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Anno ! -Numero .....() ..........

A ARTE MUSICAL REliST.\ PLBLICADA. Ql1'ZEHL \IE\TE


R EDACÇÂO E ADMI NI STR AÇÃO - P raça dos Restaura dores, 43 a 49
'LISBOA
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I_JAMBERTINI
Fo: nccrtlor da Casa Real

UNIC O DEPOSITO
DOS

CELEBRES P I ANOS

BECHSTEIN
Pianos de Pleyel, Gaveau, Hardt, Otto, Bord, eto.

ALUGCEL DE HUSICA POR ASSIGllTUR.l AaOO RÉIS HENSAES


43, 4 4 e . :.: 15, P. dos Restauradores, 47', 48 e 40
LISBOA
PREf;;'OS DA ASSIG~A.TCRA SKHESTllAL
(Pagamento adiantado)
E m Portugal e colonias, 1 2 numeros do Jornal e 1 2 fascículos do
Diccionario, tendo 16 paginas cada fascículo. . . . . . . . . . . . . I $ 200
No Brazil (moeda forte)... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1$800
PODE ASSIGNAR- SE E:\1 QUALQUER EPOCA

PREÇO AVULSO 100 RÉIS


T oda a con·esp ondencia deve ser dirig ida á 'R_edacção e cAdmhzistração
1•1•açn do~ Res t a u1·adores, ,1:J n .lf) - I~i~IHH\.
A ARTE MUSICAL
REVISTA PUBLICAOA QUINHNALMENTE
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - Praça dos Restauradores, 43 a 49
LISBOA
DmECTOR l11sWuto, R. Jardim '%gedor, r3 e !5 Eo1TOR
l)fichel'cm gelo Lainbertini Ernesto 'Vieira

SUMMARIO - L. Diémcr - Concertos - Mademoiselle


Uma tia lhe deu as primeiras licões de mu- '
t.!arjlueritc Chabry - Theatro de. S. Carlos - Noti-
ciano. sica e piano, quando elle apenás tinha cin-
co annos e revelava já uma precoce aptidão
oms Diémer occ1 pa um logar muito es- musical. Entrando para o Conservatorio, es-

L pecial entre os actuaes pianistas, pela tudou solfejo e theoria com Emílio Durand,
dedicação com que se votou ao estudo e piano com Marmontel, obtendo o primei-

d~ arte antiga, consagrando a esse ideal não ro premio de piano cm t 856, aos treze an-
so a melhor parte do seu trabalho mas tam- nos de edade. Depois cursou os estudos <le
bem parte da fortuna que possuc e que harmonia e acompanhamento na classe de
despende no puro goso da arte. Bazin, contraponto e fuga na de Ambroise
Nasceu em Paris a r.1de Jevcreiro <l~ 1843. Thomas, orgão na <le Benoist.
46 - - - - - A ARTE l\IcsrcAL

T erminados os estudos escolares e apre- A primeira tentati,·a que fez n'este senti.
sentando-se ao publico por \'arias ,·ezcs, co- do foi em janeiro de 1888, dando na sala
mecou a ser considerado concertista primo- Erard uma sessão de musica antiga em que:
rosÔ,disl in::;uindo s.; pela focilidade do meca- tocou rnrios trechos de Rameau, Couperin •
nismo e ser~iedade do estylo.Alard preferiu-o Scarlatti e Daquin, servindo-se para isso dd
para tomar parte nas su.as sessões de musi- um craYo L"onstruido por T askin em 1785.
ca de camara, e associado a este brilhante N'uma sessão de historia da musica, promo-
mestre do violin<;> firmou n sua r eputação. vida pela Soóedadc d<>S Compositores e
Entretanto mamfestou-se tambem compo- realisada cm abril de 1888, r epetiu a m es.
sitor, publicando m elodias para canto, nu- ma tentati\'a, despertando grande interesse
merosas peças para piano, dois concertos e curiosidade no aud;torio especial que o
com orchestra, sona t ~s para piano e Yioli- ou,·iu e admirou.
no, um duetto para piano e violoncello, dois Estimulado pelo exemplo, o violonccllis-
trios para piano, violino e violoncello. Col- ta Delsart dedicou-se ao estudo da antiga
laborou com Alard e Franchomme em re- 'iola baixa - J1iola di g.1mb,1 - e apresen-
ver e annotar uma collecdo de obras dos tou-se com Díémcr en1 di\·ersos concertos.
grandes mestres 1Ia ydn, Mozart e Bee,tho- Por occasião da exposição de 1 8~9, Díémer
ven, que se publicou sob o titulo Eco/e e l?elsart, coadjuvados po r alguns outros
c:assique co11certm1te, publicando tambem artistas, deram na sala do Trocadero uma
muitas traoscripcões das obras symphonicas interessante serie d;! concertos Je musica
e dramaticas dos' me.,;mos mcstrés. antiga.
Todo o trahalho que tem produzido é ex- Em 1895 organisou-se definitivamente a
cellente, demonstrando s.;icncia e d istinc- ccSocied&de de instrumentos antigos», da
cão. Entre as suas obras para p iano distin- qual fazem parte, além de Diémer e Delsarr,
guem.se principalmente os dois concertos, seus principaes fundadores, os artistas Yan
considerados magistraes, duas polonaises de \Vaefelghem (viola d'amor) e L. Grille t (san-
concerto, tres e<Caprichos», quarta e quinta fona) .
orientales e diversas «peças romanticas1>. Esta sociedade realisa em Pari s apenas
Casando com uma senhora de família ri- trcs sessões por anno na sala Erard ; antes
ca e aristocratica, renunciou á Yida acti~·a ou depois, parte em excun~ão artística para
do artista que lucta pela ex istencia, conti- di\•ersas cidades da Europa, tendo já estado
nuando porém a cultivar a arte com o mes- em Londres, Genebra, 13ruxellas, etc. Actual-
mo affecto que então lhe consagrava. Dei- mcnte acha-se em Roma, prestando ali co-
xou de tomar parte nos grandes concertos, mo em toda a parte relcrnnte sen·iço á arte
mas não deixava de concorrer aos sarau~ de musical, pelo ensinamento que dá e pelo es-
beneficenc ia e sessóes e ... peciacs de musica timulo que produz.
de camara; elle mesmo realisava periodica- E RxESTO VI EIRA.
mente nas suas salas interessantes reuniões
intimas em que se deixm·a apreciar como ~ t.tM t.tM ~1- 1-.~ M,M
pianista de superior talento. Disse d'clle
l! t J.. tJ..{t

