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Sam H a ms t r a j r .
C. M a r v i n P a t e
R o b e r t L. T h o m a s
ORGANIZADOR DO VOLUH
C. M a r v i n P a t e
(s /
Vida
A C o le çã o D e b a te s T eo ló g ic o s , o r g a n i z a d a p o r S t a n le y G u i u l r y ,
a h r r . c í t p a ç o p a r a » liv r e tlelvate. a n a l i s a n d o p e n s a m e n t o s d i f e r e n t e s , a l e m
d e p r o p o n io n a r a o le ito r a o p o r tu n i d a d e d e se a p r o f u n d a r no
c o n h e c i m e n t o e na e o n v n . a o d e t e m a s r e l e v a n t e s d a t e o l o g i a c r i s t a .
IS B N X S -7 3 6 7 -6 6 0 4
m.__________ _ J
Vida
E d ito r a do g ru p o D ir e ç ã o e x e c u tiv a
E ude M a r t in s
ZONDERVAN
H a r i - e r C o i .i .in s
S u p e r v i s ã o de p r o d u ç ã o
S andra L e it f .
E d i co ra filia d a à
G e r ê n c ia fin a n c e ir a
C â m a r a B u a s il h ir a d o L i v r o
S é r g io L im a
A s s o c i a ç ã o B r a s il e ir a
de E d i t o r j ;s C r i s t ã o s G e r ê n c ia de c o m u n ic a ç ã o e m a r k e tin g
A s s o c i a ç ã o N a c io n a i S f r g io P a v a r in i
de L iv r a r i a s
G e r ê n c ia e d ito r ia l
A s s o c ia ç ã o N a c io n a l d e
L i v r a r ia s E v a n g é l ic a s JF a b i a n i M e d e ir o s
A s s o c i a ç ã o B r a s il e ir a
S u p e rv is ã o e d ito r ia l
dl M a r k e t in g D ir e t o
Aldo M fn fz h s
Editorias
OBRAS d e in t e r e s s e g e r a l
BÍBLIAS
S t á ij 'j 1- t í . t t U y
Interpretações do
A P O C A L IP S E
P r e t e r i s t a
K e n n c t h L. G e n t r y j r .
I d e a l i s t a
Sam I l a ms t r a Jr.
D i s p e n s a c i o n a l i s t a p r o g r e s s i v o
C. M a r v i n P a t e
D i s p e n s a c i o n a l i s t a c l á s s i c o
R o b e r t L. T h o n ia s
C. M a r v i n Pat e
T r a d u ç ã o
V icto r D eakins
te /
Outros volumes da Coleção
Debates Teológicos
■
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A b r e v ia t u r a s 9
In tro d u çã o a o A p o ca lip se 11
C o n c lu s ã o 239
Um sábio definiu um clássico com o “um livro com entado por
todos, mas que quase ninguém lê”. Infelizmente, esta d escri
ç ã o p o d e r i a s e r a p l i c a d a a o ú lt im o i i v r o d a B íb iia — O
Apocalipse. Quem ainda não foi cativado pelo poder de seu
drama e a pungência de sua m en sagem ? Porém, quantos re
alm ente leram o Apocalipse? Indubitavelmente, há uma gran
de diferença nas respostas para essas perguntas. O propósito
deste volume é ajudar a atravessar a barreira entre as re s p o s
tas que o a n teced em ; isto é, con d u zir as p essoa s a não s o
m ente serem cativadas pelo Apocalipse, mas a en gajarem -se
por meio da interação pessoal. Com esse intuito, acreditam os
que as contribuições presentes oferecem quatro pontos de vis
ta alternativos e bem argumentados do último livro da Bíblia.
Todos os autores neste volume são estudiosos evangélicos
em assun tos teológicos. Para cada um, a inspiração das Escri
turas é o fu n d a m e n to para o en te n d im e n to do A pocalipse.
Além disso, em bora os colaboradores apresen tem seu ponto
de vista com convicção, o fazem com um espírito cristão e conci
liador. Com esse princípio, este livro é dedicado a todos aqueles
“que am am a [Cristo] por sua v in d a ”, e m b o ra as o p in iõ e s
escato ló g icas divirjam.
Gostaria de agradecer aos que ajudaram neste projeto. Mi
nha gratidão se estende a outros colaboradores — Ken Gentry,
Sam Hamstra e Robert T h o m a s — que têm ajudado a tr a n s
formar em realidade a visão deste trabalho. Pessoalmente, esse
em penho me deu o privilégio de fazer novos amigos e d ese n
volver idéias estim ulantes. Espero que meus colegas sintam o
8 * Apocalipse
C. M arv in P a t e
O rganizador
ab A n c h o r Bible C o m m e n ta r y
kjv K in g J a m e s Version
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n asb N ew A m e ric a n S ta n d a rd Bible
N/cwr N ew In tern a tio n a l C o m m e n ta r y o f th e N ew T esta m en t
m N ova V ersã o In te rn a c io n a l
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nvjr T yn d a le N ew T esta m en t C o m m e n ta r ie s
T rin J Trinity Jo u r n a l
Das reações modernas ao livro de Apocalipse, três vêm rapi
damente à mente. “O b se ssã o ” é a palavra apropriada para d es
crever alguns dos oito m ilhões de d evotos em p ro fecia nos
dias de h o je ,1 que estudam com afinco as profecias do Apoca
lipse no estilo de Nostradamus, correlacionando eventos atuais
fora de época com suas antigas advertências secretas. Seguin
do esse ponto de vista, e sses in térpretes com param a China
vermelha com os “reis do Leste" (Ap 16 .12-16), o Mercado Co
mum Europeu com os “dez chifres da b e s ta ” (13.1-10), a m ar
ca da besta (666 ) em Apocalipse 13 com tudo o que for possível,
de cartões de crédito à Internet e o anticristo com um desfile
de p e s s o a s p r o e m i n e n t e s , in c lu in d o A d o lf Hitler, B e n ito
Mussolini, Henry Kissinger e Mikhail Gorbatchov. Essa in ten
sa fascinação com o Apocalipse por quem prevê a destruição
de modo pessim ista não m ostrou sinal algum de diminuição
com a ap ro x im a ç ã o do ano 2000 (quando e s c r e v e m o s esta
obra). Porém, a leitura do último livro da Bíblia com o se fosse
uma visão em uma bola de cristal, causou inegavelmente mais
dano que proveito, e h erm eneu tas responsáveis a evitam .2
Uma segunda réplica m oderna ao Apocalipse pode ser ex
pressa pela palavra “irrelevante”. Como indica o termo, muitos
"De acordo com Paul Boyer, When time shall be no m ore: prophecy beliefs in
modern American culture (Cambridge: Harvard Unviersity Press, 1992), p. 2 e 3.
2Para crítica da mentalidade do dia do juízo unviersal, v. C. Marvin Pate e
Calvin B. Haines Jr., D oom sday delusions: what’s wrong with predictions aboul
the end of the world (Downers Grove: i v p , 1995).
12 ■ Apocalipse
Autoria
Averiguando a identidade do autor de Apocalipse, duas linhas
de evidência precisam ser avaliadas: a externa e a in tern a .5 A
evidência externa consiste no testem unho dos pais da igreja,
que é quase unânim e a favor da opinião de que o apóstolo
João foi o autor do Apocalipse. Entre eles incluem-se Papias,
Data
Analisaremos as teorias referentes à data do Apocalipse a s e
guir, n esta introdu ção, com re fe r ê n cia aos planos interpre-
tativos do livro, mas para o m om en to notam os que dois p e
ríodos principais qualificam -se com o candidatos: o reinado
do imperador Nero (54-68 d.C.) e o reinado de Domiciano ( 8 1
96 d.C.). Como será desenvolvido mais tarde, a escola prete-
rista de interpretação discute o que precede, ao passo que a
a b o rd a g e m fu tu ris ta , e s p e c ia l m e n t e o d is p e n s a c io n a lis m o
clássico, se alinha com o posterior. O dispensacionalism o pro
gressivo vê uma com binação das duas datas com o operantes
no livro, ao passo que a perspectiva idealista não está lim ita
da a qualquer cronograma.
Unidade
Aproxim adam ente uma geração atrás, alguns intérpretes, c a
tivados pela crítica da fonte, desenvolveram a teoria de au to
ria múltipla para o Apocalipse, notadam ente R. H. Charles e J.
Massyngberde Ford .8 Evidência que supostam en te milita c o n
tra a autoria singular e se enquadra em quatro categorias: 1) a
presença de paralelos — a m esm a cena ou visão descrita duas
v ezes; 2 ) pro blem as seqü en ciais — p e s so a s ou co isas in tro
duzidas ap are n tem en te pela prim eira vez quando, na reali
dade, tinham sido m encionadas an teriorm ente; 3) versículos
aparentem ente mal empregados e seções maiores; 4) c on teú
do distinto dentro dos lim ites de c ertas se ç õ e s que não se
aju stam ao restante do livro .9
Mas, como Jo h n so n observa, em cada caso há explicações
alternativas satisfató rias. Além disso, há uma artificialidade
sobre nom ear certas passagens a um “in terpelad or”, quando
não se aju stam com a unidade percebida do livro .10 Até Charles,
que aplica uma aproximação fragm entária ao docum ento, ad
mite uma unidade global do trabalh o .11 Igualmente a Ford que,
embora delineando três autores diferentes para o Apocalipse,
não o b sta n te design a a “redação fin a l” a um único ed ito r .12
Levando isto em conta, a conclusão de Jo h n so n sobre a uni
dade do Apocalipse parece ju stificada:
Podemos afirmar que o livro em toda sua extensão exibe tanto a uni
dade literária quanto conceituai, o que se espera de um único autor.
Isto não elimina certos problemas difíceis de hermenêutica, nem
Estrutura
Semelhante à pergunta da data do Apocalipse, o assunto de
sua estrutura tam bém está intim am ente relacionado à in ter
pretação de alguém quanto ao livro. Por conseqüência, e s te n
d erem o s o a ss u n to m ais e x te n siv a m e n te na segunda parte
desta introdução, pois aqui somente oferecem os o mais baixo
denom inador com um entre as várias escolas de pensam ento
que consiste de dois elem entos estru turais .14 1) Em term os de
conteúdo, depois de um capítulo introdutório, seguem q u a
tro séries de sete: sete cartas (caps. 2 e 3); sete selos (5 .1 —
8.1); sete trom b eta s (8 .2— 11.19); e sete taças (1 5 .1 — 16.21).
Interrompendo estas quatro séries estão vários interlúdios (7 .1
17; 1 0.1— 11.13; 1 2 .1— 14.20). O livro conclui com o ju lgam en to
da “Babilônia”, apostasia mundial, e o triunfo final do reino de
Deus (caps. 17— 21). 2) Em term os de estru tura literária, o
A pocalipse c o n s is t e de q uatro v isõ e s, cada uma das quais
envolve João que “vê” o plano de Deus desvelado (1.19; 4.1;
17.1; 21.9). Um epílogo conclui o livro (22.6-21).
0 texto de Apocalipse
Do ponto de vista da crítica textual, há pouquíssim os m a n u s
critos gregos existentes para reconstruir a leitura original do
Apocalipse, menor do que em qualquer outra parte do n t . Não
obstante, há uma quantidade suficiente para realizar a tarefa
com garantia (aproximadamente 2 3 0 m anuscritos gregos). As
principais testem unhas do Apocalipse são: a escrita uncial — o
Códice sinaítico (séc. iv), o C ódice alexan drin o (séc. v), o Códice
E phraem i (séc. v); o papiro mais importante é o p47 (séc. m); os
minúsculos (séc. vm—x); as citações dos pais da igreja (séc. n—v);
e um comentário grego ao Apocalipse por Andreas (séc. vi).16
A interpretação preterista
O ponto de vista preterista considera a interpretação histórica
do Apocalipse seriamente, relacionando-a com seu autor origi
nal e o público. Isto é, João destinou seu livro para as verdadei
ras igrejas que enfrentaram terríveis problemas no século i d.C.
