e que está bem próxima do corpo. Por fim, idolatria e feitiçaria estão relacionadas com o
espírito morto por causa do pecado. Dessa forma podemos perceber que as três partes do nosso ser
espírito, alma e corpo estão envolvidas com a carne.

No verso 21 Paulo diz que não herdarão o reino dos céus os que tais coisas praticam. A herança do
reino se refere ao galardão que os crentes vencedores receberão no milênio. Não está relacionada
com a salvação do cristão.

Se um crente falha em andar no Espírito e ainda pratica as obras da carne mencionadas nesse
versículo eles não herdará a recompensa do reino.

O que a carne faz é chamado de obras, mas o que o Espírito gera é chamado de frutos, porque
procede de vida.

Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,
mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. Gl. 5:22-23

O fruto do Espírito é demonstrado na forma de nove itens como ilustração, pois ele possui outros
itens como a humildade (Ef. 4:2 e Fp. 2:3), misericórdia (Fp. 2:1), piedade (II Pe. 1:6), justiça (Rm.
14:17 e Ef. 5:9), pureza (Mt. 5:8) e muitas outras virtudes que não são mencionadas aqui.

Assim como a carne é tudo aquilo que herdamos de Adão, o fruto do Espírito é tudo aquilo que
temos em Cristo quando somos cheios dele. Esse conjunto de nove virtudes não são exaustivas, mas
constituem um exemplo de descrição do comportamento do filho de Deus.
1
O primeiro grupo inclui amor, alegria e paz. É interessante que as obras da carne são muitas, mas o
fruto do Espírito é singular, indicando que todo fruto do Espírito é uma expressão do amor. Paulo
diz claramente: “Mas o fruto do Espírito é amor...” Isso mostra que todos os frutos se derivam do
amor.

Em seguida temos longanimidade, benignidade e bondade. Longanimidade é a paciência que


exercemos para com aqueles que nos irritam. Benignidade é um atitude que assumimos de sempre
procurar ver o melhor nas pessoas e nas circunstâncias. E bondade é a disposição de sempre
procurar o melhor para o outro.

O terceiro grupo é fidelidade, mansidão e domínio próprio. A fidelidade mostra o quanto o filho de
Deus é confiável. A mansidão é a maior expressão da humildade (Mt. 11:29) e o domínio próprio é
o autocontrole.

Essas virtudes mencionadas aqui não são naturais, mas espirituais, são frutos do Espírito. Antes de
nos convertermos todos nós manifestávamos, em alguma medida, algumas dessas virtudes.
Tínhamos um pouco de paz, alegria, bondade e até de domínio próprio. O grande problema é que
precisávamos de exercer um grande esforço para mostrar tais virtudes e, mesmo assim, apenas
exteriormente. Hoje, porém, o Espírito é residente em nós e faz com que esses frutos se manifes-
tem de maneira espontânea.

A Palavra de Deus não nos desafia a lutar contra a carne, mas ordena que andemos no Espírito.
Quando andamos no Espírito espontaneamente vencemos os desejos da carne.

A vitória cristã é uma vitória sem esforço, pois não sou eu quem luto contra a carne, mas o Espírito
de Deus que habita em mim.

O caminho da vitória

Paulo diz que os que são de Cristo fazem duas coisas: eles crucificam a carne e eles andam no
Espírito. Essas são, portanto, as duas condições para experimentarmos vitória em nossa vida cristã.

E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências. Se
vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. Gl. 5:24-25

Devemos crucificar a carne. Paulo diz que “os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as
suas paixões e concupiscências.” O verbo crucificar no grego está no tempo aoristo, indicando que
isso é algo que nós fizemos de uma vez por todas no momento da nossa conversão.

No momento em que cremos em Cristo estamos nos identificando com a sua morte. Dessa forma
nós declaramos que a nossa velha natureza, o nosso velho homem juntamente com os seus desejos
pecaminosos foi crucificado juntamente com Cristo. Isso acontece porque a nossa fé vem
acompanhada de arrependimento do nosso estilo de vida antigo.

Uma vez que já crucificamos a carne devemos mortificá-la diariamente. Devemos a cada dia tomar
1
a nossa cruz e rejeitar toda ocasião do pecado em nossas vidas.

Uma vez que eu sei que a carne já foi crucificada eu preciso me considerar como morto. É
exatamente isso que Paulo diz em Gálatas 2:19-20.

Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver
que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou
por mim. Gl. 2:l9-20.

Durante muito tempo eu pensei que apenas gigantes espirituais poderiam afirmar que estavam
mortos com Cristo e que sua vida agora era Cristo. Mas isso é um equívoco. Esse é simplesmente o
padrão de Deus para a vida de todo crente. Não é meramente uma doutrina, mas um fato espiritual,
nós morremos com Cristo.

A vida cristã é caracterizada por duas substituições: a primeira é aquela que foi realizada na Cruz
quando Cristo morreu em meu lugar. A segunda é aquela que deve ocorrer no meu dia-a-dia quando
Cristo vive em meu lugar conquistando por mim a vitória sobre o pecado e me levando a fazer a
vontade de Deus.

O sangue de Jesus já eliminou todos os nossos pecados, mas Deus quer algo mais, ele quer resolver
a questão daquilo que somos.

Todos nós éramos como um limoeiro que só produzia frutos azedos de morte. Pelo sangue da Cruz
o Filho de Deus eliminou todos aqueles frutos de morte. Assim nos tornamos um limoeiro limpo,
mas ainda continuávamos com a mesma natureza de limoeiro. O que ele fez então? Ele nos incluiu
nele. Nós éramos limoeiro e ele videira. Quando nós limoeiro, fomos enxertados nele, videira, um
milagre aconteceu, a nossa natureza foi mudada. O galho de limoeiro enxertado no tronco da videira
passou a receber a seiva de vida e, em lugar de produzir limões azedos de morte passou a produzir
uvas, frutos de vida. Que maravilha! Que milagre extraordinário! O sangue pode tirar os meus
pecados, mas não pode mudar a minha natureza. É necessário a Cruz para me cruci- ficar. O sangue
trata com o pecado, mas a Cruz trata com o pecador.

Incluídos na morte de Cristo

Todos nós nascemos pecadores. A maneira como nos tornamos pecadores é pelo nascimento.
Como podemos então deixar de ser pecadores? O raciocínio é simples, desde que nos tornamos pelo
nascimento, a única maneira de sermos livres é pela morte. Mas como podemos morrer?

Devemos nos matar? É claro que não! Precisamos apenas reconhecer que já estamos mortos.
Quando Cristo morreu fomos incluídos na sua morte. “Sabendo isso, que foi crucificado com ele
(Jesus) o meu Velho homem...” (Rom. 6:6). A lógica de Deus é muito simples: “Um morreu por
todos, logo todos morreram...” (II Cor 5:14). Existe uma grande verdade: “Cristo morreu por
você!” Mas há outra verdade igualmente grande: “Você morreu com Ele!” Ele morreu para que
você pudesse morrer.
1
Talvez isso pareça estranho para a mente, mas quando estas verdades são reveladas no espírito,
então podemos experimentar a realidade da plena libertação da escravidão do pecado.

O fruto do Espírito não pode ser o resultado de um grande esforço pessoal. Não é uma questão de
nos violentarmos para tentar ser aquilo que não somos. Não é uma questão de maquiagem ou de
mudança exterior, mas é uma questão de mudança íntima no coração.

É verdade que o sangue nos purifica dos pecados, mas Deus quer mais que pecadores perdo- ados,
Deus quer filhos que se pareçam com ele e tragam dentro de si a sua natureza. Muitos bus- cam se
parecer com filhos de Deus através dos esforços da lei e da religião. Mas a única maneira de sermos
feitos filhos de Deus é recebendo a natureza do Pai e vivendo pelo Espírito.

Não obtemos a vitória sobre o pecado pelo nosso esforço, o que nós precisamos é entender que
recebemos uma nova natureza. Todos nós éramos filhos da serpente e tínhamos dentro de nós a
natureza da serpente, mas Deus nos amou e resolveu fazer de nós seus filhos. Ele planejou um
milagre. Ele nos matou e nos fez ressuscitar em forma de filho, trazendo a sua natureza no interior.

E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se
fizeram novas (II Cor 5:17).

Como foi que nós morremos? Deus nos colocou em Cristo e depois levou Cristo para a morte, de tal
forma que a morte de Cristo se tornou a nossa morte porque nós fomos incluídos nele, enxertados
nele. Uma vez que o nosso velho homem foi crucificado nós fomos libertos da escravidão do
pecado. Os que são de Cristo já crucificaram a sua carne.

Para muitos é fácil crer que foi perdoado, mas não é tão fácil crer que foi liberto. Mas a verdade é
que estas duas bênçãos nos pertencem. A mesma cruz que nos garantiu o perdão também nos
concedeu a libertação. É terrível ver um preso lutando para sair de uma cela que está aberta. Você
precisa entender que a vitória já lhe foi dada, não tem de conquistá-la. A fé deve confiar apesar de
não sentir coisa alguma.

Abandone todo esforço humano no sentido de alcançar a vitória e fazer a vontade de Deus. Lembre-
se que a vida cristã é uma vida substituída, o mesmo Deus que faz de mim santas exigên- cias, ele
mesmo se encarrega de cumpri-las em mim. Mas para isso eu preciso sair de cena com a minha
força natural. Você deve entender que a vitória não é conquistada, a vitória nos é dada quando
andamos no Espírito.

Todas as vezes que o inimigo quiser fazer você pecar fique parado, não faça coisa alguma, apenas
volte-se para o Espírito Santo que habita em você e diga: “Senhor eu me entrego a ti agora, eu me
rendo em tuas mãos. Eu não posso vencer pelo meu esforço próprio, mas eu creio que tu já venceste
por mim e agora vais manisfestar contra o diabo a tua vitória”.
1
A LEI DO ESPÍRITO

A primeira condição colocada por Paulo é assumir pela fé que a nossa carne foi crucificada com
suas paixões e concupiscências. A segunda condição é andar no Espírito. Ele diz que devemos ser
guiados pelo Espírito (verso 18) e também devemos andar no Espírito (verso 16 a 25).

Lembre-se que a carne possui obras, mas as virtudes do Espírito são frutos. Não é difícil perceber a
diferença entre obras e frutos. A obra depende do meu esforço, mas o fruto é algo que flui
espontaneamente enquanto estou vivendo no Espírito.

Isso não significa contudo, que devemos ter uma submissão passiva ao controle do Espírito. Não
vivemos passivamente, pelo contrário, nós temos de “andar” de maneira deliberada no caminho da
verdade. O Espírito é o caminho e é também aquele que nos guia no caminho.

O verbo usado para “andar” no verso 25 poderia ser traduzido literalmente por “estar alinhado”.
Isso significa que deliberadamente nós andamos de acordo com o caminho que o Espírito estabelece
para nós.

Nunca pense que a disciplina contradiz a vida no Espírito. Na verdade a disciplina nos faz mais
livres para andarmos no Espírito. É preciso exercer disciplina para andarmos no Espírito.

A disciplina se torna mais visível quando nos envolvemos na oração e na meditação da Palavra de
Deus, na comunhão com os irmãos e nos cultos da Igreja.

Sempre que nos envolvemos nas coisas espirituais teremos necessidade de disciplinar nossa vontade
natural para se submeter à vontade do Espírito.

Para toda necessidade nossa a provisão está no Espírito Santo. É no nosso espírito humano que
devemos contactá-lo pois, somente por meio do Espírito Santo podemos ter comunhão com Deus. A
vida do próprio Deus está em nosso espírito e é por isso que devemos andar no espírito.

A ordem bíblica é que devemos andar no Espírito, entretanto, muitos cristão sinceros pensam que o
padrão de Deus é primeiramente não satisfazer a carne para só depois andar no Espírito. Mas nada
poderia estar mais equivocado. Não temos de vencer a carne para sermos espirituais, mas sim,
sermos espirituais para vencermos a carne. O padrão é bem simples, se andamos no Espírito não
haverá lugar para provisão da carne. Se andamos no Espírito, na dependência do Espírito, então
naturalmente vencemos a carne, sem esforço natural.
1
A lei do Espírito

Em Romanos 8 Paulo fala dessa mesma verdade de Gálatas usando uma terminologia diferente. Ali
ele diz que no mundo espiritual existem duas leis: a lei do Espírito da vida e a lei do pecado e da
morte.

Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte. Rm. 8:2

Somente estando debaixo da lei do Espírito experimentamos na prática a libertação da lei do


pecado. Podemos ilustrar essas duas leis usando duas leis da natureza: a lei da gravidade e a lei da
propulsão aerodinâmica.

Na natureza existe uma lei que abrange a todos, a lei da gravidade. Esta lei me prende ao chão e se
eu pular de algum lugar esta lei me empurra para baixo. A lei da gravidade é como a lei do pecado,
sempre nos empurra para baixo. Existe, no entanto, uma outra lei maior do que a lei da gravidade, é
a lei da propulsão. Os aviões voam por causa da lei da propulsão. Quando um avião está voando a
lei da gravidade continua existindo, mas não pode atingi-lo, porque ele está debaixo de uma lei
superior. O avião é como o Espírito, se eu estou nele a lei do pecado não me atinge, se porém eu
sair de dentro do avião imediatamente a lei da gravidade entra em ação e eu caio.

Se eu deixo de andar no espírito imediatamente eu entro na esfera da lei do pecado. Nós não temos
de vencer o pecado pelo nosso esforço basta estarmos no Espírito e espontaneamente teremos
vitória.

É incrível vermos a quantidade de cristãos sinceros que vivem pela força de vontade. Ninguém
consegue agradar a Deus vivendo pela força de vontade. Precisamos entender que tudo depende do
Espírito operar em nós e não de esforçar-nos. Mas quando se vive pelo esforço em vez de se confiar
na provisão da lei do Espírito, a vida cristã fica realmente difícil.

É trabalhoso ser um cristão quando se vive com tanto esforço. Eu mesmo vivi assim por muitos
anos, me esforçando para andar como cristão, para comer como cristão, me lembrando o tempo todo
que eu era um cristão. Eu pensava que se relaxasse por um instante sequer fracassaria. É como
fazer a água correr para cima, o esforço não muda isso. Muitos irmãos tentam viver a vida cristã
nesse nível tão difícil. Pensam que a força de vontade deve ser a base de sua vida. Tentam vencer a
força de gravidade se segurando em algum galho lá em cima, mas quando a força acaba o final é a
queda em baixo.

Tentar ser um cristão debaixo da lei da gravidade é algo muito penoso. Todo aquele que usa a força
de vontade para ser um cristão pode ser um entre dois tipos de pessoas.

A primeira possibilidade é que ele nunca nasceu de novo, por isso ele precisa se esforçar tanto.
Muitos membros de igreja não são de fato nascidos de novo, apenas parecem que são. Eles cantam
corinhos como os outros, falam alguns “Aleluias” e chegam até a pregar o evangelho, ainda que
com muita indisposição e relutância. Quando outros cristãos falam percebemos vida neles, mas
quando aqueles abrem a boca não percebemos coisa alguma. Estão fingindo que são cristãos e por
1
isso dependem de um grande esforço próprio.

A segunda possibilidade é que ele tenha de fato nascido de novo e é filho de Deus, mas ele ainda
não creu na lei do Espírito para viver por ela. Ele tem a vida de Deus, mas não vive por ela. Ele
ainda não ouviu o evangelho da graça completo e por isso não conhece a completa provisão de
Deus. Ele ainda vive caindo em pecado e se sente muito fraco, mas por ser sincero sempre se
esforça um pouco mais com o objetivo de fazer a vontade de Deus e de vencer o pecado, mas tudo é
vão.

Os dois, motivos para um cristão viver no esforço são esses dois: ele ainda não nasceu de novo ou
ainda não creu na plena provisão de Deus pelo Espírito.

Que o Senhor possa abrir os nossos olhos para ver que ninguém pode vencer a lei do pecado usando
a força de vontade, nem tão pouco pode resistir a lei do pecado apenas desejando fazer o bem. A
nossa própria vontade jamais poderá vencer a lei do pecado e da morte. Graças a Deus por que não
temos de fazer isso, a lei do Espírito o faz por nós. Temos apenas de caminhar pela lei do Espírito
que espontaneamente a vida se manifestará em nós de forma vitoriosa.

A operação prática da lei do Espírito

Como a lei do Espírito opera de maneira prática? Vamos supor que haja um pecado em sua vida que
constantemente o assedia e parece derrotá-lo frequentemente. Vamos imaginar, por exemplo, que
você tem grande dificuldade com a ira e a impaciência.

Você percebe que facilmente fica irado e perde a paciência. Nesses momentos você fala o que não
deve num tom áspero e até você mesmo tem medo de si. Você sabe que isso é errado e, pelo fato de
você ser um cristão sincero, você então procura se controlar cada vez que se relaciona com outras
pessoas. Você procura usar sua força de vontade dizendo: “hoje eu vou me controlar para não
estourar com ninguém”. Você se refreia por uma ou duas horas sem qualquer espontaneidade, fica
angustiado clamando misericórdia a Deus e pedindo vitória o tempo todo. Todavia, continuar
agindo assim é extremamente desgastante por isso você acaba caindo novamente.

Você sabe que é justamente em casa, com sua esposa, que você mais fica irado, então no seu
caminho de volta para casa você ora: “Senhor estou indo para casa e não tenho interesse em me
esforçar para ser coisa alguma, sei o tipo de pessoa que eu sou, mas também creio que a lei do
Espírito me libertou da lei do pecado e da ira. Eu creio na palavra do Senhor!”

Se você orar assim não precisa chegar em casa e ficar o tempo todo clamando por misericórdia e
declarando que está morto. Não! Você simplesmente se esquecerá de sua oração. Você sentirá um
completo descanso e espontaneidade. Sua esposa lhe diz alguma coisa que poderia irritá-lo, mas
você percebe que não se esforçou nenhum pouco para ficar calmo. Por quê? Foi a operação da lei
do Espírito que manifestou a libertação na sua vida. Ser cristão deve ser algo espontâneo e não um
constante esforço para ser alguma coisa. Qualquer pecado deve ser vencido desta maneira, não pelo
esforço da alma, mas pela operação do Espírito.

Infelizmente existe muito fingimento e representação na vida dos crentes e eles chamam isso de
vitória. Muitos estão por ai apenas desempenhando um papel de cristão, a vida deles tornou-se uma
1
representação.

No momento em que você tem revelação da lei do Espírito a primeira coisa que você faz é renunciar
a toda força da carne. Há muitos cristãos representando pensando que se representarem bem serão
bons cristãos. A representação é uma das coisas mais prejudiciais à vida cristã. Quando vivemos
pela lei do Espírito nós nos tornamos espontâneos.

Quando uma pessoa comete pecado ela não tem que se esforçar para isso, é algo totalmente natural,
não há necessidade de usar a força de vontade. Da mesma forma deve acontecer com os frutos do
Espírito, eles devem nascer espontaneamente.

A Palavra de Deus diz em João 15 que Jesus é a videira e nós somos os ramos da videira.

Como ramo da videira eu não tenho de fazer nenhum esforço no sentido de possuir a natureza da
videira. E nem tão pouco tenho de me esforçar para dar os frutos, pois se estou na videira natural-
mente as uvas irão nascer em mim que sou ramo. Isto não é apenas uma bela ilustração é a mais
pura realidade.

Se os frutos do Espírito não se manifestarem espontaneamente não adianta usar o recurso do esforço
próprio. Vai soar algo falso e sem naturalidade. Qualquer um percebe quando alguém está se
esforçando para ser humilde. A humildade parece falsificada. Se eu tenho que me esforçar para ser
alguma coisa é porque eu ainda não sou aquilo. Se eu sou, serei espontaneamente.

Para manifestar o fruto do Espírito muitas vezes não há necessidade nem mesmo de oração, mas
apenas de fé. Eu devo crer firmemente que o Espírito da vida está em mim e, portanto também está
em mim a capacidade de amar, perdoar, ser bondoso, pacífico, benigno e tudo o mais.

Para concluir esse ponto eu devo frisar que antes eu era escravo da lei do pecado e da morte e por
isso eu pecava espontaneamente, errava sem qualquer esforço para isso. Mas, em Cristo, a lei do
Espírito da vida me libertou daquela lei do pecado e eu agora posso fazer a vontade de Deus
espontaneamente, sem qualquer esforço também.

É importante que lembremos que a lei do pecado não deixou de existir e, na verdade ela se
manifestará sempre que eu sair dos domínios da lei do Espírito. Lembre-se da ilustração da lei da
gravidade e da propulsão. Nunca devemos sair de dentro do “avião do Espírito” e desta forma não
serviremos a vontade da carne.
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Princípios
de Fé

PRINCÍPIOS DE FÉ

A batalha para a qual todos nós somos chamados é a batalha da fé. O bom combate é o bom
combate da fé. Toda a estratégia do diabo contra a sua vida consiste em minar a sua fé lançando
1
dúvidas na sua mente.

Como ele faz isso? Ele fala em seu ouvido, como se fosse você falando consigo mesmo. Isso é para
que você pense que aquele pensamento, que ele está soprando, procede de você mesmo.
A fé é chave. Se você não tem fé, como pode avançar? Quando o diabo consegue lançar dúvidas
em seu coração, por exemplo, a respeito do amor de Deus, o resultado é que você ficará paralisado.
Já não conseguirá orar mais, não conseguirá crer por milagres porque agora há dúvida do amor de
Deus. Quem tem dúvidas do amor de Deus não conseguirá ter fé para pedir coisa alguma.

Outras vezes o maligno tenta nos levar a olhar para nós mesmos e esquecermos da nossa
justificação em Cristo. Nesse momento, você conclui falsamente que não está qualificado receber
algo de Deus e o resultado será a falta de fé. Tudo porque você aceitou a mentira do diabo que diz
ser necessário merecer para receber algo do céu. Paulo diz algo interessante sobre a fé:

Estou crucificado com Cristo;logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver
que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou
por mim. Gl 2.19-20

O justo vive pela fé, porque sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6). A fé é a chave. É a
incredulidade que nos impede de recebermos mais de Deus.

Há um oceano de provisões celestiais à nossa disposição, mas não desfrutamos delas porque
cedemos à incredulidade em nossa mente. Aprender a exercitar fé é, portanto, vital para o nosso
crescimento espiritual e para entrarmos na posse de todas as bênçãos que já nos foram dadas por
Deus.

O que é Fé?
A verdadeira fé procede do coração e não da mente. Não basta concordar com a mente é preciso
aplicar o coração para crer na Palavra de Deus. Hebreus 11:1, diz que “fé é a certeza de coisas que
se esperam, a convicção de fatos que se não vêem”.

Portanto, a fé é simplesmente uma convicção, uma certeza. É como o pai que, estando embaixo, diz
ao filho, que está sobre o muro: “Pule, filho! Pule!”. O filho precisa crer que o pai vai segurá-lo. Se
seu pai for digno de confiança, então ele pulará. Toda criança fica se questionando: “Será que ele
consegue me segurar? Será que ele é forte o suficiente?”.

Esse é um bom teste para você fazer com o seu filho. Se o garoto pular, será um bom sinal, significa
que ele confia em você o bastante para também aceitar sua instrução. Aquele que não confia,
também não aceita instrução.

Você também terá que pular nos braços de Deus. Enquanto você não pular nos braços dEle, você
não conseguirá seguir Suas instruções. O Senhor jamais decepcionou aqueles que esperam nEle. Em
Hebreus 11:2-3 lemos:
1
Pela fé, os antigos obtiveram bom testemunho. Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela
palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem.
Hb 11.2-3

É pela fé que você entende que o Universo foi formado pela Palavra de Deus. Para o homem sem
Deus, a vida foi simplesmente um acidente cósmico e o Universo surgiu de uma explosão cósmica.
Essa teoria é conhecida como teoria do Big Bang. Eu vi um adesivo de carro muito interessante que
dizia: “Deus disse big e, então, bang”. Esse é o poder da Palavra de Deus.

Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho
de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela, também mesmo
depois de morto, ainda fala. Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte; não foi achado,
porque Deus o trasladara. Pois, antes da sua trasladação, obteve testemunho de haver agradado a
Deus. Hb 11.4,5
Enoque foi trasladado, não por ser melhor do que os outros, mas porque, antes da sua trasla- dação,
obteve testemunho de haver agradado a Deus. E como ele agradou a Deus? Crendo. Agra- damos a
Deus quando cremos (Leia Hb 11.6-16).

Fé é simplesmente levar a sério o que Deus diz. Fé é tomar como verdade o que Deus falou nas
Escrituras. Em toda a Bíblia, por sete mil vezes se menciona que Deus disse ou que Jesus disse. Se
Ele disse, é promessa; se é promessa, Ele cumprirá!

Deus se agrada daqueles que crêem. Talvez você deseje agradar a Deus fazendo coisas, mas só
agradamos a Deus realmente quando cremos. Crer em quê? Crer nas Suas Palavras.

Ao contrário do que muitos pensam, o primeiro pecado do homem não foi a desobediência.
Deus ordenou a Adão que não comesse do fruto, caso contrário ele morreria. O diabo, porém,
disse a Eva: “É certo que não morrereis”. Eles tinham então duas vozes. A serpente diz que não
morre e o Senhor afirma que morre. Assim o primeiro pecado do homem não foi só desobediência,
foi incredulidade. Adão não levou a sério o que Deus disse (Leia Hb 11.17-27)
Hebreus Hb 11:33 diz que pela fé os homens de Deus praticaram a justiça. Até a vida cristã só
pode ser praticada por fé. Como posso ter uma atitude perdoadora? Pela fé. Como posso ter o amor
pelos homens? Pela fé. Como posso ter uma conduta santa? Pela fé (Leia Hb 11.34-40)
Muitos não recebem de Deus porque não pedem; outros, porém, pedem, mas não recebem porque
não crêem; imaginam que seus pedidos sejam grandes demais e, dessa forma, diminuem o tamanho
de Deus, desonrando diante do mundo espiritual.

Fale coisas grandes a respeito do seu Deus. Peça coisas grandes e nobres que o honrem.
Creia por coisas que deixem as pessoas boquiabertas, creia e as receberá. Que o chamem de louco,
mas nunca diminua Deus aos olhos dos homens. Apenas a nossa fé honra a Deus completamente.

A fé de Abraão e a fé de Tomé
A Bíblia mostra que podemos ter dois tipos de fé: a verdadeira fé que procede do coração e a fé
falsa que não passa de uma concordância mental. Alguns ouvem algo e apenas concordam com o
1
que dizemos. Se eu afirmar: “Deus cura!”, você responderá: “Cura mesmo!”. Você concordou. Mas
fé é algo diferente, é mais que concordar. A verdadeira fé é algo que procede não meramente da
mente, mas do coração.

Fé é uma atitude do coração, uma convicção. Quem sabe que Deus cura tem uma postura, mas
quem tem a convicção de que Deus realmente cura manifesta outra atitude, que procede do coração.
Em outras palavras você pode ter a fé de Abraão ou a fé de Tomé. Qual é a fé de Abraão?

Como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí.), perante aquele no qual creu, o Deus que
vivifica os mortos e chama à existência as coisas que não existem. Rm 4.17
Abraão esperou contra a esperança, contra a lógica, pois ninguém nunca havia ressuscitado.
Mas, ainda assim, ele creu, para vir a ser pai de muitas nações, segundo lhe fora dito.

Abraão, esperando contra a esperança, creu, para vir a ser pai de muitas nações, segundo lhe fora
dito: Assim será a tua descendência. E, sem enfraquecer na fé, embora levasse em conta o seu
próprio corpo amortecido, sendo já de cem anos, e a idade avançada de Sara, não duvidou, por
incredulidade, da promessa de Deus; mas, pela fé, se fortaleceu, dando glória a Deus, estando
plenamente convicto de que ele era poderoso para cumprir o que prometera.
Rm 4.18-21

Abraão não viu, mas creu contra as evidências, esperou contra a esperança, foi contra a lógica e
até as leis naturais. Ele creu contra tudo. Não viu nada e tampouco sentiu coisa alguma. A Bíblia
diz que ele até precisou se fortalecer na fé, glorificando a Deus. Apesar de todas as evidências
contrárias ele sendo velho, sua esposa com o ventre já amortecido, não podendo gerar ainda assim
ele creu e honrou a Deus.

Essa é a fé dos que recebem de Deus. Abraão creu sem ver. Isso honra a Deus, porque Abraão creu
somente no que Deus havia dito. Mas há um outro tipo de fé, a fé de Tomé. Tomé fez exatamente o
oposto. Ele disse que só creria se visse e tocasse a Jesus ressuscitado.

Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe,
então, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele respondeu: Se eu não vir nas suas mãos o
sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo algum
acreditarei. Jo 20.24,25

Depois de colocar o dedo nas feridas dos cravos e no lado de Jesus, você não precisa mais de fé. A
fé é a convicção de coisas que se não vêem, mas aquele que é do time de Tomé tem que ver
primeiro para começar a crer.

Alguém outro dia me disse: “Pastor, eu vi um milagre! Agora eu sei que Deus cura!”. Eu lhe
respondi: “Espera aí, agora que viu a cura, você resolve crer que Deus cura?”. Essa não é a fé do
Novo Testamento. Eu não creio em curas porque eu vi alguém sendo curado, mas porque Deus
disse que é o “Senhor que nos cura”. Eu creio é na Sua Palavra.
1
Há coisas que eu não vi ainda, e mesmo assim, eu creio. Ainda não vi um morto sendo
ressuscitado, todavia eu creio que Deus é poderoso para fazê-lo. Eu sei que sempre haverá o
pessoal do tipo de Tomé na igreja, aqueles que ficam esperando que algo aconteça para então
começarem a crer, mas os vencedores são aqueles que manifestam a fé do tipo de Abraão.

HÁ TRÊS TIPOS DE FÉ NA BÍBLIA


Há três tipos de fé na Palavra de Deus: a fé para salvação, o dom da fé e a fé para a vida cristã.

Fé para salvação
O primeiro tipo de fé é a que recebemos para a salvação.

Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras,
para que ninguém se glorie. Ef 2.8,9
A salvação é um dom de Deus, e essa fé inicial para a salvação também é parte da graça
maravilhosa de Deus operando em nós. Você não poderia ter crido para a salvação, pois você estava
morto no pecado. Apesar de não ter provas ou evidências, alguém pregou para você e aquelas
palavras de alguma forma tocaram você, levando-o a crer. E, então, por ter crido em Cristo, você foi
salvo. Essa fé inicial é a fé para salvação.

O dom da fé
O segundo tipo de fé é o dom da fé. Paulo diz que o Espírito concede muitos dons e um deles é o
dom da fé (1Co 12.9). Muitos irmãos possuem esse dom.
Que características possui quem tem o dom da fé? Ele é alguém que transmite fé aos outros, ou seja,
quando ele ministra, a fé não fica só com ele, mas passa para os outros; quando eles crêem, não
crêem só para si, eles conseguem levantar a fé de muitos. Aquele que possui o dom da fé não é
necessariamente alguém que faz milagres, mas é alguém que desperta a fé nos outros para que
recebam o milagre.

A fé para a vida cristã


A fé para a vida cristã é a fé para crescer em Deus, para vencer o diabo e subjugar as obras da carne.
É essa fé que nos permite ver o cumprimento das promessas da Palavra de Deus.

Nós testemunhamos não somente com nosso caráter ou nossa conduta santa, mas também
testemunhamos quando temos fé e as pessoas veem que realmente Deus tem ouvido as nossas
orações.

Alguns crentes vivem uma vida correta, mas se conformam que ela seja miserável, sem a provisão e
as bênçãos do céu. É um precioso testemunho quando as pessoas ao nosso redor dizem: “Olha o
milagre que Deus fez na vida dele! Olha como a bênção de Deus tem vindo e como ele tem
1
prosperado!”. Quando isso acontece torna-se um testemunho para os incrédulos. É importante ter
caráter, mas também é fundamental dar testemunho de fé.

Não fique esperando que outros creiam por você. Levante-se como vencedor e guerreie as guerras
que o Senhor tem colocado diante de você. Apenas confesse: “Eu sou mais do que vence- dor por
meio daquele que me amou” (Fp 4.13). Comece a guerra dizendo: “Eu já venci! O diabo está
derrotado, ele não pode me vencer”. Essa é postura que honra o Senhor.

A diferença entre a fé e a esperança


Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.
(1Co 13.13)

Muitos irmãos confundem fé com esperança, mas elas não são a mesma coisa. Uma coisa é
esperar a bênção de Deus, outra coisa é crer pela bênção.

Paulo disse que três coisas permanecem: a fé, a esperança e o amor. O amor é o caminho pelo
qual a fé caminha. A fé diz respeito ao tempo presente e crê como se já tivesse acontecido,
enquanto a esperança diz respeito ao tempo futuro. Fé é simplesmente dizer o que Deus diz em
Sua Palavra. Fé é concordar com Deus. Há três coisas que ficam para a eternidade: fé, esperança e
amor.

Exercitar a fé hoje é fundamental. Todo problema é apenas uma ocasião de Deus para você
exercitar a sua fé. Mas muitos de nós corremos logo atrás da ajuda do homem, sem antes buscar a
Deus. Fazendo isso, você perde a oportunidade para crescer em fé e ver o poder de Deus. Busque a
Deus!

Sua fé tem que ser fortalecida para você poder responder a Deus. Sua fé vai se fortalecendo na
medida em que você tem uma história com Deus. Eu sei em quem tenho crido. Eu tenho uma
história com Deus. Há memoriais de Deus na minha vida, das vitórias e das extraordinárias obras
que Ele fez em mim e através de mim. Eu tenho andado com Deus no decorrer dos meus dias e
tenho visto que Ele é Deus, e Ele ouve a oração.
É difícil se apegar à Palavra quando ela ainda não se fez realidade em sua vida. A Palavra deve se
fazer visível na sua história e isso somente acontece pela fé.

Como podemos receber fé?


Deus pode nos ministrar fé de muitas formas, mas basicamente obtemos fé de três formas: pela
Palavra de Cristo, pela oração no espírito e testemunhando os feitos de Deus.

Pela palavra de Cristo


E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo. (Rm 10.17)
Alguns cristãos acham que é perda de tempo ir ao culto, mas os cultos são importantes, neles nós
ouvimos a Palavra. Se você ouvir com o coração aberto, a fé será acrescentada ao seu coração.
Evidente precisa ser num lugar onde se prega o evangelho da graça.
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Muitos querem ser crentes sozinhos em casa. Mas isso não é apropriado por vários motivos.
Primeiro, porque não devemos deixar de nos congregar, o que é um mandamento bíblico, como diz
Hebreus: “não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns” (Hb 10.25). Precisamos
estar juntos para sermos contagiados com o fogo uns dos outros e também para sermos guardados
pela comunhão.

Aprenda que existe uma unção individual e uma outra unção coletiva. A unção individual é uma
bênção, mas a unção coletiva é maior. A provisão de Deus está tanto na unção individual em sua
casa quanto na unção que recebemos quando nos reunimos.

Há algo que Deus faz quando estamos juntos, que Ele não faz em você sozinho, na sua casa. O
propósito do Senhor é que nós nos reunamos, porque cada reunião libera uma dose de unção e de fé
em sua vida.

A fé vem pelo ouvir. Você quer que sua fé cresça? Então comece a ouvir a Palavra. Compre CDs
para ouvir no carro; compre a Bíblia gravada e ouça, ouça a Palavra nos cultos, nas reuniões, ouça
na célula, ouça no compartilhamento, ouça. É pela Palavra que a fé vem.

Orando em línguas
Vós, porém, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo. (Jd 20)
A segunda forma de edificarmos a nossa fé é orando no Espírito. Orar no Espírito Santo é o mesmo
que orar em línguas.

Paulo diz que devemos orar em todo tempo no Espírito (Ef 6.18). Quando nos converte- mos, o
nosso espírito foi unido ao Espírito Santo, amalgamado, de tal maneira que o nosso espírito e o
Espírito de Deus, agora, são um.

Quado oramos em línguas estamos orando no espírito. A escritura diz que, se eu orar em outra
língua, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera” (1Co 14.14).
A nossa mente não entende, mas o nosso espírito recebe. Judas diz que, quando você ora no
espírito, você edifica a sua fé (Jd. 1:20). Orar em línguas tem poder espiritual para edificar a nossa
fé.

No dia em que você é batizado no Espírito Santo, você recebe a habilidade divina de falar em
línguas. A vontade de Deus é que você ore em línguas freqüentemente e exercite o seu espírito
edificando a sua fé. O seu espírito precisa ser exercitado. Como é que você terá fé se o seu espírito
não é exercitado? A fé é também edificada pelo orar em línguas.

Testemunhando o resultado da fé
Depois de vermos a manifestação do que temos buscado, a nossa fé cresce para enfrentarmos
desafios ainda maiores. A fé é desenvolvida quando a vemos funcionando. Quanto mais você
exercita a fé, mais a vê funcionando e, conseqüentemente, crerá por coisas ainda maiores. É como
um exercício. Depois de nos exercitarmos em uma atividade, podemos fazer coisas que antes não
1
fazíamos e nos sentimos encorajados a coisas ainda maiores. Este é o círculo virtuoso da fé: quan-
to mais vemos a fé funcionando, mais temos fé para exercitá-la no futuro.

CREIA E CONFESSE
Existe algo que somente os filhos de Deus possuem: a fé segundo Deus. Sem fé é impossível
agradar a Deus. Aquele que crê atrai a atenção do Senhor sobre si. É claro que a santidade também
agrada o Senhor, mas nada o atrai como a fé. Na verdade a fé é um tipo especial de santidade.

A fé é a coisa mais importante aos olhos de Deus. Na esfera do espírito a fé simplesmente destrói as
obras do diabo. Por causa disso ele sempre tenta nos manter na esfera dos sentidos.

Muitos somente dão atenção a aquilo que vêem, ouvem e sentem. Enquanto você permanece na
esfera da fé você é vencedor, mas quando o inimigo consegue mantê-lo na esfera dos cinco senti-
dos você é derrotado.

Nós não ensinamos fé da forma como o faz a nova era. Eles ensinam que o importante é ter fé, não
importa em quê. Acreditam na força da fé por ela mesma. É um tipo de auto sugestão. Mas isso é
completamente falso. É vital saber em quem você crê.

Também é importante dizer que exercitar fé é muito mais simples do que a maioria dos crentes
pensa. Vamos entender como podemos ministrar fé.

A fé é um espírito
Tendo, porém, o mesmo espírito da fé, como está escrito: Eu cri; por isso, é que falei. Também nós
cremos; por isso, também falamos. II Cor. 4:13.
Veja que a fé não é questão de fórmula, mas de espírito. Paulo diz que temos o mesmo espírito de
fé de Abraão, Moisés ou Davi. Sendo a fé um espírito, ela é contagiosa e por isso pode se espalhar.
Quando temos alguém na célula cheio de fé, toda a atmosfera da reunião é saturada de fé. No
mesmo princípio quando alguém aparece dizendo as dez razões porque ele não pode fazer algo o
espírito de incredulidade se espalha por todo o ambiente, porque a fé é um espírito.

Você deve se lembrar do dia em que os doze espias foram enviados para espiar a terra de Canaã.
Depois de quarenta dias eles voltaram e dez deles disseram: “não podemos conquistar essa terra. As
muralhas são muito largas, os gigantes muito altos e nós somos muito pequenos (Nm.13:31-33).

Mas dois deles, Josué e Calebe, disseram: “vamos conquistar a terra, como pão, os podemos
devorar; retirou-se deles o seu amparo; o Senhor é conosco; não os temais” (Nm. 14:9).

Toda a nação acreditou nos dez espias e por causa disso morreram no deserto, mas a respeito de
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Calebe o Senhor disse que nele havia um espírito diferente. O que havia nele? Um espírito de fé.
Que o Senhor possa dizer o mesmo a respeito de nós, que temos um espírito diferente.

Porém o meu servo Calebe, visto que nele houve outro espírito, e perseverou em seguir-me, eu o
farei entrar a terra que espiou, e a sua descendência a possuirá. Nm. 14:24

Quando cremos falamos


Na segunda parte de II Coríntios 4:13 Paulo diz: “Eu cri; por isso, é que falei. Também nós cremos;
por isso, também falamos.” A nossa fé é liberada em nossas palavras. Simplesmente não podemos
crer em silêncio. Se você crê em algo, precisa falar em voz alta.
A maneira como exercitamos fé é bem simples: nós cremos e falamos. Como nós recebemos a
salvação? É claro que foi pela fé. Mas como exercitamos essa fé? Simplesmente falando.

Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca
se confessa a respeito da salvação. Rm. 10:9-10

A maneira como recebemos todas as bênçãos é da mesma forma como recebemos a maior de todas,
a salvação. Tudo o que o Senhor conquistou na cruz é nosso, mas porque alguns crentes desfrutam
de mais bênçãos que outros? Será que é porque o Senhor dá mais para uns que para outros? Claro
que não! A maneira como recebemos todas as bênçãos do Calvário é a mesma como recebemos a
salvação: crendo e falando.
No dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome. E, vendo de longe uma figueira com folhas,
foi ver se nela, porventura, acharia alguma coisa. Aproximando-se dela, nada achou, senão folhas;
porque não era tempo de figos. Então, lhe disse Jesus: Nunca jamais coma alguém fruto de ti! E
seus discípulos ouviram isto. Mc. 11:12-14
E, passando eles pela manhã, viram que a figueira secara desde a raiz. Então, Pedro, lembrando-
se, falou: Mestre, eis que a figueira que amaldiçoaste secou. Ao que Jesus lhes disse: Tende fé em
Deus; porque em verdade vos afirmo que, se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no
mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele. Mc. 11:20-
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Deixe-me compartilhar algumas coisas sobre figueiras em Israel. Durante o inverno as figueiras
perdem as suas folhas e então na primavera as folhas brotam novamente. Quando as folhas voltam
todos sabem que dentro de mais seis semanas o tempo dos figos estará chegando.

Mas comummente no tempo quando as folhas brotam também brotam os figos temporãos. Era por
esses figos que o Senhor estava procurando. Mas se uma figueira não tem esses primeiros figos
temporãos, isso demonstrava que seis semanas depois não haveria figo nenhum.

As folhas da figueira foram mencionadas pela primeira vez quando Adão e Eva tentaram fazer
cintas para si (Gn. 3:7). Elas simbolizam a obra humana procurando ter justiça própria diante de
Deus. É um esforço humano para tentar cobrir o pecado sem o sangue de Jesus. A figueira com
folhas sem frutos foi amaldiçoada por Jesus.
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Mas o que queremos enfatizar hoje é a forma como o Senhor Ministrou fé. Não é normal falar com
árvores, mas foi exatamente o que o Senhor fez. Isso significa que podemos falar com demônios e
eles fugirem, podemos falar com a tempestade e ela se acalmar, podemos falar com a doença e ela
sair. Essa é a maneira bíblica de expressarmos fé.

Foi exatamente esse o ensino do Senhor: “se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no
mar, e não duvidar, assim sucederá”. É preciso falar ao monte. Devemos falar às nossas cir-
cunstâncias.

O monte pode ser qualquer coisa que se oponha diante de você. Pode ser uma enfermidade, um
problema financeiro, um obstáculo ou qualquer outra coisa. Gostamos de falar com Deus a respeito
da montanha, mas o Senhor disse que devemos falar ao monte.

O que o Senhor nos ensina é o mesmo que Paulo disse: “Tendo, porém, o mesmo espírito da fé,
como está escrito: Eu cri; por isso, é que falei.” Não podemos exercer fé em silêncio. É preciso
liberar a palavra.

A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto. Pv. 18.:1

A fé e as obras
Fé é a moeda do céu. Mas frequentemente o inimigo enviará alguém para lhe dizer que crer e
confessar não são suficientes, você deve fazer alguma coisa. Certamente ele lhe dirá que antes de
exercitar fé você precisa ter uma vida santa. O inimigo lhe dirá: “ você tem problemas com a ira e
também com a impureza, como você acha que apenas crer e falar será suficiente? A verdade é que
ele está com medo de que você comece a andar em fé.

Quando passamos a acreditar que crer e falar não são o suficiente, então concluímos que precisamos
ter alguma ação, alguma obra. Creio que essa tem sido a causa de muitos problemas espirituais na
vida de homens de Deus.

Por acreditar que confessar e crer não era suficiente um homem com diabetes resolveu parar de
tomar insulina. Infelizmente ele não viveu muito tempo. Um pastor achou que confessar e crer era
insuficiente e resolveu fazer uma grande dívida para comprar o prédio da igreja. Lamentavel- mente
seu ministério faliu.

O que havia de errado com essas pessoas? Elas deixaram de exercitar fé da maneira de Deus e
resolveram agir na força humana. O resultado foi o inverso do que esperavam.

