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Rflix o Leal
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SUMÁRIO
O presente trabalho foi realizado no âmbito do programa da disciplina de Seminário de Estruturas I e tem
como objectivo o dimensionamento de Pórticos Metálicos, integrado numa estrutura de um pavilhão industrial de
72x30m2.
DESCRIÇÃO DO EDÍFICIO
O edifício é constituído por pórticos metálicos afastados de 7.20m em 7.20m e com aplicação de madres,
afastadas de 2.0 m, na direcção normal ao plano do pórtico. Nas ligações às fundações foram considerados
apoios duplos. Serão aplicados reforços nas ligações pilar-viga, geralmente obtidos a partir de um tramo da viga
utilizada no pórtico. Em cada tramo consegue-se dois reforços por corte na diagonal. A cobertura terá uma
inclinação de 10% e será executada em chapas metálicas do tipo “sandwhich”.
MATERIAIS UTILIZADOS
Para os elementos prevê-se a utilização de perfis metálicos de aço Fe430, da qual resulta um módulo de
elasticidade de 2.1e6 MPa e uma tensão de cálculo de 275 MPa. Os perfis escolhidos para o dimensionamento
são perfis das normas inglesas. Optamos por esta solução pela vantagem que apresentam em detrimento dos
perfis disponíveis no mercado português, pois quando se necessita uma quantidade de aço significativa, os perfis
ingleses possuem essa área sem ter grandes alturas. Isto torna-se numa vantagem pois evita problemas
relacionados com encurvadura.
Cargas Permanentes
Nas acções permanentes considerou-se, 0.15 KN/m 2 como peso próprio das chapas metálicas, 0.08
KN/m para o peso próprio das madres e 0.04 KN/m2 para elementos de contraventamento e outros.
2
Para o peso das vigas arbitrou-se 0.82 KN/m 2 sendo posteriormente corrigido em função do perfil obtido
no dimensionamento.
Cargas Variáveis
Nas acções variáveis considerou-se, a sobrecarga regulamentar, a acção do vento e acção da neve,
segundo o Regulamento de Segurança e Acções, R.S.A.
Para a sobrecarga a actuar sobre a cobertura e segundo o R.S.A., considerou-se a sobrecarga
regulamentar de 0.30 KN/m2 (coberturas ordinárias) e com os respectivos coeficientes de redução nulos.
Considerou-se para a acção do vento, que o edifício a implantar se situa zona B (zona situada numa faixa
com 5 km de largura), a altura média acima do solo (6 m) e a rugosidade aerodinâmica do solo tipo II.
Os coeficientes de forma exterior foram calculados com base no R.S.A. para as situações α= 0º (vento
transversal) e α=90º (vento longitudinal). Para a definição do coeficiente de pressão interior, considera-se a
presença de edifício com as quatro fachadas com permeabilidade semelhante δpi =-0.30.
Sendo assim a acção do vento sobre a cobertura será dada pela seguinte expressão:
W = Wk * (δpi + δpe) = 1.08 *( δpi + δpe) (2
Por sua vez a acção do vento sobre as paredes será dada pela seguinte expressão:
W = Wk * (δpi + δpe) = 1.08 *( δpi + δpe) (3
Os seus coeficientes de redução são ψ0=0.40; ψ1= 0.20; ψ2=0.00
Para a consideração da acção da neve há que ter em conta, que se situa a uma altitude de 425m e
portanto deve ser considerada a acção da mesma.
Sk = μ * S0k(4
Sok=1/400 * (h-50) = 1/400 * (425-50)
Sk = 0.80 * 1/400 * (425-50) = 0.75 KN/m2
O valor do coeficiente μ é dado pelo Anexo II do R.S.A. dependendo da inclinação da cobertura e da sua forma.
COMBINAÇÃO DE ACÇÕES
Na análise ao Estado Limite Último, nas combinações de acções não se considera verosímil a actuação
simultânea no mesmo elemento das sobrecargas que sejam fundamentalmente devidas à concentração de
pessoas (ou de sobrecargas em coberturas ordinárias) com a acção do vento ou da neve. Artigo 7.º do R.S.A.