Dois dilemas em particular providenciaram o ânim o para e s
crever o livro. Kenneth L. Gentry Jr. escreve sobre isto:
17Isso não quer dizer, porém, que o dispensacionalismo clássico será equi
parado à mentalidade do juízo universal. Embora um bom núm ero dos que
prevêem o juízo universal venha dessa tradição, co mo verem os, eles não pre
cisam ser sinônimo dela.
22 ■ Apocalipse
lsBefore Jeru sa lem fell: dating the book of Revelation, Tyler: Institute for
Christian Economics, 1 98 9, p. 15-6. Porém, deve se lembrar que o preterismo
inclui dois ca m pos — um que localiza o cumprimento do Apocalipse b asic a
mente no século i, uma referênci a à queda de Jerusalém , e outro que vê o
cumprimento do Apocalipse tanto no séc. i (a queda de Jerusalém) quanta no
séc. v (a queda de Roma).
Introdução ao Apocalipse ■ 23
n The millennial maze\ sorting out evangelical options, Downers Grove: ivp,
1 992, p. 66.
22Autores que se identificam com a interpretação preterista do Apocalipse
incluem David Chilton, The days o f vengeance'. an exposition of the book of
Revelation (Forth Worth: Dominion, 1 9 8 7 ) e Gary DeMar Last days madness\
obsession of the modern church (Atlanta: American Vision,1994).
Introdução ao Apocalipse ■ 25
A interpretação idealista
A abordagem idealista de Apocalipse é, às vezes, cham ada de
a visão “espiritu alista”, visto que interpreta o livro espiritual,
ou sim b o lic a m e n te . Do m esm o m odo, o Apocalipse é visto
dessa perspectiva que representa o conflito contínuo do bem
e do mal, sem conexão histórica imediata para qualquer even
to político ou social. Raymond Calkins descreve bem essa in
terpretação:
E na véspera
do Dia de Ação de Graças
Eu tive uma visão da Babilônia:
A cidade surgiu arrogante
de uma enorm e plataform a
de fum aça suja causada
por autom óveis, maquinaria
e contam inação de chaminés.
O Espírito me disse
no rio de morte
que o fluxo de sangue de m uitas pessoas
sacrificadas sem clem ência
e mil vezes afastadas das suas terras,
o sangue de Kekchis, de Panzos,
dos negros do Haiti, dos guaranis do Paraguai,
das pessoas sacrificadas para o “desenvolvim ento”,
na faixa da Transam azônica,
o sangue dos antepassados dos índios
que se m antiveram nestas terras, desses que
até agora são mantidos com o reféns na Grande Montanha
e nas Colinas Pretas do Dakota
pelos guardiões da besta...
30Ibid,, p. 27-8.
31Ibid., p. 35-6.
32The m iüennial m aze, p. 187.
Introdução ao Apocalipse ■ 31
Dispensacionalismo clássico
Dispensacionalismo progressivo
Para discutir o “dispensacionalism o progressivo”, a mais nova
das quatro in te rp re ta ç õ e s in sp ecio n ad as aqui, c o m b in a m o s
sua origem e descrição. Na década de oitenta, certos teólogos
d is p e n sa c io n a lista s iniciaram uma re c o n s id e ra ç ã o do s i s t e
ma e desenvolveram o que foi chamado “progressivo” ou dis
pensacionalismo “modificado ”.36 Enquanto ainda seja prematu
ro chamar esta abordagem uma “escola de pensamento”, toda a
evidência indica que esse ponto de vista ganhará influência no
decorrer do tempo.
A idéia a b ran g en te que con tém essa in terp re taçã o é sua
ad erência à h erm enêu tica do “já/ ainda não”. Primeiramente
popularizado por Oscar Cullmann, teólogo suíço de uma ge
ração passada, esse sistem a vê a primeira e a segunda vinda
de Cristo pela lente de tensão da escatologia. A primeira vin
da testem u nha a inauguração do Reino de Deus, ao passo que
a segunda resultará em sua realização completa. Até então, o
cristão vive na tensão entre a era por vir (que am anheceu à
primeira vinda de Cristo) e esta presente era má (que som ente
será transform ada na Parúsia, ou a Segunda Vinda de Cristo).
Gordon D. Fee capta a essên cia deste pensamento:
0 ponto de vista
P r e t e r is t a
■ K e n n e th L. G e n try Jr.
PRETERISTA DO APOCALIPSE
INTRODUÇÃO
Quanto mais o tempo passa, mais distante estam os dos even
tos do Apocalipse. Essa reivindicação, tão notável, resum e o
p o n t o de v i s t a p r e t e r i s t a e v a n g é l i c o do A p o c a l i p s e . 1 O
“preterism o” assegura que grande parte das profecias de João
ocorreu no sécu lo /, logo após o livro ter sido escrito por ele.
Embora as profecias estivessem no futuro quando João escre
veu, e seu público as leu, elas agora estão em nosso passado.
O espaço do presente livro impede uma análise com pleta
do Apocalipse e sua com plicada e s tru tu ra .2 Ainda estou fir
m e m e n te c o n v e n c id o que a té m e sm o uma p e s q u is a in t r o
dutória de várias passagens fundam entais, figuras, e eventos
na p r o fe c ia m a je s t o s a de J o ã o pod e d e m o n s t r a r a plausi-
bilidade da posição preterista. Quanto à estrutura, b asta isto
para d izer que seu m ovim ento sugere um avanço espiral de
eventos, envolvendo a reforma de antigas profecias (e.g., note
as fortes semelhanças entre os selos e as trombetas, Ap. 6 e 8 ). A
estrutura espiral de João permite relances inversos ocasionais
Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para m ostrar aos seus
servos o q u e em b rev e há de a co n tecer [...] Feliz aquele que lê as
palavras desta profecia e felizes aqueles que ouvem e guardam o
que nela está escrito, porque o tem po está próxim o. (Ap 1.1a, 3,
grifo do autor).
14Ap 1.19 também pode ser útil, entretanto é obscurecido na nvi. Provavel
m en te d e ve ria se r t r a d u z i d o c o m o no T he in t e r lin e a r G reek -E n glish New
Testam ent de Marshall, 2 ed. (Grand Rapids: Zondervan, 1 95 9, p. 95 9) : “Escrevas
as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois hão de a co n te ce r”. V.
Kenneth L. Gentry Jr., Before Jeru sa lem fell: dating the book o f Revelation (Tyier,
Tex.: Institute for Christian Economics, 1 9 96 , p. 141-2).
15Revelation 1— 7, p. 55.
0 ponto de vista preterista ■ 45
l6Ibid., 5 15; cf. caps. 3— 9. V. tb. William Ramsey, The letters to the sev en
ch u rch es , Grand Rapids: Baker, 1 9 6 3 [ 1 9 04 ]; Robert H. Mounce, The book o f
Revelation, caps. 3 e 4; Steven Friesen, “Ephesus: key to a Vision in Revelation”,
BAR 19.3 , 1 99 3 Maio-Junho: 24ss.
170 futurista Robert Thomas observa a ‘ausência de significação” potencial das
orações desses santos, se seus perseguidores ainda não estiverem vivos quando a
oração é proferida (Thomas, Revelation 1— 7, p. 441). Eu aplicaria o mesmo princí
pio ao livro inteiro de Apocalipse e colocaria isto no primeiro século.
i8Claro que, isto não impede a relevância co n te m p o râ n ea do Apocalipse
atualmente, nisso pode fornecer ainda padrões que ilustram certo s princípios
divinos para nos sa instrução (e.g., Rm 15.4; ICo 1 0 .1 1; 2Tm 3 .1 6 ,1 7 ) mantendo
seu caráter para isso. V. George W. Knight III, “The Scriptures were written for
our instruction”, em j e t s 39, Mar., 1 99 6 : p. 3-14.
19Revelation 1— 7, 1 :53 -5 4. C. Marvin Pate e Calvin B. Haines Jr., D oomsday
ilelusions: what's w rong with predictions about the en d o f the world (Downers
Grove, 111.: InterVarsity, 1 9 9 5 , p. 44-5).
46 ■ Apocalipse
Eis que ele vem com as nuvens, e todo olho 0 verá, até m esm o
aqueles que o traspassaram ; e todos os povos da terra se lam enta
rão por causa dele. Assim será! Amém ( n v i).
Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos
que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre
ele, Sim! Amém! ( r c )
25Eu acredito que Cristo virá pessoalmente, visível e gloriosamente para termi
nar a história com a ressurreição dos morto s e o grande julgamento de toda a
humanidade. V. meu He shall have dom inion, cap. 13. Th omas, erroneamente
afirma, não ver a segunda vinda no discu rs o do monte das Oliveiras ou em
Apocalipse; a segunda vinda se encontra em Mt 2 4 . 3 6 — 2 5 . 4 6 e Ap 20 .7 - 1 5 .
26Até o c o m e n t á ri o do Seminário Teo ló g ic o de Dallas: Bible k n o w led ge
co m m en ta ry : Old Testam ent, ed. John F. Walvoord e Roy B. Zuck, Wheaton, 111.:
Victor, 1 9 8 5 , rec onhece esse fenômeno nesses textos do Antigo Testamento.
27ReveIation 1— 7, p, 76.
50 ■ Apocalipse
Alguém poderia ver o lago assim todo cob erto de sangue, e cheio
de corpos m ortos, porque nenhum deles escapou. Um cheiro terrí
vel e uma visão muito triste pairavam sobre aquele país naqueles
dias; as praias estavam repletas de d estro ço s de navios, e de c o r
pos m ortos inchados; e com o os corp os m ortos estavam queim a
dos pelo sol, e p utrefatos, poluíam o ar ( Wars 3 .1 0 .9 ).
A q u in ta trom beta
Quando toca a quinta trom beta, o Abismo (“poço do ab ism o ”;
r c ) aberto, expele fum aça com o “fum aça de grande forn alh a”
54F. F. Bru ce, New Testam ent history, Garden City, N.Y: Anchor, 1 9 69 , p. 382.
0 ponto de vista preterista ■ 65
J o s e f o continua: .
Ela [a voz] disse ao sexto anjo que tinha a trombeta: “Solte os quatro
anjos que estão am arrados junto ao grande rio Eufrates”. Os quatro
anjos, que estavam preparados para aquela hora, dia, m ês e ano,
foram soltos para m atar um terço da hum anidade. O núm ero dos
cavaleiros que com punham os exércitos era de duzentos milhões;
eu ouvi o seu núm ero (grifo do autor).
55Aqui temos uma linha clara da evidência que João escreve o Apocalipse
enquanto o templo ainda estava em pé. Caso con trário, ele mencionaria sua
destruição segura mente, co m o fazem os e scrito res cris tão s logo após (e.g.,
Barnabas 16.1ss.; Ignatius, Magnesians, 10; Justin Martyr, First Apology 32). Para
pensar assim, isto é ‘‘um templo reconstruído” é apenas uma suposição — e uma
suposição que vai ao contrário da conclusão do sistema sacrifical (Hb 9 — 12).
S6E.g., Ignatius, M agnesians 11; Justin Martyr, First Apology 35; lreneu, C on
tra as heresias, 3.1 2 .2 .