Mas não devemos ter um comportamento coerente com a nossa fé? É claro que sim. Se estou
orando por chuva é melhor comprar um guarda-chuva. Se estou orando por um carro então preciso
começar a aprender a dirigir. Mas eu não vou sair e comprar um carro sem dinheiro. Quan- do ajo
assim estou tentando fazer algo acontecer na minha força.

Creio que o maior exemplo desse erro está na vida de Abraão. No capítulo 15 de Gênesis o Senhor
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aparece a Abraão e lhe diz que a sua descendência será muito grande. Abraão questiona como
aquilo poderia suceder uma vez que ele não tinha filho e o seu herdeiro legal era um servo da sua
casa. DEus então o chama para fora e lhe mostra as estrelas. O Senhor o desafia: conte-as, se é que
podes! Pois assim será a sua descendência do filho que você vai gerar. A escritura diz que Abraão
creu em Deus e isso lhe foi imputado para justiça (Gn. 15:1-6).

Abraão tinha cumprido a primeira parte da equação: crer em Deus, mas agora ele precisa também
confessar. Deus então muda o seu nome. Abrão significa “um pai grande” ou “um pai exaltado”,
mas agora o Senhor diz que o seu nome será Abraão que significa “pai nações” ou “pai de
multidões”. Quando Abraão se apresentava ele agora dizia: “meu nome é pai de nações”. É mesmo?
Muito bonito? E quanto filhos o senhor tem? Ele tinha de dizer: “ainda não tenho ne- nhum, mas
serei pai de multidões”. Dá para imaginar Sara chamanodo-o na hora do almoço: “pai de nações, a
comida está na mesa!” Essa foi a segunda parte da equação, agora Abraão cria e também
confessava.

Do ponto de vista divino a equação estava completa e era só uma questão de tempo para a promessa
se cumprir, Mas um dia Sara teve uma ideia, ela resolveu colocar mais um elemento na equação.
Ela disse Abraão algo parecido com isso: “acho que nós falamos muito e não fazemos nada.
Precisamos fazer alguma coisa para que a promessa se cumpra. Faz o seguinte, toma a minha serva
e tenha um filho com ela, pela lei esse filho será meu.

Agora a equação era crer + confessar + fazer. Isso desagradou o Senhor. Essa equação produziu
Ismael que foi rejeitado por Deus porque era o fruto da carne. Tenha muito cuidado para não
acrescentar o fazer humano na equação da fé.

O grande teste é o tempo. Quando parece que a promessa está demorando a se cumprir somos
tentados a pensar que crer e confessar não são o suficiente. Mas esse foi justamente o erro de Saul,
o que o levou a perder o reino.

Em I Samuel lemos que os filisteus se leventaram para guerrear contra Israel. Sameul então disse a
Saul que esperasse sete dias, quando ele então viria, faria o sacrifício e então o rei poderia sair para
a peleja com a certeza da vitória.

Mas durante aqueles dias o povo começou a reclamar que Saul era muito passivo, pois o inimigo
estava se armando ele não fazia nada, só esperava. Saulo pressionado pelas circunstâncias não
suportou a espera e ofereceu por ele mesmo o sacrifício.

Mal acabara ele de oferecer o holocausto, eis que chega Samuel; Saul lhe saiu ao encontro, para o
saudar. Samuel perguntou: Que fizeste? Respondeu Saul: Vendo que o povo se ia espalhando
daqui, e que tu não vinhas nos dias aprazados, e que os filisteus já se tinham ajuntado em Micmás,
eu disse comigo: Agora, descerão os filisteus contra mim a Gilgal, e ainda não obtive a
benevolência do SENHOR; e, forçado pelas circunstâncias, ofereci holocaustos. Então, disse
Samuel a Saul: Procedeste nesciamente em não guardar o mandamento que o SENHOR, teu Deus,
te ordenou; pois teria, agora, o SENHOR confirmado o teu reino sobre Israel para sempre. Já
agora não subsistirá o teu reino. O SENHOR buscou para si um homem que lhe agrada e já lhe
ordenou que seja príncipe sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o SENHOR te
ordenou. I Sm. 13:10-14
1
Samuel disse que Saul tinha perdido o reino. Mas qual o pecado tão grande que ele cometeu?
Ele não soube esperar. Se tivesse esperado algumas horas a mais seu reino teria sido confirmado
para sempre.

Mas você sabe qual é a consequência mais negativa de pessoas acrescentarem o fazer à equação da
fé? E o pior é quando parece que são bem sucedidas. São pessoas que vão se gloriar da grande fé
que possuem. “Eu saí para comprar um prédio sem inheiro algum”, dirão. Pessoas comuns que não
têm coragem de sair para comprar um prédio sem dinheiro concluem que elas jamais conseguirão
ministrar fé, pois é algo para pessoas sensacionais. Mas essa não é a fé bíblica. Basta crer e
confessar. Esse é o padrão de Deus.

A verdade é que fé e obras são conceitos opostos. O padrão de fé de Jesus é creia e fale, creia e
confesse. Não é creia e faça alguma coisa. Quando Deus criou todas as coisas ele apenas falou. Não
houve uma ação correspondente. Ele não falou e depois fez alguma coisa. Esse é o tipo de fé
segundo Deus.

Todas as vezes que alguém nos diz que crer e falar não são suficientes o resultado é que paramos de
falar e o fluir também cessa. A fé é bloqueada quando pensamos que só podemos confessar se
tivermos uma vida completamente santa.

Mas a santidade é recebida pela fé do mesmo que a salvação. Não é uma questão de performance,
mas de fé. Pedro explicando aos irmãos de Jerusalém sobre a conversão de Cornélio disse que o
coração deles tinha sido purificado pela fé.

Ora, Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, concedendo o Espírito Santo a eles,
como também a nós nos concedera. E não estabeleceu distinção alguma entre nós e eles,
purificando-lhes pela fé o coração. At. 15:8-9
Paulo diz que Cristo se tornou para nós salvação e santificação. Então não é uma questão de
performance, mas de ter a presença dele em nós.
Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e
santificação, e redenção. I cor. 1:30
Uma vez que entendemos que somos santos nele, temos ousadia para crer e falar e quando
exercitamos fé dessa maneira simples nós vemos a manifestação do poder de Deus.

Libere e a sua fé
Se desejamos ministrar a fé do tipo de Deus, precisamos nos guardar dos ataques malignos.
O inimigo odeia quando somos ousados em fé.

Tenha uma imagem correta de Deus


A imagem que você tem de Deus afeta diretamente a forma como você ora e libera fé. A imagem
que formamos de Deus é em grande medida determinada pelo nosso pai terreno e pela teologia que
nos ensinaram.
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Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que
está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem? Mt. 7:11
Alguns imaginam que Deus está sempre irado com eles por causa de suas falhas. Eles ouvem uma
voz sempre lhes lembrando do seu pecado, mas essa é a voz do acusador e não a voz de Deus.
É verdade que no Velho Testamento Deus executava justiça de tempos em tempos, mas o seu
coração é cheio de amor e compaixão.

O SENHOR é misericordioso e compassivo; longânimo e assaz benigno. Não repreende


perpetuamente, nem conserva para sempre a sua ira. Sl. 103:8-9
A Bíblia não diz que Deus é julgamento, mas diz que ele é amor (I Jo. 4:8). As escrituras declaram
que a sua misericórdia dura para sempre (Sl. 136:1).

A sua percepção de Deus vai determinar a qualidade do seu relacionamento com ele e isso afeta
tudo o mais o seu nível de fé no dia da luta, a maneira como você compartilha o amor de Deus e até
o seu relacionamento com o seu cônjuge.

A maneira como você vê determina como você irá receber. Será mais fácil receber de Deus nos dias
de dificuldade se o vemos como um pai amoroso e gracioso que responde rapidamente ao nosso
clamor.

A fé atua pelo amor


A nossa fé é forte quando descansamos que somos amados pelo Pai.
Você nunca saberá o quanto Deus ama você até você entender o quanto o Pai ama a Cristo. Você
precisa entender o quanto Cristo é amado, mas ainda assim Deus Pai o entregou para ter você. Esse
é o quanto você é amado. Deus entregou o que tinha de mais precioso para ter você.

Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que
atua pelo amor. Gl. 5:6
Eu sempre entendi esse verso que diz que fé atua pelo amor como sendo o meu próprio amor, mas
na verdade se refere ao amor de Deus. Quando entendemos que somos amados a fé pode fluir
livremente.

A fé flui pela justiça


É muito importante que a nossa confiança esteja na obra consumada do Senhor e não em nossas
boas obras e bom comportamento. Todo homem instintivamente conclui que somente pode receber
a bênção de Deus se a merecer. Assim no dia da tribulação ele imediatamente olha para si mesmo
para ver se ele merece a bênção. O problema é que quase nunca concluímos que merece- mos e
quando pensamos que a merecemos caímos na justiça própria e aquele que confia na justiça própria
não pode receber nada de Deus.

Paulo diz em Filipenses que existe dois tipos de justiça: a justiça própria que procede da lei e a
justiça que é pela fé.
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E ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em
Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé. Fp. 3:9
Somente podemos ter fé no dia da angústia se cremos que a nossa justiça é totalmente por causa da
obra de Cristo na cruz. Se houver em nós o pensamento e que precisamos ter a justiça baseada em
nosso cumprimento dos mandamentos, perdemos a fé e assim deixamos de receber.

O PODER DA CONFISSÃO

Você nunca alcançará o palácio falando como camponês Você nunca será reconhecido como um
príncipe falando como um camponês. Você nunca será reconhecido como filho de Deus falando
como mero filho do homem. O que significa isso? O primeiro passo para mudar sua vida é: mude
seu discurso, mude aquilo que você fala.

Provérbios 18.21 diz que na sua boca está o poder da vida e da morte. Você vai ter vida ou morte,
tudo depende daquilo que você diz.

Não pense que suas palavras tem o poder de realizar o extraordinário só porque você disse algo. A
nossas palavras humanas não tem valor algum, mas a palavra de Deus em nossas bocas tem muito
valor.

A palavra do homem tem pouco valor, mas a palavra de Deus é eterna. E se a palavra de Deus for
liberada na sua boca com autoridade, as montanhas se moverão do seu lugar e se lançarão no mar.

Você pode fazer isso porque você é filho. Como filho você recebeu autoridade para mandar que as
montanhas se lancem no mar, você tem autoridade. Você nunca alcançará o palácio falando como
camponês, é hora de mudar sua postura. Você tem a identidade de filho de Deus. Veja se como filho
de Deus. Ande como filho de Deus. O mundo espiritual vai respeitar você se você respeitar o que
Deus diz a seu respeito. O diabo vai respeitar você, quando você concordar com o que Deus diz a
seu respeito.

Quando saio da minha casa para pregar eu saio dizendo: “eu sou ungido de Deus, eu recebi a unção
de Deus para fazer isso, e como ungido de Deus eu vou subir lá e vou liberar a palavra”.

Alguém pode dizer: pastor isso não é presunção? Não é não. Houve um dia em que eu recebi a
unção e essa unção permanece em mim. A unção está impregnada em mim, porque me uni ao
Senhor, me tornei um só espírito com Ele. Confesse o que você é nele. Tudo depende do que você
fala. Você declara aquilo que Deus diz, ou você declara aquilo que você vê ou sente?

O que você fala a seu respeito? Eu falo de mim aquilo que Deus diz a meu respeito. Quando vou
orar com as pessoas eu digo sempre que estou ali para orar como ungido de Deus e como ungido de
Deus eu repreendo toda obra do diabo.

Eu sempre me coloco na posição que Deus me levantou. Eu sou nobre, eu faço parte da nobreza, eu
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me assento na mesa do Rei, eu como da comida do Rei, eu e o Rei na verdade, somos um, Ele é
meu pai. Eu tenho o seu nome, eu sou parte da sua família, eu carrego sua autoridade. Eu ando de
cabeça erguida pois sou seu filho. Você pode dizer o mesmo a respeito da sua vida. É um fato
espiritual.

Cremos e falamos
“Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.”. Rm 10:9
Não há salvação sem confissão. É sempre “confissão para a salvação”, nunca possessão antes da
confissão. Nossa confissão leva o Senhor Jesus a nos conceder o que cremos com o coração, e isto
nos leva à apropriação. Isso é fé. Deus é um Deus de fé. Isto significa que Ele é um Deus que exige
fé. Recebemos de Deus apenas o que cremos.

Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim
convosco.Mc 11.24
A nossa maneira de pensar é que primeiro precisamos ver algo para crer que Deus fez. Se estamos
doentes nós checamos se ainda temos os sintomas e concluímos que ainda não fomos curados.
Mas o sistema de Deus é diferente, nós cremos que já recebemos e assim será conosco.
A Palavra de Deus não diz “sinta que recebeu”, mas “creia que recebeu” e assim será covosco.
Deus age por meio da nossa fé. Quando o Senhor nos olha ele procura pela nossa fé. Em Marcos
2:5 alguns amigos trouxeram um paralítico para ser curado. Eles desceram o paralítico pelo
telhado até o lugar onde o Senhor estava ensinando. Antes mesmo de ver o paralítico a Bíblia diz
que o Senhor viu a fé deles. A fé sempre atrai a atenção do Senhor.

Veja que o verbo “recebestes” está no tempo passado portanto isso significa que Ele já nos deu
imediatamente, no mesmo momento em que cremos no nosso coração. É por isso que nós não
devemos ter esperança de receber o que pedimos, pois se cremos no nosso coração, a resposta é
para o presente e não para o futuro. Isto é fé. “É lembrar que, no reino de Deus, tudo se baseia em
promessas, e não em emoções”. O diabo sempre quer mantê-lo no nível das sensações e emoções,
porque ele sabe que assim pode derrotá-lo. Mas as coisas de Deus são recebidas pela fé. No
momento que toma posse você pode não estar sentindo nada, emoção nenhuma, os sintomas da
doença ainda estão em você, mas a sua atitude é de cura, é de certeza que obteve a sua resposta e
que acima de tudo confia em Deus e em sua palavra.

O que é confissão?
A confissão é o testemunho da fé em nossa boca. A confissão é simplesmente concordar com Deus,
dizendo as Palavras de Deus; usando as expressões de Deus; declarando o que Deus declara;
reconhecendo a Palavra de Deus.

A confissão é o único meio de a fé se expressar como nosso testemunho. Paulo declarou que a
“Palavra da fé” deve estar “no nosso coração” e “em nossa boca”. A única maneira de ter a Palavra
1
da fé em nossa boca é falar a Palavra de Deus. Isto é confissão é fazer com que os nos sos lábios
concordem com Deus; declarando a Palavra de Deus com a nossa boca (Rm. 10:8).

Apocalipse 12:11 nos diz que aqueles que venceram o diabo o fizeram “pelo sangue do Cordeiro e
pela palavra do seu testemunho”, isto é, pelas Escrituras que citavam ao dar seu testemunho.
Em II Coríntios 4:13 Paulo diz: “eu cri por isso falei.” A maneira bíblica de liberar fé é crendo e
falando. A nossa fé precisa vir acompanhada de nossa confissão.

Essa foi a forma como Deus liberou a fé de Abraão. Em Gênesis 15 Deus mandou que ele olhasse
para as estrelas. Ele creu em Deus e então o seu nome foi mudado. Antes era Abrão que significa
pai grande ou pai exaltado, mas agora seria Abraão, que significa “pai de multidões”.
Abrão já não será o teu nome, e sim Abraão; porque por pai de numerosas nações te constituí. Gn.
17:5
Veja que o verbo está no passado “constituí”, mas Abraão ainda não tinha nenhum filho.
Deus olhou para ele e viu multidões.

Cada vez que Sara o chamava de “pai de nações” sua fé era firmada na promessa. Mas sempre
haverá alguém para dizer que crer e confessar não é o suficiente, então Abraão resolveu fazer
alguma coisa e gerou a Ismael. Esse é sempre o resultado de quem crê, fala e depois tenta fazer
alguma coisa na própria força.

Saul foi rejeitado por Deus simplesmente porque não soube esperar. Samuel mandou que ele
esperasse sete dias, mas ele se exasperou e então ofereceu o sacrifício. Quando ele oferecia o
sacrifício Samuel chegou. Sua desculpa foi que havia muita pressão do povo e o inimigo estava
prestes a atacar. Ele foi pressionado pelas circunstâncias. Mas por causa da sua atitude ele perdeu
o reino.

A importância da confissão
Estás enredado com o que dizem os teus lábios, estás preso com as palavras da tua boca. Pv 6:2
Poucos reconhecem a importância da confissão e o seu valor em nossas vidas. No entanto nada é
mais importante que a nossa confissão, apesar de quase nunca a mencionarmos nos cultos. A vida
cristã é chamada de “confissão” (no grego, “reconhecimento” ou “admissão”) em Hebreus 3:1.

A Palavra grega da qual se traduz a palavra “confissão quer dizer “falar o mesmo”, isto é, “dizer o
que Deus diz” ou “concordar com Deus em nosso testemunho”. Confessar é dizer o que Deus diz na
Sua Palavra acerca de nossos pecados, nossas enfermidades, nossos fracassos, nossa saúde, nossa
salvação, nossas vitórias, ou acerca de qualquer outra coisa da nossa vida. Em outras palavras, a
confissão é testificar ou “admitir” o que Deus diz.

Confissão e apropriação
Pois ao que tem se lhe dará; e, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. Mc. 4:25
1
Esse texto pode ser aplicado para tudo aquilo que buscamos receber do Senhor. Se temos e cremos
que já temos, mais se nos acrescentará, mas se não cremos até o que julgamos ter nos será tirado.

Alguns são levantados pastores, mas não assumem uma postura de já possuir um ministério.
Infelizmente não recebrão mais e podem vir a perder até o que já possuem.

Isso vale para tudo aquilo que Deus nos dá. Assuma sua posição de líder, empresário, pai, mãe ou
qualquer outra coisa. Pois ao que tem mais se lhe dará, mas ao que tem e julga não ter ou confessa
não ter, até o que tem lhe será tirado.

Alguns exitam em assumir sua posição com medo de serem orgulhosos, mas a verdadeira
humildade é reconhecer o que Deus tem dado. Diga ousadamente: “Eu recebi uma unção para ser
pastor.” “Eu tenho o dom para fazer negócios e ser um empresário.” Quanto mais confessar mais
forte será a sua unção e posição. Não importa o que o Deus o chamou para fazer, assuma isso e
confesse ousadamente.

Se você confessa que possui a bênção, mais bênção será acrescentada, mas se você confessa que
não possui ou não sente que é abençoado, até a bênção que já possui será tirada.

As pessoas do mundo precisam primeiro ver, tocar e sentir a bênção para, então, dizerem que são
abençoadas. Mas no reino de Deus as coisas são diferentes. Ali tudo é recebido por fé e pela fé nós
dizemos que temos antes de termos, dizemos que somos antes de vermos.

A promessa de Deus é que já temos todas as bênçãos de que necessitamos. Não importa a sua
necessidade, você já tem uma bêção para supri-la.

Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de
bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo. Ef. 1:3

Algumas pensam em fé da seguinte maneira: se eu crer por alguma coisa por tempo o sufici- ente,
por fim aquilo se tornará realidade. Na verdade ainda não é real, mas se eu crer ela se tornará real.
Isso não é fé. Fé é ter a perspectiva de Deus, e do ponto de vista dele você já é abençoado com toda
sorte de bênção. As bênçãos já são uma realidade em Deus.

Para avançarmos em fé você precisa de “agir como se”, ou seja, se você precisa de cura aja como se
já fosse curado. Algumas pessoas esperam até que a enfermidade se vá para só então começarem a
trabalhar, viajar u fazer outras coisas. Se você crê comece a agir como se já estivesse curado.
Se precisa de prosperidade, aja como se já fosse próspero. Comece a ofertar como pessoas
prósperas fazem. Comece a pensar e planejar como alguém que é próspero. Quando você agir assim
você começará a ver a sua fé se materializando.

Muitos vivem esperando que um dia a promessa se cumprirá e então serão curados e prósperos. Mas
a fé sempre declara como sendo do passado.

Forjai espadas das vossas relhas de arado e lanças, das vossas podadeiras; diga o fraco: Eu sou
forte.
1
Jl 3:10

Nenhum morador de Jerusalém dirá: Estou doente; porque ao povo que habita nela,
perdoar-se-lhe-á a sua iniquidade. Is. 33:24

Tudo isso é loucura para aqueles que se perdem, por isso não confesse a sua bênção diante de
incrédulos. Nossa declarações de fé não são para as pessoas ouvirem, mas para Deus. Não
precisamos impressionar ninguém com nossas palavras e com a nossa fé, somente a Deus.

A confissão nas provações


Por exemplo: uma doença ameaça abalar a sua saúde. Satanás quer tirar a sua saúde e assim torná-lo
infrutífero no serviço de Cristo. Mas Deus já fez provisão para nossa saúde. Deus já fez com você
uma aliança de cura. Ele prometeu:

Servireis ao SENHOR, vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão e a vossa água; e tirará do vosso
meio as enfermidades. Êxodo 23:25.
Pois Eu sou o SENHOR, que te sara. Êxodo 15:26.
Ele é quem perdoa todas as tuas iniqüidades; quem sara todas as tuas enfermidades. Salmo 103:3.
Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças. Mt. 8:17
Pelas Suas feridas fostes sarados. I Pedro 2:24.
Precisamos de confessar a nossa fé na palavra de Deus e nEle próprio. A confissão é o testemunho
da fé em nossa boca, é simplesmente concordar com Deus. É dizer a palavra de Deus.

Apocalipse 12:11 diz que aqueles que venceram o diabo o fizeram “ pelo sangue do Cordeiro e pela
palavra de seu testemunho”. Confessar a palavra é testemunhar ou testificar o que cremos. Que
Deus é poderoso para cumprir o que prometeu (Rm 4:21).

Confessar ativa a fé, mas não devemos confessar qualquer coisa ou qualquer pensamento. Devemos
ter pensamentos corretos, pois quem pensa corretamente, crê corretamente e age corretamente.

A palavra grega traduzida por “confissão” em nossas Bíblias quer dizer “falar a mesma coisa”, isto
é, “dizer o que Deus diz” ou “concordar com Deus em nossa conversação”, “reconhecer a Palavra”.

Em todas as circunstâncias e em todas as ocasiões, fale a linguagem de Deus. A confissão é afirmar


o que cremos. A confissão é testificar o que sabemos. É declarar a verdade que abraçamos.

Jesus planejou que essa mensagem da vida cristã fosse dada ao mundo por meio do nosso
testemunho, isto é, pela nossa confissão. Testificadores, testemunhas e confessores têm sido os
grandes líderes e representantes da vida nova e revolucionária de Jesus Cristo nesse mundo.
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O que confessar
Simplesmente confesse a Palavra de Deus, em todas as ocasiões, em face de todas as cir-
cunstâncias. Confissão é “afirmar verdades bíblicas”. Confissão é “repetir com os nossos lábios a
partir do coração, as coisas que Deus diz na Sua Palavra”.

Você não pode confessar nem testificar as coisas que ignora. Tem de confessar o que sabe
pessoalmente acerca do Senhor Jesus Cristo e da sua obra consumada na cruz.
O segredo da confissão e da fé é entender verdadeiramente o que Jesus Cristo realmente nos fez e o
que somos nEle como resultado da Sua obra consumada. Esse conhecimento, junto com a confissão
desses fatos libera fé em nosso espírito.

Como será grande a sua transformação quando você subir ao lugar que Deus lhe deu e começar a
falar a linguagem que Deus deseja que você fale como filho.

Porque com o coração se crê e com a boca se confessa a respeito da salvação". (Romanos 10:10). A
nossa fé precisa ser cultivada à maneira de Deus, para reforçarmos a fé nós abrimos a boca. Não
basta crer com o coração, é preciso também confessar com a boca.

Muitas vezes, Deus vem com um entendimento forte na Palavra, a respeito de uma verdade, mas,
muitas vezes, com o tempo, nos esquecemos daquela verdade. Por que isso acontece ? Porque
deixamos de confessá-la.

Se fecharmos a boca, com o tempo perderemos aquele entendimento vivo, e tudo se tornará apenas
conhecimento mental. Mas se abrirmos a boca e começarmos a confessá-la, logo ela vai começar a
gerar fé em nós. A confissão não apenas preserva a revelação recebida mas também nos abre o
espírito para novas revelações.

Há uma maneira bem simples de memorizarmos o que devemos estar constantemente con-
fessando. Precisamos confessar:

O que Deus diz que eu sou:


· Eu sou nova criatura (I Cor.5:17).
· Eu sou templo do Deus vivo (I Cor.6:16).
· Eu sou como árvore plantada junto a ribeiros de água, que no devido tempo dá o seu fruto e
tudo quanto faço sou bem sucedido (Sl. 1:3).
· Eu sou forte e ativo porque conheço o meu Deus (Dn.11:32).
· Eu sou mais que vencedor por meio daquele que me amou (Rm.8:37). Eu sou zeloso de boas
obras (Tt.2:14).
· Eu sou um ganhador de almas e por isso sou sábio (Pv. 11:30). Sou feitura Dele, portanto
sou belo (Ef.2:10).

O que Deus diz que eu tenho:


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· O amor de Deus está derramado em meu coração (Rm.5:5). A unção do Santo permanece
em mim ( I Jo.2:27).
· Deus me deu autoridade sobre todo o poder do inimigo e nada me causará dano (Lc.10:19).
Posso todas as coisas naquele que me fortalecece (Fl.4:13).
· Deus me deu espírito de poder, de amor e de moderação (II Tm. 1:7). Maior é o que está em
mim do que aquele que está no mundo ( I Jo.4:4). Deus sempre me faz triunfar em Cristo
Jesus (II Cor. 2:14).
· Eu tenho sido abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestes, em Cristo
Jesus (Ef.1:3).
· Eu tenho o poder do Espírito Santo (Mq. 3:8).

O que Deus diz que eu faço:


No nome de Jesus eu expulso demônios, falo novas línguas, pego em serpentes, se beber alguma
coisa mortífera não me causará dano, imponho as mãos sobre os enfermos e eles são curados
(Mc.16:17). Eu venço o diabo pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do meu testemunho
(Ap.12:1).

COMO GUARDAR A FÉ
A fé não é algo pronto, estático. Ela deve ser desenvolvida e guardada. Nesta aula veremos como é
possível desenvolver e guardar a nossa fé para que ela não seja fraca nem seja roubada.

Conhecendo a palavra
E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo. Rm 10.17
A nossa fé é proporcional ao nosso conhecimento da Palavra. Você não pode ter fé a não ser que
você tenha a Palavra. A fé é pelo ouvir, por isso, antes de orar, você deve se embasar na palavra
que está escrita. Se não estiver escrito, você não terá fé para obter o que está pedindo. Se o Senhor
não disse em Sua Palavra, você não pode exercitar a fé naquela direção, porque a fé é sempre
baseada no que Deus disse.

Você lê a Bíblia todos os dias? Se não a lê, você continuará sendo um filho amado de Deus do
mesmo jeito, mas estará perdendo algo. Sua fé não estará se desenvolvendo, virão situações diante
de você e não haverá fé consistente para enfrentar a crise. Haverá dias em que você carre- gará
pesos e sem o alimento da Palavra você fraquejará, por não estar sendo nutrido pelo alimento da
Palavra. Por isso é tão importante conhecer a Palavra de Deus.
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Para alguns a Palavra de Deus é apenas um tipo de amuleto, que deve ser deixada aberta na estante
da sala. Outros a usam como um “baralho de adivinhação”. Quando querem ouvir de Deus, abrem a
Bíblia e julgam que o “versículo tirado” seja uma Palavra de Deus para eles; são levados a viver um
tipo de “quiromancia evangélica”, tirando sempre uma carta de dentro do “baralho bíblico”. Muitos
dirão que ouviram Deus dessa forma. Possivelmente seja verdade. Deus foi forçado a falar com a
pessoa assim porque não houve outro meio. Deus falou com Balaão através da mula, mas, o Senhor
agiu assim porque não havia outro meio.

Mas não é necessário continuar assim. Não é o melhor de Deus. Quem lê a Bíblia e já está
familiarizado com a Palavra não precisa colocar o dedo a esmo, ele já sabe onde está escrito e sabe
onde está a provisão para sua necessidade. Quando a circunstância vem, ele vai direto ao texto e o
confessa, apropriando-se do que está escrito, pois sabe que a verdade é para ele. Deus quer que
você se familiarize e conheça as promessas que Ele tem para você. A Bíblia é também chamada de
Testamento por ser a herança de Deus para você. Por isso conheça a sua herança e aproprie-se dela.

Praticando a palavra
Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a
palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma. Tornai-vos, pois,
praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Tg 1.21,22

A salvação mencionada no texto acima não trata da salvação do inferno. Salvar aqui significa
restaurar, edificar, curar e transformar. A ordem bíblica é para que nos tornemos praticantes da
Palavra, não somente ouvintes, enganando a nós mesmos. O Senhor quer que sejamos praticantes.
Quando você pratica a Palavra a fé aumenta. A obediência tem poder de gerar fé em você. Quando
você obedece, surge uma ousadia enorme em sua vida. Você se levanta com outra postura. O
inferno treme diante daquele que pratica a Palavra.

Quando falamos sobre praticar a Palavra, não se confunda, não estou falando de praticar os 10
mandamentos. Praticar a Palavra é fazer tudo o que o evangelho diz faça, e não fazer tudo o que diz
para não fazer. Para isso, evidentemente eu preciso conhecê-la.

Toda tentação é uma oportunidade de você crescer em unção e autoridade. A obediência gera fé e
traz unção. A verdadeira obediência ocorre quando ninguém está vendo e, ainda assim, você decide
honrar a Deus obedecendo a Sua Palavra.

Qual é a sua postura quando a tentação vem? Quando está todo mundo vendo, somos protegidos
pelos irmãos. Mas e se você estiver sozinho numa hora dessas? Todos temos a oportunidade de
provar que somos homens e mulheres de Deus e que levamos a sério a nossa fé.

É triste a história de quem vive uma vida dupla. Estão sempre amedrontados e receosos de que
alguém descubra algo de suas vidas. Eu acordo de manhã, tranqüilo, ergo mãos santas para o
santuário, não tenho receio de nada porque tenho escolhido ter uma vida única diante de Deus. Só
uma vida diante de Deus, não duas. Não tenho que me preocupar em ocultar nada.

Confessando a palavra
1
Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação. (Rm
10.10) Porque em verdade vos afirmo que, se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no
mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele.
(Mc 11.23)

A confissão da Palavra também gera fé. A obra de Deus na sua vida implica em você abrir a boca e
falar. O silêncio tem o seu lugar, quando se relaciona com homens; mas, quando se relaciona com
Deus e o mundo espiritual, há o momento em que você precisa abrir a sua boca.

A Carta aos Romanos diz que a salvação é para aquele que confessa (Rm 10.10), ou seja, uma
pessoa só pode ser salva se ela abrir a boca e confessar a Jesus. Paulo disse: “Se com a tua boca
confessares...” qual o resultado? “...serás salvo” (Rm 10.9). Para ser salvo, é necessário abrir a
boca e declarar: “Eu creio que Jesus é o Senhor, creio que Ele morreu na cruz pelos meus pecados,
creio que Ele ressuscitou e me salva agora!”. Se você confessar isso diante dos homens, diz a
Bíblia, você será salvo. Não há como ser salvo em silêncio. Você pode até ter uma experiência de
convencimento e de convicção de pecado, mas a salvação genuína só acontece quando você abre a
boca e confessa a Jesus.

A palavra de Deus diz: “Com o coração se crê... e com a boca se confessa...”(Rm 10.10).
Essa dupla é inseparável. Não adianta só o coração crer, a boca tem que confessar. Por outro lado,
não adianta só a boca confessar se o coração não crer. As duas coisas caminham juntas.

Jesus disse: “Se você crer e disser a este monte, ergue-te e lança-te no mar, assim acontecerá!” (Mc
11.23). Então, é preciso dizer ao monte, é preciso abrir a boca. Não há como ter espiritualidade em
silêncio.

Confessar a Palavra edifica e enche de fé o ambiente ao seu redor. Não que a sua palavra humana
tenha poder, ela pode poucas coisas; mas a Palavra de Deus tem muito poder. E ela, na sua boca,
tem um poder miraculoso.

O Senhor quer que tenhamos uma confissão apropriada a respeito de nós mesmos e a respeito das
circunstâncias. Quando vier o problema, seja o primeiro a declarar que Deus é maior que as
circunstâncias. A dificuldade é grande, mas há o Deus vivo. Isso é que muda as circunstâncias
O que toca a Deus não é o seu sofrimento, mas sim a sua fé. Você precisa confessar: “Eu sou filho
de Deus, fui justificado pela fé, eu fui salvo, gerado pela Palavra, eu sou co-herdeiro com Cristo e
vou entrar na posse da minha herança toda”.

Compreendendo o novo nascimento


E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se
fizeram novas. (2Co 5.17)
Muitos cristãos não crescem mais na fé porque não têm entendimento a respeito do novo
nascimento. Não entendem que em Cristo são novas criaturas.

Você é nova criatura? Porque você afirma que é uma nova criatura? Você sente isso? Ou você
1
afirma que é nova criatura porque a Palavra de Deus o diz? Se você está em Cristo, você é nova
criatura. Se você creu com o coração e confessou com a boca, a Bíblia afirma que você foi
enxertado em Cristo e, agora, é uma ramo da videira, um ramo de Cristo. Ele é a videira verdadeira
e, estando nEle, você desfrutará da seiva que passa pelo tronco; a natureza do tronco é a sua
natureza. Você está em Cristo, então é nova criatura.

Tudo o que diz respeito a Ele, diz respeito a você. A posição dEle é a sua posição e a autoridade
dEle é a sua autoridade. É a Palavra de Deus que declara que, se nós estamos em Cristo, somos
novas criaturas.

Muitos cristãos não têm fé para avançar por ficar o tempo todo olhando a própria condição e,
segundo o que percebem, nunca estarão qualificados para coisa alguma. Não avançam porque estão
olhando para o seu próprio mérito. Mas o que você tem que fazer é dizer o que Cristo já fez, ou seja,
que Cristo é a sua justiça, Ele é a sua santidade.

Quando oramos com base em nossa justiça própria, a nossa fé se esvai; não conseguimos crer para
coisas maiores porque concluímos que não merecemos. O grande impedimento que o diabo coloca
na mente das pessoas é o merecimento. Saiba que, definitivamente, não merecemos coisa alguma,
tudo o que temos é por Cristo e Sua graça.

É uma questão de legalidade, você agora é filho de Deus. E os filhos têm direito de entrar em
todos os cômodos da casa, podem entrar na despensa e pegar tudo o que necessitam. Não porque
merecem, mas porque são filhos. Tudo lhes pertence. Entenda isto, você é herdeiro. Quan- do você
for orar, vá com essa postura diante de Deus. É essa postura de fé que O agrada, porque é fé
baseada no que está escrito em Sua Palavra.

Compreendendo a nossa posição em Cristo


Por último, você tem que entender a sua nova posição em Cristo. A Bíblia nos fala várias vezes de
nossa nova posição, e faz isso usando a expressão “em Cristo”. Nós estamos nEle, o que significa
que tudo o que diz respeito a Ele também diz respeito a nós. Sublinhe em Bíblia todas as vezes que
aparecer a expressão “em Cristo” pois ela traduz a sua realidade espiritual.

Cristo agora é a nossa verdadeira identidade. Tudo o que ele é em sua majestade e glória Deus
colocou na sua conta. Toda a sua bondade e amor Deus colocou na sua conta. Tudo o que ele é nós
somos nesse mundo.

Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois,
segundo ele é, também nós somos neste mundo. I Jo. 4:17
Quanto mais você se esquece de si mesmo e foca a sua atenção em Cristo mais você é transformado
de forma sobrenatural. Quando você encontra Cristo você encontra a si mesmo, pois você está nele.

E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos
transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito. II Cor.
3:18
1
Tudo o que ele é nós somos. Tudo o que ele possui nós temos. Por isso é tão importamte contemplar
o Senhor e conhecer o que ele é e o que ele possui porque tudo o que ele é e tem nos pertence
também.

Muitos pensam que essa verdade não é prática e imaginam que ensinar uma série de “faça isso e não
faça aquilo” é algo prático. Mas não é. O que é prático é ver o Senhor Jesus. Quando o
contemplamos somos transformados, de forma espontânea sem nem estarmos conscientes da
mudança, na própria imagem do Senhor. Esse é o verdadeiro cristianismo. Não somos mudados
pelo nosso esforço, mas pelo Espírito do Senhor.

Quando você vê o Senhor Jesus você se torna como ele é. Enquanto Pedro fixou seus olhos em
Jesus ele pode andar sobre as águas, mas no momento em que deu crédito ao inimigo e come- çou a
olhar para a força do mar e do vento ao redor ele começou a submergir (Mt. 14:28-32).
Como o Senhor se identificou conosco como seu povo em nosso sofrimento, nós agora precisamos
nos identificar com ele na sua vida em glória.

OUVIR É A MELHOR PARTE


Somente pessoas humildes pedem sabedoria. Gente soberba pensa que podem lidar com as
situações pela sua própria experiência ou esperteza.

A sabedoria é a coisa mais importante em nossas vidas. De fato todos os nossos problemas são na
verdade um problema de sabedoria. Porque você tem problemas no casamento? Porque tem algo a
respeito de casamento que você nãos sabe. Por que você tem problemas financeiros? Porque tem
algo a respeito de finanças que você não sabe. Portanto ter sabedoria é a chave para todas as coisas.
Quando Salomão começou o seu reinado, o Senhor lhe apareceu em sonho e lhe: “Pede-me o que
queres que eu te dê.” O que você pediriu se o Senhor lhe perguntasse isso? Ele pediu um coração
que ouve.

É quando ouvimos que temos discernimento. Em nossas Bíblias está escrito que Salomão pediu um
coração compreensivo (I Rs. 3:9). Todavia, a palavra traduzida como compreensivo é shama que
literalmente significa ouvir em hebraico. Então quando Salomão pediu sabedoria ao Senhor ele na
verdade pediu um coração que ouve, um coração pronto para ouvir. A sabedoria envolve um
coração que ouve. Um coração sábio é o que ouve.
1
Evidentemente a coisa mais importante é ouvir a Palavra de Deus, mas infelizmente muitos têm
negligenciado o ouvir a palavra entre nós. Há aqueles que em nome da graça pensam que podem
abrir mão da pregação aos domingos e há aqueles que simplesmente não ouvem a palavra por
pensarem que há coisas mais importantes para fazer na igreja. Mas hoje quero mostrar a grande
perda que é deixar de ouvir. Isso denota um coração sem sabedoria que tem deixado de receber as
riquezas do Pai.

A fé vem pelo ouvir


Estamos habituados a pensar que Deus fala conosco diretamente e é isso que gera fé em nosso
coração. Isso certamente é verdade, mas o raciocínio de Paulo é que a fé vem pelo ouvir a pregação.

De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus. Rm. 10:17 RC
E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo. Rm. 10:17 RA

A fé vem pelo ouvir, não por ter ouvido, mas por continuar ouvindo continuamente a pregação da
Palavra de Deus. O verbo aqui está no presente contínuo que significa continuar ouvindo sempre.
Paulo faz questão de dizer que nesse contexto a fé não virá por ouvir a Deus diretamente no seu
íntimo, mas sim por ouvir a Deus na pregação.

O apóstolo diz que a fé vem pelo ouvir a palavra de Deus, mas o que muitos não percebem é que
esse ouvir é mediante a pregação. Há muitos cristãos que desprezam a pregação da palavra como
sendo meramente uma parte monótona do ritual do culto. Deus, no entanto, atribui um grande valor
à pregação.

Evidentemente a pregação deve ser a palavra de Cristo, pois se pregamos a Palavra do Velho
Testamento que segundo a lei, isso não vai gerar fé, mas morte.

Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a
Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação. I Cor. 1:21

A maneira de Deus liberar todas as riquezas do céu, bênçãos, milagres e salvação é pela loucura da
pregação. O método de Deus parece tão desprezível: um homem se levanta e prega a palavra,
então as pessoas recebem as bênçãos de Deus. No entanto esse é o método de Deus.

A palavra salvar é sozo no grego e significa muito mais que salvar do inferno. Sozo significa
salvar, curar, preservar, restaurar, proteger e prosperar. Tudo isso está incluído nas bênçãos que
recebemos por meio da pregação.

Quando o pregador libera a palavra, então a fé vem ao nosso coração. Nos dias de Jesus as pessoas
o seguiam para ouvir a sua palavra e quando a ouviam eles ganhavam fé para receber os milagres.
1
Porém o que se dizia a seu respeito cada vez mais se divulgava, e grandes multidões afluíam para
o ouvirem e serem curadas de suas enfermidades. Lc. 5:15
E, descendo com eles, parou numa planura onde se encontravam muitos discípulos seus e grande
multidão do povo, de toda a Judéia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sidom, que vieram para
o ouvirem e serem curados de suas enfermidades; também os atormentados por espíritos imundos
eram curados. Lc. 6:17-18

O Senhor Jesus sempre pregava primeiro e depois operava os milagres. A sequência era sempre
pregar, ensinar e só depois curar. Enquanto ele pregava as pessoas ouviam e enquanto ouviam
recebiam fé para, então, serem curadas.

Recebemos o espírito quando ouvimos


Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?
Gl. 3:2
Até mesmo o Espírito Santo nos é dado por meio da pregação da fé. Aqueles que procuram ter a sua
vida totalmente correta cumprindo todos os mandamentos antes de receberem o Espírito vão ficar
esperando para sempre. Em Atos 10:44 lemos que o Espírito Santo foi derramado sobre Cornélio e
sua família enquanto ouviam a pregação de Pedro.
Mas não apenas o Espírito nos é dado por meio da pregação, mas os milagres também são liberados
por causa da pregação.
Aquele, pois, que vos concede o Espírito e que opera milagres entre vós, porventura, o faz pelas
obras da lei ou pela pregação da fé? Gl. 3:5

Enquanto você está ouvindo o Senhor está suprindo, enquanto você ouve a palavra os milagres
acontecem. Paulo está explicando como Deus faz os milagres e como ele libera o Espírito. Não é
pelas obras da lei, mas por ouvir a pregação da fé. Se não há pregação na vida da Igreja veja quão
grande será a perda. Simplesmente não podemos edificar a casa de Deus sem o ministério da
Palavra.

Recebemos milagres quando ouvimos a pregação


Em Atos 14 temos o relato da cura de um paralítico.

Em Listra, costumava estar assentado certo homem aleijado, paralítico desde o seu nascimento, o
qual jamais pudera andar. Esse homem ouviu falar Paulo, que, fixando nele os olhos e vendo que
possuía fé para ser curado, disse-lhe em alta voz: Apruma-te direito sobre os pés! Ele saltou e
andava. At. 14:8-10
Como o paralítico foi curado? Porque teve fé. E como ele recebeu fé? Porque ouviu a pregação de
Paulo. E o que Paulo estava pregando? O verso 7 diz que ele pregava o evangelho.

Assim, não é qualquer pregação que vai gerar fé, apenas a pregação do evangelho. Hoje temos
muita pregação, mas não há muita pregação simples do evangelho. Se lermos o verso 3 veremos que
o evangelho que Paulo pregava era a palavra da sua graça.
1
Mas qual era essa palavra da sua graça que Paulo pregava? No caítulo 13 de Atos temos a narração
de uma pregação inteira de Paulo. Ali podemos ver qual era o conteúdo da sua pregação. Se
queremos ter os resultados de Paulo devemos pregar o que ele pregava. Não vamos ler toda a
pregação, mas o final deixa bem clara a sua mensagem.

Tomai, pois, irmãos, conhecimento de que se vos anuncia remissão de pecados por intermédio
deste; e, por meio dele, todo o que crê é justificado de todas as coisas das quais vós não pudestes
ser justificados pela lei de Moisés. At. 13:38-39

Certamente foi essa pregação que o paralítico ouviu que encheu seu coração de fé para ser curado.
Observe que Paulo nada disse cobre cura, mas sobre perdão dos pecados e justificação pela fé. Essa
é a palavra da sua graça pregada por Paulo e que deve ser pregada por nós também hoje.

Você não receberá o milagre por fazer algo para Deus, mas simplesmente por ouvir a pregação.
Quanto mais você ouve, mais fé você recebe então mais milagres você vê.

É precioso ver que o paralítico conseguiu ver a conexão entre o perdão dos pecados e a sua cura.
Isso significa que ele recebeu iluminação enquanto ouvia a palavra. Na luz da palavra nós
recebemos iluminação e entendimento (Sl. 36:9; Sl 119:130 RC).

Tudo o que precisamos é de receber luz e essa luz vem quando a palavra de Deus é exposta.
O paralítico ouviu sobre perdão, mas Deus falou com ele sobre cura.

