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(A apresentação será feita no domínio do tempo contínuo; as diferenças com o caso discreto são
pequenas e serão apresentadas posteriormente).
y=Hu
que indica que, através do operador H, pode-se determinar y(t) para qualquer u(t).
Quando o sistema não está inicialmente em estado estacionário é necessário conhecer as condições
iniciais para poder determinar o comportamento frente a uma entrada u:
O conjunto de condições iniciais que é necessário conhecer para poder determinar y(t)
univocamente em t [t0, ) constitui o estado inicial do sistema.
Ao aplicar uma força externa (entrada u(t), t [t0, )) a uma partícula (sistema) no tempo t0, o seu
movimento (saída y(t)) para t t0, não estará univocamente determinado enquanto não forem
conhecidas, também, a posição e a velocidade dessa partícula no tempo t0. Estas duas informações
constituem o estado do sistema no tempo t0.
O estado é uma quantidade auxiliar que pode não ser facilmente identificável em termos
físicos.
Considerando só o caso de estados descritos por um número finito de variáveis, eles serão
representados por vetores x t , chamados vetores de estado.
Cada elemento do vetor é uma variável de estado. O espaço de dimensão “n” em que x t pode
variar é o espaço de estados.
1
8.2 Equações dinâmicas
x t f x t , u t , t equação de estado
x t A t x t B t u t
x t A x t B u t
dx t
A t x t
dt
d t; t 0
A t t ; t 0
dt
t0; t0 I
2
Nesse caso, a solução da equação homogênea é:
x t t; t 0 x t 0
dx t d
dt
dt
t; t 0 x t 0
d
dt
t; t 0 x t 0 = A t t; t 0 x t 0 A t x t
x t
dx t
A t x t
dt
t
x t x t o A x d
t0
dx t t
A t x t 0 A x d
dt t0
t t
x t x t 0 A 1 x t 0 A 2 x 2 d 2 d 1
t0 t0
t t 1
dx t t t 1
A t I A 1 d1 x t 0 A 1 A 2 x 2 d2 d1
dt t 0 t0 t0
t 1 1 2
x t x t 0 A1 I A 2 d 2 x t 0 A 2 3 x 3 d 3 d 2
t0 t 0 t0 t0
t t 1
x t I A 1 d1 A 1 A 2 d2 d1 x t 0 ...
t 0 t0 t0
3
Após infinitas integrações chega-se a:
x t t; t 0 x t 0
t t 1 t 1 2
I A 1 d 1 A 1 A 2 d 2 d 1 A 1 A 2 A 3 d 3 d 2 d 1 ...x t 0
t0 t0 t0 t0 t0 t0
Então
t t 1 t 1 2
t; t 0 I A 1 d 1 A 1 A 2 d 2 d 1 A 1 A 2 A 3 d 3 d 2 d 1 ...
t0 t0 t0 t0 t0 t0
A série que define a matriz de transição chama-se matrizante e converge quando os elementos da
matriz A são limitados no intervalo t 0 , t .
Os coeficientes constantes indicam sistema invariante no tempo. Assim a análise pode ser feita para
qualquer t 0 , em particular t 0 0 .
Neste caso
t2 t3 ti
t;0 I A t A 2 A 3 ... A i e
At
2! 3! i0 i!
A função matriz exponencial é definida desta forma ao comparar o somatório anterior com o
desenvolvimento em série de Taylor da função escalar exponencial, e at , em torno do pondo t = 0:
a2 2 ai
e at 1 a t t ti
2! i 1 i!