0 ponto de vista preterista ■ 69
mar. Tinha dez chifres e sete cabeças, com dez coroas, uma
sobre cada chifre, e em cada cabeça um nome de b la sfêm ia ”
(Ap 13.1). Como o re s ta n te das p ro fec ia s te m p o ra r ia m e n te
restringidas, esse caráter mau deve ter uma relevância direta
para os cris tã o s do sécu lo i. A n teriorm en te, Jo ã o fo ca lizo u
Israel; agora ele se volta para ver — Roma.61
A identidade da besta
A maioria dos estu d iosos concorda com Robert Thom as, que
essa imagem da b esta “permite a troca da cabeça com a b esta
por inteiro — i.e., o rei com seu reino — conform e versículos
12 ,1 4 requ erem ”. Entendo que a besta retrata o império rom a
no (o reino) de modo geral e o im perador o César Nero (o rei)
esp e c ifica m e n te . Há várias ra zões para que eu c o m p re en d a
essa descrição dessa forma. 1) Os acon tecim en tos e os p erso
nagens do Apocalipse são da época do público c o n te m p o râ
neo de João (1.1,3; 2 2 .6 ,1 0 ,1 2 ) . De form a interessante, a besta
surge do mar (13.1) o que reflete a perspectiva geográfica de
Roma quando vista ou de Patmos (de onde João escreve) ou
de Israel (sobre a qual João escreve).
2) A besta possui grande “autoridade” (13.2) e poder (13.4).
Roma era o maior e mais poderoso dos im périos do mundo
antigo e o poder da época em que João escrevia. Jo se fo cham a
os rom anos de “os senh ores da terra habitável” (Wars 4 :3 :1 0 ) e
Roma de “a maior de todas as cid ades” (Wars 4 .1 1 .5 ).
3) A besta tem um caráter blasfemo (13.5,6) e requer adoração
(13.8). Os romanos consideraram muitos de seus imperadores
como deuses (v. Mt 22.21). Nero pensou nele como o deus Apoio;
por exemplo, uma inscrição de Atenas refere-se a ele como o
“Todo-poderoso César Nero Sebastos, um novo Apoio”.62
4) De acordo com 1 3.18 , o número do nome da b esta iguala
se iscen tos e se ssen ta e seis (n ão uma série de três seis indivi
duais). No mundo antigo antes da invenção do numeral ára
be, alfabetos eram usados com o sistem as de numeração. Como
A terrível p erseguição que acon teceu por ordem deste tirano, ini
ciada em Roma, em m eados de novem bro, no ano 6 4 de nosso
Senhor [...] Essa perseguição terrível cessou , m as com a m orte de
Nero. O im pério, com o sabem os, não ficou livre da tirania desse
m onstro até o ano 6 8 , quando ele pôs um fim à sua própria vida.67
67Historical com m entaries, vol. 1, tradução Robert S. Vidal, New York: Con
verse, 1 85 4, p. 13 8-9.
“ P a t e e H a i n e s , D oom sday delusions, p. 42-4.
74 ■ Apocalipse
Jeru salém era uma “grande cidade” por causa de sua alian
ça (SI 4 8 .1 ,2 ; 87.3; Mt 5.35). Quando Jerem ias refere-se à sua
destru ição por vir por interm éd io da Babilônia do a t , ele a
chama duas vezes de a “grande” cidade: “Como está deserta a
cidade, antes tão cheia de gente! Como se parece com a viúva,
a que antes era grandiosa en tre a s naçõesl A que era a prince
sa das províncias agora tornou-se uma escrava”. (Lm 1.1, gri
fo do autor; v. J r 2 2 .8 ). A d esc riç ã o de Jo ão é se m elh an te:
“Façam-lhe sofrer tanto torm ento e tanta aflição como a glória
e o luxo a que ela se entregou. Em seu coração ela se vanglori
ava: ‘Estou sentada como rainha; não sou uma viúva e jam ais
terei tristeza’” (Ap 18.7).
2) O pano de fundo aparente de Jo ã o para essa prostituta
(1 7.1-6; 1 9 .1 ,2 ) é o texto do a t que tam bém refere-se a Isra
e l — Jerem ia s 3. Não so m ente há c orre sp on d ên cia s notáveis
de palavras e im agen s, m as de te m a s tam bém . O tem a de
Jerem ia s 3 é o divórcio de Deus do reino do Norte, Israel, e
sua a m e a ç a de d iv órcio do reino do Sul, Judá. O tem a do
Apocalipse é o divórcio de Deus do n t Jerusalém / Israel (Ap
5). O pouco esp aço proíbe um tratam ento detalhado dessas
c o r r e s p o n d ê n c ia s n o tá v e is, m as d eixe -m e re s u m ir ra p id a
m en te as s e m e lh a n ç a s ( l x x é a ab rev ia ç ã o para a tra d u çã o
grega do a t ).
Em Je re m ia s 3 .1 ,2 , Deus cob ra Ju d á por agir com o uma
prostituta ( l x x : porn eu ô), como faz Jo ã o em Apocalipse 17.1,2
(gr. porn eu ô). Sua maldade “contam inou a terra” (Jr. 3 .1 ,2,9):
“a terra” ( l x x , h ê g ê 3.2) “contaminada" em Jerem ias se torna “a
terra” (gr. h ê gê) corrom pida em Apocalipse (Ap 19.2). Deus
adverte Judá no a t com base na experiência de Israel: “Dei à
infiel Israel uma certidão de divórcio e a mandei embora, por
causa de todos os seus adultérios” (Jr 3 . 8 ) — isto é, quando
ele permitiu aos a ssírio s destruí-la (Jr 5 0 .1 7 ). O d estin o da
prostituta do Apocalipse Jerusalém/ Israel será o m esm o (Ap
17.16; 19.2). Ao ju stific a r a derrota de Judá do a t por Babilônia,
Jerem ias diz: “tu tens a testa de uma prostituta” (Jr 3.3; r c ); ao
declarar no n t o caráter rebelde de Jeru salém , João observa
que em sua testa havia esta inscrição “ b a b il ô n ia a g r a n d e , a mãe
d a s p r o s t it u t a s ” (Ap 17.5). Seguramente João está lidando com
as m esm as pessoas.
3) A prostituta babilônica se enche do sangue dos santos (Ap
16.6; 17.6; 18.21,24): “Nela foi encontrado sangue de profetas e
0 ponto de vista preterista ■ 79
Pelo que, esta geração será con sid erad a responsável pelo sangue
de todos os profetas, derram ado desde o princípio do mundo', desde o
sangue de Abel até o sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar
e o santuário. Sim, eu lhes digo, esta geração será considerada
responsável por tudo isso (Lc 1 1 .5 0 ,5 1 ; grifo do autor).
70V„ Atos4.3 ; 5.18-33; 6.1 2; 7.54-60; 8.1ss.; 9 .1 -4 ,1 3 ,2 3 ; 11.19; 12.1-3; 13.45- 50;
1 4.2 -5 ,1 9 ; 1 6.23; 1 7 .5 -13 ; 1 8 .1 2; 2 0 . 3 ,1 9 ; 2 1 . 1 1 , 2 7 ; 2 2 .3 0 ; 2 3 . 1 2 , 2 0 , 2 7 ,3 0 ; 24.5-9;
2 5 .2 - 1 5 ,2 4 ; 2 6 .2 1 . V. tb. 2Co 1 1 .2 4 ; lT s 2 .1 4 ,1 5 ; Hb 1 0 .3 2 - 3 4 ; Ap 2.9; 3.9; etc.
71Jr 2 .3 0 ; Mt 5.12; 2 3 . 2 9 - 3 1 , 3 4 , 3 5 , 3 7 ; Lucas 6 .2 3 , 2 6 ; 1 1 .4 7 - 5 0 ; 1 3.34; Rm 11.3;
lTs 2.1 5; Hb 1 1 .32 -38 .
80 ■ Apocalipse
Agora a face externa do tem plo em sua frente [...] estava por toda
parte cob erta com pratos de ouro de grande peso, e, ao prim eiro
nascer do sol, refletiu um esplendor ardente, e fez aqueles que se
esforçavam para olhar atentam ente se voltarem em direção o p o s
ta, da m esm a m aneira que teriam feito aos próprios raios do sol.
Mas este tem plo, para os que não estavam fam iliarizados com ele,
parecia, a uma certa distância, com o uma m ontanha cob erta com
neve; devido àquelas partes não douradas, que eram excessiv a
mente brancas ( Wars 5.5.6).
Um anjo apresenta 17.1: “Um dos sete anjos 2 1 .9 : “Um dos sete anjos
João à prostituta e à que tinham as sete taças que tinham as sete taças
noiva da m esm a aproximou-se e me disse: cheias das últim as sete
maneira: “Venha, eu lhe mostrarei pragas ap roxim ou-se e
o julgamento da grande me disse: ‘Venha, eu lhe
prostituta que está senta m ostrarei a noiva, a e s
da sobre muitas águas”. posa do Cordeiro’”.
Aleluia!
A salvação, a glória e o poder pertencem ao nosso Deus,
pois verdadeiros e ju sto s são os seus juízos,
Ele condenou a grande prostituta
que corrom pia a terra com a sua prostituição.
Ele cobrou dela o sangue dos seus servos (1 9 .1 ,2 ).
Os mil anos
Somente um lugar em toda a Escritura limita o reinado de Cris
to a mil anos: Apocalipse 20.1-10, meio capítulo no livro mais
A prisão de Satanás
Agora João aborda e inverte um tem a anterior. Em 9.1, Sata
nás caiu do céu (gr. ou ran os) e fo i d a d a a ch a v e d o p o ç o do
abism o. Em 20.1, Cristo d esce do céu (gr. ou ran os) e tra zia na
m ã o a c h a v e d o a b is m o para p render Satanás e lançá-lo no
a b is m o .
As Escrituras informam explicitam ente que Cristo prendeu
Satanás durante seu m inistério no século i. Em re s p o sta às
a c u sa ç õ es que ele estava exorcizan d o dem ônios pelo poder
de Satanás, o Senhor respondeu: “Mas se é pelo Espírito de
Deus que eu expulso demônios, então chegou a vocês o Reino
de Deus. Ou, com o alguém pode en trar na casa do h om em
forte e levar dali seus bens, sem an tes amarrá-lo? Só então
poderá roubar a casa dele” (Mt 1 2 .2 8 ,2 9 ; n v i ). A a scen sã o de
Cristo ao Reino de Deus implicou exercer seu poder sobre o
reino de Satanás (v. 26): Ele arrebatou os homens e as m ulhe
res do controle de Satanás. Visto que ainda estam os no m ilê
nio, Cristo atualm ente continua d espojando a casa de Satanás,
pregando o Evangelho que salva as pessoas da escuridão e as
transporta para seu Reino (Cl 1.13; v. At 2 6.1 7 ,1 8 ).
Cristo prendeu Satanás para um propósito bem definido:
“para assim impedi-lo de e n g a n a r a s n a çõ es” (Ap 20 .3 ; grifo
do autor). No a t som ente Israel con h eceu o verdadeiro Deus
(SI 1 4 7 .1 9 ,2 0 ; Am 3.2; Lc 4.6; At 14.16; 17.30). Mas a encarnação
de Cristo mudou isso, conform e o Evangelho com eçou a fluir
a todas as nações (e.g., Is. 2.2 ,3 ; 11.10; Mt 28 .19; Lc 2.3 2; 2 4 .4 7 ;
At 1.8; 13.47). Na realidade, Cristo julgou os ju d eu s e abriu
seu reino aos gentios (Mt 8 .1 1 ,1 2 ; 2 1 .4 3 ; 23.3 6-38 ). (Observe,
79Biblical Apocalyptics, p. 4 5 1 .