~ CONCERTOS ~
Marmontel: «A firm eza de mecanismo, se-
guranca e placidez de execução de Diémer,
desafiám as maiores difuculdades. E' impos-
sível dizer com maior socego e naturalidade ;ifr ""fl'"f r fl' f Yt'f '!( ~ l'l' r ~ ) r r~
7
os mais audaciosos passos de bravura.11
Quando e m· 1887 Marmontel deixou a ef- E o ultimo concerto da Real Academia
fectivi<lade de scn·iço do Conserrntorio,
Diémer, que ha\'ia sido um dos seus mais S reafüado no dia 17, não fo i aquelle em
que se tem executa.lo a melhor e mais
predtlectos discipulos, foi escolhido para o séria musica, fo i com certeza UIT' dos q ue
substituir, e n'esse Jogar tem dado provas mais tem agradado á maioria do auditorio,
de dedicacão, realisando todos os annos com especialidade desd.; que os concertos
sessóes publicas pira apresentacáo do;-; seus teem logar na grande sala Portug1l, onde
alumnos, indcpendentemenk dos concursos co1correm muitas pe-sOé s que não são e xa-
no Conse rvatorio. cta'!lente amadoras de musica.
O que porém mais contribue para tornar Para satisfazer essa ffi "IOria, a c:;colha do
nota\·cl o seu nome, é ter ulcimamentc con- prog amma fot se com a ·erto: a imponente
sagraio todo o seu trabalho •lo est io dos alwrtura do «R1enzi1> tão propria para emo-
antigos cravistas, difundindo o gos o pela CiJnar um grande aud ito• 10, comtnuiu a to-
musica archaica dos seculos XVH e XVIII, dos os respeitos o melhor numero incuníbi-
executada nos proprios instrumentos da do á orchestra, tanto pelo desempenho que
época. foi fclicissimo como pelo valor da obra; is·
A ARTE M USICAL 47