De acordo com Eurocódigo 3, os coeficientes de segurança adoptados para as combinações de acções foram os
seguintes:
γg = 1.35 ou 1.00 quando a acção permanente tem efeito favorável e γq = 1.50
Assim, considerou-se quatro combinações de acções para o cálculo dos elementos metálicos:
Sd1= 1.35xGK+1.50xSK
Sd2= 1.00xGK+1.50xWKTransversal
Sd3= 1.35xGK+1.50xWKLongitudinal
Combinação 1
Logo Φ = Kc * Ks * Φ 0 = 1/200
2.506 KN
Assumindo que o aço é do tipo S275 e que a classe do aço é Classe 1, o que mais tarde iremos verificar,
podemos fazer um pré-dimensionamento do pilar e da viga.
Pilar: 610 * 229 * UB113 que tem tf ≤ 40mm, então fy= 275 N/mm2;
Viga: 533 * 210 * UB92 que tem tf ≤ 40mm, então fy= 275 N/mm2;
Factor de Número da
Membro Posição
carga rótula
1.158 1 Pilar 5.275
1.27 2 Viga 13.955
Combinação 2
Vento
5.46 KN/m
1.67 KN/m
1.19KN/m
11.67 KN/m
Para conseguir a combinação de cargas mais desfavorável, certas cargas variáveis devem ser omitidas em
certos casos de carregamentos com vento. Assim, exemplo destas cargas, são a neve e a sobrecarga de
utilização, que tem um efeito favorável que influencia o carregamento ainda que de uma forma temporária.
Atendendo a este factor estes dois tipos de cargas são omitidas nesta combinação de cargas.
O factor de segurança parcial aplicado para as cargas permanentes que tem um efeito favorável é igual a 1
de acordo com a secção 2.3.3.1 do Eurocódigo 3.
O factor das imperfeições estruturais pode ser omitido segundo o Eurocódigo 3, secção 5.2.4.3, se a
combinação de carga não provoca destabilização da estrutura.
O factor de Merchant-Rankine não é aplicável nos casos em que das combinações de carregamento resulte
um efeito de levantamento dos elementos, “uplift”, provocado pelo vento. Assim os factores de segurança parcial
a aplicar deverão ser os que são recomendados pelo Eurocódigo 3. γg = 1.00 e γq = 1.50.
Assumindo o pórtico com apoios simples, a expressão para a verificação da encurvadura vem da
seguinte forma:
Vsd Nr Nc
= + ( 4 + 3 .3 + R ) * (9
Vcr Nr,cr Nc,cr
π 2 * E * Ic π 2 * 210 * 87380 * 10 4
Nc, cr = = = 50307 .02KN (10
h2 6.0 2 * 10 6
π 2 * E * Ir π 2 * 210 * 55230 * 10 4
Nr, cr = = = 5031.75KN (11
s2 15.083 2 * 10 6
Ic * S 87380 * 15.083
R= = = 3.98 (12
Ir * h 55230 * 6.0
Logo:
A resistência de secções transversais e elementos deve ser verificada de acordo com o Quadro I.
Quadro I
Resistência à
Resistência Resistência à Resistência à Resistência ao
Resistência à encurvadura
Elementos das secções encurvadura encurvadura enrugamento
encurvadura do banzo no
transversais lateral por corte da alma
plano da alma
E.
5.4.3 ----- ----- ----- ----- -----
Traccionados
E.
Comprimidos 5.4.4 5.5.1 ----- ----- ----- -----
A combinação mais desfavorável para o pilar é claramente a combinação 1, por ser a que introduz
esforços mais elevados.
Assim desta combinação de carga resultam os esforços para o dimensionamento do pilar:
Msd = 806.00 KN.m
Vsd = 152.79 KN
Nsd = 223.24 KN
m = 113 kg/m
h = 607.3 mm
b = 228.2 mm
tw = 11.2 mm
tf = 17.3 mm
A =14400 mm2
d = 547.3 mm
λ1 = 86.8
iy =246 mm
iz =48.8 mm
iLT = 55.5 mm
αLT = 1630 mm
r = 10.24 mm
Iyy = 87380 * 104 mm4
Izz = 3434 * 104 mm4
It = 76.3 * 104 mm4
Wpl,y = 3287 * 103 mm3 Figura 3. Secção transversal do pilar
Classificação da secção
Quando se adopta uma análise global plástica, os elementos deverão permitir a formação de rótulas plásticas
com capacidade de rotação suficiente para permitir a necessária redistribuição de momentos flectores. As
secções de Classe 1 permitem o seu cálculo em regime plástico. Usando este tipo de secções, o Eurocódigo 3
permite calcular as estruturas assumindo a formação de mais do que uma rótula plástica na estrutura).
