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25 FEMININO E DAS MAMAS Atvaro Luiz Lace Alves FREDERICO Jost AmeDe? PERET presente capitulo descreve 2 embriologia e anatomia da ‘genial ferninina e das mamas. Destaca-se que o conheci- mento destes t6picos é imprescindivel para a execugao perfeita do exame fisico,identiticagao das alteragies clini c35 € realizagao correta das técnicas cinirgicas BRIOLOGIA DO APARELHO GENITAL FEMINING £ Das Mamas SRMACAO DOS DUCTOS GENITAIS FEMININOS Na fase indiferenciada da formagio do sistema genital que sida quintaa sexta semanas de via intra uterina aproximadamen. tanto os embrides do sexo masculine quanto do sexo feminino pssuem dois pares de ducts genitas, também denominades duc- senuais. O5 ductos mesonefricas, ou ductos de Wot, diferen- se para a formacio do sistema reprodutor masculino enquan- 105 dctos paramesonéficos, ou ductas de Miler, desempenham lungdo de formacio do sistema reprodutor feminino O controle hormonal da diferenciagio humana oi estabe- ‘os experimentos de Alfred Jot. Nestesestudos ficou bem nado que 0 fator masculino exerce um papel tivo neste A auséncia ou 2 nibiio dessefator determina a ciferen- des drgios reprodutores e da genitilia extema no sentido nino - que & a tendéncia natural do embrido hurano. Nos embriges masculinos um gene do brago curto do cro- Y, denominado fator determinante testicular, age diriin- a transformacio das gSnadas indiferencadas em testiculos. estes, mais precismente na célula de Sertoli, 6 produrida hor- (© antimileriano, também denominado fator inibidor dos due de Miller. A presenca dessefator € responsive pela represo ‘ductos de Mille, por volta da oitava semana, A sua auséncia opicia © desenvolvimento das trompas,itero e tego superior da EMBRIOLOGIA £ ANATOMIA DO APARELHO GENITAL vagina, além da regressio dos ductos de Wolff, 0 que resultara na foragio de estruturas vestigais. Em resumo, a genitalia interna possui a tendéneia intrinse ca de feminilizar-se. & ausencia do cromossomia Y, de Testiculos fun ‘onantes e do horménio inibidor de Miler induz a formaco dos ‘gos reprodutores femininos. A auséncia da testosterona induz a regressio dos ductas de Wolff ForMAcAo DO UTERO, TROMPAS E TERCO SUPERIOR DA VAGINA, (Os ductos paramesonéfrcos desenvolvemse lateralmente 3s ‘ghnadas @ ductas mesonéficas, passam caudalmente a estes e alcan- Gam a futura regio péivica do embrido. Neste ponto juntam se no plano mediano e foram o primérdio uterovaginal em forma de Y. itero, as trompas e 0 tergo superior da vagina originam- se da fusio dos ductos de Mille. Esa 1a 10" semana de 20. Progressivamnic, ocomre a canalizagao desia etrutura no sentido cranial formando a cavidade uterina, o canal cervical e a vag na, Este processo se completa em tomo da 22* semana de gestacso, ‘O endométrio originase do mesénquima dos ductos de Miller e se enconirs completamente diferenciado na 20° semana de — ‘As trompas formamse @ patti das porges cefalicas nao fundidas dos ductos paramesonéfricos. A fusdo das ductos parame sonefricos tambem aproxima as duas presas petitonesis, 3s quis va formar os ligamentos largos e os recessos visico e reto uterines. Ao longo das porgies laterals do Utero primordial o mesénquims dife= rencia'se no paramétrio. FORMAGAO DA VAGINA (© epitéio vaginal origins-se do endodierma do seio uroge= ital e a parede muscular tem origem no mesénquima. O contato 278 GINECOLOGIA ANBULATORIAL centre © primérdio uterovaginal ¢ 0 seio urogenital forma o tubércu lo da seio (ou de Millen), 0 qual induz a formagdo de evaginagdes ‘denominadas bulbs sinovaginais. Ess se fundem para formarem a placa vaginal. Posteriormente, ocorre 2 desintegrag2o das células centras da placa vaginal originando a luz da vagina. As eélulas peri ‘éricas originam o epitélio vaginal, Até o final da vida intra-uterina ‘uma separagio membranosa pemanece entre a luz da vagina © 3 tavidade do seio urogenital, Neste pont, ocorre uma invaginacao dda parede posterior do seio urogenital que origina o himen. ANOMALIAS UTERINAS EVAGINAIS OF ORIGEM EMBRIOLOGICA ‘As anomalias dos ductos de Miller slo relativamente ccomuns (5% das mulheres em geral) © podem ser cause de infertili dade e mau prognéstice obstéirico (perda gestacional de repeti¢ao, prematuridade, mé-apresentacio (etal, etd. Tais anomalias podem originarse da auséncia da fusto, da fusio incompleta, de distirbios nna conexdo com o seio urogenital ou da incapacidade de se criar um lumen na porgdo superior da vagina e/ou cavidade uterina ‘As anomalias vaginais mais freqlentes si0 os septos trans ‘versos ou completas, Os septos resultam de um defeito na conexio entre os ductos de Miller € © seo urogenital ou da falha na canali- zagao da vagina, A agenesia vaginal érara e resulta da auséncia com plea da canalizagio. A auséncia congénita da vagina € geralmente ‘acompanhada da auséncia do ttero e das trompas caracterizando a sindrome de Rokitansky-MayerKuster Hauser. Em alguns casos esta sindrome pode ser acomparihada de anomalias no sistema urinario. [As