Então a solução de
dx t
A x t x 0 x 0
dt
x t e x 0
At
x t 0 t t 0 e
A( tt0 ) A( tt0 )
x t e
4
Cálculo da matriz de transição de um sistema invariante no tempo
Teorema de Sylvester que, para qualquer função polinomial da matriz quadrada A , estabelece
A jI A jI
n
f A f i
n n n
e ei t
At
. i 1 j1
j i
i j i 1
j1
ji
i j
onde
dx t
A x t B u t
dt
x t t t 0 z t z t 1 t t 0 x t
dx t d dz t dz dz
z t (A ) z t A x t
dt dt dt dt dt
Então
dz dx
A x Bu
dt dt
t
z t z t 0 1 t 0 B u d
dz
1 B u
dt to
x t t t 0 z t 0 t t 0 1 t 0 B u d
t0
5
Como t t 0 e
A( tt0 )
, então
1
t 0 e A t eA t t 0
0 0
A t t 0 A t 0 A t
t t 0 t 0 e e e t
Assim
t
x t t t 0 z t 0 t B u d
t0
z t 0 1 t 0 t 0 x t 0 x t 0
Então
t
x t t t 0 x t 0 t B u d
t0
t
x t e x t 0 e B u d
A t t 0 A t
t
1
0
2
Exemplo:
Para exemplificar os conceitos até agora introduzidos vamos considerar o seguinte sistema
multivariável:
dh1 (t)
A1 Fe t k1 h1 (t)
dt
dh 2 (t)
A2 k1 h1 (t) k 2 h 2 (t)
dt
6
Linearizando em torno do estado estacionário é obtido o seguinte modelo linear:
dx 1 t
a 11 x 1 t b1 u t
dt
dx 2 t
a 21 x 1 t a 22 x 2 t
dt
com
x1 t h1 t h1 x2 t h2 t h2 u t Fe t Fe
k1 1 1
a11 b1
2 h1 A1 A1
k1 1 k 2 1
a 21 a 22
2 h1 A2 2 h2 A2
y t h2 t h2
x t A x t b u t
y t c x t
T
com
a 0 b 0
A 11 b 1 c
a 21 a 22 0 1
A1 A 2 1
k1 2 k2 2
F 1 h1 1 h2 1
4 2
Resultando em:
2 0 1
A b
2 1 0
7
Para achar a solução geral deste sistema é necessário conhecer a matriz de transição de estados.
Utilizando o teorema de Sylvester, primeiramente devemos calcular os valores característicos da
matriz A .
2 0 1
A I 2 3 2 0 1
2 1 2 2
Usando o teorema:
2 0 2 0 2 0 1 0
A t t 0 t t 0 2 1 0 2 2t t 0 2 1 0 1 e 2t t 0 0
e e e t t
1 2 2 1 2e
0
2e 2 t t 0 e t t 0
t
e 2 t u d
e 2t t 0
x 1 t 0
x t t t t
t0
e
0
2 x 1 t 0 x 2 t 0 2 e 2 t t 0
x 1 t 0
t
2t
u d
t
2e 2e
0
Observa-se que o conhecimento do estado inicial, x t 0 , permite determinar a saída futura, yt ,
Os sistemas discretos estão caracterizados por vetores de estado em função do tempo discreto
x k x 1 k x n k
T
x k 1 f x k , u k , k
y k g x k , u k
8
Para sistemas lineares
x k 1 A k x k B k u k
y k C k x k D k u k
x k 1 A x k B u k
y k C x k D u k
x k 1 A x k x 0 x 0
x 1 A x 0
x 2 A x 1 A A x 0 A 2 x 0
x k A k x 0
n A I
n
A ki
j
k
i 1 j1 i j
j i
A estabilidade deste sistema está garantida se todos os valores característicos de A estão dentro do
1
círculo de raio unitário, pois para o sistema estável lim A k 0 lim P k
P e, portanto,
k k
x 1 A x 0 B u 0
x 2 A x 1 B u 1 A A x 0 B u 0 B u 1 A 2 x 0 A B u 0 B u 1
k 1
x k A k x 0 A k-i-1
B u i
i 0
9
8.4 Sistemas de dados amostrados
x t A x t B u t
Considerando
u t u k k t k 1
onde k deve ser lido como k Ta, sendo Ta o tempo de amostragem e k + 1é (k+1) Ta, vem
t
x k e
A tk A t
x t e B d u k
k
Definindo
t
t k e
A t
B d
k
Resulta
x t t k x k t k u k k t k 1
Para t= k+1
x k 1 Ta x k Ta u k
onde
Ta e
A Ta
k 1 Ta
Ta
A k 1 Ta
e B d
kTa
Fazendo
k 1 Ta
obtém-se
Ta
Ta e
A
B d
0
A equação de estados ficou da forma discreta, com coeficientes que dependem do tempo de
amostragem, Ta. A solução é
10
k 1
x k Ta x 0 T Ta u i
k k-i-1
a
i 0
Entretanto
Ta e kTa
k k
e
ATa A k Ta
8.5 Diagonalização
As equações de estado
a 11 a 1n
dx x B u
dt
a n1 a nn
A solução e visualização das respostas ficariam mais simples e claras se a matriz A fosse diagonal.
Desta forma as equações ficariam totalmente desacopladas.
O vetor de estados pertence a um espaço vetorial, o espaço de estados, no qual, através de uma
transformação linear podemos mudar a base e, conseqüentemente, a sua representação. Vamos
considerar, só por simplicidade de apresentação, o sistema na sua forma homogênea.
dx
Ax
dt
x P x
e assim,
d Px
P dx A P x
dx
1
P APx x
dt dt dt
com diagonal.