Nsd 223.24 * 10 3
= = 79.73 mm
Altura b do perfil que resiste ao esforço axial de compressão = f y * t w 275 * 11 .2 (13
γ M0 1 .1
d 79.73
∴αd = + = 313.52 mm
2 2
h/2 ad
79.73 1 79.73 1
∴α = 0.5 + * = 0. 5 + * = 0.573
2 d 2 547.3 h d
d 547.3
tw
=
11 .1
= 49.3 49.3<56.49 A alma do perfil é da Classe 1, conforme se tinha admitido inicialmente.
Banzos:
c
≤ 10 * ε = 10 * 0.92 = 9.2
tf
228.2
c
= 2 = 6.6 ∴6.6<9.2 Os banzos do perfil são da Classe 1.
tf 17.3
Na análise estrutural assumiu-se que o momento plástico resistente não é reduzido pela presença do
esforço transverso, conforme a verificação seguinte:
A v * fy / 3 7011 * 275 / 3
Vpl,Rd = = = 1012 KN (17
γ M0 1.1 * 10 3
De acordo com as verificações efectuadas, se conclui que momento plástico resistente não é reduzido
pela presença de esforço axial e transverso.
403.8 mm
Distância entre os centros de gravidade dos banzos do perfil da viga:
d = 607.3 - 17.3 = 590.0 mm 607.3 mm
[
λ LT = (0.53 0.5 * 1.0) * (3287 / 14400 ) * (2 * 403.8 / 225952 2 ) ] 0.5 * 66.15 = 43.5 (28
encurvadura relevante
[
φ = 0.5 * 1 + α * ( λ - 0.2) + λ
2
], (32
= factor de imperfeição (ver Quadro 5.5.1 do EC3) neste caso α = 0.34
0.5
λ é a esbelteza normalizada e é dada por: λ = (β A * A * f y / Ncr ) = ( λ / λ1 ) * (β A )0.5
(33
β A = 1.0 para secções da Classe 1
66.15
λ= * 1.0 0.5 = 0.7621
86.80
[
φ = 0.5 * 1 + 0.34 * (0.7621 - 0.2) + 0.76212 = 0.886 ]
1
χZ = = 0.7475 ≤ 1
0886 + (0.886 2 - 0.76212 )0.5
β w * χ LT * Wpl,y * f y 1
Mb Rd = (35 com χ LT = 2
≤1 (36
γ M1 φLT + (φ LT 2 - λ )0.5
[
φ LT = 0.5 * 1 + α LT * ( λ LT - 0.2) + λ LT
2
] = 0.5 * [1+ 0.21 * (0.5012 - 0.2) + 0.5012 2
] = 0.6572
1
χ LT = = 0.9239 ≤ 1
0.6572 + (0.6572 2 - 0.50112 ) 0.5
Nsd K LT * M ySd
+ ≤ 1.0 (37
Nb Rd z M b rd y
Os factores de momento uniforme equivalente β M , y β M,z e β M,LT devem ser obtidos a partir da figura
5.5.3 do Eurocódigo 3 e de acordo com a forma dos diagramas de momentos flectores entre os pontos
contraventados.
Para as vigas não existe uma combinação que seja a mais desfavorável tal como acontecia para os
pilares. Assim, é necessário verificar para cada combinação de carga.
m = 92.1 kg/m
h = 533.1 mm
b = 209.3 mm
tw = 10.1 mm
tf = 15.6 mm
A = 11740 mm2
d = 476.5 mm
λ1 = 86.80
iy =216.9 mm
iz = 45.1mm
r= 12.8 mm
Iyy = 553 30 mm4
Izz = 2389 mm4 Figura 6. Secção transversal do pilar
It = 76.34 cm4
Wpl,y = 2360 cm3
DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO
O comprimento do reforço deve ser aproximadamente 1/10 do vão e a sua altura adicionada à altura da
viga deverá ser igual a aproximadamente 1/35 do vão.