0 ponto de vista preterista ■ 87
A lei de Cristo
Os c o m e n t á r i o s a n t e r i o r e s j á in d ic a r a m o e n t e n d im e n t o
preterista da lei de Cristo. O “domínio e reinado” do Apocalipse
com Cristo demanda duas realidades espirituais importantes,
e presentes. 1) Cristo estabeleceu seu reino no século i.80 Mateus
1 2 .2 8 ,2 9 com para o p en sam en to de Apocalipse 2 0 .1 -6 clara
mente, porque nos dois lugares vemos a relação do reino de
Cristo e a prisão de Satanás (v. acima). Realmente, o reino este
ve próximo no primeiro ministério de Cristo porque “o tempo
é chegado” (Mc 1.14,15). O poder de Cristo sobre os demônios
mostra a presença do reino durante seu ministério na terra (Mt
12.2 8; v. 8 .2 9 ; Mc 1.24; 5.10; Lc 8.31); Seu reino não espera
alguma vinda futura, visível (Lc 1 7 .20 ,2 1; Cl 1.13).
Por conseguinte, Cristo reivindicou ser Rei quando estava
na terra (Jo 1 2 .1 2 - 1 5 ; 1 8 .3 6 ,3 7 ) , e Deus o en tron izou com o
Rei após sua ressurreição e ascen são (At 2.30-36). Desde sua
ressurreição, Cristo tem “toda a autoridade nos céus e na te r
ra” (Mt 28.18), porque ele está à destra de Deus, dominando o
seu reino.81 Como resultado, os cristãos do século i o procla
maram Rei (Mt 2.2; At 17.7; Ap 1.5), e novos convertidos e n
traram em seu reino (Jo 3.3; Cl 1 .1 2 ,1 3 ; lT s 2.12).
2) A outra realidade envolve nosso governo presente com
ele, em seu reino. João diz às sete igrejas do século i que Cristo
“nos constituiu reino e sacerdotes para servir a seu Deus e Pai”
(Ap 1.6). Esta realeza sacerdotal presente é exatamente o que
Apocalipse 20 relata do reino milenar: “Serão sacerdotes de Deus
e de Cristo, e reinarão com ele durante mil anos” (20.6).
Paulo m en cio n a n o sso governo p re se n te ta m bém : “Deus
nos res su s c ito u com Cristo e com ele nos fez a s s e n ta r nos
lugares cele stia is em Cristo J e s u s ” (Ef 2.6; v. 1.3; Cl 3.1-4).
Q u aisq u er r e s p o s t a s s u r p r e e n d e n te s que p u d e sse m surgir
contra esse ponto de vista, um fato permanece: a Bíblia nos
ensina que estam os agora “a ssen tad os com ele”.
As ressurreições
Apocalipse 20 associa duas ressurreições ao reino milenar de Cristo.
Uma ressurreição é espiritual e presente; a outra é física e futura.
A noiva id en tificad a
Entender e s sa pa ssa gem requer a n alisar a nova im agem da
nova criação/ nova Jerusalém à luz das Escrituras anteriores.
Uma vez que façam os isso, verem os que a nova criação co m e
ça no século i.
1) A época de João requer um contexto do século i. A d e s
crição da nova criação e da nova Jerusalém , cidade-noiva, se
desdobra de Apocalipse 2 1 . 1 a 22.5. Logo a seguir, lemos: “O
anjo me disse: ‘Estas palavras são dignas de confiança e v er
dadeiras. O Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas, enviou
o seu an jo para m o stra r aos seus servos as co isa s que em
b rev e h ã o d e a c o n t e c e r (22.6; grifo do autor). E para se ter
um bom parâmetro, quatro versículos à frente João a c re s ce n
ta: “Então me disse: ‘Não sele as palavras da profecia deste
livro, pois o tem p o está p róx im o’” (22 .10 , grifo do autor). Um
0 ponto de vista preterista ■ 91
Aqui Isaías escreve claram ente que essa nova criação ainda
experim enta o pecado, o en velhecim ento, e a morte. Assim,
não pode re c o r re r ao céu ou à nova criação, c o n su m a d a e
eterna. Paulo usa linguagem sem elhante à de João (Ap 2 1.1)
quando descreve a nova condição do cristão em Cristo: “Por
tanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas a n
tigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!” (2Co 5.17;
v. Ef 2.10; 4 .2 4 ; G1 6.15).
4) A teologia do n t sustenta um panorama do século i. No
n t , a igreja aparece com o a noiva de Cristo (Ef 5 .2 5 -2 8 ; 2Co
A noiva descrita
Mas que dizer de todas as expressões m ajestosas em Apocalipse
21 e 22? O preterista acredita que João está expressando, por
meio de uma im agem poética elevada, a glória da salvação.
CONCLUSÃO
Apesar de séculos de discussão, debate, e confusão em rela
ção a Apocalipse, o livro é ainda um dos 66 livros do cânon de
Deus. Merece nossa atenção, apesar de, às vezes, ser confuso.
Este é o único livro no n t que tem uma bênção ligada à sua
leitura (Ap 1.3). Precisamos ler cuidadosamente e estudar essa
maravilhosa obra de arte. No processo precisam os ser c a u te
lo sos quanto à extravagância descuidada de muitos populistas
m o d e rn o s .
O en tend im ento dos preteristas do Apocalipse está arrai
gado na hermenêutica confiável e em princípios teológicos —
e contém uma verificação histórica surpreendente. As observa
ções tem porais do Apocalipse são levadas a sério (1.1,3; 22 .6,
10,12), observa cuidadosam ente o contexto histórico de Apo
calipse (caps. 2 e 3), e ouve aten tam e n te os p ro fetas do a t
apocalíptico (Is 13; 34; Ez 32). Explica a enorme mudança re-
d en to ra -h istó ric a da antiga para a nova aliança. Nesse p ro
cesso o preterism o tam bém fornece encorajam ento aos crentes
0 ponto de vista preterista ■ 95
I d e a l is t a
■ Sam Hamstra Jr.
IDEALISTA1
APOCALIPSE H O W 2
Neste tempo que estam os vivendo, o ser h u m a n o precisa de
segurança. Atualmente, é preciso ter esperança, porque as c o i
sas não são com o realm ente deveriam ser; as d ificuld ad es a f e
tam nossa vida em todos os a s p e c to s .3 Entre o s m uitos p ro
blemas, uma doença que está matando a m ulher ou o marido,
o filho que rejeitou a fé pela qual morreria, a filh a que é a s s e
diada por um h om em casado que tem um c a rg o na igreja, e
seu cargo profissional de gerência que foi d e s p ed id o devido
à redução de c u sto s. Além d essa s ca la m id a d e s, a luxúria, a
ganância, e o orgulho estão entrincheirados no vazio do seu
ser e afetam todo o seu pensam ento e atitudes. Sua esperan ça
para se assem elhar a Cristo está d esvanecend o.
REVISÃO DO APOCALIPSE6
Introdução (Ap 1.1-20)
O capitulo de ab ertu ra do A pocalipse a p re se n ta ao leitor o
livro inteiro e guarda a chave de sua interpretação. Pode ser
dividido em três partes: a introdução, a saudação e a visão
inicial de Je su s ressurreto.
A introdução (v. 1-3) transmite cinco conceitos importantes:
1) Informa-nos que o livro não se originou de qualquer ser
humano. É revelação de Deus o Pai e Deus o Filho, enviado a
João pela ação sobrenatural de um anjo. Esse fato se provará útil
ao leitor, quando for levado a rejeitar elementos fundamentais
do Apocalipse, como a destruição total do mal, que parece in
consistente com nosso entendimento limitado da divindade.
2) O narrador ou autor do Apocalipse é João. Embora o li
vro contenha pouca inform ação biográfica sobre o autor, qua
se todo estudioso ao longo dos séculos acredita que Jo ã o é o
apóstolo amado de Jesu s, o autor do quarto Evangelho e das
três cartas. A evidência intrínseca do livro parece co n siste n te
com essa conclusão.
3) A introdução informa que o Apocalipse contém uma m is
tura de estilos literários. É predominantemente apocalíptico (v.
1), mas também profético (v. 3) e epistolar, conforme com pro
vado pelas referências tradicionais de saudação e de bênção.
Como livro apocalíptico, os sím bolos em pregados nas várias
visõ es são ferra m en ta s para a c o m u n ic a ç ão de p re c e ito s, e
podem não ter conexão histórica com qualquer evento esp ecí
fico. Porém, um sím bolo pode co n sta ta r o c u m p rim e n to de
um evento histórico ou pessoal sem exaurir seu significado.
4) O livro se destina a abençoar o leitor. Para m uitos, inclu
sive eu, o Apocalipse é uma fonte de frustração. Os cristãos
A voz deu instruções para que João escrevesse o que viu — isto
é, a visão do Filho do homem, a condição das sete congregações
e o que está por vir.
3) João recebe ordem para registrar sua visão em um livro
para os crentes em sete con gregações específicas. O fato de
haver som ente um livro, em vez de sete, confirma que o livro
é para toda a igreja cristã. As sete m ensagens que se seguem,
deveriam ser lidas ju n ta s e não de forma isolada.
4) O Cristo exaltado anda entre os sete candelabros doura
dos (v. 12), que representam as sete congregações na Ásia Me
nor. Além disso, ele segura sete estrelas em sua mão direita,
talvez uma referência para a liderança pastoral dessas c om u
nidades cristãs. A lição fica clara: a verdadeira igreja é sempre
a candeia, irradiando a luz do evangelho glorioso de Cristo para
ser disseminado em um mundo imerso nas trevas.8
19Ibid.
20U nj he m , Book o f Revelation, p . 1 0 3 .
21M i l l i g a n , The book o f Revelation, p. 8 6 3 .
112 ■ Apocalipse
isolados, mas testes que podem ser en con trad os a q ualq uer
hora e em qualquer lugar.
Várias ob serv ações im portantes deveriam ser feitas so b re
,is trombetas. 1) O ju lgam en to da trom beta não é final e c o m
pleto. Note o uso penetrante da fração “um te rç o ” que oco rre
16 v ez es no A pocalipse, 15 v ez es n essa cena. O castigo de
cada trombeta, em bora incompleto, é uma advertência su fici
ente para os ímpios.
2) As trom betas do ju lgam ento afetam cada parte do u n i
verso. Em parte alguma há segurança para os p erversos.26
3) Os ju lgam en tos são expressos em linguagem se m e lh a n
te para as dez pragas no Egito, contudo a descrição no Apocalipse
é mais terrível. Por exemplo, o granizo e o fogo são m istu ra
dos com sangue; os gafanhotos atormentam , não a grama da
terra, mas os perversos. Uma semelhança entre as pragas e as
trom betas é que praga alguma fere os cre n te s.27
Os p rim eiro s q uatro to q u e s da t ro m b e ta (8 .7 -1 2 ) fa z e m
surgir vários tipos de desastres físicos. O universo inteiro é
usado pelo Senhor para advertir aqueles que rejeitam o Cor
deiro de Deus e perseguem os filhos de Deus. Ninguém p re ci
sa e x p lic a r e s s e s f e n ô m e n o s c o m o e v e n t o s n a tu r a is q u e
acontecerão algum dia. Para qualquer um, a visão com um n a
quele m om ento era de que a terra é plana, o céu está acima, e
o mundo é igual a uma tigela invertida, cujo perím etro con-
lém todos os corpo s c elestes. Os d esa stres físico s apon tam
para longe de si m esm o s com o a ju s t iç a divina. Como n os
relatos do a t sobre o Dilúvio ou as dez pragas, calam idades
naturais são a con seqü ên cia da desobediência e rebelião. Deus
tem muita razão para usar a natureza com o instru m ento de
advertência e castigo. Afinal de contas, aqueles que se re b e
lam com freqüência contra Deus se voltam para o mundo para
encontrar sentido e propósito. Usada de tal modo, a natureza
é um fundam ento para a rebelião con tra Deus. Porém, Deus
lembra o im penitente que a natureza não oferece segurança e
esperan ça à h um an id ad e.28
Há um breve intervalo depois da quarta trom beta. João vê
e ouve uma águia, que em voz alta e clara diz ao mundo que
3,Ibid„ p. 873.