11
1 0 0
0 2 0
0 0 n
Desta forma
dx 1
1 x 1
dt
dx 2
2 x 2 x e i t t 0 x t
dt i i 0
dx n
n xn
dt
Isto é
e1 t t 0 0 0
0 t t0
e 2 0
x t0 e x t0
t t0
x (t)
t t0
0 0 e n
Voltando às variáveis originais pode-se mostrar outra forma de calcular a matriz de transição de
estado.
x P x
x t P e x t0
t t0 *
x t P 1 x t
t t0 1 A t t 0
x(t) P e P x(t 0 ) e x(t 0 )
A tt0 tt0
e Pe P 1
APP
P 1 A P 1 1
P A P
12
P v d1 v d 2 v d n v d1 v d 2 v d n (isto quer dizer que na partição da matriz, as linhas pontilhadas
1 0 0
0 2 0
A v d1 v d n v d1 v d n
0 n
0
A v d1 A v d n 1 v d 1 n v d n
A vd j j vd j j 1, ..., n
ou
A I vj dj 0
Este sistema de equações algébricas homogêneo tem solução não trivial para
A jI 0
Escrevendo P-1 em termos de seus vetores linha temos, para o segundo caso:
v Te1 1 0 0 v Te1
T
e2 A 0
v 2 0 v Te 2
T
0 0 n v Ten
v en
ou
v Te1 A 1 v Te1
T T
v e2 A 2 v e2
v T A v T
en n en
13
Igualando as linhas destas matrizes
ou
v Tej A - j I 0
Os v Tej são os vetores característicos à esquerda da matriz A .
i 1 0
0 i 1
0 1
0 0 0 i
dx t
A x t B u t
dt
t
x t 0 e
A tt 0 A t
x t e B u d
t0
t0
e 1 t t 0 0 0 v e1
T
t t 0 T
0 e 2 0 v e 2
x t v d1 ... v d n
x t 0
0 t t 0 T
0 e n v en
14
T
e 1 t 0 v e1
t vT
v d1 ... v d n
e 2 B u d
t
to
0 e n T
v en
v Te1 x t 0 t v Te1 B u
x t v d 1e 1 t t 0 ....v d n e n t t 0
v d 1e 1 t ....v d n e n t
d
v T x t t o v T B u
en 0 en
Então
n t n
x t v d j e v ej x t 0 v d j e
tt T t T
j 0
v ej B u d j
j1 t0 j1
Observamos que os dois termos da resposta geral têm a mesma forma: um somatório de termos
exponenciais ponderados.
v Tej x t 0
n
x t v d j e
j tt0
j1
Cada termo está associado a um exponencial que é conhecido como modo da resposta
v 1dj x t
2
1 0
v
v Te j x t 0
j tt0 x t
e
dj t t 1 2 n 2 0
v dj e j 0
v ej v ej ... v ej
vn
dj xn t 0
v 1 e j t t o v 1 x t v 2 x t ... v n x t
dj ej 1 0 ej 2 0 ej n 0
v e
dj
2 j tto
v ej x 1 t 0 v ej x 2 t 0 ... v ej x n t 0
1 2 n
n tt 1
v dj e j o
v ej x 1 t 0 v 2ej x 2 t 0 ... v ejn x n t 0
onde
v1
dj
vd j
v Tej v 1ej v ejn
v djn
15
Observamos que o modo vinculado a j contribui de forma diferente para cada variável de estado.
Para x i t a contribuição é:
v idj e
j tto
v x t v x t ... v x t
1
ej 1 0
2
ej 2 0
n
ej n 0
v d j : é a composição do modo j e indica de que forma ele contribui para a resposta temporal de cada
variável de estado.
Como indicado acima, o componente v idj , do vetor v d j pondera a contribuição do modo j à variável
de estado x i t .
A ativação é única para cada modo j, sendo a mesma para todas as variáveis de estado.
e 1 t t 0 x t
2 t t 0 1 0
x2 t 0
x t 0
tt o
e
x t e
n t t 0
e xn t0
cada modo contribui, com peso unitário (1) para uma única variável de estado. A ativação do modo
correspondente vem dada diretamente pela condição inicial dessa variável de estado.
Estes conceitos, aplicáveis tanto a sistemas lineares como não-lineares, são semelhantes para os
casos contínuo e discreto no tempo. Vamos estudar o caso contínuo.