Ouvir a palavra é a melhor parte


A expressão predileta do Senhor durante seu ministério era: “quem tem ouvidos para ouvir, ouça!”
Isso a mostra a importância de ouvir em nossa vida espiritual. Mas não é um ouvir qualquer coisa,
mas a pregação do evangelho. Somos nutridos espiritualmente quando ouvimos a palavra.
Se você crê que Deus o plantou nessa igreja local, então você precisa receber o alimento que vem
daqui. Seu primeiro alimento deve ser a comida de casa. Você pode comer fora todo tipo de comida,
mas aquela que vai sustentá-lo, aquela mais saudável certamente é a comida de casa. Se na sua
vida não existe tal coisa como comida de casa, então você estará sujeito a todo tipo de intoxicação e
não terá uma vida saudável. Muitos irmãos frequentam essa igreja, mas se alimentam de comida
ruim na internet e na televisão. Você precisa comer a comida da sua casa.
Quando comemos em casa podemos ter certeza da qualidade e da higiene, mas mais do que isso,
nós comemos até mesmo aquilo de que não gostamos, por que nossa mãe ou nossa esposa cuidam
de nós. Não existe tal cuidado quando comemos fora.

Não estou dizendo que você não pode ouvir outros pregadores, estou apenas dizendo que essa não
pode ser a sua maneira normal de se alimentar. Muitos estão ouvindo pregações da lei e outros
ouvem um tipo de autoajuda sentimental que nada tem a ver com o evangelho. Precisamos investir
tempo ouvindo a mensagem saudável do evangelho.

Em Lucas 10 o Senhor foi à casa de Marta e Maria. A escritura diz que Marta andava de um lado
para o outro preparando a comida para aquele que tinha multiplicado pães e peixes, não uma, mas
1
duas vezes. Maria, porém estava aos pés de Jesus ouvindo sua palavra.

Marta se incomodava de que só ela trabalhava enquanto Maria ficava apenas ouvindo. O Senhor,
porém, responde que Maria escolheu a melhor parte. Ouvir a palavra é a melhor parte.

Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa mulher, chamada Marta, hospedou-o na
sua casa. Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se assentada aos pés do Senhor a
ouvir-lhe os ensinamentos. Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços.
Então, se aproximou de Jesus e disse: Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado
que eu fique a servir sozi- nha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me. Respondeu-lhe o Senhor:
Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou
mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada. Lc. 10:38-42

É incrível, mas há muitas pessoas entre nós que preferem servir do que ouvir. Gostam de ficar
envolvidos em muitas coisas e nunca param para ouvir a pregação. Porque não ouvem acabam
perdendo a motivação para servir, caem na amargura e até deixam a igreja. Como Marta ficam
ressentidos de que só eles trabalham. Tais irmãos precisam entender o que o Senhor disse ser a
melhor parte: ouvir a palavra.

Mas será que ouvir a palavra produz no crente alguma passividade? Claro que não. Na verdade
ouvir a palavra faz com o crente faça o trabalho que realmente conta para o reino. Maria ungiu a
Jesus com o perfume e o Senhor disse que onde fosse pregado o evangelho as pessoas saberiam o
que ela fez (Jo. 12:1-8 e Mc. 14:1-9). A obra daquele que ouve a palavra tem alcance eterno, mas a
obra daquele que apenas serve tem alcance pequeno. Todo serviço será recompensado, mas ouvir a
palavra é a melhor parte.

Nós sempre pensamos que devemos dar algo ao Senhor, mas ele deseja que recebamos dele.
O princípio espiritual de que é melhor dar do que receber só é válido na nossa relação com ho-
mens, quando nos relacionamos com Deus é melhor receber do que dar. Receber do Senhor é a
melhor parte e não dar para ele alguma coisa. Mas aqueles que recebem em algum momento darão
ao Senhor algo que possui valor eterno.

Mas sempre que falamos da importância de ouvir a palavra alguém gosta de nos lembrar as palavras
Tiago que parecem ensinar que não precisamos ouvir.

Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla,
num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece
de como era a sua aparência. Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da
liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-
aventurado no que realizar. Tg. 1:23- 25

Se obserbvarmos atentamente o contexto veremos que Tiago está exortando os irmãos a não serem
ouvintes negligentes da lei da liberdade. Essa lei da liberdade é o evangelho, pois a lei de Moisés
era na verdade ecravidão. O que ele diz na verdade é que se formos ouvintes diligentes no final
seremos praticantes da palavra. Mas os que negligenciam o ouvir não conseguem praticar.
1
Uma forma prática de receber a unção
O SENHOR Deus me deu língua de eruditos, para que eu saiba dizer boa palavra ao cansado. Ele
me desperta todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que eu ouça como os eruditos.
IS. 50:4

Há muitos que gostariam de ter a língua dos sábios e eruditos. De fato é algo maravilhoso poder
dizer a palavra certa no momento certo que traz consolo e vida. Feliz é o casamento onde a mulher
tem a palavra certa para falar e o marido a palavra de sabedoria no meio da crise.
No entanto a forma de alcançarmos uma língua de erudito é ganhando um ouvido pronto para ouvir
a palavra. Muitos querem falar sem nunca terem ouvido.

Precisamos ouvir a pregação todos os dias pela manhã. Não basta ouvir a palavra aos domingos, é
preciso aprender a ruminá-la para ganharmos a língua dos sábios.

Temos sido bem eficientes em treinar pessoas em nossas escolas bíblicas, mas não temos sido tão
eficientes em transferir para elas uma unção ministerial. Numa certa medida nossos jovens pastores
têm recebido alguma unção, pois eles têm saído para abrir igrejas cheios de fé e ousadia.
Isso certamente é um sinal de que foram marcados por uma unção. Mas infelizmente não os vemos
tendo os mesmo resultados que nós mesmos tivemos.

Não têm os mesmos resultados porque não fluem numa mesma unção. Como fazer para que eles
recebam essa unção? Creio que a dificuldade não está em nós que ministramos, mas neles que
deveriam receber. Creio que a unção tem sido liberada, mas não tem havido um vaso pronto para
recebê-la.

Por que ele não conseguem receber? Creio que tem faltado um coração simples para ouvir a palavra
de Deus que é liberada na pregação. Se quero receber a unção que está sobre um homem de Deus eu
preciso comer as suas palavras e assim participar da sua vida espiritual. Essa é a ma- neira bíblica se
participar de uma unção.

Ouça as pregações
Eu realmente não creio que alguém possa aprender a pregar por meios de aulas de homilética. Ele
pode aprender muitas técnicas, mas não terá o espírito da pregação. Eu estou convicto que a única
forma de aprender a pregar é recebendo a unção ouvindo homens de Deus pregando.

O profeta Daniel estudou o que o profeta Jeremias tinha escrito e então foi capaz de entender o
tempo que deveria durar o cativeiro.

No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi, pelos livros, que o número de anos, de que
falara o SENHOR ao profeta Jeremias, que haviam de durar as assolações de Jerusalém, era de
setenta anos. Dn. 9:2
Abra o seu coração e torne-se um aprendiz receptivo. Todos nós sabemos algo porque apren-
demos aquilo com alguém. Não somos o novo Adão que aprende tudo diretamente de Deus.
1
Homens orgulhosos e inseguros é que temem aprender com os outros.

Níveis de receptividade
Eu creio que depois de ouvir a pregação de um homem de Deus, a unção pode ser transferida a
você. Sugiro a você que ouça a pregação sempre mais de uma vez. Podemos perceber pela
experiência que uma mudança metabólica pode acontecer.

A palavra não tem impacto algum


A primeira vez que você ouve nocê não entende a mensagem ou talvez o tema não lhe agrade, o fato
é que o seu coração está fechado, por isso ela não tem efeito na sua vida.

A palavra tem algum impacto sobre você


Na segunda vez que ouve, então você começa a ficar empolgado, você sente que é uma boa
mensagem. O problema é que retemos pouco mais de 10% do que ouvimos numa pregação. Se você
ouvir a pregação apenas uma vez você receberá apenas essa pequena porção.

Você absorve a palavra, mas não consegue reproduzir a mensagem


Da pimeira e segunda vez você ouviu apenas para ser abençoado e uma vez que se sente ministrado
você esquece o assunto. Mas insistiu e ouviu mais uma vez. Agora você entende bem a mensagem,
e até gostaria de pregá-la, porém sente que ainda não consegue.

Você absorve a palavra a fim de poder reproduzir a mensagem


Você ouve a pregação mais de uma vez porque seu alvo é poder pregá-la também. Alguns cgema
mesmo a transcrever o conteúdo da pregação.

Você começa a aprender como pregar e ensinar


Nesse estágio você começa a pregar e ensinar debaixo de uma mesma unção. Você vai adquirir
formas de falar, formas de argumentar e até a ousadia para ensinar.

Você absorve a palavra e também o espírito da mensagem


Você ouve a mensagem da pregação, mas agora é capaz de absorver até coisas que eram
secundárias, mas que traduzem princípios poderosos. Você agora é capaz de ouvir além do que o
pregador falou, porque você entrou no espírito da mensagem. Você percebe lições adicionais que
não eram o objetivo da pregação.

O dom ministerial é transferido para você


Quando você está no estágio de receber o mesmo dom, você se torna capaz de seguir o raciocínio
do pregador até mesmo quando ele é confuso e desordenado. Isso acontece porque você se torna
capaz de perceber o coração e a mente da pessoa que você está ouvindo.

Sabemos que o dom está sendo transferido quando você é capaz de perceber como a pessoa analisa
a escritura, como ela lida com os problemas, como ela percebe os princípios espirituais.
1
Isso somente é alcançado depois de ouvir a npregação daquele ministério por muito tempo. Mas o
principal sinal de transferência de unção é quando você, de forma inconsciente, começa a ministrar
e a pensar como o pregador que você está ouvindo.

Eu creio que depois de passar por todos esses estágios você será capaz de pregar e obter os mesmos
resultados da pessoa que você está ouvindo.

CREIA E DESCANSE

A obra de Deus é toda feita pelo próprio Deus. Quando decidiu criar o homem ele primeiro criou
todas as coisas e depois plantou o jardim do Éden. Quando tudo já estava pronto, Adão foi criado. O
trabalho já estava concluído e Deus já havia entrado no seu descanso e, só então o homem é
convidado para participar da obra de Deus. Como Adão, nós apenas cultivamos o que Deus já
plantou. Nós apenas participamos do descanso de Deus.

O homem foi criado no sexto dia. Isso indica que o primeiro dia do homem foi o sétimo de Deus, ou
seja, o dia do descanso. Isso certamente aponta para o princípio espiritual de que toda a obra de
Deus em nós depende de aprendermos a entrar no seu descanso.

Quando Deus livrou o povo de Israel da escravidão do Egito e os conduziu para Canaã, ele fez
questão de mencionar que o povo não teria que fazer coisa alguma. Eles entrariam em casas que não
tinham construido, poços que não tinham cavado e plantações que não tinham semeado. Eles iriam
participar da bênção da obra completa de Deus.

Havendo-te, pois, o SENHOR, teu Deus, introduzido na terra que, sob juramento, prometeu a teus
pais, Abraão, Isaque e Jacó, te daria, grandes e boas cidades, que tu não edificaste; e casas cheias
de tudo o que é bom, casas que não encheste; e poços abertos, que não abriste; vinhais e olivais,
que não plantaste. Dt. 6:10-11

O mesmo princípio se aplica à obra de Cristo. Se Adão já recebeu o jardim pronto e o povo de Israel
herdou uma nação pronta, nós também recebemos uma salvação completa.

Temos salvação quando descansamos no que Deus fez por meio de Cristo. A maior de todas as
bênçãos que recebemos é a salvação e ela é recebida quando descansamos. Se a salvação é recebida
assim, por que as outras bênçãos nos seriam dadas de outra forma? Todas as bênção são recebidas
pelo descanso da fé. Deus deseja que vivamos no descanso porque a fé o descanso.

O temor de não entrar no descanso


A Bíblia fala o tempo todo para não temermos. Essa foi a palavra para Josué. Por várias vezes o
Senhor diz a ele “Não temas eu sou contigo!” (Js. 1:1-9). Essa foi a palavra proferida ao povo de
Israel cada vez que enfrentavam seus inimigos (II Cr. 20:15). E também foi a palavra de Jesus para
1
seus discípulos (Mt. 14:27). A vontade de Deus é que lancemos fora todo medo.

Temamos, portanto, que, sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso de Deus, suceda
parecer que algum de vós tenha falhado. Porque também a nós foram anunciadas as boas novas,
como se deu com eles; mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido
acompanhada pela fé naqueles que a ouviram. Nós, porém, que cremos, entramos no descanso...
Hb. 4:1-3ª

O motivo pelo qual nós podemos descansar é porque Deus concluiu todas as suas obras desde a
fundação do mundo.
Einstein postulou que se construíssemos uma máquina que viajasse na velocidade da luz nós
estaríamos fora do tempo. O tempo não existiria para nós. Se viajássemos na velocidade da luz
pelo espaço, quando voltássemos as pessoas todas teriam envelhecido, mas nós continuaríamos
jovens. Isso acontece porque estaríamos numa outra relação com o tempo contínuo. Deus, porém,
não vive no tempo pois ele é a própria luz. Na verdade ele mesmo criou a luz. E debaixo da luz de
Deus todas as obras já foram concluídas. Quando entramos no descanso, quando dizemos que Deus
é o nosso descanso nós entramos numa área fora do tempo. Entramos na dimensão do Espírito.

Deus viu tudo o que era necessário para a sua vida e Ele terminou todas as coisas que você iria
precisar antes de você vir a existir. Tudo o que era necessário para a sua vida foi concluído muito
antes de nascermos. Na verdade o próprio Senhor Jesus foi morto antes da fundação do mundo. Não
temos como compreender isso com a mente, mas podemos entender com o coração.

Nós, porém, que cremos, entramos no descanso, conforme Deus tem dito: Assim, jurei na minha
ira: Não entrarão no meu descanso. Embora, certamente, as obras estivessem concluídas desde a
fundação do mundo. Hb. 4:3
E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no
Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo. Ap. 13:8

Precisamos caminhar na dimensão da obra que já foi terminada. Mas alguém pode dizer: “mas eu
estou doente e meu corpo dói!” Todavia a Palavra de Deus diz que a sua obra de cura já foi
completada. “Mas estou com problemas com meu filhos!” Mas a Palavra de Deus diz para
erguermos nossas mãos e nos fortalecermos cantando louvores. A obra está terminada e Deus deseja
que você entre nesse descanso.

No Jardim do Getsêmane Jesus seria crucificado algumas horas depois, mas ele orou dizendo a
Deus que ele tinha terminado a obra que viera fazer (Jo. 17:4). Mas como ele poderia dizer isso se
ainda não tinha morrido na cruz? Ele vivia na segurança da obra terminada. Esse é o motivo porque
ele era tão tranquilo e descansado. Hoje sempre que eu enfrento um problema eu digo: “a obra já
está terminada! Eu posso entrar no descanso de Deus!”

A bênção do descanso
No Salmo 23 a primeira coisa que o Senhor faz é nos levar para repousar em pastos verdejantes e
1
descansar junto das águas tranquilas. Assim a primeira condição para termos a provisão de Deus é
o descanso. O suprimento só flui quando descansamos em Deus.
O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará. Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva me
para junto das águas de descanso. Sl. 23:1- 2
Podemos ver o mesmo princípio no Samo 91. Todas as bênçãos que o salmista descreve estão
disponíveis somente para aquele que está descansando na sombra do Onipotente.

O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente. Sl. 91:1

O suprimento de Deus está disponível para aquele que descansa no seu poder. Em Zacarias 4 o
profeta teve uma visão onde tubos de ouro vertendo azeite dourado supriam o povo de Deus. Todo
o azeite de ouro está fluindo sobre as diferentes áreas de nossas vidas. O óleo de suprimento está
constantemente fluindo e nunca cessa. Há óleo fluindo para a nossa vida financeira, para a nossa
vida familiar, para a nossa vida de santidade e tudo o mais. Mas quando ficamos preocupados e
ansiosos nós fechamos a boca do tubo e cessamos o suprimento, mas quando descansamos e
relaxamos nós liberamos o fluir da unção. Normalmente as áreas onde temos problemas hoje são
justamente aquelas com as quais estávamos preocupados ontem.

O poder de Deus é liberado quando entramos no descanso. O descanso é a expressão mais


poderosa de fé.

Porque assim diz o SENHOR Deus, o Santo de Israel: Em vos converterdes e em sossegardes,
está a vossa salvação; na tranquilidade e na confiança, a vossa força, mas não o quisestes.
Is. 30:15

A prosperidade e o sucesso vêm quando temos grandes ideias e as novas ideias fluem quando
estamos relaxados. A visão e os sonhos se renovam quando entramos no descanso.

Nunca, porém, pense que o descanso de Deus é o mesmo que passividade. Há uma grande diferença
entre descanso e passividade. Podemos ver claramente essa diferença no exemplo da luta do povo
de Israel contra Amaleque em Êxodo 17.

Amaleque veio guerrear contra Israel em Refidim. A palavra Refidim significa lugar de descanso.
Amaleque sempre vem para lutar contra você no seu lugar de descanso. A palavra Amaleque vem
de uma outra palavra hebraica “amal” que significa dor, fardo pesado e trabalho árduo. Veja que
isso é exatamente o oposto de descanso.

Deus disse que haveria guerra permanente contra Amaleque. Isso significa que essa é a única guerra
para a qual somos chamados: a guerra do descanso. É a guerra para vencer a tentação de fazer as
coisas em nossa própria força sem depender do poder de Deus.

Nós devemos sim lutar pelas almas dos homens, lutar pela nossa casa, pela nossa família, pelos
nossos filhos e cônjuge, mas essa luta precisa ser no descanso de quem sabe que a obra já foi
completada.

Em Mateus 12:43 Jesus disse que quando um demônio sai de uma pessoa ele procura um lugar para
descansar. Isso significa que o diabo não tem descanso e seu alvo é fazer com que vivamos em
preocupação, medo e angústia em todo o tempo. Mas quando entramos no descansamos nós
1
retiramos todo espaço do diabo em nós. O inimigo não pode entrar onde existe o descanso de Deus.

O trabalho no descanso
A vontade de Deus é que experimentemos a bênção de Salomão. Davi, seu pai, tinha subjugado
todos os inimigos, por isso Salomão pôde desfrutar de descanso de todos os lados. Ele não tinha
nem inimigo e nem adversidade alguma. Esse é o descanso de Deus.

Porém a mim o SENHOR, meu Deus, me tem dado descanso de todos os lados; não há nem
inimigo, nem adversidade alguma. Pelo que intento edificar uma casa ao nome do SENHOR, meu
Deus, como falou o SENHOR a Davi, meu pai, dizendo: Teu filho, que porei em teu lugar no teu
trono, esse edificará uma casa ao meu nome. I Rs. 5:4-5

Por causa do descanso ele pôde edificar casa para Deus. Eu creio que precisamos desfrutar da
bênção de Salomão se desejamos edificar casa para Deus nesse tempo. O Senhor Jesus é o nosso
Davi que já derrotou todos os nossos inimigos, assim podemos desfrutar de descanso de todos os
lados para podermos edificar com liberdade.

Precisamos lutar para entrar no descanso de Deus. Lute contra a ansiedade e a preocupação.
Lute contra toda incredulidade que o leva a perder a paz do descanso. Viva esse maravilhoso
paradoxo de se esforçar para descansar. O descanso será a sua força.

Esse é o princípio do descanso. A obra de Deus já foi completada. Quando criou o homem Deus o
colocou num jardim que já estava pronto. Quando levou o povo para Canaã Deus os levou para
cidades prontas. Cristo disse que está consumado, assim a obra de Deus está pronta, a nossa posição
é de permanecer na vitória que já nos foi conquistada.

Precisamos constantemente aceitar o convite do Senhor para irmos a ele para acharmos descanso
para a nossa alma.

Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o
meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a
vossa alma.
Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve. Mt. 11:28-30
1
8

Nossa Herança
em Cristo
1
MALDIÇÕES EM CRENTES
Uma pergunta que as pessoas frequentemente fazem é se ainda existe maldições nesse tempo da
graça. Obviamente nós somos abençoados com toda sorte de bênção espiritual, mas será que um
crente ainda pode sofrer com maldições?

Em Gálatas 1 Paulo diz claramente que qualquer um, inclusive ele mesmo, se vier a perverter o
evangelho sofrerá maldição, anátema. No contexto de Gálatas, como as pessoas estavam
pervertendo o evangelho? Introduzindo a lei com fim de se tornarem santos.

Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para
outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o
evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho
que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Gl. 1:6-8
Essa maldição é para pregadores, mas no momento em que você começa a compartilhar com outros
um evangelho pervertido, você se coloca debaixo de maldição, mesmo que seja apenas conversando
ou escrevendo na internet. Sendo assim podemos afirmar que ainda existem maldições no Novo
Testamento.

Paulo diz que a maldição poderia vir sobre ele mesmo caso mudasse o evangelho. A maldição
mencionada em Gálatas é uma maldição que foi esquecida, mas que ainda é real.

Um crente sofrendo a maldição


Paulo diz que a bênção é guardada exclusivamente para aqueles que possuem a mesma fé de
Abraão. Quando Abraão creu em Deus ele foi justificado. Isso foi exclusivamente pela fé, sem
nenhuma obra da lei. Foi por causa da fé que Abraão foi justificado.

Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a
Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos. De modo que os da fé são abençoados com o
crente Abraão. Gl. 3:8-9

Os da fé é que são abençoados. Mas o que é ser da fé? No contexto de Gálatas ser da fé é crer que a
justificação vem da fé. Quando cremos que somos justificados pela fé nós somos abençoados como
foi Abraão.

E como Abraão foi abençoado? Ele foi chamado amigo de Deus, era rico e próspero, viveu quase
150 anos e ainda teve mais filhos no segundo casamento com Quetura.

Ter a bênção e o favor de Deus é a coisa mais importante na vida. Quando você é abençoado
ninguém pode pará-lo ou resisti-lo. Talvez você não seja o mais esperto, inteligente e nem o mais
bonito ou habilidoso, mas se a bênção está sobre você tudo ao seu derredor vai convergir para
promovê- lo e colocá-lo numa posição de honra. Lembre-se que a mão de nenhum homem é grande
o suficiente para parar a mão de Deus.
1
Assim a vontade de Deus é que sejamos abençoados, mas se deliberadamente resolvemos ainda
viver segundo o padrão da lei, então a maldição vem sobre nós. Não é que Deus nos amaldiçoa, mas
se decidimos viver pela lei devemos cumprir todos os mandamentos, caso contrário a maldição virá.
Tiago diz que aquele que quebrar um único mandamento da lei é culpado de todos eles (Tg. 2:10).

Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito
todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las. Gl.
3:10

Assim os que são da fé são abençoados, mas os que são das obras da lei estão debaixo de maldi-
ção. Se você vive pelo favor imerecido você é abençoado, mas se decide viver pelas obras da lei,
pelo favor merecido, pela justiça própria, você mesmo se coloca debaixo de maldição. No momento
em que você tenta viver a santificação ou obter justiça baseado nas obras da lei você se coloca
debaixo da maldição.

A ordem de Deus é muito clara, se queremos viver pela lei devemos cumprir todos os manda-
mentos, caso contrário caímos em maldição. Para aqueles que decidem viver pela lei a única
maneira de se livrar da maldição é cumprindo todos os mandamentos. O problema é que ninguém
jamais conseguiu cumprir a lei.

Fomos libertos da maldição


Escolher viver pela graça ou pela lei é escolher viver debaixo da bênção ou debaixo de maldição. Se
vivemos pela graça do Evangelho já não sofremos maldição, pois Cristo se fez maldição em nosso
lugar.

Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque
está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro). Gl. 3:13

Cristo nos resgatou da maldição da lei e nos deu todas as bênçãos da lei. Em Deuteronômio 28
temos a lista de bênçãos e maldições da lei. São 14 versículos para as bênçãos, mas são 54 para as
maldições. Não temos como ver cada bênção, mas vamos ler algumas.

Bendito serás tu na cidade e bendito serás no campo. Dt 28:3

Isso significa que a bênção está sobre nós e não sobre o lugar onde estamos.

Bendito o fruto do teu ventre... Dt. 28:4


Todo o seu corpo é abençoado com saúde e fertilidade. A nossa bênção também se estende aos
filhos. Não importa o que digam sobre eles podemos declarar que são abençoados.
O SENHOR fará que sejam derrotados na tua presença os inimigos que se
levantarem contra ti... v. 7
O SENHOR determinará que a bênção esteja ... em tudo o que colocares a mão. v. 8
O SENHOR te abrirá o seu bom tesouro, o céu..., emprestarás a muitas gentes, porém tu não
tomarás emprestado. v. 12
Ser abençoado é emprestar. Tomar emprestado é maldição. Fazer dívida não é pecado caso
contrário emprestar também seria, pois nesse caso quem empresta estaria induzindo o outro ao
1
pecado. Mas viver endividado é sinal de maldição.

O SENHOR te porá por cabeça e não por cauda. v. 13


As maldições incluem áreas como a sua saúde, sua família, sua provisão e sua paz.
O SENHOR te ferirá com a tísica, e a febre, e a inflamação, e com o calor ardente, e a secura, e
com o crestamento, e a ferrugem; e isto te perseguirá até que pereças. v. 22

A tísica é tuberculose. Cristo nos resgatou de todas as maldições de enfermidade.


O SENHOR te ferirá com as úlceras do Egito, com tumores, com sarna e com prurido de que não
possas curar-te.. V. 27
então, o SENHOR fará terríveis as tuas pragas e as pragas de tua descendência, grandes e
duradouras pragas, e enfermidades graves e duradouras. v. 59
Essa é a descrição de doenças crônicas que duram toda uma vida. Mas Cristo nos resgatou de todas
essas maldições. Não estamos mais debaixo de nenhuma dessas maldições da lei. Mas aqueles que
escolhe, viver pelas obras da lei estão ainda sujeitas a elas.

A respeito dos filhos se diz que eles serão levados cativos.


Gerarás filhos e filhas, porém não ficarão contigo, porque serão levados ao cativeiro. v. 41
Ser levado cativo é estar preso por drogas, álcool e coisas assim. Tudo isso é maldição, mas nós
fomos libertos delas.

Com respeito a provisão também havia maldições na lei.


O estrangeiro que está no meio de ti se elevará mais e mais, e tu mais e mais descerás. Ele te
emprestará a ti, porém tu não lhe emprestarás a ele; ele será por cabeça, e tu serás por cauda. Dt.
28:43-44
Certamente você foi redimidos da pobreza e da miséria. A graça do Senhor Jesus Cristo, é que,
sendo rico, se fez pobre por amor de nós, para que, pela sua pobreza, nos tornássemos ricos ( II Cor.
8:9).
O SENHOR te fará voltar ao Egito em navios, pelo caminho de que te disse: Nunca jamais o verás;
sereis ali oferecidos para venda como escravos e escravas aos vossos inimigos, mas não haverá
quem vos compre. Dt 28:68
Essa é a suprema humilhação. Além de serem vendidos como escravos não haveria ninguém
interessado em comprá-los. A última palavra de maldição é que ninguém iria comprá-lo, mas Cristo
veio justamente para nos redimir. A palavra resgatar significa comprar. Ninguém se interessou em
pagar o preço por nós, mas Cristo veio e nos comprou. Ele nos resgatou e redimiu da maldição da
lei (Gl. 3:13).

A palavra usada em Gálatas 3:13 traduzida como resgatar é exagorazo. Ela vem de duas palavras
gregas ex e ágora. Ex é um prefixo que designa algo para fora e ágora era o mercado de Atenas.
Resgatar então significa comprar no mercado de escravos.

Nos dias de Jesus a forma comum como os judeus executavam os criminosos era pelo
1
apedrejamento. O Senhor Jesus poderia ter morrido dessa forma, mas em vez disso ele foi
crucificado. Mil anos antes de existir a crucificação Moisés disse que aquele que fosse pendurado
no madeiro seria amaldiçoado (Dt. 21:23). Isso significa que o Senhor não derramou seu sangue
apenas para nos perdoar dos pecados, mas também para nos livrar da maldição fazendo-se ele
próprio maldição em nosso lugar.

Todas as vezes que resolvemos nos relacionar com Deus com base em nossa performance, em nosso
mérito ou nossas obras ou obediência nós decaímos para a lei e nos separamos da graça de Deus. E
uma vez que nos separamos da graça nos sujeitamos novamente às maldições da lei.

Só existe duas possibilidades: ou vivemos pela graça ou confiamos na lei. Se não dependemos do
favor imerecido nós caímos para a lei.
Não podemos viver pela fé e pelas obras ao mesmo tempo. Esses dois princípios de vida são como
água e óleo, não pode se misturar.

E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé. Ora,
a lei não procede de fé, mas: Aquele que observar os seus preceitos por eles viverá.
Gl. 3:11-12

Essa é a razão porque muitos crentes não são abençoados, eles ainda vivem confiados no mérito da
lei. Não dependem de fé, mas de obras de justiça. E pelo contexto de Gálatas nós sabemos que a fé
aqui é a justificação por fé, é a confiança absoluta na obra de Cristo realizada na cruz. A minha
justiça é apenas um dom que eu recebi e não uma virtude que eu conquistei pela minha obediência
aos mandamentos.

O justo vive pela fé


Todos os milagres do Senhor foram feitos exclusivamente pela fé. Em nenhum momento o Senhor
exigiu das pessoas uma bom comportamento antes de fazer o milagre. As pessoas certamente
tinham problemas conjugais, ressentimentos e intrigas, mas o Senhor nunca disse para eles primeiro
cumprirem os mandamentos antes de curá-los.

O Senhor também jamais enviou doenças sobre alguém como forma de discipliná-lo. Ele nunca
impôs as mãos para dar lepra, só para curar. Em nenhum momento o Senhor faz os milagres com
base no merecimento das pessoas, mas sempre com base na fé.

Todas as pessoas que vieram a Jesus foram curadas. Será que todas elas cumpriam a lei perfeita-
mente? Claro que não. Eles somente recebiam pela fé.

Em Mateus 9 temos o relato da cura de dois cegos. A única condição do Senhor foi a fé.

Partindo Jesus dali, seguiram-no dois cegos, clamando: Tem compaixão de nós, Filho de Davi!
Tendo ele entrado em casa, aproximaram-se os cegos, e Jesus lhes perguntou: Credes que eu posso
fazer isso? Responde- ram-lhe: Sim, Senhor! Então, lhes tocou os olhos, dizendo: Faça-se vos
conforme a vossa fé. Mt. 9:27-29
1
O Senhor lhes perguntou: “vocês creem que eu posso fazer isso?” Ele não lhes exortou dizendo: “o
que vocês têm olhado?” A graça depende de fé, mas a lei é a confiança nas próprias obras e méritos.
Em Mateus 15 o Senhor falou a mesma coisa para a mulher siro-fenícia, apenas a fé foi necessária.

Então, lhe disse Jesus: Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E, desde aquele
momento, sua filha ficou sã. Mt. 15:28

Essas pessoas não eram perfeitas. Elas certamente tinham pecados. Elas não receberam o milagre
com base em quão santas elas. É claro que a santidade glorifica o Senhor, mas não a razão para a
bênção. Na verdade a bênção é que produz santidade, pois é a bondade de Deus que nos conduz ao
arrependimento (Rm. 2:4).
O Senhor nunca diz: “grande é o meu poder!” Mas ele disse para a mulher que a fé dela era grande.
Em Lucas, falando do leproso curado que voltou para agradecer, mais uma vez o Senhor mostra que
a única condição é fé.
E disse-lhe: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou. Lc. 17:19
No evangelho de Marcos o Senhor também curou o paralítico unicamente por causa da sua fé.
Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Filho, os teus pecados estão perdoados. Mc. 2:5
Dirigindo-se para a mulher hemorrágica o Senhor disse que foi a fé dela que a salvou.
Então, lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz. Lc. 8:48
Infelizmente muitos ainda estão focados em sua performance e em vez de apenas crerem. Na
verdade quanto mais olham para o que tem feito, menos fé conseguem ter. Mas quando entendemos
que a nossa justiça é pela fé espontaneamente nos colocamos na posição de receber a bênção.

Diante da importância da fé os discípulos pediram a Jesus que lhes aumentasse a fé.

Então, disseram os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé. Respondeu- lhes o Senhor: Se tiverdes
fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela
vos obedecerá. Lc. 17:5-6

O Senhor torna as coisas ainda mais fáceis para nós. Não precisamos de uma grande fé. Se tivermos
fé como um grão de mostarda que é a menor das semente, isso será suficiente para recebermos o
milagre de Deus. Precisamos apenas usar a fé que temos.

Que tipo de vida você deseja? Uma vida de performance ou uma vida de fé? Não precisamos mais
viver debaixo de maldição. No entanto existe uma condição para a bênção: crer na justiça que
procede da fé. Quanto mais confiamos em nossa obediência aos mandamentos, mais maldição nós
vemos.

A justiça própria foi amaldiçoada

Não escolha viver um tipo de vida que foi amaldiçoado pelo Senhor Jesus.
1
No dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome. E, vendo de longe uma figueira com folhas,
foi ver se nela, porventura, acharia alguma coisa. Aproximando-se dela, nada achou, senão folhas;
porque não era tempo de figos. Então, lhe disse Jesus: Nunca jamais coma alguém fruto de ti! E
seus discípulos ouviram isto. Mc. 11:12-14

Em Israel, durante o inverno, as figueiras perdem as suas folhas e então na primavera as folhas
brotam novamente. Quando as folhas voltam todos sabem que dentro de mais seis semanas o tempo
dos filhos estará chegando.

Mas no tempo quando as folhas brotam também brotam os figos temporãos. Era por esses figos que
o Senhor estava procurando. Mas se uma figueira não tem esses primeiros figos temporãos, isso
demonstrava que seis semanas depois não haveria figo nenhum.

Mas o que representam as folhas de figueira? Para compreendemos isso precisamos recorrer ao
princípio da primeira menção. As folhas da figueira foram mencionadas pela primeira vez quando
Adão e Eva tentaram fazer cintas para si (Gn. 3:7). Elas simbolizam a obra humana procurando ter
justiça própria diante de Deus. É um esforço humano para tentar cobrir o pecado sem o sangue de
Jesus. A figueira com folhas sem frutos foi amaldiçoada por Jesus.

O Senhor fez muitos milagres, mas todos eles foram obras de graça e misericórdia, apenas um foi
um milagre de maldição. Isso certamente tem uma grande importância para nós. Quando o Senhor
amaldiçoou a figueira ele na verdade estava amaldiçoando a justiça própria, o tentar se justificar
pelas obras da lei.

Nós estamos debaixo da bênção, mas se decidirmos confiar em nossos méritos e obras da lei
estaremos nos posicionando segundo um estilo de vida que foi amaldiçoado por Jesus. Não faça
isso. Permaneça na posição da bênção.

A bênção e a maldição estão relacionadas ao nosso entendimento da lei e da graça. Depois que
somos justificados pela fé podemos viver como vencedores ou derrotados. Se pensamos que agora a
vida cristã deve ser vivida no esforço e no merecimento da lei então viveremos como derrotados,
mas se cremos que a santificação também é graça mediante a fé seremos vencedores.

Livres de toda maldição

A Palavra de Deus nos ensina que há dois princípios de vida pelos quais o crente pode viver. O
princípio da lei e o princípio da graça. Lei significa favor merecido e graça significa o oposto, o
favor imerecido. Sempre que agimos confiados em algum merecimento como a obediência aos
mandamentos, nós estamos na lei.

A lei exige que façamos algo, mas a graça exige que apenas creiamos. Se vivemos confiados em
algo que fazemos e não no que cremos, estamos na lei. Pela lei temos a justiça própria, pela graça
alcançamos a justificação pela fé.

E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé. Ora,
a lei não procede de fé, mas: Aquele que observar os seus preceitos por eles viverá.
Gl. 3:11-12
1
Dois princípios de vida
A ideia do religioso é que ele será justificado se ele obedecer os mandamentos da lei. Dessa forma
ele vive se esforçando para ser aceito por Deus e receber o seu favor. Quando ele julga ter
obedecido ele se enche de justiça própria e se julga merecedor da bênção de Deus. Mas, como
inevitavelmente acontece, ele acaba caindo em algum ponto, ele então se enche de condenação e
culpa.

A verdade é que não podemos ser justificado por obras da lei porque a lei não procede de fé.
Aqueles que vivem tentando praticar os preceitos da lei confiam em sua própria força, não
dependem de fé e por isso estão condenados ao fracasso.

Em oposição a esse estilo de vida temos aquele que simplesmente crê na obra de Cristo. Ele sabe
que não possui mérito algum, por isso ele descansa na graça da obra consuma de Jesus. Ele não fica
olhando para si mesmo em busca de alguma justiça, mas em vez disso ele olha constantemente para
Cristo e sua obra realizada na Cruz.

A justificação é exclusivamente pela fé pelo simples motivo de que não conseguimos cumprir os
mandamentos da lei.

Dois resultados
Uma vez que esses dois princípios de vida são estabelecidos, então eles vão conduzir o homem para
dois resultados distintos: a bênção ou a maldição (versos 10 e 14).

A bênção é ser colocado debaixo da graça de Deus, debaixo do seu favor imerecido. A maldição é o
oposto disso, é ficar debaixo da lei e consequentemente da maldição e do juízo de Deus.
A maldição é tudo aquilo que está escrito em Deuteronômio 28. Como o homem é incapaz de
cumprir a lei ele está debaixo da maldição da lei, mas em Cristo somos livres desta maldição por
causa do evangelho da graça.

Paulo nos diz que a bênção de Abraão está relacionada conosco porque somos justificados como foi
Abraão, pela fé. Quando cremos como creu Abraão, somos justificados. Abraão é chamado de o
“pai da fé” e todos os que crêem são seus filhos. Por isso a bênção de Abraão nos alcança.

Quando confiamos que somos justos por causa da obra da cruz e descansamos na graça então somos
abençoados. Mas se resolvemos que seremos ser justos baseados em nossa obediência á lei, então a
maldição da lei nos alcança. Essa é a razão porque ainda existem crentes debaixo de maldição, eles
confiam na sua justiça própria.

Se vivemos pela lei estamos debaixo de maldição

Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito
todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para
praticá-las” (Gl. 3:10).
1
Há uma maldição sobre todos os que fracassam em guardar todos os mandamentos da lei (Dt.
27:26). Infelizmente existem hoje muitos crentes que dependem da graça de Jesus para a salvação,
mas depois disso eles acham que é responsabilidade deles a vitória sobre o pecado, o diabo e o
mundo.
Sabemos que todos os crentes já foram redimidos da maldição da lei através da obra do Senhor
Jesus que se fez maldição em nosso lugar. Contudo quando um crente rejeita a graça de Deus e
depende de suas próprias obras para ser abençoado, ele volta a ficar sujeito à maldição da lei.

Isso não significa que ele perde a salvação, significa apenas que ele se exclui da alegria das bên-
çãos que Jesus comprou para ele com o seu sangue. Quando você volta a depender de suas próprias
obras para ser abençoado por Deus, está retornando aos sistema da lei e caindo novamente debaixo
da maldição da lei.

Paulo diz em Gálatas 5:4, “vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes. Ao contrário
do que muitos imaginam, isso não significa cair no pecado. Decair da graça é voltar a depender de
obras para agradar a Deus.

Decair da graça é voltar a confiar em suas próprias obras para ser abençoado por Deus. Quem age
assim está retornando ao sistema da lei, o sistema do favor merecido, e assim caem novamente
debaixo da maldição da lei.

No Verso 10 Paulo diz que “todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição”.
Ninguém é capaz de cumprir os padrões perfeitos da lei e no momento em que falha num ponto será
culpado de todos.

Mas a graça de Deus se revela no verso 14 que diz:


“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque
está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro), para que a bênção de Abraão
chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido.”
(Gl. 3:13-14).

A maioria dos crentes acredita que é amaldiçoado quando peca, mas a Palavra de Deus afirma que
já fomos redimidos da maldição da lei. Mesmo se você falhar a lei não pode condená-lo porque em
Cristo já está perdoado e justificado. Na verdade eu já morri para a lei. Não estamos mais debaixo
da lei e da sua maldição.

Mas se você voluntariamente resolve voltar ao padrão da lei e depender da sua justiça própria para
ser justo, então a própria lei vai trazer a maldição e, a bênção de Abraão não pode fluir em sua vida.
O pecado já não é mais problema, pois o Senhor Jesus já pagou nossa dívida, o problema é a
insistência do homem em confiar nos seus próprios esforços e méritos pessoais.

A terrível função da lei é condenar, não justificar. Nenhum homem jamais foi ou será justificado
diante de Deus pelas obras da lei, ou seja, pelas suas boas obras e seu bom comportamento. É por
isso que Paulo diz que “todos quantos, pois, são das obras da lei, estão debaixo de maldição”
(v. 10).

A única maneira de fugir à maldição é descansando na obra de Cristo. Ele nos redimiu da maldição
da lei (v. 13) A maldição foi transferida de nós para ele na cruz do Calvário.
1
Três aspectos da maldição
Gostaria de mostrar três aspectos da maldição.

A maldição da lei
A afirmação categórica da Palavra de Deus é que quando vivemos pela fé no favor imerecido de
Deus nós somos resgatados da maldição da lei. Aqueles que vivem com base em seu merecimento e
andam confiados em seu esforço próprio e na sua justiça própria inevitavelmente ainda sofrem
debaixo da maldição da lei, mesmo sendo salvos.

O que é a maldição da lei? A única maneira de descobrirmos é voltando à lei. Ela está descrita no
capítulo 28 de Deuteronômio e envolve basicamente quatro coisas: miséria, enfermidade,
condenação e morte. Por causa da obra consumada da cruz não precisamos mais viver debaixo
dessas maldições.

Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar, porque
está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; para que a bênção Abrão
chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos pela fé o Espírito prometido.”
Gl. 3.13- 14.

Lendo Deuteronômio 28 descobrimos que a maldição da lei inclui os seguintes aspectos:

Maldito no seu corpo

· Fome (vv. 17, 33)


· Pestilência, tumores, sarna, prurido (vv. 21, 27)
· Cegueira (vv. 28, 29, 35)
· Toda enfermidade conhecida pelo homem (v. 61):

Maldito na sua família

· Filhos doentes ou que não servem a Deus (vv. 18, 32, 41)
· Infidelidade no casamento, ou o casamento destruído (30)

Maldito na sua mente

· Confusão (v. 28)


· Perturbação de espírito (v. 28 - opressão, 33, 65)
· Loucura (v. 28)
· Medo de perder a vida (vv. 66, 67)

Maldito na sua capacidade de sustentar a família

· Fracasso das colheitas (vv. 18, 30, 40)


· Seca (v. 24)
1
· Ataques por insetos (vv. 21, 38, 39, 42)
· Fracasso nos negócios (vv. 16, 30)
· Animais domésticos estéreis (v. 28)
· Falta de alimento e de bens materiais (vv. 17, 18)
· Ladrões que roubam (vv. 31, 33)

Maldito na sua própria existência

· “Todas estas maldições virão sobre ti, e te perseguirão, e te alcançarão, até que sejas
destruído...” (V. 45)
· ... “Assim com fome, com sede e com falta de tudo, servirás aos teus inimigos... (v. 48)

Maldito na guerra

· Derrota na guerra, os inimigos tomarão tudo (vv. 36, 43, 49, 50, 51)

Sobre quem vinha essas maldições? Sobre todo aquele que quebrava algum mandamento. Dessa
forma todo homem está debaixo de maldição, porque todos pecaram e quebraram a lei de Deus.
Mas na Nova Aliança não estamos mais debaixo da lei, ela não mais nos diz respeito. Em Cristo
somos libertos da maldição porque não estamos mais debaixo da lei e recebemos a justiça de Cristo.

Mas quando um crente resolve viver novamente debaixo da lei, o resultado é que a maldição da lei
poderá vir sobre ele novamente. E por que alguém em sã consciência iria querer voltar a viver
debaixo da lei? Por causa do engano do diabo de que não basta crer em Cristo para ser justo, mas
que eles também precisam guardar os mandamentos da lei. O alvo dele é fazer com que você sofra
novamente debaixo da maldição da lei.

A única forma de um crente voltar a sofrer debaixo da maldição da lei é quando ele decide viver
com base no merecimento da lei. Quando um crente decide se relacionar com Deus com base na
troca, ele imediatamente cai na maldição da lei. Paulo diz em Gálatas 3:10 que aqueles que se
relacionam com Deus com base no mérito da lei estão debaixo de maldição.

Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; por- que está escrito:
Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para
praticá-las. Gl. 3:10

É difícil para um crente admitir quando vem a maldição. É por isso que dizem que a doença é uma
bênção, enquanto Deuteronômio 28 diz que ela é uma maldição. Dizem que a pobreza é uma bênção
enquanto Deuteronômio 28 diz que é resultado de maldição. Eles dizem que as doenças e a pobreza
trazem glória ao nome de Deus. O que não sabem é que a cura e a prosperidade trazem muito maior
glória a Deus.

Não precisamos sofrer debaixo de nenhuma maldição, basta que creiamos na justiça que vem pela
fé. Jesus nunca disse “oh gente de fidelidade pequena!” “oh gente de santidade pequena”, ou “oh
gente de obediência pequena”, mas ele disse “oh homens de pequena fé”. É tão somente pela fé que
recebemos. Quando cremos a nossa fé nos é atribuída como justiça diante de Deus. A justiça é pela
fé do filho de Deus (Rm. 10:4).
1
A maldição dos homens
Quando o povo de Israel peregrinava no deserto eles tiveram de passar pela terra de Moabe.
Balaque, o rei de Moabe, estava com muito medo de Israel, então ele contratou um profeta chamado
Balaão para amaldiçoar o povo de Deus.

A primeira coisa que precisamos dizer é que Balaão era um profeta profissional, ou seja, ele
profetizava por dinheiro. Ele certamente também não tinha um coração para Deus pois Pedro diz
que ele amou o prêmio da injustiça (II Pe. 2:15).

Primeiro Deus o proibiu de aceitar a proposta de Balaque, mas depois o Senhor permitiu que ele
fosse, mas ele somente poderia falar as palavras que Deus colocasse na sua boca.

Balaão então se coloca no cume do monte pronto para amaldiçoar o povo de Israel, mas Deus
colocou palavras de bênção na boca dele.

Então, proferiu a sua palavra e disse: Balaque me fez vir de Arã, o rei de Moabe, dos montes do
Oriente; vem, amaldiçoa-me a Jacó, e vem, denuncia a Israel. Como posso amaldiçoar a quem
Deus não amaldiçoou? Como posso denunciar a quem o SENHOR não denunciou? Nm. 23:7-8

Apesar de todos os erros de Israel no deserto eles ainda eram povo de Deus e Deus não permitiu que
Balaão os amaldiçoasse. Ele pergunta: “como posso amaldiçoar a quem Deus não amaldiçoou?”
Você hoje é abençoado com toda sorte de bênção espiritual e ninguém pode amaldiçoá-lo (Ef. 1:3).

Como Balaão não conseguia amaldiçoar, Balaque o levou a um outro monte, chamado Pisga, para
que ele pudesse ter uma visão de Israel por outro ângulo. Mas mesmo assim somente foram
proferidas palavras de bênção.

Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura,
tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá? Eis que para abençoar recebi
ordem; ele abençoou, não o posso revogar. Não viu iniqüidade em Jacó, nem contemplou
desventura em Israel; o SENHOR, seu Deus, está com ele, no meio dele se ouvem aclamações ao
seu Rei. Deus os tirou do Egito; as forças deles são como as do boi selvagem. Pois contra Jacó não
vale encantamento, nem adivinhação contra Israel; agora, se poderá dizer de Jacó e de Israel: Que
coisas tem feito Deus! Nm. 23:18-23

As afirmações feitas por Balaão são maravilhosas. Primeiro ele diz que Deus já abençoou a Israel e
isso não pode ser revogado pois Deus não é homem para que minta e nem filho de homem para que
se arrependa. Se isso era verdade na velha aliança, muito mais agora. Uma vez que Deus disse que
somos perdoados e justificados em Cristo, isto não pode mais ser revogado. Alguns acreditam que
suas muitas quedas e pecados podem fazer Deus mudar a sua aliança, mas isso é mentira do
maligno. O Pai pode discipliná-lo, mas jamais irá mudar a aliança feita na cruz (Hb. 6:13-20).

Depois Balaão diz no verso 20 que ninguém pode revogar a bênção que Deus liberou. A bênção de
Deus sobre a sua vida não pode mais ser revertida. Ele decidiu nos abençoar, por isso toda língua
que se levantar contra nós em juízo, nós a condenaremos. Já somos abençoados e isso não pode ser
revogado (Tt. 1:2).
No final tem a afirmação de que “contra Jacó não vale encantamento, feitiçaria”. Você não precisa
1
mais temer qualquer maldição que vem de homens (Is. 54:17).

É triste vermos crentes colocando ferradura atrás da porta ou trazendo para casa plantas como
aquela chamada “comigo-ninguém-pode. Vivem assustados com medo de maldições de homens,
mal olhados e pragas de todo o tipo que possam vir sobre eles. Há aqueles que vivem quebrando
maldições passadas, mas parece que a maldição nunca o deixa. Não vivem com a expectativa da
bênção, mas com medo da maldição.

A palavra bênção no Novo Testamento é “eulogia” de onde vem a nossa palavra elogio. Significa
falar bem, positivamente, levantando e nunca abatendo o outro. Fale bem a respeito de si mesmo,
seu corpo e seu trabalho, pois fazendo assim você libera bênção.

Por outro lado a palavra usada no Novo Testamento para maldição é “Katara”, que significa falar
negativamente a respeito de algo. Nós podemos amaldiçoar algo ou alguém sem usar a palavra
maldi- ção. O Senhor amaldiçoou a figueira e ele não disse: “figueira eu te amaldiçoo!” Ele apenas
disse: “Nunca jamais coma alguém fruto de ti!” e no outro dia a figueira secou completamente.
O verso 21 declara que o Senhor não viu iniquidade em Israel. Essa é uma afirmação realmente
espantosa. Essa é a bênção de Deus sobre nós, pois ele disse: “das suas iniquidades jamais me
lembra- rei” (Hb. 8:12). Deus não diz que não há pecado em nós, ele apenas diz que não vê. Não
devemos nunca pensar que não há pecado em nós, mas devemos declarar ousadamente que o
Senhor não vê iniquidade em Israel. Quando Ele nos olha ele não vê pecado em nós. Se ele não vê o
pecado ele nunca poderá nos amaldiçoar.

Em Números 24:2 Balaão tenta pela terceira vez amaldiçoar a Israel. A escritura diz que ele
novamente subiu a um monte e viu a Israel acampado segundo as suas tribos. Quando ele viu o
acampamento o Espírito veio sobre ele.

Levantando Balaão os olhos e vendo Israel acampado segundo as suas tribos, veio sobre ele o
Espírito de Deus. Nm. 24:2

No acampamento de Israel no deserto as doze tribos, em grupos de três, eram colocadas ao redor do
tabernáculo. Como a tribo de Judá era muito maior que as outras o lado em que ficava Judá era bem
mais comprido dando ao acampamento o formato da cruz. Balaão viu a cruz no deserto. Na cruz
Deus Pai não pode ver o nosso pecado. Quando vemos a cruz de um lugar elevado o Espírito vem
sobre nós.

Balaão não recebeu o Espírito de Deus, o Espírito veio sobre ele apenas naquele momento para
colocar as palavras de bênção na sua boca.

A maldição hereditária
Um ensino que realmente produz problemas na vida do crente é o ensino da maldição hereditária.
Eu creio que existe mesmo uma maldição hereditária na vida daqueles que não estão sem Cristo,
mas para aqueles que estão em Cristo não há mais nenhum tipo de maldição.
II Coríntios 5:17 diz que se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram;
eis que se fizeram novas. Essas coisas antigas que passaram incluem as maldições hereditárias. Mas
muitos crentes creem que ainda estão debaixo de maldição por isso vivem sob uma constante
expectativa de castigo e tribulação porque nunca sabem quando o pecado de seus avós e pais vai
1
alcançá-los. Eles sempre estão aguardando uma colheita de pecados que outros e eles mesmos
cometeram no passado.

Naqueles dias, já não dirão: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se
embotaram. Cada um, porém, será morto pela sua iniqüidade; de todo homem que comer uvas
verdes os dentes se embotarão. Jr. 31:29-30

Este era um ditado popular entre os judeus nos dias de Jeremias, os pais comem uvas verdes e os
dentes dos filhos é que se embotam. Na verdade está baseado em algo que Deus havia dito no
monte Sinai: “visitarei a iniqüidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até à terceira e quarta
geração! (Ex. 34:7). Essa era a condição na Velha Aliança, mas louvamos a Deus porque agora
estamos sob a Nova Aliança.

Todavia, alguns crentes ainda estão se baseando na Velha Aliança e por isso sofrem perda espiri-
tual. Hoje nossos pecados e os pecados de nossos pais e os pecados dos pais de nossos pais foram
todos cravados na cruz e por isso não sofremos mais nenhuma maldição.

A principal cláusula da Nova Aliança é que Deus não se lembra mais de nossos pecados. Isso
significa que Deus não nos trata mais com base em nossos pecados. Ele nos trata consoante a
perfeição de Cristo e a sua obra na Cruz.

Pois, para com as suas iniqüidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me
lembrarei. Hb. 8:12

No Velho Testamento ele não podia esquecer do pecado por isso castigava a iniquidade dos pais
nos filhos, mas Novo Testamento ele não se lembra mais do pecado. Se ele não se lembra já não
há condenação e nem punição.

Há muitos crentes que vivem hoje na Nova Aliança com a mentalidade da Velha Aliança. Eles
vivem com a expectativa de juizo e condenação, com medo da maldição por causa de seus pecados
e dos de seus antepassados.

A profecia de Jeremias era de que chegaria o dia em que não mais haveria aquele ditado em Israel,
e esse dia já chegou, nós hoje vivemos os dias em que a maldição foi quebrada. Há dois mil anos o
Senhor quebrou a maldição na cruz.

Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: Tenho
sede! Estava ali um vaso cheio de vinagre. Embeberam de vinagre uma esponja e, fixando-a num
caniço de hissopo, lha chegaram à boca. Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está
consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito. Jo. 19:28-30

Na Cruz do Calvário o Senhor viu que tudo já estava consumado, mas nesse momento ele disse que
tinha sede. Deram-lhe então vinagre para beber. A profecia de Jeremias fala de uvas verdes que
embotam os dentes e na cruz lhe deram o vinagre que também embota os dentes. Ao beber o
vinagre ele estava cumprindo a profecia de Jeremias 31. Quando ele bebeu do vinagre ele tomou
sobre si a maldição que pertencia aos filhos por causa dos pecados dos pais. Ele tinha sede da nossa
liberdade. Ele tinha sede de nos libertar da maldição de nossos antepassados.

Diante de tudo isso vemos que você é irreversivelmente abençoado em Cristo. As maldições e
pragas que outros possam proferir contra você não podem mais atingi-lo e as maldições que vieram
1
sobre seus antepassados não têm mais nenhuma legalidade na sua vida. Aproprie-se dessa verdade e
viva cheio de uma santa expectativa da bênção do Pai.

Pobreza, prosperidade e o caminho do vencedor

Vivemos tempos difíceis. Você liga a TV e um pregador lhe diz que se você se tornar um cristão e
plantar uma semente financeira, você irá prosperar por causa da bênção de Deus. Depois desse
programa, outro pregador vem e diz que se você se tornar cristão, você precisa renunciar a tudo o
que tem para que Deus possa abençoá-lo. Um fala sobre prosperidade e outro sobre pobreza e
ambos usam as escrituras. Quem está certo? O que prega a prosperidade ou o que prega o renunciar
tudo e se tornar pobre?

Uma pergunta que as pessoas me fazem frequentemente é se cremos na teologia da prosperida- de.
Na verdade, nós cremos em prosperidade, mas não na teologia da prosperidade. Você pode achar
que é a mesma coisa, mas há um mundo de diferenças.

O que é biblicamente correto? Prosperidade ou pobreza?


Com respeito ao assunto do dinheiro, existem basicamente, três posições no meio evangélico:

Teologia da pobreza
A primeira posição é a que eu chamo de teologia da pobreza. Evidentemente, aqueles que defendem
essa posição, não a chamam dessa forma, mas a pessoa que tem essa convicção desdenha das posses
materiais. Eles consideram as posses como um tipo de maldição. O seu texto favorito na Palavra de
Deus é Lucas 18:22, onde o Senhor mandou o jovem rico vender tudo o que tinha e dar aos pobres.
Mas eles amam repetir o verso que diz:

Porque é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de
Deus (Lc. 18:25).

Eles dizem que suas necessidades serão supridas se tiverem uma atitude de despreocupação. Eles
não se preocupam em prosperar, porque buscam o reino de Deus em primeiro lugar. Eles acreditam
que a pobreza é a vontade de Deus para a igreja hoje. O reino é para os pobres e os que se tornam
pobres se apoderam dele.

Teologia da prosperidade
No outro extremo temos os teólogos da prosperidade. Eles creem que a prosperidade é uma
recompensa para os justos. Eles consideram as posses uma bênção de Deus. Sua escritura favorita é
Lucas 6:38.

Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão;
porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também (Lc. 6:38).

Basicamente, eles seguem o princípio da semeadura e da colheita. Ensinam que se temos uma
1
necessidade, devemos semear e Deus nos suprirá em abundância. Seu conceito de prosperidade é
que, eles são os donos daquilo que possuem. Para eles, a pobreza não é a vontade de Deus, antes se
trata de uma maldição.

Teologia da mordomia
É um equilíbrio entre as duas visões, pegando o melhor de ambas. A perspectiva da mordomia, é
que a prosperidade é um privilégio. Provavelmente, a parábola dos talentos é a melhor base para
aqueles que creem na teologia da mordomia. Para eles, o ponto central não é o que renunciamos e
nem “o que receberemos”, mas “o que temos recebido”. Eles se veem como mordomos de Deus e
não se consideram donos daquilo que possuem. Eles basicamente buscam, por sabedoria e procuram
ser encontrados fiéis diante de Deus

Agora, qual das duas posições é a correta? Primeiro gostaria de mostrar quatro problemas, tanto
com a teologia da pobreza, quanto com a teologia da prosperidade.

O PROBLEMA COM A TEOLOGIA DA


POBREZA
Eles presumem que qualquer pessoa bem-sucedida financeiramente deve ser
desonesta

Na verdade, quando veem um irmão rico, eles assumem uma de duas posições: presumem que a
riqueza foi adquirida de forma desonesta, ou eles julgam a pessoa dizendo que: “se ele realmente
amasse a Deus, teria dado o dinheiro para missões”.

Eles precisam ler Provérbios 22:2, que diz: “O rico e o pobre se encontram; a um e a outro faz o
Senhor”.

Eles procuram sempre fazer com que as pessoas bem sucedidas se sintam culpadas pela sua
prosperidade. Para tais pessoas, o dinheiro nunca poderia ser usado para o prazer e conforto pessoal.

Eles exageram na questão da obra sacrificial

Essas pessoas, normalmente, fazem grandes sacrifícios ministeriais e costumam dizer: “Deus me
ama porque eu renunciei a tudo”. Eles pensam que quanto mais renunciarem, mais espirituais serão.
Mas a verdade é que Deus não nos ama mais quando renunciamos ou sacrificamos algo, e nem tão
pouco, nos tornamos mais espirituais porque somos pobres. Tais pessoas, se tornam bastante
arrogantes em sua espiritualidade, colocando-se como padrão para os demais.

Eles são extremamente ingênuos

Comummente, quem segue a teologia da pobreza são missionários. Tais pessoas são ingênuas,
porque não percebem que se todos renunciassem a tudo, não haveria ninguém para sustentá-los.
1
Eles dependem do sustento de outros, que não renunciaram a tudo da mesma forma que eles
fizerem.

Pode se tornar um estilo de vida manipulativo

Pessoas que creem na teologia da pobreza, podem inconscientemente, manipular outras pessoas.
Como eles não têm recursos, estão sempre prontos a falar das suas necessidades pessoais e da obra.
Normalmente, pedem oração por suas necessidades, mas na esperança de que alguém ouça e os
ajude. Tornam-se sempre dependentes e eventualmente, se transformam num peso para os amigos.

O PROBLEMA COM A TEOLOGIA DA


PROSPERIDADE
Veem a prosperidade como um sinal da aprovação de Deus
Normalmente, essas pessoas pensam da seguinte maneira: “se você tem prosperado é porque Deus
tem aprovado você. Aquele que é abençoado prospera”. Eles são arrogantes a respeito da bênção, do
mesmo modo que os da teologia da pobreza são arrogantes, por terem renunciado tudo. Ambos se
apóiam na justiça própria, se julgando merecedores da bênção de Deus.

É uma teologia que produz culpa


Nada produz mais culpa do que dizer para alguém: “se você realmente cresse em Deus, você seria
próspero e rico”. Alguém então, passando por uma luta financeira pode concluir que não serve a
Deus, ou não está debaixo da sua bênção. Quem faz barganha com Deus vive debaixo de medo e
condenação.

Estimula motivações erradas


Precisamos ser cuidadosos com a nossa motivação, porque podemos acabar tentando fazer ne-
gócios com Deus. É possível que alguém, simplesmente, sirva a Deus porque alguém lhe fez a
promessa de que ele o faria rico, ou que receberia cem vezes mais a oferta que deu.

Nega a soberania de Deus


O pensamento é que depois de algum tipo de transação com Deus, ele será obrigado a abençoá- lo,
porque lhe deve alguma coisa. Mas, o Senhor não deve nada a ninguém. Tudo o que ele faz é
baseado na sua graça.

A teologia da pobreza tem algumas coisas maravilhosas. Ela diz, basicamente, para cuidar do pobre
e do necessitado. Isto é maravilhoso. A teologia da prosperidade também tem coisas boas. Ela diz:
“seja um canal das bênçãos de Deus” e semeia na vida de outros.

Não podemos dizer que a teologia da pobreza está errada, quando diz que o discípulo do Senhor
precisa renunciar a tudo quanto tem para segui-lo. Também precisamos concordar com a teologia da
prosperidade, que é melhor ser rico do que ser pobre, e que se semearmos, certamente colheremos
1
numa medida muito maior.

Mas, a teologia da mordomia toma o melhor dos dois. A teologia da mordomia não pergunta o que
renunciamos e nem pergunta o que receberemos, ela simplesmente, pergunta o que temos feito com
o que recebemos de Deus.

Aquele que é mordomo sabe que precisa administrar corretamente o que tem recebido, e sabe que o
Senhor pode requerer dele, dez por cento, ou tudo. Ele é generoso por amor e obediência, não por
desejar receber algo em troca de Deus.

Tanto a teologia da pobreza, quanto a da prosperidade, está baseada no orgulho de ter ou não o
dinheiro. É fácil entender, porque alguém que crê na prosperidade sente orgulho do dinheiro, mas é
difícil perceber que os defensores da teologia da pobreza também sentem orgulho, mas por não ter o
dinheiro, eles sentem orgulho da própria pobreza.

O orgulho da justiça própria é que nos impede de desfrutar da bênção do Senhor. O orgulho tem
dois lados: a arrogância e a autocomiseração. A teologia da prosperidade sempre soa arrogante, mas
a teologia da pobreza soa sacrificial. O arrogante se orgulha do sucesso, mas a autocomiseração é a
resposta do orgulho ao sofrimento.

O arrogante diz: “eu mereço admiração, veja o quanto prosperei”. A autocomiseração diz: “eu
mereço admiração, olha o quanto eu sofro pelo que renunciei”. O arrogante soa auto-suficiente, mas
a autocomiseração soa sacrificial.

O arrogante simplesmente acredita que tudo depende dele. Ele acredita que a sua prosperidade é
fruto da sua fidelidade e semeadura, e que portanto, ele merece o reconhecimento.

Mas, os que defendem a teologia da pobreza, estão cheios de autocomiseração e a autocomiseração


também é orgulhoso. É a resposta do orgulho que não foi aplaudido.

PRINCÍPIOS DA TEOLOGIA DA MORDOMIA

Deus é o dono de tudo


O fato é que não temos de fato coisa alguma, mas tudo pertence ao Senhor. Ele somente nos pede
que administremos os seus bens.

O primeiro princípio que precisamos aprender como discípulos, é que temos um Senhor. Nessa
questão financeira, isso é absolutamente vital. Sem submissão nunca prosperaremos.

A Bíblia afirma, categoricamente, que Deus é o dono de tudo.


“Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam”.
(Sl. 24:1).
1
A Bíblia revela até mesmo os ítens específicos possuídos por Deus: em Levítico 25 diz:
“Também a terra não se venderá em perpetuidade, porque a terra é Minha.” Lv. 25:23.

Imagine que você tem uma escritura de posse de uma fazenda, mas na verdade quem é o dono da
terra? Deus! Em Ageu 2, verso 8, o Senhor diz: “minha é a prata, meu é o ouro, diz o Senhor dos
exércitos”. Deus é o dono dos minerais que estão na terra.

O Salmo 50:10 diz: “Pois são Meus todos os animais do bosque, e as alimárias aos milhares sobre
as montanhas são de Deus”.

Então, a terra pertence ao Senhor, o ouro e a prata pertencem ao Senhor, e até os animais do campo
pertencem ao Senhor. Deus é o Criador de todas as coisas, e mantém todas as coisas pelo Seu poder.

Se você sabe que Jesus é o Senhor, então você deve reconhecer que Ele é o dono da sua vida, da sua
casa, dos seus filhos e dos seus bens. Tudo que nós temos, tudo que nós somos, pertence a Ele.

Por que pertence a Ele? Primeiro porque foi Ele quem criou. Segundo, porque Ele, depois de ter
criado, ainda comprou de volta pela redenção da cruz. E terceiro, como se não bastasse tudo isso, é
Dele, porque você lhe entregou a sua vida um dia.

Nós prestaremos contas diante do Senhor daquilo que nós fizemos com o que é Dele. O Senhor é o
dono das nossas vidas. Se quisermos ser cristãos vencedores e discípulos genuínos, devemos trans-
ferir a Ele a posse, o domínio de tudo aquilo que está em nossas vidas.

Quando nós temos revelação de que Deus é o dono de tudo, então reconhecemos que Ele tem o
direito de fazer o que quiser com aquilo que ele tem me dado.

E disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou;
bendito seja o nome do SENHOR! Jó 1:21.

O proprietário tem o direito, o mordomo ou servo tem a responsabilidade. O proprietário define


quanto deseja dar a cada um dos seus servos, e os servos devem prestar contas ao Senhor.
Por que ele não deu o mesmo tanto para todos? Nós achamos que não é muito justo alguns
receberem mais que outros, mas não devemos discutir como o Senhor administra aquilo que é dele.

Quando nós temos revelação de que Deus é o dono de tudo, então reconhecemos que os recur- sos
de Deus são para atingir os propósitos dele. Mordomia é o uso dos recursos de Deus para o
cumprimento dos seus propósitos. Deus me deu recursos, e eu preciso usar esses recursos para que o
seu propósito na terra seja alcançado.

A teologia da pobreza não tem para dar, a teologia da prosperidade dá para ganhar mais, mas os
mordomos dão porque entendem o propósito e porque receberam de Deus.

A revelação de que Deus possui todos os nossos bens, determina a medida de nossa maturidade
espiritual. Romanos 10:9 diz:

Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
1
Jesus precisa ser confessado como Senhor. Essa é a chave para sermos salvos. Nos dias de Jesus, se
você chamasse alguém de “Senhor”, isso significava que aquele homem era seu dono e que você era
o escravo.

Será que um escravo possuía alguma coisa? Claro que não. Então, pegue a sua carteira, pegue as
fotos de sua esposa e de seus filhos e explique que eles não pertencem a você. Eles pertencem a
Jesus! E porque a sua esposa e os seus filhos pertencem a Cristo, Ele vai cobrá-lo pela maneira
como você trata sua esposa e como trata os seus filhos. Eles são Dele, não seus!

Agora pegue o dinheiro na carteira e explique que nada disso lhe pertence. Esta verdade não deve
afetar apenas como você dá sua oferta a Deus todos os domingos. Isso deve afetar a maneira como
você cuida das suas finanças, ao longo da semana.

Uma vez que o dinheiro pertence a Jesus, você deveria analisar tudo o que for comprar, alugar ou
arrendar, perguntando se tal gasto seria de acordo com a vontade dele.

É essencial para nós, que somos cristãos, perceber que nossas posses pertencem a Deus. É esse
entendimento que o leva a crescer espiritualmente.

Toda decisão financeira é uma decisão espiritual

Alguns imaginam que são submissos ao Senhor por que dão o dízimo. Evidentemente, devolver o
dízimo é importante, mas não traduz completamente nossa submissão a Deus. O que fazemos com
os dez por cento é importante, mas também é importante saber o que fazemos com os outros
noventa por cento restantes.

Muitos reclamam que são dizimistas e mesmo assim não prosperam!” O problema não é só o
dízimo, mas é o que você faz com os outros noventa por cento do que você ganha. Alguns
presumem que pelo fato de terem entregado o dízimo, estão liberados para fazerem o que quiserem
com o resto do dinheiro. A verdade, porém, é que não é só o dízimo que pertence a Deus: tudo é
Dele! Todo o seu salário é do Senhor. Se você tem casa, sua casa é de Deus; o seu carro é de Deus;
a sua vida é de Deus; os seus filhos são de Deus; tudo pertence a Ele! Você precisa da direção dele
para administrar os outros 90 por cento.

Você precisa depender de Deus. Por que muitos estão atolados em dívidas? Porque acham que
podem gastar os outros noventa por cento como bem entender, sem orar e saber a vontade de Deus.
“Isso significa que eu tenho que dar para a igreja cem por cento?” Claro que não! Você não precisa
dar cem por cento da sua renda. Deus quer que você a mantenha consigo, mas ele deseja que você
seja um mordomo fiel. O dinheiro que você julga ter, na verdade pertence a Deus, portanto você é
um mordomo cuidando do que pertence a Ele. O problema é quando lidamos com o dinheiro como
se ele fosse nosso, e não dependemos de Deus para ter sua direção na hora de gastar ou investir.

Não dá para disfarçar a mordomia. Nosso talão de cheque revela o que realmente cremos sobre
mordomia. Um crente pode fingir orar, ler a Bíblia, pode fingir em seus relacionamentos e tudo o
mais. Mas tem uma coisa que não dá para disfarçar: nossa generosidade no dar. Talvez por isso,
muitos são tão sigilosos sobre suas ofertas.

Na parábola dos talentos os servos que multiplicaram seus talentos, receberam mais do Senhor (Mt.
1
25:14-30). O Senhor olha como lidamos com o dinheiro para nos confiar mais recursos.

Não somos conhecidos como cristãos por causa de nossa pobreza ou de nossa prosperidade, mas
pela nossa atitude com relação ao dinheiro. Se somos generosos, amorosos ou avarentos ou
gananciosos, isso vai falar a respeito de nossa realidade espiritual.

A quantidade não é o mais importante

Não importa se temos muitos talentos ou poucos, o que Deus olha é como lidamos com o que temos
recebido. Na parábola dos Talentos, tanto o que tinha cinco, quanto o que tinha quatro, dobrou seus
talentos e foram igualmente elogiados pelo Senhor e considerados fiéis.

Algumas vezes, aqueles que receberam menos são os mais testados. Eles se desculpam dizendo que
não têm o suficiente. O rico não dá, porque pensa que o valor é alto demais, e o pobre não dá,
porque pensa que vai lhe faltar. Deus olha a fidelidade, não o valor.

Mordomia requer ação

Algumas pessoas costumam dizer: “mordomia é mais que dinheiro. Isso soa espiritual mas a
verdade é que mordomia é mais do que dinheiro, mas nunca menos. Servir a Deus implica mais do
que dar dinheiro, mas nunca menos. Servir a Deus implica em muitas coisas, mas nunca menos do
que ofertar. Quem diz que serve a Deus e não oferta está, na verdade, se enganando.

O DÍZIMO TEM GRAÇA?


Uma pergunta que sempre me faze é se no Novo Testamento nós ainda precisamos entregar o nosso
dízimo a Deus. Eu sempre respondo com outra pergunta: O pão e o vinho da Ceia permane- cem?
Eles invariavelmente respondem que sim, então lhes digo que se o pão e o vinho permanecem,
então o dízimo é para hoje também.

A minha resposta é baseada no fato de que a primeira menção do dízimo vem junto com o pão e o
vinho. Está em Gênesis 14 quando Abraão se encontrou com Melquisedeque. A Nova Aliança é
uma continuação da aliança abraâmica. Hoje somos filhos de Abraão.

Muito antes de haver sacerdotes em Israel havia um sumo-sacerdote em Jerusalém chamado


Melquisedeque (Gn. 14:17-20).

Como em outro lugar também diz: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de
Melquisedeque. Hb. 5:6
1
Tendo sido nomeado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque. Hb. 5:10

Eu creio que esse Melquisedeque era uma teofania, uma manifestação de Cristo em forma humana
no Velho Testamento.

Porque este Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, que saiu ao encontro de
Abraão, quando voltava da matança dos reis, e o abençoou, para o qual também Abraão separou
o dízimo de tudo (primeiramente se interpreta rei de justiça, depois também é rei de Salém, ou
seja, rei de paz; sem pai, sem mãe, sem genealogia; que não teve princípio de dias, nem fim de
existência, entretanto, feito semelhante ao Filho de Deus), permanece sacerdote perpetuamente.
Considerai, pois, como era grande esse a quem Abraão, o patriarca, pagou o dízimo tirado dos
melhores despojos. Hb. 7:1-4

Abraão veio e entregou o dízimo de tudo o que possuía a Melquisedeque. Esse Melquisedeque, que
é o próprio Cristo, trouxe a Abraão pão e vinho representando a comunhão.

Nós ainda hoje praticamos a comunhão com o pão e o vinho porque estamos debaixo do sacer-
dócio de Melquisedeque. Não praticamos as coisas da lei representadas pelo sacerdócio levítico,
mas como filhos de Abraão ainda estamos debaixo do sacerdócio de Melquisedeque.

A Bíblia não diz que somos abençoados com a bênção de Davi ou com a bênção de Daniel, mas diz
que somos abençoados com a bênção de Abraão. Nós somos filhos de Abraão e Abraão chegou
diante de Melquisedeque com a mãos cheias.

A salvação é chegar diante de Deus com as mãos vazias para receber, mas adoração é chegar com
as mãos cheias para ofertar. Uma vez que você é salvo é uma vergonha chegar diante de Deus de
mãos vazias como se ele não tivesse abençoado você. É um vexame chegar para adorar e não ter
nada para dizer diante de Deus com mãos e coração vazios.
Abraão estava voltando de uma vitória sobre quatro reis. Melquisedeque vem ao seu encontro e lhe
dá pão e vinho para lhe fortalecer, restaurar o ânimo e trazer descanso; mas Abraão traz o dízimo de
tudo como forma de dizer o quanto Deus lhe tinha abençoado.

Para ilustrar como Melquisedeque era grande a palavra de Deus diz que ele entregou o dízimo de
tudo o que tinha para ele. Nós sabemos que Melquisedeque é Cristo e a maneira como
demonstramos a grandeza do Senhor é lhe entregando o dízimo.

Considerai, pois, como era grande esse a quem Abraão, o patriarca, pagou o dízimo tirado dos
melhores despojos. Hb. 7:4

O objetivo primário do dízimo não é nos fazer prosperar, ainda que certamente isso acontecerá, mas
o alvo primário do dízimo é proclamar quão grande é o Senhor Jesus.

O argumento de Hebreus é bem claro, se o sacerdócio de Melquisedeque é eterno, então o pão e o


vinho e o dízimo também são perpétuos.

Aliás, aqui são homens mortais os que recebem dízimos, porém ali, aquele de quem se testifica
que vive. Hb. 7:8

No verso 8 o texto diz que “aqui são homens mortais os que recebem dízimos, porém ali, aquele de
1
quem se testifica que vive.” O pão e o vinho são para testemunhar da morte do Senhor, mas o
dízimo é para testificar que ele vive eternamente. Quem recebe o dízimo de Abraão é o próprio
Senhor Jesus, aquele que vive eternamente.

A fim de mostrar quão grande é o sacerdócio de Melquisedeque, o autor de Hebreus diz que o
sacerdócio de Levi pagou o dízimo a Melquisedeque na pessoa de Abraão. Levi era o bisneto de
Abraão, mas se diz que estava ali com Abraão oferecendo o dízimo.

E, por assim dizer, também Levi, que recebe dízimos, pagou-os na pessoa de Abraão. Porque
aquele ainda não tinha sido gerado por seu pai, quando Melquisedeque saiu ao encontro deste. Hb.
7:9-10

Essa é a prova da superioridade de Melquisedeque por que o verso 7 diz que o inferior é abençoado
pelo superior. Mas eu creio que isso também mostra que quando damos o dízimo nossos filhos,
netos e bisnetos estão dando também porque estão em nós e também serão abençoados.

O significado da décima parte

Muitos gostam de dizer que o dízimo é parte da lei, mas a verdade é que Abraão e Melquisedeque
nunca estiveram debaixo da lei. Por que Abraão deu o dízimo? Por que dez? O que há de tão
profundo a respeito da décima parte?

Numa certa ocasião Abraão mandou que seu servo fosse buscar uma noiva para seu filho Isaque. O
servo então tomou dez camelos do qual se diz que era de todos os bens de Abraão. Aqueles dez
representavam toda a riqueza de Abraão. Para Deus dez representa o todo.

Tomou o servo dez dos camelos do seu senhor e, levando consigo de todos os bens dele, levantou-
se e partiu, rumo da Mesopotâmia, para a cidade de Naor. Gn. 24:10

Muitos resistem entregar o dizimo dizendo que tudo o que possuem já pertence a Deus. É como
aquele marido que diz para sua esposa: “tudo o que tenho é seu. Para quê precisamos separar um dia
para ficarmos juntos? Todo o meu tempo é seu!” Pergunte a qualquer esposa o que ela acha disso. O
resultado desse tipo de conversa é que o marido não quer dar tempo algum. O Senhor diz que se
dermos dez por cento ele receberá como se fosse todos os nossos bens.

Por que há dez mandamentos? Simplesmente porque esses dez representam toda a lei. Se você
cumprir esses dez estará cumprindo toda a lei. A lei na verdade possui 613 mandamentos.

Quando Faraó quis abençoar a Jacó mandou que se enviasse dez jumentos carregados com o melhor
do Egito. Aqueles dez jumentos eram uma representação do melhor de todo o Egito (Gn. 45:19-23).
Poderia ter sido qualquer quantidade, mas Palavra de Deus diz que foi dez, porque dez representa a
totalidade. Não basta dizer para o Senhor que tudo o que temos é dele, mas dê a ele o dízimo para
representar essa verdade.

Quando Jacó saiu de sua casa fugindo do seu irmão ele orou ao Senhor e fez um voto em Gênesis
28:20-22.
1
Fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta jornada que
empreendo, e me der pão para comer e roupa que me vista, de maneira que eu volte em paz para a
casa de meu pai, então, o SENHOR será o meu Deus; e a pedra, que erigi por coluna, será a Casa
de Deus; e, de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo. Gn. 28:20-22

Vinte e dois anos depois ele ainda estava longe de casa e seu sogro tentava enganá-lo. O Senhor lhe
apareceu e lhe disse que se lembrava do voto dele.

Eu sou o Deus de Betel, onde ungiste uma coluna, onde me fizeste um voto; levanta-te agora, sai
desta terra e volta para a terra de tua parentela. Gn. 31:13

Deus mudou a condição genética das ovelhas, ele mudou o salário de Jacó porque ele se lembra-
va do voto do dízimo.

Esse é o princípio dos dez na Palavra de Deus. Se você der o dízimo os outros noventa por cento
serão santificados e Deus o abençoará como se você tivesse dado tudo.

O dízimo remove a maldição do dinheiro

Nós sabemos que esse mundo ainda está debaixo de maldição. Por isso devemos pregar para que
creiam e entrem na bênção de Cristo. Apocalipse 22:3 diz que no futuro não haverá mais maldição.
Hoje os crentes são completamente livres de toda maldição, mas a terra ainda sofre com a maldição.
Por isso precisamos ter cuidado com o que tocamos e permitimos que entre em nossa casa e em
nossa vida. Se você coloca algo do diabo na sua casa você sofrerá.
Veja o dinheiro por exemplo. Cada cédula é feita de papel, que procede de uma árvore que foi
processada, que por sua vez cresceu da terra que está ainda debaixo de maldição. Então o dinheiro
recebe a mesma maldição. Mas quando entregamos o dízimo nós abençoamos todo o nosso
dinheiro. Não pense que é Deus quem nos amaldiçoa. Devemos ser precisos com a Palavra de Deus.
Em Malaquias 3:9 o Senhor não disse que se não devolvêssemos o dízimo ele nos amaldiçoaria. Ele
apenas disse que o resultado disso seria maldição. O dízimo tem o poder de tirar a maldição do
dinheiro.

É interessante que a mesma expressão usada em Malaquias, “portas do céu”, é usada em Gênesis
quando se diz que abriram-se as comportas do céu no dilúvio. Creio que é esse tipo de bênção que o
Senhor tem em mente quando entregamos o dízimo.

O motivo de alguns ainda experimentarem maldição é porque não santificaram seu dinheiro com o
dízimo. Não entregaram a Deus o que pertence a ele.

Todo dinheiro que recebemos está associado com a iniquidade porque esse mundo é maligno. Como
podemos fazer para que o nosso dinheiro seja puro? Paulo nos dá a resposta em Rom 11.

E, se forem santas as primícias da massa, igualmente o será a sua totalidade; se for santa a raiz,
também os ramos o serão. Rm. 11:16
1
Quando entregamos o dízimo nós abençoamos todo o nosso dinheiro. Paulo diz que se as primícias
forem santas assim será toda a massa. E aquilo que é santo o diabo não toca. Ele é imundo, não
pode tocar no que é santo.

Depois de dar o dízimo seu dinheiro é santificado. Aquilo que é santo é multiplicado e abençoado.
O dinheiro, em si mesmo, é algo moralmente neutro. Se um homem bom usa o dinheiro ele se
torna bom, mas se um homem mal usa o dinheiro para a sua perversidade, então o dinheiro se torna
mal. Como não existe nenhum homem bom a escritura trata sempre do dinheiro e do lucro como
algo ligado com a iniquidade.

E eu vos recomendo: das riquezas de origem iníqua fazei amigos; para que, quando aquelas vos
faltarem, esses amigos vos recebam nos tabernáculos eternos. Quem é fiel no pouco também é fiel
no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito. Se, pois, não vos tornastes fiéis na
aplicação das riquezas de origem injusta, quem vos confiará a verdadeira riqueza?
Lc. 16:9-11

Nesse texto o Senhor Jesus diz duas vezes que as riquezas são de origem injusta. Não significa que
você ganhou o seu dinheiro de forma ilegal, mas significa que todo o sistema financeiro é iníquo.
Observe que o Senhor fala de verdadeira riqueza, elas certamente apontam para as coisas do
Espírito e riquezas de origem injusta nos falam de dinheiro. Muitos acham que se forem fiéis nas
coisas espirituais o Senhor lhes dará dinheiro, mas o Senhor diz exatamente o contrário, se formos
fiéis com o dinheiro Deus nos dará as coisas espirituais.

Aqueles que não dizimam sofrem financeiramente. Mas como posso dizer isso se somos abenço-
ados com a bênção de Abraão? Somos abençoados, mas vivemos num mundo debaixo de maldição.
Você permite que seus filhos vejam filmes de terror e depois eles têm pesadelo. Você ainda é
abençoado, mas deixou que a maldição entrasse na sua casa.

O dinheiro que você recebe já passou por muitas mãos. O dinheiro em si mesmo é neutro, mas nas
mãos de pessoas perversas o dinheiro torna-se mal. Quando chega em suas mãos como você pode
santificá-lo? Você já é abençoado, mas seu dinheiro não é. Você precisa entregar o dízimo para
santificar o seu dinheiro.

O dízimo está no Novo Testamento

Mas ai de vós, fariseus! Porque dais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as hortaliças e
desprezais a justiça e o amor de Deus; devíeis, po- rém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas. Lc.
11:42

O Senhor não disse que não devemos entregar o dízimo, mas ele disse que deveríamos fazer isso
com o amor de Deus. O que o Senhor disse é que devemos focalizar a justiça e o amor de Deus, mas
não deveríamos omitir o dízimo. O Senhor nunca disse que por estarmos debaixo da graça não
precisamos mais dar o dízimo.
1
Precisamos abandonar toda hipocrisia com relação a prosperidade. Se você deseja coisas boas para
os seus filhos, muito mais Deus. O Senhor quer que os seus filhos experimentem prosperidade e
cura (Mt. 7:7-11).

O dízimo representa a Cristo diante de Deus. Cristo é as primícias assim como é o dízimo. Dessa
forma o dízimo é símbolo do próprio Senhor Jesus. Cada vez que você participa da ceia e cada vez
que entrega o dízimo você está relembrando Deus a respeito do seu Filho.

Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem.
Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua
vinda. I Cor. 15:20 e 23

Cristo é as primícias e uma vez que as primícias ressuscitaram temos a garantia que toda a colheita
vai ressuscitar também. As primícias são o dízimo e uma vez que o dízimo é abençoado todo o resto
é também abençoado. O que acontecer ao dízimo vai acontecer ao resto.

A revelação do dízimo

Somente aqueles que receberam a revelação sobre o dízimo é que deveriam entregá-lo. Não é uma
questão de cumprir uma lei, mas de ser abençoado nesse tempo da graça. Se você vê o dízimo como
uma obrigação da lei você não está qualificado para entregá-lo. O que você pensa que sua esposa
sentiria se você a beijasse apenas porque é uma obrigação da lei? E se você ainda dissesse: “eu beijo
você porque não quero que você me amaldiçoe”. Ou se você respondesse: “eu beijo você para você
ficar feliz e fazer comida para mim.” Ela se sentiria ultrajada.

Infelizmente muitos entregam o dízimo por essas mesmas razões. Alguns têm medo da maldi- ção,
outros querem merecer uma bênção e muitos o fazem apenas porque é um mandamento. Se sua
esposa se sente ultrajada com um beijo dado com essas motivações, imagine o que Deus sente.

Certamente nesse tempo da graça nós entregamos o dízimo, mas como resultado de revelação da
graça. Abraão teve uma revelação que todos nós precisamos ter também.

Após voltar Abrão de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele, saiu-lhe ao encontro o
rei de Sodoma no vale de Savé, que é o vale do Rei. Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e
vinho; era sacerdote do Deus Altíssimo; abençoou ele a Abrão e disse: Bendito seja Abrão pelo
Deus Altíssimo, que possui os céus e a terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus
adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe deu Abrão o dízimo. Então, disse o rei de Sodoma a
Abrão: Dá-me as pessoas, e os bens ficarão contigo. Mas Abrão lhe respondeu: Levanto a mão ao
SE- NHOR, o Deus Altíssimo, o que possui os céus e a terra, e juro que nada tomarei de tudo o que
te pertence, nem um fio, nem uma correia de sandália, para que não digas: Eu enriqueci a Abrão.
Gn. 14:17-23

Quando Abraão voltou da batalha contra os reis ele trouxe todas as pessoas e todas as riquezas de
Sodoma consigo. Foi nesse momento que dois reis vieram ao seu encontro: o rei de Sodoma e
1
Melquisedeque rei de Salém. Isso não foi por acaso (leia Gn. 14:17-23).
Era essa a hora que Abraão necessitava da ministração de Melquisedeque. Ele trouxe pão e vinho
para nutrir a Abraão.

Depois de uma grande batalha Abraão estava cansado e fraco. Nesse momento o rei de Sodoma
veio para tentar a Abraão. Esse é o momento em que somos mais propensos a cair na tentação. Mas
o Senhor Jesus, na pessoa de Melquisedeque, trouxe pão e vinho para fortalecer a Abraão contra as
tentações do rei de Sodoma.

O rei de Sodoma disse a Abraão que ele poderia ficar com todas as riquezas, mas Melquisedeque
abençoou a Abraão dizendo que o Deus altíssimo possui os céus e a terra (leia o verso 19). O diabo
pode oferecer riquezas, mas apenas Deus possui todas as coisas. Nós servimos a esse Deus.
Não é que Abraão não queria ser rico, ele apenas não queria se enriquecer da maneira do rei de
Sodoma, ele preferiu entregar o dízimo de tudo o que possuía. Isso mostra que nós enriquecemos
entregando o dízimo.

A palavra de Deus diz que Ló seguiu o rei de Sodoma em vez de seguir a Malquisedeque. Ele foi
morar em Sodoma e depois que Deus destruiu a cidade ele perdeu tudo o que possuía (Gn. 19).
Abraão trouxe de volta todos os bens do seu sobrinho, mas Ló não entregou o dízimo e, no final
todos os seus bens foram destruidos em Sodoma. Ele certamente morreu pobre.
Não se menciona que Melquisedeque tenha oferecido pão e vinho a Ló. Isso nos mostra que Ló não
tinha a revelação da ceia do Senhor. A comunhão não é oferecida a todos. É somente para aqueles
que possuem a fé do tipo de Abraão. O dízimo não é para todos, é somente para os crente do tipo de
Abraão.