to s<:m offensa da Re11erie de I Iussla, uma possivel interessante, realisou-se no <li a 20,
simples mas bella composição para instru- uma matinée musical em casa dos srs. Con-
mentos de cordas, d1stincta e bem escripta, des de Proenca a Velha.
n'aquclle estxlo elevado que caracterisa o Nas suas artísticas salas, que regorgitavam
pri moroso ar tista de convids.do11, mal se podia transitar.
Uma pequena Suite de Julio Neuparth te- A sr." Condessa mimoseou o selecto au-
ve rambem bastantes applausos. ditorio com a execução, de~e ras primorosa,
Completaram os numeras desempenhados dos mais variados trechos de Massenet,
rela orchestra, uma m::ircha de Kret~chmer, Saint-Sacns, Schumann,\Vagner, Bach, Ros-
L e ,Voulin de RafT, Crardas de Delibes e sini e outros. Como se vê, izeneros total-
Fantaisie Hongroise de Burgmein, musica mente diversos em 4ue a nobre dilella11te
grossa e barulhenta muito propria para se evidenciou mais uma vez a grande malea-
intrometter na conversação de pessoas des- bilidade do seu talento e uma intelligencia
trahidas. de interpretacão, bem pouco vulgar.
Os solistas é que foram escutados mais M.mc Sai ti disse algumas romanzas, como
attentamente, e bem o mereceram: Cecil só é dado aos grandes artistas. Os trechos
Mackee tocou optimamrnte a «Romança» d_e de Grieg, l'Abse11ce de Beethoven e ainda
IJussla, a «Serenata» de Godard e a d1ffic1l dois trechos antigos Le Violette e Plaisir
((Phantasia apaixonada» deVieuxtemps; per- d'amour foram detalhados de uma forma de-
fe ito no estylo e avançado na technica, as veras impressionante.
qualidades d'este distinctisc;imo alumno da Mais duas distinctas cantoras figuravam
Acad.:mia e discípulo de Hussla desenvol- no pro,gramma, a Sr.ª D. Maria Thereza Di-
vem-se progressi,·amente. Se Thomson vier niz e M.elle Bettencourt, que souberam ca·
~ dar-lhe as ultimas licões não encontrará ptivar o auditorio.
decerto terreno rnculto nem es\eril. D. El- Felicitamos o nosso amigo, José Pinto da
vira Mattos Carneiro, pianista tão estimada Cunha, pela parte que lhe coube no pro-
e que ultimamente no Porto foi festcjadis- gramma: nas romanzas que cantou, mos-
sim a. executou com summa correccão as trou quanto pode uma robusta intelligencia
«Variacões sérias» de Mendelssohn uma e alliada a um assíduo trabalho sabiamente
«l~apso'dia» de Liszt. dirigido. Ouvimol-o ha annos e se confron-
Isto o que estava no programma, cum- tarmos a voz d'esse tempo, um pouco dura
prido á risca. e incerta, com as finuras de interpretação e
Mas fóra do programma preparou-se uma de emissão que hoje lhe admiramos, tere-
surpreza, verdadeira surpreza em todos os mos de confessar que a transformação é
sentidos. prodigiosa.
Havia muito quem soubesse que D. Fran- l sto com respeito ao canto.
cisco de Souza Coutinho tem uma bellissi· No piano, brilharam as sr.as D. Elisa Ba-
ma e :iotente voz de baritono, mais aprecia- ptista de Sousa, D. Alice Pires e D. Joanna
da lá fo ra-em Paris e Berlim, por exemplo Folque, com peças dos mais celebres au-
-do que entre nós onde raramente se tem ctores.
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feito ouvir. Mas decerto ninguem esperava
que essa voz tão pura e maleavel apczar da No dia 23 apresentação publica do emi-
sua enorme força, estivess~ t~o aperfeiçoa- nente violoncellista hespanhol, Pablo Ca-
da pelo estudo e fosse emm1da com tanta zals.
arte, dando-nos todas as graduações de so- Teve lugar no Salão do Conservatorio e
noridade, ora des i brochando tímida a flor o programma fo i o seguinte :
dei /abri ora resoando estentoria com um
vigor extraordinario, isto sem perder nada 1.ª P.l'R..,'IE
do seu encanto, sem perturbar nem ao de Beethoven - S onata em lá, para piano e
leve o rigor da afinacão, sem vislumbre de violonccllo pelos srs. Colnço e Cazals.
tre111olío, com exacta' e não exagerada ex- Mozart - Serenata de D. Juan para canto
pres,ão." pelo sr. Pinto da Cunha.
Foi uma surpreza o prologo dos ((Palha- a) Haendel - 'Variações.
ços» cantado pelo filho do illustre sustenta- b) Mendelssohn-Pzéce caracteristique para
culo da A-cadcmia, D. Fernando de Souza; piano pela sr.ª sr.ª D. Laura \Vake.
mas muito maior surpreza causou a perfei- L alo - "Primeiro tempo do Concerto em ré
ção com que esse trecho foi cantado e a menor para violoncello.
voz de rara belleza que o excellentt cantor
pat enteou ao auditorio assombrado. 2 ª PA'H]'B
Goltcrmann- Cantilene e Final do Co11-
* rnriado e o mais
Com um programma certo em lá menor, para violoncello.
A ARTE MUSICAL