16
Para analisar quais as possibilidades de controlar um sistema linear manipulando variáveis u(t),
observamos a forma geral da resposta temporal
n t n
x t v d j e v x t 0 v d j e
j tt0 j t
T
ej v Tej B u d
j1 t0 j1
É claro que u(t) só afeta o segundo termo, e nele vamos concentrar a nossa análise.
t n
v dj e
j t
v Tej B u d
t0 j1
Escrevendo B b 1 b 2 b n vem
t n
v ej b1 b m u d
j t
v
T
dj e b2
t 0 j1
t
v ej b1 b m u d
j t
v d je
T
b2
t0
Se
v Tej b 1 b 2 b m v Tej B 0 T
Seja quais forem os sinais de entrada há uma característica estrutural do sistema, refletida no fato de
que v Tej B 0 T , que determina a não controlabilidade do modo (e, conseqüentemente, do sistema).
Na forma canônica diagonal, onde cada variável de estado está associada a um único modo, a
variável x j não é acessível via u(t).
dx
x P Bu
-1
dt
dx j
j x j v ej B u j x j 0 u j x j
T T
dt
K B A B A 2 B A n1 B
O sistema é controlável se
posto K n
17
É interessante mostrar uma justificativa geométrica para este resultado. Considerando um sistema
de segunda ordem, inicialmente no ponto 0 e com uma única entrada manipulada.
x A x b u
Durante um intervalo de tempo muito pequeno, t , aplica-se o controle uI, que determina um
deslocamento x I no vetor de estados.
x I b u I t
Durante o próximo t , aplica-se uII, que determina, a partir da nova posição, o deslocamento x II .
x II A x I t b u II t = A b u I t b u II t
2
Para poder alcançar qualquer ponto do plano x1, x2 é necessário que os vetores x I e x II não
tenham a mesma direção; isto é, que sejam linearmente independentes. Para isso, a matriz
b Ab
tem que ter as suas duas colunas independentes ou, o que é a mesma coisa, seu posto tem que ser 2.
x 1 t e 1 t t 0 x t
2 t t 0 1 0
x2 t 0
y t C x t C P x t C v d1 v d 2 v dn e
x2 t
Cv d1 C v d 2 Cv dn
x t n t t 0
n e xn t0
Se a matriz C P tem a j-ésima coluna nula, C v dj = 0, o modo j não influência a saída y(t) e,
18
L C T
A T CT A C
2 T T
A C
n 1 T T
O sistema é observável se
posto L n
A definição de controlabilidade é:
“Um sistema é controlável se e só se, para todo estado inicial, x(t0), existe uma entrada contínua por
partes, u(t0, t1] tal que x(t1) = 0 para algum t1 finito”.
A definição de observabilidade é:
“Um sistema é observável se e só se, para todo t 1 t 0 , a observação de y(t0, t1], para qualquer u(t0,
t1] conhecido, permite calcular x(t0)”.
Quando o sistema está representado na forma diagonal, cada variável de estado está vinculada a um
único modo. Então, com essas variáveis podem acontecer 4 situações diferentes.
dx j
j x j v ej B u
T
dt
y t C v dj e
j tt0
x jt0
dx j
j x j v Tej B u
dt
j tt0
y t 0 e x jt0
dx j
j x j 0T u
dt
tt
y t C v dj e j 0 x j t 0
19
4) O modo não é nem controlável nem observável
dx j
j x j 0T u
dt
j tt0
y t 0 e x jt0
x c o c o 0 0 0 x c o P 1
c o
d x c no 0 c no 0 0 x c no P 1
c no B u
dt x nc o 0 0 nc o 0 x nc o 0
x 0
nc no 0 0 nc no x nc no 0
x c o
y C P c o 0 P nc o x c no
0
x nc o
x
nc no
1
x c o s I c o P c1o B u
P Bu
1
x c no s I c no 1
c no
s I 0 B u
1
x nc o nc o
s I 0Bu
1
x nc no nc no
20
O único caminho entre a entrada e a saída fornece
1
y s C P c o s I c o P c1o B u s
Isto é:
8.8 Realizações
Outras formas canônicas de interesse além da forma diagonal (ou modal) são, por exemplo, as
formas controlável e observável.
21
Forma canônica controlável
0 1 0 0 0
0 0 1 0 0
x x u
0 0 0 1 0
a n a n 1 a n 2 a 1 1
y b n a n b 0 ; b n1 a n1 b 0 ; ; b 1 a 1 b 0 x b 0 u
0 0 0 a n bn a n b0
1 0 0 a n1 b a b
x x n1 u
n 1 0
0 0 1 a 1
b 1 a 1 b 0
y 0 0 0 1 x b 0 u
Seja o sistema
x A x b u
y cT x
22
a n1 a n2 a1 1
a a n 3 1 0
n 2
W
a 1 0 0
1
1 0 0 0
Prova-se que a forma canônica controlável é obtida através da seguinte transformação de variáveis:
x T x onde TKW
x Q x onde
Q W LT
1
.
23