Eu creio que o dízimo não é para toda a igreja, mas somente para aqueles que têm experimenta- do
a bondade de Deus e tem entendido que o Deus Altíssimo possui os céus e a terra. Os dez por cento
são apenas a declaração de que Deus é a nossa fonte.

Abraão teve a revelação de que ele não precisava seguir o rei de Sodoma para ficar rico. Ele sabia
que servia a um Deus que possui todas as coisas. A mentalidade natural pensa que Deus tira de uns
para dar a outros, mas a verdade é que Deus é tão rico que ele tem mais que o suficiente para
abençoar a todos os que o buscam. Infelizmente Ló não teve essa revelação e seguiu o rei de
Sodoma. Por um momento teve riqueza e posição, mas no final perdeu tudo.

Depois de receber o pão e o vinho Abraão entregou o dízimo. Entregar o dízimo é a resposta
espontânea daquele que entendeu o pão e o vinho. Tanto o pão quanto o vinho traduzem o amor de
Deus demonstrado na cruz. Quando entendemos esse amor nós espontaneamente entregamos o
dízimo como resposta a esse amor.

A VONTADE DE DEUS É CURAR


1
O fundamento da nossa fé é o conhecimento da vontade de Deus. Quando temos convicção e
clareza a respeito da vontade de Deus sobre alguma coisa nós temos fé para entrar na posse dela.
Esta é a razão porque muitas pessoas não recebem a cura, elas não têm certeza de que a vontade de
Deus é curá-las.

Se mostrarmos para alguém a verdade de que por meio do sangue de Jesus nossos pecados são
perdoados eles rapidamente aceitam, mas quando mostramos que pela cruz eles são curados, eles
ficam reticentes. Mas a mesma Bíblia que diz que se confessarmos os nossos pecados ele é fiel para
nos perdoar, também que diz que pelas pisaduras de Jesus nós somos sarados. É a mesma Bíblia e a
mesma cruz. Deus é verdadeiro e a obra de Jesus na cruz é perfeita, por isso podemos crer nas duas
verdades do mesmo modo.

Faz parte da nossa herança a cura da toda enfermidade. É da vontade de Deus que vivamos uma
vida plena e saudável. Porque o Filho de Deus veio para nos dar vida e vida em abundância. Mas
ainda vivemos em um mundo caído e estamos sujeitos á enfermidades e a ataques do maligno, mas
podemos ter certeza de que a vontade de Deus é sempre a cura.

Eu gosto de ler a respeito do milagre onde um leproso disse a Jesus: “Se quiseres, podes purifi- car-
me.” A palavra de Deus diz que “Jesus, profundamente compadecido, estendeu a mão, tocou-o, e
disse-lhe: Quero, fica limpo!” (Marcos 1.41). A resposta do Senhor foi enfática: “Eu quero!”.
Precisamos repetir para nós mesmo sempre essa verdade: Jesus quer curar. Ele não mudou.

Aquele leproso tinha fé de que Jesus poderia curá-lo se Ele quisesse. Jesus respondeu de uma vez
por todas que realmente era a Sua vontade.

“E esta é a confiança que temos para com ele, que, se pedirmos alguma coisa SEGUNDO A SUA
VONTADE, ele nos ouve. E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos
certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito...”1 João 5.14,15

Examine o seu próprio coração para ver se em você existe alguma resistência para receber a cura.
Você deve alegrar-se ao ficar sabendo que Deus fez provisões por meio do Seu Filho, para aqueles
que sofrem dores acharem alívio. Depois de você receber provas suficientes de que a cura é para
todas as pessoas, você poderá orar a “oração da fé”.

Para que a sua fé seja alimentada e fortalecida, gostaria de enumerar algumas razões bíblicas
porque é a vontade de Deus curar os enfermos.

A cura demonstra o amor do Pai

Tudo o que Jesus fez foi para demonstrar o amor e a natureza do Pai. Assim Ele só curou os
enfermos porque o Pai o comissionou para fazer isso. Enquanto Jesus estava na Terra ele curou
todas as pessoas enfermas que vieram a Ele. Não houve uma sequer que tivesse crido que ele a
deixasse de curar. Ele fez isso porque era a vontade do Pai. Nós hoje podemos ter certeza que a
vontade do Pai não mudou, ele continua desejando curar a todos. Ele é o mesmo ontem, hoje e
eternamente. Ele nunca muda.
1
“O Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o
que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz.” João 5.19
“E quem me vê a mim, vê aquele que me enviou.” João 12.45

Jesus apenas curou, ele nunca fez pessoa alguma adoecer para lhe ensinar uma lição de moral, para
trazê-la para mais perto dEle, ou para ela aprender a paciência. Nem castigou alguém com enfer-
midades, em ocasião alguma.

Certa vez, depois terem sido rejeitados pelos samaritanos, Tiago e João perguntaram a Jesus:
“Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir?” Assim como Tiago e João
nós imaginamos que a intenção de Deus seja exatamente essa, a destruição os pecadores. Mas o
Senhor os repreendeu dizendo: “Vós não sabeis de que espírito sois. Pois o Filho do Homem não
veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las.” A intenção do Pai nunca é mandar
enfermidades, mas curá-las; nunca é oprimir, mas libertar o cativo.

Apesar disso, há aqueles que têm medo que a ira de Deus os atingirá nessa área. É “o ladrão quem
vem para roubar, matar, e destruir”; e não Deus!

A cura é proclamada pelo Pai em Êxodo 15.26: “Eu sou o SENHOR que te sara.”
Esse único texto bíblico nos conta quem é Deus: Ele é aquele que cura. Também nos mostra quem
Deus curará: a ti, e por fim, nos revela quando Deus curará: agora! O tempo de Deus para a cura,
assim como no caso da salvação, é agora, não quando Ele resolver fazê-lo. Ele já proclamou que
Sua vontade é fazê-lo agora!

A enfermidade é uma obra do diabo

“Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e poder, o qual andou por toda parte,
fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele.” Atos 10.38

“Para isto se manifestou o Filho de Deus, para destruir as obras do diabo.” 1 João 3.8

Estes trechos bíblicos mostram não somente de onde provém a cura, como também de onde provém
a enfermidade. Que tipo de opressão precisa de cura? Só pode ser a enfermidade. Portanto, o diabo
oprime as pessoas com doenças, mas Jesus veio para curar os oprimidos de satanás. A enfermidade
é uma obra do diabo, mas o Filho de Deus se manifestou para desfazer as obras do inferno.

O ministério do Senhor foi movido pela Sua compaixão. Os enfermos eram curados porque o
Senhor se fez homem e soube o que é padecer. Ele nunca ficou enfermo, mas podia compreender a
dor do fardo da enfermidade. A Sua compaixão permanece sobre nós para nos livrar de toda dor e
maldição. Você precisa ter clareza de que o Senhor é compassivo e deseja curar hoje como fez nos
dias em que andou na terra.

Desembarcando, viu Jesus uma grande multidão, compadeceu-se dela e curou os seus enfermos.
Mt. 14:14
A compaixão do Senhor está sobre você. Naqueles dias as pessoas estavam sofrendo, mas ainda
hoje estão sofrendo também. A boa notícia é que a sua compaixão permanece a mesma.
1
A cura é por causa do sacrifício de Cristo

A Palavra de Deus nos diz claramente que o Senhor Jesus levou as nossas enfermidades. Por isso eu
lhe digo que a vontade de Deus só pode ser: curar você. Se ele enviou Jesus para levar a suas
doenças, por que agora ele mandaria enfermidades para você? Se Ele fizesse isso ele seria
completamente incoerente. Imagine um laboratório que produz remédios, mas que também espalha
enfermidades? Mesmo nesse mundo caído isso seria uma aberração.
Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo
que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Isaías 53.5
Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos
para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados. 1 Pedro 2.24.

Se você consegue crer que o laboratório quer curar doenças e não espalhá-las, então você precisa
admitir que o nosso Deus infinitamente mais santo e fiel deseja trazer cura e saúde. De uma vez por
todas está decretada a sua vontade, pois ele diz: “Eu sou o Senhor que te sara!” (Êxodo 15.26).
Se o Senhor Jesus morreu por você quando você nem sequer se lembrava dele e ainda era rebelde
contra Deus, por que ele lhe negaria agora apenas um toque de cura quando você está buscando a
sua face? Aquele não nos negou seu próprio Filho, agora vai nos negar a cura? Quem decidiu nos
dar o próprio Filho não nos nega coisa alguma que necessitamos.

No Salmo 103.2-3 a Palavra de Deus diz “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de
nem um só de seus benefícios. Ele é quem perdoa todas as tuas iniquidades; quem sara todas as tuas
enfermidades...”

Se não for da vontade de Deus curar algumas enfermidades ou algumas pessoas, também não deve
ser Sua vontade perdoar alguns pecados ou algumas pessoas. A verdade do perdão mais uma vez
nos é apresentada juntamente com a verdade da cura.

Na cruz o Senhor Jesus nos redimiu do pecado e nos comprou de volta para Deus. Como escravos
do pecado éramos oprimidos por todo tipo de maldição, mas agora como servos de Cristo
experimentamos a sua bênção.

“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar, porque
está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro; para que a bênção de Abraão
chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos pela fé o Espírito prometido... E,
se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão, e herdeiros segundo a promessa.” (Gálatas
3.13, 14, 29)

A maldição da lei a qual Paulo se refere nesse texto está alistada em Deuteronômio 28. Muitas
enfermidades estão colocadas individualmente na lista, e quanto àquelas que não estão na lista, o
versículo 61 se refere a qualquer outra enfermidade.

A cura é a parte da salvação


1
A palavra grega traduzida por “salvar” é “sozo”, como já foi dito. Significa “salvar, libertar,
proteger, curar, preservar, estar saudável, tornar saudável.” É a palavra empregada em Lucas 9.56; 1
Coríntios 1.21; Tiago 5.15; Marcos 16.16; Lucas 7.50; João 3.17; Atos 4.12; Romanos 10.9, 3; Ef
2.8. A palavra grega traduzia “curado” e “são” empregada em Marcos 5.23; Lucas 8.36; Atos 14.9;

Mateus 9.21; 22; Marcos 6.56; 10.52; Lucas 8.50; 17.19; Atos 4.9 também é “sozo”. Tem
exatamente o mesmo significado que tem na lista anterior de referências bíblicas.

Nunca Deus pretendeu que o homem separasse a cura da salvação. O Salvador era e continua sendo
Aquele que Cura.

A cura comprova que Jesus Cristo é o filho de Deus


Jesus disse que as curas que Ele fazia atestavam a Sua origem divina. Ele disse claramente que a
cura dos enfermos era um sinal evidente de que Ele era o Filho de Deus

“Então daquele a que o Pai santificou e enviou ao mundo, dizeis: Tu blasfemas, porque declarei:
sou filho de Deus? Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis; mas, se faço, e não me
credes, crede nas obras; para que possais saber e compreender que o Pai está em mim, e eu estou
no Pai.” João 10.36-38

A cura demonstra que Jesus Cristo vive


Jesus nos deu autoridade para usar o Seu nome a fim de realizarmos as mesmas obras que Ele fazia
enquanto estava na Terra. Ele disse também, porém, que ele o faria. Ele ainda está vivo fazendo
aquilo que pedimos em nome dEle.

“Aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço, e outras maiores fará, porque eu vou
para junto do Pai. E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja
glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.” João 14.12-14

Apenas argumentos teológicos não comprovarão diante dos homens que Jesus Cristo ainda vive.
Contudo, os milagres operados em Seu nome oferecem provas satisfatórias.

Por que fitais os olhos em nós como se pelo nosso próprio poder ou piedade o tivéssemos feito
andar?... tomai conhecimento vós todos e todo povo de Israel de que, em nome de Jesus Cristo, o
Nazareno, a quem vós crucificastes, e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, sim, em seu nome
é que este está curado perante vós.” Atos 3.12-16 e 4.10

Jesus Cristo é o mesmo ontem e hoje, e será para sempre. Hb 13.8

“Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e poder, o qual andou por toda parte, fazendo o
bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele”. Atos 10.38.
1
Veja também: Mt 12.15; Mt 14.36; Mt 8.16; Lc 4.40) Se a cura era para todos naqueles dias, e já
que Jesus nunca mudou, logo, a cura é para todos hoje também.

A cura é um sinal dos que creem


O evangelho que Ele quer que preguemos a toda criatura, deve incluir a cura, porque aqueles que
crerem no evangelho imporão as mãos sobre os enfermos, e aqueles enfermos ficarão curados:
Esta é a descrição que Deus fez de um crente bíblico que crê no poder de Deus.

“Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome expelirão demônios; falarão
novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se
impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.” Marcos 16.17,18

“Desembarcando, viu Jesus uma grande multidão, compadeceu-se dela e curou os seus enfermos.”
Mateus 14.14
Ouvir aquilo que Jesus fizera edificou a fé nos seus corações, para também receberem a cura.

Benigno e misericordioso é o Senhor, tardio em irar-se, e de grande clemência. O Senhor é bom


para todos, e as suas ternas misericórdias permeiam todas as suas obras.” Salmo 145.8,9

A cura mostra que o evangelho é verdadeiro


A salvação é invisível, mas para comprovar a realidade dela, Deus, na Sua misericórdia, mostra-
lhes algo que podem ver.

“Mas, para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar
pecados disse ao paralítico: Eu te ordeno: Levantate, toma o teu leito, e vai para casa.”
Lucas 5.24

Disse-lhe Pedro: Enéias, Jesus Cristo te cura! Levanta-te, e arruma o teu leito. Ele
imediatamente se levantou. Viram-no todos os habitantes de Lida e Sarona, os quais se
converteram ao Senhor.” Atos 9.34-35

Além disso, a cura atrai os pecadores para ouvirem o evangelho. Os descrentes vêem para ouvir e
experimentar o amor de Deus através do Seu poder para curar, e também ouvem falar no Seu amor
através do Seu poder para salvar.

“Seguia-o numerosa multidão, porque tinham visto os sinais que ele fazia na cura dos enfermos.”
João 6.2

A cura glorifica a Deus

(Depois de curado o paralítico)... “Imediatamente se levantou diante deles e, tomando o leito em


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que permanecera deitado, voltou para casa, glorificando a Deus. Todos ficaram atônitos, davam
glória a Deus...” Lucas 5.25,26
A verdadeira alegria é o júbilo depois de um milagre. O verdadeiro louvor e adoração procedem de
um povo que tem experimentado o poder de Deus na cura e na libertação no meio da Igreja.

A cura edifica a fé das pessoas


(dito a respeito do leproso depois de ter sido milagrosamente curado)... “Mas, tendo ele saído,
entrou a propalar muitas coisas e a divulgar a notícia, ao ponto de não mais poder Jesus entrar
publicamente em qualquer cidade...” Marcos 1.45
Ninguém deve discordar que a vontade de Deus é curar. Não compreendemos porque nem todos são
curados, mas sabemos com certeza que todo o que pede recebe e quem busca acha. O Senhor Jesus
veio para nos dar vida e vida em abundância. É inconcebível uma vida abundante cheia de
enfermidade.

BUSQUE O SEU MILAGRE


Passados dois dias, partiu dali para a Galiléia. Porque o mesmo Jesus testemunhou que um profeta
não tem honras na sua própria terra. Assim, quando chegou à Galiléia, os galileus o receberam,
porque viram todas as coisas que ele fizera em Jerusalém, por ocasião da festa, à qual eles também
tinham comparecido. Dirigiu-se, de novo, a Caná da Galiléia, onde da água fizera vinho. Ora,
havia um oficial do rei, cujo filho estava doente em Cafarnaum. Tendo ouvido dizer que Jesus viera
da Judéia para a Galiléia, foi ter com ele e lhe rogou que descesse para curar seu filho, que estava
à morte. Então, Jesus lhe disse: Se, porventura, não virdes sinais e prodígios, de modo nenhum
crereis. Rogou-lhe o oficial: Senhor, desce, antes que meu filho morra. Vai, disse-lhe Jesus; teu
filho vive. O homem creu na palavra de Jesus e partiu. Já ele descia, quando os seus servos lhe
vieram ao encontro, anunciando-lhe que o seu filho vivia. Então, indagou deles a que hora o seu
filho se sentira melhor. Informaram: Ontem, à hora sétima a febre o deixou. Com isto, reconheceu
o pai ser aquela precisamente a hora em que Jesus lhe dissera: Teu filho vive; e creu ele e toda a
sua casa. Jo. 4:43-54

Deus tem o milagre que você está esperando. Deus não está tentando juntar fé suficiente para fazer
o seu milagre! Ele não precisa esperar até que você tenha juntado moedas o suficiente para liberar
as finanças em sua vida. Deus não está esperando que as águas se movam para que Ele possa operar
a cura em sua vida.

Para Deus não há falta de poder, nem de recursos ou de vontade de operar o seu milagre. Se o seu
milagre ainda não aconteceu o problema não está em Deus e talvez não esteja em você também.
Pode ser que o nível de fé das pessoas ao seu redor seja baixo ou talvez você foi exposto a um tipo
de ensino errado que limita o poder de Deus.
1
Eu creio que uma das mentiras malignas mais destrutivas não é que Deus não pode operar milagres,
mas que o seu milagre ainda está muito longe. O inimigo diz: “Sim, Deus é poderoso, e sim, Ele
pode curá-lo, mas o seu milagre ainda está muito longe. Certamente Deus tem o seu tempo para
fazer todas as coisas, mas nós devemos crer sempre para agora. A fé toma o fato como já tendo
acontecido.

Quando Deus o criou ele formou você para o sobrenatural, e quando o Senhor colocou fé em você
ele o equipou para os milagres. Há algo em você que espontaneamente anseia pelo sobrenatural.
Cada vez que você ora, ouve um testemunho ou lê a respeito de um milagre sua fé é imediatamente
despertada. Você consegue perceber o que eu estou dizendo? Cada vez que você se vê numa
situação desesperadora, ou enfrentando uma necessidade esmagadora ou uma profunda
preocupação, sua fé busca pelo milagre, pela intervenção divina. E é exatamente isto que é um
milagre: a intervenção de Deus em nossa necessidade.

Eu creio que Deus já fez tudo o que é necessário para que você receba o seu milagre. Você precisa
apenas tomar os passos bíblicos para recebê-lo.

Antes porém você precisa se libertar da teologia errada que nunca vê o sobrenatural. Precisa ver
além das limitações da capacidade humana e crer no poder de Deus.
No texto que lemos encontramos um oficial do rei com uma necessidade desesperadora. Ele veio de
uma outra cidade que estava a cerca de 40 quilômetros de onde Jesus estava, mas ele foi buscar o
milagre que ele precisava. As palavras do Senhor para ele parecem indicar que aquele homem não
era cheio de fé. O Senhor lhe disse: “Se, porventura, não virdes sinais e prodígios, de modo nenhum
crereis.”

Eu sei que quando falamos de milagres não há uma única pessoa que não tenha de lidar com a
dúvida. Mas você não precisa se desesperar porque a fé não é a completa ausência de dúvida, mas é
a escolha deliberada de acreditar, apesar da dúvida. O que eu quero que você faça hoje é optar por
não alimentar a sua dúvida, mas a sua fé.

A Bíblia tem muito a dizer sobre o poder de Deus para operar milagres. A Palavra de Deus é muito
clara sobre isso:
“Jesus, fitando neles o olhar, disse-lhes: Isto é impossível aos homens, mas para Deus tudo é
possível.” Mateus 19:26
“Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas.” Lucas 1:37
“Ao que lhe respondeu Jesus: Se podes! Tudo é possível ao que crê.” Marcos 9:23

Hoje eu desafio você a crer que aquilo que a Bíblia diz sobre o poder de Deus é verdadeiro. Eu
desafio você a crer que Deus quer fazer o milagre na sua vida hoje. Eu desafio você a sair da zona
de conforto do seu ambiente natural e entrar na esfera do miraculoso e do sobrenatural.
Eu desafio você a rejeitar todas as crenças erradas que impedem você de crer e receber o seu
milagre. O seu passado e sua crença limitante são como um ladrão que rouba o milagre que você
está esperando em Deus.

Declare em voz alta: “Eu escolho crer e não duvidar. Eu creio que o meu Deus é um Deus de
milagres. O Senhor me ama e está operando o meu milagre agora mesmo. Eu sei que quando eu
creio pelo milagre eu estou honrando o meu Deus.”
1
Existem três coisas que impedem as pessoas de receberem o milagre. Primeiro são as crenças
erradas que procedem de teologias equivocadas. Teologias que não são bíblicas produzem confusão
e dúvida. Qualquer ensino que não alimenta a sua fé precisa ser rejeitado.

Em Gálatas 3:5 Paulo faz uma pergunta muito séria: “Aquele, pois, que vos concede o Espírito e
que opera milagres entre vós, porventura, o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé?” Somente
a pregação da fé pode liberar o Espírito de Deus e a manifestação dos milagres na sua vida.

A segunda coisa que impede os milagres são os relacionamentos com pessoas erradas. As pesso- as
com quem você gasta a maior parte do seu tempo vão influenciar o seu nível de fé. Nossos
relacionamentos são muito importantes, eles podem alimentar força ou fraqueza, fé ou
incredulidade. Não há relacionamentos neutros. Até as experiências que você terá em Deus
dependem das pessoas que estão ao seu derredor.

Se você gasta a maior parte do seu tempo com pessoas que estão sempre procurando razões para
explicar porque não possuem um caráter como o de Cristo, porque não são fiéis na igreja, porque
suas palavras são impuras, então saiba que você será tentado a ser como elas.
A terceira coisa que impede os milagres são as motivações desequilibradas. Motivações erradas
produzem orgulho e egoísmo. A maior parte das pessoas do mundo hoje escolheram viver por meio
de seus recursos humanos e caminhar em seus próprios caminhos indiferentes a Deus e a sua
vontade.

Então o que é necessário para alcançar o seu milagre?

Creia que Deus quer recompensar, não punir

Hebreus. 11:6 diz que “sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que
se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam.”

O texto que lemos começa com as palavras de Jesus que um profeta não tem honra em sua cidade
natal. Imediatamente depois disso vemos que esse oficial honrou a Jesus crendo que ele poderia
fazer o milagre e curar o seu filho.

Aquele oficial do rei cria o suficiente para ir buscar o seu milagre a cerca de 40 quilômetros de
distância. Se você deseja receber o seu milagre você precisa crer que a vontade de Deus é
recompensar, não punir.

Posicione-se para vitória, não para derrota

O que eu gosto na história desse homem que tinha uma posição alta na corte do rei é que ele veio
onde o Senhor estava e implorou. Uma outra versão diz que ele suplicou pela cura do seu filho.
Normalmente pessoas importantes não assumem esse tipo de posição.

Se você quer ver os milagres, posicione-se como aquele que está buscando, que está crendo e que
está testemunhando sobre isso. Você precisa se posicionar pela vitória. Este homem decidiu agir por
fé e ir para onde Jesus estava. Ele precisou de fé para deixar seu filho e procurar a Jesus, mas
1
precisou de mais fé ainda para crer na palavra do Senhor e voltar para casa e ver seu filho curado.
Isso nos mostra um princípio. Mais importante que a cura do garoto era a fé do seu pai. Agora
entenda isso, mais importante que as suas circunstâncias, é a sua fé.

Se você busca o seu milagre creia que Deus deseja recompensar, não punir. Posicione-se para a
vitória, não para a derrota.

Fale de fé, não de dúvida

Eu sei que você tem dúvidas. Todos nós temos, isso é natural. Mas a maneira como você silencia
suas dúvidas é se recusando a pensar sobre elas, e escolhendo falar de fé. Quando você clamar em
fé você chamará a atenção do Senhor. O clamor da fé sempre atrai a atenção do Senhor.

A Bíblia diz que havia um cego chamado Bartimeu. As pessoas lhe disseram que Jesus estava
passando, então ele começou a gritar bem alto. O seu clamor fez Jesus parar. O nosso clamor
sempre faz o Senhor parar. Se ele não tivesse clamado em fé, podia ser que o Senhor passasse ao
largo e ele perderia o seu milagre. Mas em vez disso ele foi em busca da sua cura.

Aqui está o que pode parar o Senhor e chamar a sua atenção: o clamor de fé. Se não há fé ele vai
passar de nós. Você já observou que o Senhor nunca disse: “Deixe-me ver o que posso fazer por
você”. Mas ele sempre disse: “O que você quer que eu faça por você?” Por que? Porque ele suprirá
a nossa necessidade de acordo com o nosso clamor de fé.

Alguns imaginam que serão ouvidos se chorarem bastante ou se demonstrarem toda a sua dor. Mas
o céu é movido por fé. Lágrimas são boas, mas a fé move os céus. A fé toca o coração de Deus,
porque somente a fé honra o Senhor.

Se você clamar em fé, não duvidando, você terá a atenção do Senhor. Então vá em frente e peça! O
oficial do rei disse: “Senhor, desce, antes que meu filho morra.” É importante que você fale de fé e
não da dúvida.

A palavra confessar no grego é “homologeo”. Essa palavra tem o sentido de fazer uma declara- ção
pública através da qual um contrato ou lei é estabelecido. É por isso que a lei é homologada quando
é publicada. Nossa fé também precisa ser homologada e isso acontece quando confessamos.
Quando confessamos a palavra de Deus nós a estamos homologando como lei em nossa vida.

Faça confissões de vitória a respeito de seus pedidos. Você nunca alcançará o palácio falando como
um camponês. O milagre começa com a sua confissão. Você recebe o que você confessa. A sua
mente é programada pelo que você fala e pelo que ouve. A vida e a morte estão no poder da língua
(Pv. 18:21). Confesse os seus alvos em voz alta para si mesmo e também fale dos seus alvos
somente com pessoas que possam contribuir com você.

Muitos de nós somos como um Bartimeu calado. O Senhor Jesus está passando, mas como não há
nenhum clamor de fé, ele simplesmente vai embora. Quantos milagres temos deixado de receber
porque não clamamos e confessamos a nossa fé diante do Senhor.

Se quer buscar o seu milagre creia que Deus deseja recompensar, não punir. Posicione-se para a
vitória, não para a derrota. E fale de fé, não de dúvida.
1
Responda com convicção, não com confusão

Depois de viajar quase 40 quilômetros para chegar a Jesus, e suplicando-lhe uma e outra vez,
gritando em fé pela cura do seu filho, ele ouve Jesus dizer apenas quatro palavras: “Vai, teu filho
vive”. O texto diz que o homem creu no Senhor e o mais impressionante é que ele não foi embora
para casa imediatamente. Diz o evangelho que somente no outro dia ele chegou em casa. No verso
53 lemos que ele perguntou aos servos a que horas o menino tinha sarado e eles responderam:
“Ontem, à hora sétima a febre o deixou”. Jesus curou o menino na hora do almoço, mas ele só
chegou em casa no outro dia. Sendo um oficial do rei ele não viajava a pé e a distância de sua casa
era de apenas 37 quilômetros, algo que poderia ser feito em poucas horas a cavalo. Ele certamente
estava tão satisfeito por ter recebido o milagre que dormiu durante toda a noite em profundo
descanso. Aquele que crê descansa. Nossas palavras e nosso comportamento devem andar em
harmonia, não em confusão.

Coloque-se no lugar daquele homem. Não havia meios de saber se seu filho tinha sido realmente
curado. Ele andou exclusivamente com base na fé do que o Senhor disse. Talvez se fosse hoje,
pegarí- amos nosso telefone celular e ligaríamos imediatamente para saber se o menino estava bem.
Aquele homem porém não saiu correndo para casa. Seu filho já estava bem, não havia mais com o
que se preocupar. Para ele as palavras de Jesus eram suficientes. Ele creu e foi descansar. Só no
outro dia voltou para casa.

Algumas pessoas pensam que Deus responde aos nossos bons sentimentos, nossas lágrimas e nossa
dor, mas a verdade é que apenas a expressão de nossa fé pode agradar o Senhor.

Você quer buscar o seu milagre? Creia que Deus deseja recompensar, não punir. Posicione-se para a
vitória, não para a derrota. Fale de fé, não de dúvida e responda sempre com convicção e não com
confusão.
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Tipos de
Oração
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PEÇA E RECEBA

O segredo de uma vida cristã frutífera e abençoada, de uma vida cristã que faz a diferença é oração
respondida.

A oração respondida é a diferença entre o cristão vencedor e aquele que vive como derrotado.
Essa é a diferença entre um ministério grande e vencedor, e um ministério medíocre. Oração res-
pondida. É isso que faz a diferença entre filho e filho, entre discípulo e discípulo. Oração
respondida é o que o enriquece e acrescenta realidade na sua vida espiritual.

Todos nós precisamos ter experiências de orações respondidas. São essas experiências que
fortalecem e aumentam a nossa fé. Pessoas que oram e vêem a resposta da sua oração adquirem
mais fé para orar por outros, e elas oram cada vez mais porque sabem que a oração funciona.
Pessoas que têm a oração respondida são prósperas e abençoadas, elas desfrutam do melhor de
Deus. O segredo portanto, de uma vida cristã plena e abundante é a “oração respondida”. Isso é
vital.

Nossa vida cristã torna-se meramente religiosa se as orações não funcionam. Nosso culto será
apenas um ritual vazio se as orações não funcionam. De nada adianta nosso empenho e trabalho na
vida da Igreja se as orações não funcionam.

Se nós oramos apenas por orar, se as nossas orações são apenas um ritual religioso e não
esperamos realmente que nada aconteça, então a vida espiritual é completamente sem sentido. Se
não conseguimos ser ouvidos por Deus em nossas orações, então nossa vida cristã se torna vazia.

Mas se a oração realmente é respondida, se Deus do alto ouve nosso pedido e atende nosso clamor,
então não existe nada mais poderoso na face da terra do que quando um crente se ajoelha diante do
Pai.

Certamente não existe nada que o inferno tema mais do que um homem ou uma mulher que busca
a face do Senhor e crê que Deus responde a sua oração. A oração é o segredo da vitória. É o
explosivo celestial. É poder que move o braço de Deus.

E quando você tem resposta de oração você ganha autoridade, você cresce em fé, você adqui- re
intimidade com Deus.

Por que alguns recebem a resposta e outros não? Qual é o segredo desses que tem resposta das suas
orações? Será que há algum mistério? Certamente não existe mistério, mas há princípios espirituais
e quero compartilhar alguns deles com você nas próximas aulas.
1
“Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras.
Nada tendes, porque não pedis...”. Tg 4:2
Qual é o veredito de Tiago? “Nada tendes porque não pedis”. A vontade de Deus é dar. E o verso 3
continua: “pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres”.
Por que alguns pedem e não recebem? Porque pedem mal. Não sabem pedir e por isso pedem mal.
Não compreendem como funciona a oração e por isso não desfrutam da alegria de ver a resposta.

O Espírito Santo vai abrir o seu entendimento para você compreender alguns princípios bem
simples da Palavra de Deus, que se praticados podem revolucionar sua relação com Deus.

OS TIPOS DE ORAÇÃO
Paulo adverte-nos a orar em todo tempo “com toda oração” (Ef 6:18). A versão amplificada diz:
“Orai em todo o tempo (em cada ocasião, em cada época) no Espírito, com toda a (maneira de)
oração e súplica”.
Costumamos definir nosso relacionamento com Deus em uma palavra: Oração. Essa é uma arte da
qual muito se fala e pouco se conhece.
Para que a oração seja respondida, deve ser feita de acordo com os princípios estabelecidos na
Palavra de Deus.
Oração é algo objetivo que segue as regras e princípios da Palavra. Se ignoramos tais princípios não
veremos as orações respondidas.
Efésios 6:18 diz que devemos orar com todo tipo de oração. Há diversos tipos de orações e cada um
deles segue princípios claros. Há regras na Palavra de Deus para esses diferentes tipos de oração.
Costumamos definir nosso relacionamento com Deus em uma palavra: Oração. É preciso, contudo
saber que há diversos tipos de oração.
Numa farmácia encontramos diversos tipos de medicamentos. Cada um deles destinado a tratar
certo tipo de enfermidade. O mesmo acontece no mundo do esporte. Há diversas modalidades de
esporte, mas cada uma delas tem suas próprias regras. Que confusão seria alguém tentar jogar
futebol usando as regras de basquete!
No mundo da oração muitos têm agido assim. Não admira que as orações não sejam respondidas.
Deus deseja ouvir nossas orações, mas precisamos aprender a orar corretamente.
Podemos classificar as orações em três níveis diferentes: há orações quer possuem Deus como
centro, outras onde nós estamos no centro e ainda aquelas onde o Outro está no centro.

Deus como centro das nossas orações


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Há orações que são dirigidas a Deus, visando Deus mesmo, o que Ele é, o que Ele faz e o que Ele
nos tem feito. Outra coisa não buscamos, senão apresentar-lhe nossa gratidão, louvor e adoração.
Dentro deste nível temos três tipos de oração:

Ações de graça
A expressão do nosso reconhecimento e gratidão a Deus pelo que nos tem feito. Basicamente é
a oração que expressa gratidão a Deus pelas bênçãos que Ele tem derramado sobre nós.

Louvor
A oração de louvor é um passo além das ações de graça. São expressões de louvor a Deus pelo
que Ele faz. Louvar é reunir todos os feitos de Deus e expressá-los em palavras, numa atitude
de gratidão.

Adoração
O tipo de oração que exalta Deus pelo que Ele é. É a entrada no Santo dos Santos para res- ponder
ao amor de Deus. Ali nada fala do homem, mas de Deus. É o reconhecimento do que Deus é. É a
resposta do nosso amor ao amor divino.

Nós mesmo como o centro das nossas orações

Aqui vamos a Deus para apresentar necessidades pessoais. Embora falando com Deus, o foco da
atenção é a satisfação de nossas necessidades. Vamos a Deus em busca de uma resposta para a
alteração de alguma circunstância em nossa vida. Nesse nível temos também três tipos de oração.

Petição
É “um pedido formal a um poder maior”. É a apresentação a Deus de um pedido, visando satisfazer
uma necessidade pessoal, tendo como base uma promessa de Deus. Nesse tipo de oração já temos o
conhecimento de qual é a vontade de Deus, pelo que o pedido será feito em fé, com a certeza da
reposta, antes mesmo da sua manifestação, de acordo com Marcos 11:24.

Consagração ou Dedicação
É uma atitude de submissão à vontade de Deus. Essa oração é para as ocasiões em que a vontade de
Deus é desconhecida. Exige espera, consagração e inteira disposição de conhecer e seguir a vontade
do Pai.

Entrega
É a transferência de um cuidado ou inquietação para Deus. É lançar o cuidado sobre o Senhor, com
um conseqüente descanso. Essa oração é feita quando um cuidado, um problema ou inquietação nos
batem à porta.
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Os outros como o centro das nossas orações

Intercessão
Aqui vamos a Deus como sacerdotes, como intercessores, levando a necessidade de outra pessoa.
Nossa motivo primeiro é ver circunstâncias alteradas na vida de outrem. Esta é a oração de
intercessão. Interceder é colocar-se no lugar de outro e pleitear a sua causa.

OBSTÁCULOS DA ORAÇÃO
O propósito de Deus é ouvir todas as orações. Jesus disse: “Graças te dou porque sempre me
ouves” (Jo 11:42). Mas há obstáculos, problemas, inimigos que se infiltram na vida de oração e
impedem a manifestação do poder de Deus. Vejamos alguns deles.

Relacionamentos errados na família (I Pe 3:1-7)


O não cumprimento dos deveres dos cônjuges um para com o outro. A vida conjugal deve ser posta
diante de Deus. Se ss orações não estão sendo respondidas; deve haver falhas no relaciona- mento
conjugal.

Falta de perdão (Mc 11:25)


Nossas orações são ouvidas somente se nossos pecados estão perdoados; mas Deus não pode nos
perdoar enquanto nós guardamos o mal contra aqueles que nos ofenderam.
Qualquer que guarda espírito de rancor ou mágoa contra alguém, fecha os ouvidos de Deus para
sua própria petição.

Motivação errada (Tg 4:3)


Um sério obstáculo à oração é pedir a Deus coisas que realmente não necessitamos, com o
propósito de satisfazer desejos egoístas. “Quer comais; quer bebais, fazei tudo para a glória de
Deus” (I Co 10:31).
Podemos orar por coisas em linha com a vontade de Deus, mas se o motivo for errado, não haverá
resposta. O propósito primeiro da oração é a glória de Deus.

Toda a forma de desobediência a Deus (Is 59:1,2)


Uma atitude de rebeldia ou desobediência à palavra de Deus fecha os céus para nós. Qualquer
pecado não confessado torna-se inimigo da oração. Uma vida de obediência ao céu abre o caminho
à resposta de Deus

“E aquilo que pedimos, dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos
diante dele o que lhe é agradável” (I Jo 3:22).

Ídolos no coração (Ez 14:3)


Ídolo é toda e qualquer pessoa ou coisa que toma o lugar de Deus na vida de alguém. É aquilo que
se torna o objeto supremo da afeição. Aquilo que mais ocupa nosso pensamento. Deus deve ser
1
supremo em nossa vida.

Falta de generosidade para com os pobres (Pv 21:13)

A recusa de ajudar o que se encontra em necessidade, quando podemos fazê-lo, impede a resposta
às nossas orações.

Dúvida e incredulidade (Tg 1:5-7)

A dúvida rouba a bênção de Deus. A dúvida vem da ignorância da Palavra de Deus.

A incredulidade é quando alguém sabe que há um Deus que responde as orações, e ainda
assim não crê em Sua Palavra. O incrédulo chama Deus de mentiroso.

Também não dependa da fé do outro. A cada crente, Deus deu uma medida de fé. Ela veio quando
nos tornamos uma nova criação em Cristo e recebemos a natureza de Deus.

Assim como desenvolvemos nossas capacidades físicas e mentais pelo exercício, desenvolvemos
nossa fé pelo alimento da Palavra de Deus (Jo 15:7).

FORMAS DE ORAÇÃO
Oração Privada
(Mt 6:6)
Cada filho tem direito de entrar na presença de Deus com confiança (Hb 4:16) e apresentar suas
orações.

Oração de Concordância
(Mt 18:18-20)
A versão Ampliada da Bíblia traduz o versículo 19 como “concordarem e harmonizarem juntos ou
fazerem uma sinfonia juntos”. “Sinfonia” é quando todos os instrumentos tocam em harmonia.
Concordar envolve:

· Concordar com a Palavra de Deus. Tenha a plena convicção de que a Palavra de Deus é
verdadeira e ela será cumprida.

· Concordar num só pensamento. Pensar a mesma coisa. Na mente é um campo de batalha e


os pensamentos deverão ser controlados para que estejam em harmonia com Deus e a
Palavra. Algo que ajuda a ter uma mente firme é escrever o objeto da concordância. Quando
a mente se inclinar para outra direção, leve-a a concordar com a Palavra de Deus.

· Concordar com o outro crente com quem se ora. Essa concordância é mais que palavras. É
preciso haver harmonia no coração (Mc 11:25,26).
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Há um poder na concordância (Dt 32:30).
Oração Coletiva
(At 4:23-31)
O corpo orando, em perfeita concordância, com o Espírito Santo e a Palavra de Deus. Esse tipo
de oração tem um tremendo poder (At 5:12).

RECURSOS A SEREM USADOS NAS ORAÇÕES


Orar a palavra
Quando oramos a Palavra, já começamos com a resposta (Ts 55:10,11).

Orar no Espírito - I Co 14:14; Ef 6:18; Jd 20


Em áreas conhecidas pela mente, podemos aplicar a Palavra escrita. Mas aqueles que fogem ao
nosso conhecimento ou quando não temos convicção de qual a vontade de Deus, o Espírito Santo
vem em nosso auxílio (Rm 8:26,27).” Os gemidos inexprimíveis” significando literal: “gemidos que
não podem ser expressos por palavras articuladas”.

A oração no Espírito, além de ser um grande auxílio em todos os tipos de oração, é uma arma
poderosa contra as forças das trevas.

ARMAS CONTRA AS INTERFERÊNCIAS EM NOSSAS


ORAÇÕES

· Temos autoridade, dada por Deus, para abrir e fechar (Mt 16:19).
· A vida de oração é uma batalha (Ef 6:10-18). O tempo passado na presença de Deus é
como que o “carregar da bateria”. Somos supridos para o combate.
· O inimigo é enfrentado com arma de combate: a Palavra de Deus (Ef 6:17).
· O inimigo é enfrentado na autoridade e no Nome de Jesus, a quem tudo se sujeita (Lc
19:10; Mc 16:17).

O inimigo é enfrentado por um poder maior (Mt 12:29). Enfrente o inimigo falando direta mente a
Satanás. Exerça sua fé na obra do Calvário. Neutralize as forças inimigas para que a resposta às
suas orações não seja retida nas “regiões celestes” (Dn 10:12-21).

Aspectos importantes da oração bem-sucedida


Ore ao Pai, em nome de Jesus
É o nome de Jesus que garante a resposta de Deus.
“Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes alguma coisa ao Pai, ele vo-la concederá em meu
nome. Até agora nada tendes pedido em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria
seja completa”. Jo 16:23-24
1
Creia que Deus responde a sua oração (Mc 11:24; I Jo 5:14,15:).
A oração sem fé não produz resultados.

Dependa do Espírito Santo em sua vida de oração (Rm 8:26,27; 8:15).


Sem o auxílio, não se chega ao trono.

Aprenda a orar pelos outros (Ef 6:18).


Há uma lei de semeadura e ceifa no reino do espírito. Quando me envolvo com o corpo,
intercedendo por ele, Deus levantará outros no corpo para intercederem por mim.

Edifique-se a si mesmo, orando no Espírito em línguas (Judas 20; I Cor 14:4).

Oração e Jejum
O jejum não é um mandamento. Mas nem a oração ou a oferta são mandamentos, todavia Deus
deseja que os façamos. Um crente que não ora está seco espiritualmente e não tem discernimento
espiritual. Aquele que não oferta ainda está adorando a mamon como um ídolo.

O jejum é semelhante à aquela importunação ou persistência em oração mencionada por Jesus em


Lucas 11:5-10 e 17:1-8. O jejum adiciona um nível de sinceridade e urgência para nossas petições
diante de Deus. Evidentemente Deus sabe quão sincero somos, mas o jejum é uma chave que nos
ajuda a perceber o quão importante consideramos nossa própria petição. Em outras palavras, o
jejum demonstra uma intensidade na oração que não pode ser demonstrada de outra maneira.

Não existe uma doutrina do jejum, mas ele é mencionado muitas vezes no Novo Testamento:
• Jesus jejuou (Mateus 4:1-11; Marcos 1: 12-13; Lucas 4:1-13)
• Jesus instruiu sobre o jejum (Mateus 6:16-18)
• Jesus explicou a motivação adequada para o jejum (Mateus 9:14-17; Marcos
2:18-22; Lucas 5:33-39)
• Jesus faz uma referência de passagem ao jejum (Mateus 15:32-39; Marcos 8:1-9)
• A profetisa Ana (Lucas 2:37)
• Jesus menciona um fariseu hipócrita em jejum numa parábola (Lucas 18:12)
• Cornelius estava em jejum (Atos 10:30)
• Os discípulos jejuaram (Atos 14:23)
• Uma referência ao jejum dos judeus no Dia da Expiação (Atos 27:9)
• No comissionamento de Barnabé e Saulo (Atos 13:2-3)
• As instruções aos maridos e mulheres dadas por Paulo (I Coríntios 7:5)
• As referências ao próprio jejum de Paulo (II Coríntios 6:5, II Coríntios 11:27).

Para que jejuar?


1
O jejum é uma estratégia espiritual destinada a canalizar e expressar nosso desejo pelo Senhor e
nosso santo descontentamento com esse mundo caído. É para aqueles que não estão satisfeitos e
desejam desfrutar mais do Senhor. É para aqueles que querem mais da graça de Deus. Para aqueles
que se sentem verdadeiramente famintos por Deus.

O jejum é a “abstinência voluntária de alimentos por um cristão para fins espirituais”. As Escrituras
incluem muitas formas de jejum: pessoal e comunitário, público e privado, congregacional e
nacional, regular e ocasional, parcial e absoluto.

Eu creio que o jejum pode incluir a abstinência de tudo o que é legítimo em si mesmo por causa de
algum propósito espiritual especial. Mas o jejum normal significa ficar sem comida (embora não
sem água) durante um certo período de tempo especial (se um dia ou três ou sete), tendo em vista
algum propósito espiritual específico.

O jejum é uma forma como demonstramos que o nosso maior prazer e alegria é estar desfru- tando
da vida de Deus.