anomalias uterinas podem se apresentar de varias for mas ¢ com freqiiéncias diferentes (Tabela 1). Todas podem ser ass0 ciadas a graus variados de obstrugdo do trato genital o que pode cau sar dor e complicagbes obstétricas. “Tameva 1. Aromas milleranas: pos e freqiéncias de aparecenento, EEO eee eee ‘Anomallas uterinas % rere bicorno a Utero arcuado i plete 3 Utero cielo WW Septo completo 9 Utero unicorno 44 FoRMAGAO 0A GENITALIA EXTERNA |AtG a sétima semana de gestacdo a genitélia éindiferencia- ‘da para ambos os sexos. As caracteristcas distintas comeegam a apar redor da nona semana gestacional completando-se a dife- enciagdo por volta da 12* semana. No estagio indiferenciado (entre a quarta e sétima semanas de gestacio), células mesenquimais prolifera e formam o tubercu- lo genital, Este se situa na extremidade eefalica da membrana cloa cal, As saliéncias labioescrotais e as pregas urogenitais desenvolvem se lateralmente & membrana cloacal. Paralelamente 0 tubérculo se ‘longa e forma um fala. No final da sexta semana o septo urorretal se funde com a membrana cloacal e a divide em uma membrana anal (dorsal e outra urogenital (ventraD), A membrana urogenital situa-se no assoalho de uma fenda mediana denominada sulco ro: genital Posteriormente, estas membranas se rompem dando origem, respectivamente, a0 aus € 20 orifiio urogenital "A. feminilizagao da genitéia externa ¢ a formagio dos G6relios reprodutores ocorrem sem a presenga de horménio sexual. libris desenvolve-se & semelhanga do penis, porém sem fusdo das pregas urogenitas. Suas porgOes posteriores se fundem e formam & freio dos pequenos libias, As pregas labioescrotais se fundem na sua porta posterior formando comissura labial posterior e © monte pubiano, A outra porcio nfo se funde e origina os grandes labios que sao embriologicamente andlogos a0 escroto masculino. FoRMAcA Dos OvARIos Os ovarios si0 as ginadas femininas homdlogas 20s testi culos do homem. Derivam-se de tés fontes: do mesotélio que reves: te a parede abdominal posterior, do mesénquima subjacente © células germinativas primordizis. ‘Na quinta semana do petiodo embrionério uma ai espessada de epitéio mesodermico surge a0 lado medial do m refro, e a profiferagdo de suas edlulas origina a crista gonadal saliéncia genital). Logo 2 seguir, os corddes sexuais primarios 1 ccem no mesénquima subjacente. Nessa fase de indiferenciaglo ‘gonada & composta de células germinativas primorcais inter 2 células epiteiis da superficie celGmica ea um centro mais pro do de tecicio mesenquimal medular, formando um cérlex ex ‘uma medula interna, Além das células germinativas, ocorre aati presenca de células somiticas derivadas de trés fontes: epitlio ‘ico, mesénquima e tecido mesonélrico, Posteriormente as cal sgerminativas primordas (slo visiveis entre as ulas endo o saco viteino desde a quarta semana) migram da parede do Vitelino ao longo do mesentério dorsal do intestino posterior, a ‘gam as cristas gonadais e se incorporam aos cordes sexuais pr ios, Durante a migragio, as células germinativasiniciam um pr s0 de proiferacdo mitotica e a0 completarem o estigio de indie ciagdo (sexta semana) se encontram em nimero aproximado 10.000. Pata a determinaclo genética do sexo ferninino € do, tipo correspondente, so necessatios dois eromossomos femi ssendo que 0 eromossomo X carrega alguns genes para o dk vimento des ovaries. Histologicamente 0 ovario s6 ¢ identfcavel a parti da rma semana, quando se iniciaa formagio do cértex caracterstion ‘cordies sexuais primatios no se tornam proeminentes ¢ se dem até a medula formando a rede ovarian, um resquicio rio dos cordes cortcais. Antes do nascimento e apés softer it a5 mitoses © deyeneragdes, a5 células germinativas transfo ‘em ooginias e estas aumentam de tamanho. A sua transfor ‘o6citos ocorre quando entram em meiose, parando na préfase day imeita divsdo, Este processo parece ocorrer em resposta a fatones dluzidos pela rede ovariana. A progressio da meiose se dard em! tapas durante a ovulacao e a fecundacio. ‘Ainda no periodo fetal, os cordGes corticais (ou secundérios) estendem se do epitélio superficial ovarian) derivado do mesotélio) para © mesénquima subjacente, de tamanho e passam a incorporar as culas germinativas. Por da décima sexta semana, os cordBes corticais comegam a $e: originam os foiculos primordiais. Cada foliculo primordial se titi de um odeito (derivado das células germinativas pri prado em profase da primeira diviso meiética) rodeado por ‘amada de células folculares oriundas dos cordoes corticais ‘mesenquimais no utiizadas na formagio folicular centre 05 foculos e formam o estroma ovarian primitive. As eélu las da granulosa parecem se diferenciar do epitétio celémico ou dos [precursores mesenquimais. Este processo de formacao folicular con- tinua até que todos os odcitos sejam envolvidos por células folicula- es, 0 que ocorre & época do nascimento. Formacko Das Mamas ‘As pinulas mamsras possuem origem embrioigica ecto

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