Denza - Occhi di [ata para canto pelo Não teve ainda a Arte Musical, occasião
sr. Pinto da Cunha. (Bisado com o Ideale de prestar a devida homenagem ao elevado
de To,ti). valor artistico da Ex.ma sr.ª D. Sarah Vieira
a) Dunkler -Berceuse. Marques. Fal-o agora com o maior prazer,
b) Casella-Napolitaine. curvando-se reverente na presença de uma
e) Popper - Tarantelle para violoncello. das primeiras amadoras portuguezas, nota-
(Bisado com o Nocturno de Chopin). bilissima pelo duplo talento de pianista
emerita e de primorosa cantora.
Ao piano de acompanhamento esteve o A esta modesta homenagem junta a Arte
illustrc maestro Alberto Sarti. Musical os mais sinceros emboras pela ma-
Já nos occupámos de Cazals em outro gnifica festa que S. Ex.ª organisou.
numero da C/lrte Musical. E' um artista de :K:
grande coração, conhecendo a fundo o pon- No dia 25, um concerto de caridade pro-
to do seu instrumento e sabendo-lhe, um movido pela Irmandade das Senhoras Viu-
a um, todos os segredos. A par d'isso, cor- vas teve logar no elegante salão do Conser-
recto, serio, sem desmandos de gesticula- vatorio.
ção, em que peccam por vezes os melhores A execução do programma foi confiada
artistas. a artistas nossos, dos mais notaveis e a al -
Nas cousas admiraveis que faz, ha a im- guns cantores do theatro lyrico. Eis os nu-
perturbabilidade de um grande technico, meros de que elle se compoz :
e a vibração apaixonada de uma grande
alma. Mendelssohn - 'Primeira parte do Trio
O publico victoriou-o calorosamente. em 1·é menor para piano, violino e vio-
loncello, p~los srs. Rey Colaço, Hussla e
* Cunha e Silva.
Mais uma festa mt1ma, que teve fóros a) R otoli - La Gondola nera.
de verdadeiro acontecimento artistico, pelo b) Denza - Se . . . para canto pelo sr. Gi-
requinte de seleccao no programma e pelos raud.
nomes brilhan~es 'que n'elle fi guravam. a) Denza - 7Jolce peccato.
Desej amos alludir á explendida matinée b) Dubois - Baiser para canto pela sr.ª
musical que em 24 d'este mez se realisou D. Livia Berlendi.
em casa de M.me Sarah Vieira Marques. a) Liszt - Nocturno.
Eis o progrnmma : b) Heller - La Gizasse para piano pelo sr.
Marcos Garin.
Saint-Saens - Caprice para dois pianos Tosti - ~on t'amo piu para canto pelo
pelas sr. 88 D. Sarah Marques e D. Er- :;r. Polese.
nestina Freixo. Schumann-Reinecke - Manfred para dois
Grieg - Suite para canto pela sr.ª D. Sarah pian.os pelos srs. Rey Colaço e Francisco
Marques. Bahia.
Hussla - Fantasiestück para violino pelo a) Schubert - Serenata.
auctor. b) Toffani - lo t'ameró para canto pela sr.ª
a) Chopin - J.!fasurka. D. Maria Martelli
b) Godard - Gavotte para piano pela sr.ª Hussla - Fantasiestiick para violino pelo
D. Elisa l3apt1 sta de Sousa. auctor.
a) Rotoli - Notturno di Chopin. Wagner - Duas arias do Tan11haiiser pelo
b) Vidal -- Les baisers para canto pela sr.ª sr. Polese.
D. Sarah Marques.
a) Campagnoli - Romance. O acompanhamento ao piano pelos srs.
b) Popper-Tarantelle para violoncello pe- Rey Colaco e Barone.
lo sr. P. Cazals. Com tã'.o notaveis elementos, não podia
Raff - Cava tina para violino pelo sr. Victor deixar de fazer este concerto uma funda
l lussla. impressão no auditorio, que teve o requin-
a) Sain.t-Saens - L e Cygne. tado prazer de ouvir boa musica e praticar
b) Casella- Napolitaine. ao mesmo tempo um acto de piedade.
c) Chopin - N octunzo para violoncello pe- Os artistas foram gentilmente brindados
lo sr. P. Cazals. pela commissão organisadora; entre os brin-
des especialisaremos umas lindissimas co-
Os acompanhamentos foram muito intel- rôas de louro, que fora m offerecidas aos
ligcntemente feitos no piano por M.mc Hus- artistas portugu ezes, como merecida home-
sla e pelos srs. Alberto de Sousa e maestro nagem ao seu grande talento e reconhecida
Barone. philantropia.
A ARTE Mus1cAT, 49