Não existe no Novo Testamento nenhuma ordem para que os cristãos jejuem em determina- dos
dias ou numa frequência específica. Mas o jejum é uma ferramenta muito poderosa para que a
deixemos de lado.

Enquanto muitos textos bíblicos mencionam o jejum, os dois mais importantes estão no Evangelho
de Mateus. O primeiro é Mateus 6:16-18, que vem em sequência com os ensinamentos de Jesus
sobre generosidade e oração. O jejum é tão básico para o cristianismo como dar ofertas e orar a
Deus. A chave aqui é que Jesus não disse “se você jejuar”, mas “quando você jejuar”.

O segundo texto está em Mateus 9:14-15. Ali está a resposta se os cristãos hoje devem ou não
jejuar. E a resposta do Senhor é um retumbante sim.

Vieram, depois, os discípulos de João e lhe perguntaram: Por que jejuamos nós, e os fariseus
muitas vezes, e teus discípulos não jejuam? Respondeu-lhes Jesus: Podem, acaso, estar tristes os
convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles? Dias virão, contudo, em que lhes
será tirado o noivo, e nesses dias hão de jejuar. Mateus 9:14-15
Quando Jesus, o nosso noivo, estava aqui na terra entre os seus discípulos, aquele foi um tempo
para a festa. Mas agora ele foi “tirado” dos seus discípulos, por isso hoje eles vão jejuar. Alguns
dizem que o único tempo em que o noivo foi tirado foram os três dias do sepultamento de Jesus,
mas essa interpretação é muito limitada. Hoje o noivo está ausente, por isso esperamos a sua volta.
A igreja primitiva conhecia a importância e a necessidade do jejum. Eles jejuavam para ter a
direção do Espírito nas coisas da Igreja.
E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai- me, agora, Barnabé e Saulo
para a obra a que os tenho chamado. At. 13:2
E, promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os
encomendaram ao Senhor em quem haviam crido. At. 14:23.
O que torna o jejum como uma dádiva é a sua capacidade, pela ação do Espírito Santo, de
concentrar nossos sentimentos e a nossa oração diante de Deus. O jejum anda de braço dado com a
oração. Sem oração o jejum perde o seu sentido espiritual.
1
A ORAÇÃO QUE PREVALECE
Precisamos destruir todo engano maligno em nossa mente a respeito da oração. Muitos têm
desistido de orar porque se sentem acusados e incapazes de corresponder ao padrão de Deus a fim
de terem suas orações respondidas. Pensam que se houver qualquer coisa errada em sua vida Deus
não ouvirá a sua oração. Creio que hoje você será liberto de todo jugo do engano e terá a sua vida
de oração liberada.

Porque orar se Deus sabe todas as coisas?

Muitos dizem isso por causa do que Jesus disse: “o Pai sabe o de que tendes necessidade, antes que
lho peçais.” (Mt. 6:8). Mas o Senhor disse que justamente porque o Pai sabe todas as coisas é que
devemos orar. O Senhor está nos motivando a orar, pois no verso seguinte ele diz: “Portanto, vós
orareis assim...” Mas o espírito de engano leva as pessoas a concluírem exatamente o oposto.
Deus nos criou com a liberdade de escolha, portanto não podemos ser abençoados de maneira
forçada. É como se o Senhor nos dissesse: “tenho todas essas bênçãos para lhe dar: saúde, salvação,
sucesso, sabedoria, mas eu preciso de uma resposta da sua parte, você precisa consentir, concordar
em receber todas essas bênçãos. Eu não posso abençoá-lo contrariando a sua liberdade de escolha.”

Oração nada mais é que o coração aberto, a mente aberta e as mãos abertas para receber. Não
trazemos nada para Deus, mas recebemos tudo da sua mão. Deus não pode abençoar alguém que
está com a mente fechada, o coração fechado e as mãos fechadas. Não adianta dizer coisas como:
“se Deus quer me abençoar, ele vai me abençoar de quaquer jeito!” Deus não pode fazer isso. Você
precisa dar a ele a liberdade para fazê-lo. Fazemos isso quando oramos.

Por isso é tão importante dizer “amém”. Na verdade quando dizemos amém estamos fazendo uma
oração curta, estamos concordando com a bênção de Deus, estamos dizendo que abrimos a nossa
vida para receber o seu suprimento.

A verdade é que se você quer alguma coisa você deve demonstrar isso a Deus com a boca e com as
mãos abertas. Vemos esse princípio colocado por João.

Amado, acima de tudo, faço votos (oro) por tua prosperidade e saúde, assim como é próspera a tua
alma. III Jo. 1:2
Esta é a última epístola de João. Ele já era bem idoso, tinha andando com Jesus e visto a sua glória.
Ele sabia que a vontade do Pai é sempre abençoar, mas mesmo assim ele orou pela prosperidade e
saúde de um discípulo amado.

Aquele discípulo já tinha uma alma próspera porque certamente orava e meditava na palavra, mas
João queria que ele também tivesse saúde e prosperidade na mesma medida e para isso ele orava. É
possível ter uma alma próspera e não ter prosperidade nem saúde no corpo. Não é algo que acontece
automaticamente.
1
João foi alguém que deitou no peito de Jesus e ouviu o coração do Pai. Ele sabia que acima de tudo
precisamos ter saúde e prosperidade, mas sabia que é preciso orar por isso.

O próprio Senhor Jesus quando viveu nesse mundo levantou cedo para orar. Se ele precisou de orar,
imagine você e eu! Precisamos orar continuamente porque vivemos em um mundo caído e estamos
sujeitos aos ataques do inimigo.

Não espere que as coisas de Deus aconteçam automaticamente. Ore sobre as suas promessas. Em
Daniel 9 lemos que o profeta Daniel entendeu enquanto lia o livro de Jeremias que o cativeiro de
Israel deveria durar apenas 70 anos (Jr. 24:12). Ele fez as contas e entendeu que já se haviam
passado 70 anos. Mas ele não ficou acomodado apenas esperando que a palavra se cumprisse, ele
foi orar. Deus quer que oremos pelo cumprimento de suas promessas.

No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi, pelos livros, que o número de anos, de que
falara o SENHOR ao profeta Jeremias, que haviam de durar as assolações de Jerusalém, era de
setenta anos. Voltei o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano
de saco e cinza. Dn. 9:2-3

A oração tem poder para vencer a carne


Jesus disse para pedirmos até recebermos (Mt. 7:7-8). Tiago diz que nada temos porque não
pedimos (Tg. 4:2).

De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam
na vossa carne? Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a
fazer guerras.
Nada tendes, porque não pedis. Tg. 4:1-2

Há um sentido bem específico em que vencemos a carne pela oração. Não precisamos ter inveja de
quem tem, basta pedir ao Pai que ele nos dá. Não precisamos cobiçar ou roubar, basta pedir. Não
há necessidade de fazer guerra e lutar pois o Pai tem em abundância para todos. Assim nós nos
tornamos carnais quando deixamos de orar.

Foi exatamente isso que o Senhor disse a Davi. Depois que ele pecou o Senhor lhe falou: “Eu te
ungi rei sobre Israel e eu te livrei das mãos de Saul; dei-te a casa de teu senhor e as mulheres de teu
senhor em teus braços e também te dei a casa de Israel e de Judá; e, se isto fora pouco, eu teria
acrescentado tais e tais coisas” (II Sm. 12:7-8). Em outras palavras, “se você queria mais, porque
não falou comigo?

Tenho aprendido que o segredo é sempre falar com o Senhor. Se o seu patrão não é justo com
você, fale com o Senhor. Se o seu marido não é como você gostaria, fale com o Senhor. Nós
gostamos de falar com os homens, mas o segredo é falar com o Senhor.

Veja quanto pecado e carnalidade podem ser vencidos e evitados se somente falarmos com o
Senhor a respeito de nossos desejos e problemas.
1
Mas não pergunte como Deus pode fazer tal coisa. Isso não é sábio. Não tente compreender Deus,
defini-lo ou explicar os caminhos por onde age. Apenas ore e continue orando.

Rejeitando todo o merecimento pessoal


Quando orar lembre-se, porém, que o poder da oração não está em você, mas em Cristo.
Alguns pensam que se fizerem longas orações serão ouvidos. Na verdade o Senhor Jesus sempre fez
orações curtas, mas ele sempre condenou as longas orações dos fariseus (Mt. 23:14).
Alguns acreditam que o poder está no volume e no tom da voz, outros presumem que é a repetição.
Mas precisamos nos lembrar que não é a oração em si mesmo que faz a diferença, mas aquele a
quem oramos.

E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e
nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam
a recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai,
que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompen- sará. E, orando, não useis de vãs
repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos. Mt. 6:5-7

Tentamos fazer uma oração longa, ou oramos repetidamente, ou ainda em voz alta, tudo isso
tentando merecer a resposta. Alguns dizem agora tenho de orar pra valer. Tenho de orar com mais
poder. Eu entendo o que esses irmãos têm em mesnte, mas a verdade que a resposta não depende de
como oramos. O poder é dele, não é da nossa oração.

Não estou dizendo que não podemos orar em voz alta pois na Cruz o Senhor clamou em alta voz na
cruz (Mt. 27:46). Não digo que não podemos repetir a oração pois Jesus orou três vezes com as
mesmas palavras (Mt. 26:44). Na verdade Jesus também fazia longas orações como lemos em João

Mas tudo isso era expressão do coração, não tentativa de persuadir a Deus a fazer alguma coisa.
Alguém me perguntou se era correto pedir que Deus colocasse nele a doença do filho. Isso é um
tipo de justiça própria. Você acha que está qualificado para levar as doenças dos outros? Jesus já
levou a sua enfermidade. Você não pode fazer a obra de Jesus.

Não se julgue mais amoroso que Deus, porque afinal você está disposto a levar a doença do próprio
filho. Se Deus o ouvisse a glória seria sua, pois você teria sido o salvador do seu filho.

Mas mesmo que Deus colocasse a doença do seu filho em você seu sacrifício seria em vão, pois
você não está qualificado. Somente alguém sem pecado pode se entregar como sacrifício.

Como Deus pode ouvir a oração de alguém como eu?


Deus nos enviou seu próprio Filho para salvar-nos quando o mundo nem mesmo tinha consciência
que estava perdido. O Pai não nos deu o Filho porque alguém pediu, mas simplesmente porque nos
ama. Essa é a base de ,toda oração. Não precisamos persuadir um Deus relutante a nos abençoar.
1
Nada disso! Estamos orando a um Pai amoroso que quer ouvir a nossa oração.

Por isso use as suas palavras mais simples e seja o mais direto e sincero possível. Não fique preso a
formas ou palavras, mas olhe para o coração de Deus.

Não olhe para si mesmo e nem pense que será ouvido por causa de sua justiça própria. Ninguém
pode receber coisa alguma de Deus com base em seu merecimento pessoal. Esse é o motivo pelo
qual muitos não recebem, porque estão tentando merecer a bênção de Deus. A bênção de Deus é
somente para aqueles que reconhecem que nada merecem e por isso dependem completamente da
sua graça.

Aqueles que andam pela lei, ou seja, que buscam merecer a bênção de Deus, não conseguem ter fé
para receberem coisa alguma. Isso acontece porque quanto mais olham para si mesmos, para os seus
esforços próprios para receberem de Deus, menos fé conseguem ter.

O segredo para recebermos o milagre não é tentar merecê-lo, mas é simplesmente reconhecer e crer
que por meio da Cruz de Cristo todos os tesouros do céu nos foram liberados.

Olhe para todas as pessoas que receberam o milagre de Jesus durante o seu ministério na terra.
Nenhuma delas o mereceu. Elas não fizeram nada para receberem o milagre além de crerem. Elas
receberam o milagre por causa da graça de Deus. Do lado oposto, os fariseus tentavam de todos os
meios merecerem a bênção de Deus, mas não há registro que nenhum deles tenha recebido sequer
um milagre de Deus.

Se você olhar para a graça de Deus ele olhará para a sua fé. Toda a nossa fé é uma fé na graça.
Se presumirmos que merecemos algo, então nada recebemos, mas se tivermos fé de que a graça é
maior que o nosso pecado, então veremos os milagres.

A nossa fé depende completamente de conhecermos a graça de Deus. Nossa fé será maior na


medida em que tivermos maior revelação do favor imerecido de Deus. Se pensamos que somos
pouco amados ou que Deus nos ama por causa de nosso bom comportamento, então teremos pouca
fé para receber o milagre. Mas se descansamos completamente em seu amor sem limites e
confiamos que nada receberemos por merecimento, então teremos uma grande fé.

Orar por si mesmo não é egoísmo


O pensamento comum é de que devemos orar pelos outros e deixar nossas necessidades ou desejos
por conta de Deus, ou seja, não oramos a respeito deles. Mas isso é um engano. Orar por si mesmo
não é um tipo de egoísmo, mas uma expressão sincera de dependência do Pai.

Jabez invocou o Deus de Israel, dizendo: Oh! Tomara que me abençoes e me alargues as
fronteiras, que seja comigo a tua mão e me preserves do mal, de modo que não me sobrevenha
aflição! E Deus lhe concedeu o que lhe tinha pedido. I Cro. 4:10

Veja quantas vezes a palavra “me” é mencionada. Pelo menos 5 vezes, enquanto Deus é menciondo
apenas três vezes. No entanto Deus ouviu a oração de Jabez e no verso 9 se diz que Jabez era o mais
1
ilustre dos seus irmãos. A palavra ilustre aqui é cheio de honra e glória.

Uma oração curta e aparentemente tão egoísta, no entanto Deus se agradou da oração dele.
Precisamos também orar a oração de Jabez.

Siga a lógica do céu


Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos
dará graciosamente com ele todas as coisas? Rm. 8:32

A lógica de Deus é muito clara: “se o Pai não negou a você o seu próprio amado Filho, o que mais
ele poderia negar a você agora?”

Se o Pai nos deu seu próprio Filho quando ninguém estava pedindo, porque agora nos negaria
qualquer bênção quando estamos pedindo!

Se o Pai não negou o seu Filho que lhe custou tanto, porque nos negaria agora bênçãos tão
pequenas que não lhe custam nada!

Se o Pai nos deu seu único Filho quando nós ainda éramos seus inimigos, imagine o que ele nos
dará agora que fomos reconciliados e feitos seus filhos! Somos amigos de Deus como Abraão.

O Pai quer manifestar a sua graça a nós nos dando todas as coisas livremente em Cristo.
Nossas orações são ouvidas apenas por causa da sua graça.

A maior de todas as bênçãos que recebemos é a salvação e ela é recebida quando fazemos uma
simples oração de entrega. Não tivemos que merecer, obedecer ou cumprir condições, foi de graça.
Se a salvação é recebida assim, por que as outras bênçãos nos seriam dadas de outra forma? Todas
as bênção são recebidas pelo descanso da fé.

A CHAVE DO LOUVOR
Eu creio que profeticamente nós somos a igreja de Filadélfia. A Igreja de Filadélfia é a igreja que
verá o arrebatamento. De todas as sete igrejas do Apocalipse ela é a única que além de não ter sido
repreendida, recebeu o elogio do Senhor (Leia Apocalipse 2 e 3).

Para essa igreja o Senhor apareceu como aquele que tem as chaves de Davi, que abre e ninguém
fecha e fecha e ninguém pode abrir.

Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a
chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá. Ap. 3:7
1
Em Apocalipse 1:18 o Senhor diz que possui as chaves da morte e do inferno e agora afirma possuir
também a chave de Davi, no entanto em 3:20 ele diz que está à porta batendo. Apesar de ter as
chaves o Senhor está batendo à porta do coração dos crentes de Laodicéia.

Mas como podemos entender a chave de Davi em nossa vida? Isaías 22 diz que essa chave não é
apenas de Davi, mas é a chave da casa de Davi.

Porei sobre o seu ombro a chave da casa de Davi; ele abrirá, e ninguém fechará, fechará, e
ninguém abrirá. Is. 22:22
O que é a casa de Davi? O que ela significa? Zacarias 12 nos dá a resposta, a casa de Davi é onde
foi derramado o espírito da graça e de súplicas.

E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de


súplicas; olharão para aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um
unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito. Zc. 12:10
Quando juntamos essas verdades entendemos que a chave de Davi está relacionada com o espírito
da graça. A graça não é uma coisa, mas o próprio Senhor Jesus. Nós temos a chaves da casa de Davi
porque nós temos o espírito do favor sobre nós.

Quanto mais favor desfrutamos, mas portas abertas são colocadas diante de nós. Portas abertas são
um sinal de favor.

Para essa igreja de Filadélfia o Senhor disse que abriu uma porta que ninguém poderá fechar (Ap.
3:8). Ele faz isso porque possui a chave de Davi e essa chave nos foi dada.

O que é a chave de Davi?

O fato de ser chamada de chave de Davi também é algo que devemos entender. A vida de Davi foi
claramente caracterizada por ações de graças, louvor e adoração.

O nosso problema é que em vez de louvar, nós reclamamos. É próprio da natureza humana caída a
reclamação e a murmuração. O louvor não é algo natural, por isso tem de ser aprendido. O louvor
não flui espontaneamente, temos de nos disciplinar para louvar.

Vamos entender algo sobre a reclamação. Na verdade ela é a maior expressão da justiça pró pria, do
merecimento próprio. Se acho que mereço algo melhor a minha atitude é sempre de mur- murar.
Mas onde não há merecimento próprio o louvor toma lugar. Se acho que tenho mais do que mereço
minha atitude é sempre de gratidão e louvor. Quem reconhece que nada merece nunca reclama, pois
se não merecia e não recebeu, não há nenhuma reivindicação.

O Senhor Jesus disse sobre os fariseus: “Pois veio João, que não comia nem bebia, e dizem: Tem
demônio! Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: Eis aí um glutão e bebedor de vinho,
amigo de publicanos e pecadores!” (Mt. 11:18-19). Em outras palavras, nada podia agradar esse
tipo de gente.

Não importa quão boa é a pregação, eles acharão algo para reclamar. Imagino que no céu dirão que
1
o trono de Deus é muito brilhante ou que o ambiente é calmo demais, que gostariam de mais
barulho.

A primeira coisa que Adão fez depois da queda foi reclamar. Ele disse para Deus: “a mulher que te
me deste...” A principal característica da natureza caída é viver procurando faltas e culpados. Mas
se queremos a chave de Davi em nossa vida precisamos aprender a louvar.

Não podemos falar de Davi sem falar dos salmos de adoração e do tabernáculo que ele edificou em
Jerusalém, que ficou conhecido como o Tabernáculo de Davi.

Quando o povo entrou na terra de Canaã o Tabernáculo foi levantado em Gilgal. Depois de Gilgal
ele foi levado para Siló. De Siló o Tabernáculo ficou em Gibeon até que o Templo foi construído.
Mas nos dias em que o Tabernáculo estava em Siló as Arca foi levada pelos filisteus e nunca mais
voltou para o Tabernáculo. Depois que ela voltou dos filisteus ela ficou vinte anos na casa de
Abinadabe e depois, três meses na casa de Obede-Edom. É nesse momento que Davi entra em cena
e leva a Arca para Jerusalém e a coloca no tabernáculo que ele levantou em Sião.

A arca simboliza o próprio Senhor Jesus e a sua presença no meio do seu povo. Davi levantou um
outro tabernáculo em Jerusalém e colocou ali a Arca. De maneira que os sacrifícios e os rituais
aconteciam diariamente no Tabernáculo, mas a presença de Deus estava em Sião. O Tabernáculo
sem a Arca simboliza o cristianismo religioso sem a presença de Deus, mas o Tabernáculo de Davi
nos fala daqueles que genuinamente adoram o Senhor e vivem um relacionamento com o Pai por
meio de Cristo.

O Tabernáculo de Davi é um tipo da Igreja no Velho Testamento. Nós somos o Tabernáculo de


Davi que foi restaurado.

Cumpridas estas coisas, voltarei e reedificarei o tabernáculo caído de Davi; e, levantando-o de


suas ruínas, restaurá-lo-ei. At. 15:16

No tabernáculo de Davi não havia sacrifícios, mas adoração contínua com música, louvor e ações
de graças. Durante as vinte e quatro horas do dia os sacerdotes e levitas se revezavam adorando o
Senhor diante da Arca da Aliança.

Evidentemente a chave de Davi é algo que está relacionado com louvor e adoração. Quanto mais
louvamos e adoramos o Senhor, mais ele usa a chave de Davi em nossas vidas. Davi descobriu que
sempre que ele passava por tribulações ou era atacado pelo inimigo, quando ele começava a adorar
com salmos imediatamente o Senhor lhe dava a vitória. Quando ele se via cercado por todos os
lados e parecia não haver escape, ele louvava o Senhor e uma porta era aberta diante dele de forma
sobrenatural.

Vamos ver como Davi enfrentava suas lutas e problemas e como o Senhor usava a chave para abrir
portas diante dele. Não importa qual o seu problema, o que você precisa é de portas abertas.

Davi foi chamado de homem segundo o coração de Deus (At. 13:22). As escrituras revelam que
quando ele enfrentava problemas ele adorava o Senhor com salmos e hinos. Em vez de chafurdar
na derrota e ficar tateando nas trevas, ele olhava para o céu e erguia sua voz ao rei dos reis.

Salmo 3 – escolha descansar no Senhor


1
Já no fim de sua vida, Absalão, seu filho, tentou usurpar o trono de Israel. Ele poderia ter escolhido
retaliar enviando suas tropas leais, mas ele não tinha um coração para pelejar contra seu próprio
filho. Assim ele decidiu fugir de Absalão a quem ele amava profundamente. Ele estava com o
coração partido e cheio de angústia. Você pode imaginar como ele estava arrasado pela traição do
próprio filho.

Mas em vez de mergulhar na amargura e autopiedade por causa da tribulação ele cantou ao Senhor
um cântico de adoração no monte das oliveiras (II Sm. 15:30-31).

Porém tu, SENHOR, és o meu escudo, és a minha glória e o que exaltas a minha cabeça. Com a
minha voz clamo ao SENHOR, e ele do seu santo monte me responde. Sl. 3:3-4

Enquanto Davi adorava o Senhor, as circunstâncias ao seu derredor foram mudadas para o seu bem.
Deus fez com que os conselheiros de Absalão ficassem desnorteados.

Algumas pessoas pensam que quando estão adorando elas estão dando alguma coisa para Deus. A
verdade é bem o contrário, enquanto adoramos ele é quem nos dá coisas, liberando sua sabedoria,
graça e vida sobre nós.

Deus não precisa da nossa adoração, ele possui miríades de anjos que o adoram continuamen- te de
forma perfeita. Deus não é um magalomaníaco que exige que declaremos o quanto ele é
maravilhoso. Ele não depende de nós para ser Deus.

A adoração é apenas uma resposta do nosso coração ao amor dele por nós. Quando o con-
templamos e conhecemos sua graça e amor insondáveis somos irresistivelmente atraídos para a sua
presença. E enquanto adoramos algo sobrenatural acontece, somos transformados de glória em
glória na sua própria imagem (II Cor. 3:18).

Muito antes do inimigo roubar sua vitória, ele rouba sua canção. Antes de arrancar a sua alegria, ele
cala o seu louvor. E muito antes que perceba, você se torna crítico, pessimista, depressivo e mau
humorado. Não permita que o diabo tenha êxito. Deixe que o louvor do Senhor esteja conti-
nuamente em seus lábios e o seu coração esteja sempre consciente da sua presença.

A Palavra de Deus diz que Paulo e Silas estavam numa cadeia presos por causa do evangelho.

À meia noite eles cantavam hinos ao Senhor e enquanto louvavam as cadeias se abriram porque
aquele que tem a chave de Davi abriu todas elas.

Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais
companheiros de prisão escutavam. De repente, sobreveio tamanho terremoto, que sacudiu os
alicerces da prisão; abriram-se todas as portas, e soltaram-se as cadeias de todos. At. 16:25-26

Salmo 34 – escolha adorar o Senhor

O Salmo 34 foi escrito quando Davi estava na caverna de Adulão. Ele escreveu um dos seus salmos
1
mais poderosos durante um dos tempos mais difíceis da sua vida. Na introdução do salmo há uma
explicação dizendo que Davi o escreveu quando se fingiu de louco na presença de Abimeleque.
Vamos entender o contexto desse salmo.

Quando Davi matou Golias ele não o fez com uma espada, mas com a sua funda. Ele derru- bou o
gigante com uma pedra e depois o matou com a espada do próprio Golias. Aquela espada não pôde
livrar Golias. Mas agora Davi estava com o sacerdote Aimeleque em Nobe. Davi pergunta se ele
não tem uma lança ou espada. O sacerdote responde que tinha guardada a espada de Golias.
Davi pega a espada e diz: “não há outra semelhante a essa”.

Aquela espada parecia agora tão extraordinária para Davi, mas ela não pôde livrar Golias.
Infelizmente até os poderosos caem dos lugares elevados da fé. Não pense que as coisas que mundo
usa os está ajudando, não está. Por isso não tente usar suas ferramentas, armas e estratégias. Quando
estamos fracos na fé presumimos que as táticas do mundo são melhores.

Davi, mesmo agora com a espada de Golias, estava fugindo com medo de Saul e surpreenden-
temente foi se refugiar em Gate. Você deve se lembrar que Golias era exatamente dessa cidade.
Agora Davi estava numa situação tão caótica que ele foi buscar refúgio justamente junto ao rei de
Golias. Que situação deplorável!

Quando Davi chegou a Gate os servos do rei o reconheceram como aquele que tinha derrubado
Golias. Então eles disseram ao rei: “Este não é Davi, o rei da sua terra? Não é a este que se cantava
nas danças, dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém Davi, os seus dez milhares?”

Ouvindo isso Davi teve muito medo do rei de Gate, a Bíblia então nos diz que ele mudou seu
comportamento fingindo ser louco, se agarrava nas portas e deixava correr saliva pela barba (I Sm.
21:11-13). Por causa disso o rei de Gate o mandou embora.

Você consegue imaginar o estado mental de Davi nessa situação? O campeão de Israel estava se
arrastando no chão babando como um doido. Então a Palavra de Deus diz no versículo seguinte que
Davi saiu dali e se refugiou na caverna de Adulão (I Sm. 22:1).

Davi retirou-se dali e se refugiou na caverna de Adulão; quando ouviram isso seus irmãos e toda
a casa de seu pai, desceram ali para ter com ele. Ajuntaram-se a ele todos os homens que se
achavam em aperto, e todo homem endividado, e todos os amargurados de espírito, e ele se fez
chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens. I Sm. 22:1-2

Agora que você compreendeu o contexto do Salmo 34 veja o que Davi ministrou ao Senhor dentro
da caverna. Ele poderia se esconder ali cheio de autopiedade e condenação, mas em vez disso ele
louvou ao Senhor.

Bendirei o SENHOR em todo o tempo, o seu louvor estará sempre nos meus lábios. Gloriar-se-á
no SENHOR a minha alma; os humildes o ouvirão e se alegrarão. Engrandecei o SENHOR
comigo, e todos, à uma, lhe exaltemos o nome. Busquei o SENHOR, e ele me acolheu; livrou-me
de todos os meus temores. Sl. 34:1-4

Davi escolheu não ser derrotado pelas suas circunstâncias. Ele decidiu bendizer o Senhor em todo
tempo, não apenas em tempo de bonança, mas acima de tudo em tempos de aflição.
1
Ele entrou na caverna em desespero, mas algo aconteceu enquanto ele adorava o Senhor. Não
apenas ele foi transformado, mas também os homens que estavam com ele. O texto diz que
“ajuntaram-se a ele todos os homens que se achavam em aperto, e todo homem endividado, e todos
os amargurados de espírito, e ele se fez chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens” (I
Sm. 22:2).

Ele certamente encorajou esses endividados e amargurados de espírito a cantar o verso 3 do Salmo
34: “Engrandecei o SENHOR comigo, e todos, à uma, lhe exaltemos o nome.” Por causa disso se
cumpriu o verso 5 que diz que eles contemplaram o Senhor e foram iluminados.

Aqueles homens foram transformados de glória em glória porque contemplaram o Senhor enquanto
Davi adorava. Depois disso eles se tornaram os valentes de Davi, matadores de gigantes e foram
fiéis até o fim (Leia II Sm. 23:8-39).

Davi tinha um exército de homens especiais. O principal deles era Josebe-Bassebete, ele agitou sua
lança contra 800 homens e os feriu de uma só vez (II Sm. 23:8-13). O outro era Eleazar, este era
valente, e em uma batalha lutou contra os filisteus até sua mão ficar grudada na espada. O terceiro
era Sama. Ele certa vez, se colocou no meio de um terreno cheio de lentilhas quando Israel fugia
dos filisteus e feriu sozinho a todos eles. Por causa dele o Senhor realizou grande vitória naquele
dia.

No mesmo princípio, hoje quando escolhemos adorar o Senhor não podemos evitar ser
transformados. Você pode começar como um endividado e amargurado, mas terminará como um
valente do Senhor.

Cante com as palavras de Davi

O Salmo 57 também foi escrito quando Davi estava na caverna de adulão. Num dos momentos mais
depressivos da vida de Davi a sua canção era grandiosa (Sl. 57:7-11). A chave de Davi para a
vitória era o louvor.

Se queremos ter a chave de Davi precisamos cantar as suas palavras. Houve um rei chamado
Ezequias, que fez justamente isso. II Reis 18 descreve Ezequias dizendo que ele “confiou no SE
NHOR, Deus de Israel, de maneira que depois dele não houve seu semelhante entre todos os reis
de Judá, nem entre os que foram antes dele. E assim, foi o SENHOR com ele; para onde quer que
saía, alcançava bom êxito”.

Confiou no SENHOR, Deus de Israel, de maneira que depois dele não houve seu semelhante entre
todos os reis de Judá, nem entre os que foram antes dele.
Assim, foi o SENHOR com ele; para onde quer que saía, lograva bom êxito... II Rs 18:5 e 7

O rei Ezequias trouxe reavivamento ao povo e restaurou o louvor e a adoração na casa de Deus. Ele
estabeleceu os levitas e os sacerdotes para ministrarem com instrumentos exatamente como Davi
tinha feito séculos antes (II Cr. 29:25-26). Mas o mais importante é que ele ordenou que esses
ministros louvassem o Senhor com as palavras de Davi.

Então, o rei Ezequias e os príncipes ordenaram aos levitas que louvassem o SENHOR com as
1
palavras de Davi e de Asafe, o vidente. Eles o fizeram com alegria, e se inclinaram, e adoraram.
II Cr. 29:30

É maravilhoso que tenhamos o livro de Salmos em nossa Bíblia de maneira que podemos adorar a
Deus hoje com as palavras de Davi. Nós somos a igreja que possui a chave da Casa de Davi, a
chave do espírito de graça e súplicas, a chave que abre e ninguém pode fechar.

Isso é maravilhoso! Ninguém pode fechar a porta que Ele abre. Lembre-se, porém, que o Senhor
fecha uma porta hoje, para amanhã abrir uma maior ainda.

O louvor é uma porta de esperança

E lhe darei as suas vinhas dali e o vale de Acor, por porta de esperança; e ali cantará, como nos
dias da sua mocidade e como no dia em que subiu da terra do Egito. Os. 2:15 RC

O vale de Acor vem de Acã. Você deve se lembrar que Acã foi aquele que pecou pegando para si
das coisas sagradas que Deus mandou que fossem tiradas de Jericó e consagradas a Ele. Josué por
meio do Urim e Tumim tirou sorte e foi revelado que Acã era o culpado. Ele então foi apedrejado e
o vale onde ele morreu passou a se chamar Acor. Acor quer dizer tribulação, distúrbio, inquieta- ção
(Leia Josué 7).

O Senhor diz que se estivermos no vale de tristeza e tribulação (Acor) ele nos dará uma porta de
esperança. E a porta de esperança é que cantaremos como nos dias da mocidade, como nos dias em
que fomos salvos. Cante no vale da tribulação e Deus abrirá uma porta de esperança. A esperança é
uma confiante expectativa de que coisas boas virão no futuro. Há coisas tremendas atrás da porta de
esperança.

O louvor traz vitória

Depois da morte de Josué, os filhos de Israel consultaram o SENHOR, dizendo: Quem dentre nós,
primeiro, subirá aos cananeus para pelejar contra eles? Respondeu o SENHOR: Judá subirá; eis
que nas suas mãos entreguei a terra. Jz. 1:1-2

Cada vez que o povo de Israel partia de um lugar no deserto a primeira tribo a seguir a adiante era a
tribo de Judá. Mas em Juízes lemos algo que define um princípio espiritual, Judá deve sempre lutar
primeiro. Judá significa louvor, e o louvor deve sempre vir primeiro. Não importa o tipo de luta,
adversidade ou inimigo que você está enfrentando, simplesmente louve.

O louvor é a porta de riqueza

Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do SENHOR nasce sobre ti. Porque eis
que as trevas cobrem a terra, e a escuridão, os povos; mas sobre ti aparece resplendente o
SENHOR, e a sua glória se vê sobre ti. Is 60:1-2
1
Normalmente essa profecia é mencionada como se referindo ao milênio, mas o verso 3 fala a
respeito das trevas que cobrem a terra, portanto é mais apropriado concluir que se refere aos dias de
hoje, pois hoje as trevas cobrem as nações que há na terra.

No verso 11 lemos que as nossas portas ficarão abertas continuamente para recebermos as riquezas
das nações. Se as portas estão abertas as riquezas das nações serão trazidas a nós.

As tuas portas estarão abertas de contínuo; nem de dia nem de noite se fecharão, para que te sejam
trazidas riquezas das nações, e, conduzidos com elas, os seus reis. Is. 60:11

Mas o que essas portas representam hoje? A resposta está clara no verso 18.
Nunca mais se ouvirá de violência na tua terra, de desolação ou ruínas, nos teus limites; mas aos
teus muros chamarás Salvação, e às tuas por tas, Louvor. Is. 60:18

Os muros se chamam salvação. A palavra salvação é Yeshua em hebraico e é o próprio nome do


Senhor Jesus. Mas é maravilhoso quando entendemos que as portas se chamam louvor. O verso 11
diz que a porta deve ficar aberta continuamente, o louvor deve ser contínuo em nossas vidas. E o
resultado disso é que as riquezas das nações serão trazidas a nós.

Não louvamos para sermos enriquecidos com coisas naturais, mas para nos enchermos dele que é a
verdadeira riqueza.

DEUS OUVE O JUSTO


Existem algumas chaves espirituais que desvendam a glória da oração respondida. A principal
dessas chave certamente é entendermos que fomos justificados pela fé em Cristo Jesus.

Como poderemos ter a certeza de que nossas orações sempre serão ouvidas e atendidas por Deus?
Você certamente já deve ter ouvido que Deus somente ouve as orações do justo. As pessoas estão
sempre procurando alguém que esteja mais perto de Deus para que eles orem por elas. E as pessoas
intuitivamente estão completamente corretas. Mas o que elas não sabem é que em Cristo nós somos
declarados justos e por causa do sangue de Jesus já estamos tão perto do Pai quanto é possível estar.

“Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê...”Rm 10.4

Se as mentiras do diabo convencerem-no que você não é suficientemente bom para receber uma
resposta da parte de Deus à sua oração, ou que você não merece uma resposta, ele já o derro- tou.
Se chegarmos diante de Deus com esse sentimento de condenação e de acusação nunca
conseguiremos ter fé para apresentar nosso pedido diante de Deus. Então não podemos orar
1
apropriadamente se não compreendemos que fomos justificados pela obra do Senhor Jesus na Cruz.
O que é a justificação?

Em Romanos 3:24 Paulo diz que fomos “justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a
redenção que há em Cristo Jesus”. Isso significa que você foi declarado justo por causa da redenção
de Jesus na cruz.

A Palavra de Deus diz que todo homem é pecador, no entanto a humanidade não sabia disso. Assim
Deus mandou o seu prumo para a terra. O prumo de Deus é a lei. Pela lei ficamos sabendo que
estamos fora do padrão da justiça de Deus.

Mas não era a intenção de Deus justificar o homem pela lei, pela lei apenas vem o pleno
conhecimento do pecado. Assim veio Cristo Jesus e morreu e ressuscitou para ser a nossa justiça.
Desta forma podemos compreender o que é justificação: justificação é o ato de Deus aprovar as
pessoas de acordo com o seu padrão de justiça. Embora pensemos que somos justos, nossa justiça
não é nada quando colocada no prumo da justiça de Deus. Deus mesmo é o padrão.

Sendo Deus o padrão, a sua exigência de justiça é absurdamente alta. Por isso nenhum homem
poderia se justificar diante de Deus, o padrão é inatingivelmente alto. Precisamos da justificação
pela fé e não por obras da lei.

Deus tomou a lei e a substituiu pela fé. Crer é a única lei que Deus exige do homem pecador. Se o
homem crê em Cristo esta fé lhe é imputada por justiça. Não que o homem possa crer por si mesmo,
a sua fé é apenas um eco do voz de Cristo o chamando. Cristo é o autor da minha fé e a minha
própria justiça.

Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça
de Deus. II Cor. 5:21

Em Cristo Jesus nós fomos feitos justiça de Deus. Você não foi apenas perdoado, você foi declarado
justo. Ser justificado é muito mais que ser perdoado. Ser perdoado significa que o pecador pode ser
liberado de ter que pagar a penalidade que ele merece. Mas ser justificado significa que posso entrar
na comunhão com Deus pois sou justo, sou inocente de toda acusação.
O perdão é negativo, é o cancelamento de um débito, enquanto a justificação é positiva, é receber
um novo status de justo diante de Deus.

É o caso de um assassino. Um assassino perdoado continua sendo um assassino, ainda que um


assassino perdoado. Mas se de uma forma miraculosa ele pudesse nascer de novo ele poderia ser
declarado justo em sua nova vida. Isto é justificação. Quando Cristo morreu eu morri com ele e
quando ele ressucitou eu renasci para uma nova vida. Isso tudo se torna uma realidade no momento
em que confesso a Jesus.

O fundamento do evangelho é que a salvação começa e termina com Deus. Na salvação não há
lugar para a obra humana. Somente a graça de Deus é a fonte de nossa salvação.

A justificação é pela fé apenas. Hoje somos declarados justos quando cremos na redenção de Cristo,
na sua obra consumada na cruz.
1
Você deve orar como um justo
Quando você é perdoado pelos seus pecados, você tem tanto direito de receber uma resposta à
oração quanto Jesus tinha. Você crê que se morresse hoje entraria no céu? Pois a mesma qualifica-
ção que lhe garante entrar no céu lhe garante que o céu pode baixar até você hoje.

A justiça que você recebeu é a mesma justiça de Cristo. Isso significa que quando você se achega
diante de Deus ele não pode rejeitá-lo por que você tem a justiça de Cristo.

Tiago 5:16 diz que “muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.” No entanto sempre pensamos
que justo é aquele que possui um comportamento mais santo que os demais e que por causa disso
está mais perto de Deus. Mas não é esse o conceito de justo na Nova Aliança. Justo hoje é aquele
que teve todos os seus pecados perdoados pelo sangue de Jesus e que recebeu a justiça de Cristo
pela fé. Ele é nova criatura e essa nova criatura não tem passado. É justo.

Você não pode se tornar justo pelo seu esforço. Você jamais pode se tornar justo pelas suas boas
obras. A justiça é um dom, um presente de Deus.

O dom da justiça
A nossa justiça é um dom de Deus. Você foi feito tão justo como Jesus, não por meio do seu
comportamento, mas pela fé nele e em sua obra consumada na cruz.

Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a
abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.
Rm. 5:17

Mas a verdade é que o diabo fica constantemente lembrando-o o quanto você é pecador. Você deve
rejeitar toda acusação maligna. Não há nada que você possa fazer para Deus amá-lo mais e não há
nada que você faça que o leve a amá-lo menos.

Seu direito de ser justo foi comprado pelo sangue de Jesus. Mas muitos crentes ainda vivem
debaixo de condenação e acusação. Nunca poderemos ter uma vida de oração prevalecente debaixo
de culpa. Simplesmente não temos fé quando estamos debaixo de condenação.

A razão porque muitos crentes vivem uma vida de derrota é porque acreditam na mentira de que
Deus está zangado com eles. Estão sempre com a sensação de que não fizeram o suficiente e se
sentem sempre em falta. Por causa disso vivem uma vida cristã dividida e doentia. Num momento
eles pregam que Deus cura, mas no outro declaram que Deus lhes mandou uma doença para ensi-
nar-lhes uma lição. Num momento Deus os faz prosperar e no outro lhes dá pobreza para
aprenderem a humildade. Num momento ele perdoa os seus pecados, mas depois se sente
condenado e indigno por causa de todos eles. A verdade é que algumas vezes crêem que Ele os ama,
mas quase sempre sentem que Deus esta zangado com eles. Como poderemos orar se presumimos
sempre que Deus está insatisfeito conosco? Temos sempre a sensação de que ele está zangado por
causa de nossa inconstância. Simplesmente não dá para orar e ver os milagres de Deus com
pensamentos divididos a respeito do Senhor.
1
Por causa da obra consumada de Jesus a ira de Deus não pode mais estar sobre nós. Toda a ira de
Deus por causa do pecado caiu sobre o Senhor Jesus na cruz. Se toda a ira já caiu sobre Jesus, então
ele não pode estar irado conosco. Não estamos mais debaixo da velha aliança segundo a qual Deus
as vezes estava feliz com você e as vezes estava zangado. Hoje ele tem total prazer em você por
causa de Jesus.

Sei que, na tentativa de ser zeloso, você está sempre olhando para si mesmo a procura de alguma
coisa errada. Isso é introspecção. Existe um grande perigo na introspecção. Ficar o tempo todo se
analisando e se vasculhando para ver se há algo errado vai levá-lo ao abismo. Pode parecer zelo e
santidade, mas na verdade é a carne tentando se justificar diante de Deus sem depender do sangue
de Jesus.

Reconheça que você já foi justificado. Hoje somos justos por causa da obra consumada na cruz.
Não precisamos ficar nos analisando porque essa é a função do Espírito. Se houver algo errado em
você ele vai trazer luz e você poderá se arrepender e mudar de conduta. Já fomos perdoados de todo
pecado e de toda iniquidade.

Muitos confundem a introspecção com o convencimento do Espírito Santo a respeito do pecado.


Hoje não precisamos mais ser convencidos do pecado, pois já fomos convencidos do pecado
quando nos convertemos. Hoje o trabalho do Espírito Santo é nos convencer da justiça (Jo. 16:8).
Você precisa receber a revelação de que já é justo em Cristo Jesus. Ore agora mesmo pedindo luz
sobre essa verdade. Sem esse conhecimento a sua vida de oração ficará sempre bloqueada.

O problema é que muitos vivem debaixo de acusação e condenação do diabo, mas pensam que se
trata do convencimento do Espírito Santo. Quando o Espírito opera ele nos convence que, mesmo
quando falhamos, somos justiça de Deus em Cristo. Ele nos convence de que já fomos perdoados.

O pensamento de que Deus está algumas vezes zangado e outras está feliz com você de acordo com
o seu desempenho, fará de você um crente doente. Esse pensamento não é bíblico. Você já é justo
por causa de Cristo Jesus. Quanto mais revelação você tem da graça de Deus e do seu perdão, mais
você tem ousadia para orar e pedir grandes coisas para o Pai.

Mas o diabo tem martelado acusações na cabeça dos crentes de modo que eles se sintam o tempo
todo condenados e culpados. O diabo é o mestre do legalismo que procura lembrar-lhe o tempo todo
o quanto indigno você é. Ele é o acusador dos irmãos.

Certamente você já teve pensamentos do tipo: “Como você ainda consegue chamar a si mesmo de
cristão?” “Você é um hipócrita!” “Pare de orar! Deus nunca vai ouvir sua oração!” “Olhe para a sua
vida. Você ainda ousa liderar na igreja?” Meu irmão, isso é tudo mentira do diabo.

A verdade é que você está em Cristo e por causa do sangue não há mais nenhuma condenação sobre
você. Por meio do sacrifício de Jesus você foi feito justo sem que as suas boas obras contas sem
para isso. Você foi feito justiça de Deus em Cristo Jesus. Você foi chamado para reinar em vida.

A resposta é pela graça


Deus somente pode responder a sua oração por causa da sua graça. Ele jamais vai ouvi-lo porque
você merece. Se esperar merecer algo para só então pedi-lo a Deus, você morrerá sem receber coisa
alguma do Senhor, pelo simples motivo que nenhum homem é suficientemente justo para merecer a
1
bênção de Deus.

Deus o abençoa não porque você é bom, mas porque ele é bom. A graça é baseada na bondade de
Deus para com você e não no seu próprio desempenho. A graça é o favor imerecido de Deus. Ela
não é um prêmio pelo quanto você é fiel. Se a graça fosse um prêmio ela seria um favor merecido.