32H e ndr ik sen , M ore than co n q u ero rs, p. 151.
33Ibid., p. 154.
34S c h ic k , Revelation'. the last book o f the Bible, p. 47 .
3SH e ndr ik sen , More than conquerors, p. 162-3.
116 ■ Apocalipse
totaliza 144 OOO, um número com pleto sem uma alma perdi
da. Esses 144 0 0 0 não aceitaram a mentira de Satanás; e agora
desfrutam a bem -aventurança de sua redenção; 2) João viu a
advertência benevolente de Deus do ju lgam en to por vir e c a s
tigo dos perversos (1 4 .6 ,8 ,9 ) que precederá a Segunda Vinda
de Cristo; 3) João testem unhou o ju lgam en to final e com pleto
dos perversos, simbolizado pela imagem de uma colheita que
ocorre quando Cristo retorna. O Filho do hom em está a s s e n
tado no trono de ju lg am en to . Ele ordena a seus a n jo s para
passar a foice e fazer a colheita, pois o tem po chegou.
" ' H e n d r i k s e n , M ore than c o q u ero rs, p. 1 8 9 ; T h ree lectu res on the book o f
Revelation, p. 19.
" M i l l i g a n , The book o f Revelation, p. 8 99.
(Ap 18.20), Deus aju sta contas pelo que ela fez aos profetas e
apóstolos (lR s 19.10); 6) e Apocalipse 1 8 .2 2 ,2 3 repete Jerem ias
2 5 .1 0 , uma passagem que lida com Je ru sa lé m .50
Embora a identidade da Babilônia p o s sa ser incerta, seu
futuro não é: a Babilônia será destruída (1 8 .2 1 -2 3 ). O ju lg a
mento é a m ensagem predom inante dessa cena. Deus não e s
quecerá seus pecados, e a Babilônia perecerá. Antes do castigo
final chegar, porém, os c ren tes são e n c o ra ja d o s a recu sar a
com unhão com seus pecados e a se desviarem de suas ten ta
ções e se d u çõ es.51 Aqueles que não se desviam, mas colocam
seu coração no espírito do mundo, sofrerão com a Babilônia.
Quando a Babilônia perecer, os reis, com erciantes e m arinhei
ros lamentarão, porque aquilo em que fixaram suas esp eran
ças terá se desm oronado. Isto é verdade com respeito à queda
de toda Babilônia ao longo da história do mundo e, esp ecial
m ente, com respeito ao reino final do an ticristo no fim dos
tem p o s. R ec ip ro ca m en te, a d e stru iç ã o da Babilônia con duz
ao regozijo nos céus pelos santos, apóstolos e profetas ( 1 9 .1
10). O céu celebra a vitória de Deus sobre a meretriz, a Babilônia.
Os 24 anciões que sim bolizam toda a igreja, louvam a Deus
com quatro q uerubins rep resen tativ os.
2) A segunda personagem principal n essa seção é a besta
(17.3). Como j á foi citado, a b esta é descrita em 1 3.2 -1 0. Saiu
do mar e, anteriorm ente, ajudara o dragão em seu ataque c o n
tra a m ulher v irtu o sa e sua se m e n te . A b e s ta re p re se n ta o
espírito e os im périos do m undo que trabalham com a m u
lher sedutora. Por exemplo, trabalhando ju n to s , os im périos
deste mundo não precisam destruir as instalações da igreja.
Eles podem transform ar algumas delas em locais de diversão
m u n d a n a .52
A b esta e a m ulher se a sso c iam até que a b e sta se volta
contra a mulher (17.1 6-1 8). Durante um tempo, o mundo c o
mete adultério com a m eretriz e bebe em seu cálice de ouro.
Mas no fim, as pessoas que fazem parte do mundo anticristão se
voltam contra a prostituta. O povo mundano despe a prostituta
“ P i e t e r s , Studies in Revelation, p. 31 2.
61Ibid., p. 313.
62U n j h e m , Book o f Revelation, p. 110.
“ P i e t e r s , Studies in Revelation, p. 3 1 5 .
128 ■ Apocalipse
70Ibid., p. 111.
7IU n jh e m , Book o f Revelation, p . 1 1 0 .
7-V. Hendriksen, More than coquerors, p. 2 43 -50 .
71K u y p e r , The Revelation o f St. Jo h n , p. 310.
7' M o r r i s , The Revelation o f St. Jo h n , p. 243 .
130 ■ Apocalipse
75K u y p e r ,
The Revelation o f St. Jo h n , p. 321 .
76Ibid„ 318 .
0 ponto de vista idealista ■ 131
"H arrin gton sugere que todo o livro de Apocalipse é um comentário sobre
ii (|iie Paulo crê. V. seu U nderstanding the Apocalypse, p. 59.
“O catecism o de H eidelberg, p. 27.
'Ibid., p. 28.
“ ' H a r r i n g t o n , U nderstanding the Apocalypse, p. 268 .
132 ■ Apocalipse
OBSERVAÇÕES FINAIS
O leitor atento observou que a minha abordagem idealista ao
Apocalipse inclui pouca interação com as três interpretações
incluídas neste trabalho. Embora esta om issão seja por desíg
nio, o conceito da C oleção d e b a te s teológicos, das quais este
v o lu m e faz p arte, é o de que cada t ra b a lh o in clu i algum
o p o sito r c o n stru tiv o com o os ou tros da coleção. Para esse
fim, concluo com uma defesa do ponto de vista idealista do
Apocalipse assim com o relato as ou tras p ersp ec tiv as a p r e
sentad as neste trabalho.
840 dis pensacio nalista clássico d isco rda d essa p re ssu po siçã o , co m o em
I homas, que fala do “su posto gênero ap ocalíptico” do livro. A declaração de
I homas naturalmente lembra a pergunta do dispensacionalista não-clássico:
Se o Apocalipse de João não é apocalíptico, o que é?
134 ■ Apocalipse
livro — 1.19. A frase em três partes “as coisas que você viu,
tanto as presentes com o as que a c o n te ce rã o ” são c o rre ta m e n
te com preendidas com o algo relevante para apreen der o e s
b oço cronológico do Apocalipse. Muitos entendem que recorre
ao passado (a visão de Cristo ressurreto, cap. 1), ao presen te
(as sete igrejas, caps. 2 e 3), e ao futuro (a grande tribulação, a
parúsia, o reino m essiânico temporário, e a nação eterna, caps.
4 — 22). Porém, outros percebem uma divisão no versículo 19 —
João é instruído a escrever o que viu (tanto a visão do Filho do
hom em no cap. 1 ou, com o preferim os, a visão do livro in te i
ro, v. 1.19 com 1.11), que consiste nas coisas que são (p resen
tes) e as coisas que virão (futuro). Isto é com o a r c en ten d e o
versículo: “escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as
que depois destas hão de aco n tecer”.
A crescentaríam os a seguinte ob serv ação a esta discussão:
O que João se refere no versículo 19 é sua visão apocalíptica
da realidade da natureza — esta era (o presente) e a era por
vir (o futuro). Se esta sugestão for precisa, então nós realm en
te ach am os no versículo 19 a chave de interpretação para o
livro de Apocalipse. Os capítulos 2 e 3 d escrevem as sete igre
ja s que existem na terra n esta era presen te. Os capítulos 4 e 5,
em sua vivida d esc riç ã o da m orte e r e s s u r re iç ã o de J e s u s ,
retratam a realidade que a era por vir j á alvoreceu, mas so
m ente no céu. Os capítulos 6— 18, em seguida, d e sc re v e m a
transição desta era para aquela por vir na terra, com a grande
tribulação (ou as aflições m essiânicas) m arcando o m om ento
decisivo. Os capítulos 19— 22 apresen tam a chegada total da
era por vir na terra, iniciada pela parú sia e m an ifesta d a no
reino m essiânico de Cristo revelado a todos.
Na leitura de 1.1 9, uma vez que a trib ulação de Jo ã o (1.9)
p erten ce às p rovações desta era (caps. 1— 3), não parece que
ele a entende com o equivalente àquela grande tribulação que
m arcará o fim desta era e o com eço daquela por vir na terra
(caps. 6— 18). Essa observação está de acordo com a a b o rd a
gem p r é -t r ib u la c ío n is t a ao A p o c a lip s e. Uma v isã o de 1 .1 9
tam bém forn ece apoio im portante para o en ten d im en to pré-
m ilenar do reino m essiâ n ico — Embora a era por vir j á tenha
se iniciado no céu (caps. 4 — 18), ainda não apareceu na terra
(caps. 19— 22).
142 ■ Apocalipse
wThe en d o f the a ges has com e: an early interpretation of the passion and
resurrection of Jesus, Philadelphia: Fortress, 1 9 8 5 , p. 70- 1. Estes sentimentos
seriam também co m p artilh ado s pela escola idealista de pe nsam ento e, por
conseguinte, pela perspectiva amilenarista.
UA despeito de controvérsias em relação a esse argumento, emb ora com
pontos de vista divergentes, v. Robert L. Thomas, Revelation 1— 7: an exegetical
co mm entary (Chicago-, Moody, 19 92), p. 2 8 3 - 8 (bem co mo sua contribuição no
presente trabalho), e Douglas J. Moo, “The case for the posttribulation rapture
p o s it io n ”, in: The r a p t u r e : p re-, m id-, o r Post-Tribulational, Grand Rapids:
Zondervan, 1984, p. 1 6 9 -2 11 [O a rreba tam en to : 3 pontos de vista, é o próximo
livro da série a ser publicado pela Editora Vida].
12Aune aplica esta forma literária de retórica em relação a Apocalipse 3.10, mas
não faz conexão alguma entre esse aspecto e a pré-tribulação v., Prophecy, p. 279 .
0 ponto de vista dispensacionalista progressivo ■ 147
0 período do Apocalipse 6— 18
Quanto ao prazo de Apocalipse 6— 18, os preteristas interpre
tam as aflições m essiânicas descritas nesse sentido, com o se
j á tivessem acon tecido na época de João. Por outro lado, os
futuristas, especialm ente os dispen sacionalistas tradicionais,
consideram que esses eventos não serão finalizados até o tem
po que precede im ediatam ente a parúsia. Em con traste com
estas duas escolas de pensam ento, os idealistas discutem que
a im agem dos ca p ítu lo s 6— 18 e x p re ssa a b atalha con tín u a
entre Deus e Satanás e não deveria ser vinculada a qualquer
período cronológico. De certo modo, o ponto de vista progre
ssivo dispensacionalista representa uma abordagem eclética,
com binando com o que com preende ser o melhor nas in ter
pretações j á m encionadas.
Em b om e s tilo h e rm e n ê u tic o , a a b o rd a g e m p ro g re ss iv a
d ispen sacio nalista co m eça seu acolh im en to nos capítulos 6—
18 ex a m in a n d o seu c o n t e x to h is tó r ic o -c u ltu r a l que in e g a
v elm en te será lo ca liz ad o no sécu lo i d.C., e s p e c ia lm e n te o
conflito entre César e Cristo. Contudo, visualiza a realidade
d esse con flito co m o tam bém op eran te ao longo da história
do povo de Deus. No fim, porém, os disp en sacio n a lista s p ro
gressivos acreditam que o cum p rim ento final d esses cap ítu
los espera o tem po do retorno de Cristo. Em outras palavras,
essa abordagem in terpreta os capítu los 6— 18 pela ótica da
t en sã o es c a to ló g ic a do já/ ainda não. A seguir dividiremos
e s sa h e rm e n ê u tic a em suas duas p artes co n stitu in te s: 1) o
a sp e cto do j á — o cum p rim en to das profecias do Apocalipse
6— 18 nos dias de João; 2) o asp ecto do ainda não — a reali
za çã o final das p r o fe c ia s no p eríod o im e d ia ta m e n te an te s
da Segunda Vinda.