!1~~~EF§s N?s~~s
rJJiademoiselle Marguerite <Qhabry
:J:: balho musical de Keil, que na Dona Branca
e na lréne de sobejo patenteou &té onde
podia ir o genio inventivo da sua excepcio-
nal e privilegiada índole artística.
A Serrana abre por um pequeno preludio,
ouvindo-se nos primeiros compassos o mo-
t h·o do côro das serranas e m si bemol maior
sy111pathica e in- e quaternario, que por assim dizer constitue
A tell ige~1te canto-
ra, CUJO retrato
honra hoje a nossa ga-
o leit-motiv da opera, porque é tambem elle
que apparece a fechai-a, mas então em 1110-
do menor, indicando assim que a protago-
1eria, nasceu em Bor- nista nasceu e morreu no meio da ser-
deus, de pae e mãe que ra. E m seguida a este motivo ouve-se tam-
eram ambos artistas e bem o leit-motiv de Zabel, corr espondente
lhe transmittiram com ao primeiro rythmo da phrase cantada por
o sangue a vocação e ella antes de entrar cm scena. E s tes moti-
o temperamento. Discí- vos ouvem-se depois em diversas situações
pula de Eugene Crosti, da opera, ora n 'um tom ora n'outro, com
celebre professor do alteracões de rythmo e modo, mas conser-
Conservatorio de Paris vando' sempre o primiti vo desenho na dis-
e da conhecida cantora posicão das suas notas componentes.
belga M.elle Dinah 'Beumer, não era sem O 'primeiro acto abre por um côro e m
ra:;ão t/,ue este:. ultima muitas veres diria a que Manuel e varios camponezes da Malha-
J:.elle Chab1JI': «J'ai fait votre voix et j'en da se referem á inimizade que existe entre
«suis fiere; mais c'est à vous même que vous elles e os seus visinhos de Alfatêma. N'este
ade11e:; vot1·e maniere de clzanter, car cela ne côro destaca-se a phrase do velho e pacifi-
«Se donne pas, 011 naít avec.•> Nada mais certo. cador Nabor: Non pensate cite a/la festa, o
O orgéio vocal ape1feiçoa-se, desenvolve-se, primeiro rythmo da qual no decorrer d'esta
completa-se mesmo, por uma educação intelli- scena se ouve algumas vezes. Depois da e n-
gentemente dirigida; mas d preciso ter-se trada de Marcello tambem é interessante a
nascido artista, e do mais fino quilate, para phrase: ma tu, ma tu, 1llarcello, que Nabor
transmittir pela dicção o sentimento do com- lhe dirige, cujo motivo, alterado no seu r y-
p_ositvr ou do poeta. Sem alma não se pode thmo, serve de acompanhamento ao côro
/ aliar a linguagem da alma~ e M.elle Chabry festivo das cantadeiras e se casa com a me-
tem o talento essencial da dicção, porque f ar lodia. E ' tambem importante a phrase de
seu o sentimento expresso nas melodias que Marcello: muora !'110111, la fama resta ! .. . ,
ama e com ellas vibra expontaneo o seu p ro- que ainda n'este acto se ouve por occasião
prio sentimento. T em o encanto da intelli- da resposta dada por elle ao grito de g uer-
ge11cia e da sinceridade, alliados a um me- ra do povo de Alfatêma e que tambem re-
thodo perfeito, e quem a ouve facilmente se pete na scena da embriaguez, no segundo
sente arrebatado, porque n'ella se realisa. a acto.
allian_ça f elir da sobriedade grega com a ele- A canção bacchica de Marcello : Eva, la
gancza fran ce:;a. • nel Paradiso, é um trecho de valor e que
Y. em toàas as noites foi bisado. E' no final

(THEATR:ii:rcrn~)
d'esta cancão que se ouve ao longe o côro
das cantadeiras que se app roximam , cujos
motivos appareceram no preludio. Depois
de entrarem em scena ha o côro de mulhe-
res. em que os primeiros compassos da me-
~.i) ~l-zl-=Tc:~J@-<> :=?s-'\"'<> e~ lodia são formados pelo primeiro dos moti-
YOS já indicados, apenas alterado no seu ry-
S e 1·1·ana thmo de quaternario para ternario. E' um
cô ro bonito e de effeito, que na primeira
Já no ultimo numero d'este jornal nos noite foi bisado.
referim os ao desempenho da nova opera Segue-se-lhe o ca nto ao desafio. A melo -
do maestro A lfredo Keil. A penas accrescen- dia, em quaternario e fá maior, sublinhado
taremos que durante as seis audições que pelo acompanhamento do quartetto de cor-
teve ~e ~ucced~ram os n~esmos applausos da e a harpa, imitando viol as, violetas e gui-
da prim.e tra noite e quast constanteme nte t arras, é caracteris ticam~n t e nacional, d'um
se repetiram os mesmos numeros, effe ito seguro e que mereceu sempre as
A Serrana é sem contestação o melhor tra- honras de ser bisado. Os versos propostos
5o A ARTE MUSICAL