Essa, na verdade, é a grande diferença entre a velha e a nova aliança. A velha aliança é baseada na
lei. A lei é favor merecido quando você obedece perfeitamente aos mandamentos então você é
abençoado. Mas a graça é favor imerecido o Senhor Jesus obedeceu perfeitamente, então você é
abençoado quando crê nele.

Em Deuteronômio 28 o Senhor disse: “Se atentamente ouvires a voz do SENHOR, teu Deus, tendo
cuidado de guardar todos os seus mandamentos que hoje te ordeno... Se ouvires a voz do SENHOR,
teu Deus, virão sobre ti e te alcançarão todas estas bênçãos” (Dt. 28:1-2). Veja bem que somente
seriam abençoados e teriam o favor de Deus se obedecessem primeiro. O favor era merecido. Se
obedecessem teriam o favor. Esse era o padrão da Velha Aliança.
Mas na Nova Aliança o padrão é a graça de Deus, o favor imerecido. Para aquele que trabalha o
salário é um favor merecido. Mas para aquele que não trabalhou e mesmo assim veio receber o
pagamento, isso é graça, um favor que ele não merece.

Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida. Mas, ao que não
trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça. Rm. 4:4-5

Nós somos esse tremendo cara-de-pau que veio receber sem ter trabalhado. Cristo Jesus trabalhou,
ele fez todo o trabalho e nós viemos e participamos do seu salário. Essa é a base da nossa oração.
Somente podemos orar por causa da graça de Deus e da justiça de Cristo que nos foi atribuida.

Você está debaixo de qual aliança? A antiga aliança do favor merecido ou a nova aliança do favor
imerecido? Favor merecido ou imerecido? Se você acredita que a sua bênção depende de cumprir as
condições da lei então você ainda está debaixo da antiga aliança e as boas novas do evangelho ainda
não chegaram a você.

Todas as vezes que falo sobre o perdão dos pecados as pessoas dizem que é uma mensagem muito
simples. Mas isso é um engano pois se fosse assim tão simples as pessoas teriam o entendi- mento
de que seus pecados foram perdoados e que, portanto, não precisam mais viver debaixo de culpa e
condenação.

Quanto mais revelação você tiver da obra consumada de Jesus, mais receberá fé para orar a cada
dia. Só tem fé para orar aquele que sabe que sua oração não pode ser rejeitada. Nós sabemos que
somos aceitos por Deus porque fomos justificados pela fé na sua graça maravilhosa.

Não tente orar confiado em sua justiça própria. O esforço próprio vai roubar de você a bênção de
reinar em vida por meio da graça de Deus. O maior milagre que recebemos foi o perdão dos
pecados. Se ele nos deu esse milagre pela graça, então podemos estar certos que sua graça também
nos dará todos os milagres menores como cura, prosperidade, casamentos restaurados e muito mais.
1
DEUS NÃO ESTÁ ZANGADO COM
VOCÊ
A segunda chave espiritual da oração que prevalece é a revelação de que Deus nos ama e não está
zangado conosco. Quando confiamos no amor de Deus, então temos o céu aberto para a nossa
oração.

No dia do seu batismo no rio Jordão, o Senhor ouviu Deus Pai bradar dos céus: “Esse é meu filho
amado em quem tenho todo o meu prazer!” (Mt. 3:17). Essa declaração foi registrada no evangelho
por causa de nós. Nós somos amados pelo Pai da maneira que o Senhor Jesus. Você é filho de Deus
gerado pelo Espírito assim como o Senhor Jesus. Ele é o primogênito, mas nós somos os muitos
filhos. O Senhor Jesus orou para que tivéssemos revelação que somos amados pelo Pai do mesmo
modo que ele é amado.

Eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo
conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim. Jo. 17:23

Nós fomos aceitos no amado. Deus Pai está feliz e satisfeito com você porque você está em Cristo.
Você foi escolhido por Deus antes da fundação do mundo. Todos os dias quando me levanto pela
manhã gosto de declarar olhando para os céus que Ele me ama. Eu sou amado de Deus. A cada dia
ele tem preparado coisas maravilhosas para mim.

Quando você sabe que é amado por Deus, não importa o que o diabo possa fazer, você sempre irá
prevalecer sobre ele. Mas se paira alguma dúvida sobre isso, não teremos ousadia e nem firmeza em
nossa fé.

Sei que poucos ousam concordar que eventualmente sentem-se como se Deus não os amasse, mas a
verdade é que muitos filhos de Deus vivem dessa maneira.

Garotos que não se sentem amados se entregam a todo tipo de pecado, drogas e destruição, mas
aquele garoto que se sente profundamente amado consegue superar todas essas tentações. A mesma
verdade se aplica aos filhos de Deus, quanto mais sabemos que somos amados, mais queremos
agradar o Pai.

Depois que o Senhor Jesus ouviu o Pai dizer que ele era o seu filho amado, ele foi levado ao deserto
para ser tentado pelo diabo. A primeira coisa que o diabo lhe disse foi: “Se você é filho de Deus...
Parece que eu ouvi dizer que você é filho de Deus, mas você não se parece com um filho, parece
apenas um galileu comum.” Observe que toda a tentação é colocar dúvida sobre aquilo que Deus
disse.

Depois disso ele disse: “Se você é filho manda que essas pedras se transformem em pães”.
Não existe nada de errado em transformar pedras em pães, o problema é quando fazemos algo para
termos uma prova da palavra de Deus.

O Senhor respondeu: “Não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que procede da boca
de Deus.” O que o Senhor quis dizer com isso? Quando o Senhor mencionou a palavra que sai da
boca de Deus ele estava se referindo ao rhema de Deus, a sua palavra viva e imediata. Que palavra
1
era essa? “Esse é meu filho amado no qual tenho todo o meu prazer!” Essa é a palavra que o Pai
havia dito no rio Jordão. Essa é a palavra que deve ser o nosso alimento hoje também.

Deus vê você em Cristo. Você foi revestido de Cristo. Lá no Édem Deus fez uma roupa para o
homem depois que ele pecou. Eu creio que era uma roupa de lã de cordeiro. Quando Deus nos olha
ele vê a Cristo. Ele nos ama como ama a Cristo. Não é possível ser mais amado por Deus que isso.

“Para louvor da glória da sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado...” Ef 1.6.

Deus não está zangado com você


A ira de Deus está reservada para os Seus inimigos, não para os Seus filhos! Nós estamos na Sua
família “amada”.

“Logo, muito mais agora, sendo justificado pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira...”
Rm 5:9.

Quando eu era adolescente me convenceram que Deus estava zangado comigo cada vez que eu
pecava. assim eu me fechava no quarto sempre que pecava porque tinha certeza que se saísse de
casa o raio de Deus me destruiria e eu não queria que inocentes morressem comigo. O meu
conhecimento de Deus era muito pequeno, mas o pior é que me sentia constantemente em falta.
Não conseguia confiar na bondade de Deus. Pensava que não devia orar muito, pois se orasse muito
ele me chamaria para o ministério e depois me enviaria para alguma aldeia indigena no interior da
amazônia e eu não queria aquilo. Pensava até que se orasse muito ele poderia me mandar casar com
uma moça de quem eu não gostasse só para me quebrantar.

Não consigo entender como cheguei a isso. Um pastor amigo meu me confidenciou que ele não se
permitia ficar muito feliz pois se ficasse muito feliz isso seria soberba e Deus logo viria tratar com
ele. Quanta tolice!

Tenha cuidado com os ensinamentos a respeito de Deus. No passado ouvimos que quanto mais
conhecemos a Deus mais severo será o nosso castigo se pecarmos. A conclusão imediata é que não
vale a pena conhecer a Deus, é melhor ficar na ignorância e não receber uma punição maior.
Também ouvimos dizer que quanto mais intimidade alguém possui com Deus mais provas e
tribulações ele vai passar. Nem precisa dizer o quanto um ensino como esse afasta as pessoas da
intimidade com Deus.

Precisamos entender que a intimidade com Deus é a maior glória nessa terra e quanto mais próximo
estamos dele mais abençoados seremos e não o contrário. É claro que aquele que tem maior luz tem
maior reponsabilidade, assim como o adulto deve ter maior responsabilidade do que a criança, mas
não devemos pensar que é melhor ser criança por toda a vida.

O Senhor disse que se conhecermos a verdade ela nos libertará. O próprio Senhor é a verdade e
quanto mais o conhecemos mais livres somos do pecado de toda amarra do maligno.

O pensamento de que Deus está algumas vezes zangado e outras está feliz com você de acordo com
o seu desempenho, fará de você um crente doente. Todos esses conceitos errados tomam conta de
nosa mente por causa do ensino de que Deus está zangado ou irado com o seu povo. Mas isso não é
verdade.
1
Certa ocasião o Senhor foi pregar numa cidade, mas os habitantes dali não o aceitaram. Revol-
tados com a incredulidade daquele povo, Tiago e João pergutaram para Jesus se ele queria que eles
mandassem cair fogo do céu para destrui-los. A resposta do Senhor deve ser uma revelação para
nós.

Vendo isto, os discípulos Tiago e João perguntaram: Senhor, queres que mandemos descer fogo do
céu para os consumir? Jesus, porém, voltando-se os repreendeu e disse: Vós não sabeis de que
espírito sois. Pois o Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-
las. Lc. 9:54-56

O espírito de Jesus é o Espírito da Nova Aliança, o espírito da graça. O Senhor quer que você tenha
certeza hoje que ele não veio para destruir ou condenar você. O diabo veio para roubar, matar e
destruir; mas o Senhor Jesus veio para que tenhamos vida, e vida em abundância.

Gosto de me lembrar do que o anjo disse para Ló quando estava para destruir Sodoma e Gomorra:
“Apressa-te, refugia-te nela; pois nada posso fazer, enquanto não tiveres chegado lá.” (Gn.19:22).
Veja bem que o anjo teve de esperar Jó sair, pois enquanto ele não saísse anjo não poderia fazer
coisa alguma. A presença de Ló impedia que o juízo viesse sobre Sodoma e Gomorra. Só choveu
enxofre sobre a cidade depois que Ló entrou numa outra cidade e ali se refugiou.

Isso não enche o seu coração de alegria? A ira de Deus virá sobre esse mundo, mas não sobre
aqueles que são justos, justificados pelo sangue de Jesus. Nós somos aqueles que impedem que o
juízo de Deus venha sobre esse mundo.

Deus é por nós


Todos nós passamos por situações adversas nesse mundo. Isso faz parte da nossa condição humana
nesse mundo caído. Sei que há muitas situações que não conseguimos explicar apropriadamente.
Não temos todas as respostas, mas podemos ter certeza que muitas coisas que experimentamos não
são obra de Deus para nós, nem são disciplinas pelos nossos pecados. Quando cremos que Deus é
por nós e não contra nós, podemos ter certeza que ele ouvirá as nossas orações.

Deus tem pensamentos bons a nosso respeito. Quando passarmos pelo vale da adlição precisa- mos
ter convicção de que Deus é por nós. Ele luta a nosso favor. Seus pecados já foram punidos na cruz.
Deus está do seu lado.

Essa deve ser a nossa posição quando nos achegarmos diante de Deus para orar. Você não obterá
coisa alguma do Senhor a menos que creia que não mais está debaixo da sua ira. Essa é a base da
nossa oração, o fato de que ele nos amou ao ponto de nos fazer seus filhos.

Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de
fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a
ele mesmo. I Jo. 3:1

Vença toda acusação


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Estou convencido de que o maior problema que enfrentamos em nossas orações é a acusação do
diabo. Quando nos ajoelhamos para orar debaixo de acusação e condenação não temos fé de que
obteremos do Senhor aquilo que buscamos.

Todo aquele que se dispõe a ser instrumento útil nas mãos do Senhor invariavelmente vai orar.
Muitos porém, resistem a idéia de orar e buscar a Deus por um determinado milagre. Eles se sentem
incapazes e desqualificados e presumem que esse sentimento seja um sinal de Deus de que eles não
receberam o dom da oração. Mas esse é o grande equívoco. Esse sentimento de desqualificação não
procede de Deus.

Todos esses sentimentos que nos bloqueiam e nos deixam paralisados não passam de ataques do
maligno. O texto de Apocalipse nos diz que vencemos o maligno por causa de três coisas:

• Por causa do sangue do Cordeiro


• Por causa da palavra do testemunho
• Porque, mesmo em face da morte, não amamos a própria vida.

Primeiro, eles venceram por causa do sangue do Cordeiro. Toda a nossa vitória no mundo
espiritual é baseada no sangue do Cordeiro. O sangue não é apenas para o perdão e a salvação,
mas é a base pela qual vencemos a satanás.

Satanás é tentador, assassino e mentiroso, mas a sua maior atividade contra os cristãos é a
acusação. Satanás nos acusa de dia e de noite não somente diante de Deus, mas também em nossa
consciência.

O objetivo da acusação é nos tornar fracos e completamente impotentes. Ele nos acusa até ao
ponto de nos considerarmos inúteis e assim percamos a base para prevalecer contra ele oração.
Não estou dizendo que não devemos ser sensíveis ao pecado, o que estou dizendo é que não
devemos aceitar as acusações do maligno.

Como é a pessoa que está debaixo de condenação e acusação? Durante todo o tempo ela sente que
está errada. Quando se ajoelha para orar ela pensa que está errada e que Deus não ouvirá suas
orações. Durante todo o tempo ela pondera quão mau e indigna ela é. Vive consumida pelo
sentimento de incapacidade. Não existe nem um momento em que não se lembre de sua
indignidade.

Tudo isso é acusação de satanás. Quem está nessa situação é impotente diante do maligno.
Ninguém que aceite acusações pode permanecer na posição do vencedor. Ninguém pode ter uma
vida de oração nessa situação. Se queremos orar e obter resposta precisamos nos achegar diante de
Deus livre de toda acusação.

O diabo procura disfarçar a acusação com o sentimento de humildade cristã e por isso muitos
vivem impotentes debaixo de acusação. Ficar se diminuindo e falando quão miserável é não é
humildade, mas espírito de condenação. Humildade é reconhecer que a nossa justiça procede do
Senhor. É saber que em nós mesmos não há mérito algum, mas nos achegamos diante de Deus
confiado no sangue de Jesus.

É verdade que muitas vezes pecamos. Mas mesmo tendo pecado não podemos aceitar as acusações
do maligno, pois o sangue já nos purificou. Se já cremos no perdão devemos esquecer e ficar em
paz.
1
Quem vive no pecado é inútil para Deus, mas aquele que vive debaixo de acusação também não
desfruta do melhor de Deus. Se lhes perguntamos que pecado cometeram não sabem dizer, mas
insistem que se sentem errados. Ninguém pode ter fé debaixo de acusação.

Mas nós temos uma arma para vencer as acusações de satanás: o sangue de Jesus. Eles o venceram
por causa do sangue do Cordeiro. O sangue é a base de nossa vitória. Isso significa que quando o
inimigo nos acusar precisamos declarar que sobre nós não há culpa ou condenação por causa do
sangue de Jesus.

Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Rm. 8:1

Não há pecado tão grande e nem tão sujo que o sangue não possa perdoar. Quando o inimigo nos
acusar precisamos somente nos colocar debaixo da ação do sangue do Cordeiro.

Você deve rejeitar as acusações infundadas e também aquelas que possuem uma causa. Se você
errou você precisa apenas do sangue de Jesus e não de acusações.

Alguns presumem que se eles ficarem pensando no quanto são pecadores então serão mais santos.
Isso nada mais é que carne e incredulidade disfarçada de zelo e humildade.

João diz que o sangue nos purifica de todo pecado. Não importa o tamanho e nem a quantidade de
vezes que o cometi. Não importa se é pecado lembrado ou esquecido. Não importa nem se é um
pecado que pensamos que não pode ser perdoado. João diz que o sangue nos lava de “todo” pecado.

Não creia nas acusações mais do que você crê no sangue. Quando pecamos desonramos a Deus,
mas quando aceitamos acusações desonramos muito mais. É vergonhoso pecar, mas não crer no
sangue é mais vergonhoso ainda.

O sangue precioso de Jesus é a base da nossa oração. Se não sabemos o valor do sangue não
podemos orar porque não teremos fé de que seremos ouvidos. Não podemos vencer se estamos
cheios de culpa. Quem aceita as acusações de satanás está negando o poder do Sangue da cruz.
Nós não vencemos por causa de nosso mérito e nem porque temos crescido ou tido experiên- cias;
mas nós vencemos por causa do sangue. Uma vez que você aceita o sangue o poder de satanás está
anulado.

O segundo ponto importante em Apocalipse 12:11 é que nós vencemos o maligno por causa da
palavra do testemunho que damos. O significado do testemunho aqui é confessar a verdade da
palavra de Deus. Quando temos a base do sangue podemos confessar a verdade com ousadia.
Testemunhar é dizer aos outros o que temos e somos em Cristo. É proclamar bem alto a vitória de
Cristo. Satanás teme quando confessamos a verdade da palavra bem alto.

Confesse que o valente está amarrado e que Cristo é o Senhor e Rei para sempre. Confesse a vitória
da cruz. Confesse que Cristo veio e destruiu as obras de satanás. Não tente argumentar apenas
confesse proclamando a verdade da palavra de Deus. Fale bem alto para que o inferno ouça.

Antes de orar você precisa aprender a confessar a palavra de Deus. Em Marcos 11:23 o Senhor
disse:

Porque em verdade vos afirmo que, se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e
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não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele.

O Senhor não diz aqui que se uma pessoa orar acontecerá, mas ele diz que o que ela disser
acontecerá. Somente quando falamos por fé algo pode se cumprir. E somente podemos ter fé se
rejeitamos toda acusação do diabo.

A sua força para orar depende da sua fé de que o Senhor não está irado com você, de que você não
está mais debaixo de condenação alguma. O Senhor nos deu o sangue para vencer a satanás, mas ele
nos deu também a Palavra do testemunho por meio da qual confessamos a vitória do Senhor.

Por fim nós vencemos o acusador quando em face da morte não amamos a própria vida. Não amar a
própria vida é não valorizar a própria habilidade ou força. É não confiar em si mesmo. É perceber
que somos frágeis e impotentes em nós mesmos. É não confiar em nossa justiça própria. Quando
denpendemos completamentye da justiça de Cristo que nos foi dada gratuitamente, nós rejeitamos
todo esforço próprio para tentar agradar a Deus.

A base de nossa vitória é o sangue de Jesus e a Palavra de nosso testemunho. E a atitude que
precisamos ter ao usar essas duas armas é confiar inteiramente no poder de Deus e não em nós
mesmos.

PRINCÍPIOS DA ORAÇÃO
RESPONDIDA
Aquilo que para nós é um estímulo para orarmos cada vez mais, para outros parece ser justamente o
contrário, um desestímulo para orar.

Alguns dizem que se o Pai sabe todas as nossas necessidades antes que o peçamos então para quê
orar? Além do mais os pais humanos não esperam que seus filhos lhes peçam para então poderem
dar a eles. Esta verdade se aplica muito mais a Deus que é bom (Mt.5:45).

É verdade que Deus sabe todas as nossas necessidades muito antes que o peçamos, mas ele espera
que lhe peçamos, não porque não saiba, nem porque é relutante em nos dar. A questão é que Deus
somente pode nos abençoar se nos humilhamos diante dele.

O ato de pedir é uma declaração de incapacidade, insficiência e humildade. A oração é a nossa


declaração de dependência. Há algo mais constrangedor que pedir algo para alguém? Experimente
pedir algo para quem você não conhece no meio da rua. Deus está pronto parta dar, mas quer saber
se estamos prontos para receber. Deus espera que reconheçamos a nossa necessidade e então em
humildade recorramos a ele.

Uma outra questão frequentemente levantada com relação a oração é fato de que Jesus disse que o
Pai celeste abençoa os maus e os bons e faz chover sobre ambos. Ora se os ímpios possuem coisas
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de Deus sem precisar orar então para que orar?

A resposta aqui é que existe uma diferença entre as dádivas de Deus como criador e suas dádivas
como Pai. É verdade que ele dá certas coisas quer oremos ou não, creiamos ou não como o sol, a
chuva, o ar, a capacidade de ter filhos, etc. Mas os dons da redenção são diferentes. As bênçãos
espirituais resultantes da salvação dependem de invocarmos e crermos em Deus (Rm. 10:12-13).
Infelizmente há muitos que deixam de orar porque pensam que se trata de algo muito profun- do ou
misterioso. Ficam perplexos porque existem muitas pessoas que pedem e não recebem. Muitas
pessoas clamam a Deus e parece que Deus não as ouve.

Precisamos entender que as promessas de Jesus sobre oração são condicionais. Se não nos dispomos
a cumprir as condições de Deus não podemos esperar resultados em nossas orações.
Gostaria de mostrar alguns princípios importantes da oração prevalecente.

Ore em linha com a palavra de Deus


Seja específico, mas em linha com a Palavra de Deus e com o Espírito Santo. Se pedimos algo fora
da Palavra de Deus não temos como receber.
Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras.
Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em
vossos prazeres. Tg. 4:2-3

Por outro lado sabemos que a promessa é clara: “todo que pede recebe...” (Mt. 7:8). Creio que é
importante ser específico em nosso pedido. Quando somos específicos em nossa oração demonstra-
mos que realmente cremos no cuidado do Pai.

Não estou dizendo que Deus não ouvirá se não for preciso. Numa ocasião fui orar com uma pessoa
enferma e havia ali alguém que também estava orando por ela. Antes de começar a orar o
intercessor me passou por escrito o nome científico da doença e toda as suas características. Não é
isso que quero dizer com o ser específico ao orar.

Ser específico é reconhecer que o Pai tem cuidado de você. Devemos colocar diante dele nossos
pedidos porque ele tem cuidado de nós (1 Pedro 5:7). A menos que você tenha absoluta confiança
que Ele se importa com você, você não vai lançar sobre ele seus sonhos e anseios. Quando você
orar saiba que você tem a completa atenção dele com todos os recursos do céu para ajudá- lo.

Talvez você possa pensar que o Senhor Jesus tem coisas mais importantes para fazer do que se
importar com seus problemas. Dizendo isso você demonstra que não acredita realmente que ele se
importa com você. O Senhor Jesus disse: “Até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados.
Não temais! Bem mais valeis do que muitos pardais” (Lucas 12:7).

Eu amo minhas filhas. Amos estar com elas e me importo profundamente com os seus pro- blemas,
no entanto nunca me ocorreu contar os cabelos da cabeça delas. Mas o Pai conta os muitos fios de
cabelo da sua cabeça. Tudo o que diz respeito a você é importante para ele.

Quando minhas duas filhas começaram a crescer eu tive de aprender muito sobre as coisas de
meninas. Tive de aprender a comprar bijouterias, acessórios e muitas coisas próprias de mulher. Se
aquilo era importante para elas então eu me empenhei para saber como agradá-las. Deus está
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interessado em cada mínimo detalhe da sua vida.

O amor de Deus por você é infinitamente detalhista. Qualquer coisa pequena que o faz chorar
também toca o coração dele. Ele não é Deus distante que está preocupado apenas com as grandes
questões do universo. Seu pequeno mundo é importante para ele.

Essa é a razão porque precisamos ser específicos em nossas orações. Deus se agrada de saber o que
vai em nosso coração e tem prazer em fazer a nossa alegria completa em todos os detalhes.

Tenha um desejo profundo


Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração. Jr. 29:13

É preciso querer e, então pedir a Deus. A seqüência do pedir-buscar-bater fala de um desejo ardente
no coração. Somente alguém possuído por um desejo profundo e uma necessidade inadiável pode
realmente seguir pedindo, depois buscando e, então batendo na porta. Pedir, buscar e bater nos
mostra uma seqüência ascendente de intensidade. Deus somente se deixa achar por aqueles que o
buscam de todo o coração.

Você nunca terá aquilo que você não deseja, e nem busca. A primeira condição para a oração nem é
a fé, mas um desejo profundo, um desejo que não encontra obstáculos. Somente aqueles que
possuem esse fogo queimando no seu coração estão aptos para receberem de Deus.
É preciso ter um desejo que nos faça suspirar. Já aconteceu de você tentar respirar, mas em vez de
respirar você suspira? O ar sai meio entrecortado do pulmão, certamente é algum desejo ainda não
realizado do fundo do coração.

A alegria de Deus é cumprir o desejo do seu coração. A Palavra do Senhor diz no Salmo 37:4:
“Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará os desejos do teu coração.” Muitos pedem e não recebem
porque não desejavam realmente receber. Quem realmente quer algo não se acomoda. Quando
queremos profundamente receber algo aquilo se torna uma santa obsessão e não conseguimos
pensar em outra coisa. Quem tem um desejo profundo não abrirá mão dele facilmente. Será ainda
mais poderoso se a pessoa tiver completa convicção de que é a vontade de Deus atendê-lo.

A vontade de Deus é surprir a sua necessidade. Você precisa orar de acordo com a palavra, mas
você precisa orar com uma santa obsessão no seu coração.

Muitos não são curados porque imaginam que é a vontade de Deus que eles estejam doentes.
Apesar de pensarem assim eles vão ao médico para se livrarem da vontade de Deus. Assuma aquilo
que você quer. Você quer é ser curado. A pergunta do Senhor para você é essa: “o que você quer
que eu lhe faça?”

Aquele que está doente não deveria perguntar se é da vontade de Deus curá-lo. Aquele que está
vendo o seu lar ser destruído, não deveria perguntar se é da vontade de Deus a restauração do seu
casamento. Alguém que está infeliz sozinho não tem que perguntar para se é da vontade de Deus
que ele fique solteiro. Essas coisas você não tem que se perguntar, tem apenas que apresentar a
Deus o que você quer receber. A vontade de Deus é que a sua alegria seja completa.
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Seja positivo em relação a Deus
Não duvide da bondade de Deus. Em Mateus 9:11 a lógica do Senhor Jesus é clara, se nós que
somos maus sabemos dar boas coisas a nossos filhos, quanto mais o Pai celestial.

Tenha uma imagem correta de Deus. Veja-o como um pai amoroso interessado em nossas vidas.

Ou qual dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra? Ou, se lhe
pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos
vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem? Mt.
7:9-11

Coisas boas acontecem com pessoas que creem que Deus as ama. As coisas boas que você receberá
não dependem de quem você é ou das suas muitas qualificações. As boas coisas simples- mente
acontecem quando você crê que Deus o ama. Faça a experiência. Lance fora todo pensamento de
que Deus está zangado com você. Rejeite a sugestão de que não é a vontade dele responder a sua
oração. Ele o ama o tempo todo, até mesmo quando você falha. O amor de Deus não é como o
nosso. O amor do Pai é incondicional.

Para que os irmãos pudessem experimentar a plenitude da bondade de Deus Paulo faz uma oração
muito poderosa. Ele ora para que os irmãos tivessem revelação e pudessem compreender qual é a
largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo
entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus (Leia Ef. 3:18-19).

Quando você conhecer o amor de Deus você será cheio de toda a plenitude da divindade. Mas o
mais extraordinário é o que Paulo diz logo em seguida. Quando compreendemos o amor de Deus
podemos experimentar o seu poder para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou
pensamos, conforme o seu poder que opera em nós (Ef. 3:20).

Deus o amou tanto que não poupou a seu próprio filho por amor de você. Seja sempre positivo em
relação ao amor de Deus. Quem não poupou o próprio filho não vai lhe negar coisa alguma. Deus
não o ama apenas quando você é bonzinho, ele o ama sempre imutavelmente e incondicionalmente
(Rm. 8:32).

Frequentemente ouço irmãos dizendo que estão mal com Deus. Dizem isso porque pecaram e
imaginam que agora Deus está irado e muito zangado com eles e nem de longe vai lhes ouvir a voz
quando orarem. Mas isso é uma grande mentira do diabo. Deus não pode estar irado com você, pois
o sangue de Jesus já pagou toda dívida e aplacou toda a sua ira. Você não pode estar mal com Deus
se já foi reconciliado pelo sangue de Jesus.

Jamais pense que não é a vontade de Deus ouvi-lo. Se houver a menor sombra de dúvida de que a
vontade de Deus é ouvi-lo você não terá fé para orar. A nossa fé depende do nosso conheci- mento
da graça de Deus. Na verdade a fé é uma fé na graça. O tamanho de nossos pedidos demonstra o
quanto acreditamos que estamos debaixo do favor imerecido da graça de Deus.
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Batalha Espiritual
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A BASE DA OBRA CONSUMADA

Uma base fundamental da Nova Aliança é entender que fomos inseridos em uma obra já
consumada. Tudo aquilo que diz respeito à nossa redenção foi terminado no Calvário quando o
Senhor disse: “está consumado!” Não podemos acrescentar nada a essa obra, pois ela está pronta.

A base de toda batalha espiritual é a obra consumada. Nós não lutamos para vencer o inimigo, mas
nós lutamos porque Cristo já venceu. Nâo lutamos para ter vitória, mas lutamos na posição de
vitória.A verdadeira batalha espiritual é permanecer na posição da vitória de Cristo.

Você não começa a batalha espiritual esperando que o inimigo seja derrotado. Você já começa a
guerra na posição de vencedor porque Cristo já triunfou.

Você não começa a jornada como um pecador que procura ter uma vida justa e então receber a
bênção de Deus. Nada disso. Você começa na posição de justo já abençoado com toda sorte de
bênção espiritual.

No Velho Testamento o jardim do Édem é uma alegoria da obra consumada. No sexto dia Deus
consumou toda a sua obra de criação. Ele então colocou o homem no Édem. O homem não foi
colocado ali para ajudar a Deus a terminar a obra, mas apenas para cultivar e guardar.

Deus colocou o homem no jardim e lhe disse para cultivar e guardar. Essas eram as duas únicas
atribuições do homem: cultivar e guardar. Foi Deus quem plantou o jardim e não o homem. O
homem foi colocado numa obra já consumada. O homem não foi criado para ajudar a Deus a
terminar a sua obra.

Eu creio que Deus trouxe a igreja hoje a essa mesma posição. Não somos chamados para terminar a
obra, antes fomos introduzidos numa obra já consumada e, como Adão, somos designados apenas
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para cultivar e guardá-la. Você não pode acrescentar nada à obra consumada, pode apenas cultivar e
guardá-la.

Para que o homem pudesse cultivar a guardar o Senhor disse que ele deveria dominar e sujeitar a
criação. Hoje também recebemos autoridade para sujeitar e dominar sobre as obras do diabo, mas
fazemos isso guardando e cultivando a obra que já foi consumada na cruz. Não somos chamados
para terminar a obra de Cristo, mas para guardá-la.

O alvo do diabo é fazer com que homem saia da posição da obra consumada, assim como era o seu
objetivo que o homem saísse do Édem. Como ele fez isso? Ele tentou o homem a se tornar o que ele
já era. O homem já era imagem e semelhança de Deus, mas o diabo o enganou dizendo que se
comesse do fruto se tornaria como Deus.
Hoje o inimigo usa a mesma estratégia. Você já é justo, mas ele tenta convencê-lo que você precisa
fazer algo para se tornar justo. Ele quer que você duvide que já é, para que então você tente se
tornar pela sua força naquilo que Deus diz que você já é. Quando agimos assim desprezamos a obra
consumada e decaímos da graça.

Quando Adão caiu no pecado ele já não estava guardando a obra consumada. Por causa disso ele foi
expulso do Jardim e agora deveria lavrar a terra de que fora formado. O que você prefere, guardar o
jardim ou lavrar a terra? A terra é de onde nossa carne foi formada e lavrá-la significa viver pelo
seu esforço próprio. Por causa disso muitos acreditam que o esforço próprio é bom e que devem
viver assim. Mas a verdade é que o esforço próprio é o centro da carne.

A carne não é o nosso corpo. Ela está em nosso corpo, mas não é o corpo. O nosso corpo é templo
do Espírito. Mas quando confiamos em nossa força natural estamos agindo na carne. Abraão gerou
Ismael na carne, ou seja, pelo seu esforço próprio.

Deus odeia a carne, pois ela leva o homem e presumir que pode fazer por si mesmo como se fosse
Deus. A carne tenta terminar aquilo que Deus disse que já está consumado, terminado.

Quando cremos na obra consumada nós lutamos na posição de vitória e não para obter vitória. Você
luta para ter vitória ou luta declarando que já recebeu a vitória na cruz? A compreensão dessa
verdade vai determinar se você viverá em vitória ou não.

Mas como eu posso dizer que a obra da cura já foi consumada na cruz se ainda estou sentido dores
no meu corpo? O nosso Deus é aquele que chama as coisas que não são como se já fossem. Deus
fez de Abraão um pai de nações quando ele não tinha filhos e sua esposa ainda era estéril.

Deus se alegra quando cremos que a obra já está terminada mesmo que pareça que nem foi iniciada
ainda. Nosso esforço é para entrar no descanso. Só pode descansar quem crê que tudo já está
terminado.

Essa é a verdadeira batalha espiritual, guardar a obra consumada. Esse é o bom combate da fé,
ignorar os sintomas do meu corpo e declarar a verdade da obra de Cristo na Cruz.

Você está guardando o jardim ou está lavrando a terra? Nosso corpo vem da terra, por isso lavrar a
terra é cultivar a carne. O jardim representa a obra consumada do Senhor Jesus.

Creia que você é uma nova criação. Tudo o que diz respeito a Cristo agora diz respeito a você
também, pois como ele é nós somos nesse mundo.
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A única coisa que Adão tinha de fazer no Edem era semear sementes. Sementes representam a obra
consumada numa forma embrionária.

Tudo o que temos de fazer hoje é semear. A fé se expressa na semeadura. A semente não é sua obra,
mas a obra consumada do Calvário.

Muitos crentes gostam de chegar diante de Deus como um pecador que procura misericórdia.
Mas se você age assim Deus não o ouvirá. Você não é mais um pecador, você é filho. O nosso
clamor agora é Aba Pai! Muitos gostam de orar como o pecador da parábola que Jesus contou.

Dizem: “tem misericórdia de mim que sou pecador!” Mas isso foi antes de se converter, agora você
foi justificado.

Hoje Deus não é apenas Deus para nós, mas é nosso Pai. E não somos mais pecadores diante dele,
mas somos seus filhos amados. Milagres acontecem quando cremos nessa verdade eterna. O
Espírito Santo vem para confirmar a mensagem.

Quando você crê que já é aperfeiçoado em Cristo você entra no descanso. Mas quando tentamos nos
tornar santos e justos com nossas obras o resultado é um imenso cansaço. Nos desgastamos
buscando vitória, orando para ter justiça. Mas há um grande descanso quando oramos a partir da
vitória que já temos. Eu oro na posição da vitória. Cristo já venceu e nessa posição de vitória eu
enfrento o inimigo.

Precisamos ter muito cuidado com ensinamentos de homens. A verdadeira mensagem do evangelho
é algo sobrenatural. Não tente entendê-la de forma natural. O que é natural? É dizer algo como:
“faça o seu melhor para agradar a Deus e, algum dia quando Deus ver que você é sincero o
suficiente, fiel o suficiente, então você será aperfeiçoado.” O sobrenatural por outro lado é quando
Deus diz que eu sou justo em Cristo mesmo que eu ainda não veja a justiça em mim.

Tenha a atitude de descanso


Temamos, portanto, que, sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso de Deus, suceda
parecer que algum de vós tenha falhado.
Porque também a nós foram anunciadas as boas novas, como se deu com eles; mas a palavra que
ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé naqueles que a ouviram. Nós,
porém, que cremos, entramos no descanso. Hb 4:1-3

A primeira atitude e a mais importante é a atitude de descanso. O descanso só tem sentido quando
chegamos ao fim de um trabalho. Uma vez que o Senhor disse que está consumado ele se assentou.
Se também cremos que a obra está terminada nós devemos descansar.

A maneira de entrarmos no descanso da obra consumada é crendo. Precisamos ouvir a palavra, mas
esse ouvir deve ser acompanhado de fé. Creia no que Deus diz a seu respeito. Creia no que Cristo
realizou na cruz em seu favor. A filha de Jairo tinha morrido, mas o Senhor diz para ele crer
somente. Quando estiver com fome apenas coma, quando estiver com sede apenas beba, mas
quando estiver no meio da tribulação apenas creia.
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A palavra de Deus diz que depois de ter oferecido o sacrifício pelo pecado Cristo se assentou. O
fato de ter consumado a obra da redenção significa que não há mais inimigos? Claro que há, eles
continuam lá, mas veja a atitude do Senhor, ele está sentado aguardando que os inimigos sejam
colocados debaixo dos seus pés.

Tenha a atitude do trono


Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia, a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas
vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados; Jesus, porém, tendo
oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus,
aguardando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés.
Hb. 10:11-12

Nós estamos assentados com Cristo, então a nossa atitude deve ser a mesma que ele tem, nós
também descansamos e aguardamos que os nossos inimigos sejam colocados debaixo dos nossos
pés. Essa é a atitude de quem está sentado no trono.

Quando o inimigo se levantar contra você assuma a atitude do trono. Creia que você está acima dele
e você verá todos debaixo dos seus pés.

Em Romanos 10 Paulo diz que aquele pratica a justiça da lei vive por ela. Mas a justiça decorrente
da fé apenas diz, fala. Assim a lei é baseada no fazer, mas a fé se expressa no falar.

Ora, Moisés escreveu que o homem que praticar a justiça decorrente da lei viverá por ela. Mas a
justiça decorrente da fé assim diz... Rm. 10:5-6

Deus fez todas coisas apenas falando. A obra de Deus é falar. Hoje Deus quer que atuemos da
mesma forma.

Uma forma de entender a diferença entre a lei e a graça é entendendo que aqueles que vivem na lei
estão sob o espírito de servidão. O servo faz as coisas. Mas na nova Aliança fomos feitos filhos e
consequentemente reis e sacerdotes (Ap. 1:6). Assim na Nova Aliança nós apenas falamos porque
somos reis sentados em tronos. Servos fazem, mas reis ordenam. No palácio todos os que trabalham
são servos e escravos, mas o rei não faz, ele fala e as coisas acontecem. Como sacerdotes nós
usamos as palavras para adorar e louvar a Deus e como reis usamos nossa palavra para alterar as
circunstâncias.

Veja os seus inimigos debaixo dos seus pés. Quem está no trono precisa apenas comandar e as
coisas acontecem. Você já está sentado com Cristo nos lugares celestiais acima de todo principado e
potestade (Ef. 2:6). Dessa posição você pode reinar em vida.

E, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus.
Ef. 2:6

No livro de Josué lemos da guerra onde cinco reis cananeus foram derrotados. Eles foram
derrotados e presos numa caverna, depois Josué mandou que os capitães colocassem os pés sobre o
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pescoço daqueles reis. Isso nos mostra que uma coisa é derrotar o inimigo, outra coisa é fazer disso
a nossa experiência (Js. 10:16-24).

Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés. O último
inimigo a ser destruído é a morte. I Cor. 15:25-26

Quando o Senhor Jesus ressuscitou, a morte foi vencida. Então o que significa colocar os inimigos
debaixo dos pés? Os pés são uma parte do corpo e o corpo de Cristo é a Igreja. Isso nos mostra que
a vitória já foi conquistada, como na história daqueles cinco reis, mas agora é preciso colocar o
inimigo debaixo dos pés da Igreja. Isso é experiência.

Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos
debaixo dos teus pés? Mt. 22:44

O Senhor está dizendo que os inimigos foram todos derrotados, mas hoje ele está colocando todos
eles debaixo de nossos pés, o corpo de Cristo.

Hoje nós estamos sentados com Cristo à destra de Deus Pai (Ef. 2:6). Assim aquilo que o Pai diz
para o Senhor Jesus também se aplica a nós. E o que ele diz é assenta-te. Essa é a única coisa que o
Pai nos diz para termos os inimigos derrotados. Quando nos assentamos os inimigos são colocados
debaixo de nossos pés. Essa é a atitude do trono.

Tenha a atitude de vitória


Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele,
igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a
saber, o diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a
vida. Hb. 2:14-15

Esse texto nos mostra claramente que a morte não vem de Deus. O diabo é aquele que detém o
poder da morte. Mas ele não tem qualquer poder nele mesmo, mas ele usa o poder de outra coisa
para trazer a morte. Essa coisa é a lei, pois a palavra de Deus diz claramente que a lei traz a morte.

A árvore do conhecimento do bem e do mal, que não é chamada de árvore da morte e nem árvore
do pecado, hoje é a lei. II Coríntios 3:7-9 diz que a lei é um ministério de condenação e morte
gravado em pedra. A única parte da lei que foi gravada na pedra são os mandamentos.

Sabendo que a lei produz morte, o que faz o diabo? Ele procura levar o crente a viver pela lei, para
dessa forma poder trazer acusação e condenação. Ele diz ao crente que cada vez que ele faz algo
errado ele deve esperar que algo ruim aconteça como punição. Algumas vezes as pessoas até
mesmo esperam pela morte. Em outras palavras o poder da morte está na acusação. Se você aceita a
condenação o inimigo ganha espaço.

O nome do diabo é satanás que significa acusador. Somente quando você aceita acusação você entra
debaixo do poder da morte.

O texto diz que vivíamos sujeitos à escravidão por causa do medo da morte, então hoje precisamos
1
receber uma revelação de Deus que nos livre do medo da morte. É certo que o Senhor Jesus fez algo
para nos libertar. Pela sua morte ele destruiu o diabo. A palavra destruir aqui não significa aniquilar,
mas significa destituir o diabo do poder que ele tinha. Precisamos fazer com que essa vitória seja
experimentada também em nossa vida.

No livro de Josué lemos da guerra onde cinco reis cananeus foram derrotados. Eles foram
derrotados e presos numa caverna, depois Josué mandou que os capitães colocassem os pés sobre o
pescoço daqueles reis. Isso nos mostra que uma coisa é derrotar o inimigo, outra coisa é fazer disso
a nossa experiência (Js. 10:16-24).
Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés. O último
inimigo a ser destruído é a morte. I Cor. 15:25-26

Quando o Senhor Jesus ressuscitou, a morte foi vencida. Então o que significa colocar os inimigos
debaixo dos pés? Os pés são uma parte do corpo e o corpo de Cristo é a Igreja. Isso nos mostra que
a vitória já foi conquistada, como na história daqueles cinco reis, mas agora é preciso colocar o
inimigo debaixo dos pés da Igreja. Isso é experiência.

Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos
debaixo dos teus pés? Mt. 22:44

O Senhor está dizendo que os inimigos foram todos derrotados, mas hoje ele está colocando todos
eles debaixo de nossos pés, o corpo de Cristo.

A BATALHA DENTRO DA MENTE


As pessoas gostam de dizer que são livres pensadores. Mas isso não é verdade. Se você é escravo do
pecado, você não pode realmente dizer que é livre para pensar. Todo homem que nasceu nesse
planeta é escravo do pecado. Você precisa nascer de novo para ser livre dessa escravidão.

Aqueles que se dizem livres pensadores não podem na verdade deixar de pensar pensamentos sujos,
imagens impuras e licenciosas. Pensamentos de pessimismo e depressão. Na verdade são escravos
dos seus próprios pensamentos.

Hoje se queremos experimentar uma vida de liberdade precisamos lutar a batalha da nossa mente.
Não é por acaso que o Senhor Jesus foi crucificado num lugar chamado “Gólgota” que significa
caveira em hebraico. Creio que até isso nos mostra que tudo começa em nossa mente. A verdadeira
batalha acontece em nossas mentes.

Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa
milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando-nos sofismas
e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à
obediência de Cristo, e estando prontos para punir toda desobediência, uma vez completa a vossa
1
submissão. II Cor. 10:3-6

Todo cristão precisa entender que ele se encontra no meio de uma batalha espiritual. Na verdade se
você tem enfrentado ataques do inimigo esse é um sinal de que você realmente nasceu de novo. E
nessa batalha nós não lançamos mão de armas naturais e carnais. Nossa armas são espirituais e
poderosas para destruir fortalezas espirituais.

Muitos pensam que a batalha espiritual acontece nos ares. Já ouvi dizer de pastores que tomam
aviões e helicópteros para fazer batalha espiritual nos ares. Mas a verdade é que hoje o verdadeiro
campo de batalha é a nossa mente.

Observe que as peças de nossa armadura espiritual mencionada em Efésios 6 estão todas
relacionadas com o evangelho. Precisamos do capacete da salvação para guardar a nossa mente,
devemos tomar a couraça da justiça para guardar o nosso coração das acusações do diabo.

Precisamos estar vestidos com a verdade e usando os calçados da preparação do evangelho. Para
completar devemos tomar a espada do Espírito, que é a palavra de Deus e o escudo da fé para
apagar os dardos do inimigo. Todas essas coisas são aspectos do evangelho. É o conteúdo da nossa
fé. Se cremos errado a respeito do evangelho manifestaremos um comportamento errado e não
teremos uma base para vencer o inimigo. Lembre-se sempre que as suas crenças determinam seu
comportamento.