Para a determinação das propriedades da secção, considerou-se o reforço divididos em quatro pontos a
igual distância. Assim, e para além da verificação da estabilidade nos pontos extremos do reforço é também feita
a verificação das tensões ao longo do reforço.
Quadro II
Altura Distância WeffPLy
ATOTAL Aeff Aweb eff Wpl y Weff Pl y
Posição da alma à face do
(mm2) (mm2) (mm2) (mm3) (mm3) WPLy
(mm) pilar (mm)
1 493.45 0 15161,62 13949,51 8840,93 6136*103 5137*103 0.84
3 3
2 371.00 678 13924,87 13924,87 8816,29 5121*10 5121*10 1.00
3 245.60 1356 12658,33 12658,33 7549,75 4350*103 4350*103 1.00
3 3
4 120.10 2033 11390,78 11390,78 6282,2 3656*10 3656*10 1.00
Classificação da secção
Considerando que os banzos são de Classe 1, como já ficou provado na verificação das vigas, a alma do
conjunto reforço viga pode ser dividida em duas partes. A secção é classificada de acordo com as tensões e a
geometria da cada uma das partes.
A alma n.º1 pode ser da classe 3 devido
principalmente às tensões que se encontram
instaladas, -ψ*fy/γm0. Alma n.º1
Estas secções são aquelas em que a
tensão calculada na fibra mais extrema mais
comprimida do elemento do aço pode atingir o valor da
tensão de cedência, mas em que o momento
plástico poderá não ser atingido, devido à
encurvadura local. Alma n.º2
174.80
Tensão provocada pela força axial: σ N = = 8.71 N/m 2
20.05925
fy 275
σM = - σN = - 8.71 = 241.29 KN/m 2 (40
γM 1.1
12.03
σ = 241.29 * + 8.71 = 14.28 N/mm 2 (tensão de compressão)
521.08
493.45
A tensão vem = 241.29 * + 8.71 = 228.50 + 8.71 = 237.21N / mm 2
521.08
d 42 * ε 235 235
Quando ψ > -1 : ≤ com ε = = = 0.92 (41
tw (0.67 + 0.33ψ) fy 275
14.28
ψ= = 0.0602 ∴ψ > -1
237.21
42 * ε 42 * 0.92 38.64
= = = 56.00
(0.67 + 0.33 * ψ) (0.67 + 0.33 * 0.0602) 0.690
d 476.5
= = 47.18 47.18<56.00 A alma nº 2 do perfil é da Classe 1.
tw 10.1
Para a verificação da estabilidade do reforço, que vai diminuindo de secção, a verificação a realizar é
idêntica à realizada para a viga, contudo convém não esquecer que o reforço não contém rótulas plásticas.
Quadro III.
Distância
Aweb eff Aweb eff*fy
Posição à face do NSd (KN) Aeff (mm2) NPL Rd (KN)
(mm2) (mm2)
pilar (mm)
1 0 175.27 13949,51 3487,38 8840,93 2431,26
2 678 174.22 13924,87 3481,22 8816,29 2424,48
3 1356 173.18 12658,33 3164,58 7549,75 2076,18
4 2033 172.30 11390,78 2847,70 6282,20 1727,61
5 2711 171.08 11740,00 2935,00 5069,19 1394,03
Quadro IV
533x210 UB92
1,58
3,00 3,00
1,78
0,67
610x229 UB113
6,00
1,75 1,75
30.00
AGRADECIMENTOS
REFERENCIAS
Design of Steel Portal Frames for Europe – C. M. King, The Steel Construction Institute
Eurocódigo 3
Regulamento de Segurança e Acções para Edifícios e Pontes – Imprensa Nacional
Tabelas Técnicas – J.S. Brazão Farinha e A. Correia dos Reis, Edições Técnicas, Setúbal, 2000
Steel Designers’ Manual – Graham W. Owens e Peter R. Knowles, The Steel Construction Institute, 5ª edição
Plastic Design – L. J. Morris e A.L. Randall, Constrado