por Zabel, respondidos pelo improvisador tomada pelos outros violinos e os violoncel-
Manuel e pelo côro, foram ditos em portu- los, ao mesmo tempo que Zabel canta os
guez, concessão especial do maestro Keil á ultimos versos. Em todas as noites foi bisa-
sr.ª Eva Tetrazzini. da esta ultima parte da roman:;a.
1a scena seguinte, entre Zabel e Pedro,
O côro: Signor Don Marcello, em que as
serranas se lhe dirigem em tom de mofa, é temos a notar a romanra çle tenor: Perché,
tambem muito caracteristico, não só porque dimmi, non credi a tanto amore, em que se
é frisante o contraste entre a melodia d'elle salientam alguns periodos d'uma grande bel-
e a do côro anterior, mas tambem porque leza melodica. Vem depois o duetto d'amor,
se continua no magnifico concertante que bem lancado, cheio de phrases moduladas,
se lhe segue, sobre a proposta de Manuel: em que âinda assim o maestro attendeu tal-
Nel cor di Marcello. Este concertante é uma vez em demasia á variedade de accordes e
bella pagina musical. á modulação, sacrificando-lhe a inspiração.
A entrada dos camponezes de Alfatêma, .Magnificas, tanto a phra$e da orcheqa a
capitaneados por Pedro, dá logar a que se acompanhar as palavras de Zabel: Non ri-
ouçam os cantos de guerra de Pedro e Mar- cord1, Pedro, quelle notte d'amor voluttuose,
cello, cujos motivos constituem os leit-1110- que precede o duetto, assim como est'ou tra
tive d'um e outro e que se repetem algumas com que elle é iniciado: Come la ruggiada
vezes no decorrer do 2 .0 e 3.0 actos. sui fi.or, que no terceiro acto reapparece a
E' bonita, embora talvez demasiado ex- rememorar esta scena. De effeito lambem a
tensa e pouco propria da occasião por ser peroração orchestral d'este duetto. .
dita na presença de Marcello, a phrase: 'I'a- Ouve-se então a voz de Marcello que am-
doro e da quest'anima, com que Zabel se di- da vem muito longe, cantando a ultima qua-
rige a Pedro, empregando n'ella todo o en- dra da cancão bacchica. A orchestra traduz
canto e irresistível seduccão da sua alma de symphonicàmente a inquietação dos dois
mulher apaixonada e sa'udosa do seu pri- amantes e antes de terminar esta scena é
meiro amante. digna de nota a phrase: Ó la tua Zabel che
Magnifico tambem o quartetto iniciado t 'implora, com uma bella melodia sustenta-
por Pedro: Mio Dio, che raggio fulgido. da em contra-canto nos violoncellos.
Quando vae recomecar a lucra entre os A saída de Pedro, a quéda e a tempesta-
camponezes ouve-se o toque dos 5inos, re- de, são bem tratadas na orchestra e a phra-
producção fiel d'esse badalar usado na ser- se dos violinos, correspondente á quéda, vae
ra da Estrella para chamar os fieis á egreja. apparec~r depois no começo do intermer:ro.
Termina então o acto com o côro festivo: Termma o acto com a scena da embria-
Salve, santo Protettore. guez de Marcello e a fuga de Zabel.
N'este acto, os trechos de importancia O terceiro acto é precedido do intermer-
capital são: a canção bacchica, o côro das :ro, no qual se ouve o final do duetto d'a-
cantadeirDs, o canto ao desafio, o concer- mor, a phrase orchestral correspondente á
tante e o quartetto. . queda de Pedro, e a phrase em que Nabor
O preludio do segundo acto, embora pe- no terceiro acto diz aos pastores que encon-
queno, é d'uma grande importancia, porque tram o corpo lacerado de Pedro e n'aqueJ-
durante elle se ouve no oboé a melodia da le logar lhe dera sepultura. Este interme:;:ro,
romanza de Zabel em todo o seu desenvol- trecho puramente descriptivo, em que nem
vimento. Este preludio estabelece passaJ?em sempre é possível traduzir musicalmente a
quasi insensível para o côro de fiandeiras narração d'um facto ou d'uma scena, liga-se,
com que começa o segundo acto: Per far por um decrescendo bem preparado, com o
dono d'un bel manto. Este côro, em ternario coro que abre o terceiro acto. Este côro,
e mi menor, é d'uma encantadora ~implici­ de caracter pastoril e d'uma encantadora
dade, ouvindo-se nos violinos umas phrases simplicidade, reunindo ao aspecto da scena
imitativas do girar do fuso da roca. Pouco que representa uma clareíra dos cerros da
antes das fiandeiras se retirarem comecam serra da Estrella, onde costumam armar ás
a apparecer os primeiros indicios da tem- aguias, distinguindo-se ao fundo a geleira
pestade que se approxima e que na orches- nas cumiadas da serra, com soberbos effei-
tra é tratada com muita verdade. tos de luz, dá á situacão uma seàuctora im-
Segue-se a magnifica romanra de Zabel: pressão de poesia. •
Quando il mio sgúardo ti vide, com uma N'esta sce na é frisante a phrase de Nabor:
melodia em rvthmos quaternario e ternado miser Pedro, com contra-canto nos violon-
alterados, de.senvolvida com muita arte e cellos e acompanhamento de harpa.
verdadeiramente original e inspirada. Esta Quando Nabor fica só temos a indicar o