Como destruir as fortalezas


Paulo diz que o objetivo da batalha espiritual é destruir fortalezas, anular sofismas e trazer cativo
todo pensamento à obediência de Cristo. Toda fortaleza e todo sofisma estão em nossa mente.
Existem muitos tipos de fortalezas na mente. Há pessoas que vivem em depressão, outras vivem
lutando com pensamentos descontrolados, outras não conseguem se concentrar e ter um foco. Tudo
isso são exemplos de fortalezas.

Mas como essas fortalezas são destruídas? Paulo diz que é pela obediência de Cristo. Não é
obediência a Cristo ou para com Cristo, mas obediência de Cristo.

Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também,
por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos. Rm. 5:19

Pela desobediência de Adão nós nos tornamos pecadores e nos tornamos sujeitos a enfermidade,
pobreza e morte. Por causa do pecado de Adão nós nos tornamos pecadores. Você pode pensar que
isso é injusto, mas Deus faz a mesma coisa com Cristo. Por causa da obediência de Cristo nós nos
tornamos justos. Não nos tornamos pecadores por causa de nossos pecados, mas por causa do
pecado de Adão. Também não nos tornamos justos por causa de nossa obediência, mas por causa da
obediência de Cristo.

Frequentemente nós declaramos que somos justos por causa da justiça de Cristo que nos foi dada,
no entanto quando pecamos nós concluímos que não somos justos. Mas se você crê que perde a
justiça quando peca, isso significa que você crê que tudo depende de sua obediência. No entanto a
palavra de Deus declara que tudo depende da obediência de Cristo. A obediência de Cristo é que
1
nos faz justos.

É por isso que Paulo diz que precisamos trazer todo pensamento à obediência de Cristo.

Temos que trazer nosso pensamento para focar na obediência de Cristo. No momento em que você
foca na sua obediência ou falta dela, o inimigo toma espaço contra você. Ele vai dizer, “veja você
pecou, agora você já não é mais justo”. Mas se focarmos na obediência de Cristo, vamos
permanecer na base de que somos justos em Cristo.

Isso significa que a nossa obediência não é importante? Claro que não. Paulo diz no verso seguinte
que depois disso estaremos prontos para punir toda desobediência, uma vez completada a nossa
submissão.

A nossa obediência é apenas o fruto da obediência de Cristo. No Velho Testamento a obediência era
a origem da justiça do homem, mas nos dias do Novo Testamento a justiça é o fruto. Quanto mais
você acredita que é justo por causa de Cristo, mais você vai ver o fruto da própria obediência. E
quanto mais você se condena por cair, mas vezes você cairá.

Rejeite pensamentos errados


Mas será que esses pensamentos procedem de nós mesmos? Essa é a tática do inimigo, fazer- nos
pensar que os nossos pensamentos procedem de nós. Ele nunca fala em nossa mente usando a
segunda pessoa, é sempre na primeira pessoa. Ele nunca diz “você é estúpido! Você é indigno!
Você é pecador!” Ele sempre diz “eu sou estúpido! Eu sou indigno! Eu sou pecador!”. Ele sempre
coloca o pronome “eu” de forma que você acredita que procede de você. Dessa forma você conclui
que é você mesmo que está pensando e assim se deixa levar pelas conclusões sem resistir.

Qual o problema de aceitar tais pensamento? O resultado imediato é que nos tornamos aquilo que
cremos em nossa mente. Provérbios diz que como o homem se imagina em sua mente, assim ele é
(Pr. 23:7).

Se o diabo diz na sua mente; “eu sou um pervertido sexual!” Sempre que pensamos algo o nosso
corpo recebe uma reação, uma descarga emocional. Depois disso nós tendemos a agir de acordo
com o que pensamos e agora passamos a sentir também.

Como devemos então reagir quando o inimigo lançar pensamentos em nossa mente? Creio que
devemos simplesmente ignorá-los, não alimentá-los meditando neles. Não temos como impedir que
pensamentos venham à nossa mente, mas podemos impedir que eles permaneçam. Gosto daquele
ditado que diz que não podemos impedir que um pássaro pouse em nossa cabeça, mas podemos
impedi-lo de fazer um ninho.

O problema acontece quando nos sentimos culpados por termos tais pensamentos.

Entretanto, não devemos nos sentir culpados porque na verdade esses pensamentos não procedem
de nós. Muitas vezes tenho estado em lugares onde pessoas falam coisas profanas a respeito de
Deus. Eu ouço tais coisas, mas não me sinto acusado como se aquelas palavras procedessem de
mim. Foi outra pessoa que falou. O mesmo se dá com o nosso pensamento. Não procedem de nós,
portanto não precisamos nos condenar por causa deles. Quando os pensamentos maus vierem
1
apenas diga, “não são meus, portanto não vou aceitá-los”.

A introspecção abre portas na mente


Existe uma sequência terrível quando cedemos aos pensamentos do maligno. Podemos adquirir o
que os médicos chamam de transtorno obsessivo compulsivo. Quando o inimigo fala em nossa
mente que pecamos imediatamente sentimos condenação. Mas não sabemos realmente o que
fizemos então começamos a nos vasculhar compulsivamente procurando algo de errado. Mas
quanto mais procuramos, mais culpados nos sentimos. Isso pode chegar ao ponto de ficarmos
deprimidos.

Certamente ficar se olhando introspectivamente é um tipo de zelo, mas é um zelo sem


entendimento. É o que Paulo diz a respeito dos judeus em Romanos 10.

Porque lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, porém não com entendimento.
Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se
sujeitaram à que vem de Deus. Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê.
Rm. 10:2-4

Ficar procurando erros em si para corrigi-los e assim se sentir como justo diante de Deus é zelo da
carne. É uma forma sutil de estabelecer a sua própria justiça. Quando tentamos encontrar nossa
própria justiça nós perdemos aquela que vem de Deus e procede de Cristo. A justiça que vem de
Deus é um dom, mas a que procede de nós é justiça própria, que na verdade nem é justiça diante de
Deus.

O fim da lei é Cristo. Em Cristo somos feitos justos. Por causa da obediência dele somos
justificados quando cremos. É por isso que jamais podemos perder a salvação, porque não depende
do que nós fazemos e de nossa própria justiça, mas depende exclusivamente da justiça de Cristo
em nós.

Lembre-se sempre que se não é a sua obediência que o faz justo, também não é a sua obediência
que o mantém justo. Nada depende de nós, mas tudo procede de Cristo.

Resista ao diabo
Eu creio que a melhor forma de resistirmos o diabo é ignorá-lo. Quando você aceita os pensamentos
do maligno você começa a vivencia-los e as fortalezas se tornam mais firmemente estabelecidas.

Isso não significa que não devemos repreendê-lo em certas situações, mas significa que o nosso
foco precisa estar no lugar certo. Lembro-me quando era adolescente que ficava o tempo todo
repreendendo o diabo. Diante de qualquer coisa que acontecia ou que eu sentia que poderia
acontecer eu repreendia o diabo. O problema é que eu ficava focado o tempo todo no maligno e
mesmo assim não tinha vitória.

Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como
1
virgem pura a um só esposo, que é Cristo. Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva
com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e
pureza devidas a Cristo. Se, na verdade, vindo alguém, prega outro Jesus que não temos pregado,
ou se aceitais espírito diferente que não tendes recebido, ou evangelho diferente que não tendes
abraçado, a esse, de boa mente, o tolerais. II Cor. 11:2-4

O evangelho é muito simples. É sobre Jesus e não sobre nós. É a sobre nós apenas na medida em
que estamos nele. Cristo é a minha justiça, Cristo é a minha sabedoria, Cristo é a minha santidade.
Cristo é a minha redenção. Eu me glorio unicamente em Cristo.

Paulo diz que ainda hoje podemos ser enganados como Eva foi no Éden. Como o inimigo pode nos
enganar como enganou a Eva? Basta se lembrar do que o inimigo disse a ela: “se comer desse fruto
você será semelhante a Deus!” Mas veja a verdade, ela já era criada à imagem e semelhança de
Deus. Creio que é assim que o inimigo tenta nos enganar. Ele nos leva a ignorar o que já somos e
temos em Cristo e nos seduz a olhar para nós mesmos.

O diabo sempre nos seduz a fazermos algo para sermos como Deus. Mas a verdade é que agora
estamos em Cristo. Já somos justos nele, então agora podemos agir como justos. Precisamos
escolher a árvore correta. A árvore do conhecimento do bem e do mal é a lei que traz morte, mas a
árvore da vida é Cristo.

Mas a serpente disse que se a mulher comesse do fruto ela seria conhecedora do bem e do mal.
Conhecer o bem e o mal nada mais é que viver debaixo da lei. Quando vivemos pela lei nós estamos
sempre considerando se algo é bom ou mal e não se algo procede do Senhor.

O que o diabo faz é desviar a nossa atenção de Cristo. Ele diz: “olhe para você. Como você pode ter
esse tipo de pensamento a respeito do fulano?” Nós ponderamos e concluímos que não temos ainda
a mente de Cristo e nem a sua justiça. Mas isso é mentira.

Paulo diz que perdemos a simplicidade quando temos um outro Jesus, um outro espírito e um outro
evangelho. Certamente ele está falando de um Jesus que não é cheio de graça, do espírito da lei que
anula o evangelho. Quando cremos num Cristo que não é cheio de amor e num evangelho misturado
com a lei nós nos tornamos complicados. Perdemos a simplicidade do evangelho.

Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, nos
quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a
luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.
II Cor. 4:3-4

Por que o diabo coloca um véu para cobrir o evangelho? Na verdade até mesmo para muitos
cristãos o evangelho ainda está encoberto. Ele faz isso porque ele sabe que o evangelho é o poder de
Deus. O evangelho é realmente algo glorioso. Ele é realmente uma boa nova.

O diabo usa a lei para cegar as pessoas. Elas tentam cumprir a vontade de Deus e o padrão divino de
justiça baseado no esforço próprio. O resultado é fracasso e sentimento de condenação. Mas o pior é
que elas pensam que é isso o evangelho. Esse é o engano do maligno.

Vença pela Palavra


1
Em Mateus 4 lemos como o Senhor venceu a tentação do diabo. Depois de quarenta dias o Senhor
teve fome, então o diabo lhe disse: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se
transformem em pães”, Eu creio que nessa hora o inimigo lhe mostrou as duas tábuas de pedra com
a lei, e mandou que ele as transformasse em pão. Mas em vez disso o Senhor disse: “Não só de pão
viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.” Mas qual foi a palavra que
saiu da boca de Deus para Jesus? Foi justamente quando o Pai falou do céu algumas semanas antes:

“Este é meu Filho amado no qual tenho todo o meu prazer”.


A maneira como o Senhor venceu a tentação do diabo na mente foi declarando o que o Pai lhe
falou: “eu sou o filho amado”. Creio que é essa amaneira como vencemos a batalha em nossa mente
hoje também.

VOCÊ ESTÁ NUMA GUERRA


Nós cristãos estamos assentados com Cristo nos lugares celestiais acima dos principados e
potestades. A posição em que estamos em Cristo é um lugar de autoridade, honra e triunfo. Não
precisamos viver no fracasso, na depressão e na derrota.

O qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita
nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome
que se possa referir, não só no presente século, mas também no vindouro. E pôs todas as coisas
debaixo dos pés... Ef. 1:20-22

E, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus.
Ef. 2:6

Se um cristão experimentará vitória ou não sobre o inimigo depende da visão que ele possui a
respeito de si mesmo como igreja: militante, derrotado ou triunfante.

O militante é aquele que ainda não está sentado nos lugares celestiais e ainda está lutando para
ganhar a vitória contra o inimigo.

O derrotado é aquele completamente ignorante de sua posição de autoridade e de seu direito de


reinar em vida por meio de Jesus Cristo. Por causa da ignorância esses crentes são constantemente
atacados pelo inimigo e vivem num estado de fracasso e derrota.

O triunfante, por outro lado, descreve a perspectiva bíblica do crente assentado com Cristo nos
lugares celestiais. Eles não apenas sabem de sua autoridade, mas a exercitam para colocar o inimigo
debaixo dos seus pés.

Nesta época em que a atividade do maligno está aumentando, é vital que os crentes saibam a
respeito de sua posição em Cristo. Precisamos ser completamente convencidos que temos
autoridade por causa da vitória de Jesus na Cruz. Somente andando na luz da Palavra de Deus
teremos confiança e fé para exercer nossa autoridade.
1
Estamos envolvidos numa batalha pela reconquista da terra
para o reino de Deus.

Precisamos entender contra quem é a nossa guerra


Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo;
porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades,
contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões
celestes. Ef. 6:11-12

Por isso precisamos conhecer o nosso inimigo.


Para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios.
II Cor. 2:11

Precisamos saber qual sua estratégia no mundo


nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça
a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus. II Cor. 4:4

E na vida da Igreja
Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge
procurando alguém para devorar. I Pe. 5:8
O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em
abundância. Jo. 10:10.

Devemos saber usar as nossas armas


Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir
fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus. II
Cor. 10:4-5
Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes
vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-
vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; embraçando
sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai
também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda oração
e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica
por todos os santos. Ef. 6:13-18

Sete razões para entendermos as estratégias satânicas

· Para evitarmos o extremismo do misticismo


· Para eliminar o extremismo do intelectualismo
· Para nos libertar do medo
· Para evitar que tributemos louvor ao inimigo
· Para nos familiarizar com as suas estratégias
· Para aprendermos a anular suas estratégias
1
· Para sermos libertos da falsa segurança

CONHECENDO O INIMIGO
Quem se envolve numa guerra deve ter uma idéia clara do que está fazendo. Guerra é o encontro em
combate de duas forças opostas em natureza e propósito. A vitória depende de vários fatores
cruciais e o conhecimento do exército inimigo é sem dúvida um deles.
Está claro que sabemos ser Satanás o nosso inimigo e nossa luta é contra ele, seus príncipes,
governadores, potestades e forças espirituais do mal (Ef. 6: 12). Conhecer o inimigo porém, requer
mais do que isso. É preciso conhecer:

· Suas instruções
· Suas estratégias
· Sua força e fraqueza.

Nosso propósito é frustrar as intenções inimigas, enfraquecer sua defesa e destruir seus arsenais,
imobilizando totalmente suas forças.

Quem é o inimigo?
Não pode ser comparado com Deus
Satanás não é o deus do mau, ele na verdade nem é deus. Paulo o chama de deus deste século no
sentido de governante, mas não de poder equivalente a Deus. Ele é uma criatura.
Satanás é uma criatura de Deus
Satanás teve um começo. Ele foi criado como qualquer animal o foi.
Ele não está em todos os lugares
O diabo não é onipresente. Ele atua somente sobre algumas pessoas estratégicas. Mas os seus
demônios executam as suas ordens.
Ele não sabe de tudo
Ele não sabe o futuro e nem sabe tudo o que está acontecendo. Ele não sabia do nascimento de Jesus
e nem sabia quem era Jesus até o tempo que ele se manifestou.
Ele não é todo poderoso
Ele é limitado naquilo que pode fazer.
Ele é invisível
1
Apesar de invisíveis os anjos têm o poder de se materializarem. Isto acontece quando apareceram a
pessoas como Abraão, Daniel e Maria (Gn. 19:1, 10 e 16; Mt. 28:2-3, Lc. 1:11-20 e Jo. 20:12).

O que a bíblia diz sobre nosso principal inimigo, Satanás?


A Bíblia toda deixa clara a existência de Satanás. Só nos Evangelhos há 29 referências diretas a ele,
sendo que em 25 delas é Cristo mesmo quem fala da sua existência. Ele é um ser pessoal e tem
atributos de uma pessoa:

· Intelecto (2 Co. 11 :3; Lc. 4:1-12);


· Emoções (Is. 14:12-17);
· Vontade (Lc.4:3.9; Ap.20:7-9).

Ezequiel 28: 12 a 17 e Isaías 14 falam de sua origem.


Em Ezequiel ele é comparado ao Rei de Tiro, mas fica claro que o profeta se refere a um ser
sobrenatural pelos seguintes fatos:
Ele foi criado e não nascido (v.13,15).
Ele era um anjo. da classe dos querubins, a mais elevada (v.14.16).
Esteve no Éden (v.13).
Estava no Santo Monte de Deus (v.14,16). Isso é um sinônimo do lugar do trono de Deus (Is.14: 13;
Ez. 1 :26,27).

Nomes de Satanás
Satanás
Esse nome é mencionado 53 vezes nas escrituras. Significa simplesmente “adversário”.

Diabo
Não se trata de um nome próprio, mas de um título que significa “tentador”. É usado 31 vezes no
Novo Testamento.

Dragão
Satanás é chamado de dragão 13 vezes no livro de Apocalipse.

Maligno
O diabo é chamado de “maligno” 12 vezes na Bíblia. Esse título revela a natureza do seu caráter. Na
oração do Pai nosso em João 17:15 Jesus ora para que fôssemos livrados do maligno.

Belzebu
Essa palavra é usada 11 vezes e literalmente significa “senhor das moscas”.

Serpente
É a primeira menção do maligno na Bíblia e com certeza o seu símbolo mais popular.
1
O príncipe deste mundo
Esse é o título usado por João (Jo. 12:31; 14:30 e 16:11). Sua tradução mais exata seria príncipe
dessa era.

Adverário
Por duas vezes satanás é chamado de adverário ou inimigo no Novo Testamento (I Tm. 5:14, I Pe.
5:8).

Príncipe dos demônios


Ele é assim chamado por duas vezes (Mt. 9:34 e 12:24). O fato de ser chamado assim indica que
suas hostes são organizadas e obedecem a seu comando.

O príncipe da potestade do ar
Ele é chamado assim em Efésio 2:2 para indicar a esfera do seu governo, ou seja, nessa atmosfesra.

O deus deste século


A palavra “deus” é usada em II Cor. 4:4 no sentido de governante ou poder superior, mas não é para
se comparar com Deus.

O acusador dos irmãos


Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso
Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os
acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus. Ap. 12:10

Espírito da desobediência
Nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar,
do espírito que agora atua nos filhos da desobediência. Ef. 2:2

O enganador do mundo todo


E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o
mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos. Ap. 12:9

Abadom ou Apolion
E tinham sobre eles, como seu rei, o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom, e em
grego, Apoliom. Ap. 9:11
Estas duas palavras, a primeira no hebraico e a segunda no grego significam simplesmente
“destruidor”.

O pai da mentira
Jesus o chamou assim em Jo. 8:44
Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o
princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira,
fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. Jo. 8:44

O rei dos demônios


E tinham sobre eles, como seu rei, o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom, e em
grego, Apoliom. Ap. 9:11

O tentador
1
Ele é chamado assim em Mt. 4:3 e I Ts. 3:5.
Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se
transformem em pães. Mt. 4:3
Foi por isso que, já não me sendo possível continuar esperando, mandei indagar o estado da vossa
fé, temendo que o Tentador vos provasse, e se tornasse inútil o nosso labor. I Ts. 3:5

Lúcifer
Essa palavra não está de fato na Bíblia. Ela é a tradução no latim para “brilante estrela da manhã”
mencionado em Is. 14:12.
Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que
debilitavas as nações! Is. 14:12

Arcanjo
Supomos que satanás fosse um arcanjo pois Miguel, o arcanjo, é sempre mencionado relacionado a
ele. Parece que estão no mesmo nível daí muitos cristãos presumirem que satanás fosse um arcanjo.
Mas a palavra arcanjo é mencionada somente com relação a Miguelna Bíblia.

A queda de Lúcifer
O orgulho foi a principal razão da queda de Satanás (Ez.28: 17; I Tm.3:6). Isaías 14: 12-15 retrata
seu orgulho expresso em sua rebellao. Isso é um retrato da atitude do Anticristo descrita por Paulo
em 2 Ts.2.3-4.

“Ninguém de nenhum modo vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a
apostasia, e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta
contra tudo que se chama Deus, ou objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus,
ostentando-se como se fosse o pr6prio Deus.

Em Isaias 14:12-15 há cinco declarações que mostram o desejo de Satanás de levantar-se acima da
esfera na qual ele fora criado e colocado.
Ele declara sua vontade em oposição aberta à vontade do Criador:

· “Eu subirei ao céu.”


· “Acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono.”
· “No monte da Congregação me assentarei.”
· “Subirei acima das mais altas nuvens.”
· “Serei semelhante ao Altíssimo.”

Qual foi o resultado do seu pecado?


· Banido do céu (v.12)
· Corrupção de carácter .
· Perversão do poder (V.12,16,17).
· Retenção de dignidade (Jd.9).
· Destinado ao abismo (v. 15; Ap.20:3).
1
O domínio do maligno
Governante dos anjos caídos.

Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o
fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. Mt.25:41
E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo
o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos. Ap.12:9.
Ele é reconhecido pelos judeus e por Jesus como príncipe dos demônios (Mt. 12; 24-28).
Governante do sistema mundial (Jo.12:31; 16:11). O mundo (“kosmos”) inclui homens e anjos
num sistema organizado sob Satanás como seu deus (2 Co. 4:4). O mundo inteiro tem sido afetado
por ele ( I Jo. 5:19). Este mundo se opõe aos filhos de Deus (Jo.17:14; I Jo. 2:15-17).

Nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça
a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus. 2 Co. 4:4
Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno. I Jo. 5:19

Sua esfera de ação


· Habita nas regiões celestes {Ef .6: 11,12).
· Tem acesso ao céu {Ap. 12: 10; Jó 1 :6,2: 1; Zc.3: 1 ).
· Ele e suas hostes buscam opor-se aos crentes e à Igreja e derrotá-los. Busca impedir a
divulgação do Evangelho {Mt. 13:38- 39; 2Co.4:4; Ef .6: 12-19).

· Satanás será preso no futuro (Ap.20:1-3). Apesar de ele operar hoje, suas operações são
limitadas por Deus. Deus limita quem e quando ele pode tocar (Jó 1:12;2:6; Jo.17:15; I Jo.
5:18).

A ARMADURA DE DEUS
Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo. Ef.
6:11
A vontade de Deus é que você ande em vitória! Para isso coloque toda a armadura de Deus! Alguns
evangélicos ensinam que precisamos conhecer o inimigo para poder vencê-lo, mas a Palavra de
Deus diz que precisamos apenas conhecer a nossa armadura espiritual. Não importa a artimanha do
inimigo, nós temos a arma para derrotá-lo.
A Bíblia não nos ensina como lidar com cada um de nossos problemas, ela nos ensina como andar
sempre na vitória!

Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de
bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo. Ef. 1:3
1
O Senhor nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual! Em Cristo, você tem tudo o que
necessita. Você tem a vida eterna no seu espírito, todas as promessas de Deus escritas na Bíblia, o
Espírito Santo residente em você e todos os seus frutos, ou seja, amor, alegria, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, mansidão, fidelidade e domínio próprio.

Mas uma vez que se tornou filho de Deus você também ganhou um inimigo e, ele agora presta uma
atenção especial em você. Bem-vindo à guerra espiritual!

Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a
armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não
é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste
mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. Portanto, tomai toda a
armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo,
permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo- vos da
couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; embraçando sempre o
escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também
o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda oração e
súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica
por todo
Deus nos diz para colocarmos a nossa armadura. Isso nos fala de uma atitude deliberada e confiante
de tomar as armas espirituais. Eu creio que essa armadura é a mesma usada por Jesus e que Ele
deixou-nos, quando subiu aos céus. Ele derrotou todo principado e em breve vai esmagar a cabeça
do diabo debaixo de nossos pés.

E o Deus da paz, em breve, esmagará debaixo dos vossos pés a Satanás. A graça de nosso Senhor
Jesus seja convosco. Rm. 16:20

A armadura de Deus tem sete partes. As cinco primeiras são para nossa defesa e as duas últimas são
as nossas armas de ataque.

O cinturão da verdade – a peça que mantém as outras no lugar

Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade.” - Ef. 6:14


A verdade dissipa as trevas e liberta das mentiras do diabo. A verdade é como o cinto que segura as
outras peças da armadura juntas. Você foi posto em liberdade por causa da verdade. Jesus nos
libertou, por meio da verdade.

Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois
verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. João 8:32
Jesus disse isso aos judeus que viviam debaixo da lei de Moisés. Sendo assim a lei não é a verdade,
pois Jesus disse que eles não a conheciam. A verdade é a graça de Deus manifestada em Cristo. A
lei mostrava o caráter de Deus, mas Cristo é a exata expressão de Deus Pai.

Todos nós ainda temos lugares escuros e áreas de servidão em nossa vida, por isso ore para receber
luz e assim viver em liberdade. Um sinal de uma área escura é quando você sente medo ou vive
angustiado a respeito de algo. Ore para que a verdade da graça e do amor de Deus encha aquela área
1
da sua vida e você então possa experimentar plena liberdade.

Quanto mais verdade você recebe, mais a vitória se manifestará em sua vida. Depois de saber a
verdade, o diabo não pode mais enganá-lo. Enquanto você está no escuro ou ignorante sobre algo,
você ainda sentirá medo e estará vulnerável ao engano do maligno.

A couraça da justiça – a proteção do coração


Estai, pois, firmes... vestindo-vos da couraça da justiça.” - Ef. 6:14
A justiça não é o que fazemos, é um presente que recebemos totalmente baseado no que Cristo fez.
Paulo diz que nós recebemos o dom da justiça.
Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a
abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.
Rm. 5:17
Se a sua justiça depende do que você faz, da sua obediência, o diabo vai vencê-lo sempre. Mas
quando você crê que a sua justiça é um dom de Deus e que você é justo até mesmo quando falha,
então você tem vitória constante.
Você precisa ter revelação de que você é justo porque está em Cristo. O justo vive pela fé e não pela
própria obediência. O próprio Espírito Santo o está convencendo que você é justo pela fé em Jesus
(João 16:10).
Você deve ser resolvido e convicto sobre o seu perdão e a sua justiça em Cristo. Se não fizer isso,
você nunca vai conhecer a Deus intimamente ou conhecer o poder da Sua ressurreição.

O evangelho da paz – os sapatos que protegem os seus pés


“Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz.” - Ef. 6:15.
O evangelho são as boas-novas da graça de Deus. Recebemos o seu favor imerecido e agora o
resultado disso é paz. A saudação apostólica é sempre graça e paz, porque a paz é o resultado do
conhecimento da graça.

Temos paz porque sabemos que sobre nós não há mais nenhuma condenação. Ninguém pode sentir
paz se ainda viver debaixo de acusação e condenação em sua mente.

Temos paz porque já não temos medo. Provamos o imenso amor do Pai manifestado em sua graça e
esse amor de Deus lança fora todo medo. Quanto mais provamos da graça mais vencemos o medo e
a condenação e assim vivemos em paz.

Mas não é só a condenação e o medo que tiram a paz, a ansiedade também produz tormento na
alma.

É fácil se tornar atribulado em sua mente e em seu coração. O diabo quer perturbar sua mente
agitando as suas emoções. Mas I Pedro 5:8 diz: “Lançando todo seu cuidado sobre Ele, porque Ele
tem cuidado de vós.” Então, quando você pratica o lançar todos os seus cuidados ao Senhor você
não pode ser devorado pelo diabo.

Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as
vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. Fp 4:6
1
Esta peça da armadura é, na verdade colocada em seus pés (Rm. 10:15). Na guerra espiritual é vital
que você coloque os sapatos do evangelho da paz. É com esse sapato que pisamos na cabeça do
diabo.

Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e
nada, absolutamente, vos causará dano. Lc. 10:19

Você pode desfrutar de paz porque o Senhor já nos deu a sua paz.

Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso
coração, nem se atemorize. Jo. 14:27

A paz que o Senhor nos dá inclui bem-estar, saúde e prosperidade. Deus quer que você viva em um
estado permanente de saúde e descanso sem ser perturbado por nada. A paz de Jesus é forte,
duradoura e não é afetada por circunstâncias externas. Basta lembrar-se como ele dormia em um
barco no meio de uma grande tempestade (Mc. 4:38).
Quando vivemos nessa paz o inimigo não tem espaço para nos atacar. É por isso que o alvo
principal dele é sempre tirar a nossa paz.

O escudo da fé – protege todo o seu corpo


“Embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do
Maligno.” - Ef. 6:16
Gálatas 5:6 diz que a fé atua pelo amor. Isso significa que a nossa fé é fortalecida cada vez que
meditamos no quanto somos amados por Deus.

Se sabemos que somos amados isso significa que cremos que Deus não apenas pode fazer o
milagre, mas que ele quer realizá-lo porque nos ama.

Todas as coisas de Deus são recebidas pela fé, mas o inimigo tenta nos enganar dizendo que crer
não basta, mas que temos antes de obedecer os mandamentos. Somos tentados a ter alguma justiça
própria para assim merecermos o milagre. Esses são os dardos inflamados do maligno.

Todos os milagres do Senhor foram recebidos exclusivamente pela fé. Em nenhum momento o
Senhor exigiu das pessoas uma bom comportamento antes de fazer o milagre. As pessoas
certamente tinham problemas conjugais, ressentimentos e intrigas, mas o Senhor nunca disse para
eles primeiro cumprirem os mandamentos antes de curá-los.

Em nenhum momento o Senhor faz os milagres com base no merecimento das pessoas, mas sempre
com base na fé. Todos os enfermos que vieram a Jesus foram curados. Será que todos eles
cumpriam a lei perfeitamente? Claro que não. Eles somente recebiam pela fé. A graça depende de
fé, mas a lei é a confiança nas próprias obras e méritos.

Aquelas pessoas não eram perfeitas. Elas certamente tinham pecados. Elas não receberam o milagre
com base em quão santas elas eram. Infelizmente muitos ainda estão focados em sua obediência em
vez de apenas crerem. Na verdade quanto mais olham para o que tem feito, menos fé conseguem
ter. Mas quando entendemos que a justiça é pela fé, espontaneamente nos colocamos na posição de
receber o favor de Deus.
1
Os dardos do diabo têm o objetivo de nos impedir de confiar na verdade do evangelho. Eles tentam
nos impedir de acreditar na nossa justiça em Cristo. Eles tentam nos impedir de caminhar em paz.
Mas se cremos que Cristo consumou a obra da redenção, então temos vitória.

A fé é simples, não a torne algo complicado. Não se trata de ter fé em sua fé, mas ter fé em Cristo e
em sua obra consumada. Creia que Ele pode e que Ele está disposto a fazer o seu milagre porque
Ele ama você.

O capacete da salvação – protege a sua cabeça


“Tomai também o capacete da salvação.” - Ef. 6:17
A Palavra de Deus fala da esperança da nossa salvação. A esperança bíblica é a expectativa
confiante de que algo bom vai acontecer! Essa esperança descansa no amor do Pai. Se sabemos que
somos amados, então esperamos que coisas boas aconteçam.

Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestindo-nos da couraça da fé e do amor e
tomando como capacete a esperança da salvação. I Ts. 5:8

Fé no grego é pistis, significa acreditar que você já recebeu a provisão para a sua necessidade em
Cristo, mesmo que você ainda não a veja. A fé sempre crê como já tendo acontecido, mas esperança
no grego é Elpis e fala do futuro. A esperança é a expectativa confiante de que algo bom está para
vir. Porém você não pode ter pistis sem antes cultivar elpis.

Deus quer que você coloque o capacete da salvação para ter uma expectativa confiante de que algo
bom vai acontecer nesses dias. Creia em seu coração e declare com a sua boca que você vai ver a
manifestação do poder de Deus trazendo saúde e prosperidade. Quando você tem esse tipo de
atitude, você está colocando o “Capacete da Salvação”.
Se você tem enfrentado problemas coloque o capacete da esperança da salvação. A salvação é mais
do que apenas ser salvo do inferno. A salvação inclui a cura, a prosperidade e o bem-estar.
Você pode ter uma expectativa confiante de que coisas boas estão vindo em sua direção e que Deus
estará ao seu lado o tempo todo.

A salvação é estar em Cristo para sempre! A boa notícia é que uma vez que você está em Cristo,
nada pode separá-lo dEle e de Seu amor.

Você é filho do Deus vivo! Deus ama você! Há um Salvador cuidando de você! Há mais anjos
trabalhando por você do que demônios tentando atacá-lo. Maior é aquele que está em nós do que
aquele que está no mundo (I Jo. 4:4). Você tem todos os motivos para vencer! Você tem todos os
motivos para esperar que coisas boas aconteçam!

A espada do espírito
“Tomai... a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.” Ef. 6:17
A espada do Espírito é a Palavra de Deus. Ela é precisa e extremamente poderosa. Pode cortar as
obras do inferno em pedaços!
Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes,
e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os
1
pensamentos e propósitos do coração. Hb. 4:12

Libere a Palavra de Deus na sua boca e você verá o poder agindo! Quando você fala a palavra de
Deus é como se fosse o próprio Deus falando.

Quando você libera a Palavra de Deus com fé, os demônios são atingidos do mesmo modo que uma
bala pode nos atingir. Eles temem que você libere a Palavra pois ela é muito poderosa.

Sabemos que a Bíblia é a palavra de Deus. Mas se essa palavra for apenas letras impressas, não será
Espírito e nem espada. A expressão grega para palavra aqui é “Rhema”. O Logos é a palavra escrita,
mas o Rhema é a palavra avivada em nós pelo Espírito.

O Senhor Jesus disse em João 6:63 que “as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida.”
Mais uma vez a expressão usada é “rhema”. Isso significa que a palavra instantânea falada a nós
pelo Espírito é que torna-se a espada que destrói o inimigo.

Tudo o que Deus faz ele o faz pela Palavra e pelo Espírito. É da união entre a Palavra e o Espírito
que temos a espada para vencermos o diabo.

A maneira de tomarmos a espada é proferindo a Palavra. A Palavra é uma arma que não funciona na
mão, funciona na boca. Quando João viu a Jesus, no livro de Apocalipse, da boca de Jesus saía uma
espada afiada. Não pense que Jesus é um faquir que engole espadas, a visão era um símbolo de que
a espada do Espírito deve estar colocada em nossa boca. A Palavra na sua boca vai produzir o que
ela diz, vai gerar vida e ainda mais, vai arrasar com o Diabo.

Jesus nos deu o exemplo de como usar a palavra de Deus contra o inimigo. Quando o diabo veio
para atacá-lo o que ele fez? Ele disse: está escrito! Ele apenas falou a Palavra de Deus. E a cada vez
que o inimigo vinha Jesus dizia: Está escrito! Está escrito! (leia Mateus 4:1-10).

Devemos derrotar o diabo com a mesma arma que Jesus usou: “a Palavra de Deus”. Observe bem a
atitude de Jesus diante da persistência do inimigo. Ele não disse: "parece que isso não funciona. Eu
confesso, o diabo se vai, mas depois torna a voltar. Preciso buscar uma outra estratégia". Jesus
não desistiu porque o diabo voltou, ele não voltou ao deserto para jejuar novamente pensando que
talvez não estivesse em condições espirituais para enfrentar o diabo. Ele permaneceu firme apenas
confessando a Palavra dizendo: “está escrito!”
Em Apocalipse 12:11, lemos que: "Eles o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa
da Palavra do Testemunho que deram". Meu irmão você não pode derrotar o Diabo com a sua
própria força, você precisa da Palavra de Deus.
Lembre-se que a Palavra de Deus é a verdade. A verdade não é o que você vê, nem o que você
sente, a verdade é o que a Palavra de Deus diz. Ainda que você não veja e nem sinta, ainda assim
confesse a Palavra de todo o seu coração. A confissão vai gerar fé em você e, esta por sua vez ,vai
produzir a realidade daquilo que a Palavra de Deus diz.

Oração no Espírito Santo


“...Orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por
todos os santos.” Ef. 6:18
1
Aprenda a orar constantemente no espírito. Mas o que é orar no espírito? Paulo diz que quando
oramos em línguas o nosso espírito ora de fato.

Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera.
I Cor. 14:14
Assim não há dúvida que orar em espírito é orar em línguas. Há uma série de benefícios que
recebemos quando oramos em línguas.
A Bíblia diz que a oração em línguas proporciona descanso e refrigério.

Pelo que por lábios gaguejantes e por língua estranha falará o SENHOR a este povo, ao qual ele
disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério; mas não quiseram ouvir.
Is. 28:11-12
Quando oramos em línguas edificamos o nosso ser completamente.

O que fala em outra língua a si mesmo se edifica, mas o que profetiza edifica a igreja. I Cor. 14:4
Quando oramos em línguas o Espírito Santo nos ajuda a superar a nossa fraqueza pois não sabemos
como ou por que orar durante uma dificuldade.
Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar
como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.
Rm. 8:26
Não lute pela vitória, mas lute na posição de vencedor! Cristo já venceu e nós vencemos com ele. A
guerra é uma proclamação da vitória. Você não está lutando pela vitória, você está lutando em
vitória.

Deus quer que você fique firme contra os ataques do inferno. A palavra “firme” é mencionada
quatro vezes em Efésios 6:11-14. Ficar firme significa que você não tem que lutar, porque você já
venceu. Fique na vitória que Cristo já conquistou para você.

Não veja as pessoas como o problema. Diga não ao ódio, ame e perdoe sempre. Se você tiver
alguém para atacar, ataque o diabo em nome de Jesus. Sua batalha não é contra carne e sangue. Sua
batalha é contra os poderes das trevas que se escondem muitas vezes atrás das pessoas. Diga: “Em
nome de Jesus, eu amarro o espírito imundo que está causando esse conflito!”.

As sete peças da armadura de Deus que Paulo nos encoraja a colocar eram o que o próprio Senhor
usou para vencer o inimigo.

Permita que a verdade de Deus brilhe em todas as áreas da sua vida e as trevas serão dissipadas.
Caminhe crendo que você recebeu o dom da justiça e você vai reinar em vida. Esteja seguro, tendo
plena certeza da sua salvação, com uma confiante expectativa de que coisas boas virão das mãos do
Pai. Proteja-se com o escudo da fé no Senhor Jesus que nunca falha. Concorde com a Palavra de
Deus, declarando-a confiantemente. E ore em línguas em todos os momentos com toda a
perseverança e assim você verá a manifestação do poder de Deus!
1
AS ARMAS ESPIRITUAIS

O sangue de Jesus
O sangue é uma cobertura para os nossos pecados. Ele traz a purificação que atesta o fim do
senhorio de Satanás sobre nossas vidas. Ele não pode mais nos acusar. O sangue nos garante a
vitória.

“Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho
que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida.” Ap. 12:11

O nome de Jesus
O nome de Jesus é o poder de Deus outorgado ao crente com o propósito de edificar e expandir o
Reino de Deus. Seu nome é uma torre forte e poderosa. É o refúgio e proteção.
Esse nome transporta tal autoridade e poder, que está acima de todo o nome. Pela menção desse
Nome os demônios recuam (Fp.2:9-11; Mc.16:17-18; Jo.16:23,24).

PODEMOS RECEBER UM NOME DE DUAS


FORMAS
Por realizações
o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando -o dentre os mortos e fazendo -o sentar à sua direita
nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome
que se possa referir, não só no presente século, mas também no vindouro. Ef. 1:20-21
...E, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando
deles na cruz. Cl. 2:15

Por herança
Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome,
para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda
língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai. Fl. 2:9-11
Jesus obteve um nome por todas essas formas.

O nome foi dado à igreja


1
Vendo ele a Pedro e João, que iam entrar no templo, implorava que lhe dessem uma esmola.
Pedro, fitando -o, juntamente com João, disse: Olha para nós. Ele os olhava atentamente,
esperando receber alguma coisa. Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o
que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda! At. 3:3-6

Tudo é feito no nome de Jesus A salvação pelo nome


la dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados
deles. Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio
do profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de
Emanuel (que quer dizer: Deus conosco). Mt. 1:21-23
E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. At. 2:21
E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado
entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos. At. 4:12
Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos
que creem no seu nome. Jo. 1:12.

O batismo no nome
Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo. Mt. 28:19
Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo
para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. At. 2:38
Porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes. Dessarte, não pode
haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois
um em Cristo Jesus. Gl. 3:27-28
Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer
escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito. I Cor. 12:13
Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem: em meu nome, expelirão demônios; falarão
novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se
impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados. Mc. 16:17-18

A oração pelo nome


Naquele dia, nada me perguntareis. Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes alguma coisa
ao Pai, ele vo-la concederá em meu nome. Até agora nada tendes pedido em meu nome; pedi e
recebereis, para que a vossa alegria seja completa. Jo. 16:23-24
E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se
me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. Jo 14:13-14
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À vista disto, Pedro se dirigiu ao povo, dizendo: Israelitas, por que vos maravilhais disto ou por
que fitais os olhos em nós como se pelo nosso próprio poder ou piedade o tivéssemos feito andar?
O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu Servo Jesus, a
quem vós traístes e negastes perante Pilatos, quando este havia decidido soltá-lo.
Pela fé em o nome de Jesus, é que esse mesmo nome fortaleceu a este homem que agora vedes e
reconheceis; sim, a fé que vem por meio de Jesus deu a este saúde perfeita na presença de todos
vós. At. 3:12-13 e 16
Em verdade também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de
qualquer coisa que, porventura, pedirem, ser- lhes -á concedida por meu Pai, que está nos céus.
Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.
Mt 18:19-20.

Tudo no nome
E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei -o em nome do Senhor Jesus, dando por
ele graças a Deus Pai. Cl. 3:17

Crendo no nome
Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos
uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou. I Jo. 3:23

Ungidos no nome
Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele,
ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. Tg. 5:14

Expulsando demônios pelo nome


Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem: em meu nome, expelirão demônios; falarão
novas línguas... Mc. 16:17

Aconteceu que, indo nós para o lugar de oração, nos saiu ao encontro uma jovem possessa de
espírito adivinhador, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores. Seguindo a Paulo
e a nós, clamava, dizendo: Estes homens são servos do Deus Altíssimo e vos anunciam o caminho
da salvação. Isto se repetia por muitos dias. Então, Paulo, já indignado, voltando-se, disse ao
espírito: Em nome de Jesus Cristo, eu te mando: retira-te dela. E ele, na mesma hora, saiu. At.
16:16-18

Falando em línguas no nome


1
Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem: em meu nome, expelirão demônios; falarão
novas línguas... Mc. 16:17

Pregando no nome
...E lhes disse: Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no
terceiro dia e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as
nações, começando de Jerusalém. Lc. 24:46-47

Nosso direito de usar o nome


Direito por filiação - sou filho
Direito por procuração - temos autoridade
Direito por comissão - somos embaixadores
Direito por posição - assentados com ele nas regiões celestes.

A PALAVRA DA FÉ

A Palavra da fé, é falar com a fé de Deus. Fé em Deus é a nossa arma defensiva contra as dúvidas.
A fé de Deus é uma arma ofensiva (Mc.11:22).

Ao que Jesus lhes disse: Tende fé em Deus; porque em verdade vos afirmo que, se alguém disser a
este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que
diz, assim será com ele. Mc. 11:22-23

Ter a fé de Deus é possuir o tipo de fé que Deus tem. Ele crê que a palavra que sai da sua boca não
voltará vazia, mas cumprirá aquilo para o que foi enviada (Is. 55:10-11).

Jesus tinha a fé de Deus quando falou à figueira (Mc.11:20).

Jesus diz que, como filhos de Deus, devemos ter o mesmo tipo de fé (Mc.11:22-24). A oração é
poderosa, quando feita com a palavra da fé.

A ordem “eu mando”, ou “eu expulso”, ou “eu proíbo”, deve ser dada com a palavra da fé. Há
muitos exemplos da palavra da fé proferida na Bíblia. Elias pede fogo do céu (I Rs.18:37-
38); Josué manda o sol parar (Jo.10:12-13); Elias diz que não choverá (I Rs.17:1); Jesus usa
constantemente a palavra da fé.

A PALAVRA DE DEUS

A Palavra de Deus é uma espada de dois gumes. É tanto ofensiva quando defensiva. Com ela
atacamos o inimigo em cheio. Para usá-la bem, precisamos tomar tempo estudando-a e
memorizando-a. Será fácil na hora do ataque. Jesus usou a Palavra para derrotar Satanás na tentação
1
(Mt.4:1-11).

A espada deve ser usada na boca (Ap.1:16).

Efésios 6 diz que a palavra de Deus é a espada do Espírito. Em Apocalipse 1 vemos que da boca de
Jesus saia uma espada afiada de dois gumes que é a Palavra de Deus. É a palavra de Deus em
nossos lábios que se constitui arma contra o inimigo.

Jesus não desistiu de falar a palavra para o diabo porque ele voltou uma segunda e uma terceira vez.
Precisamos perseverar em falar e confessar a palavra até que toda falácia do inimigo seja anulada.

ANOTAÇÕES GERAIS

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