Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Em vários momentos da nossa vida, nós queixamo-nos das mentiras e injustiças dos
políticos, dos juízes, enfim de várias entidades que deveriam ter um comportamento
honesto e que na prática, infelizmente, muitos deles, não o têm.
Acontece que todas estas pessoas tiveram pais, familiares, professores, padres,
catequistas, todos preocupados na correta educação das crianças que agora nos
governam. Porém, de alguma forma, esta sociedade (que somos todos nós) tem uma
atitude que fomenta a cultura da mentira.
Os pais esforçam-se para poupar algum dinheiro para dar alegria aos seus filhos
através da dádiva de presentes. Mas depois, dizem aos filhos que quem deu os
presentes foi um ser imaginário a que chamam de “pai natal”. Não admira que as
crianças não tenham a afetividade desejada pelos pais, família, professores, uma vez
que quem lhes dá alegria é um ser que, sendo-lhes estranho é quem os alegra,
enquanto os pais, professores, catequistas, não se lembram deles e até os castigam.
Ao esconder das crianças o sacrifício que representou obter aqueles presentes, como
os vamos ensinar que as coisas não caem pelas “ripas do telhado” mas sim através do
esforço diário, do trabalho honesto, do estudo constante, do merecimento e tudo pelo
amor que temos às crianças e pelo desejo que temos de as tornar felizes e solidárias?
Alguns defendem que acreditar no pai natal é inofensivo e pode ser benéfico para o
desenvolvimento cognitivo das crianças. Defendem que os contos de fadas e as
histórias mágicas podem (não têm portanto a certeza) incentivar o desenvolvimento de
um pensamento criativo, promover a consciência social e até a capacidade de
compreensão científica.
Mas outros defendem precisamente o contrário e que, muitas crianças ao descobrirem a
verdade sentem-se ludibriadas e perdem a confianças nos pais e educadores.
A mim, foi isto que aconteceu. Valeu-me ter descoberto que eles também não sabiam a
verdade toda e por isso eram merecedores de compreensão e tolerância.
Mas, para a maioria, a semente da mentira está lançada como exemplo a seguir.
Então não fiquemos admirados quando as nossas crianças de hoje sejam os políticos
corruptos de amanhã. São esses os valores que temos transmitido e praticado…
Vivemos e transmitimos demasiadas mentiras; não há então que admirar.