romanza termina com uma bella phrase or- Pad1·e Nosso, onde é muito importante a
chestral, proposta pelo violino concert_ino e phrase: Ci da il pan nos.t ro quotiqiano, aco~~-
A ARTE :rvr~s1cA L 51
panhada pelo clarinete basso, corn'inglez e do epilogo, da qual repetiu a ultima parte.
harpa. E' este um dos numeros que foi sem- No resto da opera foi o distincto tenor, sem-
pre bisado, assim como o coro seguinte : pre, digno de applauso.
Oh lâ ., com soberbos effeitos de c~lorido, A srª Carmen Bonaplata disse com bas-
e que em parte ainda se ou,·e por duas ve- tante correccão a Nenia assim como o duetto
zes ao longe antes de terminar o acto. na Xotte del Sabba classico.
Na sccna entre 1 abor e Zabel ha logo a A sr.ª Livia Berlendi muito regularmente.
notar a phrase : 'Dei rio profondo, com mo- D e Grazia muito bem. Tem no &l1ephis-
,·imento de berceuse e canto nos Yioloncel- toplzeles um dos seus melhores trabalhos e
los. Altamente impressionante o rememorar foi merecidamente applaudido.
d'algumas scenas do 1.0 e 2. 0 actos, a que Repetiu-se a 18 para despedida do tenor
Zabel se refere, como que vendo-as, na De Lucia.
sua loucura, reproduzir-se uma a uma. Ao
termi n<1r esse divagar entre os factos que Associação auxiliar da Missão Ultra-
ultimamente maior impressão lhe tinham marina e das Offi.cinas de S. José.
feito, ha a notar o duettino : Cantatrice, - 21.
canta in note quest'amor, rematado pelo côro A favor do cofre d'esta associacão canta-
de pastores ouvido ao longe, que dá á si- ram-se hontem os 'Palhaços e o c'p ilogo do
tuação uma suave côr poetica que com- Mephistopheles. O tenor De r.ucia e barito-
move. no Mario Ancona cantaram algumas ro1J1aiz-
No tercetto final é bonita a phrase de Mar- 1as em que foram calorosamente applaudi-
cello: Se m'ami tu ancora. dos.
Como já indicámos, a opera termina com
o motivo do coro das serranas ouvido agora Sarau da Associação d'Imprensa
em modo menor.
Não podemos terminar este esbôço cri- -25.
tico da Serrana sem dizer que Alfredo Keii · N'este sarau, realisado hontem, temos a
deu ao seu novo trabalho um cunho que notar principalmente a parte musical, orga-
melhor caracterisa e define a sua mdole ar- nisada com as sr. 0 Berlendi, Martelli, os te-
tística e a sua maneira de escre,•er. Estamos nores Carrica e Giraud, e o baritono Mario
convencidos de que adoptou a melhor orien- Ancona, acompanhados ao piano pelo maes-
tação, nã~. dando primasias á polyphonia tro Barone. T ambem foi cantada a canciío
nem sacrificando esta á melodia. Já o de- do Salgueiro e a Ave <9\ftcria do 01heÍLo,
mos a entender: a melodia não tem algu- em que a sr.ª T etrazzini foi muito applau-
mas vezes o desenvolvimento que a natural dida.
inspira~ áo lhe indicava, porque o maestro, A ultima recita
a 110>S0 \'Cl' erradamente, quiz imprimir V<t- Com a despedida da sr.ª Tetrazzini e festa
riedade aos períodos melodicos, por meio anistica do maestro Campanini encerrou-se
da successão de accordes estranhos. hontem, 25, a epocha lyrica. Cantaram-se
Emquanto á in s trumentacão mostrà-nos os 1.0 , 3. 0 e 4. 0 actos da Sap/10 e houve de-
o maestro Alfredo Keil que i1ão tem segre- pois concerto pela o rchestra de S. Carlos,
dos para ellc. Conhece o melhor modo de augmentada principalmente no naipe de vio-
combinar e escolher os umbres dos <liffe- linos por algLlns artistas e os distinctos eco-
rentes instrumentos e de os e~pregar do nhecidos amadores srs. Ceei! Mackee e Mi-
melhor modo a traduzir os effeitos que de- r és. Dirigiu a orchestra o maestro Campa-
seja obter. E' um colorista e um melodico. nini. Os numeros que constituíram o pro-
E a Se-rana é uma opera que dá honras a gramma foram : r .0 - Cav:zlcata, da opera
Keil e uma glona para o; que se envaide- « \ Valk ria>>, de \ VAGl'·rnR. 2. 0 - (a) rn.rnça
cem de ser portuguezes. Cremos bem que das Sylplzides, da ccOamnação de Fausto''
ficará no rl!portorio de S. C-1rlos. - BERLIOZ; (b) Re11erie dtt soir, suite Alge-
Repetiu-se nos dias 1s, 16, 19, 21 e 23. riemze - S.\l:\T-S \ENS ; (e) Dança d'Anitra,
suite Peer Gyent - GR•EG. 3. 0 - ;.)forte de
Jle1>1tistoi>Rlele~ Jsotta, da opéra «Tristano e Isotta,, -\VA-
- 18. G:-:ER, pela sr.• Tetrazzini e orchestra .
Cantou-se hontem esta opera cm recita E' indiscriptivel o enthusiasmo que rei-
extraordinaria a farnr do cofre do Instituto nou na sala n'esta recita de despedida, em
U ltr~marmo, prOt\:3tdo por sua magestade que tanto a sr.• Tetratzini como seu ma-
a ramha sr.ª D. Ameha ndo o maestro Campanini foram brindados
No desempenho couberam, innegavel- pela rainha sr.• D. Amelia, o emprezario sr.
mente, as honras da noite ao tenor De Lu- José Paccini e uma parte dos artistas de
cia, que disse primorosamente a romanra S. Carlos.
A ARTE M USICAL