0 ponto de vista dispensacionalista progressivo ■ 151
23Ibid., p. 134.
24ibid,, p. 134-5.
25V., e.g., os trabalhos por J. Massyngberde Ford, Revelation, a b (NewYork:
Doubleday, 1 97 5 ), esp ecia lm ente sua exp osiçã o de Apocalipse 6 e 17; Alan
James Beagley, The “Sitz im leben" o f the Apocalipse with p a rticular re fe r e n c e to
the role o f the c h u rc h ’s enem ies (New York: Walter de Gruyter, 1987), especial
mente o cap. 2; Kenneth L. Gentry Jr., Before Jeru sa lem fell: dating the book of
Revelation (Tyler: Institute for Christian Economics, 1989).
0 ponto de vista dispensacionalista progressivo ■ 155
Agora, visto que o exército não tinha mais pessoas para m atar ou
saquear, porque lá não permaneceu ninguém para ser objeto da sua
fúria (porque não teriam poupado ninguém, mesmo se tivessem
outro trabalho a ser feito lá) César ordenou que não deveriam dem o
lir a cidade inteira e o templo, mas deveriam deixar o máxim o das
torres erguidas, isto é, as de maior eminência; quer dizer, Phasaelus,
Hippicus, Mariamne e o muro anexo à cidade no lado ocidental. Esse
muro foi preservado para servir de acam pam ento, como tam bém
para alojar a guarnição e poupar as torres para mostrar às gerações
futuras que tipo de cidade fora e com o era fortificada, mas que fora
subjugada pela bravura romana; mas todo o restante do m uro foi
posto abaixo, reduzido totalm ente, ao mesmo nível do solo, por
aqueles que os escavaram até a sua base, até que não sobrasse nada
para levar os que fossem para lá a acreditar que jam ais fora habita
do. Este foi o final que sobreveio a Jerusalém pela loucura daqueles
que eram em p rol d as in o v a ç õ e s ; um a cid a d e de g ra n d e
magnificência e fama entre toda a humanidade ( War 7.1.1).
0 ponto de vista dispensacionalista progressivo ■ 157
27V. The en d o f the a ges has com e. Para um tratamento específico das co rre
lações de Lucas-Atos de uma pe rsp e ctiv a sem elh ante, v. J . Bradley C h a n c e ,
Jeru sa lem , theTtempIe, a n d the new a ge ín Luke-Acts (Macon, Ga.: Mercer Unvi.
1988), p. 120-1.
0 ponto de vista dispensacionalista progressivo ■ 159
iv) P e r t u r b a ç õ e s C ó s m ic a s (Mt 2 4 . 2 9 / Mc 1 3 .2 4 ,2 5 / Lc
2 1 .1 1 ,2 5 ,2 6 ; v. Ap 6.12-17). O a t associou os distúrbios có sm i
cos à vinda do ju lgam ento divino, especialm ente o dia do Se
nhor (Is 34.4; Ez 32 .7; J1 3.3,4; Hc 2 .6,21). Que Jesu s deveria
usar essa imagem apocalíptica para descrever a queda de J e
rusalém (v. esp. Lc 2 1 .1 1 ) não era incomum. Jose fo fez o m e s
mo: “Muitos desses que estavam fatigados pela fome, e suas
bocas quase fechadas, quando viram o incêndio da casa san
ta, m ostraram fo rça extrem a, e d esa b a fa ram em gem id os e
clam ores novamente. Peréia tam bém replicou o eco [...] e au
mentou a intensidade do barulho” (War 6.5.1). Em outra pas
sa g e m , J o s e f o cu lp a os h a b i t a n t e s de J e r u s a lé m p o r não
recon h ecer o ju lg am en to de Deus na cidade e não acreditar
31V. est a defesa co nvince nte deste ponto de vista por Vos, T he sy n o p tú
traditions in the Apocalypse, p. 187 -92.
32V. a discussão por Ford, Revelation, p. 106-7.
0 ponto de vista dispensacionalista progressivo ■ 163
Embora alu sões h istóricas p ossam ser d esco berta s nos dias
de João nos ju lgam en tos do selo de Apocalipse 6, como ta m
bém ao longo dos capítulos 6— 18 (e.g., v. cap. 11, e também,
possivelm ente os caps. 17 e 18 com a queda de Jerusalém ; ou
observe com o o culto imperial repercute nos caps. 13 e 18), o
dispensacionalista progressivo acredita que o último cum pri
m ento dos eventos p ro féticos con tid os n e ss e s capítulos e s
pera o tempo da Segunda Vinda. A evidência mais significativa
que apóia essa perspectiva é a relação que existe entre as três
séries de ju lg a m e n to delineado em Apocalipse 6— 18: selos
(cap. 6), trom betas (caps. 8 e 9), e taças (caps. 15 e 16).
Se alguém in terpretar e stes ju lg a m e n to s com o paralelos,
então é possível concluir que eles foram todos realizados no
século í, particularm ente nas circu n stâncias da queda de J e
rusalém, ou em torno delas. Nessa leitura, estava a linguagem
có sm ic a e c a ta stró fic a em pregada para d escre v e r e s sa s d e
m o n stra ç õ es de ira divina, mas um modo apocalíp tico para
descrever as realidades históricas para as quais correlataram .38
P o ré m , se o s t r ê s j u l g a m e n t o s q u e in c lu e m as a f l i ç õ e s
m essiânicas são seqüentes e por essa razão intensificados de
fato, então é menos provável que a totalidade desses eventos
corresponda ao século i. Ao contrário, eles apontam para uma
era futura para seu último cum prim ento.
Pelo m enos seis partes de evidência parecem estab elecer o
ponto de vista que os ju lg am en to s de Apocalipse 6— 18 são
seqüentes, não paralelos. 1) as três séries de ju lgam en to p a
recem ser lineares, isto é, os selos con d uzem às trom betas,
que c o n d u z e m aos ju lg a m e n to s das taças. Em ou tras p a la
vras, o sétimo selo (8.1-5) se revela nas sete trom betas (8 .6—
40O leitor recorre à discu ssão de Johnson sobre este assunto, Revelation
(Dec. 1981), p. 4 9 1 .
0 ponto de vista dispensacionalista progressivo ■ 169
46Em defesa dessa hipótese, v. Gentry, B efore Jeru sa lem fell, p. 1 33-45; DeMar,
Last days o f m adness, p. 26 3-5; David Chilton, The days ofvengeance'. an exposition
of the book of Revelation (Fort Worth, Tex.: Dominion, 1987), p. 5-75.
4TChrist a n d time.
48Geralmente asso cia d o aos trabalhos de C. H. Dodd, e.g., The apostolic
p rea ch in g a n d its developm ent. Geralmente é distinguido por estudiosos p re
sen te m ente que Dodd exagero u em sua posição e que o melhor modo para
categorizar o n t é co m a imagem escatológica do j á / ainda não.
174 ■ Apocalipse
52Revelation 1— 7, p. 4 1 3 - 4 .
53Ibid., p. 4 1 7 .
0 ponto de vista dispensacionalista progressivo ■ 177
CONCLUSÃO
O Apocalipse é possivelm ente o livro mais controvertido na
Bíblia. Minha leitura das abordagens representadas neste vo
lume (o ponto de vista dispensacionalista clássico será trata
do a seguir) me leva a acreditar que os dois assuntos essenciais
que emergem no Apocalipse requerem tratamento: h erm en êu
tico e teológico. Concluo esta seção refletindo sobre essas pre
ocupações.
1) Obviamente um em aranham ento de herm enêutica aguar
da a interpretação do Apocalipse. Levando em conta as qua
tro c o n t r ib u i ç õ e s a p r e s e n t a d a s a gora, p a re c e c la ro que o
problem a central da discussão é: Como entend erem os a lite
ratura sim bólica? Ou, mais precisam en te, será que o gênero
profético/ apocalíp tico requer cu m p rim en to s únicos, duais,
ou m últiplos?
De forma bastante interessante, todos os quatro pontos de
vista ap arentem en te fun dam en tam suas respectiv as a b ord a
gens nos apreciados princípios da Reforma, referen te s à da
h e rm e n ê u tic a h istó ric a -g ra m a tic a l, p orém o tra b a lh o
herm enêutico está fora. De acordo com esse princípio, parece
a este escritor que, enfim, o critério prático para interpretar o
Apocalipse é de natureza histórica. Quer dizer, todos os pon
tos de vista inclusos neste volume partem do pressu posto de
que o entendimento do Apocalipse refere-se à questão de se a
m ensagem do livro foi cumprida na história. Assim, embora
s e j a m o c o n t r á r i o do f im do e s p e c t r o , a a b o r d a g e m
dispensacionalista clássica e os preteristas recorrem à história
para validar suas interpretações discrepantes. Por con seguin
te, os preteristas podem encontrar pouco no tempo e espaço
mensuráveis, onde os eventos do Apocalipse testem unharam
o c u m p r im e n t o , c o n s id e r a n d o que os d is p e n s a c io n a l is t a s
0 ponto de vista dispensacionalista progressivo ■ 179
D is p e n s a c io n a l is t a
c l á s s ic o
■ Wayne G. Strickland
DISPENSACIONALISTA CLÁSSICO
PREÂMBULO
Ao a p r e s e n t a r u m a v is ã o d i s p e n s a c i o n a l i s t a do livro do
Apocalipse, d e se jo p rim eiram en te ex p re ssa r m eus respeitos
pelos dois grupos. O prim eiro é c o m p o sto de d is p e n s a c io
n alistas dos quais difiro em d etalhes interpretativos aqui e
acolá, no último livro da Bíblia. A extensão da presente d is
cu s s ã o p erm ite-m e a p r e s e n ta r ap en a s m inha própria in t e r
p r e t a ç ã o . 1 O o u tro gru p o é fo rm a d o por a q u e le s que não
a d o ta m u m a v isã o d is p e n s a c io n a l is t a , p a r tic u la r m e n te os
outros três colaboradores desta obra. Eu os respeito, bem com o
suas interpretações, e não quero que quaisquer das observa
ç õ es seguintes se ja m en ten d id as com o im pu gnações p e s s o
ais ou de qualquer outro tipo.
A seguinte d iscu ssã o é um a visão d ispen sacio nalista típi
ca. Para cobrir a visão p ro jetad a neste capítulo, devo e s c la
recer o sign ificad o de “d is p e n s a c io n a lis m o ”, explorar áreas
de análise rep resen tativ a da visão d ispen sacionalista, ex p li
car a ê n fa se so b re o a s s u n to principal, destacan do a c o m
p r e e n s ã o d i s p e n s a c i o n a l i s t a e f a z e r u m a a v a l i a ç ã o do
A pocalip se.
Sistem a hermenêutico
A abordagem herm enêutica padrão da Bíblia, pelo m enos d es
de a Reforma, foi gramático-histórica, algumas v ezes ch am a
da de in terpretação literal. Aplicada ao Apocalipse, ela resulta
em um a c o m p r e e n s ã o d is p e n s a c io n a l is t a do livro. Alguns
5T h o m a s , Revelation 1— 7, p. 23-9.
22E.g., James Moffatt, The Revelation of St. John the divine, Exposítor’s Greek
Testament, W. Robertson Nicoll (orgs.), (Grand Rapids: Eerdmans, n.d.), vol. 5, p. 367.