O auditoria applaudiu to<los os numeros Thomas; o musico será representado sobre


do programma do concerto, que tiYeram um rochedo, tendo a seus pés uma figura
r ealmen te correcta execucão e foi bisada a allegorica. E' trabalho do esculptor Falguiê-
'1Jança das Sylphides e a 'Dança d'cllnitra. r e. () mesmo esculptor terminou a estatua
O enthusiasmo fo i grande quando no fim de Bizet, que provisoriam ente collocada no
do concerto a sr.• T etrazzini cantou, acom- parque Monceau, vae passar para a nova sa-
panhada ao piano pelo maestro Camp anini, la Favart.
uma rornanza de 1 osti e dois fados com le- :X'
tra em portuguez, sendo um d'elles o do O violinista helga Cesar Thomson acha-
l lylario, que foram repetidos no meio de se actualmente em Constantinopla, onde
freneticos e calorosos applausos, succeden- tem dado alguns concertos.
do-se as chamadas, tendo de vir ao prosce- *
nio grande numero de vezes, o ra só, ora Uma nova audicã o da har pa chromatica,
acompanhada por seu marido. realisada em P aris na sa la PJ eyel pela insi-
E assi m terminou a epocha lyrica de 1898 gn e harpista Tassu·Spencer, veiu confirmar
a q9 que, se não satisfez cabalmente, nem a excelkncia da maravilhosa invencão de-
por isso deixou de nos faze r ouvir artistas vida a mr. Lyon, servindo tambem de pro-
d'um valor real. va a no vos melhoramentos que o engenho-
so inventor lhe introduziu.
EsTEVES LtsBOA ( Aristes) .
T assu-Spencer executou com extremada

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perfeição, não só trechos escriptos espe-
cialmente para harpa, mas muitas compo-
~~·l zr-;-r <> ~ !) s i•c..~ siçóes de Berlioz, Godard, D ubois, Saint-
Saens, Bach, Haendel e outros auctores,
Do Estra ngeiro composições escriptas par<t piano e que são
t o talmente ine xequiveis na harpa antiga.
Faz hoj e, 31 de março, cento e yinte e
sete annos que nasceu o grande musico Jo- No dia 17 d'este mez * celebrou o insigne
sé Haydn. I-la doze dias passou o centenario violinista allemão, Joseph Joachim, o 6o.0
da sua obra prima - a «C reação>i - execu- anniversario da sua estreia em publico. Ti-
tada pela primeira vez em publico no 'Burg- nha Joachim apenas sete annos quando se
theater de Vienna em tg de março de 1799. apresentou a tocar n'um concerto, realisado
E stas duas datas coincidiram com um ~uc­ em Budapest, em 17 de março de 1839.
ctsso lamentavel occorrido justamente entre
uma e outra : a pequena casa onde nasceu *
A Sociedade de Concertos de Madrid exe-
aquelle celebre mestre, q ue era conservada cutou n'um dos seus ultimos concertos o
como preciosa relíquia e guardava d'elle trio do terceiro acto do <1Crepusculo dos
diversas recordaçóes, foi destruída por um Deuses>i e o prelud io e morte de «Tristão
incendio. e Isolda)), de Wagner. O primeiro d'estes tre-
chos ainda não tinha sido execu tado em
*
A Academia de Santa Cecília, de Roma, Madrid. Ambos tiveram a honra de bis. Di-
r ealisou um grande concerto consagrado á rigiu a orchestra o maestro allemão Max
musica franceza; dirigiu·o Theodore Dubois, Ficdler.
e tomaram n'elle parte Diémer e Delsar t !j(:

que foram a Roma especialmente para esse A «Associação Isidoriana>i para a reforma
fim. Os artistas francezes foram muito fes- da musica religiosa no templo, fundada ul-
tejados pelos romanos. timamente em Madrid, celebrou uma gran-
de festa em que se cantaram diversas obras
A musica de \ Vagne*r adquiriu grande es- de Palestrina, Victoria e E slava. O sermão
timacão em Barcelona. Ultimamente a So- teve por assump to exaltar a boa musica em-
cieda0de de Concerto s d'aquella cidade or- pregada nos actos do culto.
ganisou uma festa em que ~ó executou mu-
sica do grande compositor allemão, dando P e rosi não tem tido* muita fortuna na Al-
Jogar a emhusiasticas ovaçóes da parte de lemanha ; em Dresde, Francfort e outras ci-
um publico numerosíssimo que não se far- dades foi recebido com frie za, e em Beriim
tava de applaudir, fazendo bizar a «Caval- cahiu re<londamente; se bem que se a ttri-
gada das \Valkyrias», a marcha funebre do bua essa queda á pessima execução, é to-
«Crepusculo» e o preludio do «Tristão». davia certo que os jornaes allemães criti-
cam acerbamente as oratorias do jo\'en ab -
* em Paris, vae erigir- bade que tante barulho tem fei to em Ica-
No parque Monc<::au,
se um monumento á memoria de Ambroise lia.
r
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E~clusirnmcnle rcsenados aos assignanlcs e puhlicados graluilamcnlc
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1nstituto, R. do Jardim do l~egedor, 13 e 1)

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