23M erriam -W ebster’s Collegiate Dictionary, 10 ed., Springfield, Mass.: Merriam-
Webster, 1 9 9 3 , p. 580.
196 ■ Apocalipse
2<lEm seu capítulo deste volume, Pate limita "os que habitam na terra" de
3 .1 0 , apen as ao s “habitantes da terra [Palestina]”. Talvez tenha passado por
alto o paralelismo de “habitantes da terr a” desse versículo, com “sobre todo o
mundo”. O alcance do julgamento sob os selos, taças e trombetas é mundial e
não local. Em seu capítulo asso ciado deste volume, Gentry localiza as iradas
visitações divinas também na terra de Israel. É inadequado explicar as co n se
qüências de longo alcance dos juízos.
0 ponto de vista dispensacionalista clássico ■ 197
28Para uma discussão mais ampla dos dois pontos de vista sobre a estru tu
ra do Apocalipse, v. Robert L. Thomas, Revelation 8— 22, p. 52 5 - 4 3 . Recapitula
ção é o esquem a estrutural proposto por Gentry em um dos caps. deste livro.
0 ponto de vista dispensacionalista clássico ■ 199
capítulo 12, essa b esta tem de ser uma p essoa maligna que
incorporará as forças satânicas no controle do último im pé
rio mundial — p rovavelm ente uma form a revivida do im p é
rio romano do passado — no papel de um falso cristo, o qual
enganará os habitantes da terra.
Uma alternativa a essa interpretação literal do sim bolism o
do texto apresen ta o império rom ano com o a identidade da
besta, um ponto de vista que com um ente liga as sete colinas
de 17.9 ao império romano. Roma, naturalmente, foi a o p res
sora imediata no exílio de João em Patmos. Esse ponto de v is
ta identifica a cabeça ferida como Nero (13.3) e explica o número
6 6 6 em 13 .1 8 como o número de seu n o m e.38 Um problem a
com essa abordagem é que nenhuma fase do império romano
do passado pode satisfazer plenamente o critério textual com
relação à besta. Mais obviam ente, a b esta não é apenas um
império, com o a descrição de 13.3-8 exibe claramente; antes,
é uma criatura. Além disso, pertence ao futuro e não ao p as
sad o .39
Um entendim ento dispensacionalista da b esta tam bém ad
mite as alusões de João a Daniel 7 em sua descrição da besta.
As sete cabeças representam sete impérios mundiais su c e ss i
vos: Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia, Roma e o
império da besta da qual as quatro b estas de Daniel incluem a
Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia, e Roma. Os sete reis em 17.1 0
representam estes impérios. O dez chifres, iguais a esses da
quarta b esta de Daniel (Dn 7.7,24), retratam os dez reis que
agirão com o su b g o v e rn a n tes sim u ltâ n e o s sob a autorid ade
da b esta (v. 17.12).
Os preteristas e os idealistas geralmente negam a futuridade
da besta à tentativa de explicações, relacionando-a ao passa
do ou ao presente.
45I b i d . , p . 9 5 - 6 .
47I b i d . , p . 1 5 1 -9 .
212 ■ Apocalipse
49Se alguém p ro puse r que Satanás seja mantido na prisão, mas que seus
dem ônios ainda esteja m livres, produzindo a proliferação do mal durante a
presen te era, essa explicação ap resen ta ria duas o bjeções pelo menos: 1) O
mais óbvio, lPedro 5.8 indica que Satanás está, durante a presente era, rode
ando co m o um leão buscando alguém para devorar. Isso anula a noção que está
atualmente na prisão; 2) Demônios sem um líder não podem igualar o dano
que o reino org anizado de Satanás pode infligir, quando o seu líder estiver
disponível para direcionar. O seu reino não pode m an ter-se sem um líder
muito menos se for dividido contra si mes mo (cf. Mt 12.2 6). A Bíblia não especi
fica a atividade e, ou local dos demônios enquanto Satanás está na prisão, mas
presumivelmente eles não poderão administrar as cam panhas organizadas do
mal sem que ele esteja disponível para liderá-los.
“ Em outros trech os neste volume, Hamstra sugeriu que a soltura de Sata
nás após mil anos co nduz à Grande Tribulação, simbolizada pela batalha de
Gogue e Magogue em 2 0 .7 - 1 0 . Ainda mais, esses versículos são inadequados
para descrever a Grande Tribulação, período que co m eça co m a abominação da
desolação (Mt 2 4 .1 5 ,3 1 ) . Esses versículos não mencionam a ab ominação da de
solação ou a aflição inigualável na terra, nem falam de um período de duração
significante tal co mo incluirá a Grande Tribulação. Preferem se referir a uma
única grande confrontação na qual Satanás e suas forças enco ntram sua derro
ta com o resultado de um julgamento abrasador dos céus. Os versículos não
co n tê m m en ção de uma Vinda Pessoal de Cristo, pois se referem som ente a
conduzir o castigo dos céus e o banimento de Satanás para o lago de fogo para
o qual a besta e o falso profeta terão sido confinados por mil anos an tecipada
mente. Uma perspectiva melhor percebe o retorno pessoal de Cristo coincidin
do co m o co m e ç o — não o fim — do aprisionamen to de Satanás conform e a
seqüência cronológica em 1 9 .1 1 — 20.3 declara. Para uma discussão do por que
as oito ce nas m en cio nad as em “1)” (p. anterior) d evem ser cronoló gica s, v.
Thomas, Revelation 8— 22, p. 5 7 0-8 1.
214 ■ Apocalipse
Um judeu que se torna cristão atualm ente não perde a sua relação
para as prom essas do futuro de Israel. Os cristãos judeus se unirão
ao rem anescente do a t na herança de Israel. Os cristãos gentios se
rão unidos por gentios salvos de dispensações anteriores. No geral,
os judeus e gentios compartilharão as mesmas bênçãos do Espírito,
como testemunhado pela relação de judeus e de gentios na igreja dessa
dispensação. O resultado será que todos os povos serão reconciliados
em paz, sua etnia e suas diferenças nacionais não são a causa para
216 ■ Apocalipse
Eles incluem aqueles que não têm espaço algum para um futuro
milênio na terra, com o o preterista e o idealista. Um ponto de
vista d is p en sa cio n a lista aceita a nova criação tam bém , mas
estabelece-a após o reino temporal futuro de mil anos na te r
ra. Apocalipse 2 1 .1 — 22.5 fornece a revelação bíblica mais ex
tensa sobre o novo céu e a nova terra (v. tb. SI 1 0 2 .2 5 ,2 6 ; Is
2 4 .2 3 ; 26.2; 5 1 .6 ,1 6 ; 5 4 .1 1 ,1 2 ; 6 0 .1 1 ,1 9 ; 6 5 .1 7 ; 6 6.22 ).
Essa nova criação será a cena do reino eterno de Cristo que
seguirá o seu reino temporal na presente terra. A avaliação de
João da nova criação constitui a oitava e a última cena do s é
timo ju lg a m en to da taça em 21 .1-8. Embora a m agnitude da
cena narre bem -aventuranças futuras, e não ju lga m en to ( 2 1 .1
7), o último versículo (21.8) descreve a exclusão da nova cria
ção devido ao envio dos rebeldes para o lago de fogo por Deus
(v. 2 0 .1 2 -1 5 ). Uma exten sa elaboração relativa à nova Je ru s a
lém, a maravilha da nova criação, segue em 2 1 .9 — 22.5.
Algum preteristas duvidam da referência futura de 21.1ss.,
preferindo interpretar isso como um quadro da era presente da
igreja cristã.54 Esse ponto de vista impõe uma visão simbólica da
linguagem que viola a progressão cronológica óbvia na estrutu
ra do Apocalipse. Ao mesmo tempo, certamente, exige além dos
limites o sistema gramatical-histórico de interpretação.
O dispensacionalism o progressivo tam bém discute a favor
do simbolismo na descrição do Apocalipse da nova criação, mas
não ao extremo dos preteristas.55 Justifica uma interpretação não
literal baseada na imagem apocalíptica do livro. Não vai a ponto
de negar isto como profecia de realidade futura, mas questiona
a literalidade de características específicas da nova Jerusalém.
Por exemplo, porque não existe ostra grande o bastante para
produzir pérolas de tam anho suficiente, 2 1 .2 1 , não pode ser
literal, porque diz que os doze portões da cidade serão de péro
las.56 Também, porque não há ouro disponível para pavimentar
todas as ruas dessa grande cidade, o mesmo versículo não pode
ser literal.57 Mas essas são razões tolas para negar a literalidade;
volume.
55David L . T u r n e r , The new Jerusalem in Revelation 2 1 .1 — 22.5: Consummation
of a Biblical Continuum, Dispensationalism, Israel, and the ch u rch , orgs., Craig A.
Blaising e Darrell L. Bock, Grand Rapids: Zondervan, 1 9 92 , p. 2 6 5 , 275-8.
56Ibid., p. 2 77.
57Ibid.
218 ■ Apocalipse
“ Contra Ibid., p. 278 . Turner associa seu conceito da nova Jerusalém com o
de George Ladd, The p resen ce o f the fu tu re (Grand Rapids: Eerdmans, 1974), p.
6 2-4 , bem conhecido por sua visão não-dispensacionalista, e escatologia pré-
milenarista histórica.
S9Ibid., p. 288; grifo do autor.
0 ponto de vista dispensacionalista clássico • 219
64Ibid., p. 11.
65Biblical herm eneutics, p. 205 .
“ Bernard R a m m , Protestant biblical interpretation: a textbook of hermeneutics,
3 ed. rev., Grand Rapids: Baker, 1 97 0, p. 113.
0 ponto de vista dispensacionalista clássico ■ 221
70Ibid., p. 2 2 3 -4 , 23 3.
222 ■ Apocalipse
fru stração e ira con tra o povo de Deus na terra por lhe ser
negado con tin uar no céu. A mulher em Apocalipse 1 2 — sím
bolo para Israel encontrar refúgio de sua ira conforme c o n c e
dido por Deus, um d esenvolvim en to que fru strará o dragão
cada vez mais. Por conseguinte, ele direcionará sua ira in ten
sificada con tra “o resto de sua [a mulher] s e m e n te ” que p e r
m an ece em p ro p a g a ç ã o c o m o t e s t e m u n h a de Deus para o
mundo. Estes são os 144 0 0 0 introduzidos em 7.1-8.
A próxim a parte da introdução das taças traz à cena uma
besta que sai do mar (1 3.1 -1 0) e uma b esta fora da terra ( 1 3 .1 1
18) — depois de identificada com o os aliados de Satanás e in s
t r u m e n t o s p ara a d o m i n a ç ã o m u n d ia l e p e r s e g u iç ã o dos
144 000 (13.4; 16.13). A besta ascend erá ao governo do m u n
do d ep o is que as suas ferid as de m orte se curar e ten ta rá
destruir os seguidores restantes do Cordeiro, notavelm ente o
rem an escente da sem ente da mulher.86 Em seu tratamento cru
el dos s a n t o s , ele c u m p r ir á os d e s e jo s do d ra g ã o que o
energiza. O falso profeta (a b esta fora da terra) será partidário
desse esfo rço para aniquilar os santos vivos, conform e ajuda
a besta. Pela c o e rç ã o de v ários tip o s ten ta rá fo rç a r todo o
mundo a receber a marca da besta. Porém, os dois vilões não
terão a c esso a Israel, protegido em seu lugar de refúgio, mas
serão bem -sucedidos, m artirizando a totalidade dos 144 0 00 .
A terceira parte da introdução para as taças é proléptico.
Descreve os 144 0 0 0 ao lado do Cordeiro vitorioso no monte
Sião (14.1-5). Antecipa o retorno de Cristo e a sua morada em
J e ru sa lé m depois do Arm agedom . Os 144 0 0 0 m ártires res-
surretos desfrutarão a última vitória sobre a b esta depois que
Cristo retornar para ju lg ar o seus perseguidores e os enviar
para o lago de fogo (19.1 9-2 1).
Seguindo a cena triunfante dos 1 44 0 0 0 com o Cordeiro,
vêm uma série de an ú n cio s que se an tecip am às sete taças
(14.6-13), todas as quais forn ecem incentivos para dar glória
a Deus permanecendo fiel ao Cordeiro e resistindo à besta. A
fase final da preparação das taças ap resenta a grande batalha
q uan d o o C ordeiro retorn a para derro tar os seus inim igos.
Uma colheita e uma vindima prevêem a grande matança que
resultará d essa batalha (14.14 -20 ).
Epílogo (22.6-21)
Para fechar o livro, João fornece testemunho do anjo da última
praga que principalm ente anuncia o fim da profecia iniciada
em 4 .1 . A c re s ce n ta o p ró p rio t e s te m u n h o so bre in te ra ç ã o
adicional com aquele an jo que o instrui para que não sele os
con teúd o s do livro devido à im inência de ev en tos p re d ito s
CONCLUSÃO
Uma compreensão literal do Apocalipse extingue qualquer per
gunta sobre a coerência do livro, sua organização e sua lógica.
Sua m ensagem direta é a melhor defesa do livro contra a ma-
lignidade que isto recebeu devido à s u p o s ta in co m p reen si-
bilidade. Os princípios herm en êu ticos h a b itu ais ap resen ta m
o plano de Deus para o futuro e a con d ição eterna. Nenhuma
n e c e s s id a d e surge para a c r e s c e n ta r ou s u b t r a ir o que uma
interpretação literal revela.
Resumo de hermenêutica
Uma com paração de um ponto de vista d ispen sacio nalista do
A p ocalip se com os de m eus c o n t r ib u in t e s e c o m p a n h e iro s
para este volum e revela diferen ças n o tá v e is, a m ais im p o r
tante refere-se aos princípios in te rp re ta tiv o s seguidos pelo
intérprete. O assunto principal é o que con stitu i um método
de exegese gramatical-histórico. Os outros três escritores ad
m item m uito m ais o sim b o lism o do que do pon to de v ista
d is p e n s a c io n a lis ta . Ju s tif ic a m a sua a b o r d a g e m não literal
recorrendo ao gênero especial ou caráter do Apocalipse como
apocalíp tico. Um ponto de v ista d is p e n s a c io n a lis ta defend e
que o livro é principalm ente profético, e não apocalíptico90, e
essa profecia bíblica m erece in terpretação literal, da m esm a
maneira que fazem os outros gêneros literários da Bíblia.91
E ntend er q u a lq u e r p a s s a g e m da E s c r itu r a de um m odo
não literal viola p rin cíp ios de in t e r p r e ta ç ã o g ra m a tic a l-h is
tórica, a m en o s que as c a r a c te rís tic a s c o n t e x tu a is sin aliz em
a n e c e s s id a d e de in te rp re ta r de o u tra m a n e ira . Os in d ic a
d ores figu rativ os em A pocalipse 1 2 .1 s s ., p o r exem plo, ilu s
tram co m o a in te r p r e ta ç ã o g ra m a t ic a l- h is t ó r ic a su b sid ia a
linguagem figurada quando um escritor desejava que alguma
coisa fosse um símbolo.92 Se um escritor tinha por intenção que
suas palavras fo ssem entendid as não literalm ente, esse é o
modo de interpretá-las; se, porém, ele não fornece qualquer
indicação, então queria que a interpretação fosse literalmente.
Outro modo de interpretação literal da natureza é por meio
de exem plo de com paração com várias abordagens não lite
rais de partes do Apocalipse.
Preterism o. Anteriormente neste volume, o preterista Gentry
interpreta uma referência às nuvens em Apocalipse 1.7 como
uma vinda não pessoal de Cristo. Cristo jam ais voltou à terra
em 70 d.C. pessoalmente, assim explicar a queda de Jerusalém
como a sua vinda, transgride o princípio de interpretação lite
ral. Todas as indicações contextuais apontam para uma vinda
pessoal literal de Cristo nesse versículo. Gentry chama isto o
“ju lgam ento-próxim o” de Cristo, mas os critérios do Apocalipse
também associam libertação do fiel a essa vinda. O preterismo
não explica a libertação prometida em parte alguma da perse
guição que está associada à vinda, por exemplo, em 3.1 0,11 . A
interpretação de Gentry de 1.7 sim plesm ente não cumpre os
critérios de interpretação literal do texto. O fato é que a igreja
não escapou de perseguição em 70 d.C., mas continuou s o
frendo por causa de Cristo muito tempo depois disso.
Outra falha da h erm en êu tic a do p re terism o se refere ao
limitar a prom essa da vinda de Cristo em 1.7 para a Judéia. O
que um ju lg am en to determ inado para cen ten as de q u ilôm e
tros de distância tem a ver com as sete igrejas na Ásia? João
usa dois longos capítulos destinados a essas igrejas relativo
às im plicações da vinda de Cristo para elas. Por exem plo, a
p ro m e ssa de p ro teg er a igreja de Filadélfia do ju lg a m e n t o
( 3 .1 0 ,1 1 ) fica sem sentido se esse ju lgam en to ocorrer muito
além das fronteiras d essa cidade. Além disso, em 3 .10 narra
um m om ento de provação que virá sobre toda a terra h a b ita
da, não som ente na Palestina. A interpretação literal não in si
nua no texto significado antinatural com o faz o preterism o,
mas admite que o texto fala por si mesmo. Explicar os efeitos
de uma “vinda nas nuvens” para a Palestina nessas sete cida
des distantes como “abalos secundários é um esforço ineficaz
à ju stifica ção pela determ inação da data dada por alguns que
estabeleceram datas para o retorno de Cristo durante as déca
das finais do século xx. A réplica para essa resposta é que o
dia ou a hora inclui referências à semana, ao mês, ao ano e ao
período de anos que incluem o dia e a hora. Je su s declarou
que ninguém soube (ou sabe) com a n te ced ên cia quando ele
retornaria (ou retornará).
O p reterism o tam b ém ignora o co n tex to do D iscurso do
Monte das Oliveiras. Logo antes de Jesu s mencionar “esta gera
ção” em Mateus 2 4.34 , ele tinha falado para o público ju deu,
“Vocês não me verão mais até que digam, ‘Bendito é o que vem
em nome do Senhor’” (Mt 23.39, grifo do autor). A nação ju d a i
ca daquele época certamente não conheceu esse critério em 70
d.C. Não disseram ao m esm o tempo “Bendito é o que vem em
nome do Senhor”, assim obviamente não viram Jesus naquela
época. O cumprimento dessa profecia ainda é futuro.
Je s u s claram ente usou a form a plural “vocês" em Mateus
2 3 .3 9 para falar à nação ju daica associadam ente, sem limitar
o pronom e a uma geração esp ecífica de israelitas. Esse é o
sen tid o que ele deu à ex p ressã o “esta g e ra ç ã o ” em 2 3 .3 6 e
para o “v ocê” e “seu ” em 2 3 .3 7 ,3 8 . Ele não limitou as ex p res
sões aos seus ouvintes im ediatos, mas as usou com o rep re
sentativas da nação que no futuro conhecerá os critérios d es
critos nas séries de versículos. A colocação da qual Jesu s deu
ao discurso tem de determ inar a interpretação de suas pala
vras. Somente no futuro uma geração de Israel dirá “Bendito é
o que vem em nome do Senhor”. Essa será a geração da qual
Je su s fala em 2 4.34 .
Je su s ensinou “brevidade” sem estab elecer limite de quão
breve seria seu retorno. Ele alertou os seus seguidores para o
esperar a qualquer m om ento, e para perm anecer fiel e se ocu
par até que essa vinda ocorra. Ele tam bém advertiu os infiéis
de um ju lgam en to im inente que recairia sobre eles a m enos
que se arrependam. De acordo com o ponto de vista dispen-
sa-cionalista, e s sa dupla lição de c on forto e advertên cia no
D iscurso do Monte das Oliveiras tam b ém resum e a m e n s a
gem do Apocalipse.
Este volume chega à con clu são, e agora os leitores terão de
decidir por si m esm os quais dos pontos de vista apresentados
n esta obra m elhor in te rp re ta m o A pocalipse. Porém, m inha
suspeita é que cada uma das abordagens represen tadas terá
tido algo importante para dizer sobre o último livro da Bíblia e
merece ser adequadam ente atendida pelo seu público.
Talvez o modo apropriado, nesse caso, para concluir este traba
lho seja resumir seus conteúdos e assim repetindo o significado
do começo do Apocalipse — 1.1,3. O leitor deveria ter deduzido
que o pon to de partid a é a chave para o e n te n d im e n to do
Apocalipse, porque tudo a seguir procede disso. Como o leitor ob
serva, os versículos e as declarações de que “estas coisas” (os even
tos do Apocalipse) devem “em breve” acontecer e que o período de
seu cumprimento está “próximo” influenciam a abordagem subse
qüente. Caso contrário, da maneira em que o leitor começa o estu
do do livro de Apocalipse é como provavelmente terminará.
Assim, os preteristas consideram esses versículos de abertura
com o significado de “imediatamente”, de forma que, na leitura
do livro, aconteceram realmente coisas repentinas, como a que
da de Jerusalém em 70 d.C. Os idealistas tam bém consideram
e s ses versículos como aparentem ente reais, interpretando os
eventos do Apocalipse como ocorrendo imediatamente e se reve
lando con-tinuamente na história. Os dispensacionalistas clássicos
acreditam que o ensino sobre o duplo retorno de Cristo é a me
lhor explicação para 1.1,3. Assim o arrebatamento pode ocorrer a
qualquer momento (iminência), que então estabelecerá a ação das
profecias do Apocalipse. Os dispensacionalistas progressivos, con
cordando com o conceito da dupla vinda de Cristo, ainda pen
sam que o princípio do já/ ainda fornece o melhor o significado
em 1.1,3 — essas circunstâncias preditas começaram a acontecer
no século i e continuarão ao longo da história, até chegar ao ápice.
Porém, tendo dito isso, não há unidade alguma no meio da
diversidade anterior? Acredito que há. Talvez 1.19, que tem con
duzido a ordem das quatro apresentações, providencie a chave: O
mesmo Deus que interveio poderosamente no passado mediante
Jesus Cristo, está em ação no presente em nosso favor e concluirá
seu plano triunfalmente no futuro. Nesta dinâmica, isso afirma
nossa unidade cristã no meio das variedades da hermenêutica.
C. M arvin P ai i .
S o b r e o livro
Tiragem Ano
1 2 3 4 5 6 7 8 9 09 08 07 0 6 05 04 03
Formato ® 14 x 21 cm
Mancha ® 10,5 x 18,5 cm
Tipo e corpo!entrelinha @ Lucida 9,4/14,3 (texto);
Helvética 24/28,8 (títulos); Humanist 521 C n
B T 12,5/14,5 (subtítulos)
Papel ^ Off-Set 75 g/m2 (miolo); Cartão Supremo
2 50 g/m2 (capa)
Fotolito
Im p r e n s a d a f é
Produção editorial
Coordenação
R o g é rio P o r t e lla
Colaboração
M a u r o N o g u e ir a
Normalização de texto
C ris tin a P o r t e lla
Edição de texto
E d n a G u im a r ã e s
Revisão de provas
L en a A ra n h a
M a n o e l M arq u es
Projeto gráfico
SONIA PETICOV
Composição
S e t-u p T im e A r t e s G r á f ic a s
Capa
A lexan d re G u sta v o